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Pintura industrial Naval

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  • Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Tecnologia Escola Politcnica

    Departamento de Engenharia Naval e Ocenica

    PROJETO FINAL DE CURSO

    Qualidade da Pintura na Construo Naval

    Luciano Viceconte de Castro Aluno de Graduao DRE:098138326

    Marta Ceclia Tapia Reyes Orientadora

    2009/07

  • INDICE

    INDICE ...................................................................................................................................... 2 1 INTRODUO ..................................................................................................................... 3 2 CORROSO ......................................................................................................................... 4

    2.1 Processos Corrosivos ................................................................................................... 4 2.1.1 Corroso Eletroqumica ......................................................................................... 4 2.1.2 Corroso Qumica ................................................................................................. 4

    2.2 Ambientes Corrosivos .................................................................................................. 5 2.3 Tipos de corroso ........................................................................................................ 6

    3 PINTURA INDUSTRIAL ......................................................................................................... 7 3.1 Mecanismos de proteo (Barreira, Andica e Catdica) .................................................. 7 3.2 Outras finalidades da Pintura Industrial ......................................................................... 7 3.3 Tipos de Pintura .......................................................................................................... 9

    4 TINTA .............................................................................................................................. 10 4.1 Composio da tinta .................................................................................................. 10

    4.1.1 Veculo .............................................................................................................. 10 4.1.2 Pigmento .......................................................................................................... 12 4.1.3 Aditivo .............................................................................................................. 14 4.1.4 Carga ............................................................................................................... 15

    4.2 Teor de Pigmentos .................................................................................................... 15 4.3 Formao da Pelcula de tinta ..................................................................................... 16 4.4 Classificao das tintas .............................................................................................. 17

    4.4.1 Tinta de Fundo ou primer ................................................................................. 17 4.4.2 Tintas Intermedirias ou Ti Coat ...................................................................... 17 4.4.3 Tintas Acabamento ............................................................................................. 18

    4.5 Tipos de Tinta........................................................................................................... 18 4.6 Rendimento da Tinta ................................................................................................. 25

    5 LIMPEZA E PREPARO DA SUPERFCIE .................................................................................. 27 5.1 Tipos de Limpeza por Ao Mecnica ........................................................................... 29 5.2 Rugosidade de Superfcie ........................................................................................... 31 5.3 Equipamentos para jateamento .................................................................................. 32 5.4 Processos de Converso ............................................................................................. 34

    6 APLICAO DA TINTA ....................................................................................................... 37 6.1 Mtodos de aplicao ................................................................................................ 37 6.2 Recomendaes para aplicao de tinta ....................................................................... 42

    7 ESQUEMA DE PINTURA ...................................................................................................... 45 7.1 Seleo do Esquema de Pintura .................................................................................. 45 7.2 Aderncia ................................................................................................................. 48

    8 INSPEO ........................................................................................................................ 49 9 DEFEITOS ........................................................................................................................ 55

    9.1 Defeitos de pelcula ................................................................................................... 55 10 ASPECTOS ECONMICOS ................................................................................................... 59

    10.1 Custo inicial .............................................................................................................. 59 10.2 Custo de manuteno ................................................................................................ 59 10.3 Comparao entre os custos de esquemas de pintura .................................................... 60

    11 Prticas de Projeto ............................................................................................................ 62 12 CONCLUSOES ................................................................................................................... 64 13 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 65

  • 1 INTRODUO A Pintura Industrial um mtodo simples, mas utilizado em larga escala para a proteo anticorrosiva em superfcies metlicas. O esquema de pintura selecionado deve levar em considerao no momento de escolha os trs aspectos principais: Desempenho, Custo e Preservao Ambiental. Durante um estgio em um estaleiro de Niteri fui alertado por um funcionrio do controle da qualidade sobre a importncia da pintura numa embarcao e ainda que era um setor no qual no davam muita importncia, s olhavam para estruturas, mquinas, eltrica, etc. Escutando estas palavras e vendo que na faculdade no existe uma disciplina que trate deste assunto, resolvi fazer este trabalho de qualidade onde apresento os aspectos gerais da Pintura Industrial e no final ainda farei uma abordagem sobre o aspecto econmico, alertando sobre a economia que pode ser feita ao escolher um esquema de pintura correto e ainda, principalmente, podem ser observados alguns aspectos para reduzir a ocorrncia de defeitos e com isso no ter um aumento de custo durante a prpria construo de um navio.

  • 2 CORROSO a deteriorao dos materiais, especialmente metlicos, pela ao do meio ambiente ou de agentes corrosivos, levando perda de suas propriedades, desgaste e alteraes estruturais, tornando-os inadequados para o uso. O processo de corroso pode ser visto como o inverso do processo metalrgico (onde adicionamos energia ao composto, xido de ferros, e obtemos o metal). Na corroso ocorre um processo espontneo onde o metal retorna aos xidos que lhe deram origem. 4 Fe + 3 O2 + 2 H2O 2 Fe2O3.H2O (ferrugem) Logo podemos observar que os alimentos bsicos da corroso so o oxignio e a gua. O oxignio encontrado no ar atmosfrico e a gua pode ser encontrada na forma lquida ou de vapor. A prpria umidade relativa do ar fornece gua necessria para a corroso. Em termos de material danificado pela corroso, estima-se que uma parcela superior a 30% do ao produzido no mundo seja utilizado para reposio de peas e partes de equipamentos deteriorados pela corroso e ainda sob o ponto de vista de custo, estima-se em 3,5% do PIB o dispndio com a corroso em pases industrializados, mas tambm que cerca de 25% deste valor poderia ser economizado se fossem aplicadas de forma correta as tcnicas de proteo anticorrosivas.

    2.1 Processos Corrosivos

    Os processos corrosivos podem ser classificados em dois grupos Corroso Eletroqumica; Corroso Qumica.

    2.1.1 Corroso Eletroqumica

    Os processos de corroso eletroqumica so caracterizados por ocorrerem: necessariamente na presena de gua lquida; em temperaturas abaixo do ponto de orvalho e devido formao de uma pilha de corroso. Este tipo de corroso a mais freqente na natureza. Como conseqncia do funcionamento da pilha tem-se a reao de oxidao de um local e reao de reduo de outro, com um deslocamento dos eltrons envolvidos entre os dois locais.

    2.1.2 Corroso Qumica

    So processos tambm chamados de corroso ou oxidao em altas temperaturas. So menos freqentas na natureza e se caracterizam basicamente por ocorrerem: na ausncia de gua lquida; em temperaturas elevadas (sempre acima do ponto de orvalho) e devido interao entre o metal e o meio corrosivo (no h deslocamento de eltrons como no caso das pilhas eletroqumicas)

  • 2.2 Ambientes Corrosivos

    Os meios corrosivos so os responsveis pelo aparecimento do eletrlito. O eletrlito uma soluo de gua contendo sais, cidos ou bases, que tem como caracterstica ser eletricamente condutor. Os principais meios corrosivos e os eletrlitos formados por eles so: atmosfera: o ar da atmosfera contm umidade, sais em suspenso, gases industriais, poeira, etc. O eletrlito constitudo pela gua que condensa na superfcie junto com sais ou gases de enxofre. Solos: Estes contm umidade e sais minerais. O eletrlito formado pela gua com os sais dissolvidos; guas: estas guas podem ser dos rios, lagos ou do subsolo e podem conter sais minerais, resduos industriais, poluentes diversos e gases dissolvidos. O eletrlito constitudo de gua com sais dissolvidos. Os outros constituintes podem acelerar o processo corrosivo; gua do mar: contm grandes quantidades de sais, sendo um eletrlito por excelncia. Produtos qumicos: os produtos qumicos quando em contato com a gua ou com a umidade, se tornam um eletrlito. Podemos ainda definir tipos de atmosfera, de acordo com as condies que cada uma oferece para favorecer a corroso atmosfera marinha: aquela sobre o mar e na orla martima (at 500 metros da praia); atmosfera junto orla marinha: aquela situada entre 500 metros da praia at onde os sais possam alcanar; atmosfera industrial: envolve as regies onde se encontrem gases provenientes de combusto, principalmente aqueles que contenham alto teor de enxofre; atmosfera mida: locais onde a umidade relativa mdia est acima de 60%; atmosfera urbana e semi-industrial: locais onde se encontra uma razovel quantidade de gases provenientes da queima em veculos automotores e uma industria desenvolvida; atmosfera rural e seca: locais onde no h gases industriais, sais em suspenso e a umidade relativa do ar est com valores mais baixos. Tambm temos os tipos de imerso ao qual estar em contato a superfcie: lquidos aquosos: a agressividade depende da resistividade eltrica e presena de sais ou gases dissolvidos; produtos de petrleo: so em modo geral pouco agressivos; produtos qumicos: a agressividade depende da presena de gua ou umidade e ainda do grau de ionizao da substncia qumica. Para finalizar podemos ainda ter uma relao com a temperatura da superfcie: na faixa de 80 e 100C pode ocorrer condensao de umidade e assim ocorrer corroso eletroqumica; para temperaturas acima de 100 C no ocorre condensao na superfcie e portanto a corrosividade desprezvel; para temperaturas acima de 400 C pode ocorrer corroso qumica em temperatura elevada. Quanto agressividade podem estar divididas da seguinte forma: ATMOSFERA MUITO AGRESSIVA: Marinha ou Industrial - espessura de tinta mnima de 250 m ATMOSFERA MEDIAMENTE AGRESSIVA: Urbana ou mida - espessura de tinta mnima de 160 m ATMOSFERA POUCO AGRESSIVA: Rural ou Seca (com valores baixos para a umidade relativa do ar) - espessura de tinta mnima de 120 m

  • IMERSO: gua doce, gua salgada, produtos qumicos, etc - espessura de tinta mnima de 300 m SUPERFCIES QUENTES: As superfcies se subdividem em quatro categorias: de 80C at 120C, de 120C at 250C, de 250C at 500C ou acima de 500C - espessura mnima de tinta de 75 120 m.

    2.3 Tipos de corroso

    Corroso generalizada:

    Corroso uniforme ocorre por toda superfcie com perda regular de espessura do material ocorrendo a formao de escamas de ferrugem. Corroso Localizada: Corroso por placas perda da espessura numa regio especfica de um material. Corroso alveolar corroso que ocorre na superfcie metlica sob a forma de cavidade arredondada com profundidade menor que o dimetro. Corroso por pites (puntiforme) - aquela que ocorre na superfcie metlica sob forma de cavidade de fundo em forma angular, com profundidade maior que o dimetro.

    Corroso branca - Produto de corroso de metais no ferrosos, tais como zinco e alumnio Corroso bacteriana - a corroso provocada por microorganismos Corroso galvnica - ocorre em diferentes potenciais e s se processa na presena de eletrlito, ocorrendo transferncia de eltrons. Quando tivermos dois eletrodos em um meio eletrlito (permite a conduo de eletricidade atravs de ons) um destes eletrodos ser o Anodo (mais eletronegativo e libera ons para a soluo, quem se corri) e o Catodo (mais eletropositivo e libera eletros para a soluo, ele permanece intacto).

