planejamento tributário dos impostos diretos como...

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350 Planejamento tributário dos impostos diretos como ferramenta na gestão empresarial Autora: Rafaela Cozar Silva Professora Orientadora: Ms. Iracilda Aparecida Ossuna Centro Universitário Anhanguera - Câmpus Leme Resumo Grande parte do lucro das empresas é retido pelos impostos, portanto, é necessário estudar a melhor maneira de alocar as receitas e despesas, respeitando a legislação e buscando otimizar o resultado. A partir de um orçamento projetado podemos simular com o planejamento tributário qual o método de recolhimento dos impostos diretos (Imposto de Renda Pessoa Introdução Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL) irá melhor se adequar à empresa e maximizar seu lucro líquido. Palavras-chave: Planejamento tributário; imposto; imposto fr renda pessoa jurídica (IRPJ); contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL). O governo pode reter uma fatia equivalente até 34% do lucro das empresas com os impostos diretos: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Portanto é necessária atenção especial neste conceito, pois existem maneiras da empresa estar minimizando esse ônus por meio do planejamento tributário. “O Brasil tem hoje uma das mais altas cargas tributárias do mundo, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), é a maior da América Latina”, conforme Chieregato, Renato, 2003, p.17. A empresa deve analisar os regimes tributários existentes e optar entre os métodos de recolhimento Simples Federal, Lucro Presumido e Lucro Real. A escolha do correto regime pode gerar economia à empresa, e para assegurar essa economia, o primeiro passo é fazer um planejamento tributário, lembrando que a legislação impõe algumas restrições à escolha do regime tributário. Verificada a questão relativa à legislação, é necessário fazer uma simulação com os regimes possíveis (considerando as restrições da legislação) para encontrar o regime que seja favorável. Encontrar um regime depende de vários fatores, como por exemplo a folha de pagamento e do faturamento. Na apuração desses impostos é necessário diferenciar ao lucro contábil (apurado de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos no qual o lucro ou prejuízo contábil é igual às receitas menos as despesas) do lucro fiscal (no qual temos lucro/prejuízo contábil ajustados pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária que constitui a base de cálculo para pagamento do imposto de renda). Consideramos essas adições e exclusões como “uma” contabilidade à parte, pois é utilizada somente para apurar esses dois impostos, no caso de ser tributada pelo Lucro Real. No início do exercício as empresas, definidas em lei, necessitam escolher um método de tributação para calcularem o IRPJ e a CSLL, que será devida de acordo com os prazos estabelecidos. Momento da escolha do método de tributação do lucro contábil Existem vários métodos para se chegar à base de cálculo desses impostos, sendo eles Lucro Real Anual com base Mensal, Lucro Real Trimestral, o Lucro Presumido ou o Simples Federal. Para alguns tipos de atividades e valores de faturamento o método é obrigatório, contudo, nos demais casos, a empresa pode estar optando

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350

Planejamento tributário dos impostos diretos como ferramenta nagestão empresarial

Autora: Rafaela Cozar SilvaProfessora Orientadora: Ms. Iracilda Aparecida Ossuna

Centro Universitário Anhanguera - Câmpus LemeResumo

Grande parte do lucro das empresas éretido pelos impostos, portanto, é necessárioestudar a melhor maneira de alocar as receitas edespesas, respeitando a legislação e buscandootimizar o resultado. A partir de um orçamentoprojetado podemos simular com o planejamentotributário qual o método de recolhimento dosimpostos diretos (Imposto de Renda Pessoa

Introdução

Jurídica - IRPJ e Contribuição Social sobre oLucro Líquido - CSLL) irá melhor se adequar àempresa e maximizar seu lucro líquido.

Palavras-chave: Planejamento tributário;imposto; imposto fr renda pessoa jurídica (IRPJ);contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).

