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PLANO DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE LEIRIA

ESTUDO DO RUÍDO Novembro de 2008

CÂMARA MUNICIPAL DE LEIRIA

Plano de Urbanização da Cidade de Leiria – Estudo do Ruído 1

I. ADAPTAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO


1. INTRODUÇÃO

As cartas de ruído são instrumentos essenciais no diagnóstico e gestão do meio ambiente sonoro. Sendo uma

fonte de informação para técnicos de planeamento do território e para os cidadãos em geral, pretende-se que

com estas seja possível planear, prevenir ou corrigir situações, gerando uma melhoria na qualidade do meio

ambiente sonoro. Nas zonas junto a vias de transportes, a actividades industriais, a actividades comerciais e a

áreas urbanas em geral, as cartas de ruído revelam-se de grande importância no que se refere às novas

políticas de melhoria do ambiente sonoro.

Os mapas de ruído são considerados como formas privilegiadas de diagnóstico para avaliação da exposição das

populações ao ruído e como instrumentos que estão na base para a elaboração dos planos de redução de ruído.

O Decreto-Lei n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, aprova o Regulamento Geral de Ruído (RGR) e o Decreto-Lei

n.º 146/2006, de 31 de Julho, transpõe a Directiva n.º2002/49/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25

de Junho, relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente.

O mapa de ruído para o Plano de Urbanização de Leiria traduz o estado acústico do local e as influências das

fontes de ruído mais relevantes. Esta é apresentada de uma forma sistematizada e seleccionada, sendo uma

ferramenta importante no planeamento urbano, no desenvolvimento urbanístico, na definição de zonas de

actividades, no controlo de ruído e no apoio à decisão. A sua análise contempla a situação actual, a fase de

construção e a fase de exploração.

O mapa de ruído tem, então, os seguintes objectivos:

• Identificar, qualificar e quantificar o ruído ambiente;

• Identificar situações de conflito do ruído com o tipo de zona;

• Avaliar a exposição ao ruído das populações;

• Apoiar a decisão na correcção de situações existentes;

• Planear e definir objectivos e planos para o controlo e a redução do ruído;

• Influenciar o planeamento urbanístico do Concelho;

A carta de ruído fornece uma visualização global do ruído, permitindo avaliar correctamente as situações em

cada zona e realizar uma análise primária na gestão do ruído na área de estudo, em termos de ruído ambiente.

O presente mapa de ruído é uma adaptação do anterior mapa de ruído que foi elaborado à luz do anterior

Regulamento Geral de Ruído (R.G.R. – Decreto-Lei n.º 292/2000). É objectivo ir de encontro ao novo R.G.R.

(Decreto-Lei n.º 9/2007) que, entre outras novidades, estabelece a elaboração dos mapas a uma altura de


4 metros, para os indicadores “diurno-entardecer-nocturno” e “nocturno”. Foram seguidas as orientações do

documento “Directrizes para Elaboração de Mapas de Ruído” do Instituto do Ambiente.

Identificação

Requerente Câmara Municipal de Leiria

Local Todos os ensaios foram realizados dentro da área de estudo.

Levantamentos das fontes sonoras cartografadas

Datas De 1 de Fevereiro a 16 de Junho de 2005 Hora (Período Diurno) Das 7h00m às 20h00m Hora (Período Entardecer) Das 20h00m às 23h00m

Hora (Período Nocturno) Das 23h00m às 07h00m

2. ENQUADRAMENTO LEGAL

2.1 CONTEXTO LEGISLATIVO

O actual Regulamento Geral de Ruído (R.G.R.) Decreto-Lei. n.º 9/2007, de 17 de Janeiro, vem substituir o

Decreto-Lei n.º 292/2000.

Além dos conceitos de zona sensível e zona mista já previstos na anterior legislação, acresce o de uma nova

classificação que estava integrada num dos outros conceitos anteriores que é a de zona urbana consolidada. A

classificação é da competência das Câmaras Municipais, devendo estas zonas estar delimitadas e disciplinadas

no respectivo plano municipal de ordenamento do território.

De acordo com as disposições do Decreto-Lei, os níveis sonoros limite nestas zonas são caracterizados pelo

valor do parâmetro LAeq do ruído ambiente exterior, para três períodos de referência, diurno, entardecer e

nocturno. Esses valores limite estabelecidos em função da classificação como zona sensível ou mista são

apresentados no Quadro 2.1 para os indicadores Lden (indicador de ruído diurno-entardecer-nocturno) e Ln

(indicador ruído nocturno).

Quadro 2.1

Zona Valores limite de exposição

Lden (24 horas)

Ln (23h00 às 07h00)

Sensível 55 dB(A) 45 dB(A)

Mista 65 dB(A) 55 dB(A)

Na ausência de Classificação 63 dB(A) 53 dB(A)


O R.G.R. define ainda (Artigo 5.º - Informação e apoio técnico) que incumbe à Agência Portuguesa de Ambiente

(antigo Instituto do Ambiente) prestar apoio técnico às entidades competentes para elaborar mapas de ruído e

planos de redução de ruído, incluindo a definição de directrizes para a sua elaboração.

Com este objectivo a Agência Portuguesa de Ambiente (A.P.A.) elaborou o documento “Directrizes para

Elaboração de Mapas de Ruído”.

2.2 DEFINIÇÕES

Nos pontos seguintes apresentam-se algumas definições importantes relativas aos mapas de ruído.

CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS

(Artigo 3º - Definições)

j) «Indicador de ruído diurno-entardecer-anoitecer (Lden)» o indicador de ruído, expresso em dB(A), associado ao incómodo

global, dado pela expressão:

++=

++

10

10

10

5

10 108103101324

1log10

LnLeL

den xxxxLd

l) «Indicador de Ruído diurno (Ld) ou (Lday)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma NP 1730-

1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos diurnos representativos de

um ano;

m) «Indicador de Ruído entardecer (Le) ou (Levening)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma

NP 1730-1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos do entardecer

representativos de um ano;

n) «Indicador de Ruído nocturno (Ln) ou (Lnight)» o nível sonoro médio de longa duração, conforme definido na Norma NP

1730-1:1996, ou na versão actualizada correspondente, determinado durante uma série de períodos nocturnos

representativos de um ano;

o) «Mapa de Ruído» o descritor do ruído ambiente exterior, expresso pelos indicadores Lden e Ln, traçado em documento

onde se representam as isófonas e as áreas por elas delimitadas às quais correspondem uma determinada classe de

valores expressos em dB(A);

p) «Período de referência» o intervalo de tempo a que se refere um indicador de ruído, de modo a abranger as actividades

humanas típicas, delimitadas nos seguintes termos:

i) Período diurno – das 7 às 20 horas;

ii) Período de entardecer – das 20 às 23 horas;


iii) Período nocturno – das 23 às 7 horas;

q) «Receptor sensível» o edifício habitacional, escolar, hospitalar ou similar ou espaço de lazer, com utilização humana;

r) «Ruído de vizinhança» o ruído associado ao uso habitacional e às actividades que lhe são inerentes, produzido

directamente por alguém ou por intermédio de outrem, por coisa à sua guarda ou animal colocado sob a sua

responsabilidade, que, pela sua duração, repetição ou intensidade, seja susceptível de afectar a saúde pública ou a

tranquilidade da vizinhança;

s) «Ruído ambiente» o ruído global observado numa dada circunstância num determinado instante, devido ao conjunto das

fontes sonoras que fazem parte da vizinhança próxima ou longínqua do local considerado;

t) «Ruído particular» o componente do ruído ambiente que pode ser especificamente identificada por meios acústicos e

atribuída a uma determinada fonte sonora;

u) «Ruído residual» o ruído ambiente a que se suprimem um ou mais ruídos particulares, para uma situação determinada;

v) «Zona mista» a área definida em plano municipal de ordenamento do território, cuja ocupação seja afecta a outros usos,

existentes ou previstos, para além dos referidos na definição de zona sensível;

x) «Zona sensível» a área definida em plano municipal de ordenamento do território como vocacionada para uso

habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter

pequenas unidades de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, tais como cafés e outros

estabelecimentos de restauração, papelarias e outros estabelecimentos de comércio tradicional, sem funcionamento no

período nocturno;

z) «Zona urbana consolidada» a zona sensível ou mista com ocupação estável em termos de edificação.

Há ainda a realçar os conceitos:

«Valor Limite» – Valor que conforme determinado pelo Estado-membro (em Portugal correspondente aos valores

impostos para zonas sensíveis ou mistas), que, caso seja excedido, deverá ser objecto de medidas de redução

por parte das autoridades competentes;

«Nível Sonoro Contínuo Equivalente, Ponderado A, LAeq, de um Ruído e num Intervalo de Tempo» – Nível

sonoro, em dB (A), de um ruído uniforme que contém a mesma energia acústica que o ruído referido naquele

intervalo de tempo,

= ∫ dt

TL

TtL

Aeq0

10

)(

10 101

log10

em que: L (t)- valor instantâneo do nível sonoro em dB (A);

T- o período de tempo considerado.


3. ELABORAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO

3.1 METODOLOGIA

A elaboração de um mapa de ruído pode ser descrita resumidamente pelo diagrama em baixo apresentado:

Figura 3.1: Diagrama resumo da metodologia adoptada

SIMULAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO - Caracterização das fontes sonoras no modelo - Geração dos Mapas de Ruído

VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS

Dados validados

RELATÓRIO FINAL E MAPAS DE RUÍDO

Dados não validados

GERAÇÃO DO MODELO - Importação da cartografia - Definição das características acústicas dos elementos da cartografia

FONTES SONORAS - Levantamento das fontes sonoras

i) Industriais (Levantamento / Determinação de potências sonoras) ii) Rodoviárias (Medições de longa duração e contagens de tráfego) iii) Ferroviárias (Medições de longa duração e contagens de tráfego)

- Confirmação de cartografia fornecida

Ajustes à Cartografia

(Altura de edifícios, barreiras, viadutos, etc…)

Análise e calibração dos dados de entrada


3.2 NORMAS E PARÂMETROS DE CÁLCULO

3.2.1 Tráfego Rodoviário

Na ausência de um método nacional para o cálculo de níveis de ruído de tráfego rodoviário, recorreu-se, neste

estudo, ao método recomendado pela Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à Avaliação e

Gestão do Ruído Ambiente (2002/49/CE) de 25 de Junho. Aquela Directiva recomenda, no seu anexo II, que

para o cálculo do ruído de tráfego rodoviário, deve ser utilizado o método NMPB-1996 (Norma XPS 31-133).

3.2.2 Parâmetros de Cálculo

O modelo a criar será a base para simular os níveis sonoros na área de estudo devido às fontes de ruído

consideradas, com o rigor desejado. É desejável que os parâmetros de cálculo adoptados, por um lado,

garantam o rigor de cálculo exigível, e por outro tornem o cálculo mais célere gerando resultados em períodos de

tempo aceitáveis.

Os parâmetros de cálculo adoptados no modelo que está na base dos mapas de ruído do Município de Anadia,

são de seguida descritos.

Quadro 3.1: Parâmetros de cálculo

Parâmetros Dados de cálculo

Escala dos Mapas 1 / 5 000

Malha de cálculo Malha rectangular de 5 x 5 metros

Equidistância das Curvas de Nível 2 metros

Altura de Avaliação 4 metros

Volumetria do Edificado

Para os edifícios/conjunto de edifícios constituídos pelo piso térreo, a cércea considerada destes foi de 3,5 metros. Para os restantes edifícios/conjunto de edifícios foram adicionados 2,5 metros por cada piso adicional.

Absorção dos elementos (Coeficiente de absorção sonora)

Ver Quadro 3.2

Ordem das reflexões 1º grau

Comprimento Raio Sonoro 2 000 Metros

Condições Meteorológicas

(Períodos de Referência)

Diurno: 50% favorável à propagação de ruído.

Entardecer: 75% favorável à propagação de ruído.

Nocturno: 100% favorável à propagação de ruído.


