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setembro | 2016

Federação Nacional dos Apicultores de Portugal

#1

informar para melhorar

XVII Fórum Nacional de Apicultura | 14 a 16 de outubro 2016 | Terceira, Açores

Plano de Açãopela transparência

do mercado do mel

ENTREVISTA«A apicultura representa

apenas 0,03% do orçamento da PAC»Manuel Gonçalves, presidente da FNAP

Melhor informação, maiorcompetitividade

Bem-vindo à APINFO, uma publicação feita a pensar em si!

Aqui encontrará notícias, nacionais e internacionais,novidades sobre legislação e eventos, escutará a opiniãode especialistas em mel e apicultura, mas também teráoportunidade de se fazer ouvir, com sugestões ou dúvidas,através do Consultório Técnico, ou de informação rele-vante que nos queira remeter sobre a sua associa-ção/empresa.

Esta primeira APINFO é rica em conteúdos estatísticos epropostas para alavancar a competitividade da apiculturaportuguesa, cujos grandes desafios são o aumento daprodução nacional de mel e a sua valorização nos merca-dos externos.

Das entidades europeias espera-se que criem condiçõespara maior transparência do mercado do mel, evitandocontrafações que prejudicam o consumidor e os api-cultores europeus, e pede-se que criem condições deverdadeiro apoio a este setor, pelo seu inestimável valorno desenvolvimento rural e fixação das populações noInterior; para a agricultura e preservação da biodiversidade.

Ao Governo português cabe legislar para proteger o setorde ameaças externas, como é o caso da Aethinose, parasitainstalado no Sul de Itália e que constitui uma séria ameaçaàs nossas colmeias.

Mas também é responsabilidade do Executivo desburocra-tizar, simplificando os licenciamentos e outros requisitosformais que afastam os pequenos apicultores da atividade.

Boa leitura!

www.fnap.pt

editorial

CONSULTORIO TÉCNICOIVA medicamentos veterinários

IVA alimentos para abelhas

Medicamentos homologados contra a varroose

Programas de apoio ao setor apícola

REPORTAGEMApicultura em debate na nascente de PedrasSalgadas

ENTREVISTA«A apicultura representa apenas 0,03%do orçamento da PAC»Manuel Gonçalves, presidente da FNAP

ATUALIDADEProjeto APINFO- informar para melhorar

Plano de Ação pela transparênciado mercado do mel

Teatro Aberto apresentapeça inspiradano Mel

Prorrogação do Prazo do RERAE

AGENDAXVII Fórum Nacional de Apicultura14 a 16 de outubro, Terceira, Açores

ESPAÇO ASSOCIADOSAguiar Floresta- Associação Florestale Ambiental de Vila Pouca de Aguiar

Melbandos � Cooperativa de Apicultoresdo Concelho de Mação

índice

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#2

P: Qual é a taxa de IVA aplicada aos medicamentosveterinários, nomeadamente medicamentos paratratamento contra a varoose?

R: A taxa de IVA aplicada a Medicamentos Veterinários éa taxa reduzida (6%). Aos Produtos de Uso Veterinário(PUV) é aplicada a taxa normal (23%). Os PUV são de vendalivre, enquanto os medicamentos necessitam de receitamedico-veterinária. Todas as aquisições de medicamentosfeitas pelas organzações beneficiárias do Programa ApícolaNacional dispensam esta receita, uma vez que ascandidaturas são apreciadas e aprovadas pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

P: Quais os medicamentos homologados em Portugalpara tratamento contra a varroose?

R: Os medicamentos homologados para as abelhas são:

� API-Bioxal® � princípio ativo: Ácido Oxálico� Apiguard® � princípio ativo: Timol� Apilife Var® � princípio ativo: Óleo de Eucalipto + Timol + Cânfora + Mentol� Apistan® � princípio ativo: Fluvalinato� Apitraz® � princípio ativo: Amitraz� Apivar® � princípio ativo: Amitraz� Bayvarol® � princípio ativo: Flumetrina� Maqs® � princípio ativo: Ácido Fórmico� Thymovar® � princípio ativo: Timol

P: Qual é a taxa de IVA aplicada aos alimentos para abelhas?

R: A taxa de IVA aplicada aos alimentos para as abelhas éa taxa reduzida, ou seja, 6 %.

P: Quais são os programas de apoio existentes para osector apícola?

O Programa Apícola Nacional, financiado pela UE em 50%e por Portugal noutros 50%, terá em 2017, 2018 e 2019um orçamento de 2.598.517,12 �/ano. Este programa éregulamentado pelos Regulamento (UE) nº 1308/2013,do Parlamento Europeu e do Conselho de 17 de dezembro,e pelo Regulamento de Execução (UE) 2015/1368 daComissão de 6 de agosto. A legislação específica nacionalencontra-se em fase de preparação no Ministério daAgricultura e do Mar.

www.fnap.pt #3

consultório técnico

www.fnap.pt #4

Apicultura em debate na nascente dePedras Salgadas

A FNAP organizou, a 14 de agosto, o seminário �Apiculturana Atualidade� em Pedras Salgadas, no âmbito da XV Feirado Mel e do Artesanato, em parceria com a sua associadaAguiar Floresta e a Câmara Municipal de Vila Pouca deAguiar.

