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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEPDET/TURISRIO - 2001 DIAGNÓSTICO 1 GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Governador Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira Secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo - SEPDET Tito Bruno Bandeira Ryff Presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO Sérgio Ricardo Martins de Almeida Equipe Técnica José Augusto Guedes Falcão - SEPDET Coordenador Aguinaldo César Fratucci - TURISRIO Alvaro José Cruz Pessanha - SEPDET Annabella Blyth - SEPDET Carlos Alberto Guedes Falcão - TURISRIO Elaine Henriques - TURISRIO Lucia Helena do Nascimento - SEPDET Mara Lúcia Paquelet Pereira - SEPDET Regina Tavares de Rezende – SEPDET

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SEPDET/TURISRIO - 2001 DIAGNÓSTICO

1

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Governador Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira Secretário de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo - SEPDET Tito Bruno Bandeira Ryff Presidente da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO Sérgio Ricardo Martins de Almeida

Equipe Técnica

José Augusto Guedes Falcão - SEPDET Coordenador

Aguinaldo César Fratucci - TURISRIO

Alvaro José Cruz Pessanha - SEPDET

Annabella Blyth - SEPDET

Carlos Alberto Guedes Falcão - TURISRIO

Elaine Henriques - TURISRIO

Lucia Helena do Nascimento - SEPDET

Mara Lúcia Paquelet Pereira - SEPDET

Regina Tavares de Rezende – SEPDET

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Colaboradores

Angela Peres da Silva

Cibele Gonçalves Azevedo Correia

Érica Gomes Salviano

Iracema Costa Franco

Jorge Fernandes da Cunha Filho

Leda Lúcia Falcão Queiroz

Mirian Cutz

Mônica de Souza Araujo

Roberto Adler

Estagiários TURISRIO

Branca Bandeira Rodrigues

David Melo Guerrero

Tatiana Antunes Arldt

Consultores Dosdin/DHVMC

José Augusto de C. Barreiros Cotta Coordenador

António José Sá

Carlos Cabral Tavares de Lima

Geraldine Saviano

José Maria Gomes Caldas

Vanda Rodrigues Jesus

Venicio Giachini

Rui Miguel Fraga

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Grupo Técnico de Acompanhamento - GTA (Decreto nº 27.283/2000) Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMADS Paulo Dias Pizão Célia Amorim Lisboa Secretaria de Estado de Cultura - SEC Delzimar Coutinho Dina Lerner Maria Cristina Monteiro Secretaria de Estado de Transportes – SET Delmo Manoel Pinho Ricardo Lucas Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP Tenente-Coronel Carlos Alberto Soares Gomes Major Paulo Sergio

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Parte I APRESENTAÇÃO E DIRETRIZES

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SUMÁRIO VOLUME I PARTE I - APRESENTAÇÃO E DIRETRIZES 1 INTRODUÇÃO 1 2 OBJETIVOS E PRESSUPOSTOS 4 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 7 3.1 Conceituação dos Consumidores Típicos:

Turistas e Categorias Assemelhadas 9 3.2 Produtos 11 3.3 Etapas 13

4 EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA 15 4.1 A Consolidação do Turismo como Produto 16 4.2 O Contexto Atual 18 PARTE II - DIAGNÓSTICO DO TURISMO NO ESTADO

1 PANORAMA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 21 1.1 Aspectos Naturais 23 1.2 Aspectos Históricos e Culturais 34 1.3 Aspectos Institucionais e Paisagísticos das Regiões Turísticas 43 1.4 Aspectos Sócio-Econômicos das Regiões Turísticas 56 2 OFERTA TURÍSTICA 69 2.1 Conceituação 70 2.2 Atrativos Turísticos 72 2.3 Equipamentos e Serviços Turísticos 99 2.4 Infra-Estrutura de Apoio Turístico 112 2.5 Formação de Recursos Humanos 128

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3 DEMANDA TURÍSTICA 140 3.1 Turismo 141 3.2 Veraneio 157 3.3 Excursionismo 162 3.4 O Perfil Atual da Demanda do Mercado Nacional para o Estado 166 3.5 Pólos Emissores e Perfil dos Consumidores por Região Turística 168 4 MERCADO TURÍSTICO 184 4.1 A Expansão da Economia do Turismo 185 4.2 Participação do Turismo na Economia do Estado 187 4.3 Principais Investimentos no Setor 190 4.4 A Performance da Atividade nas Regiões Turísticas 193 5 PROMOÇÃO E MARKETING 201 5.1 Evolução da Imagem Turística do Estado do Rio de Janeiro 202 5.2 Ações do Poder Público e da Iniciativa Privada 205 5.3 Canais de Distribuição e Sistema de Promoção e Comercialização 208 5.4 Calendário de Eventos 209 5.5 Roteiros Turísticos Comercializados 215 6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS 217 6.1 Perfil e Estrutura dos Órgãos Oficiais de Turismo 218 6.2 Análise da Legislação Turística e Ambiental Vigente 222 7 CONCLUSÕES 239 7.1 Oferta Turística 240 7.2 Demanda Turística 245 7.3 Imagem Turística 246 7.4 Capacidade Competitiva do Estado do Rio de Janeiro 248 PARTICIPANTES NAS REUNIÕES REGIONAIS 250 PARTICIPANTES NAS REUNIÕES SETORIAIS E SEMINÁRIOS 254 SIGLAS 256 BIBLIOGRAFIA 258

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VOLUME II PARTE III - PROPOSIÇÕES 1 INTRODUÇÃO 1 2 PRESSUPOSTOS E MARCOS CONCEITUAIS 4 2.1 Da Conceituação Adotada 5 2.2 Do Tratamento e Sistematização da Informação 5 2.3 Da Política Estadual de Turismo 6 2.4 Da Consolidação do Produto Turístico 7 2.5 Do Modelo de Ocupação Territorial 8 3 PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE 10 3.1 Impactos Ambientais 11 3.2 Impactos Sociais 13 3,3 Impactos Econômicos 14 4 PLANO DE AÇÃO E PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO 19

DE ÂMBITO ESTADUAL 4.1 Desenvolvimento Institucional 21 4.2 Infra-Estrutura de Apoio 30 4.3 Sistema de Informação 45 4.4 Fomento à Atividade 52 4.5 Consolidação do Produto Turística 62 5 ESPACIALIZAÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA 75 5.1 Zoneamento Turístico do Estado 76 5.2 Regionalização Turística Proposta 97 6 CARACTERIZAÇÃO E PROPOSIÇÕES DE ÂMBITO REGIONAL 104 6.1 Regiões Turísticas 105 6.2 Áreas de Desenvolvimento Estratégico 159 7 NORMATIVOS APLICÁVEIS AO TURISMO 180 7.1 Normas de Proteção aos Recursos Turísticos 181 7.2 Normas Relativas à Regulamentação da Atividade 159 8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO DO PLANO 197 8.1 Programa de Acompanhamento e Monitoramento 204 BIBLIOGRAFIA 206

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1 INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO A Constituição do Rio de Janeiro, em seu Artigo 227, determina como uma das funções do Estado “a promoção e o incentivo ao turismo como fator de desenvolvimento econômico e social, bem como de divulgação, valorização e preservação do patrimônio cultural e natural, cuidando para que sejam respeitadas as peculiaridades locais, não permitindo efeitos desagregadores sobre a vida das comunidades envolvidas, assegurando sempre o respeito ao meio ambiente e à cultura das localidades onde vier a ser explorado.” O dispositivo constitucional determina ainda que o instrumento básico de intervenção no setor será o Plano Diretor, que “deverá estabelecer, com base no inventário do potencial turístico das diversas regiões, e com a participação dos Municípios envolvidos, as ações de planejamento, promoção e execução da sua política”. Contextualizando-se nestas premissas, o Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro foi elaborado como pressuposto fundamental e dispositivo privilegiado ao pleno desenvolvimento da atividade turística, considerando sua importância para a consolidação de diretrizes e políticas estaduais para o setor e, sobretudo, para assegurar sua efetiva implementação. Além das inequívocas particularidades e reconhecidas potencialidades turísticas próprias do território estadual, há que se considerar a necessidade de maximizá-las, de modo compartilhado com os demais Estados da Região Sudeste, visto que se deve buscar a aplicação de uma política ordenada e integrada de desenvolvimento do setor, instituindo normas que representem o esforço comum na qualificação e intensificação da atividade turística. Consoante com esta estratégia, o Governo Federal instituiu o Programa Nacional de Desenvolvimento Turístico - PRODETUR, e nesse sentido, os Governos dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo assinaram um protocolo constituindo a Comissão de Turismo Integrado da Região Sudeste - CTI/SE, tendo como objetivo prioritário a consolidação dos interesses comuns e afirmando a intenção de concretizá-los através do PRODETUR/Sudeste. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, no intuito de atender à disposição constitucional, definiu como prioridade a elaboração do Plano Diretor de Turismo. Para tanto, indicou a constituição de uma Equipe de Coordenação, a cargo de técnicos da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO e da, então, Secretaria de Estado de Planejamento e Controle - SECPLAN, com a atribuição de levantar, analisar e consolidar os dados, documentos e programas existentes e intervenientes com a questão turística. Coube também a esta Equipe orientar a obtenção de informações específicas, a serem fornecidas pelos órgãos setoriais e pelas Prefeituras Municipais integrantes da área de estudo, além de contatar e articular-se com outras instituições voltadas, direta ou indiretamente, para o desenvolvimento turístico no Estado. O trabalho de articulação intersetorial do plano foi institucionalizado com a formação do Grupo Técnico de Acompanhamento do Plano Diretor - GTA, instituído pelo Decreto nº 27.283 de 19 de outubro de 2000.

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O primeiro relatório da Equipe de Coordenação consolida o Diagnóstico do Plano Diretor de Turismo do Estado, elaborado nos anos 1998 e 1999, e que é apresentado também de forma sintetizada em Relatórios Executivos para cada uma das Regiões Turísticas do Estado. Com base neste material foram realizados, no decorrer do ano de 2000, diversos encontros regionais com municípios e representações de mercado na escala regional, onde foram discutidas as limitações e potencialidades para o desenvolvimento do turismo nas respectivas regiões, e as principais ações e intervenções para o desenvolvimento regional da atividade. Foram realizadas ainda reuniões com as principais representações de mercado na escala estadual, no intuito de detectar os principais entraves à atividade, bem como os pontos efetivos e potenciais de ancoragem para o seu desenvolvimento. No segundo semestre de 2000, incorporou-se à equipe de coordenação uma consultoria externa, contratada, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, para desenvolver alguns aspectos do Plano, especialmente no que se refere ao desenvolvimento institucional, aos recursos humanos e aos aspectos relativos a promoção e marketing. O Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro compõe-se de: Volume 1, contendo Parte I – Apresentação e Diretrizes do Plano e PARTE II – Diagnóstico do Turismo no Estado; e Volume 2, apresentando Parte III – Proposições. Os relatórios apresentados pela consultoria externa, bem como as informações e dados, estes sistematizados em quatro Anexos, e que serviram de referência para a consecução do Plano, encontram-se disponíveis para consulta na SEPDET. Os Anexos referidos são os abaixo relacionados: ANEXO I - OFERTA TURÍSTICA: ATRATIVOS TURÍSTICOS E MEIOS DE HOSPEDAGEM

PARTE I - Região Metropolitana Região da Costa Verde

PARTE II - Região Serrana A Região Serrana B

PARTE III - Região da Costa do Sol Região Serramar Região Norte ANEXO II - ATAS DAS REUNIÕES REGIONAIS E SETORIAIS ANEXO III - PROGNÓSTICO - REGISTRO DO PROCESSO DE TRABALHO ANEXO IV - LEGISLAÇÃO

PARTE I - Legislação Federal PARTE II - Legislação Estadual

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2 OBJETIVOS E PRESSUPOSTOS

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2 OBJETIVOS E PRESSUPOSTOS O Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro tem como objetivos: ?? Atender aos preceitos da Constituição do Estado do Rio de Janeiro, que determina sua

elaboração, diagnosticando a situação atual do turismo, no sentido de identificar propostas de desenvolvimento para o setor.

?? Resgatar e sistematizar as informações e dados sobre a atividade turística no Estado, em bases consolidadas, no sentido de oferecer aos setores públicos, eficazes instrumentos de gestão, e aos investidores e consumidores, alternativas e possibilidades de desenvolvimento e aproveitamento do setor.

?? Consolidar o turismo como um dos principais segmentos econômicos do Estado, gerando novos empregos, incrementando a captação de receitas e valorizando as comunidades locais, através da elevação do seu nível de qualidade de vida.

A elaboração do Plano Diretor vem se pautando nos princípios e diretrizes do Governo Estadual e, ainda, por ações do Governo Federal traçadas para o setor, que são assim resumidas: ?? Reforçar a identidade turística estadual, respeitadas as peculiaridades regionais e

ambientais. ?? Integrar o PRODETUR/SE, posicionando o Estado como principal pólo de atração turística

regional e nacional. ?? Transformar a atividade turística em segmento pró-ativo e diferenciado em produtos e

serviços. ?? Dotar o setor de uma base competitiva de infra-estrutura. ?? Efetivar a implementação do Programa Nacional de Municipalização do Turismo no

Estado do Rio de Janeiro. A proposta de elaboração do Plano Diretor concebido pela equipe técnica pauta-se, genericamente, nos seguintes pressupostos: ?? Articulação com os municípios e representações do mercado, no sentido de

encaminhar e debater as propostas do Estado, facilitando o seu posicionamento na consolidação da política inter-regional para o setor.

?? Estabelecimento de um fluxo constante de informações e debate entre as instâncias governamentais, políticas e técnicas, envolvidas na elaboração do Plano Diretor.

?? Integração entre os órgãos do Estado, responsáveis pela definição e implementação de políticas, programas e projetos setoriais que sejam de importância para o setor turístico.

?? Participação direta das Prefeituras Municipais no levantamento de carências, potencialidades e propostas para o setor.

?? Discussão ampliada, em seminários, com a comunidade, com agentes e com entidades do setor privado, para finalização do Diagnóstico e definição de Proposições.

?? Sistematização das informações e dados disponíveis, de modo a agilizar a conclusão do Plano, que deve avaliar inclusive o estágio e a qualidade das informações e dados disponíveis com vistas a proposições neste sentido.

É importante registrar que, sendo uma das atividades mais dinâmicas das economias modernas e constituindo uma área prioritária do desenvolvimento sócio-econômico, o

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Turismo tem de ser analisado num contexto de economia global e integrada, devendo permitir: ?? A canalização de importantes recursos financeiros, públicos e privados, através de

programas e projetos cuidadosamente preparados, para se conseguir criar um ambiente acolhedor de iniciativas empresariais.

?? O desenvolvimento equilibrado e harmônico apoiado num crescimento auto-sustentado, capaz de fomentar atividades econômicas diversificadas.

?? A promoção do nível de qualidade de vida das populações locais. Neste sentido, o desenvolvimento da atividade deve respeitar o princípio do desenvolvimento integrado, potenciando e valorizando os recursos turísticos da sua área de influência em harmonia com os restantes setores econômicos, ao mesmo tempo que procurará fomentar o surgimento de atividades em outros setores. Finalmente, o estabelecimento e a implementação de uma política pública que propicie a geração de empregos, a recuperação e o desenvolvimento regional, tendo por base a atividade turística, exige a adoção de uma série de instrumentos complementares ao Plano Diretor, assim identificados: ?? Cooperação técnica para elaboração e implementação, no âmbito do Estado, de

planos regionais integrados de desenvolvimento turístico. ?? Sistematização das informações e estabelecimento de uma rede estadual de operações

turísticas. ?? Incentivo à formação de agentes e fortalecimento de consórcios turísticos

intermunicipais. ?? Estruturação e apoio ao desenvolvimento turístico dos municípios e elaboração dos

planos municipais de turismo.

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

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3 ASPECTOS METODOLÓGICOS O desenvolvimento do Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro teve como pressuposto básico constituir um foro de informação, reflexão e debate sobre as questões relativas ao desenvolvimento do turismo no Estado, propiciando a discussão permanente entre agentes públicos e privados, de modo a garantir os seguintes princípios: ?? Fluxo de informações entre as instâncias política e técnica do Governo do Estado do Rio

de Janeiro. ?? Articulação dos órgãos setoriais do Estado através da formação de grupo técnico de

trabalho. ?? Participação dos governos municipais no levantamento de carências e potencialidades

e na formulação de propostas. ?? Discussão ampliada com entidades representativas do setor privado para a finalização

do Diagnóstico e das Proposições. A definição dos resultados pretendidos, as propostas e os produtos finais do Plano estão fundamentados na sistematização e análise dos dados relativos ao Estado, no que se refere aos seus aspectos naturais, histórico-culturais e sócio-econômicos, contextualizados na atividade turística atual e numa perspectiva de expansão para os próximos dez anos. O encaminhamento do trabalho deve ser avaliado e adequado durante todo o processo de implantação do Plano, permitindo adaptações às efetivas possibilidades de sua realização e aos desdobramentos surgidos a partir dos contatos e debates com os agentes públicos e privados envolvidos. Optou-se pela definição inicial dos produtos que consubstanciam este Plano, no quadro das suas possíveis e almejadas formas de implantação, a partir dos quais foram definidas as diversas etapas do processo de trabalho, os procedimentos e caminhos que permearam a sua realização. São os seguintes os produtos obtidos: ?? Diagnóstico do Turismo no Estado ?? Pressupostos, Marcos Conceituais e Perspectivas para o Desenvolvimento da Atividade ?? Plano de Ação e Propostas de Intervenção ?? Espacialização da Atividade ?? Quadro Normativo e Regulador da Atividade Turística ?? Etapas de Implantação e Programa de Acompanhamento e Monitoramento São as seguintes as etapas do processo de trabalho realizadas: ?? Elaboração do Diagnóstico. ?? Análise Prospectiva - Sistematização das Proposições e Zoneamento Turístico ?? Organização e Sistematização das Proposições A partir da elaboração do Diagnóstico, a consultoria externa desenvolveu, de forma mais detalhada, os aspectos relativos a desenvolvimento institucional, recursos humanos e promoção e marketing, cujos resultados estão incorporados a este Plano.

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No âmbito da consultoria externa, foi realizada uma pesquisa nos mercados emissores internacionais – Alemanha, Argentina, Estados Unidos da América, Itália e Portugal - através da realização de entrevistas com operadores e agentes locais, apresentando dados agregados para o Brasil. Os pólos emissores de demanda internacional referidos foram selecionados pelo BID, que financiou esta consultoria externa. As ações de pesquisa realizadas em cada um desses mercados, a coleta de informação relevante sobre os mesmos e os resultados das entrevistas efetuadas em cada um constituem o conjunto de informações que, uma vez tratadas em função dos objetivos pretendidos, originaram a elaboração de um relatório e volume específico, que integra o conjunto do trabalho da consultoria externa. Os demais relatórios integrantes do trabalho da consultoria externa estão devidamente relacionados na bibliografia, constituindo referências básicas de consulta para a implementação deste Plano. A compartimentação regional adotada para a agregação de dados do Diagnóstico é aquela relativa à regionalização turística instituída pelo Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do Rio de Janeiro, de 1982. Na etapa das Proposições, o recorte regional adotado é aquele proposto como base do Projeto de Institucionalização da Regionalização Turístico Estadual, integrante do Macroprograma de Desenvolvimento Institucional apresentado neste Plano. O detalhamento de cada item da metodologia de trabalho é apresentado a seguir, tendo como ponto de partida a conceituação dos diversos tipos de visitantes que correspondem aos diferentes tipos de consumidores dos produtos turísticos. Esta conceituação é a referência básica para o encaminhamento do trabalho e para a organização dos produtos que integram o Plano. 3.1 CONCEITUAÇÃO DOS CONSUMIDORES TÍPICOS: TURISTAS E CATEGORIAS ASSEMELHADAS Objetivando abranger as diversas formas de manifestação do fenômeno turístico e, ao mesmo tempo, estabelecer claramente os seus marcos teóricos e respectivos territórios de atuação, o trabalho tem como ponto de partida a definição das categorias de consumidores turísticos, o que define um quadro conceitual de referências e seu vocabulário específico, oferecendo um sentido “pragmático” ao desenvolvimento do trabalho. O conceito de turista é ambíguo na linguagem e apreensão populares, ensejando uma amplitude de interpretações acerca de diversas categorias de consumidores e de diferentes produtos e serviços, o que prejudica uma análise precisa do fenômeno e dos seus impactos nas diversas áreas onde ele se manifesta. Neste capítulo é apresentada, com base nas definições oficiais da Organização Mundial do Turismo - OMT, uma conceituação de cada tipo de consumidor, definindo as categorias turista, veranista e excursionista.

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De acordo com a conceituação da OMT, “o turismo compreende as atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e permanências em lugares distintos ao de seu entorno habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com fins de ócio, por negócios e outros motivos”. “O turismo se refere a todas as atividades dos visitantes, incluídos os turistas (visitantes que pernoitam) e os visitantes de um dia que não pernoitam (excursionistas)”.1 Mesmo considerando que diversas ações propostas no âmbito deste Plano podem responder a demandas comuns de diversas categorias de consumidores, é importante a sua distinção para a definição dos agentes envolvidos. Na medida da disponibilidade e da produção de informações e dados sobre a demanda, a classificação nas categorias Turista, Veranista e Excursionista, possibilita enquadrá-los em diversos sub-grupos por renda, idade, origem, motivação, etc, permitindo a definição do perfil da demanda, bem como da sua evolução, para cada uma dessas categorias indicadas. 3.1.1 O Conceito de Turista Turista, de acordo com a definição da OMT, “é o visitante temporário, por pelo menos 24 horas, e cujos motivos podem ser classificados sob os seguintes títulos”: a) Lazer, recreação, férias, saúde, estudo, religião, esporte. b) Nnegócios, família, missões, reuniões. No âmbito deste trabalho, interessa analisar a relação de consumo desses visitantes, especificamente no que se refere à forma de hospedagem utilizada, levando a estabelecer uma distinção entre o que são os turistas propriamente ditos e os veranistas. A distinção entre essas duas categorias, ambas contidas no interior da definição da OMT, refere-se à diferença dos impactos resultantes dos fluxos de visitantes correspondentes a esses tipos de consumidores, sejam qualitativos ou quantitativos, o que deve ensejar, também, ações diferenciadas para a sua expansão e desenvolvimento. Portanto, para o contexto deste trabalho, os turistas propriamente ditos, doravante denominados simplesmente turistas, quaisquer que sejam as suas modalidades ou motivações de viagem, são os que utilizam serviços locais de hospedagem. 3.1.2 O Conceito de Veranista Veranista é o visitante que utiliza uma segunda residência no destino, seja como proprietário, como locatário ou como convidado, dispensando os serviços locais de hospedagem para a sua permanência. Trata-se de um fenômeno das sociedades modernas, freqüentemente confundido com o turismo, e que tem profundas repercussões na organização espacial das áreas onde ocorre. Além disso, assume grandiosas proporções, sobretudo no que se refere aos deslocamentos maciços que ocorrem, nos fins-de-semana e feriados prolongados, dos grandes centros urbanos para regiões próximas.

1 Organisation Mondiale du Tourisme, 1992, p.4

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Conhecido como “veraneio” ou “mercado de 2ª residência”, este fenômeno está estreitamente relacionado ao turismo, tanto no que diz respeito aos seus territórios comuns de atração, quanto na sua articulação e, mesmo, superposição dos investimentos, sendo de certa forma concorrenciais quanto aos potenciais consumidores. Segundo Maria do Socorro Coelho, “a expansão deste fenômeno é produto de uma estratégia do capital imobiliário para ampliar o mercado de consumo da produção habitacional, por mecanismos indutores, para uma demanda solvável limitada”.2 3.1.3 O Conceito de Excursionista Excursionista, a 3ª categoria de visitante que interessa destacar, refere-se àquele visitante que não pernoita no local visitado, permanecendo menos de um dia, segundo a definição da OMT. Trata-se também de uma distinção importante para o Plano Diretor, uma vez que o excursionismo se desenvolve no mesmo território, trazendo implicações, conflitos e interfaces com o turismo e o veraneio. Além disso, é um fenômeno que se expande a cada dia, principalmente nas proximidades do grande centro metropolitano, cuja escala de manifestação indica a necessidade de tratamento por parte do Poder Público. A delimitação clara dessas três categorias de consumidores permite uma classificação de áreas e recursos turísticos, de acordo com suas potencialidades, vocações e possibilidades de atração. Esta classificação será orientadora das ações prioritárias para a otimização de suas explorações, bem como de suas precisas inserções mercadológicas e de suas potenciais capacidades de gerar renda. O Plano Diretor, consoante com suas diretrizes, deverá oferecer tratamento diferenciado a essas categorias e, mais especificamente, buscará detalhar o caso daqueles que pernoitam. Este tratamento orienta a sua compartimentação, tanto na fase de diagnóstico, no que se refere às informações e dados resultantes da relação desses consumidores com o ambiente natural e sócio-econômico envolvido, como também direciona as projeções de cenários e as proposições decorrentes. Para cada uma das categorias e suas segmentações deverão ser buscadas as formas mais adequadas de tratamento e planejamento para o desenvolvimento da atividade. O monitoramento do Plano permitirá acompanhar a dinâmica do processo, a qual poderá indicar a necessidade de re-classificação de determinadas áreas turísticas, em decorrência da especialização e da expansão da atividade. 3.2 PRODUTOS 3.2.1 Diagnóstico do Turismo no Estado O Diagnóstico do Turismo no Estado, que integra o Volume I, foi elaborado a partir da sistematização e da análise citadas, e com a contribuição dos agentes que interagem no

2 Coelho. 1986, p. 13.

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desenvolvimento da atividade. Mais do que uma etapa do trabalho, foi tratado como produto, cujo conteúdo, além de subsidiar as etapas posteriores do Plano, poderá ser utilizado como instrumento que informe outras propostas e programas de desenvolvimento turístico. 3.2.2 Pressupostos, Marcos Conceituais e Perspectivas para o

Desenvolvimento da Atividade A partir das informações que compõem o Diagnóstico, e das discussões havidas com os representantes dos municípios e dos setores de mercado, são analisadas, à luz dos problemas e das potencialidades das regiões turísticas, as diversas formas e mecanismos de intervenção que orientam a Agenda de Proposições do Plano. Este produto consolida um momento de reflexão do trabalho, onde são analisados os impactos ambientais, sociais e econômicos e são definidos os critérios que embasam o conjunto de proposições e as formas de organização espacial que constituem a base territorial para a organização destas Proposições, que integram o Volume 2. 3.2.3 Plano de Ação e Propostas de Intervenção Com base nas diretrizes gerais da política para o setor, o Plano de Ação agrega todas as Propostas de Intervenção, em várias escalas de abrangência e nas diversas áreas temáticas, registrando e articulando, no tempo e no espaço, um conjunto de medidas a serem implementadas, tanto pelo setor público quanto pelo setor privado, organizando-se a partir dos temas a seguir: ?? Desenvolvimento Institucional ?? Infra-estrutura de Apoio ?? Sistema de Informação ?? Fomento à Atividade ?? Consolidação do Produto Turístico 3.2.4 Espacialização da Atividade Turística A Espacialização da Atividade tem como suporte o Zoneamento Turístico, que traduz em mapas a diversidade do território turístico estadual. Foram definidas diversas categorias de zonas que correspondem a características e qualidades relacionadas aos diferentes tipos de consumidores (turistas, veranistas e excursionistas); potencial e escala de atratividade; e, características e qualidades intrínsecas ao ambiente e ao território, que estão relacionadas ao que é comumente indicado como segmentação de mercado. A unidade de análise básica é o município, apresentando recorte diferente no caso de referências relativas às vocações turísticas. Um dos elementos básicos do Zoneamento é a pontuação da oferta turística, considerando-se os atrativos turísticos e a oferta de equipamentos e serviços, propiciando assim a hierarquização dos municípios quanto ao seu potencial de atratividade.

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A pontuação e a hierarquização são cruzadas com as diversas categorias de consumidores, tendo como resultado o mapeamento das várias formas de consumo turístico classificadas no território estadual, de acordo com o potencial e o perfil da atratividade atual. As categorias do mapeamento resultante não são excludentes, podendo haver superposição de categorias em determinadas áreas ou municípios. Com base nas diversas categorias de Zonas apresentadas, o Plano propõe uma nova Regionalização Turística em duas escalas que se sobrepõem territorialmente. Na primeira escala são identificadas 13 Regiões Turísticas, que atendem a objetivos de gestão da atividade, e na segunda escala são identificadas 8 Áreas de Desenvolvimento Estratégico – ADEs, que atendem aos objetivos relativos à promoção e ao marketing. 3.2.5 Quadro Normativo e Regulador da Atividade Turística O quadro normativo regulador toma como ponto de partida o arcabouço legal vigente e que se aplica, direta ou indiretamente, à atividade turística, tanto no que se refere à proteção dos recursos naturais e culturais, quanto no que se refere à regulamentação da atividade. O Plano apresenta uma consolidação do conjunto das normas aplicáveis, de modo a garantir o seu pleno domínio aos agentes, públicos e privados, relacionados ao desenvolvimento do turismo no Estado. Além disto, são encaminhadas indicações de revisão de algumas normas relativas à regulamentação da atividade, de modo a tornar mais eficaz a sua aplicabilidade. 3.2.6 Etapas de Implantação e Programa de Acompanhamento e

Monitoramento Trata-se de um produto complementar, cuja aplicação permitirá o efetivo acompanhamento e avaliação do Plano, através de um trabalho permanente de interação do governo estadual com os municípios e os demais agentes. Este programa tem como pressuposto fundamental a constituição de um sistema de informação que permita a avaliação, espacial e temporal, da atividade. A partir da implantação deste sistema, deverão ser propostas matrizes de avaliação que correlacionem os efeitos, diretos e indiretos, produzidos pela expansão da atividade no desenvolvimento local. Para essa avaliação, deverão ser definidos indicadores de medição dos efeitos da implementação das medidas propostas no âmbito do Plano. 3.3 ETAPAS 3.3.1 Elaboração do Diagnóstico O encaminhamento desta etapa toma como ponto de partida a caracterização de todo o território estadual, onde são avaliados seus aspectos naturais, histórico-culturais e sócio-econômicos, constituindo um quadro de referência para o Diagnóstico, que destaca e aprofunda mais especificamente as questões relativas à manifestação e ao desenvolvimento da atividade nas suas diferentes regiões turísticas.

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O Diagnóstico consolida informações sobre a oferta e a demanda turística no Estado, bem como sobre a infra-estrutura de apoio e operacional de suporte às atividades do setor. Também apresenta a análise da evolução da imagem do produto turístico estadual e das respectivas ações de promoção e marketing direcionadas para sua consolidação e desenvolvimento, além da análise da legislação relativa à regulamentação da atividade turística e da legislação de proteção dos bens culturais e do ambiente natural, considerados como atrativos turísticos. As formas de tratamento dos dados relativos à oferta e à demanda estão explicitadas na introdução dos respectivos capítulos. 3.3.2 Sistematização das Proposições e Estudo da Espacialização da

Atividade Nesta etapa efetuou-se a análise das potencialidades e das limitações à expansão da atividade turística no Estado, a partir do conteúdo do Diagnóstico e em conjugação com as informações resultantes das reuniões regionais e daquelas realizadas com as representações do mercado turístico, numa perspectiva que abrange os próximos dez anos. Também foram utilizadas análises e proposições apresentadas pela consultoria externa. Do resultado das reuniões regionais, foram identificadas as informações relativas às potencialidades e às limitações afetas ao desenvolvimento da atividade, servindo de referência para a elaboração da matriz que contém as propostas de ação e intervenção, tanto no âmbito estadual quanto no âmbito regional. O estudo da espacialização da atividade turística foi realizado a partir da definição do Zoneamento Turístico, o qual serviu de base para a proposta da nova Regionalização Turística do Estado. Foi incorporado a este estudo o conceito de Áreas de Desenvolvimento Estratégico – ADEs, apresentado pela consultoria externa.

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4 EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA

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4 EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE TURÍSTICA A economia do turismo constitui-se, a partir dos anos 50, em mercado de consumo que se expande territorialmente, à escala cada vez maior, ultrapassando fronteiras e adicionando novas rotas aos fluxos de pessoas que buscam destinos os mais diversos. Essa expansão, integrando áreas e regiões, tende a transformá-las em “locus” de produção e consumo da atividade. “Desenvolvem-se assim, no âmbito da emergente economia das trocas invisíveis, em escala nacional e internacional, o turismo e o lazer qualificados como uma nova modalidade de consumo de massa. Esta modalidade se expande na consolidação de novos mercados, onde bens (infra-estrutura, construções, alimento e produtos diversos) e serviços (transportes, hospedagem, alimentação, etc.) se integram para o consumo final. Este conjunto de bens e serviços oferece ao mercado de consumo as ‘condições de acessibilidade’ a um determinado lugar que se transforma em ‘destino’. O espaço, na dimensão do lugar, assume uma condição de objeto de consumo e como tal é tratado e comercializado. Comercialização esta onde o tratamento, a manipulação e a circulação de informações jogam um papel fundamental, característica comum marcante das sociedades ditas de serviços”.3 4.1 A CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO COMO PRODUTO O produto turístico compõe-se de um complexo de bens e serviços que se articulam na oferta de condições de acessibilidade a determinadas áreas do território, para o desfrute do tempo livre ou outras motivações, que impliquem no deslocamento do consumidor. Além da complexa rede de agentes que atua diretamente na sua produção e comercialização, como as companhias transportadoras, os meios de hospedagem e as agências de viagens, uma série de outras atividades de prestação de serviços entra, direta ou indiretamente, na sua composição ou contribui para a realização do produto turístico. Neste conjunto, destacam-se: as agências de publicidade, os guias de turismo, as transportadoras locais especializadas, os restaurantes, bares e lanchonetes, os equipamentos de lazer, mercantilizados ou não, os serviços bancários (câmbio, cartões de crédito, traveller checks), bem como um determinado tipo de comércio que se destina essencialmente a turistas (souvenirs, artesanato local, jóias, etc), além do comércio em geral, que se beneficia da atividade turística. Este elenco de atividades que interagem na economia do turismo atua a partir de um conjunto de condições básicas que se constitui, de forma abrangente, na infra-estrutura e nos serviços públicos fundamentais à produção, à circulação e à reprodução social, tais como vias de acesso, portos, aeroportos, energia elétrica, telefonia, internet, segurança pública, etc. Viabilizadas diretamente pelo Poder Público ou, indiretamente, através de concessões, essas condições são promovidas em resposta às demandas sociais e da produção, constituindo as bases para a organização e produção do espaço. É fundamentalmente através desta interação, entre agentes públicos e privados, que se consolidam os lugares turísticos.

3 Falcão. 1993, p. 40.

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Uma peculiaridade a destacar na análise do “produto turístico”, em função da necessidade de deslocamento do consumidor para a sua realização, diz respeito à importância do componente transporte, que tem uma participação percentual significativa na composição do seu custo final por unidade de produto. Essa peculiaridade tem sérias implicações no que se refere ao mercado interno, em um país de dimensões continentais, e no que se refere à concorrência para o mercado externo, nas regiões que se localizam a maiores distâncias dos tradicionais pólos emissores de demanda localizados na América do Norte e Europa. O Brasil se enquadra em ambas as situações. Sem deixar de reconhecer a grande potencialidade dos recursos existentes, representada pela proximidade entre um litoral diversificado e áreas montanhosas, com uma cobertura vegetal e uma hidrografia exuberantes, além de recursos culturais expressivos, não pode ser desconsiderada, ao tratar-se de estratégias de divulgação do produto turístico do Brasil em geral, e do Estado do Rio de Janeiro em particular, a distância existente em relação aos grandes pólos emissores internacionais. “As distâncias relativas diminuíram, mas nem por isso o Brasil ficou mais perto dos grandes mercados emissores confirmados, como os da Europa e dos Estados Unidos/Canadá, ou emergentes, como o Japão. Vir ao Brasil é mais caro do que ir ao México, ao Perú, à Bolívia e outras tantas destinações asiáticas. Atualmente, o Brasil precisa encontrar as condições de competitividade em um mercado em plena mutação, onde (...) a segmentação é um dado primordial, e nem sempre favorável aos mercados mais exóticos ou longínquos dos grandes centros emissores extra-continentais.”4 Não obstante essas peculiaridades, a indústria de viagens é significativa e diversificada, e vem crescendo a cada ano, representando um grande potencial de desenvolvimento econômico para o país e para o Estado do Rio de Janeiro. O mercado do turismo no Brasil tem se mostrado atraente aos investimentos provenientes de outros ramos de atividade econômica, fato este indicativo da sua potencialidade e das perspectivas para sua expansão. É bastante comum encontrar-se empreendimentos turísticos vinculados ao setor financeiro e a outros setores comerciais e de serviços. Esta aliança também se verifica com relação a meios de hospedagem consorciados a grandes empreendimentos imobiliários. O Estado do Rio de Janeiro, além da potencialidade de todo o seu território, tem na sua Capital um pólo turístico consolidado, dispondo de uma rede hoteleira de padrão internacional, uma rede de agentes de comercialização articulada com os maiores pólos emissores de demanda internacional e, ainda, representantes das maiores companhias aéreas do mundo que têm o Rio como um destino importante incluído nos seus circuitos. No entanto, esta potencialidade não se consolida plenamente, e o que se considera produto turístico estadual, no seu conjunto, ainda apresenta limitações e restrições. É isto o que se propõe diagnosticar, detalhadamente, neste Plano Diretor.

4 Montenegro. pp. 15 e 16.

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4.2 O CONTEXTO ATUAL Os destinos turísticos se consolidam pela conjugação dos fatores que propiciam a acessibilidade e a comercialização de determinados lugares para não moradores. Os lugares turísticos, independente da composição de seus elementos e do seu perfil, bem como da maior ou menor presença de recursos naturais ou recursos construídos, têm na preservação destes recursos a condição fundamental para a sobrevivência da atividade. Contribuem para a preservação e o desfrute dos bens turísticos, na perspectiva de um desenvolvimento ecologicamente sustentável e na escala adequada ao tipo de recurso oferecido, as condições de infra-estrutura, destacando-se como insumos básicos para o sucesso de qualquer lugar turístico, a comunicação, a acessibilidade e os serviços. Neste sentido, o desenvolvimento sócio-econômico de uma determinada região, em consonância com suas condições ambientais, está diretamente relacionado à atividade turística, compondo uma relação de causa/efeito que potencializa o desenvolvimento regional. Mesmo em áreas com potencial para o desenvolvimento do chamado ecoturismo, que se caracteriza pela preservação das condições naturais e pela ausência das transformações provocadas pelos processos urbanos ou econômicos, verifica-se a necessidade de condições mínimas de acessibilidade e de comunicação, entre outras fundamentais ao seu aproveitamento turístico. Pode-se afirmar que alguns dos limitadores ao desenvolvimento do turismo não estão relacionados exclusivamente à atividade. Neste sentido, problemas presentes em todas as regiões relativos à infra-estrutura sanitária (abastecimento de água e esgotamento sanitário), viária (rodovias, ferrovias e hidrovias) e sistema de transportes, constituem sérios entraves ao desenvolvimento do setor no Estado. O segmento turístico se ressente, ainda, da falta de integração do restante do Estado aos programas que atraem os turistas à capital, resultando também em potencial inexplorado do produto estadual. Este fato aponta para a necessidade de um trabalho mais articulado dos agentes turísticos, de forma a otimizar o produto através da sua diversificação, uma vez que a proximidade das alternativas e a facilidade nos deslocamentos podem e devem se constituir, em si, em atrativo. Limitações relativas ao baixo poder aquisitivo do mercado interno também devem ser levadas em consideração. A oferta de serviços turísticos no Estado, de uma forma geral, e na capital em particular, está orientada para uma fatia do mercado muito restrita, se considerado o padrão de renda médio do brasileiro. A expectativa com relação ao turismo internacional e seu grande poder gerador de divisas, encobre um grande potencial representado pelo mercado interno. Mesmo dentro das suas limitações, este mercado pode ser bastante ampliado, se o setor passar a oferecer mais serviços de padrão médio que possam atender a demanda de uma faixa maior de consumidores. Neste sentido, o crescimento do segmento emissivo do Brasil nos últimos anos é um indicador que deve ser motivo de reflexão. Sem necessariamente baixar o padrão de qualidade dos serviços prestados, admite-se ser possível ampliar consideravelmente a demanda relativa ao

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mercado interno. Programas e roteiros que possam ser oferecidos a determinadas parcelas de consumidores, nos períodos de baixa estação, são alternativas para otimizar a capacidade de produção da oferta instalada. A programação centrada, quase exclusivamente, no atendimento ao mercado de alto poder aquisitivo e ao turismo externo, está sujeita às oscilações da economia internacional e às variações cambiais, com reflexos diretos nos fluxos dirigidos ao país. É o que se constata, por exemplo, com relação à Argentina, principal mercado emissor para o Brasil e que vem apresentando oscilações de comportamento, em função de mudanças econômicas nos dois países. Especial atenção deve ser dada ao sistema de transportes, visto que a citada participação do item na composição de cada unidade do produto turístico comercializado é condicionante estratégico e tem peso determinante para o desenvolvimento da atividade. As distâncias internas a serem transpostas colocam a modalidade de transporte aéreo como de importância capital para o incremento da atividade no país. O recente processo de desregulamentação do setor e a conseqüente queda nos preços das passagens em vôos domésticos, aumentaram significativamente a movimentação turística no mercado interno. Quanto a outras modalidades de transportes coletivos, registra-se a inexistência de sistema de transporte ferroviário de passageiros, assim com de um sistema de transporte regular hidroviário de passageiros que atenda a uma demanda turística. No caso do transporte coletivo rodoviário de passageiros, o sistema é bastante articulado, apesar da baixa qualidade do serviço oferecido entre alguns destinos e o desconforto e desorganização da maioria dos terminais rodoviários. Contribuindo para consolidar o produto turístico fluminense, há que se considerar, além dos produtos tradicionalmente ligados às atividades balneárias e serranas, o grande potencial do ecoturismo e do turismo rural, ainda pouco explorados, mas que podem compor programas complementares aos roteiros mais convencionais, abrindo espaço para a dinamização da economia fluminense. Neste sentido, os roteiros e recursos culturais deveriam também ser mais valorizados, de forma a integrá-los aos circuitos comercializados. Merece menção, ainda, o turismo de negócios, que vem se expandindo significativamente na capital, através da captação de feiras e congressos. No interior do Estado, o segmento apresenta uma performance que pode ser melhorada, através da realização e captação de eventos, principalmente de médio porte, o que exige a implantação de infra-estrutura adequada. O turismo de compras também merece referência como potencial a ser explorado, constituindo-se em mercado bastante consolidado em algumas cidades, como Petrópolis e Nova Friburgo, com o comércio de malhas da Rua Teresa e o de moda íntima, respectivamente. Sem desconsiderar setores especiais, quase exclusivos, destinados aos consumidores com um padrão de renda alto, e modalidades específicas, que pela sua própria característica impõem uma demanda restrita, a busca da ampliação do mercado, por si só, poderá manter a estabilidade e permitir uma expansão, não espasmódica, do ramo de viagens de turismo no país e no Estado do Rio de Janeiro.

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O Estado do Rio de Janeiro ainda não experimentou uma expansão da economia do turismo de modo regular, com estabilidade e sustentabilidade no que se refere à estruturação e a oferta de produtos que estejam a altura da riqueza e diversidade do seu território.

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Parte II DIAGNÓSTICO DO TURISMO NO ESTADO

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1 PANORAMA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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1 PANORAMA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO A metodologia que orienta a elaboração deste Plano Diretor apresenta o Panorama do Estado, abrangendo todo o seu território, numa abordagem ampla dos seus aspectos naturais, histórico-culturais e sócio-econômicos. Este Panorama tem como perspectiva apresentar o cenário onde estão representadas todas as manifestações e paisagens que concorrem para o desenvolvimento da atividade turística, no sentido de permitir, em momento subsequente, o entendimento global do Estado, a análise setorial e as proposições específicas que darão suporte à implementação do Plano. A conformação atual do território do Estado do Rio de Janeiro é resultante da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, instituída em 01/07/1974, pela Lei Complementar n? 20. Com o objetivo de nortear as ações do Poder Público voltadas para o seu desenvolvimento, o Estado está dividido administrativamente em oito Regiões de Governo5, a saber: ?? Metropolitana ?? Noroeste Fluminense ?? Norte Fluminense ?? Serrana ?? Baixadas Litorâneas ?? Médio Paraíba ?? Centro Sul Fluminense ?? Baía da Ilha Grande Em 1975 o Estado contava com 64 municípios, sendo que atualmente este número se eleva a 92, em decorrência do processo de desmembramentos desencadeado pela Constituição de 1988, que ampliou a capacidade tributária dos municípios e estabeleceu critérios mais flexíveis de emancipação municipal. As motivações emancipacionistas são das mais distintas naturezas. No entanto, deve-se buscar com que as unidades administrativas resultantes deste processo mantenham suas identidades territoriais e, sobretudo, o controle dos espaços locais, de modo a propiciar o desenvolvimento de suas potencialidades e assegurar a plena autonomia municipal. Especificamente no que se refere à gestão pública da atividade turística, foi instituída, através do Plano de Desenvolvimento Econômico e Social de 1980/1983, uma divisão do território estadual em sete regiões turísticas, que se configura ainda hoje como a regionalização turística oficial. A Regionalização Turística é abordada no item 5.1.3.

5 Lei Estadual n? 1227 de 17 de novembro de 1987

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1.1 ASPECTOS NATURAIS6 Situado na Região Sudeste do Brasil, o Estado do Rio de Janeiro limita-se com os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, sendo banhado pelo Oceano Atlântico, com 636 Km de litoral, possuindo a terceira mais longa linha costeira do país. Com uma área de 43.909,7 km2, é o quarto menor estado do Brasil7. Sua capital, o município do Rio de Janeiro, dista das demais capitais da Região Sudeste, em linha reta, respectivamente: 350,3 km de Belo Horizonte; 412,4 km de Vitória; e 358,1 km de São Paulo. O patrimônio paisagístico do Rio de Janeiro pode ser considerado o seu principal atrativo turístico. A pouca distância entre o mar e a montanha, a floresta da Mata Atlântica e os pontões rochosos emoldurando lagoas e a baía de Guanabara, tornou famosa a paisagem da cidade do Rio de Janeiro. A primeira unidade a ser considerada é o litoral, com seus tipos de costas contrastantes – as baías de Guanabara, Sepetiba e Ilha Grande, as pequenas enseadas do litoral sul até as imensas restingas do norte - integrando a esse panorama outros elementos como praias, lagoas e suas barras, dunas, serras, florestas, pontões rochosos, estuários, manguezais e matas de restinga, sendo que, destas últimas, pouco ou quase nada resta. A escarpa de serra, com suas formas abruptas de relevo, pontões rochosos, rios encachoeirados e florestas úmidas das vertentes, constitui também um conjunto paisagístico fascinante. Nas encostas e no rebordo interior da serra do Mar, entre Parati e Santa Maria Madalena, como também nas vertentes de Itatiaia, esse quadro variado se multiplica, sempre diferente, constituindo cenários naturais de impressionante beleza. Não obstante esse cenário natural, os recursos paisagísticos do território fluminense têm sofrido grande degradação desde os tempos da colonização até a atualidade, com profundas alterações na flora e na fauna originais. Apesar disso, ainda se impõe a exuberância desse patrimônio paisagístico, que tem sido objeto de atenção quanto à sua preservação, nas diversas esferas de governo, o que pode ser atestado pela presença de diversas Unidades de Conservação Ambiental instituindo instrumentos de proteção sobre o território do Estado. Essas unidades, localizadas no mapa Unidades de Conservação Ambiental e Bens Naturais Tombados, apresentam diferentes características, englobando: parques nacionais e estaduais, reservas biológicas e ecológicas, áreas de tombamento, áreas de proteção ambiental e reservas particulares de patrimônio natural. No item 6.3 – “Legislação de Proteção dos Atrativos Turísticos” – Parte II – Vol. I, encontram-se os quadros referentes à legislação federal e estadual de proteção ambiental, bem como os quadros relacionando as unidades de conservação ambiental de âmbito federal e estadual.

6 Salvo menção diferente, os aspectos naturais estão expostos com base na publicação Estado do Rio de Janeiro: Território, CIDE, 1997. 7 Alagoas, Sergipe e Distrito Federal têm, respectivamente, 29.106,9 km2, 21.862,6 km2 e 5.822,1 km2, segundo o Anuário Estatístico do IBGE/1992, que registra uma área para o Rio de Janeiro menor do que os 43.909,7 km2 (este dado foi corrigido, posteriormente, segundo o Anuário Estatístico do Estrado dório de Janeiro, CIDE, 1995).

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Relevo O relevo, marcadamente definido pelas frentes montanhosas das serras do Mar e da Mantiqueira e seus prolongamentos, bem como pelos maciços litorâneos, é o principal fator de diferenciação do quadro natural do Estado. É o elemento definidor da rede hidrográfica e das condições de drenagem, sendo o responsável direto por variações no clima, mais chuvoso próximo às escarpas serranas - em particular quando se aproximam do mar - e mais ameno no planalto, em função da altitude. Essas duas grandes unidades - as terras baixas, no litoral, e o planalto, no interior do estado - coincidem com dois grandes domínios ecológicos, comportando sub-unidades, descritas abaixo, que se dispõem numa sucessão de faixas alongadas no sentido geral NE-SO, conforme pode ser observado no mapa a seguir. Embora apresentem componentes variáveis em diferentes partes do território, estes dois domínios mantêm sua perfeita identidade. Separando-as, sobressaem as escarpas da serra do Mar. ?? A Baixada Conhecidas pelo nome genérico de Baixada Fluminense, as terras baixas litorâneas desenvolvem-se entre as bordas do planalto e o mar, de um extremo a outro do Estado. São formadas por planícies costeiras, mais ou menos largas, e muitas vezes pantanosas, bordejadas por colinas e morros - ou tabuleiros, no caso do extremo norte -, e entrecortadas por pequenos maciços montanhosos. Quase inexistentes a oeste, alargam-se para leste e nordeste, com a frente litorânea pouco recortada e freqüentemente constituída por extensos cordões arenosos - restingas da Marambaia e de Massambaba -, e muitas vezes por lagoas. Destacam-se as Lagoas Feia (Campos dos Goytacazes e Quissamã), de Saquarema, de Maricá, (nos respectivos municípios), de Piratininga e de Itaipu (Niterói), Rodrigo de Freitas, de Marapendi e de Jacarepaguá (Rio de Janeiro). Em grandes linhas, esse domínio das terras baixas litorâneas pode ser dividido em várias unidades, recebendo diferentes denominações locais: Baixada dos Goytacazes ou Campista, Baixada dos Rios Macaé e São João, Baixada da Guanabara e Baixada de Sepetiba. ?? O Planalto As diferenças na configuração do planalto que desce suavemente em direção à calha do rio Paraíba do Sul, estão ligadas à compartimentação da própria bacia deste rio. Com uma topografia predominantemente acidentada, o planalto pode ser dividido em três seções: a parte oeste, as partes centrais - onde se distinguem o alto da serra e as vertentes adjacentes, no vale propriamente dito -, e a parte norte. A parte oeste corresponde ao trecho da bacia do rio Paraíba do Sul a montante da confluência deste com os rios Paraibuna e Piabanha. Usualmente é denominada vale do Médio Paraíba, embora nela se incluam, também, as vertentes serranas da Mantiqueira, o vale do Rio Preto, e o “Mar de Morros”, típico do vale médio. Entre Resende e Itatiaia, o Pico dos Agulhas Negras alcançam 2.787m de altitude.

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Na parte central do Estado, prolongam-se os alinhamentos estruturais paralelos, mantendo-se retilínea a calha do rio Paraíba do Sul. Seus afluentes da margem direita descem de altos blocos montanhosos, como no caso do Piabanha e seu afluente, o Paquequer, que nascem na serra dos Órgãos. Essa parte central do planalto é marcada por rígida compartimentação, resultante do aprofundamento dos vales afluentes. As ligações longitudinais ao vale fazem-se com dificuldade, bordejando-se o próprio Paraíba do Sul. A parte norte da bacia do Paraíba do Sul é marcada por seus dois maiores afluentes - os rios Pomba e Muriaé. ?? As Escarpas da Serra do Mar Separando a baixada e o litoral do planalto, encontra-se a frente contínua de serra – as escarpas da serra do Mar -, que desempenham importante papel na distribuição das precipitações no território fluminense, tornando mais chuvosas as áreas próximas. Com altitudes superiores a 1.000m, e alcançando em alguns pontos mais de 2.000m, como o Pico do Frade em Macaé com 2.310m, as escarpas da serra do Mar são profundamente entalhadas por alguns vales - Ribeirão das Lajes, rios Santana, Macacu e Macabu, entre outros -, sendo constituídas por duas unidades geomorfológicas: o planalto da Bocaina e a serra dos Órgãos. O planalto da Bocaina estende-se, no Estado do Rio de Janeiro, desde a serra de Paraty até a de Muriqui, em Mangaratiba e Itaguaí, trecho em que a serra do Mar atinge o oceano. Sua porção meridional é caracterizada por escarpas que, comumente, constituem falésias e se apresentam bastante recortadas, originando inúmeras enseadas e limitando pequenas planícies aluviais. A serra dos Órgãos estende-se desde Itaguaí até São Fidélis e Campos dos Goytacazes, apresentando-se, inicialmente, bem próxima à costa, atingindo o mar no município de Itaguaí, e interiorizando-se, posteriormente, a partir de Nova Iguaçu. Nela, identificam-se picos e serras de grandes altitudes, como as serras dos Garcias (Nova Iguaçu), do Sambê (Rio Bonito) e da Estrela (entre Petrópolis e Magé), o pico do Dedo de Deus (Guapimirim) e a Pedra do Sino (Teresópolis). A partir de Nova Friburgo, as escarpas perdem continuidade, transformando-se numa série de pontões e serras isoladas, como a do Rio Bonito, a de São Bernardo (no distrito de Lumiar), e a de Macabu (Trajano de Morais).

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Cobertura Vegetal Estima-se que, no Século XVI, no início da colonização, as florestas da Mata Atlântica cobriam cerca de 97% da área total do Estado do Rio. Em 1990, este percentual estava reduzido a 20%. O mapa Vegetação Remanescente mostra as áreas onde são encontrados os remanescentes da cobertura vegetal original do território do Estado. As Florestas Ombrófila Densa, Ombrófila Mista e Estacional Semidecidual são as que compõem a Mata Atlântica, sendo encontradas, sobretudo, nas encostas e nos topos das serras. No litoral, encontram-se os manguezais, brejos, praias e restingas. No quadro abaixo, são apresentados os tipos de vegetação remanescente predominantes no Estado, com a sua localização. TIPOS DE VEGETAÇÃO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

REGIÕES FITOECOLÓGICAS

LOCALIZAÇÃO

Floresta Ombrófila Densa ou Pluvial Tropical ?? Áreas de maior declividade da Serra do Mar ?? Parques Nacionais da Serra dos Órgãos e da

Bocaina ?? Parque Estadual da Ilha Grande

Floresta Ombrófila Mista ou Pluvial Subtropical com Araucária

?? Planalto da Bocaina ?? Planalto de Itatiaia

Estepe ou Caatinga ?? Maciços Costeiros em Cabo Frio e Armação dos Búzios

Restingas ?? Marambaia (Rio de Janeiro), Massambaba (entre Saquarema e Arraial do Cabo), Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos e São Francisco do Itabapoana

Mangues ?? Baía de Guanabara ?? Baía de Sepetiba ?? Embocaduras de rios ?? Vales fluviais

Fonte: FundaãoCIDE. Estado do Rio de Janeiro: Território, 1998.

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Hidrografia

O relevo e o clima são os principais fatores de influência na hidrografia do Estado, apresentada no mapa Hidrografia. A principal bacia hidrográfica é constituída pelo rio Paraíba do Sul, que nasce em São Paulo e penetra no território fluminense já no seu médio curso, em Resende, descendo pelo vale até as proximidades de São Fidélis, percorrendo, em seguida, a Baixada dos Goytacazes, e desembocando no oceano Atlântico em Atafona, município de São João da Barra. Importante parcela da rede hidrográfica do Estado contribui para a bacia do Paraíba do Sul, sendo afluentes em sua margem esquerda, na vertente da serra da Mantiqueira, os rios Pomba e Muriaé. Em sua margem direita, os contribuintes são os rios do reverso da serra do Mar, em toda sua extensão no território Fluminense. Os rios da vertente da serra do Mar, em seu trecho entre os municípios de Paraty e Itaguaí, deságuam diretamente no oceano, formando em alguns casos pequenas planícies. No trecho entre Itaguaí e Santa Maria Madalena, a rede hidrográfica forma o complexo lagunar do Estado, que se estende desde o município do Rio de Janeiro até a Região Norte Fluminense.

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Clima O Estado do Rio de Janeiro apresenta grande diversidade climática, com temperaturas elevadas no verão em algumas regiões, decorrente da posição do território, situado imediatamente ao norte do Trópico de Capricórnio. A presença do oceano Atlântico, ao longo dos 636 quilômetros de litoral do Estado, propicia também pequenas variações de temperatura ao longo do ano. Em média, a cada 100 metros ganhos em altitude, a temperatura cai de 0,5?C a 1,0?C em baixas latitudes. Assim, as médias anuais superiores a 20o C são registradas na baixada e na depressão do vale do Paraíba do Sul. Já as temperaturas mais amenas, inferiores a 20o C, ocorrem na região serrana, área de maiores altitudes. O Estado está submetido aos ventos de leste e nordeste, que sopram do anticiclone semifixo do Atlântico, provocando temperaturas médias elevadas, altos níveis de umidade relativa do ar e tempo bom.

Qualidade do Ar 8

O Rio de Janeiro, embora não esteja entre as cidades do mundo com maiores problemas de poluição do ar, registra índices graves de concentração de material particulado, suficientes para provocar danos mensuráveis à saúde. A poluição na Região Metropolitana do Rio de Janeiro – RMRJ é causada por emissões de fontes industriais, de transportes e de fontes dispersas (poeira das estradas, queima de lixo, etc.), sendo agravada tanto pela topografia desigual da cidade, quanto pela inversão térmica que ocorre de maio a setembro. Pode-se atribuir aos veículos e à queima de lixo a responsabilidade por parcela maior de concentração de partículas finas no ambiente, que são as mais perigosas. Há, ainda, um problema potencialmente grave de poluição de ozônio no ar, cujos principais responsáveis são os veículos. A Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA, vem realizando o acompanhamento da qualidade do ar no Estado do Rio de Janeiro, através da operação de vinte estações de amostragem instaladas, sendo treze no município do Rio de Janeiro, e sete em outros municípios do Estado. Essas estações estão capacitadas para realizar medições da concentração de partículas em suspensão na atmosfera dessas localidades. Dos locais monitorados pela FEEMA, 65% encontram-se fora dos padrões estipulados com o objetivo de prevenir o mínimo efeito à saúde da população exposta. Esses resultados são oriundos das fontes de emissão existentes nessas áreas, e de fatores locais, tais como: topografia acidentada; ocupação desigual do solo; proximidade do mar, produzindo um fluxo de ar complexo e heterogêneo quanto à dispersão de poluentes, gerando a saturação do ar. 8 Elaborado com base no documento “Gestão da Poluição Ambiental no Estado do Rio de Janeiro”: Banco Mundial, 1996.

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Contudo, não há medidas sistemáticas de gestão da qualidade do ar. Em relatório de 1996, o Banco Mundial – BIRD sugere o gerenciamento do problema com base em princípios ligados à qualidade do ar em bacias aéreas específicas, através da criação de plano de gestão em bacias críticas, concentrando a atenção em mecanismos que regulamentem a cooperação entre os poluidores e as municipalidades afetadas. Qualidade da Água9 O Estado do Rio de Janeiro concentra, em seu reduzido território, uma extensa linha de costa, com 636 quilômetros, inferior apenas aos estados da Bahia (932 Km) e Maranhão (640 Km). Além disso, dispõe de importante rede hidrográfica, que se complementa com o complexo lagunar que contribui significativamente para a economia estadual, através da pesca, da exploração do sal e do turismo. A qualidade das águas no território do Estado, seja das praias, dos rios ou das lagoas, apresenta graves problemas de poluição. Segundo o Relatório Gestão da Poluição Ambiental no Estado do Rio de Janeiro10, são os seguintes os pontos críticos de contaminação hídrica no Estado: ?? Baía da Guanabara, símbolo do Rio de Janeiro, encontra-se muito poluída, exala mau

cheiro e o lado oeste está efetivamente morto. ?? Rio Paraíba do Sul que, pelo risco de descargas industriais acidentais, pode se constituir

em ameaça à segurança do abastecimento de água potável da maioria da população. ?? Baía de Sepetiba, a oeste da RMRJ, ecologicamente sensível, onde as atuais emissões já

excedem a sua capacidade de absorção, em virtude do rápido desenvolvimento econômico da região.

?? As praias oceânicas e de lagoas, onde a poluição reduz significativamente o valor dessas

atrações turísticas do Estado. Como conseqüência dos custos da poluição há a inequívoca perda de lazer ambiental, diretamente relacionada à crescente queda da qualidade de vida. Além disso, são tangíveis os prejuízos econômicos, tais como: ?? Redução do valor da propriedade em áreas poluídas ?? Diminuição do turismo em cidades poluídas ?? Redução de atividades comerciais (sedes de empresas, convenções) em cidades

poluídas. Esses custos de oportunidade são especialmente elevados numa cidade como o Rio de Janeiro, e os benefícios de melhorias ambientais são específicos a cada local, podendo facilmente atingir várias centenas de milhões de dólares anualmente. A questão que envolve deterioração da qualidade das águas no Estado do Rio de Janeiro, com prejuízos econômicos claros à pesca, à navegação e, especificamente, ao turismo,

9 Idem. 10 Relatório Gestão da Poluição Ambiental no Estado do Rio de Janeiro

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vem sendo objeto de intervenções governamentais, no sentido de reverter essa tendência, mediante a redução das descargas responsáveis por esse declínio. “O Projeto de Saneamento Básico da Baía da Guanabara, financiado com a assistência do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID e do Japan Bank for International Cooperation – JBIC, no âmbito do Programa de Despoluição patrocinado pelo Estado do Rio de Janeiro, ilustra esta ênfase”, como constata o relatório do Banco Mundial - BIRD. Além desta iniciativa, outras igualmente voltadas para a qualidade das águas vêm sendo empreendidas, destacando-se: ?? Macroplano de Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía de Sepetiba, que

propõe a adoção de instrumentos para o controle do uso do solo e dos recursos naturais, além de estratégias de controle da poluição ambiental.

?? Programa de Gestão para o Desenvolvimento Ambientalmente Sustentável da Baía da Ilha Grande que, além das questões urbanísticas e ambientais, volta-se para o desenvolvimento do potencial turístico da Região.

?? Macrozoneamento Costeiro do Estado do Rio de Janeiro, determinando as vocações e as restrições de uso que indicam, para cada parcela da costa fluminense, o melhor aproveitamento dos seus recursos ambientais.

1.2 ASPECTOS HISTÓRICOS E CULTURAIS Aspectos Históricos “Em 1500, a área costeira fluminense delimitada pelo cabo de São Tomé e Angra dos Reis era controlada por uma população indígena pertencente à nação tupinambá (filho da terra) oriundo do ramo tupi-guarani e estimada em 97.000 nativos. A confederação dos tamoio da região de Cabo Frio, dispunha de algumas povoações mais ao sul: ariró, mambucaba, taquaraçu-tiba, ticoaripe e ubatuba. Os temiminó (netos do homem) e maracajás ocupavam o recôncavo guanabarino, principalmente da atual ilha do Governador. O grande chefe tupinambá, senhor da região da Guanabara, chamava-se Cunhambebe. Guerreiro e diplomata, aterrorizou os portugueses quando aqui tentaram se estabelecer. Os goitacá (nadadores/corredores), que provinham do tronco macro-jê, viviam na costa entre o rio Cricaré e o cabo de São Tomé, ocupando também, junto com os puri, o interior da atual região norte e noroeste fluminense”.11 Desde o século XVI, era sabido que o atual Estado atraía, surpreendia e fascinava os europeus, por sua dimensão estratégica, conformações geográficas e pela beleza do seu diversificado cenário natural. Da mesma forma, no contexto histórico e cultural brasileiro, ele sempre desempenhou relevante papel, refletido na peculiaridade da capital e de sua rede de cidades, condicionantes para o desenvolvimento das atividades turísticas atuais. O Rio de Janeiro, enquanto cidade e província, pode ser traduzido na sua macro-localização, sua função geopolítica e geo-econômica, com condicionantes naturais lidos em sua relação com o desenvolvimento histórico, pensado desde o início pelos portugueses nas disputas com o Império espanhol.

