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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

PARA A AGROPECUÁRIA BAIANA

DIRETRIZES GERAIS

Salvador – Bahia

Dezembro 2010

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Jaques Wagner

SECRETARIA DA AGRICULTURA, IRRIGAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

Eduardo Salles

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

Luiz Paulo Almeida Neiva – UNEB (Coordenador Geral)

Edgard Porto Ramos (Coordenador Técnico)

Thiago Reis Góes (Assistente Técnico)

Patrícia Smith – UNEB

Patrícia Lessa Santos – UNEB

Vitor Bernardo Santos – Essencial Tecnologia e Gestão Empresarial

Luciano Souza Santos – Essencial Tecnologia e Gestão Empresarial

Luiz Sérgio Gomes da Silva - Consultor

Marcelo Libório Fraga Lima – SEAGRI

Ana Paula Alcântara dos Anjos - SEAGRI

Kátia Correia Lima – SEAGRI

José Mário Carvalhal - SEAGRI

Luciana Pires – SEAGRI (Coord. de Apoio às Câmaras Setoriais)

Hermínio Maia Rocha – SEAGRI

Carlos Armando Barreto de Santana - SEAGRI

COLABORAÇÃO EDITORIAL

Rosangela Barbosa Machado - SEAGRI

DESIGN GRÁFICO E EDITORIAL

Editora Dendê

IMPRESSÃO

PRESSCOLOR

4ª avenida, 405 – Centro Administrativo da Bahia

CEP 41.745-002 – Salvador – Bahia

Tel.: (71) 3315-2783 – Fax: (71) 3115-2761

www.seagri.ba.gov.br

[email protected]

Tiragem: 1000 exemplares

Bahia. Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária.

Planejamento estratégico para a agropecuária baiana: diretrizes gerais.

– Salvador: SEAGRI, 2010.

44 p. il.

1. Agropecuária – Planejamento – Bahia. I. Título

CDU: 631(814.2)

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

Governador do Estado da Bahia

JAQUES WAGNER

Secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária

EDUARDO SALLES

Chefi a de Gabinete

ANTÔNIO BARRETO DE OLIVEIRA

Diretoria Geral

LÍCIA MARINHO DE ANDRADE MAGALHÃES

Superintendência de Política do Agronegócio - SPA

JAIRO PINTO VAZ

Superintendência de Irrigação - SIR

MARCELLO NUNES DE ABREU

Superintendência de Desenvolvimento Agropecuário - SDA

RAIMUNDO SAMPAIO DE CARVALHO

Superintendência de Agricultura Familiar – SUAF

WILSON JOSÉ VASCONCELOS DIAS

Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA

EMERSON JOSÉ OSÓRIO PIMENTEL LEAL

Agência Estadual de Defesa Agropecuária – ADAB

CÁSSIO RAMOS PEIXOTO

Bahia Pesca S.A.

ISAAC ALBAGLI DE ALMEIDA

Coordenação de Desenvolvimento Agrário – CDA

LUIS ANSELMO PEREIRA DE SOUZA

Imagens

Sumário

Apresentação .................................................................................................................................................................................................................... 06

Introdução ......................................................................................................................................................................................................................... 09

1. Panorama da Agropecuária na Bahia .......................................................................................................................................................... 10

2. A Busca pela Convergência dos Planos, Programas e Projetos na Bahia ............................................................................... 15

3. As Maiores Cadeias da Agropecuária da Bahia e suas Articulações com os

Maiores Investimentos Previstos .................................................................................................................................................................... 21

4. Plano Estratégico: Visão de Futuro, Objetivos e Ações Estratégicas .......................................................................................... 26

5. Objetivos Estratégicos ............................................................................................................................................................................................ 29

Elevação da Capacidade Produtiva .................................................................................................................................................... 29

Equilíbrio Financeiro .................................................................................................................................................................................... 34

Ampliação de Mercados ........................................................................................................................................................................... 35

Defesa Agropecuária ................................................................................................................................................................................... 38

Base Logística para a Produção e Comercialização .................................................................................................................. 40

Geração e Difusão de Conhecimento .............................................................................................................................................. 42

6. Gestão Articulada, Continuada e Competente ...................................................................................................................................... 44

6

APRESENTAÇÃO

Há dois anos, quando chegamos à Secretaria da Agricultura,

consideramos que faltava à agropecuária do Estado um pla-

nejamento, com ações pensadas para médio e longo prazos. A

nossa agropecuária, segmento da economia responsável por

24% do PIB, 30% dos empregos e 37% das exportações, preci-

sava ser tratada com o cuidado e respeito proporcionais à sua

importância. Não poderia continuar sendo alvo de ações pontuais nem de medidas tempestivas para “apagar

incêndios”, a exemplo dos problemas enfrentados pela cacauicultura e a fruticultura.

Percebemos que era necessário elaborar um planejamento estratégico para o setor, criando condições para o

desenvolvimento da agropecuária, focalizando questões como assistência técnica, crédito assistido, capacitação,

pesquisa, defesa agropecuária, infraestrutura e logística, comercialização e agroindustrialização, dentre outras.

Seguindo as diretrizes traçadas pelo governador Jaques Wagner, decidimos então elaborar um plano que não

fosse desse governo, mas que contasse com a participação e cumplicidade da sociedade organizada, através

dos pequenos, médios e grandes produtores, da agroindústria, dos movimentos sociais, dos representantes dos

territórios, enfi m, de todos os elos das cadeias produtivas.

Detectada esta realidade, passamos a pensar em como fazê-lo.

Seria fácil para o secretário da Agricultura contratar uma consultoria para fazer um planejamento unilateral e

entregar agora um pacote pronto. Mas não era isso que queríamos.

Para não “reinventar a roda”, pesquisamos em outros Estados se havia um modelo a ser espelhado e aprimorado.

Vimos que, infelizmente, só existiam ações pontuais, que não poderiam ser utilizadas neste caso.

Somente no Ministério da Agricultura encontramos um modelo organizacional de câmaras setoriais, que não tinham

a mesma fi nalidade que nos propúnhamos, mas que poderíamos utilizá-lo como base para o nosso trabalho.

Foi assim que resolvemos criar 20 câmaras setoriais de cadeias produtivas consideradas prioritárias e através delas

elaborar o Planejamento Estratégico para o desenvolvimento da agropecuária baiana nos próximos 20 anos.

7

A partir daí contratamos uma consultoria para traçar uma espinha dorsal, separando por itens as questões a se-

rem observadas, permitindo assim estabelecer a transversalidade entre as cadeias e compor um planejamento

para toda agropecuária baiana.

O caminho do futuro estava traçado. No mês de maio o governador Jaques Wagner empossou os membros de

20 câmaras setoriais das cadeias produtivas prioritárias, selecionadas pelos impactos econômicos e sociais que

geram no Estado.

Foi um ano de trabalho árduo, realizado com dedicação e determinação e a cumplicidade de cerca de 800 pes-

soas, representantes de todos os elos das cadeias selecionadas.

Para fi nalizar o planejamento buscamos o apoio da Universidade Estadual da Bahia, UNEB, instituição que já pos-

sui articulação com a Secretaria do Planejamento, viabilizando assim a ligação com os programas e planejamento

do governo do Estado, a exemplo do PPA.

Chegamos ao momento de apresentar o Planejamento Estratégico para a Agropecuária Baiana nos próximos

20 anos. Inicialmente de uma forma global, mas que nos próximos meses, com o auxílio da UNEB, será detalhado

e inserido no PPA.

Como engenheiro agrônomo, tenho orgulho de estar secretário da Agricultura no momento em que a agro-

pecuária baiana é pensada a médio e longo prazos, produzindo, a muitas mãos, um documento que nenhum

secretário da Agricultura poderá desprezar ou ignorar.

Este trabalho, fruto da visão de estadista do governador Jaques Wagner, representa o futuro da nossa agropecuá-

ria, produzindo cada vez mais, gerando mais empregos e riquezas, e mantendo o homem do campo em sua terra,

com dignidade e melhores condições de vida.

Eduardo Salles

Secretário da Agricultura

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9

INTRODUÇÃO

Este documento tem por objetivo pensar o setor agropecuário do Estado da Bahia

para os próximos 20 anos, bem como oferecer subsídios para a elaboração do pro-

jeto Pensar a Bahia–2023 e, ainda, contribuir para a montagem do Plano Plurianual do

Governo do Estado para 2012–2015, do ponto de vista da agropecuária na Bahia.

Nessa perspectiva, esboçou-se um conjunto de objetivos e ações estratégicas a partir

do reconhecimento das características do desenvolvimento recente da Bahia, da aná-

lise das visões dos representantes das vinte Câmaras Setoriais da Agropecuária Baiana

e da compreensão da participação da Bahia no processo de desenvolvimento do Bra-

sil, baseando-se, para este último caso, na compatibilização entre as potencialidades

identifi cadas para a nossa agropecuária e as formulações estratégicas das metas esta-

belecidas pelo Governo Federal para a sua inserção no mercado mundial.

Para uma abordagem consistente e ponderada a esse importante desafi o, partimos

do entendimento de que a Bahia está cada vez mais integrada, economicamente, a

outras regiões do Brasil e a outros países, o que exige visões com escalas distintas.

É preciso focar estrategicamente as ações – inclusive em suas transversalidades – para

atender aos distintos setores produtivos e à população baiana, no engendramento de

um processo compartilhado e democrático de construção, estabelecendo para onde

queremos chegar e como alcançaremos nossos objetivos.

Da mesma forma que o Brasil desenha seu desenvolvimento na perspectiva de se tor-

nar importante celeiro da produção mundial de alimentos, fi bras e bioenergia, temos

a certeza de que a Bahia poderá dar uma importante contribuição para que alcance-

mos os objetivos de um estado forte na agropecuária, mobilizado na construção do

seu futuro em convergência com outras unidades federativas brasileiras.

É com essa visão atenta e fi rmeza de propósitos que apresentamos as diretrizes para

a construção de um processo consistente de desenvolvimento para o futuro, dire-

cionando investimentos que busquem atuar sobre os elementos estruturantes e es-

tratégicos nos cenários que se apresentam, para potencializar o que temos de maior

capacidade não somente para produzir de forma ambientalmente sustentável, mas

também para reduzir as desigualdades sociais e regionais. Essa é a Bahia que preten-

demos e esses são os caminhos que almejamos seguir.

10

1.1 DESENVOLVIMENTO RECENTE

A agropecuária forma um dos segmentos mais complexos e dinâmicos da economia baiana. Além do Polo

Petroquímico, das indústrias, dos serviços e do turismo, a Bahia possui uma forte, diversificada e conso-

lidada atividade agropecuária, presente em todos os 26 Territórios de Identidade. Em sua vasta extensão

territorial de 56 milhões de hectares, o setor agropecuário ocupa uma área de 29 milhões, sendo 6 milhões

com as mais diversas lavouras, 12 milhões com pastagens, 9 milhões com matas naturais e 2 milhões de

áreas agricultáveis disponíveis. Esse espaço conta com 761 mil estabelecimentos agropecuários, em sua

maioria constituído de 665 mil pequenas propriedades de base familiar.

Nos últimos anos, efetivamente, a agropecuária vem se consolidando como um dos setores de destacada

importância na economia baiana. Tanto por contribuir com parcela significativa do seu PIB como por ser

um setor de alta empregabilidade, sustentáculo de muitas regiões e famílias distribuídas nos 417 muni-

cípios baianos. Formando, assim, a maior população rural do Brasil, tanto em números relativos – 33% –

quanto absolutos: 4,5 milhões de habitantes.

