UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DISCIPLINA: PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL I

PROFESSOR: JOS AUGUSTOPLANO DIRETOR MUNICIPAL PARTICIPATIVO SOBRE ORLA MARTIMA EM JOO PESSOAANDR BALTAZAR DE LIMA BARRETO 11111256

DANNA MARISSA NASCIMENTO LIMA 11118129

MICHELE NASCIMENTO DE ARAJO - 11111264

JOO PESSOA

MARO/2014RESUMO

O presente Plano Diretor Municipal Participativo, com base no diagnstico e na pesquisa de correlatos anteriormente realizados, busca solucionar as principais problemticas encontradas na Orla Martima em Joo Pessoa, sendo ento enfocados os aspectos de gabarito, densidade urbana, mobilidade urbana, drenagem urbana, preservao ambiental e lazer. O principal objetivo garantir o direito da populao moradia, trabalho, transporte e lazer com infraestrutura de qualidade, considerando principalmente a importncia econmica e ecolgica da regio em estudo, rea de grande concentrao populacional e um dos principais cartes postais da cidade. Ressalva-se a dificuldade com a questo poltico-econmica do mercado imobilirio, principal responsvel pelo adensamento na orla pessoense e suas decorrncias negativas, como problemas de mobilidade e ambientais, porm prope-se no presente Plano Diretor solues democrticas e concretizveis, a fim de atingir simultaneamente bem-estar social, preservao ambiental e desenvolvimento econmico.Palavras-chave: Plano Diretor Municipal Participativo, Orla Martima, solues democrticas, bem-estar social, preservao ambiental, desenvolvimento econmico.

ABSTRACT

This Municipal Participative Master Plan, based on previous diagnosis and case study examples, aims to solve the main issues on Joo Pessoas waterfront, with focus on aspects as building height, urban density, urban mobility, urban drainage, environmental protection and leisure. The main goal is ensuring people's right to housing, work, transportation and leisure, with quality infrastructure, especially considering the economic and ecological importance of the studied area, region of high population concentration and an important city postcard. Its noteworthy the political and economic issue about housing market, main cause of urban densification on Joo Pessoas waterfront and its negative impacts, as environmental and mobility issues. On the other hand, this Master Plan proposes democratic and practical solutions, aiming to simultaneously achieve social welfare, environmental protection and economic development.Keywords: Municipal Participative Master Plan, waterfront, democratic solutions, social welfare, environmental protection, economic development.Sumrio1. Introduo ........................................................................................................................3

1.1. Objeto e Objetivo Geral ..........................................................................................3

1.1.1. Objetivos Especficos ...................................................................................3

1.2. Metodologia ............................................................................................................3

1.3. Justificativa .............................................................................................................3

2. Conceitos ......................................................................................................................... 4

2.1. Orla Martima ..........................................................................................................4

2.2. Zona Costeira ..........................................................................................................5

2.3. Linha do Preamar Mdio de 1831 ...........................................................................6

2.4. Terrenos de marinha ................................................................................................6

2.5. Gabarito de altura ....................................................................................................6

2.6. Verticalizao urbana ..............................................................................................6

2.7. Escalonamento ........................................................................................................6

2.8. Ilha de calor urbana .................................................................................................7

2.9. Excluso socioterritorial .........................................................................................7

2.10. Espaos livres pblicos .........................................................................................7

2.11. Acessibilidade .......................................................................................................7

2.12. Mobilidade urbana ................................................................................................8

2.13. Vias .......................................................................................................................8

2.14. Drenagem urbana ..................................................................................................9

2.15. Paisagem urbana ...................................................................................................9

2.16. Falsia viva e falsia morta ...................................................................................9

2.17. Turismo .................................................................................................................9

3. Diagnstico ......................................................................................................................9

4. Repertrio de Correlatos .................................................................................................13

5. Plano Diretor ...................................................................................................................16

5.1. Gabarito ...................................................................................................................5.2. Mobilidade e Densidade Urbanas ...........................................................................5.3. Drenagem Urbana ...................................................................................................5.4. Preservao Ambiental ...........................................................................................5.5. Lazer ........................................................................................................................1617202122

6. Consideraes Finais .......................................................................................................25

7. Referncias ......................................................................................................................26

1. INTRODUO

A presenta proposta de Plano Diretor Municipal Participativo para Orla de Joo Pessoa busca nortear a ao de agentes pblicos e privados junto populao para um melhor desenvolvimento urbano, atravs de um diagnstico feito, previamente, na regio, apresentando normas e diretrizes para o gabarito, infraestrutura urbana, preservao ambiental, densidade urbana e mobilidade urbana. Abranger uma faixa litornea do municpio que atinge cerca de 23,9 Km de extenso, com uma populao em torno de 531,534 mil habitantes, segundo dados do IBGE.

1.1. Objeto e Objetivo GeralO objeto de estudo do presente Plano Diretor a Orla Martima do Municpio em Joo Pessoa, onde objetiva-se atuar na reduo de impactos da sua ocupao e uso, visto que qualquer modificao interfere na paisagem litornea.

Este planejamento visa melhorar a qualidade de vida da populao, controlando e prevenindo o rpido crescimento que impactam sobre os ecossistemas e recursos naturais. Tambm se busca atingir o desenvolvimento sustentvel, por meio da diminuio dos choques e conflitos existentes nos seus usos, integrando as polticas ambiental e patrimonial.

