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CENTRO UNIVERSITRIO SENAC

Alex Junior Ferreira da SilvaCristiana Izidorio TobiasGabriel Carlos Porcini de ArajoNicole Satiko da Silva Taniguchi Pedro Henrique da Cruz CostaRamilton de Lima Santos

O Homem Econmico, Social e PolticoA Contabilidade

So Paulo2014Alex Junior Ferreira da SilvaCristiana Izidorio TobiasGabriel Carlos Porcini de AraujoNicole Satiko da Silva Taniguchi Pedro Henrique da Cruz CostaRamilton de Lima Santos

O Homem Econmico, Social e PolticoA Contabilidade

Trabalho de Projeto Integrador I do curso de Cincias ContbeisTurma BCONCAS1NA - 1402Centro Universitrio Senac Campus Santo AmaroOrientador Prof. Fbio Luiz Lettieri da Costa

So Paulo2

2014Sumrio

1. EVOLUO DA CONTABILIDADE

Na obra de Frei Luca Pacioli La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalit (2000, p.11) com o surgimento da contabilidade, sries de descobertas arqueolgicas vem alterando esse pensamento, levando-nos a refletir a Contabilidade como advinda da era pr-histria, juntamente com a origem das civilizaes. Baseado no Atlas da Histria do Mundo (1995), as primeiras civilizaes foram surgindo h aproximadamente 6.000 anos, partindo dos diversos vilarejos agrcolas existentes nos contrafortes montanhosos do Oriente Prximo. A primeira foi a da Mesopotmia, aproximadamente, em 3.500 a.C. (Histria do Pensamento Contbil Paulo Schmidt Porto Alegre: Bookman, 2000). Para Azzolin, Jos Laudelino (2012, p. 36) a histria da contabilidade to antiga quanto a do homem. Exploraes arqueolgicas realizadas em cavernas em Israel, na Sria e no Iraque (antiga Mesopotnia) descobriram fichas de barro que presumivelmente, eram utilizadas, h 10.000 anos, para realizar alguma forma de controle. Quando o homem primitivo trocou a vida errante para uma residncia fixa e comeou a lavrar a terra e a domesticar os animais e percebeu que poderia aculumar riqueza atravs da criao extensiva de animais e do cultivo de cereais. E foi o acmulo da riqueza que gerou a necessidade de se controlar o excedente da produo, aparecendo, em decorrncia, como a tcnica para o controle do seu patrimnio, a contabilidade.Com a consolidao das atividades agrcolas e mercantis a contabilidade se tornou presente, pois havia a necessidade de registrar as operaes e controlar as variaes que estavam ocorrendo no patrimnio das pessoas.E foi no ano de 1494, na Itlia, quando a contabilidade comeava a tomar corpo que o frade franciscano, Frei Luca Pacioli, publicou a obra intitulada La Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalit (Suma de Aritmtica, Geomtrica, Geometria, Propores e Proporcionalidade), obra esta que contm uma seo sobre registros contbeis segundo o mtodo das partidas dobradas, que tem em sua essncia a ideia de que, para cada dbito, haver um crdito correspondente.S, Antnio Lopes (1997, p. 16) divide em sua obra Histria Geral da Contabilidade os perodos principais da histria da contabilidade, classificando-os: I. Intuitivo Primitivo: foi vivido nos perodos lticos, da pr-histriam dedicado simples memria rudimentar da riqueza.II. Racional-Mnemnico: de disciplina dos registros, com o estabelecimento de mtodos de organizao da informao, iniciou-se cerca de 4.000 a.C.III. Lgico Racional: preocupo-se com a evidncia de causa e efeito dos fenmenos organizados em sistemas primrios; deu origem Partida Dobrada, iniciou-se, a partir da segunda metade do sc. XIIV. Literatura: a evoluo defluiu da produo da matria escrita de difuso do conhecimento, com a preocupao de ensinar por meio de livros escritos por autores preocupados com a forma de como realizar os registros e demosntraes; se definiu, a partir do sc. XV.V. Pr-Cientfico: Nessa fase, ocorre a formao das primeiras teorias empricas, abrindo caminho para a lgica do conhecimento contbil que transcendeu a simples informao, tal perodo comea a viver-se a partir dos fins do sc. XVI, prolongando-se, sempre, em etapas evolutivas, at o incio do sc. XIX.VI. Cientfico: apareceram as primeiras obras cientficas e estabeleceram-se as bases das escolas do pensamento contbil; a poca em que se passou a estudar a essncia dos fenmenos patrimoniais, de suas relaes, ou seja, o que signifiavam os fatos informados e relativos ao patrimnio, tendo sido vivido a partir das primeiras dcadas do sc. XIX; tal perodo constitui-se naquele da Histria das Doutrinas.VII. Filosfico-Normativo: a partir da dcada de 50 deste sc. XX, em que a preocupao de normalizar as informaes e de penetrar na interpretao conceptial definiu bem as reas da informao disciplinada e do entendimento profundo e holstico dos fenmenos patrimoniais. Tal perodo o da atualidade, em que paralelas seguem, definidas, as duas correntes: a emprico-normativa e a cientfico-filosfica, ambas suportadas por consideravel avano da tecnologia da informao.

