plano ambiental do município de cristal com alterações

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PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL CRISTAL, JUNHO DE 2008

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Page 1: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

PLANO AMBIENTAL

MUNICIPAL

CRISTAL, JUNHO DE 2008

Page 2: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

2

I - INTRODUÇÃO

1.1 HISTÓRICO

A origem do município de Cristal se relaciona com a Estância de Cristal,

propriedade da família do herói farroupilha, General Bento Gonçalves da Silva.

Localizando-se às margens do rio Camaquã, o remanescente de 250 ha forma hoje o

Parque Bento Gonçalves da Silva onde, ao lado das ruínas, foi construída uma réplica

da casa do general Bento Gonçalves que abriga um museu temático.

Como município, a história de Cristal é recente. O primeiro núcleo de moradores

surgiu em 1961, fruto de empreendimento particular e com a denominação de Vila

Cristal, localizada no 7° distrito de Camaquã. Sua localização próximo a ponte sobre o

rio Camaquã e já nos limites com os municípios de São Lourenço do Sul e Canguçu,

foram importantes para a emancipação, haja visto a distância que os moradores

enfrentavam no deslocamento para as sedes dos seus respectivos municípios. O rio

Camaquã sempre se caracterizou como marco. No início, como dificuldade, pela

travessia através de balsa no Passo do Mendonça e posterior, graças à construção da

ponte na década de 50, como local de integração entre a região sul e o restante do estado

pela planície costeira através da BR 116. A importância da ponte para o município foi

traduzida na inclusão no Brasão do município de Cristal.

O município de Cristal surgiu a partir de um plebiscito realizado em 20 de

dezembro de 1987. Conforme Ata de Proclamação do Resultado, dos 2.172 eleitores

que compareceram, houve 1.924 votos favoráveis à emancipação. A criação do

município de Cristal ocorreu em 29 de abril de 1.988 conforme Lei n° 8.583 formado

por áreas oriundas dos municípios de Camaquã, São Lourenço do Sul e Canguçu,

formando o 2°, 3° e 4° Distrito, respectivamente. O 1° Distrito é a sede.

A sede do município está localizada à beira da BR 116, o que garante facilidade

de acesso, pois dista aproximadamente 150 km de Porto Alegre e 100 km de Pelotas.

Com área total de 655 Km², o município de Cristal faz divisa ao norte, com o município

de Camaquã e Amaral Ferrador; ao sul com São Lourenço do Sul; ao leste com São

Lourenço do Sul e Camaquã; ao oeste, com São Lourenço do Sul e Canguçu.

São importantes para a divulgação de Cristal o Paradouro Grill, tido como

parada obrigatória por algumas décadas nos deslocamentos entre a região Sul e Porto

Alegre; o Parque Bento Gonçalves da Silva aberto à visitação pública de terças feiras a

domingo; o balneário, nossa conhecida praia de Cristal, com seus jogos de futebol de

Page 3: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

3

areia integrando diversos municípios nos finais de semana de dezembro a março; as

Festas do Milho e da Cana, promovidas pela Associação de Produtores do Butiá e

Associação de Produtores Rurais de São Geraldo, respectivamente; o rodeio promovido

anualmente pelo CTG Bento Gonçalves da Silva, com participações de piquetes e CTG

(s) de diversos municípios.

Na região colonial predominam descendentes de imigrantes alemães pomeranos

oriundos, principalmente, de São Lourenço do Sul. Além do dialeto que ainda

predomina na conversação, são mantidos alguns hábitos e costumes, como estender

feriado de Natal e Páscoa (2 até 3 dias). Da culinária característica resta pouca,

podendo-se citar o peito de ganso defumado, batatinha inglesa cozida com casca,

bolinho de batata ralada. Embora haja predomínio de descendentes alemães na região

colonial, hoje existem empreendimentos destes descendentes em todo o município, onde

ao lado de descendentes de portugueses, poloneses e africanos, trabalham irmanados em

busca de seu bem estar e do desenvolvimento do município.

1.2 LOCALIZAÇÃO

Situado na mesorregião Sudeste Rio-Grandense, está dividido em 2 relevos

distintos: uma planície de cotas baixas que se estende em direção à lagoa dos Patos a

partir do arroio Sapato e do rio Camaquã e outra que constitui o início da Encosta do

Sudeste formada por encostas e morros, sendo estes mais acentuados na divisão das

águas entre o Sapato e o Camaquã onde se encontra o ponto mais elevado do município

com 235m de altitude. A sede do município está localizado na margem do rio Camaquã,

situando-se o prédio da Prefeitura Municipal nas coordenadas 31°00’27” S e 52°02’47”

O. O ponto mais elevado da cidade possui 79m.

Sua população é de 7.026 habitantes (IBGE, 2007) estimando-se ser

ligeiramente superior no meio urbano que no rural. Conforme dados oriundos do IBGE

referentes ao censo 2.000, a distribuição por faixa etária é:

- residentes até 6 anos: 13,36%

- residentes entre 7 a 17 anos: 19,87%

- residentes entre 18 e 24 anos: 10,73%

- residentes entre 25 a 64 anos: 47,72%

- residentes entre 65 e 74 anos: 5,37%

- residentes com 75 anos ou mais: 2,95%

Page 4: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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A economia apresenta forte dependência da produção primária, oriunda das

atividades relacionadas com culturas anuais (arroz irrigado, soja, fumo, milho, batata

inglesa), pecuária (bovinocultura leiteira, de corte, ovinos) e florestal (acácia e

eucalipto). Outros setores, como olarias, comércio e prestação de serviços se localizam

próximos, ou na sede. Contudo, sua contribuição na receita da Prefeitura é inferior ao do

setor primário.

1.3 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

A Estrutura Administrativa Executiva Municipal é composto pelo:

- Gabinete do Prefeito;

- Assessoria Jurídica;

- Secretaria de Administração e Recursos Humanos;

- Secretaria da Fazenda;

- Secretaria da Educação, Cultura, Turismo e Desporto;

- Secretaria da Saúde e Assistência Social;

- Secretaria de Obras e Trânsito;

- Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente.

A Câmara de Vereadores é formada por 9 vereadores, Assessoria Jurídica,

Assessoria Parlamentar de Bancada e Secretaria Executiva. A presidência é escolhida

anualmente, mediante acordo entre os edis.

1.4 OBJETIVOS DO PLANO

Com visão direcionada à melhoria da qualidade de vida, à necessidade de

integração e comprometimento com as ações, tendo como rumo o uso sustentável do

meio ambiente, são objetivos deste Plano Ambiental:

- normatizar atividades ou empreendimentos que causem ou possam vir

a causar degradação ambiental, considerados como impacto local;

- definir áreas de ação governamental e orientar na aplicação de

recursos;

- promover a preservação do meio ambiente e a recuperação das áreas

degradadas, zelando pelo manejo sustentável dos recursos naturais;

- subsidiar ações e programas municipais.

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1.5 EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO

Para a elaboração deste Plano Ambiental foram consultados todas as Secretarias

Municipais e Secretaria Executiva da Câmara Municipal de Vereadores. Houve consulta

aos participantes do COMUMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente, e aprovação

em assembléia. Participaram na elaboração deste Plano:

- Bruno Alfredo Miritz – Engenheiro Agrônomo, Mestre – Gabinete do Prefeito;

- Mônica Crespo Correa – Engenheira Civil – Secretaria Municipal de Obras e

Trânsito;

- Rudineli Ribeiro Carvalho – Engenheiro Agrônomo, Mestre – Secretaria

Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente;

- Maria Dalva Adamoli Thurow – Inspetora de Saúde – Secretaria Municipal de

Saúde e Assistência Social;

- Bienter Luis Hammes Kohls – Inspetor de Saúde – Secretaria Municipal de

Saúde e Assistência Social.

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II – ESTRUTURA POLÍTICO-ADMININSTRATIVA DO SETOR

DO MEIO AMBIENTE

Na estrutura administrativa, o setor Meio Ambiente está ligado diretamente a

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente. Esta Secretaria

apresenta o seguinte organograma:

Como o Setor do Meio Ambiente está inserido junto ao Setor do

Desenvolvimento Rural, parte da estrutura existente e utilizada inicialmente para o

Desenvolvimento Rural será de uso comum. Citam-se móveis, equipamentos e veículo,

pois os setores estão localizados nas mesmas instalações.

Há integração com a Secretaria Municipal de Obras e Trânsito, com a Secretaria

Municipal de Educação, Cultura, Turismo e Desporto e com a estrutura da própria

Secretaria voltada ao Desenvolvimento Rural, atuando principalmente na coleta seletiva

POLÍTICA AGRÍCOLA

INSEMINAÇÃO PISCICULTURA

LICENCIAMENTO FISCALIZAÇÃO PRESTAÇÃO DE

SERVIÇOS

MÁQUINAS

SECRETÁRIO

COMAGRO COMUMA

DESENVOLVIMENTO RURAL

MEIO AMBIENTE

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de lixo no meio rural. Há também integração com a Secretaria Municipal de Saúde e

Assistência Social através da análise de água utilizada para consumo familiar.

A equipe para o trabalho no setor do Meio Ambiente será formada por:

a)Recepcionista e atendimento ao público: a ser feito pela atendente da Secretaria

Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, pois os 2 setores irão

compartilhar as mesmas instalações;

b)Licenciador: profissional de nível superior, com registro no respectivo Conselho

Regional para emissão de ART, podendo ser funcionário público municipal existente ou

contratado especialmente para esta finalidade. Este profissional terá o apoio de equipe

técnica oriunda de diversas áreas, necessárias em função de competências profissionais

relacionadas às diversas áreas da licença em questão;

c)Fiscal: profissional de nível médio a ser nomeado através de concurso público.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMUMA, de caráter deliberativo,

é composto por 14 membros, sendo 6 membros governamentais e 8 membros da

sociedade civil.

2.1 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL EXISTENTE

- lei n° 148/1991 – Dispõe sobre Código de Posturas.

- lei n° 531/1998 – Estabelece o Código de Obras;

- lei n° 558/1998 – Altera lei 531/1998 referente ao Código de Obras;

- lei n° 777/2002 – Dá nova redação a lei 148/1991 do Código de Posturas;

- lei n° 814/2003 – Altera lei 148/1991 do Código de Posturas;

- lei n° 917 / 2005 - Dispõe sobre o licenciamento ambiental no Município de

Cristal e dá outras providências;

- lei nº 894 / 2005 - Cria o Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMUMA

e dá outras providências;

- lei nº 895 / 2005 - Cria o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente -

FUNDEMA e dá outras providências;

- lei n° 915/2005 - Estabelece o CÓDIGO TRIBUTÁRIO MUNICIPAL,

consolida a legislação tributária e dá outras providências.

- lei nº 974 / 2006 - Cria o Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMUMA

- lei nº 980/2006 - Altera a Lei Municipal nº 974/2006 – Que cria o Conselho

Municipal do Meio Ambiente - COMUMA.

Page 8: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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- lei n° 1018/2007 – Altera a redação do artigo 1° da Lei Municipal n° 974/2006

– Que cria o Conselho Municipal do Meio Ambiente – COMUMA.

- lei n° 1025/2007 – Dá nova redação ao inciso VI, do artigo 2° da lei n°

895/2005, que cria o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente - FUNDEMA.

- Decreto n° 1703/2006 - Aprova o Regimento Interno do Conselho Municipal

do Meio Ambiente – COMUMA.

- lei nº 1065/2008 – Altera os incisos e artigos da Lei Municipal nº 895/2005,

que cria o FUNDEMA.

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III – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O município de Cristal, estando localizado na transição da planície costeira para

a Encosta do Sudeste, apresenta distintas características: áreas de várzeas, encostas

suaves e morros. Conforme dados oriundos do documento “Leitura de Paisagem”

elaborado pelo Escritório Municipal da EMATER em 2001, o município é formado por

6 microrregiões distintas: Terras Baixas, Reflorestamento, Colonial Diversificada, Sede

e Arredores, Encosta da Serra e Banhado Grande/Passo do Sapato. Para diferenciação

foram utilizados os critérios aspectos ambientais, econômicos e sociais.