A Bahia se caracterizou, ao longo do tempo, por apresentar uma agroeconomia sustentada, cronologi-

camente nas culturas da cana-de-açúcar, fumo e mandioca (Recôncavo), café (Chapada e Extremo Sul),

seringueira (Litoral Sul, Baixo Sul e Extremo Sul) e cacaueira (Litoral Sul e Baixo Sul). Nos anos recentes,

evidencia-se a importância e a diversidade dos grãos: soja, algodão e milho (Oeste) e fruticultura (Vale do

São Francisco).

As condições edafoclimáticas favoráveis, solos férteis, disponibilidade de recursos naturais, elevada biodi-

versidade e a oferta de mão de obra colocam a Bahia em condições especiais para o desenvolvimento da

agropecuária, com posições destacadas no ranking nacional desse setor.

O indicador mais eficiente para se avaliar, quantificar e mensurar a intensa integração horizontal e vertical

na economia agrícola baiana é o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio1. É possível afirmar que o

desempenho do PIB do setor foi positivo na última década, o que é comprovado pela evolução positiva de

47% no período, saindo de 20,9 bilhões para R$ 30 bilhões (gráfico 1).

1 Nível de Atividade do Agronegócio no Estado da Bahia - FIPE, 2009

1. PANORAMA DA AGROPECUÁRIA

NA BAHIA

11

Outro bom indicador da contribuição do setor para a economia da Bahia é a participação da agropecuá-

ria na balança comercial do Estado. A agropecuária baiana participou, ao longo dos últimos dez anos, em

média, com 33% das exportações totais do Estado, atingindo recordes históricos em exportações agrícolas.

Em 2009, dos US$ 7 bilhões totalizados pelas exportações da Bahia, US$ 3,18 bilhões foram oriundos de

produtos da agropecuária, algo em torno de 45%, contribuindo significativamente para o saldo positivo da

nossa balança comercial.

Não podemos deixar de mencionar a empregabilidade do setor, que contribui significativamente para a

criação de postos de trabalho no interior do Estado. Em 2009, foram admitidas mais de 634 mil pessoas

com carteira assinada, das quais 197 mil foram contratadas pelo agronegócio. Foram 85 mil admissões na

agropecuária, 21 mil na agroindústria produtora de alimentos e bebidas, 9 mil nos ramos têxtil e de vestuá-

rio, 3 mil nos de borracha, fumo e couros, 2,5 mil nos segmentos de papel e papelão e 3 mil no de madeira

e suas obras.

Esses e outros dados demonstram a importância do setor agropecuário e sua contribuição para impulsionar

o desenvolvimento em todas as regiões do Estado. Nesse cenário, indistintamente, todos os 26 territórios

apresentam a sua contribuição, em maior ou menor grau de participação. As condições edafoclimáticas,

os ricos recursos hídricos e sua extensa área dividida nos três biomas – Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica –,

possibilitam ao Estado um expressivo desempenho da atividade agropecuária, com o desenvolvimento

competitivo de várias culturas e criações e posições destacadas no ranking nacional.

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Em função das condições citadas, o Estado da Bahia possui uma das matrizes produtivas mais diversifi cadas do

planeta. Considerando as lavouras tradicionais e as novas e modernas explorações, podemos apontar mais de 50

cultivos dentre grãos (soja, milho, algodão, feijão, arroz, mamona, amendoim, café, cacau, girassol e sorgo), frutas

(banana, uva, manga, abacaxi, mamão, pinha, melancia, maracujá, graviola, laranja, tangerina, limão, goiaba, coco,

melão) e produtos hortícolas (cenoura, cebola, tomate, batata, abóbora, pimentão, alho, chuchu, quiabo, beterra-

ba, diversas folhosas) e fl oricultura. Além de outras e importantes lavouras como mandioca, cana-de-açúcar, fumo,

dendê, sisal, seringueira, guaraná, palmito e mamona, completando um vasto conjunto de aptidão e vocação para

a produção agrícola sustentável.

Nos últimos dez anos a produção de grãos cresceu 82%, saindo de 3,72 milhões de toneladas colhidas em 2000 para

6,77 milhões de toneladas em 2010, a maior safra de todos os tempos. A área manteve-se praticamente estável no

mesmo período, permitindo um incremento de 13% na área colhida com grãos, saindo de 2,4 milhões de hectares

para 2,78 milhões de hectares em 2010, fato que demonstra a importância da tecnologia na elevação da produtivi-

dade e conquista desses recordes, alcançando, atualmente, 2.429 kg/ha contra 1.526 kg/ha no ano 2000 (gráfi co 2).

A fruticultura, que ocupa posição destacada na agropecuária baiana, coloca o Estado em segundo lugar na pro-

dução e exportação de frutas frescas do País. O segmento aumentou sua produção, na última década, em 55%,

saindo de uma produção de 3,36 milhões de toneladas em 2000 para mais de 5,2 milhões de toneladas em 2010

(gráfi co 3).

A pecuária, por sua parte, é considerada uma atividade econômica de grande relevância para o Estado: a diver-

sidade de vegetação e a extensão territorial permitem a produção de bovinos de corte e leite, uma importante

criação de caprinos e ovinos e, ainda, as potenciais atividades da suinocultura e a avicultura.

Coube exatamente a esta última, juntamente com a aquicultura/pesca, o mérito de terem protagonizado ver-

dadeiros saltos modernizantes. O impressionante crescimento da produção de carne de frango no Estado, nos

últimos anos, só é comparável aos níveis de transformação experimentados na criação de pescados e camarões.

O efetivo avícola aumentou 38%: foram aproximadamente 40 milhões de aves, produzindo 260 mil toneladas de

carne de frango em 2010.

AGRÍCOLA RANKING PECUÁRIA RANKING

Coco, Manga, Sisal, Cacau, Guaraná,Mamona, Mamão, Maracujá

1º Caprinos, Asininos, Muar 1º

Laranja,Algodão,Cebola,Dendê, Melancia, Banana, Borracha, Limão, Marmelo, Palmito

2º Ovinos, Equinos 2º

Mandioca, Feijão, Melão, Pimenta-do-Reino 3º Bovinocultura de Leite, Pesca 3º

Café, Abacaxi, Tomate 4º Suínos 7º

Uva, Alho, Amendoim, Batata, Fumo,Girassol, Sorgo

5º Aquicultura 8º

Castanha de Caju, Maçã 6º Avicultura, Apicultura 8º

Soja 7º Bovinocultura (corte e leite) 9º

Fonte: IBGE

Elaboração: SEAGRI/SPA

Quadro 1 A BAHIA NO RANKING NACIONAL

13

14

Ambas as atividades exibem, como marcas características, a introdução de novos sistemas de produção e o aporte de

tecnologias avançadas, assim como o ingresso de capitais expressivos para a exploração em bases empresariais, que

agregam, na sua expansão, a produção em pequena escala ou mesmo em esquema familiar.

Comparando os dados de 2000 a 2010, o rebanho bovino aumentou 9,8%, chegando a 10,5 milhões de cabeças. Hou-

ve, também, crescimento na produção de leite na faixa de 36%, indicando melhoria do rendimento médio. Observe-

se que a produção baiana ainda é defi citária com relação ao seu consumo, conquanto o estado detenha o terceiro

maior rebanho leiteiro do país. Quanto ao rebanho de caprinos e ovinos, ocupamos o primeiro e segundo lugares no

ranking nacional, respectivamente, superando a marca de 3 milhões de cabeças.

Podemos destacar ainda, no segmento da pecuária, a cadeia apícola, que tem surpreendido nos níveis de organiza-

ção e capacitação dos produtores, promovendo o crescimento de 321% na produção de mel nesse período e, em

menores proporções, a criação de búfalos, cavalos e mulas (líder no ranking).

Os esforços são grandes e proporcionam destaques, não apenas de quantidade, mas também de qualidade da pe-

cuária, com melhoria nos índices de produtividade e de rentabilidade.

Em articulação com os produtores, o Governo empenhou-se em ampliar o aporte de fatores da competitividade

no mercado externo, notadamente a sanidade das culturas e rebanhos e a geração e difusão de tecnologia. Cabe

mencionar o empenho na atração de investimentos modernizantes para todos os segmentos, em especial para a

pecuária, a exemplo dos empreendimentos da indústria frigorífi ca e aquicultura.

O grande avanço para a inserção no mercado internacional foi a obtenção da certifi cação internacional da Bahia

como zona livre de febre aftosa, com vacinação. Esse feito, refl exo da cooperação estabelecida entre produtores e go-

verno, impõe a necessidade de um esforço redobrado, no sentido da manutenção e ampliação do status alcançado,

rumo à certifi cação como zona livre sem vacinação.

O estado da Bahia se credencia, assim, como o próximo polo exportador de carne bovina, como também de capri-

nos e de aves, não só por deter o sexto maior rebanho bovino do Brasil (10,5 milhões de cabeças) e o maior rebanho

caprino (cerca de três milhões de cabeças), mas também pelo fato de abrigar novas plantas frigorífi cas, adequadas à

exportação de carnes, além da oferta de serviço de inspeção apto a garantir a qualidade dos produtos.

No setor da pesca e aquicultura, houve um avanço signifi cativo na produção, sendo atingido um incremento da

ordem de 57% nos últimos quatro anos. Em 2006, a produção total foi de 76.169,5 toneladas, enquanto em 2009

alcançamos 119.601,07 toneladas. Com esse avanço, a Bahia saltou do 5º para o 3º lugar no ranking nacional.

O setor da agropecuária da Bahia demanda investimentos em políticas públicas agressivas. De tal forma que os avan-

ços conseguidos em territórios como o Oeste, o Extremo Sul e o Sertão do São Francisco, dentre outros, atinjam aque-

les menos favorecidos em condições climáticas e com limitações de alternativas de cultivo, como é o caso da região

Sul, Semiárido, Nordeste e Sudoeste, onde se encontra a grande maioria dos agricultores familiares do estado.

O Governo da Bahia, por meio da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária – Seagri, cumprindo seu papel

de articulador dos interesses de todos os setores ligados à economia agrícola do estado, vem buscando captar e

fomentar a implantação e a consolidação de diversos e modernos empreendimentos agrícolas e agroindustriais, ofe-

recendo incentivos, além de promover a assistência técnica, a pesquisa agrícola e o desenvolvimento tecnológico.

15

2.1 O QUE O BRASL E A BAHIA ESPERAM DO FUTURO DA AGROPECUÁRIA

As grandes formulações encontram convergências

O processo recente de desenvolvimento do Brasil e da Bahia apresenta muitas semelhanças, assim como as suas

perspectivas sobre a agropecuária e as cadeias agroindustriais, guardando, evidentemente, o porte e as peculiari-

dades de cada caso. Podemos considerar que há uma convergência muito importante, qual seja, a de que a agro-

pecuária terá uma importância estratégica no processo de desenvolvimento do Brasil e da Bahia. Nesse sentido,

as deduções que sugerem uma estratégia para os anos 2022 e 2023, respectivamente para os casos do Brasil e da

Bahia, têm praticamente os mesmos fundamentos, embora com metas quantitativas diferenciadas.

Em síntese, no Brasil os negócios da agropecuária são responsáveis por 33% dos empregos e 36% das exportações, e res-

ponde por 22,08% do PIB2. As perspectivas brasileiras são de elevar essa participação, em função das suas pretensões de

tornar o país um importante celeiro mundial de produção de alimentos. Tal constatação se baseia nas suas potencialida-

des de produção, que considera o imenso potencial do Centro-Oeste e Norte do país, como novas áreas de expansão das

produções do Sul e Sudeste. Aliado a isso, evidencia-se que países populosos como a China e a Índia não terão capacidade

de atender às suas demandas crescentes por “alimentos, matérias-primas e agroenergéticos, enquanto a produção agríco-

la mundial deverá expandir-se predominantemente em alguns países como os Estados Unidos, Brasil e Argentina3”.

