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GOVERNO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE PINTURA NA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA Murillo de Carvalho Magnan Rio de Janeiro 2011

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GOVERNO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTADUAL DA ZONA OESTE

PINTURA NA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA

Murillo de Carvalho Magnan

Rio de Janeiro

2011

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MURILLO DE CARVALHO MAGNAN

Aluno do Curso de Tecnologia em Construção Naval

Matrícula 0713800310

PINTURA NA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado

ao Curso de Graduação em Tecnologia em

Construção Naval, da UEZO, como parte dos

requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo em

Construção Naval.

Orientador: Érico Vinícius Haller dos Santos da Slva.

Rio de Janeiro

Janeiro de 2011

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PINTURA NA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA

Elaborado por Murillo

Aluno do Curso de Tecnologia em Construção Naval da UEZO

Rio de Janeiro, janeiro de 2011.

___________________________________________

Prof°. Carlos Alberto Martins Ferreira

_______________________________________

Profa. Ana Rosa Silva Santos

_________________________________________

Prof°. Érico Vinicius Haller dos Santos da Silva

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JANEIRO DE 2011

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EPÍGRAFE

“Se você pensa que vai fracassar, fracassará. Se você pensa que vai triunfar, triunfará.

Depende de você.”

James Greene.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus;

A toda minha família e amigos, por todo apoio nessa caminhada;

Ao meu orientador Érico Vinícius Haller dos Santos da Silva;

Aos demais professores, que também me auxiliaram durante todo esse tempo.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Waldir e Maria José; pelo esforço,

dedicação e compreensão, durante todo o período do curso, e aos demais

familiares e amigos, pelo incentivo.

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RESUMO

A pintura industrial é dentre as técnicas anticorrosivas existentes, uma das mais utilizadas e difundidas, principalmente na proteção do aço. E a maioria dos revestimentos por pintura são orgânicos e compostos por um esquema que envolve três camadas de tintas: tinta de fundo, tinta intermediária e tinta de acabamento. E este é desenvolvido em função das condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das estruturas.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

2 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA CORROSÃO.................2

2.1 NATUREZAS DOS PROCESSOS CORROSIVOS.....................3

2.1.1 corrosão eletroquímica.................................................................3

2.1.2 corrosão química...........................................................................4

3 MEIOS CORROSIVOS...............................................................5

4 FORMAS DE CORROSÃO........................................................6

5 MÉTODOS DE RESISTÊNCIA ÀCORROSÃO.....................7

5.1 REVESTIMENTO.........................................................................7

5.2 TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO DO MEIO..............................8

5.3 PROTEÇÃO CATÓDICA.............................................................8

6 PINTURA NA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA....................9

6.1 PRINCIPAIS MÉTODOS DE APLICAÇÃO DAS TINTAS........11

6.1.1 aplicação com trincha....................................................................12

6.1.2 aplicação com rolo.........................................................................13

6.1.3 aplicação com pistola convencional..............................................14

6.1.4 aplicação com pistola sem ar........................................................14

6.1.5 imersão............................................................................................14

7 SISTEMAS DE PINTURA...........................................................15

7.1 APLICAÇÕES DE SISTEMAS DE PINTURA.............................16

7.2 RENDIMENTO TEÓRICO............................................................18

7.3 RENDIMENTO PRÁTICO............................................................18

8 PINTURA DE NAVIO..................................................................19

9 FALHAS DURANTE APLICAÇÃO DAS TINTAS..................20

9.1 FALHAS MAIS COMUNS NA APLICAÇÃO DE TINTAS........20

9.1.1 escorrimento....................................................................................20

9.1.2 espessura irregular.........................................................................21

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9.1.3 manchas............................................................................................21

9.1.4 pulverização deficiente....................................................................22

9.1.5 porosidade........................................................................................22

9.1.6 sangramento.....................................................................................23

9.1.7 cratera...............................................................................................23

9.1.8 impregnação de abrasivos e/ou de materiais estranhos................24

9.1.9 inclusão de pêlos...............................................................................24

9.1.10 empolamento/bolhas.........................................................................25

10 CONCLUSÃO..................................................................................26

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................27

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1 INTRODUÇÃO

A pintura industrial constitui-se no método de proteção anticorrosiva de maior

utilização na vida moderna. Pela sua simplicidade, de proteger por pintura tem sido

exaustivamente utilizado pelos seres humanos nas construções e em objetos confeccionados

em aço.