1.1.1. Objetivos Especficos Melhorar a acessibilidade dos pedestres s reas de uso comum na Orla, democratizando os acessos pblicos a praia;

Gerenciar o uso adequado do solo urbano;

Melhorar os servios pblicos na faixa demarcada pelo Plano Diretor;

Otimizao da infraestrutura, por bairros, de superfcie, subterrnea e area;

Promover o disciplinamento, setorizao e sinalizao de eventos e da prtica de esportes;

Recuperar ambientes urbanos degradados na faixa delimitada pelo Plano Diretor;

Restringir a altura mxima das edificaes prximo a orla, diminuindo as ilhas de calor no interior da cidade;

Proteger o ecossistema frgil da falsia do Cabo Branco bem como os ecossistemas costeiros.

1.2. Metodologia

Inicialmente, foi analisada a problemtica da Orla Martima tanto no contexto local como nacional e internacional. Em seguida foram estudados projetos correlatos de intervenes em reas litorneas a fim de buscar referncias positivas e negativas para o desenvolvimento do presente Plano Diretor. Baseado nessas anlises estabeleceu-se diretrizes e procedimentos para o presente documento, tendo tambm estudado documentos como o Projeto Orla e o Plano Diretor Municipal de Joo Pessoa.1.3. Justificativa

A Orla Martima de Joo Pessoa, alm das belezas naturais admirveis, tambm apresenta valor econmico, social, poltica e cultural. Hoje, a orla concentra grande parte da populao pessoense, que trabalha e reside na mesma. Tanto a orla como os espaos de praas na zona costeira so considerados espaos livres pblicos, de forma que deve atender as necessidades da populao em geral, sem restries. A preservao da paisagem litornea fundamental, pois identidade e carto postal da cidade. Portanto, documento visa contribuir para um futuro sustentvel da orla pessoense, respeitando as diferenas atravs da arte do dilogo.

2. CONCEITOSPara um melhor entendimento deste Plano Diretor, sero elucidados a seguir os termos mais decorrentes. Sero explanados definies, cenrios e modelos necessrios para uma boa compreenso do presente documento como um todo.

2.1. Orla martima

Segundo o Projeto Orla - Fundamentos Para Gesto Integrada, a orla martima pode ser definida como unidade geogrfica inclusa na zona costeira, delimitada pela faixa de interface entre a terra firma e do mar. Esse ambiente caracteriza-se pelo equilbrio morfodinmico, no qual interagem fenmenos terrestres e marinhos, sendo os processos geolgicos e oceanogrficos os elementos bsicos de conformao dos principais tipos de orla, a saber: costas rochosas (altas e baixas); falsias erodveis; praias arenosas; praias de seixos; plancies lamosas; pntanos; manguezais; e formaes recifais.

Apesar da pequena proporo de sua extenso em face da escala da zona costeira, observa-se a variedade de situaes que podem ocorrer no espao abrangido pelo conceito de orla. Neste conjunto, os espaos praiais devem ser objeto prioritrio das aes de ordenamento e regulamentao, dado o significativo adensamento de usos no seu entorno.

A orla possui uma poro aqutica, uma poro terrestre e uma faixa de contato e sobreposio entre estes meios, assim como a zona costeira. Os limites genricos estabelecidos para orla martima segundo o PROJETO ORLA, 2006 (Figura 1), so os seguintes:

Na zona marinha, a isbata de 10 metros, profundidade na qual a ao das ondas passa a sofrer influncia da variabilidade topogrfica do fundo marinho, promovendo o transporte de sedimentos. Essa referncia poder ser alterada desde que, no caso de reduo da cota, haja um estudo comprovando a localizao do limite de fechamento do perfil em profundidades inferiores.

Na rea terrestre, 50 metros em reas urbanizadas ou 200 metros em reas no urbanizadas, demarcados na direo do continente a partir da linha de preamar ou do limite final de ecossistemas, tais como as caracterizadas por feies de praias, dunas, reas de escarpas, falsias, costes rochosos, restingas, manguezais, marismas, lagunas, esturios, canais ou braos de mar, quando existentes, onde esto situados os terrenos de marinha e seus acrescidos.

Figura 1: Delimitao da orla martima. Fonte: Projeto Orla, MMA, 2006.Alm dessa referncia geral de delimitao, h critrios aplicveis em algumas situaes geogrficas bastante recorrentes no litoral brasileiro, como nas falsias, nas lagunas e lagoas costeiras, nos esturios, nas reas inundveis e nas sujeitas eroso, cada peculiaridade com uma delimitao distinta.Os limites mximos estabelecidos para a orla 200 metros em reas no urbanizadas e 10 metros de profundidades no mar podero ser aumentadas, a partir de estudos que indiquem uma tendncia erosiva acentuada (com base em taxas anuais para perodos de 10 anos), capaz de ultrapassar rapidamente a largura da faixa proposta.2.2. Zona costeira

A zona costeira brasileira definida na lei 7.661 como sendo o espao geogrfico de interao do ar, do mar e da terra, incluindo seus recursos renovveis ou no, abrangendo uma faixa martima e outra terrestre. Trata-se, portanto da borda ocenica das massas continentais e das grandes ilhas, que se apresenta como rea de influncia conjunta de processos marinhos e terrestres, gerando ambientes com caractersticas especficas e identidade prpria. O detalhamento desta definio retirado do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro PNGC que em sua segunda verso (PNGC II/1997), trata de reafirmar e especificar este enunciado genrico.A reviso da bibliografia internacional e a anlise de programas similares mostram que o conceito de zona costeira conhece diferenciadas definies. No geral, a concepo que predomina neste trabalho a de uma unidade poltico-administrativa que no necessariamente se apresenta com limites naturais evidentes.