    Fig.1 Corroso Uniforme Fig.2 Corroso por Placas Fig.3 Corroso Alveolar Fig.4 Corroso por Pites

  • 3 PINTURA INDUSTRIAL A pintura o mtodo mais barato e apropriado para a proteo de estruturas e equipamentos metlicos contra a corroso. A tinta muito eficiente nesta proteo, observando tambm a facilidade de aplicao e manuteno da mesma. O objetivo principal da pintura evitar a corroso.

    3.1 Mecanismos de proteo (Barreira, Andica e Catdica)

    A pintura industrial utiliza trs mecanismos fundamentais contra a corroso: barreira fsica, Proteo Andica inibio e Proteo catdica. Barreira Fsica este tipo de inibio ocorre quando se coloca uma pelcula impermevel entre o substrato e o meio corrosivo, impedindo a passagem dos agentes corrosivos (umidade e ons agressivos). Para este tipo de mecanismo a eficincia da proteo est relacionada com a espessura do revestimento e da resistncia da tinta ao meio corrosivo. Proteo Andica tambm chamada de passivao andica, este mecanismo observado nas tintas de fundo primer. Estas tintas so dotadas de pigmentos anticorrosivos de inibio andica, que na presena de gua e oxignio (que atravessaram a camada de tinta) fornecem substncias com propriedades inibidoras de corroso. Elas formam junto ao metal uma camada de xido de ferro, o qual impede a passagem de ons do metal. Proteo Catdica a proteo na qual se utiliza uma tinta contendo pigmentos metlicos, que possuem uma posio inferior ao ferro na srie eletroqumica. Estes pigmentos encontram-se em elevada concentrao na pelcula seca. A substncia mais comem o Zinco. Ou seja, na presena do Zinco o ferro torna-se catdico e em contato com o meio corrosivo o zinco ser consumido (pois ele ser andico). O Zinco sacrificado enquanto o ao permanece intacto.

    3.2 Outras finalidades da Pintura Industrial

    A pintura industrial ainda possui outras finalidades: Cor: Identificao dos armadores da embarcao As cores so as partes visveis do espectro eletromagntico o qual se torna visvel quando compreendido entre os comprimentos de onda de 380 mm e 780 mm. Para comprimento de onda menor que 380 mm radiao ultravioleta Para comprimento de onda maior que 780 mm infravermelho As cores so o preto, o branco e seis cores bsicas (violeta, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho) Tonalidade a cor formada pela combinao das cores bsicas Auxlio na segurana industrial: Rpida identificao de fluidos (Ex.: verde gua de resfriamento; vermelho gua de incndio; amarelo cloro), identificao de equipamentos (logotipo, etc.), sinalizao (Ex.: vermelho redes de incndio; amarelo escadas, corrimo, etc.), tinta anti-derrapante, indicao de falhas (tintas indicadoras de alta temperatura, estas tintas mudam de cor com o aumento da temperatura. Ex.: resina silicone com pigmento de xido CR que ao atingir uma temperatura de 270 ocorre a mudana da cor original azul para a cor branca).

  • Absoro de calor: as cores escuras fazem maior absoro de calor Ex.: no tanque de leo combustvel temos que o aumento da temperatura diminui a viscosidade do leo, facilitando o bombeamento do mesmo. J as cores claras produzem uma maior reflexo do calor evitando evaporao de lquidos muito volteis. Reduo do atrito pela diminuio da rugosidade superficial Impermeabilizao contra infiltrao de gua e outros lquidos Impedir incrustao de microorganismos marinhos Aspecto esttico: torna o ambiente mais agradvel Cores claras Maior luminosidade do ambiente. Ex.:Verde, azul e branco so melhores para o estudo. Vermelho d uma sensao de calor. Isolamento eltrico realizado com aplicao de vernizes isolantes para fios, etc. Reduo da acstica via tinta anti-ruido, muito empregada na industria automobilstica. A Pintura tambm tem o objetivo de sinalizao, identificando tubulaes conforme regra da ABNT NBR 6493 - Vermelha incndio - Amarela gs - Azul ar comprimido - Cinza Claro vcuo - Branca vapor - Cinza Escuro eletrodutos / condutes - Laranja produtos cidos - Prpura produtos alcalinos - Verde gua E ainda temos cores de advertncia na rea de trabalho, conforme ABNT NBR 7195. Laranja - sinaliza partes mveis e perigosas de mquinas, Amarela - CUIDADO (corrimos, pontes rolantes, etc.) e Vermelha - Equipamentos para incndio.

  • 3.3 Tipos de Pintura

    A pintura industrial ainda se divide em 4 tipos, so eles: PINTURA DE FBRICA: a pintura realizada ainda na fbrica produtora do equipamento. (Ex.: Bombas, compressores, etc.) Utiliza instalaes fixas para pintura, cabines de jateamento, estufa, tanque de decapagem, pintura eletrosttica em p. Tm como principal caracterstica no sofrer influncia das condies atmosfricas: vento, chuva e umidade. PINTURA DE CAMPO: a pintura realizada aps a montagem dos equipamentos. Ex.: tanques, fornos, estruturas, etc. Essas peas no poderiam ser pintadas na fbrica, pois a mesma poderia ser danificada durante o manuseio, transporte ou mesmo durante a montagem da peas. Para realizao desta pintura so utilizados equipamentos mveis. Ex.: Mquinas para jateamento, pistolas convencionais ou air less. PINTURA PROMOCIONAL: uma pintura realizada ainda na fbrica, mas onde a superfcie no previamente preparada para receber a tinta. Geralmente utilizada com o intuito de promover a publicidade do fabricante durante o transporte da mesma at o local de montagem. SHOP PRIMER: a pintura realizada em chapas, tubos e etc., as quais sero estocados ao ar antes da instalao e montagem em plataformas, navios, etc. Esta pintura tem o objetivo de proteger as peas contra a corroso at que as mesmas sejam utilizadas. Se o tempo de estocagem for longo, superior a 6 meses, dever ser feito lixamento da pea para remover a tinta calcinada (porosa) e uma segunda demo do primer dever ser aplicada para recompor a espessura de proteo. O Shop Primer no pode ter na sua composio um material que ao ser submetido a altas temperaturas (corte ou solda da pea) libere vapores txicos.

  • 4 TINTA um lquido pigmentado que ao ser aplicado sobre uma superfcie se converte numa pelcula slida, aderente e elstica. As tintas so aplicadas sobre equipamentos e estruturas para que estas peas permaneam por longos perodos, cerca de 6 meses, sem corroso e que posteriormente venham sofrer uma manuteno, sendo que esta manuteno vai desde um retoque at uma substituio completa da tinta velha. As pinturas, em condies favorveis, podem chegar a uma durao de 20 anos, mas em condies adversas teremos uma durao de 1 ou 2 anos. Esta durao depende principalmente do meio ambiente corrosivo, ao qual a pea encontra-se exposta, e ainda ao esquema de pintura aplicado.

    4.1 Composio da tinta

    Na composio de uma tinta, deveremos ter a combinao de diversas matrias-primas, formando uma substncia homogenia na qual esto presentes pequenas partculas slidas (pigmentos), dispersas em um lquido (veculo), podendo ou no ter ainda a presena de um componente em menor proporo chamado de aditivo. A tinta deve produzir um filme que deve ser fcil de aplicar sobre a superfcie de um material (chamado de substrato), podendo este material ser uma chapa de ao, madeira, etc. E esta fina camada dever se solidificar por mecanismo de secagem ou cura, tornando-se uma pelcula contnua e uniforme, aderente a essa superfcie, impermevel, resistente ao tempo e quando requerido, a ataque qumico.

    4.1.1 Veculo

    O veculo a parte fundamental da tinta, sendo composto pela resina e pelo solvente. O Veculo se divide em dois tipos: veculo voltil e veculo no voltil. Veculo voltil composto pelo solvente, material este que importante por facilitar a aplicao das tintas, mas estes no fazem parte do filme seco da tinta, pois evaporam durante a aplicao da tinta e ainda durante a secagem da mesma. O Solvente tem a funo de solubilizar a tinta, ajustando a sua viscosidade. Quando a resina utilizada em p, a mistura com o pigmento tambm em p resultar numa tinta em p, o que tornaria impraticvel a sua aplicao. Quando a resina utilizada um lquido muito viscoso, temos que a mistura com o pigmento em p se tornar numa tinta pastosa, o que tambm se tornaria impraticvel para ser aplicada pelos mtodos conhecidos. Nestes dois casos se torna necessrio a utilizao do solvente para dissolver a resina e se tornar num lquido homogneo que chamamos de veculo. Este solvente tem a funo ento de ajudar na aplicao da tinta sobre o substrato, se evaporando aps a aplicao e no fazendo parte da pelcula de tinta restante no substrato. Tintas mais modernas utilizam uma resina lquida, sendo dispensado a utilizao do solvente. Normalmente chamado de solvente o material utilizado na fabricao da tinta, a qual normalmente fornecida pela fbrica com uma viscosidade adequada para a aplicao com rolo ou pincel. Para a aplicao da tinta atravs de pistola, se faz necessrio a diluio desta tinta para se obter uma tinta com uma viscosidade menor. Este solvente misturado tinta pelo pintor no momento de aplicao da mesma tem o objetivo de diminuir a viscosidade da tinta e facilitar a aplicao do produto. Este solvente chamado de diluente, ou tambm pode ser chamado de thinner. A tinta no produzida com a viscosidade ideal para aplicao por pistola, pois a baixa viscosidade facilita a sedimentao dos pigmentos, formando assim uma camada endurecida no

  • fundo do recipiente. Desta forma a tinta fornecida numa viscosidade maior e a mistura do diluente feita no momento da aplicao da tinta. Este diluente dever ser sempre compatvel com o solvente e a resina utilizados na fabricao da tinta. Alguns problemas causados pela utilizao do solvente podem ser a formao de poros e bolhas durante a evaporao do mesmo, facilitando assim o incio da corroso. Ocorre ainda a diminuio da espessura da camada de tinta aps a evaporao do solvente. E temos ainda que alguns solventes so txicos e/ou inflamveis, sendo restrito o seu uso devido a restries ambientais ou a segurana.