S, Antnio Lopes (1997, p. 17) escreve tambm em sua obra Histria Geral da Contabilidade sobre outras classificaes dos perodos; e cita que MELIS, Frederigo (Op. cit. 17-21), por exemplo, aceita quatro perodos que admite serem os grandes. Classifica-os em:I. Mundo Antigo (dos primrdios da histria at o ano de 1.202 de nossa era).II. Sistematizao que vai de 1.202, em razo da formao do processo das partidas dobradas.III. O da literatura, de 1.494 (obra de Luca Paciolo) a 1.840 (obra de Francesco Villa).IV. De 1.840, era cientfica, at nossos dias.

2. A ESCOLA ITALIANA (EUROPEIA) DE CONTABILIDADE

Aps o surgimento do mtodo das partidas dobradas (sculo XIII ou XIV) e sua divulgao atravs da obra de Frei Luca Pacioli, a escola italiana ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa.Na escola italiana houve o desenvolvimento de vrias correntes de pensamentos contbeis, tais como: 2.1 CONTISMO

Foi a primeira corrente de pensamento contbil da escola italiana de Contabilidade. Surgiu em decorrncias dos estudos feitos pelos primeiros expositores do mtodo de partida dobrada, que adotaram como ideia central o mecanismo de conta, essa ideia de contas se coincide com a origem de com a origem de credito nas relaes comerciais, onde o processo de escriturao contbil subordinado ao mercantilismo das contas tem como objetivo registrar valores a receber ou a pagar. Esta corrente de pensamento contbil teve excepcional aceitao na Frana, onde foram elaboradas diversas teorias sobre contas gerais, destacando-se os trabalhos de Jacques Savary e de Edmundo Degranges.Savary procurou elaborar um processo de partidas dobradas que se adaptasse s disposies da ordenana do comrcio do ms de maro de 1675, enquanto que Degranges lanou a teoria das cinco contas, na qual enumerava os cinco principais efeitos que servem de meio de troca no comercio, que so: Mercadoria, Dinheiro, Efeito a receber, Efeito a pagar e Lucros e perdas. De acordo com SCHMIDT, Paulo (2006) Foi primeira escola que surgiu no sculo XV com pensamento contbil onde se baseava na apurao do saldo dascontas, ou seja, quanto teria que pagar ou a receber de cada pessoa.Entre as inovaes desta escola destacam-se a criao da conta decapitale a separao da empresa da pessoa do proprietrio. A conta de capital surgiu nesta poca devido ao surgimento de muitas sociedades, o que tornou necessrio definir qual era a dvida da empresa para com cada scio. Esta dvida era definida na conta de capital, o que levou separao dos bens dos scios dos bens da empresa, pois os scios passaram a responder pelas dvidas da empresa somente at o montante do capital por eles aplicado na empresa. 2.2 PERSONALISMO