O aço é nos tempos atuais, e foi durante todo o século passado, o principal material de

construção industrial. Porém, devido à corrosão, só foi possível o sucesso de sua utilização

com o emprego de revestimentos eficazes, destacando-se neste caso o revestimento por tintas,

que é um revestimento anticorrosivo normalmente orgânico, aplicado sobre a superfície que se

quer proteger, com espessura inferior a 1 mm.

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2 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA CORROSÃO

A corrosão consiste na deterioração dos materiais pela ação química ou eletroquímica

do meio.

Através do processo corrosivo, o material metálico passa da forma metálica,

energeticamente metaestável, à forma combinada (forma iônica), energeticamente mais

estável, resultando em desgaste, perda de propriedades, alterações estruturais, etc.

A corrosão é um processo que corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos de

obtenção do metal e pode ser assim esquematizada

CORROSÃO

METAL ↔ CORROSÃO ÷ ENERGIA

METALURGIA

As reações de corrosão são espontâneas. Enquanto na metalurgia adiciona-se energia

ao processo para obtenção do metal, na corrosão observa-se a volta espontânea do metal à

forma combinada, com a conseqüente liberação de energia.

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2.1 NATUREZA DOS PROCESSOS CORROSIVOS

De uma forma geral, os processos corrosivos podem ser classificados em dois grandes

grupos, abrangendo quase todos os casos de deterioração por corrosão existente na natureza.

Estes grupos podem ser assim classificados:

Corrosão Eletroquímica

Corrosão Química

2.1.1 CORROSÃO ELETROQUÍMICA

Os processos de corrosão eletroquímica são os mais freqüentes na natureza e se

caracterizam basicamente por:

Realizarem-se necessariamente na presença de água líquida;

Realizarem-se em temperaturas abaixo do ponto de orvalho, sendo a grande

maioria na temperatura ambiente;

Realizarem-se devido à formação de pilhas de corrosão.

Em face da necessidade da água líquida, na maioria dos casos, para formação do

eletrólito, a corrosão eletroquímica é também denominada corrosão em meio aquoso.

Como conseqüência do funcionamento das pilhas tem-se a reação de oxidação em um

local e a reação de redução em outro, havendo um deslocamento dos elétrons envolvidos entre

os dois locais.

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2.1.2 CORROSÃO QUÍMICA

Os processos de corrosão química são por vezes denominados corrosão ou oxidação

em altas temperaturas. Estes processos são menos freqüentes na natureza e surgiram

basicamente com a industrialização, envolvendo operações em temperaturas elevadas.

Tais processos corrosivos se caracterizam basicamente por:

Realizarem-se necessariamente na ausência de água líquida;

Realizarem-se, em geral, em temperaturas elevadas, sempre acima do ponto de

orvalho;

Realizarem-se devido à interação direta entre o metal e o meio corrosivo, não

havendo deslocamento de elétrons, como no caso das pilhas de corrosão

eletroquímica.

Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela é também denominada

corrosão em meio não-aquoso ou corrosão seca.

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3 MEIOS CORROSIVOS

Os meios corrosivos em corrosão eletroquímica são responsáveis pelo aparecimento do

eletrólito. O eletrólito é uma solução eletricamente condutora constituída de água contendo

sais, ácidos ou bases.

a. Principais meios corrosivos e seus respectivos eletrólitos

Atmosfera: o ar contém umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira, etc.

O eletrólito constitui-se da água que condensa na superfície metálica, na presença

de sais ou gases presentes no ambiente. Outros constituintes como poeira e

poluentes diversos podem acelerar o processo corrosivo;

Solos: os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos

apresentam também, características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se

principalmente da água com sais dissolvidos;

Águas naturais (rios, lagos e do subsolo); estas águas podem conter sais minerais,

eventualmente ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e

gases dissolvidos. Os outros constituintes podem acelerar o processo corrosivo;

Água do mar: a água do mar em virtude de presença acentuada de sais é um

eletrólito por excelência. Outros constituintes como gases dissolvidos, podem

acelerar os processos corrosivos;

Produtos químicos: os produtos químicos, desde que em contato com a água ou

com a umidade e formem um eletrólito, podem provocar corrosão eletroquímica.