    A resina o veculo no voltil que tem a propriedade de ser o ligante ou aglomerante das partculas do pigmento, mantendo os mesmo junto ao substrato. A resina deve formar uma pelcula contnua e impermevel que evita o contato entre o substrato e os agentes corrosivos do meio. Se no houvesse a utilizao das resinas os pigmentos seriam aplicados sobre o substrato, mas ficariam soltos sobre o mesmo podendo ser facilmente removidos como um p. Logo a resina responsvel pela aderncia deste p sobre o substrato. O pigmento o componente slido que fica disperso na resina, conferindo a propriedade de cor e opacidade, possui ao anti-corrosiva, anti-incrustante. O pigmento no um corante, este segundo trata-se de um elemento solvel no veculo que geralmente tem a funo de dar cor ao verniz (tinta sem

    pigmento, que aps a evaporao do solvente resta uma pelcula de alto brilho), j o pigmento insolvel no veculo, ou seja, o pigmento pode ser separado do veculo atravs de centrifugao ou filtrao, j os corantes no se conseguem separar do veculo. A Figura ao lado apenas ilustrativa, pois o solvente e a resina (veculo) encontram-se em apenas uma fase e no separados. Os aditivos no so essenciais, mas melhoram determinadas caractersticas da tinta. Os aditivos podem ter caracterstica secante, plastificante, antimofo, etc. O veculo pode ainda ser classificado em: Veculos no conversveis ou veculos conversveis. Veculo no conversvel aquele onde aps a sua aplicao a resina no sofre mudana na sua estrutura, temos apenas a formao da pelcula aps o solvente se evaporar. Quando utilizado veculo no conversvel a pelcula tem como caracterstica ser atacada pelo solvente, mesmo aps estar seca. Veculo conversvel aquele onde a pelcula formada por reaes qumicas. A pelcula no tem a mesma composio da resina. Aps a aplicao ocorre a cura onde formam ligao cruzadas. A cura pode ser feita por oxignio, calor ou catalisador. Propriedades dos solventes: Faixa de destilao substncias puras tem ponto de ebulio fixo, j os solventes tem faixa de destilao ampla. Ex. aguarrs entre 150 e 200C Poder de solvncia trata-se da capacidade do solvente, em pequena quantidade, conseguir dissolver uma grande quantidade de resina. Taxa de evaporao trata-se da velocidade de evaporao do solvente. Eles podem ser classificados em: Leves - quando tm uma taxa de evaporao maior que 3 (trs) so muito volteis.

  • Mdios quanto tem uma taxa de evaporao entre 0,8 e 3 Pesados quando tem uma taxa de evaporao menor que 0,8 - so pouco volteis. Os principais tipos de solvente so: Inorgnicos - gua, geralmente utilizada em tintas do tipo ltex e PVA Orgnicos Hidrocarbonetos: Alifticos: - nafta, com curva de destilao entre 120 e 140 C - aguarrs mineral, com curva de destilao entre 150 e 200 C Aromticos: - toluol, com curva de destilao entre 107 e 112 C - Xilol, com curva de destilao entre 135 e 140 C Terpnicos: - aguarrs vegetal - sterer: acetato de etila, acetato de butila, acetato de isopropila, etc. - lcoois: lcool etlico, lcool butlico, lcool isoproplico, etc. - Cetonas: acetona, metil-etil-cetona, etc. - Glicis-teres: etilglicol, etildiglicol, etc. Geralmente utilizada uma combinao de vrios solventes, ou seja, so misturados solventes leves (alta evaporao) com solventes pesados (baixa evaporao), pois o primeiro ir evaporar logo aps a aplicao da tinta evitando desta forma o escorrimento da tinta e o solvente pesado ir evaporar mais lentamente possibilitando o desaparecimento de bolhas e crateras formadas durante a aplicao da tinta, bem como ajuda no nivelamento das marcas de pincel. Logo deve-se levar em considerao a solubilidade da resina no solvente, para que no ocorram defeitos na aplicao da pintura. Ex. se forem escolhidos dois solventes, um solvente leve onde a resina solvel e um solvente pesado onde a resina insolvel, teremos o surgimento de defeitos formados pela precipitao e formao de cogulos, pois o solvente leve ir evaporar logo aps a aplicao da tinta e restar apenas o solvente pesado no qual a resina estar insolvel. Logo importante se conhecer a taxa de evaporao e o poder de solvncia dos solventes para evitar o surgimento de defeitos.

    4.1.2 Pigmento

    Pigmentos so pequenas partculas slidas com cerca de 5 m de dimetro. Estes ficam dispersos no veculo e so aglomerados pela resina aps a secagem. Os pigmentos podem ser classificados em inertes e ativos. Pigmentos inertes tm baixo poder de cobertura e praticamente no interferem nas tonalidades das tintas, por no possurem cor. Possuem dois empregos, o primeiro para ser utilizado de forma tcnica melhorando as caractersticas da tinta, sem interferir de modo significativo na cor. E a segunda aplicao por questo econmica, substituindo parcialmente o pigmento ativo, utilizado para enchimento, desta forma reduz o custo da tinta sem perder a qualidade da mesma. Exemplos de pigmentos inertes: Carbonatos, silicatos, slicas, sulfatos, etc. Pigmentos ativos so os pigmentos que possuem uma caracterstica bem definida na tinta. Podem ser: Pigmentos coloridos: estes pigmentos tm a caracterstica de dar cor tinta, e ainda opacidade, ou seja, ter poder de cobertura para que aps a aplicao no se veja a cor do fundo onde foi aplicado (cor do substrato ou da demo anterior). So diferentes dos corantes, pois estes so solveis no veculo e conferem cor ao verniz, mas no possuem o poder de cobertura. Eles ainda podem ser: Orgnicos - tem maior poder de cobertura, tem menor densidade e possuem alto brilho.

  • Inorgnicos tambm do opacidade e cor, mas possuem maior resistncia luz, calor, intempries e solventes. As cores bsicas so misturadas para se formar as demais cores, podemos discriminar as cores e quando possvel se os pigmentos so orgnicos ou inorgnicos. So elas:

    Branca: o mais utilizado para tinta de acabamento. O mais utilizado o Dixido de titnio, mas so usados tambm o branco de zinco, litopnio, alvaiade, sulfato de chumbo, etc. Amarelo: Inorgnicos Amarelo de cromo (cromato de chumbo), ocre (xido de ferro hidratado), amarelo de cdmio (sulfeto de cdmio), amarelo de zinco (cromato de zinco), etc. Orgnicos Amarelo Hansa, Amarelo Benzidina Laranja: Inorgnico Cromato bsico de chumbo, laranja malibdnio (cromato, sulfato e molibdato de chumbo) Orgnico laranja benzidina, laranja dinitroanilina Vermelho: Inorgnico xido de ferro, vermelho de molibdnio (molibdato de chumbo), vermelho de cdmio (seleneto de cdmio) Orgnico Vermelho toluidina, vermelho para-red (para nitro-anilina + B naftol), vermelho naftol, vermelho pirazolona, vermelho quinacridona. Azul: Inorgnico azul da Prssia (ferrocianeto frrico), azul ultramarino (complexo alumnio silicato). Orgnico Azul de ftalocianina, azul molibdato. Verde: Inorgnico Verde de cromo (azul da Prssia+amarelo de cromo), xido de cromo verde. Orgnico verde de ftalocianina (azul de ftalocianina clorado), verde molibdato. Preto: xido de ferro, negro de fumo (carbon-black), grafite. O negro de fumo obtido da queima incompleta de hidrocarbonetos. Ele o pigmento mais leve e com o maior poder de cobertura. Temos ainda os pigmentos metlicos: Alumnio: ele fornecido de duas formas, leafing e non-leafing. As leafing os pigmentos ficam na disposio de pequenas lminas que aparentam, na pelcula seca de tinta, uma camada metlica contnua. O pigmento non-leafing se distribui de maneira aleatria na tinta. utilizado nas tintas automobilsticas. Zinco: O pigmento de zinco em p utilizado em tintas de fundo anticorrosivas. Possui tonalidade cinza-claro. Bronze: So ligas de zinco e cobre e possuem aspecto dourado. Pigmentos Anticorrosivos so pigmentos que possuem a caracterstica de protegerem os substratos ferrosos contra a corroso por meio de mecanismos eletroqumicos como proteo catdica e passivao andica. Estes pigmentos so utilizados somente em tintas de fundo, pois necessitam estar em contato com o substrato ferroso. Alguns pigmentos Anticorrosivos: Zarco: Mistura de Pb3O4 com 2 a 10% de PbO, mas possui algumas desvantagens, como:

    - Possui alto peso especfico ocorrendo sedimentao. - No indicado para meio ambiente muito agressivo, nem para imerso na gua. - utilizado para proteo de ferro. Provoca corroso no alumnio e ao galvanizado. - No serve para ser utilizado como shop-primer pois quando submetido alta temperatura (solda) produz vapores txicos.

  • Cromato de Zinco: um pigmento amarelado. levemente solvel na gua (1g/litro). Eficiente para pintura em Alumnio e Ao Galvanizado. Mas possui as desvantagens de no servir para alta umidade nem para imerso e ainda txico e cancergeno. Cromato bsico de Zinco Tetroxicromato de Zinco: um pigmento amarelado, menos solvel que o cromato de zinco (0,02 g/litro). Possui propriedades superiores ao cromato de zinco para a proteo de ao, alumnio e galvanizado. Fosfato de Zinco: um pigmento branco. No txico, substituindo o Zarco e o Cromato. Quando a gua penetra na pelcula formado o fosfato de ferro que protetor. xido de ferro: um pigmento muito utilizado por ser barato. Ele s atua como barreira, no sendo anticorrosivo. P de Zinco: Pigmento metlico utilizado nas tintas chamadas de ricas em zinco, as quais so as tintas de fundo anticorrosivas. Temos ainda os pigmentos: Perolados: Deixam as tintas com aspecto de acetinado. Fluorescentes: Estes pigmentos quando submetidos radiao ultravioleta emitem radiao luminosa no espectro visvel, geralmente utilizados em tintas de demarcao e sinalizao. Fosforescentes: Emitem radiao luminosa mesmo aps ter cessado a fonte de luz incidente. Pigmentos Antiincrustantes so utilizados por serem venenosos e no permitirem a aderncia de organismos marinhos como mariscos, cracas, algas e etc., os quais aumentariam o atrito entre a embarcao e o mar, ocasionando desta forma uma diminuio da velocidade e o maior consumo de combustvel. A ao deste pigmento se baseia pela lixiviao dos componentes venenosos pela gua do mar, formando junto ao casco uma camada, que impede a incrustao de organismos vivos.

    4.1.3 Aditivo

    Aditivos so constituintes que no esto obrigatoriamente nas tintas, mas estes melhoram certas propriedades das tintas durante a fabricao, estocagem ou aplicao. Os principais so os seguintes:

    - antinata: Tintas que secam por oxidao, como tintas a leo e alqudicas, esto mais sujeitas a formao de uma nata na superfcie da tinta quando se encontram estocadas na embalagem. Estes aditivos evitam a formao desta nata e devero ser volteis para evaporar junto da secagem da tinta. - Secantes: atuam como catalisadores acelerando a secagem do filme de tinta atravs da oxidao. Ex. Naftenatos de cobalto, mangans, chumbo, clcio, ferro, zinco, etc. - Antimofo: So utilizados para evitar a putrefao das tintas, principalmente em tintas a base de gua, quando se encontram estocadas em suas embalagens, bem como evitar a formao de mofo em pelculas de tinta j aplicadas que se encontram em ambientes midos. - Tixotrpicos: Utilizadas em tintas de alta espessura. Estes aditivos so utilizados para diminuir a viscosidade da tinta com a agitao e estas recuperam a sua viscosidade aps a aplicao. Ideais para aplicao da tinta em superfcies verticais evitando desta forma o escorrimento da mesma. Ex: Carboxi-metil-celulose, etil-celulose, slica-gel, bentonita, etc. - Antisedimentante: Atuam sobre as partculas do pigmento produzindo um gel coloidal e evitando a sedimentao, e ocorrendo a sedimentao evitam que a mesma forme um sedimento duro e compacto. - Nivelante: Atuam como produtos tensoativos que agem na tenso superficial das tintas, melhoram o espalhamento e provocam o desaparecimento de marcas deixadas pelo pincel ou bolhas de ar.

