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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Estudo do Processo de Fabricação de Compósitos de Matriz Metálica da Liga de Alumínio AA6061 por Metalurgia do Pó via Moagem de Alta Energia e Sinterização a Vácuo RECIFE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Estudo do Processo de Fabricação de Compósitos de Matriz

Metálica da Liga de Alumínio AA6061 por Metalurgia do Pó via

Moagem de Alta Energia e Sinterização a Vácuo

RECIFE

2012

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MARCIO MARCELO SAMPAIO DE SOUSA

Estudo do Processo de Fabricação de Compósitos de Matriz

Metálica da Liga de Alumínio AA6061 por Metalurgia do Pó via

Moagem de Alta Energia e Sinterização a Vácuo

Dissertação submetida à Universidade Federal de

Pernambuco para obtenção do título de mestre em

engenharia mecânica, área de materiais e

fabricação.

RECIFE

2012

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Catalogação na fonte

Bibliotecária Margareth Malta, CRB-4 / 1198

S725e Sousa, Marcio Marcelo Sampaio de.

Estudo do processo de fabricação de compósitos de matriz metálica da

liga de alumínio AA6061 por metalurgia do pó via moagem de alta energia

e sinterização a vácuo/ Marcio Marcelo Sampaio de Sousa. - Recife: O

Autor, 2012.

113folhas, il., gráfs.,tabs.

Orientador: Prof.Dr. Oscar Olímpio de Araújo Filho.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG.

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, 2012.

Inclui Referências Bibliográficas.

1. Engenharia Mecânica. 2.Compósitos de matriz metálica da liga de

alumínio. 3.Metalurgia do pó. 4. Moagem de alta energia. 5. Reforço

particulado.I. Araújo Filho, Oscar Olímpio de. (Orientador).II. Título.

UFPE

621CDD (22. ed.) BCTG/2012-287

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“ESTUDO DO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE COMPÓSITOS DE MATRIZ

METÁLICA DA LIGA DE ALUMÍNIO AA6061 POR METALURGIA DO PÓ VIA

MOAGEM DE ALTA ENERGIA E SINTERIZAÇÃO A VÁCUO”

MARCIO MARCELO SAMPAIO DE SOUSA

ESTA DISSERTAÇÃO FOI JULGADA ADEQUADA PARA OBTENÇÃO DO

TÍTULO DE MESTRE EM ENGENHARIA MECÂNICA

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: MATERIAIS E FABRICAÇÃO

APROVADA EM SUA FORMA FINAL PELO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA

MECÂNICA/CTG/EEP/UFPE

_____________________________________________________

Prof. Dr. OSCAR OLÍMPIO DE ARAÚJO FILHO

ORIENTADOR/PRESIDENTE

____________________________________________________

Prof. Dr. JORGE RECARTE HENRÍQUEZ GUERRERO

COORDENADOR DO PROGRAMA

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________________________

Prof. Dr. OSCAR OLÍMPIO DE ARAÚJO FILHO (UFPE)

_________________________________________________________________

Prof. Dr. RICARDO ARTUR SANGUINETTI FERREIRA (UFPE)

_________________________________________________________________

Prof. Dr. CARLOS COSTA DANTAS (UFPE)

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À minha esposa Maria Gilda e aos meus filhos

Marcelo e Guilherme pelo carinho e paciência

dispensados durante a longa jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

A princípio agradeço a Deus por iluminar o meu caminho, concedendo-me força para

seguir em frente e serenidade para acalmar o meu espírito nos momentos mais difíceis.

Quero registrar aqui os sinceros agradecimentos ao meu orientador Prof. Dr. Oscar

Olímpio de Araújo Filho que revelou o caminho certo a ser seguido na escolha do meu tema;

e pelo apoio irrestrito, fundamental e necessário para realização do presente trabalho.

Ao professor Dr. Severino Leopoldo Urtiga Filho, Coordenador do Departamento de

Engenharia Mecânica da UFPE, pelo convívio fraternal e pela liderança perante todas as

partes envolvidas na elaboração desse trabalho científico.

Ao professor Dr. Tiago Leite Rolim por disponibilizar de forma bastante

prestiminosa os equipamentos, as máquinas e ferramentas da Oficina do Departamento de

Engenharia Mecânica da UFPE.

Aos professores Dr. Ricardo Artur Sanguinetti Ferreira e Dr. Maurílio José dos

Santos que efetuaram com dedicação a revisão textual permitindo uma melhor estruturação

técnica, outrossim o enquadramento nas normas ABNT vigentes.

Aos professores Dr. Cézar Henrique Gonzalez e Dr. Yogendra Prasad Yadava que

não mediram esforços como facilitadores no processo de pesquisa.

Aos colegas de pós-graduação Everthon Rodrigues de Araújo e Sérvulo Alves pela

ajuda e experiência comum compartilhada durante toda jornada de trabalho.

Aos demais professores do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE que

direta ou indiretamente tornaram possível a elaboração desse trabalho científico.

Aos amigos Janaína Cirino e Ivaldo Dantas, do Laboratório de Metalografia da

UFPE, sempre dispostos a ajudar na árdua tarefa de preparação metalográfica das amostras.

Ao amigo Diniz Ramos do Laboratório de Propriedades Mecânica cuja experiência

foi fundamental na realização dos ensaios de dureza.

Ao amigo Sérgio Santos do Laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura do

Departamento de Física da UFPE pela profícua colaboração na caracterização das amostras.

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RESUMO

O presente trabalho tem como escopo processar e fabricar compósitos de matriz metálica da

liga de Alumínio AA6061 com reforço particulado de nitreto de silício (Si3N4) e nitreto de

alumínio (AlN) através de técnicas de Metalurgia do Pó (MP) com o propósito de melhorar as

propriedades mecânicas deste material. O estágio atual da indústria exige materiais com

propriedades especificas que não podem ser atendidas pelo uso isolado das ligas metálicas,

dos materiais cerâmicos e dos materiais poliméricos. É o caso particular das indústrias

aeronáutica, aeroespacial e de transporte, que demandam materiais estruturais com baixa

densidade, fortes, rígidos, resistentes à abrasão, ao impacto e a corrosão. Essa exigência

conduz o pesquisador a investigar os materiais compósitos. A distribuição homogênea da fase

de reforço na matriz é um requisito primordial para melhorar as propriedades mecânicas.

Nesse contexto, sabe-se que a Metalurgia do Pó (MP) promove uma melhor distribuição do

reforço na fase matriz em relação ao processo convencional de fundição, obtendo-se então

materiais com melhores propriedades mecânicas notadamente dureza e resistência ao

desgaste. Este trabalho investiga especificamente o uso de moagem de alta energia (MAE),

seguida de compactação uniaxial a frio e sinterização a vácuo na obtenção de compósitos de

matriz metálica da liga de alumínio AA6061 reforçado com nitreto de silício (Si3N4) e nitreto

de alumínio (AlN). A Metalurgia do Pó (MP) é uma técnica de fabricação de produtos

metálicos obtidos por meio de conformação de pó metálico seguido de tratamento de

sinterização conferindo propriedades físicas e mecânicas de acordo com as normas MPIF,

ASTM, SAE e demais correlacionadas. A moagem de alta energia possibilita a produção de

mistura homogênea e pós finos promovendo melhoria na sinterabilidade dos compactados,

isso devido ao fato desta moagem promover deformações plásticas nas partículas metálicas e

fraturas, levando a um refinamento contínuo dos pós envolvido na moagem. Os resultados de

dureza apresentaram-se linearmente crescentes com o aumento da fração de reforço na matriz

sendo que o compósito reforçado com nitreto de silício apresentou, no geral, melhor

desempenho que o reforçado com nitreto de alumínio.

Palavras-chaves: Compósitos de matriz metálica de liga de alumínio, Metalurgia do Pó,

Moagem de Alta Energia, Reforço Particulado.

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ABSTRACT

This paper has as purpose to process and fabricate metal matrix aluminium alloy AA6061

composites reinforced with particulate silicon nitride (Si3N4) and aluminum nitride (AlN) by

Powder Metallurgy techniques with proposal of improving the mechanical properties of this

material for the present state of modern industry requires materials with very specific

properties can’t be obtained by using isolated metal alloys, ceramic materials and

conventional polymeric materials. It is the particular case of the aeronautics industry,

aerospace and transportation that require structural materials with low density, strenght, rigid,

resistant to abrasion, impact and corrosion. This demand for materials that combine all these

characteristics, leads the researcher to investigate composite materials, in this case composite

aluminium alloy reinforced with silicon nitride and aluminium nitride, and that the

homogeneous distribution of the mechanical alloying alloyed processed aluminium alloys

powders and dispersed reinforcement ceramic phases silicon nitride and aluminium nitride in

the matrix is a primary requirement for improving the mechanical properties and achieving

those characteristics. In this context, it is known that the Powder Metallurgy allows the

production of composite materials with better distribution of the reinforcement phase than that

produced by the conventional process. This study specifically investigates the use of high

energy ball milling or also called Mechanical Alloying followed by cold uniaxial pressing and

vacuum sintering in order to obtain metal matrix aluminum alloy AA6061 composites

reinforced with silicon nitride (Si3N4) and aluminium nitride (AlN). The Powder Metallurgy

or P/M is a technique for manufacturing metal products obtained by forming the metal

powders followed by sintering treatment, where the materials is subjected to temperatures

below the melting under controlled atmosphere, giving physical and mechanical properties

according to MPIF standards, ASTM, SAE, ISO and others correlate to the Powder

Metallurgy (P/M). The high energy ball milling or Mechanical Alloying enables the

production of homogeneous mixtures and ultrafine powders promoting considerably improved

sinterability of the powders due to the fact that this grinding (milling) promote plastic

deformation and fracture in metal particles, leading to a continual refinemen to the powders

involved in grinding (milling).The high energy ball milling technique used a vibratory type

mill SPEX. In this work of research was processed aluminium alloy AA6061 powders with

milling time of 01h (one hours) particulate reinforced with 5, 10 and 15% (wt%) silicon

nitride and aluminum nitride using the route technique of high energy ball milling.

Key-words: Aluminium alloys metal matrix composites, Powder Metallurgy, Mechanical

alloying, Particulate reinforcement.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

1.1 Justificativa ........................................................................................................................ 2

1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 4

2.1 Compósitos ........................................................................................................................ 4

2.2 Ligas de Alumínio ............................................................................................................. 7

2.3 Compósitos de Matriz Metálica de Alumínio .................................................................. 10

2.4 Metalurgia do Pó ............................................................................................................... 12

2.5 Moagem de alta energia (MAE) ........................................................................................ 13

2.6 Compositos de Matrizes Metálicas de Al por MP ............................................................. 15

2.7 Aplicações dos compósitos de matrizes metálicas de Al por MP ..................................... 20

3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ......................................................................... 24

3.1 Materiais ............................................................................................................................ 24

3.2 Métodos ............................................................................................................................ 25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 44

4.1 Resultados da Caracterização do Pós Recebidos para Pesquisa. ....................................... 44

4.2 Resultados obtidos do MEV/EDS dos pós processados por moagem de alta

energia (MAE) ............................................................................................................... 49

4.3 Resultados obtidos por Difração de Raios-X (DRX) dos pós processados por

Moagem de Alta Energia (MAE). .................................................................................. 68

4.4 Granulometria dos Pós Processados por Moagem de Alta Energia (MAE) ...................... 69

4.5 Densidade do Compactado Verde e Densificação do Sinterizado .................................... 74

4.6 Resultados da Microscopia Ótica (MO) dos compósitos reforçados e

sinterizados ................................................................................................................... ..79

4.7 Resultados da Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia

de Energia Dispersiva de Raios-X das pastilhas do compósito sinterizado a

vácuo na temperatura de 500ºC durante 5 horas. ......................................................... .87

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4.8 Resultados da Dureza Vickers do compósito reforçado com Nitreto de

Silício(Si3N4) e Nitreto de Alumínio (AlN) sinterizado a vácuo na

temperatura de 500ºC durante 5 horas. ....................................................................... 103

5 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 107

6 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ........................................... 108

7 REFERÊNCIAS................................................................................................................109

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LISTA DE SIGLAS

AA Aluminum Association

ABAL Associação Brasileira de Alumínio

ASM Aerosospace specificacion Metal

ASTM American Society for Testing and Materials

CMA Compósito de Matriz Metálica de Alumínio

CMM Compósito de Matriz Metálica

Compolab Laboratório de Compósito

DR Difração a Laser

EDS Energy Dispersive Spectroscopy

EDX Espectroscopia Dispersiva de Raio X

HV Dureza Vickers

INCO International Nickel Company

ITEP Instituto Tecnológico de Pernambuco

JCPDS Joint Commitee for Powder Difraction

MA Mechanical Alloying

MAE Moagem de Alta Energia

MEV Microscopia ou Microscópio Eletrônico de Varredura

MMC Metal Matrix Metallic

MO Microscopia ou Microscópio Ótico

MP Metalurgia do Pó

MPIF Metal Powder Industries Federation

PA Pro-análise

PCA Process Control Agent

SAE Society of Automotive Engineers

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

USP Universidade de São Paulo

Comprimento de onda (nm)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Geometrias usadas em reforços nos compósitos de matriz metálica ...................... 04

Figura 2 - Desenho esquemático da sinterização convencional de pós de alumínio ............... 13

Figura 3 - Evolução da morfologia esférica para morfologia equiaxial de uma partícula

submetida ao processo de Moagem de Alta Energia (MAE) .................................... 15

Figura 4 - Moinho agitador do tipo Spex utilizado em moagem de alta energia. ................... 16

Figura 5 - Moinho Pulverisette típico usado em Moagem de Alta Energia equipado

com 07 (seis) estações de moagem. ........................................................................... 17

Figura 6. Moinho atritor típico. ............................................................................................... 18

Figura 7 - Desenho esquemático de uma partícula de pó de alumínio mostrando o

filme de óxido que recobre cada partícula................................................................. 20

Figura 8. Fluxograma de fabricação e caracterização do compósito elaborado. ..................... 24

Figura 9. Diferença entre Moagem de Alta Energia (MAE) sem e com PCA. ....................... 25

Figura 10. Balança utilizada na pesagem dos pós de partidas e das pastilhas

sinterizadas ................................................................................................................ 26

Figura 11. Moinho do tipo Spex utilizado na moagem de alta energia. .................................. 28

Figura 12. Mídia de moagem. ................................................................................................ 28

Figura 13 - Sputter Coater do Departamento de Física da UFPE. ........................................... 30

Figura 14 - Microscopio Eletrônico de Varredura (MEV).. .................................................... 31

Figura 15 - Equipamento de Difração a Laser utilizado na pesquisa. ..................................... 31

Figura 16 - Componentes do molde metálico utilizado na compactação uniaxial a frio......... 33

Figura 17 - Molde (matriz) de compactação na iminência do processo de conformação

do pó processado por Moagem de Alta Energia (MAE). .......................................... 34

Figura 18 - Pastilha de compactado verde obtido no processo de conformação do pó ........... 34

Figura 19 - Forno utilizado (a) e pastilhas do compactado verde no forno (b) ....................... 35

Figura 20 - Manômetro indicando o vácuo (a) no interior do forno e as pastilhas já

sinterizadas (b). ......................................................................................................... 35

Figura 21 - Máquina de corte de precisão (a) e uma pastilha sinterizada seccionada (b). ...... 38

Figura 22 - Lixadeira utilizada na presente pesquisa (a) e uma amostra embutida e

lixada (b).................................................................................................................... 39

Figura 23 - Politriz utilizada para polimento das amostras sinterizadas ................................. 40

Figura 24 - Microscópio ótico utilizado na presente pesquisa. ............................................... 42

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Figura 25 - Amostra sinterizada sem embutimento no porta–amostra do MEV/EDS (a)

e amostra embutida (b). ............................................................................................. 42

Figura 26 - Durômetro utilizado (a) e indentação no compósito sinterizado(b). .................... 43

Figura 27 - Microfotografias obtidas no MEV por meio de elétrons secundários do pó

recebido da matriz AA6061. ..................................................................................... 44

Figura 28 - MEV do reforço cerâmico de nitreto de silício comercial recebido para

pesquisa . ................................................................................................................... 47

Figura 29 - MEV do reforço cerâmico de nitreto de alumínio recebido para pesquisa. .......... 48

Figura 30 - Evolução morfológica do compósito reforçado com Si3N4 nas frações em

massa de 5% (a,b), 10% (c, d) e 15% (e, f) submetido a MAE durante 30

minuto (a, c, e) e 60 minutos (b, d, f) de processamento .......................................... 49

Figura 31 - Deposição de partículas de reforço (Si3N4) sobre as partículas do

compósito reforçado com 5% (a,b), 10% (c,d) e 15% (e,f) após MAE durante

30 minutos (a,c,e) e 60 minutos (b, d, f) ................................................................... 52

Figura 32 - Mostra a evolução morfológica do compósito reforçado com AlN nas

frações em massa de 5% (a,b), 10% (c, d) e 15% (e, f) submetido a MAE

durante 30 minuto (a, c, e) e 60 minutos (b, d, f) de processamento. ....................... 54

Figura 33 - Deposição de partículas de reforço (AlN) sobre as partículas do compósito

reforçado com 5% (a,b), 10% (c,d) e 15% (e,f) após MAE durante 30

minutos (a, c,e) e 60 minutos (b, d, f). ...................................................................... 56

Figura 34 - Micrografias da matriz AA6061 sem reforço submetida à MAE durante 60

min. compactada e sinterizada a 550ºC. Ataque químico com HF 0,5%

durante 80s .............................................................................................................. . 79

Figura 35 - Micrografias do compósito reforçado com 5% em massa de nitreto Si3N4 ........ ..80

Figura 36 - Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa de Si3N4 ................. ..81

Figura 37 - Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa de Si3N4 ................. ..82

Figura 38 - Mostra o compósito reforçado com 5% em massa de nitreto de alumínio

(AlN) ....................................................................................................................... ..83

Figura 39- Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa AlN. ........................ .85

Figura 40 - Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa AlN. ....................... .86

Figura 41- MEV do compósito AA6061 reforçado com 5%de Nitreto de Silício

(Si3N4) ..................................................................................................................... 87

Figura 42 - MEV / EDS do compósito AA6061 reforçado com 10% de Si3N4). ................. 90

Figura 43 - Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) das pastilhas sinterizadas do

compósito AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4) ................... 92

Figura 44 - MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 10%

de AlN. .................................................................................................................... 95

Figura 45 - MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 10%

de AlN. .................................................................................................................... 97

Figura 46- MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 15%

AlN. ......................................................................................................................... 100

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Ciclo de sinterização da liga de Alumínio AA6061 reforçada. ............................ 37

Gráfico 2 - Difratograma (DRX) da liga AA6061(sem reforço). ............................................ 45

Gráfico 3 - Distribuição de tamanho de partículas do pó da liga AA6061 recebida para

pesquisa sem reforço. ................................................................................................ 46

Gráfico 4 - Tamanho da partícula da liga de alumínio AA6061 (sem reforço) ....................... 47

Gráfico 5 - Espectro da microanálise de EDS da liga AA6061 reforçada 15%Si3N4,

processada por MAE durante 30 minutos. ................................................................ 53

Gráfico 6 -Espectro da microanálise de EDS da liga AA6061 reforçada 15% de AlN ,

processada por MAE durante 30 minutos ................................................................. 57

Gráfico 7 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de

Silício (Si3N4) (a,b).................................................................................................... 58

Gráfico 8 -DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de

Silício (a,b). ............................................................................................................... 59

Gráfico 9 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de

Silício (a,b) ................................................................................................................ 61

Gráfico 10 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de

Alumínio. ................................................................................................................ 62

Gráfico 11 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de

Alumínio (AlN) (a,b). ................................................................................................ 63

Gráfico 12-DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de

Alumínio (AlN) (a,b). ............................................................................................... 64

Gráfico 13 - AA6061 com reforço de 5% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por

Moagem de Alta Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min. (a,b,c). ............... 65

Gráfico 14 - AA6061 com reforço de 10% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por

Moagem de Alta Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min ............................ 67

Gráfico 15 - AA6061 com reforço de 15% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por

Moagem de Alta Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min. (a,b,c) ................ 68

Gráfico 16 - AA6061 com reforço de 5% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada

por Moagem de Alta Energia (MAE) durante o tempo de 30 e 60 min .................... 70

Gráfico 17 - AA6061 com reforço de 10% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada

por Moagem de Alta Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min. ..................... 71

Gráfico 18 - AA6061 com reforço de 15% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada

por Moagem de Alta Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min ...................... 73

Gráfico 19 - Densificação do compósito da liga AA6061 reforçada com fração em

massa de 5,10 e 15% de Si3N4. ................................................................................. 75

Gráfico 20 - Densificação do compósito da liga AA6061 reforçada com fração em

massa de 5,10 e 15% de AlN.. ................................................................................... 78

Gráfico 21 - EDS do compósito AA6061 reforçado com 5% de Si3N4.(a,b,c) ..................... ...88

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Gráfico 22 – EDS do compósito AA6061 reforçado com 10% de Si3N4 (a,b,c) .................. ..91

Gráfico 23 - EDS do AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4). ................ ..94

Gráfico 24- EDS das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado

com 5% de AlN. ...................................................................................................... ..96

Gráfico 25– EDS das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com

10% de AlN (a, b, c). ............................................................................................... ..99

Gráfico 26 - EDS do compósito AA6061 reforçado com 15% de AlN. (a,b,c) .................... 102

Gráfico 27 - Dureza Vickers realizada com carga de 5kg, do compósito da Liga de

AA6061 reforçado com Si3N4 e AlN e sinterizado a vácuo durante

5horas a 500º C. ....................................................................................................... 104

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição química da liga de alumínio AA6061. ............................................... 09

Tabela 2 - Sistema de classificação da The Aluminum Association Inc., associação dos

produtores norte-americanos ................................................................................... 09

Tabela 3 - Principais elementos de liga presente nas ligas de alumínio ................................. 21

Tabela 4 - Distribuição das amostras ....................................................................................... 27

Tabela 5. Parâmetros de moagem para os pós de partida ........................................................ 29

Tabela 6 - Critérios utilizados na confecção das 18 (dezoito) amostras. ................................ 32

Tabela 7 - Características geométricas das partes que compõem o molde de

compactação ............................................................................................................ 33

Tabela 8 - Densidade do compactado verde processado por Moagem de Alta

Energia (MAE) durante 60min da liga AA6061 reforçado com 5,10 e

15% de Si3N4. .......................................................................................................... 74

Tabela 9 - Densificação do compósito sinterizado da liga AA6061 reforçada com

fração em massa de 5,10 e 15% de Si3N4. ............................................................... 75

Tabela 10 - Densidade do compactado verde processado por Moagem de Alta

Energia (MAE) durante 60min da liga AA6061 reforçado com 5,10 e 15%

de Nitreto de Alumínio (AlN). ................................................................................ 76

Tabela 11 - Densificação do compósito sinterizado da liga AA6061 reforçada com

fração em massa de 5,10 e 15% de AlN ................................................................. 77

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1 INTRODUÇÃO

Muitas aplicações tecnológicas exigem materiais com combinações de propriedades

que não são encontradas em materiais poliméricos, cerâmicos e metálicos. Ao invés de

desenvolver um novo material que pode ou não ter propriedades desejadas para uma

determinada aplicação, modifica-se um material já existente, através da incorporação de outro

componente. Sendo assim, para a fabricação de materiais compósitos é necessário combinar as

propriedades mecânicas de dois ou mais componentes a fim obter um novo material capaz de

apresentar propriedades melhoradas.

