piano

14
Olá, amigos pianistas. Eu gostaria de saber de vocês: que importância o estudo de escalas e arpejos tem em suas vidas, como músicos? Em que aspectos vocês acham que isso os ajuda a tornarem-se pianistas melhores, ou pelo menos a ter uma técnica melhor? E se não acham que ajuda, o que na opinião de vocês ajudaria mais? Boa noite DescurtirDescurtir · · Compartilhar Você, Felipe Mello e outras 10 pessoas curtiram isso. Pedro Taam Muito me interessa a contribuição do Felipe Mello a esse respeito! 4 de junho às 23:54 · Curtir · 1 Renato Gustavo Que contribuição, Pedro Taam? 5 de junho às 00:01 · Curtir Pedro Taam Exatamente o que você perguntou, Renato Gustavo, sobre as escalas e os arpejos! 5 de junho às 00:25 · Curtir Francisco Motta Sei que há uma corrente que aboliu isso tudo, inclusive o Hanon. Eles dizem que se pode (digamos) "conquistar" a fluência desses fundamentos a partir do estudo de repertórios. Sei lá. Penso que se o sujeito quer tocar tudo, (todo o malabarismo que se pode imaginar num piano) - tipo assim um Liszt - então ele já está atrasado. (Afinal, saber não ocupa espaço). Só acho que este "saber" da técnica pianística é tão volátil como o saber de um cursinho pré- vestibular. Dois anos depois, se parar, não sabe mais nada. Daí que o repertório pode ser levemente mais enraizado na gente. (talvez!) 5 de junho às 00:26 · Editado · Curtir Diego Zorrilla Se levar em conta que quase toda a música (falo aqui para piano) que vai do século XVII ao final do século XX é composta de escalas, arpejos e acordes, dai dá para se ter uma noção da importância do estudo da escala para a vida do pianista. É a mesma importância que a clínica geral tem para a medicina, creio eu. 5 de junho às 00:35 · Descurtir · 10 Felipe Mello Compartilho da ideia do Diego tbm, pois é necessário saber muito bem (em vários andamentos e inversões) os arpejos e escalas no piano, é como se vc se antecipasse em mapear posições e dedilhados antes de aplica-los em estudos e obras maiores (se isso vai ser diário ou não depende de cada pianista, inicialmente eu acredito que o rigor e disciplina nesse quesito deve ser diário ou quase diário)...agora sobre a teoria que deve-se começar pelo Hanon, Pozzoli e Czerny inicialmente eu já sou completamente contra!! há outras maneiras e métodos para se iniciar estudos pianísticos muito além desses (não os desmerecendo, pois considero-os importantíssimos, e há de se levar em conta as facilidades de dificuldades de cada aluno...essa é a função dos estudos em princípio acredito; sanar as dificuldades técnicas do pianista e depois musicais tbm, como podemos encontrar nos estudos mais avançados do próprio Czerny, Cramer, Moskowisk, Chopin...etc.....agora por qual deles o aluno vai começar depois de compreender bem as escalas e arpejos aí vai do potencial e facilidade que cada aluno tem (isso vale para o repertório escolhido pelo aluno ou professor tbm), fora a questão do gosto por determinados estudos (quando se trata de questões específicas)...enfim é um mundo bem abrangente e temos que levar em conta muitas diferenças de pianista pra pianista, ou seja não acredito que haja um regra geral para o estudo técnico pianístico em si, embora saber muito bem arpejos e escalar seja importante...mas como disse cada caso é um caso e acho que mais do que ficar matando o aluno de estudos técnicos um bom professor deve saber potencializar as qualidades e analisar cada aluno como indivíduo único. Então se o aluno tem grande facilidade e potencial é perda de tempo ficar muito tempo em escalas e arpejos, melhor seria aplicar tudo logo no repertório. 5 de junho às 01:06 · Editado · Descurtir · 5

Upload: pedro-henrique-brinck

Post on 28-Dec-2015

44 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Piano

Olá, amigos pianistas. Eu gostaria de saber de vocês: que importância o estudo de escalas e arpejos tem em suas vidas, como músicos? Em que aspectos vocês acham que isso os ajuda a tornarem-se pianistas melhores, ou pelo menos a ter uma técnica melhor? E se não acham que ajuda, o que na opinião de vocês ajudaria mais? Boa noite 

DescurtirDescurtir ·  · Compartilhar

Você, Felipe Mello e outras 10 pessoas curtiram isso.

Pedro Taam Muito me interessa a contribuição do Felipe Mello a esse respeito!4 de junho às 23:54 · Curtir · 1

Renato Gustavo Que contribuição, Pedro Taam?5 de junho às 00:01 · Curtir

Pedro Taam Exatamente o que você perguntou, Renato Gustavo, sobre as escalas e os arpejos!5 de junho às 00:25 · Curtir

Francisco Motta Sei que há uma corrente que aboliu isso tudo, inclusive o Hanon. Eles dizem que se pode (digamos) "conquistar" a fluência desses fundamentos a partir do estudo de repertórios.Sei lá. Penso que se o sujeito quer tocar tudo, (todo o malabarismo que se pode imaginar num piano) - tipo assim um Liszt - então ele já está atrasado. (Afinal, saber não ocupa espaço).Só acho que este "saber" da técnica pianística é tão volátil como o saber de um cursinho pré-vestibular. Dois anos depois, se parar, não sabe mais nada.Daí que o repertório pode ser levemente mais enraizado na gente. (talvez!)5 de junho às 00:26 · Editado · Curtir

Diego Zorrilla Se levar em conta que quase toda a música (falo aqui para piano) que vai do século XVII ao final do século XX é composta de escalas, arpejos e acordes, dai dá para se ter uma noção da importância do estudo da escala para a vida do pianista. É a mesma importância que a clínica geral tem para a medicina, creio eu.5 de junho às 00:35 · Descurtir · 10