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4 FORMAS DE CORROSÃO

As formas segundo as quais a corrosão pode manifestar-se são definidas

principalmente pela aparência da superfície corroída, sendo as principais:

Corrosão uniforme: quando a corrosão se processa de modo aproximadamente

uniforme em toda a superfície atacada. Esta forma é comum em metais que não

formam películas protetoras, como resultado do ataque;

Corrosão por placas: quando o produto de corrosão forma-se em placas que se

desprendem progressivamente. É comum em metais que formam película

inicialmente protetora, mas que, ao se tornarem espessas, fratura e perde

aderência, expondo o metal a novo ataque;

Corrosão alveolar: quando o desgaste provocado pela corrosão se dá sob forma

localizada, com o aspecto de crateras. É freqüente em metais formadores de

películas semi protetoras ou quando se tem corrosão sob depósito, como no caso

da corrosão por aeração diferencial;

Corrosão por pite: quando o desgaste se dá em forma muito localizada e de alta

intensidade, geralmente com profundidade maior que o diâmetro e bordos

angulosos. A corrosão por pite é freqüente em metais formadores de películas

protetoras, em geral passivas, que, sob a ação de certos agentes agressivos, são

destruídas em pontos localizados, os quais tornam-se ativos, possibilitando

corrosão muito intensa. Exemplo comum é representado pelos aços inoxidáveis

austeníticos em meios que contêm cloretos;

Corrosão intergranular ou intercristalina: quando o ataque se manifesta no

contorno dos grãos, como no caso dos aços inoxidáveis austeníticos expostos a

meios corrosivos;

Corrosão transgranular ou transcristalina: quando o fenômeno se manifesta sob a

forma de trincas que se propagam pelo interior dos grãos do material, como no

caso de corrosão sob tensão de aços inoxidáveis austeníticos.

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5 MÉTODOS QUE MELHORAM A RESISTÊNCIA À CORROSÃO

Alguns materiais de elevado uso industrial possuem baixa resistência a corrosão na

maioria dos meios. Esta resistência pode ser melhorada, ampliada ou até mesmo obtida no

seu mais elevado grau, utilizando técnicas ou métodos de proteção anticorrosiva que

promovem a passivação ou a polarização do material. Dentre estas técnicas ou métodos

podem ser citados os revestimentos, os inibidores de corrosão, as técnicas de modificação

do meio e a proteção catódica.

5.1 REVESTIMENTO

Os revestimentos constituem-se em películas interpostas entre o metal e o meio

corrosivo, e esta pode dar ao material um comportamento mais nobre ou protegê-lo por ação

galvânica, aumentando assim a resistência do material à corrosão.

5.2 TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO DO MEIO CORROSIVO

Além dos inibidores que agem através do meio corrosivo há outras técnicas de

modificação do meio, dentre elas vale destacar a desaeração e o controle do ph. A

desaeração consiste na retirada de oxigênio do meio, porque sendo o oxigênio um agente

despolarizante, com sua retirada favorece-se a polarização catódica com uma

conseqüente diminuição do processo corrosivo.

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5.3 PROTEÇÃO CATÓDICA

A proteção catódica é um método de aumento da resistência à corrosão, que

consiste em tornar a estrutura a proteger em catodo, forçando um alto grau de

polarização catódica (formação de hidrogênio e outros compostos sobre a superfície

do catodo

6 PINTURA COMO TÉCNICA DE PROTEÇÃO ANTICORROSIVA

Como técnica de proteção anticorrosiva, a pintura possui uma série de características

importantes, tais como facilidade de aplicação e de manutenção, relação custo/ beneficio

atraente e ainda pode proporcionar outras propriedades adicionais como

Finalidade estética: Neste caso o objetivo é tornar o ambiente agradável;

Sinalização de estruturas ou de equipamentos;

Identificação de fluidos em tanques ou tubulações;

Auxílio na segurança industrial;

Impedir a incrustação de microrganismos marinhos nos cascos das

embarcações: A aplicação das chamadas tintas anticrustantes ou “antifouling” nos

cascos das embarcações evita a incrustação de microrganismos marinhos nos

mesmos, o que contribui para evitar o consumo excessivo de combustível e

aumentar a durabilidade da proteção anticorosiva;