O governo pode reter uma fatiaequivalente até 34% do lucro das empresas comos impostos diretos: Imposto de Renda PessoaJurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre oLucro Líquido (CSLL). Portanto é necessáriaatenção especial neste conceito, pois existemmaneiras da empresa estar minimizando esseônus por meio do planejamento tributário. “OBrasil tem hoje uma das mais altas cargastributárias do mundo, em relação ao ProdutoInterno Bruto (PIB), é a maior da AméricaLatina”, conforme Chieregato, Renato, 2003,p.17.

A empresa deve analisar os regimestributários existentes e optar entre os métodosde recolhimento Simples Federal, LucroPresumido e Lucro Real. A escolha do corretoregime pode gerar economia à empresa, e paraassegurar essa economia, o primeiro passo éfazer um planejamento tributário, lembrando quea legislação impõe algumas restrições à escolhado regime tributário.

Verificada a questão relativa à legislação,é necessário fazer uma simulação com os regimespossíveis (considerando as restrições dalegislação) para encontrar o regime que sejafavorável. Encontrar um regime depende devários fatores, como por exemplo a folha depagamento e do faturamento.

Na apuração desses impostos énecessário diferenciar ao lucro contábil (apuradode acordo com os princípios de contabilidadegeralmente aceitos no qual o lucro ou prejuízocontábil é igual às receitas menos as despesas)do lucro fiscal (no qual temos lucro/prejuízocontábil ajustados pelas adições, exclusões ecompensações prescritas ou autorizadas pelalegislação tributária que constitui a base decálculo para pagamento do imposto de renda).Consideramos essas adições e exclusões como“uma” contabilidade à parte, pois é utilizadasomente para apurar esses dois impostos, nocaso de ser tributada pelo Lucro Real. No iníciodo exercício as empresas, definidas em lei,necessitam escolher um método de tributaçãopara calcularem o IRPJ e a CSLL, que serádevida de acordo com os prazos estabelecidos.

Momento da escolha do método detributação do lucro contábil

Existem vários métodos para se chegar àbase de cálculo desses impostos, sendo elesLucro Real Anual com base Mensal, Lucro RealTrimestral, o Lucro Presumido ou o SimplesFederal. Para alguns tipos de atividades e valoresde faturamento o método é obrigatório, contudo,nos demais casos, a empresa pode estar optando

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no início do exercício pelo qual método irárecolher os impostos. Assim, devemos analisá-los, pois podemos chegar à base de cálculodiferentes em cada método devido a suasparticularidades, os quais serão apresentadas nodecorrer do artigo.

Simples Federal

O SIMPLES é uma forma simplificada eenglobada de recolhimento de tributos econtribuições, tendo como base de apuração areceita bruta. A partir de 1997, com a Lei9.317/96, foi introduzido esse tratamentodiferenciado, simplificado e favorecido àsmicroempresas e às empresas de pequeno porte.Assim, as pessoas jurídicas que se enquadramna condição de microempresa ou empresa depequeno porte poderão optar pela inscrição no“Sistema Integrado de Pagamento de Impostose Contribuições das Microempresas e Empresasde Pequeno Porte - SIMPLES”.

O valor do recolhimento unificado peloSIMPLES substitui os seguintes tributos econtribuições:

a) Imposto de Renda das PessoasJurídicas;

b) Contribuição Social sobre o LucroLíquido - CSL;

c) Contribuição para os Programas deIntegração Social e de Formação do Patrimôniodo Servidor Público - PIS/PASEP;

d) Contribuição para Financiamento daSeguridade Social - COFINS;

e) Imposto sobre ProdutosIndustrializados - IPI;

f) Contribuição para a Seguridade Social(INSS), a cargo da pessoa jurídica, de quetratam o art. 22 da Lei 8.212/91 e a LeiComplementar 84/96 (contribuição patronal).

g) As contribuições destinadas ao SESC,SESI, SENAI, SENAC, SEBRAE, Salário-Educação e contribuição sindical patronal. Destaforma, a empresa recolherá a título de PrevidênciaSocial em sua GPS, apenas o valor descontadode seus empregados, estando, portanto,excluídos da obrigação de recolhimento acontribuição patronal de 20% sobre a folha de

pagamento, 20% sobre a remuneração paga oucreditada aos empresários e autônomos, seguroacidente de trabalho e terceiros (SENAI, SESC,SEBRAE etc.).