11 Couto, 1998. p. 59-63

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A baía de Guanabara, ao ser encontrada, reunia um lugar militar estratégico na costa atlântica da América portuguesa junto a uma localização perfeita para a fundação de uma feitoria mercantil. A partir dela, o império português articulou uma ligação, via costa africana, com as Índias, e previu uma conexão através do estuário do rio da Prata com a Serra de Prata da Coroa espanhola em Potosi, nos Andes, atual Bolívia. Já na segunda metade do séc. XVI, o recôncavo da Guanabara desempenhava excepcional papel no litoral brasileiro. Atividades econômicas se desenvolviam nas margens da baia, com ênfase para a produção canavieira florescente nas planícies de aluvião, chegando a reunir no limiar do séc. XVIII perto de 600 engenhos produzindo açúcar, negociado localmente e exportado para a Europa e África, através do porto do Rio. Em 1501, chegava à barra da baía da Guanabara uma frota, sob o comando de Gonçalo Coelho, armada pelo rei português D. Manuel I, para o conhecimento da extensão das terras achadas por Cabral. No primeiro dia de janeiro de 1502, Coelho atingiu um local esplendoroso, que foi inicialmente confundido com a foz de um grande rio, batizando-o de Rio de Janeiro. Em 1504, numa segunda expedição, Coelho entrou na Guanabara onde desembarcou e construiu uma casa de pedra na foz do rio que passou a ser denominado Carioca – casa de branco -, na atual praia do Flamengo. Américo Vespúcio, cosmógrafo e piloto florentino, integrante das duas expedições de Coelho, atingiu Cabo Frio na segunda expedição, desembarcando na praia do Rama, hoje praia dos Anjos, em Arraial do Cabo (segundo calculo de Humbolt). Prosseguiu na direção sul, atingindo no dia 6 de janeiro a baía de Angra dos Reis. Vespúcio retornou a Portugal com um carregamento de madeira de pau-brasil, Caesalpinea echinata – ibirapitanga ou árvore vermelha em tupi, da qual se extraía um corante de tecidos de alto valor na Europa daquela época. Nos anos que se seguiram, até 1550, o litoral brasileiro, incluído o Rio de Janeiro, ficou sem controle português e a mercê de contrabandistas europeus atraídos pelo pau-brasil, para extraí-lo e negociá-lo no mercado europeu. Em 1555, coincidindo com o final do reinado de D. João III, efetivou-se uma invasão militar francesa na Guanabara com o apoio do rei da França, Francisco I, que não aceitava a divisão do “Novo Mundo” realizada em Tordesilhas, em 1494, entre Portugal e Espanha, a partir de uma bula intitulada Inter Coetera, assinada pelo Papa Alexandre VI, e portanto, abençoada por Roma. Assim, o fidalgo e militar Nicolas Durand de Villegagnon chegou ao Rio de Janeiro, para ocupá-lo e instalar nos trópicos uma “França Antártica”, núcleo de protestante (huguenotes) perseguidos por questões religiosas na França. Em 1555, Villegagnon ergueu o forte de Coligny na ilha chamada Seregipe, onde hoje encontra-se a Escola Naval, na baía de Guanabara, e consolidou a aliança que os corsários franceses mantinham com os tupinambá para enfrentar os portugueses. Consta que o clima de ódio religioso instaurado na comunidade francesa facilitou a operação da tomada militar da mesma pelos portugueses. O forte Coligny constituiu, portanto, o primeiro núcleo urbano do Rio de Janeiro, cidade que antes se chamou Rio de Arrefens, Rio de Oriferis, Rio de Rama, Rio Iaceo. Em 1564, Estácio de Sá desembarcou na Guanabara então sob domínio francês, e em 20 de janeiro de 1565 instituiu a Capitania Real de São Sebastião do Rio de Janeiro no pé do morro Cara de Cão, atual bairro da Urca. Ali Estácio de Sá fez construir uma cerca, arremedo de fortaleza, chamando a isso cidade. O embate para a tomada da Guanabara teve seu

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término em 1567, quando a sede da Capitania foi transferida para um sítio mais seguro constituído de uma fortificação/acrópole no Morro de São Januário, depois Morro do Descanso e finalmente Morro do Castelo, reunindo cidade, vigia e defesa. Além dos franceses, também se faziam presentes no litoral Fluminense, até 1560, corsários ingleses. Em 1575, uma expedição militar, comandada por Antonio Salema, governador das Capitanias do Sul, saiu do Rio de Janeiro em direção a Cabo Frio, iniciando a abertura do caminho até o Cabo de São Tomé. Sua missão era banir os franceses e remanescentes da Confederação Tamoio que na década anterior haviam sido esfacelados por Mem de Sá. O massacre empreendido pelo governador ficou conhecido como a guerra de Cabo Frio, tendo sido mortos 10 mil índios. Na segunda metade do séc. XVI, com a morte de D. Sebastião em 1576, o trono português ficou vago, sendo ocupado em 1578 por Felipe II da Espanha (primeiro de Portugal), neto do rei D. Manuel I. Por ordem de Felipe II, o primeiro núcleo de Macaé foi erguida pelo espanhol Gondomar, em frente à ilha de Sant`Ana, para afastar e proteger a região de ingleses estabelecidos na embocadura do rio Leripe, atual Rio das Ostras. Com a tomada da Guanabara pelos portugueses, os assentamentos erguidos ao longo do litoral Fluminense, eram seguidamente destruídos pelos nativos. As primeiras freguesias rurais e urbanas surgiram na segunda metade do séc. XVI, numa divisão territorial de conotação eclesiástica indicativa do grau de desenvolvimento de cada povoado. Do séc. XVII até o séc. XVIII foi iniciada, por desmembramento, a implantação de parte dos seguintes municípios:

1616 Cabo Frio 1624 Angra dos Reis 1630 São Pedro da Aldeia 1633 Maricá 1642 São João do Meriti 1667 Paraty 1677 Campos dos Goytacazes 1677 São João da Barra 1679 Cachoeira de Macacu 1789 Magé Fonte: Fundação CIDE - Território, 1998

A Baixada Fluminense teve um papel especial no condicionamento da ocupação econômica e no desenvolvimento da vida urbana no recôncavo da Guanabara, irradiando-a para o restante do Estado. A paisagem cultural do recôncavo no início do séc. XVII pode ser descrita como um centro urbano em sua margem ocidental, a projetar toda uma população agrícola sobre os enflorestados morros da região, pântanos e alagadiços marginais. Em 1631, foram estabelecidos na Baixada Campista currais ao norte da lagoa Grande (lagoa Feia), atingindo em 1631 o cabo de São Tomé, próximo a atual cidade de Campos. Em 1650, foi construído em Campos o primeiro engenho e, só mais tarde, a produção canavieira se intensificou surgindo as primeiras engenhocas de aguardente e, a seguir, as de açúcar.

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Com a baixa no comércio de escravos e a queda no preço do açúcar no mercado europeu, na segunda metade do séc. XVII, a Corte portuguesa investiu na exploração mineral no Brasil, iniciando assim o ciclo do ouro e do diamante. Esse ciclo perdurou de 1700 a 1800, tendo um grande impacto no território fluminense. O Rio de Janeiro passou a ser o principal escoadouro do ouro, desenvolvendo ponderável corrente de comércio, propiciando o surgimento de rotas de ligação entre a Guanabara e a região das Minas Gerais. O porto do Rio se aparelhou, ganhando importância sobretudo pelo fechamento do porto de Santos, para uma melhor fiscalização dos “Quintos” do ouro de Minas. No final do séc. XVIII, o atual Estado estava, transversalmente, todo cortado por caminhos, provido de portos e pontos de passagem, inicialmente feitorias e pousos e depois aldeias, arraiais e vilas, que iriam sinalizar percursos assinalados e decodificados na cartografia dos viajantes e aventureiros. Em 1763, com o deslocamento do eixo econômico para a região sudeste, ocorreu a mudança da capital do Brasil colônia de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. Mais tarde, em 1808, com a fuga do Príncipe Regente D. João VI com sua corte para o Brasil, provocada pelo conflito entre a França e a Inglaterra e a invasão de Portugal por Napoleão em 1807, o Rio de Janeiro tornou-se a sede da Corte Portuguesa. A reorganização da estrutura administrativa da colônia, com a chegada de D. João VI, fez surgir uma série de atividades econômicas, financeiras e culturais. A presença do Príncipe no Rio desencadeou um intenso desenvolvimento, afirmando a liderança da província Fluminense na economia brasileira, ficando a administração da cidade e da província, até 1834, a cargo do 1º Império. Em 1821, D. João VI provocou o seu retorno a Portugal, temendo a perda do trono diante da política portuguesa, transtornada pela ocupação francesa e a vitória em 1820 de revolucionários liberais portugueses, que exigiam uma monarquia mais limitada e a sua volta a Lisboa. Dom João VI deixou no seu lugar o filho Pedro, a quem nomeara Príncipe Regente para, administrar a Colônia. Em seguida à morte de Dom João VI em 1826, Dom Pedro I retornou a Portugal, em 1831, deixando para trás seu filho de cinco anos, Pedro II, como pretendente ao trono brasileiro. Em 1822, Pedro I se recusara a retornar a Portugal, assumindo um caminho histórico único na América portuguesa e, naquele mesmo ano, ele poderia ter se tornado também o símbolo da Independência do Brasil, e não o fez por hesitação. Em 1840, ao completar 14 anos, Pedro II atingiu a maioridade, sendo coroado Imperador do Brasil. Durante o seu reinado, adquiriu a reputação de justo e objetivo, tornando-se cada vez mais um ponto de referência política para a elite brasileira. Em 15 de novembro de 1889, contudo, ele aceitou o ultimato militar, partindo com a família para o exílio em Portugal: o Império brasileiro havia sido derrubado por um golpe militar, e não por uma revolução social, iniciando, assim, a República com um governo militar. A exaustão das minas de ouro e diamantes, na segunda metade do séc. XVIII, tornou a economia brasileira novamente dependente de exportações agrícolas. O plantio do café, introduzido no Estado por volta de 1830, foi determinante na modificação da economia Fluminense, bem como de todo o Império ao longo do séc. XIX, tendo sido comercializado pela primeira vez com êxito na província do Rio de Janeiro. A primeira plantação de café no Brasil foi urbana, nascendo literalmente no interior da cidade, numa fazenda na ladeira

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do Ascurra, no atual bairro do Cosme Velho, na cidade do Rio de Janeiro, onde residiam alguns ingleses, sendo por isto conhecida por morro dos Ingleses. A repercussão de tal prosperidade econômica no processo de ocupação do território fluminense foi enorme: os quase 2/3 de terras ocupadas pelo planalto e suas bordas em serras, preservadas por mais de trezentos anos, passaram a sofrer um impacto desflorestador sem precedentes. No lugar da mata surgiram, além de plantações, núcleos urbanos e agrários, estradas, vendas, pousos, capelas e paróquias. No rastro do café12 surgiram Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Piraí, Barra Mansa, Barra do Piraí, Valença, Vassouras, Paraíba do Sul, no vale do médio Paraíba. Na serra, seguindo para o noroeste e norte, surgiram Petrópolis, Teresópolis, Sapucaia, Nova Friburgo, Carmo, Sumidouro, Duas Barras, Cantagalo, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena, Trajano de Moraes, São Fidélis, Cambuci, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna e Itaocara. Na mesma cadência, surgia Macaé, Maricá, Itaguaí, Niterói, Itaboraí, Nova Iguaçu, Silva Jardim, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Araruama, Saquarema, São Pedro da Aldeia e Mangaratiba. Angra dos Reis tornou-se o segundo porto do Brasil meridional, e Paraty reviveu temporariamente a prosperidade que conhecera nos dias coloniais. Barra de São João, com seus embarques de café passou a ser um dos maiores portos fluviais fluminense. Macaé e Campos também usufruíram dessa expansão, da mesma forma que os pequenos portos fluviais do recôncavo guanabarino, como Estrela, Pilar, Iguaçu, Porto das Caixas e Inhomirim. A vila de Campos foi elevada a cidade em 1835, juntamente com São João da Barra, próximo à foz do rio Paraíba do Sul. Acentuou-se o “refinamento” da sociedade e o prestígio e poder político dos barões do café, cuja acumulação de capital e necessidade de expansão e comercialização do produto gerou uma série de intervenções infraestruturais. Na retaguarda do Rio de Janeiro, surgia uma rede de estradas. Em 1857, foi construída em Sapucaia uma das primeiras pontes suspensas do país, transpondo o rio Paraíba do Sul e, em 1861, outra cruzando-o em Três Rios. A primeira linha férrea, a Estrada de Ferro Mauá, começou a funcionar em 1856 entre o fundo da baía de Guanabara e o pé da serra de Petrópolis e, em 1867, foi concluído outro trecho entre o Rio de Janeiro e Três Rios, consolidando a rede urbana fluminense. Com a instituição da República em1889, ampliou-se a crise na província fluminense iniciada nos últimos anos do Império. Paralelamente ao advento da República, surgiu o Município Neutro do Rio de Janeiro (Dec.N°1de1890) para sediar provisoriamente o Governo Federal. Em 1891, a Constituição influenciada pela ideologia liberal, restringia a participação do Estado no domínio econômico e social e pelo federalismo, garantindo ampla autonomia aos estados-membros da federação. A província Fluminense, em franco processo de decadência econômica, viu-se entregue à própria sorte, isolada da cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Encerrada a guerra do Paraguai e abolida a escravidão, o país eliminava dois obstáculos no caminho da “modernidade e respeitabilidade mundial”. Entrando no séc. XX, contudo, o Rio de Janeiro, capital da República, ainda mantinha seu traçado urbano colonial, de ruas estreitas e tortuosas, desprovido de saneamento básico e abastecimento de água. Sua elite, com o olhar voltado para a Paris que o Barão Hausmann havia transformado, sabia da necessidade de melhoria no padrão dos serviços municipais.

12 CIDE, Território, 1998.

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A estabilidade política e econômica alcançada no governo Campos Sales permitiu ao seu sucessor, Rodrigues Alves, estabelecer, em 1902, o cenário para uma campanha significativa no enfrentamento dos problemas urbanos. Naquele momento, dirigidas pelo prefeito Pereira Passos, ocorreram várias intervenções no centro da cidade, com demolições de edificações para a abertura da avenida Central, acompanhada por uma ampla campanha de saúde pública para sanear e banir a febre amarela da capital, com a supervisão do médico sanitarista Oswaldo Cruz. A eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, estimulou a produção industrial de São Paulo, que em meados da década já havia superado a da Capital Federal. O aumento da população trabalhadora e a sua organização em entidades de classe permitiram que o atendimento de suas reivindicações desembocasse nas greves operárias de 1917 e 1919, em São Paulo e no Rio. A década de 1920 foi marcada por um momento de crise da sociedade agro-exportadora e do Estado oligárquico, e pela busca de raízes e de uma cultura nacional, fazendo surgir no Rio e em São Paulo o movimento artístico-literário conhecido como Modernista. Após a Revolução de 1930, até o advento do Estado Novo em 1937, a situação econômica do Estado do Rionão mudou o seu quadro negativo. A intervenção do poder estatal no processo de industrialização do país passou então a beneficiá-lo, iniciando a produção de cimento em Cantagalo, de aço em Volta Redonda (CSN/1941), de caminhões na Fábrica Nacional de Motores (FNM/1942), e de barrilha em Cabo Frio (Álcalis/1952). Não obstante esses esforços, o interior do Estado seguia deficitário. Em 15 de março de 1975, o antigo município neutro (Distrito Federal e Estado da Guanabara) foi incorporado ao Estado do Rio de Janeiro. Essa fusão decorreu da intenção do Governo Federal de criar um pólo econômico alternativo à grande São Paulo. Afinal, a transferência da capital da República do Rio de Janeiro para Brasília, levou o antigo Distrito Federal a um esvaziamento progressivo, cada vez mais evidente diante da concentração econômica em São Paulo. Com as sucessivas crises atravessadas pelo país, o seu reflexo no território fluminense acentuou-se, atraindo migrantes para a capital e sua periferia, cada vez mais sem recursos para atender às necessidades da população. Aspectos Culturais A rica história de quatro séculos do Estado do Rio de Janeiro legou um patrimônio cultural de grande expressão. Seu testemunho está presente em todo o território estadual, tanto no patrimônio edificado quanto na produção de artesanato e nas manifestações folclóricas e populares. A grande diversidade dessas manifestações materiais e imateriais constitui, sem dúvida, uma das maiores riquezas do patrimônio cultural do Estado, através do qual pode ser observada a convivência entre testemunhos dos diversos ciclos históricos e econômicos. No âmbito deste trabalho, a partir de relação fornecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – INEPAC, procurou-se reunir as informações referentes ao patrimônio edificado que se encontra protegido por lei federal e estadual, representado no mapa Patrimônio Histórico Cultural. Para efeitos deste mapeamento, optou-se por não incluir os bens protegidos por legislação municipal, tendo em vista que tal registro não se encontra atualizado, embora se tenha informação de que vários municípios têm realizado esforços no sentido de preservar e

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manter em bom estado de conservação o seu patrimônio arquitetônico. A categorização apresentada no mapa Patrimônio Histórico Cultural tem como referência a metodologia para os estudos da oferta turística, proposta pelo Instituto Brasileiro de Turismo - a EMBRATUR, e adotada neste trabalho. Quanto à produção artesanal como manifestação cultural, esta não se encontra diretamente protegida por legislação específica, porém existem tentativas de preservar as tradições e desenvolvê-las como atividade econômica geradora de renda para as populações locais. Observa-se a necessidade da realização de registro sistemático e do incremento das condições propícias ao desenvolvimento dessas atividades. Com relação às manifestações folclóricas, segundo a Divisão de Folclore do INEPAC, manifestações anteriormente disseminadas através dos séculos por todo o território estadual, praticamente desapareceram, enquanto outras são encontradas atualmente em apenas poucas localidades, embora em certos casos ganhem crescente expressão e sejam transformadas em eventos de interesse turístico, como é o caso da Festa do Divino, em Paraty. Observa-se a necessidade de criar as condições para a atualização dos registros das manifestações folclóricas em todo o Estado, com o objetivo de preservá-las, tendo em vista constituírem-se em elementos importantes do resgate e da preservação da identidade cultural da população. Além disso, podem constituir-se também em importantes fatores de atração turística e, portanto, de geração de renda para a população local. De acordo com a “Carta do Folclore Brasileiro” 13, em seu capítulo VIII referente ao Turismo: “Reconhece-se que a relação folclore e turismo é uma realidade. O turismo pode atuar como divulgador do folclore e como fonte de recursos para o crescimento da economia local, o que pode significar melhoria da qualidade de vida das camadas populares. Esta relação, porém, precisa ser avaliada no sentido de resguardar os agentes da cultura popular das pressões econômicas e políticas.” As principais manifestações existentes no Estado do Rio de Janeiro encontram-se registradas no quadro a seguir.

13 VIII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado em Salvador - BA, de 12 a 17 de dezembro de 1995.

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MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS REMANESCENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO MANIFESTAÇÃO

LOCALIZAÇÃO

DATA / ÉPOCA

OBSERVAÇÕES

Cavalhada Distrito de Santo Amaro em Campos dos Goytacazes

15 de janeiro Folguedo de origem ibérica

Festa Do Divino Paraty Domingo de Pentecostes Parte religiosa e parte profana Quadrilha Em todo o Estado Ciclo Junino Festa Junina, ocorre em

escolas, clubes e ruas Folia De Reis Em todo o Estado 24 de dezembro a

20 de janeiro Festa religiosa do ciclo natalino

Pastorinhas Distrito de Itibiguaçu em Santo Antônio de Pádua

24 de dezembro a 20 de janeiro

Festa religiosa atualmente celebrada por apenas um grupo.

Caninha Verde Paraty e Vassouras Indeterminada. Em Vassouras, no carnaval

Dança que faz parte dos bailes populares, e também surge como bloco de carnaval.

Caxambu Bom Jesus de Itabapoana, Cantagalo, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, Sto.Antonio de Pádua, Barra do Piraí, Valença, Vassouras, Cambuci, Itaocara, Porciúncula, Três Rios,Trajano de Morais

Sem calendário fixo. Datas mais importante: 13 de maio, 24 de junho, e padroeiros locais. Festejam também aniversários, batizados, casamentos

Dança de origem africana, integra o conjunto das formas de samba no Brasil.

Jongo Angra dos Reis, Campos, Rio Claro, Valença (locais onde persiste)

As mesmas do Caxambu Dança que se assemelha ao Caxambu.Foi muito difundida no Estado, principalmente na área canavieira.

Mineiro-Pau Bom Jesus do Itabapoana, Cachoeiras de Macacu, Carmo, Cantangalo, Cordeiro, Duas Barras, Miracema, Laje do Muriaé, Nova Friburgo, Sapucaia, Silva Jardim, Sto. Antonio de Pádua, S. Sebastião do Alto, Silva Jardim, Vassouras.

Carnaval. Também em outras festividades: festa junina, festa do padroeiro, aniversário da cidade, e também batizados, aniversários, casamentos.

Boi Pintadinho Bom Jesus do Itabapoana, Cantagalo, Casimiro de Abreu, Carmo, Iataocara, Itaperuna, Macaé, Campos, Miracema, Sta. Maria Madalena, S. Fidélis, S. João da Barra, São Sebastião do Alto, Santo Antonio de Pádua, Laje do Muriaé

Carnaval Variante do Bumba-Meu-Boi, em variante mais simples. Norte Fluminense é a área de maior concentração, devido à importância da pecuária na estrutura sócio-econômica da região.

Fonte: INEPAC - Divisão de Folclore, 2000

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1.3 ASPECTOS INSTITUCIONAIS E PAISAGÍSTICOS DAS REGIÕES TURÍSTICAS As Regiões Turísticas O Estado do Rio de Janeiro ocupa um território extremamente privilegiado em recursos turísticos, constituídos por elementos componentes de sua paisagem natural e construída, e por manifestações artísticas e culturais de seu povo. Sua conformação fisiográfica oferece uma variedade de opções em recursos turísticos naturais, como serras, praias, lagos e rios. Da mesma forma, sua participação ativa no processo de evolução histórica do Brasil, resultou num legado de alto valor cultural, representado por expressivos monumentos arquitetônicos e sítios históricos. A capital do Estado detém a posição de pólo turístico de maior relevância do país, com uma imagem reconhecida e bastante comercializada, nacional e internacionalmente. Entretanto, esses benefícios não se estendem plenamente às outras regiões do Estado, tornando-se imprescindível que se procure tirar melhor proveito das correntes turísticas que demandam à cidade do Rio de Janeiro. Neste sentido, cumpre ordenar as regiões turísticas do Estado, procurando gerar interesses no âmbito dos investidores, o que resultará na complementação da oferta turística estadual, ainda hoje muito restrita à capital do Estado. Portanto, é necessário viabilizar e promover a efetiva dinamização do grande e variado potencial turístico que se distribui por todo o território do Estado do Rio de Janeiro. O Plano de Desenvolvimento Econômico e Social proposto pelo governo estadual para o período de 1980-1983, procurou estimular essa interiorização dos fluxos turísticos e, para tal, instituiu uma divisão do território estadual em seis regiões turísticas: Metropolitana, Costa Verde, Costa do Sol, Norte, Serramar e Serrana, sendo esta última subdividida em Serrana A e Serrana B, conforme mostra o mapa Regionalização Turística Oficial. Segundo o referido Plano de Desenvolvimento Econômico e Social, esta divisão regional apóia-se nas características e recursos do setor turístico, tendo em vista a homogeneidade e complementaridade de ofertas, objetivando facilitar, sobretudo, o estudo micro-regional, permitindo um maior conhecimento do potencial geo-econômico de cada município e sua interpenetração regional. Esta Regionalização Turística é assim o resultado de uma análise realizada em 1980, que buscou traduzir uma forma de compartimentação do território estadual que melhor se adaptasse às condições da época. Leva em consideração a realidade do Estado, e os municípios que o compõem, na sua grande maioria, se apresentam como suplementação da oferta maior, representada pela capital estadual. As vocações regionais e suas peculiaridades permitiriam uma complementaridade de oferta que otimizasse a atração de fluxos por todo o território estadual. A descrição destas regiões turísticas encontra-se no final deste item.

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Produto das alterações político-administrativas decorrentes de um grande número de emancipações municipais, e do conseqüente processo de desenvolvimento sócio-econômico posterior, o território estadual apresenta hoje uma conjunção diferenciada, principalmente no que se refere à expansão dos núcleos urbanos, bem como a sua articulação e integração, resultantes da evolução nos meios de comunicação e da expansão do seu sistema viário, que encurtam distâncias e modificam as relações intermunicipais. Percebe-se hoje, em função dessas mudanças no território estadual, movimentos espontâneos de aglutinação entre municípios, com o objetivo de encaminhar conjuntamente propostas de gestão da atividade turística. Esses movimentos, que chamamos de Regionalização Turística Espontânea, estão traduzidos no mapa de mesmo nome.

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A partir desses fatos novos, e buscando incorporar uma visão estratégica na gestão da atividade turística, será realizada uma reavaliação da regionalização turística oficial vigente, buscando-se adequá-la às novas condições e qualificações do território estadual, o que deverá resultar numa das proposições específicas deste trabalho. No âmbito dos aspectos institucionais e paisagístico do território turístico estadual e no que se refere a identificação das parcelas do território que se destacam com relação as suas potencialidades para o desenvolvimento da atividade, deve ser registrada a institucionalização das Áreas e Especial Interesse Turístico do Estado do Rio de Janeiro. No intuito de proteger áreas que apresentam características especiais sob diversos pontos de vista, e utilizando um recorte territorial que não adota o perímetro municipal como unidade básica, o Governo do Estado do Rio de Janeiro instituiu, em 1986, a Lei 1.130, que dispõe sobre as Áreas de Especial Interesse Estadual, entre as quais se incluem as áreas de Especial Interesse Turístico. Esta lei apresenta uma delimitação precisa das diversas manchas do território que merecem uma atenção especial, no que se refere à proteção relativa ao parcelamento do solo. Foi regulamentada pelo Decreto 9.760 de 1987, que estabelece, em linhas gerais, normas e parâmetros de parcelamento do solo urbano, no sentido de garantir a conservação de suas características específicas. Em seguida, é apresentado o mapa destacando as Áreas de Especial Interesse Turístico.

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?? Região Metropolitana Núcleo aglutinador da Região Metropolitana, a cidade do Rio de Janeiro, capital do Estado, mantêm-se como o maior pólo de atração de turistas nacionais e internacionais do Estado e do país, constituindo, neste sentido, uma “marca” reconhecida no mundo inteiro. Integram ainda a região os seguintes municípios: Belfort Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçú, Paracambi, Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá. Malgrado a expansão urbana desordenada e desigual, que consolidou uma grande mancha conurbada com os municípios vizinhos à capital, a região possui uma paisagem natural marcante e privilegiada, conformando, de certa forma, uma síntese da diversidade da paisagem e das formações geológicas do Estado. Praias de baía e oceânicas, lagoas, restingas, formações geológicas imponentes e uma cobertura vegetal típica de Mata Atlântica ainda presente em algumas áreas expressivas, principalmente nas cotas mais altas, compõem um cenário privilegiado. Do ponto de vista da paisagem construída, a cidade, que foi a capital do país durante 198 anos, concentra conjuntos significativos de edificações que resistiram às transformações urbanas, além de instituições culturais de grande expressão como museus, teatros, bibliotecas, etc. Além do carnaval, do futebol e do reveillon, eventos importantes e com repercussão nacional e internacional, estreitamente vinculados a um modo de vida que o marketing turístico faz questão de ressaltar em conjunto com a imagem de grande balneário, a cidade abriga importantes eventos culturais, tais como congressos, feiras e exposições, que compõem uma agenda cultural expressiva, ainda que menos presente na agenda de comercialização turística de grande expressão. Esse conjunto de recursos naturais e culturais dá à região uma oferta de atrativos turísticos bastante diversificada, com grande poder de atração de fluxos internacionais, nacionais e regionais, concentrados em sua grande maioria na capital. O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, tradicionalmente o maior portão de entrada de turistas estrangeiros do país, perdeu o posto para São Paulo em 1995, quando recebeu 25% do total registrado, contra 26% recebidos pela capital paulista. Este dado é resultante, entre outros fatores, da opção das empresas aéreas de desembarcar, diretamente em São Paulo, quem viaja a trabalho, uma fatia de mercado que se amplia a cada dia. Mesmo diante deste fato, e da perda relativa de turistas estrangeiros para outras cidades do país, o Rio de Janeiro continua liderando o ranking das cidades mais visitadas do país, tendo recebido 701 mil turistas estrangeiros em 1996.14 Reflexo da desigual distribuição de renda do país, a região também cristaliza territórios muito diferenciados do ponto de vista do seu agenciamento, e que não por acaso, acompanha os caprichos da natureza ao dotar tal ou qual sítio de maior expressividade paisagística. Assim, os serviços turísticos da região concentram-se majoritariamente no litoral e na capital, e numa dimensão bem mais modesta, na cidade de Niterói.

14 “Turismo estrangeiro está em queda”. in Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24/05/1997. Caderno Cidade, p. 18.

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A existência de recursos potenciais em municípios periféricos da região, entre os quais podemos destacar a vegetação exuberante e as formações rochosas do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Guapimirim, os manguezais do fundo da Baía de Guanabara, e as ruínas do convento São Boaventura em Itaboraí, não chega a consolidar uma desconcentração intra-regional dos recursos e serviços turísticos. Atualmente, 45% das unidades habitacionais - UHs de meios de hospedagem do Estado estão na região (16.430 UH) e dessas, 97% (15.475 UH) estão na cidade do Rio de Janeiro. O mesmo ocorre em relação aos outros equipamentos e serviços turísticos, tais como agências de viagens¸ centros de convenções, locadoras de veículos, transportadoras turísticas, etc.. Dado o seu peso na economia estadual, a região polariza os vetores de expansão, de infra-estrutura e demais serviços. Tendo como núcleo central a cidade do Rio de Janeiro, interliga-se a todo o Estado através de um sistema de transportes que atende, direta ou indiretamente, às diversas localidades do território estadual, através de uma malha rodoviária estadual e federal diversificada na sua qualidade. A região concentra grande parte dos sistemas médico-hospitalares, de segurança e educacional do Estado, além dos serviços de comunicação (TV, rádios, jornais, telefonia celular e comum, provedores de internet, etc.). ?? Região da Costa Verde Localizada ao sul do Estado, no limite com São Paulo, com acesso pela rodovia Rio-Santos, a proximidade entre o mar e a montanha na Região Costa Verde proporciona um espetáculo natural de rara beleza. Localizada entre os maiores centros emissores de fluxos turísticos nacionais, a região constitui-se num dos principais produtos turísticos do Estado. Integram a região os municípios de Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba, onde se situam importantes áreas de preservação ambiental, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina e o Parque Estadual da Ilha Grande, entre outras Unidades de Conservação Ambiental. A região guarda vestígios significativos da época colonial. No extremo sul, a 241 Km da capital, encontra-se a cidade de Paraty, erigida Monumento Histórico Nacional em 1966 e município tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 1974. Inserida numa paisagem exuberante, a sede do município, principalmente o seu Bairro Histórico preservado, constitui um conjunto arquitetônico dos mais significativos daquela fase da história do país. Além de grande centro de comércio e serviços, o que de certa forma atualiza e resgata a sua função original de entreposto comercial do período colonial, a sede de Paraty possui uma grande diversidade de oferta de serviços de hospedagem e alimentação, alternativa de preservação e manutenção para os grandes casarões e sobrados que integram aquele núcleo urbano. Os municípios de Angra do Reis e Mangaratiba apresentam um litoral recortado, onde se esconde e se mostra um grande número de praias de formações e dimensões diversas no entorno da Baía da Ilha Grande e da Baía de Sepetiba. Embora sejam dotados de interessantes atrativos históricos, seus núcleos urbanos, principalmente o de Angra dos Reis, apresentam uma forma de expansão que marcou de forma agressiva a paisagem, principalmente nas áreas de encosta junto às sedes municipais, em decorrência de grandes

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empreendimentos imobiliários e industriais que se implantaram na região. O grande apelo constitui-se, assim, nos recursos marítimos, bastante procurados pelos turistas, navegadores e adeptos da pesca, caça submarina e do mergulho, e na grande diversidade de ilhas que reproduzem no mar a exuberância da floresta tropical outrora presente nas encostas, e ainda hoje marcante nas áreas mais altas da serra. O destaque maior é a Ilha Grande onde, além dos recursos marinhos, da flora e fauna exuberantes, a formação de uma grande baía protegida, entre a ilha e o continente, constitui um grande potencial para o turismo náutico. Com 174 km de extensão, a Ilha Grande possui 102 praias e elevações com altitudes superiores a 900 metros. Toda a região apresenta um grande potencial para o segmento de ecoturismo. Dadas as suas características fisiográficas e a dificuldade de acesso durante um longo período, os seus recursos naturais, tanto do continente como da parte insular, foram relativamente preservados, o que vem atraindo uma grande atenção desse segmento específico do mercado turístico. As duas áreas com potencial elevado para o referido segmento são a Ilha Grande e o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Outro aspecto que se destaca na oferta turística da região, são as ilhas da baía de Sepetiba (Itacuruçá, Jaguanum, Martins, etc.), que compõem um dos pacotes turísticos mais vendidos atualmente no Estado, conhecido como “Ilhas Virgens Tropicais”, com grande incidência de demanda internacional. No tocante aos equipamentos e serviços turísticos, a região apresenta uma oferta relativamente diversificada de meios de hospedagem. Em Paraty e na Ilha Grande, predominam os pequenos empreendimentos, enquanto em Angra dos Reis e Mangaratiba há maior ocorrência de empreendimentos grandes do tipo resorts, que combinam meios de hospedagem, casas de veraneio e instalações náuticas. A região apresenta uma grande carência de serviços de agenciamento especializado em turismo receptivo, assim como de empresas organizadoras de eventos, de transporte de turistas, espaços para congressos, convenções e feiras, além de outros serviços turísticos. Entretanto, essa carência não é exclusiva da região, mas uma característica de praticamente todos os municípios do interior do Estado. ?? Região da Costa do Sol Situada a leste da Região Metropolitana, a Região da Costa do Sol apresenta grandes áreas de baixada e restinga, compondo um conjunto formado por várias lagoas entre as quais se destacam, pela sua dimensão, as lagoas de Maricá, Saquarema e Araruama, além de incontáveis quilômetros de praias de extensões diversas, com areias claras e finas. Integram a região os municípios de Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Maricá, Rio das Ostras, São Pedro D’Aldeia e Saquarema. Além da grande beleza e diversidade de suas praias, algumas muito procuradas para a prática do surf, as lagoas possuem uma grande potencialidade para a prática de atividades náuticas à vela, para equipamentos de pequeno porte. As dunas pontuam todo o litoral ao longo das restingas, compondo uma paisagem privilegiada junto ao mar e às lagoas.

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A Região guarda ainda exemplares arquitetônicos de grande valor cultural, que testemunham o processo histórico de ocupação da área desde o período colonial. Conjuntos religiosos, fortes, prédios institucionais e conjuntos urbanos se destacam, aqui e ali, na paisagem, como marcos de resistência ao processo de expansão urbana acelerada e desordenada dos últimos anos. Um dos grandes atrativos da região é o seu alto índice de insolação anual, com pequenos períodos de chuvas e temperaturas médias agradáveis durante todo o ano. A partir dos anos 60, com o desenvolvimento da indústria automobilística no país, a região transformou-se num grande pólo de atração de veranistas, constituindo-se num grande mercado imobiliário para uma demanda localizada na capital do Estado, o que se acentuou com a construção da Ponte Rio-Niterói. Esse impulso imobiliário provocou grandes transformações na Região, que viu ampliar-se a sua malha urbana de forma excepcional nos últimos 30 anos. Paralelamente, a Região se transforma num dos principais pólos turísticos regionais do Estado, com a implantação de diversos serviços onde se destaca uma hotelaria destinada a uma clientela de renda alta e média, principalmente em Cabo Frio e Armação dos Búzios. A área interior da região compõe-se de grandes extensões de baixada, com grande potencial para a agricultura que, no entanto, vem sendo substituída pelo parcelamento do solo decorrente da expansão das grandes manchas urbanas. A Região apresenta uma oferta de meios de hospedagem elevada, com 327 empreendimentos e 17.155 leitos, que se distribuem de maneira bastante irregular, com grande concentração nos municípios de Armação dos Búzios e Cabo Frio, os quais detém juntos 55% do total destes meios de hospedagem. Em sua grande maioria são empreendimentos de pequeno porte, com até 30 unidades habitacionais. Quanto aos demais equipamentos e serviços turísticos, a Região é desprovida e carente. Não existem empresas organizadoras de eventos, os serviços de receptivo e de informações turísticas são poucos e deficientes, assim como as transportadoras turísticas e locadoras de veículos. Os espaços para realização de congressos e convenções existentes, em número de 45, são em sua maioria, de pequeno porte, não comportando grandes eventos. ?? Região Serrana A Localizada a noroeste do Estado, a Região caracteriza-se pela paisagem típica das serras com formações diversificadas, apresentando ainda áreas expressivas com cobertura vegetal autóctone, principalmente nas regiões de altitudes mais elevadas. Compõem a Região os municípios de Areal, Barra do Piraí, Barra Mansa, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Itatiaia, Mendes, Paraíba do Sul, Pinheiral, Piraí, Porto real, Quatís, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Sapucaia, Três Rios, Valença e Volta Redonda. Um dos seus recursos de maior expressão é o Parque Nacional de Itatiaia, primeiro parque nacional do país, que abrange uma área de 12.000 hectares, estendendo-se para os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Com boa parte de sua área ainda coberta por vegetação primária, cortada por rios encachoeirados, esta parte da Região é pródiga em vales de grande apelo paisagístico.

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O Pico das Agulhas Negras, situado no interior do parque, com 2.787m de altitude, é o ponto mais alto do Estado do Rio de Janeiro, e o sétimo do Brasil. É um local muito procurado para a prática do alpinismo. A Região possui ainda grandes extensões de espelho d´água, resultantes dos represamentos para fins de geração de energia elétrica na Represa do Funil e Represa de Ribeirão das Lajes. Situados numa região de grande beleza e compondo um entorno na maior parte das vezes com vegetação expressiva, estes “grandes lagos”, constituem um recurso potencial para o turismo, seja para a prática de atividades náuticas e pesqueiras, seja pela composição paisagística resultante. A Região guarda ainda testemunhos de grande valor da fase áurea da atividade cafeeira, representados pelas grandes fazendas preservadas. Com o declínio da economia do café, estas fazendas encontraram na pecuária leiteira uma alternativa econômica para sua sobrevivência e, hoje, se abrem também para o turismo, como mais uma forma de atuação empresarial. Atualmente é a região do Estado onde o segmento do turismo rural encontra-se em estágio mais avançado de realização, principalmente nos municípios de Barra do Piraí, Valença e Rio das Flores. O segmento do ecoturismo também vem se desenvolvendo de maneira marcante, graças ao grande potencial para a prática de atividades ligadas à natureza, como caminhadas, escaladas e canoagem. As principais áreas estão localizadas nos municípios de Rio Claro, Piraí, Três Rios, Itatiaia e Resende, com grande destaque para o Parque Nacional de Itatiaia. Além dessas áreas, outras ainda não exploradas apresentam grande potencial para o segmento do eco-turismo. Alguns núcleos urbanos conservam ainda conjuntos arquitetônicos expressivos e de grande valor cultural, os quais documentam a fase áurea de dinamismo econômico da história da Região, ocorrida durante o primeiro ciclo cafeeiro. O parque hoteleiro da Região, diversificado no que se refere à qualidade dos serviços prestados e à faixa de renda do público consumidor atendido, vem experimentando um crescimento acentuado nas áreas que tiveram uma expansão recente para o turismo e o veraneio. A grande maioria (66%) dos meios de hospedagem encontra-se na área do Parque Nacional de Itatiaia, que se estende pelos municípios de Itatiaia e Resende. Com relação aos demais serviços e equipamentos turísticos, a Região apresenta uma carência acentuada, o que acarreta na inibição do desenvolvimento do setor. ?? Região Serrana B Esta Região de serras com vegetação exuberante e clima ameno, situada na esfera de influência da Região Metropolitana, apresenta uma economia bastante homogênea e desenvolvida, compondo-se dos municípios de Cachoeiras de Macacú, Miguel Pereira, Nova Friburgo, Paty do Alferes, Petrópolis, Rio Bonito, São José do Rio Preto, Silva Jardim, Teresópolis e Vassouras. As áreas das serras nas cotas mais elevadas possuem uma topografia com declives acentuados, apresentando ainda grande parte da sua superfície coberta por

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remanescentes da Mata Atlântica. Formações rochosas peculiares marcam a paisagem como grandes esculturas naturais, entre as quais se destaca o Dedo de Deus. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos constitui uma reserva florestal de grande potencial turístico, atraindo adeptos do excursionismo nas suas mais diversas modalidades, sobretudo provenientes da Região Metropolitana, dada a sua proximidade com a Região. Preservando conjuntos e exemplares arquitetônicos expressivos da sua história, o destaque maior da Região neste aspecto é a cidade de Petrópolis, erigida “Cidade Imperial” pelo Decreto Federal nº 85.849 de 27/03/81, onde se localiza o Museu Imperial, outrora residência de verão dos Imperadores do Brasil. Situados no seu extremo oeste, no rebordo da Serra do Mar, os municípios de Miguel Pereira, Paty do Alferes e Vassouras, destacam-se pela excepcionalidade de seu clima e pela presença marcante de exemplares da arquitetura rural fluminense, constituindo uma zona de transição entre a Região Serrana A e Serrana B. Toda a Região oferece excelentes oportunidades para os segmentos de turismo ecológico e rural, já em desenvolvimento adiantado nos municípios de Vassouras, Paty do Alferes, Cachoeiras de Macacú, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Quanto ao conjunto dos equipamentos e serviços turísticos, a região apresenta características bastante heterogêneas. Dos 198 meios de hospedagem existentes, 77 (38,8%) estão concentrados no município de Nova Friburgo, e 43 (22%) estão no município de Petrópolis. Já as agências de viagens estão, em sua grande maioria (70%) sediadas no município de Petrópolis, que também concentra 23% dos auditórios e espaços para eventos e convenções. Como as demais regiões do interior do Estado, é bastante acentuada a ausência de empresas voltadas para o atendimento da demanda do turismo receptivo. ?? Região Serramar Tendo como cenário o contraponto de mar e montanha, esta região possui cidades e atrativos diversificados, como por exemplo boas praias, lagoas e serras com picos elevados e rios encachoeirados. Tudo isto numa região ainda pouco explorada pelo turismo, integrada pelos municípios de Bom Jardim, Cantagalo, Carapebus, Carmo, Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Macaé, Macuco, Quissamã, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Moraes. A Região se desenvolve transversalmente ao território do Estado, entre a planície costeira norte e as escarpas e reversos do Serra do Mar, estendendo-se até a depressão do Médio Paraíba do Sul. Apresenta um litoral de praias de grande extensão, pontuadas por pequenas lagoas e, a noroeste, por grandes extensões de restinga, até o seu limite com Campos, marcado por parte do espelho d’água da Lagoa Feia, maior lagoa do Estado. Nos municípios de Carapebus, Macaé e Quissamã encontra-se o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, com 14 mil hectares de área, localizados ao longo de 41 quilômetros da orla marítima, onde ainda tem-se vegetação e fauna originais bastante preservadas.

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Os altiplanos e montanhas da Região constituem-se numa zona de transição da região montanhosa até as grandes planícies da Região Norte, com elevações de menor altitude e menos exuberantes do ponto de vista da cobertura vegetal autóctone preservada, em relação a outras regiões do Estado. No município de Macaé, ergue-se o Pico do Frade com 1.429m. Em Macaé, Silva Jardim e Casimiro de Abreu, observa-se a presença das escarpas da Serra do Mar por onde descem rios com corredeiras e cachoeiras, além de apresentar excelentes áreas pra caminhadas. À exceção da sede urbana de Macaé, que é uma cidade de porte médio e que teve um desenvolvimento excepcional com a implantação da base da Petrobrás, de apoio a exploração de petróleo na bacia de Campos, integram a região pitorescos núcleos urbanos marcados pela presença, aqui e ali, de exemplares arquitetônicos significativos e representativos da sua história. Destacam-se ainda exemplares expressivos da arquitetura rural, principalmente aqueles remanescentes do período áureo da cultura da cana de açúcar na Região, construídos ao longo dos antigos canais de navegação para escoamento dessa produção, que faziam a ligação desde o município de Macaé até a Lagoa Feia, onde se comunicavam diretamente com o mar. A Região é bastante carente em termos de equipamentos e serviços turísticos. Aqueles existentes, em sua grande maioria, estão concentrados do município de Macaé, devido à presença da Petrobrás. ?? Região Norte Situada no extremo nordeste do Estado, é a maior região turística em superfície, abrangendo os municípios de Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Campos dos Goytacases, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, Santa Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua, São Fidelis, São Francisco do Itabapoana, São Jõao da Barra, São José de Ubá e Varre-Sai. Trata-se de uma grande região de planícies, entremeadas por montanhas em forma de meias-laranjas. Nas áreas de altitudes mais elevadas, nos limites dos municípios de Campos, São Fidélis e Santa Maria Madalena, encontra-se o Parque Estadual do Desengano, cujo ponto mais alto é a Pedra do Desengano, com 1.750 metros de altitude. No que se refere aos recursos turísticos naturais, além da Lagoa Feia e da Lagoa de Cima, muito procuradas por praticantes de esportes náuticos, e de cachoeiras diversas, a Região é atravessada longitudinalmente pelo Rio Paraíba do Sul. Pela sua largura e a grande quantidade de ilhas, o Rio Paraíba do Sul compõe uma bela paisagem, onde estão inseridas fazendas e núcleos urbanos, não obstante a poluição de suas águas, o que se constitui num limitador à sua potencialidade balneária. As praias do litoral próximas à foz do referido rio, Atafona, Grussaí e Santa Clara, além do Farol de São Tomé mais ao sul, são muito procuradas por veranistas, provenientes de Campos, de outros municípios do interior do Estado e do Estado de Minas Gerais. Como atrativo natural de destaque na Região, temos ainda a ocorrência de duas estâncias hidrominerais - a de Raposo, no município de Itaperuna, e a de Santo Antônio de Pádua. Ambas já tiveram uma fase áurea de desenvolvimento turístico e hoje se apresentam em processo de estagnação, como quase todas as estâncias hidrominerais da Região Sudeste.

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A Região possui ainda vestígios dispersos de arquitetura rural e urbana, testemunhos dos períodos mais expressivos da sua ocupação e da sua história. A grande maioria desse patrimônio encontra-se no município de Campos dos Goytacazes, pólo econômico e cultural da Região. No tocante aos equipamentos e serviços turísticos, a Região é carente de praticamente todos eles. Os meios de hospedagem estão concentrados nas duas estâncias hidrominerais (Raposo e Santo Antônio de Pádua), no município de Campos dos Goytacazes e no litoral dos municípios de São Francisco do Itabapoana e São João da Barra. Os demais serviços e equipamentos turísticos são quase inexistentes em toda a região. 1.4 ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS DAS REGIÕES TURÍSTICAS O Estado do Rio de Janeiro contava, em 1996, com uma população total de 13.316.455 habitantes, dos quais cerca de 95% vivendo nas cidades, representando a Unidade da Federação com maior percentual urbano, à exceção do Distrito Federal. Tal posição decorre da participação da Região Metropolitana, que concentra 76% do efetivo populacional do Estado em uma área equivalente a 13% do seu território. ?? Região Metropolitana A população da Região Metropolitana totaliza, de acordo com dados do Censo Demográfico de 1996, 10.037.775 habitantes, correspondendo aproximadamente a 75,4% da população estadual, sendo o Rio de Janeiro o município mais populoso, com 5.533.011 habitantes, seguido de Nova Iguaçu e Duque de Caxias com 801.036 e 712.370 habitantes, respectivamente. Com exceção de Guapimirim, Paracambi e Itaguaí, que apresentam densidades de 90, 216 e 250 hab/km2, os demais municípios, bem como o conjunto da Região, com 2.002 hab/km2, possuem uma densidade superior à estadual que é de 303 hab/km2. Registra-se que a Região teve uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA, entre 1991 e 1996, de 0,61% contra 0,78% do Estado. Alguns de seus municípios, no entanto, apresentam taxas superiores à do Estado. Os municípios que apresentaram as mais altas TMGCAs foram: Guapimirim: 3,01%; Itaguaí: 2,88%; Itaboraí: 2,34%, Magé: 1,97% e Queimados: 1,89%. O município que apresentou a menor TMGCA foi Nilópolis, com taxa negativa de –0,37%. O Rio de Janeiro, com 0,19%, ocupa a penúltima posição na Região. Os municípios de Tanguá e Seropédica, criados recentemente e, por isso, não tendo contagem de população para 1991, não apresentam TMGCA.

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INDICADORES DEMOGRÁFICOS

População Residente Estado, Região Turística e

Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densidade hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78

Região Metropolitana 8.725.802 9.750.104 10.037.775 5.013,8 2.002,03 0,61 Rio de Janeiro 5.090.700 5.480.768 5.533.011 1.264,2 4.376,69 0,19 Belford Roxo 282.428 360.714 393.520 73,5 5.354,01 1,76 Duque de Caxias 575.814 667.821 712.370 465,7 1.529,68 1,30 Guapimirim 23.188 28.001 32.482 357,6 90,83 3,01 Itaboraí 114.540 162.742 156.631 431,4 363,08 2,34 Itaguaí 90.133 113.057 69.961 279,3 250,49 2,88 Japeri 56.334 65.723 66.427 82,9 801,29 0,21 Magé 143.414 163.733 180.550 390,7 462,12 1,97 Nilópolis 151.588 158.092 155.190 19,2 8.082,81 -0,37 Niterói 397.123 436.155 450.129 131,8 3.415,24 0,63 Nova Iguaçu 661.789 772.442 801.036 566,6 1.413,76 0,73 Paracambi 30.319 36.427 38.844 179,3 216,64 1,29 Queimados 94.254 98.825 108.531 78 1.391,42 1,89 São Gonçalo 615.352 779.832 827.967 251,3 3.294,74 1,21 São João de Meriti 398.826 425.772 433.713 34,9 12.427,31 0,37 Seropédica --- --- 54.252 266,6 203,50 0,71 Tanguá --- --- 23.161 140,8 164,50 -0,80 Fonte: IBGE - Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População - 1996

Fundaão CIDE - Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - 1995/1996

A Região apresenta 3,6% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Niterói é, regionalmente, o município que apresenta os maiores índices de rendimento familiar, com 8,0% dos chefes de família com renda superior a 20 Salários Mínimos, seguido do Rio de Janeiro, com 5,4%. Quanto à escolaridade, 29,7% dos chefes de família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. Neste item, mais uma vez, é Niterói o município que apresenta o mais alto percentual na Região, com 49,8%, seguido do Rio de Janeiro com 38,1%.

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística e

Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 Região Metropolitana 2.690.896 97.163 3,6 798.414 29,7 Rio de Janeiro 1.560.338 83.735 5,4 593.847 38,1 Belford Roxo 85.645 118 0,1 7.772 9,1 Duque de Caxias 172.658 486 0,3 22.322 12,9 Guapimirim 7.037 39 0,6 640 9,1 Itaboraí 34.914 123 0,4 2.809 8,0 Itaguaí 15.448 76 0,5 1.883 12,2 Japeri 15.998 18 0,1 809 5,1 Magé 41.228 100 0,2 4.010 9,7 Mangaratiba 4.786 43 0,9 682 14,2 Marica 12.483 140 1,1 1.882 15,1 Nilópolis 41.989 192 0,5 9.444 22,5 Niterói 124.627 9.981 8,0 62.114 49,8 Nova Iguaçu 196.971 853 0,4 29.883 15,2 Paracambi 9.044 31 0,3 1.034 11,4 Queimados 30.370 26 0,1 2.525 8,3 São Gonçalo 207.645 880 0,4 40.254 19,4 São João de Meriti 110.796 219 0,2 14.641 13,2 Seropédica 13.198 90 0,7 1.578 12,0 Tanguá 5.721 13 0,2 285 5,0 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, 1991

?? Região da Costa Verde A população da Região da Costa Verde totaliza, de acordo com dados do Censo Demográfico de 1996, 137.594 habitantes, correspondendo aproximadamente a 1,1% da população estadual, sendo Angra dos Reis o município mais populoso, com 90.877 habitantes, seguido de Paraty e Mangaratiba, com 27.027 e 19.690 habitantes, respectivamente. A Região apresenta densidade populacional de 65 hab/km2, inferior à estadual, que é de 303 hab/km2. Seus três municípios também apresentam densidades inferiores à média estadual, sendo que em Paraty esta taxa é de 29 hab/km2. Registra-se que cada um dos três municípios da Região teve uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual - TMGCA, entre 1991 e 1996, superior à taxa estadual, que foi de 0,78%. No entanto, o município de Paraty foi aquele que apresentou a mais alta TMGCA no período: 2,47%.

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INDICADORES DEMOGRÁFICOS

População Residente Estado, Região Turística e

Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densidade hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região da Costa Verde 92.305 127.424 137.594 2107,7 65,28 1,55 Angra dos Reis 57.861 85.571 90.877 816,3 111,33 1,21 Mangaratiba 13.845 17.925 19.690 360,7 54,59 1,90 Paraty 20.599 23.928 27.027 930,7 29,04 2,47 Fonte: IBGE -Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População -1996

CIDE - Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - 1995/1996 A Região apresenta 1,3% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Paraty é, regionalmente, o município que apresenta os maiores índices de rendimento familiar, com 2,1%, seguido de Angra dos Reis, com 1,1% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos. Quanto à escolaridade, apenas 16,1% dos chefes de família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. O município que apresenta o mais alto percentual na Região é Paraty, com 17,1%, índice ainda inferior à média estadual. INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. (%) Abs. (%) Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 REGIÃO DA COSTA VERDE 31.746 397 1,3 5.110 16,1 Angra dos Reis 21.299 234 1,1 3.459 16,2 Mangaratiba 4.786 43 0,9 682 14,2 Paraty 5.661 120 2,1 969 17,1 Fonte: IBGE - Censo Demográfico – 1991 ?? Região da Costa do Sol A população da Região da Costa do Sol totaliza, de acordo com dados do Censo Demográfico de 1996, 420.712 habitantes, correspondendo aproximadamente a 3,2% da população estadual. Cabo Frio é o município mais populoso, com 101.142 habitantes, seguido de Araruama e Maricá, com 65.253 e 60.268 habitantes, respectivamente. Há que se observar que estes três municípios somam uma população de 226.663 pessoas, representando 54% da Região.

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Todos os municípios da Região apresentam densidades inferiores à média estadual, tendo Cabo Frio a mais alta densidade (253 hab/km2 ), seguido de Iguaba Grande (204 hab/km2). Casimiro de Abreu, com parte de seu território localizado em área de montanha, e tendo também grandes planícies não ocupadas, apresenta a mais baixa densidade populacional da Região (44 hab/km2 ). Os municípios da Região apresentam uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA de 3,79%, entre 1991 e 1996, bastante superior à média estadual, que foi de 0,78%. Armação de Búzios foi o município que apresentou a mais alta TMGCA no período, 10,74%, seguido de Rio das Ostras com 9,08%. Estes municípios conheceram um acelerado crescimento populacional, quase duplicando o número de habitantes no período considerado, enquanto o município que apresentou a mais baixa TMGCA foi Arraial do Cabo, com 1,62%. Indicadores Demográficos

População Residente Estado, Região Turística

e Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densidade hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região da Costa do Sol 250.747 349.235 420.712 3073,8 136,87 3,79 Araruama 49.822 59.024 65.253 635,4 102,70 2,03 Armação dos Búzios 5.354 8.604 14.328 73,3 195,47 10,74 Arraial do Cabo 15.362 19.866 21.527 158,1 136,16 1,62 Cabo Frio 55.593 84.915 101.142 400,2 252,73 5,80 Casimiro de Abreu 11.936 15.650 20.233 462,9 43,71 5,27 Iguaba Grande 4.131 8.074 9.495 46,5 204,19 3,30 Marica 32.618 46.545 60.268 363,3 165,89 5,30 Rio das Ostras 10.235 18.195 28.101 230,3 122,02 9,08 São Pedro da Aldeia 37.502 50.474 56.275 347,7 161,85 5,83 Saquarema 28.194 37.888 44.090 356,1 123,81 3,08 Fonte: IBGE - Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População - 1996

CIDE -Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - 1995/1996

A Região apresenta 0,93% dos chefes de família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Armação de Búzios é o município da Região onde este índice é o mais elevado, 1,22%, seguido de Cabo Frio com 1,20%. Quanto à escolaridade, apenas 14,33% dos Chefes de Família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. O município que apresenta o mais alto percentual na Região é Cabo Frio, com 17,46%, índice ainda inferior à média estadual.

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ Renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,10 919.026 26,60 Região da Costa do Sol 85.726 797 0,93 12.288 14,33 Araruama 14.865 132 0,89 1.667 11,21 Armação dos Búzios 2.216 27 1,22 266 12,00 Arraial do Cabo 5.138 41 0,80 875 17,03 Cabo Frio 19.902 239 1,20 3.475 17,46 Casimiro de Abreu 3.954 36 0,91 410 10,37 Iguaba Grande 1.938 16 0,83 302 15,58 Marica 12.483 140 1,12 1.882 15,08 Rio das Ostras 4.680 53 1,13 585 12,50 São Pedro da Aldeia 10.715 53 0,49 1.768 16,50 Saquarema 9.835 60 0,61 1.058 10,76 Fonte: CIDE - Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - 1995/1996

?? Região Serrana A A população da Região Serrana A totaliza, de acordo com dados da Contagem de População do IBGE de 1996, 898.446 habitantes, correspondendo aproximadamente a 6,7% da população estadual, sendo Volta Redonda o município mais populoso, com 228.939 habitantes, seguido de Barra Mansa e Resende, com 164.768 e 94.104 habitantes, respectivamente. Há que se observar que estes três municípios somam uma população de 487.811 pessoas, representando 54% da Região, formando uma unidade fisiográfica consolidada e destacada do conjunto regional, pelo perfil econômico que apresentam. Com exceção de Volta Redonda, que apresenta uma densidade de 1.252 hab/km2, os demais municípios, bem como o conjunto da Região com 111,05 hab/km2, possuem uma densidade inferior a estadual (303 hab/km2). A Região teve uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA, entre 1991 e 1996, de 1,16%, contra 0,78% do Estado. Os municípios que apresentaram as mais altas taxas no período foram: Itatiaia (5,67%), Pinheiral (5,35%), Piraí (2,25%) e Resende (2,44%). Paraíba do Sul e Rio das Flores, apresentaram TMGCAs negativas, de –0,16% e –0,59% respectivamente.

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Indicadores Demográficos

População Residente Estado Região Turística e

Municípios

1980

1991

1996

Área

Km²

Densidade hab/km²

1996

TMGCA (%) 91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região Serrana A 743.590 853.511 898.446 8.090,70 111,05 1,03 Areal 7.148 8.228 9.012 111,8 80,61 1,84 Barra do Piraí 71.931 79.199 85.726 579,8 147,85 1,60 Barra Mansa 146.750 163.418 164.768 548,9 300,18 0,16 Comendador Levy Gasparian 6.369 7.059 7.424 107,5 69,06 1,01 Engenheiro Paulo de Frontin 12.909 12.061 12.557 139,4 90,08 0,81 Itatiaia 12.106 16.073 21.180 225,5 93,92 5,67 Mendes 15.534 16.598 17.182 77,5 221,70 0,69 Paraíba do Sul 29.238 33.922 33.647 582,2 57,79 -0,16 Pinheiral 9.573 13.485 17.497 77,6 225,48 5,35 Piraí 28.786 33.782 22.687 506,1 44,83 2,25 Porto Real 6.172 8.328 8.611 50,8 169,50 0,67 Quatis 7.991 8.798 9.870 286,9 34,40 2,33 Resende 75.229 91.757 94.104 1167 80,64 2,44 Rio Claro 12.914 13.665 14.308 843,5 16,96 0,92 Rio das Flores 6.866 6.451 6.264 479 13,08 -0,59 Sapucaia 14.946 15.429 16.896 541,7 31,19 1,83 Três Rios 57.655 65.961 66.293 325,4 203,73 0,10 Valença 53.577 60.805 61.481 1308,1 47,00 0,22 Volta Redonda 183.641 220.305 228.939 182,8 1252,40 0,77 Fonte: IBGE, Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População - 1996

CIDE, Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro – 1995/1996 A Região apresenta 1,2% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Resende é, regionalmente, o Município que apresenta os maiores índices de rendimento familiar, com 2,3%, seguido de Itatiaia com 1,7% e Barra Mansa e Volta Redonda, ambos com 1,2% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos. Quanto à escolaridade, apenas 18,0% dos Chefes de Família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. O município que apresenta o mais alto percentual na Região é Volta Redonda, com 25,1%, índice ainda inferior à média estadual.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SEPDET/TURISRIO - 2001 DIAGNÓSTICO

63

INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 Região Serrana A 216.453 2.524 1,2 38.890 18,0 Areal 1.979 16 0,8 192 9,7 Barra do Piraí 20.123 184 0,9 3.407 16,9 Barra Mansa 40.964 474 1,2 6.009 14,7 Comendador Levy Gasparian 1.681 11 0,7 165 9,8 Engenheiro Paulo de Frontin 3.068 22 0,7 364 11,9 Itatiaia 3.919 67 1,7 641 16,4 Mendes 4.350 36 0,8 580 13,3 Paraíba do Sul 8.341 78 0,9 1.128 13,5 Pinheiral 3.057 11 0,4 456 14,9 Piraí 5.244 54 1,0 657 12,5 Porto Real 1.936 11 0,6 125 6,5 Quatis 2.117 17 0,8 230 10,9 Resende 21.157 489 2,3 4.549 21,5 Rio Claro 3.328 20 0,6 199 6,0 Rio das Flores 1.512 18 1,2 144 9,5 Sapucaia 3.782 26 0,7 387 10,2 Três Rios 16.530 161 1,0 2.626 15,9 Valença 15.429 156 1,0 2.505 16,2 Volta Redonda 57.936 673 1,2 14.526 25,1 Fonte: IBGE - Censo Demográfico - 1991 ?? Região Serrana B A população da Região Serrana B totaliza 754.995 habitantes, de acordo com dados do Censo Demográfico de 1996, correspondendo aproximadamente a 5,7% da população estadual, sendo Petrópolis o município mais populoso, com 267.604 habitantes, seguido de Nova Friburgo e Teresópolis, com 169.218 e 122.614 habitantes, respectivamente. Há que se observar que estes três municípios somam uma população de 559.436 pessoas, representando 74% da Região, formando uma unidade fisiográfica consolidada e destacada do restante do conjunto regional, tanto por suas condições naturais, como por suas formas de ocupação. Com exceção de Petrópolis, que apresenta uma densidade de 344 hab/km2, os demais municípios, bem como o conjunto da Região, com 120 hab/km2, possuem uma densidade inferior a média estadual que é de 303 hab/km2. Registra-se que a Região teve uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA, entre 1991 e 1996 de 0,64%, contra 0,78% do Estado. Alguns de seus municípios, no entanto, apresentam taxas superiores à do Estado. São eles: Cachoeiras de Macacu: 1,31%; Silva Jardim: 0,96%; e Paty do Alferes e Petrópolis: 0,93%. O município que apresentou a menor TMGCA foi Vassouras, com 0,24%.