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Permitir maior ou menor absorção de calor: Através do uso correto das cores

das tintas pode-se, por exemplo, reduzir as perdas por evaporação em tanques de

combustível. A cor branca é a mais indicada para esta finalidade. Já a cor preta é

recomendada para os casos em que há necessidade de uma maior absorção de

calor;

Diminuição da rugosidade superficial: A pintura pode ajudar a diminuir a

rugosidade superficial, para facilitar o escoamento de fluidos;

Identificação de falhas em isolamento térmico de equipamentos: Através da

utilização de tintas indicadoras de temperatura pode-se detectar a presença de

falhas no isolamento térmico, uma vez, que nos locais de falhas do mesmo, a

pintura muda de cor;

Quando se vai proteger uma estrutura ou um equipamento, por meio de

revestimentos por pintura, na realidade o que se vai fazer é a aplicação de um esquema

de pintura sobre a superfície a ser protegida. É comum definir-se esquema de pintura

como sendo um procedimento dentro do qual se especificam todos os detalhes

técnicos envolvidos em sua aplicação, como por exemplo:

O tipo de preparação e o grau de limpeza da superfície;

As tintas de fundo (“primer”), intermediária e de acabamento a serem

aplicadas;

A espessura de cada uma das demãos de tintas;

Os intervalos entre demãos e os métodos de aplicação das tintas;

Os critérios para a execução de retoques na pintura;

Os ensaios de controle de qualidade a serem executados na pintura;

As normas e os procedimentos a serem seguidos para cada atividade a ser

realizada (ex: Normas de aderência, de medição, de espessura e etc.).

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Para fins de proteção anticorrosiva de estruturas metálicas ou de equipamentos,

um esquema de pintura é composto, na maioria dos casos, por três tipos de tinta: Tinta

de fundo ou primária (“primer”), tinta intermediária e tinta de acabamento. É

importante ressaltar que nem sempre é necessária a presença da tinta intermediária.

Em alguns casos, de pendendo de especificação do esquema de pintura, ela pode ser

substituída por uma demão adicional de tinta de fundo ou da tinta de acabamento.

Tintas de fundo ou primárias (“primer”): São aquelas que são

aplicadas diretamente ao substrato. E são responsáveis pela aderência

dos esquemas de pintura.

Tintas intermediárias: São tintas normalmente utilizadas nos

esquemas de pintura com a função de aumentar a espessura do

revestimento, com um menor número de demãos, com o objetivo de

melhorar as características de proteção por barreira do mesmo

Tintas de acabamento: São as tintas que têm a função de conferir a

resistência química ao revestimento, pois são elas que estão em contato

direto com o meio corrosivo. Além disso, são as tintas que conferem a

cor final aos revestimentos por pintura.

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6.1 PRINCIPAIS MÉTODOS DE APLICAÇÃO DE TINTAS

Na pintura industrial os métodos mais usuais para aplicação de tintas são:

T - trincha

R - rolo

P - pistola convencional

A – pistola sem ar (“airless spray”)

A finalidade destes métodos é a mesma, ou seja, aplicar a tinta para obtenção de um

filme uniforme sobre uma superfície. Estes métodos podem ser classificados em 2 grupos:

a) Espalhamento – Trincha e rolo

A tinta líquida, como se encontra ao recipiente, é aplicada espalhando-se na superfície.

Normalmente, a espessura aplicada não é uniforme e não se consegue aplicar espessuras

elevadas com as tintas de alta espessura (“high build” – HB), requerendo neste caso, maior

número de demãos. Seu rendimento produtivo é bastante baixo.

b) Pulverização – pistola convencional e pistola sem ar (“airless spray”)

A tinta líquida é pulverizada antes de chegar à superfície. Esta pulverização se faz na

pistola convencional com auxílio de ar comprimido, e na pistola sem ar (“airless spray”)

mediante elevada pressão na tinta e posterior descompressão através de um bicho com

geometria especial.

A pulverização tem vantagem sobre o espalhamento, por conseguir maior rendimento

produtivo, melhor acabamento da película, uniformidade e espessuras mais elevadas.

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Existem outros métodos de aplicação que daremos apenas noções sobre estes métodos.