Todos esses aspectos reforçam, também, o papel das cadeias da agropecuária no desenvolvimento da Bahia,

como um setor que é responsável por 24,10 % do PIB estadual. Se analisarmos apenas o período mais recente,

entre os anos de 2007 a 2009, veremos que o crescimento real do complexo do agronegócio foi maior do que o

do PIB da Bahia: 7,71% contra 6,58%, respectivamente.

2 Esses números se referem a contas satélites, que tomam como referência as cadeias, segundo dados do trabalho realizado pela Fipe para a Seagri

(“O agronegócio no estado da Bahia, nos seus territórios de identidade e na sua agricultura familiar, 2002 a 2009”), considerando: “o PIB do agronegócio

resulta da soma de quatro agregados principais: insumos, agropecuária, indústria e distribuição”. Este método difere daquele utilizado pelo IBGE/SEI e

outras instituições que fornecem registros administrativos, considerando o recorte por setor da economia – primário, secundário e terciário. Utilizando

tal metodologia, encontramos o número de empregos formais para a agropecuária no valor de 3,5% para o caso do Brasil e de 4,1% para a Bahia. Para

o caso da produção dos setores da agropecuária (não da cadeia), a sua participação no Brasil é de 5,8%, enquanto que na Bahia é de 8,6, para o ano de

2009. Para a participação nas exportações, os números para Brasil e Bahia praticamente se equivalem – em torno de 43% para o ano de 2009.

3 Para o caso dos dados do Brasil, ver site da Presidência da República do Brasil – Brasil 2022 http://www.sae.gov.br/brasil2022/?p=318, acessado

em 07 de dezembro de 2010.

2. A BUSCA PELA CONVERGÊNCIA DOS

PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS NA BAHIA

16

O potencial do nosso Estado pode ser compreendido pelo expressivo crescimento das cadeias da agropecuária do

Oeste, principalmente de grãos, do Norte, com frutas e no Extremo Sul, com papel e celulose, com uma forte presen-

ça nos mercados externos. Agregue-se a isso as possibilidades da agropecuária familiar na produção de alimentos

para suprir o mercado interno, localizado, de forma dispersa, em toda a extensão da região do semiárido baiano.

Se analisarmos os dados por Territórios de Identidade na Bahia, podemos constatar que, em 2009, a participa-

ção na agropecuária em relação ao PIB estadual foi diferenciado: no Extremo Sul representou 13,21%, no Oeste

13,33%, no Metropolitano 11,73%, no Sertão do São Francisco 6,76%, no Portal do Sertão 5,96%, no Agreste

de Alagoinhas/Litoral Norte 5,59% e no Litoral Sul 5,72%. Ressalte-se que essa participação tem apresentado

comportamentos diferenciados de crescimento, com alguns territórios localizados na região semiárida da Bahia

alcançando altas taxas de crescimento no período de 2002 a 2009, tais como o território do Piemonte Norte do

Itapicuru, Vitória da Conquista, Piemonte do Paraguaçu e Sertão Produtivo (Cartograma 1).

17

Alguns argumentos oferecem maior suporte para as estratégias convergentes do Brasil e da Bahia e dão indica-

ções dos cuidados necessários para redirecionar a produção de alimentos. É esperado que a população mundial

tenha crescimento, com tendência à prevalência de faixas etárias mais elevadas, e que seja crescente a taxa de

urbanização, sobretudo nos países mais desenvolvidos. Essa perspectiva deverá trazer mudanças em hábitos

alimentares e, por decorrência, o consumo tende a tornar-se mais exigente por produtos saudáveis, com certifi -

cação de conformidade. Tais aspectos exigirão maior qualifi cação no processo produtivo, no desenvolvimento de

novas tecnologias, na defesa sanitária e no fi nanciamento e ações de gestão pública para dar suporte a todo o

processo. São aspectos que reforçam a necessidade de ações planejadas de forma compartilhada, embora com

importantes iniciativas do setor público.

Ainda dentro da política mundial que busca enfrentar a questão do aquecimento global, reforçada pelo Governo

do Brasil, deve-se considerar que a agropecuária terá um papel importante para a redução das emissões de gases

que provocam o efeito-estufa, seja pela produção de biocombustíveis e pelo refl orestamento, o que pode ser

realizado por inovações tecnológicas, a exemplo do sistema de plantio direto.

Podemos identifi car, ademais, algumas estratégias convergentes entre as políticas nacional e a baiana para o

setor, que se reportam à questão da infraestrutura.

Com o processo de globalização, os fl uxos de mercadorias alcançaram uma escala planetária, estimuladas que

foram pelos avanços na informática, nos meios eletrônicos de comunicações, em técnicas administrativas moder-

nas e, notadamente para o nosso caso, em avanços importantes nos meios de transportes. Nos países mais de-

senvolvidos já existem instalados sistemas multimodais de transportes e todo um sistema produtivo e de apoio

em serviços articulados em rede, que proporcionam uma importante redução nos custos e uma sincronização

entre os momentos de produção e de circulação de mercadorias e de serviços.

Em países como o Brasil, que projeta um crescimento importante na produção de alimentos, com uma grande

parcela a ser transportada em sistemas efi cientes multimodais, é necessário complementar as redes em algumas

regiões, como é o caso do Sudeste e Sul, mas, sobretudo, há carência de investimentos importantes nas novas

regiões produtoras, localizadas no Centro Oeste e Norte do Brasil, que podemos incorporar na mesma lógica de

produção as regiões do Oeste, Norte e Extremo Sul da Bahia.

Em outras palavras, a questão da implantação de um sistema de infraestrutura passa a ser estratégica para o Brasil

e, não menos importante, para que a Bahia possa escoar a sua crescente produção, como também participar do

escoamento de parte da produção das novas fronteiras da agropecuária de outros estados, principalmente do

interior do território nacional.

Metas convergentes para o crescimento brasileiro e o desenvolvimento da Bahia

A política de desenvolvimento na Bahia está subordinada, como não poderia deixar de ser, a diversifi cados aspec-

tos das ações do Governo Federal, compostas por inúmeras iniciativas, conformadas por decisões republicanas,

que os estados acordaram em defi nir e aceitar como diretrizes para o desenvolvimento do país. Entretanto, algu-

mas defi nições estaduais podem ter um leque de opções que se limitam a cada caso ou a cada região, sempre

importando somar esforços para que se alcance as metas nacionais.

18

Dessa forma, na maioria das metas, pode-se identifi car valores diferenciados para o Brasil, estabelecidas pelo

Governo Federal, e as metas com a expectativa de ajustes locais, para o caso da Bahia. Mas existem, também,

casos em que a Bahia deverá estar subordinada às metas brasileiras, em função das atribuições diferenciadas dos

poderes instituídos constitucionalmente.

Sendo convergentes as estratégias da Bahia com a média de crescimento do Brasil, espera-se que a Bahia sempre

cresça igual ou acima dessa média, a depender das suas potencialidades e dos seus entraves. As metas a seguir

selecionadas têm uma grande aderência aos aspectos principais do desenvolvimento baiano e, por isso, optou-se

por atribuir conceitos que expressem as expectativas de crescimento estadual, em relação à média nacional: MÉ-

DIA, signifi cando que há uma expectativa de crescimento dentro da média nacional e que a Bahia permaneça em

situação relativamente estável na comparação com outros estados; SUPERIOR, signifi cando que a Bahia pretende

dar importante contribuição à estratégia nacional e que poderá superar, relativamente, a participação de outros

estados; e ALTA, signifi cando que a Bahia poderá até elevar as expectativas de desenvolvimento do Brasil e espera

participar como um dos principais estados no crescimento da atividade (Quadro 2).

Diante das expectativas apresentadas, a Bahia terá condições de, até 2030, obter um importante crescimento nos

negócios das cadeias da agropecuária, colocando-se à frente de outros estados da federação, e posicionando-se

como um estado que torna o setor agrícola um dos fatores mais importantes para o próprio crescimento. Além

de ajudar a meta brasileira de elevar para 18% a participação da região Nordeste no PIB nacional.

Quadro 2 METAS PARA O BRASIL (2022) E PARA A BAHIA (2023)

BRASIL BAHIA

Crescer o PIB a 7% ao ano e aumentar a taxa de investimento para 25% do PIB

MÉDIA

Alcançar a inclusão fi nanceira de 100% da população adulta SUPERIOR

Modernizar o funcionamento da administração pública ALTA

Duplicar a produção agropecuária, duplicar as exportações agrope-cuárias e elevar a renda dos agricultores familiares

SUPERIOR

Aumentar a produtividade agropecuária em 50% ALTA

Aumentar os níveis de controle de sanidade ALTA

Triplicar os investimentos destinados à pesquisa agropecuária ALTA

Agregar valor aos produtos agropecuários, ALTA

Regularizar a propriedade da terra SUPERIOR

Concluir o zoneamento econômico-ecológico ALTA

Qualificar toda a força de trabalho e erradicar o trabalho escravo ALTA

Erradicar a extrema pobreza, erradicar o trabalho infantil ALTA

Garantir a segurança alimentar e o acesso à água a todos ALTA

Erradicar o analfabetismo ALTA

Alcançar 50% de participação de fontes renováveis na matriz energética SUPERIOR

Dobrar a participação do transporte aquaviário na matriz de transportes SUPERIOR

Aumentar em 50% a participação das ferrovias na matriz de transportes ALTA

Dobrar a produção de transporte de carga ALTA

Ampliar a capacidade portuária ALTA

19

2.2 GRANDES INVESTIMENTOS PÚBLICOS PREVISTOS PARA A BAHIA

Os investimentos previstos para a Bahia mostram importantes convergências entre as estratégias dos governos

federal e estadual, notadamente nos grandes projetos de infraestrutura, que deverão ter a capacidade de redire-

cionar o desenvolvimento do estado.

Projetos previstos no PAC e no PPA buscam assegurar o desenvolvimento econômico por meio da expansão e moderni-

zação da infraestrutura econômica estadual. Particularmente nas áreas de logística de transportes e energia elétrica, por

meio da criação de novos complexos logísticos, com articulação de modais de transporte e que venham a proporcionar

a integração do litoral com o interior do estado, em especial entre o litoral baiano e o Centro Oeste brasileiro, com a cons-

trução da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a construção do complexo Porto Sul (Cartograma 2).

20

Outros investimentos complementam uma rede multimodal de transportes, como é o caso da ampliação e mo-

dernização do complexo portuário da Baía de Todos os Santos, a recuperação da hidrovia do São Francisco e a

ampliação e restauração da malha ferroviária existente, com destaque para o trecho que liga Juazeiro, na margem

do rio São Francisco, aos portos da Região Metropolitana de Salvador. Pontifi cam, ainda, a restauração da malha

rodoviária estadual (em especial, das rodovias federais as BR-242, BR-116 e BR-101), a viabilização dos projetos

irrigados de Salitre e Baixio de Irecê e a revitalização da bacia do rio São Francisco.

Essa rede articulada de vias permitirá que seja formado, na Bahia, um sistema multimodal capaz de transformar o

seu território em uma importante rótula, composta por vários “nós” logísticos que, no seu conjunto, constituirão

um grande centro de distribuição de mercadorias, articulando todas as regiões da Bahia com outras regiões e

outros países, por meio de vias com baixos custos de transportes.

Vale também ressaltar, ainda, a importância da implantação de dois terminais pesqueiros públicos em Ilhéus e

Salvador, que absorverá recursos da ordem de 20 milhões.