  • - Antiespumante: Aumentam a tenso superficial, diminuindo ento a formao de espuma durante a aplicao ou fabricao das tintas. - Plastificante: Atua de forma a dar pelcula uma maior flexibilidade tinta. - Antiincrustante: So venenosos e utilizados para evitar a aderncia de organismos marinhos.

    4.1.4 Carga

    As Cargas so constituintes similares aos pigmentos, porm de menos eficcia, sendo utilizado nas tintas para auxiliar na sua composio e barate-las. Tem fraco poder de cobertura e no possuem propriedades anticorrosivas. Controlam o brilho da tinta, a tornando mais fosca. Aumentam a espessura da pelcula da tinta seca (importante para tintas de alta espessura). Melhoram a consistncia da tinta melhorando a mesma para aplicao. Evitam o escorrimento da tinta quando aplicadas em superfcies verticais. Principais cargas:

    - Carbonato de Ca e Mg tem baixo custo, mas no tem resistncia a cidos e lcalis. - talco e caulim (silicatos de Mg e Al) boa resistncia qumica, ao calor e s intempries. - Mica (silicato de Al e K) proteo por barreira. - Quartzo (slica) possui alta resistncia qumica, dureza e resistncia a abraso - Barita (BaSO4) resistente s intempries e aos cidos, mas tem o problema de sedimentar quando estocado.

    4.2 Teor de Pigmentos

    A concentrao volumtrica de pigmento (CVP), ou seja o teor de pigmento, pode influenciar em diversas propriedades da tinta. O brilho influenciado pela CVP: CVP < 30 , baixo teor de pigmento pelcula brilhante CVP entre 30 e 40 pelcula semi-brilhante CVP entre 40 e 50 pelcula semi-fosca CVP > 50 pelcula fosca CVP=(Vol. Pigmento (P) / Vol. Pigmento (P+R)) x 100% CVP crtica a maior porcentagem de pigmento que pode ser agregado na resina. Se o CVP for maior que CVP crtico significa que no h resina suficiente formando desta forma um filme fosco, descontnuo, poroso, permevel gua, com fraca durabilidade e pouca resistncia abraso. As tintas com baixo teor de pigmento so menos permeveis , mais brilhantes, menos porosas e mais flexveis. As tintas de alto teor so mais permeveis e mais foscas. Tintas de fundo devem ter o teor de pigmento mais alto, prximo ao CVP crtico, para que os pigmentos anticorrosivos tenham sua ao mais edificante.

  • Tintas de acabamento devem ter o teor de pigmento mais baixo para terem uma pelcula mais brilhante e mais impermevel.

    Podemos tambm calcular a porcentagem de no-volteis no volume (slidos por volume) da tinta. %NVV=((vol. Pigmento + resina)/(vol. Total da tinta)) x 100 % onde a parte slida composta pelo pigmento + resina + carga Pode se determinar o NVV em um canteiro:

    - para pintar uma rea A (m2) - medir o peso P (kg) da tinta gasta na pintura da rea A - medir a espessura mdia e da pelcula seca (m) - obter a massa especfica m da tinta (kg/m)

    logo, %NVV = (A x e x m) / (10 x P)

    4.3 Formao da Pelcula de tinta

    A formao da pelcula de tinta depende de dois fatores: Coeso (entre os constituintes do revestimento) e adeso (do revestimento ao substrato). Quando a coeso for mxima teremos uma adeso nula, desta forma para se obter uma tinta bem formulada necessrio se obter uma tinta com grande aderncia, mas sem prejuzo da coeso molecular, obtendo uma pelcula resistente e flexvel. Os principais mecanismos de formao de pelcula de tinta so:

    - Evaporao do solvente: o mecanismo existente em todas as tintas de uso industrial, mesmo naquelas que utilizam outro mecanismo a evaporao do solvente contribuem para a formao da pelcula. Este mecanismo tem como vantagem a boa aderncia entre demo e como desvantagem o fato de a prpria evaporao do solvente

  • gerar bolhas, poros e cratera que podem diminuir a impermeabilidade da pelcula e assim favorecer a ocorrncia de corroso. - Oxidao: este mecanismo ocorre quando temos duplas ligaes no veculo fixo da tinta. Casos com resinas com leos e derivados de leos. A formao da pelcula se d pela evaporao do solvente e reao da resina com o oxignio do ar. - Polimerizao: Mecanismo das principais tintas de alto desempenho e alto poder impermeabilizante. O processo acontece de duas formas: polimerizao trmica, quando necessrio uma energia trmica de ativao, so tintas curveis em estufa. E a outra forma consiste da polimerizao por condensao. Estas tintas so fornecidas em dois ou mais componentes. - Coalescncia: neste mecanismo as partculas da resina, geralmente na forma esfrica, so reunidas sob a influncia do agente coalescedor, formando pelculas coesas e geralmente plsticas.

    4.4 Classificao das tintas

    Quanto a ordem de Aplicao as tintas podem ser classificadas em: Tinta de fundo; Tinta intermediria e Tinta de acabamento.

    4.4.1 Tinta de Fundo ou primer

    O primer a tinta de base, utilizada para a primeira demo de tinta, e com a principal finalidade de aderncia ao substrato e proteo anticorrosiva, sendo considerado um importante componente dos sistemas de pintura, uma vez que contm pigmentos anticorrosivos para assegurar uma boa proteo do substrato. As principais caractersticas de um primer so as seguintes:

    - Aderncia Forte ligao ao substrato - Coeso Alta resistncia interna - Inrcia e Proteo Anticorrosiva Forte resistncia aos agentes qumicos e corrosivos - Dilatao flexibilidade apropriada

    Sob certas condies devem ter resistncia qumica equivalente ao restante do sistema de pintura para proteo satisfatria contra a soluo qumica na qual ele estiver imerso.

    4.4.2 Tintas Intermedirias ou Ti Coat

    As tintas intermedirias so geralmente utilizadas para aumentar a espessura do esquema de pintura, aumentando desta forma a proteo por barreira. A espessura fsica dos sistemas de pintura melhora muito outras propriedades essenciais para o revestimento, como o aumento da resistncia eltrica, resistncia abraso e resistncia ao impacto. A tinta intermediria deve ter forte aderncia ao primer e ser uma boa base para o acabamento, evitando desta forma problemas entre a aderncia entre camadas.

  • 4.4.3 Tintas Acabamento

    Esta tinta contm finalidades estticas de cor, textura e brilho, bem como possui importantes funes para proteger o esquema e aumentar a impermeabilidade. Formam a primeira barreira ao ambiente, devendo resistir aos agentes qumicos, gua e intempries. Em alguns casos a tinta intermediria faz a barreira principal e a tinta de acabamento desempenha outras funes, como gerar uma superfcie antiderrapante.

    4.5 Tipos de Tinta

    As tintas podem ser de um componente (monocomponentes) ou de dois ou mais componentes. Tintas de um componente so tintas prontas para o uso, so simples de utilizar, pois basta misturar e aplicar. Se necessrio podero ser diludas para facilitar a aplicao. Podem ser armazenadas aps o uso. Tintas de dois componentes vem em recipientes separados e s devem ser misturadas pouco tempo antes do uso. Estas tintas curam por reao qumica. Aps o vencimento do pot-life, tempo de vida til da mistura dos dois componentes, a tinta torna-se imprestvel para o uso. Algumas tintas necessitam de tempo de induo (pr-reao), ou seja, aps a mistura dos dois componentes deve-se aguardar cerca de 10-15 minutos para fazer a aplicao. Tintas Convencionais

    - Tintas a leo: So tintas em que o veculo um leo secativo. Estes leos possuem molculas no-saturadas e secam pela adio de oxignio s molculas. Temos como principais leos secativos: Linhaa o mais utilizado Tungue tem mais insaturao (presena de ligaes duplas C=C), logo forma pelculas mais duras e mais impermeveis. Oiticica tem alta reatividade, mas escura no sendo utilizada para tintas claras. O leo de mamona quando desidratado torna-se um leo secativo. Ele no amarela com o tempo, sendo indicado para tintas claras. As tintas leo secam em parte pela evaporao do solvente e parte pela oxidao do leo ao ar. Estas tintas possuem grande molhabilidade e por isso podem ser aplicadas em superfcies com pouco preparo: St2, St3 e Sa2, onde tm boa aderncia. So tintas de secagem mais demorada e so saponificveis, sendo indicadas para atmosferas pouco agressivas. No so indicadas para atmosfera marinha, mida ou industrial, nem para imerso em gua. - Tintas Alqudicas Foram as primeiras resinas sintticas a serem usadas em tintas - esmaltes sintticos.

    So obtidas pela reao de polilcoois e policidos, gerando um polister. O policido geralmente utilizado o cido ftlico na forma anidrido ftlico, sendo o glicerol e pentaeritritol os mais utilizados como polilcoois. Na formulao das tintas, feita a modificao da resina alqudica pela substituio parcial do policido por leo vegetal (leo secativo). A secagem destas tintas ocorre como as tintas leo, parte por evaporao do solvente e parte pela oxidao do leo secativo.

    O teor de leo secativo define a qualidade da tinta, so elas:

  • - curtas em leo: 30-40% de leo. Sendo usada na pintura de manuteno industrial. - Mdias em leo: 50-60% em leo. - Longas em leo: 60-70% em leo. Usada em pintura domstica (grades, portes, etc.). As tintas de teor curto possuem secagem rpida, aumentando o teor a secagem da tinta fica mais lenta.

    Efeitos do teor de leo nas tintas: - Flexibilidade: Longas formam filmes flexveis e brilhantes, enquanto as curtas formam filmes duros. - Secagem: Longas secam mais lentamente. - Solubilidade: Longas so mais solveis em aguarrs. Curtas so mais solveis em Hidrocarbonetos aromticos. - Mtodo de aplicao: Longas podem ser aplicadas pincel, rolo ou pistola. Curtas s podem ser aplicadas pistola. As tintas Alqudicas so mais resistentes que as tintas leo, mas tambm so saponificveis. Podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas onde apresentam bons resultados de proteo anticorrosiva, mas no devem ser utilizadas em atmosfera marinha ou industrial (altamente agressivas). Estas tintas tem boa molhabilidade, podendo ser aplicadas sobre superfcies com grau de limpeza St2, St3 ou jato Sa2.

    Alqudicas Modificadas As resinas alqudicas podem ser associadas a outras com o objetivo de melhorar as suas propriedades. - Alqudica-melamnica possui alta dureza, reteno de cor e brilho, resistente umidade, utilizada em esmaltes para geladeira, mquina de lavar roupa, automveis, etc. Sua cura ocorre apenas em estufa. - Alqudica-acrlica tinta para automveis associada s melamnicas. - Alqudica-silicone resistente a 250 C e cura na temperatura ambiente. - Alqudica-Borracha clorada resistente abraso.Utilizada em pintura de trfego. Ex: ruas, estradas, etc. As tintas Alqudicas so produtos que apresentam custo final baixo, se comparado ao custo de outras tintas anticorrosivas.