Zona produtora de mel por excelência, o PlanaltoTransmontano foi ponto de encontro de algumas dezenasde apicultores e técnicos para prova e venda do saborosonéctar, em período de férias. A FNAP aliou-se à iniciativa,organizando um seminário onde divulgou informação

sobre o Mercado do Mel-Estado Atual e Evolução e sobre

Apicultura na União Europeia-Evolução da Legislação e das

Ajudas, apresentações proferidas por João Casaca e LisaCondeça, respetivamente, secretário-geral e técnica daFNAP.

O Seminário integra o Programa Apinfo, em implemen-tação nos próximos 3 anos, que visa a divulgação deinformação técnica e de mercado aos associados da FNAP,tal como explicou o presidente da Federação, ManuelGonçalves, que presidiu à sessão de abertura, ao lado deDuarte Marques, presidente da AguiarFloresta e vereadorda Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar.

reportagem

20% do mel vendidona UE tem anomalias

Após a recolha de mais de 2.000 amostrasem toda a UE nos diferentes pontos dacadeia - produção, distr ibuição,importação e comercialização - asconclusões preliminares de um estudorecente indicam que 20% do melcomercializado na UE apresenta algumtipo de problema e/ou inconformidade.As análises incidiram sobre o perfil deaçucares, polínicas, sensoriais e físico-químicas. Em Portugal foram realizadas75 recolhas de mel. Os resultados desteestudo serão divulgados em breve pelaFNAP.

Evolução do setor em Portugal

O setor do mel cresceu e profissionalizou-se, atraindojovens à atividade e um volume considerável de inves-timento. Nos últimos 3 anos, foram instaladas em Portugal52.371 novas colónias de abelhas e o número médio decolmeias por apicultor aumentou de 34 para 59. Apesarde se verificar uma redução significativa do número totalde apicultores (- 6.176 do que em 2013), há mais gentededicada a tempo inteiro à atividade, com um efetivomaior por exploração. Entre 2013 e 2015, o número deapicultores profissionais (atualmente 1.073) cresceu, de4% para 10%, detendo estes 61% do efetivo nacionaldeclarado em Junho de 2015.

A produção de mel em Portugal aumentou de formasustentada desde 2007 (6.907 ton), atingindo em 2015 ovalor mais elevado desde início do milénio: 11.521toneladas. O preço médio pago ao produtor também re-gistou uma melhoria significativa, apesar das oscilaçõesinteranuais, passando de 1,40�/kg (em 2000) para 3,30�/kg(em 2015).

A ameaça da China

O dinamismo do setor apícola é transversal a outros pontosdo Globo e representa oportunidades, mas tambémameaças para Portugal. Se por um lado, se verifica umcrescimento do consumo de mel na União Europeia, reve-lado pelo aumento das importações - mais 50.000toneladas nos últimos 5 anos -, e crescimento simultâneoda produção comunitária de 1 a 2% ao ano, por outrolado, a produção mundial de mel está a aumentar graças

a novos players. A China é o primeiro produtor mundialde mel, representando 28% da produção (a UE representa12%), e o grande fornecedor de mel à Europa, com maisde 45% da quota da importação europeia. O mel chinês

chega à Europa a baixo preço (1,35 �/Kg em 2014), com-petindo com a produção interna e com mel de outrasorigens, por exemplo, o México (2,63 �/kg). É conhecidaa incorporação de lotes de mel chinês em mel embaladona Europa, sem que a origem esteja devidamente identifi-cada, com evidente prejuízo para os apicultores e consu-midores europeus.

Maior transparência no mercado do mel

A União Europeia implementou recentemente um Planode Controlo Coordenado do Mel com vista a conhecer aincidência no mercado interno de mel mal rotulado, noque respeita à origem geográfica e/ou floral e a existênciade produtos vendidos ou apresentados como sendo mel,mas que não o são por conterem açúcares de origemvegetal na sua composição. Os resultados do estudo sãopreocupantes.

A FNAP, e outras entidades suas congéneres, consideram

«prioritária a intervenção das autoridades comunitárias

com vista à erradicação de produtos adulterados no mercado

europeu de mel», reclamando «a implementação de

sistemas de rastreabilidade e a correta rotulagem do mel

importado de fora da União Europeia», disse João Casaca,secretário-geral da FNAP, durante a sua apresentação noseminário.

www.fnap.pt #5

FNAP propõe reconhecimento mútuo demedicamentos para abelhas na UE

Provas de mel na XV Feira do Mel e do Artesanato

Produtividade e promoção

Para competir no mercado global muito concorrencial,os apicultores portugueses precisam de incrementar aprodutividade das suas explorações, extraindo mais melpor colónia, com menores custos. A incorporação de maise melhor tecnologia nos processos de produção e extraçãodo mel, a implementação de boas práticas nos apiários ea melhoria da sanidade das colmeias são desafios centrais.