Quadro 3.2: Coeficiente de absorção sonora

Superfície Factor de absorção Floresta / Campo 1.0

Agricultura 1.0

Zona urbana 0.0

Zona Industrial 0.0

Água 0.0

Área residencial 0.5

Nota: (1-absorvente; 0-reflector)

3.3 ADAPTAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO EXISTENTES AOS NOVOS INDICADORES LDEN E LN

Neste capítulo é estabelecido o processo que permite obter mapas em termos dos novos indicadores a partir da

informação que esteve na base da elaboração dos mapas reportados aos anteriores indicadores, como é o caso

do mapa de ruído do Plano de Urbanização de Leiria. O processo é definido pela Agência Portuguesa do

Ambiente no documento “Directrizes para Elaboração de Mapas de Ruído”.

3.3.1 Procedimentos para adaptação dos mapas de ruído

Considera-se aceitável que o mapa relativo ao indicador Ln seja idêntico ao mapa relativo a LAeq (22-7h) caso

este tenha sido calculado para uma altura acima do solo de 4 metros; caso essa altura tenha sido de 1,5 metros,

deverá ser efectuada nova simulação para 4 metros, de resto, em tudo idêntica à primeira. Para obter o mapa

para o indicador Lden, as adaptações necessárias prendem-se com a redistribuição dos fluxos de tráfego nos

novos três períodos de referência.

Para o tráfego rodoviário, recomenda-se o seguinte:

hh TMHTMH 227207 −−=

3

)12( 722227

2320

hh

h

TMHTMHTMH −−

−

×+×=

hh TMHTMH 722723 −−=

Para o tráfego ferroviário e aéreo haverá necessidade de serem conhecidos os fluxos de tráfego por cada um

dos novos períodos de referência.

Para o caso de fontes fixas com laboração de 24 horas e para as quais tenham sido assumidos, nos mapas de

ruído existentes, valores distintos de níveis de potência sonora (Lw) para os períodos diurno (7-22h) e nocturno

(22-7h), recomenda-se o seguinte:


)227()207( hwhw LL−−

=

)3

101102(log10

1010

10)2320(

)722()227( hwhw LL

hwL

−−

×+×=

−

)722()723( hwhw LL−−

=

Para efeitos de adaptação dos mapas existentes, considera-se dispensável a realização de medições acústicas

para validação dos resultados assim obtidos.

3.3.2 PEÇAS DESENHADAS E ESCRITAS

A representação gráfica dos mapas de ruído obedecerá aos seguintes requisitos:

• Em formato papel, a escala dos mapas de ruído para articulação com PU/PP deve ser igual ou

superior a 1/5 000.

• Informação mínima a incluir:

• Denominação da área abrangida e toponímia de lugares principais;

• Identificação dos tipos de fontes sonoras consideradas;

• Métodos de cálculo adoptados;

• Escala;

• Ano a que se reportam os resultados;

• Indicador de ruído, Lden ou Ln;

• Legenda para a relação cores/padrões-classes de níveis sonoros (Quadro 3.3).

O Quadro 3.3, a seguir apresentado, define a representação gráfica à qual devem obedecer os mapas de ruído.


Quadro 3.3

Devido à vasta área coberta pelos níveis Lden ≤ 55 dB e Ln ≤ 45 optou-se, em termos de impressão dos mapas,

por substituir a sua representação por “ausência de cor”.


4. MAPA DE RUÍDO PARA O PLANO DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE LEIRIA

4.1 IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL EM ESTUDO

A área de intervenção do Plano de Urbanização da Cidade de Leiria situa-se no distrito de Leiria,

correspondendo a cerca de 38.9 km2 do território municipal. O enquadramento da área do Plano de Urbanização

é apresentado na figura seguinte.

Figura 4.1: Enquadramento da área de intervenção do Plano de Urbanização


4.2 MODELO DIGITAL DO TERRENO

O cálculo de um mapa de ruído implica a construção de um modelo digital do terreno (MDT) sobre o qual

assentarão todos os elementos necessários à simulação, nomeadamente os edifícios e as fontes sonoras em

estudo.

Para a elaboração do MDT é necessária informação relativa à altimetria do terreno, nomeadamente curvas de

nível e/ou pontos cotados. No que se refere ao Plano de Urbanização de Leiria, o MDT foi construído a partir de

curvas de nível com 2 metros de equidistância. A informação relativa à altimetria do Plano de Urbanização é

apresentada na Figura seguinte.

Figura 4.2: Altimetria da área de intervenção do Plano de Urbanização

4.3 EDIFÍCIOS E BARREIRAS ACÚSTICAS

A informação relativa ao edificado existente, fornecida pelo contratante, foi também tida em conta na simulação,

em termos de localização e altura. Para o cálculo foi ainda considerado um valor médio de absorção sonora para

as fachadas dos edifícios.

Na figura seguinte apresentam-se, como exemplos, excertos do modelo tridimensional efectuado para o Plano

de Urbanização de Leiria.


Figura 4.3: Vistas gerais da área de intervenção do Plano de Urbanização

Para efeitos de reflexão no solo assumiu-se que os terrenos em torno das vias de comunicação são reflectores

no caso de se tratar de uma zona com elevada densidade de habitações e sem áreas verdes. Nas zonas verdes

considerou-se um solo absorvente.


4.4 FONTES DE RUÍDO

O presente estudo tem definido como fontes de ruído, as rodovias e as indústrias que influem no ambiente

sonoro envolvente. As fontes de ruído foram modeladas de acordo com a sua geometria real de forma a

reproduzir no modelo a realidade acústica existente, com o rigor desejado.

Na elaboração dos mapas de ruído são consideradas as fontes sonoras que influem no ambiente sonoro da área

do mapa, bem como as fontes sonoras que, embora localizadas fora dos limites do plano, tenham também

influência no seu ambiente sonoro.

Um exemplo desta situação é o ruído emitido pelo tráfego rodoviário que circula na proximidade dos limites do

Plano (embora fora dele), influenciando ainda o ambiente sonoro dentro da zona de estudo, dando-se com

exemplo a rodovia A8 que na freguesia de Parceiros, desenvolve parte do seu traçado contiguamente, mas fora

do limite do plano de urbanização.