Figura 1: Localização das 6 Microrregiões Homogêneas do município de Cristal

FONTE: Leitura de Paisagem (2001)

Escala de origem – 1:100.000

Nas Microrregiões 1 – Terras Baixas e 2 – Reflorestamento, além da topografia

semelhante formada por zonas planas, várzeas e coxilhas, também há em comum a

baixa densidade populacional. O principal diferencial é o uso do solo. Na Microrregião

1 predomina pecuária de corte, ovinos e eqüinos junto com áreas de arroz irrigado, soja

milho e feijão, rico em recursos hídricos. Na Microrregião 2 predomina a plantação de

acácia, havendo pequenas lavouras de milho e fumo, com menos recursos hídricos.

Atualmente está sendo utilizado também para reflorestamento área da Microrregião 1

após o arroio Sapato.

N

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As Microrregiões 3 e 5 apresentam em comum as pequenas propriedades e as

principais culturas, sendo diferencial principalmente o solo, afloramentos de rocha e a

declividade. A Encosta da Serra apresenta declividade maior com predomínio de

Neossolos, com comprimento de rampas sempre maior que a largura, formando

drenagem superficial abundante através de pequenas sangas.

Na Microrregião 5 o início do cultivo de fumo é anterior ao da Microrregião 3,

fato responsável pela presença de pequenos florestamento com espécies exóticas (acácia

e/ou eucalipto) para fins energéticos na quase totalidade das pequenas propriedades,

sendo constante a reposição das áreas desmatadas pela necessidade de lenha para

secagem do fumo.

3.1 CLIMA

O clima do município, classificado como Cfa, caracterizado por verão e inverno

amenos, podendo atingir temperatura máxima em torno de 38,8°C e a mínima pode

baixar a 0,8°C. Conforme registros colhidos junto ao Escritório Municipal da EMATER

de Cristal, a média das precipitações na sede do município, nos últimos 11 anos

totalizam 1.789 mm distribuídos em 87 dias. Neste período a oscilação de chuvas tem

como mínima anual 1.360mm e como máxima, 2.497 mm. Normalmente bem

distribuídas há, porém, períodos de estiagem que prejudicam atividades agropecuárias.

A predominância dos ventos é leste, mas com possibilidade de predomínio de vento

nordeste nos meses de inverno. É comum a ocorrência de geada nos meses de junho,

julho e agosto.

3.2 RELEVO

Pela sua localização na transição Planície Costeira/Encosta do Sudeste, o

município apresenta relevos distintos: várzea que se estende a partir da Lagoa dos Patos

e acompanha o curso do Rio Camaquã e dos Arroios Sapato e Evaristo, oriundos de

sedimentos quaternários; coxilhas com relevo ondulado e a serra, com relevo fortemente

ondulado. Estas, originárias de rochas graníticas. O ponto mais alto do município está

situado na localidade de São Geraldo, com altitude de 235 m.

Na Figura 2 é apresentada a base geológica dos solos de Cristal, ficando caracterizada

diferença existente entre as origens e os respectivos solos. É também destacada a ação

dos principais cursos d’água.

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Figura 2: Base Geológica dos solos do município de Cristal

FONTE: Documentos referentes à emancipação do município de Cristal.

Escala de origem – 1:200.000

3.3 SOLOS

Em função da rocha originária, dos intemperismos e com destaque para o fator

declividade, houve a formação de diferentes classes de solo no município de Cristal. A

maior parte dos solos do município tem origem a partir do granito, resultando em solos

com elevados teores de areia grossa. Observa-se a toposeqüência dos solos Neossolo

Litólico e Cambissolo na serra, Argissolo Vermelho Amarelo nas coxilhas, Neossolo

Flúvico nas áreas costeiras dos rios e Planossolo Hidromórfico na várzea.

QUATERNÁRIO: aluviões recentes. Depósitos de areias, cascalhos, turfa e argilas para cerâmica vermelha.

TERCIÁRIO-QUATERNÁRIO: seqüência mista. Depósitos arenosos e argilosos de terraços lagunares.

TERCIÁRIO-QUATERNÁRIO: leques aluviais. Depósitos areno-conglomeráticos de encosta.

PRÉ-CAMBIANO: rochas graníticas e gnáissicas. Pedras para construção.

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Figura 3: Diferentes classes de solos da região. Em destaque a localização aproximada

do município de Cristal.

Fonte: Solos do Rio Grande do Sul (Streck et al, 2002) Escala de origem 1: 750.000

Este mapa, em função de sua escala de origem (1:750.000) apresenta somente 4

diferentes solos, não significando inexistência de outros solos que, por ocorrerem em

áreas menores que a mínima mapeável, não são registrados neste mapa.

A variação das classes de solo é bastante elevada, podendo ocorrer diversas

classes mesmo em pequenas propriedades familiares localizadas principalmente na

encosta e na serra. Estas variações de solo em pequenos espaços e principalmente as

diferenças em profundidades de solo, dificultam a adoção de zoneamentos por

localidades.

A ocorrência desta diversidade ficou demonstrada pelo levantamento

semidetalhado de solos realizado na MBH Hidrográfica Passo do Meio, monitorada

através do Programa RS RURAL. Conforme levantamento realizado utilizando-se a

metodologia Diagnóstico Rápido Participativo – DRP, esta MBH abrange uma área de

1083 ha e nela estavam inseridas 62 unidades de produção, havendo 51 núcleos

familiares, todos agricultores familiares.

Legenda: PVAd – Argissolo Vermelho Amarelo distrófico típico. SGe3 – Planossolo Hidromórfico eutrófico solódico. RU – Neossolo Flúvico RLd4 – Neossolo Litólico distrófico típico.

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Localizada no 4º distrito, abrange parcialmente as comunidades de Butiá, São

Geraldo e Alto Alegre. A parte superior é o divisor de água entre o rio Camaquã e o

arroio Sapato, com drenagem para este último. Apresenta relevos distintos: relevo

suave, passando a ondulado e fortemente ondulado. A maioria das áreas está terraceada

mas predomina o manejo convencional do solo.

Figura 4: Levantamento de solos da Microbacia Hidrografia Passo do Meio

Legenda de identificação das Unidades de Mapeamento (UM) da Microbacia Passo do Meio: simbologia usada no mapa de solos

UM Símbolo Composição da Unidade de Mapeamento RRd1 RRd+CXbd Neossolo Regolítico distrófico típico + Cambissolo Háplico distrófico

argilúvico, 0 a 10 % de declive RRd2 RRd+CXbd Neossolo Regolítico distrófico típico + Cambissolo Háplico distrófico

argilúvico, 10 a 20 % de declive RRd3 RRd+RLd Neossolo Regolítico distrófico típico + Neossolo Litólico distrófico

típico > 20 % de declive RLd4 RLd+RRd+

AR Neossolo Litólico distrófico típico + Neossolo Regolítico distrófico típico 0 a 10 % de declive

RLd5 RLd+RRd+AR

Neossolo Litólico distrófico típico + Neossolo Regolítico distrófico típico 10 a 20 % de declive

RLd6 RLd+RRd+AR

Neossolo Litólico distrófico típico + Neossolo Regolítico distrófico típico > 20 % de declive

PVd1 PVd1 Argissolo Vermelho distrófico típico PVd2 PVd2 Argissolo Vermelho distrófico abruptico GXbd GXbd Gleissolo Háplico Tb distrófico típico FONTE: Escritório Municipal da EMATER/Cristal

3840

00

3860

00

6576000

6578000

NorteGrade

UTM 22 S - Córrego Alegre

2000.00

LEGENDARRd + CXbd 0 a 10 % declividadeRRd +CXbd 10 a 20 % declividadeRRd + RLd > 20 % declividadeRLd + RRd + AR 0 a 10 % declividadeRLd + RRd + AR 10 a 20 % declividadeRLd + RRd + AR > 20 % declividadePVd1PVd2GXbd

Município de CRISTAL MAPA DE SOLOS - MBH PASSO DO MEIO

Page 14: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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Estas classes de solo podem também ocorrer sob forma de associações entre os

Neossolos, Neossolos com Cambissolo e Neossolos com Argissolos, O levantamento

semidetalhado realizado na Microbacia Hidrográfica Passo do Meio revelou a presença

dos seguintes solos:

- Neossolo Litólico distrófico típico;

- Neossolo Regolítico distrófico típico;

- Cambissolo Háplico Tb distrófico argissólico;

- Argissolo Vermelho distrófico típico;

- Argissolo Vermelho distrófico abruptico;

- Gleissolo Háplico Tb distrófico típico.

Como estes solos ocorrem em diferentes relevos, é necessário considerar

também a declividade da área e o manejo a ser utilizado para obter a sua aptidão

agrícola.

Tabela 1 – Aptidão agrícola dos solos em Cristal

Solo ou associação de solos Declividade Aptidão agrícola Neossolo Regolítico distrófico típico + Cambissolo Háplico distrófico argilúvico,

0 a 10 % Culturas anuais com cobertura de solo, rotação de culturas e plantio direto

Neossolo Regolítico distrófico típico + Cambissolo Háplico distrófico argilúvico,

10 a 20 % Culturas anuais em rotação com pastagem ou com culturas permanentes

Neossolo Litólico distrófico típico + Neossolo Regolítico distrófico típico

0 a 10 % Culturas anuais em rotação com pastagem ou com culturas permanentes

Neossolo Regolítico distrófico típico + Neossolo Litólico distrófico típico

10 a 20% Fruticultura com cobertura de solo e pastagem

Neossolo Regolítico distrófico típico + Neossolo Litólico distrófico típico

> 20 % Reflorestamento para fins de exploração com madeira ou lenha.

Neossolo Litólico distrófico típico + Neossolo Regolítico distrófico típico

> 20% Reflorestamento para fins de exploração com madeira ou lenha

Argissolo Vermelho distrófico típico - Culturas anuais em preparo reduzido e cobertura de solo no inverno, visando manutenção de resíduos culturais

Argissolo Vermelho distrófico abruptico

- Culturas anuais em preparo reduzido e cobertura de solo no inverno, visando manutenção de resíduos culturais

Gleissolo Háplico Tb distrófico típico - Pastagem Neossolo Flúvico - Culturas anuais FONTE: Escritório Municipal da EMATER/Cristal

Page 15: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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Em função da origem granítica dos solos da região com maior declive, estes

também apresentam suscetibilidade maior à erosão hídrica. Há uma correlação entre a

classe de solo e a resistência a impactos ambientais, embora outros fatores também

influenciem.

De acordo com mapa de classificação dos solos do Estado do Rio Grande do Sul

quanto à resistência a impactos ambientais, as áreas do município de Cristal são das

classes de resistência média, baixa e muito baixa.

A pouca resistência a impactos ambientais não se limita às áreas com maiores

declives, pois segundo FEPAM(2001) a resistência à impactos ambientais é muito baixa

tanto na área de várzea (Microrregião 1 – Terras Baixas) como também na área da serra

(Microrregião 5 – Encosta da Serra).

Figura 5: Classificação dos solos do Rio Grande do Sul quanto a resistência a Impactos Ambientais, com a localização aproximada do município Cristal. FONTE: FEPAM. (2001).

Page 16: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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3.4 HIDROGRAFIA

O município de Cristal é atravessado de oeste a leste pelo Rio Camaquã, estando

a parte superior do curso ainda na serra para depois seguir pela planície costeira. Por

seu curso já encontrar-se na parte inferior, é acompanhado por matas de galerias,

paludosas e também pantanais. É o maior curso d’água da região do Sudeste,

provocando suas cheias prejuízos não só na agropecuária, mas também em estradas e

transtornos aos habitantes de áreas mais baixas.

Os arroios Sapato e Evaristo, embora não formados no município, recebem

pequenos afluentes locais (Passo da Cancela, Ceriaco, Passo do Meio, Paraíso) ao

atravessar o município e desaguar no rio Camaquã. Outros cursos d’água fazem divisa

entre municípios, como o arroios Sutil, Divisa e Santa Isabel.

Figura 6: Principais cursos d’água no município de Cristal

FONTE: Secretaria Municipal de Obras e Transporte

Escala original – 1:100.000

Cursos d’água são encontrados em todas as Microrregiões. Na Microrregiões 3

e principalmente na Microrregião 5 ocorre uma ampla rede de drenagem superficial

formada por sangas, muitas somente drenando a água das chuvas.

Page 17: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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A Microrregião Homogênea 1 – Terras Baixas, com predomínio da topografia

plana e de várzeas acompanhando os cursos dágua do rio Camaquã, do Arroio Sapato e

do Evaristo, é a mais rica em recursos hídricos. Além dos recursos naturais já citados,

ocorrem também lagoões naturais. Por ser utilizada para o cultivo de arroz irrigado,

dispõe também de estrutura para armazenamento – açudes e de rede de distribuição da

água para irrigação.