Por outro lado, na vertente da comercialização é crucialaumentar as vendas de mel embalado, com marca e origembotânica identificada, com vista à maior valorização do melnacional. De acordo com a análise da FNAP, o esforço depromoção e vendas no exterior deve ser dirigido sobretudopara países de fora da União Europeia, onde o mel é melhorremunerado (5,60 �/kg em média vs. 3,10 �/kg para paísescomunitários, dados do INE relativos a 2011).

Novos produtos apícolas

As oportunidades de negócio estendem-se a novos e�velhos� produtos apícolas, que contribuem para diver-sificar a atividade e aumentar a rentabilidade dasexplorações. O pólen, a geleia real, o própolis, a cera, aapitoxina ou ainda a criação de zangão são sub-fileirasem crescimento na Europa, mas que carecem de regulação

e regulamentação. «O desafio da União Europeia passa pela

criação de normas que definam cada produto apícola e a

forma como deve ser produzido. Se não formos nós,

produtores europeus, a dar o passo da regulação, a propor

regras, alguém o fará por nós, eventualmente com prejuízo

para o mel europeu», alertou João Casaca.Consulte AQUI as apresentações do Seminário

MEL NA UNIÃO EUROPEIA

204.000Ton = 2º produtor mundial (12%)175.701Ton= 1º importador mundial (33%)VBP= � 1.000 milhões/ano� 33 M/ano - programas apícolas = 0,03 % da PACPerda anual de colónias =15 %

MEL EM PORTUGAL

10.598 apicultores1.073 apicultores profissionais11.521 ton - produção nacional619.164 colónias355 colónias/apicultor profissional6,35 colmeias/km259 colmeias/apicultor12,6 kg mel/colmeia2.000 ton - exportação1.321 ton - importação2 598 517,12 �/ano - valor do ProgramaApícola Nacional 2017/2019

www.fnap.pt #6

A criação e venda de abelhas para polinizaçãode culturas agrícolas é um negócio de futuro

Grande afluência à XV Feira do Mel e do Artesanato

«A apicultura representaapenas 0,03% do orçamento da PAC»

Manuel Gonçalves, presidente da FNAP, �põe o dedo naferida�: a apicultura é apresentada como setor de futuropelo seu valor ambiental, mas acaba ignorado pelosdecisores políticos. Aos apicultores e associações apontao caminho do futuro: a produção nacional necessita criarescala, mantendo a qualidade.

Qual o valor em euros da fileira do mel em Portugal?

Segundo o Ministério da Agricultura e do Mar, o ValorBruto da Produção (VBP) para o setor apícola cifra-se em� 76,257 milhões, o que significa um aumento de 53%face ao valor calculado em 2013 (� 50 milhões). Esteaumento fica a dever-se ao aumento da produção nacional(11.521 toneladas em 2015), mas sobretudo ao aumentodo preço do mel, quer no mercado nacional, quer nomercado internacional. Em 2015, os preços pagos aoprodutor situaram-se nos 3,35 �/kg, mas a tendência para2016 é de crescimento deste valor. Infelizmente verifica-se uma forte quebra na produção de mel na maioria dasregiões do país, devido à instabilidade climática verificadano Inverno e na Primavera, o que afetará gravemente orendimento da atividade.

Apesar do VBP do setor apícola ser já considerável ecrescer sustentadamente desde 2007, a importância

económica da apicultura é consideravelmente superior,uma vez que o efeito polinizador das abelhas faz-se sentirnos resultados económicos de muitos subsetores da fileiraagroalimentar. Se considerarmos que a polinização feitapelas abelhas representa 1% do valor do setor agro-alimentar da UE, estaríamos a falar de um valor do setorapícola de � 10,4 mil milhões em toda a União.

Enfim, trata-se de um setor importante no contexto daagricultura nacional, cuja dimensão e importância socio-económica é crescente, e que atraiu centenas de jovensinvestidores que decidiram fazer da apicultura o seu �modode vida�.

Como se caracterizam as estruturas produtivas?

Os dados do período de Declaração de Existências daAtividade Apícola do ano de 2015 (o último disponível)mostram uma evolução clara no sentido da profissio-nalização do setor apícola, com uma diminuição dasexplorações, acompanhado de um crescimento do efetivo:dos cerca de 11 mil apicultores registados, a que corres-ponde um universo de 33 mil apiários e 626 mil colmeias,10 % são apicultores profissionais, os quais detém quase60% do efetivo (367.608 colmeias).

A produtividade da nossa apicultura é baixa (compara-tivamente com a verificada noutros países da UE), masfacilmente justificada pelas características e especificidadesda apicultura praticada entre nós, ou seja, uma apicultura�extensiva�, suportada por fontes de néctar silvestres (nãocultivados), como o rosmaninho, a urze, o alecrim ou asoagem, onde a vastíssima maioria do efetivo é constituído

por enxames da subespécie autóctone, a Apis mellifera

iberiensis. Esses fluxos de néctar, apesar de capazes dedar origem a méis de altíssima qualidade e de grande valoralimentar e ambiental, são muitíssimo suscetíveis aos�humores� do clima, o que torna cada ano de produçãoum ano único. Na nossa perspetiva, o grande desafio daapicultura nacional é o desafio da produtividade, ou seja,aumentar a produção nacional não à custa do aumentodo efetivo, mas sim da produção unitária. Para tal temosapoiado o desenvolvimento de vários projetos de investi-gação no campo da caracterização, seleção e melhora-mento genético da abelha autóctone e na caracterizaçãoe tipificação do modo de produção e do produto mel derosmaninho. Outros méis virão a seguir.

www.fnap.pt #7

entrevista

www.fnap.pt #8

Quais as perspetivas de evolução da produção de mel nospróximos anos?