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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64

INDICADORES DEMOGRÁFICOS

População Residente Estado, Região Turística e

Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densid. hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região Serrana B 615.862 731.430 754.995 6.248,70 120,82 0,64 Cachoeiras de Macacu 35.867 40.208 42.905 958,20 44,78 1,31 Miguel Pereira 16.623 19.446 20.077 288,10 69,69 0,64 Nova Friburgo 123.370 167.081 169.218 935,00 180,98 0,25 Paty do Alferes 16.238 21.095 22.094 320,00 69,04 0,93 Petrópolis 229.502 255.468 267.604 776,60 344,58 0,93 Rio Bonito 40.036 45.161 46.431 463,30 100,22 0,56 São José do Vale do Rio Preto 12.507 15.472 16.029 240,60 66,62 0,71 Silva Jardim 16.832 18.141 19.031 940,70 20,23 0,96 Teresópolis 98.705 120.709 122.614 772,40 158,74 0,31 Vassouras 26.182 28.649 28.992 553,80 52,35 0,24

Fonte: IBGE - Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População - 1996

CIDE - Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - 1995/1996 A Região apresenta 1,8% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Petrópolis é, regionalmente, o Município que apresenta os maiores índices de rendimento familiar, com 2,5%, seguido de Nova Friburgo e Teresópolis, ambos com 1,8% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos. Quanto à escolaridade, apenas 16,5% dos Chefes de Família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. O município que apresenta o mais alto percentual na Região é Petrópolis, com 20,1%, índice ainda inferior à média estadual. INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 Região Serrana B 193.369 3.456 1,8 31.859 16,5 Cachoeiras de Macacu 10.292 38 0,4 1.056 10,3 Miguel Pereira 5.097 52 1,0 818 16,0 Nova Friburgo 45.235 800 1,8 7.893 17,4 Paty do Alferes 5.009 19 0,4 358 7,1 Petrópolis 68.135 1.700 2,5 13.712 20,1 Rio Bonito 10.842 127 1,2 1.256 11,6 São José do V. do Rio Preto 3.911 25 0,6 237 6,1 Silva Jardim 4.465 18 0,4 284 6,4 Teresópolis 33.028 578 1,8 5.026 15,2 Vassouras 7.355 99 1,3 1.219 16,6

Fonte: IBGE - Censo Demográfico – 1991

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?? Região Serramar A população da Região Serramar totaliza, de acordo com dados da contagem de população do IBGE de 1996, 272.866 habitantes, correspondendo aproximadamente a 2,0% da população estadual, sendo Macaé o município mais populoso, com 112.966 habitantes, concentrando aproximadamente, 41% da população da Região. No outro extremo, encontra-se Macuco, com uma população de 5.758 habitantes. A densidade populacional na Região é bastante baixa, inferior à média estadual que é de 303 hab/km2, em todos os municípios, chegando em Quissamã e Trajano de Morais aos índices de 17 e 18 hab/km2, respectivamente. Dos treze municípios da Região Serramar, nove apresentaram uma Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual - TMGCA, entre 1991 e 1996, superior à taxa estadual no período, que foi de 0,78%. O município onde foi verificada a mais alta TMGCA foi Macuco, 5,24%, seguido de Macaé com 3,82%. Este último, tendo em vista seu elevado contingente populacional, conheceu um significativo crescimento. INDICADORES DEMOGRÁFICOS

População Residente Estado, Região Turística

e Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densidade hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região Serramar 193.803 245.517 272.866 6.004 45 2,13 Bom Jardim 18.531 20.630 21.807 386 56 1,12 Cantagalo 19.188 19.672 18.819 750 25 -0,88 Carapebus 6.834 7.238 8.116 284 29 2,32 Carmo 12.282 14.509 15.194 355 43 0,93 Conceição de Macabu 13.624 16.963 18.194 349 52 1,41 Cordeiro 15.357 20.781 17.401 116 149 1,29 Duas Barras 7.996 9.875 9.918 344 29 0,09 Macaé 66.231 100.895 112.966 1.240 91 3,82 Macuco 4.159 4.460 5.758 78 74 5,24 Quissamã 9.620 10.467 12.543 718 17 3,68 São Sebastião do Alto 8.949 8.108 8.108 398 20 0,00 Sumidouro 11.395 12.977 13.433 396 34 0,69 Trajano de Morais 10.630 10.640 10.609 591 18 -0,06 Fonte: IBGE - Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População -1996

CIDE - Anuário Estatístico do Estado do rio de Janeiro – 1995/1996 A Região apresenta 1,5% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto no Estado este percentual é de 3,1%. Macaé é, regionalmente, o Município que apresenta o maior percentual de Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos (2,6%). Quanto à escolaridade, apenas 15,0% dos Chefes de Família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto que este percentual no Estado é de 26,6%. O município que

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apresenta o mais alto percentual na Região é Macaé, com 23,3%, índice ainda inferior à média estadual. INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 Região Serramar 61.729 906 1,5 9.256 15,0 Bom Jardim 5.165 53 1,0 474 9,2 Cantagalo 4.814 58 1,2 628 13,0 Carapebus 1.809 1 0,1 72 4,0 Carmo 3.574 40 1,1 393 11,0 Conceição de Macabu 4.057 22 0,5 437 10,8 Cordeiro 4.214 36 0,9 723 17,2 Duas Barras 2.356 11 0,5 163 6,9 Macaé 24.317 625 2,6 5.678 23,3 Macuco 1.084 9 0,8 108 10,0 Quissamã 2.459 13 0,5 115 4,7 São Sebastião do Alto 1.983 9 0,5 115 5,8 Sumidouro 3.383 21 0,6 181 5,4 Trajano de Morais 2.514 8 0,3 169 6,7 Fonte: IBGE, Censo Demográfico - 1991 ?? Região Norte A população da Região Norte totaliza 794.067 habitantes, de acordo com dados do Censo Demográfico de 1996, correspondendo aproximadamente a 6,0 % da população estadual, sendo Campos dos Goytacazes o município mais populoso, com 391.299 habitantes, seguido de Itaperuna e São Fidélis, com 82.189 e 36.212 habitantes, respectivamente. O conjunto dos municípios da Região apresenta densidades bastante baixas, com índice de 60 hab/km², significativamente inferior à densidade média estadual que é de 303 hab/km2. A análise da Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual - TMGCA, entre 1991 e 1996, indica que a Região apresentou perfis de crescimento populacional bastante diferenciados. Aperibé apresentou uma TMGCA de 2,67%, ao passo que, em Cardoso Moreira, esta taxa foi de -6,27%. Cambuci e Santa Maria Madalena também apresentam uma TMGCA negativa. A grande maioria dos municípios da Região apresenta taxas inferiores à média estadual, sendo as situações mais críticas a dos três municípios acima citados, que vêm perdendo população. Não foram consideradas as informações relativas aos municípios de São Francisco do Itabapoana e São José do Ubá, uma vez que estes municípios sofreram processo de emancipação no período, com alteração na contagem de população e por conseqüência no cálculo da TMGCA.

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INDICADORES DEMOGRÁFICOS

População Residente Estado, Região Turística e

Municípios 1980 1991 1996

Área km2

Densiddade hab/km2

1996

TMGCA (%)

91/96

Estado 11.291.520 12.807.706 13.316.455 43.909,70 303,27 0,78 Região Norte 678.896 767.163 794.067 13.370,7 59,39 0,69 Aperibé 4.945 6.309 7.197 89,5 80,41 2,67 Bom Jesus do Itabapoana 27.970 29.873 31.899 600,5 53,12 1,32 Cambuci 21.037 21.011 13.777 565,1 24,38 -1,63 Campos dos Goytacazes 321.048 376.290 391.299 4.037,7 96,91 0,79 Cardoso Moreira 14.728 12.819 9.273 516,3 17,96 -6,27 Italva 12.685 12.764 13.193 297 44,42 0,66 Itaocara 21.310 22.933 23.482 429,6 54,66 0,47 Itaperuna 63.086 78.000 82.189 1.108,4 74,15 1,05 Laje do Muriaé 7.515 7.464 7.577 251,2 30,16 0,30 Miracema 22.007 25.091 25.530 302,2 84,48 0,35 Natividade 13.818 14.642 15.104 387,3 39,00 0,62 Porciúncula 13.458 14.561 15.399 302,8 50,86 1,13 Santa Maria Madalena 11.079 10.850 10.814 817,7 13,22 -0,07 Santo Antônio de Pádua 28.568 33.291 33.473 615,2 54,41 0,11 São Fidélis 34.976 34.581 36.212 1.030,8 35,13 0,93 São Francisco do Itabapoana 35.783 1.119,4 31,97 São João da Barra 54.597 59.561 28.151 460,3 61,16 6,19 São José do Ubá 5922 249,4 23,74 Varre-Sai 6.069 7.123 7.793 190,3 40,95 1,81 Fonte: IBGE - Censos Demográficos - 1980 e 1991 e Contagem de População -1996

CIDE - Anuário Estatístico – 1995/1996 No que se refere à renda familiar, a Região apresenta 1% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos, enquanto que no Estado este percentual é de 3,1%. Campos dos Goytacazes é, regionalmente, o Município que apresenta os maiores índices de rendimento familiar, com 1,4%, seguido de Bom Jesus do Itabapoana com 1,2% dos Chefes de Família com renda superior a 20 Salários Mínimos. Quanto à escolaridade, apenas 13,4% dos Chefes de Família da Região possuem 11 anos ou mais de estudo, enquanto este percentual no Estado é de 26,6%. O município que apresenta o mais alto percentual na Região é Campos dos Goytacazes com 16,0%, índice ainda inferior à média estadual, seguido de Itaperuna, com 14,5%.

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INDICADORES SÓCIO-ECONÔMICOS

Chefes c/ renda > 20 SM Chefes c/+ de 11 anos de estudo

Estado, Região Turística

e Municípios

Total de Chefes de Família

Abs. % Abs. % Estado 3.454.962 107.030 3,1 919.026 26,6 Região Norte 192.312,0 1.970,0 1,0 25.773,0 13,4 Aperibé 1.704,0 7,0 0,4 180,0 10,6 Bom Jesus do Itabapoana 7.602,0 88,0 1,2 1.203,0 15,8 Cambuci 3.930,0 25,0 0,6 376,0 9,6 Campos dos Goytacazes 92.391,0 1.296,0 1,4 14.770,0 16,0 Cardoso Moreira 3.358,0 4,0 0,1 140,0 4,2 Italva 3.393,0 13,0 0,4 248,0 7,3 Itaocara 6.239,0 41,0 0,7 847,0 13,6 Itaperuna 19.570,0 206,0 1,1 2.833,0 14,5 Laje do Muriaé 1.791,0 8,0 0,4 169,0 9,4 Miracema 6.028,0 42,0 0,7 1.091,0 18,1 Natividade 3.764,0 22,0 0,6 436,0 11,6 Porciúncula 3.653,0 25,0 0,7 406,0 11,1 Santa Maria Madalena 2.721,0 17,0 0,6 254,0 9,3 Santo Antônio de Pádua 8.630,0 87,0 1,0 1.142,0 13,2 São Fidélis 9.301,0 40,0 0,4 849,0 9,1 São Francisco de Itabapoana 9.680,0 13,0 0,1 188,0 1,9 São João da Barra 5.373,0 18,0 0,3 464,0 8,6 São José de Ubá 1.512,0 10,0 0,7 81,0 5,4 Varre-Sai 1.672,0 8,0 0,5 96,0 5,7 Fonte: IBGE – Censo Demográfico - 1991

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69

2 OFERTA TURÍSTICA

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2 OFERTA TURÍSTICA 2.1 CONCEITUAÇÃO A oferta turística compõe-se do conjunto de recursos, naturais e artificiais, dos centros receptores que possibilitam o desenvolvimento das atividades relacionadas com o turismo. Esses elementos são representados pelos atrativos turísticos, pelos equipamentos e serviços turísticos e pela infra-estrutura de apoio turístico dos centros receptores.15 O processo de planejamento da atividade turística das áreas receptoras, em qualquer escala espacial, requer o estudo sistemático da oferta turística que possibilite a análise de todos os seus componentes e de suas inter-relações. Somente a partir dessa análise é possível identificar e avaliar os diversos produtos turísticos da área em estudo, sejam eles efetivamente comercializados ou apenas tenham potencial para isso. A EMBRATUR vem procurando estabelecer, desde 1983, a nível nacional, uma metodologia única para os estudos da oferta turística dos municípios com interesse turístico. A referida metodologia, adaptada de trabalhos desenvolvidos por técnicos da United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization - UNESCO, propõe a sistematização da classificação da oferta turística em categorias e tipos, bem como os critérios para a coleta e o tratamento das informações e sua posterior avaliação. De acordo com essa metodologia, a oferta turística classifica-se da seguinte maneira: ?? Atrativos Turísticos: Naturais Histórico - Culturais Manifestações e Usos Tradicionais e Populares Realizações Técnicas e Científicas Contemporâneas Acontecimentos Programados ?? Equipamentos e Serviços Turísticos:

Meios de Hospedagem Serviços de Alimentação Agenciamento e Transportes Instalações para Eventos Entretenimentos Outros Serviços

?? Infra - estrutura de Apoio Turístico:

Sistema de Transportes

Sistema de Comunicação Sistema de Segurança Sistema Médico - Hospitalar Sistema de Educação

15 Beni, 1998. Boullón, 1990.

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No Estado do Rio de Janeiro, ainda é bastante reduzido o número de municípios que já tenham realizado o inventário da oferta turística local e, menor ainda, aqueles que os mantém devidamente atualizados. Para o presente trabalho, o levantamento das informações referentes à oferta turística dos noventa e um municípios do Estado16, foi feito a partir de duas fontes básicas de informações disponíveis na Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO: Censo Turístico dos Municípios e Guia Municipal de Informações Turísticas. Para aqueles municípios não contemplados com esses trabalhos, foram utilizadas outras fontes secundárias, tais como: arquivos da TURISRIO, folhetos promocionais, revistas e guias turísticos (Michelin, Castor, etc.), além de informações fornecidas pelas prefeituras municipais. No caso específico dos Eventos/Acontecimentos Programados, as informações foram extraídas do Calendário de Eventos do Estado do Rio de Janeiro, elaborado pela TURISRIO, nos anos de 1995, 1996 e 1997. Partindo-se do pressuposto de um evento só ser considerado atrativo turístico a partir do momento em que apresente as características de permanência (regularidade) e de atração de fluxos de demanda turística, oriundas de outros municípios, foram considerados somente aqueles eventos que vêm se repetindo sistematicamente, há três anos no mínimo. Após essa primeira etapa de levantamento de dados, as informações foram sistematizadas em planilhas, e agregadas de acordo com as regiões turísticas e os municípios. Concluída a sistematização das informações, encaminhou-se aos órgãos municipais de turismo, uma cópia das suas respectivas planilhas sobre a oferta de atrativos turísticos, solicitando que as mesmas fossem conferidas, atualizadas e complementadas, de acordo com a realidade atual dos municípios. Com as informações atualizadas pelos municípios, elaborou-se a versão final de todas as planilhas da Oferta Turística (Anexo 1), já incluindo a avaliação dos atrativos turísticos, e sua hierarquização, conforme a metodologia proposta e explicitada a seguir, nesse capítulo. A metodologia de avaliação e hierarquização dos atrativos turísticos utilizada foi baseada naquela existente no documento “Inventário da Oferta Turística” da EMBRATUR. Em função da falta de informações mais específicas e sistematizadas de todos os atrativos turísticos, optou-se por uma adaptação da referida metodologia, estabelecendo-se uma avaliação e hierarquização dos atrativos a partir da sua importância turística atual, não sendo possível determinar com precisão a sua importância potencial e/ou futura. Trata-se de uma avaliação subjetiva de, o que pode incorrer em desvios de classificação que devem ser corrigidos no processo de implementação do plano. Cabe ressaltar que alguns municípios não encaminharam as informações relativas a seus atrativos turísticos, enquanto outros não responderam à solicitação de atualização das informações, o que prejudicou a fase seguinte dos trabalhos, impossibilitando a avaliação e hierarquização dos seus atrativos turísticos e, conseqüentemente, a determinação da sua importância turística atual. Para esses casos, optou-se por manter a informação da sua ocorrência, deixando-se em branco a quadrícula correspondente à avaliação. Para a oferta de Equipamentos e Serviços Turísticos (meios de hospedagem, agências de viagens, transportadoras turísticas, locais para congressos e convenções, pavilhões de exposições, locais para informações turísticas, etc.), obedeceu-se à mesma linha de

16 Este número passou para 92, com a recente emancipação de Mesquita, na Região Metropolitana.

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levantamento inicial, acompanhada de uma atualização a partir dos arquivos da Central de Informações Turísticas da TURISRIO, tendo como data de referência o dia 30 de julho de 1997. Por sua vez, os dados referentes à infra-estrutura de apoio turístico foram obtidos a partir dos dados do Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE, que foram reagrupados segundo as regiões turísticas do Estado. Em consonância com o restante do trabalho, a compartimentação regional adotada é aquela relativa à regionalização turística, instituída no Plano de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado do Rio de Janeiro 1983-1983. 2.2 ATRATIVOS TURÍSTICOS Como primeiro passo para o estudo da oferta turística do Estado, elaborou-se o levantamento e a sistematização das informações sobre os atrativos turísticos do Estado, por município. Para tal, considerou-se como Atrativos Turísticos aqueles recursos naturais e culturais que, por suas características próprias, são capazes de motivar o deslocamento de fluxos de pessoas oriundas de outros municípios17. Todavia, o levantamento e a listagem pura e simples dos atrativos turísticos de uma região ou município, não permitem a avaliação e a análise mais profunda da sua importância para o desenvolvimento turístico local e estadual. Em virtude disso, e objetivando obter-se o diagnóstico da real situação das potencialidades do patrimônio turístico do Estado, elaborou-se, a partir do inventário dos atrativos turísticos, a análise qualitativa individualizada dos mesmos e, a seguir, do seu conjunto agregados por município. A análise quantitativa individual dos atrativos permitiu estabelecer a sua hierarquização, conforme o seu potencial de atração de fluxos turísticos. Por sua vez, a análise qualitativa do conjunto dos atrativos turísticos, baseada na hierarquização dos atrativos, possibilitou a definição do potencial de atratividade de cada município analisado. 2.2.1 Classificação e Quantificação dos Atrativos Turísticos A sistematização das informações sobre o conjunto dos atrativos turísticos do Estado teve como base a metodologia de inventário da oferta turística proposta pela EMBRATUR, a qual foi adaptada de acordo com o nível de informações disponíveis e os objetivos do presente trabalho. Especificamente para os atrativos turísticos, estruturou-se uma planilha contendo as seguintes informações: ?? Nome do atrativo ?? Localização ?? Distância da sede municipal ?? Características dos meios de acesso ao atrativo ?? Equipamentos e serviços turísticos disponíveis na área do atrativo ?? Origem dos fluxos atuais de visitantes

17 Beni, 1998.

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Essas planilhas compõem o Anexo 1 do Plano Diretor de Turismo, estando as informações agregadas por município e por região turística, com os atrativos classificados de acordo com a seguinte ordem: Atrativos Naturais (22 tipos) :

- Picos/Cumes - Serras - Montes/Morros/Colinas - Vales - Rochedos - Praias - Restingas - Mangues - Baías/Enseadas - Sacos - Cabos/Pontas - Dunas - Ilhas - Arquipélagos - Rios - Lagos/Lagoas - Praias Fluviais/Lacustres - Quedas d’água - Fontes Hidrominerais - Parques Naturais - Grutas/Cavernas/Furnas - Áreas de Pesca

Atrativos Histórico-Culturais (7 tipos):

- Monumentos Arquitetônicos - Ruínas - Esculturas/Pinturas - Sítios Históricos - Sítios Científicos - Institutos Culturais

- Centros Científicos e Técnicos Manifestações e Usos Tradicionais e Populares (4 tipos):

- Festas, Comemorações e Atividades - Artesanato - Feiras e Mercados - Gastronomia Típica Realizações Técnicas e Científicas Contemporâneas (4 tipos) : - Exploração de Minérios - Exploração Agrícola e Pastoril - Exploração Industrial - Obras de Arte e Técnica Eventos/Acontecimentos Programados (7 tipos) : - Congressos e Convenções - Feiras e Exposições

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- Eventos Desportivos - Eventos Artísticos/Culturais - Eventos Gastronômicos - Eventos Sociais/Assistenciais - Outros Eventos As informações sobre o conjunto dos atrativos turísticos dos municípios foram consolidadas, quantitativamente, por categoria na tabela apresentada a seguir. Como já previsto, observa-se uma predominância de atrativos naturais, ocasionado pela diversidade da paisagem do território estadual. Por outro lado, os municípios com maior quantidade de atrativos histórico-culturais, correspondem àqueles que tiveram participação mais decisiva no processo de formação histórica do Estado: Rio de Janeiro, Niterói, Cabo Frio, Angra dos Reis, Paraty, Resende, Valença, Nova Friburgo, Petrópolis, Vassouras, Quissamã e Campos dos Goytacazes. CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ATRATIVOS CULTURAIS

MUNICÍPIO

ATRATIVOS NATURAIS

Histórico-Culturais

Manif. e Usos Tradicionais e Populares

Realiz. Ttécnicas e Científicas Contemporâneos

Eventos

ESTADO 913 631 217 84 318 Região Metropolitana 117 183 20 9 125 Belford Roxo 0 0 0 0 0 Duque de Caxiais 0 3 0 0 2 Guapimirim 8 3 0 0 3 Itaboraí 2 15 0 0 3 Itaguaí 9 1 0 2 1 Japeri - - - - - Magé 9 15 3 2 1 Nilópolis 0 0 1 0 0 Niterói 27 33 2 2 14 Nova Iguaçu 3 2 0 0 0 Paracambi 2 0 0 0 3 Queimados 0 0 0 0 1 Rio de Janeiro 55 106 14 2 97 São Gonçalo 0 1 0 0 0 São João do Meriti - - - - - Seropédica 1 2 0 0 0 Tanguá 1 2 0 1 0 Região da Costa Do Sol 162 38 46 6 42 Araruama 23 1 13 1 8 Armação dos Búzios 26 1 0 0 5 Arraial do Cabo 20 8 6 0 3 Cabo Frio 16 15 4 1 6 Casimiro de Abreu 5 4 2 0 6 Iguaba Grande 6 0 0 0 0 Marica 20 5 10 1 2 Rio das Ostras 16 0 4 1 6 São Pedro da Aldeia 16 3 0 0 0 Saquarema 14 1 7 2 6

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CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DO ESTADO (cont.)

ATRATIVOS CULTURAIS

MUNICÍPIO

ATRATIVOS NATURAIS

Histórico-Culturais

Manif. e Usos Tradicionais e

Populares

Realiz. Ttécnicas e Científicas

Contemporâneos

Eventos

Região da Costa Verde 207 55 8 1 16 Angra dos Reis 117 32 1 1 0 Mangaratiba 34 7 0 0 3 Paraty 56 16 7 0 13 Região Serrana A 111 104 24 27 42 Areal 1 0 1 0 2 Barra Mansa - - - - - Barra do Piraí - - - - - Com. Levy Gaspariam 3 2 0 0 2 Eng. Paulo de Frontin 6 1 0 3 1 Itatiaia 25 5 3 5 1 Mendes - - - - - Paraíba do Sul 3 7 2 1 5 Pinheiral - - - - - Piraí 4 5 0 3 7 Porto Real - - - - - Quatis 6 6 0 2 5 Resende 23 16 0 2 6 Rio Claro 5 5 2 3 2 Rio das Flores 11 24 2 0 5 Sapucaia - - - - - Três Rios - - - - - Valença 18 30 12 7 4 Volta Redonda 6 3 2 1 2 Região Serrana B Cachoeiras de Macacu 26 7 13 1 2 Miguel Pereira 6 3 1 1 4 Nova Friburgo 19 26 5 4 4 Paty dso Alferes - - - - - Petrópolis 34 31 4 3 5 Rio Bonito 6 1 0 0 2 S. José Vale do Rio Preto 0 1 0 0 3 Silva Jardim 7 0 3 1 1 Teresópolis 14 6 5 2 9 Vassouras 3 19 5 0 3 Região Serramar 89 80 34 13 18 Bom Jardim 1 0 3 2 3 Cantagalo 9 11 10 1 4 Carapebus 4 0 0 0 0 Carmo 4 4 1 2 4 Conceição de Macabu 3 2 1 1 0 Cordeiro 3 4 1 1 1 Duas Barras 2 8 0 0 1 Macaé 26 11 6 2 2 Macuco - - - - - Quissamã 6 18 4 0 2 São Sebastião do Alto 5 5 3 1 0 Sumidouro 12 10 2 0 0 Trajano de Moraes 14 7 3 3 1

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CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DO ESTADO (cont.)

ATRATIVOS CULTURAIS

MUNICÍPIO

ATRATIVOS NATURAIS

Histórico-Culturais

Manif. e Usos Tradicionais e

Populares

Realiz. Ttécnicas e Científicas

Contemporâneos

Eventos

Região Norte 112 77 49 16 42 Aperibé - - - - - Bom Jesus do Itabapoana 10 1 2 3 4 Cambuci 5 1 5 4 0 Campos dos Goytacazes 11 28 6 0 4 Cardoso Moreira 0 0 0 0 2 Italva 2 3 2 2 4 Itaocara 4 5 5 4 0 Itaperuna 7 3 4 1 0 Lajé do Muriaé 4 3 5 0 2 Miracema 7 1 2 0 0 Natividade 5 5 4 0 1 Porciúncula 17 2 2 0 3 Santa Maria Madalena 11 8 3 1 8 Santo Antônio de Pádua 4 8 2 0 3 São Fidélis 8 4 1 0 2 S.Francisco Itabapoana 10 0 3 0 4 São João da Barra 5 5 3 1 3 Varre-Sai 2 0 0 0 2 (-) Dado não disponibilizado pelo município

Fonte: Pesquisa TURISRIO/1997

2.2.2 Avaliação dos Atrativos Turísticos Concluído o inventário dos atrativos turísticos dos municípios, o passo seguinte foi o desenvolvimento do processo de avaliação, inicialmente de cada atrativo turístico e, a seguir, do conjunto de atrativos de cada município. Para esse procedimento, ainda com base na metodologia da EMBRATUR, foram definidos três índices de avaliação: ?? Hierarquização dos atrativos turísticos ?? Índice de diversidade de tipos de atrativos turísticos por município e região ?? Índice de potencial de atratividade turística dos municípios

Hierarquização dos Atrativos Turísticos A hierarquização dos atrativos turísticos é o índice que permite determinar a sua importância turística dentro do contexto municipal, estadual e nacional, a partir da sua atual capacidade de atrair fluxos de demanda turística. Para a execução do processo de avaliação e hierarquização dos atrativos, foram considerados os seguintes fatores de análise:

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?? Acesso: tipo e qualidade do acesso da sede do município até o atrativo ?? Equipamentos e Serviços Turísticos: existência de equipamentos e serviços turísticos

instalados no atrativo ou no seu entorno imediato, que facilitem a permanência do turista

?? Atratividade: capacidade, efetiva ou potencial, de motivar a sua visitação, definida a

partir da análise da origem dos visitantes atuais (local, regional, nacional e internacional) ou da avaliação da potencialidade desta atração.

A partir dos resultados obtidos nessa avaliação, os atrativos foram ordenados em quatro hierarquias, indicadoras do potencial de atratividade de cada um, conforme estabelecido abaixo: Hierarquia IV Atrativo turístico de excepcional valor e de grande significado para o mercado turístico internacional, capaz, por si só, de motivar correntes de visitantes internacionais e nacionais. Hierarquia III Atrativo turístico muito importante, em nível nacional, capaz de motivar, por si só ou em conjunto com outros atrativos contíguos, correntes de visitantes nacionais. Hierarquia II Atrativo turístico com algum interesse, capaz de estimular correntes turísticas regionais e locais. Hierarquia I Atrativo complementar capaz de estimular correntes locais18. A seguir são apresentadas as planilhas por região turística e por município, com o número de atrativos, naturais e culturais, classificados em cada uma das hierarquias referidas. Cabe lembrar que na categoria Atrativos Culturais estão agrupados os atrativos histórico-culturais, as manifestações e usos tradicionais e populares, as realizações técnicas e científicas contemporâneas, e os eventos/acontecimentos programados.

18 Critérios adotados por diversos autores especializados em Planejamento Turístico, como Boullón (1990) e Beni (1998), e pela EMBRATUR.

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?? Região Metropolitana Na Região Metropolitana, dadas as características da sua formação histórica e do seu processo de ocupação urbana, há um predomínio bastante acentuado dos atrativos culturais. Entretanto, deve-se destacar a quantidade de atrativos naturais de hierarquia IV, que são em número de onze, concentrados nos municípios do Rio de Janeiro (9) e Itaguaí (2). No caso específico de Itaguaí, os dois atrativos de máxima hierarquia (Baía de Sepetiba e Ilha do Araújo), estão diretamente relacionados aos passeios de saveiros, comercializados como “Ilhas Tropicais”, principalmente para os turistas estrangeiros hospedados na cidade do Rio de Janeiro. Quanto aos atrativos culturais, a maioria também está concentrada no município do Rio de Janeiro, seguido, de longe, dos municípios de Niterói, Magé e Itaboraí. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO METROPOLITANA

ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) MUNICÍPIO IV III II I IV III II I

Região 11 10 21 74 14 29 60 237 Belford Roxo 0 0 0 0 0 0 0 0 Duque de Caxias 0 0 0 0 0 0 1 4 Itaboraí 0 0 0 2 0 0 1 17 Itaguaí 2 0 2 4 0 0 1 3 Guapimirim 0 0 3 5 0 0 1 5 Japeri - - - - - - - - Magé 0 0 1 8 0 0 1 20 Nilópolis 0 0 0 0 0 0 1 0 Niterói 0 2 5 20 1 4 7 39 Nova Iguaçu 0 0 0 3 0 0 0 2 Paracambi 0 0 0 2 0 0 2 1 Queimados 0 0 0 0 0 0 0 1 Rio de Janeiro 9 8 10 28 13 25 40 141 São Gonçalo 0 0 0 0 0 0 4 0 São João do Meriti - - - - - - - - Seropédica 0 0 0 1 0 0 0 2 Tanguá 0 0 0 1 0 0 1 2 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas, e Eventos/Acontecimentos Programados.

(-) Dado não disponibilizado pelo município

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?? Região da Costa do Sol A hierarquização dos atrativos turísticos da Região da Costa do Sol confirma a sua vocação natural voltada para as atividades relacionadas com o seu meio ambiente privilegiado, especialmente o mar e as lagoas que compõem a sua paisagem. Merecem destaque os municípios de Armação dos Búzios, com seis atrativos naturais de hierarquia IV e sete de hierarquia III, o município de Cabo Frio, com sete atrativos culturais de hierarquia IV e seis de hierarquia III, e o município de Arraial do Cabo, com seis atrativos naturais e sete atrativos culturais de hierarquia III. Além disso, com exceção dos municípios de Iguaba Grande e Maricá, todos os demais municípios apresentam pelo menos um atrativo natural de hierarquia III, indicando seu potencial para atrair fluxos de demanda nacional. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO DA COSTA DO SOL

MUNICÍPIO ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) IV III II I IV III II I

Região 10 36 44 72 10 28 51 43 Armação dos Búzios 6 8 6 6 1 0 2 3 Arraial do Cabo 1 6 2 11 1 7 7 2 Araruama 0 4 10 9 0 4 18 1 Cabo Frio 3 5 4 4 7 6 5 8 Casimiro de Abreu 0 1 2 2 0 4 8 0 Iguaba Grande 0 0 5 1 0 0 0 0 Maricá 0 0 4 16 0 0 1 17 Rio das Ostras 0 9 7 0 0 6 4 1 São Pedro D'Aldeia 0 2 2 12 1 0 0 2 Saquarema 0 1 2 11 0 1 6 9 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e

Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

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?? Região da Costa Verde Na Região da Costa Verde há um equilíbrio na distribuição dos atrativos turísticos, tanto em relação às suas categorias (naturais e culturais), quanto às hierarquias. Graças às características da paisagem natural da região, o número de atrativos naturais de hierarquia I é bastante elevado, o que pode ser analisado como um fator positivo para o aumento da permanência média dos turistas na região. O município de Paraty, apesar de apresentar atrativos naturais com características semelhantes às do município de Angra dos Reis, tem como maior fator de atração de fluxos turísticos internacionais o seu patrimônio histórico e arquitetônico, concentrado na sede municipal. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO DA COSTA VERDE MUNICÍPIO ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) IV III II I IV III II I Regiâo 7 46 26 128 12 27 7 34 Angra dos Reis 6 31 2 78 0 16 1 17 Mangaratiba 1 8 2 23 0 0 3 7 Paraty 0 7 22 27 12 11 3 10 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

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?? Região Serrana A A região Serrana A apresenta um patrimônio turístico bastante heterogêneo, por apresentar tanto áreas de altitudes mais altas (Maciço de Itatiaia e Serra das Araras), como áreas mais baixas, correspondentes ao vale do Rio Paraíba do Sul. Em sua grande parte, os atrativos turísticos da região apresentam características capazes de motivar a atração de fluxos regionais e locais, distribuídos de maneira mais ou menos homogêneo pelo território regional, merecendo destaque apenas os municípios de Itatiaia e Resende, onde se verifica uma concentração maior de atrativos naturais de hierarquia II (13 e 14, respectivamente) devido à localização do Parque Nacional de Itatiaia. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO SERRANA A

MUNICÍPIO ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) IV III II I IV III II I

Região 1 7 37 66 1 26 55 116 Areal 0 0 0 1 0 1 1 1 Barra Mansa - - - - - - - Barra do Piraí - - - - - - - - Comendador Levy Gasparian 0 0 1 2 0 1 1 2 Engenheiro Paulo de Frontin 0 0 0 6 0 0 0 5 Itatiaia 1 3 13 8 0 2 3 9 Mendes - - - - - - - Paraíba do Sul 0 0 2 1 0 1 8 6 Pinheiral - - - - - - - - Piraí 0 0 1 3 0 0 3 12 Porto Real - - - - - - - Quatis 0 0 0 6 0 5 1 7 Resende 0 1 14 8 0 7 5 12 Rio Claro 0 0 0 5 1 0 1 10 Rio das Flores 0 0 2 9 0 1 3 27 Sapucaia - - - - - - - Três Rios - - - - - - - - Valença 0 3 4 11 0 8 28 17 Volta Redonda 0 0 0 6 0 0 1 8 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares,

Realizações Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

(-) Dado não disponibilizado pelo município.

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?? Região Serrana B A Região Serrana B, assim como a Região Serrana A, também oferece uma grande oferta de atrativos de hierarquias I e II, com apenas um atrativo natural de Hierarquia IV (Parque Nacional da Serra dos Órgãos). Por outro lado, o município de Petrópolis apresenta uma concentração de atrativos culturais de hierarquia IV, graças ao seu patrimônio histórico-cultural representativo do período imperial do país, quando a cidade exerceu a função de cidade de veraneio da família imperial. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO SERRANA B

ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) MUNICÍPIO IV III II I IV III II I

REGIÃO 1 4 26 84 10 22 40 103 Cachoeiras de Macacu 0 0 13 13 0 1 10 12 Miguel Pereira 0 0 1 5 0 0 1 8 Nova Friburgo 0 1 4 14 0 4 3 32 Paty do Alferes - - - - - - - - Petrópolis 0 0 2 32 9 9 11 14 Rio Bonito 0 0 2 4 0 0 2 1 São José do Vale do Rio Preto 0 0 0 0 0 0 0 4 Silva Jardim 0 1 0 6 0 0 1 4 Teresópolis 1 2 4 7 1 4 7 10 Vassouras 0 0 0 3 0 4 5 18 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

(-) Dado não disponibilizado pelo município

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?? Região Serramar A Região Serramar apresenta poucos atrativos capazes de motivar correntes turísticas de âmbito nacional, confirmando o pouco desenvolvimento da atividade turística regional. Apesar de conter em seu território tanto áreas de litoral como de serra, o conjunto de atrativos naturais da região não apresenta grande atratividade para os fluxos turísticos. No tocante aos atrativos culturais, ocorre o mesmo fato, merecendo destaque apenas os municípios de Cantagalo, Macaé e Conceição de Macabu, que apresentam uma oferta maior, graças ao seu patrimônio histórico-cultural. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO SERRAMAR

MUNICÍPIO ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) IV III II I IV III II I

REGIÃO 0 1 21 67 0 6 42 97 Bom Jardim 0 0 0 1 0 0 4 4 Cantagalo 0 0 3 6 0 1 11 14 Carmo 0 0 0 4 0 0 5 6 Carapebus 0 1 0 3 0 0 0 0 Conceição de Macabu 0 0 2 1 0 4 0 0 Cordeiro 0 0 1 2 0 0 2 5 Duas Barras 0 0 0 2 0 0 0 9 Macaé 0 0 2 24 0 1 6 14 Macuco - - - - - - - - Quissamã 0 0 1 5 0 0 0 24 São Sebastião do Alto 0 0 1 4 0 0 1 8 Sumidouro 0 0 7 5 0 0 6 6 Trajano de Moraes 0 0 4 10 0 0 7 7 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

(-) Dado não disponibilizado pelo município

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?? Região Norte A Região Norte, assim como a região Serramar, ainda não apresenta a atividade turística desenvolvida em seu território, fato que se comprova com a hierarquização dos seus atrativos turísticos, onde apenas cinco atrativos naturais e três culturais foram considerados de hierarquia III, o que indica terem capacidade de atrair turistas de âmbito nacional. Dos cinco atrativos naturais assim hierarquizados, quatro estão no município de Itaperuna, mais especificamente no distrito de Raposo, onde se localizam quatro fontes de águas minerais com características químicas singulares. HIERARQUIZAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DA REGIÃO NORTE

MUNICÍPIO ATRATIVOS NATURAIS ATRATIVOS CULTURAIS (*) IV III II I IV III II I

REGIÃO 0 5 22 85 0 3 46 136 Aperibé - - - - - - - - Bom Jesus do Itabapoana 0 0 0 10 0 0 2 8 Cambuci 0 1 0 4 0 1 3 6 Campos dos Goytacazes 0 0 0 11 0 0 5 33 Cardoso Moreira 0 0 0 0 0 0 0 2 Italva 0 0 1 1 0 0 4 7 Itaocara 0 0 0 4 0 0 0 14 Itaperuna 0 4 2 1 0 1 6 1 Laje do Muriaé 0 0 0 4 0 0 0 10 Miracema 0 0 0 7 0 0 0 3 Natividade 0 0 0 5 0 1 3 7 Porciúncula 0 0 0 17 0 0 0 7 Santa Maria Madalena 0 0 8 3 0 0 16 4 Santo Antônio de Pádua 0 0 0 4 0 0 1 12 São Fidélis 0 0 0 8 0 0 3 4 S. Francisco do Itabapoana 0 0 9 1 0 0 1 6 São José Ubá - - - - - - - - São João da Barra 0 0 2 3 0 0 0 12 Varre-Sai 0 0 0 2 0 0 2 0 (*) Inclui as categorias: Histórico-Culturais, Manifestações e Usos Tradicionais e Populares, Realizações

Técnicas e Científicas Contemporâneas e Eventos/Acontecimentos Programados.

(-) Dado não disponibilizado pelo município

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Índice de Diversidade de Tipos de Atrativos Turísticos

Este índice de análise visa estabelecer a diversidade de tipos diferentes de atrativos turísticos de cada município e das regiões turísticas do Estado, em relação ao total de tipos possível. A partir da classificação da oferta turística proposta pela EMBRATUR, buscou-se estabelecer, no âmbito deste trabalho, um índice de diversidade - D - que permitisse calibrar a avaliação final da qualidade do conjunto de atrativos turísticos por município. Em razão de observar-se que a importância da diversidade de atrativos turísticos presentes em uma determinada localidade reduz o seu impacto relativo, na medida em que aumenta a variedade de tipos de atrativos desta localidade, adotou-se uma pontuação ponderada, que cresce em progressão geométrica, de acordo com o aumento do número de tipos de atrativos desta localidade, conforme os valores apresentados a seguir:

Município com 1 tipo de atrativo turístico D= 1 Município com 2 a 3 tipos de atrativos turísticos D= 2 Município com 4 a 7 tipos de atrativos turísticos D= 3 Município com 8 a 15 tipos de atrativos turísticos D= 4 Município com 16 a 31 tipos de atrativos turísticos D= 5 Município com mais de 32 atrativos turísticos D= 6

A análise do índice de diversidade de tipos de atrativos permite conhecer os diversos segmentos do setor turístico que poderão ser captados por determinado município, região e, conseqüentemente, pelo Estado. Este índice é um dos indicadores das possibilidades de desenvolvimento da atividade turística, já que permite uma maior diversificação dos segmentos de mercados possíveis de serem atingidos, e diminui a dependência da atividade de um ou outro segmento específico. Com a aplicação do índice de diversidade, foram definidos os índices de diversidade de tipos de atrativos turísticos para os municípios e para as regiões turísticas do Estado, conforme mostrado a seguir.

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?? Região Metropolitana Os municípios do Rio de Janeiro e de Niterói apresentam um grande número de tipos turísticos graças ao seu diversificado patrimônio histórico-cultural e à sua paisagem natural, composta tanto de áreas de montanha como de litoral. Em contrapartida, os municípios da Baixada Fluminense apresentam uma diversidade bastante reduzida dado às características de sua ocupação urbana. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE TIPOS DE ATRATIVOS DA REGIÃO METROPOLITANA

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 36 6 Rio de Janeiro 29 5 Niterói 20 5 Magé 12 4 Guapimirim 10 4 Itaboraí 9 4 Itaguaí 8 4 Duque de Caxias 4 3 Nova Iguaçu 4 3 Paracambi 3 2 São Gonçalo 3 2 Seropédica 3 2 Tanguá 3 2 Nilópolis 1 1 Queimados 1 1 Belford Roxo - - Japeri - - São João do Meriti - -

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?? Região da Costa do Sol É importante notar o grande equilíbrio entre os índices de diversidade dos municípios da Região da Costa do Sol, confirmando a homogeneidade da sua potencialidade turística. Cabe ressaltar que o baixo índice obtido pelo município de Armação dos Búzios deve-se ao fato daquele município apresentar um território relativamente pequeno, e ter o seu patrimônio turístico bastante concentrado em torno das praias e ilhas locais. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO DA COSTA DO SOL

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 35 6 Cabo Frio 21 5 Arraial do Cabo 18 5 Marica 13 4 Rio das Ostras 13 4 Araruama 12 4 Casimiro de Abreu 12 4 Saquarema 12 4 São Pedro d’Aldeia 10 4 Armação dos Búzios 8 4 Iguaba Grande 3 3

?? Região da Costa Verde A região da Costa Verde é bastante privilegiada com relação à diversidade de tipos de atrativos turísticos, fato comprovado pelos índices elevados verificados em seus três municípios. Além de um patrimônio natural bastante rico, composto por ilhas, baías, enseadas, montanhas, praias e rios, seu patrimônio cultural oferece atrativos que vão desde sítios históricos a um denso calendário de eventos permanentes, passando por diversas manifestações populares e folclóricas preservadas. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO DA COSTA VERDE

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS

ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 27 5 Angra dos Reis 26 5 Parati 18 5 Mangaratiba 14 4

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?? Região Serrana A A Região Serrana A concentra sua diversidade de atrativos turísticos limitada aos tipos de atrativos relacionados com sua topografia, hidrografia e ao patrimônio histórico, fato que reduz suas possibilidades de ampliar seus índices de diversidade. Os municípios com maior diversidade de tipos de atrativos turísticos são aqueles dotados seja de grandes áreas naturais preservadas (Resende, Itatiaia e Rio Claro), seja de conjuntos de patrimônio histórico cultural expressivos (Valença e Rio das Flores). ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO SERRANA A

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS

ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 29 5 Resende 17 5 Valença 16 5 Itatiaia 15 4 Rio Claro 14 4 Rio das Flores 14 4 Volta Redonda 11 4 Paraíba do Sul 10 4 Piraí 10 4 Quatis 9 4 Três Rios 9 4 Barra Mansa 8 4 Comendador Levy Gasparian 7 3 Mendes 7 3 Barra do Piraí 6 3 Eng. Paulo de Frontin 6 3 Sapucaia 6 3 Areal 4 3 Pinheiral 3 2 Porto Real - -

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?? Região Serrana B A Região Serrana B, da mesma forma como a Região Serrana A, tem o seu patrimônio turístico vinculado ao seus elementos naturais de relevo e hidrografia e ao seu patrimônio histórico cultural. Exemplo disso é o município de Petrópolis, que apresenta um índice de diversidade igual a cinco, graças aos dezesseis tipos diferentes de atrativos que compõe a sua oferta turística. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO SERRANA B

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS

ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 28 5 Petrópolis 16 5 Nova Friburgo 15 4 Teresópolis 15 4 Vassouras 14 4 Cachoeiras de Macacu 13 4 Miguel Pereira 9 4 Paty do Alferes 9 4 Silva Jardim 7 3 Rio Bonito 6 3 S. José do Vale do Rio Preto 3 2

?? Região Serramar Na Região Serramar, o município de Macaé apresenta o índice de diversidade elevado em razão de ser o único que possui, tanto atrativos turísticos relacionados ao litoral, quanto a elementos serranos. Nos demais municípios, o índice de diversidade depende, principalmente, dos seus patrimônios histórico-culturais, dado que sua paisagem natural não apresenta grande potencial de atratividade turística. ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO SERRAMAR

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 32 6 Macaé 17 5 Cantagalo 12 4 Carmo 10 4 Quissamã 9 4 Sumidouro 9 4 Trajano de Moraes 9 4 São Sebastião do Alto 8 4 Cordeiro 6 3 Duas Barras 6 3 Bom Jardim 5 3 Conceição de Macabú 5 3 Carapebus 4 3 Macuco - -

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?? Região Norte O índice de diversidade dos municípios da Região Norte está relacionado aos recursos naturais disponíveis (litoral e fontes hidrominerais) e ao patrimônio histórico-cultural que caracteriza a região. O município de Campos dos Goytacazes apresenta o maior índice da região (5), justamente por conjugar, tanto atrativos naturais (praias, lagoas, montanhas e cachoeiras), quanto atrativos culturais (patrimônio arquitetônico, manifestações populares e folclóricas e eventos). ÍNDICE DE DIVERSIDADE DE ATRATIVOS DA REGIÃO NORTE

MUNICÍPIO TIPOS DE ATRATIVOS ÍNDICE DE DIVERSIDADE

Região 30 5 Campos dos Goytacazes 16 5 Santa Maria Madalena 13 4 Santo Antônio de Pádua 12 4 São João da Barra 11 4 Italva 10 4 Porciúncula 9 4 Bom Jesus do Itabapoana 8 4 Itaocara 8 4 Itaperuna 8 4 Cambuci 7 3 Laje do Muriaé 7 3 Miracema 7 3 São Fidélis 7 3 São Francisco do Itabapoana 6 3 Natividade 5 3 Varre-Sai 4 3 Cardoso Moreira 1 1 Aperibé - - São José do Ubá - - (-) Municípios sem informação sobre os atrativos turísticos

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Índice do Potencial de Atratividade Turística dos Municípios

Estabelecida a hierarquização dos atrativos turísticos e o índice de diversidade de tipos de atrativos de cada município, o passo seguinte foi estabelecer o índice do potencial de atratividade turística dos municípios, valor este denominado como a Pontuação Conjunto dos Atrativos Turísticos - PCA. Na valoração do conjunto dos atrativos turísticos dos municípios, levou-se em consideração três variáveis básicas: 1. Quantidade de atrativos turísticos 2. Qualidade (hierarquia) dos atrativos turísticos 3. Diversidade de tipos de atrativos turísticos Estudos desenvolvidos pelo CICATUR - Centro de Capacitação Turística, localizado na cidade do México19, propõem a seguinte expressão matemática para se realizar essa avaliação do conjunto dos atrativos turísticos: onde: PCA = Pontuação total do conjunto de atrativos do município; D = Diversidade de tipos de atrativos; P1 = Pontuação dos Atrativos Naturais; P2 = Pontuação dos Atrativos Históricos - Culturais; P3 = Pontuação dos Atrativos Manifestações e Usos Tradicionais e Populares;

P4 = Pontuação dos Atrativos Realizações Técnicas e Científicas Contemporânea; P5 = Pontuação dos Atrativos Eventos/Acontecimentos Programados.

Para o cálculo da pontuação dos atrativos naturais temos a seguinte expressão: onde: P1 = Pontuação do conjunto dos atrativos naturais Nx = nº de atrativos da hierarquia “x” Jx = Peso da hierarquia “x”

Para hierarquia IV, J = 10 Para hierarquia III, J = 7 Para hierarquia II, J = 4 Para hierarquia I, J = 1

19 Centro de Pesquisa e Planejamento Turístico ligado à Organização dos Estados Americanos - OEA, que funcionou no período de 1974 a 1984.

PCA= D x ( P1+P2+P3+P4+P5)

P1 = ?? Nx x Jx?

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Então, teremos: A pontuação dada às hierarquias relacionadas foi adotada por este Plano como um critério coerente com os seus objetivos, entre os quais está a valorização de todos os atrativos turísticos estaduais, inclusive aqueles que têm um poder de atratividade limitado à escala local. Assim, sem deixar de reconhecer a sua hierarquia, optou-se por uma redução na diferença de pontuação entre as diferentes escalas hierárquicas. O mesmo raciocínio deve ser aplicado à pontuação das demais categorias de atrativos turísticos (P2, P3, P4 E P5). Entretanto, buscando-se evitar distorções na pontuação final do conjunto de atrativos turísticos de um município, aplicou-se mais um fator de ponderação, de modo a se estabelecer valores diferentes para a pontuação de cada categoria de atrativos. Segundo a orientação aceita pela maioria dos pesquisadores, baseada em pesquisas sobre as principais motivações de viagens declaradas pelos turistas, os atrativos turísticos naturais receberam um fator de ponderação superior ao dado às demais categorias, enquanto aqueles classificados nas categorias de Manifestações e Usos Tradicionais e Populares e Realizações Técnicas Científicas Contemporâneas, receberam o menor fator de ponderação.20 No caso do Estado do Rio de Janeiro, foram estabelecidos os seguintes valores de ponderação, de acordo com as características de seus fluxos turísticos tradicionais: Atrativos Naturais P1 = PESO 2,0 Atrativos Histórico – Culturais P2 = PESO 1,8 Manifestações e Usos Tradicionais e Populares P3 = PESO 1,0 Realizações Técnicas e Científicas Contemporâneas P4 = PESO 1,0 Eventos/Acontecimentos Programados P5 = PESO 1,5 de onde resultou a expressão final: Com a aplicação da fórmula de cálculo do PCA, obteve-se como resultado a seguinte ordenação do índice de potencial de atratividade turística para os municípios do estado:

20 Tabares, 1991.

P1 = 10NIV + 7NIII + 4NII + 1NI

PCA = D x ? (2P1) + (1,8P2) + P3 + P4 + (1,5P5)?

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PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO POR MUNICÍPIO – PCA

MUNICIPIO

PCA MUNICÍPIO PCA

01 Rio de Janeiro 7000,50 47 Cambuci 147,60 02 Angra dos Reis 4807,00 48 Miguel Pereira 143,60 03 Parati 3427,00 49 Sto. Antônio de Pádua 141,60 04 Petrópolis 2109,00 50 Natividade 138,30 05 Cabo Frio 1947,50 51 São Sebastião do Alto 128,00 06 Valença 1820,00 52 Iguaba Grande 126,00 07 Niterói 1368,50 53 Volta Redonda 109,60 08 Resende 1365,00 54 Itaocara 104,00 09 Arraial do Cabo 1320,50 55 Silva Jardim 103,50 10 Armação dos Búzios 1298,80 56 Com. Levy Gaspariam 99,00 11 Araruama 1114,80 57 Rio Bonito 95,40 12 Rio das Ostras 1042,00 58 Cordeiro 90,60 13 Itatiaia 940,00 59 Laje do Muriaé 64,20 14 Mangaratiba 902,00 60 Carapebus 60,00 15 Teresópolis 832,40 61 Duas Barras 59,70 16 Cachoeiras de Macacu 832,00 62 Bom Jardim 55,50 17 Nova Friburgo 741,20 63 Engº Paulo de Frontin 54,90 18 Santa Maria Madalena 690,80 64 Miracema 53,40 19 Macaé 640,50 65 São Gonçalo 50,40 20 Campos dos Goytacazes 536,00 66 Areal 49,50 21 Cantagalo 514,40 67 Varre-Sai 48,00 22 Casimiro de Abreu 502,80 68 Duque de Caxias 41,40 23 Vassouras 479,60 69 Paracambi 35,00 24 Itaperuna 472,00 70 Nova Iguaçú 28,80 25 Sumidouro 454,40 71 Tanguá 19,20 26 Rio das Flores 451,20 72 São Fidélis 17,60 27 Saquarema 432,40 73 S. J.do Vale do Rio Preto 12,60 28 Trajano do Moraes 397,60 74 Seropédica 11,20 29 Paraíba do Sul 361,20 75 Nilópolis 4,00 30 Marica 360,00 76 Cardoso Moreira 3,00 31 São Pedro D'Aldeia 358,40 77 Queimados 1,50 32 Itaguaí 351,20 78 Aperibé(*) 0,00 33 Quatis 310,40 79 Barra do Piraí (*) 0,00 34 S.Franc.do Itabapoana 262,60 80 Barra Mansa (*) 0,00 35 Magé 251,60 81 Belford Roxo (*) 0,00 36 Quissamã 229,60 82 Japeri (*) 0,00 37 Piraí 221,60 83 Macuco (*) 0,00 38 Guapimirim 197,2 84 Mendes (*) 0,00 39 Carmo 188,00 85 Paty dos Alferes (*) 0,00 40 Rio Claro 180,00 86 Pinheiral (*) 0,00 41 Porciúncula 176,40 87 Porto Real (*) 0,00 42 Conceição de Macabu 171,60 88 S. João do Meriti (*)i 0,00 43 Italva 167,60 89 São José do Ubá (*) 0,00 44 B.Jesus do Itabapoana 167,20 90 Sapucaia (*) 0,00 45 Itaboraí 163,60 91 Três Rios (*) 0,00 46 São João da Barra 158,00

(*) Municípios que não disponibilizaram e/ou atualizaram as informações sobre os seus atrativos turísticos

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Cabe destacar que, dado o cálculo do PCA ser composto a partir de três critérios básicos (quantidade, hierarquia e índice de diversidade de tipos de atrativos), alguns municípios, mesmo que ainda não plenamente desenvolvidos turisticamente, apresentam um PCA elevado, indicando a existência de um potencial ainda não explorado. É o caso de Valença (PCA = 1820), Cachoeiras de Macacu (PCA = 832), Santa Maria Madalena (PCA = 691) e Cantagalo (PCA = 514). A seguir são apresentados os resultados do índice de potencial de atratividade turística dos municípios do Estado, agregados por região turística: ?? Região Metropolitana Na Região Metropolitana, o município do Rio de Janeiro apresenta um índice de PCA muito superior aos demais municípios. Apesar disso, dentro do contexto estadual, o município de Niterói apresenta-se bem situado, com o sétimo melhor índice de todo o Estado. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO METROPOLITANA

MUNICÍPIO

PCA

Rio de Janeiro 7000,50 Niterói 1368,50 Itaguaí 351,20 Magé 251,60 Guapimirim 197,2 Itaboraí 163,60 São Gonçalo 50,40 Duque de Caxias 41,40 Paracambi 35,00 Nova Iguaçu 28,80 Tanguá 19,20 Seropédica 11,20 Nilópolis 4,00 Queimados 1,50 Belford Roxo 0,00 Japeri 0,00 S. João do Meriti 0,00

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?? Região da Costa do Sol Os municípios da Região da Costa do Sol apresentam seus índices bastante equilibrados, sendo que Cabo Frio, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios , Araruama e Rio das Ostras, estão entre os quinze melhores índices dos municípios do Estado, corroborando com o alto potencial de atratividade que a região da Costa do Sol possui. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO DA COSTA DO SOL

MUNICÍPIO

PCA

Cabo Frio 1947,50 Arraial do Cabo 1320,50 Armação dos Búzios 1298,80 Araruama 1114,80 Rio das Ostras 1042,00 Casimiro de Abreu 502,80 Saquarema 432,40 Maricá 360,00 São Pedro D'Aldeia 358,40 Iguaba Grande 126,00 ?? Região da Costa Verde Na Região da Costa Verde, os municípios de Angra dos Reis e Paraty destacam-se dentro do contexto regional e estadual, apresentando índices de PCA inferiores apenas ao da capital do estado. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO DA COSTA VERDE

MUNICÍPIO

PCA

Angra dos Reis 4807,00 Parati 3427,00 Mangaratiba 902,00

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?? Região Serrana A O potencial de atratividade turística dos municípios da Região Serrana A é bastante heterogêneo, com alguns municípios destacando-se no contexto estadual (Resende, Valença e Itatiaia), enquanto os demais apresentam o PCA bastante inferior. Vale ressaltar que, nessa região, diversos municípios ficaram com seus PCA igual a zero, em razão da não disponibilização e/ou atualização dos dados sobre os seus atrativos turísticos, por parte dos órgãos municipais de turismo. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO SERRANA A

MUNICÍPIO

PCA

Valença 1820,00 Resende 1365,00 Itatiaia 940,00 Rio das Flores 451,20 Paraíba do Sul 361,20 Quatis 310,40 Piraí 221,60 Rio Claro 180,00 Volta Redonda 109,60 Comendador Levy Gaspariam 99,00 Engº Paulo de Frontin 54,90 Areal 49,50 Barra do Piraí 0,00 Barra Mansa 0,00 Mendes 0,00 Pinheiral 0,00 Porto Real 0,00 Sapucaia 0,00 Três Rios 0,00

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?? Região Serrana B O município de Petrópolis é o grande destaque na Região Serrana B, apresentando um PCA bastante superior aos dos demais municípios. Merecem destaque, ainda, os municípios de Teresópolis, Cachoeiras de Macacú e Nova Friburgo, que possuem o 15º, 16º e 17º melhores índices de PCA do estado, respectivamente. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO SERRANA B

MUNICÍPIO

PCA

Petrópolis 2109,00

Teresópolis 832,40

Cachoeiras de Macacu 832,00

Nova Friburgo 741,20

Vassouras 479,60

Miguel Pereira 143,60

Silva Jardim 103,50

Rio Bonito 95,40

S. José do Vale do Rio Preto 12,60

Paty dos Alferes 0,00

?? Região Serramar Na Região Serramar, o potencial de atratividade apontado pelos índices municipais é bastante inferior às demais regiões do Estado, merecendo certo destaque apenas os municípios de Macaé (19º no contexto estadual) e Cantagalo (21º). PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO SERRAMAR

MUNICÍPIO

PCA

Macaé 640,50 Cantagalo 514,40 Sumidouro 454,40 Trajano do Moraes 397,60 Quissamã 229,60 Carmo 188,00 Conceição de Macabu 171,60 São Sebastião do Alto 128,00 Cordeiro 90,60 Carapebus 60,00 Duas Barras 59,70 Bom Jardim 55,50 Macuco 0,00

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?? Região Norte O potencial de atratividade turística dos municípios da Região Norte, assim como os da Região Serramar, é bastante inferior quando comparado aos de outras regiões turísticas. Destacam-se apenas os municípios de Santa Maria Madalena e Campos dos Goytacazes, que ocupam a 18ª e 20ª posição entre os melhores índices do Estado. PONTUAÇÃO DO CONJUNTO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS POR MUNICÍPIO – PCA REGIÃO NORTE

MUNICÍPIO

PCA

Santa Maria Madalena 690,80 Campos dos Goytacazes 536,00 Itaperuna 472,00 São Francisco do Itabapoana 262,60 Porciúncula 176,40 Italva 167,60 Bom Jesus do Itabapoana 167,20 São João da Barra 158,00 Cambuci 147,60 Sto. Antônio de Pádua 141,60 Natividade 138,30 Itaocara 104,00 Laje do Muriaé 64,20 Miracema 53,40 Varre-Sai 48,00 São Fidélis 17,60 Cardoso Moreira 3,00 Aperibé 0,00 São José do Ubá 0,00 Convém lembrar que os índices de potencialidade turística – PCA, mostrados acima, foram calculados a partir da realidade atual dos atrativos turísticos dos municípios, estabelecida a partir da avaliação e hierarquização dos atrativos. Nesse sentido, foi considerada apenas a sua importância turística atual, não sendo possível determinar a sua importância potencial e/ou futura, dado a insuficiência de informações atualizadas e sistematizadas. 2.3 EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS 2.3.1 Meios de Hospedagem A oferta de meios de hospedagem de turismo acontece de forma irregular pelo território estadual e, mesmo dentro dos limites das regiões turísticas, não há uma distribuição homogênea. As informações contidas nas planilhas foram obtidas a partir dos arquivos da Central de Informações Turísticas da TURISRIO, e referem-se ao ano 2000. Não foram incluídos os estabelecimentos de alta rotatividade (motéis), em razão de não serem considerados meios de hospedagem de turismo.

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Apesar da quase total ausência de informações históricas sobre a evolução da oferta de meios de hospedagem do Estado, foi possível elaborar uma planilha desta evolução com dados de 1969 a 2000. Para tal, foram utilizadas fontes diversas e, apesar das mesmas utilizarem metodologias distintas, o quadro mostra a evolução da oferta de meios de hospedagem e leitos no Estado nas últimas décadas. Enquanto a variação no número de meios de hospedagem entre 1969 e 2000 ficou em torno de 670%, no mesmo período a variação do número de unidades habitacionais foi de aproximadamente 808%. Estes dados indicam o pequeno aumento do tamanho médio dos empreendimentos hoteleiros no Estado, que passou de 20,82 para 24,52 unidades habitacionais por empreendimento. Há uma concentração das unidades habitacionais oferecidas na cidade do Rio de Janeiro, e os empreendimentos do interior do Estado são caracterizados por possuírem um número médio de 17 unidades habitacionais em 2000. Com relação aos meios de hospedagem, sem considerar o seu porte, a Região que apresentou o maior crescimento percentual no período de 1969-2000, foi a Região da Costa do Sol (1.472%), seguida da Região Serrana B e Região da Costa Verde, enquanto as menores variações ocorreram nas regiões Metropolitana e Norte. Estes dados confirmam outros dados, indicando que nos últimos anos o desenvolvimento turístico apresenta crescimento maior nas duas regiões litorâneas mais próximas à Região Metropolitana. O crescimento mais acentuado na Região da Costa do Sol deve-se à inauguração da Ponte Rio-Niterói, em 1977, que facilitou o acesso àquela região. A análise indica um forte crescimento da oferta hoteleira em todo o Estado, ainda que de forma diferenciada por região, o que por sua vez representa o aumento significativo que o turismo tem vindo a experimentar. Face a este crescimento real, pode-se afirmar que está criado um ambiente propício para gerar boas oportunidades de mercado. OFERTA DE MEIOS DE HOSPEDAGEM NO ESTADO-1969/2000

REGIÕES 1969 (1) 1980 (2) 1984 (2) 1996 (3) 1997 (3) 2000 (4)

MH UH MH UH MH UH MH UH MH UH MH UH

Estado 237 4936 489 13.030 706 28.373 1.045 31.032 1.232 36.939 1.829 44.851 Metropolitana 936 257 10.713 309 19.359 171 14.782 184 16.497 212 17.253 Costa Verde 387 40 520 51 1.309 154 3.163 181 3.189 318 5.040 Costa do Sol 29 460 71 682 121 2.215 297 5.453 327 6.009 456 8.072 Serrana I 50 1.086 43 321 81 1.625 194 2.967 234 4.309 380 5.577 Serrana II 33 1.394 67 735 91 2.472 171 3.161 198 4.118 277 4.921 Serramar 11 2.09 11 59 25 496 27 798 50 1.128 81 1.477 Norte 27 4.64 (-) (-) 28 897 31 708 58 1.689 105 2.511 Fontes: (1) Turismo Aspectos Sócio-Econômicos

(2) Estatística de Turismo do Estado do Rio de Janeiro

(3) Central de Informações Turísticas – TURISRIO

(4) Central de Informações Turísticas - TURISRIO

(-) Dado não disponível.

MH – Meios de Hospedagem

UH – Unidades Habitacionais

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OFERTA DE MEIOS DE HOSPEDAGEM NO ESTADO E RELAÇÃO LEITOS/UH e UH/MH – 2000

REGIÃO TOTAL UH LEITOS LEITOS/UH LEITOS/MH UH/MH ESTADO 1.829 44.851 112.853 2,52 61,70 24,52 Metropolitana 212 17.253 39.805 2,51 187,75 81,38 Costa Verde 318 5.040 12.681 2,52 39.9 15,84 Costa do Sol 456 8.072 22.853 2,83 50,12 17,70 Serrana A 380 5.577 14.576 2,61 38,36 14,68 Serrana B 277 4.921 13.397 2,72 48,36 17,77 Serramar 81 1.477 3.456 2,34 42,67 18,23 Norte 105 2.511 6.085 2,42 57,96 23,92 Fonte: Central de Informações da TURISRIO. 2000.

?? Região Metropolitana Nesta região, a concentração da oferta de meios de hospedagem de turismo ocorre no município do Rio de Janeiro, mais especificamente na sua orla marítima. Em segunda posição vem Niterói, que apresenta uma pequena oferta de meios de hospedagem e leitos. Esta distribuição é justificada pelas características econômicas da região e pela importância turística da capital. A maioria dos municípios da região funciona como cidade dormitório, com grande adensamento urbano, sérios problemas de infra-estrutura básica e com um patrimônio turístico praticamente inexistente. Em sua maioria, os meios de hospedagem são de médio porte (até 500 UH) e com uma relação de 2,51 leitos/UH. Apesar da presença na cidade do Rio de Janeiro de algumas cadeias hoteleiras, tanto nacionais quanto estrangeiras, a maioria dos meios de hospedagem pertence a empresários locais. ?? Região Costa Verde A região apresenta uma oferta de meios de hospedagem relativamente alta por município, à exceção de Mangaratiba que, por sua proximidade à cidade do Rio de Janeiro, funciona como maior intensidade como centro de excursionismo. Em sua maioria, são empreendimentos de pequeno porte, com uma média de 2,52 leitos/UH e de 18,84 UH/MH. Essa segunda média é baixa em função, principalmente, do pequeno porte dos meios de hospedagem da Ilha Grande e de Parati. Nos municípios de Angra dos Reis e Mangaratiba, encontra-se uma grande concentração de empreendimentos do tipo resorts, que combinam meio de hospedagem, condomínios de veraneio e instalações náuticas (marinas, atracadouros, etc.), o que é facilmente compreensível dadas às características geográficas da região. Parati, por sua vez, caracteriza-se pelos meios de hospedagem instalados em prédios históricos adaptados, conhecidos como pousadas, bastante peculiares e únicos no Estado.

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?? Região Costa do Sol Maior concentração de meios de hospedagem (456) e segunda de leitos (22.853) do Estado, caracteriza-se por uma grande maioria de empreendimentos (60%) de pequeno porte (10 a 30 UH) e com a maior média de leitos/UH (2,83) do Estado. A Região oferece também a maior concentração de campings e albergues da juventude do Estado. Armação dos Búzios (172 MH) e Cabo Frio (68 MH) são os municípios com a maior oferta, enquanto Casimiro de Abreu (9 MH) é o município menos dotado da região. ?? Região Serrana A Região bastante heterogênea no que se refere à oferta de meios de hospedagem, apresenta uma grande concentração na área de influência do Parque Nacional de Itatiaia (municípios de Resende e Itatiaia), onde estão localizados 262 meios de hospedagem, que correspondem a 70% do total da região. Afora esta concentração, os demais municípios apresentam uma oferta bastante reduzida de meios de hospedagem e leitos, que aumenta ligeiramente no município de Valença (15 MH e 599 leitos), concentrados principalmente no distrito de Conservatória. Em sua maioria, os meios de hospedagem são pequenos empreendimentos, com até 30 UH e uma média de 2,61 leitos/UH. ?? Região Serrana B A Região compreende um dos parques hoteleiros mais antigos e tradicionais do Estado, especialmente aquele concentrado nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. Os empreendimentos mais característicos da região são aqueles conhecidos como “hotéis fazenda”, localizados nas áreas rurais e com uma oferta bem diversificada de equipamentos e serviços de recreação e lazer. Em sua maioria, são empreendimentos de pequeno porte, com uma média de 18 UH por meio de hospedagem e de 2,72 leitos/UH. Os municípios de Teresópolis e Nova Friburgo apresentam também um número razoável de campings. ?? Região Serramar É a região turística do Estado que apresenta a menor oferta de meios de hospedagem (81) e menor número de leitos (1.467). Em sua maioria, são pequenos empreendimentos, com média de 22,6 UH/MH, concentrados sobretudo em Macaé, devido à demanda gerada pela exploração de petróleo na região.