    - Tinta Fenlicas A resina fenlica obtida pela reao de um fenol com um aldedo. Tem cura por calor (150 C). As resinas fenlicas modificadas com leos secativos curam temperatura ambiente. Estas tintas com resina fenlica modificada por leos secativos curam temperatura ambiente. Estas tintas com resina fenlica modificada p leo secativo apresentam resistncia qumica, trmica e gua, todas superiores s tintas a leo e alqudicas, mas tem resistncia aos raios ultravioleta menor que elas. Estas tintas secam parte por evaporao do solvente e parte pela oxidao do leo secativo. Possuem maior resistncia ao calor que as tintas alqudicas, cerca de 120 C.

    Possuem boa dureza, flexibilidade e adeso ao substrato. Estas tintas tm fraca molhabilidade exigindo preparo da superfcie a ser pintada com jato Sa2 . Podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas. No devero ser utilizadas em atmosferas marinha ou industrial, nem em imerso em gua salgada. - Tintas Betuminosas So tintas obtidas atravs dos resduos do processo da destilao (piche) do petrleo ou carvo mineral.

  • Essa tinta se obtm dissolvendo estes resduos, asfalto ou piche (coal-tar), em solventes apropriados. O petrleo gera como resduo o asfalto que solvel em Hidrocarboneto aliftico (aguarrs). O carvo mineral gera como resduo o piche ou alcatro que solvel em Hidrocarboneto aromtico.

    Estas tintas tm secagem somente pela evaporao do solvente. So tintas de baixo custo e elevada impermeabilidade. Tem como mecanismo de proteo por barreira, deve ser aplicado com grande espessura 2-3mm. Resistente umidade e imerso em gua. Possuem grande molhabilidade podendo ser aplicada em superfcie com pouco preparo St2, St3 e Sa2. Podem ser aplicadas a quente, conhecidas como coal-tar-enamel ou diludas com solvente. Estas tintas possuem como desvantagem a pouca resistncia trmica, ou seja, amolecem em temperaturas acima de 50 C escorrendo de superfcies verticais.

    S podem ser usadas em revestimento de cor escura. Tem fraca resistncia aos raios ultravioletas, como tambm tem baixa resistncia abraso. Emulses aquosas de asfalto podem ser utilizadas como impermeabilizante para caixa dgua, lajes, etc.

    Tintas Seminobres So caracterizadas pela secagem por evaporao do solvente. Eventualmente so chamadas de lacas.

    - Tintas Acrlicas: So obtidas atravs de esterificao dos cidos acrlico e metacrlico.

    So tintas que tem grande resistncia aos raios ultravioletas, tendo boa reteno de cor e brilho. A secagem desta tinta ocorre apenas pela secagem do solvente, so ento sensveis aos solventes mesmo aps a secagem. Tem fraca molhabilidade exigindo uma boa limpeza de superfcie para a sua aplicao Sa2 . Podem ser utilizadas como proteo anticorrosiva para atmosfera mediamente agressiva. As emulses acrlicas competem com a PVA na construo civil, tem melhor resistncia s intempries. Tambm so usadas como verniz de concreto, piso e etc. Utilizam como solvente a gua o que evita restries ambientais e de segurana.

    - Tinta de Borracha Clorada So obtidas atravs da clorao da borracha natural, contendo em sua composio um teor de cloro 67%.

    Secagem ocorre apenas pela secagem do solvente. uma tinta monocomponente, no conversvel, possuindo boa aderncia entre demos. So tintas de boa resistncia a produtos qumicos inorgnicos, cidos e alcalinos. So pouco txicos sendo indicada para pintura de reservatrios de gua potvel. Tem baixa resistncia trmica, no devendo ser utilizadas para temperatura acima de 60C. Atuam com proteo por barreira, possuem alta impermeabilidade podendo ser utilizadas em atmosfera marinha, alta umidade, imerso em gua doce ou salgada.

    Tem boa resistncia a impacto e abraso. Fraca molhabilidade, o que exige uma superfcie com alto grau de limpeza jato Sa2 . No devem ser aplicadas direto ao ao, deve ser utilizado junto com epoxi.

  • Possui uma secagem rpida, exigindo que a aplicao seja feita apenas pistola.

    - Tinta Vinlica As resinas vinlicas so obtidas a partir de copolmero de cloreto e acetato de vinila. Tem boa resistncia em qumica, principalmente em meios cidos. Sua pelcula flexvel, com boa resistncia abraso e impacto. Tem boa reteno de cor e brilho.

    A secagem se d somente pela evaporao do solvente. As tintas vinlicas por possurem Cl na molcula so auto-extinguveis, ou seja, no propagam a chama.

    So tintas termoplsticas, suportando temperaturas de at 65-70 C. Estas tintas podem ser utilizadas em atmosferas mediamente agressivas. Tem fraca molhabilidade exigindo um alto preparo da superfcie Sa2 .

    Tinta Anti-incrustantes um tipo de tinta vnilica usada como acabamento, onde so utilizados pigmentos venenosos. Estas tintas tm como objetivo prevenir as incrustaes marinhas o que provocaria uma reduo de velocidade e um aumento no consumo de combustvel da embarcao. A tinta anti-incrustante quando imersa na gua libera o biocida atravs de lixiviao. Os biocidas mais utilizados so o xido de cobre e compostos de estanho (TBTO e TBTF). Seu desempenho est ligado taxa de lixiviao, sendo eficiente no perodo entre 12-24 meses. Tinta Wash-primer - um tipo especial de tinta vnilica onde utilizada a resina polivinil Butiral (resina PVB), sendo esta obtida atravs da reao entre um lcool vinlico e um aldedo. Estas tintas tm a funo de promover a aderncia das tintas sobre superfcies de ao galvanizado e alumnio.

    - Tinta Estireno-Acrilato

    So obtidas pela polimerizao de estireno com acrilonitrila. Estas tintas so muito bonitas e so resistentes aos raios ultravioletas, se caracterizando pela boa reteno de cor e brilho. Podendo ento substituir as tintas acrlicas.

    Estas tintas secam somente pela evaporao do solvente. So geralmente utilizadas como tinta de acabamento em equipamentos e instalaes onde a reteno de cor e brilho so importantes.

    So indicadas para uso em atmosfera mediamente agressiva. Estas tintas exigem um alto preparo da superfcie onde ser aplicada, Sa2 .

    Tintas Nobres

    - Tintas epoxis Estas tintas so obtidas pela reao entre epicloridrina e bisfenol.

    So tintas muito utilizadas no Brasil, pois so tintas de alta performance e de custo mdio. uma tinta de dois componentes, um contendo o pr-polmero epxi e o outro contm o agente de cura, geralmente amina ou amida. As tintas epoxis que utilizam a amina como agente de cura apresentam excelente resistncia qumica cidos, lcalis e solventes. Possuem um menor tempo de secagem. Estas tintas so indicadas para ambientes quimicamente agressivos. Necessitam de um tempo de induo, ou seja, aguardar um perodo mnimo de 10-20 minutos aps a mistura dos componentes para ocorrer a reao dos mesmos e poder aplicar a tinta. Possui um curto Pot-life, tempo mximo para aplicar a tinta antes que ela comece a endurecer, cerca de 6 a 8 horas. A segunda demo deve ser aplicada aps 72 horas da primeira aplicao para evitar delaminao entre as camadas. A cura completa ocorre em 5 a 7 dias e em temperatura ambiente. Devem ser aplicadas quando a Umidade relativa do ar for inferior 85%.

  • As tintas epoxis que utilizam a amida como agente de cura apresentam uma melhor resistncia gua, sendo indicadas para ambientes altamente midos ou em imerso constante em gua. Estas tintas ainda apresentam melhor flexibilidade e aderncia que as tintas curadas pela amina, mas demoram mais para secar. As tintas epoxis possuem alta performance, pois tm excelente resistncia qumica (lcalis, cidos, etc), mecnica (abraso, impacto, etc), mas so tintas de fraca resistncia aos raios ultravioletas, ou seja, quando ficam expostas ao intemperismo natural sofrem descolorao, perda do brilho e calcinao (chalking), no sendo indicadas para pintura de sinalizao. Maior Pot-life. Estas tintas no precisam de 02 para a cura, podendo completar a cura da tinta em total imerso da mesma. Possuem menor resistncia trmica, cerca de 105 C. Podem ser aplicadas com alta Umidade Relativa do ar.

    Estas tintas so as mais utilizadas na manuteno industrial em ambientes agressivos devido excelente flexibilidade, dureza e resistncia ao impacto e abraso. Possuem tambm uma excelente aderncia. Tm boa resistncia temperatura, suportando at 120C em uso contnuo e suportam ainda picos de 180 C. Necessitam de superfcies de alto preparo para serem aplicadas, mnimo Sa2 .

    - Tinta Alcatro de Hulha (coal-tar)

    Conhecidas como tinta coal-tar epxi. So tintas compostas de resina epxi modificada com 50 a 70% de coal-tar mais o agente de cura. So tintas de dois componentes, tendo como base a resina epxi e como catalisador o coal-tar somado ao agente de cura. Esta tinta combina a propriedade da resina epxi (resistncia mecnica e qumica) com a propriedade do coal-tar (flexibilidade, impermeabilidade gua, tolerncia ao preparo da superfcie e baixo custo). Podem ser aplicadas direto ao ao, sem necessidade do uso de primer. O agente de cura pode ser a amina que resiste mais abraso que a amida, mas possui uma secagem mais lenta. J as tintas que usam a amida como agente de cura tero maior resistncia gua, aumentando ainda mais a impermeabilidade destas tintas.

    Estas tintas apresentam algumas desvantagens: So pouco compatveis com muitas tintas, pode ocorrer sangramento se a tinta de acabamento tiver solventes fortes, suportam temperaturas at 60-70 C onde comeam a escorrer. So txicas, pois o coal-tar cancergeno, no podendo ser utilizada em tanque de armazenamento de gua potvel ou nas industrias alimentcias. Estas tintas so muito utilizadas em estruturas metlicas enterradas, submersas, ou em contato com gua doce e salgada.

    - Tinta epxi-Mastique So tintas de resina epxi modificada com resina hidrocarbnica e com agente de cura (amina e isocianatos). A resina hidrocarbnica aumenta a resistncia umidade da tinta, bem como a molhabilidade e flexibilidade. Estas tintas possuem grande capacidade de aderncia em superfcie com baixo grau de limpeza, St2 e St3.

    Estas tintas atuam com proteo por barreira. Para melhorar a esttica podem ser usadas tintas acrlicas ou poliuretano como tintas de acabamento.

  • - Tinta epxi-ster Estas tintas possuem resina epxi modificadas com leo secativo. Estas tintas secam por oxidao do leo ao ar.

    So tintas monocomponentes. Estas tintas possuem qualidade inferior, sendo comparveis s tintas alqudicas e fenlicas leo modificadas, mas tm maior resistncia a lcalis que as tintas alqudicas. So tambm classificadas pelo teor de leo, sendo curtas, mdias ou longas. As longas so aplicveis a trincha, secam mais lentamente e possuem menor resistncia qumica. As curtas tem maior dureza, aderncia e resistncia qumica.