São eles: Pintura eletroforética, de imersão e pintura eletrostática.

6.1.1 Aplicação com Trincha

É o método de aplicação mais antigo e até hoje é de grande utilidade, sendo

considerada uma ferramenta insubstituível na pintura industrial. Quesitos importantes a serem

considerados são: largura, diâmetro e dureza das fibras.

Para a pintura de áreas grandes, utilizam-se trinchas de até 5” e para pequenas áreas

trinchas de 1” a ½”.

É muito importante observar se está ocorrendo desprendimento das fibras da trincha

durante a aplicação. Fibras deixadas na película de tinta são possíveis pontos de corrosão no

futuro.

Na pintura industrial, a trincha deve ser utilizada para recorte ou pintura de reforço

(“strioe coat”) em cordões de solda, cantos, quinas, regiões com pites severos, acessórios e

locais de difícil acesso. A trincha deve ser usada para pintura de peças de pequena dimensão,

tipo tubulações de pequeno diâmetro, estruturas leves e cantoneiras.

Na pintura por pulverização, a trincha deve ser usada como ferramenta auxiliar para

correção de escorrimento, pintura de regiões inacessíveis para a pistola, etc.

As tintas a base de silicato inorgânico de zinco não devem ser aplicadas à trincha e

rolo.

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6.1.2 Aplicação a Rolo

Este método tem a vantagem de proporcionar maior rendimento produtivo do que a

pintura com trincha. Por ser também um método de aplicação por espalhamento, a espessura

final pode apresentar grande variação. O movimento do rolo não deve restringir a um sentido

apenas. Fazer passes cruzados com o rolo para obter melhor uniformização na película quanto

à espessura.

O rolo utilizado em pintura industrial é confeccionado com pêlos de carneiro. O “rolo

epóxi” de pêlos aparados é recomendável para pintura de tintas epóxi. Rolos de espuma não

resistem a solventes orgânicos e se desmancham deixando grumos na película. Fazer

“overlaping” de 5 cm entre faixas adjacentes.

Os defeitos mais comuns na aplicação à trincha e rolo são: espessuras variáveis,

estrias, impregnação de pelos e fibras, acabamento rugoso, etc.

A aplicação de tintas não conversíveis, como a borracha clorada, tende a apresentar

sangramento no método de espalhamento.

6.1.3 Aplicação com Pistola Convencional

Na pintura por pulverização utilizando pistola convencional, a atomização é feita com

auxílio de ar comprimido que entra na pistola por passagem distinta da tinta e são misturados e

expelidos pela capa de ar, formando leque cujo tamanho e forma são controláveis.

A alimentação da tinta pode ser por sucção, pressão e gravidade. Os mais comuns na

pintura industrial são alimentação por pressão (tanques) e por sucção (caneca).

A alimentação por sucção, conhecido como pistola de caneca, é feita criando-se vácuo

com a passagem de ar comprimido na capa de ar que succiona a tinta contida num recipiente

de um quarto de galão e aberto para o exterior. São ideais quando necessita de trocas

frequentes de cores e pintura de pequenas áreas. Bastante usado em oficina de pintura de

automóveis.

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6.1.4 Aplicação com Pistola Sem Ar (“Airless Spray”)

A pintura com pistola “airless spray” ou pistola sem ar, também conhecida como

pistola hidráulica, é um método de aplicação por pulverização indicado para pintura de

grandes áreas, como cascos de navios e tanques de armazenamento de petróleo devido ao

elevado rendimento produtivo. Ideal para uma pintura por pulverização de tintas com elevada

viscosidade.

6.1.5 Imersão

A pintura por imersão pode ser dividida em imersão eletroforética e imersão simples.

Na imersão eletroforética, a peça a ser pintada é mergulhada em um banho de tinta contida em

um tanque, sendo que entre o tanque e a peça é estabelecida uma diferença de potencial em

torno de 300 volts, com película uniforme, da ordem de 15 a 30 . o banho deve ser mantido

com agitação constante. Já na imersão simples, não é estabelecida a diferença de potencial

entre a peça e o tanque, havendo simplesmente o banho de tinta com agitação constante.

A tinta não deve ter “pot life” curto. O método de aplicação conhecido como

“Flooding” pode substituir a pintura por imersão. Faz-se um esguicho com mangueira, dando

banho de tinta na peça. Este método é utilizado para a pintura de transformadores elétricos.