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?? Região Norte É a segunda menor oferta de meios de hospedagem do Estado (105), concentrada especialmente nos municípios de Campos dos Goytacazes (33), São João da Barra (16), Itaperuna (11) e São Francisco do Itabapoana (10), com uma oferta bastante reduzida nos demais seis municípios. Apesar da média de UH/MH regional ser 24, nos municípios de São João da Barra, Campos dos Goytacazes e Itaperuna, elas sobem para 27, 26 e 31 respectivamente. A média de Itaperuna é alta em razão dos meios de hospedagem do distrito de Raposo serem empreendimentos de médio porte, com mais de 50 UH cada um.

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2.3.2 Equipamentos e Serviços Turísticos As limitações relativas à quantificação da oferta de meios de hospedagem no Estado torna-se instransponível quando se pretende mensurar a oferta de bares e restaurantes. Além da complexidade do universo referido e da sua dispersão pelo território estadual, trata-se de um serviço que atende, em grande parte, a população residente, principalmente nas áreas mais urbanizadas, o que dificulta a desagregação desta prestação de serviço aos turistas. Além disto, é um ramo da atividade extremamente dinâmico, com alta taxa de rotatividade dos empreendimentos. Frente a estas limitações, optou-se por uma rápida analise qualitativa dos serviços oferecidos. No caso do Estado do Reio de Janeiro, a oferta de uma culinária de características próprias é relativamente exígua, pela simples razão de que a gastronomia tradicional brasileira ter desenvolvido pouca diferenciação no interior da região sudeste. Esta limitação, no entanto, está ultrapassada pela existência de uma oferta que se mostra com particular atrativo, particularmente nos empreendimentos localizados em áreas turísticas, não só pelo acolhimento e ambiente criado, mas também por uma certa inovação na confecção, mesmo que a gastronomia de base utilizada não tenha a sua gênese no Estado. Apesar da oferta existente, ao nível do produto, apresentar alguma originalidade, quer pela articulação da modernidade com um certo tipicismo, quer pelo ambiente social descontraído existente, a qualidade do serviço prestado não acompanha o nível da qualidade atingido pelo próprio produto. OFERTA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS

AUDITÓRIOS /

CENTROS DE CONVENÇÕES (*)

REGIÕES

AGÊNCIA

DE VIAGENS

TRANSPORTE

TURÍSTICO

EMPRESAS

DE EVENTOS

Pequeno Médio Grande

ESPAÇOS P/FEIRAS E

EXPOSIÇÕES

POSTOS DE INFO.

TURÍSTICAS

ESTADO 2.046 120 62 170 5 1 38 78 Metropolitana 1.877 77 60 94 4 1 4 25 Costa Verde 13 2 0 7 0 0 0 7 Costa do Sol 16 7 0 24 0 0 2 8 Serrana A 53 17 0 8 0 0 8 8 Serrana B 57 7 2 33 1 0 9 13 Serramar 6 4 0 2 0 0 8 10 Norte 24 6 0 2 0 0 7 7 Fonte: Órgãos Municipais de Turismo e Central de Informações da TURISRIO – Abril 1998

(*) Pequeno: < 2000 pessoas / Médio: > 2000 e < 3000 pessoas / Grande: > 3000 pessoas. Informação da Fundação

Rio Convention and Visitors Bureau e da Central de Informações da TURISRIO, tabulada pela TURISRIO - 2000.

?? Agências de Viagens e Turismo A Região Metropolitana concentra cerca de 92% de todas as agências de viagens e turismo do Estado. Apesar da falta de informação sistematizada a respeito do tipo de serviço oferecido, sabe-se que a grande maioria das agências trabalha apenas com o turismo emissivo. A quase total ausência de empresas especializadas em turismo receptivo é um fato, tanto na capital quanto nos municípios do interior.

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Outra característica importante na oferta desse tipo de serviço turístico é a pouca incidência de agências especializadas em determinados produtos e/ou segmentos de mercado. Nos últimos anos têm surgido algumas agências especializadas no segmento do ecoturismo, mas ainda de forma tímida. ?? Auditórios/Centros de Convenções O Estado do Rio de Janeiro possui apenas um grande Centro de Convenções - RioCentro, o que dificulta o incremento do segmento de congressos e feiras. Por limitações no que se refere à oferta deste tipo de equipamento com instalações adequadas, o Estado deixou de sediar diversos eventos nos últimos anos, eventos esses que foram deslocados para outros Estados, principalmente para São Paulo. Os auditórios e os centros de convenções identificados na pesquisa, e listados na tabela são, em sua maioria, pequenos. De uma maneira geral, estão localizados em meios de hospedagem e não são devidamente equipados. ?? Espaços para Feiras e Exposições Como no caso dos centros de convenções, a carência de espaços para feiras e exposições é evidente em todo o Estado. Dentre aqueles identificados na pesquisa, a grande maioria refere-se a espaços para exposições agropecuárias, quase sempre descobertos e com precária infra-estrutura de apoio. ?? Postos de Informações Turísticas O serviço de informações turísticas, apesar de ser um dos mais básicos para o setor, ainda é bastante deficiente em todo o Estado, inclusive na capital. As deficiências vão desde os itens básicos, como instalações, horários e recursos humanos, até a qualidade das informações e dos materiais informativos. Dos postos identificados, a maioria está localizada em locais de acesso difícil para o turista (interior de prefeituras e secretarias), não possuem funcionários que se expressem em outro idioma além do português, e funcionam de acordo com os horários dos órgãos públicos, permanecendo fechados nos finais de semana e feriados. 2.3.3 Outros Equipamentos e Serviços Turísticos Com base em pesquisa feita junto aos órgãos municipais de turismo durante o mês de abril de 1998, acrescida das informações dos arquivos da TURISRIO, foram elaboradas planilhas com a oferta de outros equipamentos e serviços turísticos, por município e por região. O resultado dessa pesquisa mostra grande concentração desses equipamentos e serviços na Região Metropolitana e, mais especificamente, no município do Rio de Janeiro, conseqüência da sua posição de maior pólo turístico do país.

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OFERTA DE OUTROS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS TURÍSTICOS

INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS DE ESPORTES E LAZER EQUIP. NÁUTICOS

INSTALAÇÕES E LOCAIS PARA ATIVIDADES CULTURAIS

OUTROS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

ESTADO,

REGIÃO TURÍSTICA E MUNICÍPIOS

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Estado 141 194 62 10 7 1 10 29 16 23 3 59 86 35 137 117 160 88 49 93 88 311 110 Região Metropolitana 17 87 14 1 3 1 4 5 2 6 3 8 17 9 116 78 68 54 16 31 12 5 31 Costa Verde 8 15 6 2 - - - - 2 - - 1 45 16 4 2 4 - 4 1 13 19 3 Costa do Sol 15 15 2 - 1 - 1 6 4 1 - 6 21 9 2 6 25 11 2 14 63 106 22 Serrana A 26 19 13 - - - - 4 3 11 - 14 2 - 3 5 15 3 9 26 - 12 9 Serrana B 32 22 12 2 1 - 2 6 3 1 - 13 - - 7 14 33 6 7 10 - 157 30 Serramar 20 10 10 1 1 - 1 6 - 1 - 5 1 1 2 6 6 5 5 7 - 10 3 Norte 23 26 5 4 1 - 2 2 2 3 - 12 - - 3 6 9 9 6 4 - 2 12 Fonte: Pesquisa realizada junto aos órgãos municipais de turismo - Abril de 1998.

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?? Instalações e Locais para Atividades Culturais Em sua grande maioria, os municípios do interior do Estado apresentam uma oferta de locais para atividades culturais (cinemas, teatros, casas noturnas e de shows, casas de cultura) bastante limitada, tanto em quantidade quanto em qualidade. Apesar de quase todos indicarem a existência de casas noturnas (boites, discotecas, danceterias, etc.) não podemos afirmar que essa oferta esteja direcionada e/ou preparada para atender os fluxos de demanda turística existente. O mesmo acontece no que se refere as casas de cultura, que também são voltadas para atender, dentro de um quadro de precariedade de recursos físicos, financeiros e humanos, as necessidades das populações locais. ?? Instalações e Equipamentos de Esportes e Lazer Também neste item, a realidade mostra uma concentração no município do Rio de Janeiro. No interior, apenas alguns municípios oferecem equipamentos de esportes e lazer adequados para o turismo. A simples existência destes equipamentos e instalações não implica que os mesmos estejam à disposição da demanda turística. Em sua grande maioria estão voltados para atender às necessidades de lazer da população local. Afora o município do Rio de Janeiro, podemos destacar os municípios de Niterói, Cabo Frio, Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes e Petrópolis, como aqueles que oferecem algum tipo de equipamento e/ou instalação de esporte e lazer. Observa-se a ocorrência sistemática dos seguintes equipamentos de esportes no interior: pista de motocross, rampa de asa delta e pesque-pague. Por outro lado, nos municípios litorâneos observa-se uma carência acentuada de equipamentos voltados para esportes e práticas ligadas ao mar (marinas e atracadouros), o que indica o não aproveitamento desta vocação turística natural por parte desses locais. ?? Equipamentos de Apoio ao Turismo Náutico

No que se refere a equipamentos de apoio voltados para esportes e atividades náuticas (marinas, atracadouros etc., alguns municípios litorâneos registram a ocorrência deste tipo de equipamento sem, no entanto, constituir uma rede infra-estrutural que permita o pleno desenvolvimento do segmento por todo o litoral do Estado. De uma maneira geral, mesmo registrando um número expressivo de pequenos atracadouros, somente pequenos trechos do litoral fluminense oferecem as condições infra-estruturais mínimas necessárias para dinamizar o turismo náutico, de acordo com as conclusões do Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico no Estado do Rio de Janeiro21. Tendo-se em vista as condições físicas e naturais ideais à navegabilidade, bem como a preservação do contexto histórico, paisagístico e arquitetônico das Regiões Turísticas, o Plano de Turismo Náutico adotou classificação quanto aos equipamentos de suporte náutico que permite avaliar os equipamentos já existentes ou em projeto.

21 Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO. Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico do Estado do Rio de Janeiro, 1990.

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O referido Plano registra os diversos tipos de equipamentos de apoio náutico no Estado do Rio de Janeiro, utilizando classificação por categoria e geração, cujos critérios são apresentados a seguir22. As categorias referem-se ao equipamento náutico, e as gerações, ao apoio por equipamento aquático e terrestre. Os equipamentos inventariados no Plano estão representados no Mapa Equipamentos de Apoio ao Turismo Náutico. Quanto às categorias, as marinas podem ser: ?? 1ª categoria

Possuem píeres flutuantes, fingers, infra-estrutura de abastecimento de água, energia elétrica, telefonia, combustível, terminal de computador e serviços complementares

?? 2ª categoria Possuem píeres flutuantes, com serviços de abastecimento de água, energia elétrica, telefonia, combustível e serviços complementares

?? 3ª categoria Dispõem de píer rígido, podendo ou não ter redes de infra-estrutura com respectivos serviços

Quanto à geração, as marinas podem ser: ?? 1ª geração

Só guardam barcos molhados ?? 2ª geração

Guardam barcos secos e molhados e possuem infra-estrutura de serviços náuticos, como rádio e suporte para a navegação, além de restaurantes ou lanchonetes

?? 3ª geração Possuem tudo o que possuem as marinas de 2ª, mais “shopping”, dando ainda atendimento às embarcações que chegam ou saem da cidade

?? 4ª geração Possuem todos os serviços contidos nas marinas de 3ª geração e também suporte habitacional (hotel, appart-hotel, flats, residências, etc.). Além de atender às embarcações que chegam ou saem da cidade, fazem o atendimento às embarcações da região.

De acordo com esta classificação, é apresentado a seguir um quadro com a distribuição desses equipamentos por município no Estado do Rio do Rio de Janeiro.

22 Cf. WEBBER, N. B. e BLAIN, N. W., “Marinas, Planning and Viability”. Congresso de Southampton, 1989. apud Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico do Estado do Rio de Janeiro, 1990.

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MARINAS EXISTENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

MARINAS Categoria Geração PÚBLICAS

MUNICÍPIOS

1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 4ª Araruama - - - - - - - 1 Armação dos Búzios 2 1 - 1 1 - 1 Arraial do Cabo - 1 - - - - 1 Angra dos Reis 4 1 3 - - - 8 Cabo Frio - - 1 1 - - - 1 Mangaratiba 1 1 - - - - 2 2 Itaguaí - - 1 - 1 - - Macaé 1 - - - - 1 - Marica - - 1 - - - 1 Niterói 1 - - - - - 1 Parati 2 - 2 1 1 - 2 Rio das Ostras 1 - - - - 1 - Rio de Janeiro 4 - 1 2 1 - 2 2 TOTAL 16 4 9 5 4 2 18 6 Fonte: Plano Diretor de Desenvolvimento de Pólos de Turismo Náutico do Estado do Rio de Janeiro,1990.

As marinas naturais, localizadas no município de Angra dos Reis, e as seis marinas públicas, localizadas em Araruama, Cabo Frio, Mangaratiba (duas) e Rio de Janeiro (duas), não estão incluídas na classificação. Ressalta-se também a existência de seis portos comerciais de grande porte, que podem servir como pontos de apoio, principalmente em casos de emergência, estando localizados nos municípios de Angra dos Reis, Arraial do Cabo, Itaguaí, Niterói, Macaé e Rio de Janeiro.

?? Outros Equipamentos e Serviços Aqui foram incluídos aqueles equipamentos e serviços que facilitam a estadia do turista nos municípios: locadoras de automóveis, de embarcações e de imóveis para temporadas, centros comerciais (shopping centers), agências bancárias e bancos 24 horas, e postos de informações turísticas. A oferta desses equipamentos e serviços está distribuída de uma forma menos concentrada pelos municípios, mas ainda mostra uma grande concentração na capital do Estado e naqueles municípios economicamente mais desenvolvidos, o que demonstra mais uma vez estarem voltados a atender às necessidades das populações locais.

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2.4 INFRA-ESTRUTURA DE APOIO TURÍSTICO 2.4.1 Sistema Viário e Transporte O Estado do Rio de Janeiro, dadas as suas peculiaridades de dimensão e configuração territoriais, é particularmente bem servido de infra-estrutura rodoviária e aeroviária. Neste capítulo, será abordada a evolução dos sistemas de circulação no Estado, buscando alcançar sua situação no momento atual, enfatizando que a estrutura viária é condição fundamental ao desempenho e desenvolvimento do setor turístico. Estrutura Viária Por mais de trezentos anos, as águas dos rios, baías e oceano se prestaram como vias naturais de comunicação entre a população fluminense alojada na costa. Posteriormente, a partir da conquista da serra, primeiro os caminhos dos tropeiros, e depois as estradas de ferro, assumem um destacado papel na articulação das cidades. Com o advento da indústria de veículos automotores no Brasil, inicia-se a substituição do transporte ferroviário pelo rodoviário que, hoje, tem significativa importância no conjunto dos meios de transporte. Assim, atualmente, a estrutura da rede rodoviária do Estado é, ao mesmo tempo, fator e reflexo do nível de desenvolvimento regional verificado, como havia sido, há cem anos, a ferrovia. Esta deixou de ter significado no contexto do transporte estadual, tendo função, apenas, na Região Metropolitana, ao atender à população moradora dos subúrbios do Rio de Janeiro e dos municípios da Baixada Fluminense. O transporte rodoviário no Rio de Janeiro era inexpressivo até 1952, alcançando cerca de 500 Km, existindo à época apenas duas estradas pavimentadas: a rodovia Washington Luiz, inaugurada em 1928, que partindo do Rio de Janeiro chegava a Petrópolis, e a rodovia Presidente Dutra, inaugurada em 1946, ligando o Rio a São Paulo. Nas duas décadas subsequentes, até por volta de 1974, a extensão da rede rodoviária pavimentada havia sido multiplicada por seis, atingindo cerca de 3 mil quilômetros, concretizando uma radical transformação na estrutura viária fluminense, com repercussões de toda ordem. A despeito do inegável esforço realizado no período, é flagrante a ênfase dada ao oeste do Estado: dos 19 circuitos existentes à época, 12 localizavam-se à esquerda do eixo Rio-Magé-Teresópolis, enquanto que apenas sete desenvolviam-se à direita. Com a fusão, em 1974, dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, os investimentos federais incorporados ao “projeto fusão” continuaram privilegiando, de forma considerável, o rodoviarismo, apesar da crise do petróleo. Mesmo sem ter havido expansão da rede estadual, as inversões em obras de arte, conservação e pavimentação ampliaram a acessibilidade a leste da Guanabara, inclusive como exigência para a rentabilidade da ponte Rio-Niterói, inaugurada também em 1974.

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A configuração da estrutura rodoviária no território estadual apresenta-se cortada, no sentido longitudinal, por duas rodovias federais, que compõem os principais eixos viários de integração nacional no sentido Norte/Sul (BR-393 e BR-101). Estes eixos são cruzados, transversalmente, pelas rodovias federais BR-116 (Rio/São Paulo) e BR-040 (Rio/Belo Horizonte), que interligam o Rio de Janeiro com o interior do país. Essa malha viária se constitui na espinha dorsal da circulação rodoviária do Estado, e o sistema se estrutura com as rodovias estaduais que, drenadas para os eixos federais, dão acesso às suas distintas Regiões Turísticas. As rodovias federais destacadas cumprem função radial, tanto nas relações da capital do Estado com os municípios do interior, como também com os demais Estados, orientando-se em quatro direções:

?? BR-101 - Atravessa, no sentido leste/oeste, todo o litoral do Estado, interligando-o às costas nordeste e sul do Brasil, representando, portanto, o principal eixo indutor do aproveitamento do perfil turístico que caracteriza mais fortemente o Estado, marcado pelas potencialidades e atividades balneárias.

?? BR-116 - Vincula, para oeste e noroeste, o vale médio do Paraíba à capital do Estado

e a São Paulo e, incontestavelmente, se destaca como principal artéria de integração entre os dois maiores pólos econômicos do país. Para norte e nordeste, passando por Teresópolis, é a saída para a Zona da Mata de Minas Gerais e o acesso à Bahia e ao Nordeste do país, pelo interior.

?? BR-040 – Em direção ao norte, é o elo de ligação com Petrópolis, Três Rios, Juiz de Fora,

Belo Horizonte e Brasília.

?? BR-393 - Desenvolve-se ao longo do vale médio do rio Paraíba do Sul, interligando a BR-116, em Volta Redonda, à BR-040 em Três Rios, seguindo até Além Paraíba (MG). Depois, adentra novamente o território estadual, atravessando a Região Noroeste Fluminense até atingir o Espírito Santo, constituindo-se em ligação alternativa entre as regiões sul, sudeste e nordeste do Brasil.

Complementam o sistema rodoviário federal no Estado alguns eixos diagonais, igualmente importantes nas relações intra-regionais e na articulação entre as grandes rodovias citadas, destacando-se:

?? BR-354 - Assegura as ligações com o sul de Minas Gerais, partindo de Engenheiro Passos, na BR-116, em direção a Caxambu.

?? BR-356 - Atravessa a Região Norte do Estado, de sudeste para noroeste, ligando São

João da Barra e Campos dos Goytacazes a Muriaé, em Minas Gerais.

?? BR-465 (antiga Rio/São Paulo) - Faz a ligação entre a BR-116 e a BR-101, em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro.

?? BR-493 - Contorna o fundo da baía de Guanabara, partindo da BR-040, em Duque de

Caxias, até atingir a BR-101, em Manilha, atravessando o município de Magé.

?? BR-495 - Parte da BR-116, em Teresópolis, atingindo a BR-040, em Itaipava, município de Petrópolis.

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A rede rodoviária federal que atravessa a Região Sudeste do Brasil totaliza 12.194,4 Km de estradas, sendo que dessas, o Estado do Rio de Janeiro conta com 1.094,1 Km, representando o segundo maior circuito no sistema regional no âmbito nacional. A análise das condições atuais da rede rodoviária federal no Estado registra que 25,8% das estradas encontram-se em excelente estado de conservação, 23,4% e 20,0% foram consideradas boas e regulares, respectivamente, enquanto que 13,8% e 4,0% em mau e péssimo estado. Do total da quilometragem, 12,9% não foram consideradas pela análise. Algumas considerações se fazem necessárias a respeito do modelo de gestão que vem sendo empreendido pelo Governo Federal, que se baseia na concessão e estadualização de rodovias e que, no caso do Estado do Rio de Janeiro, já está implantado em grande parte do sistema.

?? BR-101 - No trecho que atravessa a Ponte Rio/Niterói, já se encontra concedida à iniciativa privada, com a implantação do sistema de pedágio e com uma série de melhorias físicas e operacionais em andamento; o trecho sul da mesma rodovia ainda encontra-se sob jurisdição do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER, enquanto para o trecho norte vem sendo implementado o processo de concessão.

?? BR-040 e BR-116 - Estão com o processo de concessão implantado em toda a

extensão que atravessa o Estado do Rio de Janeiro.

?? BR-356, BR-465 e BR-495 - Foram estadualizadas, cabendo ao Governo do Estado todos os procedimentos que visem à gestão e às melhorias operacionais dos segmentos destas rodovias no território estadual.

?? BR-393 - Encontra-se em processo de concessão, sendo que a licitação para a

elaboração do Estudo de Viabilidade do Projeto já foi realizada. Esta rodovia se desenvolve em dois segmentos descontínuos no Estado, sendo o primeiro de Barra Mansa até Sapucaia, na divisa com Minas Gerais, em Além Paraíba, e o segundo, da divisa com Minas Gerais em Pirapetinga, até Bom Jesus do Itabapoana, na divisa com o Espírito Santo, atravessando toda a Região Noroeste Fluminense (Região de Governo); este segundo trecho será estadualizado, não fazendo parte do processo de concessão.

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QUADRO SÍNTESE DO SISTEMA RODOVIÁRIO-TURÍSTICO FEDERAL

RODOVIAS FEDERAIS

REGIÕES TURÍSTICAS

EXTENSÃO ESTADO DE CONSERVAÇÃO

OBSERVAÇÃO

Metropolitana Asfaltada Costa do Sol Bom BR-101 Costa Verde 301,2 Km em restauração Serra Mar Norte Serrana B

598,7 Km Divisa RJ / SP(Paraty) à Divisa RJ / ES (Campos dos Goytacazes)

Em regime de concessão no trecho Rio / Niterói

Metropolitana Asfaltada BR-116 Serrana A Bom Serrana B

333,5 Km Divisa RJ / SP (Itatiaia) à Divisa RJ / MG (Sapucaia) 194 Km em restauração

Em regime de concessão

Norte Asfaltada BR-393 Serrana A Bom Serrana B

296,0 Km Divisa RJ / ES (B.J. Itabapoana) até a BR-116 (Barra Mansa) 105,3 Km em restauração

Em estudos p/ concessão

Asfaltada BR-356 Norte Bom / Regular

187,7 Km Divisa RJ / MG (Itaperuna) até a BR-101 (Campos) 50,4 Km em restauração

Metropolitana Asfaltada BR-040 Serrana A Bom Serrana B

182,3 Km Divisa RJ / MG (Com. Levy Gasparian) até a BR-101 no Rio de Janeiro 72,0 Km em restauração

Em regime de concessão

31,2 Km Asfaltada BR-465 Metropolitana Rio de Janeiro a Itaguaí Precário Em Restauração Asfaltada BR-484 Norte Regular

36,8 Km Divisa RJ / ES (B.J.Itabapoana.) até a BR-356 em Itaperuna

40,2 Km Asfaltada / BR-485 Serrana A BR-116 (Itatiaia) Leito Natural Divisa RJ / MG Precário 47,6 Km Asfaltada BR-493 Metropolitana BR-101-Itaboraí/ Bom BR-040-D.Caxias 25,8 Km em restauração 33,5 Km Asfaltada BR-495 Serrana B BR-116-Teresópolis Precário / BR-040-Petrópolis Em Restauração Fonte: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER – 1997

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QUADRO SÍNTESE DO SISTEMA RODOVIÁRIO-TURÍSTICO ESTADUAL

RODOVIAS REGIÕES INÍCIO/ FIM EXTENSÃO SITUAÇÃO (KM) ESTADO DE T.M.D OBSERVAÇÃO ESTADUAIS TURÍSTICAS TOTAL (KM) LEITO

NATURAL IMPLAN-

TADA PAVIMEM-

TADA CONSERVAÇÃO

RJ-121 Serrana B Vassouras 27,0 23,0 4,0 Regular 694 Licitada para Miguel Pereira asfaltamento RJ-125 Metropolitana Itaguaí 104,1 13,6 16,0 74,5 Regular 597 Licitada para Serrana A e B Vassouras 1.410 asfaltamento RJ-127 Metropolitana Paracambi 42,6 42,6 Ruim 1.518 Serrana A e B Vassouras RJ-137 Serrana A Barra do Piraí 71,5 10,8 43,8 16,9 Ruim 187 Licitada para Valença 493 asfaltamento RJ-145 Serrana A Rio das Flores 106,2 13,8 92,4 Regular 685 Rio Claro Ruim 2.446 RJ-155 Costa Verde Angra dos Reis 74,3 74,3 Ruim 904 Licitada para Serrana Barra Mansa acesso à BR-116 RJ-163 Serrana A Itatiaia (Mauá) 29,9 26,9 3,0 Regular Melhoria entre Parque Nacional Ruim Capel/Maromba RJ-165 Costa Verde Parati/Cunha 22,2 5,0 9,2 8,0 Ruim Projeto para (São Paulo ) asfaltamento RJ-106 Metropolitana Niterói 197,4 197,4 Regular 6.313 Melhoria entre Costa do Sol Macaé 10.006 Serra do Mato Serra Mar Grosso/RJ-124 RJ-116 Metropolitana Itaboraí 269,4 269,4 Bom 1.259 Serrana B Laje do Muriaé Regular 4.298 Norte RJ-124 Serrana B Rio Bonito 40,4 40,4 Regular 4.292 Em regime de Costa do Sol Araruama concessão RJ-130 Serrana B Nova Friburgo 70,5 70,5 Regular 1.530 Melhorias em Serra Mar Teresópolis Ruim execução RJ-142 Serra Mar Nova Friburgo 62.8 30,0 9,2 23,6 Regular 1.464 Licitada para Costa do Sol Casim. de Abreu Ruim asfaltamento RJ-216 Norte Campos/Farol 43,8 43,8 Regular 1.203 de São Tomé

Fonte: Fundação Departamento de Estradas de Rodagem – DER-RJ - 1997

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Sistema de Transportes

?? Sistema Rodoviário e Ferroviário Quanto ao transporte de passageiros por ônibus, o Estado conta com 3.361 linhas intermunicipais. Uma parcela significativa deste total é utilizada para o deslocamento de trabalhadores em seus trajetos casa-trabalho, principalmente aquelas linhas que servem à aglomeração metropolitana, aproximadamente 54% do total. A rede estadual responde de forma satisfatória à demanda turística, à exceção de ocasiões especiais como feriados de final de ano, carnaval e semana santa. O levantamento do número de linhas de ônibus intermunicipais que servem à rede de cidades fluminenses permite os seguintes destaques: Angra dos Reis, 24 linhas; Araruama 37; Cabo Frio 47; Rio das Ostras 56; Resende 20; Nova Friburgo 34; e Petrópolis, 46 linhas, onde se constata que esta rede de transporte está voltada principalmente para servir à atividade turística. O transporte de passageiros por ferrovias, no Estado, não responde à demanda turística, tendo sido extintas as linhas Rio/Belo Horizonte, Rio/Campos e Rio/Miguel Pereira e, mais recentemente, Rio/São Paulo, entre outras. Atualmente, o transporte de passageiros por trem, no Estado, serve quase exclusivamente ao deslocamento de trabalhadores na Região Metropolitana.

?? Sistema Hidroviário O movimento de passageiros que visitam o Rio de Janeiro por via marítima tem mudado significativamente nos últimos anos, com a chegada de diversas navios de cruzeiros. Neste sentido, não só o porto da cidade do Rio de Janeiro, não obstante as precárias condições de atendimento, tem sido objeto de intensa movimentação de navios de passageiros, como também outros pontos do litoral têm recebido a presença de inúmeras embarcações, em função das boas condições de fundeadouro apresentadas e das atrações turísticas que as localidades apresentam no continente. A cidade de Búzios, na Região da Costa do Sol, se destaca nesse contexto. De acordo com os dados fornecidos pela Píer Mauá, no período de novembro de 2000 a março de 2001, considerada alta estação, o porto do Rio de Janeiro registrou 94 operações com 27 transatlânticos, significando uma movimentação de cerca de 100.000 passageiros. No período do carnaval de 2001, do dia 23 a 27 de fevereiro, registrou-se um movimento de 11.000 passageiros, o que significou um aumento de 35% em relação ao ano anterior. O sistema hidroviário estadual, sob gestão do Governo do Estado, através da Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro – CONERJ, contava, com as seguintes linhas até 1997: ?? Rio-Niterói ?? Rio-Paquetá ?? Mangaratiba-Abraão ?? Angra dos Reis-Abraão.

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As informações a seguir apresentam os trajetos turísticos do sistema, exclusive o trajeto Rio-Niterói, que se refere ao movimento pendular diário entre as duas cidades, e o número de usuários que utilizaram o sistema em 1995 e 1996. USUÁRIOS DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO SOB ADMINISTRAÇÃO DA CONERJ – 1995 a 1998

MÊS

RIO- PAQUETÁ(1)

MANGARATIBA- ABRAÃO(1)

ABRAÃO- ANGRA(1)

TOTAL

1995 1996 1995 1996 (2) 1995 1996 1995 1996 Total 1.016.738 882.569 98.154 70.580 129.822 1.185.472 1.012.391 Janeiro 187.032 159.049 22.681 7.001 19.588 216.714 178.637 Fevereiro 113.300 134.749 15.661 4.785 15.021 133.746 149.770 Março 84.030 60.842 11.369 5.309 9.628 100.708 70.470 Abril 74.570 60.390 10.886 3.869 9.983 89.325 70.373 Maio 59.712 50.324 4.788 4.217 7.257 68.717 57.581 Junho 61.276 47.538 5.031 4.183 7.497 70.490 55.035 Julho 81.095 51.989 8.149 5.166 9.440 94.410 61.429 Agosto 68.407 51.826 5.841 4.342 8.833 78.590 60.659 Setembro 78.750 48.438 8.768 4.684 8.012 92.202 56.450 Outubro 60.971 74.439 4.980 6.035 10.709 71.986 85.148 Novembro 68.276 69.795 0 8.800 11.190 77.076 80.985 Dezembro 79.319 73.190 0 12.189 12.664 91.508 85.854 (1) O número de passageiros corresponde aos trajetos de ida e volta.

(2) As viagens entre Mangaratiba e Abraão foram interrompidas em novembro de 1995 e restabelecidas em

1997.

Em 1995, o sistema transportou 1.185.472 passageiros, sendo que 86% deste total ocorreu no percurso entre o Rio de Janeiro e Paquetá. Os meses de janeiro, fevereiro, março e julho, são os meses mais procurados, em função das férias escolares. Em 1996, verificou-se redução no número de usuários, tanto no trajeto Rio-Paquetá, quanto em decorrência da suspensão, no decorrer daquele ano, da travessia Mangaratiba-Abrãao (Ilha Grande). A ligação Mangaratiba-Abraão foi restabelecida em 1997. O sistema de transporte hidroviário administrado pela CONERJ foi privatizado em 1998, e os atuais detentores do serviço são empresários do setor rodoviário. Além da rede oficial de transporte marítimo, existe no Estado um número significativo de embarcações que garantem o transporte de passageiros, principalmente turistas, entre o continente e as ilhas, ou em pequenos circuitos nas cidades turísticas do litoral. Não existem estatísticas sistemáticas a respeito dessa frota. No entanto, pode-se afirmar que essa atividade gera um aporte significativo de renda, devendo ser regulamentada, estimulada e devidamente fiscalizada pelos órgãos competentes, no que se refere principalmente à segurança do usuário e ao acesso às áreas de proteção ambiental. ?? Sistema Aeroviário O sistema aeroportuário do Estado do Rio de Janeiro conta com cinco aeroportos sob a administração da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - INFRAERO, e seis sob a administração da Secretaria de Estado de Transportes - SECTRAN, sendo que apenas o Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, recebe vôos internacionais.

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Os aeroportos, localizados no Estado, sob administração da INFRAERO, tiveram em 1996 um movimento da ordem de 7.206.735 de passageiros. Deste total, 63% utilizaram o Aeroporto Internacional Tom Jobim, e 33% o Aeroporto Santos Dumont, ambos no Rio de Janeiro. Dos passageiros que utilizaram o Aeroporto Internacional Tom Jobim, 42,5% são estrangeiros, sendo o segundo aeroporto do país em recepção de turistas estrangeiros. AEROPORTOS SOB ADMINISTRAÇÃO DA INFRAERO

AEROPORTO LOCALIZAÇÃO MOVIMENTO DE PASSAGEIROS

AERONAVES

Internacional Tom Jobim Rio de Janeiro 4.544.081 Sem restrição Santos Dumont Rio de Janeiro 2.408.714 Sem restrição até B-737 Jacarepaguá Rio de Janeiro 38.598 Opera ATR42

C115 Búfalo E120 Brasília Macaé Macaé 206.976 Sem restrição até FK-27 Bartolomeu Lizandro Campos dos Goytacazes 8.366 Sem restrição até B-737 Fonte: Infraero/1996

Dos aeroportos do interior, o de Macaé é o que apresenta maior movimento de passageiros, decorrente das atividades da Petrobrás naquele município. A Secretaria de Estado de Transporte - SECTRAN é responsável pela administração de seis aeroportos situados no interior do Estado, que apresentam as seguintes características: AEROPORTOS SOB ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL E MUNICIPAL

MUNICÍPIO CARACTERÍSTICAS DA PISTA

TERMINAL DE PASSAGEIROS

PORTE DA AERONAVE

DISTÂNCIA AO CENTRO

EXTENSÃO NATUREZA DO PISO Nova Iguaçu 1.200x30 recapeamento

asfáltico não EMB-110

Bandeirantes 16 passageiros

3,0 Km

Resende 1.300x30 recapeamento asfáltico

sim EMB-120 Brasília 30 passageiros

4,6 Km

Itaperuna 1.200x30 recapeamento asfáltico

sim F.50- Focker 50 44 passageiros

3,0 Km

Marica 1.200x30 recapeamneto asfáltico

não EMB-110 Bandeirantes 16 passageiros

2,0 Km

Paraty 700x23 recapeamento asfáltico

não C-208 Caravan 12 passageiros

1,0 Km

Angra do Reis 973X30 recapeamento asfáltico

F.50 Focker 50 44 passageiros

Cabo Frio 1.700x30 recapeamento asfáltico

sim F-50 Focker 50 44 passageiros

6,5 Km

Saquarema

905x40 grama

Volta Redonda 1000x30 recapeamento asfáltico

Fonte: Secretaria de Estado de Transporte – SECTRAN - 1996

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AEROPORTOS PRIVADOS VINCULADOS A EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS

CARACTERÍSTICAS DA PISTA

MUNICÍPIO

EXTENSÃO NATUREZA DO PISO Armação dos Búzios 1300x30 recapeamento

asfáltico Mangaratiba 900x30 terra Fonte: Secretaria de Estado de Transporte – SECTRAN – 2000

As ampliações e reformas operadas nos aeroportos estaduais possibilitaram a criação de novas linhas, assim como a operação noturna das linhas já existentes, a saber: Rio/Resende/São Paulo e Rio/Itaperuna/Cachoeiro do Itapemirim/Rio. O mapa Aeroportos, a seguir, mostra a localização, por município, dos aeroportos em uso no Estado.

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2.4.2 Meios de Comunicação A avaliação da infra-estrutura de comunicação no Estado foi feita com base em levantamento de dados relativos ao número de terminais telefônicos instalados, agências de correio existentes, agências bancárias, terminais “24 Horas” e o número de provedores de acesso à Internet. Dos terminais telefônicos instalados no Estado, 85% encontram-se na Região Metropolitana. A Região da Costa Verde, conta com 0,6% deste total e a Região da Costa do Sol, com 2%. A cidade do Rio de Janeiro, com 70% dos terminais instalados no Estado, apresenta uma relação de 232 terminais para cada 1000 habitantes, enquanto em Niterói esta relação é de 252 terminais para cada 1.000 habitantes. Em algumas cidades turísticas, a relação de terminais telefônicos por 1.000 habitantes apresenta número significativo, como é o caso de Armação de Búzios (276) e Iguaba Grande (279). No entanto, como a população adotada para o cálculo destes Índices é a residente, nos meses de verão e nos feriados prolongados, essa relação se altera de forma substancial. Assim, em cidades turísticas onde o número de terminais supre com dificuldade a demanda local, nas ocasiões de afluxo de turistas, o serviço se torna ineficiente, como é o caso de Arraial do Cabo (78), São Pedro da Aldeia (50), Saquarema (56), Paraty (34) e Itatiaia (49). EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO E APOIO

ESTADO E REGIÕES TURÍSTICAS

POPULAÇÃO TOTAL 1996

TERMINAIS TELEFONE

1996

TELEFONES/ 1000HAB.

1996

PROVED. INTERNET

1997

AGÊNCIAS CORREIO

1996

TERMINAIS BANCO24H

1997

AGÊNCIAS BANCÁRIAS

1996 Estado 13.316.455 1.842.920 139 69 1.393 440 1.494 Região Metropolitana 10.037.785 1.565.650 156 59 790 375 1.139 Região da Costa Verde 137.594 12.393 90 0 27 4 10 Região da Costa do Sol 420.712 40.636 97 1 84 13 46 Região Serrana A 898.446 75.105 84 2 139 18 104 Região Serrana B 754.995 86.569 115 3 118 19 88 Região Serramar 272.866 20.286 74 2 60 3 34 Região Norte 794.067 42.281 53 2 175 8 68 Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – CIDE - 1997

A rede bancária, com um total de 1.494 agências no Estado em 1996, apresenta importante concentração na Região Metropolitana, mas cobre de forma satisfatória o território estadual, à exceção de Armação dos Búzios e Comendador Levy Gasparian, que não contavam, em 1996, com agências bancárias em seus territórios. O Estado contava, em 1997, com 440 terminais de Banco 24 Horas. A cobertura no território estadual, no entanto, se apresenta de forma heterogênea. A Região Serrana conta com apenas 3 terminais, a Costa Verde com 4 e a Região Norte com 8 terminais.

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A distribuição dessa rede não atende a cidades onde a atividade turística é predominante, como Mangaratiba, Paraty, Iguaba Grande, Saquarema, Itatiaia, Cachoeiras de Macacu, Miguel Pereira e Vassouras, entre outras. As cidades do Estado ainda contam com um número reduzido de provedores de acesso à Internet, sendo que 74% deles encontram-se instalados na cidade do Rio de Janeiro. Das cidades turísticas do interior do Estado, as que contam com provedores são Cabo Frio (1), Nova Friburgo (1), Petrópolis (1) e Teresópolis (1). A ligação à rede Internet é de interesse da rede hoteleira, tendo em vista os serviços que podem ser rapidamente acessados, como reserva de passagens e previsão do tempo, entre outros. O Estado conta com 1.393 agências e postos de correios, instalados na quase totalidade de seus municípios, à exceção de Seropédica, Tanguá, Armação dos Búzios, Iguaba Grande, Pinheiral, Porto Real, Carapebús, Macuco, São João da Barra e São José do Ubá. Os municípios que ainda não contam com esses serviços, estão entre aqueles instalados recentemente. Destaca-se, no entanto, que em Armação de Búzios e Iguaba Grande, tradicionalmente reconhecidos como localidades turísticas, estes serviços são indispensáveis. Em resumo, e à parte a limitações relativas a telefones públicos, as comunicações no Estado, afiguram-se aceitáveis em qualidade e preço, mesmo quando executadas a partir de unidades de alojamento. A comunicação por e-mail está também bastante generalizada. Embora exista um número reduzido de empresas provedoras de acesso à Internet, nomeadamente no interior do Estado, empresas privadas são normalmente capazes de responder rapidamente ao incremento da demanda, uma vez que vejam nisso interesse econômico, como é o caso de Cyberscafé existente em algumas cidades interioranas. O número e localização de agências de serviços de correios, também parece satisfazer adequadamente as necessidades dos principais destinos turísticos. 2.4.3 Segurança Pública A segurança pública no Estado é garantida pelo contingente de policiais militares e policiais civis, responsáveis pela ordem pública e pela fiscalização do cumprimento das leis de trânsito nas áreas urbanas. Ainda que alguns municípios tenham criado suas Guardas Municipais, não armadas, e um contingente de fiscais responsáveis pela orientação e fiscalização do trânsito nas cidades, a manutenção da segurança do cidadão é definida constitucionalmente como atribuição das polícias civil e militar de cada Estado. A relação de policiais civis e policiais militares por 1.000 habitantes, é um indicador do potencial dos municípios, no que se refere à segurança da população. Assim, para se proceder à análise do setor e a partir de uma avaliação preliminar desses índices para todo o Estado, arbitrou-se como índices médios, 1,5 militar civil / 1.000 habitantes e 0,7 policial civil / 1.000 habitantes.

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As regiões da Costa do Sol e Norte apresentam os mais altos índices em relação ao contingente de policiais militares por 1.000 habitantes. Todos os municípios destas duas regiões apresentam índices superiores à média estabelecida, à exceção do município de Santa Maria Madalena, na Região Norte. Nas regiões da Costa Verde e Serrana A, estes índices também apresentam resultados satisfatórios, sendo as relações mais desfavoráveis aquelas encontradas nas regiões Metropolitana, Serrana B e Serramar, onde mais de 60% dos municípios que as compõem não atingem o índice médio estabelecido. Quanto ao contingente de policiais civis por 1000 habitantes, as situações mais favoráveis são encontradas nas regiões da Costa Verde, Serramar e Norte. Nas regiões da Costa do Sol, Serrana A e Serrana B, mais de 60% dos municípios não atingem o índice de 0,7 policial civil por 1.000 habitantes. Registra-se inda a existência de Departamento de Polícia Especializada que reúne delegacias específicas, incluindo para casos envolvendo turistas. Além daquelas, operam no Estado perto de cinco centenas de empresas de segurança privadas, de diversos tipos e para várias finalidades. Em locais muito frequentados por turistas, na cidade do Rio de Janeiro, existe forte dispositivo policial que se afigura eficaz na inibição ao crime e confere ao turista um certo sentido de segurança. Por outro lado, e algo contraditoriamente, tal dispositivo, assim como os cartazes de aviso sobre denúncia, afixados nos transportes coletivos também dão, eles próprios, uma imagem de local inseguro. Em outros locais da cidade do Rio, e fora de outros grandes centros urbanos, a presença de elementos das forças policiais não é tão aparente, o que dá ao visitante uma sensação de tranquilidade que nem sempre se justificará, embora o número de ocorrências e seu grau de violência possa, ali, ser bastante inferior. 2.4.4 Equipamento Médico-Hospitalar O Estado do Rio de Janeiro contava em 1997 com 34.984 leitos em clínicas básicas. Deste total, 70% localizava-se na Região Metropolitana. Apesar dessa concentração, é a Região Norte que apresenta a mais alta relação de leitos por 1.000 habitantes (4,3), seguida da Serrana B, com índice de 3,5. A região que apresenta o mais baixo índice é a Costa do Sol, com 1,9 leitos por 1.000 habitantes.

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EQUIPAMENTO HOSPITALAR – LEITOS EM CLÍNICAS BÁSICAS E POR HABITANTE - 1997

REGIÕES TURÍSTICAS LEITOS EM LEITOS EM LEITOS POR E MUNICÍPIOS CLÍNICAS BÁSICAS CLÍNICAS BÁSICAS 1.000 HAB.

1997 %

Estado 34.984 100 2,6 Região Metropolitana 24.590 70 2,4 Região da Costa Verde 274 1 2,0 Região da Costa do Sol 770 2 1,9 Região Serrana l 2537 7 2,8 Região Serrana ll 2639 8 3,5 Região Serramar 758 2 2,8 Região Norte 3416 10 4,3 Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro – CIDE - 1997

Dos municípios do Estado, 15 não contavam com leitos em clínicas básicas em 1997, sendo a grande maioria deles municípios recém instalados. Tendo em vista, no entanto, a importância deste equipamento na consolidação do turismo, destaca-se os municípios turísticos que ainda não contavam, à época do levantamento dos dados, com leitos em clínicas básicas: Armação dos Búzios, Iguaba Grande, Rio das Ostras, Comendador Levy Gasparian e Paty do Alferes. Os municípios que apresentavam os melhores índices eram Bom Jesus do Itabapoana (12,0), Vassouras (10,4) e Valença (8,2). Estes dois últimos sediam escolas de medicina, o que justifica esta relação. 2.4.5 Infra-Estrutura Básica A infra-estrutura urbana é condicionante do desenvolvimento e da consolidação da atividade turística. A qualidade destes serviços pressupõe um eficiente sistema de coleta e destinação final dos resíduos sólidos, a distribuição domiciliar de água de qualidade e sistema de coleta e tratamento dos esgotos sanitários. A coleta de lixo, serviço de responsabilidade dos governos municipais, se apresenta de forma diferenciada nas regiões turísticas do Estado. As Regiões Metropolitana e Serrana A são as que apresentam as melhores condições, tendo 80% de seus domicílios atendidos pelo serviço de coleta. No outro extremo, encontra-se a Região da Costa do Sol, com apenas 48% dos domicílios atendidos. Dentre os municípios da Região da Costa do Sol, os que apresentam as piores condições de coleta de lixo são Maricá, Araruama, Iguaba Grande e Saquarema, com respectivamente 28%, 29%, 32% e 33% de seus domicílios atendidos. O Estado tem 81% de seus municípios atendidos por serviços de abastecimento de água potável. A situação nas diferentes regiões turísticas do Estado, no entanto, se apresenta de forma bastante diferenciada. Os serviços na Região Metropolitana (86%) superam a média estadual. A pior situação é da Região da Costa do Sol, onde apenas 52% dos domicílios contam com instalações adequadas de abastecimento de água. As situações mais críticas são encontradas em Maricá (13%), Rio das Ostras(21%) e Saquarema(33%). As melhores situações são as dos municípios de Arraial do Cabo (85%) e Iguaba Grande (81%).

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NÚMERO DE HABITANTES ATENDIDOS POR SERVIÇOS DE SANEAMENTO BÁSICO - 1991

TOTAL DOMICÍLIOS

DOM. C/ COLETA DE LIXO

DOM. C/ ABAST. DE ÁGUA

DOM. C/ ESGOT. SANITÁRIO

ESTADO, REGIÃO TURÍSTICA E

MUNICÍPIOS ABS. ABS. % ABS. % ABS. %

Estado 3.454.962 2.667.435 77 2.790.955 81 2.389.383 69 Região Metropolitana 2.667.906 2.139.971 80 2.305.539 86 2.073.990 78 Região da Costa Verde 31.746 23.325 73 20.222 64 10.370 33 Região da Costa do Sol 85.726 41.256 48 44.724 52 24.799 29 Região Serrana l 216.453 172.399 80 159.668 74 146.603 68 Região Serrana ll 193.369 137.632 71 105.559 55 37.329 19 Região Serramar 61.729 37.601 61 37.709 61 20.852 34 Região Norte 192.312 112.038 58 114.283 59 74.274 39 Fonte: IBGE - Censo Demográfico - 1991

O indicador relativo ao consumo faturado de água per capita, tendo como parâmetro o consumo médio de 200 litros/pessoa/dia, mostra que a média estadual encontra-se abaixo do parâmetro estabelecido. Nove municípios apresentam índices superiores àqueles parâmetros. Dentre eles, encontram-se Mangaratiba (266), Araruama (270), Arraial do Cabo (230), Cabo Frio (245) e São Pedro da Aldeia (318). Tendo em vista, no entanto, que a população adotada para o cálculo do indicador foi a população residente, e que durante os meses de verão e em feriados prolongados a população desses municípios pode triplicar, freqüentemente nessas ocasiões os serviços de abastecimento entram em colapso, sendo em muitos casos a distribuição em carros pipa a única alternativa de abastecimento. Quanto à existência de domicílios com esgotamento sanitário, apenas 69% dos domicílios no Estado apresentam padrões adequados destes serviços. A situação mais grave é encontrada na Região Serrana B, onde apenas 19% dos domicílios possuem esse tipo de instalação, seguida da Região da Costa do Sol, com 29%. A análise das condições sanitárias nos municípios, especialmente aqueles com perfil econômico voltado para a atividade turística, demonstra que, em alguns casos, esses índices são bastante baixos, podendo comprometer a consolidação e o desenvolvimento do turismo, assim como o patrimônio ambiental destas localidades que é, em geral, um dos principais fatores indutores da atividade. O percentual de domicílios atendidos por rede de esgotamento sanitário é muito baixo, apresentando para alguns municípios turísticos os seguintes índices: Parati (8%), Araruama (4%), Armação dos Búzios (11%), Maricá (13%), Rio das Ostras (7%), Saquarema (12%), Comendador Levy Gasparian (4%), Paraíba do Sul (3%), Nova Friburgo (4%), Petrópolis (6%) e São José do Vale do Rio Preto (5%). Os problemas ligados ao saneamento básico, à qualidade do ar, e à poluição em geral, com todos os seus impactos negativos, são talvez os mais críticos em termos de um esenvolvimento turístico futuro que se quer sustentável e de qualidade para o Estado do Rio de Janeiro.

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Esta é uma questão complexa que terá que ser abordada em várias frentes, desde atitudes culturais da população até ao nível da vontade política de enfrentar problemas cuja resolução afeta interesse econômicos estabelecidos. A implantação e a expansão de infra-estruturas relativas ao saneamento, principalmente no que se refere a rede e tratamento de esgoto sanitário, impõe-se com fundamental para o desenvolvimento regional, particularmente no que se refere a preservação das lagoas da Região da Costa do Sol. Não se considera que o abastecimento de água no Estado possa constituir um impedimento sério ao seu futuro desenvolvimento turístico, embora os problemas ligados à qualidade do produto o possam afetar. Por conseguinte, será da maior importância coordenar aquele desenvolvimento com projetos de captação, tratamento e distribuição antecipada de água potável, em quantidade, qualidade e preços aceitáveis, para que carências, como a que se faz sentir em Armação de Búzios, não afetem a viabilidade dos destinos turísticos do Estado. No que se refere a energia, O Estado não gera energia elétrica suficiente para satisfazer uma demanda que, ano após ano, tem excedido a sua capacidade de produção. Por conseguinte, cerca de 60% da energia consumida em 1997 foi importada de outros Estados, a cujas redes o Rio de Janeiro está ligado. A classe residencial de consumidores absorve aproximadamente um terço de toda a energia elétrica consumida no Estado, não estando identificada a percentagem consumida por meios de hospedagem turísticos. O gás utilizado é localmente manufaturado, produzido a partir das reservas de gás natural existente no Estado. A existência deste tipo de energia, em abundância e a preços aceitáveis, também constitui uma vantagem para o futuro desenvolvimento turístico. Por outro lado, seria importante que qualquer futuro empreendimento turístico no Estado, sempre que de todo possível, fosse patrocinador e/ou utilizador de energias alternativas renováveis, como a energia solar e eólica. Apesar dos custos da energia assim obtida não serem ainda competitivos com os da energia proveniente de fontes convencionais, quando disponível, utilizar energias alternativas seria também uma decisão ética em linha com uma filosofia de desenvolvimento turístico sustentável e voltada para o futuro. 2.5 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A formação de recursos humanos encontra-se entre os diversos fatores que interferem, decisivamente, na expansão da atividade turística no Brasil. A deficiência de capacitação específica para o setor, associada à desarticulação entre as diversas instituições, públicas e privadas, responsáveis por sua gestão, evidencia o baixo nível de qualidade dos serviços oferecidos no mercado, que é cada vez mais exigente e competitivo. O turismo contemporâneo é um setor da economia envolvido em redes globais de reservas, cujo resultado combina não só serviços, panoramas e culturas, mas também intangibilidades, como a hospitalidade, as tradições e as curiosidades. Assim, a consolidação do produto turístico deve combinar serviços e imagens sedutoras que se consubstanciam com fatores essenciais :

?? Recursos primários ou naturais, como as praias, rios, lagos, montanha, savana, entre outros.

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?? Recursos secundários ou construídos, como os aeroportos, vias de comunicação, transportes, telecomunicações, hotéis, restaurantes, empresas de serviços, etc.

?? Recursos humanos, ou seja, a população em geral, com a sua cultura própria, que

deve estar sensibilizada e informada sobre o fenômeno turístico; e o contingente de trabalhadores que contribuem diretamente para o setor, cuja profissionalização deve corresponder a uma adequada formação.

Essa formação dos recursos humanos resulta em uma prestação de serviços com qualidade, que depende da boa aplicação das técnicas turísticas e hoteleiras, e também, do impacto provocado pelo tipo de acolhimento e do serviço global efetivamente prestado. O campo da educação/formação deve ser um dos principais constrangimentos a ser ponderado na implementação do Plano Diretor de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, principalmente em relação à articulação e equilíbrio entre os papéis a serem assumidos pelos setores privado e público. Esta situação comporta um agravante no caso do setor público, dada a falta de relação eficaz entre os órgãos e setores com atribuições de intervenção no campo turístico – federais, estaduais e municipais -, resultando em falta de coerência na sua atuação, perda de sinergias e desperdício de meios. Reconhece-se que ao setor privado cabe a iniciativa e a dinâmica para a realização de projetos, dado possuir a capacidade de gestão para dar resposta às flutuações do mercado e aos elevados riscos nessa matéria. Mas ao setor público deve ser exigida uma intervenção dinâmica, sem interferir diretamente ao nível das empresas, para a criação da matriz facilitadora, orientadora, exemplificadora e impulsionadora da atuação das forças de mercado. Esta desarticulação entre setores pode constituir um estigma limitador do sucesso do novo ciclo de competitividade pretendido para o produto turístico estadual, que se reflete de forma particular no campo da educação/formação dos recursos humanos para o turismo. Por outro lado, não há uma produção sistematizada de dados que permita o acompanhamento das características atuais e futuras de cada ocupação, bem como a identificação das regiões de maior carência de mão-de-obra capacitada, assim como os setores mais necessitados. A atual tendência mundial para a privatização, desregulamentação e liberalização das empresas e da atividade turística em geral, não invalida o papel decisivo e de grande qualidade que cumpre ao setor público desempenhar, como recomenda a Organização Mundial do Turismo.

2.5.1 Cursos e Instituições ligados à formação de recursos humanos em turismo No Estado do Rio de Janeiro há uma oferta de cursos de 1° e 2º graus, públicos e privados, de formação e qualificação na área de turismo, notadamente os do SENAC e, recentemente, os do Programa Nacional de Educação Profissional - SINE / FAT. Além destes, existem no estado 12 cursos de guias de turismo cadastrados pela Embratur, e 7 faculdades de Turismo em funcionamento.

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Esta estrutura está bastante concentrada na Região Metropolitana, atendendo com limitação à crescente oferta de postos de trabalho em empresas turísticas no interior do Estado. Ao mesmo tempo, a deficiência da produção sistematizada de dados que permita o acompanhamento das características atuais e futuras de cada ocupação, dificulta a identificação das regiões de maior carência de mão-de-obra capacitada, assim como os setores mais necessitados. ?? Instituições Superiores de Ensino Universitário Existem no Estado do Rio de Janeiro 6 instituições privadas que ministram cursos de bacharelado em Turismo: Universidade Veiga de Almeida (UVA), Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), Faculdades Machado de Assis (FAMA), Centro Universitário da Barra Mansa (UBM), Centro Universitário Plínio Leite (UNIPLI), Faculdades Paraíso e UniverCidade. Além destas, a Universidade Estácio de Sá oferece cursos de Bacharel em Turismo e de Bacharel em Hotelaria. As Universidades Federais e Estaduais do Rio de Janeiro não ministram cursos nas áreas do Turismo e da Hotelaria. Os cursos de bacharel em turismo seguem uma matriz curricular que obedece a diretrizes do MEC, têm uma duração de 4 anos com um estágio obrigatório, sendo abertos a candidatos de ambos os sexos. Todos os cursos apresentam como característica comum o desenho curricular de “banda larga”, vocacionados para todas as áreas do Turismo e da Hotelaria, ainda que com enfoques diversos, como a componente hoteleira, de planejamento ou de gestão de empresas, que variam entre instituições. Esta filosofia formativa – “banda larga” – pretende dar corpo a uma figura profissional que corresponde a essa idéia-base de preparação para o exercício de qualquer atividade no turismo e hotelaria: o Turismólogo. No fundo, um “especialista em generalidades” sobre o setor, conhecendo um pouco de tudo e beneficiado de uma cultura e sensibilidade que lhe permita adaptar-se às circunstâncias do posto de trabalho que venha a ocupar, mas sem preparação para uma carreira específica, cujos conhecimentos acabam por ser obtidos no exercício da função, junto à entidade empregadora. A implementação do Programa Nacional de Municipalização do Turismo – PNMT vem abrindo novas possibilidades para a atividade deste tipo de diplomados no campo do planejamento e do reforço do quadro de especialistas junto aos Conselhos Municipais de Turismo, dado que nas suas diretrizes se define como características ideais para a sua implantação e implementação o “nível superior em turismo”, e pelo fato da Associação Brasileira de Bacharéis de Turismo - ABBTUR fazer parte da Coordenação Geral do PNMT. Empresas de viagens, de eventos e os hotéis são igualmente potenciais empregadores, assim como foi referida a existência de outras oportunidades em atividades profissionais ligadas à cultura, à animação social e apoio a comunidades carentes. Como resultado da reunião realizada pela equipe de consultores com representantes de cinco das instituições acima identificadas, ficou patente a sua consciência em relação à problemática, bem como o seu saber e empenho para progredir e melhorar a sua oferta formativa, como forma de corresponder ao crescimento e desenvolvimento qualitativo do Turismo no Estado do Rio de Janeiro.

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?? Formação de Guias A formação de guias de turismo no Brasil representa um caso que merece especial atenção, devido às particularidades do seu perfil profissional. De maneira genérica, pode-se dizer que um Guia de Turismo cumpre diversas funções:

?? É a imagem de um local ou de um país, sendo muitas vezes a primeira e a última referência de contato, que influencia a avaliação positiva ou negativa de uma estadia.

?? É o veículo de comunicação, que tem de fazer sentir, fazer ver e fazer entender a realidade.

?? É o intérprete de uma cultura, da sua identidade e diversidade histórica, representada pelo patrimônio natural e monumental, pelas expressões artísticas, do artesanato, da música e da gastronomia.

?? É o mediador entre o turista e os outros profissionais prestadores de serviços, como os agentes de viagens, os recepcionistas de hotel, empregados de restaurantes, de aeroportos, entre outros.

?? É o prestador de informações complementares sobre locais, ambientes e atividades. ?? É o interlocutor lingüístico, através do idioma de origem dos turistas.

A formação para esta complexidade de características cresce em importância, quando um destino oferece um conjunto de produtos, cuja operacionalização depende em grande parte da intervenção dos guias, enquanto pivôs facilitadores do seu consumo. É o caso do turismo de congressos, que envolve translado, diversas visitas e circuitos (congressistas e acompanhantes), bem como o turismo histórico-cultural e ambiental, que exige um acompanhamento técnico especializado. O mesmo ocorre quando o turismo interno tem um peso muito significativo e os deslocamentos de grupos no interior do país constituem um forte componente do mercado. Por essas razões, cabe ao Estado uma intervenção regulamentadora que assegure a qualidade deste tipo de prestação de serviços, limitando a mesma a quem não tenha competências adquiridas segundo modelos formativos uniformes a nível nacional. Este entendimento foi assumido pelo Governo Federal do Brasil, ao estabelecer pela Lei 8.625 de 28 de Janeiro de 1993, que: “é guia de turismo o profissional que, devidamente cadastrado na EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas” (artº 2º), e que,…“no exercício da sua profissão deverá conduzir-se com dedicação, decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil“ (artº 9º). O Decreto nº 946 de 1º de Outubro de 1993, ao regulamentar a Lei 8.625/93, determina pelo seu artº 4º que, “conforme a especialidade da sua formação profissional e das atividades desempenhadas, comprovadas perante a EMBRATUR, os guias de turismo serão cadastrados em uma ou mais das seguintes classes: Guia regional (…); Guia de excursão nacional (…);Guia de excursão internacional (…); Guia especializado em atrativo turístico (…)”. O inciso VI do artº 5º do referido decreto estipula que, entre os requisitos que condicionam à comprovação do cadastramento e classificação do Guia de Turismo em uma ou mais das classes previstas, está a comprovação de ter concluído Curso de Formação Profissional de Guia de Turismo na classe para a qual estiver solicitando o cadastramento (guia regional e

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nacional: exigido um mínimo de 400h de formação; guia internacional: exigido um mínimo de 500h de formação; guia de atrativo: exigido um mínimo de 300h de formação). Relativamente às entidades responsáveis pelos cursos de formação profissional de guia de turismo, o dispositivo legal determina que, somente aquelas que estejam autorizadas pela EMBRATUR, após terem aprovados os respectivos planejamentos curriculares e planos de curso, poderão oferecer o curso de formação para guia de turismo. O quadro descrito apresenta em nosso entender as vantagens do reconhecimento legal de uma classe profissional, segundo diversas categorias de especialização, o que atesta a importância que lhe é atribuída no quadro do desenvolvimento do turismo no Brasil e a exigência de formação, segundo um plano de estudos específico. Em contrapartida, apresenta como constrangimentos a pouca profundidade e âmbito dos cursos, dado ser impossível uma preparação adequada para este nível profissional com um mínimo de 400h ou 500h, quando a exigência mínima de habilitação de acesso é o ensino médio. A isto se acrescenta ainda como aspecto limitador a não exigência do domínio comprovado de língua ou línguas estrangeiras, quando se pretende expandir o turismo brasileiro aos mercados internacionais. Outro constrangimento refere-se ao caráter não seletivo da formação do guia e o fato de não condicionar o acesso à categoria para bacharéis em turismo, a serem aprovados em exame oficial, cumpridos determinados requisitos curriculares de preparação, já que é este o contingente de pessoas que têm as bases essenciais de cultura setorial sobre aspectos fundamentais como Geografia, História do Brasil, História Contemporânea, História de Arte, Sociologia, Psicologia, Ética Profissional, Educação Ambiental, Patrimônio e Bens Culturais, conforme se infere de alguns programas consultados, a que ainda podem acrescer uma ou duas línguas estrangeiras. ?? Cursos técnicos pós-ensino médio Existe atualmente no Estado do Rio de Janeiro uma oferta de formação pós-ensino médio segundo duas modalidades possíveis:

?? Uma integrada ao ensino superior, mas de nível não universitário, pois não concede título acadêmico de bacharel (4 anos) ou de tecnólogo (2/3 anos), agrupando-se na denominada “Formação Específica – cursos seqüenciais”, conforme determina a nova Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Superior.

?? Outra modalidade reporta-se aos anunciados cursos de Brevê de Técnico Superior –

BTS em Hotelaria e de Brevê de Técnico Superior – BTS em Turismo e Lazer, da responsabilidade do Liceu Franco-Brasileiro, Instituição não integrada no ensino superior. Etses cursos, com uma duração de 2 anos (incluindo 160h de estágio) destinam-se a candidatos com o ensino médio, bem como a candidatos que concluíram o ensino superior, independentemente do ano de conclusão e da origem da sua formação anterior.

A sua estrutura curricular aponta para o acesso a competências que levem ao desenvolvimento de uma carreira para a ocupação de postos de chefia intermédia operacional. No caso do BTS Hoteleiro, por referência à figura do assistente de direção, chefe de departamento ou setor, gerente, etc. No caso do BTS Turismo, por referência à chefia de agência ou responsável por um serviço de produção, bem como para planejar o

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desenvolvimento turístico de uma cidade ou região (…), ou para empregos temporários tais como guia, acompanhante, intérprete. Ambos os cursos referidos constituem uma oferta formativa profissionalizante para candidatos com o diploma do ensino médio, mas com duração inferior à da oferta acadêmica para tipos de perfil de saída aparentemente semelhantes. Por atingir tipos distintos de clientes-alvo, num caso os profissionais, e no outro, diplomados com cursos superiores de qualquer proveniência que queiram integrar-se ao setor do turismo e da hotelaria, forçosamente provocará a constituição de grupos heterogêneos, pedagogicamente pouco recomendáveis. ?? SENAC - RJ O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC é a entidade de formação para o comércio e serviços, onde se inclui a componente do turismo e da hotelaria. Em cada Estado do Brasil existe uma unidade do SENAC, cuja atividade é desenvolvida com total autonomia. O SENAC - RJ leva a efeito cursos em turismo e hotelaria, predominantemente nas seguintes modalidades: a) capacitação / qualificação – destinados a preparar para o domínio de competências necessárias ao exercício profissional:

- Gastronomia - Cozinheiro - Garçom - Eventos: Organização de eventos, promoção de eventos e recepção de eventos.

b) capacitação / habilitação – “destinados a preparar técnicos e auxiliares técnicos de nível médio, nas seguintes áreas”:

- Cursos Técnicos de Hotelaria em Alimentos e Bebidas e em Hospedagem - Cursos para profissões turísticas, nos domínios das viagens e da informação turística, com as seguintes especificações:

- Cursos de Promoção de Vendas e Emissão de Bilhetes - Cursos de Guia de Excursão Nacional - Cursos de Guia Regional RJ - Cursos de Guia Internacional

c) especialização / aperfeiçoamento

- Cursos com uma média de 20h / cada, segundo uma grande variedade temática, integrados na oferta normal do SENAC, ou de acordo com a demanda das empresas

Os cursos do SENAC RJ são ministrados em Centros de Formação, de que se destacam 6 Empresas Pedagógicas situadas na área metropolitana do Rio e, a pedido de alguns municípios do interior do Estado, a instituição tem ministrado cursos locais com o deslocamento do respectivo pessoal formador ao município e,m questão. Os responsáveis do SENAC RJ consideram elevada, e muito satisfatória, a demanda por capacitação em seus cursos, o que permite uma criteriosa seleção dos candidatos.