Felipe Mello Compartilho da ideia do Diego tbm, pois é necessário saber muito bem (em vários andamentos e inversões) os arpejos e escalas no piano, é como se vc se antecipasse em mapear posições e dedilhados antes de aplica-los em estudos e obras maiores (se isso vai ser diário ou não depende de cada pianista, inicialmente eu acredito que o rigor e disciplina nesse quesito deve ser diário ou quase diário)...agora sobre a teoria que deve-se começar pelo Hanon, Pozzoli e Czerny inicialmente eu já sou completamente contra!! há outras maneiras e métodos para se iniciar estudos pianísticos muito além desses (não os desmerecendo, pois considero-os importantíssimos, e há de se levar em conta as facilidades de dificuldades de cada aluno...essa é a função dos estudos em princípio acredito; sanar as dificuldades técnicas do pianista e depois musicais tbm, como podemos encontrar nos estudos mais avançados do próprio Czerny, Cramer, Moskowisk, Chopin...etc.....agora por qual deles o aluno vai começar depois de compreender bem as escalas e arpejos aí vai do potencial e facilidade que cada aluno tem (isso vale para o repertório escolhido pelo aluno ou professor tbm), fora a questão do gosto por determinados estudos (quando se trata de questões específicas)...enfim é um mundo bem abrangente e temos que levar em conta muitas diferenças de pianista pra pianista, ou seja não acredito que haja um regra geral para o estudo técnico pianístico em si, embora saber muito bem arpejos e escalar seja importante...mas como disse cada caso é um caso e acho que mais do que ficar matando o aluno de estudos técnicos um bom professor deve saber potencializar as qualidades e analisar cada aluno como indivíduo único. Então se o aluno tem grande facilidade e potencial é perda de tempo ficar muito tempo em escalas e arpejos, melhor seria aplicar tudo logo no repertório.5 de junho às 01:06 · Editado · Descurtir · 5

Carlos Yansen Vc tem dúvidas?5 de junho às 07:32 · Curtir

João Santana Com certeza é essencial saber escalas e arpegios dos mais variados tipos.5 de junho às 08:30 · Curtir

Page 2: Piano

Pedro Taam Muito enriquecedora a discussão e as contribuições dos colegas. Mas acredito que a pergunta não tenha sido "disserte sobre a importância geral do estudo de escalas e arpejos", que é algo além de qualquer discussão. A pergunta foi "que importância o estudo de escalas e arpejos tem em suas vidas, como músicos?" e ninguém ainda respondeu 5 de junho às 08:34 · Descurtir · 2

Victor Hugo Tem muita importancia porque a partir do momento que se pratica, vai se adquirindo desenvoltura pra execução de peças de peso, essa desenvoltura inclui homogeneidade no toque, elasticidade da mão(arpejos), velocidade, controle de dinamicas mais complexas, entre mais um monte. Eu, particularmente, e independente da peça, sempre dou uma estudada em escalas e arpejos até porque isso poupa muito trabalho quando se vai pegar uma obra que tem passagens assim, porque quando se chega lá, já se está acostumado com o 'movimento'.5 de junho às 09:14 · Editado · Descurtir · 3

João Santana Fui no embalo das respostas dos demais e esqueci como era a verdadeira pergunta rsrs.Bom, o estudo de escalas e arpejos é importante em minha vida pois possibilita que eu aprenda as músicas que gosto com mais facilidade.5 de junho às 10:31 · Curtir · 1

Victor Nigri Eu tenho um pensamento bastante simples sobre este assunto: creio que se deva saber as escalas e arpejos. E só. Como já disseram, cada indivíduo é um cada por si só e alguns se sentem melhores praticando escalas diariamente. Por mim, não vejo necessidade desse hábito; basta-me a compreensão da escala por si e percebo um estudo consciente do repertório algo muito mais produtivo. Saber os arpejos e escalas tem um papel fundamental na questão do mapeamento do teclado, conhecendo-se a topografia, e, deste modo, agilizando o processo do estudo já se antecipando as possibilidades de dedilhado; também ajuda na leitura à primeira vista e no senso de harmonia. No entanto, pianista que quer ser pianista vai ter toda a sua "técnica" e musicalidade (e ambos andam juntos - ou pelo menos deveria) construídos sobre repertório, porque é lá que se vai escolher se em tal passagem há um cantabile com peso ou com velocidade; se sequências de notas serão superficiais ou fundo de tecla (e todas as outras mil nuances de toque); se noutra tal posição de cotovelo prejudica ou ajuda na transferência de peso; a escolha da cor de um acorde (timbramento da notas); relaxamento de pulso ou a sua fixação; a habilidade de criar a ilusão do legato; consequente bom uso do pedal e seus matizes; escolha do uso da ponta do dedo ou polpa; variantes da posição em frente ao piano e variantes da sua bunda sobre o banco (óprocêvê op. 25 no. 12); compreensão do princípio da economia; cruzamento de mão e extensão e contração; impulso de acordes repetidos; consciência do uso do diafragma (porque é este músculo que vai regular a sua respiração e é um pivô na sua performance e no estudo); mil vezes et cetera et cetera et cetera. Bom, música, música mesmo, só se aprende tocando repertório. Vê lá, estudar escalas e arpejos te tornará um pianista melhor? Bom, tenho certeza que sim, afinal é um ramo técnico. Agora, se te tornará um músico melhor...5 de junho às 10:58 · Editado · Curtir · 6

Felipe Mello Numa resposta mais concisa, acredito que na vida de todos os pianistas a importância é ímpar, melhora a técnica do pianista sem dúvida (se estudada de forma correta), agora se o pianista conseguirá fazê-los de forma "plastica" e fluente são outros quinhentos, pois há de se levar em conta a facilidade intuitiva que cada pianista tem de si mesmo, que muitas vezes é ajudado pela intervenção de um bom professor de piano.5 de junho às 10:59 · Editado · Descurtir · 4

Luiz Claudio Morato Canto Já viu avião sem asa e caminhão sem pneus? é primordial saber todas as escalas e arpejos, senão vc não anda ou não voa.....5 de junho às 11:59 · Curtir · 1

Diego Zorrilla A técnica só tem fundamento se aplicada ao contexto musical da obra em si. Se escala torna um músico melhor? Não tenho dúvidas de que sim, pois quanto mais se estuda esse tipo de técnica, mais propenso a alcançar maiores patamares musicais o pianista estará preparado. É o mesmo que perguntar a um lutador de kung fu se condicionamento físico o torna um lutador melhor.5 de junho às 12:30 · Descurtir · 3

Victor Nigri Discordo da comparação. Ao que entendi como você colocou, escala "representa" grande parte do condicionamento físico ao lutador. Sendo assim ou não, discordo. Se for usar tal comparação, talvez uma porcentagem ínfima é a representatividade da escala no condicionamento, porque ainda tem outros porcentos dos saltos e noção muscular das fôrmas de oitavas, acordes (...), independência de dedo com retirada e entrada e velocidade consciente na tecla para uma passagem polifônica, sensação rítmica e por aí vai como falei lá em cima. Sendo assim, estudaremos tudo à parte? E também não sei se concordo na questão de se alcançar maiores "patamares musicais". Como exemplo simples, em que estudos diários de escala ajudam na compreensão da retórica de uma partita de Bach? Posso pegar mil exemplos no youtube de gente tocando uma allemande e acertando todas notas; mas, no final das contas, não dizem nada.