O personalismo foi uma escola de pensamento contbil que surgiu em reao ao contismo, dando personalidade s contas para poder explicar as relaes de direitos e obrigaes. A ideia da teoria do personalista foi de Machi, entretanto foi Cerboni que constituiu a base de sustentao da escola personalista. No estudo de Cerboni destaca-se a teoria logismogrfica que est fundamentalmente de acordo com Pezzoli (1986) com relao entre Economia, Administrao e contabilidade, tendo como ideia central:I. O pensamento econmico instintivo, onde j vem do extinto do homem, procurando satisfazer suas necessidades.II. O pensamento administrativo mostra ao homem o caminho direito e da moral, j que lhe assegura, alm de suprir suas necessidades, um progresso cujo o limite extremo no se pode prever.III. O pensamento contbil extremamente atrelado tanto no pensamento econmico como ao administrativo, onde ensina a avaliar os meios de aquisio e de produo da matria econmica, visando em ter bem a razo de dever e de haver referente a qualquer pessoa.

A logismografia proposta por Cerboni apresentava dois sistemas de escriturao, Um destinado elaborao do balano patrimonial, no qual era utilizada duas contas. Um em nome do proprietrio e o outro em no de terceiros e correspondentes. Outro o sistema financeiro cuja finalidade era justificar valores que poderiam ser aumentados ou diminudos. No sistema financeiro no havia ainda sugestes de se trabalhar com balanos oramentrios.

2.3 NEOCONTISMO

Teve como seu idealizador Fbio Besta, este fez parte de duas doutrinas contbeis, o Neocontismo e o Controlismo. No Neoconstismo Besta procurou mostrar a fragilidade jurdica dos ideias da teoria personalista. Assim, dando importncia a riqueza patrimonial da entidade, colocando a contabilidade em um campo onde o lado materialista foi valorizado.De acordo com Schmidt (200, p. 156):Os neocontistas atriburam contabilidade o papel de colocar em evidncia o ativo, o passivo e a situao lquida das unidades econmicas. Para isso, seria necessrio abrir contas com os valores dos ativos (positivos), dos passivos (negativos) e diferencias (ou abstratas). Os termos deve e haver no tm a significao que os contistas lhes atriburam. So denominaes convencionais, consagrada pelo uso, que podem ser consideras sinnimas das palavras entrada e sada. (grifo dos autores.)Para Favero, Lonardoni, Souza e Takakura, os neocontistas entendiam que a contabilidade tem a finalidade de acompanhar as modificaes que ocorrem no patrimnio das entidades. Na corrente neocontista, o elemento mais importante a unidade de valor e o primeiro conjunto de unidades de valor a conta, a qual pode representar as operaes de uma empresa de forma estatstica ou dinmica.

2.4 CONTROLISMO

De acordo com Favero, Lonardoni, Souza e Takakura et al. (2011, p. 17) Fabio Besta foi um dos estudiosos da rea contbil que se posicionou contra as ideias personalistas de Cerboni, afirmando que as contas no so abertas a pessoas reais ou fictcias, mas para registrar valores. Segundo Coelho e Lins (2010, p. 139), Essa corrente de pensamento contbil que teve em Fabio Besta um de seus mais proeminentes defensor [...] Para os defensores dessa corrente, o patrimnio a soma de valores positivos (ativo) e negativos (passivo).De acordo com Viana (1969, p. 73): Enquanto Cerboni via, nas relaes entre as pessoas que tomavam parte da administrao, os elementos de maior importncia nas aziendas, Besta, ao contrrio, considerava, antes de tudo, os bens que foram a substancia da azienda.Coelho e Lins (2010, p. 139) Na proposta elaborada por essa escola, a administrao econmica era dividida em: Gesto: que visa administrao do patrimnio. Direo: que busca a harmonia entre administrao econmica e as relaes internas e externas da entidade. Controle: que visa impedir o desperdcio, antes durante e depois (papel da contabilidade).Favero et al. (2011, p. 18) Apesar das crticas dirigidas por Rossi, De Fages e outros estudiosos da contabilidade, o controlismo trouxe grandes contribuies ao estudo da teoria contbil. [...]Essas crticas deram origem a uma nova corrente de pensamento contbil: o Aziendalismo.