Pela inexistência de parque industrial, os principais agentes que podem afetar a

qualidade da água de nossos cursos d’água são oriundos de atividades agrícolas através

da erosão e da lixiviação, como fertilizantes e outros insumos agrícolas. As atividades

desenvolvidas em pecuária são de forma extensiva e a produção de leite como atividade

econômica está em reinício mas também de forma extensiva, isto é, produção de leite a

pasto. Tanto suinocultura como avicultura é desenvolvida para subsistência familiar. Na

unidade familiar de produção, o destino do esterco é a horta e o pomar.

Pela sua localização na bacia Hidrográfica do Rio Camaquã, Cristal fez parte da

fundação do Consórcio Intermunicipal de Defesa do rio Camaquã – CIDERCA,

precursor e coordenador da formação do Comitê de Gerenciamento da Bacia

Hidrográfica do rio Camaquã. Na composição do primeiro Comitê de Gerenciamento –

biênio 200/2002, a Prefeitura Municipal de Cristal foi titular como Usuário da Água em

Abastecimento Público, o Sindicato Rural de Cristal participou como titular em

Usuários de Água em Pecuária e o Legislativo Municipal, suplente como

Representantes da População. Na Gestão 2006/2008 continua participando na

Composição do Comitê, sendo o Sindicato Rural de Cristal titular na categoria produtor

rural.

3.5 FLORA

Na área de várzea a vegetação é mais rala, tornando-se mais espessa à medida

que se aproxima da encosta e da serra, formando a Floresta Estacional Decidual. Esta

vegetação natural se encontra descaracterizada em função da ocupação do solo,

ocorrendo sob forma de caponetes isolados, remanescentes localizados e sob forma de

matas ciliares ao longo dos cursos d’água, onde também tem sofrido a ação do homem

em diversos locais.

As principais espécies de flora são: Açoita Cavalo (Luehea divaricata), Angico

(Parapiptadenia rigida), Araçá (Psidium cattleyanum), Araticum (Annona sp.), Aroeira

Braba (Lithraea brasiliensis), Branquilho (Sebastiania commersoniana), Camboatá

Page 18: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

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(Cupania vernalis), Camboim (Myrciaria delicatula), Canela (Nectandra sp.), Canjerana

(Cabralea canjerana), Capororoca (Rapanea sp.), Chal chal (Allophylus edulis), Chá-

de-bugre (Casearia sylvestris), Corticeira (Erythrina cristagalli), Embira (Lonchocarpus

sp.), Figueiras (Ficus sp.), Gravatá bananinha do mato (Bromelia pinguin L), Guajuvira

(Patagonula americana), Ingá (Inga uruguensis), Jerivá (Syagrus romanzoffiana),

Marica (Mimosa bimucronata), Pata-de-vaca (Bauhinia forficata), Pitangueira (Eugenia

uniflora), Salso (Salix humboldtiana), Tarumã (Vitex megapotamica), Umbú

(Phytolacca dioica), Taleira (Celtis sp.), Vassoura (Baccharis sp.), Vassoura vermelha

(Dodonaea viscosa), além de Bambus e Taquaras (Bambusa sp.). Nas formações de

campo encontramos principalmente espécies dos gêneros Paspalum e Axonopus, além

de espécies leguminosas em menor número e de Carqueja (Baccharis sp.), Caraguatá

(Eryngium horridun), Maria Mole (Senecio brasiliensis), Guanxuma (Sida rhombifolia)

e Alecrim (Veronia sp.). Nas áreas mais úmidas existem Junco (Juncus microcephalus),

Santa Fé (Panicum prionitis), além de diversas espécies de aguapés, de sarandis e outras

espécies de vegetação higrófila.

Como florestas de espécies exóticas encontramos espécies de eucalipto

(Eucalyptus sp.) e acácia negra (Acacia mearnsii). Estas se encontram disseminadas em

quase todas as propriedades. Sua finalidade principal é o consumo na propriedade, tanto

para fins energéticos (secagem de produtos em estufas e secadores) como na construção

civil e em aramados. Existem áreas maiores de empresas do setor, como da Tanagro

cultivando 1.100 ha de Acácia e da Aracruz, com 412 há de Eucalipto.

3.6 FAUNA

A fauna nativa, mesmo tendo sofrida a ação predatória do homem, está presente

nos ambientes mais preservados. Os principais representantes são:

a)Aves: Alma-de-gato (Piaya cayana), Anu (Crotophaga ani), Bem-te-vi

(Pitangus sulphuratus), Carancho (Caracara plancus), Cardeal (Paroaria coronata)

Caturrita (Myiopsitta monachus), Coruja do campo (Speotyto cunicularia), Corruíra

(Troglodytes sp.), Garça Branca (Egretta thula), João-de-barro (Furnarius rufus), Quero-

quero (Vanellus chilensis), Sabiá (Turdus rufiventris), Saracura (Aramides saracura),

Tesourinha (Tyrannus savana), Tico-tico (Zonotrichia caoensis), Urubú (Coragyps

atratus), Jacu (Penélope ochrogaster), Jacutinga (Pipile jacutinga). Em maior número na

Page 19: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

19

zona urbana, Pardal (Passer domesticus). Como impacto negativo, não de forma

generalizada, cita-se o dano provocado pela caturrita em áreas de milho;

b)Mamíferos: Capivara (Hydrochaerus hydrochaeris), Furão (Galictis cuja),

Graxaim (Pseudalopex gymnocercus), Lontra (Lutra longicaudis), Mão-pelada (Procyon

cancrivorus), Raposa (Didelphis albiventris), Ratão-do-banhado (Myocastor coypus),

preá(Cavia aperea), Tatu (Dasypus sp), Lebre (Lepus europaeus), Zorrilho (Conepatus

chinga). No remanescente da mata que acompanha o rio Camaquã, enquanto ainda flui

na serra, encontramos ainda Bugio (Alouatta guariba), e Veado (Mazama gouazoubira).

c)Répteis: Jacaré (Caiman sp.), Cruzeira(Bothrops alternatus), Jararaca

(Bothrops jararaca), e como não venenosas a Cobra parilheira e a Capitão do campo.

d) Peixes e quelôneos: nos açudes e aguadas são encontrados: Jundiá (Rhamdia

quelen), Lambari (Astyanas bimaculatus.), Tambica (Oligosarcus jenynsii), Traíra

(Hoplias malabaricus), além do cará, do muçum (Synbranchus marmoratus), de

tartarugas (Cledidae) e do cascudo (Hypostomus commersoni). Nos cursos d’água

também ocorrem o pintado, joaninha, viola, biru, cará e menos freqüente a piava

(Leporinus obtusidens), Crumatã (Prochilodus sp.) e o Dourado (Salminus maxillosum).

Como atividade econômica, a piscicultura é recente no município, envolvendo,

atualmente, 50 produtores que desenvolvem a piscicultura artesanal em tanques e

açudes perfazendo uma lâmina de água com superfície de 200 ha. São criados Carpas

(Cyprinus carpio) das variedades capim, húngara e prateada, Traíra (Hoplias

malabaricus) , Jundiá (Rhamdia quelen) e Tilápias (Tilapia sp).

Dentre as espécies citadas, encontram-se relacionados na lista das espécies da

fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul: dourado(vulnerável),

jacutinga(criticamente em perigo), veado(vulnerável), lontra(vulnerável) e

bugio(vulnerável).

Page 20: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

20

IV- DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO

4.1 POPULAÇÃO

O município do Cristal tem sua superfície distribuída em 678,68 Km² de área

rural e 3,46 Km² de área urbana. A energia elétrica é fornecida pela Companhia

Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e 90% das ruas e residências possuem energia.. O

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) aumentou de 0,755 em 1991

para 0,814 em 2000.

A população de Cristal tem apresentado crescimento ao longo dos anos

conforme pode ser constatado na Tabela 2.

Tabela 2 – Evolução da população de Cristal no período 1991/2007

Ano 1991 2000 2001 2002 2004 2005 2007

População 6.075 6.632 6.700 6.749 6.918 6.981 7.026

Fonte: FAMURS e IBGE - adaptado

4.2 PRINCIPAIS ATIVIDADES

Os agricultores familiares do município de Cristal desenvolvem suas atividades

principalmente na produção leiteira e na plantação de fumo, além de manter as outras

culturas tradicionais como milho, batata e feijão entre outras, característicos da

colonização alemã e necessários para subsistência alimentar direta ou para criação de

pequenos animais. Nas médias e grandes propriedades predominam lavouras de arroz,

soja e áreas de pastagem. Na pecuária, destaca-se a de corte, em propriedades de médio

a grande porte. A pecuária leiteira está em reinício de atividade pelos agricultores locais

em propriedades geralmente de pequeno porte.

O fumo é cultivado em pequenas extensões de terras, com uso intensivo de mão-

de-obra familiar, a adoção de um moderno pacote tecnológico, com crédito e

comercialização assegurada pelas empresas fumageiras. No município de Cristal na

safra de 2005/06 foram 374 famílias envolvidas na produção de 2312 toneladas de

fumo. Estima-se que, pela necessidade de secagem, esta cultura seja responsável pela

implantação de 729 ha de florestas entre acácia negra e eucalipto, ou seja, há 0,54 ha

reflorestados para 1 ha de fumo cultivado.

Page 21: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

21

Com produção agrícola diversificada, são destaque as lavouras de arroz irrigado

(5.000 ha), milho (3.000 ha), soja (2.000 ha) e o fumo. Este último, não somente pela

área cultivada (1.350 ha) mas também pelo elevado número de famílias e pessoas

envolvidas para sua produção. Há necessidade de oferecer alternativas rendáveis para

pequena propriedade.

Tabela 3 – Áreas, rendimentos e produções obtidas das principais culturas – safra 06/07

Cultura Área(ha) Rendimento(kg/ha) Produção(t) Amendoim 8 1.250 10 Arroz irrigado 5.000 6.000 30000 Arroz sequeiro 5 1.750 8,75 Batata inglesa 140 10.000 1400 Cebola 4 8.000 32 Feijão safra 70 1.000 70 Fumo 1.350 2.000 2700 Milho 3.000 3.000 9000 Soja 2.000 1.200 2400 Alho 3 3.000 9 Batata doce 8 6.000 48 Melancia 32 7.917 253 Tomate 2 10.000 20

FONTE: COMEA/Cristal.

As atividades em fruticultura praticamente se limitam a pequenos pomares

domésticos. Como resultado do Programa de Fruticultura existem alguns pomares

comerciais de Citrus e de Pêssego.

Tabela 4 – Áreas, rendimentos e produção das principais espécies frutíferas produzidas

Frutífera Área(ha) Rendimento(kg/ha) Produção(t) Figo 3 1.333 4

Laranja 31 3.290 102

Limão 3 6.000 18

Pêssego 12 3.916 47

Tangerina 4 7.750 31

Uva 2 5.000 10

Fonte: IBGE, 2005.

Na atividade pecuária destaca-se a Bovinocultura de Corte, desenvolvida

principalmente em médias e grandes propriedades localizadas em regiões mais planas e

Page 22: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

22

de várzeas. Há rotação nestas áreas entre bovinos de corte e o uso para produção de

arroz irrigado ou soja.

Tabela 5 – Atividades em pecuária: principais espécies e número de animais

Espécie Número de animais Bovinos 40.000

Suínos 2.500

Eqüinos 1.250

Bubalinos 480

Ovinos 3.000

Fonte: IBGE, 2005.

O florestamento, especificamente com acácia negra data de época anterior à

emancipação. A produção comercial de acácia é atividade importante para o município,

seja pela geração de riqueza seja fonte geradora de emprego. Recentemente houve

investimento para florestamento com eucalipto.

Tabela 6 – Atividades em florestamento: área, espécies utilizadas e responsáveis pela

implantação.

Entidade Área (ha) Espécie utilizada TANAGRO 1.101 Acácia negra

ARACRUZ 412 Eucalipto

Pequenos agricultores 762 Eucalipto/Acácia

Fonte: TANAGRO, ARACRUZ e AFUBRA.