Page 3: Piano

5 de junho às 13:17 · Descurtir · 4

Victor Hugo Tbm acho que escala é mt importante, porém depois de certo tempo a gente percebe que é quase q o de menos, porem como diz o ditado popular, nao se começa a construir uma casa pelo telhado5 de junho às 13:21 · Curtir

Luiz Claudio Morato Canto Tive aulas com um pianista chamado Robert Dierckxy, que tinha uma história muito interessante e ele trabalhava as dificuldades pianisticas nas próprias peças, trouxe um aluno pra comprovar suas teorias, mas se vc não tiver o mínimo de preparo técnico(escalas arpejos etc) fica quase impossível, eu acho desenvolver alguma coisa que preste....5 de junho às 13:22 · Descurtir · 4

Victor Hugo /\ +15 de junho às 13:23 · Curtir

Maria Catarina Teston As escalas e arpejos foram extremamente importantes no desenvolvimento de minhas habilidades técnicas enquanto instrumentista. Se vc busca ser um pianista performático, tem que incluí-las no seu cotidiano. Tenho certeza que não irá se arrepender! 5 de junho às 13:30 · Curtir · 1

Virgílio Miranda Qual a importância de escalas e arpejos na minha vida? Nenhuma! Nunca fiz técnica como obrigação, musica sim, técnica ñ. Faço técnica na medida em que sinto (bem como a minha professora sente) a necessidade de melhorar um aspecto, de compreender algo, mas tocar escalas e arpejos como se fosse um hobby ou uma religião, de ter que fazer todo dia, nunca faço, prq isto não me dá garantia nenhuma de que serei bem sucedido quando no meio de uma peça tenha que toca-los. O que eu busco na técnica é, isto sim, uma maior consciência corporal e motora possível.Mas, há que salientar, que quando eu comecei a tocar piano, eu já tinha praticamente 18 anos estudando musica. Eu não comecei no piano com 4 anos (Embora tenha começado a estudar canto aos 3 anos), eu já tinha a mão e o corpo de um adulto com todos os prós e contras de um estudo em idade mais adiantada. E também não tinha a pretensão de me tornar um pianista de carreira, embora eu estude o mesmo repertorio de um. Talvez para uma criança que esteja em crescimento e que tenha o objetivo de ingressar neste mercado, seja importante. Mas eu vejo que pra mim, não.5 de junho às 13:57 · Editado · Descurtir · 1

Maria Catarina Teston É claro que uma experiência completa, segundo Dewey, inclui O FAZER, O VER, O EXPRESSAR. Diante das divergências de opinião, acho que o melhor caminho é EXPERIMENTAR. 5 de junho às 14:10 · Curtir · 2

Renato Gustavo Muito obrigado pelas opiniões, pessoal!  O que eu queria saber realmente é em como (ou se) esse tipo de estudo tem ajudado vocês em suas trajetorias musicais, como salientou o Pedro Taam. Eu, pessoalmente, tenho comigo o hábito de fazer esse tipo de estudo diariamente, e a partir do momento em que comecei a fazer isso com consciência, percebi em mim uma melhora significativa. Foi muito bom ler a opinião de cada um, e com certeza isso me levará a novas reflexões acerca desse assunto. E que o debate continue! 5 de junho às 16:08 · Descurtir · 4

Diego Zorrilla Victor Nigri , quando me refiro ao "condicionamento físico", não me refiro apenas às escalas, mas sim qualquer elemento técnico-mecânico do instrumento, o que inclui escalas, arpejos, acordes, oitavas, terças e por ai vai. Quando me refiro a maiores patamares musicais, é exatamente como se utiliza a técnica para atingir uma melhor sonoridade que expresse melhor a retórica na sinfonia da Partita 2 de Bach, por exemplo. Acredito que se o pianista tem o costume de estudar escalas sempre, vai ficar mais fácil para pensar em uma sonoridade adequada para o Improviso op 90 n2 de Schubert, por exemplo, ou mesmo a maioria das sonatas de Mozart ou Haydn. Tem muita diferença entre o estudo puramente técnico da escala e sua aplicação nas diferentes estéticas musicais do decorrer dos séculos. Quando o pianista pensa que é a mesma coisa, ai cai no caso das allemandes que vc mencionou. O músico tem que ter inteligência e sensibilidade o suficiente para saber distinguir o momento de estudar puramente a técnica e o momento de aplicá-la às mais diversas leituras pianísticas que o mundo musical oferece.5 de junho às 18:13 · Curtir · 2

Gabriela Safraider Renato, olha, meu estudo de arpejos era muito falho, a partir do momento que comecei a estudar MESMO os arpejos, confesso que senti muita mais confiança e mais controle tanto do teclado, quanto das músicas, ficou muito mais

Page 4: Piano

fácil compreender as músicas... acho que isso ajuda inclusive no processo de memorização, pois são processos que já estão "impregnados"...5 de junho às 21:30 · Curtir · 2

Isaias Malta Sobre a eterna polêmica estudos versus peças apenas, transporto a coisa para o futebol. Seria admissível um time que apenas jogasse e não gastasse grande parte do trabalho extra-campo a treinar os fundamentos? Fatos pacíficos no futebol, desastradamente são polêmicos na didática do piano.5 de junho às 22:18 · Curtir · 2

Virgílio Miranda A titulo de colaboração, me lembrei agora de uma entrevista do pianista Arnaldo Cohen, em que ele dizia acreditar que existe mais em "campo" do que apenas o domínio técnico e de repertorio: A pré-disposição física. Ele citava o maestro Riccardo Muti. Este maestro tentou de toda forma se tornar um pianista de alta performance e na impossibilidade de se realizar desta forma, migrou para a regência se tornando um maestro muito bem sucedido e aclamado por ser profundo conhecedor do repertorio verdiano.