2.5 AZIENDALISMO

Motivados pela ansiedade de se encontrar o campo e o objeto de estudos da Cincia Contbil, os pesquisadores da poca evidenciaram o surgimento de nova corrente que enunciava existirem os sistemas de cincias que cuidavam de fenmenos ocorridos nesse mundo particular, o que inspirou o Aziendalismo.Courcelle acenou para um complexo entendimento de toda a empresa como objeto comum cientfico, que anteriormente j era preconizado por Cerboni e sustentado por Rossi, quando admitiam um raciocnio de unidade de funes dentro da azienda.Foi Gomberg o primeiro a despertar para uma economia aziendal, que mais tarde se tornaria, na Itlia, estabeleceu a relao de causa e efeito para os fenmenos patrimoniais, relacionando o efeito ao dbito e a causa ao crdito. Enunciava tambm que oAtivoera o efeito doPassivo, que por sua estrutura era a causa.Tendo como base a economia aziendal, a Escola Veneziana enunciava o Aziendalismo, com Alberto Ceccherelli e com seu principal lder italiano, Gino Zappa, que teve suas razes nos pensadores alemes.Os aziendalistas se preocupavam em estudar o conjunto de cincias que tratavam da azienda como campo de aplicao. Compunha-se da Administrao, da Organizao e da Contabilidade, sendo cada cincia apenas parte desse conjunto. De acordo com seus adeptos, os fenmenos a estudar so os aziendais, e admite a Contabilidade apenas como levantamento de fatos patrimoniais, restringindo-lhe o campo.Gino Zappa defendia a economia aziendal, limitando a Contabilidade aos levantamentos ou relevaes da riqueza, mas no apresentou essncia para justificar tal classificao.Considerava que isolar os fenmenos um erro, pois se formam por meio de um complexo que deve ser estudado, bem como condenava a elevada importncia dada conta, que na realidade, por si s, no traz informao alguma, sendo simples instrumento de registro que deve ser agrupado com outros elementos para que se possa extrair a informao.Para Zappa, o capital composto por um fundo de valores e no somente por moeda. Zappa ainda afirma que na Economia o crdito que faz o capital e em Contabilidade o capital que faz o crdito.Vincenzo Masi se revelou absolutamente contra o Aziendalismo, alegando que o objeto de estudo da Contabilidade bem mais amplo do que apenas o levantamento quantitativo da riqueza administrativa. Assim como Masi, pensadores de diversos pases no concordaram com a observao apenas quantitativa dos fenmenos, acenada pelos economistas aziendais: a qualitativa tambm deve ser considerada na anlise contbil.Frederico Herrmann Jr. relata em sua obra Contabilidade Superior:GINO ZAPPA aparentemente regressou ao formalismo quando afirma que aceita como primeira aproximao o conceito vulgar de que a Contabilidade estuda os processos seguidos para a demonstrao dos resultados da gesto. Entretanto, preciso que se note que esse autor subordina as formas ao estudo prvio dos fatos e s condies em que eles se desenvolvem para que as formas reflitam exatamente as causas e os efeitos dos fenmenos da administrao econmica. ZAPPA dedicou especial ateno ao estudo dos crditos aziendais. Embora esse aspecto ocupe lugar proeminente nos estudos contbeis, no nico. Se quisssemos aceitar a premissa de que a Contabilidade deve adaptar-se aos fatos que se pretende demonstrar, encontraramos tantos objetos especiais quantas fossem as variveis que produzem mutaes econmicas do patrimnio. No teramos a sntese da caracterizao da cincia contbil.(...)GINO ZAPPA, como representante mximo da corrente aziendalista, cujos precursores foram CERBONI e FBIO BESTA, teve o mrito de fazer distino entre as trs doutrinas que formam o contedo da economia aziendal, colocando num plano s a Administrao, a Organizao e a Contabilidade. No admite o estudo cientfico da Contabilidade sem o conhecimento concomitante das doutrinas que, ao seu lado, formam a economia aziendal. Considera como contedo verdadeiro da Contabilidade os fatos da gesto, representados mediante os mtodos, sistemas e processos de escriturao, que constituem o instrumental da cincia. Como fim imediato da Contabilidade, ZAPPA coloca a determinao dos crditos, concepo que reputamos restrita, pois h outros fins importantes que a Contabilidade observa e estuda.Encontramos outro genial aziendalista italiano, Pietro Onida, que considerava objeto da economia aziendal o estudo da vida econmica da azienda relativo organizao e gesto.Para Antnio Lopes de S, os aziendalistas cometeram o mesmo erro dos personalistas, pois, enquanto os personalistas nos entregavam aos braos do Direito, os aziendalistas fazem-no aos da Economia.

