plano de manejo da Área de proteção ambiental de piaçabuçu

497
MMA/ICMBio Plano de Manejo Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu Área de Proteção Ambiental de Piaçabuçu

Upload: truongnga

Post on 07-Jan-2017

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • MMA/ICMBio

    Plano de

    Manejo

    rea de Proteo Ambientalde Piaabuu

    rea de Proteo Ambientalde Piaabuu

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Crditos Tcnicos e Institucionais

    i

    Presidente da Repblica

    Luis Incio Lula da Silva

    Ministro do Meio Ambiente

    Carlos Minc

    Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade

    Rmulo Jos Fernandes Barreto Mello - Presidente

    Diretoria de Unidades de Conservao de Proteo Integral

    Ricardo Jos Soavinski Diretor

    Coordenao do Bioma Costeiro-Marinho

    Ricardo Castelli Vieira - Coordenador

    Chefe da rea de Proteo Ambiental de Piaabuu

    Rodrigo de Azevedo Peixoto Chefe

    Diretoria de Unidades de Conservao de Uso Sustentvel

    Paulo Fernando Maier Souza - Diretor

    APOIO:

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA)

    Roberto Messias - Presidente

    Superintendncia do IBAMA no Estado de Alagoas

    Oswaldo Antnio Sarmento

    Braslia, maio de 2010.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Crditos Tcnicos e Institucionais

    ii

    INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAO DA BIODIVERSIDADE (ICMBio) DIRETORIA DE UNIDADES DE CONSERVAO DE PROTEO INTEGRAL

    (DIREP)

    PLANO DE MANEJO PARA A REA DE PROTEO AMBIENTAL DE PIAABUU

    CRDITOS AUTORAIS ELABORAO E PLANEJAMENTO Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio)

    Clia Lontra Vieira DIREP/ICMBio Superviso Titular do Plano de Manejo. Valquria Gonalves - DIREPICMBio - Superviso do Plano de Manejo. Ricardo Castelli Vieira DIREPICMBio - Coordenador do Bioma Costeiro-Marinho. Margarene Lima Beserra Moderao da Oficina de Planejamento Participativo.

    Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) Projeto de Conservao e Manejo dos Ecossistemas Brasileiros (PROECOS) - PNUD/BRA/00/009

    Cristiane Gomes Barreto Consultora Elaborao dos Encartes 1, 2 e 3.

    Apoio

    Aldemir Incio de Azevedo Consultor Estudos de Socioeconomia. Douglas Mendes Roberto Estagirio. Welington de Arajo Coelho Estagirio.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    iii

    SUMRIO

    1 ENCARTE 1 Contextualizao da Unidade de Conservao............................1-1

    1.1 Enfoque Internacional ............................................................................................ 1-1

    1.1.1. Anlise da Unidade de Conservao frente a sua situao de insero em Reserva da Biosfera ...................................................................................................... 1-1

    1.1.2. Anlise da Unidade de Conservao frente a outros atos declaratrios internacionais ................................................................................................................ 1-3

    1.1.3. Oportunidades de compromissos com organismos internacionais ................. 1-6

    1.1.4. Acordos Internacionais .................................................................................. 1-16

    1.2 Enfoque Federal ................................................................................................... 1-17

    1.2.1. APA de Piaabuu e o SNUC ....................................................................... 1-17

    1.2.2. APA de Piaabuu e o Cenrio Federal ....................................................... 1-20

    1.3 Enfoque Estadual ................................................................................................. 1-26

    1.3.1. Implicaes Ambientais ................................................................................ 1-26

    1.3.2. Implicaes Institucionais ............................................................................. 1-28

    1.3.3. Potencialidades de Cooperao ................................................................... 1-33

    1.4 Enfoque Regional ................................................................................................. 1-39

    1.4.1. Caracterizao Ambiental ............................................................................. 1-39

    1.4.2. Aspectos da conservao ............................................................................. 1-40

    1.4.3. Aspectos culturais e Histricos ..................................................................... 1-41

    1.5 Anlise do Arcabouo Legal ................................................................................. 1-42

    1.6 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 1-48

    2 ENCARTE 2 - Anlise da APA de Piaabuu (AL).................................................2-1 2.1 Informaes gerais sobre a Unidade ..................................................................... 2-1

    2.1.1. Origem do nome e histrico de criao da UC ............................................... 2-7

    2.1.2. Acesso APA de Piaabuu .......................................................................... 2-8

    2.2 Caracterizao dos fatores abiticos e biticos ..................................................... 2-9

    2.2.1. Caracterizao dos fatores abiticos .............................................................. 2-9

    2.2.2. Caracterizao dos fatores biticos .............................................................. 2-18

    2.3 Patrimnio cultural material e imaterial ................................................................ 2-23

    2.3.1. Convento e Igreja Santa Maria dos Anjos ..................................................... 2-24

    2.3.2. Igreja de Nossa Senhora da Corrente .......................................................... 2-24

    2.3.3. Igreja de So Gonalo Garcia ....................................................................... 2-25

    2.3.4. Conjunto arquitetnico, paisagstico e urbanstico ........................................ 2-25

    2.3.5. Eventos, Exposies e Festivais ................................................................... 2-25

    2.4 Caracterizao socioeconmica .......................................................................... 2-25

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    iv

    2.4.1. Municpio de Piaabuu ................................................................................ 2-25

    2.4.2. Sntese da situao scio-econmica da APA de Piaabuu ....................... 2-26

    2.5 Condies de vida das comunidades ................................................................... 2-36

    2.5.1. Perfil dos entrevistados ................................................................................. 2-38

    2.5.2. Principais caractersticas das comunidades ................................................. 2-41

    2.6 Ocupao do espao, Uso dos recursos naturais e problemas ambientais ........ 2-63

    2.7 Fogo e outras ocorrncias excepcionais .............................................................. 2-69

    2.8 Atividades desenvolvidas na UC .......................................................................... 2-69

    2.8.1. Atividades Apropriadas ................................................................................. 2-69

    2.8.2. Atividades ou Situaes Conflitantes ............................................................ 2-76

    2.9 Viso das comunidades sobre a UC .................................................................... 2-76

    2.10 Percepo ambiental das Comunidades .............................................................. 2-81

    2.11 Alternativas de Desenvolvimento Econmico Sustentvel .................................. 2-83

    2.12 Potencial de apoio Unidade de Conservao ................................................... 2-85

    2.12.1. Infra-estrutura de Apoio ................................................................................ 2-86

    2.13 Aspectos institucionais da APA ............................................................................ 2-88

    2.13.1. Pessoal ......................................................................................................... 2-88

    2.13.2. Infra-estrutura, Equipamentos e Servios ..................................................... 2-89

    2.13.3. Estrutura Organizacional ............................................................................... 2-89

    2.13.4. Recursos Financeiros ................................................................................... 2-89

    2.14 Significncia da APA no contexto regional ........................................................... 2-89

    2.15 Referncias Bibliogrficas .................................................................................... 2-91

    3 ENCARTE 3 - Planejamento da APA de Piaabuu (AL)......................................3-1 3.1 Viso Geral do Processo de Planejamento ............................................................ 3-1

    3.2 Histrico do Planejamento na APA de Piaabuu ................................................. 3-2

    3.2.1 Anlise da monitoria ........................................................................................ 3-3

    3.3 Avaliao Estratgica da APA ................................................................................ 3-9

    3.3.1 Foras Impulsionadoras ................................................................................ 3-14

    3.3.2 Foras Restritivas ......................................................................................... 3-16

    3.4 Objetivos Especficos de Manejo da Unidade de Conservao ........................... 3-18

    3.5 Zoneamento ......................................................................................................... 3-19

    3.5.1 Organizao do Zoneamento ........................................................................ 3-23

    3.6 Normas Gerais de Manejo da APA de Piaabuu ............................................... 3-40

    3.7 Planejamento por reas de Atuao .................................................................... 3-43

    3.7.1 Aes Gerenciais Gerais .............................................................................. 3-44

    3.7.2 reas Estratgicas ........................................................................................ 3-76

    3.8 Enquadramento das reas de Atuao por Programas Temticos ..................... 3-95

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    v

    FIGURAS Figura 1-1 Reservas da Biosfera no Brasil ........................................................................ 1-1

    Figura 1-2 Abrangncia da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado de Alagoas (Fonte: adaptado de UNESCO, 2003). ................................................................................. 1-2

    Figura 1-3 Mapa de localizao dos Hotspots em todo o mundo. (Fonte: adaptado de Conservation International, 2008). ........................................................................................ 1-3

    Figura 1-4 Localizao da APA de Piaabuu na Ecorregio da Caatinga (Fonte: WWF-Brasil, 2007). ......................................................................................................................... 1-4

    Figura 1-5 Organizao das ecorregies da Caatinga (Fonte: TNC, 2001). ..................... 1-5

    Figura 1-6 Localizao da APA de Piaabuu em relao aos Ecossistemas Brasileiros (Fonte: IBGE, 2004). ........................................................................................................... 1-21

    Figura 1-7 Corredores de Biodiversidade do Brasil (Fonte: CI - Brasil). ......................... 1-23

    Figura 1-8 Localizao da APA de Piaabuu em referncia ao Centro de Endemismo Pernambuco. ...................................................................................................................... 1-24

    Figura 1-9 Localizao da APA de Piaabuu em referncia s reas prioritrias para a conservao (MMA, 2006). ................................................................................................. 1-25

    Figura 2-1 Localizao da APA de Piaabuu relativa s microrregies e mesorregies do Estado de Alagoas. Em diferentes cores e na legenda esto discriminadas as mesorregies. Os limites, em preto, representam as microrregies.................................................................................................. ........ ..............2-5

    Figura 2-2 Localizao da APA de Piaabuu relativa aos municpios, na Mesorregio Leste Alagoana. Em diferentes cores e na legenda esto discriminadas as microrregies. Os limites, em preto, representam as divisas municipais. ......................................................... 2-6

    Figura 2-3 Localizao da APA de Piaabuu relativa aos municpios e setores censitrios de abrangncia. Em diferentes cores e na legenda esto discriminados os municpios em tela. Os limites, em cinza, representam os setores censitrios (linha fina) e municpios (linha grossa). Fonte: (IBGE, 2007). ............................................................................................... 2-7