Já vi videos dele tocando, não é um mal pianista, ja vi ele dar uma aula sobre a opera rigoletto em que ele não apenas toca todas das passagens sinfônicas ao piano como também canta cada um das vozes dos personagens principais dando seu parecer a respeito. O vi também atuando como acompanhador. Não é de modo nenhum um musico medíocre ou mal pianista, mas também não é um instrumentista consumado.

Em suma entra ai a verdadeira questão por traz do fato, pode a técnica fazer um grande musico, ou um grande artista, ou um grande esportista? E em todos os três casos, mesmo com toda a técnica e esforço, todos os que se arriscam nestas águas conta com uma pré-disposição física para fazer oq se propõem ou não? Pode uma pessoa que tem grande pré-disposição para o basquete, ser bem sucedida no futebol? Certa vez um ator me surpreendeu com o seguinte comentário que me deixou sem resposta, e que agora deixo aqui para que cada um busque a sua própria resposta: Você elegeu a musica clássica como o seu ramo de atuação. Mas, será que ela (A Musica) o elegeu para desempenha-la?6 de junho às 02:53 · Editado · Descurtir · 5

Victor Hugo No meu caso sim, em suma. kkkkkkk6 de junho às 09:26 · Editado · Descurtir · 1

Mariangela Pires Piano Professora sem estender mais, porque muito já foi falado, acredito que os arpejos ajudam muito na flexibilidade de pulsos, tem alunos que tem rigidez nos punhos e este trabalho de arpejos e escalas ajuda bastante. Que ótima discussão, muitas opiniões interessantíssimas! Obrigada a todos, é uma escola de reflexões pianísticas!6 de junho às 09:35 · Curtir · 2

Isaias Malta O Virgílio Miranda toca num ponto fundamental: para quê se estuda um instrumento? Uma linha de pensamento propugna que o grande objetivo é alcançar o patamar da alta performance, ou seja, a sala de concerto e o reconhecimento público. Outra linha, reivindica que todo o ser humano tem o direito de se apropriar dos benefícios da música, mesmo que seja um incorrigível mão-de-pau e/ou ouvidos moucos. Tal dilema se coloca diretamente como uma espada sobre a cabeça dos educadores de arte: formar concertistas ou formar seres humanos melhores? A música seria muito pequena se fosse destinada tão somente aos superdotados, e tem gente que acredita piamente nessa tolice, pois restaria aos reles mortais somente a contemplação dos grandes no exercício dos seus egos inflados. Não Srªs e Srs, imagino um mundo em que todos os seres ouvem bem porque tocam e estudam música, e se divertem aprendendo porque ouvem bem.6 de junho às 10:07 · Descurtir · 8

Mariangela Pires Piano Professora Bravo! Isaias Malta !6 de junho às 10:12 · Curtir · 1

Virgílio Miranda É Isaías, a musica por sí só é uma arte que poucos podem usufruir com plenitude, realmente. Por mais abrangente que seja os esforços dos educadores em construir "ouvidos pensantes", só vai usufruir da musica plenamente quem pode ouvir, ver e sentir. No caso de um instrumentista e cantor, só é possível fazer o seu trabalho plenamente bem, aqueles que possuem todos os órgãos dos sentidos e membros motores funcionando plenamente. Eu tive um período da minha vida em que eu não escutava plenamente e isto foi se tornando tão profundo que eu praticamente só ouvia com um ouvido. Foi uma fase muito difícil, em que eu tinha que fazer muito esforço, e os avanços eram lentos e sacrificados. O pivô da mudança foi uma professora de canto que tive, que foi claríssima comigo. Me disse que eu não tinha problemas técnicos, tudo estava em ordem, o verdadeiro problema era minha audição. E recomendou um otorrino da sua confiança. Resultado, fiz tratamento, recuperei a audição e ai vi o tamanho da porcaria que tava fazendo. Deste momento em diante, o avanço foi super rápido. Em suma como eu disse antes, existe sim, muito mais em campo do que simplesmente técnica e repertorio e exercícios

Page 5: Piano

diários, entra ai técnica sim mas também, repertorio, conforto, audição, atenção, pré-disposição motora...Tenho um amigo que esta a 5 meses trabalhando sobre a Fantasia-improviso de Chopin, e agora que esta na metade da musica. Ele faz aquilo que todo mundo faz, estuda por horas, usa metrônomo, faz técnica, repertorio, memoriza a musica, tem professor... a unica coisa que ele não consegue é resolver os problemas... Os dedos mindinhos dele parecem duas gelatinas, e quando eu perguntei a ele sobre o prq de tanto tempo debruçado sobre uma unica peça, ele ficou bravo e me respondeu: A pressa é inimiga da perfeição!!6 de junho às 15:48 · Editado · Curtir · 1

Arthur Gava Na minha opinião não se torna pianista quem não pratica hanon, escalas e arpejos, é impossível executar uma peça sem leitura, agilidade e expressão. Aqui na minha escola fazemos escala de modo russo.6 de junho às 20:00 · Curtir

Pedro Taam https://www.youtube.com/watch?v=l_86HRWzuIQ

Martha Argerich sur la technique pianistique.wmv

6 de junho às 20:18 · Curtir

João Santana Arthur Gava o que quer dizer com praticar escala "de modo russo"?6 de junho às 22:07 · Curtir

Arthur Gava é da forma que fazemos aqui, é escala mas de um jeito diferente.6 de junho às 22:31 · Curtir

João Santana Arthur Gava Tem como explicar mais ou menos como é? Fiquei curioso...7 de junho às 09:49 · Curtir · 1

Arthur Gava O dedilhado continua o mesmo, o esquema é mais ou menos.assim: ME no C 2 MD no C 3 sobe duas oitavas e daí “abre“ MD sobe duas ME desce duas depois fecha desce uma oitava com a MD e sobe uma com a ME depois sobe duas oitavas e desce duas abre duas fecha duas e desce duas kkkkkkkkkk mas é esse esquema7 de junho às 10:40 · Curtir

Pedro Taam "escala russa" = combinação de movimento paralelo com movimento contrário.