De modo geral, a zona costeira do Brasil (Figura 2) oficialmente constituda pelo mar territorial e pelo conjunto dos territrios dos municpios que integram o espao de atuao do PNGC II. (PROJETO ORLA, MMA, 2006).

Figura 2: Delimitaes da orla e da zona costeira. Fonte: O Mar e os Recursos Marinhos. Alves, Ftima Lopes. CESAM - Universidade de Aveiro

2.3. Linha do Preamar Mdio de 1831Conforme a Secretaria do Patrimnio da Unio, a linha do preamar mdio definida pela mdia das mars mximas, do ano de 1831. O ano de 1831 usado para dar garantia jurdica, porque conhecido o fenmeno de mudanas na costa martima decorrente do movimento da orla. Esses movimentos se do por processos erosivos ou por aterros. A partir da determinao da linha do preamar mdio inicia-se a delimitao dos terrenos de marinha.2.4. Terrenos de marinhaTerreno de marinha constitui-se numa faixa de 33 (trinta e trs) metros, a contar da linha da preamar-mdia de 1831, para dentro da terra, nas reas banhadas por guas sujeitas mar, conforme se depreende do artigo 2 do Decreto-Lei n 9.760, de 05 de setembro de 1946.Nesse contexto, os terrenos de marinha s existem nas reas que sofrem a influncia das mars. Logo, o terreno de marinha parte da LPM (linha de preamar mdio).

2.5. Gabarito de altura a dimenso vertical medida desde a cota de soleira at o ponto mais alto do edifcio, incluindo a cobertura e demais volumes edificados nela existentes, mas excluindo chamins e elementos decorativos, acrescida da elevao da soleira, quando aplicvel. O gabarito de altura determinado primeiramente pelo tipo de zoneamento em que se localiza a edificao, depois a altitude do terreno e sua localizao precisa em relao a pistas de pouso, heliportos e auxlio navegao area e finalmente s restries impostas pelo Comando a Aeronutica.

2.6. Verticalizao urbana

A verticalizao um processo de adensamento urbano, ou seja, o povoamento de uma zona urbana da cidade em funo dos servios de infraestrutura pblica e equipamentos urbanos disponveis no seu entorno. De acordo com o arquiteto e professor, Damio Lopes, os primeiros edifcios multifamiliares surgiram na Europa, principalmente na Inglaterra, para atender a grande demanda de operrios que povoavam as cidades, vindos do campo, em busca de trabalhos gerados pela indstria, como resultado da revoluo industrial, iniciada no sculo XIX.A verticalizao urbana de acordo com Maria Adlia de Souza (1994, p. 129) constitui-se numa especificidade da urbanizao brasileira, pois em nenhum lugar do mundo o fenmeno se apresenta como no Brasil, com o mesmo ritmo e com a mesma destinao prioritria para a habitao. Dessa forma, a verticalizao aparece como uma das principais modalidades de apropriao do espao urbano nas grandes cidades do mundo e tambm no Brasil, pois representa um tipo de habitao ao menos no discurso racionalizante global atrelada ao que h de moderno, gerando sentimentos de satisfao.

2.7. Escalonamento

compreendido como a variao crescente de altura das edificaes a partir da beira-mar. Ou seja, prdios baixos beira-mar e medida que vo se distanciando desta vo tambm ficando mais altos (Figura 3).

Figura 3: As linhas de corrente do vento, paralelas e horizontais, vo de encontro aos prdios. Fonte: Sartori, Ernani. Escalonamento: sistema urbano recomendado para cidades litorneas, 2007.

2.8. Ilha de calor urbana

Para Joo Carlos Moreira e Eustquio Sene, ilha de calor urbana pode ser definida como o fenmeno climtico tpico de grandes aglomeraes urbanas, que tambm colabora para aumentar os ndices de poluio nas zonas centrais da mancha urbana. Enquanto a inverso trmica um fenmeno natural agravado pela ao humana, este claramente antrpico, ou seja, produzido pelo homem. A ilha de calor uma das mais evidentes consequncias da ao humana como fator climtico. Resulta da elevao das temperaturas mdias nas reas urbanizadas das grandes cidades, em comparao com as zonas rurais.2.9. Excluso socioterritorial

A excluso socioespacial pode ser definida como tendncia concentrao de determinado grupo social em rea especfica, sem, portanto haver exclusividade (VILLAA, 2001, p. 21). Essa tendncia concentradora de que fala Villaa, nos remete ao espao da contradio entre grupos sociais distintos ocupando uma mesma cidade.

2.10. Espaos livres pblicos

Para Almeida (2001), os espaos pblicos so espaos predominantemente livres de edificao, abertos e de uso pblico, que facilitam a circulao e disponibilizam uma sucessiva oportunidade de despertar o lazer, servindo ainda de referencial da cidade.