    Figura 2-4 - Precipitao mdia mensal da Regio de Piaabuu (DMET/SEMARH). ...... 2-11

    Figura 2-5 - Precipitao absoluta, por dia, registrada na Estao de Piaabuu (DHMAL). 2-12

    Figura 2-6 Registros de temperatura na estao meteorolgica de Piaabuu (DHMAL) entre 01 de setembro de 2007 a 31 de agosto de 2008 (Agritempo, 2009). ...................... 2-12

    Figura 2-7 Evaporao real (mm) na regio de Piaabuu. Dados obtidos pela estao de Piaabuu (DHMAL). .......................................................................................................... 2-13

    Figura 2-8 Distribuio do Grupo Barreiras na regio do baixo rio So Francisco. Fonte: Embrapa, 2008. .................................................................................................................. 2-14

    Figura 2-9 Perfil vegetacional das formaes descritas: 1 Vegetao Pioneira Litornea; 2 Transio Fitoecolgica; 3 - Vegetao Pioneira Palustre; 4 - Floresta Estacional Decidual dos das Plancies Interlagunares; 5 - Floresta Estacional Decidual dos Terraos Marinhos; 6 Floresta Estacional Semidecidual dos Tabuleiros; e 7 Floresta Estacional Semidecidual dos Vales e Encostas. Fonte: Embrapa (2009). .......................................... 2-19

    Figura 2-10 Composio do PIB de Piaabuu em 2006 (em mil reais). Fonte: (IBGE) . 2-33

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    vi

    Figura 2-11 - Distribuio dos questionrios aplicados por comunidade. ......................... 2-39

    Figura 2-12 - Idade dos entrevistados. ............................................................................... 2-40

    Figura 2-13 - Estado civil dos entrevistados. ...................................................................... 2-41

    Figura 2-14 Principal ocupao dos entrevistados .......................................................... 2-42

    Figura 2-15 Atividades secundrias dos entrevistados ................................................... 2-43

    Figura 2-16 Local de trabalho dos entrevistados. ............................................................ 2-44

    Figura 2-17 Ocupao do cnjuge. ................................................................................. 2-44

    Figura 2-18 Grau de instruo dos entrevistados. ........................................................... 2-45

    Figura 2-19 Escolaridade do cnjuge. ............................................................................. 2-46

    Figura 2-20 Nmero de filhos dos entrevistados ............................................................. 2-47

    Figura 2-21 Nmero de filhos mortos. ............................................................................. 2-47

    Figura 2-22 Nmero de filhos que moram em casa. ....................................................... 2-48

    Figura 2-23 Ocupao dos filhos que trabalham. ............................................................ 2-49

    Figura 2-24 Nmero de pessoas que moram em casa, alm dos filhos. ........................ 2-49

    Figura 2-25 Parentesco das pessoas que moram em casa ............................................ 2-50

    Figura 2-26 Moradia dos entrevistados em outros estados. ............................................ 2-50

    Figura 2-27 Moradia dos entrevistados em outros municpios de Alagoas. .................... 2-51

    Figura 2-28 Situao do domiclio. .................................................................................. 2-52

    Figura 2-29 Acesso a energia eltrica ............................................................................. 2-52

    Figura 2-30 Sistema de abastecimento de gua. ............................................................ 2-54

    Figura 2-31 Tipo de sistema sanitrio. ............................................................................ 2-54

    Figura 2-32 Destino do lixo domstico. ........................................................................... 2-55

    Figura 2 -33 Escuta rdio. ............................................................................................... 2-55

    Figura 2-34 V TV. .......................................................................................................... 2-55

    Figura 2-35 L jornal. ....................................................................................................... 2-55

    Figura 2-36 Acessa internet. ............................................................................................ 2-56

    Figura 2-37 Uso de telefone. ........................................................................................... 2-56

    Figura 2-38 Meio de transporte utilizado. ........................................................................ 2-57

    Figura 2-39 Avaliao do transporte coletivo. ................................................................. 2-57

    Figura 2-40 Bens possudos pelas famlias. .................................................................... 2-58

    Figura 2-41 Existncia de aposentado em casa .............................................................. 2-59

    Figura 2-42 Recebimento de benefcio do governo ......................................................... 2-59

    Figura 2-43 Renda familiar. ............................................................................................. 2-59

    Figura 2-44 Contribuio para a Previdncia Social ....................................................... 2-60

    Figura 2-45 Como contribui para a Previdncia Social ................................................... 2-60

    Figura 2-46 Avaliao sobre morar na localidade. .......................................................... 2-62

    Figura 2-47 Uso de recursos naturais da regio. ............................................................ 2-65

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    vii

    Figura 2-48 Tempo que pratica a pesca. ......................................................................... 2-67

    Figura 2-49 - Conhecimento da existncia da APA. ........................................................... 2-82

    Figura 2-50 - Opinio sobre a APA. .................................................................................... 2-82

    Figura 3-1 Estado de Execuo, em novembro de 2009, das atividades propostas no Plano de Gesto da APA de Piaabuu (1997). ................................................................... 3-4

    Figura 3-2 Representao das zonas e seus segmentos na APA de Piaabuu. .......... 3-21

    Figura 3-3 Representatividade das zonas estabelecidas na APA de Piaabuu, em funo das reas de abrangncia. ................................................................................................. 3-21

    Figura 3-4 Localizao da Zona de Conservao da Vida Silvestre da APA de Piaabuu. ............................................................................................................................................ 3-25

    Figura 3-5 Localizao da Zona de Conservao Especial da APA de Piaabuu. ....... 3-28

    Figura 3-6 Localizao da Zona de Turismo Ecolgico da APA de Piaabuu. .............. 3-31

    Figura 3-7 Localizao da Zona de Turismo Socioambiental Comunitrio da APA de Piaabuu. .......................................................................................................................... 3-34

    Figura 3-8 Localizao da Zona de Uso Alternativo da APA de Piaabuu. ................... 3-37

    Figura 3-9 Localizao da Zona de Expanso Urbana da APA de Piaabuu. .............. 3-40

    TABELAS E QUADROS Tabela 1-1 Categorizao das unidades de conservao, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). .............................................................. 1-17

    Tabela 1-2 Nmero total de UC federais cadastradas por categoria. ............................. 1-18

    Tabela 1-3 reas de Proteo Ambiental Federais do Cadastro Nacional de Unidades de Conservao (MMA, 2008). ................................................................................................ 1-19

    Tabela 1-4 Lista de unidades de conservao cadastradas no Estado de Alagoas. ...... 1-27

    Tabela 1-5 - Organizaes No Governamentais com potencial de atuao na regio da APA de Piaabuu. ............................................................................................................. 1-37

    Tabela 2-1 Classificao climtica de Kppen. .................................................................. 2-9

    Tabela 2-2 - Lista de bens materiais tombados na regio da APA de Piaabuu. Dados do Iphan (2008). ...................................................................................................................... 2-23

    Tabela 2-3 - Evoluo populacional de Piaabuu 1991 a 2007 ..................................... 2-26

    Tabela 2-4 - Nmero de emprego formal em Piaabuu, por setor, em dezembro de 2007 . 2-27

    Tabela 2-5 - Ocupaes com maior nmero de vagas do emprego formal em Piaabuu, em dezembro de 2007 .............................................................................................................. 2-27

    Tabela 2-6 - Remunerao mdia de empregos formais em Piaabuu e os salrios mdios das ocupaes com maior nmero de trabalhadores dez/2007 ...................................... 2-28

    Tabela 2-7 - Variao do emprego formal entre dezembro de 2006 e dezembro de 2007. 2-29

    Tabela 2-8 - Flutuao do emprego formal de janeiro a dezembro de 2008. ..................... 2-29

    Tabela 2-9 - Salrio mdio de admisso entre janeiro e dezembro de 2008, por setor. .... 2-30

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    viii

    Tabela 2-10 - Dados de pobreza e desigualdade 2003 ................................................... 2-30

    Tabela 2-11 - Ensino matricula e docentes: 2007 ........................................................... 2-31

    Tabela 2-12 - Distribuio de escolas por segmento (%) ................................................... 2-31

    Tabela 2-13 - IDEB observado em 2005 e 2007 na rede Municipal (Piaabuu), Alagoas e Brasil ................................................................................................................................... 2-32

    Tabela 2-14 - IDEB observado nos municpios da Microrregio de Penedo ...................... 2-32

    Tabela 2-15 - Estrutura empresarial de Piaabuu em 2006. ............................................ 2-34

    Tabela 2-16 - rea destinada a produo agrcola por tipo de cultivo em 2006. ............... 2-35

    Tabela 2-17 - rea total da produo agropecuria e nmero de estabelecimentos 2006. 2-35

    Tabela 2-18 Idade dos entrevistados por comunidade, em percentuais. ........................ 2-40

    Tabela 2-19 Estado civil dos entrevistados por comunidade, em percentual. ................. 2-41

    Tabela 2-20 Grau de instruo dos entrevistados por comunidade, em percentual. ...... 2-45

    Tabela 2-21 Caractersticas dos filhos que moram em casa, em percentual. ................. 2-48

    Tabela 2-22 Informaes quanto s pesquisas solicitadas e realizadas na APA de Piaabuu. .......................................................................................................................... 2-74

    Tabela 2-23 Medidas de proteo ambiental mais citadas ............................................. 2-82

    Tabela 2-24 - Consumo de energia eltrica (MWh), por classes de consumidores, segundo as Regies de Governo no Estado de Alagoas (2006). ..................................................... 2-86

    Tabela 2-25 - Consumidores de energia eltrica, por classes de consumidores, segundo as Regies de Governo no Estado de Alagoas em 2006. ....................................................... 2-86

    Tabela 2-26 - Veculos Emplacados, por tipo de veculo, segundo as Regies de Governo no Estado de Alagoas em 2006. .............................................................................................. 2-87

    Tabela 2-27 Operaes bancrias realizadas ao longo de 2008 no Municpio de Piaabuu. .......................................................................................................................... 2-88

    Tabela 2-28 Quadro de funcionrios disponveis atualmente na APA de Piaabuu, AL. .. 2-89

    Quadro 3-1 - Matriz de Avaliao Estratgica .................................................................... 3-10

    Quadro 3-2. Enquadramento das Aes Gerenciais Gerais por programas temticos. ..... 3-95