4.4.1 Tráfego Rodoviário

A avaliação dos fluxos de tráfego dentro do concelho permitiu definir quais as rodovias com maior contribuição

para os níveis sonoros dentro da área do plano e assim aquelas que deveriam ser consideradas na modelação.

Aquando da realização dos anteriores mapas de ruído, a determinação do tráfego médio horário a considerar em

cada uma das vias, para os então dois períodos em análise, diurno e nocturno, teve como informação de base

as contagens de tráfego “in situ”, dado não existirem estudos de tráfego oficiais para a zona em estudo.

Os dados de tráfego da situação existente foram obtidos com recurso a contagens de tráfego. Para cada estrada

foram efectuadas várias contagens para o período diurno e várias contagens para o período nocturno, em horas

e dias de caracterização do ambiente acústico diferentes. Foram feitas contagens de tráfego entre as 07h00m e

as 22h00m no período diurno, e entre as 22h00m e as 07h00m no período nocturno. Cada contagem teve uma

duração média mínima de 30 minutos (t).

Quadro 4.1: Tráfego Médio Diário Anual por Período de Referência – Contagens de Tráfego efectuadas pela Sonometria – valores apurados conforme Cap.5 do documento “Directrizes para

Elaboração de Mapas de Ruído do Instituto do Ambiente” de Junho de 2008.

Estrada Período Diurno Período Entardecer Período Nocturno Vel.

TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) TMHC Pesados (%) (km/h)