Como principal vantagem da pintura por imersão pode-se criar a minimização de

perdas. Entretanto, está técnica possui a desvantagem de gerar muitos problemas de

escorrimento.

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7 SISTEMAS DE PINTURA

Os sistemas de pintura consistem de um conjunto constituído por vários elementos

que, dentre os mais importantes pode-se destacar:

Padrão de limpeza da superfície;

Especificação das tintas: de fundo, intermediária e acabamento;

Processo de aplicação das tintas;

Número de demãos de tintas e espessuras secas por demão;

Intervalo entre demãos;

Ensaios para aceitação e qualificação do sistema de pintura (espessura

seca final, aderência, descontinuidade e outros).

Na seleção ou elaboração de um sistema de pintura, principalmente aqueles destinados

à anticorrosiva, diversos fatores são levados em consideração a fim de se obter o desempenho

esperado. Os mais importantes são:

Condições de exposição das superfícies (submersa, entrerrada ou

exposição atmosférica);

Agressividade do meio corrosivo ao qual o material a ser protegido

ficará exposto;

Condições operacionais de trabalho (temperatura, abrasão, etc).

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Além destes, outros fatores podem determinar variações no sistema de pintura, em

função de certas situações, por exemplo:

Equipamentos ou instalações de grande importância, em um processo

industrial e que dificilmente podem ser colocados em manutenção,

necessitam de um sistema de pintura de alta performance;

Equipamentos ou instalações de maior responsabilidade, que possuam

utilização em apenas certos períodos, ou que entrem em manutenção

periodicamente, podem ser pintados com sistemas mais econômicos do

que aqueles indicados exclusivamente do ponto de vista de ambiente

corrosivo.

7.1 APLICAÇÃO DE SISTEMAS DE PINTURA

A eficiência da proteção anticorrosiva conferida por um sistema de pintura

depende de uma série de fatores que dentre os mais importantes podemos destacar:

● Especificação do sistema de pintura;

● Preparação da superfície;

● Qualidade das tintas;

● Aplicação das tintas;

● Preparação do aço;

● “Lay Out” anticorrosivo

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A especificação do sistema de pintura deve ser elaborada adequadamente em

função da agressividade do meio e das condições de trabalho das estruturas ou

equipamentos, a fim de selecionar as tintas e os métodos de preparação da superfície

mais apropriados.

A preparação da superfície é um fator determinante para garantir a adesão das

tintas aos substratos em geral e como e como conseqüência concorrerá para aumentar

a proteção anticorrosiva do sistema de pintura.

A qualidade das tintas é um fator muito importante, pois se elas não

atenderem aos requisitos contidos nas suas especificações e não resistirem às

condições do meio que serão expostas, certamente a proteção anticorrosiva ficará

prejudicada.

A aplicação das tintas, é uma das etapas que também se não for executada

adequadamente todo o sistema de pintura ficará comprometido. Condições climáticas

durante a aplicação ( umidade relativa, temperatura do ar e do substrato), controle de

espessura úmida e seca, intervalo de repintura entre demãos, adesão ao substrato

metálico e verificação de porosidades, são algumas das principais propriedades que

normalmente são observadas durante e após a aplicação das tintas.

A preparação do aço é a etapa da pintura que consiste em quebrar quinas

vivas, remover respingos de soldas, preencher porosidades, esmerilhar superfície

irregulares como cordões de solda manual e cortes a maçarico.

O “lay out” anticorrosivo se refere aos cuidados específicos que devem ser

tomados durante a fase de projeto das estruturas ou equipamentos

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7.2 RENDIMENTO TEÓRICO

O rendimento teórico de uma tinta é feito dessa forma:

RT (m2/1) = SV (%) × 10/ EFS (µm)

● RT= Rendimento teórico expresso em m2/l

● SV= Sólidos por volume da tinta em %

●EFS= Espessura do filme seco em µm

7.3 RENDIMENTO PRÁTICO

RP= RT (1- FP)/100

● RP= Rendimento prático expresso em m2/l

● RT= Rendimento teórico expresso em m2/l

● FP= Fator de perda expresso em %

Portanto o rendimento prático é calculado multiplicando-se o rendimento

teórico por uma variável chamada de fator de perda.