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Consideram, ainda, que têm uma boa ligação com o mercado e que os seus diplomas representam prestígio e competência para quem os possui. Em termos futuros, projetam a transformação do Serviço Social de Comercio -SESC de Copacabana em Hotel-Escola, a exemplo dos bem sucedidos casos de Hotéis-Escola do SENAC em outras localidades, especialmente em Vitória, Águas de São Pedro, Campos do Jordão e Grogotó; e a criação de um Instituto Superior para cursos de gestão hoteleira (middle management), dada à lacuna que consideram existir no âmbito dos cursos superiores de hotelaria, (sem formação tecnológica e prática profissionalizante) e por ser significativa por parte do mercado, a demanda de profissionais com este tipo de formação. Como principais constrangimentos à atividade do SENAC RJ foram apontadas, a dificuldade na obtenção de formadores técnica e pedagogicamente competentes em número e qualidade suficientes, as fracas intervenções dos empresários nos órgãos do SENAC RJ onde têm assento e a necessidade de uma nova dinâmica de atuação da Instituição, na base de uma redefinição estratégica, depois de anos de imobilismo e de resistência à mudança. ?? Sebrae - RJ O Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa - SEBRAE representa uma força de apoio e fomento ao desenvolvimento do turismo no interior do Estado do Rio de Janeiro, dado o seu papel gerador de renda e emprego junto aos pequenos e médios empresários, promovendo a respectiva capacitação gerencial. Atualmente o SEBRAE-RJ dispõe de 11 Agências de Desenvolvimento e 64 Balcões no interior do Estado do Rio de Janeiro, facilitando a promoção do associativismo empresarial e apoiando a elaboração de planos municipais de turismo, oferecendo os meios e condições de que dispõe para este efeito. Em carteira tem 16 cursos de 16 horas cada, abordando temas como administração hoteleira, marketing, eventos, entre outros. Embora exista a pretensão da instituição em abandonar a realização de ações formativas, dado ser um espaço para o qual não estão especialmente vocacionados, não se pode deixar de valorizar o seu papel formativo na modalidade de formação-ação dos micros, pequenos e médios empresários, cujo sucesso promoverá a geração de emprego e conduzirá à procura de pessoal qualificado e competente. ?? Cursos oferecidos com recursos do Sistema Nacional de Empregos - SINE Esses tipos de cursos, considerados básicos ou de especialização profissional, buscam formar pessoas para uma imediata absorção pelo mercado de trabalho, com bases mínimas de compreensão da realidade profissional dos mais variados sub setores do setor turístico. São cursos de curta duração (em média com duração entre duas e três semanas), voltados para a formação de profissionais aptos a trabalharem em agências de viagens (emissores de bilhetes e administração de vendas), com organização de eventos, e na hotelaria em geral. A oferta se deu distribuída regionalmente na seguinte forma, no ano de 1997:

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CURSOS OFERECIDOS PELO SINE/RJ - FAT - 1997

CURSOS Costa do Sol

Costa Verde

Metropo- litana

Norte Serramar Serrana A Serrana B

Administração e Organização Hoteleira

X X X

Hospedagem X X Agenciamento X X X Cerimonial & Protocolo X X X Governança X X X Marketing em Turismo X X X Organização de Eventos

X X Gerência de Alimentos & Bebidas

X X

Emissão de Bilhetes X Emissão de Bilhetes Aéreos Internacionais

X

Bom Atendimento a Clientes e Téc.de Vendas em Turismo

X

Operação de Receptivo

X Venda de Produtos Turísticos Nacionais

X

Venda de Produtos Turísticos Internacionais

X

Treinamento Vivencial em Recreação

X

Recepcionistas & Pessoal de Apoio para Eventos

X

Fonte: Sistema Nacional de Empregos-SINE/RJ – Fundo de Amparo ao Trabalhador-FAT/1997.

2.5.2 - Enquadramento legal e ação estruturante vigente A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei Federal nº 9.394/96) reservou um espaço privilegiado para a educação profissional. Considera-a como um fator estratégico de competitividade e desenvolvimento humano na nova ordem econômica mundial, separando-a, mas articulando-a de forma inovadora com os níveis da educação escolar, o que, de acordo com o seu § 2º do artº 36º significa que “a preparação para profissões técnicas poderá ocorrer, no nível do ensino médio, após atendida a formação geral do educando, onde o mesmo se aprimora como pessoa humana, desenvolve autonomia intelectual e pensamento crítico, bem como compreende os fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos, dando nova dimensão à educação profissional, como direito do cidadão ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida social e produtiva”. Permite, por outro lado, que “as Escolas Técnicas e Profissionais, além dos seus cursos regulares, ofereçam cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada à matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade”. O Decreto Federal nº 2.208/97 estabelece uma organização curricular para a educação profissional de nível técnico de forma independente e articulada com o ensino médio, associando a formação técnica a uma sólida educação básica e apontando para a necessidade de uma definição clara de diretrizes curriculares, com o objetivo de adequá-las às tendências do mundo do trabalho. Introduz a reorganização das pulverizadas habilitações profissionais existentes por áreas profissionais, a possibilidade de módulos de

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educação profissional de nível técnico no ensino médio, bem como a certificação de competências. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico são instituídas pela Resolução CNE/CEB nº 04/99, que as entende como (art.º 2º) “o conjunto articulado de princípios, critérios e definições de competências profissionais gerais do técnico por área profissional e procedimentos a serem observados pelos sistemas de ensino e pelas escolas na organização e no planejamento dos cursos de nível técnico”. A referida resolução determina ainda no seu art. 3º os seguintes princípios:

- “independência e articulação com o ensino médio; - respeito aos valores estéticos, políticos e éticos; - desenvolvimento de competências para o desempenho das funções respectivas; - flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização; - identidade dos perfis profissionais de conclusão do curso; - atualização permanente dos cursos e currículos; - autonomia da escola quanto ao seu projeto pedagógico”.

De acordo ainda com a resolução, a construção de perfis profissionais deve ter como referenciais curriculares, por área profissional, matrizes definidas pelo Ministério de Educação e Cultura - MEC, mas cada Escola pode estabelecer os perfis profissionais de conclusão, qualificação, habilitação e especialização profissional que entender mais ajustados, sendo da sua responsabilidade a prerrogativa da respectiva organização curricular (etapas ou módulos), podendo organizar cursos de especialização técnica, vinculados a determinada qualificação ou habilitação profissional, para o atendimento de pedidos específicos e ainda pela livre oferta de cursos ou programas de atualização e de aperfeiçoamento profissional (art.º 7º e 8º). Dispõe ainda que a prática integra a educação profissional, a que acresce o estágio supervisionado realizado em empresas, práticas incluídas no percurso pedagógico, a primeira nas cargas horárias mínimas de cada habilitação e a segunda a acrescer ao mínimo estabelecido (art.º 9º). Integram ainda o enquadramento legal da formação de recursos humanos as recentes diretrizes do MEC para o ensino superior, tipificando, entre outros aspectos, a duração dos cursos e as competências acadêmicas dos professores, bem como pela criação da “Comissão de Especialistas” para os Cursos de Turismo, e pela avaliação do desempenho das instituições deste nível de ensino (Provão) e a criação da área profissional 20: “Turismo e Hospitalidade”, com a respectiva caracterização da área, das competências gerais do técnico da área e das competências específicas de cada habilitação. O “Programa de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor do Turismo”, a cargo do Instituto da Hospitalidade e com o apoio do BID, visa certificar indivíduos e não diretamente empresas, composto por um conjunto de normas (construídas de forma aberta, com consulta a especialistas, inclusive com a participação através da Internet) e de processos de avaliação, que estabelecem as competências que deve ter o profissional de determinada ocupação e servem também para a elaboração de currículos-modelo. De forma a melhor preparar os candidatos à certificação, o Programa inclui a capacitação de formadores para o efeito, através de cursos de “Capacitação de Multiplicadores da Qualidade Profissional para o Setor de Turismo”, através de cursos com a finalidade específica de contribuir para a construção e sedimentação do “Sistema Brasileiro da Qualidade Profissional para o Setor do Turismo”, habilitando profissionais que já atuam nos ambientes educacionais e empresariais ligados à área, a disseminar os conteúdos das “Normas Nacionais” baseadas em competências para o setor. Destacam-se entre os objetivos específicos destes cursos:

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?? Identificar novas oportunidades de formação, através de processos, métodos e técnicas

eficientes e inovadoras, agregando novas tecnologias e otimizando a utilização dos recursos existentes.

?? Planejar, executar e avaliar situações de aprendizagem de adultos em ambientes educacionais e empresariais, tendo em vista a capacitação de profissionais para o Programa de Certificação da Qualidade Profissional para o Setor do Turismo.

?? Elaborar planos de ação e de autodesenvolvimento, para atuação como multiplicador de competências.

2.5.3 – Quadro Geral da Situação A ausência de uma entidade coordenadora de uma estratégia de educação/formação setorial, ainda por cima num ramo de atividade de ocupação de mão de obra intensiva, propicia o aparecimento no mercado de uma grande oferta de cursos, cujos currículos mudam de acordo com a conjuntura, e de uma diversidade de diplomas sem um referencial comum de certificação, o que provoca nos empregadores a dúvida sobre qual a habilitação/produto formativo devem escolher. Apesar desta oferta ser quantitativamente abrangente, o setor se ressente da falta de profissionais qualificados, considerando que, em relação aos diplomados com cursos de formação, os mesmos não dispõem das aptidões exigíveis em termos de profissionalismo, saberes tecnológicos e operacionais, adaptação à mudança e reação ao imprevisto. A ausência de referenciais de qualidade, que o SENAC poderia eventualmente assumir, ou que as universidades federais ou estaduais do Rio de Janeiro deveriam prever, deixa um vazio que indiretamente fomenta o quadro existente. No outro extremo do processo, ou seja, quando existe uma Lei Federal (1993) que certifica e regulamenta uma profissão como a de guia de turismo, o quadro consagrado subordina-se a um figurino de exigência mínima, ou seja, a cursos de curta duração, sem fixação de habilitações específicas de acesso e sem exigência do domínio de língua estrangeira, o que se afigura incompatível com as atribuições e competências de um guia de turismo. Os principais estrangulamentos diagnosticados do ponto de vista da engenharia formativa implementada resultam assim dos seguintes fatores essenciais: ?? Ausência de definição clara e objetiva de perfis de entrada e de perfis especializados

de saída dos vários cursos. ?? Durações muito curtas ou excessivamente curtas da maioria dos cursos que pretendem

habilitar tecnicamente para uma profissão. ?? Cursos superiores de banda excessivamente larga, com carga horária em período

parcial, sem práticas simuladas internas e com estágios de curta duração que podem ser cumpridos ao longo do curso.

?? Ausência de um sistema hierarquizado e comunicante de percursos formativos, que permitam o acesso progressivo a níveis de competências mais exigentes.

A diversidade de cursos de vários tipos e níveis para uma mesma atividade, sem distinção específica dos diversos perfis de saída dentro da mesma área profissional, revela a desarticulação e a ausência de uma estratégia global de política de formação de recursos humanos compatível com o desenvolvimento turístico pretendido para o Estado.

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Do diagnóstico sobre a situação dos recursos humanos/habilitações profissionais no Estado do Rio de Janeiro, sobressaem acentuadas carências em todos as áreas acima referidas, tanto da capacitação profissional de empreendedores e executivos de empresas do turismo, da hotelaria e da restauração, como da qualificação adequada do pessoal dos organismos e empresas da administração estadual e municipal, bem como dos guias e do pessoal de informação turística, e ainda dos operacionais em contato direto com o cliente. A análise desse quadro apresenta algumas circunstâncias agravantes, de que se citam, entre as principais: ?? As profissões do turismo e da hotelaria são relativamente pouco consideradas e

dignificadas. ?? Os recursos humanos diplomados com formação técnica especializada não são

devidamente valorizados. ?? Pessoal não qualificado, de baixa escolaridade, reduzido salário e elevado carga

horária, muitas vezes proveniente de outros Estados, é utilizado sistematicamente. ?? As condições sociais dominantes potenciam o absentismo e a falta de

profissionalismo. Contribuem para esta situação uma oferta de formação sem uma estratégia conjugada, concentrada na cidade do Rio de Janeiro, sem articulação entre as várias instituições, além de defasada, em grande medida, das necessidades das empresas, com estruturas curriculares muito redutoras em conteúdos e tempos (guias e técnicos de gastronomia), ou excessivamente abrangentes (formação universitária dos turismólogos). Além disto, apresenta limitações no que se refere a componentes de especialização prática e carências qualitativas ao nível de instalações, professores e monitores. Em contraponto ao quadro de limitações e constrangimentos apresentado acima, as perspectivas de expansão da atividade turística, particularmente no que se refere a formação e qualificação profissional, encontram um ambiente favorável representado por um conjunto de potencialidades para o seu desenvolvimento, relativamente a mão de obra do setor e a oferta de financiamento para a formação, conforme se apresenta a seguir: ?? A revitalização progressiva do tecido empresarial, com novos investimentos e

requalificação das estruturas existentes, impõe uma renovação e ampliação dos quadros de pessoal, na base de uma mais criteriosa seleção e recrutamento, e na inclusão de ações internas de formação contínua.

?? Os impactos positivos que a situação provoca numa maior mobilidade dos melhores profissionais, com reflexos na sua situação econômica e social, valorizando estas profissões e aumentando a apetência de candidatos para o setor.

?? A multiplicidade da oferta de produtos turísticos para mercados internacionais heterogêneos e exigentes, cria a necessidade de novos perfis profissionais, em todos os níveis, representando um fator de grande potencial no campo da oferta de postos de trabalho e na criação de ofertas de formação descentralizadas e inovadoras.

?? O valor acrescentado que o Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT pode dar à demanda por profissionais formados em turismo, bem como pela sua conjugação com o Plano Nacional de Formação do Trabalhador - PLANFOR e com o SEBRAE.

?? A existência de instituições com valor, experiência e capacidade intrínseca para mobilizarem as suas políticas e recursos em favor da execução de uma política conjunta de educação/formação turística e hoteleira do Estado do Rio de Janeiro, tendo por base objetivos estratégicos e medidas de ação específicas para o efeito.

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?? As potencialidades de suporte financeiro que o Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT e o SEBRAE representam para a realização de programas de formação.

?? A existência do Programa de Expansão da Educação Profissional – PROEP, do MEC, com vocação para o financiamento de construção e montagem de estruturas para o ensino técnico.

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3 DEMANDA TURÍSTICA

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3 DEMANDA TURÍSTICA Este capítulo tem por objetivo traçar um panorama da movimentação dos diversos fluxos turísticos que ocorrem no Estado do Rio de Janeiro, de modo a propiciar uma visão da importância da atividade turística para a economia estadual e permitir uma maior aproximação às características desta movimentação em cada uma das suas regiões turísticas. Trata-se de um esforço de construção de um quadro diversificado de referências, que permitiu uma aproximação ao dimensionamento e caracterização do comportamento da atividade, tomando como ponto de partida as informações disponíveis, trabalhadas e projetadas com hipóteses de cálculo, que propiciaram estimar os indicadores considerados mais adequados às análises realizadas. Neste sentido, é importante observar que os números apresentados constituem estimativas embasadas em determinados critérios, podendo apresentar diferenças com aferições diretas dos indicadores considerados. Ainda assim, na ausência de dados estatísticos abrangentes, consideramos essas estimativas importantes elementos de análise do setor. No intuito de permitir a crítica, e as possíveis correções, os critérios que embasam cada uma das hipóteses adotadas estão explicitados no decorrer do texto. Em linhas gerais, a organização das informações e dados adota a classificação das três categorias de visitantes, apresentadas e conceituadas no Capítulo 3 – “Aspectos Metodológicos”, da Parte I – “Apresentação e Diretrizes” deste trabalho. Neste contexto, há uma certa distinção no tratamento dos turistas e veranistas com relação aos excursionistas, o que ensejou a apresentação do somatório destas duas categorias em alguns quadros apresentados. Os dois primeiros enquadram-se na definição de turistas utilizada pela Organização Mundial do Turismo - OMT, e têm uma inserção mercadológica comum no que se refere à necessidade de utilização de equipamentos de hospedagem. Já os excursionistas realizam deslocamentos pendulares diários, constituindo um tipo de consumidor bastante diverso pela sua própria definição e natureza, e uma categoria à parte neste sentido. Os períodos analisados resultam da disponibilidade das informações, e as inevitáveis comparações e análises de dados entre períodos diversos foram sempre precedidas de avaliações quanto às possíveis grandes mudanças de comportamento que pudessem comprometê-las. Para além do esforço da sua realização, e no sentido da continuidade do trabalho aqui esboçado, o exercício deste capítulo indica como fundamental a adoção de um trabalho sistemático e rotineiro de coleta, tratamento e sistematização de dados sobre a atividade turística no Estado, de modo a constituir Bancos de Dados, e a disponibilizar informações fundamentais ao planejamento do setor. Esta demanda deve se traduzir, seguramente, numa importante proposição deste plano. 3.1 TURISMO A definição adotada no âmbito deste trabalho é mais restritiva do que a definição da OMT, uma vez que desagrega desta categoria os veranistas. Neste sentido, turista é o visitante

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que permanece mais de 24 horas no destino, e se utiliza dos serviços turísticos dos meios de hospedagem para pernoite. Observamos, no entanto, que em função de limitações para a sua desagregação, todo visitante proveniente do exterior foi considerado turista, ainda que uma pequena parcela possa se hospedar em casa de parentes e amigos e, assim, ser enquadrado na categoria de veranista. Mesmo reconhecendo a participação, em determinados “períodos cambiais” favoráveis, desses fluxos internacionais no mercado das segundas residências, a longo prazo esta opção de tratamento não compromete as análises encaminhadas, uma vez que esse mercado se constitui e se desenvolve como um mecanismo de expansão do mercado imobiliário, embasado maciçamente no mercado interno. Da mesma forma, e de modo a não propiciar a superposição dos dados assim considerados, as análises da categoria de veranistas apresentada mais adiante se realizam no âmbito do mercado nacional. Mercado Internacional A capital do Estado do Rio de Janeiro continua sendo a cidade brasileira mais visitada do país, tendo recebido 42% do total de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 1995. Esta posição manteve-se nos últimos anos, com grande vantagem sobre os demais destinos turísticos do país, não obstante a cidade ter perdido a supremacia de principal portão de entrada de visitantes externos no país, posição que manteve até 1995, quando 27% dos turistas que chegaram ao Brasil entraram por São Paulo, contra 24% pelo Rio de Janeiro. TURISTAS ESTRANGEIROS SEGUNDO CIDADES BRASILEIRAS MAIS VISITADAS

CIDADE 1993 % 1994 % 1995 % Brasil 1.641.138 100 1.853.301 100 1.991.416 100 Rio de Janeiro 745.076 45 732.053 40 832.411 42 São Paulo 315.098 19 394.753 21 396.291 20 Fonte: EMBRATUR - Estudo da Demanda Turística Internacional-1996 e Anuário Estatístico - 1996

ENTRADA DE TURISTAS NO BRASIL SEGUNDO PONTOS DE CHEGADA

CIDADE 1994 % 1995 % Brasil 1.853.301 100 1.991.416 100 Rio de Janeiro 429.549 23 489.907 24 São Paulo 410.304 22 537.841 27 Fonte: EMBRATUR - Anuário Estatístico - 1996

Nos últimos dois anos, a cidade vem mantendo a liderança no ranking, com uma queda percentual em 1996 e uma recuperação, já em 1997, no número de visitantes estrangeiros recebidos. De acordo com a pesquisa realizada pela EMBRATUR, do total de turistas

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estrangeiros que chegaram ao Brasil, visitaram o Rio de Janeiro, respectivamente, 30,5% em 1996 e 37,4% em 1997. 23 Segundo o então presidente da empresa, Caio Luiz de Carvalho, a queda relativa do percentual de visitas ao Rio, a partir de 1993, decorreu da abertura de outros pontos de entrada de turistas no país, com o funcionamento de outros aeroportos internacionais. Esta queda no número de visitas está ainda associada ao aumento do fluxo de turistas argentinos para os estados do sul do país.24 Numa análise comparativa do perfil do turista estrangeiro que visita a capital do Estado, com aquele que visita o restante do país, a motivação da viagem relativa ao turismo de negócios é maior para o Rio de Janeiro, com 35,2% contra 24,6%. De qualquer modo, o turismo propriamente dito, ou o lazer, ainda é a motivação que atrai o maior número de visitantes estrangeiros, tanto para o Rio de Janeiro, com 54,3%, quanto para o Brasil, com 67,2%. Com relação à forma de organização da viagem, 51% dos visitantes estrangeiros que chegam ao Rio de Janeiro utilizam-se de agências de turismo para programarem suas viagens, sendo que, para o país, este percentual cai para 36,2%. Estes dados indicam, no universo do receptivo internacional, uma expectativa de demanda mais organizada de viagens, o que traduz um maior potencial para a profissionalização da atividade turística, através do maior envolvimento da rede de agentes que atua na sua comercialização. O apelo dos atrativos turísticos é fator decisório dessas viagens, tanto para o Rio, com 66,3%, como para o Brasil, com 74,7%. Já a decisão a partir de informação de amigos e parentes é maior para o Rio de Janeiro, que motiva 23,1% das visitas e 16,2% ao país. No que se refere à promoção do produto turístico, a participação dos meios de comunicação é pequena, tanto para o país quanto para o Rio, sendo a televisão o item de maior peso, com 12% para o Rio e 8,6% para o país. Na realidade, 70,8% e 72,7% dos turistas que vêm ao Rio e ao Brasil, respectivamente, não são influenciados por nenhum meio de comunicação. A permanência média do turista que visita a cidade do Rio de Janeiro é de 8,29 dias, contra 13,16 dias de permanência dos turistas estrangeiros no Brasil. A almejada absorção de uma parcela derivada desta demanda à capital para outros destinos do interior pode aumentar ainda mais a permanência no território estadual, potencializando assim os benefícios econômicos da atividade. No que diz respeito à renda e aos gastos, os turistas estrangeiros que visitam a capital do Estado são mais bem aquinhoados. Com uma renda média anual de US$ 52.948,46, superior aos US$41.462,85 de renda do turista que vem ao país, o turista estrangeiro gasta em média, per capita/dia, no Rio de Janeiro, US$131,13. Para aqueles que se hospedam em hotéis, esse gasto diário é maior, subindo para US$161,27. Só com os hotéis, esses turistas gastam, em média, per capita/dia US$ 95,69, sempre no Rio de Janeiro. O comportamento quanto ao meio de hospedagem utilizado é muito semelhante para o Rio de Janeiro e para o Brasil. Os hotéis são os meios de hospedagem mais utilizados, acolhendo, respectivamente para o Rio e para o Brasil, 85,3% e 85,0% dos turistas

23 Jornal do Brasil, Caderno Economia, p. 17B, Quinta-feira, 05/03/98. 24 Idem.

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estrangeiros. O segundo meio de hospedagem mais utilizado é a casa de parentes e amigos, caindo no entanto esta participação para, respectivamente, 12,5% e 11,3%. Segundo a fonte consultada, os apartamentos de aluguel e outras formas de hospedagem são muito pouco procurados, participando com 1,2% e 1%, respectivamente para o Rio de Janeiro, e 1,9% e 1,8% para o país. PESQUISA SOBRE O TURISMO RECEPTIVO INTERNACIONAL

Rio de Janeiro Brasil Motivo da Viagem (%) Lazer 54,30 67,20 Negócio 35,20 24,60 Congresso/Convenção 9,30 4,10 Outros 1,30 4,10 Forma de Organização da Viagem (%) Organizada por Agencia 51,00 36,20 Não organizada por Agencia 49,00 63,80 Fator Decisório da Visita (%) Atrativos Turísticos 66,30 74,70 Informação de Amigos e Parentes 23,10 16,20 Custo de Viagem 3,60 1,50 Outros 7,10 7,60 O que Influenciou a Decisão da Visita (%) Revista 7,20 8,60 Televisão 12,00 12,70 Jornal 8,70 5,20 Rádio 0,60 0,30 Cinema 0,60 0,40 Nenhum Meio de Comunicação 70,80 72,70 Dados Gerais Permanência Média (dias) 8,29 13,16 Gasto Médio Per Capita(US$) 161,27 131,89 Gasto Médio Per Capita(US$)/Somente com Hotel 95,69 65,26 Renda Média Anual (US$) 52.948,46 41.462,85 Meio de Hospedagem Utilizado (%) Hotel 85,30 85,00 Casa de Amigo/ Parente 12,50 11,30 Apartamento de Aluguel 1,20 1,90 Outros 1,00 1,80

Fonte: EMBRATUR - Estudo da Demanda Turística Internacional - 1996

O perfil do turista estrangeiro, resultante da análise dos dados acima, traduz uma forma organizada e profissional de exercício da atividade, o que reafirma a grande vocação turística da capital do Estado e a imagem internacional da cidade. A perda da supremacia como principal portão de entrada de turistas estrangeiros no país, não chegou a alterar o grau de importância do Rio de Janeiro como principal destino turístico brasileiro para o mercado internacional. No que se refere aos grandes pólos internacionais emissores de fluxos turísticos para o Estado do Rio de Janeiro, o país de maior destaque são os Estados Unidas, que chega a emitir 20,1% da demanda internacional em 1996. Em segundo lugar vem a Argentina, que lidera o

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ranking dos países emissores sul americanos. A seguir, vêm os países europeus, liderados pela Alemanha, seguida de perto pela Itália e França. HÓSPEDES ESTRANGEIROS SEGUNDO O PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE

PAÍS 1995 (%) 1996 (%) Estados Unidos 16,61 20,17 Argentina 16,07 14,71 Alemanha 7,16 8,13 Itália 7,12 6,08 França 6,30 5,53 Outros 46,74 45,38 Fonte: TURISRIO - Ficha Nacional de Registro de Hóspede – FNRH. Tabulação do Setor de Estatística. 1998

Do ponto de vista do segmento de demanda relativo ao receptivo internacional, é importante destacar da análise dos dados a distribuição e a interiorização deste fluxo internacional de turistas, o que pode ser indiretamente auferido pela participação de turistas nacionais e internacionais hospedados na capital e no interior do Estado, conforme apresentado a seguir.

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PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DE HÓSPEDES NACIONAIS E ESTRANGEIROS NOS HOTÉIS DO ESTADO SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total Anual Estado e Regiões Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr. Nac. Estr.

Estado 66,21 33,79 63,47 36,53 63,21 36,79 67,24 32,76 72,10 27,90 72,97 27,03 70,77 29,23 67,36 32,64 68,82 31,18 67,58 32,42 65,76 34,24 69,25 30,75 66,00 34,00

Rio de Janeiro

62,40 37,60 60,18 39,82 58,68 41,32 62,27 37,73 68,24 31,76 69,16 30,84 67,26 32,74 62,31 37,69 65,17 34,83 63,60 36,40 61,89 38,11 65,74 34,26 63,85 36,15

Interior 86,76 13,24 82,26 17,74 86,92 13,08 91,44 8,56 93,44 6,56 93,73 6,27 89,44 10,56 93,44 6,56 90,55 9,45 90,48 9,52 90,38 9,62 92,20 7,80 90,07 9,93

Metropolitana

62,63 37,37 60,43 39,57 58,89 41,11 62,48 37,52 68,43 31,57 69,31 30,69 67,41 32,59 62,58 37,42 65,27 34,73 63,73 36,27 62,03 37,97 65,91 34,09 64,03 35,97

Costa Verde

73,52 26,48 67,63 32,37 77,27 22,73 86,25 13,75 90,53 9,47 89,88 10,12 77,75 22,25 91,37 8,63 84,45 15,55 87,53 12,47 87,05 12,95 87,71 12,29 83,64 16,36

Costa do Sol

95,16 4,84 95,90 4,10 94,69 5,31 97,86 2,14 90,20 9,80 96,75 3,25 95,96 4,04 90,01 9,99 95,89 4,11 97,20 2,80 92,57 7,43 93,66 6,34 94,82 5,18

Serrana A 96,05 3,95 93,94 6,06 95,45 4,55 94,66 5,34 95,89 4,11 94,43 5,57 95,38 4,62 95,13 4,87 93,84 6,16 93,21 6,79 94,64 5,36 95,83 4,17 94,88 5,12

Serrana B 98,61 1,39 98,39 1,61 99,22 0,78 98,51 1,49 99,17 0,83 99,58 0,42 99,04 0,96 98,53 1,47 99,47 0,53 98,33 1,67 98,68 1,32 99,41 0,59 98,92 1,08

Serramar 79,89 20,11 73,89 26,11 66,34 33,66 71,37 28,63 70,59 29,41 72,59 27,41 79,58 20,42 72,68 27,32 90,04 9,96 49,00 51,00 49,21 50,79 58,29 41,71 69,81 30,19

Norte 98,71 1,29 98,54 1,46 99,57 0,43 98,38 1,62 97,90 2,10 97,74 2,26 100,0 0,00 98,53 1,47 98,12 1,88 99,51 0,49 97,48 2,52 99,55 0,45 98,70 1,30

Fonte: TURISRIO - Ficha Nacional de Registro de Hóspedes - FNRH . Tabulação do Setor de Estatística. 1998.

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A participação de turistas estrangeiros hospedados nos hotéis classificados25 do Estado do Rio de Janeiro no ano de 1997, apresentada acima, evidencia a pequena interiorização dos fluxos de turistas internacionais. Enquanto a participação dos turistas estrangeiros na capital é de 34,0 %, nos hotéis do interior do Estado esta participação cai para 9,9%. Mesmo reconhecendo o maior número de turistas estrangeiros que visitam os municípios de Angra dos Reis, Armação dos Búzios, Mangaratiba, Macaé e Paraty, a não apropriação de uma parcela maior dos visitantes internacionais que já estão na cidade do Rio de Janeiro, significa um grande potencial de demanda não aproveitada, devendo merecer atenção no que se refere à adoção de medidas que possam efetivar esta interiorização do turismo internacional. Por outro lado, é importante considerar e valorizar a alta participação do mercado nacional nos municípios do interior do Estado, correspondendo a 90% do total de hóspedes, e constituindo-se no efetivo sustentáculo da hotelaria desses municípios. O mercado internacional para a cidade do Rio de Janeiro, além de ser percentualmente muito mais expressivo em número de turistas, é ainda potencializado pelo maior tempo de permanência média dos turistas estrangeiros em comparação com o interior do Estado. O mapa Turistas Estrangeiros apresenta os dados referentes a participação percentual de hóspedes estrangeiros nos hotéis do Estado, de acordo com a tabulação realizada com base nas Fichas Nacionais de Registro de Hóspedes – FNRH, em 1999, pela TURISRIO, com atualização em 2.000, junto aos municípios.

25 A antiga “classificação” foi revogada em novembro de 1996, porém os hotéis anteriormente classificados, ficaram obrigados a apresentar os FNRHs e BOHs.

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HÓSPEDES NACIONAIS E ESTRANGEIROS SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS E MUNICÍPIOS

LOCAL NACIONAIS. ESTRANGEIROS TOTAL (%)

Estado 67,83 32,17 100,00 Interior 90,07 9,93 100,00 Região Metropolitana 64,03 35,97 100,00 Rio de Janeiro 66,00 34,00 100,00 Itaguaí 65,00 35,00 100,00 Niterói 97,22 2,78 100,00 Região Costa Verde 83,64 16,36 100,00 Angra dos Reis 80,00 20,00 100,00 Mangaratiba 65,00 35,00 100,00 Parati 70,00 30,00 100,00 Região da Costa do Sol 94,82 5,18 100,00 Araruama 100,00 0,00 100,00 Armação de Búzios 50,00 50,00 100,00 Arraial do Cabo - - - Cabo Frio 99,06 0,94 100,00 Marica - - - Rio das Ostras 99,77 0,23 100,00 São Pedro da Aldeia - - - Saquarema - - - Região Serrana A 94,88 5,12 100,00 Barra Mansa 100,00 0,00 100,00 Engenheiro Paulo de Frontin - - - Itatiaia 92,5 7,5 100,00 Mendes 96,98 3,02 100,00 Paraíba do Sul 98,50 1,50 100,00 Piraí - - - Resende 90,00 10,00 100,00 Rio das Flores - - - Valença - - - Volta Redonda 95,00 5,00 100,00 Região Serrana B 98,92 1,08 100,00 Miguel Pereira - - - Nova Friburgo 99,45 0,55 100,00 Petrópolis 92,55 7,45 100,00 Rio Bonito 100,00 0,00 100,00 Teresópolis 99,70 0,30 100,00 Vassouras 98,29 1,71 100,00 Região Serramar 69,81 30,19 100,00 Macaé 70,00 30,00 100,00 Trajano de Morais 100,00 0,00 100,00 Região Norte 98,70 1,30 100,00 Campos dos Goytacazes 98,59 1,41 100,00 Itaperuna - - - Santo Antônio de Pádua 99,62 0,38 100,00

Fonte: TURISRIO - FNRH - Tabulação do Setor de Estatística, 1998 e atualização TURISRIO 2000.

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Ainda no âmbito do mercado internacional, no que se refere à movimentação de turistas estrangeiros para o Brasil, são apresentados, a seguir, dados dos Anuários Estatísticos da EMBRATUR e dos resultados da pesquisa realizada pela consultoria externa nos mercados emissores internacionais. É importante lembrar, no entanto, que são dados relativos aos fluxos para o Brasil como um todo e que, destinos de maior proximidade com as fronteiras têm, por razões relativas a acessibilidade, uma maior participação percentual na atração dos fluxos turísticos dos países do Merco Sul. A consideração deste fato é de fundamental importância quando se analisa a situação do Estado do Rio de Janeiro, quando outros destinos internacionais que não os paises fronteiriços do Merco Sul, passam a ter uma importância relativa maior, como mercados emissores. PRINCIPAIS MERCADOS EMISSORES INTERNACIONAIS PARA O BRASIL

PAÍSES 1995 1996 1997 1998 1999

Total 1 991 416 2 665 508 2 849 750 4 818 084 5 107 169 Argentina 657 942 858 189 938 973 1 467 926 1 545 050 E.U.América 224 577 356 000 402 200 524 093 550 500 Paraguai 90 716 118 563 146 581 451 693 498 707 Uruguai 200 423 209 333 206 468 359 100 414 433 Alemanha 102 196 141 562 140 578 262 739 259 905 Chile 63 900 87 153 92 233 159 673 162 850 Bolívia 20 737 38 085 41 923 150 240 151 861 Itália 84 001 109 834 123 114 169 567 150 051 França 55 257 75 277 84 552 121 274 117 122 Reino Unido 38 520 58 201 62 308 117 518 113 967 Espanha 59 502 65 140 63 809 91 969 110 494 Portugal 52 183 62 642 63 315 105 593 106 338 Restantes Mercados 341 462 485 529 483 696 836 699 925 891

Fonte: Embratur, Anuário Estatístico, 2000

A análise desta tabela permite concluir que os cinco principais mercados para o Brasil absorviam, em 1999, cerca de 64% das chegadas totais e que o conjunto deste 12 mercados detinham uma quota superior a 80%. Os números apresentados mostram também que a estrutura do mercado não tem variado de forma significativa ao longo dos anos, como pode ser aferido pelos dados apresentados, onde predomina o peso relativo de turistas Argentinos, entre 30% a 33%, seguido pelos Estados Unidos da América. Da análise do quadro apresentado destaca-se o posicionamento dos demais países da América Central e do Sul (pertencentes ao MERCOSUL), assim como de três outros mercados europeus (França, Reino Unido e Espanha) a merecerem estudos semelhantes aos efetuados para os cinco países citados.

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Como resultado da pesquisa realizada pela consultoria externa nos mercados emissores internacionais referidos, cuja informação resulta de dados também agregados para todo o Brasil, são apresentadas as seguintes reflexões: Alemanha O número de turistas que viajam ao Brasil tem aumentado significativamente colocando o país com a maior taxa média de crescimento anual, cerca de 40% entre 1993 e 1998. O Brasil ocupa a 21ª posição no ranking dos países para onde os alemães viajam, correspondendo a uma quota de mercado de cerca de 0,4%. Na perspectiva do Brasil, a Alemanha ocupava em 1999 a 5ª posição entre os mercados externos, correspondendo a uma quota de mercado de cerca de 5%; Argentina As viagens dos argentinos para o exterior experimentaram uma evolução positiva entre 1995 e 1998 seguida de uma queda em 1999. O Brasil ocupa o 1º lugar no ranking daquelas viagens, correspondendo a uma quota de mercado da ordem dos 33%. Na perspectiva contrária, a Argentina ocupava, em 1999, também, a 1ª posição entre os mercados emissores externos do Brasil, o que equivale uma quota de mercado de cerca de 30%; Estados Unidos da América Os americanos continuam a viajar bastante, depois de ultrapassada a “Crise do Golfo”, tendo o seu número de turistas aumentado cerca de 4% entre 1995 e 1998. O Brasil ocupa a 13ª posição entre os países preferidos pelos americanos, detendo uma quota de mercado de cerca de 1%. Na perspectiva contrária, aos Estados Unidos da América corresponde uma quota do mercado externo brasileiro de cerca de 11%, colocando-o na 2ª posição do respectivo ranking; Itália As viagens dos italianos experimentaram um crescimento global de cerca de 10% entre 1997 e 1999, continuando a registrar uma tendência de crescimento. Neste contexto o Brasil ocupava a 25ª posição com uma quota de mercado de cerca de 0,6%, o que equivalia no Brasil uma quota de cerca de 3% entre os mercados externos, elevando a Itália em 1999 para a 8ª posição do ranking destes mercados emissores; Portugal Em 1999 as viagens dos portugueses para o estrangeiro não chegaram a atingir as seis centenas de milhar, equivalendo no entanto a um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. Os principais destinos dos portugueses continuam a ser os países da Europa, ocupando no entanto o Brasil a principal posição relativamente ao Continente Americano (93% do total), o que equivale a uma quota de mercado de 0,5%.

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Esta situação coloca Portugal na 12ª posição do ranking dos países emissores, que corresponde uma quota de mercado de cerca de 1%. No que se refere a segmentação da demanda, e não obstante as limitações no que se refere a disponibilidade de dados, são aprestadas a seguir, com base nas pesquisas citadas, considerações que buscam caracterizar os elementos da demanda, a fim de poder proceder a sua segmentação possível:

Nos Estados Unidos da América, cerca de 55% das viagens realizadas para o Brasil são justificadas pelo motivo de lazer, logo seguido dos negócios com cerca de 40%, restando cerca de 5% para as viagens provocadas por congressos e reuniões similares; Para os restantes quatro mercados (Alemanha, Argentina, Itália e Portugal), aquela percentagem associada ao lazer sobe para cerca de 85%, restando um valor entre 10% e 13% para os negócios, sendo a percentagem remanescente relacionada com congressos e reuniões.

Mercado Nacional Em relação ao mercado interno, não existem pesquisas diretas que permitam avaliar, de forma abrangente, o número de turistas brasileiros que visitam o Estado do Rio de Janeiro. Frente à inexistência de registros destes dados, foram traçadas algumas hipóteses de cálculo que buscam quantificar, com base no comportamento da demanda e em estudos pré-existentes, a quantidade total de visitantes ao Estado do Rio de Janeiro, provenientes do mercado nacional, inclusive do interior do próprio Estado. Segundo o Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro – 1995/1996, Estado do Rio de Janeiro recebeu, em 1993 e 1994, respectivamente, 9.082.000 e 9.205.000 visitantes brasileiros. Esta quantificação resultou de um esforço de avaliação empreendido pelos técnicos da EMBRATUR com apoio da União Europeia, a partir de uma metodologia proposta no estudo Participação do Turismo na Economia Estadual – TURINFO, que avalia a magnitude de entradas de visitantes de outros estados no Rio de Janeiro, por diversos motivos, por diversas vias, em transportes coletivos e individuais. Estão incluídos neste total de visitantes de fora do Estado, as categorias de turistas e veranistas, conforme definidas e consideradas neste trabalho. Esse número de chegadas de turistas brasileiros no Estado, que a princípio pode parecer exagerado, pode ser balizado com a soma das chegadas de passageiros ao Estado por via aérea e rodoviária, obtida através da informação sobre a movimentação de passageiros rodoviários provenientes de fora do Estado (DNER/1995), acrescidos do total de desembarques de passageiros nacionais no Aeroporto Internacional Tom Jobim e no Aeroporto Santos Dumont, que contabiliza um total de 9.828.045 desembarques em 1995.

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PASSAGEIROS NACIONAIS DESEMBARCADOS

MEIO DE TRANSPORTE Nº TOTAL DE CHEGADAS Total 9.828.045 Via aérea / Aeroporto Internacional RJ 1.245.828 Via aérea / A. Santos Dumont 1.100.829 Via rodoviária 7.481.388

Fontes: INFRAERO, SECTRAN e DNER - 1995

Mesmo descontando a parcela de passageiros residentes no Estado que estão retornando de suas viagens, se agregamos a este número de desembarques o montante de visitantes que chegam, principalmente por via rodoviária, em veículos particulares, e os que chegam por via ferroviária, o número de chegadas de visitantes brasileiros estimado pelo TURINFO passa a ser bastante factível. Ao número estimado de turistas de fora do Estado, devemos agregar ainda o número de visitantes do interior do próprio Estado, ou seja, o movimento relativo ao fluxo interno de visitantes às varias localidades e regiões do Estado. Tomamos como base para este cálculo, o percentual de turistas com residência permanente no próprio Estado, 33,7% para o ano de 1995, extraído da pesquisa sobre o Turismo Receptivo Nacional - 1995/1996 - Rio de Janeiro, apresentada no item 3.4 deste capítulo. Aplicamos este percentual ao total de chegadas de turistas brasileiros de outros estados, para estimar o montante de turistas do interior do próprio Estado. Esse número, relativo à movimentação interna de visitantes, pode ser balizado com o fluxo interno de passageiros rodoviários registrados pela Secretaria de Estado de Transporte - SECTRAN, que contabilizou para 1996 um total de 15.129.855 passageiros, desembarcados em todas as localidades do Estado. Sendo essa a movimentação rodoviária total em ônibus no interior do Estado, devemos dividir o montante de desembarques por 2, para não computarmos as chegadas de volta aos respectivos locais de residência permanente. PASSAGEIROS RODOVIÁRIOS DESEMBARCADOS NO ESTADO-FLUXO INTERNO

Nº TOTAL DE PASSAGEIROS Nº DE CHEGADAS (N/2) 15.129.855 7.564.928 Fonte: SECTRAN - 1996

Mesmo considerando a necessidade de descontar os deslocamentos pendulares diários, de maior ou menor distância, este número, acrescido dos deslocamentos de visitantes em veículos particulares e em outros meios de transportes ferroviários, hidroviários e aéreos, constitui-se num indicador da factibilidade de valor apontado relativo à movimentação interna de visitantes apresentada no quadro a seguir.

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SÍNTESE DA MOVIMENTAÇÃO DE VISITANTES NO ESTADO

TURISTAS E VERANISTAS 1993 1994 1995

Total de Visitantes 12.891.342 13.043.297 13.308.904 Total de Visitantes Nacionais 12.146.266 12.310.767 12.477.493 Chegada de Turistas Internacionais(*) 745.076 732.530 831.411 Chegada de Visitantes Brasileiros(**) 9.082.000 9.205.000 9.329.665 Movimentação Interna(***) 3.064.266 3.105.767 3.147.828

Fonte: Fundação CIDE / Anuário Estatístico / EBT

(*) Inclusive os turistas estrangeiros que desembarcaram por outros portões de entrada.

(**) Refere-se aos dois tipos de visitantes - turistas e veranistas, provenientes de outros Estados - os dados de 1993 e

1994 foram extraídos da citada tabela do Anuário Estatístico do Estado do Rio de Janeiro - CIDE - 1995/1996. O

dado de 1995 foi projetado.

(***) Calculado com base no índice de 33,74% aplicado sobre os turistas nacionais provenientes de outros Estados.

Os valores apresentados acima, considerando uma possível variação em função dos critérios de cálculo adotados, dão uma dimensão da escala de operação da atividade turística no Estado e da sua importância como um setor dinâmico da economia estadual. Trata-se de um montante que inclui a movimentação de visitantes relativa às categorias definidas de turistas propriamente ditos e de veranistas que, de acordo com a definição da OMT, permanecem mais de 24 horas nos locais visitados. Os excurcionistas, terceira categoria de visitantes conceituada neste trabalho, não estão computados nestes quadros, e serão objeto de análise em item específico deste capítulo. Para se chegar ao número de turistas propriamente ditos com os dados de 1995, excluímos do total de visitantes nacionais os veranistas, e somamos aos turistas estrangeiros, conforme quadro abaixo. VISITANTES SEGUNDO AS CATEGORIAS: NACIONAIS E ESTRANGEIROS

Nº de Visitantes (%) Visitantes Totais 13.308.904 100,00 Visitantes Nacionais 12.477.493 93,75 Visitantes Estrangeiros 831.411 6,25 Turistas 3.760.252 28,25 Veranistas 9.548.652 71,75 Fonte: Fundação CIDE / EBT / Tabulação SECPLAN

VISITANTES NACIONAIS SEGUNDO AS CATEGORIAS: TURISTAS E VERANISTAS

Nº de Visitantes (%) Visitantes Nacionais 12.477.493 93,75 Veranistas 9.548.652 71,75 Turistas 2.928.841 22,01 Fonte: Fundação CIDE / EBT / Tabulação SECPLAN

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O quadro a seguir apresenta o número de turistas por região, hospedados em hotéis em 1996, segundo uma estimativa de cálculo adotada pelo Setor de Estatística da TURISRIO com base nas informações prestadas através das Fichas Nacionais de Registro de Hóspedes - FNRHs e nos Boletins de Ocupação Hoteleira - BOHs. O valor total encontrado é inferior àquele apresentado no quadro acima. Esta diferença resulta de um percentual de sonegação de informações no que se refere à taxa da ocupação na hotelaria e, principalmente, de um número bastante inferior de unidades habitacionais consideradas, com relação ao total do universo existente no território estadual, uma vez que só aplicam as FNRHs os hotéis então classificados. De qualquer modo, é uma informação importante para a consideração da participação relativa de cada região na absorção dos fluxos turísticos que chegam ao Estado e para a análise de seu comportamento. No sentido de corrigir essa variação, anexamos ao quadro a seguir uma coluna com a magnitude da distribuição dos turistas por região turística em 1995, tomando como ponto de partida o número total de turistas e considerando a sua distribuição percentual por região, de acordo com a estimativa do número de turistas em hotéis/1996 realizada com base nas informações das FNRHs. ESTIMATIVA DO NÚMERO DE TURISTAS EM HOTÉIS SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS

REGIÕES TURÍSTICAS HOTÉIS CLASSIFICADOS(*)

PERCENTUAL(%) EM TODOS OS HOTÉIS (**)

Total do Estado 1.980.680 100,00 3.760.252 Metropolitana 1.205.936 60,88 2.289.421 Costa do Sol 176.203 8,90 334.662 Costa Verde 234.493 11,84 445.214 Serrana 1 137.903 6,96 261.714 Serrana 2 155.259 7,84 294.804 Serramar 33.324 1,68 63.172 Norte 37.562 1,90 71.445 Fonte: TURISRIO / SECPLAN

(*) Metodologia adotada pelo Setor de Estatística da TURISRIO com base nas FNRHs - 1996 (somente hotéis

classificados).

(**) Valor corrigido com base na totalização a partir das informações de 1995, relativas a hotéis classificados e não

classificados.

Estimado o número total de turistas nos hotéis do Estado, apresentamos a seguir dois quadros sínteses, para os anos de 1996 (novembro) e 1998 (janeiro), com as origens dos fluxos nacionais por estado de residência permanente, para cada uma das Regiões Turísticas do Estado. Nelas podemos observar a participação de turistas do interior do próprio Estado, bem como os estados emissores de turismo interno mais importantes para cada uma das regiões consideradas. As análises destes fluxos nos anos citados, para cada uma das respectivas regiões turísticas do Estado, são apresentadas no item 5.3.5 deste capítulo.

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HÓSPEDES NACIONAIS REGISTRADOS NOS HOTÉIS CLASSIFICADOS SEGUNDO OS ESTADOS DE ORIGEM / 1996

REGIÕES TURÍSTICAS (%)

RESIDÊNCIA PERMANENTE Metropolitana

(*) Costa Verde

Costa do Sol

Serrana A Serrana B Serramar Norte

Acre 0,11 - - - - - - Alagoas 0,31 - - - - - - Amapá 0,04 - - - - - - Amazonas 0,52 - - - 0,31 1,28 - Bahia 2,66 - 0,58 0,88 0,51 1,28 - Brasília 3,71 - - 0,45 0,51 - - Ceará 0,74 - - - - - - Espirito santo 3,16 - 0,58 0,45 4,89 5,14 9,84 Goiás 1,07 0,78 - - 0,89 - 1,63 Maranhão 0,37 - - - - - - Mato Grosso 0,28 - - - - - - Mato G.do Sul 0,24 - 0,58 - - - - Minas Gerais 10,06 11,28 12,14 12,48 11,58 8,97 0,55 Pará 0,71 - - - 0,55 - - Paraíba 0,29 - - - - - - Paraná 3,01 3,11 - 2,70 1,78 1,28 - Piauí 0,12 - - - - - - Pernambuco 1,50 - - - 0,42 - - Rio de Janeiro 31,38 26,46 65,90 44,85 51,85 50,00 68,85 Rio G.do Norte 0,40 0,39 - - - - - Rio Grande do Sul 2,69 2,34 - 0,45 1,58 2,56 0,55 Rondônia 0,09 - - - - - - Roraima 0,04 - - - - - - São Paulo 34.39 54,86 20,22 37,74 24,37 26,93 18,58 Santa Catarina 1,56 0,39 - - 0,38 1,28 - Sergipe 0,46 0,39 - - 0,38 1,28 - Tocantins 0,06 0,39 - - - - -

Fonte: TURISRIO - FNRH - Tabulação do Setor de Estatística / Novembro 1996

(*) Por indicação da TURISRIO os dados da Região Metropolitana para o ano de 1996 são os mesmos do Estado.

A seguir, o mesmo quadro, com os dados registrados no mês de janeiro de 1998, permite uma análise das variações e das permanências no comportamento dos fluxos turísticos nacionais no Estado.

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HÓSPEDES NACIONAIS REGISTRADOS NOS HOTÉIS CLASSIFICADOS SEGUNDO O ESTADO DE ORIGEM / 1998

REGIÕES TURÍSTICAS (%)

RESIDÊNCIA

PERMANENTE Metropolitana Costa Verde

Costa do Sol

Serrana A Serrana B Serramar Norte

Acre - - - - - - Alagoas 0,70 - - - - 0,49 Amapá - - - - - - Amazonas 0,35 - - - - - Bahia 3,87 0,43 - 0,86 3,95 1,94 Brasília 6,34 - - 3,00 1,32 0,97 Ceará 0,70 - - - - - Espirito Santo 1,76 0,43 - 2,58 3,95 5,34 Goiás 2,82 0,43 - 1,29 - 0,49 Maranhão 0,70 - - - - - Mato Grosso 0,70 - - - - 0,97 Mato G.do Sul 1,06 - - - 1,32 - Minas Gerais 12,32 2,55 - 12,45 5,26 4,85 Pará - - - - 1,32 0,49 Paraíba - - - - - - Paraná 3,17 - 7,14 2,58 6,58 1,46 Piauí - - - - - - Pernambuco 2,11 0,43 - - 1,32 - Rio de Janeiro 22,89 70,64 71,43 63,95 48,68 46,12 Rio G.do Norte - - - - - - Rio Grande do Sul - 0,43 - 0,43 5,26 0,49 Rondônia 4,58 - - - - - Roraima 0,35 - - - - - São Paulo 31,69 24,26 14,29 11,59 21,05 33,50 Santa Catarina 3,87 0,43 - 1,29 - 2,43 Sergipe - - - - - 0,49 Tocantins - - - - - - Fonte: TURISRIO – FNRH – Tabulação do Setor de Estatística / Janeiro 1998

3.2 VERANEIO O fluxo de veranistas no Estado do Rio de Janeiro constitui-se num fenômeno de massa, com impactos de grande escala nos territórios onde ele se manifesta. Apesar da evidência da dimensão espetacular desse fluxo, não existem estudos ou pesquisas, amplos e sistemáticos, que abordem diretamente esse fenômeno. As únicas exceções dignas de nota nos últimos anos referem-se aos registros, pontuais e circunstanciais, por amostragem, relativos às pesquisas de demanda realizadas nos municípios de Armação dos Búzios e Rio das Ostras, em fevereiro de 1997, quando são informados os meios de hospedagem utilizados pelos turistas nacionais, entre os quais se enquadram as residências próprias, alugadas e casas de amigos e parentes. Mesmo diante da ausência de dados resultantes de pesquisa direta sobre essa movimentação de visitantes, a sua mensuração é fundamental para uma avaliação e comparação com outros fluxos de visitantes, particularmente aquele relativo aos turistas propriamente ditos. Neste sentido, este trabalho apresenta a seguir uma hipótese de cálculo, a partir de dados e indicadores disponíveis, buscando atender esta lacuna das estatísticas a respeito do tema, optando por adotar os parâmetros que permitam uma aproximação do fluxo estudado.

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Assim, a estimativa de demanda de veranistas aqui apresentada toma como ponto de partida a resposta da oferta para este tipo de consumidor, como um calibrador da demanda. Neste sentido, tomamos como elemento básico de cálculo, o número de domicílios de uso ocasional, conforme definido e quantificado pelo Censo - 1991 do IBGE. Apesar da falta de atualização desse dado, consideramos que para essa categoria específica de turistas, não houve uma variação expressiva nos últimos anos, podendo o período analisado servir de parâmetro para análises comparativas com outras modalidades de visitantes, cuja mensuração resulta de dados mais recentes. Sobre esse número, aplicou-se um fator multiplicador relativo à média do número de residentes por domicílio, para cada um dos municípios analisados, média esta resultante da relação entre a população residente e o número de domicílios de ocupação permanente. Optamos por este fator de multiplicação, de acordo com o princípio da estimativa enunciada acima, mesmo reconhecendo que ele está aquém do numero relativo à ocupação efetiva de população de veranistas nas 2ª residências. Com esta equação, chegamos à capacidade total de hospedagem em 2ª residência no Estado, por município e por região. Considerando que estes domicílios estão efetivamente ocupados na sua totalidade no período das férias escolares, principalmente nos meses de verão e nos feriados prolongados, com uma ocupação bem menor nos outros meses do ano, adotamos uma taxa média de ocupação anual, única para todo o Estado, correspondente a 50%, o que significa dizer que as residências de veraneio do Estado são efetivamente ocupadas durante seis meses a cada ano, seja pelos proprietários, seja por locatários. Por fim, para a adequada mensuração dos fluxos de veranistas, consideramos como índice médio de freqüência dos grupos que se utilizam desta categoria de meios de hospedagem, duas viagens a cada mês, o que nos dá um fator de multiplicação igual a 24 vezes ao ano. Com base nestes critérios, reconhecidamente arbitrados no contexto deste trabalho, chegamos aos números que permitem estimar os fluxos de veranistas do Estado do Rio de Janeiro, apresentados a seguir.

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ESTIMATIVA DO FLUXO DE VERANISTAS NO ESTADO

REGIÃO TURISTICA E MUNICÍPIOS

CAPACIDADE DE HOSPEDAGEM

FREQUÊNCIA (24 x / ano)

N° de VERANISTAS (Tx. Ocupação 50%)

PARTICIPAÇÃO REGIONAL (%)

Total do Estado 795.721 19.097.304 9.548.652 100,00 Metropolitana 263.825 6.331.800 3.165.900 33,16 Belford Roxo 2.308 55.400 27.700 Duque de Caxias 9.902 237.656 118.828 Itaboraí 9.938 238.505 119.252 Itaguaí 15.551 373.213 186.606 Guapimirim 9.099 218.372 109.186 Japeri 1.387 33.292 16.646 Magé 23.852 572.449 286.224 Nilópolis 575 13.810 6.905 Niterói 19.151 459.627 229.813 Nova Iguaçú 8.603 206.479 103.240 Paracambi 1.332 31.961 15.981 Queimados 2.744 65.855 32.927 Rio de Janeiro 150.473 3.611.360 1.805.680 São Gonçalo 8.306 199.341 99.670 S. João de Meriti 1.374 32.976 16.488 Seropédica 5.217 125.198 62.599 Tanguá 1.630 39.123 19.562 Costa do Sol 263.891 6.333.384 3.166.692 33,16 Araruama 45.614 1.094.726 547.363 Armação dos Búzios 10.016 240.386 120.193 Cabo Frio 59.074 1.417.772 708.886 Arraial do Cabo 11.511 276.272 138.136 Casimiro de Abreu 4.099 98.369 49.185 Iguaba Grande 19.099 458.385 229.192 Maricá 37.851 908.435 454.217 Rio das Ostras 21.474 515.384 257.692 S. Pedro D'aldeia 26.012 624.289 312.144 Saquarema 29.141 699.393 349.696 . Costa Verde 56.651 1.359.624 679.812 7,12 Angra dos Reis 27.211 653.058 326.529 Manguaratiba 26.211 629.060 314.530 Parati 3.229 77.504 38.752

Serrana A 38.164 915.936 457.968 4,80 Areal 850 20.401 10.200 Barra Mansa 2.725 65.400 32.700 Barra do Piraí 2.899 69.585 34.793 Com. Levy Gasparian 284 6.811 3.406 Eng. Paulo Frontin 2.302 55.243 27.622 Itatiaia 3.760 90.228 45.114 Mendes 1.484 35.608 17.804 Paraíba do Sul 1.844 44.249 22.125 Pinheiral 363 8.707 4.353 Piraí 3.925 94.196 47.098 Porto Real 477 11.460 5.730 Quatis 347 8.331 4.165 Resende 3.199 76.784 38.392 Rio Claro 3.173 76.160 38.080 Rio das Flores 849 20.366 10.183 Sapucaia 1.185 28.439 14.220 Tres Rios 1.547 37.136 18.568 Valença 5.358 128.602 64.301 Volta Redonda 3.262 78.280 39.140

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ESTIMATIVA DO FLUXO DE VERANISTAS NO ESTADO (cont.)

REGIÃO TURISTICA E

MUNICÍPIOS CAPACIDADE DE

HOSPEDAGEM FREQUÊNCIA (24 x / ano)

VERANISTAS (Nº) (Tx. Oupação - 50%)

PARTICIPAÇÃO REGIONAL (%)

Serrana B 115.882 2.781.168 1.390.584 14,56 Cachoeiras de Macacu 5.931 142.348 71.174 Miguel Pereira 6.010 144.241 72.120 Nova Friburgo 18.696 448.705 224.352 Paty do Alferes 3.949 94.783 47.391 Petrópolis 31.537 756.883 378.442 Rio Bonito 1.617 38.816 19.408 S.José Vale Rio Preto 846 20.306 10.153 Silva Jardim 2.136 51.267 25.634 Teresópolis 42.180 1.012.311 506.155 Vassouras 2.980 71.512 35.756 Serramar 14.934 358.416 179.208 1,88 Bom Jardim 1.461 35.072 17.536 Cantagalo 1.274 30.573 15.286 Carmo 671 16.106 8.053 Carapebus 687 16.480 8.240 Conceição de Macabú 583 13.997 6.998 Cordeiro 831 19.954 9.977 Duas Barras 783 18.787 9.394 Macaé 5.275 126.600 63.300 Macuco 197 4.740 2.370 Quissamã 1.468 35.230 17.615 S.Sebastião do Alto 465 11.170 5.585 Sumidouro 520 12.469 6.234 Trajano de Moraes 719 17.254 8.627 Norte 42.374 1.016.976 508.488 5,33 Aperibé 218 5.237 2.618 B.Jesus do Itabapoana 884 21.206 10.603 Cambuci 700 16.800 8.400 Campo dos Goitacazes 14.543 349.027 174.514 Cardoso Moreira 538 12.913 6.456 Italua 296 7.114 3.557 Itaocara 631 15.132 7.566 Itaperuna 1.764 42.346 21.173 Laje do Muriaé 281 6.752 3.376 Miracema 588 14.111 7.055 Natividade 679 16.290 8.145 Porciúncula 354 8.486 4.243 Sta. Maria Madalena 1.118 26.842 13.421 Sto. Antônio de Pádua 1.147 27.523 13.761 São Fidélis 1.419 34.046 17.023 S. Fco. do Itabapoana 19.644 471.450 235.725 S. José do Ubá 223 5.363 2.681 S. João da Barra 16.402 393.652 196.826 Varre – Sai 221 5.307 2.654 Fonte: Censo 1991 / Fundação CIDE / Tabulação do Departamento de Estatística da TURISRIO / SECPLAN.

Os números apresentados no quadro acima que sintetizam os fluxos de veranistas no Estado, podem ser comparados, nos respectivos territórios, aos resultados das citadas pesquisas da demanda turística, realizadas nos municípios de Armação dos Búzios e Rio das Ostras, no item que se refere aos meios de hospedagem utilizados, apresentados a seguir.

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VISITANTES NACIONAIS SEGUNDO O MEIO DE HOSPEDAGEM ARMAÇÃO DOS BÚZIOS E RIO DAS OSTRAS

MEIO DE HOSPEDAGEM ARMAÇÃO DOS BÚZIOS (%)

RIO DAS OSTRAS (%)

Hotel/Pousada/Pensão/etc. 37,30 14,00 Casa ou Apartamento de Aluguel 24,40 11,70 Residência Própria/ Casa de Amigo ou Parente 37,20 74,30 Outros 1,10 0 Fonte: Pesquisa sobre o Turismo Receptivo - Armação dos Búzios / Rio das Ostras / fevereiro 1997. Os dados acima, referentes a dois municípios onde o veraneio se constitui numa tradição, comprovam a grande participação do número de veranistas com relação ao total de visitantes por região turística. A variação de utilização de 2ª residência, incluindo também a casa e o apartamento de aluguel, oscila de 61,6% em Armação de Búzios a 86,0% em Rio das Ostras. Não obstante a limitação relativa à ausência de outras pesquisas diretas no Estado, os valores resultantes das hipóteses de cálculo apresentadas dão uma dimensão dos fluxos das categorias referidas. O total de 9.548.652 veranistas no Estado do Rio de Janeiro corresponde a 71,7% do total de 13.308.904 visitantes ao Estado, incluindo nacionais e estrangeiros, por mais de 24 horas - ou seja, turistas e veranistas. O mapa Residências de Veraneio mostra, por município, os percentuais de imóveis considerados de 2a. residência, de acordo com o Censo Demográfico de 1991, do IBGE. 3.3 EXCURSIONISMO A terceira categoria de visitantes conceituada e adotada neste trabalho - os excursionistas - se diferencia das duas primeiras pela sua permanência nos locais visitados por um período inferior a vinte e quatro horas. Trata-se, também neste caso, de deslocamentos que se constituem num fenômeno de massa em grande escala, nos fins de semana e feriados prolongados, principalmente nas regiões próximas aos grandes centros urbanos e ao centro metropolitano. Como na categoria anterior, não há registros sobre a magnitude destes fluxos, dificultando a sua mensuração. Não obstante esta ausência de quantificação, é inegável tratar-se de uma movimentação de grande número de pessoas, e os impactos resultantes destes deslocamentos nem sempre são bem absorvidos pelas administrações públicas dos destinos aos quais eles se dirigem. A falta de áreas especificamente preparadas e equipadas para receber este grande fluxo de população em determinados dias, faz com que, via de regra, os excursionistas não sejam exatamente bem recebidos pelas populações residentes e pelos poderes públicos locais. Como resposta a esse tipo de movimentação, as administrações locais têm buscado restringir o acesso desses visitantes, quando esses se deslocam em veículos coletivos. Essa tem sido uma resposta comum das prefeituras municipais, principalmente nas cidades costeiras, no tratamento dos excursionistas que se deslocam

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tendo como motivação principal a atividade balneária. Nesse caso, os excursionistas são chamados, pejorativamente, de “farofeiros”. Mesmo entendendo que o benefício resultante do deslocamento desse tipo de consumidor é bem diferente daquele resultante do deslocamento dos turistas propriamente ditos, e mesmo dos veranistas, na escala em que ele ocorre, se bem aproveitado e organizado o seu recebimento e tratamento, pode propiciar algum benefício econômico para as áreas visitadas. Além disto, o direto de ir e vir é garantido pela Constituição Federal e deve ser respeitado. Por outro lado, ignorar a existência desse fenômeno, ou querer negá-lo ou restringi-lo, não resolve a questão e os problemas dele decorrentes. Trata-se de uma forma de manifestação típica do homem urbano contemporâneo. Mesmo sem estatísticas que analisem o seu comportamento nos últimos anos, é evidente que o fenômeno vem aumentando a cada ano, principalmente como resposta à falta de opções de lazer nas grandes concentrações urbanas de perfil mais industrial e nas periferias da Região Metropolitana. Por tratar-se de um fenômeno que se manifesta em escala regional, o seu tratamento fica muito limitado quando restrito ao âmbito das administrações públicas locais. Neste sentido, o seu enfrentamento deve se dar ao nível de uma instância metropolitana, ou na ausência desta, na instância estadual de governo. Daí a importância de se considerar esse tipo de visitante e consumidor que se desloca do seu local de residência - o excursionista - como um componente importante deste plano diretor, onde ele pode ser analisado e tratado numa escala adequada. Buscando suprir a lacuna relativa à falta generalizada de dados sobre esse visitante no Estado, este trabalho desenvolveu uma pesquisa direta junto aos órgãos de turismo municipais, no sentido de obter maiores informações sobre essa movimentação, cujo resultado está expresso no mapa Número de Ônibus de Excursionistas por Fim de Semana. Apesar da omissão de alguns municípios em fornecer dados, os resultados permitem uma aproximação ao tema no que se refere às motivações, períodos mais movimentados, os serviços oferecidos e uma avaliação da magnitude desses fluxos por fim de semana. Estes dados estão apresentados e analisados por região turística do Estado no item 3.5, onde o número desses visitantes por município é obtido multiplicando-se o número de ônibus por sua capacidade de transporte, igual a 40 passageiros. Apresentamos a seguir uma síntese destas informações por região, buscando avaliar o somatório destes fluxos para todo o ano. Diante da omissão de alguns importantes municípios no que diz respeito ao número destes visitantes recebidos, optamos por distribuir o fluxo por todo o ano, não restringindo ao período indicado pelos municípios. Ainda assim, consideramos o número total assim estimado - 836.160 - apresentado no quadro a seguir uma avaliação do movimento de excursionistas no Estado durante o ano.