Macedo (1997) conceitua espaos livres como todos aqueles no contidos entre as paredes e tetos dos edifcios construdos pela sociedade para a sua moradia e trabalho. Afirma tambm que a vida til de um determinado espao livre urbano est ligada possibilidade constante de apropriao pelo usurio, sendo que, quando mantido convenientemente, quanto maior e melhor for sua apropriao maior ser sua aceitao social e, assim, sua identidade morfolgica ser mantida por mais tempo.Pode-se considerar os espaos livres pblicos como base fsica e elemento referencial mais permanente de percursos urbanos. A denominao espao livre est apoiada na condio de oferecer livre acesso, permitindo liberdade de ao para as pessoas. Lynch, (1990) apud S Carneiro e Mesquita (2000).

2.11. Acessibilidade

A NBR9050 (2004) define acessibilidade como possibilidade e condio de alcance para utilizao com segurana e autonomia de edificaes, espao, mobilirio, equipamento urbano e elementos.Tradicionalmente, a acessibilidade fsica vista como a facilidade de atingir os destinos desejados, como a medida direta e positiva dos efeitos de um sistema de transporte. Na forma mais simples, a acessibilidade pode ser medida pelo nmero, natureza e maneira que os destinos podem ser alcanados. Uma das medidas bsicas da acessibilidade dada pela disponibilidade de espaos virios ou de sistemas adequados circulao (Jos Augusto R. da Silveira, Toms de Albuquerque Lapa and Edson Leite Ribeiro, 2007).2.12. Mobilidade urbana

Para o Instituto de Planejamento Urbano de Florianpolis IPUF (2006) a mobilidade urbana um atributo da cidade, correspondendo facilidade de deslocamento das pessoas e bens no espao urbano, tendo em vista a complexidade das atividades econmicas e sociais nele desenvolvidas.

E ainda, para Silveira (2004), a mobilidade traduzida nos deslocamentos ou viagens que acontecem no contexto da cidade, tendo como referncias um ponto de origem e um ponto de destino no espao, onde a classe e a renda, a idade, o nvel educacional e cultural, o gnero e a sade so apontados como os principais fatores que interferem na mobilidade das pessoas.2.13. ViasSegundo o Cdigo de Urbanismo, Malha Viria o conjunto de vias do Municpio, classificadas e hierarquizadas segundo critrio funcional. A Malha Viria Bsica o conjunto das vias de transio, arteriais e coletoras, constituindo o principal suporte fsico mobilidade urbana. Tendo como principal funo o desempenho de mobilidade, considerados aspectos da infraestrutura, do uso e ocupao do solo, dos modais de transporte e do trfego veicular.

As vias, de acordo com os critrios de funcionalidade e hierarquia, classificam-se em:

I - Vias de Transio - estabelecem a ligao entre o sistema rodovirio interurbano e o sistema virio urbano, apresentando altos nveis de fluidez de trfego, baixa acessibilidade, pouca integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte de alta capacidade e de cargas;

II - Vias Arteriais - permitem ligaes intra-urbanas, com mdia ou alta fluidez de trfego, baixa acessibilidade, apresentando restrita integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte de alta capacidade de transporte coletivo, segregado do trfego geral e de cargas;

III - Vias Coletoras - recebem e distribuem o trfego entre as vias locais e arteriais, apresentando equilbrio entre fluidez de trfego e acessibilidade, possibilitando sua integrao com o uso e ocupao do solo, e so prprias para a operao de sistemas de transporte coletivo, compartilhado com o trfego geral e de transporte seletivo;

IV - Vias Locais - promovem a distribuio do trfego local, apresentando baixa fluidez de trfego, alta acessibilidade, caracterizando-se pela intensa integrao com o uso e ocupao do solo.V - Ciclovias - vias com caractersticas geomtricas e infra-estruturais prprias ao uso de bicicletas;

VI - Vias Secundrias - ligaes entre vias locais, exclusivas ou no para pedestres;

VII - Vias para Pedestres - logradouros pblicos com caractersticas infra-estruturais e paisagsticas prprias de espaos abertos exclusivos aos pedestres.

2.14. Drenagem urbana

Segundo Tucci e Cruz (2000), a drenagem urbana o conjunto de medidas que tenham como objetivo minimizar os riscos a que a populao est sujeita, diminuir os prejuzos causados por alagamentos e possibilitar o desenvolvimento urbano de forma harmnica, articulada e sustentvel. Ou seja, a drenagem nada mais do que o gerenciamento da gua da chuva que escoa no meio urbano.2.15. Paisagem urbana

Paisagem urbana a arte de tornar coerente e organizado, visualmente, o emaranhado de edifcios, ruas e espaos que constituem o ambiente urbano (Cullen, 1983). Esse conceito de paisagem, elaborado nos anos 1960, possibilita anlises sequenciais e dinmicas da paisagem a partir de premissas estticas, isto , quando os elementos e jogos urbanos provocam impactos de ordem emocional.

2.16. Falsia viva e falsia morta

De acordo com Suguio (1992), falsia definida como acantilado de faces abruptas formado pela ao erosiva das ondas sobre as rochas. Quando a falsia se encontra em processo de eroso contnua pode-se falar em falsia marinha viva, enquanto que quando cessa a eroso tem-se a falsia marinha morta.2.17. Turismo

Goelnder, Ritchie e McIntosh (2002, p. 23) definem turismo como a soma de fenmenos e relaes originados da interao de turistas, empresas, governos locais e comunidades anfitris, no processo de atrair e receber turistas ou visitantes.