Hoje os compósitos são produzidos por combinação de materiais com diferentes

características físico-químicas e mecânicas e pela utilização de diferentes processos de

manufatura. As propriedades mecânicas dos materiais compósitos fazem com que eles sejam

empregados em diversos segmentos e atividades que envolvem produtos metalúrgicos.

Os componentes que podem compor um material compósito são classificados em

dois tipos: matriz e reforço. A matriz dos compósitos preenche os espaços vazios que ficam

entre os materiais reforços e mantem-os em suas posições relativas, transmitindo os esforços

mecânicos aos reforços, mantendo-os em posição, e contribuindo com alguma ductilidade (em

geral pequena) para o compósito. Os materiais de reforço são os que realçam propriedades

mecânicas, eletromagnéticas ou químicas do material compósito como um todo, e são os

elementos que suportam os esforços no compósito, são em geral de elevadas resistência e

rigidez. A resistência será máxima quando as partículas estiverem orientadas com o esforço e

mínima na direção perpendicular.

O coeficiente de expansão térmica deve ser muito semelhante entre reforço e matriz

para que haja boa aderência da matriz à fibra.

A técnica de Metalurgia do Pó, usando moagem de alta energia e compactação

uniaxial a frio, seguida de sinterização, pode proporcionar resultados satisfatórios na

fabricação de matriz metálica de alumínio AA6061, reforçado com Nitreto de Silício (Si3N4) e

Nitreto de alumínio (AlN).

A metalurgia do pó confere três vantagens básicas se comparadas a outras técnicas

metalúrgicas, como a fundição por exemplo. A primeira é o custo de produção menor, que

compensa o fato de o pó ter o preço superior ao das chapas e das barras metálicas. A segunda

é a possibilidade de obter materiais e ligas fora do equilíbrio, que não se poderiam ser

produzidas utilizando-se dos processos convencionais como fusão, seguida de lingotamento e

conformação a quente. A terceira vantagem básica é que o processo de produção é mais

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simples, mais enxuto, ao ponto de possibilitar a elaboração de componentes novos com

melhores propriedades e com menos desperdício de material.

A metalurgia do pó possibilita a fabricação de peças metálicas pequenas e de design

complexo, como componentes de automóveis, de relógios, de equipamentos médicos, entre

outros. Em vez da barra ou chapa, o processo tem início com um pó metálico muito fino. Esse

pó é colocado em um molde e depois prensado onde é compactado até adquirir uma forma

definitiva chamada de compactado verde. O compactado verde, posteriormente, será

submetido à sinterização, em forno apropriado. Um das características da metalurgia do pó

reside no fato que ela é realizada na ausência de fase líquida, ou pelo menos, na presença

parcial de fase líquida, redundando em economia de energia e consequentemente em redução

de custos por peças produzidas.

A técnica de metalurgia do pó é antiga na indústria, sendo aplicada pelo menos desde

a Segunda Guerra Mundial, mas somente a partir dos anos 60 ganhou força, com a criação de

novas máquinas capazes de fazer as peças a partir do pó. No Brasil, no entanto, ela ainda vive

uma fase de consolidação, estando presente principalmente na indústria automotiva.

Neste trabalho de pesquisa preparou-se compósitos de matriz metálica da liga de

alumínio AA6061, com a incorporação de reforços particulados de Nitreto de Silício (Si3N4) e

Nitreto de Alumínio (AlN) na fração mássica de 5, 10 e 15% em peso de cada reforço através

de uma técnica de moagem de alta energia (MAE) utilizando-se um moinho vibratório do tipo

SPEX, seguido de compactação uniaxial a frio e sinterização a vácuo. Os pós dos compósitos

foram caracterizados por difração de raios-X (DRX), Difração a Laser (DL) e Microscópio

Eletrônico de Varredura (MEV) equipado com Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios

- X (EDS). A caracterização da microestrutura do sinterizado foi realizada por meio de

MEV/EDS enquanto que a Dureza Vickers foi avaliada a fim de verificar o quão efetivo foi a

incorporação dos reforços na preparação dos compósitos.

1.1 Justicativa

O aumento da demanda por materiais compósitos têm estimulado a formação de

recursos humanos cada vez mais capacitados e especializados a fim de atingir o desafio de

fabricar materiais que apresentem combinações de propriedades que não são encontradas em

materiais poliméricos, cerâmicos e metálicos.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Principal

O presente trabalho tem como escopo principal processar e fabricar compósitos de

matriz metálica da liga de alumínio AA6061 com reforços particulado de nitreto de silício

(Si3N4) e nitreto de alumínio (AlN) utilizando a técnica de Metalurgia do Pó usando moagem

de alta energia e compactação uniaxial a frio seguida de sinterização a fim de obter um novo

material que apresente propriedades mecânicas otimizada em relação aos materiais iniciais.

1.2.2 Objetivos Específicos

Estudar a viabilidade técnica da metalurgia do pó como processo de produção para

fabricação dos compósitos da liga de alumínio AA6061 reforçado com pó cerâmico de

nitreto de silício e de nitreto de alumínio;

Verificar melhora nas propriedades mecânicas da liga de alumínio AA6061 reforçada com

as diferentes frações em massa dos reforços particulado de Si3N4 e AlN relativamente a

liga sem reforço.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Compósitos

Os compósitos são materiais projetados de modo a conjugar características

desejáveis de dois ou mais materiais. Um exemplo típico é o compósito de fibra de vidro em

matriz polimérica. A fibra de vidro confere resistência mecânica, enquanto a matriz

polimérica, na maioria dos casos constituída de resina epoxídica, é responsável pela

flexibilidade do compósito. A matriz pode ser polimérica, metálica ou cerâmica. O mesmo

vale para o reforço, que pode estar na forma de dispersão de partículas, fibras, bastonetes,

lâminas ou plaquetas. Os materiais compósitos são também conhecidos como materiais

conjugados ou materiais compostos.

A madeira é um material compósito natural, em que a matriz e o reforço são

poliméricos. O concreto é outro compósito comum. Neste caso, tanto a matriz como o reforço

são materiais cerâmicos. No concreto, a matriz é cimento Portland e o reforço é constituído de

60 a 80% em volume de um agregado fino (areia) e de um agregado grosso chamado de

pedregulho. O concreto pode ainda ser reforçado com barras de aço. A grande expansão no

desenvolvimento e no uso dos materiais compósitos teve início na década de 70 (PADILHA,

2000).

A definição de material compósito é bastante flexível. Este material é caracterizado

em geral, por ser heterogêneo contendo pelo menos duas fases distintas, onde uma das fases

aparece contínua, sendo então denominada matriz e a outra comumente chamada de reforço,

que pode estar na forma de partículas e "whiskers", fibras curtas e fibras contínuas

(CHAWLA, 1993).

Figura 1 - Geometria usada em reforço no compósito de matriz metálica Fonte: (CHAWLA,1993).

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A interface matriz-reforço desempenha um papel importante no comportamento do

material compósito (QUAN, 1999). Por ser a região de ligação entre a matriz e o reforço,

ocorre à transferência de carga (ASTHANA, 1998). Além de constituir–se em local de

geração de discordâncias durante os processos de deformação plástica e alterações térmicas

(MANOHARAN, 1999).

As uniões entre a matriz e o reforço num material compósito são de difícil

classificação. Contudo, ela tem-se realizado segundo o tipo de reatividade química que é

desenvolvida entre a matriz e o reforço, obtendo-se assim, ss seguintes tipos de reações

(SATER, 1994):

Matriz e material de reforço não são reativos e são insolúveis.

Matriz e material de reforço não são reativos, mas são solúveis.

Matriz e material de reforço reagem para formar um terceiro componente na interface.

O principal requisito da interface é apresentar uma boa resistência mecânica, para

transferir a carga da matriz ao reforço, sem fraturar (CARACOSTAS et al 1997). E também ter

uma tenacidade moderada, para que a interface atue como um amortecedor mecânico,

protegendo a fibra de trincas provenientes da matriz (LUIZ, MARQUES, GOLDENSTEIN,

1993).

Para Mataix (1999) os principais parâmetros necessários para obter uma interface

“ideal” são:

1ª) A molhabilidade entre a matriz e os elementos de reforço deve ser perfeita, em processos de

conformação por fusão. Neste caso, intervém a natureza termodinâmica dos diferentes

elementos, e em especial suas energias superficiais;

2º) Devem existir forças de união suficientemente fortes para transmitir os esforços da matriz

ao reforço;

3º) As uniões devem ser estáveis no tempo, e sobretudo, na faixa de temperatura de utilização

do material compósito;

4ª) As zonas de reação interfacial devem ser reduzidas e não afetar a natureza dos elementos de

reforço;

5ª) Os coeficientes de dilatação térmica da matriz e dos reforços devem ser similar para limitar

os efeitos de tensão interna através da interface, sobretudo, ao se utilizar o compósito em

elevadas temperaturas.

Primeiramente, devem-se considerar as uniões do tipo mecânicas, ou seja, quando não

ocorre reação química. Este tipo de união pode existir quando o material de reforço apresente

uma superfície rugosa. Porém, esta ausência de união química conduz propriedades mecânicas

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medíocres (ASTHANA, 1998).

O tipo de união com molhabilidade e com dissoluções tem lugar nos materiais

compósitos reforçados por praticamente todos os elementos, com exceção dos óxidos. A matriz

tende a molhar e/ou dissolver parcialmente os elementos de reforço, sem que se formem

compostos entre ambos, existindo interações eletrônicas a curtas distâncias (distâncias

atômicas) (DA COSTA, 1998).

As uniões produzidas por reações químicas entre matriz/reforço provocam a

transferências de átomos, em um ou em ambos os materiais, formando um novo composto

químico na interface, ou reações químicas mais complexas, que podem ser representadas

mediante uma sequência de reações. Existem fatores que podem afetar a estabilidade das

interfaces. Como a instabilidade devido à dissolução, cujo inconveniente principal é a perda

parcial do material de reforço, produzindo-se cavidades devido ao efeito Kirkendal,

principalmente quando o reforço é do tipo metálico. Instabilidade devido à decomposição da

interface, produzidos em compósitos sujeitos a ciclos térmicos. Instabilidade devido à reação

interfacial, que degradam as propriedades do compósito (CLYNE, 1997).

Os reforços podem ser contínuos (fibras longas) e descontínuos (partículas,

"Whiskers" e fibras curtas). De uma forma geral, os compósitos com reforços contínuos

apresentam eficiência de transferência de carga da matriz para o reforço, porém possuem alto

custo. Os compósitos com reforços descontínuos possuem baixos custos de processamento e

de matérias primas. Boas propriedades mecânicas, resistência a abrasão e baixo coeficiente de

expansão térmica possibilitam a conformação mecânica do produto através de processos

convencionais, como forjamento, extrusão e laminação.

Os compósitos mais estudados nas décadas de 70 e 80 foram os de matriz polimérica,

e essa idéia evoluiu com o passar do tempo para os compósitos de matriz metálica e cerâmica,

os quais têm sido alvo de muitas pesquisas devido à possibilidade de serem usados em altas

temperaturas. Devido à possibilidade de combinação de características de diferentes materiais,

os compósitos têm sido alvo de intensas investigações nos últimos 10 anos, e mais

recentemente, os Compósitos de Matriz Metálica (CMM) reforçados por partículas,

produzidas por metalurgia convencional, com maiores limites de resistência e módulos de

elasticidades, melhores resistências a fadiga e desgaste, mesmo perdendo algumas

propriedades importantes, como resistência a corrosão e tenacidade (RACK, 1990).

Na maioria das vezes, as propriedades dos materiais compósitos são explicadas

através da regra de fases ou lei das misturas, em função do conteúdo do reforço e das

propriedades de ambos os constituintes. Em condições ideais, material compósito exibe um

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limite superior de propriedades mecânicas e físicas definidas pela equação a seguir (CLYNE,

WITHERS, 1993):

PC = PM x FM + PR x FR (1)

Onde:

PC é a propriedade do compósito.

PM é a propriedade da matriz.

FM é a fração volumétrica da matriz.

PR é a propriedade do reforço.

FR é a fração volumétrica do reforço.

Costuma-se classificar os compósitos pelo tipo do material da matriz. Atualmente,

existem compósitos de todos os tipos e classes de materiais, como: compósitos de matriz

polimérica (CMP), compósitos de matriz cerâmica (CMC) e compósitos de matriz metálica

(CMM). As matrizes têm como função principal, transferir as solicitações mecânicas as fibras

e protegê-las do ambiente externo. Quase todos os sistemas de ligas estruturais podem ser

usados como materiais de matriz em CMM, mas as mais usadas são Al, Mg e Ti (HUNT,

1988).

2.2 Ligas de Alumínio

Uma excepcional combinação de propriedades faz do alumínio um dos mais versáteis

materiais utilizados na engenharia e em construções. Baixo peso específico, embora algumas

de suas ligas possuam resistências superiores à ressitência do aço estrutural.

Alta resistência à corrosão sob a maioria das condições de trabalho e formação de

sais incolores na superfície, sem manchar ou descolorir produtos com os quais está em

contato, tais como: tecidos na indústria têxtil e soluções na indústria química. Não produz

reação tóxica. Possui boa condutibilidade térmica e elétrica e alta refletividade, tanto para o

calor, como para a luz. Apresenta boa trabalhabilidade e aceita uma grande variedade de

acabamento. Leveza é uma das principais características do alumínio. Seu peso específico é

de cerca de 2,7 g/cm3. Sua massa é aproximadamente 35% da do aço e 30% da do cobre.

O alumínio comercialmente puro tem sua resistência à tração de aproximadamente

90MPa. Sua utilização como material estrutural nesta condição é um tanto limitada. Através

de deformação/transformação do metal, por exemplo, laminação a frio, sua resistência pode

ser praticamente dobrada. Aumentos maiores na resistência podem ser obtidos com pequenas

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adições de outros metais, como elementos de liga, tais como: manganês, silício, cobre,

magnésio, zinco etc. Como o alumínio puro, as ligas podem também ter sua resistência

aumentada pelo trabalho a frio.

Algumas ligas, podem ainda apresentar aumento de resistência através de tratamento

térmico, tanto que hoje algumas ligas de alumínio podem ter resistência à tração de

aproximadamente 700 MPa. O alumínio e suas ligas perdem parte de sua resistência a

elevadas temperaturas. Embora algumas ligas conservem boa resistência entre 200 a 260ºC.

Em temperaturas abaixo de zero, entretanto, sua resistência aumenta sem perder a ductilidade,

tanto que o alumínio é um metal particularmente utilizado em aplicações a baixas

temperaturas.

As ligas de alumínio não - tratáveis termicamente são ligas de alumínio nas quais o

aumento da resistência mecânica se consegue somente por deformação plástica a frio,

enquanto que ligas de alumínio tratáveis termicamente são ligas de alumínio nas quais se

consegue o aumento da resistência mecânica através de um tratamento térmico. Para

identificar as ligas de alumínio trabalháveis é usado um sistema de designação numérica de

quatro dígitos. O primeiro dígito indica o grupo de ligas da seguinte maneira (ABAL, 2004):

a)Alumínio não-ligado de no mínimo 99,00% de pureza,1xxx;

b)Ligas de alumínio, agrupadas segundo o elemento de liga principal:

Cobre ........................................................................................... 2xxx

Mangânes...................................................................................... 3xxx

Silício........................................................................................... 4xxx

Magnésio...................................................................................... 5xxx

Magnésio e Silício.......................................................................... 6xxx

Zinco............................................................................................ 7xxx

Outros elementos............................................................................ 8xxx

Série não utilizada.......................................................................... 9xxx

O segundo dígito indica modificação da liga original ou dos limites de impureza. Os

dois últimos dígitos identificam a liga de alumínio ou indicam a pureza do alumínio. No

grupo 1xxx, alumínio não-ligado de no mínimo 99,00% de pureza, os dois últimos dígitos da

designação indicam os centésimos da porcentagem mínima de alumínio. O segundo dígito da

designação indica modificação dos limites das impurezas. O algarismo “0” indica o alumínio

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não-ligado que contém impurezas em seus limites naturais ou que não houve um controle

especial de um ou mais elementos presentes como impurezas. No grupo 2xxx a 8xxx, os dois

últimos dígitos dos quatro da designação são arbitrários, servindo somente para identificar as

diferentes ligas do grupo. O segundo dígito caracteriza modificações da liga original.

A tabela do guia técnico do alumínio da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL)

mostra os limites teóricos da composição química da liga de alumínio AA6061:

Tabela 1

Composição química da liga de alumínio AA6061

Liga Composição (%)

AA 6061

Si Fe Cu Mn Mg Cr Zn Ti Al

0,4- 0,8 0,2 0,15-0,4 0,15 0,8-1,2 0,04-0,35 0,25 0,15 96,54

Fonte :(ABAL, 2004)

Os reforços mais utilizados nos CMM são de material cerâmico. Estes reforços

possuem alta dureza e baixa tenacidade à fratura. As características finais do material

compósito dependem da fração volumétrica do reforço e da matriz metálica.

Tabela 2

Sistema de classificação da The Aluminum Association Inc., associação dos produtores

norte-americanos

Série Elemento(s) de liga principal(is) Outros elementos de liga

1xxx Alumínio puro -

2xxx Cu Mg , Li

3xxx Mn Mg

4xxx Si -

5xxx Mg -

6xxx Mg , Si -

7xxx Zn Cu, Mg, Cr, Zr

8xxx Sn, Li, Fe, Cu, Mg -

9xxx Reservado para uso futuro -

Fonte: (ABAL, 2004)

A tabela 2 mostra o sistema de classificação da The Aluminum Association Inc.,

associação dos produtores norte-americanos.

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2.3 Compósitos de Matriz Metálica de Alumínio

Os compósitos de matriz metálica (CMM), especificamente os de Al e suas ligas,

hoje representam a grande maioria do mercado de compósitos de matriz metálica. As ligas de

alumínio possuem, além do metal base, outros elementos, considerados como componentes de

liga ou como impurezas.

Os principais elementos de liga são o cobre, o silício, o magnésio e o zinco que

determinam as características principais da liga. Adições de cromo, níquel, vanádio, boro,

prata, chumbo, bismuto, zircônio e lítio conferem propriedades especiais às ligas básicas,

como resistência à corrosão, controle de recristalização ou usinabilidade. Outros elementos,

como ferro, titânio, sódio, estrôncio e antimônio são considerados impurezas cuja presença

deve ser controlada. Dependendo do grupo de ligas, um elemento que é considerado benéfico

em uma liga poderá ser deletério em outra e vice-versa (WEINGAERTNER, SCHOROETER,

1991).

O compósito de matriz metálica, em geral, consiste de pelo menos dois componentes:

um obviamente é a matriz metálica e o segundo o reforço (em geral, um componente

intermetálico, um óxido, um carboneto ou um nitreto, podendo também ser outro metal). A

diferença entre os CMM (compósitos de matriz metálica) e as ligas de duas ou mais fases està

na forma de obtenção. Na produção do compósito, a matriz e o reforço são misturados juntos,

distinguindo das ligas de duas ou mais fases, onde uma segunda fase é formada através de

uma reação eutética ou eutectóide.