O SIMPLES poderá incluir o ICMS e oISS, desde que o Estado ou o Município emque esteja estabelecida a empresa venha a eleaderir mediante convênio, ou seja, o SimplesEstadual e / ou Simples Municipal.

Podem optar como microempresa (ME),as pessoas jurídicas com receita bruta anual nãosuperior a R$ 120.000,00 ou, no caso de iníciode atividade, ao limite proporcionalcorrespondente ao resultado da multiplicação deR$ 10.000,00 pelo número de meses deatividade no ano, desconsideradas as frações demeses; para o caso de início de atividade no mêsde dezembro será considerado como limiteproporcional o valor equivalente aR$ 10.000,00. Como empresas de pequenoporte (EPP), as pessoas jurídicas com receitabruta anual não superior a R$ 1.200.000,00 ou,no caso do início de atividade, ao resultado damultiplicação de R$ 100.000,00 pelo númerode meses de atividade no ano, desconsideradasas frações de meses, para o caso de início deatividade no mês de dezembro será consideradocomo limite proporcional o valor equivalente aR$ 100.000,00.

Lucro arbitrado

O arbitramento do lucro é uma formautilizada pela Autoridade Tributária paradeterminação da base de cálculo de Imposto deRenda devido, aplicável quando esta deixa decumprir as obrigações acessórias relativas aoLucro Real ou Lucro Presumido. Portanto, nãoserão seguidas as regras normais de apuraçãodo lucro, sendo restrito às exigências do Fisco.

O arbitramento é uma atitude para falhasinsanáveis, sendo aplicado como último recursofiscal para se ter à base de cálculo do imposto.

Lucro presumido

O método de apuração com base no lucropresumido possui a base de cálculo simplificada

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prevista nas leis 9249 e 9065 de 95. Estatributação consiste na determinação a cadatrimestre de um resultado (lucro) por meio daaplicação de percentuais sobre a receita brutada empresa, determinando assim, um valor delucro que é mera presunção (ou seja, nãorepresenta o lucro que a empresa efetivamenteobteve).

A maioria dos contribuintes opta pelatributação com base no Lucro Presumido, porse tratar de um mecanismo de apuração erecolhimento do imposto de renda destinado àspequenas e médias empresas; não cabendo omesmo ônus burocrático de levantamento eapresentação de resultados, com o recolhimentode tributos em tempo igual aos das grandesempresas. “A introdução pelo fisco do conceitolucro presumido visou facilitar a apuração dabase de cálculo, para algumas empresas demenor porte e menor nível de estrutura”,conforme Chieregato, Renato, 2003, p.176.

Porém, não devemos confundir tributaçãosimplificada com contabilidade simplificada. Épossível uma empresa optar pelo LucroPresumido devido à tributação simplificada evantagens fiscais que este pode oferecer; masnão deve pensar que escolhendo o LucroPresumido estará livre da escrituração contábilregular e completa. Para efeito de legislação fiscalé necessário, neste método, somente o LivroCaixa e Registro de Inventário, mas temos alegislação comercial para ser atendida também.

Somente pode optar pela tributação combase no Lucro Presumido, a empresa que nãoesteja enquadrada nas regras do Lucro Real eprevista no Decreto 3000/99. Esta opção seráformalizada pelo pagamento da 1º cota trimestraldo imposto, considerada definitiva.

A base de cálculo incide sobre a receitabruta trimestral, que é o faturamento, deduzindoos impostos não cumulativos (IPI e ICMSsubstituição tributária), as devoluções, as vendascanceladas e os descontos incondicionais,multiplicados pelo percentual de presunção eadicionados demais resultados e ganhos decapital (não considerando a equivalênciapatrimonial, dividendos recebidos e recuperaçõesde crédito anteriormente tributadas).