E001 301 6.0 223 4.0 67 0.0 60

E002 390 2.0 280 1.3 60 0.0 50

E003 420 2.0 320 1.3 119 0.0 50

E004 49 0.0 37 0.0 12 0.0 50

E005 329 2.5 248 1.7 85 0.0 50

E006 329 2.5 245 1.7 77 0.0 50




E007 138 2.1 95 1.4 9 0.0 50

E008 875 2.4 650 1.9 201 0.9 40

E009 693 2.0 579 1.6 351 0.7 50

E010 535 0.5 404 0.3 142 0.0 50

E011 1067 0.8 791 0.8 240 0.8 50

E012 414 2.8 297 1.9 63 0.0 50

E013 1135 1.1 843 1.5 258 2.2 50

E014 890 1.3 662 0.9 206 0.0 50

E015 919 0.3 694 0.2 244 0.0 50

E016 1312 1.3 997 0.9 368 0.0 50

E017 44 0.0 34 0.0 14 0.0 50

E018 213 2.8 187 1.9 135 0.0 50

E019 404 0.0 322 0.0 159 0.0 50

E020 305 0.0 233 0.0 90 0.0 50

E021 256 1.2 187 0.8 49 0.0 50

E022 318 4.0 233 2.7 62 0.0 50

E023 409 1.0 308 0.7 107 0.0 50

E024 237 1.3 180 0.9 66 0.0 50

E025 238 1.3 178 0.9 58 0.0 50

E026 86 0.0 64 0.0 19 0.0 50

E027 277 2.1 205 1.4 60 0.0 50

E028 88 6.9 65 4.6 19 0.0 50

E029 708 2.0 505 2.9 98 4.8 50

E030 54 5.6 38 3.7 6 0.0 50

E031 61 0.0 43 0.0 6 0.0 50

E032 635 1.0 449 0.7 76 0.0 50

E033 632 1.0 440 0.7 55 0.0 50

E034 1289 11.4 933 20.0 222 37.3 90

E035 30 0.0 24 0.0 11 0.0 50

E036 123 1.5 88 1.0 17 0.0 50

E037 265 7.8 191 5.2 42 0.0 50

E038 150 8.9 124 5.9 73 0.0 50

E039 152 5.3 114 3.5 37 0.0 50

E040 2566 13.0 1912 15.4 605 20.2 80

E041 1843 17.4 1386 16.5 473 14.7 90

E042 844 4.2 636 2.8 220 0.0 50

E043 999 2.6 717 2.2 152 1.4 50

E044 859 3.9 626 3.0 161 1.2 50

E045 1947 16.1 1433 21.1 406 31.2 50

E046 40 0.0 28 0.0 5 0.0 50




E047 287 9.6 203 8.5 35 6.3 70

E048 65 9.6 45 6.4 6 0.0 70

E049 221 8.7 162 7.7 45 5.6 70

E050 23 5.0 17 3.3 4 0.0 50

E051 539 2.6 372 1.7 39 0.0 50

E052 487 10.8 364 10.7 119 10.4 120

E053 9 0.0 7 2.8 2 8.3 50

E054 22 0.0 22 0.0 21 0.0 50

E055 114 2.7 88 1.8 35 0.0 50

E056 427 2.0 314 2.7 89 4.0 50

E057 25 12.5 18 8.3 4 0.0 50

E058 581 2.3 423 1.5 106 0.0 50

E059 285 3.8 217 4.6 80 6.3 50

E060 16 0.0 11 0.0 2 0.0 50

E061 5 0.0 4 0.0 2 0.0 50

E062 228 2.8 168 1.9 47 0.0 60

E063 623 5.5 457 5.3 124 5.0 60

E064 621 5.6 450 4.6 107 2.7 60

E065 2011 13.3 1532 16.1 573 21.6 70

E066 3100 8.7 2248 14.9 545 27.4 70

E067 499 2.9 363 1.9 92 0.0 50

E068 631 1.3 444 0.9 71 0.0 50

E069 488 1.1 334 0.7 25 0.0 60

E070 143 2.4 101 1.6 17 0.0 70

E071 1348 5.8 1017 5.2 354 3.9 80

E072 279 5.0 202 3.3 49 0.0 60

E073 28 0.0 23 0.0 14 0.0 50

E074 616 2.8 455 3.0 132 3.5 50

E075 56 0.0 40 0.0 9 0.0 50

E076 231 0.0 165 0.0 32 0.0 50

E077 110 0.0 79 0.0 17 0.0 50

E078 304 2.7 204 1.8 4 0.0 50

E079 1630 2.6 1148 3.1 183 4.1 60

E080 1556 1.9 1133 2.4 288 3.3 60

E081 676 1.9 505 4.3 164 9.1 50

E082 800 1.4 619 0.9 258 0.0 50

E083 755 1.3 568 2.0 194 3.3 50

E084 155 0.0 105 0.0 6 0.0 50

E085 333 0.0 239 0.0 51 0.0 50

E086 1089 0.9 801 1.4 226 2.4 50




E087 807 2.1 644 1.8 317 1.2 50

E088 72 4.3 53 2.9 14 0.0 50

E089 435 1.4 333 2.8 128 5.6 50

E090 133 0.0 91 0.0 7 0.0 50

E091 202 1.6 162 6.2 83 15.4 50

E092 202 0.0 154 0.0 58 0.0 50

E093 58 0.0 43 0.0 12 0.0 50

E094 228 0.0 162 0.0 31 0.0 50

E095 176 3.5 126 2.3 26 0.0 50

E096 231 2.7 164 1.8 30 0.0 50

E097 142 4.3 102 2.9 22 0.0 50

E098 889 1.9 683 1.5 272 0.8 50

E099 451 1.2 316 0.8 45 0.0 50

E100 189 0.0 127 0.0 4 0.0 50

E101 1505 6.8 1108 8.8 314 12.8 90

E102 439 4.7 340 3.1 142 0.0 50

E103 109 2.7 90 1.8 52 0.0 50

E104 119 4.9 89 12.8 30 28.6 50

E105 215 2.7 161 4.4 52 7.7 50

E106 234 0.7 173 0.5 52 0.0 50

E107 53 5.6 40 3.7 15 0.0 50

E108 92 0.0 65 0.0 11 0.0 50

E109 44 13.3 34 8.9 15 0.0 50

E110 516 2.8 370 2.9 79 3.0 50

E111 30 10.0 22 6.7 7 0.0 50

E112 39 0.0 30 0.0 11 0.0 50

E113 94 6.3 67 4.2 12 0.0 50

E114 75 0.0 51 0.0 2 0.0 50

E115 45 0.0 32 0.0 7 0.0 50

E116 775 5.0 589 4.0 217 2.0 90

E117 746 5.0 556 4.3 177 2.9 90

E118 1277 2.7 889 3.4 113 4.8 70

E119 253 0.0 177 0.0 25 0.0 50

E120 246 1.1 175 0.7 34 0.0 50

E121 470 2.3 360 1.5 140 0.0 50

E122 581 1.0 426 0.7 116 0.0 50

E123 686 1.4 495 3.2 112 6.7 50

E124 170 1.8 134 1.2 62 0.0 50

E125 83 0.0 60 0.0 15 0.0 50

E126 154 2.0 120 1.3 52 0.0 50




E127 41 0.0 29 0.0 4 0.0 50

E128 120 0.0 85 0.0 15 0.0 50

E129 349 6.6 280 4.4 142 0.0 50

E130 310 1.9 259 1.3 156 0.0 50

E131 492 0.0 388 0.0 179 0.0 50

E132 277 0.0 186 0.0 4 0.0 50

E133 505 2.6 368 3.1 93 4.0 50

E134 505 2.6 368 3.1 93 4.0 50

E135 868 2.1 625 2.1 140 2.0 50

E136 709 4.0 510 2.7 112 0.0 50

E137 40 0.0 29 0.0 8 0.0 50

E138 159 1.0 112 0.7 19 0.0 50

E139 68 0.0 47 0.0 6 0.0 50

E140 172 1.5 123 1.0 25 0.0 50

E141 142 3.6 101 2.4 19 0.0 50

E142 208 0.0 153 0.0 44 0.0 50

E143 767 0.4 543 1.1 96 2.4 50

E144 554 2.5 397 2.0 82 1.0 60

E145 297 1.0 244 0.7 138 0.0 50

E146 1418 1.0 1077 1.2 395 1.7 50

E147 1109 1.1 831 1.6 274 2.7 50

E148 287 0.0 199 0.0 24 0.0 50

E149 375 1.0 272 0.7 65 0.0 50

E150 151 0.0 108 0.0 22 0.0 50

E151 218 0.0 152 0.0 20 0.0 50

E152 1291 1.0 935 1.1 224 1.2 50

E153 995 1.8 748 1.2 254 0.0 50

E154 120 2.0 83 1.3 10 0.0 50

E155 88 5.7 62 3.8 10 0.0 50

E156 422 4.4 323 2.9 124 0.0 60

E157 103 6.5 85 4.3 49 0.0 60

E158 1354 2.1 980 4.7 233 9.8 50

E159 720 2.9 528 4.8 143 8.7 50

E160 455 2.8 321 2.5 53 2.0 70

E161 188 0.0 132 0.0 20 0.0 50

E162 72 3.6 64 2.4 49 0.0 50

E163 188 0.0 217 6.6 274 19.7 50

E164 3353 12.1 2466 16.2 692 24.3 70

E165 2344 11.2 1773 18.0 631 31.6 70

E166 54 0.0 42 0.0 19 0.0 50




E167 1356 9.6 988 11.5 253 15.3 50

E168 624 2.1 479 2.2 190 2.5 50

E169 195 2.8 136 1.9 19 0.0 50

E170 738 1.3 563 0.9 213 0.0 50

E171 567 1.5 394 1.0 49 0.0 50

E172 992 2.5 747 2.5 258 2.5 50

E173 219 1.3 171 4.2 75 10.0 50

E174 146 0.0 110 0.0 37 0.0 50

E175 159 0.0 113 0.0 20 0.0 50

E176 1313 12.5 974 14.0 296 17.1 60

E177 529 4.3 421 2.9 204 0.0 50

E178 203 3.0 139 2.0 12 0.0 50

E179 1405 10.8 1036 13.0 299 17.5 70

E180 3111 13.0 2311 16.9 712 24.6 70

E181 318 0.9 254 0.6 127 0.0 50

E182 149 0.0 116 0.0 50 0.0 50

E183 97 1.0 70 0.7 15 0.0 50

E184 400 4.7 300 3.5 100 1.0 70

E185 200 2.5 142 2.3 25 2.0 60

E186 283 2.4 221 1.9 98 1.0 50

4.4.2 Tráfego Ferroviário

O tráfego ferroviário foi actualizado em relação aos anteriores mapas de ruído. Foram efectuadas medições para

os períodos de referência, em locais onde não existem outras fontes sonoras significativas. Foram identificados o

número e tipo de comboios que passaram durante as medições de som.