    - Tinta epxi-Isocianato So tintas de dois componente, usando resina epxi com isocianato aliftico com pigmento xido Fe. So usadas como tintas condicionadoras para superfcie de ao galvanizado ou alumnio promovendo aderncia mesma, substitui o wash-primer. Deve ser usada em pequena espessura (15-20 m) para no prejudicar a aderncia, depois utilizada outra tinta por cima.

    Resinas termo-curveis Estas tintas fazem a cura pelo calor, secam somente em estufa com temperatura de 150 C e tempo entre 15 minutos e 2 horas. Estas tintas no reagem a temperatura ambiente, logo podem ser fornecidas em apenas um componente. Se a temperatura de cura foi baixa ou o tempo mais curto que o necessrio a pelcula de tinta ficar mole. Se a temperatura de cura for alta ou permanecer na estufa por um perodo maior que o necessrio a pelcula ficar quebradia. As tintas termo-curveis utilizam resina epxi que pode ser associada fenlica, urica ou melamnica. Tinta com resina epxi-fenlica tem grande resistncia qumica, melhor que a tinta epxi pura. Possui boa propriedade fsica como aderncia, flexibilidade, resistncia ao impacto e a abraso. Mas no so disponveis em cores claras. Tintas epxi-urica e melamnica so disponveis em cores claras, apresentando boa reteno de cor e brilho. So tintas que possuem grande resistncia ao calor. Boa aderncia, resistncia ao impacto e abraso, tem boa flexibilidade. So tintas indicadas para a pintura de automveis e eletrodomsticos. - Tintas Poliuretana So tintas que utilizam a resina poliuretnica, as quais so obtidas pela reao de um isocianato com um lcool. So tintas de alta performance, alta resistncia a agentes qumicos e abraso e impacto. Tem grande beleza de acabamento e reteno de brilho. Sua secagem ocorre por Polimerizao (unio de molculas de um certo composto formando um novo composto designado por polmero). As tintas que utilizam isocianato aromtico tm fraca resistncia a raios ultravioletas, no tendo boa reteno de cor e brilho quando expostas ao intemperismo natural. J as tintas onde o agente de cura um isocianato aliftico so excelentes na resistncia de raios ultravioletas, obtendo boa reteno de cor e brilho. Podem ser usadas em atmosferas altamente agressivas, mas requerem uma excelente limpeza da superfcie onde ser aplicada.

    - Tintas de Silicone So tintas com resinas semi-orgnicas em cujas molculas existem tomos de silcio. So indicadas para a pintura de superfcie que trabalham m temperaturas superiores 120 C.

  • A secagem ocorre em parte pela evaporao do solvente e parte por converso trmica. Para a cura da pelcula da tinta comum, aps a evaporao do solvente, elevar a temperatura razo de 50 C por hora, at atingir uma temperatura de 300 C. As tintas mais utilizadas so as pigmentadas com zinco para pintura de fundo e pigmentada com alumnio para pintura de acabamento (resistindo uma temperatura de at 600 C). Estas tintas requerem uma excelente limpeza de superfcie, um grau mnimo de Sa2 . A resina de silicone pode ainda ser combinada com resinas alqudicas ou acrlicas, onde a cura ocorrer em temperatura ambiente (no ser necessrio o aquecimento para que ocorra a cura quando combinada com estas resinas), mas s podem ser utilizadas em temperaturas at 250 C.

    - Tintas ricas em zinco Estas tintas so de alta performance, para utilizao como tinta de fundo. So tintas com pigmento de zinco que devem possuir um elevado teor de zinco, cerca de 92% em peso na pelcula seca de tinta. Este alto teor de zinco necessrio para garantir o contato eltrico com o substrato, pois este zinco atuar com proteo catdica (so usadas como primer). Exige um alto grau de limpeza da superfcie, padro Sa3, para manter o contato do zinco com o substrato. Estas tintas possuem boa resistncia abraso, condutividade eltrica, permitindo soldagem ou corte das chapas sem produzir fumaa. So usadas como Shop-primer para manter as chapas protegidas durante o armazenamento. Estas tintas resistem a atmosferas midas e martimas, mas no resistem ao meio cido ou alcalino, necessitando de uma tinta de acabamento protetora. Tambm no so utilizadas para atmosferas industriais, sendo necessrio o uso de uma tinta acrlica ou PU como acabamento. Podem ser utilizadas tintas no saponificveis (acrlica ou PU) como tinta de acabamento, pois as mesmas aumentaro a proteo e ajudaro a reter a cor e o brilho. As tintas ricas em zinco quando em imerso na gua doce ou salgada liberam H2 gerando empolamento na pelcula de tinta. Para evitar este problema pode ser usada uma tinta betuminosa, borracha clorada ou vinlica como tinta de acabamento. As tintas mais importantes so: Zinco epxi, silicato inorgnico de zinco e etil-silicato de zinco. Zinco-Epoxi uma tinta com veculo epxi e possui como agente de cura a amina ou amida. Esta tinta fornecida em dois componentes, possuindo um pot-life de 6 a 8 horas. Deve-se manter a tinta em agitao durante a aplicao para evitar a deposio do zinco. Usada como tinta de fundo para atmosfera altamente agressiva e imerso em produtos de petrleo e produtos qumicos. Silicato Inorgnico de Zinco uma tinta de dois componentes. Pode ser usada como tinta de fundo para atmosferas altamente agressivas, imerso em produtos de petrleo e qumicos. Possui resistncia a abraso e impacto, e por ter a pelcula totalmente inorgnica suportam elevadas temperaturas. a nica tinta que suporta temperaturas superiores 600 C. Possui excelente aderncia, a umidade do ar e o CO2 ajudam na cura, eles reagem com o zinco e vedam os poros, aumentando a impermeabilidade. Usa como solvente a gua, a qual no inflamvel e pode ser utilizada para pintura em ambientes confinados. resistente ao intemperismo natural resistindo aos raios ultravioletas e umidade. Permite a soldagem e corta das chapas, podendo ser usada como shop-primer.

  • Pode ser utilizado como acabamento a tinta acrlica (quando a atmosfera for pouco agressiva) ou a tinta poliuretana (quando a atmosfera for muito agressiva) para aumentar a proteo e reter a cor e brilho. Deve ter um excelente preparo da superfcie, Sa3. a aplicao deve ser feita em temperatura superior a 20 C e com umidade relativa do ar abaixo de 85%, pois seno a secagem ficar muito lenta.

    Pot-life de cinco dias. Etil-silicato de Zinco uma tinta que foi desenvolvida para reduzir as desvantagens do silicato inorgnico de zinco. uma tinta de dois componentes que usa um solvente orgnico (lcool), o qual inflamvel e possui restries para ambientes confinados. Possui apenas 75% de zinco na pelcula seca, continuando a efetuar a proteo catdica do ao. resistente abraso e solventes. Pode ser utilizada em atmosfera marinha e em alta temperatura, cerca de 400 C. Mas no resiste meios cidos e alcalinos.

    Esta tinta mais flexvel tendo uma aplicao mais fcil. A cura desta tinta ocorre mesmo com elevada umidade relativa do ar, mesmo maior que 90%.

    Pot-life menor que Silicato inorgnico de Zinco, cerca de oito horas.

    4.6 Rendimento da Tinta

    O rendimento definido com a rea que se consegue pintar em 1 demo de tinta ao se utilizar 1 litro de tinta. O Rendimento Terico leva em considerao a superfcie lisa como vidro e que no ocorrem perdas na aplicao. Rendimento terico = (%NVV x 10 )/ e %NVV - slido por volume de tinta, um dado fornecido pelo fabricante da tinta e - a espessura do filme seco medido em m O rendimento terico importante para se comparar o valor econmico entre duas tintas, pois uma tinta poder ter um preo maior, mas seu rendimento ser muito superior a outra que acaba se tornando mais econmica. Ex. tinta A preo unitrio = 8,00; %NVV = 43% e espessura 1 demo = 35 m Tinta B preo unitrio = 7,50; %NVV = 37% e espessura 1 demo = 35 m Rendimento terico : tinta A = (43x10)/35 = 12,3 m2/litro Tinta B = (37x10)/35 = 10,6 m2/litro A comparao ser feita dividindo-se o preo unitrio pelo rendimento terico da tinta para ento obtermos o valor por demo por metro quadrado Tinta A = 8,00/12,3 = 0,65 $/m2/demo Tinta B = 7,50/10,6 = 0,71 $/m2/demo Logo do exemplo podemos tirar que a tinta A, embora mais cara, mais econmica. O Rendimento Real definido como a rea que se consegue pintar na prtica, ou seja, levando em considerao as condies reais e suas perdas. Para uma rpida aproximao poderamos considerar o rendimento real como sendo de 50 a 70% do rendimento terico.

  • So levados em considerao para o clculo do rendimento real:

    - rugosidade da superfcie - mtodo de aplicao - seqncia de demos, o rendimento vai melhorando conforme vo sendo aplicadas as demos - estado inicial de oxidao - condies ambientais - tipo de tinta utilizada - qualidade da mo de obra

    Rendimento real = (% NVV x F) / ((e/10)+R) %NVV slidos por volume a tinta e espessura da pelcula seca F frao aproveitvel da tinta (funo do mtodo de aplicao da tinta- pincel, rolo, pistola) R fator obtido em funo da rugosidade da superfcie

    Valores do Fator F Mtodo Rendimento

    Pincel ou brocha 0,90 0,95 Rolo 0,85 0,90 Pistola Convencional 0,75 0,90 Pistola Airless 0,85 0,90 Valores do R: Rugosidade Mdia (m)

    R(Coeficiente de Rugosidade)

    20 1,3 30 2,0 45 3,0 55 3,7 70 4,7 75 5,0 80 5,4 150 9,0

    Obs: para 2 demo utilizar R igual a 0,5 do valor utilizado para a 1 demo e para demo de acabamento utilizar R = 0,5 Custo da tinta Consumo de tinta (litros/m2) = 1/rendimento real (m2/litro) Custo da tinta ($/m2) = consumo da tinta x preo da tinta ($/litro)

  • 5 LIMPEZA E PREPARO DA SUPERFCIE O esquema de pintura consiste basicamente de quatro etapas:

    - Limpeza e preparo da superfcie - Aplicao da tinta de fundo (primer) - Aplicao da tinta intermediria - Aplicao da tinta de acabamento.

    A especificao da pintura estar relacionada a diversos fatores, sendo eles os ambientes corrosivos em que estaro expostos; condies operacionais dos equipamentos; maior ou menor dificuldade para ser repintado e posio da superfcie a ser pintada. Dever ainda ser levada em considerao a utilizao de tintas especficas como antiincrustante no casco de navios, tintas reflexivas em demarcao e sinalizao, etc.

    Para isso dever ser levado em considerao:

    - Limpeza e preparo da superfcie: etapas da limpeza, padro de limpeza e rugosidade da superfcie; - Tinta de fundo, intermediria e acabamento: tipo, especificao, espessura por demo, intervalos entre demos (mnimo e mximo), nmero de demos, mtodo de aplicao da tinta.