Na área urbana existe um total de 230 estabelecimentos comerciais. Destacando-

se a atividade comercial, existem:

- 49 mercados e armazéns de médio porte

- 14 empresas de roupas e calçados

- 15 empresas na área mecânica

- 24 bares e lancherias.

A fabricação de tijolos é também atividade importante para o município,

existindo 12 olarias que abastecem o mercado da construção civil do Cristal e de

municípios vizinhos. Outra atividade de destaque é o transporte, havendo 16 empresas

que prestam serviços entre transporte coletivo e de cargas. Na área da saúde, além do

Serviço Público, há 2 gabinetes odontológicos, 1 consultório médico, 2 farmácias e 2

laboratórios de análises clínicas.

Page 23: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

23

4.3 SAÚDE Mesmo não possuindo hospital, a área de saúde é tido como exemplar, servindo

como pólo regional de atendimento à população de outros municípios. O Índice de

Desenvolvimento Humano Longevidade (IDH - Longevidade) aumentou no período de

1991 a 2000, passando de 0,771 para 0,795.

O atendimento da população cristalense na área de saúde pública é feito através

da Policlínica 24 Horas. Com média mensal de 5238 atendimentos, oferece serviços dos

profissionais nas áreas: enfermagem, médica, assistência social, psicologia, odontologia,

nutrição, fisioterapia, ultrassonografia, eletrocardiografia, raio X e fonoaudiologia,. O

grupo funcional é composto por:

- 6 médicos;

- 3 enfermeiras;

- 8 técnicos de enfermagem;

- 5 auxiliares de enfermagem;

- 13 auxiliares administrativos.

Além do atendimento específico, é também desenvolvido a Vigilância em

Saúde. Esta atua não somente na sede do município. No meio rural, além de atividades

consideradas como de rotina, é preocupação a qualidade da água utilizada para consumo

humano, sendo desenvolvido coleta de água para análise. Resultados demonstram o alto

grau de contaminação da água por coliformes fecais.

4.4 EDUCAÇÃO

Desde a fundação do município a educação formal tem sido atividade de

relevância como demonstra a elevação do Índice de Desenvolvimento Humano

Educação (IDH - Educação), pois evolui de 0,723 em 1991 para 0,819 em 2000.

Existem os seguintes estabelecimentos:

- na sede: Escola Estadual Darcy Peixoto da Silveira: ensino fundamental

Colégio Estadual Bento Gonçalves da Silva: ensino fundamental

segundo grau(diurno/noturno)

Fundação Universidade do Tocantins: ensino superior EAD

- no meio rural: Escola Municipal Otto Becker: ensino fundamental

Escola Municipal Antônio Curi: ensino fundamental

Escola Estadual de 1° Grau Incompleto Arlindo Cardoso da Silva

Page 24: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

24

Escola Estadual de 1° Grau Incompleto Etelvino Silveira da Fonseca Filho

Com vistas a oferecer educação aprimorada e coerente com a necessidade e possibilitar

concluir o ensino fundamental no meio rural, a Escola Municipal Otto Becker - localizada no

Butiá, foi transformada em Escola Pólo. Esta Escola absorve a quase totalidade da demanda da

região. Possui ginásio coberto utilizado também pela comunidade para realização de festas e

outros eventos.

Os resultados deste trabalho se refletem na abrangência. Conforme dados

oriundos da Secretaria da Educação, Cultura, Turismo e Desporto e do IBGE, em 2006

ocorreram:

- Ensino Público Fundamental

- matrículas em Escolas Municipais: 302

- matrículas em Escolas Estaduais: 862

- total matrículas: 1.164

- Ensino Médio

- matrículas em Escola Estadual: 247

- Ensino Pré Escolar

- matrícula em Escola Pública estadual: 69

4.5 SANEAMENTO BÁSICO

O abastecimento de água potável para a zona urbana é realizado pela Companhia

Riograndense de Saneamento (CORSAN), oriunda de poços artesianos e considerada de

ótima qualidade. Recentemente, a canalização de água foi estendida para as vilas

Formosa e Cordeiro, ambas próximas à cidade, totalizando 1.695 ligações e

beneficiando aproximadamente 5.000 habitantes cristalenses. No restante do meio rural

o abastecimento é feito individualmente por propriedade, predominando o uso de água

superficial exceto poucas propriedades da área da várzea que possuem poços artesianos.

A contaminação por coliformes fecais em fontes protegidas mesmo com limpezas

periódicas, indica que a água já está contaminada no solo. O uso de poços artesianos na

região da serra não é alternativa viável, pois perfurações realizadas demonstram

dificuldade de obter água em volume suficiente e em profundidade economicamente

viável.

A previsão de fossa séptica adequadamente dimensionada como destino dos

dejetos humanos é obrigatória para aprovação dos projetos para construções.

Page 25: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

25

Ocorreram, todavia, construções de forma irregular sem este componente, sendo ligado

diretamente em rede coletora mista, ou seja, pluvial e de esgotamento doméstico.

Estima-se em 320.000 m² a área urbana com rede coletora canalizada e 540.000 m² a

área onde a canalização abrange 80% das residências, principalmente nas quadras não

centrais, em situação de terrenos sem construções onde permanece valo aberto. Cristal

não dispõe de estação de tratamento do esgoto cloacal. No meio rural, a utilização de

fossa séptica se tornou rotina graças às ações desenvolvidas através do Programa RS

Rural. Contudo, o uso de sumidouros está mais restrito às áreas das Microbacias

Hidrográficas (MBH) abrangidas pelo Programa, como a MBH Passo do Meio, MBH

da Picada, MBH do Tio Nilo, MBH Bom Será. Não existe rede para esgotamento

sanitário no meio rural.

Com relação a resíduos, o recolhimento do lixo urbano é realizado pela

Prefeitura Municipal. Não há coleta seletiva, sendo recolhido conforme posto pela

população. Poucas famílias separam os componentes do lixo doméstico. Existem

catadores que percorrem as ruas antes do caminhão, separando e recolhendo embalagens

PET, papelões e latinhas de bebidas. Na área rural, o recolhimento iniciou em uma

Microbacia Hidrográfica e hoje atinge 95% das propriedades, somente não ocorrendo

ainda na região das grandes propriedades rurais. O serviço é realizado mensalmente,

com estabelecimento de rotas e dias específicos por comunidade. Nas propriedades

rurais, o lixo é acondicionado em sacos separando plásticos/PET, papelão, latas e outra

embalagem específica para vidro. Tanto o plástico/PET, como papelão é encaminhado

para reciclagem através de um programa criado e administrado pela Biblioteca Pública

Municipal Luiz Carlos Barbosa Lessa. Todo o lixo recolhido, com exceção do já

separado (PET, latas e papelão) é levado para um aterro sanitário localizado em São

Lourenço do Sul mediante convênio entre a Prefeitura Municipal de Cristal e a

Prefeitura Municipal de São Lourenço do Sul.

Os resíduos oriundos de Serviços de Saúde não fazem parte do recolhimento

realizado pela Prefeitura Municipal. O destino dos dejetos coletados no Posto de

Atendimento 24 Horas é realizado através da AMBIENTUS Tratamento Disposição

Final e Transporte de Resíduos Sólidos LDTA, mesmo destino dos resíduos oriundos

dos laboratórios de análises.

Com relação resíduos industrias, estes são limitados aos oriundos de olarias que

fabricam tijolos de barro cozido, originados de Postos de Combustível e de oficinas

mecânicas. O resíduo oriundo das olarias é utilizado como aterro, sendo os óleos usados

Page 26: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

26

recolhidos periodicamente por firmas especializadas e liceanciadas pela FEPAM assim

como o material contaminado por óleo oriundo de lavagens de veículos, como Indústria

Petroquímica do Sul, Solução Ambiental Consultoria e Comércio de Resíduos

Industriais e Serviço Ltda, MB Engenharia e Meio Ambiente. Os destinos deste material

são: UTRESA para lodo e resíduos têxteis e PRO Ambiente para filtros contaminados

com óleo. Cópias das Licenças de Operação(LO) se encontram nos anexos.

O recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos é prática rotineira nas

regiões onde existe o cultivo de fumo, coordenado pelas empresas fumageiras e

AFUBRA. Nestas propriedades o recolhimento é incentivado pela respectiva assistência

e ocorre anualmente, sendo distribuídas embalagens específicas e divulgados

roteiros/locais para o produtor tenha facilidade para fazer a entrega. A tríplice lavagem

das embalagens é uma exigência para a entrega, sendo entregue ao produtor um

comprovante de que realmente houve o recolhimento. É facultada a entrega de

embalagens vazias de produtos utilizados para outras culturas, porém não contempla

propriedades não produtoras de fumo.

O recolhimento destas embalagens nas demais propriedades é esporádico e

abrange principalmente propriedades maiores. Como conseqüência do não recolhimento

rotineiro e com abrangência das diversas áreas produtoras, existem embalagens vazias

armazenadas em galpões nas propriedades mas ainda é comum encontrar embalagens

vazias próximo ao locais utilizados para abastecimento de água nas pulverizações ou

entre pedras em locais isolados na propriedade.

O recolhimento de resíduos de construção civil no meio urbano é feito

periodicamente pela Prefeitura Municipal. Por ser pequeno volume de material, é

utilizado como aterro em obras e estradas.

Page 27: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

27

V - IMPACTOS AMBIENTAIS

O município de Cristal é essencialmente agrícola e conforme estimativas, a

população da sede do município é superior ao meio rural. Com área total de 655 Km²

apresenta diversos problemas de caráter ambiental, sendo os principais:

- Esgoto cloacal: no perímetro urbano, embora seja utilizado fossa séptica para destino

dos dejetos, não existe rede coletora independente ou tratamento final. Também se

observa escoamento inadequado em valas abertas. Na área rural a utilização de fossa

séptica se tornou rotina graças às ações desenvolvidas através do Programa RS Rural,

mas o uso de sumidouros está mais restrito às áreas das Microbacias Hidrográficas

abrangidas pelo Programa;

- Coleta de lixo não seletiva: na sede, o lixo recolhido não é separado, limitando-se ao

recolhimento conforme é posto pela população. Existem alguns catadores que

percorrem as ruas antes do caminhão, separando e recolhendo embalagens PET,

papelões e latinhas de bebidas. Poucas residências separam componentes do lixo

doméstico para o recolhimento. Na área rural o recolhimento é feito mensalmente, com

estabelecimento de rotas e dias específicos por comunidade. Nas propriedades rurais, o

lixo é acondicionado em sacos separando plásticos/PET, papelão, latas e outra

embalagem específica para vidro. Tanto o plástico/PET, como papelão, são

encaminhados para reciclagem através de um programa criado e administrado pela

Biblioteca Pública Municipal Luiz Carlos Barbosa Lessa. A coleta de lixo atinge,

aproximadamente, 95% das propriedades, não sendo ainda realizado na região dos

grandes estabelecimentos rurais. Todo o lixo recolhido, com exceção do oriundo do

meio rural (PET, latas e papelão) é levado para um aterro sanitário localizado em São

Lourenço do Sul.

- Deposição de lixo em locais inadequados: por falta de conscientização ainda ocorre

destino inadequado de material de descarte e lixo doméstico em terrenos baldios na

cidade, na praia e ao longo das estradas. Este último é oriundo, principalmente, de

pessoas que nelas transitam e não de moradores locais. Nos cursos d’água que tem seu

início em Cristal diminuiu consideravelmente a presença de plásticos após ter iniciado o

recolhimento de lixo no meio rural. Já nas cheias do rio Camaquã e dos arroios que

atravessam Cristal, são depositados ou ficam retidos na vegetação costeira embalagens

e plásticos demonstrando a necessidade de integrar ações com demais municípios das

Page 28: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

28

respectivas bacias hidrográficas. É necessária atenção especial à nossa praia,

principalmente nos meses de verão.

- Destino inadequado de embalagens e resíduos tóxicos: o recolhimento de embalagens

de produtos agrotóxicos é realizado periodicamente na região produtora de fumo. No

restante do município não é feito sistematicamente, ocorrendo ainda deposição de

embalagens vazias de produtos tóxicos em locais inadequados. Há, também, negligência

em utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado nos trabalhos referentes

a aplicações dos produtos.