Tendo em conta que a apicultura foi das atividadesagrícolas com mais projetos financiados no âmbito doPRODER, do qual resultaram a instalação de quase milnovos apicultores, a maioria em explorações profissionais,a perspetiva da FNAP é que a produção nacional de melaumente nos próximos anos. O mercado da UniãoEuropeia, onde estamos inseridos, é um mercadodeficitário onde 40% do mel consumido vem de paísesterceiros. O mel proveniente destes fornecedores nãotem os padrões de qualidade do produzido na UE, peloque a aposta do setor apícola português deve ser navalorização dos seus produtos no mercado europeu, ondeo mel de qualidade é mais valorizado e bem pago.

Existem no PDR2020 medidas adequadas e suficientes aosetor apícola?

Ao fazer uma comparação com outras atividades agrícolas,rapidamente se constata que o setor apícola é pouco ounada apoiado, quer por Portugal quer pela União Europeia.Apesar do PDR 2020 ter contemplada uma açãoagroambiental para a apicultura, as ajudas para o setorsão as mesmas desde 1997, ou seja, resumem-se aoPrograma Apícola Nacional (PAN).

O PAN foi e é muito importante na afirmação e valorizaçãodo associativismo apícola. Verificamos que atualmente seencontra completamente desvirtuado, assistindo-se a

uma crescente secundarização das prioridades e ne-cessidades da produção, em prol de medidas que servempara apresentar boas taxas de execução, ou para resolverproblemas de índole sanitária que podiam e deviam terum enquadramento e financiamento autónomo.

Ao fim de quase 20 anos de execução, o Programa ApícolaNacional deve evoluir no sentido do apoio claro àcomercialização, à valorização das organizaçõesrepresentativas e que envolvam mais apicultores, e dumapoio claro e diferenciado aos produtores que podemgerar mais valias em termos comerciais. Na verdade, oque se assiste é ao alheamento destes e à burocratizaçãoda ajuda.

Quanto à ação agroambiental para a apicultura (Ação7.12), esta não serve o setor. Não beneficia os produtoresnacionais, inclusivamente �impede� estes de se candidatar.

Em toda a UE e também em Portugal, a apicultura é umaatividade maioritariamente desenvolvida em terrenos epropriedades de outrem. Os apicultores não têm acessoao parcelário, cuja posse está em agricultores que sededicam a outras culturas. Ao construir uma ação combase no parcelário, o Ministério da Agricultura reveloufalta de sensibilidade e de sentido de oportunidade. Osentimento que fica é que a apicultura é apresentadasempre como uma aposta, um setor de futuro, muito porcausa do seu valor ambiental e da compatibilidade quetem com a conservação da natureza, mas queposteriormente é sistematicamente ignorado pelosdecisores políticos. Esta realidade não é um exclusivo dePortugal, mas de toda a União Europeia, onde as verbasdestinadas para apoiar a apicultura representam apenas0,03% do orçamento da PAC.

«O Programa Apícola Nacional deve evoluirno sentido do apoio à comercialização»

«A grande prioridade deve ser a exportação de

mel com marca própria»

www.fnap.pt #9

Quais as principais ameaças biológicas e ambientais àsabelhas/produção de mel?

Em Portugal, a grande ameaça à produção de mel continuaa ser a Varroose, apesar da invasão da Vespa velutina. Aonível europeu, estamos preocupados com a inoperânciamanifestada pelas autoridades italianas na forma como

lidou com o foco de Aethina tumida que grassa no Suldesse país, inoperância essa que se estende de formanegligente a todas as instituições europeias. Trata-se deum parasita capaz de produzir avultados prejuízos para osetor apícola, pois não só pode provocar perdas decolmeias, como implica a perda de produção, por tornaro mel impróprio para consumo.

Que avanços no controlo da vespa velutina? Ação da FNAPnesta matéria?

A Vespa velutina (ou vespa asiática) é uma espécie invasoraque em 2004 chegou ao território da União Europeia,mais propriamente à França. Tratando-se de uma espéciepredadora de insetos rapidamente se tornou evidente queo impacto negativo para o setor apícola seria umarealidade. Desde essa data que se verifica uma rápidaexpansão da área invadida, chegando a Portugal em 2011(Viana do Castelo). Todas as tentativas de impedir essaexpansão sempre se mostraram completamente inúteis,o que se fica a dever primeiramente à biologia da espécie,à sua enorme capacidade de adaptação, e ao facto deterem encontrado no litoral sul atlântico da Europacondições muito semelhantes às do seu habitat naturalem termos de temperatura e humidade.