Em outras palavras, o CMM é um material obtido por uma mistura mecânica de

fases, o que a diferencia da liga convencional obtida por solidificação ou reação no estado

sólido como previsto no diagrama de fases. Isto possibilita a adição de diversos materiais em

quaisquer frações volumétricas, formas e tamanhos, com diferentes arranjos espaciais na

matriz metálica. Esta grande flexibilidade microestrutural permite projetar um CMM com

propriedades desejadas e únicas, lançando-se mão da conjugação das propriedades dos

materiais que o compõe (YOSHIMURA, 1994).

A ideia básica dos CMM é combinar a excelente ductilidade e conformabilidade da

matriz metálica com a elevada resistência dos materiais de reforço, seja para promover maior

dureza às estruturas metálicas, ou para conferir leveza às estruturas utilizadas na indústria

aeronáutica e aeroespacial (MISHRA et al, 1999).

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Ligas de Al e Mg, com baixos conteúdos de Si, e reforçados com SiC que é

termodinamicamente instável acima do ponto de fusão da matriz, reage com a mesma para

formar o Al4C3 através da seguinte reação (WARREN; ANDERSSON, 1984):

4 Al + 3SiC Al4C3 + 3Si (2)

Entretanto essa reação não ocorre para temperaturas abaixo de 650 °C. (LEGOUX,

L’ESPÉRANCE, SUÉRY, 1990).

Através desta reação se observa um incremento sensível no nível de Si na matriz, que

ocorre devido ao avanço da reação, e por sua vez, pode favorecer a diminuição do ponto de

fusão do compósito com o tempo de reação. A reação da formação do carbeto pode ser evitada

através da utilização de altos conteúdos de Si na matriz. Este carbeto é conhecido pela sua

fragilidade e instabilidade, degradando as propriedades mecânicas do compósito (LACOM,

DEGISCHER, SCHULZ, 1997).

Na metalurgia do pó, em que a consolidação dos materiais ocorre no estado sólido, à

formação do Al4C3 não é um fator a ser considerado, pois este se encontra estável abaixo da

temperatura do solidus (ponto da curva do diagrama de fase o qual uma dada substância se

apresenta completamente sólida, ou seja, cristalizada). Portanto, são os processos de

fabricação que envolve metal líquido, os que são propensos a este tipo de reação, desde que

exista contato entre o reforço e a matriz que se encontra no estado líquido. As considerações

termodinâmicas mostram uma tendência para que a formação da reação ocorra, sendo que a

cinética e a velocidade da reação são os fatores de maior importância prática. A cinética da

reação partícula/matriz pode ser modificada de várias formas, mas geralmente utiliza-se o

revestimento da partícula, pois esta camada tende a modificar e/ou diminuir esta reatividade

(LEE etal, 1999).

Quando se pensa na produção desses compósitos utilizando-se a técnica de

metalurgia do pó deve-se levar em consideração que se utiliza pós de ligas de alumínio

relativamente finos (tamanhos de partículas entre 10 e 20 µm). Por isso o processo de

produção dos pós é muito importante, pois a partir daí pode-se obter um pó de alumínio com

uma faixa de distribuição granulométrica mais estreita, maior ou menor quantidade de

elementos de liga em solução sólida, maior quantidade de precipitados (GERMAN, 1984).

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2.4 Metalurgia do Pó

Metalurgia do pó é a técnica metalúrgica que consiste em transformar pós de metais,

metaloides ou ligas de metálicas e, às vezes também substâncias não metálicas, em peças

resistentes, sem recorrer-se à fusão, mas apenas pelo emprego de pressão e calor. O processo

envolve, em princípio, as seguintes etapas fundamentais: 1) misturas de pós; 2) compressão da

mistura resultante, com emprego de moldes (matrizes), essa etapa é chamada de

“compactação”; 3) Aquecimento do compactado resultante, de modo a produzir-se uma

ligação entre partículas e conferir-se resistência mecânica ao compactado - é a sinterização

(CHIAVERINI, 1986).

Entre os produtos que são exclusivos de metalurgia do pó incluem-se os seguintes:

metais refratários, tais como W, Mo e o Ta; metal duro ou carbonetos de metais como o W,

Ta e Ti; aglomerados com cobalto; mancais porosos autolubrificantes, de bronze ou ferro;

filtros metálicos de bronze; discos de fricção metálicos à base de cobre ou ferro, misturados

com substância de alto coeficiente de atrito; certos tipos de contatos elétricos como W-Ag, W-

Cu, Mo-Ag e Mo-Cu; escovas coletoras de correntes de diversas composições.

Entre outros produtos que são mais eficientes e economicamente fabricados por

metalurgia do pó incluem-se os seguintes: peças de forma relativamente complexa e de grande

precisão dimensional de ferro e aço, cobre e suas ligas e outros metais e ligas, utilizadas em

grande escala nos mais variados setores de máquinas, veículos e equipamentos, certos tipos de

imãs permanentes (CHIAVERINI, 1986).

A simples enumeração dos produtos acima demonstra a importância adquirida pela

técnica na indústria moderna e as vantagens que o processo apresenta em relação às técnicas

metalúrgicas convencionais: produção de peças de metais refratários, obtenção de efeitos

estruturais especiais (porosidade controlada em buchas autolubrificantes e filtros metálicos),

combinações de substâncias metálicas com materiais não metálicos (materais de fricção e

escovas coletoras), obtenção de materiais onde os constituintes metálicos ou não metálicos

continuam a conservar suas características físicas individuais (discos de fricção e contatos

elétricos), produção mais econômica de peças de grande precisão de forma e dimensões

(CHIAVERINI, 1986).

Outras vantagens do processo residem nos seguintes pontos: controle rigoroso da

composição do material e eliminação ou redução a um mínimo das impurezas introduzidas

pelos processos metalúrgicos convencionais; operação em atmosfera rigorosamente

controlada ou em vácuo; redução ou eliminação das perdas de material ou produção de sucata;

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maior rapidez e maior economia de fabricação. A desvantagem da técnica é a capacidade das

prensas que limita o tamanho das peças fabricadas (CHIAVERINI, 1986).

As matérias primas na metalurgia do pó são pós metálicos e não metálicos cujas

características tecnológicas influem não só no comportamento do pó durante o seu

processamento, como também nas qualidades dos produtos sintetizados. Essas características

que devem ser conhecidas e controladas são as seguintes: tamanho de partículas, forma da

partícula, porosidade da partícula, estrutura da partícula, superfície especifica, densidade

aparente, velocidade de escoamento, compressibilidade e composição química

(CHIAVERINI, 1986).

A figura 2 ilustra a sinterização convencional de pós de alumínio mostrando a

formação de uma rede semi-contínua de óxido que pode fragilizar o sinterizado.

Figura 2 - Desenho esquemático da sinterização convencional de pós de alumínio

Fonte: (MOURISCO, 1995).

Na compactação de componentes de alumínio há a formação de contatos (metálicos,

ou metal-cerâmicos no caso dos compósitos). No aquecimento os contatos metal-metal (Al-

Al, Al-Cu e etc) dão origem à fase líquida. Durante o aquecimento prévio à sinterização há

um período de queima do lubrificante que não deve ser feito a temperaturas altas e ainda com

baixa taxa de aquecimento; após esse período a taxa de aquecimento deve ser alta para

minimizar as mudanças dimensionais (MOURISCO, 1995).

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2.5 Moagem de alta energia (MAE)

Mechanical Alloying (MA) ou Moagem de Alta Energia (MAE) é um processo de

moagem que ocorre no estado sólido que envolve repetidas soldas, fraturas e ressoldas de

partículas de pó em moinhos de bolas de alta energia. Originalmente desenvolveu-se na

indústria aeroespacial para produzir superligas à base de níquel e ferro por meio de dispersão

de óxidos capaz de produzir uma variedade de ligas a partir de mistura de pós-elementares. As

fases de não equilíbrio sinterizados incluem soluções sólidas supersaturadas, fases

metaestáveis cristalinas e quasicristalinas, nanoestruturas e ligas amorfas.

Recentes avanços nestas áreas e na síntese mecanoquímica de materiais estão

provocando revisão crítica após discutir as variáveis envolvidas na mechanical alloying. Este

processo modifica a morfologia da liga AA6061 originalmente, esférica para uma morfologia

equiaxial, mais propícia para o processo de conformação, pois evita a formação de

propriedades direcionais (SURYANARAYANA, 1987).

Jonh Benjamin e seus colegas no laboratório da International Nickel Company

(INCO) desenvolveram o processo por volta de 1966. A técnica foi o resultado de uma longa

busca para a produção de superliga a base de níquel para aplicações de turbina a gás. Onde

essas ligas deveriam apresentar os seguintes requisitos: resistência à alta temperatura,

resistência à corrosão e resistência à oxidação. O tamanho das partículas usadas em moagem

de alta energia pode variar de 1 a 200 microns. Este tamanho diminui exponencialmente com

o tempo de moagem (SURYANARAYANA, 1987).

As principais variáveis do processo de moagem de alta energia são: tipo de moinho,

recipiente de moagem, velocidade, tempo, tamanho e distribuição das bolas, relação de peso

bola/pó, tamanho do frasco, atmosfera, agente de controle de processos e temperatura.

Como nas fases iniciais de moagem, as partículas ainda estão pouco deformadas (se

estiver usando material dúctil-dúctil ou dúctil-frágil), tendendo a se aglomerarem e formar

grandes partículas. As partículas, nesta fase, possuem estrutura em camadas consistindo de

várias combinações dos constituintes iniciais.

Com a deformação contínua, as partículas começam a endurecer e fraturar por fadiga

e/ou pela fragmentação frágil. Os fragmentos gerados por este mecanismo podem continuar a

diminuir de tamanho com a fratura predominando sobre a solda fria.

Devido ao impacto continuado de bolas de moagem, a estrutura das partículas é

constantemente refinada. Boa parte da energia é perdida na forma de calor e uma pequena

quantidade é utilizada na deformação elástica e plástica (SURYANARAYANA, 1987).

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Figura 3 - Evolução da morfologia esférica para morfologia equiaxial de uma partícula

submetida ao processo de Moagem de Alta Energia (MAE).

Fonte: (BENJAMIN 1974).

Diferentes tipos de moinho de alta energia são utilizados para produzir pós. Eles

apresentam diferentes capacidades de moagem e podem ser equipados com resfriamento,

aquecimento, etc; uma breve descrição de alguns deles a seguir (SURYANARAYANA,

1998).

2.5.1 Spex Shaker Mills (Moinho Agitador Spex)

Capacidade = 10 a 20 gramas;

Fins = pesquisa;

Fabricados por Spex Certprep, Metuchen, NJ;

A variedade mais comum possui uma jarra contendo a amostra e bolas oscilando

energicamente para trás e frente, milhares de vezes por minuto;

O movimento de vai-e-vem de agitação é combinado, com os movimentos laterais das

extremidades do tubo, de modo que a jarra parece estar descrevendo o nº 8;

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Devido à amplitude (cerca de 5 cm) e velocidade (cerca de 1200 rpm), as velocidades

das esferas são altas (da ordem de 5 m/s) e consequentemente, a força do impacto da

bola é extraordinariamente grande; portanto, pode ser considerado como de alta

energia;

O projeto mais recente tem previsão para a moagem em dois frascos para aumentar o

rendimento, incorporando arrefecimento para permitir longos tempos de moagem;

Uma variedade de materiais do frasco está disponível para o Spex e estas incluem aço

temperado, alumina, carboneto de tungstênio, zircônio, aço inoxidável, de nitreto de

silício, ágata, plástico e metacrilato.

Figura 4 - Moinho agitador do tipo Spex utilizado em moagem de alta energia.

Fonte: /www.elvatech.com/en/catalog/materials acessado em 08/04/2012 às 11:29

2.5.2 Moinho planetário (Pulverisette)

O Moinho Planetário ou Pulverisette tem capacidade para processar algumas

centenas de gramas do pó, fabricados por Fristsch GMBH (Alemanha), comercializado por

Gilson Co, EUA e Canadá, seu nome alude ao movimento (dos jarros) dos Planetas.

São fabricados com ágata, nitreto de silício, corundun sinterizado, zircônia, aço

cromado, aço Cr-Ni, carboneto de Tungstênio e plástico de poliamida. Mesmo que a

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velocidade linear das bolas neste tipo de moinho seja maior do que no Spex, a frequência de

impactos é muito maior no Spex, assim, em comparação ao Spex, o moinho Fritsch

Pulverisette pode ser considerado de baixa energia.

Figura 5 - Moinho Pulverisette típico usado em Moagem de Alta Energia

equipado com 07 (seis) estações de moagem.

Fonte: <http://www.alemmar.com.br>. Acessado em: 08/04/2012 às 11:01

2.5.3 Moinho Atritor

O Moinho Atritor consiste de um tambor rotativo horizontal preenchido pela metade

com pequenas esferas de aço. A taxa de moagem aumenta com a velocidade de rotação.

Consiste em um cilindro vertical com uma série de impulsores dentro dele. Sua capacidade

varia de 0,5 kg a 40 kg, fabricado pela Akron.

A velocidade é muito menor (cerca de 0,5 m/s) do que no Fritsch ou moinhos Spex

e, consequentemente, a energia do Atritor é baixa. Os recipientes (jarras) estão disponíveis em

aço inoxidável ou aço inoxidável revestido com alumina, carboneto de silício, nitreto de

silício e zircônia. Uma variedade de meios de moagem também: pedras, esteatito, mulita,

cerâmica, carboneto de silício, nitreto de silício, sialon, alumina, zircônia, silicatos, aço

inoxidável, aço carbono, aço cromo e tungstênio.

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Figura 6. Moinho atritor típico.

Fonte:http://www.willmaquinas.com.br. Acessado 08/04/12 às 10:50

A forte deformação mecânica experimentada pelos pós durante a moagem de alta

energia conduz a defeitos cristalinos. Outro importante parâmetro reside no fato de que a

temperatura durante a moagem depende da energia cinética das bolas que pode influenciar as

características finais do pó moído. Temperatura alta está associada à alta difusividade (alta

mobilidade atômica), em outros casos a fase estável pode ser formada. Por outro lado se a

temperatura é baixa poderá ajudar a formação da fase amorfa (nanocrsitalina).

2.6 Compósitos de Matrizes Metálicas de Alumínio por Metalutgia do Pó

Compósitos de Matriz Metálica (CMM) estão sendo investigados por causa das suas

propriedades superiores em relação aos materiais convencionais. A fim de melhorar o

comportamento mecânico e térmico final dos Compósitos de Matriz de Alumínio (CMA)

utiliza-se a dispersão de reforços tais como intermetálicos, carbetos ou nitretos em ligas de

alumínio. Atualmente os dois maiores fatores limitantes na aplicação desses materiais são o

alto custo e as reações de interface reforço/matriz que ocorrem durante o processamento e em

altas temperaturas de serviço (ADAMIAK, et al, 2006).

O processamento de CMA via Metalurgia do Pó (MP) contribui para a boa

distribuição do reforço, sem os problemas de segregação dos compósitos fundidos. A extrusão

a quente propicia uma alta coesão entre as partículas (FOGAGNOLO, ROBERT,

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TORRALBA, 2006).

Os compósitos de matriz metálica podem apresentar propriedades únicas em

comparação com os materiais tradicionais, bem como o potencial de novas aplicações. A

aplicabilidade destes materiais baseia-se na melhoria da resistência em altas temperaturas e

resistência ao desgaste, principalmente quando comparado com as ligas convencionais, sem

reforço. Os compósitos dos grupos AA2XXX, AA6XXX e AA7XXX são usados em

aplicações onde a boa característica mecânica e baixo peso específico são desejados

(LINDROOS, 1995).

Compósitos reforçados com partículas de cerâmica (Al2O3, SiC) estão sendo

gradualmente implementados para a produção nos setores automotivo, eletrônico e de

aeronaves, sobretudo devido à alta resistência ao desgaste. No entanto, a obtenção de um

material com melhor propriedade mecânica exige reforços termodinamicamente estáveis,

menos suscetíveis a rachaduras e bem ligados a matriz. (TJONG, 2000).

Devido às suas propriedades, tais como: alta resistência, dureza, condutividade

térmica e coeficiente de dilatação térmica, o nitreto de alumínio (AlN) é cada vez mais usado

como fase de reforço em liga de alumínio (LEE, LEE, ZHENG, 2007).

Uma vantagem desse reforço é que não ocorre a reação entre o alumínio e AlN, ao

contrário do sistema Al-SiC, onde uma fase Al4C3 pode ser formada (DYZIA, OELEZIONA,

s/d).

As principais vantagens da Metalurgia do Pó na fabricação de CMM são: a) Uso

temperatura mais baixa diminui o risco de reação química entre a matriz e a fase de reforço;

b) A temperatura mais baixa permite uma considerável ecomonia; c) Possibilidade de

incorporar diversos tipos de matrizes e de reforço no mesmo sistema composto; c) Maior

fração de partículas de reforço poder ser incluída na composição quando comparado com as

limitações reológicas no processo de fundição (GHEORGHE, 2000).

Sobre o processo de produção de pós por atomização, especificamente sobre os pós

de alumínio, observe o que dizem Camey e Tsakiropoulos (CARNEY etal, 1990) “Num

processo de solidificação de uma partícula de pó de tamanho 15 µm, o tempo de solidificação

é menor do que 1,5 ms e que mesmo em atmosferas controladas onde os teores de oxigênio

são muito baixos, ocorre a formação de uma camada de óxido que recobre cada partícula. A

partir do momento que essas partículas são expostas à atmosfera, ocorre a ainda a formação

de outros produtos nessa superfície e principalmente devido à hidratação desse óxido

superficial ocorre a formação de óxidos de alumínio, tais como Al203.H2O e Al2O3.3H20 de

acordo a figura a seguir (CARNEY, et al., 1990).

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Figura 7 - Desenho esquemático de uma partícula de pó de alumínio mostrando o filme

de óxido que recobre cada partícula. Fonte: (CARNEY, et al., 1990).

2.7 Aplicações dos compósitos de matrizes metálicas de Alumínio por MP

Além da indústria aeronáutica e aeroespacial americana, a Toyota do Japão no início

da década de 60, passou a pesquisar esses materiais e terminou por lançar, entre outros

componentes, pistões de veículos automotores onde a cabeça é reforçada por fibras de

alumina; bielas que poderiam resistir as mais elevadas temperaturas de trabalho e ainda tendo

paredes mais finas que reduzem o peso e aumentam o rendimento dos motores.

Atualmente a Honda do Japão faz pesquisas com o intuito de substituir partes de

blocos de motores que utilizavam ferros fundidos por CMM reforçados por fibras de alumina

e carbono (BACON, 1989).

A Alcan passou a pesquisar e desenvolver esses materiais e atualmente produz CMM

de alumínio sendo que o mais conhecido é o Duralcan que consiste de matrizes de alumínio

reforçadas por partículas de SiC ou Al2O3 (BEGG, 1992).

Até o ano de 1988 três sistemas MMC-Al eram considerados como em uso

comercial: fibras de alumina reforçando matrizes de alumínio em pistões de automóveis,

alumínio reforçado por partículas de SiC em sistema de guia de mísseis e alumínio reforçado

por fibras de boro e/ou borosilicatos para componentes de foguetes. (CORNIE et al, 1989).

Palhetas de turbinas que trabalham na faixa de 650 °F têm sido fabricadas em liga de

alumínio (Al-Fe-Ce, ALCOA), produzidos por Metalurgia do Pó. Essas turbinas têm aplicação

automotiva em motores turbos e foram desenvolvidas por Garret/Ford - EUA e mostram entre

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outras propriedades, faixas de temperaturas de uso mais elevadas e maiores limites de fadiga

(MILLAN JUNIOR, 1982).

Folhas de ligas de alumínio de 6350 x 1370 x 2,28 mm têm sido produzidas por

Lockheed-Georgia Aeronautics (EUA) para serem utilizadas em tetos de aviões de carga do

modelo C-130 (FROES, 1991).

Segundo a Aerosospace specificacion Metal (ASM) as principais aplicações para a

Liga AA6061 T6 e AA6061 T651 estão abaixo relacionadas (ASN, 2011):

Acessórios de aeronaves;

Acessórios na indústria marítima;

Acessórios e conectores elétricos;

Pistões de freio;

Pistões hidráulicos;

Quadros de bicicletas.

Os principais elementos de liga presente nas ligas de alumínio atuam de acordo com

a tabela a seguir, segundo Kottaus (1972):

Tabela 3

Principais elementos de liga presente nas ligas de alumínio

Elementos Efeito

Silício (Si) Melhora a fundibilidade; encontrado em % maiores nas ligas fundidas. Melhora a

endurecibilidade; em quantidade menores também é encontrada nas ligas

conformadas.

Magnésio

(Mg)

Melhora a resistência contra a corrosão marinha. Aumenta a resistência mecânica.

Favorece o endurecimento das ligas contendo Si ou Cu. É adicionado às ligas

fundidas e conformadas.

Cobre (Cu) Melhora a resistência mecânica; é responsável pela endurecibilidade; diminui a

resistência à corrosão, principalmente nas ligas conformadas.

Zinco (Zn) Aumenta a resistência mecânica; favorece a endurecibilidade; diminui a resistência á

corrosão.