    Quadro 3-3. Enquadramento das reas Estratgicas por programas temticos. .............. 3-97

    Quadro 3-4. Cronograma fsico-financeiro para as aes gerenciais gerais (R$ 1,00). ... 3-102

    Quadro 3-5. Cronograma fsico-financeiro para as reas estratgicas (R$ 1,00). ........... 3-116

    Quadro 3-6. Sntese dos recursos estimados para a implantao dos programas temticos (R$ 1,00). .......................................................................................................................... 3-124

    SIGLAS, ACRNIMOS OU ABREVIATURAS ABC Abong

    Agncia Brasileira de Cooperao Associao Brasileira de ONG

    Abrampa ABRANDH

    Associao Brasileira do Ministrio Pblico do Meio Ambiente Ao Brasileira pela Nutrio e Direitos Humanos

    ADA Agncia do Desenvolvimento da Amaznia

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    ix

    ADS AID

    Agncia de Desenvolvimento Sustentvel Associao Internacional de Desenvolvimento

    AITP AMGI Amicred ANA

    Associao dos Informantes de Turismo de Piaabuu Agncia Multilateral de Garantia de Investimentos Associao de Microcrdito e Desenvolvimento Socioeconmico de Alagoas Agncia Nacional de guas

    APA rea de Proteo Ambiental APL APP

    Arranjos Produtivos Locais rea de Preservao Permanente

    Arie rea de Relevante Interesse Ecolgico Asfa Assifal AZE

    Associao So Francisco de Assis Associao das Instituies Filantrpicas e Assistenciais de Alagoas The Alliance for Zero Extinction

    BI BID Bird

    BirdLife International Banco Interamericano de Desenvolvimento Banco Internacional para a Reconstruo e o Desenvolvimento

    BMZ Casal CDB CEAL Cemave Cepan Cepec Cepene CEPF

    Ministrio Alemo de Cooperao Econmica e Desenvolvimento Cia de Abastecimento d' gua e Saneamento do Estado de Alagoas Conveno sobre Diversidade Biolgica Companhia Energtica de Alagoas Centro Nacional de Pesquisa para Conservao de Aves Silvestres Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste Centro de Educao Popular e Cidadania Zumbi dos Palmares Centro de Pesquisa e Gesto de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste Critical Ecosystem Partnership Fund

    Cepram CERHI

    Conselho Estadual de Proteo Ambiental Conselho Estadual de Recursos Hdricos

    Chesf CI Ciadi Cites CMC CNEA CNRBMA CNUMAD Conama CPRH Credsocial DfiD EBA

    Companhia Hidro Eltrica do So Francisco Conservation International Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos Conveno sobre o Comrcio Internacional das Espcies da Flora e da Fauna Ameaadas de Extino Clube da Mulher do Campo Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas Conselho Nacional de Reserva da Biosfera da Mata Atlntica Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Conselho Nacional de Meio Ambiente Companhia Pernambucana do Meio Ambiente Instituto de Incluso Social pelo Crdito Department for International Development Endemic Bird Areas

    E3V Ematur Embrapa

    Environment Energy and Enterprise Venture Empresa Alagoana de Turismo Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Esec ESG FAO

    Estao Ecolgica Energy and Security Group Food and Agriculture Organization of the United Nations

    Famoal Fapeal FCG

    Federao das Associaes de Moradores do Estado de Alagoas Fundao de Apoio a Pesquisa de Alagoas Fundo de Conservao Global

    FDA Flona FNDE/MEC

    Frum de Defesa Ambiental Floresta Nacional Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao/Ministrio da Educao

    FNDF Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    x

    FNMA Fundo Nacional do Meio Ambiente Funcred Fundagep GCP

    Fundo Estadual de Microcrdito Associao de Apoio a Gesto Pblica Government Cooperative Programme

    GEF Fundo Mundial para o Meio Ambiente Gerco GTAP GTZ IA RBMA Ibama

    Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro Grupo de Trabalho para Anlise de Projetos Cooperao Tcnica Alem Instituto Amigos da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade Icones Idema Idese IFC

    Instituto de Construo do Nordeste SustentvelInstituto do Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecolgico International Financial Corporation

    IMA IPDN IPMA IPTU

    Instituto do Meio Ambiente de Alagoas Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento dos Municpios do Nordeste Instituto para Preservao da Mata Atlntica Imposto Predial e Territorial Urbano

    IUCN Jica

    International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources Japan International Cooperation Agency

    KfW LDO

    Kreditanstalt fr Wiederaufbau Lei de Diretrizes Oramentrias

    LEA MaB

    Laboratrio de Estudos Ambientais Man and Biosphere

    MCT MDL

    Ministrio da Cincia e Tecnologia Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

    MDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MI Ministrio da Integrao Nacional MMA MN MRE MP/SEAIN NAPMA NEA Neafa NRECA Oema ONG ONU

    Ministrio do Meio Ambiente Monumento Natural Ministrio das Relaes Exteriores Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto Ncleo Assessor de Planejamento da Mata Atlntica Ncleo de Educao Ambiental Ncleo de Educao Ambiental Francisco de Assis Associao Americana das Cooperativas de Energia Renovvel rgo Estadual de Meio Ambiente Organizao no Governamental Organizao das Naes Unidas

    PAN Parna

    Projeto Ambiental Nordeste Parque Nacional

    PDA Programa Mata Atlntica Petrobras PEMH PERS/AL PIB

    Petrleo Brasileiro S/A Programa Estadual de Microbacias Hidrogrficas Programa Estadual de Saneamento Rural do Estado de Alagoas Produto Interno Bruto

    PNE PNF PNGC PNMA II

    Associao de Plantas do Nordeste Programa Nacional de Florestas Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro Programa Nacional do Meio Ambiente II

    PNUMA Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    xi

    PPA Plano Plurianual PPG7 Programa Piloto para a Proteo das Florestas Tropicais do Brasil Proarco Programa de Preveno e Controle de Queimadas e Incndios Florestais na

    Amaznia Legal Progua Probio Prodetab Prodetur ProManejo ProVrzea RAPPAM RBMA

    Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hdricos Projeto de Conservao e Utilizao Sustentvel da Diversidade Biolgica Brasileira Projeto de Desenvolvimento de Tecnologia Agrcola Programa de Desenvolvimento do Turismo Projeto de Apoio ao manejo Sustentvel na Amaznia Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Vrzea Avaliao Rpida e Priorizao do Manejo de Unidades de Conservao da Mata Atlntica Reserva da Biosfera da Mata Atlntica

    RDS Rebio

    Reserva de Desenvolvimento Sustentvel Reserva Biolgica

    Resex RFT RPPN

    Reserva Extrativista Fundo Fiducirio de Florestas Tropicais (Rain Forest Trust Fund) Reserva Particular do Patrimnio Natural

    RTS RVS Saman SAVE Brasil SCAP SEAIN/MPO

    Rede de Tecnologia Social Refgio de Vida Silvestre Sociedade Ambientalista Me Natureza Associao para Proteo das Aves do Brasil Sociedade de Cultura e Arte Popular de Penedo Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto

    SEAP Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca da Presidncia da Repblica Sebrae Selap Sema Seplan Setur SFB SFPP SNE SNFA SNUC

    Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades Poluidoras e/ou Potencialmente Poluidoras Secretaria do Meio Ambiente Secretaria de Planejamento Secretaria Executiva de Turismo Servio Florestal Brasileiro Sociedade de Formao Profissional de Pindorama Sociedade Nordestina de Ecologia Sistema Nacional de Pesquisa Financeira Agrcola Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza

    SPRN SPU SERH Sudema Sudene Tamar

    Subprograma de Poltica de Recursos Naturais Secretaria do Patrimnio da Unio Secretaria de Estado de Recursos Hdricos Superintendncia de Administrao do Meio Ambiente Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste Centro Nacional de Conservao e Manejo de Tartarugas Marinhas

    TEAM TF/GCP TNC

    Ecologia, Avaliao e Monitoramento Tropical Trust Fund/FAO-Government Cooperative Programme The Nature Conservancy

    UC Unidade de Conservao UEGP UFAL UFBA UFL UFPE UFPI

    Unidade de Gerenciamento do PROGUA Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal da Bahia Universidade Federal de Lavras Universidade Federal de Pernambuco Universidade Federal do Piau

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Sumrio

    xii

    UFS UGR

    Universidade Federal de Sergipe Unidade Gestora Responsvel

    UICN Unio Internacional para Conservao da Natureza UnB Unep

    Universidade de Braslia United Nations Environment Programme

    Unesco Organizao das Naes Unidas para a Educao e a Cultura Unesp Unibras Unig

    Universidade Estadual de So Paulo Unio Brasileira de Desenvolvimento Social Universidade Iguau

    USAID WCPA

    US Agency for International Development World Comission of Protected Areas

    WWF ZCB ZCVS

    Fundo Mundial para a Natureza Zona Costeira Brasileira Zona de Conservao da Vida Silvestre

    ZMB Zona Marinha Brasileira ZEE Zona Econmica Exclusiva ZVS Zona de Vida Silvestre

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Apresentao

    xiii

    APRESENTAO

    Este encarte descreve informaes relacionadas contextualizao internacional, federal, estadual e regional da rea de Proteo Ambiental (APA) de Piaabuu, permitindo dessa forma conhecer seu enquadramento sob essas diferentes vises. Para tanto so apresentadas as principais titulaes mundiais de insero desta Unidade de Conservao (UC), como atos declaratrios e acordos internacionais. No enfoque federal descrito o bioma de insero da unidade de conservao e sua categoria em relao ao Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). A caracterizao ambiental, aspectos e grau de conservao, e caracterizao dos ecossistemas inseridos no Estado de Alagoas sero abordados no enfoque regional. A importncia da rea da UC, dentro de seu espao territorial, seus programas de gesto e formas de planejamento esto contidos no enfoque estadual.

    Em julho de 2000 foi publicada a lei n 9.985 que instituiu o SNUC, que por sua vez, define Unidade de Conservao como espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, legalmente institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e limites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo e determina que para implantao da mesma torna-se necessrio a elaborao de ferramentas que estabelecem aes prioritrias para sua gesto. Para atingir esse objetivo imprescindvel a elaborao de um documento tcnico que fundamentado nos objetivos gerais da APA, estabelece seu zoneamento e normas para presidir o uso da rea e o manejo de seus recursos naturais Plano de Manejo.