O fator de perda normalmente na pintura industrial tem a seguinte grandeza:

30%, 35%, 40 %, 50%. Para pintura de manutenção de navios em docagem, o fator de perda

para a pintura de casco externo com equipamento de pistola sem ar é de 30%.

Fator de perda não significa desperdício. Desperdício ou perda de tinta no

fundo do balde, na mangueira, no equipamento de pintura, etc. está em torno de 3 a 5%.

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8 PINTURA DE NAVIO

A pintura de navios e embarcações é normalmente realizada em dique seco

durante a fabricação ou docagem, executando pequenos reparos ou até mesmo

demãos de acabamento,que podem ser aplicadas com a embarcação flutuando.

No caso de fabricação de navios, é comum a aplicação de demãos de tinta de

fundo (primer) no recebimento das chapas, a fim de protegê-las durante a

estocagem, bem como tornar mais rápido o processo de fabricação, ficando as

demãos de acabamento para serem aplicadas ao final da montagem

OBRAS VIVAS: Deve ser selecionado um esquema para imersão em água salgada,

e aplicada uma tinta de acabamento anticrustante

COSTADO, CONVÉSES EXPOSTOS E SUPERESTRUTURAS: Deve ser

selecionado um esquema para atmosfera altamente agressiva (atmosfera marinha

possui elevada umidade)

TANQUES DE LASTRO, ÁGUA POTÁVEL E CARGA: Deve ser selecionado

um esquema para imersão no produto considerado. Para tanques de carga é comum

pintar o fundo, o teto e um metro das laterais junto ao fundo e ao teto, já tanques

para transporte de produtos químicos recebem pintura total

PRAÇA DE MÁQUINAS: Nesta região, a pintura sofre comumente muitos danos

mecânicos, sendo freqüente a utilização de esquemas menos nobres, que são

refeitos periodicamente.

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9 FALHAS DURANTE A APLICAÇÃO DE TINTAS

O reconhecimento do tipo de defeito que encontramos na pintura industrial, a

compreensão de sua causa e como corrigi-lo prontamente reduz o custo da manutenção

enquanto permitem manter uma aparência estética de alto nível de aceitação.

Todas as tintas falham, eventualmente, por causa do intemperismo, sobretudo as

externas. Contudo, falhas precoces são onerosas e frequentemente ocorrem.

Quando as falhas da pintura concernentes a aplicação podem ser imediatamente

detectadas. Modificações nas condições de aplicação resultam no remédio imediato. Quando o

defeito é detectado após a secagem da tinta, com ou sem exposição, a pintura tem que ser

removida de substrato para evitar ocorrência de corrosão. Se, contudo o defeito é restrito a

aspectos superfícies como cor, brilho ou textura bastará, no geral, lixar e aplicar outra demão.

9.1 FALHAS MAIS COMUNS QUE OCORREM DURANTE A APLICAÇÃO DE

TINTAS

9.1.1 escorrimento

Outra denominação: Descaimento

Descrição: excessiva fluidez da tinta em superfícies verticais. Ocorre

sob a forma de cordões (leve) ou de cortina (pesado).

Causas: excesso de espessura, diluição excessiva da tinta, tixotropia

insuficiente.

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9.1.2 espessura irregular ( falta e/ou excesso)

Outra denominação: desconhecemos

Descrição: falta de uniformidade do filme, fora das tolerâncias médias.

As áreas em escassez apresentam pouca cobertura, “sombreamento” da

demão anterior, podendo até favorecer a corrosão.

Causa:

a) Falta de habilidade do pintor;

b) Trincha ou rolo inadequados;

c) Pintura a pistola com vento;

d) Tinta muito viscosa ou com pouco alastramento;

e) Diluição incorreta;

f) Falta de controle da espessura molhada;

g) Pistola com pulverização;

h) Superfícies difíceis de pintar.

9.1.3 manchas

● Outra denominação: Manchamento

● Descrição: O filme apresenta-se manchado

● Causa:

a) Contaminação da superfície, dos equipamentos de aplicação ou da área

de trabalho;

b) Tinta mal misturada, heterogênea;

c) Tinta defeituosa;

d) Respingos de solvente sobre a tinta fresca ou seca;

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9.1.4 pulverização deficiente

● Outra denominação: Atomização seca.