Mangânes

(Mn)

Em quantidade pequena é adicionada a quase todas as liga.Diminui o efeito negativo

do ferro, geralmente contida no alumínio sob forma de impurezas.Aumenta a

temperatura de recristalização(temperatura mínima em que irá ocorrer uma

recristalização completa dentro aproximadamente uma hora.

Cr (Cr) Efeitos semelhantes ao manganês.

Titânio (Ti) Origina redução do tamanho dos grãos da estrutura.

Fonte: (KOTTAUS, 1972).

A função de cada elemento químico que faz parte da composição da liga de alumínio

depende da quantidade dos elementos presentes na liga, como também da interação com os

demais elementos. Para a liga de alumínio AA6061 os elementos principais de liga são o

magnésio e o silício (KOTTAUS, 1972).

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3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Esse capítulo tem como escopo descrever sucintamente o método, a técnica e o

processo utilizado na pesquisa, para isso foram registradas as características técnica mais

importante do método instrumental (aparelhos, equipamentos etc) e os passos fundamentais

para consecução do presente trabalho.

Inicialmente, o pó recebido para pesquisa da liga AA6061, dos reforços de nitreto de

silício (Si3N4) e nitreto de alumínio (AlN) foram caracterizados individualmente a fim de

determinar as composições químicas, estruturas, microestruturas e granulometrias.

Após essa etapa, procedeu-se o processamento dos pós utilizando-se a técnica de

Metalurgia Pó (MP) por meio de moagem de alta energia (MAE) com fração em massa de 5,

10 e 15% de cada reforço (Si3N4 e AlN) separadamente; fazendo o uso de tempo de moagem

de 30 e 60 minutos. Para caracterizar a microestrutura e a composição química qualitativa

foram utilizadosa Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) equipado com Espectroscopia

de Energia Dispersiva de Raios-X (EDS); a investigação das fases formada, após a moagem

de alta energia, foi realizada por Difração de Raios-X (DRX) e os ensaios granulométricos

foram feitos por Difração a Laser (DL).

O pó processado foi submetido à compactação uniaxial obtendo-se disco de

compactado verde. Para determinar a densidade do compactado verde empregou-se o método

geométrico utilizando a relação massa/volume por meio de uso de balança analítica de

precisão com 03 (três) casas decimais e paquímetro digital.

As amostras de compactado verde foram submetidas a uma taxa de aquecimento de

20ºC/min durante 25 minutos atingindo a temperatura de 500 ºC durante 5 horas; Após o

aquecimento, ou seja, a sinterização propriamente dita, as amostras foram resfriadas até a

temperatura ambiente de 25ºC durante 48h produzindo uma taxa de resfriamento lento de

0,174ºC/min.

As pastilhas sinterizadas foram seccionadas utilizando-se uma máquina de corte de

precisão da marca Buelher, modelo Isomet; utilizou-se também uma máquina de corte (cut-

off ou policorte) fabricada pela Arotec, modelo COR-40 para particionar algumas amostras

sinterizadas que não foram cortadas na Isomet.

Após o corte, as pastilhas em formato de discos foram embutidas e lixadas nas

granas 220, 320, 400 e 600 em lixadeira da marca Arotec modelo APL-4 e posteriormente

polidas em máquina Politriz da marca Arotec, modelo Aropol com tecido de feltro e agente

polidor tipo pasta de diamante com granulometria de 1µm (um micron). Após o polimento

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foram limpas com álcool etílico pro-análíse (PA) e o excesso de líquido retirado com jato de

ar quente por meio de secador apropriado.

As amostras lixadas e polidas foram submetidas a ataque químico, para revelar os

contornos de grãos e a morfologia, aplicando solução aquosa de ácido fluorídrico a 0,5%

(zero vírgula cinco porcento) durante o tempo de 80s (oitenta segundos).

As amostras lixadas, polidas e atacadas quimicamente (preparação metalográfica)

foram caracterizadas por microscopia ótica (MO) que permitiu a visualização clara e precisa

da distribuição dos reforços na matriz AA6061. Para caracterizar a estrutura e a composição

química qualitativa das amostras sinterizadas foi utilizado o mesmo Microscopio Eletrônico

de Varredura (MEV) equipado com Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios-X (EDS)

utilizada na carcaterização dos pós.

Para caracterização mecânica, que consiste na determinação da dureza, utilizou-se

um durômetro Vickers.

O fluxograma a seguir retrata o procedimento experimental utilizado no

processamento, fabricação e caracterização do compósito pesquisado.

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Figura 8. Fluxograma de fabricação e caracterização do compósito elaborado.

Fonte: (Criação do autor)

3.1 Materiais

O Nitreto de Silício (Si3N4) recebido e utilizada na presente pesquisa, como um dos

reforços investigado, era da marca Aldrich de origem japonesa e que de acordo com o

fabricante apresentava granulometria de 325 mesh (45micra) e fase predominantemente β.

O Nitreto de Silício (Si3N4) possui maior resistência ao choque térmico dentre todas as

cerâmicas avançadas. Oferece excelente combinação de baixa densidade e baixa expansão

elementar

(comercial)

de AA6061

Pó elementar

(comercial) de

Si3N4;

325mesh

(45µ)

(325MESH

elementar

(comercial)

de AlN

abaixo de

10µ

Moagem de alta energia (MAE); moinho SPEX; 720rpm; 30 e 60min

PCA (Ac. esteárico

95%)

Ponto fusão = 68-71oC

Compactação uniaxial a frio do pó;

Carga = 40ton; pressão = 7,0 ton/cm2

Densidade do compactado do verde

Sinterização a vácuo (- 680mmHg); 500ºC/5horas, resfriamento lento de 48horas

Densidade das pastilhas sinterizadas

Preparação metalográfica (corte, embutimento, lixamento, polimento, limpeza

ultrassônica e ataque químico)

Caracterização do sinterizado (MO;MEV/EDS;DRX;DENSIDADE).

Determinação da Dureza Vickers

Caracterização dos pós

elementares e processados

(MEV/EDS; DRX e DL)

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térmica; possui estrutura molecular estável por se tratar de uma substância química que tem

ligações predominantemente covalentes e estrutura cristalina hexagonal. Tem como

características principais: boa resistência ao choque térmico; alta resistência mecânica; baixa

densidade, apresentando 40% da densidade das superligas usadas a altas temperaturas; boa

resistência a altas temperaturas; boa resistência à corrosão; alta dureza; boa resistência

química e resitência à oxidação (CERTEC, 2011).

Por outro lado o Nitreto de Alumínio (AlN) recebido e utilizado como pó de partida na

pesquisa possuía granulometria menor que 10 micron, tinha 98% de pureza, era da marca

Aldrich fabricado na Alemanha.

O Nitreto de Alumínio (AlN) é uma substância que tem ligação química covalente,

estável (oxidação da superfície ocorre acima de 700°C) e estrutura cristalina hexagonal.

Possuí alta condutividade térmica, alta resistência mecânica e estabilidade à alta temperatura

(ACCURATUS, 2011).

O nitreto de alumínio é um material cerâmico que não ocorre na natureza, mas pode

ser sintetizado por reações em altas temperaturas, onde se destaca a deposição química em

fase gasosa assistida por plasma reativo, redução carbotérmica e nitretação direta

(MALENGREAU, VERMEERSH, 1997; JOHNSTON, SMITH, 1992).

Como Agente Controlador de Processo (PCA) para reduzir o atrito (evita o excesso

de soldagem a frio entre as partículas de pó durante a moagem) entre os pós e o ferramental

(esferas e recipiente) foi utilizado o Ácido Esteárico (C12H36O2) com as seguintes

especificações técnicas: teor = 95%, faixa de fusão = 68-71ºC da Vetec Química, Rio de

Janeiro – RJ.

Figura 9. Diferença entre Moagem de Alta Energia (MAE) sem e com PCA.

Na esfera da esquerda (sem PCA), observa-se a formação de uma crosta em toda

superfície do corpo moedor, enquanto a esfera da direita (com PCA) mostra pequenas

impregnações do pó processado na região inferior.

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3.2 Métodos

Esta etapa tem como escopo descrever de forma sistemática, lógica e sucinta

aparelhagem, os instrumentos e os equipamentos utilizados nos trabalhos durante o

processamento e fabricação do compósito, indicando a opção escolhida pelo pesquisador para

conduzir de forma eficiente e eficaz a presente pesquisa científica.

3.2.1 Pesagem

Os pós de partida (também chamandos de elementares) recebidos e utilizados na

presente pesquisa foram os da liga de alumínio da série AA6061 como componenete matriz e

como componentes de reforços, o Nitreto de Silício (Si3N4) com granulometria de 325 mesh

(45 micra), fase predominantemente β da marca Aldrich e o Nitreto de Alumínio (AlN) com

granulometria menor que 10 micron da marca Aldrich. Estes pós foram pesados em balança

eletrônica da marca Bioprecisa modelo JA3003N com precisão de 03 (três) casas decimais,

pertencente ao Laboratório de Compósito (Compolab) do Departamento de Engenharia

Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A figura a seguir reporta a balança utilizada na pesagem dos pós de partidas.

Figura 10. Balança utilizada na pesagem dos pós de partidas e das pastilhas sinterizadas.

Para cada reforço foram realizadas pesagens com fração em massa de 5,10 e 15%

utilizando tempo de moagem de 30 e 60 minutos, perfazendo 12 (doze) amostras de pó.

O Agente Controlador de Processo (PCA) foi utilizado na proporção de fração em massa de

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2% sobre as 8,0g (oito gramas). Assim no final da etapa de pesagem cada amostra de pó

processada no Moinho Spex pesava 8,16g.

Tabela 4

Distribuição das amostras

Amostra Matriz Reforço % tempo de moagem (min) Massa (g) PCA (g)

1 AA6061 Si3N4 5 30 8,000 1,6

2 AA6061 Si3N4 5 60 8,000 1,6

3 AA6061 Si3N4 10 30 8,000 1,6

4 AA6061 Si3N4 10 60 8,000 1,6

5 AA6061 Si3N4 15 30 8,000 1,6

6 AA6061 Si3N4 15 60 8,000 1,6

7 AA6061 AlN 5 30 8,000 1,6

8 AA6061 AlN 5 60 8,000 1,6

9 AA6061 AlN 10 30 8,000 1,6

10 AA6061 AlN 10 60 8,000 1,6

11 AA6061 AlN 15 30 8,000 1,6

12 AA6061 AlN 15 60 8,000 1,6 Fonte: (Dados da pesquisa)

A tabela anterior ilustra a distribuição das amostras dos pós processados em MAE

conforme a matriz, os reforços, a fração em massa de cada reforço, tempo de moagem e o

peso do PCA.

3.2.2 Moagem dos Pós de Partida

A técnica utilizada para a moagem das cargas dos pós de partidas, já devidamente

pesadas, foi a Moagem de Alta Energia (Mechanical Alloying ou Mecanossíntese) onde pode

ser entendido como um processo de moagem que ocorre no estado sólido envolvendo

sucessivas soldas, fraturas e resoldas das partículas dos pós, tendo como corpos moedores

esferas dotadas de alta energia cinética. O moinho utilizado foi do tipo Spex (vibratório) com

720 rpm, fabricado pela Indústria Triunfo e dotado de motor monofásico de 1/3 CV

pertencente ao Laboratório de Compósito (Compolab) do Departamento de Engenharia

Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

As variáveis mais importantes durante a moagem de alta energia foram: o tipo de

moinho, o recipiente de moagem (jarra), a velocidade, o tamanho das bolas, a relação de peso

das bola/peso dos pós, o tamanho da jarra e a temperatura.

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A fotografia a seguir mostra o Moinho do tipo Spex utilizado na moagem dos pós

de partida com recipiente metálico (jarra) já acoplado nele.

Figura 11. Moinho do tipo Spex utilizado na moagem de alta energia.

A imagem a seguir ilustra a mídia de moagem formada pelo jarro, corpos

moedores (esferas), tampa de fechamento e elemento de vedação.

Figura 12 - Mídia de moagem.

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Após a pesagem, os pós de partida (pós elementares) foram introduzidos em um

recipiente metálico (jarra) confeccionado em aço inox 316L com as seguintes dimensões:

altura = 70mm, diâmetro interno = 44,65mm, espessura da parede = 4,70mm e como corpos

moedores foram utilizados esferas metálicas confeccionadas com aço SAE 52100 com peso

médio unitário de 1,0g e diâmetro médio unitário de 6,2 mm. A relação massa de esfera /

massa de pó utilizada durante o processamento de Moagem de Alta Energia foi 10:1; ou seja,

81,6 g de esfera foram utilizadas em cada moagem para cada carga de 8,16g. A carga foi

introduzida na jarra a temperatura de 25ºC. A moagem foi realizada sem refrigeração. A

tabela a seguir resume os parâmetros de moagens para os pós de partida.

Tabela 5

Parâmetros de moagem para os pós de partida

Fração de Reforço Fração

de PCA

Matriz e

Reforço PCA Esferas Tempo

5, 10 e 15% 2% 8g 0,16g 81,6g 30 e 60 min.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A massa de 8,16g ocupou cerca da metade do volume da jarra, condição que

propicia uma moagem mais eficiente, sendo também a quantidade mais que suficiente para

caracterização dos pós no DRX, MEV/EDS e Difração a laser.

3.2.3 Caracterização dos Pós Processados por Moagem de Alta Energia (MAE)

Os pós moídos e homogeneizados (processados) foram submetidos à técnica de

Difratometria de Raio X (DRX) utilizando Difratômetro da marca Siemens D500 radiação Cu

Kα : = 0,1541nm pertencente ao Instituto de Tecnologia do Estado de Pernambuco (ITEP)

para determinação da microestrutura cristalina de cada uma das 12 (doze) amostras.

O ângulo de difração 2Ө variou de 5º a 120º, com step (passo) de 0,02 º/seg. O

Difratograma (gráfico) forneceu a distância interplanar e a intensidade medida em unidade

arbitrária possibilitando a determinação da fase, do plano e do sistema cristalino do pico

visualizado em cada amostra de pó. Cada pico corresponde à difração de um plano cristalino.

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Sabendo-se o (comprimento de onda) do Raio-X utilizado, juntamente com a

leitura do ângulo de cada pico, pode-se determinar o valor de d (distância interplanar) para

cada plano. Para isto foram realizadas as comparações dos picos indexados (interferência

construtiva) com as microfichas do JCPDS ”Joint Commitee for Powder Difraction

Standards”. Continuando com a caracterização do pó processado por Moagem de Alta Energia

(MAE), um equipamento Sputter Coater da marca comercial Baltec SCD-05 pertencente ao

Departamento de Física da UFPE foi utilizado com intuito de produzir uma fina camada de

ouro (Au) na superfície do pó a fim de melhorar a condutividade eletrônica da amostra. A

fotografia a seguir mostra o Sputter Coater do Departamento de Física da UFPE.

Figura 13 - Sputter Coater do Departamento de Física da UFPE.

Após a metalização com ouro, as amostras dos pós foram enviadas para estudo da

microestrutura onde foram analisadas em Microscopio Eletrônico de Varredura (MEV) da

marca Jeol, modelo JSM 5900, equipado com espectroscopia por energia dispersiva de raios

X (EDX ou EDS), pertencente ao Departamento de Física da UFPE.

Nesta análise os elétrons secundários forneceram imagens de alta resolução, da

topografia da superfície da amostra, enquanto que os elétrons retroespalhados forneceram

imagens características de variação da composição elementar do pó processado por Moagem

de Alta Energia (MAE).

A fotografia a seguir mostra o MEV utilizado.

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Figura 14 - Microscopio Eletrônico de Varredura (MEV).

Para caracterização do tamanho, da distribuição e da superfície específica das

partículas dos pós processados por Moagem de Alta Energia (MAE), a técnica adotada na

presente pesquisa foi a Difração a Laser (DL), utilizando um equipamento da marca

Matersizer 2000 pertencente ao Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP).

As análises foram realizadas por via úmida, utilizando água como agente dispersante.

É uma técnica amplamente utilizada devido a grande flexibilidade de uso (em ar, suspensões,

emulsões e aerossóis), grande amplitudede análise (0,05 a 3500 μm), rapidez,

reprodutibilidade e fácil operação.

Figura 15 - Equipamento de Difração a Laser utilizado na pesquisa.

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3.2.4 Conformação dos Pós de Partida

Após a caracterização no MEV/EDS do pó processado por MAE, verificou-se que

apenas aqueles submetidos ao tempo de moagem de 60 minutos possibilitaram tamanho de

partícula, distribuição dos reforços na matriz de AA6061 e refinamento mais condizente e

adequado para posterior compactação e sinterização.

Sendo assim foram produzidas mais 18 (dezoito) amostras em moinho de Alta

Energia com tempo único de 60 min, onde cada amostra pesou 8,16 g. A tabela abaixo mostra

os critérios utilizados na confecção das amostras produzidas, as quais foram reservadas para

futura conformação por compactação uniaxial a frio.

Tabela 6

Critérios utilizados na confecção das 18 (dezoito) amostras.

Reforço Fração do reforço (%) Amostra (unidade)

Si3N4 5 3

Si3N4 10 3

Si3N4 15 3

AlN 5 3

AlN 10 3

AlN 15 3

Total de amostras 18 Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

No primeiro estágio da compactação uniaxial (ou de ação simples) a frio denominado

de enchimento, as amostras foram vertidas manualmente em uma cavidade de um molde

metálico de secção transversal circular produzida com aço VC 131 temperado e revenido. A

matriz (molde) metálica era formada pela punção, base e corpo com cada componente

apresentando as seguintes características geométricas registradas na tabela a seguir.

Tabela 7

Características geométricas das partes que compõem o molde de compactação

Punção Matriz Base

Diâmetro (mm) 25,4 25,4 (interno) 63,0 (externo)

Altura (mm) 100,0 70,0 6,45 (do ressalto)

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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Figura 16 - Componentes do molde metálico utilizado na

compactação uniaxial a frio.

No processo de enchimento, o molde estava apoiado sobre superfície plana de uma

mesa de base fixa para evitar vibração que causa o efeito indesejado da segregação do pó

provocado pelo excesso de movimento. Durante a etapa de enchimento, observou-se uma boa

velocidade de escoamento do pó promovendo uma boa alimentação na cavidade do molde

metálico de compactação.

Após o enchimento do molde, foi realizada a compactação uniaxial, propriamente

dita, por meio do movimento descendente vertical do punção, na temperatura de 25ºC em

prensa hidráulica pertencente ao Laboratório de Compósito (Compolab) do Departamento de

Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A carga aplicada nas amostras em formato de pastilhas circulares (discos) permitiu

uma pressão no compactado verde na ordem de 7,0 ton/cm2. (700 MPa). Após a extração

verificou-se que a peça produzida apresentava morfologia aproximada ao formato final

desejado, todavia era frágil onde o manuseio inadequado poderia causar trincas e fissuras ao

compactado verde.

A figura a seguir ilustra o molde de compactação assentado em um suporte na base

do pistão da prensa na iminência do processo de compactação.

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Figura 17 - Molde (matriz) de compactação na iminência do

Processo de conformação do pó processado por Moagem de

Alta Energia (MAE).

Daí obteve-se pastilha (disco) de compactado verde em formato circular, de

superfície plana e espessura (altura) média 0,645 mm com diâmetro de 2,611mm gerando uma

relação entre a altura e diâmetro da ordem de 0,247, conforme ilustrado na figura a seguir.

a)

b)

Figura 18 - Pastilha de compactado verde obtido no processo de conformação do pó.

Sobre a compactação simples veja o que diz Iervolino e Bulla “Compactação simples

é a maneira mais fácil de compactar material. É aplicada em casos onde a peça possui uma

altura muito baixa em relação à sua superfície. Exemplos seriam as peças com proporções de

uma moeda ou arruela” (IERVOLINO; BULLA, 2009).

3.2.5 Sinterização do Compactado Verde

Após a compactação por ação simples dos pós, as pastilhas (discos) de compactado

verde foram extraídas da cavidade da matriz metálica e submetidas ao processo de

sinterização em forno da marca EDG / Equipamentos, modelo Five-PQ com gabinete externo

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equipado com rodízios, pertencente ao Instituto de Pesquisa Energética e Nuclear (IPEN) do

Estado de São Paulo e localizado na Universidade de São Paulo (USP).

Este forno apresentava sistema de aquecimento por resistência elétrica, equipado

com bomba de vácuo, sendo que a pressão negativa utilizada fora da ordem de 680 mmHg. As

fotografias a seguir mostram a panorâmica do forno, as amostras de compactado verde no

interior do forno antes da sinterização.

a)

b)

Figura 19 - Forno utilizado (a) e pastilhas do compactado verde no forno (b).

As fotografias a seguir mostram o manômetro que indica a pressão negativa no

interior do forno a vácuo utilizado no processo de sinterização e as pastilhas já sinterizadas.

a)

b)

Figura 20 - Manômetro indicando o vácuo (a) no interior do forno e as pastilhas já sinterizadas (b)

Observe-se na figura 20.b a formação de uma fina película na tonalidade marrom-

clara na superfície da pastilha sinterizada apontando para uma eventual oxidação do

compósito após o processo de sinterização. A sinterização a vácuo consistiu basicamente em

aquecimento abaixo da temperatura de fusão do metal base (normalmente de entre 2/3 a3/4 da

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temperatura de fusão liga base), no caso em tela, a liga da série AA6061. Lembrando que a

temperatura de fusão do alumínio metálico é de 660º C.