Esse conjunto de investimentos mais importantes e estruturantes para o Estado oferecerá uma importante rede

de escoamento para a produção agropecuária, permitindo a criação de alternativas de interligação dos fl uxos

de mercadorias entre o interior do Brasil e outros países, por meio do território baiano. Esse amplo arcabouço

proverá uma alta capacidade de atrair novos investimentos, benefi ciando praticamente todas as cadeias produ-

tivas da agropecuária do estado e possibilitando a entrada da Bahia em um novo ciclo de desenvolvimento, que

lhe permita ampliar suas relações com outros países do mundo e, ao mesmo tempo, contribua para reduzir, em

escala substantiva, as desigualdades sociais e regionais.

21

Recorte setorial e espacial da produção

Um aspecto importante na análise dos negócios da agropecuária na Bahia é que, em 2009, dos R$ 30,8 bilhões gera-

dos pelo complexo do agronegócio como um todo, R$ 1,53 bilhão correspondeu ao setor de insumos, R$ 13,9 bilhões

representam o valor adicionado gerado pela agropecuária, R$ 6,11 bilhões o valor do segmento da indústria de base

agrícola e R$ 9,33 bilhões correspondem ao setor de distribuição fi nal. Assim, tem-se que em 2009, do total da produção

da agropecuária baiana, 43,93% foram produzidos diretamente pelo setor rural e 54,98% são produzidos por segmentos

ligados à indústria e distribuição. Do ponto de vista da participação do PIB por subcomplexo do agronegócio, a lavoura

representou 80,14%, enquanto que a pecuária correspondeu a 19,86%, em 2009.

Do ponto de vista do recorte setorial pelo agronegócio familiar e agronegócio empresarial, constata-se que o

primeiro representa aproximadamente 40% dos negócios e o segundo 60%4.

Se considerarmos, especifi camente, o comportamento da produção do setor rural por Território de Identidade,

podemos constatar como ela está distribuída espacialmente, com diferenciações provocadas pelo porte do va-

lor da produção, da quantidade produzida e pelo recorte setorial entre o agronegócio familiar e o agronegócio

empresarial. Mais: com suas características diferenciadas, essas produções também demandam elementos de

infraestruturas distintas, embora em grande parte já estejam associados aos grandes projetos públicos e privados,

mas carecem ainda de relações com outras políticas públicas.

Quase 54,08% do valor total produzido na agropecuária se concentram no Oeste, Extremo Sul e Sertão do São

Francisco. Se agregarmos o restante do litoral (Baixo Sul, Litoral Norte de e Litoral Sul), esse valor cresce para 67,76%.

Ou seja, o restante dos aproximadamente 32% é a parcela de menor dinamismo do semiárido5 (Cartograma 3).

Evidencia-se que, apesar da agropecuária empresarial representar a maior parcela dos negócios, ela ocorre

de forma concentrada, territorialmente, em poucos municípios do Oeste, Extremo Sul e do território do

4 Seagri/Fipe: O agronegócio no estado da Bahia, nos seus territórios de identidade e na sua agricultura familiar, 2002 a 2009, São Paulo, outubro

de 2010.

5 Não foi considerada o Território Metropolitano e seu entorno nos cálculos, porque apensar desses territórios participarem da cadeia do agronegó-

cio, a parcela da produção de mercadorias tem uma presença de apenas 1%, enquanto a indústria e a comercialização fi caram com os outros 99%,

no Oeste a parcela da produção rural teve uma presença de 58,58% e no Extremo Sul de 44,62% .

3. AS MAIORES CADEIAS DA AGROPECUÁRIA DA BAHIA

E SUAS ARTICULAÇÕES COM OS MAIORES

INVESTIMENTOS PREVISTOS

22

São Francisco. Por outro lado, os negócios da agropecuária caracterizados como de porte médio e familiar

encontram-se em praticamente todos os municípios baianos, de forma dispersa, mas com predominância

relativa dessa característica na região central do Estado. Isso, por um lado, oferece dificuldade de aplicação

de políticas públicas, principalmente na oferta de elementos de infraestrutura, e requer esforços de gestão

para o incentivo à produção, mas, por outro, tem-se a recompensa de incentivar uma atividade com grande

importância na geração de valor, relativamente ao PIB da maioria dos municípios baianos.

Quando analisamos a quantidade produzida por Território de Identidade, constatamos as especifi cidades dos

principais produtos, quanto ao porte e às características da produção e, de forma combinada, às suas demandas

diferenciadas por elementos de infraestruturas.

23

Tomando os produtos mais signifi cativos, veremos que há uma combinação de fatores que induzem a que determi-

nadas culturas sejam amplamente distribuídas pela maioria dos municípios e territórios baianos, como a mandioca,

passando por aquelas que se desenvolvem preponderantemente entre três e cinco Territórios de Identidade, embo-

ra sempre com maior concentração em um ou dois deles (bovinos, caprinos, café, cana-de-açúcar, fl orestal – carvão

vegetal e fruticultura), até aquelas que têm uma forte concentração em um ou dois Territórios (grãos, fl orestal – ma-

deira em tora, cacau e algodão). Neste último caso, é possível identifi car que os territórios do Oeste e do Extremo Sul

são os que apresentam os maiores graus de concentração e foco em poucos produtos (Cartograma 4).

24

Esse grau de dispersão e de concentração expressa espacialmente as características de produção da agropecuá-

ria familiar e da agropecuária empresarial, respectivamente. Tal particularidade requer políticas diferenciadas para

a oferta de elementos de infraestrutura concentrada em grandes eixos de escoamento, para o caso das grandes

produções concentradas, e de uma infraestrutura de escoamento baseada em vias locais, vicinais, associadas com

eixos rodoviários estruturantes, embora também devam estar associadas aos grandes eixos viários. Isso sugere

que as ações de apoio à produção, que requeiram ações localizadas, sejam pensadas a partir de uma gestão des-

centralizada espacialmente, com alguns focos nas características mais importantes da produção por Território de

Identidade. Isso, evidentemente, estará mais associado às produções da agropecuária familiar.

Ações transversais, na visão das cadeias produtivas

O resultado das audiências realizadas com as cadeias produtivas da Bahia, durante o ano de 2010, mostrou que

existem questões transversais a todas e que foram sugeridas como agrupamentos de desafi os, sem necessaria-

mente expressar ordem de prioridades.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA: aparelhamento, capacitação, comunicação, crédito, desburocratização, intercâmbio téc-

nico, investimentos, pesquisa, planejamento e gestão, política, processos e tecnologia;

CRÉDITO/SEGURO: acesso, capacitação, comunicação, desburocratização, legislação, mão de obra, meio ambien-

te, planejamento e gestão, política, processos e seguro;

COMERCIALIZAÇÃO: capacitação, organização, comunicação e marketing, desburocratização, exportação, indús-

tria, logística, mercado, modernização, planejamento e gestão, política, qualidade, sanidade e tributação;

PROMOÇÃO E MARKETING: comunicação, planejamento e gestão, política, processos e qualidade;

INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA: armazenagem/distribuição, benefi ciamento, capacitação, comunicação, crédi-

to, energia e água, fi scalização, política, processos e transportes;

DEFESA AGROPECUÁRIA: capacitação, certifi cação, educação, fi scalização, mão de obra, pesquisa, política e processos;

PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO: capacitação, comunicação, fi nanciamento, planejamento e ges-

tão, política, processos, qualidade e tecnologia;

GOVERNANÇA DA CADEIA: agricultura familiar, associações e cooperativas, câmaras setoriais, comunicação,

eventos, governo, legislação, parcerias/convênios, política, qualidade e territórios de identidade;

LEGISLAÇÃO: agricultura familiar, associativismo e cooperativismo, capacitação, comercialização, comunicação,

desburocratização, fi scalização, meio ambiente, padronização, parcerias/convênios, política e processos;

GESTÃO DA QUALIDADE: capacitação, certifi cação, comercialização, comunicação, parcerias/convênios, pesqui-

sa, planejamento e gestão, política, processos e tecnologia;

EM OUTROS DESAFIOS: base de dados estatísticos, indústria, meio ambiente, políticas e sustentabilidade.

25

Diante das características diferenciadas da produção na Bahia, esse esforço de agrupamento das cadeias produ-

tivas tenta sinalizar para ações que devem compor um leque de políticas públicas capazes de enfrentar as ques-

tões, embora cada cadeia e as produções de cada Território de Identidade necessitem de um foco especial.

É importante realçar que, além das questões tecnológicas, fi nanceiras e institucionais que afetam diretamente a

produção, foram ressaltadas de forma recorrente em vários agrupamentos, questões como capacitação, planeja-

mento e gestão. Isso demonstra a importância das políticas públicas e da necessidade de tratar a gestão de forma

conceitualmente mais ampla, fundada na intenção de obter resultados práticos efetivos nas áreas de produção.

Baseados nessas contribuições, acrescidas de uma leitura qualitativa de vários dos seus processos, de uma análise

sobre processos de gestão pública e da sua associação com os cenários do desenvolvimento da Bahia e do Brasil,

foram construídos os Objetivos Estratégicos para o desenvolvimento da agropecuária na Bahia, conforme são

apresentados e conceituados a seguir.

26

4.1 IDÉIAS-FORÇA DA MONTAGEM DO PLANO ESTRATÉGICO

A montagem de uma estratégia requer conhecimentos sobre todas as áreas de interesse relacionadas ao tema objeto,

empreendendo-se análises especializadas para cada setor ou ramos da produção; mas existem alguns traços resultantes

de processos parciais de análise que assumem uma grande proporção na defi nição das grandes linhas de ações, forman-

do os grandes objetivos estratégicos.

Do ponto de vista da agropecuária, tanto na visão específi ca da produção rural de lavouras e animais, quanto da visão das

cadeias produtivas, que servem para compor uma visão mais larga de todos os processos, é necessário que também se-

jam acrescidas questões de políticas sociais que participam indiretamente dos processos produtivos da agropecuária. São

aqueles que emolduram o desenvolvimento de toda a sociedade e que conformam um ambiente completo em todas as

suas dimensões das políticas sociais, econômicas, ambientais e culturais, sintetizando anseios de toda uma sociedade.

Dessa forma, as idéias que norteiam os objetivos estratégicos apresentados a seguir constituem a síntese desse conjunto

de elementos, embora alguns tenham mais relevância em função da sua capacidade de viabilizar as metas pretendidas.

Sem ter a perspectiva de defi nir o grau de importância de cada aspecto, podemos relacionar um conjunto articulado

que pode expressar, de forma qualitativa, os fundamentos.

A compatibilidade entre as estratégias do Brasil e da Bahia oferece importante justifi cativa para que seja defi nida a visão

de futuro do desenvolvimento da agropecuária baiana. O foco mais importante reside no fato de que esse setor passa a

ter um caráter prioritário entre as atividades que irão conduzir as ações de futuro, embora isso também exija uma estra-

tégia com uma abordagem capaz de resolver algumas questões de caráter social e ambiental. Dentre elas, a inserção nas

ações de redução das desigualdades sociais e regionais e na redução das emissões de gás do efeito estufa na Bahia.

Concatenar as ações entre as instâncias federal e estadual ganhará uma força de mão dupla. Por um lado, a Bahia poderá

se benefi ciar de investimentos diretos e focados em programas voltados para a agropecuária; e, pelo outro, a Bahia assu-

mirá a responsabilidade de potencializar os seus resultados, complementando tais ações com novos investimentos, de

forma objetiva e competente.