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ESTIMATIVA DO NÚMERO DE EXCURSIONISTAS SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS

ESTADO E REGIÕES TURÍSTICAS

ÔNIBUS/ FIM DE SEMANA

PASSAGEIROS SEMANAS / ANO TOTAL

Estado 402 16.080 836.160 Metropolitana 70 2.800 52 145.600 Costa do Sol 79 3.160 52 164.320 Costa Verde 102 4.080 52 212.160 Serramar 38 1.520 52 79.040 Serrana A 23 920 52 47.840 Serrana B 65 2.600 52 135.200 Norte 25 1.000 52 52.000 Fonte: TURISRIO - Pesquisa junto aos órgãos municipais de turismo - abril de 1998.

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3.4 O PERFIL ATUAL DA DEMANDA DO MERCADO NACIONAL PARA O ESTADO

O mercado nacional responde por 66,6 % da demanda aos hotéis do Estado, de acordo com a análise dos dados resultantes das FNRHs para os anos de 1995 e 1996, e 67,7% para o ano de 1997. Considerando que esses dados resultam das informações relativas aos hotéis classificados, essa participação de turistas nacionais deve estar subestimada, uma vez que o número de hóspedes estrangeiros em hotéis não classificados deve ser bem menor do que aquele em hotéis classificados. PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS HÓSPEDES REGISTRADOS NOS HOTÉIS CLASSIFICADOS SEGUNDO AS CATEGORIAS: NACIONAIS E ESTRANGEIROS

HÓSPEDES 1995 1996 1997

Nacionais 66,66 66,66 67,73 Estrangeiros 33,34 33,34 32,27 Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. 1998

(*) Os dados de 1997 referem-se a hotéis anteriormente classificados, que ficaram obrigados à entrega dos FNRHs e BOHs

Os dados sintetizados abaixo, relativos a 1995, resultantes da hipótese de cálculo anteriormente apresentada, indicam uma participação percentual de turistas nacionais (77,8%) em todos os hotéis do Estado (classificados e não-classificados) maior do que aquela registrada nas FNRHs, relativas aos hotéis classificados. HÓSPEDES REGISTRADOS NOS HOTÉIS DO ESTADO SEGUNDO AS CATEGORIAS: NACIONAIS E ESTRANGEIROS

CATEGORIAS HÓSPEDES) PERCENTUAL (%)

Total 3.760.252 100,00 Nacionais 2.928.841 77,89 Estrangeiros 831.411 22,11 Fonte: EBT/SECPLAN/TURISRIO/1995

O perfil e o comportamento dos turistas nacionais podem ser parcialmente analisados a partir do quadro abaixo, montado com base nas tabelas da demanda tabuladas na TURISRIO. No entanto, não foram disponibilizadas informações sobre o tipo de organização da viagem e a renda per capita dos turistas, que nos permitissem uma análise comparativa de comportamento com os turistas estrangeiros.

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PESQUISA SOBRE O TURISMO RECEPTIVO NACIONAL

MOTIVO DA VIAGEM 1995 (%)

1996 (%)

Lazer 42,51 35,56 Negócio 36,59 40,71 Congresso/Convenção 9,04 11,38 Outros 11,86 12,35 MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO 1995 1996 Avião 29,95 38,16 Navio 0,73 0,61 Automóvel 53,19 45,24 Ônibus/Trem 16,13 15,99

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. 1998

PESQUISA SOBRE O TURISMO RECEPTIVO NACIONAL

1995 1996 SEXO E IDADE Masc. Fem. Masc. Fem.

0 a 20 anos 2,16 1,84 1,33 1,72 20 a 40 anos 39,03 14,73 35,63 15,43 40 a 60 anos 29,48 8,33 29,05 9,42 Acima de 60 anos 3,19 1,26 4,84 2,46 ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE 1995 1996 São Paulo 33,56 34,39 Rio de Janeiro 33,74 31,38 Minas Gerais 10,87 10,06 Outros 21,83 24,17 PERMANÊNCIA 1995 1996 1 dia 43,85 45,01 2 dias 23,39 22,38 3 dias 13,95 12,66 4 a 7 dias 14,75 15,13 8 a 15 dias 3,09 3,32 16 a 30 dias 0,68 0,96 Mais de 30 dias 0,30 0,54 Permanência média 2,75 2,89 Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. 1998

Uma informação de grande importância refere-se às origens dos fluxos de turistas nacionais, já que eles constituem o grande contingente de visitantes do Estado. Os destaques são para o Estado de São Paulo e o próprio Estado do Rio através do fluxo interno de visitantes, que se alternam na liderança como principais mercados emissores nacionais para o Estado, com uma participação em torno de 33,0% cada um deles. A seguir vem o Estado de Minas Gerais, com uma participação em torno de 10,5%. Esses três estados, juntos, são responsáveis, respectivamente, por 78,1% e 75,8% dos turistas que circularam no Estado do Rio de Janeiro em 1995 e 1996. Uma análise mais detalhada da origem estadual dos fluxos turísticos por região turística é apresentada no item 3.5 a seguir, sobre pólos emissores e perfil dos consumidores. Com relação aos meios de transporte, os automóveis particulares são os mais utilizados, com 53,1% e 45,2%, seguidos do avião, com 29,9% e 38,1% e, em terceiro lugar, aparecem os transportes coletivos rodoviários e ferroviários, com 16,1% e 15,9%, para os anos de 1995 e 1996 respectivamente. Dada a pequena oferta de transporte ferroviário no Estado, este

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último percentual deve ser resultante quase exclusivamente do transporte coletivo rodoviário. Considerando a maior proximidade dos estados emissores principais, a participação do transporte aéreo é bastante alta, evidenciando a importância desta modalidade de meio de transporte para o desenvolvimento do turismo. Um aspecto do turismo nacional a destacar é a participação dos negócios, congressos e convenções (45,6% e 52,0%) como fator motivador das viagens de turistas nacionais, superando a motivação decorrente do lazer (42,5% e 36,5%), para os anos de 1995 e 1996 respectivamente. Esta participação do turismo de negócios é bem menor para os estrangeiros (44,5%), que têm o lazer (54,3%) como grande motivação das viagens ao Estado, principalmente à capital. A predominância da motivação de negócios está relacionada à predominância da permanência de um dia (43,8% e 45,0%). A permanência média de 2,75 e 2,89 dias, respectivamente para 1995 e 1996, é muito baixa se comparada com a permanência média dos turistas estrangeiros na cidade do Rio de Janeiro, que é de 8,29 dias. Este é um ponto que merece ser trabalhado para um melhor aproveitamento da demanda. 3.5 PÓLOS EMISSORES E PERFIL DOS CONSUMIDORES POR REGIÃO TURÍSTICA Com base nas informações relativas aos estados e países de residência permanente dos hóspedes, foram mapeados os principais pólos emissores de demanda de turistas nas suas respectivas escalas de alcance, nacional e internacional, para cada uma das regiões turísticas do Estado, conforme apresentados nos quadros a seguir. A análise desses dados proporciona a identificação das demandas mais significativas, o que se constitui num subsídio importante para o planejamento da oferta e principalmente no que se refere ao trabalho de promoção e marketing dos diversos pólos turísticos regionais do Estado do Rio de Janeiro. Buscou-se ainda identificar, em cada uma das regiões turísticas do Estado, as características mais importantes dos respectivos consumidores no que se refere à motivação dos deslocamentos, meios de transportes utilizados e tempos de permanência. Quanto aos veranistas e excursionistas, o registro refere-se ao percentual de participação da região com relação ao Estado, ou o percentual desta modalidade de visitante com relação ao total de visitantes das três categorias consideradas, buscando-se com este dado avaliar a importância, para a região analisada, desta modalidade de visitante. Como se trata de um tipo de deslocamento cujo alcance territorial é limitado pela própria natureza e definição do tipo de consumidor, a origem dos fluxos, nestes casos, tem uma importância secundária. Os excursionistas são provenientes das proximidades do pólo de atração, num raio de alcance que permita a viagem de ida e volta num mesmo dia. Isto corresponde a, aproximadamente, um raio de 150 quilômetros de distância. Os veranistas, dada a freqüência das visitas, também são provenientes de uma origem não muito distante, constituindo-se num fenômeno muito comum das grandes concentrações urbanas e metropolitanas. Assim, ocorrem mais comumente nos municípios com potencial de atração localizados nas vizinhanças da Região Metropolitana, das grandes concentrações urbanas do Vale do Paraíba e de Campos dos Goytacazes, e do Estado de Minas Gerais.

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Com base nas informações referidas acima, e no registro dos diversos tipos de consumidores, obteve-se a classificação desses pólos quanto ao seu perfil “vocacional” - pólo turístico, pólo de excursionismo e pólo de veraneio. Esta classificação constitui-se na base para as projeções dos cenários que orientam as propostas encaminhadas no plano, considerando-se não só as tendências recentes de expansão da demanda, como também as potencialidades do conjunto de recursos. Trata-se de um recorte temporal que deverá ser constantemente reavaliado e monitorado, principalmente a partir da implantação das medidas propostas no âmbito deste trabalho, que buscarão fortalecer tendências e tornar efetivas potencialidades, de forma a transformá-las em recursos dinamizadores das economias locais e regionais. O próprio trabalho de monitoramento deverá se constituir numa proposta deste plano, propiciando o tratamento sistemático e a disponibilidade de dados que possibilitarão uma avaliação mais ajustada do comportamento deste setor da economia estadual. Apresentamos a seguir um quadro geral de todos os visitantes no Estado do Rio de Janeiro, nas categorias consideradas de turistas e veranistas, para cada uma das regiões turísticas. Os números relativos aos excursionistas não foram incluídos, por se tratar de visitantes que não pernoitam nos destinos. A seguir são apresentadas as análises para cada uma das Regiões Turísticas do Estado. VISITANTES SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS

ESTADO E REGIÕES TURÍSTICAS

TURISTAS (%) VERANISTAS (%) VISITANTES TOTAIS

(%)

Total do Estado 3.760.252 100,00 9.548.652 100,00 13.308.904 100,00 Metropolitana 2.289.241 60,88 3.165.900 33,16 5.455.141 40,99 Costa do Sol 334.662 8,90 3.166.692 33,16 3.501.354 26,30 Costa Verde 445.214 11,84 679.812 7,12 1.125.026 8,45 Serrana 1 261.714 6,96 457.968 4,80 719.682 5,41 Serrana 2 294.801 7,84 1.390.584 14,56 1.685.388 12,67 Serramar 63.172 1,68 179.208 1,88 242.380 1,82 Norte 71.445 1,90 508.488 5,32 579.933 4,36 Fonte: TURISRIO e SECPLAN

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?? Região Metropolitana

A Região Metropolitana apresenta a maior movimentação de visitantes do Estado, registrando números que a destacam significativamente das demais regiões turísticas. A presença da cidade do Rio de Janeiro, maior pólo turístico do país, é a grande responsável por este destaque regional. A Região atrai 40,9% do total de visitantes no Estado, sendo que absorve 60,8% dos turistas propriamente ditos e 33,1% dos veranistas. Com relação a estes últimos, há que se destacar que a região iguala-se à Região da Costa do Sol. Do total de turistas que se hospedam nos hotéis da região, 35,9% são estrangeiros. Os principais países emissores de turistas, em 1997 e 1998, são os Estados Unidos da América com 13,9% e 13,7%, e a Argentina com 13,9% e 20,5%, seguidos da Alemanha, Itália e outros, individualmente em menor escala, mas que apresentam, no seu conjunto, a taxa de 62,6% e 44,7%, indicando uma grande diversidade de países emissores de todo o mundo. Com relação exclusivamente ao mercado nacional, em 1997 e 1998 a região atraiu 77,4% e 77,1% de hóspedes de outros estados, sendo os mais importantes São Paulo (39,1% e 31,6%) e Minas Gerais (12,6% e 12,3%), apresentando ainda a significativa taxa de 25,6% e 33,1% para outros estados. Os percentuais de turistas do interior do próprio Estado são de 22,5% e 22,8%, relativamente baixos se comparados às demais regiões turísticas, o que reflete a grande concentração urbana e de renda da própria região. Para os mesmos anos, a motivação principal dos deslocamentos para os estrangeiros é o lazer, com 69,9% e 84,8%, seguida dos negócios com 19,8% e 14,14%. Já para os brasileiros, a principal motivação oscila entre os negócios, com 44,0% e 24,3%, e o lazer com 25,0% e 58,4%. O transporte aéreo é o mais usado, tanto para os estrangeiros, que se utilizam maciçamente do avião (91,3% e 79,2%), quanto para os brasileiros (48,4% e 34,1%). Os brasileiros se utilizam também, significativamente, do automóvel particular, com 33,0% e 46,4% e, em menor escala, do transporte coletivo rodoviário e dos trens com 17,4%. A predominância da permanência para os brasileiros é de um dia (39,8% e 37,6%) e dois dias (19,4% e 20,1%), registrando um percentual menor para os períodos de três dias e entre quatro e sete dias. A grande taxa de um e dois dias confirma a motivação principal dos negócios para os brasileiros. Já para os estrangeiros, a predominância da permanência é de quatro a sete dias, com 23,0% e 35,8%, sendo também expressiva para um, dois e três dias com, respectivamente, 24,4%, 23,1% e 19,4% para 1996, e 21,2%, 14,1% e 12,2% para 1998.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO METROPOLITANA

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 35,97 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 49,60 Hóspedes do Próprio Estado 14,43 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 40,99 Turistas / Percentual relativo ao Estado 60,88 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 33,16 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 41,96 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 58,04 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 17,41

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOV. 1996 JAN. 1998 Rio de Janeiro 22,54 22,89 São Paulo 39,16 31,69 Minas Gerais 12,62 12,32 Outros 25,68 33,10

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE Estados Unidos 13,97 13,70 Argentina 13,65 20,55 Alemanha 9,76 10,05 Itália 6,24 10,96 Outros 62,62 44,74

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 25,03 69,98 58,41 84,82 Negócio 44,08 19,82 24,30 14,14 Congresso/Convenção 14,32 6,24 6,07 0,52 Outros 16,58 3,96 11,21 0,52

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Avião 48,44 91,39 34,12 79,22 Navio 1,08 0,56 2,35 1,30 Automóvel Particular 33,05 4,59 46,47 2,60 Ônibus/Trem 17,43 3,46 17,06 16,88

PERMANÊNCIA NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. 1 dia 39,84 24,43 37,69 21,23 2 dias 19,42 23,13 20,15 14,15 3 dias 17,02 19,47 7,09 12,26 4 a 7 dias 17,22 25,04 24,63 35,85 8 a 15 dias 3,50 6,34 8,21 12,74 16 a 30 dias 1,10 1,22 1,49 1,89 Mais de 30 dias 1,90 0,37 0,75 1,89 Permanência média (dias) 3,41 3,80

Fonte: TURISRIO - FNRHs - Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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?? Região da Costa Verde A Região da Costa Verde é a segunda região do Estado no número de turistas recebidos, com 11,8% do total, número este, no entanto, bastante abaixo da Região Metropolitana, que lidera este ranking. Este número se torna mais expressivo se considerarmos que se trata da menor região turística do Estado em número de municípios e também em superfície. No conjunto de visitantes, no entanto, quando computados conjuntamente os veranistas, esta posição cai para o 4º posto, com 8,4% do total. O percentual de veranistas com relação ao total de visitantes é de 60,4%. Também no que se refere ao turismo internacional, a região apresenta uma boa performance, registrando 16,3% de turistas estrangeiros hospedados em seus hotéis. Mesmo estando abaixo da Região Serramar, que ocupa o 2º posto em função exclusivamente do município de Macaé, a Região da Costa Verde apresenta uma melhor performance regional, com uma distribuição equilibrada por todos os municípios que a compõem, liderados por Paraty, que registra 23,3% de hóspedes estrangeiros em seus hotéis. A origem dos fluxos internacionais é bastante ampla, variada e bem distribuída por diversos continentes. Os principais países emissores são os Estados Unidos da América e a Argentina, seguidos por França, Portugal, Grã-Bretanha, Suíça, Áustria e Chile, com variações expressivas a cada ano. No que se refere exclusivamente ao turismo interno, há uma grande variação de comportamento, de ano para ano, na origem dos fluxos nacionais. A grande predominância de turistas nacionais é proveniente de São Paulo, com 54,8% em 1996, e do próprio Rio de Janeiro, com 70,6% em 1998. A participação de São Paulo mantém-se em 1998 com 24,2%. É também expressiva a participação de Minas Gerais no ano de 1996, com 11,2%. A grande motivação para aqueles que visitam a região é o lazer, chegando a registrar-se 90,7% e 100,0% de turistas estrangeiros, e 61,4% e 56,1% de turistas brasileiros atraídos por esta motivação nos anos de 1996 e 1998. No que se refere ao turismo interno, há uma boa participação de motivação para congressos e convenções, com 27,3% e 18,2% do total. O meio de transporte mais usado pelos brasileiros é o automóvel particular, com 53,1% e 78,8%, respectivamente para os anos de 1996 e 1998. Para os estrangeiros, o meio de transporte mais utilizado oscila entre o automóvel em 1996 (51,6%) e o avião em 1998 (88,9%). Deve-se registrar a importante participação na utilização do transporte coletivo rodoviário para os turistas nacionais, registrando 42,1% e 16,5% do total. É importante registrar que o aeródromo de Paraty ficou desativado por um longo período, tendo sido re-inaugurado recentemente. A permanência média é um indicador que confirma, indiretamente, a motivação principal dos deslocamentos à região relacionada ao lazer, com uma participação expressiva para turistas estrangeiros entre dois até sete dias, e para os turistas nacionais entre dois e três dias, indicando, neste último caso, uma grande utilização dos finais de semana. Para o ano de 1998 registra-se uma predominância na permanência de estrangeiros entre quatro e sete dias, com 69,4%.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO DA COSTA VERDE

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 16,36 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 61,51 Hóspedes do Próprio Estado 22,13 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 8,45 Turistas / Percentual relativo ao Estado 11,84 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 7,12 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 39,57 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 60,43 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 25,37

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOV. 1996 JAN. 1998 São Paulo 54.86 24,26 Rio de Janeiro 26,46 70,64 Minas Gerais 11,28 2,55 Outros 7,40 2,55

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE Estados Unidos 20,57 0,56 Argentina 15,72 53,89 França 12,04 15,00 Portugal 10,42 1,11 Grã-Bretanha 9,81 2,22 Suíça 7,56 2,78 Áustria 6,13 0,56 Chile 0,00 10,00 Outros 17,75 13,88

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 61,43 90,73 56,16 100,00 Negócio 8,97 7,73 22,66 0,00 Congresso/Convenção 27,36 0,51 18,23 0,00 Outros 2,24 1,03 2,96 0,00

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 3,12 30,20 1,14 88,97 Navio 1,56 1,34 3,43 0,74 Automóvel Particular 53,13 51,68 78,86 8,09 Ônibus/Trem 42,19 16,78 16,57 2,21

PERMANÊNCIA 1 dia 26,64 28,32 42,15 6,99 2 dias 32,43 31,86 15,33 4,80 3 dias 35,91 20,35 25,29 5,24 4 a 7 dias 4,63 16,37 15,71 69,43 8 a 15 dias 0,39 2,21 0,77 12,23 16 a 30 dias 0,00 0,89 0,77 0,87 Mais de 30 dias 0,00 0,00 0,00 0,44 Permanência média (dias) 2,29 2,89

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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?? Região da Costa do Sol A Costa do Sol apresenta a segunda maior movimentação de visitantes no Estado, recebendo 26,2% do total estadual. Esta classificação, no entanto, resulta do grande número de veranistas que chega à região, correspondendo a 90,4% do total de visitantes. Comparativamente ao total de veranistas que se movimentam no território estadual, a região absorve 33,1%, percentual equilibrado que se iguala ao número de veranistas que acorrem à região Metropolitana. Estes números confirmam o reconhecimento da região como o mais tradicional pólo de veraneio do Estado, o que se traduz num fenômeno de proporções gigantescas no que se refere aos fluxos rodoviários nas estradas de acesso à região, principalmente nos feriados prolongados do verão. Com relação especificamente ao número de turistas, a classificação da região cai para o 3º lugar, absorvendo 8,9% do total estadual, abaixo da Região Metropolitana e da Região da Costa Verde. O grande emissor desses fluxos de veranistas é, sem sombra de dúvidas, a Região Metropolitana, mesmo sem um trabalho sistemático de registro na origem desse fluxo. No que se refere aos turistas propriamente ditos, o próprio Estado é também o responsável pelo maior número de deslocamentos para a região, com 65,9% em 1996, e 71,4% em 1998, dos turistas nacionais que lá se hospedam. A seguir vêm os turistas provenientes de São Paulo e de Minas Gerais. No que se refere ao turismo internacional, a participação é pequena com relação aos fluxos nacionais (5,1%), se considerarmos a importância da atividade para a região. O principal país emissor de turismo externo é a Argentina, com 36,3% e 37,5% do total para 1996 e 1998, respectivamente, seguido da Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Itália. A motivação predominante é o lazer, tanto para os turistas estrangeiros (97,7% e 100,0%) quanto para os brasileiros (73,1% e 72,7%), o que confirma a vocação turística da Região. A forte predominância da permanência, para os estrangeiros, de quatro a sete dias em 1996 (46,9% ) e 1998 (87,5%), e para os brasileiros de dois dias em 1996 (43,8%) e de três dias em 1998 (30,7%), o que corresponde ao período de um fim de semana, reafirma a existência do grande apelo e da motivação principal para o turismo e o lazer. O meio de transporte utilizado maciçamente pelos turistas nacionais é o automóvel (92,7% e 66,6%), percentual este coerente com o grande fluxo de turistas do próprio Estado. Já os turistas internacionais utilizam o avião, com 65,8% e 80,0% e, em menor escala, os automóveis particulares, com 31,7% e 20,0%. Há que se registrar a baixíssima participação na utilização dos transportes coletivos rodoviários, tanto por brasileiros quanto pelos estrangeiros que visitam a região.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO DA COSTA DO SOL

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 5,18 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 32,33 Hóspedes do Próprio Estado 62,49 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 26,21 Turistas / Percentual relativo ao Estado 8,90 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 33,16 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 9,55 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 90,45 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 19,65

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOV. 1996 JAN. 1998 Rio de Janeiro 65,90 71,43 São Paulo 20,22 14,29 Minas Gerais 12,14 0,00 Outros 1,74 14,28

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOV. 1996 JAN. 1998 Argentina 36,36 37,50 Alemanha 15,90 0,00 Portugal 13,64 0,00 Estados Unidos 9,09 0,00 Itália 9,09 25,00 Grã Bretanha 0,00 12,50 Paraguai 0,00 12,50 Suíça 0,00 12,50 Outros 15,92 0,00

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 73,13 97,73 72,73 100,00 Negócio 14,18 2,227 27,27 0,00

Congresso/Convenção 5,23 0,00 0,00 0,00 Outros 7,46 0,00 0,00 0,00

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 5,41 65,86 11,11 80,00 Navio 0,00 0,00 0,00 0,00 Automóvel Particular 92,79 31,71 66,67 20,00 Ônibus/Trem 1,80 2,44 22,22 0,00

PERMANÊNCIA 1 dia 30,54 14,28 46,15 0,00 2 dias 43,84 24,49 0,00 0,00 3 dias 15,27 14,28 30,77 12,50 4 a 7 dias 6,41 46,95 15,38 87,50 8 a 15 dias 3,94 0,00 7,69 0,00 16 a 30 dias 0,00 0,00 0,00 0,00 Mais de 30 dias 0,00 0,00 0,00 0,00 Permanência média (dias) 2,45 3,64

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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?? Região Serrana A A Região Serrana A apresenta uma baixa participação no número de visitantes do Estado, comparativamente a outras regiões. Ela detém 5,4% do total de visitantes, sendo 4,80% relativos aos veranistas e 6,9% relativos aos turistas propriamente ditos. No segmento do turismo internacional, a participação de estrangeiros hospedados nos hotéis da região é de 5,1%, sendo que aparecem como os países emissores principais em 1996 o Japão, com 35,8%, e os Estados Unidos, com 31,2% e, em 1998 a Bélgica, com 28,8%, e a Argentina, com 22,2%, seguidos dos EUA com 13,3%. Com relação ao turismo interno, a região atrai mais turistas de outros Estados do que do próprio Estado, tanto em 1996 (52,3%) quanto em 1998 (54,2%). Os principais emissores de turismo interno são os vizinhos Estados de São Paulo e Minas Gerais. A principal motivação dos deslocamentos de turistas para a região são os negócios, tanto para os estrangeiros (86,3% em 1996 e 63,3% em 1998), quanto para os brasileiros (54,2% em 1996 e 58,7% em 1998). Congressos e convenções atraíram ainda 17,4% dos turistas brasileiros em 1996, sendo esta modalidade de motivação de quase nenhuma expressão para os estrangeiros. O meio de transporte mais utilizado pelos brasileiros é o automóvel particular (79,7% em 1996 e 82,2% em 1998). Para os estrangeiros, o automóvel se destaca em 1996 (61,0%), e o transporte aéreo em 1998 (72,2%). Os períodos de permanência confirmam a grande motivação dos deslocamentos à região relativa aos negócios. A permanência de um dia é predominante tanto para estrangeiros (59,1% em 1996 e 37,8% em 1998) quanto para os brasileiros (39,3% em 1996 e 51,5% em 1998). Destaca-se ainda o período que vai de quatro a sete dias para os brasileiros em 1996 (22,1%) e para os estrangeiros em 1998 (24,3%).

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO SERRANA A

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 5,12 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 52,30 Hóspedes do Próprio Estado 42,58 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 5,41 Turistas / Percentual relativo ao Estado 6,96 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 4,80 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 36,37 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 63,63 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 5,72

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 ABRIL 1998 Rio de Janeiro 44,86 45,75 São Paulo 37,74 39,15 Minas Gerais 12,48 12,74 Outros 4,92 2,36

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 ABRIL 1998 Japão 35,81 4,44 Estados Unidos 31,29 13,33 Bélgica 0,00 28,89 Argentina 0,00 22,22 Alemanha 4,14 11,11 Outros 28,76 20,01

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 15,36 11,04 29,37 26,67 Negócio 54,25 86,36 58,74 63,33

Congresso/Convenção 17,46 0,65 2,10 0,00 Outros 12,93 1,95 9,79 10,00

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 0,97 35,71 9,68 72,22 Navio 0,00 0,00 0,00 0,00 Automóvel Particular 79,78 61,04 82,26 22,22 Ônibus/Trem 19,25 3,25 8,06 5,56

PERMANÊNCIA 1 dia 39,34 59,10 51,58 37,84 2 dias 20,58 11,69 21,30 16,22 3 dias 6,04 6,49 17,13 16,22 4 a 7 dias 22,16 14,93 6,48 24,32 8 a 15 dias 9,45 6,49 2,31 2,70 16 a 30 dias 1,62 0,00 0,46 0,00 Mais de 30 dias 0,81 1,30 0,46 2,70 Permanência média (dias) 3,94 3,04 2,33 3,65

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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?? Região Serrana B A região Serrana B é a quarta região turística do Estado em número de visitantes, chegando a atrair 12,6% do total desta movimentação. No que se refere aos veranistas, a região ocupa o terceiro posto, atraindo 14,5% do total do Estado. Com relação aos turistas propriamente ditos, a participação da região é um pouco menor, atraindo 7,8% do total estadual. No entanto, é a região de menor expressão no que se refere à participação de hóspedes estrangeiros em todo o Estado, com somente 1% registrado no período analisado. No âmbito deste pequeno número, o principal país emissor de turismo internacional são os Estados Unidos da América, com 28,5% tanto em 1996 quanto em 1998. A seguir, com uma grande variação de ano para ano, colocam-se Uruguai, Argentina, Áustria, Chile, França, Grã Bretanha e Suíça. Com relação ao mercado interno, a maioria dos fluxos turísticos é proveniente do interior do próprio Estado, com 51,8% em 1996, e 63,9% em 1998, o que resulta da vizinhança com a Região Metropolitana, maior concentração urbana e de renda do Estado. Em ordem de importância, São Paulo (24,3% e 11,5%) e Minas Gerais (11,5% e 12,4%) são os demais estados emissores. No que se refere aos fatores de atração dos deslocamentos turísticos, o lazer é a principal motivação em 1998, tanto para os brasileiros (66,3%), como para os estrangeiros (72.2%). Esta participação do lazer é menor em 1996, com 32,3% para os brasileiros e 47,8% para os estrangeiros. Os negócios aparecem como a motivação principal para os brasileiros em 1997 (36,4%), sendo de importância relativa para os estrangeiros (17,3%). Por fim, congressos e convenções são bastante expressivos em 1996, tanto para estrangeiros (21,7%) quanto para os brasileiros (19,0%). O meio de transporte mais utilizado por brasileiros é o automóvel particular, com 71,4% em 1996 e 84,4% em 1998. A seguir vem o transporte rodoviário coletivo, com 27,6% e 10,3%, respectivamente. Frente à inexistência de aeroportos na região, a indicação da taxa de 50% de utilização do transporte aéreo pelos estrangeiros deve ser entendida como chegada por esta via à cidade do Rio de Janeiro, e daí por outro meio de transporte até a região analisada, ou então, dado o pequeno número de hóspedes estrangeiros registrados nos hotéis da região, tratar-se de deslocamentos em helicópteros, em linhas especiais, fretadas ou através de serviço específico de determinados meios de hospedagem. A predominância da permanência para 1996 e 1998 é de um dia, tanto para brasileiros, com respectivamente 36,8% e 47,9%, quanto para estrangeiros com, respectivamente, 41,6% e 77,2%. Em segunda posição encontra-se o período de dois dias, com 27,7% e 18,9% para os brasileiros, e 25% e 9,09% para os estrangeiros, respectivamente em 1996 e 1998. Destacam-se ainda, para os brasileiros, no ano de 1996 os períodos de três dias e de quatro a sete dias, com 14,1% e 14,3 %, respectivamente, e no ano de 1998 o período de quatro a sete dias, com 20,6%. Para os estrangeiros, destaca-se o período de quatro a sete dias em 1996, com 20,8%.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO SERRANA B

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 1,08 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 47,63 Hóspedes do Próprio Estado 51,29 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 12,66 Turistas / Percentual relativo ao Estado 7,84 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 14,56 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 17,49 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 82,51 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 16,17

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 JANEIRO 1998 Rio de Janeiro 51,85 63,95 São Paulo 24,37 11,59 Minas Gerais 11,58 12,45 Outros 12,20 12,01

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE Estados Unidos 28,57 28,57 Portugal 0,00 19,05 Uruguai 19,07 0,00 Argentina 14,28 9,52 Áustria e Chile 9,52 cada 0,00 França, Grã Bretanha e Suíça 0,00 9,52 cada Outros 19,04 14,30

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 32,37 47,83 66,31 72,22 Negócio 36,49 17,39 14,97 22,22

Congresso/Convenção 19,04 21,74 7,49 0,00 Outros 12,10 13,04 11,23 5,56

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 0,90 50,00 4,60 35,71 Navio 0,00 0,00 0,57 0,00 Automóvel Particular 71,46 35,00 84,48 50,00 Ônibus/Trem 27,64 15,00 10,34 14,29

PERMANÊNCIA 1 dia 36,86 41,66 47,90 77,27 2 dias 27,69 25,00 18,91 9,09 3 dias 14,11 8,34 7,56 4,55 4 a 7 dias 14,33 20,83 20,59 0,00 8 a 15 dias 6,25 0,00 4,20 9,09 16 a 30 dias 0,76 4,17 0,42 0,00 Mais de 30 dias 0,00 0,00 0,42 0,00 Permanência média (dias) 3,03 3,27

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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?? Região Serramar A Região Serramar apresenta a menor movimentação do total de visitantes no Estado, comparativamente às demais regiões (1,8%). Esta baixa participação está associada, provavelmente, à diversidade geográfica e vocacional, com grandes diferenças no comportamento interno em cada um dos 13 municípios que compõe a região, e que possuem, na sua maioria, um perfil predominantemente rural. Além disto, há que se considerar a competitividade das regiões vizinhas, a Região da Costa do Sol e a região Serrana B, que se constituem em pólos turísticos e de veraneio tradicionais do Estado. Mesmo isoladamente, o número de chegadas de turistas (1,6%) e de veranistas (1,8%), na região, é o menor do Estado, não chegando a conformar um perfil específico de um ou outro tipo de visitante. Ratificando a referida diversidade regional, é preciso destacar, no entanto, a performance do município de Macaé, que é um dos maiores pólos de atração de turistas estrangeiros do interior do Estado, elevando também a participação da Região, neste quesito, ao posto de segundo pólo receptor de turistas estrangeiros do Estado. Sem dúvida, esta alta participação de turistas estrangeiros no município de Macaé está relacionada à presença da atividade petrolífera naquele município, hipótese esta que é confirmada pela alta participação dos negócios como a motivação principal dos visitantes, sejam brasileiros, com 71,1% em 1996 e 41,3% em 1998, sejam estrangeiros, com 74,3% em 1996 e 52,9 em 1998. A grande predominância da permanência de um dia para brasileiros (74,2 % e 74,3%) e para estrangeiros (90,6% e 86,7%), vem ratificar, indiretamente, esta motivação dos deslocamentos para o município relacionada aos negócios. As desigualdades regionais dos municípios da região e as discrepâncias dos dados relativos ao município de Macaé devem ser objeto de uma análise detalhada do recorte regional vigente, com vistas a uma possível revisão desta compartimentação regional turística estadual, que possa responder a critérios de homogeneidade geográfica, de forma a possibilitar a aplicação objetiva e operacional da instituição "região" ao planejamento. No que se refere ao turismo internacional, os países emissores de turistas mais importantes são os Estados Unidos da América em 1996, com 38,0% das hospedagens registradas na região, e a Grã Bretanha em 1998 com 30,2%. A seguir aparecem, de forma equilibrada, diversos países europeus. Com relação aos turistas nacionais, a distribuição entre hóspedes do próprio Estado e de outros estados é equilibrada. Nestes, aparecem como os mais importantes São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. O meio de transporte mais utilizado por estrangeiros para chegar à Região é o avião, com 67,6% em 1996 e 82,7% em 1998. Leia-se, neste caso, novamente, o destaque relativo ao município de Macaé. Já para os turistas nacionais, o transporte predominante é o automóvel particular, com 59,0% em 1996 e 72,5% em 1998, seguido pelo transporte coletivo rodoviário, com 31,8% em 1996.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO SERRAMAR

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros (a) 30,19 Hóspedes Nacionais de Outros Estados (b) 34,91 Hóspedes do Próprio Estado (b) 34,90 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado (c) 1,82 Turistas / Percentual relativo ao Estado (d) 1,68 Veranistas / Percentual relativo ao Estado (e) 1,88 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região (c) 26,09 Veranistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região (c) 73,91 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (f) 9,45

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 JANEIRO 1998 Rio de Janeiro 50,00 48,68 São Paulo 26,93 21,05 Minas Gerais 8,97 5,26 Espirito Santo 5,14 3,95 Outros 8,96 21,06

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 JANEIRO 1998 Estados Unidos 38,06 16,28 Austrália 10,41 0,00 Dinamarca 10,41 0,00 Holanda 10,41 13,95 Grã-Bretanha 10,41 30,23 Espanha 0,00 16,28 Outros 20,30 23,26

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 11,54 12,82 44,83 29,41 Negócio 71,15 74,36 41,38 52,94

Congresso/Convenção 1,93 0,00 0,00 0,00 Outros 15,38 12,82 13,79 17,65

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 9,10 67,65 13,73 82,76 Navio 0,00 2,94 0,00 3,45 Automóvel Particular 59,09 23,53 72,55 13,79 Ônibus/Trem 31,81 5,88 13,73 0,00

PERMANÊNCIA 1 dia 72,21 90,62 74,36 86,79 2 dias 18,18 1,56 8,97 1,89 3 dias 4,56 3,13 7,69 5,66 4 a 7 dias 1,54 3,13 7,69 1,89 8 a 15 dias 1,51 1,56 0,00 1,89 16 a 30 dias 0,00 0,00 1,28 0,00 Mais de 30 dias 0,00 0,00 0,00 1,89 Permanência média (dias) 1,50 1,38

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998 (*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações referentes à obtenção deste dado.

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?? Região Norte A Região Norte atrai 4,36% do total de visitantes do Estado, número este decorrente muito mais da movimentação de veranistas (5,33%), do que de turistas propriamente ditos (1,90%). À semelhança do que ocorre com a Região Serramar, que apresenta um comportamento pouco expressivo de visitantes, esta baixa participação deve refletir a diversidade geográfica e vocacional dos 18 municípios que integram a região e o seu perfil predominantemente rural. A maior participação relativa dos veranistas, expressa o poder de atração dos pólos de veraneio litorâneos tradicionais, localizados nos municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra (que agrega também os dados de São Francisco do Itabapoana) que, sozinhos, absorvem 73,48% dos veranistas que acorrem à região, de acordo com os dados desagregados por município, apresentados a seguir . A participação de estrangeiros hospedados nos hotéis da região é também pouco expressiva em 1996, com 1,30%, apresentando uma distribuição equilibrada de vários países, liderados pela França, com 27,28%. Em 1998 não foram registrados hóspedes estrangeiros nos hotéis da região. Com relação ao mercado interno, a predominância de turistas é do próprio Estado, com 68,85% em 1996 e 46,12% em 1998, seguida de turistas provenientes de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais em 1998. A motivação principal em 1997, tanto para os brasileiros (45,45%), quanto para os turistas estrangeiros (33,34%), são os negócios. Em 1998, fica equilibrada, para os brasileiros, a motivação entre o lazer (46,94%) e os negócios (42,86%). O meio de transporte mais utilizado em 1996, tanto para brasileiros quanto para estrangeiros, é o automóvel particular, com 50,31% e 53,34% respectivamente. No caso dos estrangeiros, para o mesmo ano, é também expressivo o número dos que utilizam os transportes aéreos, com 46,66%. Já para os brasileiros, o segundo posto é ocupado pelos transportes coletivos rodoviários, com 44,78%. Em 1998, a predominância, para os brasileiros, é da utilização do automóvel particular (80,18%). A permanência média predominante, em 1996, para brasileiros é de um dia, com 46,15%, confirmando a vocação registrada para o turismo de negócios, e apresentando também uma elevação para os períodos de três a sete dias. Já para os estrangeiros, a predominância de permanência para 1996 é de quatro a sete dias, com 52,64%. Também é significativa para os estrangeiros a permanência de um dia, com 35,84%. Em 1988, a predominância da permanência para os brasileiros também é de um dia, com 65,56%.

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MERCADOS EMISSORES PRINCIPAIS E PERFIL DO TURISTA / REGIÃO NORTE

PARTICIPAÇÃO NO INTERIOR DA REGIÃO (%) 1996/1997/1998 Hóspedes Estrangeiros 1,30 Hóspedes Nacionais de Outros Estados 30,75 Hóspedes do Próprio Estado 67,95 Visitantes Totais / Percentual relativo ao Estado 4,36 Turistas / Percentual relativo ao Estado 1,90 Veranistas / Percentual relativo ao Estado 5,33 Turistas / Percentual relativo aos Visitantes na Região 12,30 Excursionistas / Percentual relativo ao Estado (*) 6,22

ESTADO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE NOVEMBRO 1996 JANEIRO 1998 Rio de Janeiro 68,85 46,12 São Paulo 18,58 33,50 Espírito Santo 9,84 5,34 Minas Gerais 0,00 4,85 Outros 2,73 10,19

PAÍS DE RESIDÊNCIA PERMANENTE França 27,28 0,00 Grã-Bretanha 18,18 0,00 África do Sul 9,09 0,00

Austrália 9,09 0,00 Áustria 9,09 0,00 Canadá 9,09 0,00 Estados Unidos 9,09 0,00 Israel 9,09 0,00

MOTIVO DA VIAGEM (%) NAC. ESTRANG. NAC. ESTRANG. Lazer 5,68 22,22 46,94 0,00 Negócio 45,45 33,34 42,86 0,00

Congresso/Convenção 25,00 22,22 0,68 0,00 Outros 23,87 22,22 9,52 0,00

MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO Avião 3,68 46,66 5,41 0,00 Navio 1,23 0,00 0,00 0,00 Automóvel Particular 50,31 53,34 80,18 0,00 Ônibus/Trem 44,78 0,00 14,41 0,00

PERMANÊNCIA 1 dia 46,15 36,84 65,57 0,00 2 dias 10,77 5,26 17,92 0,00 3 dias 20,00 5,26 6,60 0,00 4 a 7 dias 21,03 52,64 5,66 0,00 8 a 15 dias 2,05 0,00 2,83 0,00 16 a 30 dias 0,00 0,00 1,42 0,00 Mais de 30 dias 0,00 0,00 0,00 0,00 Permanência média (dias) 2,67 3,53

Fonte: TURISRIO – FNRHs – Tabulação do Setor de Estatística. Novembro 1996 e Janeiro 1998

(*) O percentual relativo aos Excursionistas não integra o total de Visitantes por Região, devido a limitações

referentes à obtenção deste dado.

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4 MERCADO TURÍSTICO

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4 MERCADO TURÍSTICO A ausência de informações e dados sobre o funcionamento do mercado turístico no Estado do Rio de Janeiro é um grande limitador da realização de estudos e análises, que permitam uma real avaliação do desempenho e da dinâmica deste setor de atividades e da sua participação no conjunto da economia estadual. Frente a essas limitações, este trabalho procurou estabelecer alguns nexos entres as informações e dados disponíveis e cuja desagregação permitisse um recorte da área de interesse, de modo a aferir, ainda que de forma indireta e embrionária, o desempenho da economia do turismo no Estado. Assim, os indicadores apresentados resultam, entre outros indicadores e dados, da elaboração de uma matriz com base nos dados do Relatório Anual de Informações Sociais – RAIS de 1999, que foi montada a partir de um recorte setorial realizado no âmbito exclusivo deste trabalho, podendo ser objeto de crítica e discussão que propicie o seu enriquecimento. As suas limitações apontam para a real necessidade de um trabalho sistemático sobre o comportamento econômico do turismo no Estado. 4.1 A EXPANSÃO DA ECONOMIA DO TURISMO O turismo é uma atividade complexa que, além de compor-se de vários serviços diferentes, tais como, transporte, hospedagem, alimentação, etc, demanda uma série de insumos e condições infra-estruturais para a sua plena realização. Desta forma, interage e articula-se estreitamente com diversos setores econômicos: construção civil, comércio, serviços de transportes, de comunicações, de publicidade, etc. Essas conexões de diversos ramos produtivos compõem um conjunto de atividades econômicas, que têm um significativo efeito multiplicador na geração de renda e empregos, diretos e indiretos. “Ao se constituir pela oferta de um conjunto de serviços diversos, a atividade turística apresenta uma dificuldade de se enquadrar na divisão tradicional de setores econômicos. Não chega a se constituir como um ramo ou um setor específico, mas caracteriza-se pela integração de ramos diversos”.26 Com várias interfaces, traduz-se numa atividade condizente com as novas formas de organização e de expansão da economia, e com os paradigmas das sociedades chamadas pós-industriais, de serviços e de consumo dirigido, que se estruturam em formas de produção e comercialização embasadas numa integração de setores secundários e terciários e na imbricação das funções de tratamento da informação e da matéria. Na esfera do consumo, por exemplo, a expansão do turismo é decorrente, também, dos avanços na área das comunicações e da publicidade, que têm um papel preponderante na indução da demanda. A economia do turismo se insere nesse contexto intrincado e complexo de relações econômicas espacializadas (fluxos de pessoas, de moeda, de informações, consumo que pressupõe o deslocamento do consumidor, redes de comercialização inter-regionais, etc.). “O espaço, além da condição, se constitui num fator de produção. O lugar torna-se um recurso valioso que, intermediado pelos serviços turísticos, transforma-se num produto

26 Falcão. 1993, p. 101.

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comercializado no mercado externo nacional e, principalmente, internacional no caso dos países periféricos”.27 O fato de ter o lugar como recurso principal, abre um grande leque de alternativas de venda de subprodutos - bens e serviços - que potencializam o poder de geração de renda da atividade em várias escalas. A capacidade de retenção de renda e formação de poupança nos locais onde a atividade se desenvolve, dependerá da capacidade de investimentos locais e da forma de inserção nas cadeias de comercialização dos produtos. De acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), o segmento de turismo em nível mundial gerou, em 1997, uma receita derivada do turismo internacional (excluindo o item transporte) de US$ 443,77 bilhões (em 1996, foi de US$ 433,86 bilhões), correspondendo a um fluxo turístico mundial de 612,835 milhões de pessoas (em 1996, alcançou 594,827 milhões). Em 1997, o fluxo turístico para o Brasil representou, aproximadamente, apenas 0,47% do fluxo turístico mundial. 28 Com valores tão expressivos, embora se reconheça a ainda pequena participação relativa do Brasil, o turismo provoca uma reação em cadeia nas áreas onde a atividade se desenvolve e também nos locais de concentração de demanda, capaz de aquecer diversos outros setores, como serviços, indústria, agricultura e comércio de modo geral. O turismo é responsável por 6,1% do produto interno mundial, além de atrair os maiores investimentos de capital, somando US$ 422 bilhões mundialmente. Conseqüentemente, não poderia deixar de ser o setor que mais contribui em impostos, gerando US$ 303 bilhões no mundo inteiro. 29 Apesar da falta de estatísticas sistemáticas e detalhadas sobre o turismo no Brasil, e mesmo considerando a pequena participação no mercado internacional e as limitações relativas ao turismo interno, os números disponíveis são expressivos, conforme apresentados a seguir. As seis mil agências de viagens instaladas no país vendem anualmente cerca de US$ 2,5 bilhões em passagens aéreas nacionais e internacionais. O tráfego aéreo entre o Brasil e 33 outros países contabiliza cerca de 4 milhões de passagens/ano. Em 1999, segundo dados da EMBRATUR, o país recebeu cerca de 5,1 milhão de turistas estrangeiros.30 De acordo com a EMBRATUR, o ingresso de turistas no país no período 1970/98 passou de 249,9 mil para 4,82 milhões. Com base na pesquisa anual realizada pela OMT, considerando-se o ingresso de turistas em 1998, o Brasil deverá passar a ocupar a 29a posição no ranking internacional dos países mais visitados no mundo. Em 1997, a liderança do referido ranking era ocupada pela França, que recepcionou 70 milhões de turistas estrangeiros, enquanto o Brasil ocupava a 39a posição, tendo recebido, aproximadamente, três milhões de turistas estrangeiros.31 O estudo da OMT revela que o país apresentou um dos maiores crescimentos na atração de turistas estrangeiros em 1998, exibindo um crescimento de 10%, superado apenas pela Malásia (10,4%) e pela Tunísia (10,3%). De acordo com as pesquisas oficiais mais recentes, a

27 Idem, p. 121 28 Saab, set. 1999 29 TURISRIO. A Indústria do Turismo.[s.d.] 30. EMBRATUR, Anuário Estatístico, 2000 31. Saab, set. 1999

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permanência média dos turistas estrangeiros no Brasil em 1998 foi de nove dias, comportando despesas diárias que variaram de US$ 74,17 a US$ 134,51.32 Quanto às políticas públicas, o setor de turismo vem atraindo de forma crescente a atenção dos governantes, tendo em vista a grande vocação para a geração de empregos diretos e indiretos, o que, por si só, já constitui um efeito relevante em termos de política econômica. Segundo afirmação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Sr. Herculano de A. Iglesias, por ocasião do 41° Congresso Nacional da Indústria Hoteleira, realizado em abril de 1999, a hotelaria representa a espinha dorsal da indústria do turismo, sendo também significativa atividade empregadora, com cerca de 550 mil empregos diretos.33 Outro aspecto relevante é que, para cada US$ 15 mil gastos, em média, no setor de turismo, observa-se a geração de um novo emprego, indicando, portanto, uma relação capital-trabalho bastante inferior à observada para o setor industrial. 4.2 PARTICIPAÇÃO DO TURISMO NA ECONOMIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Sobre o comportamento da economia do setor do turismo no Estado do Rio de Janeiro, não existem estudos sistemáticos que ilustrem e propiciem a sua informação, a exceção de um trabalho denominado TURINFO34. No entanto, sem deixar de reconhecer o mérito dos esforços realizados, o trabalho não teve continuidade e os dados nele projetados encontram-se defasados da realidade. Neste contexto, e de modo a apresentar alguns indicadores que pudessem, em alguma medida, suprir essa lacuna, este Plano Diretor de Turismo procurou, através das informações sobre a mão-de-obra empregada no mercado formal contidas na RAIS - Relação Anual de informações Sociais, para 1995, referências sobre a participação do setor na economia estadual. Com base nessas informações, foi montada uma matriz que pudesse indicar esta participação. O recorte adotado para a caracterização do Setor Turismo selecionou as seguintes atividades econômicas, de acordo com a classificação da RAIS, e as agrupou, para efeito deste trabalho, de acordo com o quadro a seguir:

32 Idem. p. 290 33 Ibid. p. 297 34 TURIINFO. “Participação do Turismo na Economia Estadual”. 1994.

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CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS DO SETOR TURISMO

Classe RAIS ATIVIDADE (RAIS) GRUPO 55115 Estabelecimentos hoteleiros, com restaurantes 55123 Estabelecimentos hoteleiros, sem restaurantes 551903 Outros tipos de alojamentos

Meios de hospedagem

55210 Restaurantes e estabelecimentos de bebidas, com serviço completo Restaurantes 602320 Transporte rodoviário de passageiros, regular, não urbano 602409 Transporte rodoviário de passageiros, não regular 60291 Transporte regular em bondes, funiculares, teleféricos ou trens próprios

para a exploração de pontos turísticos

Transporte terrestre

61212 Transporte por navegação interior de passageiros 61239 Transporte aquaviário urbano

Transporte Aquaviário

71226 Transporte aéreo, regular 71234 Transporte aéreo, não regular

Transporte aéreo

62103 Atividades auxiliares ao transportes terrestres 62200 Atividades auxiliares aos transportes aquaviários 63215 Atividades auxiliares aos transportes aéreos

Atividades auxiliares nos transportes

63223 Atividades de agências de viagens e organizadores de viagem Agências de viagem 63231 Aluguel de automóveis 63304 Aluguel de outros meios de transportes terrestres 71102 Aluguel de embarcações 71218 Aluguel de aeronaves

Aluguel de meios de transportes

Fonte: Fundação CIDE - Tabulação da RAIS - Relatório Anual de Informações Sociais - 1995.

Com base no Setor Turismo assim delimitado, foram elaboradas tabulações sobre o número de empregados e as faixas salariais por setor de atividade, organizadas por regiões turísticas e por municípios. Estas tabulações, apresentadas em seqüência, propiciaram as análises e a aferição dos indicadores apresentados a seguir. De acordo com a mão de obra do mercado formal, o Setor Turismo emprega 5,45% do total do número de empregados do conjunto da economia do Estado do Rio de Janeiro. Podemos afirmar que este número de empregos gerados é pequeno, se considerarmos o potencial de desenvolvimento da atividade turística no Estado e a grande informalidade da mão-de-obra empregada nas atividades turísticas. No que se refere às participações regionais, a Região da Costa Verde é aquela onde o número de empregados do setor é mais expressivo no conjunto da economia regional, com 12,72%, seguida da Região da Costa do Sol, com 10,44%. Em terceira posição vem a Região Serrana B com 5,76%, seguida de perto pela Região Metropolitana, com 5,57%, apresentando um comportamento muito próximo ao do conjunto do Estado. A seguir vem a Região Serrana A com uma taxa de 4,63%. As Regiões Norte e Serramar apresentam os menores percentuais, apresentando a participação respectivamente de 2,95% e 2,92%. Em valores absolutos, a Região Metropolitana, como não poderia deixar de ser, é aquela que gera o maior número de empregos no setor. A seguir, temos a Região Serrana B e Região Serrana A, seguidas da Costa do Sol e da Costa Verde. O grupo de atividades mais expressivo do setor para todo o Estado, de acordo com o recorte adotado, é aquele dos Transportes Terrestres, seguido dos Restaurantes e dos Meios de Hospedagem. Esta supremacia dos transportes terrestres indica a necessidade de uma calibragem da sua participação relativa no setor, o que deve ser considerado quando da discussão a respeito da elaboração de uma matriz econômica e de contas satélites.

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EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 3.602.493 5,45

Costa Verde 1.450 570 715 76 2 41 31 60 2.945 38.123 7,72 Costa do Sol 1.804 1.300 1.986 17 0 7 3 78 5.201 69.851 7,44

Metropolitana 18.674 38.050 74.814 469 24 12.786 4.499 12.681 161.976 2.907.314 5,57 Serrana A 1.872 1.788 6.221 0 0 66 18 97 10.062 211.802 4,63

Serrana B 1.625 1.738 5.036 0 0 460 0 1.393 10.095 175.131 5,76

Serramar 675 233 1.153 5 0 100 19 145 2.330 82.214 2,92

Norte 671 546 2.208 0 0 34 0 101 3560 118.058 2,95

Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

Com relação aos valores dos salários pagos, o comportamento do setor mantém alguma semelhante com o comportamento do conjunto da economia estadual, com variações percentuais não muito grandes. A faixa salarial mais expressiva é aquela que vai de 1 a 3 salários mínimos. Nesta faixa salarial encontram-se 60,4% dos trabalhadores do setor, e 46,1% dos trabalhadores do conjunto de atividades econômicas dos Estado. A seguir vêm as faixas de 3 a 4, e de 5 a 10 salários mínimos, sucessivamente. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE, SEGUNDO FAIXA SALARIAL

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Total 26.782 44.249 9.856 567 9.842 15.246 5.597 1.940 114.079 100 2.596.408 100 4,4 Até 1salário 293 530 57 7 4 86 67 7 1.051 1 35.050 1,34 3 1,1 a 3 sal. 18.413 39.398 3.097 129 265 3.802 2.981 806 68.891 60,4 1.195.986 46,1 5,7 3,1 a 5 sal. 4.776 3.151 3.076 131 899 3.148 1.119 642 16.942 14,9 570.503 22 3 5,1 a 10 sal. 2.466 951 3.440 199 2.293 3.982 947 439 14.717 12,9 473.520 18,2 3,1 10,1 a 20 sal. 584 133 136 84 2.988 2.338 346 35 6.644 5,8 195.152 7,51 3,4 + de 20 sal. 214 7 25 16 3.359 1.095 116 7 4.839 4,2 117.243 4,51 4,1 Ignorado 36 79 25 1 34 795 21 4 995 0,8 8.954 0,34 11,1 Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com vínculo de emprego em 31/12

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4.3 PRINCIPAIS INVESTIMENTOS NO SETOR De acordo com o diagnóstico sucinto sobre a atual situação da economia fluminense, apresentado pela, então, Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Turismo - SEICT para este trabalho, o Estado do Rio de Janeiro tem atravessado uma fase muito positiva em sua economia, tendo a produção fluminense de bens e serviços atingido a casa dos US$ 80 bilhões em 1997. Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, a participação do Estado no PIB nacional passou de 10,89%, em 1990, para 12,61%, em 1995, representando o maior crescimento na Região Sudeste do País e recolocando o Estado na posição de segundo pólo econômico do Brasil. A economia fluminense depende basicamente do desempenho dos setores terciário e industrial, que participam com 68% e 31% no PIB do Estado, respectivamente. O setor terciário vem apresentando crescimento bastante satisfatório, influenciado pela expansão significativa da área comercial, com a instalação de shopping centers, que vêm dando ao comércio estadual um perfil moderno e transformando-o num pólo de desenvolvimento interestadual, além do expressivo aumento de negócios de “franchising”. Um dos indicadores do dinamismo e das perspectivas de crescimento de uma determinada atividade econômica refere-se ao montante de recursos investidos no setor, nos últimos anos, e aqueles programados para os anos próximos. No que se refere especificamente aos investimentos nos setores ligados ao turismo, tomou-se como base de informações os projetos turísticos no Estado apoiados pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, de acordo com as operações contratadas no período de 1990 até 1998 para projetos de hotéis e parques, conforme tabela apresentada a seguir. De acordo com as informações relativas a esses projetos, foram objeto de financiamento do BNDES, no período, projetos turísticos em 18 municípios, perfazendo um montante de recursos financiados da ordem de R$ 157.466.757,00.

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FINANCIAMENTOS DO BNDES EM PROJETOS TURÍSTICOS - 1990/1998

MUNICÍPIOS

HOTÉIS PARQUES TOTAL

TOTAL 81.408.424,00 76.058.333,00 157.466.757,00 Angra dos Reis 3.510.459,00 7.847.858,00 11.358.317,00 Areal 148.354,00 148.354,00 Armação dos Búzios 377.606,00 377.606,00 Cabo Frio 7.203.278,00 7.203.278,00 Cachoeiras de Macacú 1.003.850,00 1.003.850,00 Itaipava 132.771,00 132.771,00 Itatiaia 147.446,00 147.446,00 Mangaratiba 16.849.157,00 16.849.157,00 Marica 183.375,00 183.375,00 Nova Friburgo 77.578,00 77.578,00 Paraty 268.997,00 268.997,00 Petrópolis 1.290.304,00 1.290.304,00 Resende 91.050,00 91.050,00 Rio de Janeiro 47.880.630,00 68.108.808,00 115.989.438,00 Teresópolis 1.058.138,00 1.058.138,00 Valença 210.840,00 210.840,00 Vassouras 72.188,00 72.188,00 Volta Redonda 6.288,00 6.288,00 FINAME (*) 973.693,00 24.089,00 997.782,00 Fonte: BNDES-AP / DEPLAN / COEST (atualizado em 05/08/98)

(*) A informação relativa aos recursos do FINAME não está disponibilizada por município.

Além destas informações, levantadas com base nas linhas de crédito oficiais, a Superintendência de Promoção e Fomento da SEPDET vem registrando, sistematicamente, as informações sobre investimentos realizados, programados e previstos, em turismo, no território estadual, até o ano 2.000. Trata-se de uma pesquisa realizada através de fontes diversas tais como ABIH, BNDES, FIRJAN, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, RIOTUR e TURISRIO, não estando registrados os investimentos inferiores a R$ 500.000,00. Na atualização de fevereiro de 2001, foram registradas 52 referências, entre intenções, projetos e empreendimentos efetivamente em curso, relativos a implantação, ampliação e modernização, nas várias regiões do Estado, conforme matriz apresentada a seguir. De acordo com esse levantamento, estão previstos ou em realização investimentos da ordem de R$3.238.823,00 em turismo. Estes investimentos deverão gerar 15.267 empregos diretos e indiretos.

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192

INVESTIMENTOS EM TURISMO SEGUNDO AS REGIÕES TURÍSTICAS E MUNICÍPIOS - 1999/2000

INVESTIMENTOS (R$ 1.000,00)

REGIÕES E MUNICÍPIOS

ATIVIDADE PRODUTO QUANTIDADE DE

PROJETOS 1999 2000

Total 52 3.238.823 15.267 Costa do Sol Cabo Frio Hotelaria Hotel 1 420.000 700 Entretenimento Parque Temático 1 80.000 1.000 Costa Verde Angra dos Reis Hotelaria Hotel 7 732.000 5.190 Mangaratiba Hotelaria Hotel 1 47.000 260 Metropolitana Duque de Caxias Entretenimento Parque Temático 2 75.000 287 Rio de Janeiro Hotelaria Hotel 26 591.140 3.828 Hotelaria Hotel-Residência 2 88.000 513 Entretenimento Parque Temático 3 985.000 2.077 Exposiçôes/

Convenções Centro de Eventos 1 503 23

Serrana A

Itatiaia Hotelaria Hotel 1 49.680 246 Porto Real Hotelaria Hotel 1 500 15 Resende Hotelaria Hotel 1 36.000 180 Entretenimento Parque Temático 1 1.500 20 Serrana B Petrópolis Hotelaria Pousada 1 500 15 Nova Friburgo Entretenimento Parque Temático 1 30.000 115 Norte Campos Hotelaria Hotel 2 102.000 798

Fonte: SEPDET - Subsecretaria Adjunta de Desenvolvimento Econômico - Superintendência de Promoção e

Fomento. Levantamento nas fontes: TURISRIO, RIOTUR, BNDES, ABIH, FIRJAN, GAZETA MERCANTIL, JORNAL DO BRASIL

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193

4.4 A PERFORMANCE DA ATIVIDADE NAS REGIÕES TURÍSTICAS A importância da atividade turística para as respectivas economias municipais é bastante diversa, mesmo no interior de cada uma das regiões turísticas do estado. a geração de emprego no setor é um importante indicador do dinamismo da atividade turística e da sua importância para as respectivas economias municipais. Neste sentido, foram realizadas as análises a seguir sobre a performance de cada um dos municípios no interior das regiões turísticas, de forma a aferir a participação e a importância da atividade para as economias municipais. Os indicadores utilizados são sempre aqueles relativos ao número de empregados por setor de atividade, constantes dos bancos de dados da RAIS para 1995, e a agregação dos setores adotada é aquela referida no item 2.1 deste capítulo, adotada como recorte do setor turismo no âmbito deste trabalho. Há que se ressalvar que nestas análises não foram consideradas as performances e o dinamismo do conjunto das economias municipais no interior de cada região, mas tão somente a participação do setor turismo. Desta forma, a classificação apresentada não privilegia os municípios que possuem uma economia mais expressiva como decorrência de outros setores de atividades.