Inicialmente as amostras do compactado verde em temperatura ambiente (25ºC) foi

submetida a uma taxa de aquecimento de 20ºC/min durante 25min atingindo a temperatura de

500ºC; durante este aquecimento prévio, o ácido esteárico, usado como Agente de Controle de

Processo (PCA) é eliminado, tendo em vista que seu ponto de fusão está localizado na faixa

de 68 a 71º C.

Após o aquecimento prévio, as pastilhas permaneceram durante 5h a temperatura de

500ºC a fim de promover a ligação entre as partículas e o incremento da densidade do

material. Este estágio pode ser considerado como a sinterização propriamente dita.

Ato contínuo, as amostras foram submetidas a um resfriamento até a temperatura

ambiente de (25ºC) durante 48h produzindo uma taxa de resfriamento de 0,174ºC/min com o

intuito de evitar o aparecimento de tensões residuais decorrente de resfriamento não uniforme

que provoca queda na qualidade da microestrutura do material.

O gráfico abaixo mostra as variáveis envolvidas no processo de sinterização do

compactado verde produzido com liga de Alumínio da serie AA6061 reforçada com Nitreto

de Silício (Si3N4) e Nitreto de Alumínio (AlN).

Gráfico 1 - Ciclo de sinterização da liga de Alumínio AA6061 reforçada.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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3.2.6 Densidade das Pastilhas Sinterizadas

Para determinação da densidade das pastilhas sinterizadas em formato de disco,

aplicou-se o método geométrico utilizando a relação entre a massa e o volume da amostra.

Para isso, fez-se o uso da balança eletrônica da marca Bioprecisa modelo JA3003N com

precisão de 03 (três) casas decimais, pertencente ao Laboratório de Compósito (Compolab) do

Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);

enquanto que as medidas geométricas foram obtidas a partir de paquímetro digital.

3.2.7 Caracterização das Pastilhas Sinterizadas

A caraterização tem como objetivo avaliar a granulometria, a natureza, a forma, a

quantidade, a composição e a distribuição dos diversos constituintes presentes nas amostras a

fim estabelecer relação da microestrutura com as propriedades físicas do material analisado.

Para isso as amostras devem ser estatisticamente representativas, não apresentarem

arranhões, nem pontos de corrosão, nem manchas em sua superfície. Devem ser polidas. As

amostras (pastilhas) também devem apresentar superfícies planas o suficiente para permitir,

na etapa subseqüente, a observação nos vários níveis de aumento no microscópio ótico (MO)

ou no microscópio eletrônico de varredura (MEV).

No presente trabalho, as amostras sinterizadas foram preparadas metalograficamente

no Laboratório de Metalografia do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPE. A

preparação dos corpos de prova (amostras) foi realizada tendo como apoio os procedimentos

elencados no manual de Metalografia do Laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais

(LEMM) versão 3.0 obedecendo as seguintes etapas:

3.2.7.1 Corte por Abrasão

Para seccionar as amostras, foi utilizada uma máquina de corte de precisão da marca

Buelher, modelo Isomet equipada com disco de grãos abrasivo apropriado para o compósito

em tela, pertencente ao Laboratório de Materiais Inteligentes do Departamento de Engenharia

Mecânica da UFPE. A fotografia a seguir mostra a Isomet utilizada.

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a)

b)

Figura 21 - Máquina de corte de precisão (a) e uma pastilha sinterizada seccionada (b).

O corte foi realizado de forma intermitente para evitar o aquecimento excessivo da

amostra que após o final apresentou superfície plana, baixa rugosidade e sem rebarbas.

3.2.7.2 Embutimento a Frio

O propósito do embutimento é de proteger os materiais frágeis durante a preparação,

além de facilitar o manuseio das amostras pequenas que serão lixadas e polidas. Nesta fase de

preparação a amostra foi introduzida em um molde cilíndrico, untado de agente desmoldante e

sobre ela (a amostra) foi vertido o líquido polimerizante do tipo resina acrílica da marca

Vipflash com catalisador para diminuir o tempo de cura.

Durante a fase de embutimento, observou-se uma reação exotérrmica entre a resina

acrílica e o catalisador promovendo um aquecimento considerável no conjunto formado pela

amostra e resina.

3.2.7.3 Lixamento do tipo Manual Úmido

Para eliminar as marcas mais profundas e arranhões da superfície da amostra a fim

de se obter uma superfície plana com danos mínimos que possam ser removidos facilmente

durante o polimento, no menor tempo possível, foi utilizada uma lixadeira de bancada

pertencente ao Laboratório de Metalografia do Departamento de Engenharia Mecânica da

UFPE, da marca Arotec modelo APL-4 ELO, do tipo manual, com sistema de irrigação à água

para arrefecimento, evitando assim possível alteração estrutural da amostra.

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Foram utilizadas lixas em disco rotativo com grãos abrasivos nas granas sucessivas

de 220, 320, 400 e 600, ou seja, obedecendo à sequência da mais grossa para a mais fina,

mudando-se de direção (90º) em cada lixa. A velocidade, a força aplicada no centro do corpo

de prova e a lubrificação com água produziram amostras com superfícies isentas de

deformações plásticas. Após cada lixamento, a amostra foi limpa com o uso de água corrente

para remoção de resíduos.

a)

b)

Figura 22 - Lixadeira utilizada na presente pesquisa (a) e uma amostra embutida e lixada (b).

Em virtude dos compósitos fabricados apresentarem dureza relativamente mais baixa

em relação as outros materiais mais duros (como por,exemplo aço rápido) a operação de

lixamento foi realizada com mais celeridade do que o polimento.

Inicialmente nas primeiras amostras foram utilizadas lixas de granas mais alta que a

de 600, no entanto este lixamento (na grana acima de 600) prejudicou sobremaneira a

operação de polimento subseqüente. Após o lixamento, as amostras sinterizadas foram

submetidas à limpeza em banho com água corrente abundante e enviadas ao microscópio

óptico antes de seguir para a operação de polimento.

3.2.7.4 Polimento Mecânico Manual

O polimento tem como meta conferir acabamento superficial isento de marcas, na

amostra já previamente lixadas, para tal foi utilizada uma máquina Politriz da marca Arotec,

modelo Aropol 2V.

Como amostra foi manuseada diretamente sobre o pano polidor, pode-se classificar

como Polimento Manual. Já o agente polidor utilizado foi a pasta de diamante da marca Fortel

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Ind.e Comércio com granulometria de 1µ (um micro) e como pano de polimento, de uso

exclusivo para cada tipo de reforço, foi utilizado tecido de feltro autoadesivo de alta

resistência com 200 mm de diâmetro capaz de proporcionar ótimo acabamento e planicidade

Também foi utilizado lubrificante vermelho, próprio para polimento metalográfico, da marca

Arotec S.A Ind. e Com., São Paulo-SP. Para limpeza da superfície a fim de retirar traços de

resíduos remanescentes, foi empregado álcool etílico pro-análíse (PA), por ser um líquido

volátil de fácil evaporação. Posteriormente o excesso de líquido foi evaporado por meio de

jato de ar quente com auxílio de secador apropriado.

Figura 23 - Politriz utilizada para polimento das amostras sinterizadas

3.2.7.5 Ataque Químico

O propósito do ataque químico na metalografia é revelar os contornos de grãos, a

morfologia e as diferentes fases na microestrutura da amostra estudada e eventualmente

identificar também as impurezas presentes.

O microscópio ótico propiciou o estudo das micrografias da matriz AA6061 (sem

reforço) após compactação e sinterização a fim de comparar as microestruturas desta matriz

com as dos compósitos reforçados com nitreto de silício e nitreto de alumínio.

O ataque químico da superfície de cada amostra foi realizado por meio de aplicação

de solução aquosa de ácido fluorídrico a 0,5% durante tempo de 80 segundos (ROHDE,2010).

Apesar do ácido fluorídrico ser o reativo universal para ligas de alumínio, observe o

que diz Greenwood a respeito desse composto químico “O ácido fluorídrico é mais

conhecido do público pela sua habilidade em dissolver vidro e outros derivados de sílica por

reagir com SiO2 (dióxido de silício), o principal componente da maioria dos vidros. Esta

propriedade é conhecida desde o século XVII, mesmo antes do ácido fluorídrico ter sido

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preparado em grandes quantidades por Carl Wilhelm Scheele em 1771.(GREENWOOD,

EARSHAW, 1984).

A redução carbotérmica foi o primeiro método utilizado para produção de nitreto de

silício e é agora considerada como a rota mais rentável na produção industrial de alta pureza

em pó desse pruduto. Observe a a reação que ocorre na redução carbotérmica em atmosfera de

nitrogênio em 1400-1450°C de acordo com Frank (2004).

3SiO2(s) + 6 C(s) + 2 N2(g) → Si3N4(s) + 6 CO(g) (3)

Após o ataque químico, as amostras sinterizadas foram submergidas em banho

ultrassônico, em solução 1:1 de água e álcool etílico durante o tempo de 3min (três minutos)

para remoção do excesso de ácido e outras sujidades; posteriormente o excesso de líquido foi

removido por meio de jato de ar quente com auxílio de secador apropriado. É importante

ressalvar que as variações percebidas de brilho, de contrates, de textura e de cor nas

micrografias depende da reflectância de cada material.

3.2.8 Análise Microscópica

A superfície da amostra devidamente polida (para conferir boa refletividade da luz) e

plana (para não perder o foco formando imagem satisfatória) fora submetida à análise

microscópica, para isto empregou-se um microscópio ótico (MO) da marca Olympus, modelo

BX51M pertencente ao Laboratório de Microscopia do Departamento de Engenharia

Mecânica da UFPE, com capacidade de ampliação mínima e máxima respectivamente de 50x

a 1000X, dotado de software de captura de imagem Analysis usando as seguintes ampliações

50x,100x,200x,500x.e 1000x.

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Figura 24 - Microscópio ótico utilizado na presente pesquisa.

3.2.9 Microestrutura e composição elementar

Para estudo da microestrutura e da composição química elementar da pastilha (disco)

sinterizada foi utilizado o mesmo Microscopio Eletrônico de Varredura (MEV) usado na

análise do pó processado; só que na superfície da amostra sinterizada e embutida com acrílico

(material isolante), foram utilizados filetes de pasta de prata e de Conductive Carbon Cement

da marca Leit-C nach Gocke para otimizar a condutividade eletrônica das amostras. Este fato

pode explicar o aparecimento do elemento químico carbono (C) no EDS, outrossim a

presença de picos do elemento químico Ag (prata).

a)

b)

Figura 25 - Amostra sinterizada sem embutimento no porta–amostra do MEV/EDS (a) e amostra embutida (b).

Observe o detalhe da configuração dos filetes da pasta de prata na superfície da

pastilha embutida para otimizar a condutividade eletrônica da amostra.

3.2.10 Dureza Vickers (HV) nos Compósitos Sinterizados

O presente trabalho científico tem como propósito específico avaliar a influência da

incorporação das diferentes frações em peso dos reforços na dureza da matriz metálica da liga

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de Alumínio da família AA6061. Para realizar Dureza Vickers (HV) da pastilha do compósito

sinterizado foi utilizado o Durômetro da marca WPMA pertencente ao Laboratório de

Engenharia Mecânica da UFPE onde a metodologia utilizada está preconizada na norma NBR

NM 188-1. A carga aplicada no ensaio foi 5,0 Kgf e tempo de aplicação da carga ficou no

intervalo entre 10 a 15 segundos como reza tal norma.

A Dureza Vickers (HV) foi calculada pela seguinte fórmula:

HV = 1,8344. P/d2 (4)

Onde P representa a carga aplicada que deve ser expressa quilograma-força (Kgf)

e d corresponde à diagonal média das duas leituras registradas no equipamento que deve ser

expressa em milímetro (mm), portanto a dureza Vickers deve ser expressa em Kgf/mm2

e

representada pelo valor de dureza, seguido do símbolo HV e de um número que indica o valor

da carga aplicada. A presente técnica pode ser aplicável a vários tipos de materiais, dos mais

moles aos mais duros, com ampla faixa de ajuste de cargas (MANUAL DO ENGENHEIRO

GLOBO, 1977).

a)

b)

Figura 26 - Durômetro utilizado (a) e indentação no compósito sinterizado (b).

Em cada amostra sinterizada do compósito fabricado com a liga de alumínio

AA6061 e reforçada com nitreto de silício e nitreto de alumínio nas frações em massa de 5,10

e 15% foram realizadas 5 (cinco) indentações.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente capítulo os resultados são descritos por meio de tabelas, gráficos, figuras

e dados obtidos durante os ensaios realizados na fase anterior.

As idéias centrais da discussão foram calcadas na abordagem objetiva dos dados

levantados a fim de se obter interpretações claras, precisas e sintéticas dos resultados.

A técnica de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de

Energia Dispersiva de Raios-X (EDS) foi empregada para caracterização microestrutural e

para determinação da composição química qualitativa do pó processado por moagem de alta

energia (MAE) e da pastilha (disco) do compósito sinterizado. Por outro lado para analisar a

microestrutura nas ampliações 50X, 100X, 250X, 500X e 1000X dos compósitos sinterizado

foi utilizada a técnica de microscopia ótica (MO).

A técnica de Difração de Raios-X (DRX) serviu para caracterizar as fases cristalinas

do pó processado por MAE.

Para determinar a densidade do compactados verde, a densidade do sinterizado e o

percentual de densificação do sinterizado em relação ao compactado verde foi empregado o

método geométrico utilizando a relação massa / volume utilizando-se balança analítica de

precisão com 03(três) casas decimais e paquímetro digital.

E por fim os ensaios de dureza Vickers foram realizados para caracterização

mecânica das pastilhas sinterizadas a vácuo.

4.1 Caracterização do Pós Recebidos para Pesquisa

a) b) Figura 27 - Microfotografias obtidas no MEV por meio de elétrons secundários do pó recebido da matriz

AA6061.

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As figuras acima destacam a morfologia original, predominantemente esférica do pó

da liga metálica de AA6061 recebido para pesquisa, sem reforço e sem sofrer o processo de

moagem de alta energia. Essa morfologia é típica de material dúctil e de pó fabricado pelo

método de atomização que promove a solidificação do metal em partículas finamente

divididas, porém é uma morfologia não muito indicada para sofrer o processo de

compactação, sobretudo a frio.

O processo de MAE modifica a morfologia da liga AA6061 originalmente, esférica

para uma morfologia equiaxial, mais propícia para o processo de conformação, pois evita a

formação de propriedades direcionais (SURYANARAYANA, 1987).

No geral observa-se que a liga de alumínio AA6061 recebida para pesquisa e sem

reforço apresenta tamanho de partículas uniforme, forma regular e certo nível de porosidade

(evidenciado na figura 27.b), tudo isso produzindo um pó com faixa de distribuição

granulométrica mais estreita.

Gráfico 2 - Difratograma (DRX) da liga AA6061 (sem reforço).

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

Já o gráfico anterior mostra o difratograma com a predominância dos picos do

elemento químico alumínio (Al) que possui estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC)

AA6061 sem reforço

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e a formação da fase de Mg2Si que confere endurecimento à liga de AA6061. É importante

observar que o Si e o Mg são os elementos principais da liga da liga AA6061 como indicado

na composição química do guia da ABAL.

De acordo com Kottaus o silício melhora a fundibilidade, enquanto que o magnésio

aumenta a resistência à corrosão, porém ambos favorecem o endurecimento das ligas de

alumínio.

Gráfico 3 - Distribuição de tamanho de partículas do pó da liga AA6061 recebida para pesquisa

sem reforço.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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Gráfico 4 - Mostra o tamanho da partícula da liga de alumínio AA6061(sem reforço).

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa).

Os gráficos 3 e 4 mostram os resultados da pesquisa granulométrica utilizando a

técnica de Difração a Laser para caracterizar a distribuição de tamanho de partícula da liga

de alumínio AA6061 recebido para pesquisa, sem reforço e sem o processamento da MAE.

Estes resultados evidenciaram que 10% do volume, d(0,1), das partículas analisadas estão

abaixo de 58,208 µm; 50% , d(0,5), estão abaixo de 82,732µm e 90% , d(0,9) estão abaixo de

126,735 µm.

Figura 28 - MEV do reforço cerâmico de nitreto de silício comercial recebido para pesquisa.

d(0,1) -- d(0,5) -- d(0,9)0

20

40

60

80

100

120

Tam

anho

de

Part

icul

a (

m)

Diametro de Particula (m)

AA6061

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A figura acima mostra a microfotografia de MEV ampliada 1000x, obtida por meio

de elétrons secundários, das partículas pó do recebido para pesquisa (pó elementar) do reforço

cerâmico de nitreto de silício comercial. A microfotografia evidencia uma morfologia

predominantemente irregular típica de material duro, fragmentada, de tamanho não uniforme

e a formação de pequenas aglomerações de partículas no canto inferior esquerdo. Mostra

também, a existência de porosidade existente entre as partículas do reforço.

O nitreto de silício possui estrutura cristalina hexagonal e baixa densidade,

apresentando 40% da densidade das superligas usadas a altas temperaturas. (CERTEC, 2011).

Figura 29 - MEV do reforço cerâmico de nitreto de alumínio recebido para pesquisa

A figura acima mostra a microfotografia de MEV ampliada 1000x obtida por meio

de elétrons secundários das partículas pó elementar do reforço cerâmico de nitreto de

alumínio comercial (também chamado de pó elementar ou precusor) recebido para pesquisa.

A microfotografia mostra uma morfologia irregular típica de material duro,

fragmentada, de tamanho mais uniforme em relação às partículas do reforço de nitreto de

silício e sem a formação de aglomerações de partículas. Nota-se certo grau de similaridade no

formato (irregular) deste reforço se comparado com o reforço de nitreto de silício. O nitreto

de alumínio também possui estrutura cristalina hexagonal, fato que fica evidenciado em

alguns grãos da micrografia acima exposta.

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4.2 Resultado do MEV/EDS do pó processado por moagem de alta energia (MAE)

4.2.1 Liga AA6061 + Nitreto de Silício (Si3N4)

a)5%Si3N4+AA6061,MAE,30min

b) 5%Si3N4+AA6061,MAE,60min

c) 10%Si3N4+AA6061,MAE,30min

d) 10%Si3N4+AA6061,MAE,60min

e) 15%Si3N4+AA6061,MAE,30min

f) 15%Si3N4+AA6061,MAE,60min

Figura 30- Evolução morfológica do compósito reforçado com Si3N4 nas frações em massa de 5% (a,b), 10% (c,

d) e 15% (e, f) submetido a MAE durante 30 minuto (a, c, e) e 60 minutos (b, d, f) de processamento.

A morfologia inicial dos pós é modificada quando as partículas são submetidas às

colisões contínuas das bolas promovendo repetidas soldas, fraturas e resoldas permitindo um

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melhor controle microestrutural no compósito. É importante frisar que a eficiência da MAE

também depende das características morfológicas dos pós precusores recebidos para pesquisa.

Inicialmente as partículas são deformadas, através da etapa de soldagem a frio onde

as partículas são endurecidas e posteriormente inicia-se a etapa de fratura das partículas

endurecidas, finalizando com o equilíbrio entre essas duas etapas (FOGAGNOLO, et

al.,2002).

As micrografias da figura acima mostram que o tempo de 30min foi insuficiente para

que o componente duro do compósito, aqui representado pelo reforço Si3N4 fosse reduzido a

uma morfologia adequada para promover uma eficiente incorporação no componente matriz,

aqui representado pelo pó AA6061; enquanto que o compósito processado com 60 minutos

apresentou um padrão melhor de refinamento e melhor incorporação do reforço na matriz

redundando numa moagem mais eficiente.

O pó processado com 30min modificou a morfologia da liga AA6061 originalmente

esférica para uma morfologia mais achatada e irregular, com a fratura predominando sobre a

solda (a,c,e) fato que pode promover um grau de empacotamento menor no compósito e

consequentemente menor densidade aparente do pó (densidade realizada sem a pressão de

compactação). Isso pode limitar o curso da punção, devido ao maior volume ocupado pelo

compósito no interior do molde, potencializando algum tipo dificuldade na etapa de

compactação.

A MAE utilizando 60 minutos (b,d,f) modificou a morfologia do compósito

processado com 30min, de achatada e irregular, para uma morfologia mais próxima a

equiaxial com a morfologia tendendo para esférica, morfoligia esta, típica do pó original da

liga AA6061 recebida para pesquisa.

Essa nova morfologia pode promover um maior grau de empacotamento fato que

pode conduzir a um incremento na densidade aparente potencializando melhor compactação.

Também refinou a morfologia do reforço de nitreto de silício originalmente irregular e de

tamanho não uniforme.

O compósito reforçado com 5% de Si3N4 e processado em MAE durante o tempo de

30 min revelou uma morfologia mais grosseira, achatada e irregular; enquanto que o

compósito reforçado com 5% de Si3N4 e processado em MAE por 60 min, apresentou uma

morfologia próxima a equiaxial, menos grosseira e mais regular em comparação com o tempo

de 30min de moagem.

O compósito reforçado com 10% de Si3N4 e processado em MAE por 30 min revelou

morfologia achatada, laminar e irregular em relação ao compósito submetido à MAE com o

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tempo de 60 min e reforçado com 10% de nitreto de silício. O fato acima também se repete

para o compósito processado com 60 min e reforçado com 15% de Si3N4 que apresentou

partícula com forma refinada e próxima a equiaxial em comparação com aquelas processadas

com 30min.