Não pensem os apicultores nacionais que a Vespa velutinaserá �expulsa� de Portugal, pois tal não irá acontecer. Oque terá que suceder é os apicultores nacionais apren-derem a conviver com este predador, procurando mitigaras perdas e prejuízos inerentes à sua ação. A esse nível jáaprendemos muito, infelizmente a expensas próprias,sabendo hoje que a destruição (sistemática ou não) deninhos não resolve problema dos apicultores e é muitoonerosa, e que estes devem focar a sua atuação na capturade fundadoras (na primavera), pois esta é a forma decombate mais eficaz ao nível do apicultor.

Desde o primeiro momento que a FNAP tem acompanhadode forma atenta a situação no nosso país, estando empermanente contacto com as organizações de apicultoresnossas filiadas da região Norte Litoral. Assim, foi comnaturalidade que integrámos o projeto GESVESPA, coorde-nado pelo INIAV e que conta com a participação de investi-gadores e das autarquias da região Norte. Trata-se de umprojeto de investigação que pretende melhor conhecer

a espécie, mas também estudar o impacto da Vespa velutinasobre os ecossistemas e sobre os serviços de polinizaçãoque estes suportam, mas sobretudo contribuir para odesenvolvimento de boas práticas de controlo da espécie.

Outras ações da FNAP com vista ao controlo das ameaçasbiológicas e/ou ambientais?

A FNAP defende a necessidade imediata de se procederà regulação do trânsito de colmeias a nível internacionale nacional. Essa regulação passaria numa primeira fasepela imposição de restrições ao trânsito transfronteiriçode abelhas (rainhas, colmeias, pacotes de abelhas),restrições essas que, na nossa opinião, deverão passarpela limitação total da entrada de material vivo da espécie

«Este ano há uma forte quebra na produçãode mel na maioria das regiões do país»

«Vespa velutina � a captura de fundadoras

é a forma de combate mais eficaz»

www.fnap.pt #10

Apis mellifera no nosso território, medida que deveráincluir o trânsito intracomunitário de colmeias com origemem qualquer ponto da UE. Só dessa forma se conseguiráimpedir que Portugal venha a ser atingido pelo foco de

Aethinose, o que aliás foi feito aquando do anterior focode 2004, resultante de uma importação legal de rainhasa partir dos EUA para Portugal.

Qual o grau associativismo do setor? Desafios para asentidades que representam os produtores?

O associativismo no setor apícola evoluiu bastante desde1997, muito fruto das medidas preconizadas no ProgramaApícola Nacional (PAN) e que permitiram dotar asorganizações de apicultores de uma estrutura técnica,cujo dinamismo é muito visível.

Atualmente a taxa de cobertura das associações cifra-senum valor perto dos 50% dos produtores nacionais. Estesbeneficiam dos serviços de assistência técnica, ou dosserviços de extração e comercialização proporcionadospor algumas organizações.

O principal desafio que atualmente se coloca às organi-zações do setor apícola nacional é a comercialização e aconcentração de oferta. A produção nacional necessitacriar escala, mantendo a qualidade, pois só assim conse-guirá fazer face às atuais exigências do mercado.

Quais as prioridades com vista à maior valorização do melnacional?

Para a FNAP, a prioridade do setor, como atrás referido,vai no sentido da concentração de oferta por parte dasorganizações de produtores, pois só assim os produtoresnacionais conseguirão aceder ao mercado da grandedistribuição nacional, que representa mais de metade das

vendas de mel no nosso país, muito exigente em qualidadee preço, mas também em quantidade fornecida.

Por outro lado, e no que concerne ao mercado da expor-tação, que atualmente representa já 10 % da produçãonacional, a grande prioridade deve ser dada à venda demel com marca própria, acabando com situações comoas que atualmente assistimos, de lotes de mel derosmaninho a serem vendidos a operadores europeus,para valorizar lotes de mel de acácia.

Quais as ações desenvolvidas até ao momento pelo Centrode Competências da Apicultura e da Biodiversidade, criadohá 1 ano, e de que faz parte a FNAP?

Passados mais de 12 meses desde a formalização doCentro de Competências da Apicultura e da Biodiversidade,podemos dizer que as expetativas colocadas pela FNAPnessa estrutura ainda não foram atingidas, na medida emque a tutela nunca atribuiu formalmente competências aessas estruturas. Atualmente o CCAB encontra-se a ultimara agenda estratégica para a investigação em apicultura.

Ainda assim devemos realçar o facto dos parceiros noCCAB terem formalizado várias propostas de GruposOperacionais, cujas candidaturas decorrem até ao finalde outubro de 2016, das quais se destaca a caraterizaçãosensorial, físico-química e polínica dos méis monofloraise DOP produzidos em Portugal, com o objetivo último deos valorizar através de uma marca chapéu.