O percentual de presunção varia de 1,6%parra revenda de combustíveis, 8% para serviçoshospitalares, transportes de cargas, atividadescom imóveis, comércio e indústria em geral; 16%para serviços de transporte exceto carga eempresas da área financeira, seguradoras eprevidência privada e 32% demais serviços(sendo que para aquelas que não ultrapassaremR$ 120.000,00 de receita bruta anual à alíquotaserá de 16%). Sobre essa base de cálculo deveser aplicado à alíquota de 15% (quinze porcento). Incide também um adicional do impostode renda à alíquota de 10% (dez por cento)sobre a parcela da base de cálculo que excedero valor de R$ 20.000,00 pelo número de mesesdo período de apuração, ou seja, R$ 60.000,00quando o período de apuração englobar os trêsmeses do trimestre.

Do imposto devido à empresa poderádeduzir o imposto pago ou retido na fonte sobreas receitas que integraram a base de cálculo.

No caso em que o imposto retido na fonteou pago seja superior ao devido, a diferençapoderá ser compensada com o imposto a pagarrelativo aos períodos de apuração subseqüentes.

O imposto será pago em cota única até oúltimo dia útil do mês subseqüente ao doencerramento do período de apuração. Ouopcionalmente o imposto apurado em cadatrimestre poderá ser pago em até três quotasmensais, iguais e sucessivas, no valor mínimo deR$ 1.000,00, vencíveis no último dia útil dos trêsmeses subseqüentes ao de encerramento doperíodo de apuração a que corresponder,observando:

a) 1ª quota (vence no mês determinadopara a quota única): sem encargo;

b) 2ª quota - juros de 1%;c) 3ª quota - SELIC do mês anterior, mais

1 %.

Lucro real

A apuração com base no método LucroReal incide sobre o resultado (lucro)efetivamente apurado através da Demonstraçãode Resultado do Exercício (DRE), segundo suaescrituração contábil e com alguns ajustes

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extracontábeis (chamados de adições eexclusões), num livro específico denominadoLALUR (Livro de Apuração do Lucro Real).Na prática a empresa apura dois “lucros” noperíodo base: um contábil e outro fiscal, sendoeste último a base de cálculo dos impostosdiretos.

Algumas empresas estão obrigadas àapuração no método do lucro real, dentre elasas que no ano-calendário anterior sua receitabruta total seja superior ao limite deR$ 48.000.000,00; sejam de atividades debancos comerciais, caixas econômicas,sociedades de crédito, financiamento einvestimento, de seguros e outras ligadas; quetenham lucro, ou capitais auferidos do exterior;que autorizadas pela legislação tributáriausufruam benefícios fiscais relativos à isenção ouredução de imposto, as que explorem atividadesde prestação cumulativa e contínua de serviçosde mercadologia, compras de direitos creditóriosresultantes de vendas mercantis - factoring e asprevistas no artigo 22 da Instrução Normativa93/97 que entre elas, são as sociedadesconstituídas sob forma de ações de capitalaberto, as que se dediquem à compra, venda eloteamento e construção de imóveis e obras deconstrução civil.

A legislação define, de acordo com oartigo 249 e 250 do RIR/99, que deverão seradicionados ao lucro líquido para compor a basede cálculo do lucro real os custos, as despesas,encargos, perdas, provisões, participações equaisquer outros valores deduzidos na apuraçãodo lucro líquido (DRE) que, de acordo com alegislação tributária, não sejam dedutíveis nadeterminação do lucro real. E poderão serexcluídos do lucro líquido, de acordo com oartigo 250 do RIR/99 os valores cuja deduçãoseja autorizada pela legislação tributária e quenão tenham sido computados na apuração dolucro líquido do período de apuração (como porexemplo, a depreciação acelerada incentivada),os resultados, rendimentos, receitas e quaisqueroutros valores incluídos na apuração do lucrolíquido que, de acordo com a legislaçãotributária, não sejam computados no lucro real.