Observa-se um equilíbrio da fratura e da soldagem nos compósitos reforçados com

10% e 15% de Si3N4 processados com 60minutos, indicando uma similaridade na morfologia

e no tamanho das partículas, presumindo-se que ambos os compósitos apresentem

características semelhantes tanto na etapa de compactabilidade quanto na etapa de

sinterização.

Analisando todas as micrografias acima, pode-se observar que o compósito

processado com 60min e com fração mássica de 15% de Si3N4 apresentou um maior grau de

incorporação do reforço na matriz produzindo pó refinado com formato externo próximo ao

equiaxial tendendo para o estado de equilíbrio, situação mais propícia para realizar o processo

de conformação, como afirmou Suryanarayana, “O processo de MAE modifica a morfologia

da liga AA6061 originalmente, esférica para uma morfologia equiaxial, mais propícia para o

processo de conformação, pois evita a formação de propriedades direcionais”.

A partícula do pó da liga AA6061, sendo mais dúctil, está mais susceptível à

soldagem a frio, enquanto que a partícula do pó do reforço Si3N4 , por ser mais dura, está

mais susceptível à fratura. O excesso de soldagem a frio é evitado devido à utilização do

agente controlador do processo que no caso é o ácido esteárico.

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a)5% Si3N4 ;MAE ;30min

b)5% Si3N4 ;MAE ;60min

c)10% Si3N4 ;MAE ;30min

d)10% Si3N4 ;MAE 60min

e)15% Si3N4 ;MAE ;30min

f)15% Si3N4 ;MAE ;60min

Figura 31. Deposição de partículas de reforço (Si3N4) sobre as partículas do compósito reforçado com 5%

(a,b), 10% (c,d) e 15% (e,f) após MAE durante 30 minutos (a,c,e) e 60 minutos (b, d, f)

As micrografiasda figura 31 (a, d, e ) mostram a deposição das partículas do reforço

de Si3N4, sobre as partículas do componente matriz AA6061, enquanto que as micrografias

(b,c,f) evidencia a morfologia irregular do compósito formado pelo reforço e pela matriz.

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Gráfico 5 - Espectro da microanálise de EDS da liga AA6061 reforçada 15% Si3N4, processada

por MAE durante 30 minutos

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

O gráfico acima apresenta o resultado da microánalise de EDS do compósito

reforçado com 15% em massa nitreto de silício (Si3N4) submetido à MAE durante 30 minutos.

O pico de Si (silício) sinaliza que houve uma incorporação de partículas do reforço (Si3N4) na

matriz AA6061.

O elemento químico nitrogênio presente no Si3N4 não foi identificado porque possui

baixo número atômico, portanto baixo nível de energia, o insuficinte para ser detectado na

espectroscopia por energia dispersiva de raios x.

Observa-se também a presença de carbono e oxigênio provavelmente oriundo do

ácido esteárico (C12H36O2), que tem de ponto de fusão entre 68-71ºC , indicando que o tempo

de processamento de 30min, não gerou quantidade de calor suficiente para eliminar

totalmente o PCA do processo de moagem.

Menos provável, mas que não deixa de ser uma possibilidade é o fato do carbono (C)

identificado no EDS poder ser originário dos corpos moedores, já que as esferas usadas na

moagem de alta energia (MAE) foram fabricadas com aço SAE 52100 (ABNT 52100) que

possui carbono (cerca de 1%) na sua composição química.

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A presença do ouro é justificada pela metalização do pó com uma fina camada de Au

(ouro) para otimizar a condutividade eletrônica do compósito. O alumínio (Al) e o Ferro (Fe)

fazem parte da composição química da liga AA6061.

4.2.2 Liga AA6061 + Nitreto de Alumínio (AlN)

a) 5%AlN+ AA6061;MAE,30min

b) 5%AlN+ AA6061;MAE,60min

c)10% AlN+ AA6061;MAE;30min

d)10% AlN+ AA6061;MAE;60min

e) 15% AlN + AA6061;MAE;30min

f) 15% AlN + AA6061;MAE;60min

Figura 32 - Mostra a evolução morfológica do compósito reforçado com AlN nas frações em massa de 5% (a,b),

10% (c, d) e 15% (e, f) submetido a MAE durante 30 minuto (a, c, e) e 60 minutos (b, d, f) de processamento.

As micrografias da figura acima mostram que o tempo de 30min foi insuficiente para

que o reforço AlN fosse reduzido a uma morfologia adequada para promover uma eficiente

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incorporação na matriz da liga de alumínio AA6061; enquanto que o compósito processado

com 60 minutos apresentou um padrão melhor de refinamento e melhor incorporação do

reforço na matriz redundando numa moagem mais eficiente. Como na fase inicial da moagem

as partículas estão pouco deformadas, tendem a se aglomerarem e formar grandes partículas.

O pó processado com 30min modificou a morfologia da liga AA6061, originalmente

esférica, para uma morfologia mais achatada e irregular, com a fratura predominando sobre a

solda (a,c,e) fato que pode promover um grau de empacotamento menor no compósito e

consequentemente menor densidade aparente do pó (densidade sem a pressão de

compactação). Isso pode limitar o curso da punção, devido ao maior volume ocupado no

interior do molde, potencializando alguma dificuldade na etapa de compactação.

A MAE utilizando 60 minutos (b,d,f) modificou a morfologia do compósito

processado com 30min, de achatada e irregular, para uma morfologia mais próxima a

equiaxial e similar com a forma tendendo para a forma esférica do pó original, recebido para

pesquisa, da liga AA6061.

Essa nova morfologia pode promover um maior grau de empacotamento fato que

pode conduzir a um incremento na densidade aparente potencializando melhor a

compactação. Também refinou a morfologia do reforço de nitreto de alumínio, originalmente

de morfologia predominantemente irregular.

A MAE utilizando o tempo de moagem de 60min, apresentou também uma redução

significativa no tamanho das partículas ocasionando uma melhor homogeneidade da dispersão

do reforço na matriz.

Observa-se uma similaridade na morfologia e no tamanho das partículas dos

compósitos reforçados com 5, 10 e 15% processados com 30min. O mesmo padrão de

similaridade ocorre também para os compósitos reforçados com 5, 10 e 15% e processados

com 60min em MAE.

Presume-se então que os compósitos que apresentem essas similaridades possuam

comportamentos semelhantes tanto na etapa da compactabilidade quanto na sinterização

futura.

A partícula do pó da liga AA6061, sendo mais dúctil, está mais susceptível à

soldagem a frio, enquanto que a partícula do pó do reforço AlN, por ser mais dura, está mais

susceptível à fratura. Analisando todas as micrografias da figura acima, observar-se que o

compósito processado com 60 minutos e com fração mássica de 15% de AlN revelou um

padrão melhor de refinamento e melhor incorporação do reforço na matriz.

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a) 5% AlN,MAE,30min b)5% AlN,MAE,60min

c)10% AlN,MAE,30min

d)10% AlN,MAE,60min

e)15% AlN,MAE,30min

f)15% AlN,MAE,60min

Figura 33 - Deposição de partículas de reforço (AlN) sobre as partículas do compósito reforçado com 5% (a,b),

10% (c,d) e 15% (e,f) após MAE durante 30 minutos (a, c,e) e 60 minutos (b, d, f).

As micrografias da figura 38 evidenciam um leve aumento na deposição das

partículas do reforço (AlN) encerrados sobre as partículas do componente matriz AA6061

considerando o tempo de moagem de 60 min em relação ao tempo de 30min. Isto indica que o

tempo de moagem de 30 minutos foi menos eficiente que o tempo de moagem de 60min, no

que tange a incorporaraçao de reforço na matriz.

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Gráfico 6 - Espectro da microanálise de EDS da liga AA6061 reforçada 15% de AlN , processada por MAE

durante 30 minutos.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

O gráfico acima apresenta o resultado da microánalise de EDS do compósito reforçado

com 15% em massa nitreto de alumínio (AlN) submetido a moagem de alta energia durante o

tempo de 30min.

Observa-se o predomínio do elemento químico alumínio (Al). O elemento químico

nitrogênio presente no AlN não foi detectado por possuir baixo número atômico (Z=7).

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4.3 Difração de Raios-X (DRX) do pó processado por Moagem de Alta Energia (MAE)

4.3.1 AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de Silício (Si3N4)

a)

b)

Gráfico 7 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de Silício (Si3N4)

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A identificação de 05 (cinco) picos de Si3N4 no difratograma de 60 minutos contra 04

(quatro) picos de Si3N4 no difratograma de 30min corrobora que o processamento na moagem

de alta energia (MAE) utilizando 60min, incorporou uma quantidade maior de partículas de

reforço na fase matriz.

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Observa-se também similaridade entre os 02 (dois) gráficos acima em relação às

leituras dos ângulos dos picos indexados (interferência construtiva), como também a

intensidade de cada pico visto no eixo vertical.

Tanto no difratograma de 30 minutos, como no de 60 minutos, os sistemas

cristalinos identificados das fases do Al2O3, Al e do Si3N4 foram respectivamente, sistema

ortorrômbico, sistema cúbico e sistema hexagonal.

Sobre a presença do pequeno pico de Al2O3 observe o que diz Feltre (2004) “No

estudo da corrosão, é interessante constatar que objetos de alumínio não se oxidam com

facilidade, apesar do alumínio ser mais reativo do que vários outros metais.

Na verdade ocorre uma oxidação superficial do alumínio, formando uma película

muito fina de Al2O3, que permanece fortemente aderida à superfície do metal (é o fenômeno

chamado de apassivação do alumínio).

Essa película protege o objeto de alumínio da continuação do ataque dos agentes

atmosférico (O2, umidade do ar etc). No caso de objetos de ferro ou de aço, a situação é

diferente: a película de ferrugem que se forma é porosa, permitindo a passagem do oxigênio e

da umidade do ar; desse modo o processo de corrosão continua até acabar com o objeto

metálico (FELTRE, 2004).

4.3.2 AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de Silício (Si3N4)

a)

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b)

Gráfico 8 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de Silício.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A identificação de 04 (quatro) picos de Si3N4 no difratograma de 60min sinaliza que

o processamento na moagem de alta energia (MAE) utilizando este tempo foi mais eficiente

em relação ao tempo de 30min. Essa incorporação acontece quando as partículas são

submetidas às colisões contínuas das bolas promovendo repetidas soldas, fraturas e resoldas

durante à MAE.

É importante frisar que a eficiência da MAE também depende das características

morfológicas dos pós precusores recebidos e que o sistema cristalino predominante do

alumínio é cúbico de face centrada, enquanto do nitreto de silício é o sistema hexagonal. O

elemento titânio (Ti) identificado no difratograma de 60minutos, também apresentou sistema

cristalino hexagonal.

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4.3.3 AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4)

a)

b)

Gráfico 9 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Silício

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A formação de 03 (três) picos da fase de Si3N4 no difratograma da moagem de

60min contra 01(um) pico da fase de Si3N4 no difratograma da moagem de 30min aponta

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para o fato de que o processamento utilizando 60 min foi mais eficiente, no tocante a

incorporação de partículas de reforço na fase matriz.

Como no compósito reforçado com 5% de nitreto de silício, observou-se também

uma similaridade entre os 02 (dois) gráficos acima, em relação apenas a intensidade de cada

pico. O elemento químico silício identificado nos 02 (dois) difratogramas acima, apresentou

sistema com estrutura cristalina hexagonal.

4.3.4 AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de Alumínio (AlN)

a)

b)

Gráfico 10 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de Alumínio.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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A formação de 03 (três) picos da fase de AlN no difratograma da moagem de 60min

(gráfico b) aponta que esta foi mais eficiente em relação a moagem de 30min (gráfico b), no

tocante a inserção de partículas de reforço na matriz. Os picos de AlN apresentaram-se

indexados em sistema com estrutura cristalina cúbica.

Ambos os difratogramas acusaram a presença de pequenos picos de Al2O3, situados à

esquerda da abscissa; coincidentemente os difratogramas análogos (pó processado durante 30

e 60min com 5% de Si3N4) também apresentaram picos de Al2O3, praticamente nessa mesma

posição.

4.3.5 AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de Alumínio (AlN).

a)

b) Gráfico 11 - DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 10% de Nitreto de Alumínio (AlN) (a,b).

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

Nos gráficos acima, observam-se a formação de 04 (quatro) picos de AlN para

ambos os tempos de moagem e fração de massa 10% de AlN, evidenciando que o reforço

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duro foi inserido na matriz dúctil de AA6061 de forma eficiente. É importante frisar que a

eficiência da MAE também depende das características morfológicas dos pós precusores

recebidos e que o sistema cristalino predominante do alumínio é cúbico de face centrada,

enquanto do nitreto de alumínio é o sistema hexagonal.

No difratograma de 30minutos o primeiro pico de AlN apresentou indexação no

sistema cristalino hexagonal, enquanto os 03 (três ) últimos no sistema cúbico.

4.3.6 DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Alumínio

(AlN).

a)

b)

Gráfico 12-DRX do compósito da Liga AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Alumínio (AlN)(a,b).

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A semelhança e a simetria dos gráficos acima, tanto do ponto de vista do ângulo de

difração 2, como para a intensidade, entre os difratogramas sinalizam que as partículas de

reforço duro com 15% de Nitreto de Alumínio (AlN) foram eficientemente inseridas nas

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partículas dúcteis da matriz AA6061, tanto para o tempo de moagem de 30 como para o

tempo de moagem de 60min.

4.4 Granulometria dos Pós Processados por Moagem de Alta Energia (MAE)

4.4.1Liga de alumínio AA6061 reforçada com 5% de Nitreto de Silício (Si3N4)

a) 30min

b)60min

c)

Gráfico 13 - AA6061 com reforço de 5% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por Moagem de Alta Energia

(MAE) durante o tempo de 30 e 60 min. (a,b,c).

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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A pesquisa granulométrica utilizando difração de laser para a determinação da

distribuição de tamanho de partícula para os pós do compósito da liga de alumínio AA6061

reforçada com 5% Nitreto de Silício (Si3N4) e processados por Moagem de Alta Energia

(MAE) aponta para uma redução considerável no diâmetro das partículas com o aumento do

tempo de moagem de 30 para 60 minutos.

O gráfico 13.c mostra que 50% do volume do compósito analisado, para moagem de

30 minutos, está abaixo de 125 micro; enquanto que para o pó processado com 60 minutos,

50% do volume analisado está abaixo de 25 micro.

Essa diminuição do tamanho de partículas em relação ao pó original recebido para

pesquisa proporciona uma morfologia que permite maior compressibilidade do pó na etapa de

compactação.

O gráfico 13.a apresenta uma curva com distribuição de frequência suavemente

assimétrica para à esquerda indicando que valor da média é menor que a mediana e esta

menor que a moda que é o valor que se verifica com maior freqência.

O gráfico 13.b revela que após a moagem com 60min, a curva tende para uma

distribuição de frequência normal padronizada (curva guassiana) simétrica indicando que os

valores de medida de posição de tendência central ( média, mediana e moda) se aproximam

um do outro com o aumemto do tempo de moagem.

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4.4.2 AA6061 reforçada com 10% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por Moagem

de Alta Energia Moagem (MAE) durante 30min e 60min

a)30min

b)60min

c)

Gráfico 14 - AA6061 com reforço de 10% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por Moagem de Alta

Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min

O gráfico 14.c mostra que houve também uma redução considerável no diâmetro das

partículas com o aumento do tempo de moagem de 30 para 60 minutos do pó do compósito da

liga de alumínio AA6061 reforçada com 10% Nitreto de Silício (Si3N4) e processados por

Moagem de Alta Energia (MAE). O gráfico 14.c mostra que 50% do volume do compósito

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analisado, para moagem de 30 minutos, está abaixo de 125 micro; enquanto que para o pó

processado com 60 minutos, 50% do volume analisado está abaixo de 37.5 micro.

O gráfico 14.a apresenta uma curva com distribuição de frequência suavemente

assimétrica para à esquerda indicando que valor da média é menor que a mediana e esta

menor que a moda que é o valor que se verifica com maior frequência. A curva apresenta um

grau de achatamento com pico relativamente alto caracterizando curtose leptocúrtica.

O gráfico 14.b revela que após a moagem com 60min, a curva tende para uma

distribuição de frequência normal padronizada (curva guassiana) simétrica indicando que os

valores de medida de posição de tendência central ( média, mediana e moda) se aproximam

um do outro com o aumemto do tempo de moagem.

4.4.3 AA6061 reforçada com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4)

a)30min

b)60min

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c)

Gráfico 15 - AA6061 com reforço de 15% de Nitreto de Silício (Si3N4) processada por Moagem de Alta

Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min. (a,b,c)

O gráfico 15.c mostra uma redução no diâmetro das partículas com o aumento do

tempo de moagem de 30 para 60 minutos do compósito da liga de alumínio AA6061

reforçada com 15% Nitreto de Silício (Si3N4).

É importante observar a formação de uma curva desviada para a direita bimodal no

gráfico 15.b (pó processado com 60min). A redução do tamanho das partículas do compósito

reforçado com os diversos percentuais de nitreto de silício pode ser justificado pela

ocorrência de um equilíbrio entre o fenômeno da soldagem em camadas das partículas dúcteis

do componente matriz, no caso, a liga AA6061 e o fenômeno da fratura observada nas

partículas duras do reforço de nitreto de silício.

Observou-se nas imagens do MEV anteriormente comentadas, que o tempo de 30

minutos foi insuficiente para equilibrar as etapas de soldagem e fratura.

O gráfico 15.b apesar de possuir média menor que o gráfico 15.a, apresenta 02 (dois)

picos na sua curva mostrando uma distribuição não normalizada.

4.4.4 AA6061 reforçada com 5% de Nitreto de Alumínio (AlN)

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a) 30min

b) 60min

c)

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

Gráfico 16 - AA6061 com reforço de 5% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada por

Moagem de Alta Energia (MAE) durante o tempo de 30 e 60 min

Em relação aos pós do compósito da liga de alumínio AA6061 reforçada com 5%

Nitreto de Alumínio (AlN) e processados por Moagem de Alta Energia (MAE) foi verificado

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uma redução substancial no diâmetro das partículas com o aumento do tempo de moagem de

30 para 60 minutos.

Constatou-se que o compósito reforçado com 5% de AlN processado por MAE

durante 30min apresenta 50% , D(0,5), do seu volume analisado abaixo de 80 micros

aproximadamente; enquanto que o processado com 60 min apresenta 50% , D(0,5), do seu

volume analisado abaixo de 35 micro aproximadamente.

4.4.5 AA6061 reforçada com 10% de Nitreto de Alumínio (AlN)

a) 30min

b) 60min

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c)

Gráfico 17 - AA6061 com reforço de 10% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada por Moagem de Alta

Energia (MAE) durante o tempo de 30e 60 min.

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A pesquisa granulométrica constata que houve uma redução no tamanho das

partículas dos pós do compósito da liga de alumínio AA6061 reforçada com 10% Nitreto de

Alumínio (AlN) quando foi aumentado o tempo de 30 para 60 minutos na moagem de alta

energia.

De acordo com Suryanarayana o tamanho das partículas usadas em moagem de alta

energia pode variar de 1 a 200 microns. Este tamanho diminui exponencialmente com o

tempo de moagem (SURYANARAYANA, 1987).

O gráfico 17.a apresenta uma curva com distribuição de frequência suavemente

assimétrica para à esquerda indicando que valor da média é menor que a mediana e esta

menor que a moda que é o valor que se verifica com maior frequência. A curva apresenta um

grau de achatamento com pico relativamente alto caracterizando curtose leptocúrtica.

O gráfico 17.b revela que após a moagem com 60min, a curva tende para uma

distribuição de frequência normal padronizada (curva guassiana) simétrica indicando que os

valores de medida de posição de tendência central (média, mediana e moda) se aproximam

um do outro com o aumemto do tempo de moagem.

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4.4.6 Liga de alumínio AA6061 reforçada com 15% de Nitreto de Alumínio (AlN)

processada por Moagem de Alta Energia Moagem(MAE) durante 30min e 60min

a) 30min

b) 60min

c)

Gráfico 18 - AA6061 com reforço de 15% de Nitreto de Alumínio (AlN) processada por Moagem de Alta

Energia(MAE) durante o tempo de 30e 60 min

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A distribuição de tamanho de partícula para os pós do compósito da liga de alumínio

AA6061 reforçada com 15% Nitreto de Alumínio (AlN) mostra uma queda bastante

significativa no diâmetro das partículas com com o aumento do tempo de moagem de 30 para

60 minutos. Essa queda no tamanho das partículas facilita a incorporação do reforço de nitreto

de alumínio na matriz AA6061. Segundo afirma Suryanarayana, o processo de moagem de

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alta energia modifica a morfologia da liga AA6061 originalmente, esférica para uma

morfologia equiaxial, mais propícia para o processo de conformação, pois evita a formação de

propriedades direcionais (SURYANARAYANA, 1987).

4.5 Densidades dos Compactado Verde e Densificação dos Sinterizados

Na etapa caracterização dos pós de moagem, verificou-se que apenas o pó

processado durante o tempo de 60 minutos possibilitou um melhor refinamento, incorporação

e distribuição das partículas na matriz AA6061, razão pela qual este tempo de moagem foi

selecionado para fabricar as futuras amostras para sinterização em detrimento ao tempo de

30minutos.