Page 6: Piano

7 de junho às 16:04 · Curtir

Pedro Taam aqui ele faz de duas oitavas em duas, mas pode fazer de uma em uma tb: http://www.youtube.com/watch?v=R_kc-3usYFU

Single Note Scales in Russian Pattern - Virtuoso Level VI-VIIAlexander Peskanov demonstrates a short sample of Single Note Scales in the Russ...Ver mais

7 de junho às 16:05 · Curtir

Virgílio Miranda Escalas russas. Ta ai uma coisa que eu não conhecia!7 de junho às 19:25 · Curtir

Vania D'Angelo Bem, estudei muito dos 8 aos 23 anos, depois retomei aos 29 e nunca mais parei. passei por algumas experiências interessantes sobre técnica. Estudei aos 14 anos com a Lina Pires de Campos com que fiquei 6 anos. Ela foi a professora do Caio Pagano. ficava fazendo exercícios intermináveis no Beringer escalas e arpejos. Depois estudei com o Bezzan e a mesma coisa com o Cortot. Nisso, quando a Maria Regina Seidlhofer veio a primeira vez ao Brasil foi a primeira vez que vi como é muito diferente o ensino disso na Europa, como o uso da musculatura é de modo inteligente e não de ficar repetindo para cima e para baixo como eu fazia. Depois, e acho que muitos de vcs tiveram oportunidade na UNESP mas não foram aluno dele, aprendi definitivamente como usar os músculos sem ficar repetindo com o Cláudio Richerme, inclusive o bvelho Seidlhoher sempre falou para a Maria Regina que nunca mexesse na técnica daquele moço... foi o que me abriu caminho para Ravel Estudos de Chopin e Sonatas dele e Rapsodias de Liszt.7 de junho às 21:06 · Curtir · 1

Vania D'Angelo Por isso que parece que o mais útil, ao menos para mim é fazer o trabalho técnico na própria peça com a correta posição de mão e os músculos do sistema que aprendi tanto da Escola Russa, quanto do Richerme. mas não é facil não, vc tem que mudar muito o modo de trabalhar, mas depois rende muito. Essa foi a minha experiência, cada um tem a sua7 de junho às 21:10 · Curtir

Vania D'Angelo O problema maior é a passagem de polegar e deslocamento lateral de pulso, existem no mínimo 3 versões disso e não dá para explicar sem vídeo. montar o acorde com um dedilhado que seja sempre o mesmo7 de junho às 21:13 · Curtir

Page 7: Piano

Vania D'Angelo por exemplo, esse vídeo aí de cima é bem parecido com a escola do Neuhaus mesmo, não é a velocidade , mas a maneira de usar a rampa do braço, os russos tocam mais altos, com o pulso em declive, e de qualquer modo não se levanta um mm sequer o dedo das...Ver mais7 de junho às 21:21 · Editado · Curtir · 2

Vania D'Angelo Podem reparar que os grandes pianistas tocam do teclado para baixo, os dedos estão relaxados em cima da tecla pronto para ser acionado. isso economiza energia muscular, dá controle e qualidade de som e aí sim vc pode obter virutosismo.7 de junho às 21:22 · Curtir · 2

João Santana Interessante esse modo russo. Coisa pra virtuoso fazer.7 de junho às 23:05 · Curtir

Vania D'Angelo Tem muita coisa boa em vários, eu estudei escola húngara tb, o pulso é mais baixo. Como os do Radu Lupu e Horowitz! A Martha não é russa pura não7 de junho às 23:11 · Curtir

Vania D'Angelo O Kissim é! A Juliana Avdeeva tb só para ilustrar.7 de junho às 23:12 · Curtir

Vania D'Angelo Virgílio Miranda, sem técnica vc não consegue nada em nível internacional, mesmo que vc tenha grande criatividade, vc previsa ter tecnica de soar o piano com um bom som. Não é relativo so a tocar peças vituosisticas, mas de som tb. Vc pode escolher Mozart por exemplo. Aí vc esbarra no mais difícil de Mozart a simplicidade e o som divinamente redondo... tecnicamente super dificil tb de se fazer. A técnica vem disfarçada de várias formas.Ontem às 01:22 · Curtir · 3

Virgílio Miranda É verdade, eu concordo. Eu não sou contra a técnica, eu sou contra a mediocridade. Tem gente que acha a técnica é musica. Faz todos os livros técnicos que há no mundo, no entanto tem os dedos parecendo uma gelatina ou não é capaz de manter os dedos acomodados nas teclas, por que fez muito mas não aprendeu nada... Especialmente num mundo cada vez mais ágil, precisamos aprender a lidar com a musica de igual forma. Há que se "formar" a mão, mas uma vez formada, o foco tem que ser o repertorio. É isto que os pianistas de alta performance fazem.Ontem às 01:34 · Curtir

Vania D'Angelo Exatamente. N se perde tempo fazendo escalas q n se vai usar. Vc tem inúmeras nas próprias pecasOntem às 07:32 · Curtir · 1

Virgílio Miranda Pois é Vania D'Angelo, eu fiquei assustado quando comecei a tocar piano e conversar na internet com outros pianistas, em saber o tempo que eles se dedicavam e quantos livros de técnica faziam. Os outros instrumentistas e os cantores não tem este conceito de querer dominar todas as "escolas técnicas por países", ñ se fica saltando de escola em escola, de metodologia em metodologia. Se aprende a técnica (seja ela qual for) e imediatamente se aplica no repertorio. E o período de pratica não é tão grande e intenso como os pianistas. Um cantor lirico, por exemplo assume um repertorio tanto mais pesado e intenso na medida em que sua voz vai se tornando mais madura lá por volta dos 40 anos de idade! Não se estuda mais que 1h por dia por considerar o tamanho do esforço, e para evitar o desgaste da voz que deve se manter o mais leve e jovem possível. Um dia eu estava conversando sobre isto com a soprano Adélia Issa, e ela me contou que ela só faz exercícios vocais de de 3 em 3 dias, para evitar que a sua voz fique tensa. Eu concordei e também faço assim. Em compensação se sabe que existe coisas no canto que certas vozes jamais deverão cantar levando em conta a natureza da voz. Já no piano, todos os pianistas, de modo geral tendem a praticar muita técnica, visando tocar tudo! É ai que as coisas se tornam difíceis e a musica passa a ser sacrificante. De formas que quando eu vim tocar piano, eu vim com esta cabeça, que independente de qual seja a procedência da técnica, o que importa é saber fazer e aplicar no que estou tocando...há 21 horas · Editado · Curtir · 1

Vania D'Angelo Isso mesmo, cada compositor tem um som diferente, e o toque e o controle sao essenciais em todos. O dedilhado deve ser definido e ser imutável desde o inicio do estudo. Vale nessa época testes para ver se o dedilhado é adequado ate achar o ideal para vc. Depois estudar em pp todas as passagens dificeis e faze-las estar bem encaixadas na mão a colocação da mão no teclado nessa fase é importantíssima porque vc deve colocar com o minimo esforço e na distancia entre os dedos que for mais cômoda.