A legislação considera como forma de

recolhimento com base no Lucro Real o Impostode Renda Trimestral Definitivo, no qual o impostoé apurado a cada três meses com o devidorecolhimento do imposto com base real e semcompensação entre os meses, necessitandoinclusive de fechamento de balanço e livroscontábeis. E o Lucro Real por estimativa, ummétodo flexível e interessante, que se trata deum sistema de antecipação do IR devido no finaldo ano, sendo pago mensalmente comcompensação no final do exercício. A apuraçãomensal do imposto é em bases estimadas,seguindo os critérios do lucro presumido ou embases reais, com ajustes na apuração final doperíodo base.

Poderão ser compensados, total ouparcialmente, à opção do contribuinte, osprejuízos fiscais de períodos de apuraçãoanteriores, desde que observado o limite máximode 30% do lucro líquido ajustados pelas adiçõese exclusões previstas na legislação tributária. Oprejuízo compensável é apurado nademonstração do lucro real e registrado noLALUR (parte B). (Lei nº 8.981/95, art 42).

Por exemplo, considerando que em31.12.X1 ocorreu um prejuízo fiscal deR$1.000.000,00 e, em 31.12.X2 um Lucro Realde R$11.000.000,00. Podemos compensar30% do valor do Lucro Real, sendoR$11.000.000,00 x 30%= R$3.300.000,00(este é o limite para compensar o prejuízo doexercício anterior). Como o prejuízo fiscal deX1 foi de R$1.000.000,00 o valor do LucroReal Tributável será de R$10.000.000,00.

Para melhor esclarecer as sistemáticas derecolhimento do Imposto de Renda nas basesTrimestral Real e IRPJ Mensal Estimado pode-se confrontá-las (Tabela 1):

O saldo do imposto de renda negativoapurado em 31 de dezembro do ano-calendáriopoderá ser compensado a partir do mês dejaneiro do ano-calendário subseqüente ao doencerramento do período de apuração,assegurada a alternativa de requerer a restituição.

Nos termos do Ato Declaratório SRF nº3/2000, os valores devidos com base na receitabruta e acréscimos ou em balanço ou balancetede suspensão ou redução, pagos até o último

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dia útil do mês subseqüente a que se referir,relativos aos meses de janeiro a novembro, queexcederem o valor devido em 31 de dezembrodo ano-calendário, no ajuste anual, serãoatualizados pelos juros equivalentes à taxaSELIC, acumulada mensalmente, calculados a

partir de 1º de janeiro do ano-calendáriosubseqüente até o mês anterior ao dacompensação ou restituição e de um por centorelativamente ao mês em que a compensaçãoou restituição estiver sendo efetuada.

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Quando a empresa deve optar pelo lucroreal ou lucro presumido

A grande dúvida é quando a empresa deveoptar pelo Lucro Real ou pelo Lucro Presumido.

Inicialmente a empresa deve fazer umestudo acurado sobre a vida e o comportamentodos lucros dos últimos períodos, ou seja, nosúltimos 3 ou 4 anos, conjugado ao orçamentoou previsão de venda, custo, despesas e por fimo planejamento de lucro do exercício seguinte.Neste planejamento a empresa já terá umadefinição clara da previsão para no exercício

seguinte optar pelo Lucro Real ou pelo LucroPresumido de acordo com as regrasestabelecidas pela Receita Federal previstas noart. 246 de Dec 3.000/99.

Quando a margem de lucro desejada formaior que o percentual de presunção, éadequado utilizar o Lucro Presumido.

Por meio de uma empresa fictícia é possívelesclarecer como deve ser realizada essa análise.A empresa em seu orçamento chegou à seguinteDRE (tabela 2), considerando que a empresaem ambas situações obteve um prejuízo contábilno exercício anterior de R$50.000.