- Uso inadequado do solo: as pequenas propriedades rurais estão localizadas em regiões

de relevo ondulado a fortemente ondulado e em função da rocha que lhes deu origem

(granito), o solo é bastante suscetível à erosão. A resistência em adotar manejos que

diminuem/minimizam perdas de solo contribui, não só reduzindo o potencial produtivo,

mas ainda aumentando o assoreamento de cursos d’água. Há, também, a utilização do

solo além de sua capacidade de uso decorrente da declividade, a utilização de lavouras

situadas em áreas de preservação permanente e cortes de mata ciliar.

- Água imprópria para consumo humano no meio rural: o abastecimento de água potável

pela população rural é oriundo, em sua grande maioria, de fontes superficiais. Conforme

dados da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social, a contaminação por

coliformes fecais atinge 99 % das coletas realizadas nas residências e não se restringe a

locais isolados. Conforme dados do Programa RS RURAL referentes ao monitoramento

da Microbacia Hidrográfica (MBH) Passo do Meio, a contaminação por coliformes

fecais da água da sanga Passo do Meio ocorre durante todos os meses do ano.

- Infra-estrutura de calçamento insuficiente: no perímetro urbano, possui calçamento

com paralelepípedos e com blocos tipo unistein em uma pequena porção da área urbana.

Por não haver pavimentação no restante do perímetro urbano e condução adequada do

esgoto pluvial, há formação de valos e desbarrancamentos em diversas ruas, afetando o

trânsito nas vias públicas e causando transtornos aos proprietários nestas áreas.

- Urbanização inadequada de ruas e vias públicas: por não ter havido orientações para

plantio de espécies arbóreas nos passeios públicos, há problemas provocados por

árvores plantadas sob rede elétrica ou de telefonia. Também há problemas provocados

pelo sistema radicular no calçamento e em redes pluviais, assim como na realização de

podas de condução. Praticamente inexiste o ajardinamento em logradouros públicos.

Page 29: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

29

VI - PROGRAMAS

6.1) PROGRAMA DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL LOCAL

6.1.1 - Objetivos:

Realizar o licenciamento das atividades/ações potencialmente poluidoras

consideradas de impacto local;

Fiscalizar e orientar a adequação dos empreendimentos que estejam em

desacordo com a legislação vigente.

Fazer cumprir procedimentos e atividades estipuladas previstas para obtenção do

licenciamento ambiental.

6.1.2 - Justificativa:

O município, de acordo com a Resolução 04/2000 e suas alterações, deve prever

as fases e os empreendimentos a serem licenciados no âmbito municipal. O critério para

enquadramento de atividades e empreendimentos como sendo de impacto local

Resolução 102/2005 e suas alterações.

A implantação deste programa possibilitará que o licenciamento das atividades

consideradas como de impacto local seja efetuado pela Prefeitura Municipal, em Cristal.

Haverá, portanto, facilidade no acesso a informações, normas e procedimentos

necessários para o licenciamento ambiental. Atualmente, para obter o licenciamento da

atividade, é necessário que os interessados se desloquem para outras cidades e, muitas

vezes, para Porto Alegre. Permite, também, que haja maior controle na execução das

práticas minimizadoras dos efeitos do impacto ambiental previstas nas exigências para a

liberação do próprio licenciamento.

6.1.3 - Metodologia:

Realizar inventário da legislação ambiental existente nos níveis federal, estadual

e municipal;

Propiciar ao corpo funcional a participação em cursos, treinamentos e eventos

específicos voltados ao aperfeiçoamento de suas atividades;

Page 30: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

30

Atuar de forma integrada com demais Secretarias Municipais, divulgando

normas e procedimentos que venham ao encontro das necessidades locais e regionais.;

Divulgar informações referentes a exigência de licenciamento ambiental em

reuniões com entidades e associações, em programas de rádio e jornal.

6.1.4 - Metas:

Facilitar o acesso a informações, procedimentos e normas para a obtenção do

licenciamento ambiental;

Fornecer o licenciamento ambiental para todas as ações/atividades consideradas

de impacto local quando cumpridas as exigências necessárias;

Diminuir o impacto local das atividades humanas;

Realizar mapeamento de todas as atividades/locais já licenciados, independente

de ser de impacto local ou não;

Fiscalizar e fazer cumprir as normas referentes a minimização dos impactos

ambientais no município de Cristal;

Adquirir veículo para utilização no serviço de licenciamento.

6.1.5 - Cronograma de Execução:

O Programa de Implantação do Licenciamento Ambiental Local será executado,

após habilitação do município junto a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, estimado

para o primeiro semestre de 2008, possibilitando a atividade de licenciamento ao

município de Cristal para as atividades de impacto local.

6.1.6 - Origem dos Recursos:

Os recursos iniciais são oriundos do orçamento próprio da Prefeitura Municipal.

Com o projeto implantado, haverá receita específica oriunda da cobrança de taxas e

serviços para licenciamento ambiental, bem como multas pela prática de crimes

ambientais previstos na legislação.

Para aquisição de veículo serão necessários recursos extra-orçamentários.

Page 31: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

31

6.2) PROGRAMA DE SANEAMENTO BÁSICO

6.2.1) PROJETO: EDUCAÇÃO AMBIENTAL

6.2.1.1 - Objetivos:

Sensibilizar a sociedade visando a preservação e recuperação do meio ambiente

melhorando, como conseqüência, a qualidade de vida da população;

Favorecer a compreensão e preocupação da interdependência econômica, social,

política e ecológica nas áreas rurais e urbanas;

Oferecer às pessoas a oportunidade de adquirir conhecimentos, valores, atitudes

e compromissos necessários para proteger e melhorar o meio ambiente;

Criar novas normas de conduta em indivíduos, grupos e na sociedade em geral,

em relação ao meio ambiente.

6.2.1.2 - Justificativa:

O Programa de Educação Ambiental é uma proposta de contribuição para o

despertar da consciência ambiental de crianças e adolescentes, do exercício de pensar,

de refletir em equipe. Tem-se o entendimento de que, sem a educação ambiental, não há

mecanismos que complementem este assunto. Portanto este programa tem a intenção da

conscientização para as atividades voltadas ao meio ambiente.

A educação ambiental é um processo pelo qual o individuo e a coletividade

constroem/reconstroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação, preservação e recuperação do ambiente.

Assim entendida, é ação interdisciplinar em qualquer atividade e em qualquer ambiente

educacional foco de educação (formal, informal e não formal).

Diversas atividades estão sendo desenvolvidas no município. A grande maioria

ligada ao público infantil e jovem, como: separação e reciclagem de material PET e

papel, gincanas e mutirões desenvolvidos pela Biblioteca Municipal; a realização de

atividades e ações interdisciplinares em escolas; programa “Verde Vida” da AFUBRA

desenvolvido em escolas no meio rural além do recolhimento de lixo sólido, separado,

realizado no interior do município e as atividades da Vigilância em Saúde com relação

ao abastecimento de água. Porém, não há coordenação no planejamento das atividades

entre os promotores.

Page 32: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

32

6.2.1.3 - Metodologia:

Estabelecer coordenação única para gestão de todas as atividades relacionadas

com Educação Ambiental sem, contudo, restringir atividades já em execução ou que

vier a ser executada pelas diversas entidades;

Conteúdos e ações que envolvem meio ambiente deverão ser priorizadas como

atividades interdisciplinares na educação formal em todos os níveis escolares, utilizando

material didático à critério da Coordenação do Programa;

Para as atividades relacionadas com bacias hidrográficas pertencentes também a

outros municípios, cabe à Coordenação do Programa atuar como facilitador em busca de

planejamento de trabalho conjunto. Também será viabilizada a cooparticipação em

atividades e programas de outras entidades, direcionados para aspectos educacionais

extracurriculares e para população urbana e rural em geral.

As instituições evolvidas no Programa de Educação Ambiental serão: Secretaria

da Educação, Cultura, Turismo e Desporto; Secretaria da Saúde e Assistência Social;

Secretaria de Obras e Trânsito; Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente;

Biblioteca Pública Municipal Luiz Carlos Barbosa Lessa; Emater/Cristal; Escolas

Municipais e Estaduais, associações e outras entidades privadas.

6.2.1.4 - Metas:

Desenvolver trabalho de educação ambiental em toda a rede escolar;

Auxiliar na elaboração de material educativo;

Diminuir as agressões à natureza em todas as atividades da comunidade;

Combater à degradação ambiental;

Trabalhar com a interdisciplinaridade no ensino formal;

Organizar as comunidades envolvidas com o projeto;

Obter ambiente de vida mais salutar e preservar o meio ambiente para as

gerações futuras.

Page 33: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

33

6.2.1.5 - Cronograma de Execução:

O Programa de Educação Ambiental será executado nas redes escolares a partir

do início do ano letivo de 2008, com a escolha da entidade coordenadora do Programa

entre os participantes. O cronograma das demais atividades deverá obedecer a

planejamento conjunto e desenvolvidas gradualmente ao longo do ano, sejam voltadas a

educação formal ou não formal. Pretende-se realizar: palestras, encontros, trocas de

experiência, tardes educativas, implantação de hortas comunitárias escolares e inserção

da interdisciplinaridade no currículo escolar com ênfase para o meio ambiente.

6.2.1.6 - Origem dos Recursos: Os recursos oriundos para execução deste Projeto serão do orçamento

próprio do Município, através da Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação e

recursos de outras entidades participantes.

Page 34: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

34

6.2.2) PROJETO: GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

6.2.2.1 – Objetivo:

Melhorar a coleta e dar destinação final adequada aos resíduos almejando a

minimização do impacto ambiental e propor alternativas futuras para recolhimento e

destinação final dos resíduos.

6.2.2.2 – Justificativa:

A coleta de lixo domiciliar está sendo realizada na zona urbana rotineiramente.

Como regra, este lixo não é separado nas residências estando misturado já nas próprias

embalagens. Graças ao programa da Biblioteca Municipal Luiz Carlos Barbosa Lessa

algumas residências separam embalagens PET, ocorrendo separação no momento da

coleta, assim como a ação de catadores para estas embalagens (PET), papelões e

latinhas de bebidas. Há necessidade de fazer a separação do lixo nas residências e o

recolhimento deste em separado, destinando-o para reciclagem ou destino adequado.

Na área rural o recolhimento é feito mensalmente em roteiros e dias específicos

por comunidade, sendo o lixo acondicionado em sacos separando plásticos/PET,

papelão, latas e outra embalagem específica para vidro. Este material também é

encaminhado para reciclagem através do programa administrado pela Biblioteca Pública

Municipal. Todavia, o recolhimento não atinge toda a área rural, restando a região dos

grandes estabelecimentos rurais havendo solicitações para estender o roteiro abrangendo

todo interior do município.

6.2.2.3 – Metodologia:

Desenvolver, com base no Programa de Educação Ambiental, ações educativas

no sentido de reduzir a geração de resíduos sólidos e fomentar a separação nos

domicílios;

Realizar a coleta seletiva do lixo no meio urbano;

Formação de equipe com profissionais de diversas áreas para avaliar, propor

alternativas tanto de gestão como na execução do Programa e atuar conjuntamente em

Educação Ambiental;

Manter o trabalho integrado entre as Secretarias Municipal de Obras e Trânsito e

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente para o recolhimento

do lixo no meio urbano e rural, respectivamente;

Page 35: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

35

Traçar roteiros para recolhimento de lixo nas regiões do meio rural onde ainda

não é realizado.

Elaborar cronograma para recolhimento de entulhos e galhos/podas de árvores.

6.2.2.4 - Resultados (Metas):

- Estender a coleta de resíduos sólidos para todo o município;

- Realizar, semanalmente, coleta seletiva na área urbana do município;

- Recolher mensalmente os entulhos e galhos oriundos de podas e/ou árvores;

- Dar destino final correto para embalagens de agrotóxicos, evitando sua inclusão no

lixo doméstico.

6.2.2.5 - Cronograma de execução:

Como é necessário ampliar a frota para o recolhimento seletivo de lixo no meio

urbano e não se dispõe de recursos orçamentários para aquisição de veículo adequado,

sua implantação está condicionada à disponibilidade de recursos externos, portanto não

sendo possível prever o início desata atividade. Situação idêntica para abranger todo o

município no recolhimento de resíduos sólidos.

O estabelecimento de cronograma para e o recolhimento de entulhos e galhos de

árvores, deverá ocorrer no semestre de 2008. A partir desta data inicial, o recolhimento

deste material será mensal. A participação nas atividades de educação ambiental

obedecerá ao proposto pela Coordenação daquele Programa.