    O Plano de Manejo pode ser caracterizado como um contnuo, onde ocorre uma gradao de conhecimento, mantendo este sempre atualizado para dar incio ou continuidade s aes apropriadas de manejo, segundo o Roteiro Metodolgico para a Gesto de rea de Proteo Ambiental (Arruda et al., 1999).

    A Unidade de Conservao objeto deste estudo se enquadra na categoria de Unidade de Conservao de Uso Sustentvel, que de acordo com o SNUC, tem como finalidade bsica a compatibilizao da conservao da natureza com o uso sustentvel de seus recursos naturais.

    A rea de Proteo Ambiental uma rea em geral extensa, com certo grau de ocupao humana, dotada de atributos abiticos, biticos, estticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e bem-estar das populaes humanas, e tem como objetivos bsicos proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Introduo

    xiv

    INTRODUO A Ficha Tcnica da Unidade de Conservao, detalhada abaixo, rene as principais caractersticas da rea de Proteo Ambiental de Piaabuu, e tem o objetivo de salientar seus dados principais e facilitar uma consulta rpida s suas referncias.

    FICHA TCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAO

    Nome da Unidade de Conservao: REA DE PROTEO AMBIENTAL DE PIAABUU Unidade Gestora Responsvel (UGR): Centro de Pesquisa e Gesto de Recursos Pesqueiros do

    Litoral Nordeste (Cepene) Endereo da Sede

    Avenida Beira Mar, s/n, Pontal do Peba, Piaabuu/AL CEP:57.210-000, Caixa Postal Comunitria 154.

    Telefone Fone/Fax: (82) 3557.1200

    Superfcie da UC (ha) 8.751,9752 ha.1

    Permetro da UC (m) 48.315,543 metros

    Municpios que abrange e percentual abrangido pela UC

    Piaabuu (100%)

    Estado(s) que abrange Alagoas

    Coordenadas geogrficas Situada no hemisfrio sul, a oeste de Greenwich, entre a latitude norte -10 50' 39,66000" e latitude sul -10 10' 22,83600", e longitude oeste -36 46' 03,93600" a longitude leste -36 35' 24,39600"

    Nmero do Decreto de criao com a respectiva data

    Criada pelo Decreto n. 88.421, de 21 de junho de 1983.

    Bioma e ecossistemas Marinho e costeiro: Restingas, Dunas e Mangues.

    Atividades ocorrentes

    Educao ambiental

    Parcialmente. No existem agendas ou projetos desenvolvidos sob a coordenao da APA, porm, tem sido realizadas palestras e divulgaes diversas, atravs do Ncleo de Educao Ambiental (NEA) do Ibama, de Macei. Foram desenvolvidas gincanas de coleta de lixo, divulgao da legislao e normas diversas, por meio de rdio. Existe, tambm, folder da APA, em divulgao.

    Fiscalizao

    Sim. Ocorre com a parceria da capitania dos portos, Batalho de Polcia Florestal, Polcia Militar, Polcia Federal, Ibama, e Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca (SEAP). A fiscalizao mais voltada para o combate ao desmatamento e ocupao irregular, para o defeso de camaro e lagosta, para o uso do solo e pesca na piracema, no Rio So Francisco. Ocorre tambm conforme a demanda existente e denncias.

    Pesquisas Sim. Est em execuo o Projeto de Aves do So Francisco, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa para Conservao de Aves Silvestres (Cemave).

    1reacartogrfica,calculadacomusodosoftwareGPSTrackmakerPRO4.0(Odilon, 2005).Poligonalgeradaapartirdomemorialdescritivododecretodecriaodaunidade,comousodeimagemDigitalGlobeebasecartogrficadoIBGE.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Introduo

    xv

    FICHA TCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAO

    Atividades de uso pblico Sim, freqente e contnua, devido aos pontos tursticos na foz e, tambm, no Povoado do Pontal do Peba.

    Atividades conflitantes

    Sim. Expanso da ocupao em reas de Preservao Permanente (APP), degradao por pisoteio de animais domsticos nas dunas mveis, e o comrcio irregular na foz do Rio So Francisco.

    Gesto Integrada Anlise tcnica de projetos pblicos ou privados para subsidiar o licenciamento ambiental e apoio fiscalizao e combate a degradao ambiental.

    A rea de Proteo Ambiental de Piaabuu uma Unidade de Conservao Federal e, portanto, seu gerenciamento feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio), considerado sua Unidade Administrativa. No entanto, a administrao financeira das atividades desenvolvidas na APA e dos recursos provenientes do ICMBio so de responsabilidade da Unidade Gestora Responsvel (UGR), o Centro de Pesquisa e Gesto de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste (Cepene), localizado em Tamandar, Estado de Pernambuco.

    De acordo com as informaes organizadas na ficha acima, pode-se observar que a APA de Piaabuu uma Unidade de Conservao (UC) de porte pequeno quando comparada com a rea mdia de outras UC da mesma categoria dentro do estado (82.268,14 ha.), sendo a sexta APA em dimenso territorial do Estado de Alagoas, num total de sete APA.

    Como instrumentos de gesto, a APA possui um conselho consultivo, um diagnstico, avaliao e zoneamento ambiental, e uma minuta de Plano de Gesto, cuja elaborao no foi finalizada.

    As pesquisas so atividades pouco comuns na rea da APA e so iniciativas, principalmente de instituies ou centros de pesquisa ligados ao ICMBio, como j ocorreu com o Centro Nacional de Conservao e Manejo de Tartarugas Marinhas (Centro Tamar-ICMBio), Cepene e ainda ocorre com o Cemave. Verifica-se ainda, iniciativas preliminares para pesquisa arqueolgica, demandadas por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas. Alm disso, outras pesquisas foram executadas, no com finalidade cientfica, mas com fins de prospeco de petrleo, especialmente pela Petrobras S/A.

    Uma atividade ocorrente, com grande potencial de contribuio para a conservao da APA o turismo, que freqente e contnuo, em especial, na regio da foz do Rio So Francisco, com o cunho ambiental e paisagstico. No entanto, a atividade, ainda carente de normatizao e regulamentao, tem caractersticas de turismo desordenado, promovendo degradao ambiental e gerando conflitos pela ocupao do espao e seus usos.

    Dentre as atividades mais conflitantes que ocorrem na APA, destacam-se as instalaes urbanas irregulares, ocupando rea de Preservao Permanente (APP), gerando degradao ambiental e situaes de risco para os moradores, devido aos desabamentos ocasionados pelas ressacas do mar.

    As atividades agropecurias tambm so significativas no interior da APA. Na sua poro agricultvel predominam as plantaes de coco (Cocus nucifera L.), pecuria de bovinos e a ovinocaprinocultura.

  • Introduo e Ficha TcnicaContexto InternacionalContexto FederalContexto EstadualContexto Regional

    Contextualizaoda UC

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-1

    1 ENCARTE 1 CONTEXTUALIZAO DA UNIDADE DE CONSERVAO

    1.1 ENFOQUE INTERNACIONAL

    A contextualizao internacional faz o enquadramento da APA de Piaabuu em relao s categorias de reas protegidas internacionalmente. Para tanto, foram verificados os atos celebrados entre o Brasil e outros pases para o reconhecimento dessa rea, assim como as possibilidades de que as titulaes internacionais possam vir a contribuir com a conservao da unidade.

    1.1.1. ANLISE DA UNIDADE DE CONSERVAO FRENTE A SUA SITUAO DE INSERO EM RESERVA DA BIOSFERA

    As Reservas da Biosfera so reas definidas pela Organizao das Naes Unidas para a Educao e a Cultura (UNESCO) a partir de 1972, e sustentadas no Programa MaB Man and Biosphere (Homem e a Biosfera), desenvolvido em conjunto com o Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Unio Internacional para a Conservao da Natureza (UICN) e com agncias internacionais de desenvolvimento.

    Elas se apresentam como um modelo, adotado internacionalmente, de gesto integrada, participativa e sustentvel dos recursos naturais, com objetivos bsicos de preservao da diversidade biolgica, desenvolvimento de atividades de pesquisa, monitoramento ambiental, educao ambiental, desenvolvimento sustentvel e melhoria da qualidade de vida das populaes.

    Para cumprir esses objetivos, as Reservas da Biosfera estabelecem a diviso de seus territrios em trs zonas: uma zona ncleo de preservao, em geral representadas por parques nacionais, estaduais ou reservas j estabelecidas; uma zona de amortecimento no entorno das unidades de conservao em questo; e uma zona de transio, onde h mais flexibilidade na ocupao humana e se incentiva o desenvolvimento sustentvel.

    No territrio Brasileiro existem sete Reservas da Biosfera, abrangendo as mais importantes biorregies do pas (MMA, 2005). So elas: Reserva da Biosfera da Mata Atlntica (RBMA); do Cinturo Verde da Cidade de So Paulo (integrante da RBMA); do Cerrado; do Pantanal; da Serra do Espinhao (abrange os biomas Cerrado e Mata Atlntica); da Caatinga e da Amaznia.

    A localizao das Reservas da Biosfera do Brasil est representada na Figura 1-2.

    Figura 1-1 Reservas da Biosfera no Brasil

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-2

    Dessas reservas presentes no Brasil, a APA de Piaabuu est inserida na Reserva da Biosfera da Mata Atlntica (RBMA), cuja rea foi reconhecida pela UNESCO ao longo de cinco fases, entre os anos de 1991 e 2002. Ela foi a primeira unidade das Reservas da Biosfera a ser declarada no Brasil, e apresenta-se como a maior (em relao a rea florestal) e uma das mais importantes unidades de Reserva da Biosfera do mundo.

    Atualmente, a RBMA possui cerca de 350.000 km de extenso, formando um grande corredor que envolve 15 estados brasileiros, e conseqentemente diversas reas protegidas do pas. Ela vai desde o Estado do Cear at o Rio Grande do Sul, incluindo as ilhas ocenicas, e abrigando os principais remanescentes da Mata Atlntica e ecossistemas associados.