Com base nessas informações concluiu aapuração com base no Lucro Real e no LucroPresumido para comparação entre os métodos.

a) Apuração com base no Lucro Real(tabela 3):

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b) Apuração com base no Lucro Presumido (tabela 4):

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Na situação A, visto que a empresa desejaum lucro de 10% e que o fator de presunçãopara a atividade é de 8%, sendo assim o fatorde presunção menor que o lucro desejável, ométodo Lucro Presumido oferece um menordesencaixe tributário. Já na situação B, já que aempresa deseja um Lucro de 5% e sua atividadedesigna fator de presunção de 8%, este maiorque o Lucro desejável, é interessante a empresaoptar pelo método Lucro Real.

Com base no orçamento a empresaconsegue identificar como poderá estardesonerando a empresa com os tributos, demaneira lícita e legal, utilizando-se doplanejamento tributário.

Conclusão

A carga tributária do país pode ser muitoonerosa às empresas, portanto é necessárioestudar as alternativas que o governo oferecepara diminuir esse ônus, permitindo assim, maiorpossibilidade de crescimento para as empresas.Este estudo deve ser elaborado de formadetalhada visando todos os aspectos paradiminuir a margem de erro.

Assim fica claro que planejar requerdecisões analíticas presentes, com o intuito debuscar resultados no futuro, porém,especificamente, se tratando de planejamentotributário podemos defini-lo como meio legal deeconomizar recursos para a empresa através deaplicação nas oportunidades que a legislaçãotributária oferece, uma maneira lícita de reduzira carga fiscal.

Com este estudo conseguimos visualizaros passos da empresa, utilizar o orçamento paracalcular qual será o provável faturamento daempresa e então calcular qual será seu lucro esaber quanto irá pagar de imposto; conseguindoassim dispor da melhor maneira que a legislaçãopermite para enxugar os custos e aumentar assimseu lucro.

A forma de enquadramento da tributaçãodas empresas, obedecendo naturalmente ospreceitos legais, pode levar a maior ou menordesencaixe monetário, nunca é demais lembrarque a tributação na modalidade do Lucro Real é

aberta para todas as empresas, embora algumasobrigatoriamente por força legal. É importanteressaltar que é equívoco o raciocínio de queempresas tributadas na modalidade do LucroPresumido e do Simples estão dispensadas deescrituração; devemos estimulá-la por preservaros registros contábeis e conseqüentemente acontabilidade como instrumento de informaçãopara que decisões possam ser tomadas edecisões acertadas, e gerar forte variável para acontinuidade dos empreendimentos, e assim “nãorestam dúvidas de que é necessário informarmelhor, para que tanto a classe empresarialquanto a população em geral estejam bempreparadas e orientadas na questão dos impostose sua incidência nas diversas situaçõesapresentadas no quotidiano da populaçãobrasileira”, conforme Chieregato, Renato, 2003,p.17.

Referências Bibliográficas

Chieregato, Renato; Manual de ContabilidadeTributária, 2ª Edição, 2003, Atlas.Higuchi, Hiromi; Imposto de Renda das Empresas -Interpretação e Prática, 27ª Edição, 2002, Atlas.IOB THONSOM, Guia de Contabilidade Atualizável.São Paulo, 2004.Martins, Ives; Imposto de Renda - Conceitos, 2ªEdição, 1996, Atlas.Silva, J. Miguel. Guia de Contabilidade Atualizável.São Paulo, 2004.

Sites consultados

Governo Federal; Pessoa Jurídica. Disponível naInternet http://www.receita.fazenda.gov.brLegislação Federal, impostos Pessoa Jurídico.Disponível na Internet: http://www.fiscosoft.com.br

Notas

1 Cálculo da Compensação: Sit.. A: Lucro Real do anoR$117.300 x 30% = R$35.130. Prejuízo período anteriorR$50.000 (limite), portanto Saldo a Compensar R$35.130/ Situação B: Lucro Real do Ano R$239.750 x 30% =R$56.925. Prejuízo anterior, R$50,000 (limite), portantosaldo a compensar R$50.0002 Sobre excedente de R$60.000,00 da base de cálculo(Sit. A: BC – 60.000 = R$19.970 x 10% = 1.927Sit.. B: BC – 60.000 = R$129.750 x 10% = 12.975