3. DIAGNSTICOPara elaborao do presente Plano Diretor, realizou-se primeiramente um diagnstico das problemticas na Orla Martima, no apenas no contexto local, como tambm nos contextos internacional e nacional.No contexto internacional, averiguou-se a deteriorao de diversas reas costeiras em decorrncia de atividades porturias e industriais, cujos governos locais tm buscado, desde os anos 1970, resolver por meio de projetos de reurbanizao. Porm, muitos desses projetos, apesar de resolver a questo do esvaziamento, ocasionam um processo de gentrificao, devido ao foco no turismo e marketing, com instalao de hotis e comrcios de luxo, como o Marina Bay (Figura 4), em Singapura, em vez de prover espaos abertos a toda populao, como o Battery Park (Figura 5), em Nova York.

Figura 4: Vista da Marina Bay, em Singapura.Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:1_marina_bay_night_2012.jpg

Figura 5: Vista do Battery Park City, em Nova York.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Battery_Park_City_panoramic.jpg

No Brasil, notou-se uma grande concentrao populacional nas reas costeiras, especialmente de classes mdia e alta, decorrente especialmente da fundao do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 1892, cujo modelo de urbanizao foi referncia para diversas cidades litorneas brasileiras. A orla brasileira sofreu assim um processo de gentrificao, sendo ocupada por diversos bairros de alto padro, como Boa Viagem, em Recife, Ondina, em Salvador, e a prpria Copacabana (Figura 6). Alm da gentrificao, outras consequncias dessa ocupao so a verticalizao e o adensamento, responsveis pela formao de ilhas de calor, entre outros problemas.

Figura 6: Copacabana, Rio de Janeiro.

Fonte: http://radioemrevista.com/curiosidades/copacabana-120-anos-historia-do-bairro/Em Joo Pessoa, assim como no restante do Brasil, h bairros de classe mdia e alta em sua orla, consequncia especialmente da abertura da Avenida Epitcio Pessoa, na dcada de 1920, e das melhorias de infraestrutura realizadas durante a dcada de 1970, quando tambm foi construdo o Hotel Tamba, considerado marco da urbanizao da orla pessoense. Apesar de sofrer o mesmo processo de gentrificao das cidades litorneas brasileiras, em Joo Pessoa conteve-se a verticalizao por meio do escalonamento do gabarito (Figura 7). Porm, esse escalonamento no considerou as diferentes morfologia e topografia dos bairros, como a falsia do Cabo Branco, onde a barreira natural para ventilao agravada com a presena de edifcios altos (Figura 8).

Figura 7: Escalonamento no gabarito da Orla de Joo Pessoa.Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=211579&page=453

Figura 8: Verticalizao do Altiplano, no alto da falsia do Cabo Branco.Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1242581&page=3

Alm da questo do gabarito, a capital paraibana apresenta tambm problemas relacionados ao adensamento na rea litornea, que ocasionam especialmente problemas de trfego decorrentes do crescente nmero de automveis, como o estrangulamento de vias (Figura 9).

Figura 9: Estrangulamento do trnsito na Rua Maria Rosa, Manara.Fonte: https://maps.google.com.br

Embora haja inmeros investimentos nos bairros da orla pessoense, como o Sistema de Micro e Macrodrenagem implantados em Manara e Tamba e a ciclovia Cabo Branco/Tamba, ainda h deficincias, como a insuficincia do sistema de drenagem pluvial no Bessa, os problemas de mobilidade e acessibilidade, especialmente pela falta de manuteno de caladas (Figura 10) e a falta de conectividade e de pontos de apoio na ciclovia (Figura 11), entre outros problemas.

Figura 10: Piso da calada da praia de Cabo Branco. Fonte: http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2013/

Figura 11: Final da ciclovia entre Tamba e Manara.Fonte: https://maps.google.com.br

4. REPERTRIO DE CORRELATOSAps o diagnstico da atual situao da Orla Martima, foi realizada uma pesquisa de correlatos a fim de conhecer diferentes intervenes na faixa litornea ao redor do mundo, analisando seus aspectos positivos e negativos para ento estabelecer parmetros das solues mais e menos apropriadas para o presente Plano Diretor.Uma soluo de destaque no contexto internacional foi o Battery Park City, em Nova York, que, embora apresente problemas de gentrificao, possu amplos espaos pblicos e arborizados (Figuras 12 e 13), promovendo uma vivncia mais agradvel para populao.

Figura 12: Interior do Battery Park City.Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Battery_Park_City

Figura 13: Parque no Battery Park City

Fonte: http://archrecord.construction.com/news/2011/08/110829-Battery-Park-City.aspOutras solues positivas foram a reestruturao da Orla de Macei (Figuras 14 e 15) e o projeto para a Praa do Sol Nascente (Figura 16), em Joo Pessoa. Em Macei foram realizadas diversas aes, como a introduo de ciclovia, padronizao de quiosques, criao de espaos de lazer voltados para pblicos especficos, como crianas, idosos e skatistas, resultando em amplos espaos arborizados, com boa distino entre circulaes de pedestres e ciclistas. J o projeto Praa do Sol Nascente prev a reapropriao do espao pblico, atualmente ocupado ilegalmente por diversos bares, e aes de combate eroso martima.

Figura 14: Orla de Macei aps a reestruturao.Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1014495

Figura 15: Orla de Macei aps a reestruturao.Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1014495

Figura 16: Projeto da Praa do Sol Nascente.Fonte: http://www.pbagora.com.brTambm se verificou casos considerados negativos, como o projeto de requalificao de Figueira da Foz (Figuras 17 e 18), em Portugal e o projeto urbanstico Recife-Olinda (Figura 19). Ambos projetos apresentam-se como barreiras entre a orla e o restante da cidade: o portugus, por sua monumentalidade, e o recifense, devido sua verticalizao.