Em quaisquer cenários, a Bahia estará sempre inserida na política nacional de redução dos custos de transporte e

no incentivo à produção de commodities no interior do território, o que, ao mesmo tempo, permitirá que o esta-

do potencialize o escoamento da produção nacional por suas vias, portos e aeroportos, como também, com tal

4. PLANO ESTRATÉGICO: VISÃO DE FUTURO, OBJETIVOS

E AÇÕES ESTRATÉGICAS

27

esforço, estimulará o país a alcançar as metas de tornar-se um dos maiores celeiros de alimentos do planeta. Dentro disso,

a estratégia para a agropecuária na Bahia, não só contribuirá para viabilizar o carregamento desse sistema multimodal de

transporte, como estará atenta às novas demandas que os serviços a serem atraídos por tais iniciativas, ou possíveis in-

dústrias ligadas às cadeias da agropecuária, que poderão exigir novos investimentos e novos comportamentos de gestão

para rever alguns rumos das ações aqui apresentadas.

Acoplada à visão nacional e às suas interações com os grandes projetos para a Bahia, está a visão dos empresários e agri-

cultores baianos, que mostraram capacidade para identifi car as suas potencialidades produtivas e para superar os seus

entraves; eles delinearam um conjunto de ações por cadeias produtivas e demonstraram sua importância na montagem

de uma estratégia para a Bahia. Tais ações se ajustaram adequadamente às grandes metas do Brasil e se tornaram um

importante fator para desenhar os objetivos estratégicos para a agropecuária na Bahia.

O conhecimento acumulado pelo planejamento do setor agropecuário, da área de planejamento governamental na

Bahia, em todas as suas vertentes temáticas e em várias das suas instituições de ensino, pesquisas, de representação das

distintas parcelas da sociedade e a classe política e representativa do Estado nas instâncias federais, todo esse arcabouço

possibilitou uma leitura importante dos rumos do desenvolvimento da Bahia. Esse conjunto de informações e de conhe-

cimentos, sob as distintas visões do desenvolvimento, com seus recortes espaciais e político-institucionais, permitiu a

construção de uma visão de futuro e dos objetivos e ações estratégicas.

O esforço de uma construção coletiva, observando-se as convergências políticas, mas sem descuidar das abordagens

teóricas sobre o processo de desenvolvimento, terá como resultado uma força social capaz de alcançar as metas traçadas

e tornar possível colocar a agropecuária na Bahia como o maior fator de desenvolvimento do Estado, até o ano de 2030.

4.2 SÍNTESE DO PLANO ESTRATÉGICO E AS METAS

Visão de futuro: Agropecuária como principal fator do desenvolvimento sustentável na Bahia, nas dimensões social,

econômico e ambiental.

Em síntese, o Plano Estratégico para a Agropecuária na Bahia tem uma visão de futuro que compreende o setor como

da maior importância para o desenvolvimento da Bahia até 2030, porquanto se constitui em uma forte contribuição não

só para os setores produtivos, para o emprego e a renda, mas também contém forte preocupação social, com a inclusão

das pessoas no mercado de trabalho, via capacitação, com a oferta de equipamentos e serviços que melhorem a vida no

campo, com a redução das emissões de gases, que preserve o nosso ambiente e com uma forte distribuição das suas ati-

vidades nas várias regiões da Bahia. E mais, reforçando o pensamento de uma gestão pública combinada, descentralizada

e competente. E que crie, com isso, novas oportunidades de trabalhos para as empresas privadas, aos consultores indivi-

duais e às organizações não-governamentais que se preocupam com o processo de desenvolvimento sustentável.

Mas a visão da agropecuária na Bahia também tem a sua dimensão nacional, ao associar os seus objetivos e ações estra-

tégicas ao processo de desenvolvimento brasileiro, dando uma forte contribuição para que o nosso país não só alcance

as suas metas de tornar-se um dos maiores produtores de alimentos do planeta nas próximas décadas, como também

que haja uma importante redução das desigualdades sociais e regionais, com as preocupações sobre a preservação do

ambiente natural e construído.

Isso será alcançado observando-se as defi nições políticas do Governo da Bahia, a partir dos objetivos e ações estratégicas.

28

4.3 OBJETIVOS E AÇÕES ESTRATÉGICAS

Defi nições políticas do Governo da Bahia

Fortalecimento da agricultura familiar, por ser um dos setores que oferecem mais empregos na Bahia, en-

frentando as maiores difi culdades de inserção dos seus produtos no mercado e tendo suas atividades si-

tuadas, na maioria dos casos, em áreas com baixos indicadores sociais;

Estímulo ao semiárido, por ser um recorte territorial caracterizado, dentro de uma visão geral, por baixo

dinamismo econômico, baixos indicadores sociais e onde habitam 48% da população baiana;

Redução das desigualdades sociais e regionais, elevando a qualidade de vida dos baianos e dando-lhes

maiores oportunidades de viver e de trabalhar;

Atenção e incentivo às questões ambientais, associando, de forma mais equilibrada, os novos e importantes

investimentos aos recursos naturais e construídos da Bahia;

Planejamento de curto e longo-prazo, como um processo que estimula alcançarmos os nossos objetivos,

de maneira efi ciente e de forma compartilhada social e politicamente com a sociedade baiana e com agen-

tes públicos e privados de outras regiões e de outros países;

Segurança rural, social e institucional, como forma de assegurar a tranqüilidade para que as pessoas pos-

sam viver e trabalhar na Bahia;

Fortalecimento das Câmaras Setoriais, numa escala estadual, como uma visão específi ca para reconhecer os

processos articulados do ponto de vista econômico, com as expectativas políticas e como importante fonte

de informações e decisões para o planejamento.

29

OBJETIVO ESTRATÉGICO ELEVAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA

Sinopse

Criar todas as condições para construir um ambiente que estimule a produ-

ção agropecuária na Bahia, concatenando os vários processos e instituições,

para criar centros de informações e de conhecimentos de forma descentrali-

zada no estado da Bahia, capazes de enraizar o processo de desenvolvimento

regional de forma sustentável.

Ações estratégicas

Qualifi cação de demandas econômicas e sociais: elevar a capacidade da 1.

sociedade local ter acesso a informações e a gerar conhecimento sobre

as suas realidades, a realidade da sua produção agropecuária, suas opor-

tunidades e limites do desenvolvimento regional.

Assistência a métodos de produção: conceito “da porteira para dentro”, 2.

mas será ampliada para a compreensão da assistência para articular a

visão do desenvolvimento regional, da viabilidade de negócios atrelados

a mercados, às características edafoclimáticas, as técnicas de produção

específi ca para cada agricultor e as questões da comercialização, como

fatores indispensáveis para completar o processo.

Rede sociais de difusão de conhecimentos: organizar uma rede social de 3.

informações sobre as práticas e os procedimentos que estão direta ou

indiretamente relacionados com a produção na Bahia, oferecendo um

centro capaz de ajudar a circular as informações necessárias, estimular

a que os produtores se envolvam em conversações e coordenar alguns

desses processos.

Comunicação para a produção: criar canais de comunicações para ofe-4.

recer informações sobre questões que estão envolvidas com os distintos

processos da vida do produtor e de sua família, que podem dar uma im-

portante contribuição ao processo econômico e social.

Interferência nas Metas: crescimento médio anual do PIB em cerca de 7%; duplicar a produção agropecuária;

duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda dos agricultores familiares; aumentar a produtividade

agropecuária em 50%; agregar valor aos produtos agropecuários e de garantir a meta de qualifi cação de 100%

dos agricultores baianos até 2023.

5. OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

30

ELEVAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA

Consiste em criar as condições para construir-se um ambiente que estimule a produção agropecuária na Bahia,

compreendendo que, para isso, não basta atuar sobre um aspecto, por mais que ele seja importante, mas sim

concatenar os vários processos e instituições, no sentido de criar centros de informações e de conhecimentos de

forma descentralizada no estado da Bahia, capazes de enraizar o processo de desenvolvimento regional de forma

sustentável. Serão os SAP – Sistema de Atendimento ao Produtor, onde também estão ancoradas as políticas dos

agropolos, no mínimo em cada Território de Identidade, assumindo as funções de identifi cação das potenciali-

dades e dos entraves da produção agropecuária de cada região; de qualifi cação (ATER) dos agricultores para a

produção, associando as questões práticas com outras áreas do saber que reforçam o aprendizado e contribuem

para ampliar o entendimento para outras áreas da vida social e econômica; e a geração e difusão de informações,

para construir conhecimentos sustentáveis e enraizados sobre a realidade regional.

Tal iniciativa, para a qual será defi nido um modelo institucional, terá a participação de órgãos e secretarias de go-

vernos, em suas três instâncias, articulados com representantes da sociedade e produtores e será um importante

centro para demandas de serviços de consultorias profi ssionais e especializadas, além de reforçar as chamadas

públicas para a incorporação de ONGs neste processo.

Iniciativas como essa serão capazes de fazer da Bahia um dos estados com crescimento médio anual do PIB em

cerca de 7%, com capacidade para mais que duplicar a produção e as exportações agropecuárias e elevar a renda

dos agricultores familiares, de aumentar a produtividade agropecuária em 30%, de agregar valor aos produtos

agropecuários e de garantir a meta de qualifi cação de 70% dos agricultores baianos até 2030.

Esses objetivos serão alcançados com as ações abaixo descritas, considerando que existirão algumas diferenças

entre aquelas voltadas para os médios e pequenos agricultores, com maior ênfase para a agropecuária familiar e

a agropecuária empresarial.

Para o primeiro grupo, todas as ações serão igualmente importantes e articuladas de forma político-institucional

e espacialmente, enquanto que, para o segundo grupo, as ações desse objetivo estratégico terão maior foco em

sistemas de informações, conhecimentos e de comunicações, visto que trata-se de um setor que já dispõe de

consultorias e profi ssionais capazes de suprir suas demandas nas outras funções.

AÇÕES ESTRATÉGICAS

1. Qualifi cação de demandas econômicas e sociais

Apesar dos esforços empreendidos pela Seagri, é necessário ampliá-los para consolidarmos uma parcela do pla-

nejamento regional na Bahia a partir das suas próprias regiões. O que deverá estimular a descentralização de

profi ssionais por todo o território e elevar a capacidade da sociedade local ter acesso a informações e a gerar

conhecimentos sobre as suas realidades e a própria realidade da sua produção agropecuária. Isso permitirá a

montagem de uma rede de planejamento da agropecuária na Bahia, a partir das suas unidades regionais, o que

defi nirá de forma continuada, em todos os momentos, um processo de planejamento das ações montado com

a participação dos produtores e com o apoio técnico e fi nanceiro do Governo da Bahia. Que ofereça, em tal con-

texto, os seus resultados diretamente para os produtores, nos seguintes aspectos:

31

Identifi cação das potencialidades e das oportunidades do desenvolvimento regional, com apoio de

consultorias especializadas, quando necessário. Isso se fará no bojo de um processo de discussão com

todos os representantes da sociedade local e com trocas de experiências com outras regiões da Bahia

e de outros estados, o que fortalecerá a compreensão sobre as ações necessárias ao desenvolvimen-

to regional (aspectos da demanda por serviços, equipamentos e abordagens sobre investimentos em

qualifi cação urbana para apoio a produção da agropecuária). Tal iniciativa proporcionará a montagem

de um quadro de projetos, a serem encaminhados ao Governo do Estado como reivindicações para a

inserção nos orçamentos anuais e no PPA;

Orientação quanto a processos de captação de recursos, de fi nanciamento para a produção, de funciona-

mento da máquina pública, de emendas parlamentares, de projetos em tramitação no Congresso Federal

ou na Assembleia Legislativa da Bahia e que tenham relações direta ou indiretamente com a produção

regional, entre outras informações similares;

Análise sobre impactos de grandes projetos e suas repercussões sobre a produção regional, assim como

a realização de reuniões e seminários que possam contribuir para a compreensão da sociedade regional

sobre acontecimentos que se relacionam com as suas atividades sociais e econômicas.