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194

Região Metropolitana A cidade do Rio de Janeiro, como não poderia deixar de ser, emprega o maior contingente de população no setor turismo em todo o Estado (60,09%), com 118.013 pessoas empregadas. Em termos relativos, no entanto, a participação do setor no conjunto da economia municipal cai para 5,15%. Este valor percentual, aparentemente baixo, resulta da grande massa de população trabalhadora concentrada neste município (63,60%), também o maior pólo empregador do Estado. Em termos relativos, os municípios que apresentam a maior participação do setor no conjunto das economias municipais são Belfort Roxo e São João do Meriti. Esta participação resulta da presença de empresas de transportes terrestres nesses municípios, grandes empregadoras de mãos de obra, como também, provavelmente, do grande número de motéis existentes ao longo das principais vias de acesso à cidade do Rio de Janeiro. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO METROPOLITANA

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 18.674 38.050 74.814 469 24 12.786 4.499 12.681 161.976 82,47 2.907.314 5,57 Belford Roxo 50 44 1.727 0 0 0 0 5 1.826 0,93 18.126 10,07 Duque de Caxias 619 547 6.865 6 0 175 0 33 8.245 4,20 108.326 7,61 Guapimirim 20 44 23 0 0 0 0 0 87 0,04 3.740 2,33 Itaboraí 75 230 911 0 0 0 0 12 1.228 0,62 18.926 6,49 Itaguaí 157 151 676 0 0 0 154 2 1.140 0,58 21.583 5,29 Japeri 0 4 0 0 0 0 0 0 4 0 2.020 0,20 Magé 15 45 584 0 0 6 0 44 694 0,35 14.692 4,72 Nilópolis 134 95 1.124 0 0 0 0 3 1.356 0,69 18.260 7,43 Niterói 542 2.127 4.642 259 3 139 43 217 7.972 4,06 150.809 5,28 Nova Iguaçu 464 660 6.234 0 8 41 0 52 7.459 3,80 87.814 8,48 Paracambi 2 7 84 0 0 0 0 0 93 0,05 5.646 1,65 Queimados 0 10 536 0 0 0 0 0 546 0,28 9.092 6,0 Rio de Janeiro 15.404 33.260 40.157 203 13 12.401 4.302 12.273 118.013 60,09 2.291.208 5,15 Sao Gonçalo 701 458 7.102 1 0 13 0 30 8.305 4,23 95.346 8,71 Sao João de Meriti

489 355 4.149 0 0 11 0 10 5.014 2,55 54.098 9,27

Seropédica 2 13 0 0 0 0 0 0 15 0 5.210 0,29 Tanguá 13 31 120 0 0 0 0 0 164 0,08 2418 6,78 Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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195

Região da Costa Verde O município de Angra dos Reis apresenta, em termos absolutos, a melhor performance do setor turismo no interior da Região Costa Verde, com 1.551 empregados, colocando-se em décimo sexto lugar no ranking estadual. Em termos relativos, no entanto, os municípios de Mangaratiba e Paraty apresentam maiores participações do setor no conjunto da economia municipal, com respectivamente 17,22% e 10.87%. Estes dois municípios ocupam, respectivamente, o segundo e o quarto lugares em participação do setor turismo na economia municipal em todo o Estado. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO DA COSTA VERDE

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Região 1.450 570 715 76 2 41 31 60 2.945 1,50 38.123 7,72 Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Angra dos Reis 640 186 630 15 2 41 31 6 1.551 0,79 27.509 5,64 Mangaratiba 417 237 8 56 0 0 0 24 742 0,38 6.828 10,87 Parati 393 147 77 5 0 0 0 30 652 0,33 3.786 17,22

Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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Região da Costa do Sol O município de Armação de Búzios apresenta a melhor performance da Região da Costa do Sol, no comportamento do setor com relação ao conjunto da economia municipal, em termos relativos, onde o setor ocupa 23,26% do total da mão de obra empregada no conjunto da economia municipal. Esta também é a melhor posição de participação relativa do setor na economia municipal em todo o Estado. Já em termos absolutos o maior número localiza-se no município de Cabo Frio, com 1.863 empregados. Voltando à participação do setor turismo no conjunto da economia municipal, destacam-se ainda no interior da Região da Costa do Sol os municípios de Maricá, com 12,61% e Arraial do Cabo, com 6,47%. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO DA COSTA DO SOL

Municípios

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 1.804 1.300 1.986 17 0 7 3 78 5.201 2,65 69.851 7,44 Araruama 111 114 15 0 0 1 0 0 241 0,12 10.809 2,23 Armação do Búzios 787 428 1 4 0 0 0 45 1265 0,64 5.439 23,26 Arraial do Cabo 87 52 0 0 0 0 3 1 143 0,07 2.302 6,47 Cabo Frio 496 410 928 11 0 5 0 13 1.863 0,95 24.372 7,64 Casimiro de Abreu 18 125 5 0 0 0 0 0 148 0,07 2.465 6,0 Iguaba Grande 24 8 1 0 0 0 0 0 33 0,02 1.105 2,99 Marica 13 55 870 0 0 0 0 1 939 0,48 7.443 12,61 Rio das Ostras 103 49 37 2 0 0 0 15 206 0,10 4.532 4,54 S. Pedro da Aldeia 79 14 7 0 0 0 0 3 103 0,05 6.476 1,59 Saquarema 86 45 122 0 0 1 0 0 254 0,13 4.908 5,17 Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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Região Serrana A O município onde a participação do setor turismo no conjunto da economia municipal é mais expressiva é Paraíba do Sul seguido de Itatiaia, com 13,65% e 10,72% respectivamente dos empregos gerados nos município. Com este percentual, Paraíba do Sul ocupa a 3ª posição no Estado em importância do setor na economia local e Itatiaia ocupa a sexta posição. Não obstante esta importância para as economias municipais, estes dois municípios ocupam o vigésimo quarto e o vigésimo nono postos, no total de empregos gerados pelo setor no Estado. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO SERRANA A

Municípios

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 1.872 1.788 6.221 0 0 66 18 97 10.062 5,12 211.802 4,75 Areal 14 7 54 0 0 0 0 0 75 0,04 4.000 1,87 Barra do Pirai 174 55 553 0 0 1 0 5 788 0,40 13.580 5,80 Barra Mansa 205 248 1.315 0 0 32 0 11 1.811 0,92 31.311 5,78 Com. Levy Gaspar. 0 0 9 0 0 13 0 1 23 0,01 1.785 1,29 Engº Paulo de Frontin 75 6 0 0 0 0 0 0 81 0,04 1.513 5,35 Itatiaia 387 239 0 0 0 0 0 8 634 0,32 5.911 10,72 Mendes 9 7 23 0 0 0 0 0 39 0,02 2.293 1,70 Paraiba do Sul 63 65 653 0 0 1 0 19 801 0,41 5.869 13,65 Pinheiral 0 5 110 0 0 0 0 2 117 0,05 1.119 10,45 Pirai 40 44 35 0 0 0 0 0 119 0,06 4.613 2,58 Porto Real 20 24 0 0 0 0 0 0 44 0,02 2.413 1,82 Quatis 13 4 0 0 0 0 0 0 17 0 1.387 1,22 Resende 303 504 664 0 0 6 0 9 1.486 0,76 29.070 5,11 Rio Claro 3 5 15 0 0 0 0 0 23 0,01 1.605 1,43 Rio das Flores 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1.188 0,25 Sapucaia 26 39 2 0 0 0 0 0 67 0,03 2.609 2,57 Tres Rios 44 66 961 0 0 2 0 7 1.080 0,55 21.117 5,11 Valença 252 53 135 0 0 8 0 2 450 0,23 12.189 3,69 Volta Redonda 239 410 1.608 0 0 3 18 33 2.311 1,18 68.230 3,39 Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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PLANO DIRETOR DE TURISMO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SEPDET/TURISRIO - 2001 DIAGNÓSTICO

198

Região Serrana B Petrópolis é o município que mais gera empregos no setor turismo da Região Serrana B, com 5.253 pessoas empregadas, ocupando a sexta posição no total do Estado. Relativamente ao conjunto da economia municipal o setor turismo emprega 7,58% do total da mão de obra do município, sendo esta também a melhor performance na Região. No interior da região, o município onde esta participação do setor no conjunto da economia municipal é mais importante é Paty do Alferes seguido de Teresópolis e de Nova Friburgo. Com relação aos empregos gerados pelo setor em termos absolutos, destacam-se também na Região os municípios de Nova Friburgo e Teresópolis, ocupando a décima e décima quinta posições no Estado. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO SERRANA B

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 1.625 1.738 5.036 0 0 460 0 1.393 10.252 5,22 175.131 5,85 Cachoeiras de Macacu

40 41 122 0 0 0 0 0 203 0,10 7.290 2,78

Miguel Pereira 87 4 0 0 0 0 0 0 91 0,05 3.040 2,99 Nova Friburgo 375 391 1.265 0 0 78 0 5 2.114 1,08 41.126 5,14 Paty de Alferes 1 0 112 0 0 0 0 0 113 0,06 1.858 6,08 Petrópolis 524 837 2.156 0 0 369 0 1.367 5.253 2,67 69.333 7,58 Rio Bonito 50 64 429 0 0 0 0 5 548 0,28 13.817 3,97 S. J. Vale Rio Preto 9 4 17 0 0 0 0 1 31 0,01 2.720 1,14 Silva Jardim 15 8 9 0 0 0 0 0 32 0,01 2.966 1,08 Teresópolis 419 332 839 0 0 13 0 13 1.616 0,82 27.242 5,93 Vassouras 105 57 87 0 0 0 0 2 251 0,13 5.739 4,37

Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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SEPDET/TURISRIO - 2001 DIAGNÓSTICO

199

Região Serramar O município da Região Serramar onde o setor turismo mais gera empregos, em termos absolutos, é Macaé, com 1.991 pessoas empregadas, o que corresponde à décima primeira posição. Em termos da participação do setor no conjunto da economia municipal, no entanto, o município que apresenta a melhor performance da Região Serramar é Conceição de Macabú, com 6.41%, seguido de Macaé com 4,00%. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO SERRAMAR

Municípios

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)

Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 675 233 1.153 5 0 100 19 145 2.330 1,19 82.214 283 Bom Jardim 9 14 10 0 0 0 0 0 33 0,02 3.277 1,01 Cantagalo 50 13 42 0 0 3 0 0 108 0,05 4.168 2,59 Carapebús - - - - - - - - - - 1.229 -

Carmo 2 7 18 0 0 0 0 0 27 0,01 2.132 1,27 Conceicao de Macabu

17 26 44 0 0 0 0 0 87 0,04 1.357 6,41

Cordeiro 3 9 36 0 0 0 0 10 58 0,03 3.219 1,80 Duas Barras 1 6 2 0 0 0 0 0 9 0 1.527 0,59 Macaé 589 150 996 5 0 97 19 135 1.991 1,01 49.823 4,00 Macuco 0 5 0 0 0 0 0 0 5 0 805 0,62 Quissamã 4 0 76 0 0 0 0 0 80 0,04 2.569 3,11 São Sebastião do Alto

- - - - - - - - - - 10.132 -

Sumidouro - - - - - - - - - - 884 -

Trajano de Morais

4 3 5 0 0 0 0 0 12 0 1.092 1,10

Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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200

Região Norte O município da Região Norte onde o setor turismo mais gera empregos é Campos dos Goytacazes, com 2.419 pessoas empregadas, o que corresponde à oitava posição em todo o Estado. Em termos da participação do setor no conjunto da economia municipal, no entanto, Campos ocupa a segunda posição no interior da Região, com 3,88%. O município onde esta participação do setor turismo é mais importante para a economia municipal é Bom Jesus do Itabapoana, com 4,83% do total da mão de obra empregada no município alocada no setor turismo. EMPREGADOS POR SETOR DE ATIVIDADE / REGIÃO NORTE

Municípios

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Estado 26.782 44.249 92.169 567 35 13.468 4.578 14.552 196.392 100 3.602.493 5,45 Região 671 546 2.208 0 0 34 0 101 3560 1,81 118.058 2,95 Aperibé 3 0 0 0 0 0 0 0 3 0 926 0,32 B.J.do Itabapoana

39 21 195 0 0 0 0 2 257 0,13 5.318 4,83

Cambuci 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1.087 0,09 Campos 286 368 1.652 0 0 26 0 87 2.419 1,23 62.358 3,88 Cardoso Moreira - - - - - - - - - - 1.161 - Italva 5 4 2 0 0 0 0 0 11 0 1.433 0,77 Itaocara 26 2 0 0 0 0 0 0 28 0,01 2.404 1,16 Itaperuna 233 80 185 0 0 0 0 2 500 0,25 14.298 3,50 Laje do Muriae 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0 642 0,31 Miracema 13 1 7 0 0 0 0 0 21 0,01 2.829 0,74 Natividade - - - - - - - - - - 1.583 - Porciúncula 3 1 5 0 0 8 0 0 17 0 1.398 1,22 Sta. Maria Madalena

5 0 3 0 0 0 0 0 8 0 1.265 0,63

Sto.Antonio de Padua

35 39 54 0 0 0 0 2 130 0,07 10.695 1,21

São Fidélis 13 5 24 0 0 0 0 3 45 0,02 4004 1,12 São Francisco do Itabapoana

5 0 5 0 0 0 0 0 10 0 1.273 0,78

Sao Joao da Barra

0 21 0 0 0 0 0 5 26 0,01 4.303 0,60

São José de Ubá 0 2 0 0 0 0 0 0 2 0 383 0,52 Varre-Saí - - - - - - - - - - 698 -

Fonte: Ministério do Trabalho – RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais – 1999

(*) valores com e sem vínculo de emprego em 31/12

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201

5 PROMOÇÃO E MARKETING

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5 PROMOÇÃO E MARKETING 5.1 EVOLUÇÃO DA IMAGEM TURÍSTICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Estabelecer uma evolução histórica da imagem do produto turístico do Rio de Janeiro significa assumir dois pressupostos básicos para a questão:

a) É impossível dissociar a imagem do produto Estado do Rio de Janeiro, da imagem do produto Cidade do Rio de Janeiro;

b) A falta de informações confiáveis impossibilita estabelecer uma evolução do produto do Estado antes da fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro em 1975.

Já no século passado, diversos viajantes europeus descreviam, em seus relatos, a impressionante beleza natural da cidade do Rio de Janeiro.

“Receio muito que todos os meus esforços para descrever não dêem ao leitor senão idéia bem abaixo da majestade e da beleza destes lugares, esta perspectiva, a mais magnífica das que a natureza pode oferecer, fere os olhos maravilhados”. (John Barrow apud Taunay, 1943, p. 110).35. “A vista do Rio, de um lado, ao pé das montanhas do Corcovado e da Tijuca, ao norte, na cadeia de montanhas denteadas e azul escuro, na direção de Petrópolis - essa vista, o ar delicioso, os efeitos da luz, enfim, todo esse conjunto desafiava qualquer descrição”. (Barão von Hubner apud Gonçalves, 1970 p. 42)36

Paralelamente a estas descrições elogiosas, encontramos outras que relatam as péssimas condições de vida na cidade, no século passado. Os viajantes reclamavam das construções, da limpeza, das pestes, dos pântanos, do clima, do convívio entre homens e animais e, até mesmo, da impressão negativa que a população causava aos visitantes. No final do século XIX, a cidade começa a expandir-se e a exigir reformas no seu espaço urbano. Inicia-se um processo de “europeização” da cidade, com base nos modelos de Paris e Viena. Surgem então diversas ações visando transformar a cidade, ações estas que têm como ponto culminante as grandes obras produzidas pelo então prefeito Pereira Passos (1902/1906), que transformaram radicalmente a estrutura física e social da cidade. Na década de 20, o Prefeito Prado Júnior encomenda o Plano Agache onde, pela primeira vez aparece a preocupação com a captação de fluxos turísticos internacionais para a cidade. É nesse momento que surge a “Cidade Maravilhosa”, com sua imagem vinculada à hospitalidade do carioca, ao seu clima e às suas praias. A expressão “cidade maravilhosa” foi criada em 1908 por Coelho Neto e, posteriormente, popularizada por André Filho (1934) através da marcha de mesmo nome. Inicia-se, então, um processo de produção da imagem da cidade com objetivos mercadológicos, onde foi fundamental a existência de toda uma infraestrutura que estivesse à altura das exigências do turista internacional. Inclui-se aí a liberação do jogo, a existência de hotéis de alto gabarito como o Copacabana Palace, o Hotel Glória e o Hotel Palace, e

35 Citado em Falcão, 1991, p. 6. 36 Idem, p. 6.

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a divulgação da imagem de um carioca alegre, descontraído e de espírito universalista, sempre aberto a novas idéias e modas. Essa imagem do carioca foi divulgada internacionalmente pelo personagem criado por Walt Disney, Gilberto Souto e Aloísio de Oliveira, o “Zé Carioca”, que incorporava os atributos do “bom carioca”: malandro, bon-vivant, boêmio, irreverente e cheio de ginga malandra. Essa imagem foi sendo reforçada e vendida, ao longo do tempo, de forma que o turista tradicional que aqui chega não busca praias, carnaval, samba e mulatas, em detrimento de monumentos históricos, museus ou galerias de arte. A cidade é vendida como sendo composta pela sua parte litorânea, sempre ligada ao mar, ao sol e à hospitalidade peculiar do seu povo. Quanto ao interior do Estado, composto pelo território do antigo Estado do Rio de Janeiro, temos muito pouco documentado sobre os seus produtos turísticos. Afora as citações feitas a Petrópolis, cidade de veraneio da família imperial e, posteriormente, da sociedade carioca, apenas são encontradas vagas referências ao Parque Nacional de Itatiaia, a Cabo Frio e Búzios (depois do advento de Brigite Bardot) e ao Pico Dedo de Deus em Teresópolis. Com a fusão dos dois Estados, em 1974, inicia-se um processo de integração dos seus produtos turísticos, a princípio de forma lenta. Os municípios do interior começam a perceber o turismo como opção de desenvolvimento econômico e partem para tentar divulgar seus produtos de forma isolada. A cidade do Rio de Janeiro, capital federal até 1960, foi o primeiro centro turístico do país, e, continua sendo o principal produto para o mercado turístico internacional. Durante muito tempo, o marketing funcionou associado ao seu entorno imediato, formado pelo antigo Estado do Rio de Janeiro, por diversas razões. Somente a partir da segunda metade da década de 80, ações planejadas deram inicio a um processo de interiorização dos fluxos de turistas, através da “descoberta” das outras “cidades maravilhosas” que existem ao redor da Cidade Maravilhosa. Pode-se estabelecer dois momentos para a gestão das ações públicas voltadas para o marketing turístico do Estado: antes e depois da campanha “Cidades Maravilhosas”. É a partir desta campanha que os diversos segmentos da supraestrutura do sistema turístico estadual passam a se articular e a trabalhar sistematicamente a venda do produto Rio de Janeiro, incluindo aí parte do interior do Estado. No nível estadual, o peso da cidade do Rio de Janeiro é bastante significativo dado o seu poder de atração para o turismo nacional e internacional. Ciente disto, a administração estadual passa a perseguir a viabilização da interiorização de parcela da demanda turística da cidade do Rio. A campanha publicitária “Cidades Maravilhosas” parte desta idéia de agregar-se à marca “Cidade Maravilhosa” o produto de outras cidades próximas ao Rio de Janeiro, já preparadas para exercerem a função de centros turísticos receptivos. Assim, foram selecionadas as localidades de Armação dos Búzios, Angra dos Reis, Paraty, Nova Friburgo, Visconde de Mauá, Petrópolis e Itatiaia para funcionarem como produtos complementares ao da cidade do Rio de Janeiro. No início da década de 90, a cidade do Rio de Janeiro enfrentou um dos pontos mais críticos da sua história econômica e social. No plano econômico houve um esvaziamento

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progressivo das atividades nas quais a cidade tinha, tradicionalmente, posição de liderança no contexto nacional (serviços financeiros, publicidade, seguros, indústrias de informação e entretenimento), enquanto no plano social, o acirramento dos conflitos urbanos e o descontrole da violência e da criminalidade trouxeram uma sensação de falta de autoridade e controle. Na área do turismo, a situação tornou-se mais grave ainda com a divulgação maciça, por parte da mídia, de notícias alarmantes sobre a insegurança na cidade. Em especial as emissoras de televisão, passaram a dar destaque às notícias sobre conflitos e violência, gerando grande repercussão negativa na mídia nacional e do exterior. Esta exposição negativa contribuiu para a criação de uma imagem negativa da cidade. O Rio de Janeiro passou a ser sinônimo de cidade violenta, desagradável e insegura. Este fato, aliado a outros, tais como a variação cambial, tiveram como conseqüência o declínio dos fluxos de turistas nacionais e estrangeiros, comprovado pela evolução das taxas de ocupação dos meios de hospedagem da cidade naquele período: 1987: 80% 1988: 64% 1989: 66% 1990: 53% 1991: 56% 1992: 53% 1993: 52% 1994: 52% 1995: 62% 1996: 64% (fonte: EBT/ABIH-RJ) Essa tendência de queda nos fluxos começou a mudar a partir da realização da Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, em 1992, com a cidade retomando o ritmo de crescimento nos fluxos turísticos. Em 1998, o poder público municipal da capital do Estado decidiu desenvolver um plano estratégico para relançar o produto no mercado nacional e internacional, denominado Plano Maravilha. Atualmente, diversas campanhas promocionais estão em andamento, gerando impactos positivos na atividade turística, tanto na capital quanto nos outros municípios do Estado. Do exposto acima e da informação qualitativa que foi possível reunir, através de pesquisa específica realizada junto aos mercados turísticos emissores contactados pela consultoria externa, pode-se concluir que a imagem turística do Estado do Rio de Janeiro é bastante boa, embora esteja muito pouco divulgada. Já o mesmo não sucede com a cidade do Rio de Janeiro, “... que se vende a si própria...”, como mencionam alguns operadores internacionais. A cidade do Rio de Janeiro está divulgada e conhecida, apresentando uma imagem bastante boa, embora num passado recente tenha sido afetada por questões relativas a violência urbana e mais recentemente por aspectos relacionados à poluição ambiental.

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5.2 AÇÕES DO PODER PÚBLICO E DA INICIATIVA PRIVADA A partir da fusão dos antigos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a gestão do turismo no nível estadual ficou a cargo da Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro que, a princípio, usou a marca FLUMITUR, a qual foi substituída por TURISRIO, a partir de um projeto de reforma e modernização do órgão ocorrido em 1988. Um dos itens dessa reforma foi a criação, dentro do organograma da empresa, da diretoria de marketing. A partir dessa alteração estrutural na empresa, foi criada e lançada a campanha “Cidades Maravilhosas”, ação promocional que trabalhava a cidade do Rio de Janeiro conjuntamente com os destinos turísticos do interior do Estado. O passo inicial foi o desenvolvimento de material promocional e de uma série de eventos nos principais centros emissores nacionais, em especial em São Paulo. Além disso, as ações do órgão estadual passam a incluir a nova marca, visando a sua consolidação no mercado. A partir de 1988, a TURISRIO passa a participar regularmente da Exposição de Turismo do Congresso Brasileiro dos Agentes de Viagens, trazendo consigo, em forma de cooperado, órgãos municipais de turismo do interior do Estado, entidades e associações de classe, e empresários do setor. O estande do Estado do Rio de Janeiro adquire certo destaque nos anos seguintes, tornando-se âncora para os organizadores do evento. O evento da ABAV aconteceu nos seguintes locais nesse período: 1988 - Cidade de São Paulo 1989 - Fortaleza 1990 - Porto Alegre 1991 - Salvador 1992 - Rio de Janeiro 1993 - Foz do Iguaçu 1994 - Recife 1995 - Brasília 1996 - Salvador 1997 - Rio de Janeiro 1998 – Recife 1999 – Curitiba 2000 – Salvador Os municípios que têm mantido sua presença freqüente no cooperado do Estado na ABAV são Cabo Frio, Petrópolis, Parati, Angra dos Reis e São Pedro d’Aldeia. Além desses municípios, representados pelos seus órgãos municipais de turismo, são presenças constantes no cooperado a Associação de Hotéis de Búzios (AHB), o Movimento O Rio é de Vocês e o consórcio dos municípios da Região Costa do Sol (ex-TurisLagos). O município do Rio, devido à sua importância dentro do cenário turístico nacional, sempre se faz presente nos eventos da ABAV com espaços próprios, tendo participado do cooperado em alguns anos. O Congresso da ABAV é o maior evento do setor turístico nacional, ponto de encontro de todos os segmentos turísticos e, portanto, indispensável para qualquer produto que queira se colocar ou se manter inserido no mercado. Atualmente, a exposição tem caráter internacional, o que lhe dá dimensões mais abrangentes.

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A TURISRIO tem participado do estande do Brasil, organizado pela EMBRATUR, nos principais eventos internacionais de turismo tais como: Bolsa de Turismo de Lisboa Fitur - Feira de Turismo de Madri BIT - Bolsa Internacional de Turismo de Milão ITB Berlin WTM - World Travel Market de Londres IT & ME - Feira de Incentivo de Chicago AAVITT - Feira de Agentes de Viagens da Argentina Nos últimos anos, a TurisRio despendeu os seguintes valores, oriundos de recursos próprios, para as ações de promoção e marketing: 1994: R$ 1.781.912,00 1995: R$ 836.546,00 1996: R$ 920.264,00 1997: R$ 1.934.673,00 1998: R$ 926.923,00 Em 1984 foi criada a Fundação Rio Convention Bureau, atualmente, Rio Convention & Visitors Bureau, entidade sem fins lucrativos, mantida por um sistema de cotização dos seus mantenedores e pela arrecadação da “room tax”. Sua missão é a de atuar como o escritório de marketing da cidade do Rio de Janeiro, incrementando as receitas decorrentes do turismo no Rio de Janeiro, aumentando o número de turistas de lazer e negócios, e ampliando o seu tempo de permanência na cidade. Como objetivos estratégicos estão, a melhoria da imagem da cidade no Brasil e no exterior, a promoção da sua capacidade em turismo receptivo, a divulgação das suas qualidades de centro turístico e a captação de eventos (congressos e convenções). Em 1996, a entidade possuía 15 funcionários e despendia 51% de seus recursos com promoção. Em 2000 sua receita foi de US$ 1.358.000,00, sendo que 53% oriundos da arrecadação da room tax. Outro movimento surgindo em 1990, com objetivo de promover o produto turístico do Estado do Rio de Janeiro, foi o Movimento O Rio é de Vocês, criado a partir da iniciativa de um grupo de empresários do setor hoteleiro e depois acrescido de representantes de diversos segmentos do setor turístico, inclusive do setor público, através da TURISRIO, da RIOTUR e da EMBRATUR. O movimento conquistou o prêmio “The Best of the Best”, da Escola Superior de Propaganda e Marketing, como uma das principais manifestações para a consolidação da imagem do Rio de Janeiro. Além do contato direto entre os profissionais de turismo, essa ação de marketing vem permitindo a ocupação de espaço na mídia local, gerando notícias positivas a favor da imagem do Rio de Janeiro, mostrando que, além do carnaval, o Rio tem cultura, natureza, praia, gastronomia etc. São realizados em torno de 14 encontros comerciais por ano, sendo seis internacionais (região do Mercosul) e 8 nacionais (nas principais praças emissoras: S.Paulo, capital e interior, Belo Horizonte, Goiânia, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Recife) envolvendo delegações compostas em média por 40 empresas da capital e do interior do Estado. O orçamento anual do movimento gira em torno de US$ 150.000,00, e os participantes acusam

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um acréscimo, nos trinta dias após cada encontro, de 10% nos fluxos de turistas das praças visitadas. Além dos encontros comerciais, o movimento possui material de divulgação próprio (folders, posters, sacolas, brindes, etc.) sempre com informações da cidade do Rio de Janeiro e de outros destinos do interior do Estado. Uma das ações de marketing do produto turístico do Estado refere-se à articulação existente entre as ações do poder público e dos diversos segmentos da iniciativa privada. Essa articulação surgiu da necessidade de se estabelecer um plano conjunto para recuperação da imagem do Rio de Janeiro, em função da imagem negativa imposta pela exposição excessiva na mídia nacional e internacional, dos conflitos e da violência urbana na cidade. Dentre as diversas iniciativas nesse sentido, destaca-se o trabalho do Rio Convention & Visitors Bureau, que convocou a criação do Comitê de Promoção e Divulgação do Rio de Janeiro, composto pelos presidentes da ABAV, ABEOC, ABIH, AHT, BITO, RC&VV, RIOCENTRO, RIOTUR, TURISRIO e Secretaria Municipal de Turismo. Entre diversas ações realizadas, o Comitê, encomendou uma pesquisa para detectar a opinião dos turistas nacionais e estrangeiros que visitaram a cidade do Rio de Janeiro. A pesquisa foi realizada em abril de 1993 pelo GERP, no aeroporto do Galeão, e apresentou, entre uma série de conclusões, uma indicação importante quanto à imagem percebida e a imagem real do Rio de Janeiro:

50% dos turistas estrangeiros e 60% dos brasileiros chegaram ao Rio com a imagem de que a cidade era muito violenta (imagem percebida) 88% dos turistas estrangeiros e 86% dos brasileiros partiram do Rio dizendo que recomendariam uma visita à cidade aos amigos e parentes (imagem real)

No tocante aos municípios do interior do Estado, as ações de divulgação de seus produtos ainda são tímidas. Baseado nas respostas a “Pesquisa do Potencial Turístico - 1997” temos os seguintes números: 61,5% dos municípios possuem folhetaria 56,0% mantêm um calendário de eventos permanentes 53,3% possuem outras formas de divulgação do seu produto Apesar desses números aparentemente indicarem uma preocupação positiva dos órgãos municipais de turismo, para a questão da divulgação sabe-se que não se trata de um trabalho sistemático e planejado. Ou seja, não são feitas pesquisas para definir o tipo de material de divulgação e/ou os mercados que serão abordados. Além disso, um ponto negativo é a desarticulação, na maioria dos casos, entre o poder público e os empresários locais, na definição das ações e dos materiais promocionais. Quanto ao calendário de eventos permanentes, em sua maioria são eventos de abrangência local (festa da padroeira, aniversário da cidade, etc.) quase sempre não planejados para atrair fluxos turísticos, mas apenas para atender às necessidades e anseios da população local.

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A falta de planejamento e sistematização nas ações de divulgação e promoção dos produtos turísticos dos municípios do interior gera descontinuidade, desperdício de recursos financeiros e a não consolidação desses produtos no mercado. Os municípios de Petrópolis, Angra dos Reis e Armação dos Búzios vêm, nos últimos anos, desenvolvendo um trabalho sistemático de divulgação, buscando consolidar seus produtos no mercado brasileiro e sul-americano. Esses trabalhos envolvem a participação em eventos nacionais e internacionais e a produção de folhetaria. Desde 1995, a TURISRIO vem trabalhando no sentido de implementar a formação de convention bureaus nos principais municípios turísticos do Estado, como forma de se estabelecer um fórum que assuma a coordenação das ações de marketing desses locais. Encontram-se em funcionamento os Conventions Bureaus de Petrópolis, Teresópolis, Cabo Frio e Armação dos Búzios. Em implantação estão os dos municípios de Nova Friburgo, Angra dos Reis, Itatiaia e Paraty. Trata-se, no entanto, de exceções. Os demais municípios apenas produzem ações e trabalhos esporádicos de divulgação dos seus potenciais, quase sempre sem planejamento e continuidade. 5.3 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E SISTEMA DE PROMOÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO Para o sucesso de um destino turístico não é suficiente a existência de um vasto leque diferenciado de recursos e atrações turísticas, como acontece no Estado do Rio de Janeiro. Exige-se, paralelamente, o seu cabal aproveitamento através da oferta aos mercados de produtos turísticos atraentes e diversificados, convenientemente divulgados pelos canais de maior difusão nos segmentos mais representativos da demanda. Baseados na pesquisa específica efetuada para este trabalho nos mercados emissores internacionais representativos, verifica-se que este é talvez um dos aspectos mais graves das deficiências diagnosticadas. E embora não se tenha realizado uma pesquisa idêntica para os segmentos do mercado interno, o trabalho de campo efetuado nos próprios locais revelou conclusões em tudo idênticas. A gravidade deste quadro é fruto da inexistência de uma oferta corretamente concebida, ao lado da falta de coordenação das ações de promoção, através da qual se verifica que os canais de distribuição são sempre os mesmos para qualquer segmento da procura e os operadores internacionais não detém material suficientemente elucidativo sobre a capacidade de atração e a diversificação do produto. O êxito das atividades turísticas no Estado do Rio de Janeiro depende em elevado grau do número, natureza e qualidade ou importância dos canais de distribuição interessados na divulgação, promoção e comercialização dos produtos temáticos do Estado. Salienta-se, no entanto, que o papel dos canais de distribuição não é exatamente o mesmo no caso dos organismos oficiais responsáveis pela promoção do destino ou no caso das atividades turísticas privadas existentes, embora seja normal o uso comum de alguns dos referidos canais de distribuição. Os passos a dar nesta matéria, em termos do desenvolvimento estratégico do Turismo no Estado, pode-se dizer que são “passos de gigante”, considerando-se as seguintes limitações:

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?? A intervenção dos organismos oficiais, no nível estadual, é bastante tímida. ?? Encontram-se formas desgarradas, através de iniciativas isoladas de alguns municípios,

mas sem uma integração das ações e dos objetivos. ?? Não há uma articulação sistemática e contínua entre o setor público e privado nesta

matéria, o que obriga as empresas a atuarem por si próprias. ?? Os operadores internacionais queixam-se da falta de apoio, ao nível da informação

adequada e de contatos sistematizados, para serem esclarecidos sobre os produtos turísticos existentes.

Torna-se, por isso, necessário que se conceba a política de distribuição da informação e comercialização dos produtos, em que deverá assentar o desenvolvimento do turismo no Estado do Rio de Janeiro, bem como na definição e caracterização dos pressupostos dessa política. 5.4 CALENDÁRIO DE EVENTOS Os municípios do Estado contam com um conjunto de eventos / acontecimentos que, neste Plano, são classificados de fixos quando apresentam ocorrência permanente pelo menos nos últimos três anos. A listagem apresentada neste trabalho não é completa, considerando o amplo universo de manifestações populares e culturais que poderiam ser trabalhadas e enquadradas na categoria, além do fato que novos eventos podem ser gerados a cada momento. EVENTOS/ACONTECIMENTOS PROGRAMADOS ANUALMENTE NOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS MUNICÍPIO

CONGRESSOS E CONVENÇÕES

FEIRAS E EXPOSIÇÕES

EVENTOS ESPORTIVOS

EVENTOS ARTÍSTICOS E CULTURAIS

EVENTOS GASTRO- NÔMICOS

EVENTOS SOCIAIS E ASSISTENCIAIS

OUTROS EVENTOS

Rio de Janeiro 10 19 53 16 - 2 6 Niterói - - 12 1 - - 1 Angra dos Reis - - 2 1 1 - 5 Paraty - - - 5 2 - 6 Cabo Frio - 1 1 1 - - 4 Resende - 1 3 1 1 - - Petrópolis - 1 1 2 1 - - Teresópolis - 2 1 1 4 - 1 C.dos Goitacazes - 1 - 1 - - 3

Fonte: Calendário de Eventos da TURISRIO 95/96/97

Nos municípios do interior do Estado, o calendário de eventos é composto basicamente pelas festas locais, padroeira e aniversário do município, com fraca corrência de congressos e convenções permanentes. Outra característica dos municípios do interior do Estado é que, a maioria dos eventos é de caráter local e ocorrem aleatoriamente, sem planejamento e sem continuidade. São eventos relacionados a manifestações populares ou a datas cívicas locais, onde o objetivo é atender aos anseios e às necessidades da população local e, quase sempre, sem intenção premeditada de atrair fluxos de demandas turísticas. Um panorama sucinto das

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manifestações folclóricas e populares dos municípios do interior do Estado é apresentado no item 1.2 Aspectos Históricos e Culturais, seção Aspectos Culturais. O Quadro Calendário dos Principais Eventos Turísticos nos Municípios do Interior do Estado, a seguir, apresenta as atividades programadas e reconhecidas pela TURISRIO como eventos periódicos.

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CALENDÁRIO DOS PRINCIPAIS EVENTOS TURÍSTICOS – INTERIOR DO ESTADO

MES REGIÃO

MUNICÍPIO

LOCALIDADE

EVENTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Armação Búzios Cine Bardot Festival Cinema C Ruas da cidade Corpus Christi - Tapetes de Sal R Arraial do Cabo Praça Castelo Branco Festival Estadual de Bandas C

Araruama Centro da cidade Corpus Christi - Tapetes de sal R Toda a cidade Semana Santa R Praça Porto Rocha Corpus Christi - Tapetes de sal R

Cabo Frio

Praia do Forte Camp.Leste Brasileiro de Snipe E Barra de S. João Festival de crustáceos G Ruas da cidade Festa N.S. da Saúde R

Casimiro de Abreu

Barra S. João Gincana Frutos do Mar e Pesca E / G

COSTA DO SOL

Rio das Ostras Praça de S.Pedro Encontro de Motocicletas E Praia do Anil Procissão Marítima R Centro Dia de Reis R Ilha Grande Festa de S. Sebastião R Centro e Ilha Grande Festa do Divino R

Angra dos Reis

Ilha Grande Festa de Santana R Praça da Matriz Enconntro de Folias de Reis R Praias e Ilhas

Jornada Estudantil /Limpeza das Águas

C

Centro Procissão Fogaréu R Centro Festa do Divino R

Festival do Camarão G Ilha do Araújo Festa de S.Pedro R Praça da Matriz Festival da Pinga G Praça da Matriz Festa N.S. dos Remédios R

COSTA VERDE

Paraty

Quilombo do Campinho Festa da Cultura Negra C (cont.)

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CALENDÁRIO DOS PRINCIPAIS EVENTOS TURÍSTICOS – INTERIOR DO ESTADO (cont.)

MÊS REGIÃO

MUNICÍPIO

LOCALIDADE

EVENTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Ipiabas Campeonato de Vôo Livre E Parque Exposições Expo. Agropecuária-Industrial A

Barra do Piraí

Parque Exposições Concurso Leiteiro A Toda a cidade Festival Inverno C

Concurso Hípico Estadual E Penedo Only Harley ? Festival de Trutas G

Itatiaia Penedo

Expo Orquídeas e Bromélias C Paraíba do Sul Parque Exposições Expo. Agropecuária-Industrial A Piraí Parque Exposições Festa Rural A Quatis Parque Exposições Expo Agropecuária A

Rio Paraíba do Sul Regata Engenharia E Vde. Mauá Festa do Pinhão G Aeroclube Mun. Camp.Bras. de Paraquedismo E

Resende

Parque Exposições Exapicor A

SERRANA A

Rio Claro Parque Exposições Expo Agropecuária A (cont.)

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CALENDÁRIO DOS PRINCIPAIS EVENTOS TURÍSTICOS – INTERIOR DO ESTADO

REGIÃO

MUNICÍPIO

LOCALIDADE

EVENTO

MÊS

Parque Exposições Encontro de Motocicletas E Parque Exposições Expo Agropecuária-Industrial A

Miguel Pereira

Parque Exposições Feira Nacional de Artesanato C Via Expressa Festival da Cerveja G Nova Friburgo Centro Festival de Trutas G

Paty do Alferes Parque Exposições Festa do Tomate A Parque Exposições Expo Agropecuária A A Petrópolis Palácio Cristal Festa Colonização Alemã C C

Rio Bonito Serra do Sambé Campeonato de Vôo Livre E Centro Encontro de Folias de Reis R Centro Festa das Colônias C Centro Festa Junina C Parque Regadas Expo. De Automóveis Antigos C Higino Hotel Chocoserra G

SERRANA B

Teresópolis

Parque Exposições Expo Agropecuária A (cont.)

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CALENDÁRIO DOS PRINCIPAIS EVENTOS TURÍSTICOS – INTERIOR DO ESTADO

(cont.) MES

REGIÃO

MUNICÍPIO

LOCALIDADE

EVENTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

C. de Macabu Parque Exposições Expo. Agropecuária-Industrial A Macaé Parque Exposições Expo. Agropecuária-Industrial A

SERRAMAR

Trajano de Moraes Parque Exposições Concurso Leiteiro de Visc.de Imbé A Santo Amaro Festa de Sto. Amaro R Praia/Farol S.Tomé Festival de Verão C C Shopping Estrada Encontro Nacional de Bicicletas E Toda a cidade Femúsica C Parque Exposições Expo Agropecuária-Industrial A

Campos dos Goytacazes

Toda a cidade Festa Sant. Salvador R Itaocara Iate Clube Festa Pesca do Dourado EA

Laje Esporte Clube Festival do Arroz A Laje do Muriaé Parque Exposições Festa do Peão Boiadeiro A

Porciúncula Morro da Torre Campeonato de Vôo Livre E

NORTE

S.Antonio Pádua Parque Exposições Expo Agropecuária-Industrial A Fonte: TURISRIO / 2000

LEGENDA Festa Religiosa R Evento Esportivo E Evento Cultural C Evento Gastronômico G Evento Agrícola A

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Em qualquer um destes casos o Estado possui um leque de eventos e de acontecimentos considerado muito vasto, sendo necessário operar uma certa articulação entre eles. Esta articulação visa uma boa distribuição temporal (ao longo de todo o ano, preenchendo cada mês de calendário) e uma melhor distribuição regional, tornando-os num fator de atratividade de diversas localidades. Objetiva ainda transformar o calendário de eventos assim construído num autêntico produto turístico (ao nível dos produtos complementares), para depois ser possível concretizar a adequada promoção junto dos operadores nacionais e internacionais. No que se refere especificamente a Feiras, Congressos e Convenções para a cidade do Rio de Janeiro, A Fundação Rio Convention & Visitors Bureau – RC&VB apresenta a seguinte estatística de eventos nacionais e internacionais realizados a partir de 1990: EVENTOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

ANO NÚMERO DE EVENTOS

NÚMERO DE PARTICIPANTES

RECEITA ESTIMADA (US$ 1000)

1990 134 112.000 100.000 1991 153 104.000 111.000 1992 130 138.000 156.000 1993 109 93.000 105.000 1994 111 90.000 84.000 1995 118 111.000 93.000 1996 148 163.000 138.000

Fonte: Rio Convention & Visitors Bureau

Segundo o RC&VB, a grande queda ocorrida em 1993 e 1994 foi causada pelo esvaziamento turístico da cidade, e a recuperação acusada a partir de 1995 é resultado das ações desenvolvidas pela entidade e seus parceiros para a recuperação da imagem do produto turístico Rio de Janeiro. O trabalho de captação de eventos vem apresentando resultados positivos nos últimos anos, através da captação junto a hotéis, operadores e empresas. O Rio é hoje a 12ª cidade do mundo em realização de eventos internacionais (1ª Saúde e 2ª Ciência e Tecnologia). Trata-se de eventos de grande porte, sendo o grupo médio de pessoas participantes de 300 pessoas. Além disto, o índice de acompanhantes registrados nos eventos no Rio é bem maior, estatisticamente, que em outros estados (22%), o que é um fator significativode grande potencial deste mercado. Um dos aspectos apontados no diagnóstico do Plano Maravilha (Plano Municipal de Turismo da Cidade do Rio de Janeiro) como responsável pela evasão de eventos de médio porte para outros centros, principalmente São Paulo, é a falta de centros de convenções e espaços para feiras e exposições, de pequeno e médio porte, nas áreas junto aos meios de hospedagem. O fechamento do Hotel Nacional deixou uma lacuna na oferta desse tipo de equipamento nesta escala no Rio de Janeiro. 5.5 ROTEIROS TURÍSTICOS COMERCIALIZADOS A falta de informações sobre este item deve-se ao fato de os operadores e agentes de viagens brasileiros não serem, explicitamente, especializados em determinados segmentos

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do mercado turístico. Ou seja, os operadores não se especializam em turismo receptivo ou emissivo, muito menos em destinos específicos. Segundo a Associação Brasileira de Agências de Viagem - ABAV, a maioria dos seus associados operam o turismo emissivo por uma série de fatores. No Estado do Rio de Janeiro, apenas um segmento muito pequeno das agências de viagens fazem turismo receptivo, o que tem implicações na comercialização do produto Rio, tanto no mercado interno como no mercado externo. Os principais roteiros comercializados no interior do Estado, segundo a ABAV-RJ, são os seguintes:

1. Itacuruçá: roteiro de um dia pelas ilhas da baía de Sepetiba; voltado quase que

exclusivamente para o turista estrangeiro que está hospedado nos hotéis da cidade do Rio de Janeiro;

2. Petrópolis: roteiro de um dia pelo centro da cidade de Petrópolis; voltado principalmente para turistas brasileiros, com uma pequena percentagem de turistas estrangeiros;

3. Angra dos Reis: tour de um dia inteiro ou fins de semana, com predominância de turistas brasileiros, com algum percentual de estrangeiros;

4. Búzios: tours de dois dias e finais de semana prolongados; público majoritariamente de brasileiros, com pequeno percentual de estrangeiros;

5. Parati: tours de dois dias e fins de semana; público predominante brasileiro, com alguma participação de estangeiros;

6. Cabo Frio: roteiro classificado pelas operadoras como popular; público exclusivamente brasileiro.

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6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS

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6 ASPECTOS INSTITUCIONAIS 6.1 PERFIL E ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS OFICIAIS DE TURISMO Órgão Federal de Turismo O Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR é o órgão federal de turismo, e foi criado como Empresa Brasileira de Turismo pelo Decreto-Lei Nº 55 de 18/11/1966. No ato de sua criação, a EMBRATUR constituiu-se sob a forma de empresa pública, vinculada ao Conselho Nacional de Turismo. Até o início dos anos 90, a EMBRATUR esteve sediada na cidade do Rio de Janeiro. A partir de sua transferência para Brasília, é mantido na cidade apenas um escritório de representação, atualmente responsável pelas ações do movimento “O Rio é de Vocês”. De acordo com a sua constituição atual, a EMBRATUR é uma autarquia especial vinculada ao Ministério do Esporte e Turismo, com sede e foro em Brasília e jurisdição em todo o território nacional, tendo por finalidade formular, coordenar, executar e fazer executar a Política Nacional do Turismo. Órgão Estadual de Turismo A Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro - TURISRIO, órgão oficial de turismo do Estado, foi criada em 12 de abril de 1960 pela Lei n.º 4.221, e tem por objetivo “promover o desenvolvimento do turismo e atividades correlatas, em estreita consonância com a política de desenvolvimento econômico e social do Estado.” (artigo 3º do Estatuto Social). Atualmente, a Companhia está vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo - SEPDET. Anteriormente, já esteve ligada ao Gabinete Civil da Governadoria do Estado, à Secretaria de Meio Ambiente e Projetos Especiais, à Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, e à Secretaria de Turismo.

A presidência da empresa é assistida pelas diretorias de planejamento e projetos, marketing, operações, administração e finanças, pela vice-presidência e pela chefia de gabinete. A TURISRIO tem como objetivo principal incentivar o desenvolvimento do turismo em todas as suas modalidades no território estadual, bem como dar consultoria técnica aos órgãos públicos municipais e à iniciativa privada no que diz respeito a capacitação e conscientização turística, organização do trade turístico do Estado, realização de eventos e controle da qualidade das atividades turísticas. Para atingir esses fins, atualmente são desenvolvidos os seguintes projetos e ações: ?? Programa de Sistematização das Informações Turísticas: elaboração do Censo Turístico

dos Municípios. ?? Programa de Apoio ao Desenvolvimento Turístico dos Municípios: visa atuar na

estruturação dos municípios, como produtos turísticos, através da realização de

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seminários de sensibilização, do estímulo à formação de conselhos municipais de turismo e de fundos municipais de turismo.

?? Programa Guia do Investidor: objetiva dotar os potenciais investidores, nacionais e internacionais, de informações sobre as áreas de investimentos e incentivos fiscais.

?? Programa de Capacitação Turística: visa melhorar a qualidade dos recursos humanos para o turismo, através de cursos de reciclagem e formação de mão de obra.

?? Programa Estadual de Conscientização Turística: busca conscientizar a população da importância da atividade turística, através de uma campanha motivacional, incluindo palestras, intercâmbio entre comunidade anfitriã e turistas, e percepção do potencial turístico da referida localidade.

?? Programa de Participação em Feiras e Eventos Nacionais e Internacionais: objetiva divulgar e promover o produto turístico do Estado nos principais eventos profissionais.

?? Projeto Cabral 2.000: implantação de um programa informatizado com todas as informações de interesse turístico do Estado, desde atrativos turísticos até informações do guia do investidor. Será vialibizado em forma de cd-rom e programa interativo (internet).

A TURISRIO vem trabalhando de forma articulada com os diversos segmentos do setor turístico, de forma a otimizar e sistematizar os esforços para a recuperação e consolidação do produto turístico do Estado do Rio de Janeiro nos mercados nacional e internacional. A Situação nos Municípios O reconhecimento do turismo como atividade econômica, e o seu tratamento como matéria de interesse de estudos científicos, ainda não é aceito por todas as áreas interessadas no seu desenvolvimento no Brasil, o que exige um grande esforço para a conscientização de todos os envolvidos. Neste contexto, se destaca a iniciativa de constituição do Fórum Estadual de Secretários Municipais de Turismo, em via de organização, que estabelece um importante elo de ligação e articulação entre o governo estadual e os municípios. O governo federal e os estaduais vêm implementando programas em parceria com municípios e outras entidades públicas e privadas, objetivando sanar alguns dos principais fatores responsáveis pela baixa posição de nosso país na classificação mundial do turismo e também no mercado interno. Esses esforços se refletem em pequenos resultados, uma vez que as principais decisões e iniciativas para aumentar o consumo do produto turístico estão atreladas à autonomia municipal, assim cabendo a eles a gestão do setor. Dos 1.570 municípios considerados turísticos pela EMBRATUR, poucos possuem uma estrutura organizada e desenvolvida de preservação e manutenção de atrativos turísticos públicos, postos de informação turística, sinalização turística, organização urbana, calendário de eventos, normas de competência municipal, recursos humanos qualificados etc. Nessa ótica, e considerando o grande número de municípios emancipados e ainda não organizados, a estrutura hoje presente nos organismos oficiais do interior do Estado do Rio de Janeiro impede a viabilização e promoção do grande potencial turístico que nos foi destinado pela natureza e pela riqueza da cultura de nossa gente. Apenas 19% dos municípios do Estado possuem um órgão exclusivamente voltado para a gestão da atividade turística local. Nos demais municípios, essa gestão está inserida ora em órgãos da área econômica (17%), ora em órgãos da área social (56%), ou então dentro da

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estrutura do próprio gabinete do prefeito municipal (4%). Apenas os municípios de Nilópolis, Queimados e São José do Vale do Rio Preto não possuem nenhum órgão responsável pelo turismo, conforme apresentado no quadro abaixo. No entanto, a preocupação em orientar o turismo dentro de seu setor, que é eminentemente de serviços, e entregar a sua gestão a um órgão de turismo autônomo, não basta para garantir um impacto positivo na economia municipal. São várias as necessidades do setor que devem ser observadas. Uma análise do pessoal ocupado nos organismos municipais aponta para a falta de qualificação adequada e para o pequeno número de funcionários para levar a contento o desenvolvimento de ações que vençam os vários obstáculos responsáveis pela estagnação do turismo. Soma-se a estes fatores a grande rotatividade de mão-de-obra, inclusive dos administradores. Essa realidade inviabiliza, muitas vezes, a implantação de programas estaduais e federais, até os de curto prazo, mesmo os que objetivam corrigir essas distorções. Contudo, há uma boa receptividade por alguns municípios quanto às orientações gerais visando a organização do turismo no âmbito municipal. Podemos observar nos quadros a seguir os dados colhidos na Pesquisa do Potencial Turístico - 1997, realizada pela TURISRIO, quando responderam à pesquisa 56 municípios. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE TURISMO POR SETOR DE ATIVIDADES

ESTRUTURA SETORIAL DOS ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE TURISMO

Setor Turístico Autônomo

Outros Setores Econômicos

Setores Sociais

Setor Misto Outros TOTAL

REGIÕES

TURÍSTICAS

TOTAL % TOTAL % TOTAL % Total % Total % TOTAL 17 19,32 15 17,04 50 56,83 2 2,27 4 4,54 88 Costa do Sol 3 30,00 2 20,00 4 40,00 1 10,00 - - 10 Costa Verde - - 1 33,33 2 66,67 - - - - 3 Metropolitana 2 13,33 2 13,33 11 73,34 - - - - 15 Norte 3 15,79 2 10,53 13 68,42 - - 1 5,26 19 Serramar 3 23,07 1 7,69 7 53,86 - - 2 15,38 13 Serrana A 3 15,80 4 21,05 10 52,63 1 5,26 1 5,26 19 Serrana B 3 33.33 3 33,33 3 33,33 - - - - 9

*Não inclui os municípios de Nilópolis, Queimados e São José do Rio Preto

Fonte: Central de Informações Turísticas TURISRIO/97, questionário de Potencial Turístico TURISRIO/97 e contatos

diretos com os Municípios em 1997.

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ORGANIZAÇÃO DO TURISMO NO ÂMBITO MUNICIPAL

Organismos de Turismo REGIÕES TURÍSTICAS

Conselho Turístico

Fundo Turístico Públicos Privados Mistos

Postos de

Informação

Calendário de

Eventos

Divulgação &

Promoção Total 9 6 1 8 2 27 28 48 Costa do Sol 2 - - 3 1 6 7 10 Costa verde 1 2 - -0 - 2 1 3 Metropolitana 1 1 - 1 - 3 3 7 Norte 2 - - - 1 4 4 8 Serramar 1 1 - 1 - 3 3 7 Serrana A - - 1 - - 3 4 4 Serrana B 2 2 - 3 - 6 6 9

*Não inclui os municípios de Nilópolis, Queimados e São José do Rio Preto

Fonte: Central de Informações Turísticas TURISRIO/97, questionário de Potencial Turístico TURISRIO/97 e contatos

diretos com os Municípios em 1997.

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6.2 ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO TURÍSTICA E AMBIENTAL A primeira definição de uma política nacional de turismo deu-se através do Decreto-Lei nº 55, de 18 de novembro de 1966. Antes disso, havia apenas algumas normas legais soltas e descoordenadas. A atual Constituição Federal estabelece em seu Título VII - da Ordem Econômica, os princípios gerais da atividade econômica e, em seu artigo 180, cita pela primeira vez o turismo:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico”. Entretanto, seja na esfera federal, seja na estadual, o setor de turismo não possui uma legislação consolidada e coerente, que defina explicitamente a política, as diretrizes e as regras para o desenvolvimento da atividade. O que existe atualmente são leis, decretos-lei, resoluções e deliberações normativas esparsas, tratando de assuntos específicos e nem sempre coerentes entre si. No nível federal, apenas a legislação referente ao funcionamento e à fiscalização das empresas prestadoras de serviços turísticos encontra-se razoavelmente estruturada, passando por um processo de atualização e de consolidação, para sanar algumas divergências e preencher algumas lacunas. A legislação do Estado do Rio de Janeiro referente ao setor de turismo praticamente não existe. As poucas leis ainda em vigor tratam de casos específicos e não mantém qualquer ligação entre si, como mostra o quatro analítico a seguir. A Constituição Estadual vigente, no Capítulo II - da Política Industrial, Comercial e de Serviços, prevê, no seu artigo 227, como função do Estado a promoção e o incentivo ao turismo, como fator de desenvolvimento econômico e social. O Parágrafo 1º do mesmo artigo prevê que o Estado deverá definir a política estadual de turismo, enquanto o parágrafo 2º estabelece como instrumento de intervenção do Estado no setor o Plano Diretor de Turismo que, por sua vez, definirá as ações de planejamento, promoção e execução da referida política estadual do setor. Na esfera dos municípios, encontramos atualmente um movimento no sentido do estabelecimento de instrumentos jurídicos legais para o setor de turismo. A divulgação e a implantação, pela EMBRATUR, do PNMT - Programa Nacional de Municipalização do Turismo, vem incentivando a descentralização da gestão da atividade turística, fazendo surgir a necessidade de legislação municipal de turismo. A municipalização da gestão da atividade turística está levando os municípios a criarem legislação para a criação de conselhos e fundos municipais de turismo, para a definição de incentivos fiscais para o setor, e para a definição das políticas municipais de turismo, esta última através da elaboração dos planos municipais de turismo. Esse movimento no sentido da municipalização da gestão do turismo iniciou-se em 1994, e vem se desenvolvendo lentamente no Estado. O quadro abaixo mostra que ainda é muito pequeno o número de municípios do Estado que já estão com suas legislação municipal de turismo em vigor:

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LEGISLAÇÃO MUNICIPAL DE TURISMO Número de Municípios com Legislação Relativa ao Turismo, por Região

NÚMERO DE MUNICÍPIOS COM LEGISLAÇÃO RELATIVA AO TURISMO

REGIÃO Plano Diretor

Municipal Plano Municipal

de Turismo Uso e Ocupação

do Solo Incentivos Fiscais

p/ Turismo ESTADO 24 9 25 14 Metropolitana 6 4 6 3 Costa Verde 2 0 2 0 Costa do Sol 4 1 2 3 Serrana A 6 1 4 3 Serrana B 2 1 3 2 Serramar 1 0 3 1 Norte 3 2 5 2

Fonte: TURISRIO pesquisa junto aos órgãos municipais de turismo/Abril de 1998

6.2.1 Regulamentação da Atividade Turística Ao ser analisada a regulamentação da atividade turística, observa-se a ausência de um sistema hierarquizado de legislação, o que traz sérias implicações, particularmente sobre o turismo. Observa-se que não há uma continuidade no procedimento normativo e regulador no sentido de controlar o cumprimento das exigências estabelecidas na legislação. Toda empresa turística é obrigada, por lei, ao registro na EMBRATUR, o que deve ser feito, atualmente, por delegação de atividade, através de convênio, na TURISRIO. Entretanto, as secretarias de fazenda municipais não exigem o registro da EMBRATUR, definido em lei federal, para a concessão de alvará de funcionamento de serviços turísticos. No que se refere às agências de viagem, o registro é respeitado, uma vez que as instituições importantes para o funcionamento da atividade, como ABAV, International Air Transport Association – IATA e Sindicato nacional de Empresas Aéreas - SNEA), exigem o cadastro na EMBRATUR para que a empresa possa operar. Também no que se refere ao câmbio, o registro é obrigatório por exigência de convênio entre o Banco Central – BACEN e a EMBRATUR. Com relação à classificação dos meios de hospedagem, a matriz atual é inadequada à realidade do mercado, devido a uma série de exigências difíceis de serem cumpridas no atual estágio de organização dos serviços turísticos no país. Existe uma proposta de auto classificação da Associação Brasileira da Industria de Hotéis - ABIH (com utilização de asteriscos equivalentes às estrelas) não considerada pela EMBRATUR, existindo uma deliberação negativa sobre o tema e uma parecer do Superior Tribunal Federal - STF, contrário à sua utilização. No quadro a seguir, é apresentada uma síntese da legislação relativa a cada tipo de atividade e serviço turístico.

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ATIVIDADES E SERVIÇOS TURÍSTICOS – LEGISLAÇÃO FEDERAL

ATIVIDADE

SERVIÇO

DEFINIÇÃO

LEGISLAÇÃO

MEIOS DE HOSPEDAGEM Empreendimentos ou estabelecimentos destinados a prestar serviços de hospedagem e, aposentos mobiliados e equipados, alimentação e outros necessários aos usuários.

Lei n° 6.505/77 Decreto n° 84.910/80 Decreto-Lei n° 2.294/86 Delib. Norm. N° 387/98 (Regul. Dos Meios de Hospedagem)

Hotéis(*) Albergues Pousadas Hospedarias Motéis Outros similares

(*) Hotéis-residência equiparam-se a hotéis de turismo, para fins de incentivos, benefícios e condições gerais de funcionamento.

RESTAURANTES DE TURISMO Estabelecimentos destinados à prestação de serviços de alimentação e que, por suas condições de localização ou tipicidade, possam ser considerados de interesse turístico.

Lei n° 6.505/77 Decreto n° 84.910/80 Decreto-Lei n° 2.294/86

ACAMPAMENTOS TURÍSTICOS Áreas especialmente preparadas para a montagem de barracas e o estacionamento de reboques habitáveis (“trailers”), ou equipamento similar, dispondo, ainda de instalações, equipamentos e serviços específicos para facilitar a permanência dos usuários ao ar livre.

Lei n° 6.505/77 Decreto n° 84.910/80 Decreto-Lei n° 2.294/86

AGÊNCIAS DE TURISMO Agência de Viagens e Turismo Agência de Viagens

Sociedade que tenha por objetivo social, exclusivamente, as atividades de turismo: Venda ou intermediação de passagens; reserva de acomodações; assistência especializada ao turista; operação de viagens e excursões; representação de empresas transportadoras, de hospedagem e outras. Pode ainda, sem caráter privativo, realizar operações de câmbio manual.

Lei n° 6.505/77 Decreto n° 84.934/80 Decreto-Lei n° 2.294/86

TRANSPORTADORAS TURÍSTICAS Transporte turístico de superfície é o serviço prestado com a finalidade de lucro de pessoas por via terrestre e hidrovias, em veículos terrestres ou embarcações, para o fim de realização de excursões e outras programações turísticas.

Lei n° 6.505/77 Decreto-Lei n° 87.348/82 (Regulamenta a Lei n° 6.505/77 e estabelece as condições) Decreto-Lei n° 2.294/86

(cont.)

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ATIVIDADES E SERVIÇOS TURÍSTICOS – LEGISLAÇÃO FEDERAL (continuação)

ATIVIDADE

SERVIÇO

DEFINIÇÃO

LEGISLAÇÃO

EMPRESAS prestadores de serviços a turistas e viajantes, ou a outras atividades turísticas

Lei n° 6.505/77 Decreto-Lei n° 2.294/86

OUTRAS ENTIDADES com atividades reconhecidas pelo poder executivo como de interesse para o turismo

Lei n° 6.505/77 Decreto-Lei n° 2.294/86

EMPRESAS prestadoras de serviços para Organização de Congressos, Convenções, Seminários e Eventos congêneres

Decreto n° 89.707/84 Resol. Norm. CNTUR n° 14/84 Decreto-Lei n° 2.294/86

GUIAS DE TURISMO Profissional que, devidamente registrado na EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

Legislação Específica Lei n° 8.623/93 / Decreto n° 946/93 Delib. Norm. n° 256/89 Delib. Norm. n° 325/94 Delib. Norm. n° 377/97

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LEGISLAÇÃO TURÍSTICA FEDERAL

LEGISLAÇÃO

EMENTA

REGULAMENTAÇÃO

OBSERVAÇÕES

Decreto-Lei 1.191/71 Dispõe sobre os incentivos fiscais ao turismo e cria o FUNGETUR - Fundo Geral de Turismo

Decreto-Lei 1.439/75

Lei 6.505/77 Dispõe sobre as atividades e serviços turísticos, estabelece condições para seu funcionamento e fiscalização

Decreto 87.348/82 Decreto 84.910/80

Lei 6.513/77 Dispõe sobre a ordenação do patrimônio turístico nacional e criação de áreas especiais e de locais de interesse turístico

Decreto 86.176/81 A Embratur está realizando estudos visando a revogação integral desta lei

Decreto 84.910/80 Regulamenta os dispositivos da Lei 6.505/77, referentes aos meios de hospedagem de turismo e acampamento turísticos (campings)

Decreto 84.934/80 Dispõe sobre as atividades e serviços das agências de turismo, regulamenta o seu registro e funcionamento

Decreto 87.348/82 Regulamenta a Lei 6.505/77 e estabelece as condições em que serão prestados os serviços de transporte turístico de superfície

Decreto 89.707/84 Dispõe sobre empresas prestadoras de serviços de organização de congressos, convenções, seminários e eventos congêneres

Decreto-Lei 2.294/86 Dispõe sobre o exercício e a exploração de atividades e serviços turísticos

Lei 8.181/91 Dá nova denominação à Empresa Brasileira de Turismo - EMBRATUR e dá outras providências

Revogou o Decreto-Lei 55/66, o inciso 2º do art.11 do Decreto-Lei 1.191/71;, o inciso 2º do art.5 e o art.9 da Lei 6.505/77, o parágrafo único do art.1º do Decreto-Lei 2.294/86

Decreto 448/92 Regulamenta dispositivos da Lei 8.181/91, dispõe sobre a Política Nacional de Turismo

Lei 8.623/93 Dispõe sobre a profissão de Guia de Turismo Decreto 946/93 Fonte: EMBRATUR

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LEGISLAÇÃO TURÍSTICA ESTADUAL

LEGISLAÇÃO

EMENTA

REGULAMENTAÇÃ

O

OBSERVAÇÕES

Lei 4.221/60 Constitui a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro Lei 5.598/65 Declara Estância Hidromineral o município de Santo Antônio de Pádua Lei 5.619/65 Considera Estância Hidromineral a localidade de Raposo, em Itaperuna Lei 5.777/66 Considera Estância Hidromineral a localidade de Areal, em Itaboraí Lei 021/76 Autoriza o poder executivo a instalar postos de policiamento nos

principais pontos turísticos do Estado Os referidos postos ficam subordinados às delegacias distritais da

jurisdição onde forem instalados Lei 031/76 Autoriza o poder executivo a instalar postos de informações nos principais

pontos turísticos do Estado Caberá à (então) Flumitur indicar os pontos turísticos onde serão

instalados postos Lei 082/76 Autoriza a criação da Sociedade Centro Internacional Riotur S/A/A Lei Complementar 024/81 Altera o Capítulo VI da Lei Complementar nº 1 “Das Estâncias Turísticas” Estabelece os critérios mínimos para um município ser declarado

Estância Turística e as equipara às Estâncias Hidrominerais Lei 818/84 Declara o município de Vassouras como Estância Turística

Lei 819/84 Declara os municípios de Petrópolis, Araruama, Nova Friburgo, Cabo Frio, Saquarema, S. Pedro da Aldeia e Maricá como Estâncias Turísticas

Lei 866/86 Declara o município de Cambuci como Estância Turística

Lei 921/86 Dispõe sobre a instituição dos atrativos e áreas estaduais de interesse turísticos

Modificada pela Lei 1.130/86

Lei 1.130/86 Define Áreas de Interesse Especial do Estado e dispõe sobre anuência prévia a projetos de parcelamento do solo

Dec. 9760/87 Define diversas categorias de áreas de interesse especial do Estado no Art. 4º (Lei) Localiza e delimita áreas de interesse especial do Estado (Dec.) Define normas específicas para parcelamento nos Artigos 19, 15 e 18 e nos Artigos 19 e 20 para parcelamento em áreas limítrofes do município e com mais de 1000.000 m². (Dec.)

Lei 1203/87 Declara o município de Paraty como Estância Turística

Lei 1.244/87 Declara o município de Miguel Pereira como Estância Turística Lei 2.448/95 Dispõe sobre a atividade turística no Estado Institui a promoção de cursos de aprimoramento de guias de

turismo pelos órgãos e entidades oficiais de turismo do Estado Fonte: Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro/TURISRIO

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6.2.2 Legislação de Proteção aos Atrativos Turísticos Atrativos e recursos turísticos constituem um conjunto de elementos que compõe a paisagem e as ambiências, numa acepção bastante ampla destes termos, de determinados lugares, sítios ou regiões. No tocante especificamente à ordenação do espaço e do patrimônio turístico nacional, é importante citar a Lei nº 6.513/97 que se encontra em vigor, mesmo não tendo sido aplicada diretamente ao território do Estado do Rio de Janeiro. Segundo informações de técnicos da EMBRATUR, estão sendo realizados estudos para justificar a sua revogação, o que constituirá uma carência nesta área estratégica para o desenvolvimento turístico do país. No entanto, a ausência de um conjunto específico de leis, que disponha sobre a organização e proteção do espaço turístico e de seus recursos e atrativos, não significa uma lacuna no âmbito institucional quanto à proteção destes recursos. Tanto na esfera federal, quanto na esfera estadual, os recursos turísticos são alcançados por um instrumental legislativo que dispõe sobre a proteção ambiental e a proteção cultural, constituindo um extenso e sistemático conjunto de definições e normas, de padrões diferenciados de proteção, que traduzem uma visão de desenvolvimento sustentado e equilibrado. As limitações relativas a proteção dos recursos turísticos está assim muito mais relacionada a ausência de divulgação, de compreensão e de fiscalização na aplicação dessas leis No âmbito estadual, destaca a Lei 1.130 de 1986, citada no quadro anterior, que estabelece normas relativas ao parcelamento do solo e dispõe especificamente sobre a definição de Áreas Especiais de Interesse Turístico. Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto 9.760 de 1987, que além de delimitar estas áreas, indica normas gerais de ocupação e uso do solo. Também aqui se registra uma lacuna no que se refere a sua aplicabilidade, uma vez que na há uma definição do órgão da estrutura administrativa estadual que dará a anuência prévia indicada. Os quadros a seguir oferecem uma dimensão do arcabouço legislativo que se aplica ao território estadual. Não foi levantada, para efeito deste trabalho, a legislação municipal aplicável à matéria.

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LEGISLAÇÃO FEDERAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Legislação Federal

Ementa Alterações Regulamentação Observações

Dec. 24643/34 Código de águas Título III Desapropriação Art. 32 - As águas públicas de uso comum ou patrimoniais dos Estados ou dos Municípios, bem como águas comuns e as particulares e respectivos alvéolos e margens podem ser desapropriadas por necessidade ou por utilidade pública: a) todas elas pela União b) as do Município e as particulares, pelo Estado c) as particulares pelo Município.

Dec.-Lei 25/37 Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional

Cria os livros de tombos onde estão inscritos os bens tombados. Um bem é considerado tombado a partir de sua inscrição em um dos quatro livros, a saber: Belas Artes; Artes Aplicadas; Arqueológico, Etnográfico, Paisagístico; Histórico.