«A FNAP defende a imediata regulação do trânsito

de colmeias»

� 76,257 milhões- Valor Bruto da Produçãodo setor apícola nacional

www.fnap.pt #11

Projeto APINFO- informar para melhorar

A Direção da FNAP formalizou uma candidatura à Operação2.1.4 do PDR 2020 � Ações de Informação, com o objetivode melhorar a comunicação entre a FNAP, as suas associadase os apicultores nacionais. Essa candidatura foirecentemente aprovada, tendo-se iniciado a sua execuçãoformal a 1 de Julho de 2016, com a duração de 3 anos.

No âmbito deste projeto estão previstas diversas iniciativas,para as quais necessitamos de contar com o vossoenvolvimento direto, procurando assim maximizar os seusresultados e os benefícios para o sector apícola nacional.Atividades previstas:

1. Seminários � a FNAP visitará todas as organizaçõesfiliadas levando informação relevante e atual para aatividade dos seus sócios. Os seminários decorrerão nosmeses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro, marçoe abril, fora do período de ponta do trabalho em apicultura.As datas foram programadas para efeitos de candidaturae já se encontram pré-definidas, sendo possível e deinteresse a sua adequação a eventuais atividades que asorganizações filiadas tenham previstas. Abaixo encontrauma tabela com a distribuição dos seminários, cuja datae local são passíveis de alteração caso considerempertinente. Agradecemos sugestões de temáticas queconsiderem de maior interesse.

2. Newsletter � em formato digital, e de periodicidadetrimestral, pretende-se que reúna informação o mais

abrangente possível relativa ao setor. Façam-nos chegartodas as informações relacionadas com as vossas atividades(ações de divulgação e/ou formação, seminários, jornadas,etc) para divulgação, de modo a que as mesmas possamter um maior alcance e destaque junto do público-alvo,ou seja, os ativos do setor apícola nacional.

3. Consultório Virtual � trata-se de plataforma deesclarecimento de dúvidas aos operadores do setor apícola(reprodução de colónias, alimentação de colónias,sanidade apícola, aspetos legais, fiscalidade, produção ecomercialização de mel e restantes produtos da colmeia).A plataforma recolherá e filtrará as questões e dúvidascolocadas livremente pelos apicultores, e de seguidaresponderá aos mesmos. As perguntas e respostas serãodisponibilizadas on-line para consulta e utilização portodos os operadores do setor apícola nacional. Dentrodesta atividade, será da máxima importância e relevânciaque nos façam chegar sugestões de dúvidas/respostasque considerem importantes e cujas respostas eesclarecimentos possam vir a ser disponibilizadas paraconsulta de todos os interessados neste suporte.

4. Boletim estatístico� informação estatística anualcontendo dados relativos à evolução do mercado nacionale internacional (preços, volumes transacionados, balançacomercial, ajudas, efetivo, etc.).

5. Manual Técnico de Apicultura � revisão, adequação ecompilação dos conteúdos técnicos produzidos pela FNAPdesde 2003, num único volume. Pretende-se que apublicação seja relevante do ponto de vista técnico eadaptada à realidade e especificidade da apiculturapraticada no nosso país.

atualidade

Seminário Apinfo a 3 de setembro, em Montemor-O-Novo

www.fnap.pt #12

Plano de Ação pela transparênciado mercado do mel

A FNAP considera urgente a implementação de um Planode Ação que conduza à maior transparência do mercadodo mel. A recomendação surge na sequência da divulgaçãodos resultados preliminares do estudo realizado nos 28Estados-Membros da UE, na Noruega e na Suíça, segundoo qual 20% do mel analisado não correspondia àinformação veiculada nos rótulos, apresentando não-conformidades.

A FNAP propõe atuação urgente por parte das autoridadessanitárias nacionais e de forma concertada na UE:

- Melhoria do sistema de rastreabilidade, desde acolmeia à prateleira, com informação obrigatória noslotes de produção sobre: o nome e número doapicultor (UPP), o número do lote (identificando otipo de mel), o ano de produção e o país de origem.

- Os retalhistas as unidades de embalamento e dedistribuição devem constituir-se obrigatoriamentecomo estabelecimentos.

- Devem ser efetuadas ações de sensibilização aosprodutores/apicultores para as boas práticas no maneioapícola, a fim de evitar contaminações do melnomeadamente na alimentação das colmeias.

- Planos de amostragem obrigatória devem incidirsobre a qualidade e origem.

- Implementar e sistematizar a deteção de fraudes nospostos fronteiriços.

- Adotar métodos analíticos padrão na UE e desenvolvernovas técnicas analíticas que sejam mais eficazes e fiáveis.

- Criação de um centro de investigação e controloeuropeu para a autenticação do mel.