Figura 17: Projeto para Orla de Figueira da Foz, Portugal.Fonte: http://teturaarqui.wordpress.com/2012/04/18/requalificacao-e-ordenamento-da-praia-e-beira-mar-de-figueira-da-foz-e-buarcos/

Figura 18: Projeto para Orla de Figueira da Foz, Portugal.Fonte: http://teturaarqui.wordpress.com/2012/04/18/requalificacao-e-ordenamento-da-praia-e-beira-mar-de-figueira-da-foz-e-buarcos/

Figura 19: Projeto Urbanstico Recife-Olinda, 2006.

Fonte: http://direitosurbanos.wordpress.com/tag/projeto-recife-olinda/5. PLANO DIRETOR

5.1. GabaritoA restrio quanto altura mxima das edificaes situadas em uma faixa de 500 metros ao longo da orla a partir da linha de testada da primeira quadra da orla em direo ao interior do continente (Figura 20), sendo calculada conforme o Plano Diretor Municipal vigente:I. Toma-se a distncia do ponto mdio da testada principal do lote ao ponto mais prximo da testada da primeira quadra adjacente orla;

II. A altura mxima da edificao, medida a partir da altura do meio-fio da testada do imvel at o ponto mais alto da cobertura, ser igual a 12,90 metros, mais a distncia calculada no inciso anterior, vezes 0,0442 (Figura 21).

Figura 20: Faixa de Restrio do Gabarito na Orla Martima.

Fonte: Plano Diretor de Joo Pessoa (1994)

Figura 21: Esquema do Escalonamento na Faixa de 500 metros.

Fonte: PEREGRINO, P. S. A (2005). Interrelaes existentes entre os escoamentos de ventos e os padres de ocupao do solo nos bairros do Cabo Branco e Tamba/Joo Pessoa PB.

Considerando a presena da falsia do Cabo Branco dentro dessa faixa, o clculo para altura mxima das edificaes acima da falsia deve ser diferenciado, tomando-se como referncia a testada da primeira quadra prxima escarpa em vez da quadra adjacente orla. Dessa forma, pretende-se reduzir a barreira ventilao naturalmente gerada pela falsia, como tambm preservar sua paisagem e seu frgil ecossistema, decorrente da ao erosiva martima.5.2. Mobilidade e Densidade UrbanasQuando as cidades crescem de forma no planejada, no h a preocupao em distribuir as facilidades urbanas no territrio. Nesses casos, a ausncia de ao do Poder Pblico local acaba por facilitar a criao de reas e at bairros informais (como o caso da orla do Seixas). Essa populao cria uma alta demanda por infraestrutura bsica e principalmente por transporte pblico, enquanto isso, o centro da cidade fica subutilizado. Todos esses reflexos podem acabar comprometendo a mobilidade das pessoas no espao urbano, gerando assim uma corrente sem fim, um ciclo vicioso (Figura 22).

Figura 22: Ciclo vicioso da mobilidade urbana.

Fonte: A mobilidade urbana no planejamento das cidades. Ministrio das Cidades. IBAM.

Segundo o Ministrio das Cidades (2004) as principais diretrizes para a construo de um novo paradigma, relativo mobilidade urbana so:1- Diminuir o nmero de viagens motorizadas;

2- Repensar o desenho urbano;

3- Repensar a circulao de veculos;

4- Desenvolver os meios no motorizados de transporte;

5- Reconhecer a importncia do deslocamento dos pedestres;

6- Proporcionar mobilidade s pessoas com deficincia e restrio de mobilidade;

7- Priorizar o transporte coletivo; considerar o transporte hidrovirio;

8- E por fim, estruturar a gesto local.Para ilustrar a grande quantidade de questes que envolvem a mudana de paradigma no planejamento da mobilidade urbana em sua complexidade, o diagrama abaixo agrupa essas diretrizes:

Figura 23: Planejamento de mobilidade urbana.

Fonte: Mobilidade urbana em planos diretores. LIMA, Maria Rosa Tesser. Ps-Graduao, UFSC. 2010.

As questes que no apresentam ramificaes que as exemplifique, como gesto, meio ambiente, transporte urbano coletivo, sinalizao e comunicao, sinalizam que necessrio o trabalho de uma equipe multidisciplinar, alm de arquitetos e urbanistas para desenvolver cada aspecto que envolve o processo de planejamento da mobilidade: engenheiros, gegrafos, economistas, socilogos, administradores, bilogos, sanitaristas.A orla martima de Joo Pessoa experimenta, assim como a de outros municpios litorneos brasileiros, o agravamento dos problemas relacionados mobilidade e densidade urbana. O acelerado crescimento populacional na regio, que nos ltimos anos vem incorporando edifcios multifamiliares em sua ocupao, a inexistncia de planejamento urbano coerente de longo prazo capaz de ordenar o trnsito e o sistema virio, alm da ausncia de ciclovia em vrios trechos e caladas de qualidade, so fatores que dificultam o deslocamento na regio, sobretudo para os usurios do transporte pblico coletivo.