Esta informação, juntamente com o número médio diário de comboios na ferrovia e o nível sonoro residual (nível

sonoro no mesmo local, sem a ocorrência do ruído particular – passagem do comboio), foi usada para definir o

espectro emissor de ruído médio da ferrovia para a sua envolvência, para os períodos de referência. À

semelhança do procedimento utilizado para as fontes de ruído industriais, com este procedimento define-se a

fonte sonora ferroviária e procede-se à sua validação.

Quadro 4.2: Características das composições que circulam na Linha Caldas da Rainha / Figueira da Foz

Número de comboios Tipo de comboios Período diurno Período entardecer Período nocturno

Passageiros 10 1 1

Mercadorias 4 1 5


4.4.3 Zonas Industriais

Para as indústrias estabelecidas na área do PU de Leiria, o primeiro passo foi identificar aquelas que influem no

ambiente sonoro médio de longa duração da sua envolvente.

O segundo passo foi efectuar medições acústicas no perímetro envolvente mais próximo possível dessas

unidades, que, em média, se situaram em dois a três pontos de amostragem por instalação, com tempos médios

de trinta minutos cada.

Com estes dados referentes aos valores medidos, foi efectuado o cálculo do nível de potência sonoro associado

a cada uma dessas unidades e a posterior modelação da dispersão das emissões sonoras nas áreas

envolventes às zonas industriais. As previsões de ruído nas imediações das indústrias são ajustadas aos níveis

sonoros medidos nesses locais, por regulação das potências sonoras existentes nas indústrias e modelação da

dispersão das emissões sonoras nas áreas envolventes à zona industrial. Os níveis sonoros gerados pelas

indústrias nas zonas envolventes são então somados logaritmicamente aos mapas de ruído gerados para as

vias de comunicação.

As potências sonoras calculadas para as indústrias consideradas na modelação são apresentadas no quadro

seguinte.

Quadro 4.3: Áreas industriais e respectiva potência sonora calculada – valores apurados conforme Cap.5 do documento “Directrizes para Elaboração de Mapas de Ruído do Instituto do Ambiente” de Junho de 2008.

Fonte sonora Potência sonora da fonte

P. Diurno dB(A) P. Entardecer dB(A) P. Nocturno dB(A)

ARIEIROS 79.5 - -

SOC. EMB. EMBAL 94.5 94.5 94.5

BETECNA 99.5 99.5 99.5

RESIPEZ 79.5 79.5 79.5

CIC 89.5 89.5 89.5

CIMPOR BETÃO 79.5 - -

COMPOGAL 69.5 - -

PLASTIDOM 89.5 88.0 79.5

LEIRIA PLÁSTICOS 91.5 90.4 86.5

PORTUCEL 99.5 97.8 78.5

AMBIENTE 101.5 100.9 99.5

BAQUELIZ 106.1 106.1 106.1


4.5 VALIDAÇÃO DOS MAPAS DE RUÍDO

O procedimento de adaptação dos mapas de ruído de acordo com o documento “Directrizes para Elaboração de

mapas de ruído” da Agência Portuguesa do Ambiente (A.P.A.), não implica alterações do modelo já criado e

validado nos anteriores mapas de ruído. Assim, para efeitos de adaptação dos mapas existentes, considera-se

dispensável a realização de medições acústicas para validação dos resultados assim obtidos. (Capítulo 5 –

Adaptação dos Mapas de ruído existentes aos novos indicadores Lden e Ln – “Directrizes para Elaboração de

Mapas de Ruído”, A.P.A., Junho de 2008).

4.5.1 Medições Acústicas (Anterior Legislação)

As medições dos níveis sonoros foram efectuadas em pontos previamente definidos. Através da cartografia

disponibilizada e do reconhecimento de campo efectuado, foram definidos 44 locais para realização de medições

dos níveis de ruído, de forma a caracterizar globalmente o ambiente sonoro na área do plano.

Os locais escolhidos permitem caracterizar globalmente a situação actual, em termos de níveis sonoros, na área

do Plano de Urbanização de Leiria, para os períodos diurno e nocturno. Procurou-se identificar locais

representativos dos diversos ambientes sonoros, as principais fontes emissoras de ruído e locais onde exista

uma ocupação sensível.

O tráfego rodoviário é a principal fonte de ruído identificada na área do Plano de Urbanização de Leiria. As

principais vias existentes têm na sua totalidade, um nível de tráfego médio horário significativo.

Os locais e suas fotografias são apresentados nos Anexos I e II.

4.5.1.1 Métodos e Equipamentos de Recolha de Dados

As medições de ruído ambiente foram feitas de acordo com o descrito na Norma NP-1730 de 1996 – "Descrição

e medição do ruído ambiente". Para cada medição foi registado o parâmetro LAeq, de acordo com o estipulado no

Regime Legal sobre a Poluição Sonora, Decreto-Lei n.º 292/2000, de 14 de Novembro (anterior Regulamento

Geral de Ruído).

Foi utilizado nas medições um sonómetro integrador de classe de precisão 1 Marca Rion, modelo NL-18. Foi

utilizado um tripé para garantir a estabilidade da medição isolando o mais possível de vibrações que pudessem

contaminar os valores medidos. O microfone foi protegido com um protector de vento de forma a minimizar o

efeito do ruído aerodinâmico do vento.


A malha de ponderação em frequência "A" foi utilizada tal como descrito na referida Norma sendo esta a

ponderação que melhor reflecte o comportamento do ouvido humano.

Previamente ao início das medições, foi verificado o bom funcionamento do sonómetro, bem como os

respectivos parâmetros de configuração.

No início e no final da série de medições foi verificada a calibração do sonómetro, efectuando, se justificável, um

ajuste de sensibilidade por meio do potenciómetro de ajuste. O valor obtido no final do conjunto de medições não

pode diferir do inicial mais do que 0,5 dB(A). Quando esta diferença é excedida, o conjunto de medições não é

considerado válido.