Page 8: Piano

há 20 horas · Curtir · 1

Vania D'Angelo Os dedos devem acionar as teclas em 90 graus para baixo, onde vc tem o maximo conrrole, mas sem curvar para dentro da palma da mao. As falanges 3 devem estar sempre estabilizadas para cima para nao afundar a palma da mão. O 5o dedo nao deve dobrar falanges. Há alguns exercicios oara firmar esse dedo sem muitas complicações. É necessário mais controle do que força para dominar esse dedo.há 20 horas · Curtir · 1

Diego Zorrilla Muita coisa de exímio valor foi dito nos últimos comentários, mas quanto à "forma de mão ideal", creio que cada um tem sua forma de mão natural, que é ao estar relaxada em posição de 90º com o chão. Alguns terão essa forma mais curvada, logo, será natural para essa pessoa tocar com a palma da mão um pouco mais curvada, assim como o dedo 5 levemente curvado para dentro em algumas passagens (vide o próprio Kissin). Ao meu ver, técnica é realizar tudo o que precisa ser realizado musicalmente com o menor esforço muscular possível e, uma vez que o corpo humano tem muitas nuances na forma muscular e dos ossos (senão todos seriam exatamente iguais), pode haver algumas pequenas mudanças de uma mão pra outra que a íivel de técnica pianística podem ser crucial e fazer a diferença entre tocar bem tecnicamente ou não. No demais eu concordo com as palavras da Vania e do Virgilio, achei os comentários de muitíssimo valor para o tópico em questão.há 18 horas · Curtir · 1

Vania D'Angelo Sim Diego Zorrilla, a coisa é por aí, aqui no nosso pais infelizmente temos uma confusão imensa sobre p assunto. Essa posição arredondada é necessária para levar até e a ponta dos dedos o controle do som, se quebrarmos essa sequência que é anatômica perdemos todo o controle.há 15 horas · Curtir

Virgílio Miranda Obrigado pelo apoio Diego Zorrilla, eu apenas não citaria Kissin como um exemplo, prq na minha opinião é um pianista que dedilha de modo ruim, e que pra compensar isto precisa fazer uma série de manobras para fazer as coisas acontecerem incorrendo num excesso de movimento corporal e sem muita naturalidade...há 15 horas · Curtir

Vania D'Angelo Nao peguei o comentário sobre a mão idea, onde está?há 15 horas · Curtir

Diego Zorrilla É que o Kissin foi citado acima como modelo da escola russa... eu particularmente acho o som do Kissin maravilhoso e por mim ele pode erguer o dedo 5 à vontade, contanto que o som saia daquele jeito pra mim tá valendo... Vania, não houve comentário sobre a mão ideal, apenas uma menção ao que foi dito sobre os dedos acionarem a tecla 90 graus para baixo e o dedo 5 sem dobrar falanges, perdão por soar errado. Acho que o controle à ponta dos dedos está relacionado não só à curvatura dos dedos mas ao relaxamento em especial do pulso entre o tocar de uma nota e outra. A memória muscular correta é essencial para o bom desenvolvimento mecânico e isso é algo não muito bem ensinado por aqui, pois apenas é costumeiro o professor falar para o aluno estudar devagar, mas não dá detalhes de COMO estudar devagar. Fazendo uma comparação, é como gato e guepardo: a diferença genética é minima, mas é ela que faz um atingir 30km/h e o outro 114km/h... às vezes é um detalhe de memória muscular no estudo que faz uma escala soar muito bem e a outra não tanto... eu pessoalmente já passei por isso várias vezes. Meu deus, daria pra ficar uma semana inteira dissecando esse tópico e ainda teria coisa nova surgindo!há 15 horas · Curtir · 1

Vania D'Angelo Por exemplo, estudar tudo em pp dá um controle muscular incrível e nunca se faz isso aqui.há 15 horas · Editado · Curtir

Vania D'Angelo Há muitos procedimentos empiricos e em se tratando de acionamento das falanges o há discussões sobre força e ou rapidez de acionamento. O controle de pp ppp ppppp que vi em pianistas internacionais com tanta convicção traz a baila o modus operandis de como ter esse controle se nao se concentra na ponta dos dedos todo o foco concordo plenamente e veja o Blechatz como fica com o 5o dedo da mão direita, mas ele tem controlehá 15 horas · Editado · Curtir · 1

Vania D'Angelo Mas se vc nao tem um padrão para iniciar uma demonstração de performance fica dificil para quem ainda nao teve contato ter em mente como os dedos devem funcionar. Se vc vir na historia do Freire o quanto ele batalhou para ter contrple do 5o dedo, ele achava importante. Para ele era importante. Muitas pianistas que têm mão pequena mantém bem

Page 9: Piano

retos os quintos dedos, mas têm controle, se vc tem esse quinto dedo fora do seu controle nao adianta estar embaixo em cima do lado aberto fechado que vc nao terá um bom som vindo dele, concorda?há 15 horas · Editado · Curtir · 1

Diego Zorrilla O quinto dedo é complicado porque o tendão é muito menor do que o dos outros dedos... concordo, tem que ter o controle do dedo... a ponta dele é o que está em contato com a tecla, mas a forma como a energia passa por todo o braço até chegar a ele é o que define quanto controle se tem no dedo, creio. Tem que se ter muita consciência de como a primeira falange se movimenta para que se possa fazer o melhor o melhor angulo para que a energia flua até a tecla. Nesse ponto estudar em dinâmicas extremamente baixas como ppp ajuda a canalizar a energia e o movimento da maneira correta... e se leva um bom tempo pra encontrar. O que falta muitas vezes é estudar com foco e com objetivo, por isso gosto de estudar em pequenos intervalos, porém com bastante concentração (o que pra mim não é fácil). Se fosse resumir controle em poucas palavras, eu diria que é a capacidade de focar a energia no lugar correto e utilizando os movimentos corretos... e isso pode levar muito tempo, mas depois de encontrado, facilita a vida bastante...!há 14 horas · Descurtir · 2