Partindo da ideia de que a mobilidade centrada nas pessoas e no nos veculos, as propostas de planejamento quanto ao sistema virios, sero as seguintes:

I No Cdigo de Urbanismo vigente, o Anexo 7 do Quadro do Sistema Virio determina que edificaes dos tipos R5 (mais de duas habitaes por lote, agrupadas verticalmente em edificaes que tenham altura limitada em trs pavimentos sendo em todos os casos admitindo a soluo duplex para o ltimo pavimento) e R6 (mais de duas habitaes por lote, agrupadas verticalmente em edificaes que tenham altura limitada em trs pavimentos considerando-se obrigatrio o uso de pilotis), devem obrigatoriamente possuir 1 vaga de garagem por unidade domiciliar de at 150m e obrigatoriamente 2 vagas de garagem por unidade domiciliar com mais de 150m. Tendo em vista a especulao imobiliria (unidades domiciliares a partir de 150m nesta localidade representam um valor aquisitivo para pessoas a partir da classe mdia alta, logo, havero mais do que um veculo por domiclio) e o estrangulamento virio que a regio da orla vem sofrendo, prope-se duas vagas de garagem obrigatoriamente por unidade domiciliar de at 150m e trs vagas de garagem obrigatoriamente por unidade domiciliar com mais de 150m.

II Em todo o trecho da orla de Manara torna-se proibido estacionar nas duas faixas da Avenida Joo Maurcio (a avenida que margeia a orla de Manara), privilegiando o uso habitacional de baixo impacto, estabelecendo relaes de comrcio e servios vicinais em propores compatveis com a vocao da via de uma orla martima e a densidade populacional responsvel.

III Em consequncia do Tpico II, todas as vias que fazem ligao perpendicular direta com a Avenida Joo Maurcio devem conter, de acordo com sua largura, pelo menos uma faixa com permisso para estacionamento (Figura 24).Figura 24: Situao proposta.

Fonte: Produo do aluno com base no Google Mapas.

IV Em vias de mo nica e vias estreitas de mo dupla, ser permitido estacionar apenas em um lado da via, ficando ento proibido o estacionamento no lado oposto, a fim de evitar o estrangulamento dessas vias.V Todas as vias caracterizadas como Locais devem ter como seu material de piso o paraleleppedo ou material com similares propriedades, numa investida de assegurar o pedestre, diminuir a velocidade dos veculos e no prejudicar a permeabilidade do solo.VI Em toda extenso da orla, as caladas devem ser limpas, conservadas, com piso antiderrapante, em inclinao e largura adequada circulao e mobilidade, livres e desimpedidas de quaisquer obstculos (Figura 25), pblicos ou particulares, fixos ou no, especialmente, de mesas, cadeiras, canteiros, jardineiras, prismas de concreto, automveis, mobilirios urbanos e de concessionrias de servios pblicos, de acordo com o Estatuto do Pedestre da Lei N 11.101 de 23 de Julho de 2007.

Figura 25: Situaes erradas que devem ser evitadas.

Fonte: Guia prtico para a construo de caladas. 2 Edio.

5.3. Drenagem UrbanaPara descomprometer a balneabilidade das praias (Figura 26) necessita-se complementar o sistema de esgotamento sanitrio existente nos cursos dguas sem sobrecarregamento. Prev-se o aumento da infiltrao das guas das chuvas por meio de pavimentos permeveis.

Figura 26: Placa com a informao da balneabilidade da praia de Manara, Joo Pessoa.

Fonte: Acervo pessoal.

Tomar medidas preventivas como a manuteno do sistema sanitrio, virio e subterrneo, tanto na orla martima como dentro dos bairros, prestando um servio de qualidade para a populao.

As reas ribeirinhas e inundveis no devem ser ocupadas, ficando livre para uso pblico como criao de parques urbanos e reas verdes voltados para a populao.

5.4. Preservao AmbientalOs elementos naturais ar, solo, subsolo, fauna, flora e gua, alm dos ecossistemas originais da orla martima de Joo Pessoa so essenciais qualidade de vida, sendo necessrio sua manuteno e proteo, com a finalidade de garantir condies do equilbrio urbano.

Inspirado no Artigo 175 da Lei Orgnica do Municpio de Joo Pessoa, prope-se que a primeira quadra da falsia do Cabo Branco (Figura 27) distar cento e cinquenta metros da escarpa da falsia, para o interior do continente para evitar a formao e acelerao de processos erosivos nas reas a serem loteadas e urbanizadas.

Figura 27: Vista Area do Farol do Cabo BrancoFonte: Secretaria de Turismo da Paraba

Investir na educao ambiental nas escolas, mostrando as futuras geraes o quanto importante a preservao desse ecossistema frgil. Alm de oferecer cursos preparatrios para guia turstico e cultural para a rea do Farol do Cabo Branco que amplamente visitado por sua posio privilegiada geograficamente.

Analisar os projetos previstos para orla de iniciativa pblica ou privada para conservar os ecossistemas naturais, impedindo que aja ameaa ao patrimnio paisagstico e cultural. Tambm evitar que os projetos propostos prejudiquem os acessos e usos coletivos das praias e o usufruto da paisagem.

Implementar a coleta de lixo seletiva (Figura 28) nos bairros da cidade, bem como nos bairros da orla, para a despoluio das vias, rios, mares e locais pblicos, aplicando multas ambientais a quem descumpri-la.