    O reconhecimento e ampliao da abrangncia da RBMA para o Estado do Alagoas ocorreu no ano de 2000, mais precisamente na fase IV de implantao da mesma. A sua rea dentro do estado est representada na Figura 1-2, e inclui parte da zona da mata e do litoral com ocorrncia de florestas ombrfilas e ecossistemas associados at o agreste, composto de florestas estacionais, encraves e reas de transio e ectonos (Menezes et al., 2004).

    Figura 1-2 Abrangncia da Reserva da Biosfera da Mata Atlntica no Estado de Alagoas (Fonte: adaptado de UNESCO, 2003).

    Dessa forma, a partir do ano de 2000, quando foi instituda a fase IV, a APA de Piaabuu foi parcialmente abrangida pela RBMA, por meio de suas trs zonas (ncleo, amortecimento e transio), conforme pode ser visualizado na Figura 1-2. A zona ncleo sobrepe-se, de certa forma, regio da Zona de Conservao da Vida Silvestre (ZCVS) da APA, e rea marinha, que tm como objetivo assegurar a manuteno e proteo dos quelnios marinhos, aves migratrias e dunas existentes na regio. Dessa ZCVS estende-se a zona de amortecimento da RBMA, abrangendo de um lado uma poro terrestre do interior da APA e de outro uma parte do Oceano Atlntico. A zona de amortecimento da RBMA

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-3

    abrange grande parte das dunas, e a zona de transio a rea rural e dos pequenos povoados. A rea urbana do Povoado do Pontal do Peba est excludo da RBMA.

    1.1.2. ANLISE DA UNIDADE DE CONSERVAO FRENTE A OUTROS ATOS DECLARATRIOS INTERNACIONAIS

    Hotspots Em 1998, foi criado pelo eclogo ingls Norman Myers, o conceito de Hotspot ou reas Crticas, com o intuito de identificar e definir quais regies concentravam os mais altos nveis de biodiversidade e, ao mesmo tempo, um elevado grau de ameaa. Essas reas apresentavam-se, portanto, como regies prioritrias para a conservao, onde as aes conservacionistas seriam mais urgentes, com o intuito de se preservar a biodiversidade na Terra.

    O nmero de Hotspots identificados atualmente de 34 reas, que so prioritrias para a conservao em todo o planeta. Essas regies juntas representam o habitat de 75% dos mamferos, aves e anfbios mais ameaados do mundo. No entanto, somando-se todas as reas de Hotspots, encontram-se representados apenas 2,3% da superfcie terrestre, onde se encontram 50% das plantas e 42% dos vertebrados conhecidos. A localizao dessas 34 reas est ilustrada na Figura 1-3.

    Figura 1-3 Mapa de localizao dos Hotspots em todo o mundo. (Fonte: adaptado de

    Conservation International, 2008).

    No Brasil existem atualmente dois Hotspots, o Cerrado e a Mata Atlntica. Ressalta-se que, apesar da classificao oficial adotada para os ecossistemas brasileiros (IBGE, 2003) enquadrar a APA de Piaabuu no ecossistema costeiro-marinho, as fisionomias abrangidas pela APA, podem ser tambm, classificados como pertencentes ao bioma Mata Atlntica, o que a incluiria nesse segundo stio de Hotspot.

    De acordo com o decreto n 750 de 10 de fevereiro de 1993, reiterado pela lei 11.428 de 22 de dezembro de 2006, que dispe sobre normas e usos da vegetao da Mata Atlntica, mais precisamente em seu artigo 2, esclarece que ecossistemas associados, tais como manguezais e vegetaes de restingas, entre outros, so considerados como parte desse bioma. Dessa forma, a APA de Piaabuu se encontraria inserida no Hotspot da Mata

    Cerrado

    Mata Atlntica

    Caribbeans islands

    California floristic province

    Mandrine pike- oak woodlands

    Mesoamerica

    Tumbes-choc-magdalena

    Tropical Andes

    Chilean WinterRainfall

    Guinean Forests

    Mediterraneanbasin

    Caucasus Mountains of Central Asia Japan

    Polynesia Micronesia

    Cape Floristic Reg.

    Madagascar and Indian Oc. Isl

    Coastal Forests

    Succulent Karoo

    Easternafromontan

    Horn of Africa

    Irano-Anatolian

    Himalaya

    Mountains of Southwest China

    Ghats andSri Lanka

    Indo-Burma

    Sundaland

    Phillipines

    Wallacea

    Southwest Australia

    Melanesian Isl

    New Caledonia

    New Zealand

    Maputaland Pondoland -Albany

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-4

    Atlntica, o que de grande importncia, pois proporciona uma maior probabilidade de incluso de demandas dessa APA nos programas e projetos de conservao da Conservation International (CI) e/ou de seus parceiros.

    Ecorregies Em 1995, o Fundo Mundial para a Natureza (World Wildlife Fund - WWF) props um novo conceito de reas, representando o mundo em unidades biogeogrficas denominadas de ecorregies. Essas unidades se caracterizam por serem relativamente homogneas do ponto de vista da biodiversidade e dos processos biolgicos, sendo adotadas atualmente como base para o planejamento da conservao da biodiversidade em nvel local.

    A principal vantagem para o uso das ecorregies como unidade biogeogrfica a de possuir limites naturais bem definidos, o que tem estimulado a sua aplicao nas estratgias de conservao em todo o mundo. A exemplo disso, no Brasil, as organizaes no-governamentais WWF e The Nature Conservancy (TNC) em parceria com o Ibama, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e com as Universidades de Braslia e de Uberlndia definiram uma nova forma de trabalhar conhecida como "estratgia de conservao ecorregional", na qual so identificadas as origens e ameaas ambientais em uma regio e em seguida trabalha-se na busca de alternativas de curto, mdio e longo prazos para tais ameaas, utilizando-se de mecanismos como projetos demonstrativos, educao ambiental, polticas pblicas e capacitao para expandir os resultados locais a outras reas com caractersticas semelhantes.

    Seguindo essa forma de trabalho, depois de aprofundamento feito pelo Ibama (Arruda, 2003), foi divulgada uma diviso que inclua o total de 78 ecorregies distribudas nos 7 biomas do pas, a saber: 23 na Amaznia; 22 no Cerrado; 13 na Mata Atlntica; 9 no ecossistema costeiro; 8 na Caatinga; 2 no Pantanal; 1 nos Campos Sulinos.

    Figura 1-4 Localizao da APA de Piaabuu na Ecorregio da Caatinga (Fonte: WWF-Brasil,

    2007).

    Cdigo Nome Cdigo NomeNT0103 FlorestascosteirasdaBahia NT0152 FlorestasinterioranasdePernambucoNT0104 FlorestasinterioranasdaBahia NT1304 CaatingaNT0151 FlorestascosteirasPernambucanas NT1433 ManguezaisdoRioSoFrancisco

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-5

    A APA de Piaabuu est localizada na ecorregio da Caatinga, segundo a classificao da WWF, conforme pode ser visualizado na Figura 1-4. Em relao classificao adotada pela TNC, em 2001, no Seminrio de Planejamento Ecorregional da Caatinga, a APA est prxima ecorregio da Depresso Sertaneja Meridional. Essa ecorregio ocupa a maior parte do centro e sul do Bioma, e possui uma rea total de 373.900 km2. Ela se distribui ao norte e noroeste at as serras dos Cariris, Araripe e Ibiapaba, a oeste faz fronteira com o incio do Planalto central (onde comea o cerrado), ao sul e a leste faz limite com o cerrado de Minas Gerais, Zona da Mata da Bahia, Sergipe e Alagoas, e a nordeste encontra-se com o incio do Planalto da Borborema.

    De acordo com as anlises realizadas no seminrio de planejamento ecorregional, verifica-se que o estado de conservao da Depresso Sertaneja Meridional muito varivel, apresentando-se bastante degradada nas reas onde o relevo de depresso e mais preservada nas regies de serras.

    Apesar desse enquadramento ecorregional, importante considerar que a APA de Piaabuu sofre grande influncia dos ecossistemas de manguezais (Ecorregio dos manguezais do Rio So Francisco).

    Centros de Endemismos de Aves - Endemic Bird rea (EBA) Birdlife International Reconhecendo que a maior parte da biodiversidade do planeta tem se confinado em pequenas reas do mundo, a BirdLife International criou o conceito de centros de endemismos. Nesses locais, a biodiversidade, ento concentrada, faz com que essas pequenas reas sejam particularmente vulnerveis aos efeitos de destruio do habitat (BirdLife International, 2003).

    Considerando isso, a BirdLife International mapeou cada distribuio de espcies de aves que esto restritas a reas menores que 50 mil km2. Essas reas, depois de sobrepostas, definiram centros de endemismos que foram definidos como Endemic Bird Areas (EBA) ou reas de Endemismos de Aves, pela BirdLife International. Considerando que vrias outras espcies de animais e plantas tambm esto interrelacionados com reas similares de endemismos, as EBA podem ser consideradas como locais indicadores de biodiversidade e representam, portanto, reas prioritrias para aes de conservao globais.

    Das EBA mapeadas, 218 em todo o mundo, a maior parte se encontra nos pases tropicais, tais como o Brasil. No Brasil, foram definidas 24 EBA, sendo que uma delas engloba a APA de Piaabuu, a saber: EBA Atlantic slope of Alagoas and Pernambuco (rea de endemismo de aves dos declives atlnticos de Alagoas e Pernambuco).

    Segundo a BirdLife, essa uma rea de prioridade crtica, com perda severa de habitats, apesar de possuir um bom conhecimento cientfico. Possui uma dimenso de 23.000 Km e abrange os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraba, e tem altos nveis de endemismos de aves.

    Aps o reconhecimento de reas como EBA a BirdLife International tem como meta, o direcionamento de meios para conservar as aves, seus habitats e a biodiversidade local, trabalhando junto com as comunidades na tentativa de implementar o uso sustentvel dos recursos naturais. Sendo assim, a BirdLife estabelece parcerias locais e adota programas estratgicos e elege comits ou conselhos regionais para a descentralizao de recursos para o alcance dos objetivos propostos.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-6

    1.1.3. OPORTUNIDADES DE COMPROMISSOS COM ORGANISMOS INTERNACIONAIS

    A APA de Piaabuu est contemplada pela Reserva da Biosfera da Mata Atlntica (RBMA), unidade integrante de um importante corredor ecolgico de biodiversidade, entre outros aspectos de grande relevncia para a regio, o que permite APA dispor de maior facilidade na instituio de parcerias com organismos internacionais, que podero garantir fomento ou apoio s atividades de conservao e desenvolvimento sustentvel locais.