2.6 - PATRIMONIALISMO

Sua primeira formulao se deu em 1923, com Vincenzo Masi, que considerava como objeto de estudo da Contabilidade os fenmenos do patrimnio aziendal. O mesmo Masi, em 1927, publica A Contabilidade como Cincia do Patrimnio, definindo sobre o patrimonialismo: A contabilidade a cincia que estuda o patrimnio das aziendas. Em Frederico Herrmann Jnior o precursor da Escola Patrimonialista no Brasil (2006, p. 8), publicao de Paulo Schmidt:

Para os patrimonialistas seguidores de Masi, a Contabilidade no apenas uma disciplina que tem por objetivo a relevao patrimonial, ou seja, a representao da vida patrimonial das entidades, como sugeriam os neocontistas, mas uma cincia, portanto com leis e princpios prprios, que estuda e interpreta os fenmenos patrimoniais. Na teoria patrimonial, a conta tem a funo de acolher, distintamente, os fatos de ordem ativa, passiva e diferencial. Qualquer conta do ativo registra os fatos que representam bens em mos ou bens a receber, ou o exerccio de um direito real ou pessoal; as do passivo, os bens a entregar ou a sujeio a uma obrigao real ou pessoal; as da diferencial, tudo aquilo que produz ou reduz patrimnio lquido. Para os patrimonialistas, a conta principal, ou seja, a do patrimnio, dividida em trs contas bsicas: conta do ativo, do passivo e diferencial.

Na obra de Favero, Lonardoni, Souza e Takakura, Contabilidade: teoria e prtica, (2011 p. 20) o patrimonialismo sustenta-se nos princpios:

1. O objeto da Contabilidade o patrimnio aziendal;2. Os fenmenos patrimoniais so fenmenos contbeis;3. A contabilidade uma cincia;4. A contabilidade uma cincia social;5. Divide-se a contabilidade em trs ramos distintos, em sua parte terica, a saber: esttica patrimonial, dinmica patrimonial e levantamento patrimonial. A parte aplicada refere-se s entidades;6. O patrimnio, objeto de indagao, deve ser observado em seus aspectos qualitativo e quantitativo;7. O fenmeno patrimonial conceitua-se como todo acontecimento que se verifica no patrimnio;8. A contabilidade no se confunde com o levantamento patrimonial, que apenas uma de suas partes;9. A contabilidade relaciona-se intimamente com diversas outras cincias como: Direito, Economia, Sociologia, Matemtica etc.;10. O mtodo usado pela cincia contbil, preferencialmente, o indutivo; e11. O fim ou aspecto de observao da contabilidade o da finalidade aziendal, ou seja, o cumprimento dos objetivos a que se props o sujeito aziendal;

Favero, (2011, p. 21): de nosso conhecimento que a contabilidade acompanha a evoluo das sociedades, cidades e naes e, no inicio deste sculo, como o cenrio de maior desenvolvimento industrial e comercial passou a ser a Amrica do Norte, mais particularmente os Estados Unidos, o eixo de evoluo da Contabilidade deslocou-se em funo desse cenrio.