Todas as medições foram realizadas com o sonómetro montado num tripé, com o microfone a uma altura

aproximada de 1,50 m e a mais de 3,00 m de qualquer obstáculo.

As medições foram efectuadas utilizando a tecla “Pause” para interromper a medição no caso de ocorrência de

ruídos considerados espúrios e com potencial efeito nefasto sobre o rigor dos ensaios.

4.5.2 Validação

O processo de validação dos mapas de ruído é resumido no diagrama a seguir apresentado. No processo

apresentado optou-se por incluir a adaptação dos mapas à nova legislação.

4.5.2.1 Resultados

No Quadro 4.4 apresentam-se os valores de LAeq registados nos diferentes locais de validação nos períodos

diurno e nocturno. É de realçar que os dados apresentados são referentes ao trabalho de campo efectuado para

os mapas de ruído efectuados para o anterior Regulamento Geral de Ruído (Decreto-Lei n.º 292/2000). Apenas

são apresentados os dados que serviram de base à calibração do novo modelo.

i) Validação dos resultados

ii) Actualização das fontes sonoras

iii) Geração dos novos mapas de ruído

- Processo efectuado no anterior mapa de ruído.


Quadro 4.4: Valores de LAeq registados nos diferentes pontos de validação (mapas de ruído anteriores)

Ponto Laeq dB(A) Coordenadas (m)

P.Diurno P.Nocturno X Y 1 55,8 50,1 -61149.12 6960.52 2 60,0 56,1 -59035.72 12503.03 3 53,7 48,5 -59388.46 11802.19

4 59,2 51,6 -59068.95 10762.88 5 54,0 48,1 -57678.98 10799.96 6 64,5 63,3 -54911.67 11297.27

7 68,1 64,2 -58664.53 9235.07 8 61,5 53,5 -58064.63 9504.85 9 57,1 53,6 -56339.57 10195.73

10 53,6 48,9 -57105.77 10254.21 11 54,8 49,5 -58099.95 9307.98 12 60,4 55,9 -60442.03 8530.14

13 55,3 49,7 -60432.33 7001.00 14 47,7 46,2 -60132.37 5627.75 15 64,2 60,4 -59784.60 6461.93

16 57,7 51,2 -56207.45 5463.81 17 56,5 49,8 -56665.80 7091.37 18 52,5 45,9 -56052.97 7585.28

19 57,1 52,0 -55317.99 8257.72 20 60,1 52,5 -56421.09 9462.21 21 60,7 55,9 -58125.23 7765.31

22 58,5 52,0 -58358.69 8144.43 23 60,8 56,1 -57588.61 6287.69 24 53,4 50,0 -56687.11 8341.84

25 62,0 54,7 -56599.82 8687.19 26 62,9 57,4 -55282.32 10650.83 27 51.3 46.8 -59490.07 12539.68

28 57,8 43.2 -58632.18 12655.24 29 56,9 40.3 -58568.35 12435.40 30 72.0 62.3 -55704.89 12127.54

31 55,0 53,8 -59607.94 12361.52 32 68,5 56.2 -60071.46 5495.49 33 64,3 64,4 -59107.69 8353.03

34 53,8 43,8 -59131.74 8428.87 35 45.0 41.2 -56735.24 11222.87 36 45,1 46.9 -57064.17 11247.01

37 62.1 56.8 -58237.91 9982.89 38 54,9 52.1 -59028.92 9958.64 39 54,5 49,1 -59168.45 9953.08

40 57.9 57,8 -59144.42 10195.37 41 56.3 57,9 -59171.90 10294.93 42 65,4 68,1 -59309.76 11733.58

43 49,9 48.3 -59351.69 11785.47 44 57,1 58.3 -58997.07 11075.03

(Nota: Média energética das medições efectuadas neste período)


4.5.2.2 Validação

A validação dos resultados foi efectuada com base na comparação entre os valores de LAeq (médias energéticas

das medições efectuadas para cada local) medidos “in situ” com os valores calculados pelo modelo para os

mesmos locais. Os períodos de amostragem tiveram em conta as características das fontes em estudo.

Os valores obtidos pelo modelo nos pontos de validação de ruído são apresentados no Quadro 4.5.

Quadro 4.5: Valores de LAeq obtidos pelo modelo nos diferentes pontos de validação (mapas de ruído anteriores)


P.Diurno P.Nocturno X Y 1 55,2 49,2 -61149.12 6960.52 2 59,8 55,3 -59035.72 12503.03

3 56,0 49,4 -59388.46 11802.19 4 58,2 51,0 -59068.95 10762.88 5 55,7 49,9 -57678.98 10799.96

6 64,7 61,3 -54911.67 11297.27 7 69,4 65,2 -58664.53 9235.07 8 59,4 53,4 -58064.63 9504.85

9 58,6 49,9 -56339.57 10195.73 10 55,5 48,1 -57105.77 10254.21 11 55,9 51,2 -58099.95 9307.98

12 59,5 54,4 -60442.03 8530.14 13 54,5 50,1 -60432.33 7001.00 14 55,7 46,6 -60132.37 5627.75

15 62,2 59,6 -59784.60 6461.93 16 57,7 52,3 -56207.45 5463.81 17 57,0 48,2 -56665.80 7091.37

18 51,8 45,7 -56052.97 7585.28 19 57,7 50,4 -55317.99 8257.72 20 59,1 50,7 -56421.09 9462.21

21 60,7 53,9 -58125.23 7765.31 22 58,5 54,5 -58358.69 8144.43 23 60,8 58,2 -57588.61 6287.69

24 53,4 48,6 -56687.11 8341.84 25 62,0 53,4 -56599.82 8687.19 26 61,0 56,5 -55282.32 10650.83

27 51.0 47.2 -59490.07 12539.68 28 57,9 43.0 -58632.18 12655.24 29 56,4 39.3 -58568.35 12435.40

30 71.9 61.8 -55704.89 12127.54 31 55,4 53,6 -59607.94 12361.52 32 68,8 56.6 -60071.46 5495.49

33 64,6 64,3 -59107.69 8353.03 34 53,2 43,2 -59131.74 8428.87 35 44,6 40,8 -56735.24 11222.87

36 45,8 46.0 -57064.17 11247.01 37 61.4 56.1 -58237.91 9982.89



P.Diurno P.Nocturno X Y 38 54,5 51,9 -59028.92 9958.64 39 54,2 49,3 -59168.45 9953.08 40 58,1 57,3 -59144.42 10195.37

41 57,9 57,1 -59171.90 10294.93 42 65,5 68,9 -59309.76 11733.58 43 49,4 47,9 -59351.69 11785.47

44 57,2 57,8 -58997.07 11075.03

A análise do quadro permite concluir que a diferença entre os valores calculados e os valores medidos é inferior

a 2 dB(A), em termos médios.