    O preparo da superfcie constitui uma das etapas mais importantes da Pintura Industrial, pois a etapa mais cara, cerca de 50% do custo total, e de grande importncia para a aderncia da tinta. A melhor tinta poder se desprender em uma superfcie mal preparada. A ligao da tinta aos metais ocorre por ligaes fsicas, qumicas ou mecnicas. As ligaes fsicas ou qumicas se do atravs de grupos de molculas existentes nas resinas das tintas e que interagem com grupos existentes nos metais. A ligaes mecnicas so associadas ligao fsica ou qumica e necessita de uma certa rugosidade na superfcie. Logo o preparo da superfcie possui dois grandes objetivos, so eles: a limpeza da superfcie para a remoo de impurezas (tinta antiga ou mal aderida, leos e graxas, ferrugem, carepa de laminao) que poderiam prejudicar a aderncia da tinta e tem como outro objetivo criar um perfil de rugosidade o qual aumenta a superfcie de contato e proporciona uma boa ancoragem mecnica da tinta de fundo. O grau de preparao da superfcie depende do esquema de pintura em funo da agressividade do meio ambiente, restries operacionais, custo, tempo e mtodos disponveis. A limpeza de superfcies pode ser realizada com a utilizao de vrios mtodos como limpeza qumica, limpeza a fogo, limpeza com vapor, limpeza mecnica, etc. Iremos fazer a abordagem da limpeza mecnica.

  • A preparao da superfcie para pintura utilizando o mtodo de limpeza mecnica envolve trs etapas:

    1 Inspeo: Etapa em que realizada uma inspeo visual a fim de identificar locais contaminados com leo, graxa, respingo de solda, defeitos na superfcie, etc. 2 Limpeza com solvente e remoo de defeitos na superfcie: Nos locais onde so identificados a presena de leos, graxas ou gordura as mesmas so removidas com a utilizao de solvente. Essas substncias gordurosas quando no so removidas podem prejudicar a aderncia da tinta. Em locais onde existem defeitos superficiais, como respingo de solda, o mesmo deve ser corrigido por esmerilhamento.

    Estes contaminantes podem ser leos ou graxas, so leos de usinagem, leos de prensagem ou leos protetivos temporrios, leos lubrificantes ou combustveis que podem ser levados pelas mos de operadores de mquinas. Temos ainda a contaminao por suor o qual contm gua, gorduras , cidos e sais. O toque da mo na superfcie a ser pintada produz manchas que causam bolhas nas tintas e assim aceleram a corroso. Por isso o manuseio das superfcies deve ser feito com a proteo de luvas.

    3 - Limpeza por Decapagem cida: um processo para remoo da carepa formada quando a chapa foi laminada a quente e para retirar a ferrugem que surgiu durante o transporte e o armazenamento da chapa.

    Para que a decapagem seja eficiente a superfcie deve ter sido desengraxada de forma adequada, pois gordura e oleosidade podem atrapalhar a ao dos decapantes. Os decapantes geralmente so cidos, como o clordrico e o sulfrico, os quais em reao com os xidos produzem sais solveis, os quais so facilmente removidos por lavagem com um meio aquoso. Mas peas que estejam sujeitas tenso, trao ou toro, no devero sofrer processo de decapagem com cidos se no puderem ser colocadas em fornos para minimizar a ao do hidrognio gerado no processo, o qual pode penetrar no ao e provocar uma corroso intragranular. O processo de aquecimento ajuda a eliminar o hidrognio e por isso chamado de desidrogenao. Para impedir que o cido ataque tambm o metal deve-se ento adicionar um inibidor de corroso ao banho.

    4 Limpeza da superfcie por ao mecnica: aps a retirada de substncias gordurosas e defeitos superficiais, deve-se proceder limpeza da mesma por um dos mtodos mecnicas que sero descritos posteriormente para que seja atingido o grau de limpeza e perfil de rugosidade requeridos pelo esquema de pintura escolhido.

    CAREPA DE LAMINAO: um contaminante especial, pois a mesma formada quando o ao sai da siderrgica com uma camada de xidos de ferro, a qual formada na superfcie do metal durante o processo de laminao quente. Esta carepa formada em perfis, tubos, vergalhes e chapas, dentro da faixa de 1250 C e 450 C, sendo que basta esquentar qualquer pea de ao dentro desta faixa de temperatura que o oxignio reage com o ferro e forma-se a carepa. A carepa tem as seguintes caractersticas: aderente, impermevel, dura e lisa. A carepa de laminao possui coeficiente de dilatao diferente do coeficiente do ao e por estar sujeito a dilatao devido o calor do sol e contrao devido a temperatura ser mais baixa durante a noite a carepa acaba se trincando e se destacando, levando a tinta junto. Um outro problema que pode ocorrer com a pintura sobre a carepa que a mesma lisa e com isso dificulta a aderncia da tinta.

    Fig. Carepa se formando pela reao do oxignio do ar com o ferro do ao

  • Logo conclumos que a carepa de laminao prejudicial, pois poder provocar a trinca e dificulta a aderncia da tinta junto superfcie.

    5.1 Tipos de Limpeza por Ao Mecnica

    Os principais tipos de limpeza por ao mecnica so: Limpeza com ferramentas manuais, Limpeza com ferramentas mecnicas manuais e Limpeza com jateamento abrasivo.

    - Limpeza com ferramenta manual: Limpeza onde realizada a remoo da camada de xidos e outros materiais que no estejam muito aderidos superfcie, sendo utilizado ferramentas manuais como lixas, escovas de ao, raspadores, marteletes, etc.

    Este um tipo precrio de limpeza pois possui um baixo rendimento de execuo, aproximadamente 0,3 m2/h, sendo. So aplicadas geralmente em superfcies pequenas e para retoques, em locais de atmosferas no agressivas e prximo instrumentos ou equipamentos para evitar a contaminao com areia e poeira. Este tipo de limpeza corresponde ao padro St2 da Norma Sueca SIS 05 59 00. Tintas betuminosas e base de leo tm um desempenho satisfatrio em superfcie com este preparo.

    - Limpeza com ferramenta mecnica: Limpeza onde realizada a remoo de camada de xidos e outros materiais no muito aderidos superfcie, utilizando ferramentas mecnicas manuais como escovas rotativas, lixadeiras, pistola de agulhas, etc, mas por serem movidos energia eltrica ou a ar comprimido conseguem ter mais fora e proporcionam um melhor rendimento, entre 3 e 6 m2/h, e uma melhor qualidade da limpeza do que as ferramentas manuais, proporcionando desta forma uma superfcie com grau de limpeza padro St3. Deve ter cuidado para no ocorrer o polimento da superfcie o que dificulta a aderncia da tinta.

    Da mesma forma que a anterior, limpeza por ferramentas manuais, recomendvel onde no for possvel, por razes tcnicas ou econmica, a aplicao de um mtodo mais eficiente de limpeza, como o jateamento abrasivo. Podem ser utilizadas tintas betuminosas ou base de leo secativo que aceitam este preparo de superfcie.

    - Limpeza por jateamento abrasivo: Limpeza onde realizada a remoo da camada de xidos e substncias depositadas sobre a superfcie por meio de aplicao de jato abrasivo de areia, granalha de ao, xidos de alumnio ou escria de cobre. Este jato abrasivo obtido pela projeo destas partculas (areia, granalha, etc) sobre a superfcie, impulsionadas por um fluido, geralmente utilizado o ar comprimido.

    Este tipo de limpeza o mais recomendvel por ter um maior rendimento na execuo, proporcionando uma limpeza mais adequada e uma rugosidade excelente para boa ancoragem da pelcula de tinta. Quanto melhor o grau de limpeza e maior o perfil de rugosidade teremos uma melhor adeso da tinta, bem como um melhor desempenho e durabilidade do esquema de pintura. Podemos classificar o jateamento abrasivo em quatro graus de jateamento, bem como classificar o estado inicial de oxidao da superfcie de ao em quatro graus. A norma Sueca SIS 05 59 00 estabelece normas visuais para classificao do estado inicial de oxidao da superfcie, tambm chamado de grau de intemperismo. So eles:

  • GRAU A Superfcie de ao que contm carepa de laminao intacta em toda a superfcie, sem corroso. GRAU B Superfcie de ao com um incio de intemperismo, ou seja, um princpio de desprendimento da carepa de laminao devido corroso atmosfrica e dilatao diferencial entre carepa e metal. GRAU C Superfcie de ao onde a carepa foi eliminada e se observa uma corroso atmosfrica uniforme e generalizada, mas no apresenta sinais de cavidades visveis. GRAU D Superfcie de ao onde no encontramos a carepa e apresenta ainda uma corroso atmosfrica severa com pontos profundos de corroso, chamados pites ou alvolos.

    Superfcies com Grau A s aceitam jato ao metal branco ou quase-branco. Superfcies no Grau D no so indicadas pois tm uma menor produtividade na limpeza, maior consumo de energia, abrasivo, etc, e ainda um maior consumo de tinta de fundo. Os melhores graus para iniciar a limpeza esto entre os Graus B e C.

    Temos ainda Graus de Intemperismo para superfcies pintadas. So eles:

    Grau 8 A pintura atual encontra-se quase intacta Grau 6 A tinta de fundo est exposta, presena de corroso e tinta solta em menos de 1% da rea.

    Grau 4 Encontramos corroso em at 10% da rea. Grau 2 Encontramos corroso em at 33% da rea.

    Grau 0 temos uma corroso intensa, com pites, alvolos e tinta sem aderncia. Graus de Limpeza com jateamento abrasivo: St2 Limpeza manual, onde executada com ferramentas manuais.

    St3 Limpeza mecnica, onde a mesma executada com ferramentas mecnicas manuais. Sa1 limpeza ligeira ou jato de escovamento (brush-off), executada de forma ligeira e precria. Possui um rendimento de 30 a 45 m2/h, considerando superfcies em grau C. S remove a ferrugem no aderente. No aplicvel em superfcies de Grau A. Seu uso geralmente para repintura. Sa2 limpeza ao metal cinza ou jateamento comercial, se trata de uma limpeza onde cerca de 50 a 65% da carepa de laminao e da ferrugem so eliminados, chapa fica numa cor cinza escuro. No aplicvel superfcies em Grau A. Possui um rendimento de 15 a 20 m2/h. Sa21/2 Limpeza ao metal quase branco, temos cerca de 95% da carepa e da ferrugem so removidas. A superfcie fica com numa cor cinza claro, sendo toleradas pequenas manchas ou raias de xidos encrustados. Rendimento com cerca de 10 a 15 m2/h. Sa3 Limpeza ao metal branco, onde 100% da carepa e da ferrugem so removidos, deixando a superfcie completamente limpa. Grau mximo de limpeza onde a superfcie fica com uma cor cinza claro e uniforme. Rendimento de cerca de 6 a 12 m2/h.

    Alguns fatores so levados em considerao para a seleo entre os abrasivos, so eles: Facilidade de aquisio, custo, rendimento (m2/h), perfil de rugosidade obtido, uso em cu aberto ou em local confinado e ainda restries ao ambiente e sade. Os abrasivos mais utilizados so: Areia, Granalha de ao, sinter ball e escria de cobre. O jateamento abrasivo com utilizao de Areia tm baixo custo, pois a mesma um abrasivo natural retirado de rios ou de jazidas. Aps o jateamento com a areia temos que cerca de 70% deste material resulta em p e sua reciclagem chega a no mximo dois ciclos. Quando o jateamento feito em superfcies com tintas velhas e metais pesados, temos ainda um problema para o descarte do p que fica contaminado. importante que a areia utilizada para o jateamento deva estar isenta de sais, umidade, argila, mica, carvo ou de conchas, os quais podem iniciar a corroso.