6.2.2.6 - Origem dos Recursos

O atendimento de algumas metas, como a fiscalização e destino final correto

para embalagens de agrotóxicos, não depende de recursos externos à Prefeitura

Municipal. Já para estender a coleta de resíduos sólidos a todo o município e para a

coleta seletiva na área urbana é necessário ampliar a frota para o recolhimento, devendo

esta ocorrer com recursos externos e não disponíveis atualmente.

Page 36: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

36

6.2.3) PROJETO: DESTINAÇÃO DAS EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS.

6.2.3.1 - Objetivos:

Diminuir a contaminação do meio ambiente por resíduos, embalagens de

agrotóxicos e produtos usados para sanidade animal e vegetal.

Fomentar o recolhimento de embalagens e resíduos tóxicos nas propriedades não

abastecidas por empresas fumageiras, tão logo haja legislação específica.

6.2.3.2 - Justificativa:

O recolhimento de embalagens vazias dos produtos utilizados nas propriedades

produtoras de fumo está sendo incentivada pela respectiva assistência e ocorre

anualmente. Para este recolhimento, são distribuídas embalagens específicas e

divulgados roteiros/locais para o produtor tenha facilidade para fazer a entrega. Há

exigência pela tríplice lavagem das embalagens para a entrega. Embora os produtores

possam fazer a entrega de embalagens vazias de produtos utilizados para outras

culturas, não abrange propriedades não produtoras de fumo.

Existem, nas propriedades rurais não participantes deste recolhimento,

embalagens de agrotóxicos e produtos utilizados para o tratamento sanitário animal e

vegetal. Em muitas, o armazenamento é feito em galpões ou locais protegidos

específicos, mas é ainda bastante comum encontrar embalagens próximo ao

abastecimento de água para pulverização e em sangas. Ocorrem casos inclusive de

denúncias sobre a deposição de embalagens de agrotóxicos e resíduos tóxicos ao longo

de cursos d’água, matas ciliares, entre pedras, em uma parte isolada da propriedade,

geralmente dentro de matas.

O que mais se torna freqüente é a vontade dos agricultores que não cultivam o

tabaco em dar um correto destino às suas embalagens de produtos utilizados nas suas

propriedades, onde não se alcança os objetivos do recolhimento das embalagens dos

produtos tóxicos utilizados por eles. Com este ímpeto, procura-se desenvolver este

programa para que possamos estender a coleta das embalagens e resíduos tóxicos à

maioria das propriedades rurais.

Page 37: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

37

6.2.3.3 - Metodologia:

Incentivar a adoção da tríplice lavagem das embalagens de agrotóxicos

utilizadas nas lavouras, juntamente com a perfuração das embalagens vazias;

Divulgar os roteiros pré-estabelecidos para o recolhimento de embalagens;

Propiciar o recolhimento das embalagens em regiões ainda não abrangidas pelo

recolhimento anual;

Em conjunto com outras entidades e serviços, estabelecer normas para o

recolhimento de material contaminado (já utilizado) usado na agricultura e pecuária tão

logo haja normatização legal;

Divulgar via meios de comunicação, os procedimentos essenciais para a tríplice

lavagem e os roteiros estabelecidos para o recolhimento.

6.2.3.4 - Metas: Retirar do meio ambiente, galpões das propriedades rurais, todas as embalagens

de agrotóxicos vazias e restos de produtos não utilizáveis pelos tratamentos sanitários

animal e vegetal, que não são recolhidos pelas empresas fumageiras, em acordo com a

legislação vigente;

Manter o serviço de coleta, abrangendo a maior parte das propriedades a medida

que o programa seja estabelecido.

Estender o recolhimento de embalagens vazias para todo o município de Cristal;

Eliminação de locais inadequados utilizados para descarte de embalagens vazias

(ou não) de agrotóxicos e produtos veterinários, proporcionando, constante diminuição

na contaminação do solo e corpos hídricos.

6.2.3.5 - Cronograma de Execução:

A coleta das embalagens de agrotóxicos oriunda das propriedades produtoras de

fumo é realizada sob coordenação das fumageiras, havendo cronograma próprio que

abrange todos os municípios gaúchos. Tão logo seja do conhecimento da Secretaria

Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, iniciará a divulgação das datas,

roteiros e locais de coleta.

A coleta do material oriundo de outras propriedades não abrangidas pela coleta

acima, deverá ser realizada no primeiro semestre do ano de 2008.

6.2.3.6 - Origem dos recursos: Como é projeto de apoio e de incentivo para adoção de práticas, não há

necessidade de recursos específicos, devendo ser utilizados os disponíveis no orçamento

municipal em ajuste com a coleta de lixo domiciliar já executado pela Prefeitura

Municipal.

Page 38: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

38

6.2.4) PROJETO: DESTINO ADEQUADO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE

SAÚDE

6.2.4.1 - Objetivo:

Eliminar o lixo contaminado utilizado em Clínica Médica e Veterinária

(seringas, frascos de medicamentos, resíduos não-utilizados, etc) do lixo domiciliar

coletado na zona urbana e rural, dando a este, um destino adequado.

6.2.4.2 - Justificativa:

O recolhimento e o destino adequado do denominado Lixo Hospital, oriundo das

atividades no Posto de Atendimento 24 horas, das farmácias, Laboratórios de Análise e

Consultórios da área de saúde já está ocorrendo. Com a seqüência do recolhimento em

separado, pretende-se eliminar de forma definitiva os perigos com a contaminação

provenientes de resíduos hospitalares e estabelecimentos afins.

Nas atividades pecuárias ainda não ocorre o recolhimento e destino adequado

lixo hospitalar oriundo destas atividades. O destino inadequado deste material já gerou

comunicados de que neste lixo denominado “domiciliar” depositado na Usina de

Triagem e Reciclagem de São Lourenço do Sul existiam seringas e vasilhames

veterinários fugindo do alvo do acordo firmado e da legislação aplicadas à espécie deste

material. Nas propriedades rurais, este material de descarte permanece também sem

destino adequado.

A eliminação de forma definitiva, dos perigos com a contaminação provenientes

de resíduos hospitalares e estabelecimentos afins, é uma necessidade. Além de evitar a

contaminação do solo e água, do contágio direto com agentes patogênicos, também

evita a contaminação das pessoas envolvidas com a coleta do lixo.

6.2.4.3 - Metodologia:

Como o recolhimento e o destino adequado do denominado Lixo Hospitalar,

oriundo das atividades no Posto de Atendimento 24 horas, nas farmácias, Laboratórios

de Análise e Consultórios da área de saúde já está implantado e com bons resultados,

pretende-se não somente a continuidade mas também a inclusão de material similar

utilizado na pecuária. Esta destinação do lixo hospitalar está sob coordenação

Policlínica 24 Horas, ficando acordada a possibilidade da deposição do material

Page 39: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

39

coletado de origem veterinária no mesmo ponto de coleta destinada ao material clínico

descartado pela Policlínica.

Desta forma, será incentivada a separação do lixo domiciliar coletado no meio

rural do lixo utilizado em sanidade animal, mediante programas de rádio, em convênio

com outras entidades como EMATER, sindicatos e federações. Com a coleta específica

do material clínico este será depositado no posto de coleta da policlínica, enquanto o

restante (lixo domiciliar) será destinado à Usina de Triagem e Reciclagem do Município

de São Lourenço do Sul.

Com a inclusão do material utilizado nas atividades relacionadas à saúde animal,

também se estará eliminando possíveis focos de contaminação e evitando o destino

inadequado, à nível de propriedade, de material de descarte e embalagens de produtos.

6.2.4.4 - Metas:

Diminuir, ao máximo, a possibilidade de contaminação do lixo domiciliar, com

material clínico de origem veterinária;

Eliminar o destino inadequado deste material, minimizando a contaminação do

meio ambiente e seres vivos.

6.2.4.5 - Cronograma de Execução:

O processo de coleta de lixo domiciliar no meio rural já se encontra em

execução desde o ano de 2000. Para tanto, estima-se que a separação do material

veterinário seja efetuada após a elaboração e aprovação do referido plano juntamente

com as Leis da Política do Meio Ambiente e das Diretrizes Urbanas. Há uma previsão

de que, no primeiro trimestre de 2008 já estejam sendo executadas as primeiras etapas

de coleta e destinação adequada deste material, pois o serviço de coleta da Policlínica

encontra-se em perfeito funcionamento atualmente.

6.2.4.6 - Origem dos recursos:

Como o trabalho de coleta de lixo no meio rural funciona perfeitamente desde

2000, não serão necessários maiores despesas com recursos extra orçamentários, haja

visto que serão mantidos os mesmos serviços apenas destinando o material veterinário

para a unidade da Policlínica 24 Horas municipal.

Page 40: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

40

6.2.5) PROJETO: SANEAMENTO AMBIENTAL NO MEIO RURAL E URBANO

6.2.5.1 - Objetivo:

Proporcionar ambiente salutar às famílias residentes no meio rural e urbano.

6.2.5.2 - Justificativa:

Há clara predominância da pequena propriedade familiar no município de Cristal,

concentradas principalmente nas Microrregiões Homogêneas: Colonial Diversificada e

Encosta da Serra. Estima-se que 32,6% das propriedades tenham área igual ou inferior a

10 ha e que 80,7% tenham área até 50 ha. Há de se considerar que o abastecimento de

água das propriedades é a partir de fontes individuais.

As atividades desenvolvidas nestas pequenas unidades familiares abrangem

principalmente a agricultura, mas a criação de pequenos animais para subsistência

familiar assim como o uso de animais para tração está presente em praticamente todas

as unidades. Recentemente a produção de leite ganhou impulso como alternativa de

renda. Há, contudo, necessidade de adequar instalações e destinos do esterco produzido

sob pena deste contaminar água sub/superficial e subterrânea.

As instalações sanitárias, embora tenha havido um significativo avanço nas áreas

abrangidas pelas ações do RS Rural, ainda são inadequadas em muitas propriedades.

Não há destino adequado das águas servidas e do esgoto cloacal. A adoção da práticas

tanques/valas de infiltração ou filtro biológico ainda não se estendeu a todas as regiões

do meio rural.

No meio urbano existem residências construídas sem licença e com instalações

hidrossanitárias precárias, principalmente as localizadas na periferia urbana. Em

algumas situações o esgoto corre a céu aberto e há animais pequenos criados em

condições inadequadas.

6.2.5.3 - Metodologia:

As ações previstas para a execução deste Programa estão ligadas a outras programas

e atividades, como Educação Ambiental, Uso Adequado do Solo, Recuperação e

Reposição Florestal, Gestão dos Resíduos Sólidos, Destino de Embalagens de

Agrotóxicos e Melhoria da Qualidade de água para Consumo Humano. As ações a

serem desenvolvidas e as metodologias previstas se intercomplementam com objetivo

maior de proporcionar ambiente de vida mais saudável à população rural.

Page 41: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

41

Integrar ações com Sindicatos (Trabalhadores Rurais e Rural de Cristal),

EMATER/Cristal, Secretarias Municipais e outras entidades que atuam em assistência

técnica no meio rural com objetivo de divulgar necessidade em adotar práticas com

vistas a: localização de construções rurais, destino de estercos, suinocultura sobre cama,

destino correto de águas servidas, uso de fossa séptica e tanque/vala de infiltração ou

filtro biológico;

Solicitar aos agentes financeiros a inclusão de itens referentes ao destino correto da

água servida e do esgoto cloacal nos projetos de financiamento para construção ou

reforma de residências no meio rural;

Solicitar aos agentes de extensão rural e assistência técnica:

a) incluir ações práticas que visam dar destino adequado aos estercos produzidos

utilizando-se esterqueiras ou vermicompostagem quando houver reduzido

número de animais;

b) ao realizar planejamento de propriedades observar a localização de benfeitorias

e instalações com vistas a reduzir possíveis contaminações do solo e da água;

c) incentivar a substituição de pocilgas tradicionais utilizadas principalmente nas

pequenas propriedades pelo sistema de criação de suínos em instalações

conhecidas como sobre cama;

d) instalar Unidades Demonstrativas de instalações de suínos sobre cama nas

regiões abrangidas pelas Associações de Produtores.

A multiplicação de minhoca Vermelha da Califórnia para o fornecimento inicial das

atividades de vermicompostagem no meio rural será nas escolas da rede municipal. Sob

orientação da Coordenação do Programa de Educação Ambiental, será atividade prática

direcionada aos filhos dos agricultores.