Descrições: Superfície sem brilho, áspera, porém o pó da tinta não sai

ao contato dos dedos.

Causas:

a) As partículas da tinta quase secas atingem a superfície devido a

evaporação muito rápida do solvente;

b) Pistola muito distante da superfície;

c) Forte calor ambiente;

d) Vento

e) Pressão de pulverização muito alta.

9.1.5 porosidade

Outra denominação: Poros

Descrição: A pintura apresenta diminutas descontinuidades em forma

de orifícios, invisíveis a olho num, somente detectável com aparelho.

Causas:

a) Oclusão de ar ou solvente no filme;

b) Superfície contaminada;

c) Atomização deficiente, muito grossa;

d) Espessura insuficiente;

e) Perfil de Ancoragem: rugosidade muito alta;

f) Temperatura da superfície muito quente;

g) Falta de habilidade do pintor;

h) Falta de controle do filme úmido;

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9.1.6 sangramento

Outra denominação: Ressolubilização

Descrição: A pintura apresenta mancha grande, de cor diferente.

Causas:

a) Ressolubilização de pintura existente do tipo termo-plástica pelo

solvente da demão subsequente, independentemente do método de

aplicação quando a demão existente é tinta betuminosa ou derivada

que migra para a demão superior;

b) Este defeito também ocorre com aplicação a trincha ou rolo de outro

termo-plástico, por exemplo, acabamento branco de borracha

clorada aplicada à trincha sobre primer de borracha clorada

vermelho. Devido ao método de aplicação a ressolubilização

causará manchas róseo-avermelhadas no acabamento.

9.1.7 cratera

Outra denominação: Craterização

Descrição: Defeito semelhante a pequenas e uniformes crateras que

ocorre no filme de tinta e que são formadas de bolhas que após

romperem não mais se nivelam.

Causas:

a) Oclusão de solvente ou ar durante a aplicação;

b) Água no ar de atomização da pistola;

c) Superfícies quentes;

d) Excessiva atomização: pressão alta;

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9.1.8 impregnação de abrasivos e/ ou de materiais estranhos

Outra denominação: “ Lixa”

Descrição: a superfície fica áspera, arenosa como uma lixa

Causas:

a) Pintura sobre superfícies contaminada com poeira e/ou grãos de

abrasivo;

b) Contaminação da superfícies da tinta ainda úmida pelo abrasivo que

cai sobre ela;

c) Tinta, rolo ou trincha contaminada por areia, terra, abrasivo, etc.

9.1.9 inclusão de pêlos

Outra denominação: desconhecemos

Descrição: a pintura fica impregnada por pêlos ou fiapos que podem

aflorar, tornando-se visíveis ou ocluídos no seio da pintura, marcando a

superfície.

Causas:

a) Contaminação da superfície a ser pintada ou ainda com tinta fresca

por pêlos (fios, fiapos, cabelos, etc.), originados de trinchas, rolos,

trapos, panos, etc;

b) Pêlos levados pelo vento e que caem sobre a tinta fresca;

c) Tinta contaminada por estes tipos de impurezas;

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9.1.10 empolamento / bolhas

Outra denominação: bolha

Descrição: a primeira apresenta protuberâncias semi-esféricas que

variam de tamanho e intensidade.

Causas:

1) Empolamento seco

a) Ocorre em condições secas

b) Oclusão de solvente ou ar no filme

c) Tintas incompatíveis

d) Superfícies muito quentes.

2) Empolamento com líquido no interior

e) Ocorre em condições de imersão

f) Incompatibilidade com proteção catódica ou excesso de

proteção catódica;

g) Pintura sobre sal solúvel.

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10 COCLUSÃO

Concluímos que a pintura é um método de proteção anticorrosiva com satisfatória relação

custo / benefício e de alta qualidade. Porém para atingir tais parâmetros devemos considerar

fatores importantes como: Condições de exposição e de trabalho dos equipamentos e das

estruturas que serão utilizadas em todo o processo de pintura.

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11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CORROSÃO; TOUCANART PINTURAS; CANAL DO

PORTO DE SANTOS; TINTAS INTERNACIONAL; DISCOVERY CHANEL; NATIONAL

GEOGRAPHIC; ESTALEIRO STX

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