Estas ações terão importantes contribuições qualitativas para alcançar todas as metas estabelecidas para este

Planejamento Estratégico.

2. Assistência a métodos de produção (prática e teórica)

O esforço atual de oferecer assistência técnica a cerca de 400 mil dos quase 700 mil agricultores familiares da Bahia

será ampliado em quantidade capaz de atender a maioria dos agricultores (meta de 70%), que serão estimulados

a crescer em número com as ações deste Plano Estratégico; mas também será redefi nido conceitualmente, tanto

do ponto de vista das ações técnicas quanto do modelo institucional. Tecnicamente, a EBDA já dispõe de expertise

capaz de oferecer essa capacitação, embora as novas necessidades exijam que essa oferta seja ampliada, através

da inserção e da requalifi cação do pessoal existente, da incorporação de processos administrativos e de aporte

fi nanceiro capazes de permitir a contratação de novos consultores, sejam eles profi ssionais liberais independentes e

ONGs, para atender às novas demandas. Do ponto de vista administrativo e fi nanceiro, o modelo gerencial do SAP,

incorporando os Agropolos, permitirá oferecer o apoio necessário para todas as ações seguintes:

Resolução de problemas crônicos da EBDA, para que essa instituição possa atuar de forma efi ciente. Será neces-

sária uma reestruturação através de consultoria especializada nos sistemas de gestão e processos, elaboração de

um novo plano de cargos e salários, realização de concurso público e a resolução da questão do passivo existente.

Essas ações permitirão a operacionalização desejada à assistência técnica da agropecuária baiana.

O aporte técnico não mais será restrito ao conceito “da porteira para dentro”, mas sim, será ampliado para a com-

preensão de uma assistência orientada para articular a visão do desenvolvimento regional, da viabilidade de negó-

cios atrelados a mercados, as características edafoclimáticas, as técnicas de produção específi ca para cada agricul-

tor e as questões da comercialização, como fatores indispensáveis para completar o processo;

Será defi nida uma equipe mínima necessária, residente e apoiada em cada SAP, que terá a função de coordenar

as ações regionais, devendo encaminhar à Seagri suas programações anuais (inicialmente as contratações serão

centralizadas), com todos os custos de apoio e com a programação das instituições ou consultores a serem con-

32

tratados. Isso deverá oferecer uma certa autonomia para defi nição das ações específi cas e regionais para esses

profi ssionais, embora todos eles estejam subordinados ao controle da Seagri e das instituições do Poder Legis-

lativo, do ponto de vista legal e do planejamento governamental, e ao controle da sociedade local, do ponto de

vista dos seus resultados;

Esta equipe e seus contratados estarão articulados através da Rede social de difusão do conhecimento,

com a articulação de instituições de pesquisa e desenvolvimento da agropecuária baiana, conforme

apresentado no objetivo estratégico de Geração e Difusão de Conhecimento, oferecendo informações

importantes acerca de práticas produtivas e convivendo com abordagens teóricas acerca de novos co-

nhecimentos e novas práticas exitosas, incluindo os avanços nas práticas exercidas pelo agronegócio

empresarial de cada região;

A equipe de técnicos do Governo da Bahia passará por uma requalifi cação para alteração de conceitos e de

posturas, sendo tal iniciativa expandida, posteriormente, para instituições não-governamentais regionais

que participarão do processo;

Considera-se que a totalidade dos produtores – notadamente os de médio e pequeno porte –, dentro dessa

nova abordagem, estão em requalifi cação permanente, em função das suas inserções no processo de dis-

cussão do desenvolvimento regional, do contato com as equipes técnicas e com a rede social de difusão de

conhecimentos da agropecuária na Bahia, através de seus centros de informações, localizados nos SAPs.

3. Rede sociais de difusão de conhecimentos (bancos de dados e experiências exitosas)

Muitos autores afi rmam que estamos na Era do Conhecimento, o que é atestado por práticas produtivas cada vez

mais embaladas por novas descobertas e avanços tecnológicos importantes. São avanços nas áreas da nanotec-

nologia que invadem as áreas da produção de fertilizantes, são as transformações genéticas que insufl am a pro-

dutividade, são os avanços em procedimentos de controles administrativos facilitados pela informática e tantos

outros. Esse arcabouço de fatores está dando grande velocidade às transformações da produção, do mercado e

das posturas sociais e econômicas dos produtores. É certo que já estão disponíveis variados bancos de dados nas

distintas secretarias e órgão públicos nas três instâncias governamentais, estando já instalados centros digitais

do Governo da Bahia em vários municípios; que existem instituições governamentais de informações, como a SEI

na Bahia e a Embrapa do Governo Federal, e que existem vários outros centros de pesquisas nas universidades

do país, mas ainda não foi dirigido um foco ordenado para convergir as informações para apoiar a produção da

agropecuária na Bahia.

Esse é exatamente o maior objetivo desta ação, qual seja, organizar uma rede social de informações sobre as prá-

ticas e os procedimentos que estão – direta ou indiretamente – relacionados com a produção no estado. Como

em todas as outras ações deste objetivo, os SAPs nos agropolos deverão oferecer importante apoio logístico a

essa ação, oferecendo um centro capaz de ajudar a circular as informações necessárias, estimular os produtores a

se envolvam em conversações e coordenar alguns desses processos.

Será montado um sistema para a agropecuária na Bahia, que possa oferecer informações importantes para

todos os aspectos da produção, da comercialização, do desenvolvimento regional, das políticas em vigor,

do acompanhamento dos grandes projetos e da tramitação de leis e normas sobre temas que se relacio-

nam com a produção;

33

Para o caso da agropecuária empresarial, o enfoque poderá ter um caráter mais centrado em informações

de mercado, de alterações em procedimentos de governos de países que concentram mercados importan-

tes e que podem afetar a produção na Bahia, de avanços em pesquisas etc;

Será instituído um Centro Digital em cada SAP, em cada Território de Identidade, com a perspectiva de

oferecer hardware e software para acesso direto aos produtores, para a sua integração digital, com banda

larga de alta velocidade, além de estimular trocas de informações em formato de videoconferência ou tele-

conferência, bam assim para dar apoio a cursos, seminários e discussões sobre os temas de interesse;

Esses centros digitais, embora mantenham sua independência para realizar atividades regionais, em redes

interregionais serão coordenados e avaliados pelo centro do sistema localizado na Seagri, que estimulará as

trocas de informações, ressaltando caminhos que possam ser melhor aproveitados pelos centros regionais.

4. Comunicação para a produção (leis, decretos, portarias, instruções normativas e campanhas)

Algumas ações, no contexto de avanços na informática e nos meios de comunicações, são necessariamente ten-

dentes à descentralização, mas outras, exatamente por essas possibilidades, ganham escala, melhor efetividade

e melhores resultados práticos, caso sejam reconcentradas. Na produção agropecuária, como em outras áreas da

produção econômica, existe um conjunto de procedimentos defi nidos por legislação de instâncias diferenciadas

do poder estabelecido constitucionalmente no Brasil. São questões que estão envolvidas com os distintos pro-

cessos da vida do produtor e de sua família, que, independentemente de se situarem na esfera das leis ou de uma

simples campanha, podem dar importante contribuição ao processo econômico e social. O desconhecimento de

alguns desses instrumentos legais pode interferir diretamente na produção de um agricultor ou poderá interferir

na produção regional.

Esta ação pretende criar, assim, canais de comunicações sobre os aspectos aqui assinalados, o que poderá estar

relacionado com a rede social de difusão do conhecimento e com o sistema de informações da agropecuária.

Entretanto, por terem uma perspectiva mais ampla, será criado um “meio” de comunicação da agropecuária. O

formato poderá ser via programa de rádio, complementado com jornal eletrônico da agropecuária, tudo hospe-

dado num site da agropecuária na Bahia.

Criação de um espaço na mídia com a perspectiva de oferecer, de forma continuada e rotineira, efetiva

comunicação com os produtores da agropecuária na Bahia, onde serão comentadas questões sobre a le-

gislação, as normas e procedimentos, podendo, ademais, ser inseridas dicas sobre procedimentos adminis-

trativos e fi nanceiros, técnicas produtivas e informações sobre as movimentações dos SAPs, do funciona-

mento da rede social de difusão do conhecimento e de todos os acontecimentos que envolvam o mundo

do produtor baiano. Esta ação se estenderia, naturalmente, para a agropecuária empresarial, porquanto na

programação das informações se reservará momentos importantes para a gestão de negócios de grande

porte – evidentemente com assuntos do interesse desse setor.

34

EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Aspectos fi nanceiros como o endividamento dos produtores, a difi culdade de obtenção de crédito e a inexistência

de um instrumento estadual de seguro da safra difi cultam os investimentos para a melhoria da produtividade.

Articulação para convênios de integração entre os produtores, as agroindústrias e os bancos, de forma a favorecer

o acesso dos produtores tanto aos fi nanciamentos para custeio quanto aos de investimentos rurais: são aspectos

relevantes para todas as cadeias de produção da agropecuária baiana.

Os problemas são de ordens variadas e difi cultam o acesso ao crédito, não se restringindo somente às questões

burocráticas; passam pela desqualifi cação de funcionários das instituições de crédito e alcançam os aspectos mais

importantes quando os entraves fi cam dramáticos pela difi culdade que os agricultores encontram com a questão

da documentação, da falta de seguro, de crédito para custeio e da difi culdade de instrumentos de seguro rural.

Diante dessas iniciativas, espera-se ajudar no alcance das seguintes metas:

Para enfrentar os problemas, as principais questões são: alcançar a inclusão financeira de 100% da popula-

ção adulta; duplicar a produção agropecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda dos

agricultores familiares.

OBJETIVO ESTRATÉGICO EQUILÍBRIO FINANCEIRO

Sinopse

Articulação para convênios de integração entre os produtores, as agroindús-

trias e os bancos, de forma a favorecer o acesso dos produtores tanto aos

fi nanciamentos para custeio, quanto aos de investimentos rurais são aspectos

relevantes para todas as cadeias de produção da agropecuária baiana.

Ações estratégicas

1. Fortalecimento e universalização do Programa Crédito Assistido.

2 . Ampliação da Emissão das DAPs, de modo que todos os produtores fami-

liares se encontrem em condições de terem acesso ao Pronaf;

3. Regularização fundiária, visto que a mesma facilita as condições de acesso

às fontes de fi nanciamento e amplia as possibilidades de negócios;

4. Estruturação de uma política articulada entre o Governo Federal e Estadual

de renegociação das dívidas dos produtores rurais;

5. Adoção do Seguro Rural estadual, como instrumento de fomento a agrope-

cuária baiana. O seguro safra além de dar segurança ao produtor se consti-

tui como um mecanismo facilitador do acesso ao crédito;

6 . Estimular a criação de linhas específi cas de crédito para a exportação

Interferência nas Metas: Alcançar a inclusão fi nanceira da maioria da população adulta; ampliar signifi cativa-

mente a produção e as exportações agropecuárias, também elevar a renda dos agricultores familiares.

35

Fortalecimento e universalização do Programa Crédito Assistido, que consiste na assistência técnico-geren-

cial como ferramenta de diminuição do risco de inadimplência;

Ampliação da Emissão das DAPs, de modo que todos os produtores familiares se encontrem em condições

de terem acesso ao Pronaf;

Regularização fundiária, por seu poder de facilitar as condições de acesso às fontes de fi nanciamento e

ampliar as possibilidades de negócios;

Estruturação de uma política articulada, entre os governos Federal e Estadual, de renegociação das dívidas

dos produtores rurais;

Adoção do Seguro Rural estadual como instrumento de fomento à agropecuária baiana. O seguro safra,

além de dar segurança ao produtor, se constitui em um mecanismo facilitador do acesso ao crédito;

Criação de linhas específi cas de crédito para a exportação.

