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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDC
CURSO: HISTÓRIA – SEMESTRE: 2014.2
COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO SUPERVISIONADO 2
DOCENTE: ROBÉRIO SANTOS SOUZA
DISCENTE: GEMIMA DE SOUSA LIMA
PLANO DE UNIDADE:
O estágio será realizado na antiga sexta série, atual sétimo ano do ensino fundamental, na Escola Estadual Brazilino Viegas. A classe foi cedida pela professora Jacilda Dantas Maciel dos Reis Cayes.
A turma pela qual me responsabilizei contém 37 alunos que, segundo nos informa a regente, oscilam entre agitação, desinteresse e inquietação. Nos informou também que estes são oriundos de realidades marcadas pela pobreza, marginalidade, problemas familiares e emocionais, exteriorizados por meio de comportamentos considerados inapropriados por professores e pela direção da escola. Ela é formada por alunos “repetentes”, que “não gostam de estudar”.
Por tais motivos, o “diagnóstico” apresentado insiste em enquadrá-los num determinado perfil de discentes: indispostos e incapazes de sobrepujarem o que já lhes fora determinado pelo meio social no qual estão inseridos.
A turma 6ªE deveria ser por nós considerada um “erro”, e motivo para que negociássemos com a professora uma possível troca de turma, ou a desistência. No entanto, a partir de tais informações, presumimos que boa parte dos alunos dessa turma não tiveram a oportunidade de conhecer “o tipo de História” que ultrapassasse os limites das paredes das salas de aula e dos livros didáticos aos quais tiveram acesso.
Propomos a partir deste plano de unidade a realização de atividades direcionadas a construção e elaboração conjunta, em sala de aula, de uma nova forma de perceber a História. Pretendemos levar os alunos a perceber a História a partir do movimento que nela há; queremos que sejam capazes de associá-la com suas próprias vidas.
Objetivamos possibilitar que atribuam sentidos e significações aos conhecimentos apreendidos ao longo da unidade, os induzindo a relacioná-los com suas próprias realidades, os conscientizando da utilidade do estudo da História, levando-os a compreender que são capazes de realizar transformações nas sociedades, e mudanças nos rumos da história de suas
vidas, assim como os grandes personagens presentes nos fatos e acontecimentos históricos.
E por fim, ensiná-los que o estudo das transformações pelas quais as sociedades passaram, bem como as possíveis permanências, se faz necessário para compreender questões do presente.
Desenvolveremos a ministração de conteúdos ao longo da unidade e adotaremos metodologias articulados com nossas intenções acima mencionadas.
Já houve a experiência do primeiro contato com a turma, e considerei positiva a forma como fui recepcionada. Percebi curiosidade, expectativas diversas e me surpreendi com a participação de toda a turma no bate-papo inicial.
Com relação aos conteúdos propriamente ditos, a professora regente elegeu quatro temas para serem trabalhados ao longo da unidade: África, Crise do Feudalismo, Renascimento e Reforma: a divisão do cristianismo.
O livro didático de História utilizado pela instituição neste ano letivo foi por mim analisado, e me pareceu carecer de informações adicionais. Por isso optarei por utilizar uma bibliografia extra, para preencher as lacunas por ele deixadas.
Com relação ao tema “África”, pretendo direcionar minhas aulas á desconstrução de paradigmas, preconceitos, e representações negativas existentes na mentalidade dos alunos, buscando construir uma imagem mais positiva do continente africano, mostrando a diversidade existente em todo o seu território e trazendo à tona suas especificidades e diferenciações.
Trabalharemos com os alunos as concepções errôneas aprendidas ao longo de suas vidas, criticando a ideia de uma África homogênea. Desconstruiremos os estereótipos mais comuns que limitam o continente à fome, guerras, selvageria/primitividade, doenças, caos, desordem e limitam sua história ao tráfico Transatlântico. Queremos desnaturalizar a “passividade” histórica dos africanos, repensando mitos e “verdades” do senso comum, criadas em torno da África, amparados pelos estudos mais recentes produzidos acerca do continente africano e utilizando todo tipo de recurso iconográfico e audiovisual que nos ajude a realizar tais tarefas.
Quanto à crise no feudalismo, buscaremos trabalha-la relacionando-a com o “início da modernidade e surgimento do Renascimento”, de maneira a demonstrar que o fim de um período com determinadas características e o início de outro com novos moldes não implica em uma ruptura abrupta de costumes, mentalidades e em transformações imediatas, mas permite a preservação de certos valores e hábitos dessa mesma sociedade.
Trabalharemos a ideia de processo, para que os alunos compreendam de que maneira aconteceu a transição, e percebam que as mudanças que vieram com o advento da “modernidade” não surgiram de uma hora para a outra.
Discutiremos em sala de aula a coexistência de elementos do novo com elementos arcaicos, no período moderno, buscando equilibrar as discussões teóricas acumuladas ao longo do curso de História com o conteúdo a ser trabalhado, nos valendo da arte e da literatura para trabalhar o tema.
Discutiremos o tema “Reforma: a divisão do cristianismo” analisando a importância das ações de Martinho Lutero, debatendo a conquista de espaço de outras religiões no período, analisando o contexto em que as mudanças estudadas ocorreram, a crise na Igreja Católica e a repercussão da reforma protestante, percebendo suas possíveis conexões com o presente, e buscando valorizar a diversidade religiosa, debatendo acerca da importância de se aprender a lidar com as divergências de opções e escolhas pessoais, refletindo sobre o respeito mútuo, principalmente ao se tratar da religião.
À medida que o conteúdo for sendo ministrado os alunos realizarão 5 atividades, cada uma valendo 1,0 ponto. As atividades sugeridas para a turma serão avaliadas em alguns momentos individualmente e em outros, coletivamente. Ao fim da unidade, será realizada uma prova no valor de 5,0 pontos.