Virgílio Miranda Quanto ao Kissin eu não sou um entusiasta dele. Tecnicamente ele é o menos exemplar dos pianistas russos. Acho a técnica do Berezovsky, do Lugansky, do Gilels, do Richter, do Pletnev muito mais exemplar. A sonoridade do Berezovsky pra mim é a mais bonita dos pianistas russos da atual geração.Quanto as dimensões que este assunto tomou, é incrível. Se a gente entrar na questão da resposta do instrumento, associada a técnica aplicada então, entraríamos em um região realmente abissal. Eu acho que é ai que se faz a verdadeira técnica, não praticando livros a esmo esperando que um milagre aconteça ou fazendo ascetismo por meio da técnica pianística. Quando eu iniciei no piano eu observei algo muito interessante e perigoso. Quando se esta fazendo o trabalho dos dedos a mão e o pulso podem se tornar tão duras que os dedos se tornam quase inoperantes. Os músculos se tornarão tão tensos que haverá uma região no antebraço que se for pressionada vai fazer com que todos os dedos pulem, se mexendo involuntariamente. Creio que seja o ultimo estagio antes da L.E.R.E um dos livros que é campeão em L.E.R., pelo menos no Brasil, é o Hanon!há 14 horas · Editado · Curtir

Vania D'Angelo Explique como é feito esse trabalho de dedos que torna o pulso tao duro assim, pode explicar?há 14 horas · Curtir

Diego Zorrilla É muito fácil endurecer o pulso trabalhando dedo: simplesmente não relaxar entre um ataque e o próximo durante o estudo lento. Outra forma é manter o dedo "forçando" a tecla após o dedo ter encontrado o fundo (como se fosse necessária força pra manter a tecla abaixada)... são pequenos detalhes que às vezes por falta de boa orientação o pianista deixa passar e acaba fazendo de maneira inconsciente. Aí entra o trabalho de memória muscular que supracitei anteriormente. Acho que é perfeitamente possível passar muito tempo trabalhando dedos sem endurecer ou mesmo cansar o pulso e creio que as LER ocorrem por má memorização muscular, ou seja, falta de estudo com foco. Se alguém estuda quatro horas seguidas sem foco e sem domínio mental do corpo, pode se tornar um candidato a ter uma lesão muscular, tanto estudando Hanon como estudando um Noturno de Chopin.há 13 horas · Curtir · 1

Virgílio Miranda Isto acontece com um grande numero de pianistas, tecladistas e organistas brasil afora. Inclusive alunos de conservatórios. Isto acontece por querer adotar uma posição fixa da mão, sem querer articular os pulsos. A mão e o pulso tem que ser livres para adotar a melhor postura convenha ao que esta sendo tocado. Resultado em não se usando a articulação dos pulsos, os dedos se tornam duros (mão trancada) e ai os tendões do ante-braço passam a guardar toda a tensão de cada tecla acionada. E na medida que os muculos guardam esta tensão, mais difícil se torna estabilizar os dedos e adquirir uma mão estável sobre o piano, e mais força é necessária para se tocar. É ai que nasce a necessidade de tocar escalas e arpejos todo dia que todo mundo faz.há 13 horas · Editado · Curtir

Vania D'Angelo Infelizmente a maioria estuda errado mesmo, em um simpósio que houve na UNESP em 2010 lwmbrp de ter deixado todo mundo meio desconfortável quando disse que nao tinhamos condições de mandar ninguém ao concurso Chopin, porque ao longo dos anos ao invés d...Ver maishá 13 horas · Editado · Curtir · 1

Virgílio Miranda Sim Diego, mas eu cito o Hanon por outra razão. Vc pode tocar as teclas com força e segura-las ao fundo sem endurecer o pulso.Mas o hanon te faz repetir rapidamente ao longo de todo teclado coisas que vc pode fazer sem mover a mão de lugar e atingir os mesmos resultados. Mas como o Hanon tem uma promessa de que se pode fazer o livro inteiro facilmente em 1h em 120 bpm, todo mundo fica achando que isto é tudo que se tem que atingir, e sai repetindo e repetindo até que a dor se apresenta.

Page 10: Piano

há 13 horas · Curtir

Vania D'Angelo Todo mundo sabe tudo e nao tem humildade de reordenar sua técnica, nao é verdade? Existem tantas verdades, mas nenhuma comprovada de fato. Por isso ao longo dos anos sempre observei e nunca tive medo de mudar para melhor.há 13 horas · Curtir · 2

Vania D'Angelo Tudo um equívoco Virgílio, em Viena ninguém liga para o Hanon, é estudo de Chopin mesmo! NO básico é Czerny, a escola do virtuose, mas só pouco tempo mesmo.há 13 horas · Curtir · 2

Vania D'Angelo Bem, vamos dormir? Tenho que levantar cedo.há 13 horas · Curtir · 1

Virgílio Miranda Com certeza, vamos dormir prq a melhor técnica a se fazer é uma noite bem dormida!  (Mesmo prq tudo oq eu tinha pra dizer sobre este assunto eu já disse.) Mesmo prq na teoria, tudo é ótimo, agora é pratica que vai dizer oq funciona e oq não funciona.há 13 horas · Editado · Curtir · 1

Vania D'Angelo Yes!há 13 horas · Curtir

Mariangela Pires Piano Professora Que debate maravilhoso ! Parabéns a todos! Isso vem demonstrar que a anatomia vai dizer do que aquela determinada mão mais precisa. O cérebro, a emoção, são tão individuais que só considerando tudo para cada pessoa, para fazer escolhas e as escolhas po...Ver mais7 h · Curtir · 1

Diego Zorrilla Sim, Virgilio, mas ai o problema é a cabeça dos estudantes de piano e não a qualdiade ou não do estudo técnico rs!4 h · Descurtir · 2

Vania D'Angelo Fui em 2000 ao concurso Chopin em Varsóvia. Acreditem nós aqui estamos muito longe de entender o processo de preparação de um jovem pianista como o Trifonov e o Wunder4 h · Curtir