Na sede, a multiplicação de minhocas será realizada no Horto Municipal que poderá

dispô-las, gratuitamente, às famílias interessadas em produzir vermicomposto a partir de

resíduos de produtos utilizados na alimentação. Além das ações previstas no Projetos

Educação Ambiental, Gestão de resíduos Sólidos Domésticos e Pavimentação de Vias

Públicas Urbanas, será dada prioridade ao cumprimento da Lei de Diretrizes Urbanas,

tanto no que se refere ao licenciamento para construções novas como para reformas com

vistas ao destino adequado do esgoto doméstico. Da mesma forma, atenção especial

será dada àqueles locais onde não existe canalização ou onde está incompleta visando

canalizar os esgotos por quarteirão.

Page 42: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

42

6.2.5.4 - Metas:

Instalar 5 minhocários para fornecimento de matrizes em:

a) 4 escolas localizadas no meio rural;

b) no Horto Municipal de Cristal.

Incluir nas propostas de financiamento para construção ou reforma de moradias a

prática tanque/vala de infiltração, filtro biológico, caixa de gordura e fossa séptica.

Instalar 05 Unidades Demonstrativas (UD) de suínos sobre cama e dar destino

adequado ao esterco bovino produzido em 75% das 39 propriedades que atualmente

exercem atividades de produção comercial de leite.

6.2.5.5 - Cronograma de Execução:

A instalação de minhocários na rede escolar e no Horto Municipal está prevista para

o ano de 2008, com fornecimento das primeiras matrizes a partir do mês de novembro,

devendo estender-se como atividade prática anual de Educação Ambiental.

Para a inclusão nas propostas de financiamento das práticas específicas relacionadas

ao destino correto de água servida e esgoto cloacal, pretende-se realizar reuniões com

diretorias de Sindicatos, gerentes de instituições financeiras e responsáveis por

elaboração de projetos a partir do mês de março de 2008. Estas reuniões são necessárias

para o nivelamento de ações e evitar propostas ineficientes quanto ao seu resultado na

diminuição de contaminações na sede das propriedades e nos arredores.

Também deverão ocorrer reuniões com entidades de assistência técnica e extensão

para nivelamento de atividades e ações relacionadas ao planejamento das propriedades

envolvendo localização de instalações, uso adequado do esterco e instalações de suíno

sobre cama a partir do mês de abril de 2008. Prevê-se a instalação de 02 Unidades

Demonstrativas anuais e a adoção gradual do destino adequado do esterco em 10

propriedades por ano, iniciando também em 2008.

A canalização da rede de esgoto no meio urbano será de forma gradativa,

estendendo-se do centro para a periferia conforme disponibilidade de recursos.

6.2.5.6 - Origem dos Recursos:

Não se prevê recursos específicos para minhocultura/vermicompostagem. Quanto

às instalações da suinocultura (UD), estas deverão ser construídas com material

disponível nas propriedades, assim como o destino correto do esterco. Para

construções/reformas de moradias e canalizações, o custo será do proprietário.

Page 43: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

43

6.2.6) PROJETO: MELHORIA DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO

HUMANO NO MEIO RURAL

6.2.6.1 - Objetivo:

Melhorar a qualidade da água utilizada para consumo humano no meio rural.

6.2.6.2 - Justificativa:

Com base no desenvolvimento de Programas Federal e Estadual, estão sendo

realizadas amostragens e análises de água utilizada pela população. Resultados

comprovam a boa qualidade da água consumida pela população urbana, em contraste

com aquela consumida pela população rural.

São realizadas 168 análises anuais de água, destinando a Vigilância Sanitária 84

amostragens para propriedades rurais. Resultados atestam que a contaminação por

coliformes fecais atinge 99% da água utilizada pelo consumo humano no meio rural,

independente da região onde ocorreu a coleta.

Dados oriundos do monitoramento da Microbacia Hidrográfica Passo do Meio

revelam que também a água da sanga Passo do Meio esteve contaminada por coliformes

fecais ao longo do período monitorado. Em todas as amostragens, independente da

época em que esta ocorreu, a água esteve imprópria para banho. Também foi constatada

contaminação em água para abastecimento humano mesmo quando oriunda de fontes

protegidas.

6.2.6.3 - Metodologia:

Com base na continuidade dos Programas Federal e Estadual, pretende-se:

- manter a amostragem/análise de água para consumo humano permitindo o

monitoramento de sua qualidade quando da adoção de práticas que objetivam tornar a

água própria para consumo humano;

- divulgar, via material educativo, alternativas práticas específicas (proteção de

fonte, canalização e caixa d’água, limpeza periódica, filtração e cloração) para melhorar

a qualidade da água consumida;

- confeccionar, em conjunto com outras Secretarias Municipais e entidades,

material educativo com ênfase para adoção de práticas de saneamento ambiental na

propriedade (manejo do solo, matas ciliares, localização de estábulos/pocilgas, uso de

esterqueiras, destino adequado de resíduos, uso de fossas e sumidouros).

Page 44: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

44

Trabalhar de forma integrada com outras Secretarias Municipais e entidades na

divulgação das práticas, incentivando a adoção e divulgando os resultados obtidos. Esta

integração deverá ocorrer através da participação em reuniões com associações de

produtores, com grupos de mulheres e em reuniões com pais de alunos em escolas. A

divulgação deverá também ocorrer via meios de comunicação, como rádios

comunitárias e jornais.

Junto com outras entidades que atuam no meio rural, instalar uma Unidade

Demonstrativa para o tratamento local de água.

6.2.6.4 - Metas:

Realizar 84 amostragens/análise anuais de água utilizada para consumo humano no

meio rural;

Confeccionar 2 distintos folderes com 500 cópias/modelo;

Realizar palestra em: 5 associações de produtores;

3 grupos de mulheres;

4 escolas.

Instalar 01 Unidade Demonstartiva.

6.2.6.5 - Cronograma de Execução:

As amostragens/análises de água serão feitas anualmente, com continuação

prevista para 2008. Também a confecção de folderes pretende-se realizar em 2008,

assim como a realização de palestras se refere ao mesmo período. Deverá ser feita

avaliação anual do resultado do trabalho e das práticas adotadas, pretendendo-se

adequações e/ou replanejamentos anuais. A UD está prevista para instalar também em

2008.

6.2.6.6 - Origem dos recursos:

Os recursos necessários para realizar a coleta/análise da água, para confecção de

folderes e para instalação da Unidade demonstrativa serão os oriundos de Programas

Federal e Estadual relacionados à área de saúde. Prevê-se a participação de recursos

e/ou serviços de outras entidades nos aspectos relacionados com divulgação.

Page 45: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

45

6.2.7) PROJETO: PAVIMENTAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS

6.2.7.1 - Objetivo:

Pavimentar vias públicas urbanas ainda não contempladas com pavimento.

6.2.7.2 – Justificativa:

A cidade de Cristal está localizada em relevo ondulado e possui poucas ruas

pavimentadas. Estes fatos provocam erosão hídrica resultando em valos e

desbarrancamentos em diversas ruas. A pavimentação é alternativa para diminuir

formação de valos, diminuir consideravelmente o desconforto com poeira e mau cheiro

provocado por valas à céu aberto, diminuir manutenção das ruas e melhorar aspectos

sanitários.

6.2.7.3 - Metodologia:

Por ser Programa que exige recursos externos, a priorização de locais e trechos

de vias deverá ser adaptado em função das exigências da fonte financeira. Deverá haver

também adequação de rede para escoamento de água, prévia ou conjuntamente com a

pavimentação, eliminando a erosão se houver pavimentação ou diminuindo se somente

for instalada canalização de rede de esgoto pluvial.

6.2.7.4 - Metas:

- Embelezamento de ruas, praças e jardins;

- Eliminação de poeira;

- Eliminação de erosão em vias públicas.

6.2.7.5 - Cronograma de execução:

Em função da exigência de recursos extraorçamentários não é possível prever

início das atividades deste Programa.

6.2.7.6 - Origem dos Recursos:

Por ser Programa que exige recursos elevados, o atingimento do objetivo

somente será possível com fonte de recursos externos oriundos de Programas Federal

e/ou estadual.

Page 46: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

46

6.3) PROGRAMA DO USO E MANEJO ADEQUADO DO SOLO

6.3.1 - Objetivo:

Diminuir o uso e o manejo inadequado do solo na área rural.

6.3.2 - Justificativa:

A ocupação e uso de áreas para atividades agropecuárias iniciou naquelas mais

propícias, ou seja, nas áreas mais planas e de várzeas. Coube aos pequenos produtores

àquelas localizadas em áreas de maior declive, com solos mais rasos e arenosos e,

frequentemente, com afloramentos de rochas. Como conseqüência desta ocupação e

pelo uso contínuo de manejo inadequado do solo, este diminuiu rapidamente seu

potencial produtivo. O manejo convencional do solo, único conhecido por longo

período, mostrou-se inadequado para estas condições de solo, uso e manejo.

A adoção da prática terraceamento teve seu início graças ao trabalho da

EMATER no início dos anos 90. Coube ao Programa RS Rural o impulso para

divulgação e uso de um conjunto de práticas (terraceamento, subsolagem, correção da

fertilidade e acidez, coberturas de solo) para diminuir as perdas de solo e recuperar a

capacidade produtiva. Haviam recursos oriundos do Programa para aquisição de

insumos, sendo contrapartida da Prefeitura Municipal a construção de terraços e a

subsolagem. Todavia, em função de limite tanto de recurso financeiro como de

execução de serviços, a abrangência se limitou a algumas Microbacias Hidrográficas e

não foi possível executar o serviço em todas as áreas das propriedades, havendo

necessidade de estender estas práticas gradativamente a todas as pequenas propriedades.

6.3.3 - Metodologia:

Incentivar a adoção de práticas conservacionistas mecânicas e vegetativas,

visando diminuir as perdas de solo e, como conseqüência, manter/recuperar o potencial

produtivo das áreas produtivas, além do reflexo positivo na manutenção de estradas e

nos cursos d’água.

Para o atingimento do objetivo, pretende-se:

a) manter o serviço prestado pelo equipamento da Secretaria do Desenvolvimento Rural

e Meio Ambiente na construção de terraços e na realização de outras práticas

mecânicas;

Page 47: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

47

b) atuar como facilitador na aquisição e multiplicação de sementes das plantas de

cobertura;

c) trabalhar em conjunto com outras entidades em metodologias que visam divulgar

manejos mais adequados às condições locais de solo;

d) integrar Secretarias Municipais, Associações de Produtores e entidades privadas para

ação conjunta como motivador em assuntos de educação ambiental, com ênfase no

destino correto de resíduos, de embalagens e à observação no que tange a áreas de

Preservação Permanente.

6.3.4 - Metas:

Atender a totalidade das solicitações para construção de terraços e realizar

subsolagem nas pequenas propriedades;

Incluir a aquisição de sementes de plantas de cobertura no Programa Troca

Troca;

Auxiliar na programação para aquisição de insumos pelos participantes das 5

associações de produtores rurais;

Realizar convênio com Laboratório de Análise de Solos para facilitar

encaminhamentos e diminuir custos;

Promover a realização de 01 evento específico por ano, para apresentar e

divulgar alternativas de manejo de solo.

6.3.5 - Cronograma de execução:

Como a construção de terraços e subsolagem estão sendo realizados, pretende-se

estender estas prestações de serviço para os próximos anos, prevendo-se gradual

redução no número de solicitações para realizar terraceamento.

Para que as metas referentes a aquisição de insumos e a inclusão de semente de

plantas de cobertura no Programa Troca Troca sejam realmente efetivas para o próximo

ano agrícola, é necessário que ocorram nos primeiros meses de 2008, devendo

transformar-se em atividades anuais, posteriormente. Da mesma forma, a realização de

Page 48: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

48

convênio com Laboratório de Análise de Solos também deverá ocorrer até o final do

primeiro semestre de 2008.

A realização anual de evento específico para divulgar alternativas de manejo de

solo em 2008 está condicionada a ação integrada de outras entidades, com ênfase para

aquelas entre agentes de extensão e prestadores de assistência técnica às propriedades.

6.3.6 - Origem dos recursos:

Para o atingimento das metas propostas não há necessidade de recursos

volumosos, pois as despesas para prestação do serviço prestado pelas máquinas e

equipamentos para terraceamento e subsolagem é custeado pelo produtor e as demais

atividades são consideradas como de custeio cobertas por recursos orçamentários.