36

AMPLIAÇÃO DE MERCADOS

A qualifi cação dos mercados de consumo de alimentos, notadamente dentro do foco de desenvolvimento da

agropecuária na Bahia, vai exigir novos comportamentos agressivos quanto às melhorias dos produtos e aos

esforços de ser reconhecido pelo público, a cada dia mais exigente. É certo que há uma tendência de cresci-

mento do mercado interno e que ele não vem inicialmente acompanhado de tais características, normalmente

encontradas nos países mais desenvolvidos; mas é sempre necessário estarmos preaparados para a competição

com aqueles que produzem e sabem ampliar seus mercados de forma a se tornar sustentáveis em largo tempo.

Os fundamentos para isso se encontram no Objetivo de “Elevação da capacidade produtiva na Bahia”, mas esse

esforço individualizado por produtor, produto ou região pode ser um avanço, mas não o sufi ciente para alcan-

çarmos as metas pretendidas. O esforço terá que alcançar as condições para elevar a certifi cação do Produto

Bahia e anunciar tais virtudes em eventos nacionais e internacionais, seja de produtos da agropecuária familiar

ou empresarial.

São ações comuns a todas as cadeias para ampliação do mercado consumidor dos produtos da agropecuária,

embora aquelas mais aderentes à lógica produtiva familiar requeiram maior atenção, como a garantia de compra

por meio de políticas públicas de aquisição de alimentos da agropecuária familiar, incentivos fi scais devido aos

aspectos sociais da produção e maior atenção ao melhoramento dos produtos, por meio de distribuição de se-

mentes de melhor qualidade, acesso a animais mais produtivos e aquisição de máquinas e equipamentos.

Espera-se que este objetivo ajude a Bahia e o Brasil a alcançarem as seguintes metas: duplicar a produção agro-

OBJETIVO ESTRATÉGICO AMPLIAÇÃO DE MERCADOS

Sinopse

Alcançar as condições para elevar a certifi cação do Produto Bahia e anunciar

tais virtudes em eventos nacionais e internacionais, seja de produtos da agro-

pecuária familiar ou empresarial.

Ações estratégicas

1. Certifi cação de qualidade: melhorar a rede de distribuição de alimentos

no Estado através de centros de comercialização regionais; aperfeiçoar os

instrumentos para discussões sobre autorizações e procedimentos para in-

ternacionalização da comercialização dos produtos; universalizar o acesso a

sementes de melhor qualidade; criação do Selo de Qualidade Bahia e cria-

ção do Selo da Agricultura Familiar

2 . Ações promocionais: política estadual de apoio às exportações,; fortaleci-

mento das campanhas publicitárias sobre os benefício dos produtos baia-

nos.

Interferência nas Metas: Duplicar a produção agropecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a

renda dos agricultores familiares, onde podemos ter destaque maior do que as metas nacionais; dobrar a produ-

ção de transporte de carga e ajudar a ampliar a capacidade portuária.

37

pecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda dos agricultores familiares, onde podemos ter

destaque maior do que as metas nacionais; dobrar a produção de transporte de carga e ajudar a ampliar a capa-

cidade portuária.

AÇÕES ESTRATÉGICAS

1. Certifi cação da qualidade

S erá melhorada a rede de distribuição de alimentos no estado através de centros de comercialização re-

gionais, que permitam manter a qualidade dos produtos no ponto fi nal de venda, objetivando um salto de

qualidade do produto ao consumidor;

Serão aperfeiçoados os instrumentos para discussões sobre autorizações e procedimentos para internacio-

nalização da comercialização dos produtos;

Será universalizado o acesso a sementes de melhor qualidade;

Ampliação do acesso dos produtores familiares a animais de melhor qualidade (monta natural, inseminação

artifi cial);

Criação do Selo de Qualidade Bahia;

Estruturação do Programa de Certifi cação dos produtos da agropecuária baiana;

Implantação de laboratórios regionais de Biotecnologia e Qualidade para os produtos da agropecuária

baiana.

2. Ações promocionais (feiras, festivais etc)

Constituem-se em ações e políticas que visam a conquista do mercado exterior, como marketing, apoio institu-

cional ao comparecimento em feiras e missões internacionais e campanhas na mídia impressa, falada e televisiva

dos benefícios do consumo dos produtos agropecuários, ressaltando qualidade, consumo consciente e aspectos

sociais da produção. São iniciativas estruturantes para o setor:

Parceria com o Sebrae para estimular a exportação;

Apoio à exportação por meio de um maior estreitamento e informações dos produtores com a Apex;

Estabelecimento de uma política estadual de apoio à exportação dos produtos da agropecuária familiar;

Fortalecimento das campanhas publicitárias, benefi ciando os produtos agropecuários baianos, destacando

sua qualidade e aspectos sociais da produção.

38

OBJETIVO ESTRATÉGICO DEFESA AGROPECUÁRIA

Sinopse

Garantir a sanidade e a qualidade nas cadeias produtivas do setor agrope-

cuário baiano é fundamental para inserção competitiva dos produtos nos

mercados nacional e internacional e para a proteção do meio ambiente, da

saúde pública e do desenvolvimento econômico e social.

Ações estratégicas

Consolidação do Sistema Estadual de Defesa Agropecuária congregando en-

tidades públicas e privadas na proteção da agropecuária baiana; viabilizar a

participação da comunidade na identifi cação e priorização das demandas de

defesa agropecuária; promover campanha permanente de conscientização e

de educação sanitária, garantindo a “imagem Bahia” como padrão de qualida-

de, por meio da certifi cação de origem e de processos; fortalecer o sistema de

vigilância sanitária com intuito de proteger o território baiano da entrada de

pragas e doenças exóticas.

Interferência nas Metas: Elevar os níveis de controle de sanidade, acima da média nacional, até o ano de 2030.

DEFESA AGROPECUÁRIA

Garantir a sanidade e a qualidade nas cadeias produtivas do setor agropecuário baiano é fundamental para in-

serção competitiva dos produtos nos mercados nacional e internacional e para a proteção do meio ambiente, da

saúde pública e do desenvolvimento econômico e social.

As atividades de defesa agropecuária são organizadas de forma a garantir o cumprimento das legislações federais

e estaduais vigentes, que tratam da questão e dos compromissos internacionais fi rmados.

Assim, a busca pela consolidação do Sistema de Defesa Agropecuária permite minimizar a ocorrência de pragas

e doenças em vegetais e animais e uma adequada intervenção nos problemas sanitários decorrentes do meio

ambiente, da produção e da circulação dos produtos agropecuários e dos serviços que são prestados ao setor são

focos importantes de atuação de políticas públicas para evitar perdas sociais e/ou econômicas.

É necessário alcançar a meta de modernizar o funcionamento da administração pública e aumentar os níveis de

controle de sanidade, acima da média nacional, até o ano de 2030.

AÇÕES ESTRATÉGICAS

Consolidação do Sistema Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia com o fortalecimento do sistema de

vigilância, ampliação das ações de educação sanitária e o fortalecimento da fi scalização para garantir o

cumprimento das legislações federais e estaduais vigentes;

39

Viabilizar a participação da comunidade na identifi cação e priorização das demandas de defesa agropecuária;

Promover campanha permanente de conscientização e de educação sanitária, garantindo a “imagem Bahia”

como padrão de qualidade, por meio da certifi cação de origem e de processos;

Fortalecer o sistema de vigilância sanitária com intuito de proteger o território baiano da entrada de pragas

e doenças exóticas.

40

BASE LOGÍSTICA PARA A PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO

Imprimir um ritmo acelerado ao processo de produção e de circulação das mercadorias é o que os elemen-

tos de infraestrutura podem oferecer ao setor da agropecuária, o que envolve todas as cadeias do negócio

e, ainda, todas as outras atividades do desenvolvimento da Bahia. As características de uma produção

realizada no vasto território baiano, realizada de forma dispersa e heterogênea em seus produtos e seus

volumes, exigem um esforço de logística muito grande. Três aspectos dessa infraestrutura ganham desta-

que, porquanto eles funcionam de forma associada em rede e, como tal, todos os elos necessitam estar

articulados e se movimentando de forma sincronizada, à medida que o processo produtivo evolua. De um

lado, as áreas de produção necessitam de vias multimodais de interligação das fontes de insumos, com locais de

produção e com os mercados consumidores. De outro, é necessário uma infraestrutura para incrementar todo o

processo produtivo, tanto em sua fase eminentemente de produção quanto na sua comercialização, como são as

máquinas de benefi ciamento, os armazéns, centros de comercialização etc. Mas tudo isso não pode funcionar sem

que haja uma oferta de rede de serviços de água, energia etc.

Existem muitos investimentos estruturantes para o desenvolvimento da Bahia nessa área, que incluem iniciativas

dos governos Estadual e Federal, que necessitam ser vistos e demandados sob o olhar da agropecuária. Estudos re-

alizados pelo PELT e atualizados pela Seplan e Seinfra mostraram a necessidade da implantação de uma rede multi-

modal de transportes que possa criar na Bahia uma condição para que nosso estado se torne um importante centro

de distribuição de mercadoria para outras regiões do Brasil e de outros países. Isso só poderá vir a ser realidade caso

sejam associados, a esse sistema, um esforço para produzir mercadorias e reforçar o carregamento dessas vias e de

seus serviços de distribuição e de agregação de valores.

A tais iniciativas devem-se agregar programas e projetos estruturantes, como os projetos de irrigação, programas

estaduais como Luz Para Todos e aqueles que ofertam água para o consumo humano e para a produção, além de

programas de incentivos à indústria e ao comércio e serviços.

OBJETIVO ESTRATÉGICO BASE LOGÍSTICA PARA A PRODUÇÃO, E COMERCIALIZAÇÃO

Sinopse

Imprimir um ritmo acelerado ao processo de produção e de circulação das

mercadorias, criando as condições para que o espaço baiano ganhe fl uidez,

que tais investimentos articulados ganhem potencialidade para incrementar

a produção, com qualidade, reduzindo os custos de transportes para a co-

mercialização.

Ações estratégicas

1. Integração logística: Articulação das instâncias estaduais para associar as

áreas de produção, as vias multimodais, as rodovias estruturantes da Bahia, a

localização dos equipamentos de benefi ciamento para a agropecuária fami-

liar, as redes de serviços e as estradas vicinais que dão suporte ao escoamento

e o acesso de insumos e serviços à produção;

Interferência nas Metas: Duplicar a produção agropecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda

dos agricultores familiares, Aumentar a produtividade agropecuária em 30%, Agregar valor aos produtos agropecu-

ários, Dobrar a participação do transporte aquaviário na matriz de transportes, Aumentar em 50% a participação das

ferrovias na matriz de transportes, Dobrar a produção de transporte de carga e Ampliar a capacidade portuária.

41

O mais importante é a associação espacial desses programas e projetos, capazes de criar as condições para que o

espaço baiano ganhe fl uidez, que tais investimentos articulados ganhem potencialidade para incrementar a produ-

ção, com qualidade, reduzindo os custos de transportes para a comercialização. Isso vai requerer ações combinadas

entre várias secretarias do Governo Estadual, de forma articulada com instituições do Governo Federal.

Importante se torna, em tal perspectiva, iniciar ações que possam identifi car as regiões e setores da produção da

agropecuária que tenham capacidade de ser estimuladas por tais investimentos e que, por outro lado, possam

oferecer carregamento e ajudar a viabilizar o sistema. Será imprescindível que se possa gerar projetos capazes de as-

sociar os grandes eixos multimodais de transportes com o desenvolvimento regional e com a agropecuária familiar

e suas demandas por equipamentos e redes de serviços.