    Sendo assim, foram descritos, a seguir, organismos internacionais atuantes na regio ou bioma em questo, e que desenvolvem atividades e/ou financiam projetos onde a APA de Piaabuu pode ser favorecida direta ou indiretamente.

    Conservao Internacional do Brasil (CI-Brasil) Fundada em 1987, a Conservation International (CI) uma organizao no-governamental, sem fins lucrativos, dedicada conservao e utilizao sustentada da biodiversidade. Sua misso preservar a biodiversidade global e demonstrar que as sociedades humanas podem viver em harmonia com a natureza.

    A organizao utiliza uma variedade de ferramentas cientficas, econmicas e de conscientizao ambiental, alm de estratgias que ajudam na identificao de alternativas que no prejudiquem o meio ambiente.

    Sua estratgia de atuao parte da definio de reas prioritrias para a conservao. Sendo assim, a CI enfoca suas abordagens nos Hotspots de biodiversidade, nas Grandes Regies (Wilderness areas) e regies marinhas-chave. Essas regies tm sido identificadas cientificamente e se tornaram alvo de maiores estudos e aes conservacionistas da CI.

    Atualmente, a CI desenvolve alguns programas, cujo foco reside nas reas prioritrias, com o objetivo de preservar ecossistemas mais ameaados. Entre eles, destacam-se:

    a) Critical Ecosystem Partnership Fund CEPF: no Brasil chamado de Fundo de Parceria para Ecossistemas Crticos, um fundo de 150 milhes de dlares destinado ao financiamento de projetos para a conservao dos Hotspots de biodiversidade mundiais. fruto de aliana entre a CI, o Banco Mundial, o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), a Fundao MacArthur e o Governo do Japo. O CEPF procura engajar a sociedade civil na conservao da biodiversidade e promover alianas de trabalho entre grupos comunitrios, organizaes no-governamentais, instituies de ensino e o setor privado.

    Esse fundo utiliza como base o conceito de corredores de biodiversidade, abordado no item 1.2.2. Os investimentos do CEPF so norteados pelos documentos estratgicos elaborados para cada Hotspot.

    b) Ecologia, Avaliao e Monitoramento Tropical (TEAM): Cerca de 40 milhes de dlares esto destinados a apoiar, ao longo de 10 anos, processos de gerenciamento e a coleta de dados sobre biodiversidade, coletados in loco, nas reas tropicais naturais do mundo. A TEAM funcionar como uma rede mundial de monitoramento das florestas tropicias, auxiliando no desenvolvimento de protocolos de amostragem e gerenciamento de dados nas pesquisas, em longo prazo, de ecologia.

    c) Fundo de Conservao Global (FCG): Esse fundo foi estabelecido em 2003 para financiar a criao, expanso e gerenciamento, em longo prazo, das reas protegidas nas reas prioritrias para conservao, segundo os critrios adotados pela CI. O fundo concede doaes a organizaes parceiras e a Programas Nacionais da CI. Nos cinco anos seguintes criao do fundo, em 2003, tm sido disponibilizados pelo menos 25 milhes de dlares para atividades relacionadas proteo de reas com alta biodiversidade. Esse

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-7

    valor tem sido complementado com fundos adicionais, provenientes de fontes privadas e pblicas, na ordem de cerca de 75 milhes de dlares.

    A CI apia ainda outros programas e projetos de conservao, dentre os quais destacam-se queles que abrangem a regio da APA de Piaabuu:

    Conservao da Biodiversidade do Nordeste;

    Centro de Endemismo Pernambuco; e

    reas Prioritrias para Conservao.

    World Wildlife Fund WWF - Brasil

    O Fundo Mundial para a Natureza Brasil (WWFBrasil) atua no pas desde 1971. uma ONG que integra a maior rede mundial de conservao da natureza. Sua misso contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana com a preservao da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefcio dos cidados de hoje e das futuras geraes.

    O WWFBrasil atua em parceria com outras ONG, universidades, rgos governamentais e empresas. Alguns projetos so temticos e nacionais, como os de educao ambiental e ecoturismo. Outros procuram solues para o desenvolvimento sustentado de algumas regies como Amaznia, Cerrado, Pantanal e Mata Atlntica.

    O pioneirismo da WWF no Brasil foi marcado pelo Programa de Conservao do Mico-Leo-Dourado, de reconhecimento internacional, e que gerou importantes iniciativas de conservao dessa espcie. Posteriormente, a WWF ampliou sua atuao no pas, apoiando o Projeto do Centro Nacional de Conservao e Manejo de Tartarugas Marinhas (Tamar/ICMBio).

    No incio da dcada de 1990, a WWF passou a apoiar tambm a criao e fortalecimento de vrias entidades ambientalistas locais. No entanto, apenas em 1996, foi criada oficialmente a WWF-Brasil, como organizao brasileira e sem fins lucrativos.

    Seus principais programas so: Agricultura e Meio Ambiente, gua para a Vida, Amaznia, reas protegidas Amaznia, Dilogos, Ecologia da Paisagem, Educao Ambiental, Mata Atlntica, Mudanas Climticas e Energia e Pantanal para sempre.

    Dentro das linhas de projeto que podem se converter em benefcio da APA de Piaabuu, destacam-se:

    1. Planejamento Ecorregional, que tm promovido workshops com ambientalistas, acadmicos e organizaes governamentais e no-governamentais para definir diretrizes de conservao das ecorregies;

    2. reas Protegidas, possui foco na proteo dos remanescentes de paisagens naturais ainda existentes, por meio do apoio criao e implementao de Unidades de Conservao, sejam Parques Nacionais, Reservas Particulares do Patrimnio Natural (RPPNs), Reservas Biolgicas ou Estaes Ecolgicas.

    3. Avaliao Rpida e Priorizao do Manejo de Unidades de Conservao da Mata Atlntica (RAPPAM) uma metodologia para avaliar a situao de unidades de conservao. O mtodo se baseia em avaliar temas importantes para o entendimento da efetividade de manejo. A RAPPAM j foi executada em UC do Estado de So Paulo, que subsidiou um cenrio futuro que permite a criao de um sistema de monitoramento e avaliao das UC.

    4. Reabilitao da Paisagem consiste numa discusso para a construo de um plano de ao participativo para o alcance de um cenrio ideal. Entre as atividades, esto

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-8

    por exemplo, aes como: o reflorestamento de matas ciliares e reservas legais, previsto no Cdigo Florestal Brasileiro, o estmulo ao plantio de rvores na propriedade rural e implantao de corredores biolgicos.

    The Nature Conservancy TNC A The Nature Conservancy (TNC) uma organizao no-governamental que desenvolve estratgias de conservao baseadas em processos de planejamento cientfico, que auxilia na seleo de paisagens com maior prioridade de conservao em longo prazo.

    Suas prioridades se do de duas formas: atravs de avaliaes globais dos principais habitats e atravs de planejamento ecorregional. Sua meta, para o ano de 2015 garantir a conservao efetiva de locais que representam pelo menos 10% de cada tipo principal de habitat na Terra. Essa meta dever ser atingida com aes de conservao de reas funcionais dentro e ao longo de ecorregies. Dentro dessa abordagem, a TNC trabalha com parceiros locais, por ecossistemas.

    A TNC tem cinco iniciativas prioritrias de conservao, que esto relacionadas a: Fogo, mudanas climticas, gua-doce, ambiente marinho, espcies invasivas e florestas. A TNC entende que, devido ao elevado grau de fragmentao e ameaa que sofrem os ecossistemas, uma medida de conservao s seria efetiva se associada a um planejamento de paisagens em larga-escala, com o intuito de aumentar a conectividade entre os remanescentes isolados. Dentro de seu objetivo de re-conectar as reas, atravs de iniciativas de reflorestamento, a TNC tambm procura promover o desenvolvimento sustentvel das comunidades locais.

    Dentre suas aes com as parcerias locais, a TNC tem empregado as seguintes estratgias:

    Proteo e criao de reas pblicas naturais;

    Criao de reservas particulares;

    Reflorestamento de reas degradadas; e

    Implementao de mecanismos financeiros para sustentar fundos para a conservao.

    No Brasil a TNC j possibilitou a conservao de mais de 1,2 milhes de ha. Com parceiros locais, buscaram conciliar o desenvolvimento social e econmico com a conservao dos recursos naturais, integrando as reas protegidas e as pores produtivas numa escala regional. Os projetos visam ampliar e tornar mais evidentes os servios ambientais, ou seja, os benefcios que os ecossistemas naturais trazem sociedade, como a proteo dos mananciais e a conservao do solo.

    AVINA Avina uma fundao de origem sua e de atuao no setor ambiental. Foi fundada em 1994, mantida por VIVA Trust, para promover o desenvolvimento sustentvel por meio de alianas entre empresas privadas e as organizaes filantrpicas que fomentam a liderana e a criatividade para:

    Desenvolvimento de liderana e organizaes;

    Desenvolvimento e gesto de projetos;

    Planejamento e pensamento estratgico;

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-9

    Construo de pontes entre lideranas regionais e inter-regionais;

    Articulao de redes e alianas intersetoriais;

    Intercmbio de conhecimentos e estratgias.

    A Avina pode ser um importante parceiro, pois trabalha fundamentalmente com questes do desenvolvimento sustentvel, que envolvem estratgias de envolvimento de comunidades, educao ambiental, formao de lideranas, que so pontos fundamentais para a garantia de conservao numa unidade de conservao de uso sustentvel como a APA de Piaabuu.

    Nesse sentido, so prioridades, para a Avina, quatro reas: eqidade de oportunidades, governabilidade democrtica e estado de direito, desenvolvimento econmico sustentvel, e conservao e gesto dos recursos naturais.

    At o momento, no foi detectado nenhum projeto ou programa da Avina em execuo para a regio da APA de Piaabuu, no entanto, um parceiro em potencial, visto seus objetivos de conservao e sua disponibilidade de trazer programas de interesse para a APA ao Brasil.

    Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente PNUMA O Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente PNUMA (United Nations Environment Programme Unep), foi estabelecido no incio da dcada de 1970, como uma agncia da Organizao das Naes Unidas (ONU) com a misso de coordenar aes internacionais e nacionais de proteo do meio ambiente e desenvolvimento sustentvel. Seus objetivos so: prover liderana e encorajar parcerias no cuidado ao ambiente, inspirando, informando e capacitando naes e povos a aumentar sua qualidade de vida sem comprometer a das futuras geraes.

    Para realizar tais tarefas, o PNUMA trabalha com uma ampla gama de parceiros, incluindo outras entidades das Naes Unidas, organizaes internacionais, governos nacionais, organizaes no-governamentais, o setor privado e a sociedade civil.

    As principais reas de atuao do PNUMA incluem:

    Avaliar condies e tendncias ambientais globais, regionais e nacionais.

    Desenvolver instrumentos ambientais nacionais e internacionais.

    Fortalecer instituies para a gesto adequada do meio ambiente.

    Facilitar a transferncia de conhecimento e tecnologia para o desenvolvimento sustentvel.

    Encorajar novas parcerias e arranjos com sociedade civil e o setor privado.

    O escritrio brasileiro do PNUMA, instalado em 2004, atua, inicialmente, em reas como educao, treinamento e avaliaes ambientais, atividades relacionadas a energia, transferncias de tecnologia e inovao, respostas a emergncias e sistemas de alerta antecipado. Visualizam-se atividades de construo de capacidades para respostas adequadas a acordos ambientais multilaterais. O escritrio tambm ajuda na identificao de projetos a serem financiados pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility GEF).

    Como uma das instituies de apoio implementao da Reserva da Biosfera, o PNUMA tem uma importncia impar para a APA de Piaabuu, ento englobada pela RBMA.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-10

    Banco Mundial O Banco Mundial (World Bank) foi fundado em 1994 nos Estados Unidos, e hoje uma das maiores fontes de assistncia para assuntos de meio ambiente e desenvolvimento em todo o mundo, especialmente para os pases em desenvolvimento. Seu objetivo principal a reduo da pobreza nesses pases.

    O Banco Mundial se trata de um grupo constitudo por cinco instituies:

    Bird - Banco Internacional para a Reconstruo e o Desenvolvimento, que est voltado para a assistncia a pases em desenvolvimento, proporcionando emprstimos.

    AID - A Associao Internacional de Desenvolvimento, freqentemente associada ao Bird, objetiva principalmente a reduo da pobreza, tambm proporcionando emprstimos facilitados e servios. Conta com contribuies de pases membros para dispor de aporte financeiro.

    IFC- Corporao Financeira Internacional, financia investimentos no setor privado e presta assessoria tcnica a empresas.

    AMGI - Agncia Multilateral de Garantia de Investimentos, proporciona investimentos estrangeiros nos pases em desenvolvimento e presta assistncia tcnica.

    Ciadi - Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos, que est relacionada a resoluo de disputas de investimentos entre estrangeiros e pases receptores.

    Os financiamentos direcionados aos programas ambientais so conveniados com o Bird, que, por sua vez, faz emprstimos apenas a instituies governamentais ou a agncias e rgos subordinados. Normalmente esses financiamentos contam com 50% de contrapartida do rgo proponente.

    No caso do Brasil, os projetos do Banco Mundial so gerenciados financeiramente pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (SEAIN-MPO).

    Na temtica de meio ambiente, manejo do solo e dos recursos naturais, o Banco Mundial financiou ou financia os seguintes macro-projetos:

    Microbacias II SC, que um projeto de gesto de recursos naturais e reduo da pobreza no Estado de Santa Catarina, atravs da recuperao e conservao dos recursos naturais e a melhoria na qualidade de vida das pessoas.

    Programa Estadual de Microbacias Hidrogrficas (PEMH) So Paulo, visa a adoo de medidas integradas para a gesto e conservao de microbacias no Estado de So Paulo, estimulando a participao da comunidade.

    PLANTAR Minas Gerais, cujo objetivo contribuir para a reduo nas emisses dos gases geradores do efeito estufa, em atendimento ao protocolo de Kyoto, por meio da substituio do carvo mineral por uma fonte de energia renovvel. A Plantar S.A., uma indstria de ferro-gusa, fundada em 1967.

    Programa Nacional de Meio Ambiente (PNMA II) tem como objetivo o melhoramento da qualidade ambiental em reas prioritrias, aumentando a efetividade das instituies ambientais localmente, no estado e no Brasil, proporcionando o fortalecimento institucional, melhorando a gesto e a conservao do meio ambiente.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-11

    Programa de Preveno e Controle de Queimadas e Incndios Florestais na Amaznia Legal (Proarco), tem o objetivo de prevenir e controlar incndios na regio do arco de desflorestamento.

    Projeto de Desenvolvimento de Tecnologia Agrcola (Prodetab), gerenciado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (Embrapa) e visa melhorar a eficincia do uso de recursos no Sistema Nacional de Pesquisa Financeira Agrcola (SNFA), contando com maior estmulo transio para um sistema mais integrado e diversificado de pesquisa, menos dependente do setor pblico; aumentar o papel dos beneficirios na determinao de pesquisas, prioridade de implementao e de transferncias de tecnologia; enfocar a pesquisa pblica em prioridades pblicas; e apoiar a Embrapa para reorientar sua estrutura no contexto de descentralizao e diversificao do SNFA.

    Um exemplo de atividade, em desenvolvimento, no mbito da APA de Piaabuu o Programa Mata Atlntica (PDA), iniciado em 2004 e com previso de encerramento em 2008, que conta com um oramento de 880 mil dlares, sendo 800 mil provenientes do Banco Mundial. Segundo a proposta do PDA, as principais aes previstas so:

    Consolidar o NAPMA Ncleo Assessor de Planejamento da Mata Atlntica;

    Coordenar a implementao do Subprograma Atlntica, no mbito do Programa Piloto para a Proteo das Florestas Tropicais do Brasil PPG7, promovendo sua integrao com outras polticas pblicas;

    Interagir e apoiar a Secretaria Tcnica do Subprograma Projetos Demonstrativos (PDA/PPG7) na elaborao das chamadas de projetos e implementao do PDA Mata Atlntica, componente do Subprograma Mata Atlntica financiado com recursos do Governo Alemo, atravs do KfW-Group;

    Organizar as reunies e secretariar os trabalhos do Grupo de Trabalho Consultivo do NAPMA, criado pela Portaria MMA 221, de 09.04.2003;

    Desenvolver aes de monitoramento da Mata Atlntica;

    Desenvolver aes de capacitao e formao, apoiar a produo e a disseminao de informaes sobre preservao, recuperao e uso sustentvel dos recursos naturais na Mata Atlntica;

    Promover a articulao e integrao de aes entre diferentes nveis de governo;

    Promover a complementao das informaes sobre prioridades para a Conservao da Mata Atlntica e Campos Sulinos;

    Apoiar a realizao de estudos para a criao de Unidades de Conservao pblicas e privadas;

    Propor e acompanhar aes e polticas de preservao, conservao, recuperao e uso sustentvel da Mata Atlntica a nvel nacional;

    Dar prosseguimento ao processo de negociao do Subprograma Mata Atlntica, visando conseguir os recursos previstos em seu oramento.

    Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) A Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao ou Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) foi criada em 1945 com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e nutrio das pessoas, assim como melhorar a produtividade agrcola e a gesto dos recursos naturais, de forma sustentvel. Sendo assim, a FAO possui aes para combate fome e pobreza, promove o desenvolvimento agrcola, a melhoria da nutrio, a

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-12

    busca da segurana alimentar e o acesso de todas as pessoas aos alimentos necessrios para uma vida ativa e saudvel.

    A FAO possui quatro estratgias bsicas de atuao: Frum Neutro, assessoramento aos Governos, assistncia tcnica aos pases em desenvolvimento, e difuso de informao.

    Atualmente a FAO executa diversos projetos no Brasil, a saber: Produzir (Ministrio da Integrao Nacional MI), Pronager Amaznia (Agncia do Desenvolvimento da Amaznia ADA), Agenda Positiva para o Setor Florestal do Brasil (Ministrio do Meio Ambiente), Apoio ao Desenvolvimento Sustentvel da Agricultura Familiar no Brasil (Ministrio do Desenvolvimento Agrrio), Gesto Ambiental Rural (Ministrio do Meio Ambiente), Consolidao dos Instrumentos Polticos e Institucionais para a Implementao do Programa Nacional de Florestas - PNF (Ministrio do Meio Ambiente), Apoio Implementao e ao Alcance dos Resultados do Programa Fome Zero (Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS), Desenvolvimento das Comunidades Costeiras (Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca da Presidncia da Repblica SEAP), Capacitao dos Conselheiros de Alimentao Escolar e Agentes envolvidos na execuo do Programa Nacional de Alimentao Escolar (Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao FNDE/MEC), Mata Atlntica (Ministrio do Meio Ambiente), Suporte ao Brasil para estabelecer o Direito Alimentao e Estrutura para Monitorar o Progresso das Realizaes do Direito a uma Alimentao Adequada (Ao Brasileira pela Nutrio e Direitos Humanos ABRANDH), Programa de formao e mobilizao social para a convivncia com o semi-rido: um milho de cisternas rurais (Governo Italiano), Tecnologia de hortas para a melhoria da segurana alimentar nos distritos selecionados na cidade de Teresina (PI) (Reitor da Universidade Federal do Piau UFPI e Governo Italiano), Gesto Ambiental Rural na Bacia do Rio Ariranha (Ministrio do Meio Ambiente), Fortalecimento Institucional da Secretaria de Aqicultura e Pesca SEAP (Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca da Presidncia da Repblica SEAP), A Horta Escolar como eixo gerador de dinmicas comunitrias, educao ambiental e alimentao saudvel e sustentvel (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao FNDE/MEC).

    No mbito de interesse da APA de Piaabuu esto diversos projetos que podem ser implementados na regio rural da APA, buscando o desenvolvimento sustentvel e, mais especificamente, est o projeto GCP/BRA/061/WBK - Mata Atlntica, coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente. Esse projeto faz parte de um programa de cooperao governamental (Trust Fund/FAO-Government Cooperative Programme - TF/GCP), cujo objetivo a prestao de assistncia tcnica para a preparao e inicializao do programa Floresta Atlntica no Brasil (Technical Assistance for the Preparation and Initiation of the Atlantic Forest Programme in Brazil). Esse projeto foi concebido para ser executado entre os anos de 2004 e 2008 com recursos na ordem de 880 mil dlares.