Teatro Aberto apresenta peça inspiradano Mel

A FNAP estabeleceu uma parceria com o Teatro Aberto,que estreará no dia 9 de setembro a peça �Constelações�,de Nick Payne, na qual o personagem principal é umapicultor. Para a estreia, a FNAP irá promover uma mostrae degustação de mel e produtos apícolas. Num dosdiálogos da peça, a personagem Rodrigo (um apicultor)afirma que leu «num artigo que o Einstein em 1949 avisouque no dia em que as abelhas desaparecessem da face daterra o ser humano só teria mais quatro anos de vida. Senão houver mais abelhas não há mais polinização, não hámais plantas, não há mais animais, não há mais sereshumanos». Num dos primeiros encontros com Rodrigo,Mariana (uma cientista) afirma com graça: «Uma colher.Um frasco de mel. Estou com Deus e os anjos».

www.fnap.pt #13

Outro dos pontos de partida para a escrita deste texto foia descoberta ocasional, por parte do autor, de umdocumentário sobre o universo, em que eram expostasteorias da Física moderna, como a relatividade geral, amecânica quântica, a teoria das cordas e a teoria dosmultiversos. Na peça um homem e uma mulherconhecem-se, apaixonam-se, vivem juntos, separam-se,reencontram-se, reconciliam-se, ou talvez não. Talveztudo seja, possa ter sido ou venha a ser diferente, conformeas circunstâncias com que se deparam e as escolhas quefazem ou deixam de fazer. Em reposição a partir de 9 desetembro, na Sala Vermelha, 4ª a Sábado, às 21h30,Domingo às 16h.

Saiba mais.

RERAE (Regime Especial de Regularizaçãodas Atividades Económicas)Prorrogação do Prazo

A Lei n.º 21/2016, de 19 de julho, relativa à salvaguardada regularização das explorações pecuárias e outras, alterao prazo estabelecido no Decreto -Lei n.º 165/2014, de 5de novembro.

O Decreto-Lei n.º 165/2014 estabelece com carácterextraordinário o regime de regularização de estabe-lecimentos e explorações que não dispõem de título deexploração ou de exercício válido face às condições atuaisda atividade, designadamente por motivo de descon-formidade com os planos de ordenamento do territóriovigentes ou com servidões administrativas e restrições deutilidade pública.

Com a publicação da Lei n.º 21/2016, o prazo de regula-rização foi prorrogado por mais um ano até 24 de julhode 2017.

Além de alterar o prazo, a lei altera o âmbito do Decreto-Lei 165/2014, alargando as explorações que a ela podemrecorrer para regularizar a atividade e estende o regimea outras atividades.

Realçamos que o artigo 3.º, prevê a extensão deste regimeaos "...estabelecimentos e explorações que se destinemao apoio da atividade agropecuária, da agricultura,

horticultura, fruticultura, silvicultura e apicultura, designa-damente armazéns, anexos e centrais de frio..."; estasituação poderá ter muito interesse para este tipo deinstalações, que não se encontram legalizadas, e que atéaqui não tinham acesso a este regime especial deregularização que, como é do conhecimento geral, permiteem muitas situações, ultrapassar problemas dedesconformidade territorial (por exemplo, com os PDM,distâncias, RAN/REN).

www.fnap.pt #14

Seminário: A Apicultura na Atualidade3 de setembro de 2016Feira da Luz � Montemor-o-Novo

Organização: FNAP, Montemormel e CâmaraMunicipal de Montemor-o-Novo

APIBIO 2016 - 4º Simpósio Mundialde Apicultura BiológicaSantiago del Estero, Argentina6 a 10 de Setembro

Organizado pela Cooperativa de TrabalhoCoopsol e a Federação Internacionalde Associações Apícolas (APIMONDIA),este evento tem como objetivo realçar aapicultura em Modo de Produção Biológico comouma importante estratégia de desenvolvimentosustentável a nível mundial.

EURBEE - VII Congresso Europeu de Apidologia7 a 9 de Setembro de 2016Universidade de Ciências Agrícolase de Medicina VeterináriaCluj-Napoca, Roménia

O VII Congresso Europeu de Apidologia é umevento científico organizado pela AssociaçãoEuropeia para a Investigação Apícola EURBEE.

MEL EM LISBOA � Feira do Mel e II JornadasApícolas17 de setembro de 2016Centro de Interpretação do Parque Florestalde MonsantoLisboa

Evento organizado pela SAP � Sociedade dosApicultores de Portugal. Paralelamente decorreo IV Concurso de Mel da SAP, o II Concurso deDoçaria de Mel da SAP, bem como o I Concursode Gastronomia da SAP com plantas aromáticasdo Parque Florestal de Monsanto.

XVII Fórum Nacional de Apicultura14 a 16 de outubro 2016XV Feira Nacional do MelTerceira, Açores

Maior evento nacional do sector apícola.Organização: FNAP e Associação Agrícolada Ilha Terceira.

9º Encontro Regional de Apicultura22 de novembroAuditório da Direção Regional de Agriculturae Pescas do AlgarvePatacão, FaroOrganização: MELGARBE

International Honey Commission 2016 Meeting5 a 9 de Abril de 2017 � Nova dataBelek, AntalyaTurquia

2017

VI Seminário de Apiculturana Região do Litoral Centro1 de Maio de 2017Auditório Casino do LusoLusoOrganização: Associação dos Apicultoresdo Litoral Centro

Agenda

Contactos

E.N. 2 - Centro de Camionagem - loja 45450-011 Vila Pouca de AguiarTelf: 259 417 634E-mail: [email protected]

Equipa

Presidente: Duarte Marques

Serviços Prestados

Apoio ao ApicultorComercialização de produção apícolasFormação Apícola BásicaTratamentos e Equipamentos

Concelhos abrangidos

Como se caracterizam os produtos e o setor apícola daregião?