Esse papel pode ser em parte desenvolvido pelas ações do Objetivo ‘Elevação da capacidade produtiva’, dentro da

Ação Estratégica 1 – Qualifi cação de demandas econômicas e sociais. Embora existam defi nições de cunho estraté-

gico que devem ser tomadas entre as instâncias federal e estadual do planejamento.

Esse esforço conjunto deverá contribuir para alcançar as metas de Modernizar o funcionamento da administra-

ção pública, Duplicar a produção agropecuária, Duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda dos agri-

cultores familiares, Aumentar a produtividade agropecuária em 50%, Agregar valor aos produtos agropecuários,

Dobrar a participação do transporte aquaviário na matriz de transportes, Aumentar em 50% a participação das

ferrovias na matriz de transportes, Dobrar a produção de transporte de carga e Ampliar a capacidade portuária.

AÇÕES ESTRATÉGICAS

1. Integração logística (estradas vicinais, redes de serviços e equipamentos de benefi ciamento).

Os grandes projetos de integração logística já estão defi nidos, embora ainda necessitem de ações integradoras

e capazes de defi nir as complementações de investimentos e de iniciativas de políticas para dar fl uidez e coesão

espacial à circulação de mercadorias na Bahia, articulando todas as ações públicas e privadas. Isso vai exigir

ainda um esforço de novos estudos, mas também vai depender de ações políticas para integrar os esforços de

todas as instituições em vários níveis. Tal esforço terá necessariamente que ser realizado em escalas diferenciadas,

embora todas elas integradas. Existem, entretanto, ações que se remetem à escala regional ou local, que neces-

sitam de integração, cujo espaço poderá ser suprido pelas funções dos SAPs, que estarão sempre associadas a

grandes defi nições das instâncias de articulação estratégica nacional e estadual. Fica, assim, exposta uma neces-

sidade de articulação das instâncias estaduais para associar as áreas de produção, as vias multimodais, as rodovias

estruturantes da Bahia, a localização dos equipamentos de benefi ciamento para a agropecuária familiar, as redes

de serviços e as estradas vicinais que dão suporte ao escoamento e o acesso de insumos e serviços à produção.

Como sugestão institucional, recomenda-se a criação do Fórum da logística como fator de desenvolvimen-

to da agropecuária, que pode ter o seu funcionamento dentro do Conselho de Desenvolvimento Econô-

mico e Social da Bahia (Codes), com participação de representantes de distintos setores da sociedade e de

representantes de instituições governamentais em todas as suas instâncias;

A Seagri, buscando apoio de outras secretarias e órgãos públicos e da iniciativa privada, fará estudos para

identifi car a necessidade de investimento visando à integração entre os grandes projetos e a produção re-

gional, com o apoio dos SAP`s e a experiência dos Agropolos, de modo a encaminhar seus resultados para

o fórum da logística como fator de desenvolvimento regional/Codes.

42

GERAÇÃO E DIFUSÃO DE CONHECIMENTO

O desenvolvimento das tecnologias ligadas à produção agropecuária é um dos fatores mais importantes

para o setor, em escala mundial. Isso não só eleva a produtividade como permite reduzir os efeitos sobre

o meio ambiente. Entretanto, avanços nessas áreas têm tido maior desenvolvimento em alguns produtos

do que em outros, notadamente naqueles que possuem um maior valor comercial em escala mundial.

São nesses produtos que os grandes centros de pesquisas focalizam suas atenções, por obterem maior

retorno comercial. De uma maneira geral, é comum que esses avanços sejam utilizados em maior escala

para a agropecuária familiar, principalmente em fases mais avançadas do uso dessas tecnologias, quando

seu acesso se torna possível para os produtores médios e pequenos. Entretanto, para grande parte dos

produtos agropecuários da Bahia, os avanços ainda podem ser considerados pequenos, notadamente para

aqueles que exigem uma convivência com as condições de produção da região do semi-árido e que são

comumente relacionados com a agricultura familiar.

É importante ressaltar as pesquisas da Embrapa, mas será necessário avançar para criar novas condições de

realização de novos investimentos em novos centros e em investimentos em centros atuais, no sentido de

incrementar as suas relações com unidades avançadas de pesquisas de outras regiões do Brasil e de outros

países. Tais iniciativas não só poderão interiorizar o desenvolvimento, atraindo a atenção de pesquisadores

para regiões da Bahia, como também servirão para regionalizar os temas das pesquisas sobre a produção

agropecuária; gerarão efeitos, também, sobre outras atividades sociais e econômicas que dizem respeito às

condições específicas da produção nessas áreas de difíceis condições climáticas e que podem ficar ainda

mais agressivas com as mudanças climáticas. Esse último aspecto ganha importância vital, qual seja, res-

ponder à questão: como produzir em região semi-árida com a elevação da temperatura global?

OBJETIVO ESTRATÉGICO GERAÇÃO E DIFUSÃO DE CONHECIMENTO

Sinopse

Interiorizar o desenvolvimento, atraindo a atenção de pesquisadores para re-

giões da Bahia, como também servindo para regionalizar os temas das pes-

quisas sobre a produção agropecuária, além de abordar temas sobre outras

atividades da vida social e econômica das famílias.

Ações estratégicas

1. Foco da Pesquisa agropecuária: pesquisa focada na ponta. Através de

parcerias com o governo Federal, via Embrapa, universidades e CEPLAC.

Também com apoio da iniciativa privada, buscar sinergismos para efetivar

a pesquisa aplicada.

2. Criação de redes de P&D: reforçar centros de pesquisas na Bahia que se-

jam focados em temas de interesse da agropecuária e que essas pesquisas

sejam concentradas no território baiano; e a segunda, tentando estimular a

criação de centros de pesquisas na Bahia e que sejam incentivados a parti-

ciparem de redes de pesquisas nacionais e internacionais.

Interferência nas Metas: Duplicar a produção agropecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a

renda dos agricultores familiares, aumentar a produtividade agropecuária em 30% e alcançar 50% de participa-

ção de fontes renováveis na matriz energética.

43

Será necessário alcançar as metas de triplicar os investimentos destinados à pesquisa agropecuária, duplicar a pro-

dução agropecuária, duplicar as exportações agropecuárias e elevar a renda dos agricultores familiares, aumentar a

produtividade agropecuária em 50% e alcançar 50% de participação de fontes renováveis na matriz energética.

AÇÃO ESTRATÉGICAS

1 – Foco da pesquisa agropecuária: pesquisa focada na ponta, através de parcerias com o governo Fe-

deral, via Embrapa, universidades e Ceplac, contando também com apoio da iniciativa privada, no

sentido de buscar sinergias para efetivar a pesquisa aplicada.

2 – Criação de Redes de P&D (Universidade, centros de referência e produtores, incluindo a tecnologia

utilizada pela agropecuária empresarial)

Existem vários centros de pesquisas na Bahia, que variam desde aqueles que têm o seu foco sobre tecnologias da

produção, até aqueles que buscam entender os aspectos sociais das famílias pobres em região semiárida. De uma

maneira geral, a Fapesb tem ajudado no apoio com editais focados em algumas questões específi cas de pesquisa,

além de várias universidades, com ênfase nas estaduais, que buscam trabalhar com maior atenção nos aspectos sociais

e econômicos indiretamente ligados ao processo produtivo. No entanto, não existe uma rede consolidada e focada

nas condições específi cas dos produtos e das condições em que eles são produzidos na Bahia. Como conhecimento

não pode se restringir a espaços territoriais, embora a localização de centros de pesquisas traga refl exos importantes

para o desenvolvimento regional, temos que considerar a questão sob duas óticas: a primeira considerando que serão

reforçados centros de pesquisas na Bahia que sejam focados em temas de interesse do estado, e que essas pesquisas

sejam concentradas no território baiano; e a segunda, tentando estimular a criação de centros de pesquisas na Bahia

(tal como o projeto da Uneb do Centro de Estudos do Semi-Árido Baiano, em fase de implantação) e que sejam incen-

tivados a participarem de redes de pesquisas nacionais e internacionais, de maneira a formar quadros locais, com novos

métodos e novas tecnologias, o que poderá vir a construir uma rede futura importante no Estado.

A Seagri, com apoio da Fapesb e dos SAPs, se encarregará de escolher inicialmente 5 produtos das principais ca-

deias produtivas da Bahia, que deverão ser objetivo de incentivos para serem pesquisados por centros localizados

no estado, seja no que se refere, principalmente, a aspectos tecnológicos da produção, mas também a aspectos

sociais e outros aspectos econômicos associados à produção da agropecuária na Bahia, com a participação dos

produtores em todas as suas fases de realização, tomando como referência as mudanças climáticas previstas;

A Seagri, com apoio das universidades estaduais (a exemplo das Redes de Gestão Departamental – RGDs da

Uneb), identifi cará, através de seleção de propostas, centros de pesquisas que serão estimulados a participar

de redes internacionais, com a oferta de subsídios e incentivos a trocas de informações e conhecimentos,

cujos resultados serão avaliados diretamente pelas suas instituições, pela rede e pelos Territórios de Identi-

dades a que estão diretamente vinculados os temas, neste caso em processo coordenado pelos SAPs.

44

As ações públicas não são sufi cientes para assegurar todos os processos inerentes ao desenvolvimento da agro-

pecuária na Bahia, embora elas possuam uma importância signifi cativa, principalmente em decorrência das con-

dições em que vive grande parte dos baianos. Mas essa enorme importância pode ser, ainda, potencializada,

se ocorrerem avanços relevantes nas ações propostas neste planejamento estratégico, o que exigirá algumas

alterações de comportamento do ponto de vista da gestão pública.

Por outro lado, por ser esta uma iniciativa da Seagri, as ações propostas se concentram na produção agropecuária,

que necessita da sua visão de cadeia produtiva, de uma visão dos negócios da agropecuária. É exatamente nesta

união entre as duas visões, uma específi ca da produção agropecuária e a outra extensiva a outras atividades da ca-

deia – setor industrial, comercial e de serviços, além de elementos importantes de infraestrutura.

É certo que a gestão da Bahia já está equacionada nos seus termos gerais, mas as propostas e os novos concei-

tos construídos pelo processo de montagem desta estratégia vai requerer uma inserção na nova concepção

do PPA 2011-2014.

O papel de uma gestão articulada, continuada e competente terá exatamente essa fi nalidade de utilizar o reforço

que esta estratégia oferece à produção da agropecuária e expandir seus resultados para outros elos da cadeia,

assim como compreender os entraves e potencialidades da visão das cadeias produtivas e reforçar investimen-

tos não só no setor produtivo específi co da agropecuária, mas em outras atividades a ela ligadas indiretamente.

É dessa forma que a gestão assume uma importância para tornar o setor da agropecuária um dos fatores mais

importantes para ao desenvolvimento da Bahia.

- Criar uma instância transversal e comum a várias secretarias e órgãos, que teria a função de discutir e propor

ações para os negócios da agropecuária na Bahia; ela se articularia com instituições públicas federais e muni-

cipais, da iniciativa privada e de ONGs, no sentido de engendrar as ações de forma compartilhada. Será uma

instância associada ao Codes, que terá um coordenador defi nido pelo Governador e uma Secretaria Executiva,

operada pela Seagri.

Espera-se, ante o exposto, que essas ações de gestão pública possam ajudar a modernizar o funciona-

mento da administração pública, estimular o processo democrático, ampliar a visão transversal sobre a

agropecuária na Bahia e consolidar o caminho para que o noss Estado possa alcançar os objetivos traçados

para o ano de 2030.

6. GESTÃO ARTICULADA, CONTINUADA E COMPETENTE