4.5.2.3 Actualização das fontes sonoras e cartografia

A primeira fase foi a de adaptar as fontes sonoras de acordo com o documento da Agência Portuguesa do

Ambiente “Directrizes para elaboração de mapas de ruído”, conforme descrito no Capítulo 3.3.1 do presente

relatório. O Quadro 4.4. apresenta o tráfego rodoviário adaptado segundo as directrizes da A.P.A.

4.5.2.4 Geração dos novos mapas de ruído

Após todas as tarefas atrás descritas estarem efectuadas, tem lugar a simulação dos novos mapas de ruído à

luz do novo Regulamento Geral de Ruído (DL 9/2007). Os mapas são calculados para os indicadores Lden e Ln, a

uma altura de avaliação de 4 metros.

4.6 RESULTADOS

O cálculo dos mapas de ruído foi realizado a partir da criação de uma malha equidistante de pontos de cálculo.

Para cada um dos pontos da malha o modelo calcula os níveis de ruído adicionando as contribuições de todas

as fontes de ruído, tendo também em consideração os trajectos de propagação e as atenuações, de acordo com

o estipulado com os métodos referidos no Capítulo 3.2.

4.6.1 Análise de resultados

Os mapas de ruído apresentados mostram que:

• As principais vias em termos de emissão sonora são, por ordem decrescente de importância, o

IC2; a Circular externa que dá acesso a A1; o IC 36; a EN242; a EN107; a A8; e a EN358-2.

• Os nós do IC2 acabam por ter uma contribuição algo significante no ambiente sonoro local em

particular o nó das Almoínhas e o nó da Cova das Faias.


• De notar a pouca influência da linha ferroviária no ambiente sonoro local, bem como do aeródromo

com um reduzido número de descolagens por mês.

• Indicador (Lden: Não há cumprimento do valor limite de exposição, para zona mista (65 dB(A)),

numa faixa de 20 a 40 metros da berma das principais rodovias, excepto no IC2 que se prolonga até

uma distância de cerca de 170 metros, em alguns casos.

• Indicador (Ln) Nocturno: Não há cumprimento do valor limite de exposição, para zona mista (55

dB(A)), numa faixa de 30 a 60 metros da berma das principais rodovias, excepto no IC2 dado a

elevada percentagem de pesados que circula no período nocturno, acabando esta distância por se

prolongar até aos 250 metros em algumas situações.

Para ambos os períodos de referência os níveis sonoros na área em estudo são compatíveis com os limites

estabelecidos para zona mista, com excepção das zonas em cima descritas, bem como na imediata envolvente

de algumas indústrias dispersas na zona do plano de urbanização.

Em apenas algumas pequenas áreas em estudo se verificam níveis sonoros compatíveis com o estabelecido

para zona sensível.

No entanto, caso no futuro se verifique uma degradação do ambiente sonoro da zona, provocada pelo aumento

de tráfego rodoviário devem-se acautelar medidas preventivas. As mais indicadas passam pelo controlo de

tráfego rodoviário (caso seja possível ter circuitos alternativos), a coordenação do trânsito de forma a torná-lo o

mais fluído possível, evitando ao máximo situações de acelerações e desacelerações bruscas poderá ser

igualmente uma medida preventiva eficaz de controlo de ruído.

De salientar que a definição de zonas mistas e sensíveis é da responsabilidade das autarquias, e depende do

tipo de ocupação do solo e não dos níveis de ruído a que essas áreas estão expostos.


BIBLIOGRAFIA

-“Directrizes para elaboração de mapas de ruído” – Agência Portuguesa do Ambiente, Junho de 2008

-“Ruído Ambiente em Portugal” - Direcção Geral do Ambiente

-“Projecto-Piloto de demonstração de mapas de ruído- escalas municipal e urbana” - Maio 2004

-"Engineering Noise Control", David A.Bies; Colin H. Hansen

-"Environmental Acoustics", Leslie L.Doelle, McGraw-Hill

- Norma Portuguesa NP 1730, “Acústica - Descrição e Medição do Ruído Ambiente”, Instituto Português da

Qualidade, 1996

- Regime Legal sobre a poluição sonora:

• Decreto-Lei n.º 9/2007, de 14 de Novembro



- “Procedimentos Específicos de Medição do Ruído Ambiente”, Instituto do Ambiente, Abril 2003

-"Guide du Bruit des Transports Terrestres - Prevision des Nivaux sonores", MINISTERE DES TRANSPORTS,

Direction Générale des Transports Intérieurs, CETUR

-“Notas para Avaliação de Ruído em AIA e em Licenciamento” - Direcção Geral do Ambiente

-“Recomendações para a selecção de métodos de cálculo a utilizar na previsão de níveis sonoros” - Direcção

Geral do Ambiente

-“Directrizes para a Elaboração de Planos de Monitorização de Ruído de Infra-Estruturas Rodoviárias e

Ferroviárias” – Instituto do Ambiente

-“Good Practice Guide for Strategic Noise Mapping and the Production of Associated Data on Noise Exposure” -

European Commission Working Group Assessment of Exposure to Noise

- “Recomendação da Comissão, de 6 de Agosto de 2003, relativa às orientações sobre os métodos de cálculo

provisórios revistos para o ruído industrial, o ruído das aeronaves e o ruído do tráfego rodoviário e ferroviário,

bem com dados de emissões relacionados” – (2003/613/CE).

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