Figura 28: Coleta de Lixo Seletiva

Fonte: http://oceventos.blogspot.com.br/2011/03/saiba-o-que-pode-ser-encaminhado-para.html

As comunidades localizadas dentro dos bairros que delimitam a orla martima de Joo Pessoa, a exemplo da comunidade do So Jos, em Manara (Figura 29), devem receber investimentos prioritrios para melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento local. Deve-se fazer um levantamento da situao atual das comunidades, removendo as famlias que moram em rea de risco.

Figura 29: Comunidade do So Jos, Manara

Fonte: http://sinestesiaurbana.wordpress.com/2013/06/03/a-importancia-das-areas-de-preservacao-permanente-para-a-estruturacao-de-uma-cidade-urbano-sustentavel/

Os pescadores, por serem a populao tradicional do bairro de Tamba, tem garantido o direito de viver dos seus costumes, usos e tradies especficas. Cabendo as polticas pblicas resolver as situaes das ocupaes irregulares tanto das pessoas que moram nas comunidades como dos hotis, bares e condomnios fechados de alto padro, atravs de instrumentos de regularizao fundiria como a Concesso de Direito Real do Uso (CDRU), usucapio especial urbano como dispe no Estatuto da Cidade, direito de superfcie, entre outros.

5.5. LazerNa orla de Joo Pessoa, deve-se instalar em cada bairro um Playground (Figura 30), uma Academia ao Ar Livre (Figura 31) e uma rea Esportiva, com quadras de poliesportiva e de areia (Figura 32) e pista de skate (Figura 33), sendo distribudos de forma equidistante ao longo da faixa litornea. Tambm se deve prover cada um desses pontos com estruturas de apoio, sendo um posto mdico, um posto policial e, no mnimo, um quiosque de alimentao, com banheiros pblicos, alm de se recuperar o piso, a vegetao e o mobilirio urbano dos calades e praas j existentes na faixa costeira do municpio.

Figura 30: Playground, em Nortelndia, Mato Grosso.Fonte: http://www.amm.org.br/amm/constitucional/noticia.asp?iId=239580&iIdGrupo=6233

Figura 31: Academia ao Ar Livre, em Guaratuba, Paran.Fonte: http://www.guaratuba.pr.gov.br

Figura 32: Quadras na praia de Pajuara, em Macei.Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=495988

Figura 33: Pista de Skate na praia de Pajuara, em Macei.Fonte: http://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/04/0d/93/3f/pista-de-skate-em-pajucara.jpgA ciclovia j existente ao longo da orla deve ser complementada a fim de integrar todos seus bairros, sendo resguardados trechos no urbanizados e/ou de preservao ambiental, como a Ponta do Cabo Branco, conforme o Artigo 170 da Lei Orgnica para o Municpio de Joo Pessoa. Tambm deve ser provida de pontos de apoio e de aluguel de bicicletas, distribudos de forma equidistante ao longo da orla, preferencialmente nas reas de lazer instaladas.

Ressalva-se que em bairros litorneos de menor porte, como a Penha (Figura 34), caracterizada por sua comunidade pesqueira, deve-se realizar estudos mais aprofundados sobre o impacto da instalao de tais infraestruturas de lazer, conforme o Artigo 174 da Lei Orgnica para o Municpio de Joo Pessoa, sendo sua implantao votada pela populao local, caso sejam comprovados impactos negativos comunidade e/ou ecossistema local.

Figura 34: Comunidade da Penha, Joo Pessoa.Fonte: http://paraibanos.com/joaopessoa/mapas/penha.htm6. CONSIDERAES FINAIS

A partir das informaes obtidas neste trabalho, conclumos que o crescimento desordenado, rpido e descontrolado fez com que o espao urbano da orla martima de Joo Pessoa sofresse com desequilbrios urbano-sociais, e que influenciou diretamente na qualidade ambiental.

Diante da problemtica encontrada, como por exemplo, saturao das redes de gua e de esgotos, poluio sonora e visual, estrangulamento do trnsito, verticalizao, carncia de praas e reas verdes, falta de segurana e de acessibilidade. Baseando-se em outras regies semelhantes nossa, atribumos uma srie de medidas com fim de tentar solucionar/ melhorar estes aspectos negativos.

Controle da verticalizao com aes diferenciadas para o setor que se localiza na Falsia do Cabo Branco, implantao de locais recreativos, como academias e playgrounds, ciclovias em toda orla pessoense, manuteno do sistema sanitrio, virio e subterrneo e medidas diretas no sistema virio, foram os principais projetos elucidados no trabalho, tendo como a maior ferramenta de implantao destas ideias a educao ambiental fundamental para todos os cidados, principalmente para crianas e adolescentes nas escolas pblicas e particulares.

Porm, a principal dificuldade para as mudanas no plano diretor vigente a questo da iniciativa privada, fortemente voltada para construo civil, pois quesitos como reduo do gabarito no bairro Altiplano Nobre, na rea imediata da falsia e o aumento obrigatrio do nmero de vaga por edifcio residencial, interferem diretamente no custo das edificaes.

Por fim, fica claro que o Plano Diretor uma ferramenta indispensvel para todas as cidades, ele quem aponta os rumos para um desenvolvimento local economicamente vivel, socialmente justo e ecologicamente equilibrado, propondo solues e melhorias da qualidade da gesto pblica local, tornando-a mais apta a utilizar os recursos pblicos e a prestar melhores servios populao, tendo conscincia que para que tudo isso se concretize crucial o envolvimento dos cidados.

7. REFERNCIAS

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