Vania D'Angelo Ficar repetindo Hanon sem saber como fazer eh a maior perda de tempo. Eh antipianismo !4 h · Curtir · 2

Mariangela Pires Piano Professora know how !!!4 h · Curtir

Victor Nigri Debate bão mesmo! Sobre a questão do "ataque" ser do teclado para baixo, creio que de fato esta seja a maneira mais produtiva e sensata de se tocar (embora, obviamente, haja centenas de grandes pianistas que tocam divinamente erguendo os dedos aos céus). Mas eu ampliaria a ideia do "teclado para baixo" além: Hough, Berman, Moura Castro e Frank pensam na ideia dos "andares" - ao se tocar vigorosamente, não se pensa em levantar os dedos e descê-los fortemente, mas sim em mantê-los ou preserva-los numa posição a alguma distância do teclado para depois deixá-los "cair"; a aceleração da queda dá o espaço necessário para a força desejada. Portanto, se bem articulado, pode-se pensar num segundo andar; se menos, o primeiro andar. A dificuldade inicial em se estudar assim para quem não está acostumado reside em manter tal ação em apenas UM movimento (o da queda), mas assim se preserva o principio da economia... Sobre a questão dos toques, Oborin simplificadamente resumiu em sostenuto e leggiero (o que em pouquíssimas palavras separa a transferência do peso do a não transferência) e, na amálgama destes dois, outros "sub-toques". Dentro disso, sempre aprendi a grande preferência do toque ao teclado pela forma tangencial, e não perpendicular (diferentemente do acionamento 90 graus comentado acima), por questões da busca de uma melhor sonoridade. Entretanto, isso dá um outro grande tópico de assunto, ficando pra depois 

Page 11: Piano

2 h · Curtir

Diego Zorrilla Acho que o problema não está em criar um "segundo andar", mas sim a altura desse "andar". Se a posição for adequada, pode-se criar um espaço entre o dedo e a tecla que não comprometa o relaxamento da palma da mão... e é ai que entra o arredondamento da mão citado anteriormente pela Vania. O problema acontece quando o dedo levanta tanto que a palma da mão tensiona e a famosa "mão aranha" dá o ar da graça. Quanto ao toque tangencial, pode ser bem adequado para determinados tipos de música, mas para outros eu teria minhas dúvidas... mas concordo que dominar um toque como esse faça parte do repertório de técnica do pianista, porém em técnicas de curto espaço como escalas para a minha mão não funciona, mas isso não significa que não funcione para outros. O negócio é simplificar ao invés de complicar: se a mão está relaxada e o toque está firme, maravilha. Se não, é hora de rever alguma coisa na técnica...!2 h · Curtir

Vania D'Angelo Vc pode ter a mao em posição aberta mas o acionamento é em 90 graus, entendem?2 h · Editado · Curtir

Vania D'Angelo Gente, não tem razao alguma que justifique isso, esse conhecimento vem direto do Neuhaus, ok? E do Cortot! Por isso me admira tanto a distorção que vi aqui no Brasil. Dá impressão que querem esconder o leite. E deu resultado, ninguém hoje com formação daqui poderia disputar um concurso Chopin!2 h · Editado · Curtir

Diego Zorrilla A escola alemã de Leimer/Gieseking mostrada no livro "Como Estudar Piano" faz algumas menções e mostram exercícios que utilizam movimentos que de acordo com a escola russa de Neuhaus seriam considerados desnecessários. A questão não é o que se faz, mas sim como se faz, acredito. Meu último professor foi aluno de Tomaszchek e Arrau e a escola que lhe foi passada tem muitos dos movimentos supracitados como rotação e vibração. Da minha experiência, acredito que essa escola traz muitos benefícios uma vez que os dedos estão no lugar, do contrário, pode atrapalhar bastante. Eu particularmente adoro o som do Arrau, do Gieseking e dos alemães em geral... acho que ali tem muita coisa de valor que pode ser bem aplicada na hora de extrair uma sonoridade adequada em uma sonata de Beethoven por exemplo. Mas para uma sonata de Prokofiev, a escola de Neuhaus é mais adequada (acho que é por isso que pianistas como Arrau e Brendel tocaram muito pouco dos compositores russos em comparação com os alemães, ao contrário de pianistas que estudaram com Neuhaus como Gilels e Richter, que tocaram obviamente muito repertório russo). Meu parecer: a princípio deve-se dominar o essencial das duas escolas, pois desse jeito poderá se construir com consistência e sonoridade adequada um repertório mais abrangente.2 h · Curtir · 1

Vania D'Angelo Quem hoje aqui no Brasil faz isso e tem condições de ir ao Chopin? Passa ano e eu nao vejo ninguém arrasar, o pessoal fica só nas teorias.41 min · Curtir

Vania D'Angelo Quando lembro de olhar as bandeiras no palco do teatro Narodowa, e nao ver a bandeira do Brasil, me deu uma dorzinha no coração!40 min · Curtir

Vania D'Angelo O problema é que nem o basico é feito. Depois vc pode até sofisticar, mas ficam dando voltas e complicando com um monte de coisas que nao funcionam e daí nao se consegue fazer nem um estudo de Chopin com alta performance. Lá aos 15 anos os daras tocam TODOS os estudos de Chopin, vc imagina isso? Aqui no primeiro ja se trava toda a mão e no segundo ja se desiste.38 min · Curtir · 1

Mariangela Pires Piano Professora Não temos o básico. Isso é fundamental. A criança não é tratada com seriedade nos estudos nem pelos pais, nem por alguns profissionais. É a cultura do ' divertir-se ' tocando. Por este motivo escrevi aqueles dois pequenos manuais de ' conversa ' sobre estudo de piano para leigos e para iniciantes. Se não formarmos a base , não adianta esperar isso lá na frente, não é mesmo?10 min · Curtir

Mariangela Pires Piano Professora Percebi há alguns anos, quando as pessoas reclamavam de pouco público em apresentações, que precisamos formar público. Fui fazer os cursos que a OSESP oferece para formação de público, são

Page 12: Piano

excelentes e desde então minha preocupação tem sido em arar a terra, às vezes até arriscar jogar alguma semente, mas arar a terra, formar a base, tanto familiar quanto do aluno mesmo.7 min · Curtir