4.5.1 Densidade do Compactado Verde e Densificação do Sinterizado da Liga de

Alumínio AA6061 com reforço Particulado de Nitreto de Silício (Si3N4)

Nessa etapa, uma quantidade de pó devidamente processado por MAE foi

introduzida na cavidade do molde metálico cuja compactação foi realizada com 7,0 ton./cm2.

(700 MPa). Nos instantes inicias da compactação ocorre apenas o adensamento do pó, todavia

o aumento gradativo da pressão promove a deformação plástica das partículas facilitando o

processo de soldagem a frio.

Tabela 8

Densidade do compactado verde processado por Moagem de Alta Energia (MAE)

durante 60min da liga AA6061 reforçado com 5,10 e 15% de Si3N4

Fração do reforço de nitreto de silício Densidade (g/m3) Desvio Padrão

Média de 03 leituras com 5% de reforço 2,358 0,234

Média de 03 leituras com 10% de reforço 2,458 0,021

Média de 03 leituras com 15% de reforço 2,465 0,038

A tabela 8 acima mostra que a melhor média da densidade para as condições

aplicadas foi atingida com 15% de Si3N4, ou seja, 2,465g/cm3

cujo desvio o padrão foi de

0,038 evidenciando que a dispersão (variabilidade) dos valores individuais em torno da média

das 3 (três) leituras individuais (para 15% de Si3N4,) foi bastante satisfatório.

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Após a compactação uniaxial a frio, as amostras do compactado verde, em formato

de disco, foram submetidas ao processo de sinterização. Em seguida foi realizada a densidade

das amostras sinterizadas. A densidade do compactado verde dividida pela densidade da

amostra sinterizada resultou na densificação da amostra.

A seguir as figuras ilustram os resultados de densificação obtidos para a liga de

AA6061 reforçada com nitreto de silício.

Tabela 9

Densificação do compósito sinterizado da liga AA6061 reforçada com fração em massa

de 5,10 e 15% de Si3N4

Fração do reforço de nitreto de silício Densificação (%) Desvio Padrão

Média de 03 leituras com 5% de reforço 90,203 0,872

Média de 03 leituras com 10% de reforço 91,574 0,520

Média de 03 leituras com 15% de reforço 92,491 0,407

Gráfico 19 - Densificação do compósito do sinterizado da liga AA6061 reforçada com fração em massa de 5,10 e

15% de Si3N4. Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa) A tabela 9 e o gráfico 19 mostram que a melhor média da densificação para as

condições aplicadas foi atingida com 15% de Si3N4, ou seja, 92,491% cujo desvio padrão foi

de 0,407 evidenciando que a dispersão (variabilidade) dos valores individuais em torno da

média das 03 (três) leituras, para 15% de Si3N4, foi bastante satisfatória.

0,000

50,000

100,000

Média de 03leituras de

densificação com5% de reforço

Média de 03leituras de

densificação com10% de reforço

Média de 03leituras de

densificação com15% de reforço

90,203 91,574 92,491

0,872 0,520 0,407

De

nsi

fica

ção

(%

)

Fração do reforço de nitreto de silício na matriz AA6061

Densificação das pastilhas sinterizadas

Densificação(%)

Desvio Padrão

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Amostra da liga da matriz AA6061 do pó recebido para pesquisa, também foi

processada por MAE e sinterizada, nas mesmas condições exposta acima, obtendo-se uma

densificação de 93,70% revelando um melhor grau de densificação que as amostras reforçadas

com nitreto de silício. Isso pode ser justificado pelo fato de que o pó da liga AA6061

comercial recebido para pesquisa, possui morfologia próxima à esférica facilitando o grau de

empacotamento, a compactação e em última instância a densificação.

A densificação do compósito em estudo depende de vários fatores tais como: tipo de

moagem, morfologia dos pós originais recebidos para pesquisa (pós precusores), natureza dos

componentes (dúctil ou frágil), condições de compactação e parâmetros de sinterização,

percentual de reforço na matriz e porosidade. O aumento da porosidade diminui o efeito da

compactação afetando a densificação final do compósito que influencia a sinterização do

compósito.

Assim sendo, apesar do compósito sinterizado e reforçado com nitreto de silício

apresentar uma microestrutura refinada e reforço bem distribuído na matriz, observa-se uma

queda nos valores da densificação em relação à matriz da liga AA6061 recebida para pesquisa

sem reforço que foi de 93,7%; mesmo sendo aplicada uma pressão externa associada à

tempetura razoável de sinterização que foi de 500ºC durante tempo de 05 (cinco) horas.

4.5.2 Densidade do Compactado Verde e Densificação do Sinterizado da Liga de

Alumínio AA6061 reforçado com Nitreto de Aluminio (AlN)

Nos instantes inicias da compactação ocorre apenas o adensamento do pó, todavia o

aumento gradativo da pressão promove a deformação plástica das partículas facilitando o

processo de soldagem a frio.

Tabela 10

Densidade do compactado verde processado por Moagem de Alta Energia (MAE)

durante 60min da liga AA6061 reforçado com 5,10 e 15% de Nitreto de Alumínio (AlN).

Fração do reforço de nitreto de alumínio Densidade (g/m3) Desvio Padrão

Média de 03 leituras com 5% de reforço 2,450 0,035

Média de 03 leituras com 10% de reforço 2,465 0,024

Média de 03 leituras com 15% de reforço 2,488 0,022

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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Analisando a tabela 10 observa-se que o aumento da fração do reforço promoveu um

acréscimo nos valores da densidade e que a melhor média da densidade para as condições

aplicadas foi atingida com 15% de AlN, ou seja, 2,488g/cm3

cujo desvio o padrão foi de 0,022

evidenciando que a dispersão dos valores individuais em torno da média das 03 (três) leituras

(para 15% de AlN) foi satisfatório. A compactação foi realizada com 7,0 ton/cm2.

(700 Mpa).

Após a compactação, as amostras do compactado verde foram submetidas ao

processo de sinterização. Em seguida foi realizada a densidade das amostras sinterizadas. A

densidade do compactado verde dividida pela densidade da amostra sinterizada resultou na

densificação da amostra.

A seguir as figuras ilustram os resultados obtidos para a liga de AA6061 reforçada

com nitreto de alumínio.

Tabela 11

Densificação do compósito sinterizado da liga AA6061 reforçada com fração em massa

de 5,10 e 15% de AlN

Fração do reforço de nitreto de alumínio Densificação (%) Desvio Padrão

Média de 03 leituras com 5% de reforço 90,919 0,264

Média de 03 leituras com 10% de reforço 92,659 0,711

Média de 03 leiturascom 15% de reforço 92,757 0,162

Fonte: (Dados coletados durante a pesquisa)

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Gráfico 20 - Densificação do compósito da liga AA6061 reforçada com fração em massa de 5,10 e 15% de

AlN.

F onte: (Dados coletados durante a pesquisa)

A tabela 11 e o gráfico 20 mostram quea melhor média da densificação para as

condições aplicadas foi atingida com 15% de AlN, ou seja, 92,757% cujo desvio o padrão foi

de 0,162 evidenciando que a dispersão (variabilidade) dos valores individuais em torno da

média das 03 (três) leituras (para 15% de AlN) foi bastante satisfatório. A sinterização

ocorreu em forno a vácuo na temperatura de 500ºC durante 05 horas.

No tocante a densificação, o melhor resultado obtido do sinterizado reforçado com

15% de Si3N4, foi semelhante ao resultado do sinterizado reforçado com 15% de AlN.

Os compósitos reforçados com nitreto de alumínio e nitreto de silício

apresentaram gráficos de densificação semelhantes guardando certa simetria entre eles.

De acordo com Pakdel et et al (2007) e Kumar et al. (2009), os compósitos

fabricados a partir da liga de Alumínio AA6061 apresentam densificações satisfatórias

quando produzidos por um processo de extrusão a quente.

Explorando o que afirmou Pakdel et al (2007) e Kumar et al. (2009), seria razoável

dizer que numa análise preliminar, que se o processo de conformação fosse realizada em

dupla compactação a quente talvez proporcionasse valores de densidade mais elevadas no

compactado verde e consequentemente maior grau de densificação no sinterizado.

De acrdo com Petzow o acréscimo da taxa de densidade, com a utilização de pressão

externa, pode estar relacionado ao aumento de solubilidade nos pontos de contato, auxiliando

nas etapas de rearranjo e solução-reprecipitação dos grãos. (KAISSER, PEZOW, 1989).

0,000

50,000

100,00090,919 92,659 92,757

0,264 0,711 0,162

De

nsi

fica

ção

(%

)

Fração do reforço de nitreto de alumínio na matriz AA6061

Densificação das pastilhas sinterizadas

Densificação(%)

Desvio Padrão

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4.6 Resultados da Microscopia Ótica (MO) dos compósitos reforçados e sinterizados

4.6.1 Microscópia Ótica das pastilhas de matriz AA6061 sem reforço e sinterizadas.

a)Seção superficial

b)Seção superficial

c)seção transversal

d) seção transversal

Figura 34 - Micrografias da matriz AA6061 sem reforço submetida à MAE durante 60 min. compactada e

sinterizada a 550ºC. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 34 mostra as micrografias obtida por microscopia ótica (MO) evidenciando

que o sinterizado sem reforço da matriz AA6061 apresenta, tanto na seção superficial como

na transversal, microestrutura poligonal relativamente homogênea, agregado policristalino

com contorno de grão bem definido representado pelas linhas escuras e tamanho de grão na

ordem de 50 a 100µm.

O tamanho dos grãos da liga AA6061 sinterizada e sem reforço, recebida para

pesquisa pode ser explicada pela alta taxa de resfriamento sofrida no processo de atomização

quando de sua fabricação, como também pela alta taxa de deformação sofrida no processo de

moagem de alta energia a qual foi submetida esta liga de alumínio.

Esse fato é particularment importante, pois um metal que apresenta tamanho de grão

pequeno terá melhor resistência à tração a temperatura ambiente, pois os contornos de grão

tendem a inibir a deformação de grãos individuais quando o material é submetido a esforços

de tensão. (CETRE DO BRASIL, 2012).

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O nível de porosidade se deve principalmente a morfologia esférica e a ductilidade

das partículas da matriz AA6061 que proporcionam um bom fator de empacotamento durante

a compactação obtendo-se um compactado verde com 93,7% de densificação em relação à

densidade teórica da liga de alumínio AA6061 que é de 2,7 g/cm3

(ZILNYK, CINTHO,

2008).

4.6.2 AA6061 reforçado com 5, 10 e 15% em massa de Nitreto de Sílício (Si3N4).

5% em massa de Nitreto de Sílício (Si3N4)

a) Área Superficial; 200x

b) Área superficial; 1000x

c) Secção transversal; 200x

d) Secção transversal; 1000x

Figura 35 - Micrografias do compósito reforçado com 5% em massa de nitreto Si3N4

Micrografias do compósito reforçado com 5% em massa de Si3N4 submetido à

MAE durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 35 mostra as micrografias ampliadas 200x e 1000x, proporcionando uma

visão global da microestrutura, tanto da superfície, como da secção transversal do compósito

da liga de alumínio AA6061 reforçado com 5% em massa de nitreto de silício (Si3N4).

O fenômeno da soldagem em camadas pode ser visto principalmente na seção

transversal. As micrografias ampliadas 1000× mostram, principalmente, a inserção do reforço

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duro na matriz dúctil de AA6061, como dá uma idéia das dimensões e da geometria nodular

do reforço representados pelas partículas mais escuras inseridas entre as camadas da matriz da

liga AA6061.

As micrografias superficiais mostram que as ligas reforçadas, já não mais apresentam

os contornos de grãos bem definidos como acontece no caso da liga de alumínio AA6061 sem

reforço. O que se observa são contornos de grãos com geometria pouca definida ou

praticamente ausência de contorno de grãos, isso devido às sucessivas fraturas e soldas

ocorridas durante a moagem de alta energia (MAE).

A micrografia superficial aumentada 1000x mostra a inserção mesmo que discreta,

sem aglutinação, do reforço na matriz AA6061. O fato deste reforço não se aglutinar pode

indicar boa solubilidade dele na matriz AA6061 promovendo uma distribuição uniforme no

compósito. A micrografia transversal ampliada 1000x mostra a formação de uma estrutura

lamelar (camadas) e o processo da soldagem em camadas.

10% em massa de Nitreto de Sílício (Si3N4)

a) Área superficial;200x

b) Área superficial;1000x

c) Secção transversal; 200x d) Secção transversal; 1000x

Figura 36 - Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa de Si3N4

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Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa de Si3N4 submetidoà

MAE durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 36 mostra as micrografias ampliadas 200x e 1000x, proporcionando uma

visão global da microestrutura, tanto da superfície, como da secção transversal do compósito

da liga de alumínio AA6061 reforçado com 10% em massa de nitreto de silício (Si3N4).

Observa-se uma distribuição homogênea do reforça na matriz. O fenômeno da soldagem em

camadas pode ser visto principalmnete na seção transversal.

As micrografias ampliadas 1000x mostram a inserção das partículas escuras

nodulares do reforço duro na matriz dúctil de AA6061.

As micrografias superficiais mostram que as ligas reforçadas e sinterizadas, já não

mais apresentam os contornos de grãos bem definidos como acontece no caso da liga de

alumínio AA6061 sem reforço. Também não se observa aglomeração de partículas nesse

compósito evidenciando a importância do uso de agente controlador de processo na moagem.

15% em massa de Nitreto de Sílício (Si3N4)

a)Área superficial;200x

b)Área superficial;1000x

c)Secção transversal;200x

d)Secção transversal;1000x

Figura 37 - Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa de Si3N4.

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Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa Si3N4 submetido à MAE

durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 37 mostra a micrografia ampliada 200x e 1000x proporcionando uma visão

global da microestrutura, tanto da superfície, como da secção transversal do compósito da

liga de alumínio AA6061 reforçado com 15% em massa de nitreto de silício (Si3N4).

Observa-se uma distribuição homogênea do reforça na matriz. O fenômeno da

soldagem em camadas pode ser visto principalmente na seção transversal.

As micrografias ampliadas 1000x mostram principalmente, a inserção do reforço

duro na matriz dúctil de AA6061, como dá uma idéia das dimensões e da geometria nodular

das partículas do reforço.

As micrografias superficiais mostram a inserção, sem aglomeração, do reforço na

matriz AA6061; o fato deste reforço não se aglutinar pode indicar boa solubilidade dele na

matriz AA6061, promovendo uma distribuição uniforme no compósito. As micrografias

transversais mostram a formação de estruturas lamelares e intercaladas a estas (as camadas) a

inserção dos reforços. Observe que o reforço está aderido no componente matriz.

As micrografias superficiais mostram que as ligas reforçadas e sinterizadas, já não

mais apresentam os contornos de grãos bem definidos como acontece no caso da liga de

alumínio AA6061 sem reforço.

O que se observa são alterações nas estruturas dos grãos provocados pela deformação

plástica devido às sucessivas fraturas e soldas ocorridas durante a moagem de alta energia

(MAE).

4.6.3 AA6061 reforçado com 5, 10 e 15% em massa de Nitreto de Alumínio (AlN)

5% em massa de Nitreto de Alumínio (AlN)

a)Área superficial; 200x b)Área superficial; 1000x

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c)Secção Transversal; 200x

d)Secção Transversal; 1000x

Figura 38 - Mostra o compósito reforçado com 5% em massa de nitreto de alumínio (AlN).

Micrografias do compósito reforçado com 5% em massa de AlN submetido à

MAE durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 38 mostra as micrografias ampliadas 200x e 1000x, proporcionando uma

visão global da microestrutura, tanto da superfície, como da secção transversal do compósito

da liga de alumínio AA6061 reforçado com 5% em massa de nitreto de alumínio.

As micrografias ampliadas mostram a inserção do reforço duro na matriz dúctil de

AA6061, como dá uma idéia das dimensões e da geometria nodular do reforço representado

pelas partículas mais escuras inseridas entre as camadas da matriz.

A matriz dos compósitos preenche os espaços vazios que ficam entre os materiais

reforços e mantem-os em suas posições relativas, transmitindo os esforços mecânicos aos

reforços.

As micrografias superficiais mostram que as ligas reforçadas, já não mais apresentam

os contornos de grãos bem definidos como acontece no caso da liga de alumínio AA6061 sem

reforço. O que se observa são contornos de grão com geometria pouca definida ou

praticamente ausência de contorno de grãos, isso devido às sucessivas fraturas e soldas

ocorridas durante a moagem de alta energia (MAE).

A micrografia transversal ampliada 1000x mostra a formação de uma estrutura

lamelar (camadas) e o processo da soldagem em camadas.

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10% em massa de Nitreto de Alumínio (AlN)

Área superficial; 200x

Área superficial; 1000x

Secção transversal; 200x

Secção transversal;1000x

Figura 39 - Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa AlN.

Micrografias do compósito reforçado com 10% em massa de AlN submetido à

MAE durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 39 mostra as micrografias ampliadas proporcionando uma visão global da

microestrutura, tanto da superfície, como da secção transversal do compósito da liga de

alumínio AA6061 reforçado com 10% em massa de nitreto de alumínio (AlN).

As micrografias ampliadas 1000x mostram a inserção do reforço duro na matriz

dúctil de AA6061. As micrografias transversais mostram a formação de camadas deformadas,

já sem o mesmo paralelismo do compósito sinterizado reforçado com 5% de AlN.

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15% em massa de Nitreto de Alumínio (AlN)

a)Área superficial ; 200x

b)Área superficial ; 1000x

c)Secção transversal; 200x

d)Secção transversal; 1000x

Figura 40- Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa AlN.

Micrografias do compósito reforçado com 15% em massa de AlN submetido à MAE

durante 60 min, compactado e sinterizado. Ataque químico com HF 0,5% durante 80s.

A figura 40 mostra as micrografias proporcionando uma visão global da microestrutura,

tanto da superfície, como da secção transversal do compósito da liga de alumínio AA6061

reforçado com 15% em massa de nitreto de alumínio (AlN). As micrografias superficiais

mostram que as ligas reforçadas, já não mais apresentam os contornos de grãos bem definidos

como acontece no caso da liga de alumínio AA6061 sem reforço.

A micrografia superficial ampliada 1000x mostra a inserção (sem aglomeração), do

reforço na matriz AA6061 promovendo uma distribuição uniforme e homogênea do nitreto de

alumínio no compósito.

As micrografias transversais mostram a formação de lamelas (camadas) sem o

mesmo grau de paralelismo do compósito reforçado com 5% de AlN processado com

60minutos.

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4.7 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia

Dispersiva de Raios-X

Compósito submetido à MAE durante 60 min, compactado e sinterizado.

4.7.1 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 5,0% de Si3N4

Área superficial ; 1000x Área superficial ; 2500x

Secção transversal; 500x Secção transversal; 1000x

Figura 41 - MEV do compósito AA6061 reforçado com 5%de Nitreto de Silício (Si3N4).

A figura 41 mostra as micrografias da microestrutura, tanto da superfície, como da

secção transversal do compósito sinterizado da liga de alumínio AA6061 reforçado com 5%

em massa de nitreto de silício representados pelas partículas brilhantes. As micrografias

mostram a inserção do reforço duro na matriz dúctil de AA6061, como dá uma idéia das

dimensões e da geometria nodular das partículas do reforço.

As micrografias superficiais mostram que as ligas reforçadas, já não mais apresentam

os contornos de grãos bem definidos. As micrografias superficiais ampliadas 1000x e 2500x

mostram a inserção, mesmo que discreta do reforço na matriz AA6061.

As micrografias transversais mostram a formação de lamelas (camadas)

discretamente deformadas e o reforço aderido ao componente matriz.

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Ao contrário da Microscopia Ótica (MO), a micrografia do MEV ampliada 2500x

revela o surgimento de cavidades gerando interstício no compósito, indicando a formação de

porosidade.

Sobre sinterização Alves Júnior afirma que existem, rigorosamente falando, dois tipos

básicos de sinterização: a sinterização por fase sólida e a sinterização por fase líquida. A força

motora para a ocorrência de qualquer tipo de sinterização é a diminuição da energia livre

superficial do conjunto de partículas.

Esta diminuição ocorre por meio do desaparecimento da interface material/poro, que

é substituída pela interface material/material, quando a porosidade desaparece. Estes dois

tipos básicos de sinterização são capazes de densificar total ou parcialmente a estrutura, sendo

que com o primeiro tipo é possível se obter uma estrutura com porosidade controlada,

enquanto que o fechamento total da porosidade é mais facilmente obtido através da

sinterização por fase líquida (SILVA, ALVES JUNIOR, 1998).

a)Ponto 1

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b)Ponto 2

c)Ponto 3

Gráfico 21 - EDS do compósito AA6061 reforçado com 5% de Si3N4 (a,b,c).

Todas as micrografias são referentes à área superficial da amostra. Observa-se na

figura 21.a (ponto 1) que o Al (alumínio) prevalece no espectro do EDS. Nesta pastilha

sinterizada foi utilizada pequenos filetes da pasta de carbono sobre a superfície embutida com

acrílico na amostra com o intuito de otimizar a condutividade eletrônica; fato que explica a

surgimento de um pequeno pico de carbono no canto inferior esquerdo do espectro.