  • Seu uso restrito a campo aberto, pois ao se chocar contra o metal a uma velocidade entre 300 e 700 km/h os gros de areia se partem e viram p. O organismo no consegue eliminar, via defesas respiratrias, partculas menores que 5 micrmetros, os quais acabam chegando nos pulmes. A aspirao deste p provoca doenas graves como a silicose, que uma doena irreversvel e incurvel. Esta doena surge como resposta do tecido pulmonar ao acmulo de slica nos pulmes, provocando a perda de elasticidade do tecido pulmonar, o que dificulta a respirao e pode at levar morte. Por este motivo desde 2004 uma portaria do Ministrio do Trabalho e Emprego proibiu a utilizao de areia como abrasivo do jateamento. Este tipo de jateamento tambm pode ser prejudicial equipamentos eltricos e mecnicos onde os graus de areia podem impregnar. J para o jateamento com uso de Granalha de ao como abrasivo utilizam sistemas de recuperao da granalha. O sistema mais simples de recuperao manual sacrificante para o operador, pois a p de granalhas pesa cerca de 15 Kg. Temos outros sistemas automticos de recuperao com piso gradeado, elevadores de canecas e sistema de purificao das granalhas, obtendo o mximo de reaproveitamento das granalhas. As granalhas so feitas com um tipo especial de ao de alta dureza. Podem ter dois formatos,

    esfricas (shot), as quais formaro um perfil arredondado, ou angulares (grit), as quais formaro um perfil anguloso. As vantagens do jateamento com granalha de ao em relao ao jateamento com areia que o sistema que utiliza a granalha executa uma

    limpeza mais rpida, rendimento de 13 m2/h, produz menos poeira e desta forma se torna menos nociva e possui um reaproveitamento maior que a areia, cerca de 8 10 vezes. Tambm possui as suas desvantagens em relao areia que so a produo de rugosidade irregular com ngulos mais agudos, custo maior (se tornando vivel apenas com o reaproveitamento, ou seja, em circuito fechado). Uso s permitido em ambiente confinado com exausto adequada, pois emite alta quantidade de material particulado, cerca de 150 mg/Nm3. Jateamento utilizando Sinterball o qual obtido da bauxita sinterizada, no contm slica (mais de 80% de xido de alumnio). um material duro, leve e no enferruja. Tambm pode ser encontrado nas formas esfricas e angulares. Com a utilizao deste tipo de material uma pequena poro fica incrustada na superfcie o que torna a colorao da superfcie mais escura do que na utilizao de areia ou granalha de ao. Este material incrustado no causa corroso e nem prejudica a aderncia da tinta.

    5.2 Rugosidade de Superfcie

    Durante o impacto das partculas do abrasivo contra a superfcie, temos a retirada da carepa de laminao, mas junto arrancado parte do metal. Este impacto provocar uma aspereza da superfcie, chamada de rugosidade. Esta rugosidade pode ser medida e chamada de perfil de rugosidade ou perfil de ancoragem, pois a mesma tem grande importncia na aderncia da tinta. O perfil de rugosidade ideal aquele entre e 1/3 da espessura total das camadas de tinta. Se for mais baixa poder ter uma fraca aderncia da tinta e se for mais alta podem ficar picos fora da tinta e assim originar corroso nestas reas.

    Os principais fatores que influenciam na obteno de um perfil de rugosidade so: estado inicial da superfcie, tipo de abrasivo e sua granulometria, presso, vazo do ar comprimido e ainda ngulo de jato, alm da distncia do bico.

  • A medida da rugosidade pode ser realizada por um rugosmetro ou atravs de discos comparadores. Rugosmetro um relgio com uma agulha, contendo uma base de seo circular e um corte nesta base para visualizao da agulha. Este aparelho quando apoiado sobre uma placa plana a agulha toca o plano da base e o aparelho marca zero. Ao se colocar o aparelho sobre a superfcie jateada a base circular fica apoiada sobre os picos mais altos e a agulha desce ao fundo dos vales. Esta diferena entre o plano dos picos e os fundos dos vales indicada no relgio comparador em micrometros e representa a medida do perfil de rugosidade em cada ponto onde feita a leitura. Devem ser realizadas diversas medidas e desta forma obtemos uma mdia representativa do perfil de rugosidade. Os discos comparadores so compostos de cinco segmentos com perfil de rugosidade de 0,5; 1; 2; 3 e 4mils (ou seja, aproximadamente 12,5; 25; 50; 75 e 100 m), onde estas superfcies so feitas de nquel e possuem um furo circular no meio. A medida feita colocando-se este disco sobre a superfcie e iluminando seu centro com uma lanterna especial. Esta determinao feita de forma visual onde determinamos a rugosidade pela igualdade com uma das cinco superfcies pr-determinadas ou atravs de interpolaes destes valores. Existem trs tipos de discos, sendo um para uso em superfcie jateada com areia, outro para superfcie jateada com granada shot e outro para granalha grit.

    A granulometria do abrasivo pode ser variada para se obter perfis de rugosidade diferentes. Partculas maiores produzem perfil mais alto e partculas menores produzem um perfil mais baixo. A tabela a seguir apresenta o perfil mdio de rugosidade em funo da granulometria dos abrasivos. Estes valores so obtidos com uma presso de 7kg/m2, tanto para areia quanto para as granalhas. O tempo em que a superfcie jateada pode ficar sem pintura depende das condies do clima e localizao do ambiente onde a superfcie ficar exposta.

    - com umidade relativa do ar entre 30 e 70% a superfcie poder ficar exposta at 8 horas. - Com umidade relativa do ar entre 70 e 85% no dever passar de 4 horas - Ambientes industrial agressivo ou beira mar no deve passar de 2 horas. - Se houver poeira no ar ou chuvisco de torres de resfriamento dever ser providenciado a cobertura do local por lonas e o tempo dever ser o menor possvel. - Se a umidade estiver acima de 85% no dever ser efetuado nem o servio de jateamento, nem o servio de pintura.

    5.3 Equipamentos para jateamento

    importante o correto dimensionamento do equipamento de jateamento em funo do servio, pois se feito de forma errada poder provocar um baixo rendimento, mau preparo da superfcie e um perfil de rugosidade inadequado. Os equipamentos utilizados para o jateamento abrasivo so constitudos por:

    - compressor; - separador de umidade; - filtro de leo; - vaso de presso; - vlvula de mistura ar-abrasivo; - sistemas de controle remoto; - mangueiras; - bicos; - abrasivo.

  • O compressor dever fornecer o ar com uma presso de aproximadamente 0,69 Mpa no bico e ainda uma vazo de ar compatvel com o tamanho do equipamento de jato e com o dimetro interno do bico. O ar utilizado deve ser desumificado no separador de umidade e ter leo removido no filtro. O vaso de presso dever ter um duplo compartimento e possuir vlvula de segurana e uma vlvula automtica de enchimento. Os bicos direcionam o abrasivo em alta velocidade, projetando-o contra o substrato metlico. Os bicos podem ser retos, no qual a velocidade da partcula de 350km/h, ou venturi, o qual produz uma maior velocidade do abrasivo, ou seja cerca de 750km/h, e tem maior rea de impacto, produzindo assim maior rendimento (cerca de 20-30% a mais). Eles podem ser fabricados em: Cermica: Tm pequena vida til, duas a trs horas; Ferro Fundido: vida til de seis a dez horas; Carbeto de Tungstnio: vida til de 250 a 400 horas; Carbeto de boro: vida til de 800 a 1000 horas. Existem tcnicas de jateamento onde a distncia do bico pode varias de 15 a 50 cm. Distncias menores so utilizadas para retirada de carepa de laminao ou ferrugem firmemente aderidas, j distncias maiores so utilizadas para remover pinturas antigas. Ainda temos o ngulo de ataque que pode variar de 45 a 90 graus e com uma leve inclinao afastar o p, o que melhora a viso. O jateamento tambm deve ter alguns cuidados pois o jato pode ferir e at matar. O bico deve ser ligado a fio-terra para evitar fascas na presena de gases inflamveis. Deve ainda ser utilizado vestimenta e capacete com suprimento de ar puro. Temos ainda outros processos de Jateamento, como: Jateamento mido: Chamado tambm de jateamento com areia a mido, onde introduzida gua no sistema antes do bico, no bico ou ainda aps o bico. O sistema em que a gua adicionada antes do bico o menos utilizado por ser o mais difcil de executar. J o processo em que utiliza a mistura da gua aps o bico no to eficiente e consome um grande volume de gua, sendo muito pesado para o jatista e desta forma pouco utilizado. Logo o sistema que apresenta melhores resultados o que molha a areia no meio do bico. Esse jateamento mido tem a vantagem de emitir uma menor concentrao de p emitido para a atmosfera, alm de no produzir fascas e eliminar sais solveis da superfcie. Jateamento sem inibidor de corroso: a gua deve ser limpa e ligeiramente alcalinizada (PH acima de 8,5). O processo deve ser rpido e aps o jateamento deve-se secar rapidamente a superfcie com ar comprimido limpo e seco. Jateamento com inibidor de corroso: O inibidor mais utilizado o Nitrito de Sdio. Aps o jateamento mido deve-se lavar com gua limpa e secar rapidamente com ar comprimido e seco. O grau mximo conseguido Sa21/2. Nestes casos deve-se ter muito cuidado para retirar os resduos, pois a presenas do mesmo poder provocar a formao de bolhas e assim futura corroso. O Flash Rust trata-se de uma oxidao superficial que ocorre minutos, ou at horas, aps um jato mido ou hidrojato onde desaparece o aspecto metlico. A velocidade em que ocorre o flash Rust pode ser indicativa da contaminao da superfcie por sais ou presena de umidade. Elas so evitadas com a utilizao do inibidor de corroso, mas como dito anteriormente deve-se ter cuidado de remover os resduos do nitrito. Hidrojateamento: o processo onde se utiliza somente gua sob alta presso. O impacto da gua contra a superfcie consegue remover ferrugem, tinta velha e at carepa de laminao. Mas por no possuir partculas slidas no consegue produzir uma rugosidade suficiente na superfcie.

  • Ela indicada para superfcie que j foram jateadas, onde ir remover a tinta velha e expor a rugosidade da superfcie no jateamento original. O Hidrojato possui diversas vantagens, como: Remove sais solveis da superfcie, no utiliza abrasivo logo elimina o problema de descarte do abrasivo gasto, no contamina os instrumentos e equipamentos com areia, independe das condies atmosfricas (pode ser executado noite ou com alta umidade), produz uma menor quantidade de resduos (ferrugem e tinta), utiliza mo-de-obra reduzida e no produz fagulhas ou centelhas (permite executar o servio com os equipamentos em funcionamento). Mas este processo tambm implica em algumas desvantagens, como: no promover perfil de rugosidade, perigoso devido s altas presses utilizadas, tambm gera flash rusting na superfcie. Este tipo de jateamento atende normas de proteo ambiental com timos resultados na pintura de tanques, plataformas martimas , navios, etc. Comparao entre