Dec.-Lei 852/38 Mantem com modificações o Decreto 24.643, que estabelece o Código de Águas

Art. 6º - O aproveitamento das quedas d'água só poderá ser concedido a brasileiro ou a Estados e Municípios. Art. 23 - A energia elétrica obtida será produzida para ser fornecida no território brasileiro sob a forma de corrente trifásica § 4º - O disposto deste artigo só admite exceções nos casos de usinas para uso exclusivo do autorizado e para indústrias especiais.

Lei 3924/61 Dispõe sobre Jazidas e Monumentos Arqueológicos e Pré-Históricos assim como objetos neles incorporados

Estabelece que são proibidos em todo o território nacional o aproveitamento econômico, a destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas arqueológicas ou pré-históricas conhecidas como sambaquis, casqueiros, concheiros e sernambis, assim como dos sítios nos quais se encontram vestígios de ocupação pelos paleoameríndios tais como grutas, lapas e abrigos sob rochas.

Lei 4771/65 Institui o novo Código Florestal

Lei 7803/89 Lei 7875/89

Dec. 97628/89 Dec. 97635/89

Lei 7803/89 e Lei 7875/89 tratam de modificações e inclusões no Código Florestal, principalmente no art. 2º referente às áreas de preservação permanente.

Lei 6513/77 Dispõe sobre a criação de áreas especiais e locais de interesse turístico

Dec. 86176/82 A criação prevista dessas unidades se daria, respectivamente, por Decreto e Resolução do extinto CNTUR.

Lei 6766/79 Lei de Parcelamento do Solo Urbano

Estabelece normas gerais de parcelamento do solo e define atribuições do Estado na definição de Áreas de Interesse Especial e de anuência prévia à aprovação de projetos de parcelamento do solo urbano.

Dec. 84017/79 Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros

Art. 1º - Consideram-se Parques Nacionais as áreas geográficas extensas e delimitadas, dotadas de atributos naturais excepcionais, objeto de preservação permanente, submetidas à condição de inalienabilidade e indisponibilidade no seu todo.

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LEGISLAÇÃO FEDERAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (continuação)

Legislação Federal

Ementa Alterações Regulamentação Observações

Lei 6902/81 Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental

Art. 1º - Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossistemas brasileiros, destinados à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia, a proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação conservacionista. Art. 2º - As Estações Ecológicas serão criadas pela União, Estados e Municípios, em terras de seus domínios, definidos, no ato de criação, seus limites geográficos e a região responsável pela sua administração.

Lei 6938/81 Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação

Lei 7804/89 Lei 8028/90 Dec.99274/90

Art. 9º - Define como instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: VI - A criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental, área de relevante interesse ecológico pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal. Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimento e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetivamente poluidoras, bem como os capazes de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento do órgão estadual competente e do IBAMA. Art. 18º - São transformadas em reservas ecológicas as florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionados no Art. 2º, da Lei 471 de 15/9/65 - Código Florestal. Dec. 99274/90: Título II Art. 25 - Estações Ecológicas §§ Para execução de obras de engenharia que possam operar as estações ecológicas, será obrigatório a audiência prévia do CONAMA. Cap. II - APA - Os proprietários de terras abrangidas pelas APAs poderão mencionar os nomes destas nas placas indicadoras de propriedade, na promoção de atividade turística, bem assim na indicação de procedência dos produtos nela originados.

Dec. 89336/84 Dispõe sobre as Reservas Ecológicas e Áreas de Relevante Interesse Ecológico

Art. 1º - São consideradas Reservas Ecológicas as áreas de preservação permanente mencionadas no Art. 18º da Lei 6938 de 31/8/81, bem como as que forem estabelecidas por Ato do Poder Público. Art. 3º - A proteção das Reservas Ecológicas tem por finalidade manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas de modo a compatibilizá-lo com os objetivos da conservação ambiental. Art. 5º - Nas Reservas Ecológicas e nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico declaradas pelos Estados e Municípios poderão ser estabelecidas normas e critérios complementares aos determinados pelo CONAMA, os quais serão considerados como exigências mínimas.

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LEGISLAÇÃO FEDERAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (continuação)

Legislação Federal

Ementa Alterações Regulamentação Observações

Lei 7661/88 Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

Art. 3º - O PNGC deverá prever o zoneamento de usos e atividades na zona costeira e dar prioridade à conservação e proteção de recursos naturais, sítios ecológicos, monumentos que integrem o patrimônio natural, histórico, paleontológico, espeleológico, arqueológico, étnico, cultural e paisagístico. Art. 5º §§ 2º - Normas e diretrizes sobre o uso do solo, do subsolo e das águas, bem como limitações à utilização de imóveis poderão ser estabelecidos nos planos de Gerenciamento Costeiro Nacional, Estadual e Municipal prevalecendo as disposições de natureza mais restritiva. Obs: Segundo o livro Direito Ambiental Brasileiro de Paulo Afonso L. Machado, faltou à lei 7.661/88 um posicionamento explícito sobre questões complexas como exploração do solo e do subsolo, construção de estradas, instalação de polos petroquímicos e cloroquímicos, lançamento de emissário de esgoto doméstico e de efluentes industriais. (pg. 460) Capítulo VI - Art. 58 - A administração pública respectivamente poderá repor incontinenti no seu antigo estado, as águas públicas, bem como seu leito e margem ocupados por particulares ou mesmo pelos estados ou municípios. Título III - Capítulo II - Art. 8º - Águas Comuns: O proprietário ribeirinho tem o direito de fazer na margem ou no alvo da corrente as obras necessárias ao uso das águas. Título VI - Águas Nocivas - Art. 110 - Os trabalhos para a salubridade das águas serão executados à custa dos infratores que, além da responsabilidade criminal responderão pelas perdas e danos que causarem e pelas multas que lhes fossem impostas nos regulamentos administrativos. Livro III - Título I - Cap. II - Art. 148 - Propriedade das Quedas D'Agua - Ao proprietário da queda d'agua é assegurada a preferência na autorização ou concessão para aproveitamento industrial de sua energia ou coparticipação razoável estipulada neste código nos lucros da exploração que por outrem for feita. Livro III - Título II - Cap. I - Art.165. - Revertem para a União, Estados ou Municípios todas as obras de captação, de regularização ou de derivação, principais e acessórias, ou canais adutores d'água, condutos forçados e canais de descarga e ou de fuga, bem como a maquinaria para produção e transformação da energia e linhas de transmissão e distribuição.

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LEGISLAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Legislação Estadual

Ementa Alterações Regulamentação Observações

Lei 650/83 Dispõe sobre a Política Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres

Dispõe que o Executivo estabelecerá a política estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres, tendo por objetivo a definição de normas de proteção, conservação e fiscalização dos lagos, estuários, canais e cursos d'água.

Lei 1130/87 Define Áreas de Interesse Especial do Estado e dispõe sobre anuência prévia a projetos de parcelamento do solo para fins urbanos

Dec. 9760/87 Define diversas categorias de áreas de interesse especial do Estado no Art. 3(º (Lei) Localiza e delimita áreas de interesse especial do Estado (Decreto). Define normas específicas para parcelamento nos Artigos 19, 15 e 18 e nos Artigos 19 e 20 para parcelamento em áreas limítrofes do município e com mais de 1.000.000 m². (Decreto)

Lei 1356/88 Dispõe sobre os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos Estudos de Impacto Ambiental

DZ 1839.R-0 Diretriz para o Licenciamento de Estruturas de Apoio a Embarcações de Pequeno e Médio Porte

Constituição do Estado/89

Título VII da Ordem Econômica, Financeira e do Meio Ambiente Cap. III da Política Urbana, Cap V da Política Agrária, Cap. VI da Política Agrícola, Cap. VII da Política Pesqueira, Cap. VIII do Meio Ambiente.

Resolução SEDUR 054/91

Aprova normas Para exame e anuência prévia à aprovação de projetos de parcelamento do solo no Estado do Rio de Janeiro. Art. 258 VI - Apoiar o reflorestamento econômico integrado com essencias diversificadas em áreas ecologicamente adequadas, visando suprir a demanda de matérias-primas de origem vegetal. Art. 265 - São áreas de preservação permanente - "Incisos I, II, III, IV, V e VI" - referem-se a: manguezais,lagos, lagunas, áreas estuarinas, praias, vegetação de restingas quando fixadora de dunas, costões rochosos; as nascentes e as faixas marginais aos corpos d'água; as áreas que abrigam exemplares raros ou ameaçados de extinção (flora e fauna); as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico, etc. Art. 266 - São áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes, preservados os seus atributos essenciais: I - As coberturas florestais nativas II - A zona costeira

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QUADRO SÍNTESE DA LEGISLAÇÃO DE TOMBAMENTO

Tombamento Ementa Observações

Dec. 58077/66 Converte em Monumento Nacional o Município de Parati

Estabelece a aplicação de regime excepcional de proteção aos terrenos compreendidos no círculo de 5km de raio que tem como centro a interseção dos eixos da Pça. Monsenhor Hélio e da rua Marechal Santos Dias e prevê a adoção do plano urbanístico adequado à preservação do acervo arquitetônico e natural do sítio histórico e ao desenvolvimento e a valorização da cidade e do território municipal.

Tombamentos Federais

Inscrições nº 441 e 510/74 do Livro de Tombo

Tombamento de Parati no Livro das Belas Artes – fls. 82 e 83 e no Livro Arqueológico, etnográfico e Paisagístico

Inscreve o município de Parati no Livro de Tombo das Belas Artes e Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico e define que todos os projetos de ocupação no município são analisados pelo IBPC.

Inscrições nº17 e63/58 no Livro de Tombo

Tombamento de Parati no Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e fls. 4 e 14 e Livro das Belas Artes

Inscreve no instituto do tombamento o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico (Bairro Histórico, e Santa Casa) e também as Igrejas, da sede de Parati.

Tombamentos Estaduais

INEPAC - Edital de06.03.91 - (D.O. 06.03.91)

Tombamento da Serra do Mar/Mata Atlântica

Edital de 6/3/91 - INEPAC (D.O. 6/3/91) Fundamentado nos termos do inciso II, art. 5º do Decreto nº 5808 de 13/7/82, declara o Tombamento Provisório das áreas integrantes do Sistema Orográfico Serra do Mar-Mata Atlântica nos Municípios de Parati, etc. Contém Memorial Descritivo e Diretrizes do Tombamento.

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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL (UC) / Tutelas : Estadual(**) e Federal(***)

Região Metropolitana Unidades de Conservação Legislação/Tutela Rio de Janeiro Ponta do Arpoador e de Copacabana** Tomb.Def.06/09/89 / INEPAC Pontal de Sernambetiba, Morros Dois Irmãos, Rangel, Cantagalo, Amorim,

Portela e Pedra da Baleia** Tomb.Def.28/01/83 / INEPAC

Morro do Pão de Açucar e Urca*** Tomb 08/08/73 / IPHAN Morro do Urubu** Proc.E03/300 257/72 – GB / INEPAC Pedra da Panela** Proc.E03/300 021/69 – GB / INEPAC Pedra de Itapuã** Proc.E03/300 235/68 – GB / INEPAC Pedra de Itaúna** Proc.E03/300 258/72 – GB / INEPAC Praia de Grumari** Tomb.Def. 11/04/85 e Tomb.Def. 11/05/87 / INEPAC Parna Da Tijuca*** Dec.50.923 E N°60.183 de 08/02/67 / IBAMA Parque Estadual da Pedra Branca** Lei 2.377 de 28/06/74 / IEF Parque Estadual da Serra de Madureira/Medanha** Proc. E07/300323/92 / IEF Parque Laje** Proc.E03/300 290/65 – GB / INEPAC Parque da Gávea (Cidade)** Proc.E03/300 543/65 – GB / NEPAC Parque Estadual da Chacrinha** Decr. 2.853 de 22/05/69 IEF Jardim Botânico*** Proc.101- 38157/38 de 30/05/38 / IPHAN Recanto do Trovador (Antigo Jardim Zoológico)** Proc.E03/300 021/69 – GB / INEPAC APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 de 12/07/88 / IEF ARIE do Arquipélago das Cagarras*** Res.CONAMA 11 de 14/09/89 Reserva Florestal do Grajaú** Dec.1.921/78 / IEF Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba** Dec.7.549/74 e Dec.54.015 / IEF Floresta Protetora da União*** IBAMA RPPN Ceflusme e Res. Ce. Metodista Ana Gonzaga*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA Niterói Pedra do Índio, Itapuca e dos Cardos** Tomb.Prov.19/06/85 / INEPAC Ilha da Menina, da Mãe e do Pai e Canto. Sul. da Praia de Itaipú** Tomb.Def. 11/05/87 / INEPAC APP Parque da Serra da Tiririca**. Lei 1.901 de 29/11/91 / IEF RPPN Gleba o Saquinho de Itapirapuã*** Dec. 1.922 de 05/06/96 / IBAMA Itaguaí FLONA Mario Xavier*** Dec. 93.369 de 89 / Ibama RPPN Sítio Poranga e Sítio Angaba*** Dec. 1.922 de 05/06/96 IBAMA

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Região Metropolitana Unidades de Conservação Legislação/Tutela Duque de Caxias Tomb. dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC APA de Petrópolis*** Decr.87.561 de 13/09/82 e Decr.527 de 20/05/92 / IBAMA REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA Nilópolis APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 de 12/07/88 / IEF Nova Iguaçu APA Gericinó-Mendanha** Lei 1.331 de 12/07/88 / IEF Parque Estadual da Serra de Madureira/Medanha Proc. E07/300323/92 / IEF REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA Magé Tomb. dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC APA de Petrópolis*** Dec.87.561 de 13/09/82 E Dec.527 de 20/05/92 / IBAMA APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA RPPN Reserva Querência*** Dec.922 de 05/06/96 / IBAMA São Gonçalo APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA Seropédica FLONA Mario Xavier*** Dec.93.369/86 / IBAMA Guapimirim APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA Itaboraí APA de Guapimirim*** Dec.90.225 de 25/09/84 / IBAMA RPPN Faz. Arco Iris, Granja Redenção, Sítio Santa Fé e Cach. Grande*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA

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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL (UC) / Tutelas : Estadual(**) e Federal(***) (continuação)

Região Costa Verde Unidades de Conservação Legislação/Tutela Angra Dos Reis Tomb. da Área Índigena Guarani Do Bracuí**. Tomb. Prov. D.O.14/04/91 / INEPAC Tomb. da Ilha Grande** Res. 29 de 14/10/87 Tomb.Def. 09/11/87 / INEPAC Tomb. da Ilha do Morcego*** 317 – T-42 / SPHAN APA de Tamoios** Dec. 9.452 e 05/12/86 / FEEMA REBIO da Praia do Sul** Dec 4.972 de 02/12/81 / FEEMA EE de Tamoios*** Dec. 98.864 de 23/01/90 / IBAMA EE Federal*** Dec. 84.873 de 29/07/80 / IBAMA PARNA da Serra da Bocaina***. Dec. 68.172 de 04/02/71 e Dec. 70.694 de 08/06/72 / IBAMA Parque Estadual Marinho do Aventureiro** Dec. 15.983 de 27/11/90 Parque Estadual da Ilha Grande**. Dec. 15.273 de 28/06/71, 16.067 de 73 E 2.062 de 78 / IEF RPPN Gleba o Saquinho de Itapirapuã*** Dec. 1.922 de 05/06/96 / IBAMA Magaratiba APA de Mangaratiba** Dec. 9.802 de 9.802 de 12/03/87 / FEEMA RPPN de Rio das Pedras e Fazenda Cachoeirinha*** Dec. 1.922 de 05/06/96 IBAMA Parati Tomb. do Município de Parati*** Livro de Tombos Df 58.077/66 / IPHAN Ponta da Trindade e da Fazenda, Enseadas do Sono, Pouso e Parati Mirim, Praias Pt. Caju,

Grande e Tarituba, Ilhas de Itaoca, Araújo e das Almas, Saco e Mang. de Mamanguá **. Tomb.Def. 11/05/87 INEPAC

APA de Cairuçu*** Dec.89.242 de 27/12/83 / IBAMA PARNA da Serra da Bocaina*** Dec.68.172 de 04/02/71 e Dec. 70.694 de 08/06/72 / IBAMA Reserva Ecológica da Juatinga** Dec.1.859 de 01/10/91 / IEF Parque Estadual de Parati-Mirim** Dec.15.927/72 E 996/76 / Região Costa Do Sol Unidades de Conservação Legislação/Tutela Araruama APA da Massambaba** Dec.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA Arraial do Cabo Tomb. Dunas de Cabo Frio** Res.046 21/03/88 Proc. 07/201 717/84 de 08/04/88 / INEPAC RESEX Marinha de Arraial do Cabo*** Dec s/n 03/01/97 / IBAMA APA da Massambaba** DEC.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA RE da Massambaba** DEC.9.529-B de 15/12/86 / FEEMA Cabo Frio Tomb. Dunas De Cabo Frio** Res.046 21/03/88 Proc. 07/201 717/84 de 08/04/88 / INEPAC Casimiro de Abreu RPPN Faz. Córrego da Luz e Faz. Bom Retiro*** Dec.1.922 de 05/06/96 IBAMA Iguaba Grande APA da Serra de Sapiatiba** Dec.15.136 de 20/07/90 / FEEMA Marica APP Parque Estadual da Serra da Tiririca** APP Parque da Serra Da Tiririca**. São Pedro da Aldeia APA da Serra de Sapiatiba** Dec.15.136 de 20/07/90 / FEEMA Saquarema APA da Massambaba** Dec.9.529-C de 15/12/86 / FEEMA RE de Jacarepiá** Dec.9.529-A de 15/12/86 /FEEMA

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Região Serrana A Unidades Legislação/Tutela Barra do Piraí RPPN Santo Antonio da Aliança*** Decr.1.922 de 05/06/96 / IBAMA Eng. Paulo de Frontin RPPN Reserva Jornalista Antenor Novaes*** Decr. 1.922 de 05/06/96 / IBAMA Mendes APA de Petrópolis*** Decr.87.561 de 13/09/82 e Dec.527 de 20/05/92 / IBAMA REBIO de Araras** Res.Secretaria de Agricultura de 22/06/77 / IEF REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA Paracambi Rebio do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / Ibama Piraí EE De Piraí*** Contrato de Comodato Light/Sema De 26/05/82 / IBAMA Valença RPPN Fazenda São Geraldo*** Decr. 1.922 de 05/06/96 IBAMA Resende PARNA Itatiaia*** Dec.1.713 de 14/06/37 / IBAMA APA da Mantiqueira*** Dec.91.304 de 03/06/85 / IBAMA APA da Serrinha do Alambari*** Rio Claro EE de Piraí*** Contrato de Comodato Light/Sema de 26/05/82 / IBAMA RPPN Fazenda Roça Grande e Sítio Fim da Picada*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA Volta Redonda ÁRIE da Floresta da Cicuta*** Dec.90.792 de 09/01/85 / IBAMA Paraíba do Sul Tomb. Dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC S. José do Rio Preto APP do Manancial da Maravilha***

Região Serrana B Unidades Legislação/Tutela Cach.de Macacu EE do Paraíso** Dec.9.8003 De 12/05/87 / FEEMA Petrópolis Tomb. dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC PARNA da Serra dos Órgãos*** Dec.1.822 De 10/11/39 e Dec. 90.023 de 02/08/84 / IBAMA APA de Petrópolis*** Dec..87.561 de 13/09/82 e Dec.527 de 20/05/92 / IBAMA REBIO de Araras** Res.Secreteria.de Agricultura de 22/06/77 / IEF RPPN Pedra dos Amarílis e Faz. Limeira*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA Teresópolis PARNA da Serra dos Órgãos*** Dec.1.822 de 10/11/39 e Dec. 90.023 de 02/08/84 / IBAMA APA do Jacarandá e da Bacia do Rio dos Frades** Dec.8.280 de 23/07/85 / IEF EE do Paraíso** Dec.9.8003 de 12/05/87 / FEEMA RPPN Maria Francisca Guimarães e Fazenda Suspiro*** Dec.1.922 de 05/06/96 IBAMA Vassouras REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 de 23/05/89 / IBAMA Miguel Pereira Tombamento dos Caminhos de Minas** Tomb.Prov. 20/11/84 / INEPAC REBIO de Araras** Res.Secretaria.de Agricultura de 22/06/77 / IEF REBIO do Tinguá*** Dec.97.780 De 23/05/89 / IBAMA Silva Jardim REBIO Poço das Antas*** Dec.73.791 de 11/03/64 e Dec.76.534 de 03/11/75 / IBAMA

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Região Serramar Unidades Legislação/Tutela Sta. Maria Madalena Parque Estadual do Desengano** Dec.Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 / IEF Carapebús PARNA de Jurubatiba*** Dec. s/n de 29/04/98 / IBAMA Quissamã PARNA de Jurubatiba*** Dec. s/n de 29/04/98 / IBAMA Macaé PARNA de Jurubatiba*** Dec. s/n de 29/04/98 / IBAMA REBIO União** Dec. s/n de 22/04/98 / IBAMA RPPN Sítio Shangrilah e Fazenda Barra do Sana*** Dec.1.922 de 05/06/96 / IBAMA

Região Norte Unidades Legislação/Tutela Campos Parque Estadual do Desengano** Dec.Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 / IEF S. Francisco Itabapoana Tomb. da Área da Foz do Rio Paraíba do Sul, com Manguezais e Complexo

Nesográfico (Conjunto De Ilhas)**. Res.25 27/04/87 Tomb.Def. 11/05/87 / INEPAC

São João da Barra Tomb. da Área da Foz do Rio Paraíba do Sul, com Manguezais e Complexo Nesográfico (Conjunto De Ilhas)**.

Res.25 27/04/87 Tomb.Def. 11/05/87 / INEPAC

Sta. Maria Madalena Parque Estadual do Desengano** Dec.Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 / IEF São Fidelis Parque Estadual do Desengano** Dec. Lei 250 de 13/04/70 Dec. 71.021 de 28/12/83 / IEF Fontes: IBAMA, CIDE, INEPAC, SEMADS, FEEMA e PMRJ

Observ.: O perímetro do tombamento provisório estadual das áreas integrantes do Sistema Orográfico Serra do Mar/Mata Atlântica, INEPAC – Edital de 06/03/91 – DO 06/03/91, abrange os seguintes municípios:

Angra dos Reis, Barra do Piraí, Bom Jardim, Cachoeiras de Macacú, Campos dos Goytacazes, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabú, Duas Barras, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim,

Itaboraí, Itaguaí, Macaé, Magé, Mangaratiba, Marica, Mendes, Miguel Pereira, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Parati, Petrópolis, Piraí, Rio Bonito, Rio Claro, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena, São Fidelis,

Saquarema, São Gonçalo, Silva Jardim, Sumidouro, Tanguá, Teresópolis, Trajano de Morais.

ABREVIATURAS APA - Área de Preservação Ambiental APP - Área de Preservação Permanente ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico EE - Estação Ecológica

FLONA - Floresta Nacional RE - Reserva Ecológica REBIO - Reserva Biológica

RESEX - Reserva Extrativista RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural

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7 CONCLUSÕES

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7 CONCLUSÕES Esta parte do trabalho consiste, essencialmente, numa compilação das observações principais que resultam do diagnóstico, buscando uma síntese que possa contextualizar a estratégia global de desenvolvimento turístico a ser proposta. As considerações e conclusões são apresentadas por tópicos e a análise permite relembrar o que, explícita ou implicitamente, foi concluído no Diagnóstico e entender melhor as recomendações apresentadas. 7.1 OFERTA TURÍSTICA Apesar da degradação ambiental sofrida pelo Estado do Rio de Janeiro durante os últimos 500 anos de atividade humana, a robustez da natureza conseguiu deixar ainda um legado notável que, no entanto, urge reabilitar, conservar e proteger, não só para garantir e incrementar a popularidade do Estado como destino turístico, mas também para assegurar a qualidade de vida futura dos seus próprios habitantes. O Brasil em geral, e o Estado do Rio de Janeiro em particular, apresentam, ainda, condições ambientais integradas a um rico acervo cultural que constituem uma herança que lhes dá uma enorme vantagem competitiva em atrair o turismo do futuro. Os atrativos naturais, culturais, e certamente o patrimônio histórico, devem merecer mais atenção do que têm recebido até o presente e o turismo deve ser encarado como um importante modo de sustentabilidade. Um processo nem sempre devidamente controlado e as dificuldades relativas à fiscalização eficiente, conduziram e continuam a conduzir em muitas áreas do Estado, a situações de ocupações de solo desordenadas ou selvagens, não raro para a construção de residência de veraneio. Estas ocupações são, muitas vezes, as principais responsáveis pela degradação ambiental do patrimônio natural e invariavelmente também com impacto visual negativo. Este impacto é ainda mais dramático em locais de grande interesse paisagístico e, por conseguinte, potencialmente de alto valor para o turismo. Tal situação constitui, em termos distributivos, uma limitação para um desenvolvimento turístico futuro de qualidade e uma fraqueza no contexto da oferta turística do Estado. A poluição do ar e águas do mar, rios e lagoas, é mais facilmente percebida pelos turistas, e portanto com maior potencial desestimulador. Além dos perigos para a saúde, os aspectos que afetam os sentidos, especialmente visuais, olfativos e auditivos, pesam significativamente na avaliação de destinos turísticos, e já constituem preocupação para alguns operadores turísticos. Um fator ambiental que também se pode considerar como ponto fraco, é a degradação do patrimônio natural e histórico, a qual não deixará de ser observada pelos visitantes, especialmente aqueles de grupos sociais melhor informados, que constituem um segmento de mercado que o Estado não poderá se dar ao luxo de ignorar, até por que, são formadores de opinião. 7.1.1 Atrativos Turísticos O leque de Atrações Turísticas do Estado, no seu conjunto, prima pela sua diversidade e complementaridade como, por exemplo, as atrações do interior e do litoral, e as do ambiente natural e do patrimônio construído, muito embora a análise isolada dos recursos indique que poucos estejam devidamente preparados para captar um mercado

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internacional. Uma vez organizadas como produtos e devidamente comercializadas, o seu valor será exponencialmente incrementado, tanto mais que, para desfrute da variedade e contrastes em causa, não será necessário percorrer longas distâncias. Além disso, certas atrações culturais e naturais normalmente associadas exclusivamente à cidade do Rio de Janeiro, tais como o Cristo Redentor, o Carnaval do Rio, o Pão de Açúcar, e a Baía de Guanabara, constituem imagens de marca universalmente reconhecidas e estabelecidas, cujo valor urge utilizar também em proveito do restante do Estado. A oferta é composta por recursos naturais, artificiais e culturais, identificados independentemente do estado de aproveitamento a que estão sujeitos. Assim, um recurso turístico pode ser classificado como um determinado atributo de uma região, de natureza visual ou física, tangível ou não, quer se encontre já em plena utilização no mercado turístico, quer seja considerado como detentor de potencialidades turísticas a curto ou médio e longo prazo. A análise dos atrativos turísticos mostra o grande peso representado pela cidade do Rio de Janeiro e ao mesmo tempo uma grande diversidade de recursos a nível global do Estado, com acentuadas diferenças regionais, sendo certo que algumas apresentam vocação turística limitada. Nessa perspectiva e independentemente do grau de aproveitamento dos diversos recursos turísticos para estruturarem uma oferta turística, pode ser identificada uma matriz dos principais recursos turísticos estaduais por Região Turística: Região Metropolitana (Cidade do Rio de Janeiro)

Malha urbana peculiar Locais de visita únicos (originais, típicos, excepcionais) Praias e integração urbana destas Patrimônio arquitetônico Cultura, museologia e equipamentos culturais Equipamentos hoteleiros, desportivos e de animação

Litoral (Regiões da Costa Verde e da Costa do Sol)

Litoral e praias Natureza e ambiente A cidade de Paraty Pesca desportiva e mergulho Ambiente marinho Animação noturna

Regiões Serranas (Serrana “A”, Serrana “B”, Serramar)

História e cultura Natureza e ambiente Espaço rural Patrimônio arquitetônico Equipamentos hoteleiros e desportivos Museologia e equipamentos culturais

Região Norte

Litoral e praias Natureza e ambiente Patrimônio agrícola e pecuário

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Espaço rural e negócios História e cultura

Apesar da diversidade de recursos turísticos existentes, mas sobretudo da sua especificidade e capacidade de diferenciação no mercado, a oferta turística atual é caracterizada, em termos gerais, por possuir uma fraca estruturação e organização, sobretudo na ótica dos mercados emissores de turistas. Para esta situação contribui o incipiente desenvolvimento dos produtos turísticos oferecidos, bem como a fraca qualidade de alguns equipamentos e serviços turísticos, apesar de se encontrarem algumas exceções. Assim sendo, a estruturação, organização e planificação da oferta turística, ao nível dos seus produtos e a qualificação dessa mesma oferta, ao nível principalmente dos serviços turísticos, visando o reforço simultâneo da identidade do destino turístico e da imagem turística do Estado do Rio de Janeiro é, talvez, o maior desafio de ordem estratégica colocado num futuro próximo. O conceito de produto turístico abrange múltiplos serviços parciais que se conjugam de forma a constituírem um todo coerente para assegurarem a plena fruição dos recursos turísticos disponíveis. Trata-se, assim, de um complexo articulado de componentes que se integram e operam no sentido da satisfação do turista, através da prestação de uma cadeia organizada de serviços. Adotando esta concepção de produto turístico e excetuando o que acontece na cidade do Rio de Janeiro, pode-se dizer que a formação da maior parte dos potenciais produtos turísticos do Estado se encontra ainda numa fase embrionária, surgindo no mercado de uma forma espontânea, sem tratamento qualificado, transmitindo uma imagem de pouco profissionalismo. 7.1.2 Equipamentos e Serviços Turísticos No que se refere à qualidade dos meios de hospedagem do Estado, existem aspectos ligados ao impacto visual, modernidade, ou adequação de concepção de muitos estabelecimentos hoteleiros, alem de aspectos relativos a sua segurança contra incêndios, restaurantes, e outras infra-estruturas e equipamentos turísticos ou de importância para o turismo, que não abonam a qualidade da oferta turística, especialmente quando se pretende elevar o seu nível qualitativo futuro. A questão estética é muito importante numa atividade como o turismo, em que as imagens apresentadas e registradas pelos visitantes têm um considerável impacto, mesmo a posteriori, dado o seu potencial de promoção de um destino. 7.1.3 Infra-estrutura e serviços diversos As infra-estruturas e meios de acesso ao território estadual e dentro dele – rodoviário, aéreo, e marítimo, no que concerne equipamentos, não apresentam problemas graves, isto é, que sejam impeditivos ou seriamente desmotivadores para incrementar o número de visitantes ou prolongar a duração de suas estadias. Certamente que as muitas carências e necessidade identificadas serão importantes de resolver para o desenvolvimento turístico futuro, principalmente no que se refere a infra-estrutura hidro-portuária e as condições do

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sistema rodoviário, mas elas não constituem os principais obstáculos para atingir os objetivos desejados. O Estado possui um sistema rodoviário que permite um acesso relativamente fácil e rápido a grande parte do seu espaço. No entanto foram identificadas carências das vias existentes em vários aspectos importantes para o turismo. Mesmo estradas de acesso local em áreas de alto interesse turístico, deixam por vezes muito a desejar. Estes aspectos constituem uma limitação importante. Além disso, para os visitantes que desejem visitar locais do interior, ou na orla marítima fora da cidade do Rio de Janeiro, existem poucas opções aceitáveis ou convenientes de transportes, o que torna tais visitas relativamente caras, especialmente no caso de pessoa singular, o que pode também ser considerado como um ponto fraco. No que se refere ao sistema aeroviário, ligações com um número reduzido de países estrangeiros e em número ainda insuficiente, e tarifas comparativamente onerosas, contribuem muito significativamente para limitar o acesso aéreo de visitantes ao Estado, nomeadamente aqueles em viagens de lazer. Dado o fato do principal aeroporto de entrada do Estado ter capacidade para mais do dobro do movimento de passageiros atual, e a sobre-capacidade de alojamento existente, especialmente na baixa estação, há que repensar a questão dos benefícios para as transportadoras aéreas nacionais, em relação aos custos do estrangulamento presente para o Estado, e para o Brasil, em geral. Além do mais, existem limitações para passageiros em trânsito, cujas ligações não podem operar diretamente a partir do Aeroporto Internacional. Registra-se ainda a inconveniência, para não mencionar os custos não insignificantes, para visitantes de muitas proveniências em ter que obter vistos de entrada para qualquer parte do Brasil, e em ter que pagar, em separado, taxas de partida nos aeroportos utilizados, mesmo em caso de ligações em trânsito já dentro do Brasil. Além disto, as ligações aéreas internas possuem, no Brasil, de um modo geral, um custo demasiado elevado, o que inviabiliza o deslocamento do turista por via aérea da cidade do Rio de Janeiro para outros destinos dentro do próprio Estado, onde existem aeródromos ou aeroportos devidamente equipados. Aparentemente, encontra-se assim o Estado do Rio de Janeiro numa contradição. É através dele que mais turistas entram no País, mas as possibilidades de os distribuir por via área no interior do Estado são muito tênues. Sendo certo que onde existe uma carência existe uma oportunidade de investimento, verifica-se que não está se aproveitando, minimamente, as possibilidades de distribuição dos turistas que a cidade do Rio de Janeiro recebe. Na verdade, possuindo o Estado uma rede de vias terrestres de nível bastante aceitável e que une as principais áreas urbanas e zonas turísticas, torna-se imperioso organizar aquela distribuição por esta via. Trata-se de um modo de viajar agradável para quem pretende ver toda a realidade do território, além de incorrer em custos incomparavelmente mais baixos do que o transporte aéreo. Em termos de infra-estruturas técnicas e serviços afins são identificados alguns problemas preocupantes, principalmente com relação a água para abastecimento, águas residuais e lixo. Dado o que já se mencionou sobre a importância fundamental do ambiente para o desenvolvimento turístico, é óbvio que todas as medidas tendentes a evitar agressões ambientais são muito importantes para a sustentabilidade de tal desenvolvimento. Alguns municípios do Estado têm consciência destes problemas, e os seus planos diretores, quando

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elaborados, incluem invariavelmente provisão para a solução de impactos ambientais negativos ali existentes. Quanto a outros serviços de apoio, a questão da segurança contra o crime continua a preocupar muitos visitantes, embora nas últimas pesquisas realizadas este item tenha sido superado por poluição. No entanto, é importante lembrar que aquela questão é de muito maior importância na cidade do Rio de Janeiro, e também nas áreas mais próximas da Região Metropolitana, do que na grande maioria dos outros municípios do Estado, onde ocorrências contra visitantes são relativamente pouco frequentes e geralmente de caráter menos violento. Embora a questão da segurança já não pareça constituir a principal preocupação dos visitantes que aqui estiveram, ela continua a desmotivar potenciais turistas de visitarem o Estado. Este ainda é um fator limitador de uma procura turística mais intensiva, e no marketing e promoção futuros para o Estado, haverá que trabalhar cuidadosamente esta questão para não continuar a constituir um ponto fraco da oferta turística do Estado. Os aspectos relativos à segurança da saúde, no caso de acidentes ou doença súbita, embora não frequentemente mencionados entre as preocupações dos visitantes, não devem ser descuidados, particularmente pelas autoridades que deveriam inspecionar e sancionar estabelecimentos hoteleiros e outros ligados ao turismo. A questão do atendimento a visitantes sinistrados ou acometidos por tais doenças deveria ser também sujeita a estudo, com vista à formulação de uma estratégia e programa de ação que assegure ao visitante, em caso de necessidade, ser socorrido e cuidado adequadamente. 7.1.4 Formação de Recursos Humanos Com relação a formação de recursos humanos para o turismo, o diagnóstico da área aponta para diversos fatores que contribuem para o quadro atual de problemas nesta formação. As principais carências identificadas sobre o modelo existente podem ser sintetizados nos seguintes itens: ?? Falta de articulação entre as várias instituições que ministram cursos de bacharel em

turismo, estando no mercado em perfeita competição empresarial, onde até a divulgação dos seus programas e grelhas de disciplinas se torna matéria restrita e confidencial.

?? Reduzidas parcerias entre entidades onde se destaca o isolamento institucional perante outros agentes do sistema formativo, como o SENAC ou o SEBRAE, sem retirarem vantagens da cooperação público/privado, decisivas neste domínio.

?? Limitações no enfoque curricular para carreiras específicas com práticas profissionais na escola, a exemplo do sucedido noutros locais da América Latina em instituições filiadas na Confederação Pan-Americana de Escolas de Hotelaria e Turismo, onde os cursos superiores beneficiam largamente esta componente, além de mudanças permanentes da estrutura e composição dos currículos dos cursos.

?? Falta de professores com competências apropriadas, especializados e experientes, com dedicação horária para pesquisas e acompanhamento das atividades da escola, além da proliferação de cursos – rápidos e profissionalizantes – que aviltam o mercado da área da capacitação.

?? Receptividade moderada do trade aos formandos desses cursos, pois consideram que a formação dada ensina o “saber” e o “saber-saber”, mas não dá competências ao nível do “saber-fazer” e do “saber estar”, situação que os estágios práticos não podem suprir.

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Os alunos não constituem agentes de mudança especializados para introduzirem a inovação nas empresas, exigindo, pelo contrário, que sejam estas a prepará-los do ponto de vista técnico-operacional.

?? Destaca-se, por fim, a ausência de intervenção normativa do Governo Federal no campo da regulamentação e/ou certificação das profissões, sendo exemplo isolado o que ocorre com a profissão de Guia de Turismo, além de outras regras que qualifiquem o nível da prestação de serviços das empresas turísticas.

7.2 DEMANDA TURÍSTICA Num mundo onde a informação se mostra crucial para que antecipada e eficazmente se possa atuar nos mercados, o turismo do Estado do Rio de Janeiro defronta-se assim com uma quase total falta de informação sistematizada sobre a sua demanda. Trata-se de um dos aspectos mais relevantes do ponto de vista estratégico, cujas carências poderão ser responsáveis por colocar o turismo do Estado um tanto ou quanto à deriva ou, pelo menos, de lhe retirar capacidade de intervenção e de influência ativa nos mercados. Aliás, na pesquisa junto aos emissores internacionais, ressalta-se a recomendação comum a todos eles, no sentido de o Estado assumir um posicionamento mais pró-ativo no mercado. Mesmo reconhecendo as limitações para a realização do estudo da demanda apresentado, a análise do capítulo específico do Diagnóstico do Plano, permite efetuar algumas reflexões: ?? Os turistas estrangeiros têm grande relevância na Região Metropolitana, devido à

influência da cidade do Rio de Janeiro e em menor proporção dos municípios da Região da Costa Verde e dos municípios de Macaé e Armação dos Búzios.

?? Assiste-se a um deslocamento significativo de turistas residentes no interior do próprio Estado para várias das suas regiões, com realce para o que sucede na Costa do Sol e Serrana “B”.

?? Os turistas provenientes de outros estados brasileiros preferem sobretudo as Regiões da Costa Verde, Serrana “A” e Metropolitana.

?? Dos restantes estados brasileiros, de uma forma geral, os turistas provenientes de São Paulo e de Minas Gerais são os prevalecem, registrando-se também alguma relevância nas Regiões Serramar e Norte, os turistas provenientes do Estado do Espírito Santo.

?? As estadas médias encontradas são relativamente baixas e não há diferenças significativas entre os valores das estadas médias encontrados para turistas estrangeiros e para turistas nacionais.

No que se refere à tendência da demanda, particularmente no que diz respeito ao mercado internacional, a situação do turismo no Estado do Rio de Janeiro tem-se caracterizado, há longos anos, por uma forte concentração na cidade do Rio de Janeiro, com indícios de algum desenvolvimento no interior do Estado, quer da oferta, quer da demanda. Baseados no dados apresentados e nas opiniões expressas pelos principais operadores, são apresentadas as seguintes conclusões sobre as tendências do turismo que podem afetar os mercados geradores da demanda para o Estado: ?? O ambiente natural associado ao ambiente cultural dos locais aumentam o peso

específico de um destino turístico, reforçando a sua identidade, principalmente quando é oferecido ao turista um naipe de circuitos e roteiros não obrigatórios.

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?? Cada vez o turista é mais sensível à qualidade – dos produtos, mas também dos serviços associados a estes – em detrimento do preço, embora este continue a pesar na decisão de fazer turismo, principalmente nas despesas com as viagens de avião.

?? Registra-se uma tendência crescente para a procura de férias curtas, o que pode fazer baixar as estadas médias. Esta tendência poderá provocar a manutenção das estadas médias atualmente estimadas para o Turismo do Estado, em relação aos mercados externos e uma ligeira diminuição para o mercado interno.

?? Os turistas de idade superior a 35 anos procuram cada vez mais férias e viagens de lazer fora das épocas em que a maioria goza férias nos seus países.

?? As viagens de longo curso são cada vez mais procuradas para lugares exóticos e não para lugares onde predomina apenas a riqueza natural.

?? Há na Europa uma tendência para se ir para regiões com praia, fora da época de verão desses países, o que aumenta as potencialidades do Estado do Rio de Janeiro neste segmento de mercado.

Em termos globais, pode-se dizer que as tendências apontadas prevêem um bom futuro para o desenvolvimento e o crescimento do turismo do Estado do Rio de Janeiro, desde que haja uma mudança de atitude na promoção do destino turístico, tornando-a mais agressiva. Isto implica também na necessária requalificação da oferta e na estruturação de produtos turísticos, de modo que fiquem assegurados elevados níveis de qualidade do turismo praticado, quer ao nível dos produtos, quer ao nível dos serviços que lhe estão associados. 7.3 IMAGEM TURÍSTICA Existe um saldo positivo, na mente de muitos potenciais visitantes ao Estado do Rio de Janeiro e ao Brasil, de um belo país com gente alegre e hospitaleira, o que estimula a visita, embora pese o impacto negativo causado pela mídia sobre acontecimentos esporádicos. A informação sobre tópicos sensacionalistas e a incapacidade de distinguir, por exemplo, onde ou com que frequência certos casos ocorrem é que são, invariavelmente, os maiores responsáveis pelas imagens estereotipadas que muita gente tem sobre o país, o Estado e a cidade do Rio de Janeiro. Por conseguinte, e sem tentar ignorar os aspectos negativos mais divulgados, deverão ser redobrados os esforços, no sentido de esclarecer potenciais visitantes mal informados ou indecisos, que valerá mesmo a pena visitar o Estado do Rio de Janeiro. No que se refere a promoção da imagem turística do Estado do Rio de Janeiro como um todo, pode-se mesmo dizer que não estão minimamente exploradas as principais motivações que podem levar as pessoas a deslocar-se até ele e que fazem deste realmente um espaço diferente do turismo no Brasil. Contrariamente, a cidade do Rio de Janeiro é altamente divulgada e conhecida, apresentando, de uma forma geral, uma imagem bastante boa, embora com conotações negativas relacionadas com a poluição, presentemente a característica mais negativa da imagem da cidade, e a segurança, embora esta tenha tendência a se restringir a áreas muito específicas. É bastante elucidativo o fato de as pessoas que organizam as suas viagens ao Rio de Janeiro com o objetivo de permanecerem na cidade, mas também no Estado, quando regressam, lamentam porque não viram tudo e, especialmente, com os detalhes que desejavam. Isto acarreta, normalmente, uma intenção de voltarem ou, pelo menos, de o

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recomendarem a outras pessoas, mas denota também a necessidade de ser mais seletivo no desenvolvimento da promoção dos produtos. Tudo indica que a pouca imagem transmitida atualmente se consubstancia numa imagem turística assaz promissora, reunindo boas potencialidades, apresentando-se porém, composta por um conjunto demasiado grande de atrativos, aos quais se associa a idéia de pequena dimensão, com forte dispersão. A imagem turística do Estado deve estar associada a um conjunto de elementos que fazem a diferença relativamente a outros destinos turísticos e que constituem as grandes motivações turísticas que levam as pessoas a deslocarem-se até aqui:

?? Ambiente Social Peculiar; ?? Litoral; ?? Natureza ligada à Cultura.

Ambiente Social Peculiar – os habitantes do Estado do Rio de Janeiro possuem um modo de encarar e de estar na vida que lhes conferiu fama internacional, pela sua alegria de viver, a sua animação permanente ou a sua forma de adaptação a um clima quente, mas sem esquecer as preocupações de ordem cultural e ambiental, constituindo no seu conjunto talvez a maior atração turística do Estado. São as pessoas – o Fluminense e, em especial, o Carioca – e o convívio com elas que mais e melhor poderão motivar um cidadão de fora a fazer uma viagem ao Estado.

Litoral – possuindo uma costa marítima com cerca de 636 km, o Estado detém potencialidades excepcionais para conceber uma oferta diversificada do produto “sol e praia”, na suas vertentes mais diversificadas, podendo-lhe sempre associar, a cada variante, um tipo diferente de atividade relacionada com o mar. Além desta vantagem, a que não é estranho o rico patrimônio natural em que as praias e restantes zonas costeiras estão inseridas – trata-se essencialmente de beleza natural e não de exotismo – a possível oferta que é possível conceber será constituída por uma vasta gama de produtos destinados a segmentos de mercado diversos, tanto em termos de classes sócio-econômicas, quanto também em termos de motivações do turista. Neste particular, deve ser explorada precisamente a diferenciação entre os diversos tipos de praias, desde aquelas que estão consolidadas na sua integração com o tecido urbano, até as praias com uma configuração associada à prática de determinados desportos, passando pelas praias cuja frequência exige a detenção de condições especiais de deslocamento, principalmente no mar. Natureza ligada à Cultura – no que diz respeito à preservação ambiental e à conservação e gestão da natureza, existe no Estado um posicionamento cultural, o que constitui, em termos de turismo, uma vantagem competitiva, caso ela seja devidamente divulgada, promovida e defendida. O que aqui se pretende realçar é, por um lado, que não estão tão rígidas e radicais as posições em relação ao ambiente, as quais só por si afastam qualquer tipo de turismo. Por outro lado, as preocupações de conservação e preservação do patrimônio cultural do Estado são realizadas em situações ambientais de grande qualidade.

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Com esta dicotomia, é possível então facilmente associar o Ambiente à Cultura, numa perspectiva única, correta, coerente e integrada, o que constitui uma motivação turística, eventualmente voltada a um turista de elevado nível sócio-cultural. Como exemplos desta associação pode-se destacar a orla costeira com a presença marcante de patrimônio arquitetônico e cultural ou, com uma tipologia diferente, as áreas de serras com as suas fazendas do café ou a arquitetura do período imperial.

É necessário ter em conta que a construção da imagem de um destino turístico no mercado é um fenômeno complexo que requer um longo processo de desenvolvimento e de maturação, até que aquela seja, claramente, definida e percebida pelas demandas efetiva e potencial. Embora ela dependa, principalmente, da forma como o destino turístico é visto e valorizado pelos segmentos da demanda, ela pode, em casos como o do Estado, ser influenciada pela oferta, graças a uma estratégia adequada, corretamente implementada no âmbito de um eficaz plano de marketing. Encontrando-se por construir a imagem turística do Estado do Rio de Janeiro, no sentido da integração de todo o território estadual, e estando a oferta ainda mal definida e estruturada, deverá adotar-se então para o efeito uma estratégia de marketing em que a oferta permite influenciar a forma como a imagem tenderá a ser vista pelos vários segmentos de mercado potencialmente interessados na oferta turística a desenvolver, isto é, terá de existir desde o princípio uma preocupação de articular a oferta com a imagem que se pretende divulgar, direcionando aquela para os objetivos e as motivações dos segmentos de mercado a que esta se dirige. Para se conseguir tal objetivo é necessário que o conjunto das diversas regiões turísticas sejam percebidas e aceitas pelos mercados como um destino turístico integrado, em vez de apenas se falar numa delas. Para esse efeito, deverá ser adotada uma estratégia de assimilação das características mais relevantes de cada uma das regiões. 7.4 CAPACIDADE COMPETITIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO O Estado do Rio de Janeiro possui capacidades reais para melhorar o seu posicionamento na captação de fluxos turísticos, quer os originados no mercado interno, provenientes de outros estados brasileiros, quer nos mercados externos, americanos e europeus. De fato, aqui se conjugam recursos turísticos que revelam crescente atratividade, num enquadramento regional com forte identidade potencial, quer ao nível do ambiente social, quer em termos ambientais e culturais. As principais capacidades do Estado para competir com outros destinos similares se baseiam na sua forte identidade potencial, diferenciadora, enigmática e simultaneamente atrativa, apesar do seu interior possuir um tecido turístico ainda pouco desenvolvido. E, se para algumas regiões turísticas do Estado, nomeadamente para a cidade do Rio de Janeiro, tem havido uma estratégia de marketing, no que se refere à respectiva integração de todas elas não existe uma ação concertada e coordenada. Esta lacuna pode ser considerada, deste ponto de vista, como causa da atual baixa capacidade competitiva do turismo estadual ou, no mínimo, do não aproveitamento racional das potencialidades existentes. A primeira idéia que ressalta da avaliação em separada da capacidade competitiva das regiões turísticas é a de uma nítida distinção entre cada uma delas, não apenas do ponto

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de vista do seu atual desenvolvimento turístico, mas principalmente da resultante das grandes diferenças que apresentam ao nível da natureza e importância dos recursos e atrações turísticas próprias. Assim sendo, reconhece-se que a oferta turística proporcionada pelas referidas regiões no seu conjunto, resultará claramente favorecida, por efeito de uma maior diversidade de produtos, nitidamente complementares ou, pelo menos, não concorrenciais entre si, uma vez que será possível obter economias de escala significativas. Além disso, esta estratégia permitirá, a criação de programas substancialmente mais atraentes, graças a um maior número de características e tipologias diferentes que é possível reunir na sua composição, assim como a captação do interesse de segmentos de mercado dificilmente atingíveis por cada uma das regiões quando atuam separadamente e se pretendem transformar em destinos turísticos autônomos. Com recursos e atrativos tão ricos e variados, não se compreende como é que não existe uma oferta corretamente planejada, organizada e promovida de forma coerente e integrada. No contexto do presente diagnóstico, fica assim a nota da necessidade de existir uma grande vontade para o fazer por parte dos vários setores, quer públicos quer privados, ao mesmo tempo em que se conclui pela consideração desta situação como a condicionante maior para o aumento da capacidade competitiva do turismo do Estado do Rio de janeiro. A eventual perda de capacidade competitiva que o Estado vem experimentando face a outros destinos concorrentes, alguns deles representados por outros estados brasileiros, é uma situação que pode e deve ser invertida ou atenuada. Basta para isso que, em vez de cada região turística se apresentar aos mercados separadamente, o façam com base numa oferta turística representativa de um destino integrado, juntando o ambiente urbano, o litoral, a serra, a história, a cultura e o mundo rural e todos os produtos turísticos que é possível reunir a partir desses recursos básicos. Mas isto só será possível realizar se for adotada a adequada estratégia de marketing, baseada no fato de o Estado passar a garantir, em bloco, a oferta diversificada, impossível de assegurar apenas pela cidade do Rio de Janeiro ou mesmo, isoladamente, por outras regiões turísticas.

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PARTICIPANTES NAS REUNIÕES REGIONAIS Adalberto Ribeiro Alves São João da Barra Adilson Lima São Gonçalo Adriano Novaes Valença Airton N. Pereira Junior Angra dos Reis Alcir Mendes Lessa Araruama Alcyr Tabarini Lima Angra dos Reis Alessandra A. Marques Itatiaia Alexandre Calomeni Macaé Alexandre Maranhão Cordeiro Aluísio Carvalho da Fonseca Silva Jardim Amaro Ribeiro Gomes Campos dos Goytacazes Ana Claudia G. Rosas dos Santos Pirai Ana Leuler Volta Redonda Ana Lucia Pereira Nunes Gonçalves Silva Jardim Andréa Vilella de Paula Comendador Levy Gasparian Anna Luiza Bongiolo Muller Cachoeiras de Macacu Antônio Augusto Silva Pirai Antônio Carlos Teixeira Resende Antônio de Souza Rangel São Pedro da Aldeia Antônio Leite de Barros Pinheiral Antonio Roberto Cavalcanti Campos dos Goytacazes Aurélio Borges Quatis Ayrton Sega da Silva Rio das Ostras Braz Henrique Teles Araruama Bruno Bancovsky Macaé Bruno Sasson Resende Carla Ennes Pimentel Rio das Ostras Carla Pereira Araúp Rio Bonito Carlos Augusto Affonso Paraíba do Sul Célia Cristina Lapagesse Arraial do Cabo Célia Menozzi Paracambi Cesar Fernandes Armação dos Búzios Clau Oliveira Araruama Cláudio Alencar do Rego Barros Rio das Ostras Cláudio Castro de Oliveira Rio das Ostras Cláudio Junger Brasil Bom Jesus do Itabapoana Cleilce Paula de Azevedo Macaé Clóvis Gilberto Portanova Areal Cristiana Rocha Papadio Angra dos Reis Cristiano Franco Fonseca Itaboraí Dalva Araújo Petrópolis Dalva Ignácio Rio das Ostras Danilo Tassara Pirai Deborah Lemos Arraial do Cabo Dejair de Aguiar Itatiaia Denílson Machado Tanguá Denise Neves Bessa Cherene Campos dos Goytacazes Diana Zaidman Arraial do Cabo Dimas Guimarães Rio Claro

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Edimário Miguel Paraíba do Sul Edir Maurício Moreira Volta Redonda Edson Camara de Drummond Alves Araruama Eduardo da Cunha e Souza Engenheiro Paulo de Frontin Edvaldo Lucena Junior Campos dos Goytacazes Eliane Benjamim Paes Casimiro de Abreu Elias Abreu de Almeida Maricá Elias de Souza Martins Teresópolis Eliel de Assis Queiroz Resende Elisete Ramalho Araruama Elizabeth D’Andrea Vera Comendador Levy Gasparian Eny C. Baptista Cantagalo Étore Luiz Dalbone de Souza Angra dos Reis Evany Rita Noel Carvalho Petrópolis Felipe Martins Pacheco Mangaratiba Fernando Affonso dos Reis Areal Flávia Guedes Gonçalves Teresópolis Francisco de Assis S. Barbosa Itaperuna Gilneide de Carvalho Silva Jardim Glauce de Moura Pinto Mendes Glauco Lopes Macaé Gustavo Burlein Cacheiras de Macacu Hélio Gomes Filho Campos dos Goytacazes Heloísa Lagg Comendador Levy Gasparian Hermano Matos Paracambi Iara Calile Hirácio Miguel Pereira Isac Tillinger Armação dos Búzios Isolda de L. de A. Antonio Campos dos Goytacazes Ivan Vianna São Francisco do Itabapoana Jaderval de S. R. Monteiro Maricá João Batista Moreira Ferreira São João da Barra João da Silva França Cantagalo João N. Zimmermann Cachoeiras de Macacu João Sanches Netto Pinheiral José Eduardo de Aquino Itaocara José Maria Fernandes Itaocara José Nelson Santiago Barra Mansa José Roberto Vasconcelos Nunes Comendador Levy Gasparian José Wilson Cardoso Tanguá Laura Cristina Itatiaia Lenna Marques Barra do Pirai Leonardo Cabral Queiroz Campos dos Goytacazes Leonardo Stoszygowsu Petrópolis Levy Coelho Silva Paraty Lilian Silva Volta Redonda Luciano Agostinho Mendes Luciano de Souza Nunes Bom Jesus do Itabapoana Luis Carlos Dantas Itatiaia Luís Ferrão Resende Luiz Alberto de Oliveira Coelho Paraíba do Sul Luiz Augusto Lopes Cabo Frio Luiz Carlos Alves da Silva Itatiaia

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Luiz Carlos Gama Comendador Levy Gasparian Luiz Carlos Secca Cabo Frio Luiz Cláudio Barreto Tavares Natividade Luiz Cláudio Paracambi Luiz Grossi Júnior Comendador Levy Gasparian Luiz Sérgio Gravina Arraial do Cabo Luiz Vieira Neto Maricá Mander Lira Caliocane Cachoeiras de Macacu Marcelo Armond Paracambi Márcia de Carvalho G. Bittencourt Cantagalo Márcio Cardoso Arouca Armação dos Búzios Márcio Longo Cantagalo Marco Antônio Mazzoni Pirai Marco Aurélio d’Agosto Petrópolis Marco Barreto Simas Arraial do Cabo Marcus David de Souza Armação dos Búzios Maria Aldina Duarte Penedo Maria Cristina de Mattos Barra Mansa Maria de Fátima Vasconcellos Itatiaia Maria José Fróes Feres Itaperuna Maria Luiz Feijó Pinheiro Santa Maria Madalena Maria Luiza Feijó Pinheiro Santa Maria Madalena Marília Mins Petrópolis Mario Carlos de A. Costa Mendes Mário dos S. Periquito Resende Mario Ely Aguiar de Souza Iguaba Grande Mário Silveira Amaral Comendador Levy Gasparian Maryland Lyra Caliocane Cachoeiras de Macacu Maurício Brennand Macaé Maurílio Felipe Vaz Lavareda Cachoeiras de Macacu Mauro Fernando de C. Peixoto Silva Jardim Max Hamoy Comendador Levy Gasparian Miguel Angelo B. Motta Bom Jesus do Itabapoana Miguel G. Dias Resende Murilo Pupo Cachoeiras de Macacu Nelma Moura Rio das Ostras Nelson Gonçalves Volta Redonda Neyse de Aguiar Lidy Petrópolis Norival Machado Campos dos Goytacazes Odir P. B. Duarte Angra dos Reis Oscar Luiz Chagas Souza Quissamã Oswaldo Paiva Filho Cachoeiras de Macacu Patrícia Duarte Lobo Daniel Angra dos Reis Paulo Renato Dutra Casimiro de Abreu Raul Ribeiro Vaz Angra dos Reis Regina Righi Araruama Reginaldo Pereira de Carvalho Rio Bonito Reinaldo O. Ferreira Comendador Levy Gasparian Renato de Souza Couto Iguaba Grande Rita de Cássia dos S. da Silva São João da Barrra Roberta Dias de Oliveira Itatiaia Roberto Dutra Niterói

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Roberto Luiz dos Reis Rio das Flores Roberto Moraes Campos dos Goytacazes Robson Euclides Vitorino Volta Redonda Ronaldo Peixoto da Silva Campos Roseli Calinçane dos Reis Comendador Levy Gasparian Roze Salgado Rio das Ostras Samuel F. Chagas Niterói Saulo Lemos e Silva Cachoeiras de Macacu Sebastião Deister Miguel Pereira Sérgio Medeiros Machado Armação dos Búzios Silvia Andréa C.R. Pereira Nova Friburgo Simone Monteiro Salgado Araruama Simone Terra São Gonçalo Solange Lima Teixeira Areal Sueli Amaral de Bragança Araruama Taísa Magdalena Pereira Silva Jardim Telma Feijó Sapucaia Tupiara C.M. Calazans Silva Jardim Ubiratan Rodrigues França Cantagalo Valéria Pereira Teresópolis Vania Garcia Comendador Levy Gasparian Vanisse de Fátima Pereira Barra Mansa Veronica Accetta Arraial do Cabo Vinícius Maia Cardoso Cachoeiras de Macacu Virgilio P. C. Meirelles Pirai Walfredo Pontes Neto Natividade Wandaluzia Navas Nova Friburgo Wiliam Keller Rio Claro William Paes Louzada Araruama Wilson Batista Neves Junior Itaperuna

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PARTICIPANTES DAS REUNIÕES SETORIAIS E SEMINÁRIOS Adyr ben Kauss SEPDET Aguinaldo Fratucci TURISRIO Alberto M. van de Rovaart SENAC Alexandre Ramos TURISRIO Alexandre Raulino de Oliveira Rio Convention Bureau Alexandre Sampaio ABIH Alvaro José Cruz Pessanha SEPDET Aniko Santos TURISRIO Annabella Blyth SEPDET Arnaldo Bichucher SINDGETUR Augusto Ribeiro TURISRIO Camila P. N. Secretaria de Ind. Com. e Turismo de Campos Carlos Alberto Guedes Falcão TURISRIO Carlos Renke Associação de Hotéis de Penedo Castro Neves TURISRIO Célia Arruda TURISRIO Célia Cortes Universidade Estácio de Sá Célia Lisboa FECAM Delmo Manoel Pinho SET Delzimar Coutinho INEPAC Diana Zaidmann UNIPLI Dina Lerner INEPAC Diva Maria Orichio Fonseca TURISRIO Diana Zaidman UNIPLI Edna Lassance Cunha FAMA Elaine Enriques TURISRIO Enrico Lavajetto ABAV Evelin Carisse S. Pascoli PRESERVALE Francisco Grabowsky ABIH-RJ Fuad Atala TURISRIO George Irmes SINDETUR Gláucia Andrade PETROTUR Glauco Lopes Fórum Estadual de Secretários Mun. de Turismo Glória Brito RIOTUR Gustavo Machado SEBRAE-RJ Iracema Bouzas Pessoa SEPDET Janete Bloise SET João Batista de Mello Hotel Vilarejo Joelzo Silva CEF Jorge Bianchini Associação de Hotéis de Paraty Jorge Cunha SEPDET José Augusto Guedes Falcão SEPDET Léo Nascimento Parque Nacional de Itatiaia Leonardo Strzygowsky Convention & Visitors Bureau Petrópolis Lúcia Nascimento SEPDET Luciano Maurício Zanganelli SET Luis Carlos Bastos Associação de Hotéis de Itatiaia Luis Felipe Bonilha ABAV-RJ Major Paulo Sergio BPTUR

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Mara Lúcia Paquelet Pereira SEPDET Marco Antonio Santos Fundação CIDE Margareth FACHA Maria Cristina Monteiro INEPAC Maria Ilda UBM Maria Rosalina Gonsalves SINTUR Maureen Flores TURISRIO Mirian Cutz TURISRIO Mirna Correia H. de Carvalho ABEOC Nelson Oliveira Secretaria de Governo do Mun. de Campos Nely Wyse SENAC Nilo Sergio Felix EMBRATUR Paulo Pizão FEEMA Pedro Camões TURISRIO Raquel Saldanha Fundação CIDE Regina Maria Rezende SEPDET Ricardo Lucas SET Ricardo Moreira da Silva SENAC Ricardo Willian Fundação CIDE Roberta Dias Secretaria de Turismo de Itatiaia Rodrigo Hockensmith RIOTUR – Plano Maravilha Rogéria Bastos Souza Fórum Estadual de Secretários Mun. de Turismo Romilton Cipriano de Oliveira TURISRIO Sergio Ricardo Martins de Almeida TURISRIO Sonia Mattos PRESERVALE Tânia Omena ABBTUR Tenente Coronel Carlos Alberto S. Gomes SESP Tenente Coronel Jorge Braga BPTUR Teresa Ventura UFF Tomas Ramos Rede Othon Tomas Weber Associação de Hotéis de Armação dos Búzios Tito Bruno Bandeira Ryff SEPDET Valéria de Souza Lima TURISRIO Vera Lúcia Ferreira de Souza TURISRIO Vera Potter BITO Willian Saab BNDES

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SIGLAS ABAV Associação Brasileira de Agentes de Viagem ABBTUR Associação Brasileira de Bacharéis de Turismo ABEOC Associação Brasileira de Empresas de Eventos ABIH Associação Brasileira de Indústria de Hotéis APA Área de Proteção Ambiental APP Área de Preservação Permanente ARIE Área de Relevante Interesse Ecológico BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD Banco Mundial BITO Brazilian Income Tour Operator BOH Boletim de Ocupação de Hotéis BPTUR Batalhão de Polícia Turística BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BTS Brevê de Técnico Superior CEF Caixa Econômica Federal CICATUR Centro de Capacitação Turística CIDE Fundação Centro de Informação e Dados do Rio de Janeiro CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CONEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente CNTUR Conselho Nacional de Turismo CONERJ Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro CTI/SE Comissão de Turismo Integrado da Região Sudeste DNER Fundação Departamento Nacional de Estrada de Rodagem EE Estação Ecológica EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo FACHA Faculdades Integradas Hélio Alonso FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador FECAM Fundo Estadual de Conservação Ambiental FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FLONA Floresta Nacional FNRH Ficha Nacional de Registro de Hóspedes GTA Grupo Técnico de Acompanhamento IATA International Air Transport Association IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMFRAERO Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária INEPAC Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional JBIC Japan Bank for International Cooperation LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional MEC Ministério de Educação e Cultura MH Meio de Hospedagem OEA Organização dos Estados Americanos OMT Organização Mundial de Turismo PARNA Parque Nacional PETROTUR Órgão Oficial de Turismo de Petropólis PNMT Programa Nacional de Municipalização do Turismo PRESERVALE Instituto de Preservação do Vale do Paraíba PRODETUR Programa Nacional de Desenvolvimento Turístico PROEP Programa de Expansão da Educação Profissional do MEC

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RAIS Relação Anual de Informações Sociais RE Reserva Ecológica REBIO Reserva Biológica RESEX Reserva Extrativista RIOTUR Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S/A RMRJ Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural SEBRAE Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa SECTRAN Secretaria de Estado de Transporte SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SEPDET Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Turismo SESC Serviço Social do Comércio SINDETUR Sindicato das Empresas de Turismo do Rio de Janeiro SINDEGTUR Sindicato Estadual de Guias de Turismo do Rio de Janeiro SINE Sistema Nacional de Empregos SINTUR Sindicato dos Trabalhadores em Turismo do Rio de Janeiro SNEA Sindicato Nacional de Empresas Aéreas TURINFO Participação do Turismo na Economia Estadual TURISRIO Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro UC Unidade de Conservação UFF Universidade Federal Fluminense UH Unidade Habitacional UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization UNIPLI Centro Universitário Plínio Leite WTTC World Travel Tourist Council

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BIBLIOGRAFIA

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