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No gráfico 21.b (ponto 2) prevalece o elemento químico Silício (Si), indicando que a

o reforço de Si3N4 foi devidamente introduzida na matriz AA6061. O Titânio (Ti) faz parte da

composição química da matriz AA6061 com o propósito de conferir redução do tamanho de

grão da microestrutura.

O gráfico 21.c (ponto 3) prevalece o elemento químico Alumínio (Al). O pico

bastante razoável de Silício (Si) indica que o reforço de Si3N4 foi devidamente introduzido na

matriz AA6061.

4.7.2 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 10% de Si3N4

Área superficial ; 1000x

Área superficial ; 2500x

Secção transversal; 500x

Secção transversal; 1000x

Figura 42- MEV / EDS do compósito AA6061 reforçado com 10% de Si3N4.

A figura 42 mostra as micrografias da microestrutura, tanto da superfície, como da

secção transversal do compósito sinterizado da liga de alumínio AA6061 reforçado com 10%

em massa de nitreto de silício (Si3N4) representado pela estrutura nodular brilhante inserida

entre as camadas da matriz.

As micrografias transversais ampliadas 500x e 1000x sinalizam para um aumento da

ínserção do reforço na matriz AA6061 em relação ao compósito sinterizado e reforçado com

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5% de nitreto de silício, como também a formação de camadas da matriz e o reforço

intimamente ligado à estrutura lamelar.

Algumas micrografias mostram a interface matriz-reforço. Por ser a região de ligação

entre a matriz e o reforço, ocorre à transferência de carga (ASTHANA, 1998). Além de

constituir–se em local de geração de discordâncias durante os processos de deformação

plástica e alterações térmicas (MANOHARAN, 1999).

a)Ponto 1

b)Ponto 2

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c)Ponto 3

Gráfico 22 – EDS do compósito AA6061 reforçado com 10% de Si3N4 (a,b,c)

Todas as micrografias são referentes à área superficial da amostra. Devido à

similaridade entre os espectros, a mesma observação acerca do EDS da liga AA6061

reforçada com 5% de nitreto de silício pode ser aplicada ao compósito reforçado com 10% de

nitreto de silício.

4.7.3 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 15 % de Si3N4

Área superficial ; 1000x

Área superficial ; 2500x

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Secção transversal; 1000x

Secção transversal; 2500x

Figura 43 - Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061

reforçado com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4).

A figura 43 mostra as micrografias da microestrutura, tanto da superfície, como da

secção transversal do compósito sinterizado da liga de alumínio AA6061 reforçado com 15%

em massa de nitreto de silício (Si3N4).

Observa-se uma distribuição homogênea da fase de reforço no componente matriz.

As micrografias sinalizam para inserção, sem aglomeração, do reforço na matriz AA6061; o

fato deste reforço não se aglutinar pode indicar boa solubilidade dele na matriz AA6061

promovendo uma dispersão uniforme no compósito.

As micrografias transversais mostram também a deformação plástica das lamelas do

componente matriz AA6061. Especificamente a ampliada 2500x mostra de forma clara e

precisa a espessura da lamela da matriz e a distância interlamelar, região esta onde se encontra

inseridos os reforços introduzidos no compósito.

As micrografias do MEV ampliadas (superficiais e transversais) 1000x e 2500x

revelam o surgimento de um grau menor de cavidades indicando menor taxa de porosidade;

fato este bastante consistente, tendo em vista que o compósito sinterizado da liga de alumínio

AA6061 reforçado com 15% em massa de nitreto de silício (Si3N4) apresentou maior grau de

densificação em relação ao compósito fabricado com 5 e 10% deste mesmo reforço.

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a)Ponto 1

b)Ponto 2

c)Ponto 3

Gráfico 23 - EDS do AA6061 reforçado com 15% de Nitreto de Silício (Si3N4) (a,b,c).

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Todas as micrografias são referentes à área superficial da amostra. Fazendo uma

sinopse pode-se concluir que nos espectros da microánalise de EDS do compósito sinterizado

com 15% de Si3N4 , houve uma incorporação satisfatória do reforço na matriz AA6061.Este

fato também é enfatizado pela formação de 03(três) picos da fase de Si3N4 no difratograma

da moagem de alta energia utilizando esta fração mássica de reforço.

4.7.4 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 5,0% de AlN

Área superficial ; 1000x

Área superficial ; 2500x

Secção transversal; 500x

Secção transversal; 1000x

Figura 44 - MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 5% de Nitreto de Alumínio

(AlN).

A figura 44 mostra as micrografias da microestrutura, tanto da superfície, como da

secção transversal do compósito sinterizado da liga de alumínio AA6061 reforçado com 5%

em massa de nitreto de alumínio representado pelas partículas brilhantes da secção tranversal.

A dimensão e a geometria das partículas de nitreto de alumínio são semelhantes as do nitreto

de silício, provavelmente pelo fato de que ambos os reforços possuírem propriedades

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mecânicas semelhantes; além de apresentarem ligações químicas predominantemente

covalentes e sistema cristalino prepoderademente hexagonal.

Especificamente as micrografias da seção transversal, mostram de forma clara e

precisa a espessura da lamela da matriz e a distância interlamelar, região esta onde se encontra

inseridos os reforços introduzidos no compósito.

Ao contrário da Microscopia Ótica (MO), a micrografia do MEV ampliada 2500x

revela o surgimento de cavidades gerando interstício no compósito, indicando a formação de

uma estrutura rugosa e porosa que exercem influência sobre as propriedades mecânicas e a

densidade do compósito sinterizado.

a)Ponto 1

b)Ponto 2

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c)Ponto 3

Gráfico 24 - EDS das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 5% de AlN.

Observa-se no gráfico 24.a (ponto 1) que o Al (alumínio) é a fase predominante no

espectro do EDS. Nesta amostra foi utilizada pequenos filetes da pasta de carbono sobre a

superfície embutida, com acrílico, para melhorar a condutividade eletrônica, fato que explica

a surgimento de um pico de carbono no canto inferior esquerdo do espectro.

Na figura 24.b (ponto 2) ainda prevalece elemento químico Alumínio (Al). Na figura

24.c (ponto 3) prevalece o elemento químico Alumínio (Al). Não foi identificado nenhum

pico de Silício (Si) indicando incorporação de reforço na matriz AA6061 insatisfatória, pelo

menos do ponto de vista do EDS.

4.7.5 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 10 % de AlN

Área superficial ; 1000x

Área superficial ; 2500x

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Secção transversal; 500x

Secção transversal; 1000x

Figura 45- MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 10% de AlN.

A figura 45 mostra as micrografias da microestrutura que sinalizam claramente para

um aumento da inserção, sem aglomeração, do reforço na matriz AA6061 em relação ao

compósito sinterizado reforçado com 5% de AlN.

Nas micrografias transversais, observa-se que as partículas brilhantes e descontínuas

do reforço de nitreto de silício estão aderidas na estrutura lamelar da matriz AA6061 que

preenche os espaços do compósito sinterizado. Esta aderência promove a interação entre o

reforço e matriz facilitando o incremendo das propriedades mecânicas do material fabricado.

A dimensão e a geometria das partículas de nitreto de alumínio são semelhantes as

do nitreto de silício, provalvemente pelo fato de que ambos os reforços possuírem

propriedades mecânicas semelhantes, além de apresentarem ligações químicas

predominantemente covalentes e sistema cristalino hexagonal.

A micrografia do MEV ampliada 2500x revela o surgimento de cavidades gerando

interstício no compósito, indicando a formação de uma textura rugosa e estrutura com

divesros tipos de poros alguns deles interconectados entre si.

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a)Ponto 1

b)Ponto 2

c)Ponto 3

Gráfico 25 –EDS das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 10% de AlN.

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Observa-se no gráfico 25.a (ponto 1) que o Al (alumínio) prevalece no espectro do

EDS. O gráfico 25.b (ponto 2), os elementos químicos carbono, titânio e magnésio são

identificados por pequenos picos em relação ao alumínio. O gráfico 25.c (ponto 3)foram

identificados o carbono, cromo, ferro, magnésio, alumínio e níquel.

Não foi identificado nenhum pico de silício (Si) indicando incorporação de reforço

na matriz AA6061 insatisfatória, pelo menos do ponto de vista do EDS.

4.7.6 MEV/EDS do compósito AA6061 reforçado com 15 % AlN

Área superficial ; 1000x

Área superficial ; 2500x

Secção transversal; 950x

Secção transversal; 2500x

Figura 46 - MEV das pastilhas sinterizadas do compósito AA6061 reforçado com 15% AlN.

As micrografias transversais ampliadas 950x e 2500x sinalizam para inserção, sem

aglomeração, do reforço cerâmico representado pelas partículas brilhantes na matriz metálica

AA6061.

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101

As micrografias das secções transversais mostram também a formação de várias

pilhas de planos, deformadas, revelando uma estrutura predominatemente lamelar da matriz

AA6061.

Nas micrografias transversais, observa-se também que as partículas brilhantes e

descontínuas do reforço de nitreto de alumínio estão aderidas na estrutura lamelar da matriz

AA6061 que preenche os espaços do compósito sinterizado. Esta aderência promove a

interação entre o reforço e matriz facilitando o incremendo das propriedades mecânicas e

físicas do material fabricado.

As micrografias superficiais do MEV revelam o surgimento de cavidades gerando

interstício no compósito, indicando a formação de uma superfície com textura rugosa e

estrutura porosa, com os poros predominademente no formato esférico e de menor diâmetro

em relação aos compósitos reforçados com 10 e 15% de nitreto de silício.

Sobre o processo de sinterização observe o que diz Luiz Antonio Genova “Na fase

inicial as ligações se desenvolvem, principalmente por difusão atômica entre grãos adjacentes,

formando-se a região do pescoço sem nenhuma variação dimensional, mas com um elevado

grau de coesão. Com a elevação da temperatura, aumentam as superfícies de ligação,

observando-se o crescimento do pescoço.

Apesar de haver transporte de material, não se observa ainda a deformação na peça.

Em seguida, inicia-se a etapa de fechamento dos poros intercomunicantes e simultaneamente

o arredondamento dos poros, provocando deformações na peça.

Com o aumento da temperatura, ocorre a contração dos poros, acompanhada da

diminuição do volume da peça e o aumento das propriedades mecânica; este estágio

praticamente determina as propriedades do sinterizado.

Finalmente, no último estágio ocorrerá o coalescimento e crescimento dos poros

remanescentes. Este estágio consiste na contração e eliminação dos poros pequenos e isolados

e no crescimento dos poros maiores, contribuindo para redução da energia livre do sistema. É

importante mencionar que nos estágios intermediários e final da sinterização, ocorre o

crescimento dos grãos”. (GENOVA, 2009).

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a)Ponto 1

b)Ponto 2

c) Ponto 3

Gráfico 26 - EDS do compósito AA6061 reforçado com 15% de AlN.

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Todas as micrografias são referentes à área superficial da amostra. O gráfico 26

mostra a Espectroscopia de Energia Dispersiva de Raios-X das pastilhas sinterizadas a vácuo

na temperatura de 500ºC durante 5 horas do compósito AA6061 reforçado com 15% de

Nitreto de Alumínio (AlN).

Os espectros da microánalise de EDS do compósito sinterizado com 15% de AlN

mostra uma incorporação satisfatória dos elementos do reforço na matriz AA6061.

O gráfico 24.a (ponto 1) mostra que o Al (alumínio) predomina no espectro do EDS

como também mostra a incorporação do sílicio na matriz. Nesta amostra foi utilizada

pequenos filetes da pasta de prata sobre a superfície embutida, com acrílico, para melhorar a

condutividade eletrônica, fato que explica a surgimento de um pico de prata no canto inferior

esquerdo do espectro.

Na figura 24.b (ponto 2) e na figura 24.c (ponto 3) prevalece o elemento químico

Alumínio (Al). Nessas amostras foram utilizados pequenos filetes da pasta de carbono sobre a

superfície embutida para melhorar a condutividade eletrônica, fato que explica a surgimento

de um pico de carbono no canto inferior esquerdo do espectro. Os demais elementos fazem

parte da composição química da liga AA6061 ou da composição química do molde metálico

utilizada para compactação ou da mídia de moagem utilizada na MAE.

4.8 Dureza Vickers do compósito reforçado com Si3N4 e AlN sinterizado a vácuo

O presente trabalho tem como propósito específico avaliar a influência da

incorporação das diferentes frações em peso do nitreto de silício e do nitreto de alumínio na

dureza na liga de Alumínio AA6061.

Para isso os compósitos reforçados com nitreto de silício (Si3N4) e nitreto de

alumínio (AlN) sinterizados em forno a vácuo na temperatura de 500ºC durante 5horas foram

submetidos ao ensaio de Dureza Vickers cujos resultados estão explanados conforme gráfico

da figura 7.1. Em cada amostra sinterizada do compósito fabricado com a liga AA6061

reforçada com nitreto de silício e nitreto de alumínio nas frações em massa de 5,10 e 15%

foram realizadas 05 (cinco) indentações.

A metodologia utilizada está preconizada na norma NBR NM 188-1. As medidas

foram executadas com penetrador de ponta de diamante em forma de pirâmide de base

quadrada e ângulo de vértice de 136º. A carga aplicada no ensaio foi 5,0 Kgf e tempo de

aplicação da carga variou entre o intervalo de 10 a 15 segundos como reza tal norma.

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Gráfico 27 - Dureza Vickers realizada com carga de 5kg, do compósito da Liga de AA6061 reforçado com Si3N4 e

AlN e sinterizado a vácuo durante 5horas a 500º C.

No gráfico acima as barras azuis (à esquerda) representam a dureza, as barras

vermelhas (no centro) representam o desvio padrão e as barras verdes (à direita) representam

o aumento percentual da dureza em relação à liga AA6061 (aqui convencionado como dureza

padrão) recebida para pesquisa sem reforço que no caso foi de 41,101 Kgf/mm2.

Os resultados de dureza apresentaram-se linearmente crescentes com o aumento da

fração de reforço na matriz; destacando o efeito positivo da técnica de Metalurgia do Pó

utilizando MAE na produção do referido compósito.

Para metais monofásicos observe o que diz Callister “Importante para a

compreensão dos mecanismos de aumento de resistência é a relação entre o movimento das

41

,10

1

69

,83

0

90

,33

0

10

7,5

60

83

,50

0

90

,04

0

96

,50

0

3,4

7

7,0

1

5,3

0

6,9

9

5,0

3

6,4

4

4,8

3

69

,90

11

9,7

7

16

1,6

9

10

3,1

6

11

9,0

7

13

4,7

9

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

180,000

100 %AA6061

5%Si3N4 +AA6061

10%Si3N4 +AA6061

15%Si3N4 +AA6061

5%AlN +AA6061

10%AlN +AA6061

15%AlN +AA6061

Du

reza

Vic

kers

(K

gf/m

m2)

% de reforço + AA6061

Dureza Vickers do sinterizado de AA6061 reforçado com Si3N4 e AlN

DUREZAVICKERS(Kgf/mm2)DESVIO PADRÃO

% DE AUMENTO DEDUREZA

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discordâncias e o comportamento mecânico dos metais. Uma vez que a deformação plástica

macrocóspica corresponde ao movimento de grandes números de discordâncias, a habilidade

de um metal para se deformar plasticamente depende da habilidade das discordâncias para se

moverem. Uma vez que a dureza e a resistência (tanto no que se refere ao limite de

escoamento quanto ao limite de resistência à tração) estão relacionadas com a facilidade com

que a deformação plástica pode ser induzida mediante a redução da mobilidade das

discordâncias, a resistência mecânica pode ser melhorada; isto é, maiores forças mecânicas

serão necessárias para dar início à deformação plástica.

Em contraste, quanto menos restringido estiver o movimento das discordâncias,

maior será a facilidade com o qual um metal poderá se deformar e mais macio e mais fraco

ele se tornará. Virtualmente, todas as técnicas de aumento de resistência dependem do

seguinte princípio simples: restringir ou impedir o movimento de discordâncias confere maior

dureza e mais resistência a um material.

Por outro lado este mesmo autor afirma “ Um material com granulação fina” (um

que possui grãos pequenos) é mais duro e mais resistentes do que um material que possui

granulação grosseira, uma vez que o primeiro possui uma maior área total de contornos de

grãos para dificultar o movimento das discordâncias. (WILLIAM, CALLISTER JR, 2002, p.

116).

Durante a sinterização, com a elevação da temperatura, aumentam as superfícies de

ligação, observando-se o crescimento do pescoço e o aumento das propriedades mecânicas;

este estágio praticamente determina as propriedades do compósito reforçado. É importante

mencionar também que nos estágios intermediário e final da sinterização, ocorre o

crescimento dos grãos.

Inicialmente tomando como ponto de partida a dureza da liga de AA6061 sinterizada

sem reforço que foi de 41,101Kgf/mm2

, observa-se que o compósito reforçado com 15% de

Si3N4 apresentou o maior valor absoluto de dureza (107,560Kgf/mm2) o que proporciona um

ganho de 161,69% desta importante propriedade mecânica.

Alguns resultados já apontavam que o compósito reforçado com 15% de Si3N4 seria

um forte candidato a apresentar o melhor incremento da dureza, senão vejamos alguns:

1)A formação de 03 (três) picos da fase de Si3N4 no difratograma da moagem de

60min contra 01(um) pico da fase de Si3N4 no difratograma da moagem de 30min, aponta

para o fato de que o processamento utilizando 60min foi mais eficiente no tocante a

incorporação de partículas de reforço na fase matriz;

2)A pesquisa da granulométrica utilizando difração de laser para a determinação da

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distribuição de tamanho de partícula para os pós do compósito da liga de alumínio AA6061

reforçada com 15% Nitreto de Silício (Si3N4) e processados por Moagem de Alta Energia

(MAE) aponta para uma redução substancial no diâmetro das partículas com o aumento do

tempo de moagem de 30 para 60 minutos;

3)As micrografias do MEV do compósito processado em Moagem de Alta Energia

(MAE) com 60min e com fração mássica de 15% de Si3N4 apresentou um maior grau de

incorporação do reforço na matriz produzindo pós refinados com formato externo próximo ao

equiaxial;

4)As micrografias do MEV mostram que os compósitos sinterizados da liga de

alumínio AA6061 reforçado com 15% em massa de nitreto de silício (Si3N4) incorporaram de

forma eficiente o reforço particulado na matriz AA6061 em formato de camadas.

5) As micrografias do MEV mostram que as partículas brilhantes e descontínuas do

reforço de nitreto de silício estão aderidas na estrutura lamelar da matriz AA6061.Esta

aderência promove uma interação eficiente entre o reforço e matriz facilitando o incremento

das propriedades mecânicas e físicas do material fabricado.

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5 CONCLUSÕES

1) A Metalurgia do Pó propiciou eficiente fabricação de compósito de matriz

metálica da liga de alumínio AA6061 com reforço particulado de 5, 10 e 15% em massa de

Si3N4 e AlN separadamente;

2) O tempo de moagem de 30 minutos foi insuficiente para que os reforços fossem

incorporados no componente matriz, enquanto que o tempo de 60 minutos proporcionou

melhor incorporação, homogeneidade e uniformidade na distribuição dos reforços na matriz;

3) Os resultados obtidos no MEV/EDS evidenciaram que, em relação ao compósito

reforçado com nitreto de silício e nitreto alumínio, o pó processado por MAE com 60min e

com fração mássica de 15%, apresentou melhor refinamento e maior grau de incorporação do

reforço na matriz;

4) A análise granulométrica dos pós de AA6061 reforçados aponta para uma redução

considerável no diâmetro das partículas com o aumento do tempo de moagem de 30 para 60

minutos;

5) O sinterizado da liga AA6061 reforçado com nitreto de silício e nitreto de

alumínio apresentou padrão de densificação semelhante para ambos os reforços;

6) As imagens do MEV nos sinterizados mostram uma eficiente inserção e

distribuição das fases dos reforços na matriz, sem aglomeração, indicando boa solubilidade

daqueles nesta e tão mais visíveis quanto maior é percentual do reforço no compósito

sinterizado; mostram também a formação de estruturas lamelares com arranjos em sequências

regulares, com boa parte dos reforços orientados na mesma direção da matriz;

7) Os EDS dos compósitos sinterizados, mostram uma eficiente incorporação por

parte dos reforços de nitreto de silício e nitreto de alumínio na matriz da liga AA6061;

8) Os resultados de dureza sinalizam para uma maior eficiência do reforço de nitreto

de silício relativamente ao nitreto de alumínio; Os resultados de dureza apresentaram-se

linearmente crescentes com o aumento da fração de reforço na matriz; destacando o efeito

positivo da técnica de Metalurgia do Pó utilizando MAE na produção do referido compósito;

9) Tomando como ponto de partida a dureza da liga de AA6061 sinterizada sem

reforço que foi de 41,101Kgf/mm2

, observou-se que o compósito reforçado com 15% de

Si3N4 apresentou o maior valor absoluto de dureza (107,560Kgf/mm2) proporcionando um

ganho de 161,69% nessa propriedade mecânica.

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6 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

1. Processar os pós dos compósitos em tempos de moagem mais elevados num moinho

vibratório tipo SPEX;

2. Avaliar as propriedades mecânicas do compósito fabricado com 5, 10 e 15% de Si3N4e

AlN;

3. Realizar tratamento térmico dos compósitos da liga AA6061 reforçada com nitreto de

silício e nitreto de alumínio.

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