    Japan International Cooperation Agency (Jica) Em 1971, foi promulgado um acordo de cooperao tcnica entre o Brasil e o Japo, na forma do Decreto n 69.008, que, conforme redao do art. 2, o Japo se comprometera a:

    (I) fornecer bolsas de estudo a brasileiros para treinamento tcnico no Japo;

    (II) enviar peritos japoneses ao Brasil;

    (III) fornecer equipamento, maquinaria e material ao Governo da Repblica Federativa do Brasil;

    (IV) enviar ao Brasil misses encarregadas de analisar projetos de desenvolvimento econmico e social;

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-13

    (V) prestar qualquer outro tipo de cooperao tcnica acordada entre os dois Governos.

    Em reflexo a isso, no ano de 1974, foi fundada a Agncia Japonesa de Cooperao Internacional (Japan International Cooperation Agency - Jica), que uma agncia de apoio que fornece cooperao tcnica e outras formas de auxlio aos pases em desenvolvimento. Os projetos de cooperao tcnica combinam treinamento de pessoal no Japo, vinda de peritos e doao de equipamentos, tendo como objetivo principal a transferncia de tecnologias junto aos tcnicos e rgos contrapartes brasileiros.

    Tratando-se dessa modalidade de cooperao, encontram-se vigentes oito projetos da Jica em desenvolvimento no Brasil:

    1) Desenvolvimento de Tcnicas de Revegetao em reas Degradadas na Regio Semirida do Nordeste do Brasil;

    2) Conservao de Ecossistemas do Cerrado;

    3) Fortalecimento do Sistema de Suporte Tcnico Voltado para os Pequenos Produtores Rurais no Estado do Tocantins;

    4) Municpios Saudveis no Nordeste Brasileiro;

    5) Conservao Florestal e Educao Ambiental na Amaznia Oriental;

    6) Policia Comunitria no Estado de So Paulo;

    7) Promoo do Turismo no MERCOSUL; e

    8) Uso Sustentvel dos Recursos Florestais em reas de Vrzea no Estado do Amap.

    A APA de Piaabuu poder encontrar parcerias ou submeter diretamente projetos para a Jica com a finalidade de obter apoio execuo das suas propostas de conservao, a exemplo do que tem ocorrido com outras unidades de conservao, em especial, no Cerrado e Amaznia.

    Programa Piloto para a Proteo das Florestas Tropicais do Brasil PPG7

    O Programa Piloto para a Proteo das Florestas Tropicais do Brasil uma parceria entre o governo brasileiro e o Banco Mundial, envolvendo a comunidade internacional e a sociedade civil. O Banco Mundial presta assistncia ao Brasil na coordenao do Programa e administra o Fundo Fiducirio de Florestas Tropicais (Rain Forest Trust Fund - RFT).

    Em 1992 o programa foi criado em funo dos problemas relacionados ao desmatamento das florestas tropicais midas da Amaznia e da Mata Atlntica, e tem por objetivo estabelecer diretrizes para a conservao e o uso sustentvel dos recursos naturais na floresta Amaznica e Mata Atlntica brasileira.

    O Programa financiado pelos pases do G-7 (Alemanha, Canad, EUA, Frana, Itlia, Japo e Reino Unido), a Unio Europia, os Pases Baixos e o prprio Brasil, com cerca de 340 milhes de dlares.

    As reas temticas apoiadas so:

    Uso sustentvel dos recursos naturais com participao das comunidades florestais e setor privado

    Conservao de biodiversidade

    Fortalecimento da capacidade de gesto e monitoramento ambiental

    Gerao e disseminao de conhecimento

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-14

    Geralmente os recursos dos programas so disponibilizados para o projeto na forma de doaes ou de contribuies tcnicas e financeiras brasileiras, estabelecidas diretamente entre os parceiros nacionais e os doadores. Em geral, como contrapartida, o Brasil fornece infra-estrutura e equipes tcnicas prprias destinadas aos projetos.

    As atividades do programa piloto so:

    Subprograma da Mata Atlntica;

    Projeto de Monitoramento e Anlise;

    Centros Cientficos Projeto de Assistncia Emergencial;

    Projetos Corredores Ecolgicos;

    Projeto de Manejo dos Recursos Naturais da Vrzea (ProVrzea);

    Projeto de Apoio ao manejo Sustentvel na Amaznia ProManejo;

    Projeto das Reservas Extrativistas RESEX; e

    Subprograma de Poltica de Recursos Naturais SPRN.

    Outras instituies Organizaes no-governamentais ativistas como Greenpeace, World Resources Institute, Action Network Environmental Defense, Earth Policy Institute, entre outros, podem auxiliar nas campanhas de conscientizao para a conservao do bioma, contra o desmatamento, a poluio, e a degradao da Mata Atlntica, assim como alertar a cerca dos impactos das atividades conflitantes, praticadas na regio.

    Alm dos organismos no-governamentais, podemos destacar outras agncias e organizaes internacionais de fomento, que tm contribudo com questo ambiental no Brasil, ou at mesmo no Estado de Alagoas. Entre elas:

    Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),

    The World Conservation Union ou International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources (IUCN),

    US Agency for International Development (USAID),

    Deutsche Gesellschaft fr Technische Zusammenarbeit - Cooperao Tcnica Alem (GTZ)

    Global Environment Facility (GEF),

    Kreditanstalt fr Wiederaufbau - KfW

    Department for International Development DfiD,

    United States Fisch and Wildlife Service,

    Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional USAID Brasil,

    Instituto Winrock Internacional,

    ONG americana E+Co,

    Associao Americana das Cooperativas de Energia Renovvel NRECA,

    Fundao Americana Fiorello La Guardia/Fundao Cariplo da Itlia,

    Empresa Indiana Environment Energy and Enterprise Venture EV,

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-15

    Empresa Americana Energy and Security Group ESG,

    Global Trees, e

    Fundao MacArthur.

    Existem, tambm, iniciativas oriundas da Unio Europia, dos governos da Frana, Canad, Alemanha, Estados Unidos e Japo, que tm repassado recursos diretamente para as organizaes no-governamentais que trabalham com a questo ambiental no Brasil. Alm dessa forma de apoio, so ainda, estabelecidos projetos de cooperao bilateral com esses pases, que favorecem a execuo de pesquisas, junto s instituies de ensino e pesquisa, como o exemplo do Projeto de Preservao da Mata Atlntica, em execuo em So Paulo e Paran, com a cooperao da Alemanha.

    Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Fund GEF) O Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Facility - GEF) foi idealizado em 1990, como um Programa Piloto para auxiliar os pases em desenvolvimento na implementao de projetos que buscassem solues para as preocupaes globais em relao proteo dos ecossistemas e biodiversidade. O GEF um mecanismo de cooperao internacional com a finalidade de prover recursos adicionais e fundos concessionais para cobrir custos incrementais em projetos que beneficiem o meio ambiente, especialmente em escala global.

    O ponto focal poltico do GEF no Brasil o Ministrio das Relaes Exteriores (MRE) e o ponto focal operacional a Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto (MP/SEAIN). O Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) um dos quatros ministrios que participam do Grupo de Trabalho para Anlise de Projetos (GTAP) no mbito do Ponto Focal Operacional do GEF no Brasil.

    Existem dois programas operacionais que abrangem temticas relacionadas APA de Piaabuu. So eles:

    Programa operacional 2: Ecossistemas costeiro, marinho e de gua doce, com o objetivo de conservar e ordenar o uso sustentvel de recursos biolgicos em ecossistemas costeiros, marinho e de gua doce, incluindo lagos, rios e reas alagadas, e ecossistemas de ilhas.

    Programa Operacional 12: Gerenciamento de Ecossistema Integrado, com o objetivo de estimular adoo de intervenes de manejo em ecossistema amplo que integra objetivos ecolgico, econmico e social para alcanar benefcios mltiplos e transversalmente local, nacional e global.

    1.1.4. ACORDOS INTERNACIONAIS

    O Brasil j assumiu vrios compromissos globais, o que incluem tratados e acordos internacionais, dentre os quais de destacam:

    Conveno de Viena, realizada em 1969,

    Conveno de Estocolmo em 1972,

    Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992 (mais conhecida como Rio-92), e

    Rio +10, em Johanesburgo, na frica do Sul, em 2002.

  • Plano de Manejo da APA de Piaabuu Encarte 1 Contextualizao da UC

    1-16

    Foi na CNUMAD onde foram assinados dois importantes documentos, que dizem respeito Conveno sobre Diversidade Biolgica (CDB) e Agenda 21.

    Outros atos firmados pelo Brasil e que merecem destaque so: a Conveno Relativa proteo do Patrimnio Natural e Cultural Mundial, assinada em Paris, no ano de 1972, a favor da proteo de reas com importncia cultural e natural relevante; a Conveno sobre reas midas de Importncia Internacional, conhecido como Ramsar, ratificado em 1973 pelo Brasil, com o objetivo de reduzir as perdas das reas midas, com reconhecida importncia ecolgica; a Conveno sobre o Comrcio Internacional das Espcies da Flora e da Fauna Ameaadas de Extino (Cites), assinada em Washington, em 1973, proibindo e regulando o comrcio de espcies ameaadas, segundo listas publicadas pela conveno; e, finalmente, a Conveno sobre a Conservao das Espcies Migratrias de Animais Silvestres, assinada em Bonn (1979), assegurando o compromisso de proteger rotas de migrao e reas de pouso de espcies internacionalmente migrantes.

    Mais recentemente foi ratificado o Protocolo de Kyoto, um acordo internacional que objetiva um maior controle dos efeitos deletrios da antropizao sobre o clima global. Para tanto, o protocolo estabelece metas de reduo na emisso de gases poluidores na ordem de 5%, at o ano de 2008. No entanto, essa meta foi estabelecida para os pases desenvolvidos enquanto aos pases em desenvolvimento caberia colaborar de outra maneira. Sendo assim, foi sugerido um mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), que prev a transao em crditos de carbono, como negociao. Esse um dos caminhos de contribuio para a conservao cujo enquadramento da APA de Piaabuu pode