O nosso território é reconhecido pela qualidade do mele do pólen, tendo ocorrido na última década umacrescente profissionalização dos apicultores, maiordinâmica empresarial ligada ao setor e investimentosrelevantes na produção, extração, certificação e emba-lamento do mel. Verifica-se a valorização do mel atravésda incorporação de frutos secos e da produção deprodutos derivados (ex: creme de mel para barrar; produtosde cosmética à base de mel).

Existem cerca de 5.000 colónias nos concelhos de VilaPouca de Aguiar e Ribeira de Pena, estimando-se o valorda produção em 100.000�/ano.

Principais desafios da apicultura na região?

O principal desafio é a melhoria da produtividade dascolónias. Esta exige um investimento na formação dosapicultores, que permitirá maior incorporação detecnologia e fatores de produção nas explorações, nomea-damente com vista à melhoria da sanidade das colmeias.A transferência de conhecimento técnico para os api-cultores é essencial. Também é importante um investi-mento na seleção genética das abelhas. O outro grandedesafio consiste na organização da produção, através daconstituição de Organizações de Produtores. O aumentodo poder negocial dos apicultores, a partilha de conhe-cimento e dos custos de produção/comercializaçãoconduzirá à maior competitividade das explorações.

Como aumentar o valor da fileira apícola nacional?

Continuar a apostar na venda do mel no mercado interno,maximizando as sua utilização na gastronomia nacional,associada ao turismo. Além de garantir o escoamento degrande parte da produção, as vendas em Portugal contri-buem para a fixação do valor acrescentado gerado pelafileira do mel nas regiões produtoras. Ações de informaçãoe promoção do mel são essenciais para aumentar oconsumo do mel e seu derivados. Complementar as vendasatravés da exportação para mercados com elevado nívelde remuneração. Apostar na qualidade, promovendo aorigem silvestre dos nossos méis.

espaço associados

#15

Propriedade

FNAP - Federação Nacional dos Apicultores de Portugal

Rua Mestre Lima de Freitas, nº 1

1549-012 LISBOA

Tel: 217 100 084

Coordenação Editorial

Nélia Silva | [email protected]

Design Gráfico

MI design | [email protected]

Contactos

Sede das Associações Rua do Adro, nº 14 � 166120-742 MaçãoTelf: 241 247 049 | Email: [email protected]

Equipa Tecnica: Luísa Chambel Pombo Alves e PedroJoão Dias Marques

Presidente: Fernando Monteiro

Serviços

Rastreio de doenças nos apiáriosFormação em sanidade apícola e maneio produtivo das colóniasExtração e embalamento de mel (central meleira)Aquisição do mel aos associadosVenda de mel embalado

Concelhos abrangidos

Como se caracterizam os produtos e o setor apícola da região?

Os nossos produtos estão sujeitos a um clima mediterrâneoatenuado em altitude. É neste território quase virgem,montanhoso, por vezes agreste, selvagem e natural, queas abelhas colhem os mais variados néctares de excelênciacom que fabricam um mel delicioso, mais escuro, ou maisclaro, em função das espécies florais que o produzem,que juntamente com a enorme dedicação do apicultor eque com o ainda muito trabalho artesanal, permite obteros produtos finais com uma extrema qualidade.

A Melbandos, fundada em 2013, integra 80 associadoscom mais de 10.000 colónias. Tendo em conta aespecificidade dos 3 tipos de mel dominantes na região� Rosmaninho, Urze e Multiflora �, encontra-se em fasede ultimação o Caderno de Especificações, visando ademarcação da Região através de uma Denominação deOrigem Protegida (DOP). Intenta-se apostar na exploraçãode produtos derivados com elevado potencial de valo-rização, como a cera, pólen, própolis e geleia real.

Principais desafios da apicultura na região?

Falta de apicultores jovens e profissionais. Na nossa regiãopredomina apicultura familiar e de lazer, com pequenosapicultores, envelhecidos e com diminuta formaçãotécnica. Verifica-se desânimo por parte dos apicultores,agravado pelos últimos maus anos apícolas e pelo cadavez mais frequente roubo de colmeias.

Faltam incentivos aliciantes à atividade e a legislação édesadequada aos pequenos apicultores, com excesso deexigências e burocracias. As Federações e Organizaçõessectoriais não são devidamente ouvidas pelos Serviços Oficiais,que teimam em emanar diretrizes e arquitetar programasdesfasados das reais necessidades da fileira apícola.

Perspetivas para a fileira apícola nacional nos próximos anos?

Tempos difíceis. Os apoios ao setor são cada vez menorese a burocracia origina um enorme desânimo nos api-cultores. A tudo isto soma-se os irrisórios preços praticadosna compra e venda de mel, originados pela importaçãode mel de baixa qualidade oriundo de países terceiros. Anão ser que floresça uma nova geração de apicultoresjovens, bem preparados e profissionais, a atividade apícolairá definhar.

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