6.3.7 – Observação: Por apresentar grandes variações de solos em pequenas áreas, pelo relevo e

drenagem típica da Encosta do Sudeste, não se pretende apresentar limitações de uso

por regiões ou localidades. Deverá ser observada legislação existente nos níveis estadual

e federal, assim como demais zoneamentos edafoclimáticos, com análise e

licenciamentos à nível de propriedade.

Page 49: Plano Ambiental do Município de Cristal com alterações

49

6.4) PROGRAMA DE ARBORIZAÇÃO URBANA E REVITALIZAÇÃO DO

HORTO MUNICIPAL

6.4.1) PROJETO: ARBORIZAÇÃO URBANA

6.4.1.1 – Objetivo:

Adequar a arborização existente no perímetro urbano e incentivando o plantio de

espécies arbóreas e não arbóreas adequadas nas vias e logradouros públicos, visando o

embelezamento da cidade e a melhoria da qualidade de vida da população.

6.4.1.2 - Justificativa:

O plantio de espécies vegetais inadequadas tem provocado problemas no

perímetro urbano, tanto no calçamento, na rede de canalização de esgoto como na rede

elétrica e telefônica. É necessário adequar espécies, principalmente nos aspectos porte e

sistema radicular com local de plantio, assim como aumentar o ajardinamento em

logradouros públicos.

6.4.1.3 – Metodologia:

Disponibilizar à comunidade relação de espécies de vegetação passíveis de

implantação nas ruas e praças da cidade, bem como do passeio onde houver rede de

energia elétrica, de telefonia ou hidráulica;

Fornecer mudas de diversas espécies produzidas no Horto Municipal e

estabelecer prioridades e normas tanto para implantação das mudas, como para

condução das diversas espécies disponibilizadas;

Realizar cursos práticos para ajardinamento, transplantes, condução de mudas e

podas;

Incentivar adoção de logradouros públicos por entidades (empresas, escolas,

bibliotecas, associações, igrejas,...), as quais se responsabilizam pelas atividades de

jardinagem.

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6.4.1.4 - Resultados (Metas):

- Embelezamento de ruas, praças e jardins;

- Adequação das espécies arbóreas utilizadas;

- Manter o ajardinamento como rotina;

- Diminuir problemas por plantios de árvores inadequadas em locais inadequados;

- Plantio de arvores nativas visando melhorar e manter a biodiversidade.

6.4.1.5 - Cronograma de execução:

Para a execução deste Programa pretende-se realizar reuniões com diversas

entidades (escolas, comunidades religiosas, clubes, associações, estabelecimentos

diversos) para a divulgação e execução. Este encontro deverá ocorrer no primeiro

semestre de 2008. Como estima-se haver necessidade expressiva de mudas, haverá

planejamento priorizando locais e atividades.

A produção de mudas de espécies arbóreas deverá ocorrer a partir de 2009,

quando se dará início ao plantio. Como não existe estimativa da área a ser reposta,

também não previsão para o encerramento deste programa, relacionando-se a área a ser

reflorestada com a capacidade de produção de mudas. A realização do cursos prevê-se

para o segundo semestre 2008

6.4.1.6 - Origem dos Recursos:

Para estender estas atividades a toda a região urbana, é necessário ampliar a

produção de mudas de espécies arbóreas e não arbóreas no Horto Municipal. Não há

recursos específicos previstos para esta finalidade, devendo ser implantada

gradativamente com recursos da Prefeitura Municipal. Deverão também ser utilizadas

mudas oriundas de compensações, como no caso de cortes necessários de árvores que

ameaçam integridade física de pessoas no perímetro urbano.

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6.4.2) PROJETO: MANUTENÇÃO E REVITALIZAÇÃO DO HORTO FLORESTAL

6.4.2.1 – Objetivo:

Adequar a infraestrutura existente no Horto Municipal para o aumento no

número e espécies de plantas destinadas à arborização urbana e à reposição florestal no

município de Cristal.

6.4.2.2 – Justificativa:

A produção atual de mudas no Horto Florestal tem suprido a demanda atual, mas

haverá acréscimo decorrente da implantação dos Projetos Arborização Urbana e

Reposição Florestal. Este aumento irá ocorrer não só em número de mudas produzidas,

mas principalmente na maior diversidade para atender a arborização no perímetro

urbano.

6.4.2.3 – Metodologia:

Fazer levantamento infraestrutura existente no Horto Municipal (espaço físico,

equipamentos) para adequações necessárias;

Participar de Bolsa de Sementes para obter junto a outras entidades sementes de

espécies nativas e exóticas;

Adequar a produção (número de mudas e espécies ) à demanda existente.

6.4.2.4 – Metas

Produzir mudas suficientes e número e de espécies para o atendimento das

solicitações.

6.4.2.5 – Cronograma de Execução:

O levantamento da infraestrutura existente no Horto Municipal deverá ser

realizado no primeiro semestre de 2008, assim como os contatos com outras entidades

com vistas à Bolsa de Sementes. Já no segundo semestre deverão ser implantadas ações

com vistas a produzir mudas de algumas em que já se dispõe de sementes.

Como o levantamento das necessidades e priorizações para Reposição Florestal

deverá ser realizado anualmente assim como as atividades em Arborização Urbana,

prevê-se o atendimento às solicitações a partir de 2009.

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Como não se conhece a necessidade de mudas para a reposição, haverá um

planejamento anual com base das estimativas apresentadas e oriundos dos Projetos de

Reposição Florestal e de Arborização Urbana.

6.4.2.6 – Origem dos Recursos:

A produção de mudas de algumas espécies nativas já ocorre no Horto Municipal,

pretendendo-se conseguir sementes gratuitamente através de Bolsa de Semente e Troca

Troca com outras entidades produtoras e/ou cursos de Engenharia Florestal.

Quanto à necessidade de mão de obra e custo de materiais de consumo, estes

poderão ser ressarcidos pela venda das mudas pelo seu custo de produção, exceto

aquelas destinadas à arborização urbana.

Como não se dispõe de recursos para investimentos mais vultuosos, estes

deverão ser oriundos de recursos extraorçamentários e/ou convênios.

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6.5) PROGRAMA DE REPOSIÇÃO FLORESTAL E FLORESTAMENTO:

6.5.1 - Objetivos:

Repor cobertura florestal, com espécies nativas, nas áreas de preservação

permanente existentes nas propriedades;

Conhecer a dimensão, espécies e localização das áreas florestadas com espécies

exóticas.

7.9.2 - Justificativa:

Por ocasião do início da colonização e das atividades na agropecuária não havia a

preocupação em preservar o meio ambiente. A própria localização de áreas oferecidas

para colonização se situa em mata virgem, como atestam registros da época. A

sobrevivência das famílias dependia da produção local de alimento e, para obtê-lo, eram

necessárias roçadas. Em função da necessidade de manter rendimentos agrícolas e

estender a área produtiva, o desmatamento foi avançando e novas áreas foram

incorporadas. Não existem dados do porcentual de ocupação por mata nativa por

ocasião da colonização, mas estima-se em 9% a área ocupada atualmente por mata

nativa nas pequenas propriedades.

Com o esgotamento de áreas mais aptas para incorporar no processo produtivo, o

desmatamento se estendeu para aquelas mais declivosas e com afloramento de rochas.

Houve desmatamento até o barranco de sangas e arroios. Há diversos trechos dos

cursos d’água sem mata ciliar, não somente nas regiões coloniais, mas também nas

áreas mais planas. Nestas áreas, sejam de maior declive, com afloramentos rochosos ou

de margens de cursos d’água, sejam áreas de preservação permanente ou não, é

necessário haver reposição florestal.

O rendimento econômico da produção de florestas tem provocado aumento

florestamento com espécies exóticas, como acácia e eucalipto. Estas espécies também

estão presentes na quase totalidade dos estabelecimentos produtores de fumo, mas não

se dispõe de dados referentes aos totais existentes.

7.9.3 - Metodologia:

As atividades planejadas neste Programa se relacionam diretamente com as

ações previstas no Programa Uso Adequado do Solo, pois se complementam e

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envolvem os mesmos atores em sua execução. Seus resultados tem também reflexos na

melhoria da qualidade de vida da família rural, objetivo maior de todas as ações de

planejamento.

Para que atingir o objetivo, pretende-se desenvolver atividades integradas com as

entidades de extensão e assistência técnica atuantes no município com vistas a:

a) nivelamento de ações de planejamento do uso das diversas áreas de acordo com

sua capacidade de uso, áreas de preservação permanente e reposição florestal;

b) identificar locais prioritários/propriedades e número de mudas necessárias para a

realização da reposição;

c) incluir recomendações para a implantação e desenvolvimento das mudas nas

propriedades assistidas.

Adequar a produção de mudas de espécies nativas (e exóticas) no Horto Municipal

de Cristal, repassando-as aos produtores rurais com custos acessíveis. A adequação de

espécies e quantidades a serem produzidas obedecerá ao mapeamento das prioridades

levantadas pela extensão/assistência técnica.

Incentivar a continuidade do clube da árvore como incentivo ao reflorestamento e a

educação ambiental.

O atingimento do objetivo para florestamento com exóticos se fará através de:

a)Áreas localizadas em pequenas propriedades: reuniões anuais com orientadores de

fumageiras, AFUBRA e entidades de extensão e assistência técnica para identificar

locais, áreas e espécies implantados e desmatados;

b)Em se tratando de empresas florestais ou áreas com finalidade comercial serão

solicitadas informações anuais.

7.9.4 - Metas:

Repor a cobertura florestal em áreas de preservação permanente existentes nas

propriedades nos locais conforme priorizações estabelecidos pelas entidades de

extensão e assistência técnica do município.

Ter o conhecimento das atividades relacionadas ao florestamento com espécies

exóticas.

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7.9.5 - Cronograma de Execução:

Para a execução deste Programa pretende-se realizar reuniões com extensão,

assistência técnica e orientadores de fumageiras até o final do mês de abril de 2008,

com vistas ao nivelamento e planejamento das atividades. O levantamento das

necessidades de mudas e a priorização dos locais para reposição deverá ocorrer até o

final de 2008. A produção de mudas deverá ocorrer a partir de 2009, quando se dará

início ao plantio. Como não existe estimativa da área a ser reposta, também não

previsão para o encerramento deste programa, relacionando-se a área a ser reflorestada

com a capacidade de produção de mudas.

7.9.6 - Origem dos recursos:

Para as atividades iniciais (reuniões) não há necessidades de recursos, pois os

participantes, em sua grande maioria, residem ou exercem suas atividades na sede.

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VII - AVALIAÇÃO E REPLANEJAMENTO

As atividades, ações, metodologias e metas contidas neste Plano Municipal

deverão ser analisadas ao final de cada semestre, com replanejamento quando

necessário. A adequação à legislação que vier a ser publicada durante a execução deste

Plano será coordenada pela equipe do setor do Meio Ambiente. Tanto a avaliação, o

replanejamento e a adequação à futura legislação deverão ser realizados em conjunto e

com aprovação do COMUMA – Conselho Municipal do Meio Ambiente, após consulta

pública.

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CONSULTAS REALIZADAS: Streck, E. V.; Kämpf, N.; Dalmolin, R.S.D.; Klamt, E.;Nascimento, P. C. do; Schneider, P. :SOLOS DO RIO GRANDE DO SUL. Porto Alegre: EMATER/RS; UFRGS, 2002. 118 p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Levantamento de reconhecimento dos solos do Estado do Rio Grande do Sul. Recife, 1973. 431 p (Boletim Técnico, 30) SITES: www.cnm.org.br riogrande.com.br www.ibge.gov.br www.fepam.rs.gov.br www.sema.rs.gov.br www.dpm-rs.com.br www.corsan.com.br www.fee.tche.br ENTIDADES - NÃO PUBLICADO:

EMATER/CRISTAL: Leitura de Paisagem; Microbacia Hidrográfica Passo do Meio; Planilhas de Chuvas. BIBLIOTECA MUNICIPAL LUIZ CARLOS BARABOSA LESSA: Documentos referentes à emancipação do município de Cristal. COMISSÂO MUNICIPAL DE ESTATÍSTICA AGROPECUÁRIA – COMEA: Área cultivada e rendimentos das principais culturas do município de Cristal.