2.7 A ESCOLA NORTE-AMERICANA

Foi com a decadncia da Escola Italiana que a Escola Norte-Americana fortaleceu-se, ambas muito diferentes, enquanto a Escola Italiana preocupava-se com a teoria, a Escola Norte-Americana focava-se na prtica.Embora os Estados Unidos estar distante dos beros da contabilidade, foi onde exatamente a prtica e teoria contbil avanou, segundo IUDCIBUS, Srgio (1997) por volta de 1920 surgiram nos EUA as grandes corporaes, o pais enfrentava um desenvolvimento significativo e o mercado de capitais tambm se desenvolvia e passou a existir tambm o investimento pesado em pesquisas. E foi a partir da associao desses fatores que surgiu uma nova contabilidade, prtica. (IUDCIBUS, Srgio de, Teoria da Contabilidade, 5. Ed. So Paulo: Atlas, 1997).Segundo Favero, Lonardoni, Souza e Takakura, as maiores influncias sobre a teoria da contabilidade, nos Estados Unidos, deveram-se basicamente:1. Ao grande avano e refinamento das instituies econmicas e sociais;2. Revoluo Industrial, com sua influncia na Contabilidade de Custos;3. Ao desenvolvimento das Sociedades Annimas e fuso de empresas, tornando-se grandes e complexas corporaes;4. Ao aumento do nmero de investidores de mdio porte, que desejavam estar permanentemente informados, e que, para tanto, pressionavam os elaboradores de demonstraes financeiras; e5. Ao fato de o Instituto Americano de Contadores Pblicos ser um rgo atuante em matria de pesquisa contbil.

(...)Os Special Committees, A Accounting Reserach Division, o Accounting Principles Board e o Financial Accounting Standards Board promoveram, e tm promovido inmeros estudos, pesquisas, e emitido opinies importantes sobre as reas de interesse da Contabilidade. A teoria norte-americana est centrada no trabalho em equipe, mesmo assim, destacam-se vrias figuras individuais, como Littleton, Paton, Barouse, Moonitz, Anthony, Hendriksen, Horngren e outros. A metodologia utilizada pela escola norte-americana inicia com a explicao dos relatrios contbeis para, em seguida, explicar os lanamentos contbeis que deram origem queles relatrios (Favero, Lonardoni, Souza e Takakura).Ainda para Favero, Lonardoni, Souza e Takakura, a escolha norte-americana de Contabilidade, alm de propor uma metodologia diferenciada para o ensino da Contabilidade, tambm o direciona para dois focos distintos: (a) gerao de informaes aos usurios externos (Contabilidade Societria ou Finaceira) e (b) gerao de informao aos usurios internos (Contabilidade Gerencial ou de Gesto).

3. INFLUNCIAS NO BRASIL

3.1 INFLUNCIA ITALIANA

A doutrina de contabilidade no Brasil recente. Para chegar ao que hoje ela sofreu influncias tanto da escola americana quanto das escolas italianas. A Itlia considerada o bero da contabilidade devido s grandes evidencia das suas escolas na poca (inicio em 1494, com Frei Lucca Pacioli). (REIS, Aline de J.; SILVA, Selma Leal. A histria da contabilidade no Brasil. Bahia: Salvador)Fabiano M. Picetti escreve em seu artigo sobre o porqu da escola Patrimonialista ser bem aceita no Brasil: Segundo Martins e Silva (2007, p. 83 e 84) o Patrimonialismo obteve grande aceitao no Brasil predominando at hoje, havendo vrios adeptos desta escola, como Francisco Duria e Frederico Herrmann Jnior. Constata-se que era totalmente natural a influncia europeia, principalmente italiana no Brasil, pois, a escola italiana era a que mais se destacava no mbito da Contabilidade e por isso os profissionais brasileiros, se identificavam e praticavam as doutrinas italianas. Francisco D uria foi o precursor do estudo cientfico no Brasil, em 1948 lanou a obra Primeiros Princpios de Contabilidade Pura, introduzindo o patrimonialismo na Contabilidade Pblica Brasileira. Jssica Magalhes Silva, em seu artigo: A queda da contabilidade europeia e a ascenso do modelo contbil norte-americano no Brasil: uma reviso de literatura escreve: A corrente de pensamento contbil de maior repercusso no sculo XX foi a Patrimonialista; embora fundada na Itlia, essa escola teve maior aceitao em outros pases, inclusive no Brasil. Jssica afirma tambm que a escola italiana dominou o cenrio contbil at os primeiros vinte anos do sculo XX.

3.2 INFLUNCIAS AMERICANA

A escola norte-americana marca a transio da influncia da era romntica, ditada pela escola italiana, para os primeiros passos da escola americana no Brasil. (SILVA, Jssica M. A queda da contabilidade europeia e a ascenso do modelo contbil norte-americana no Brasil: uma reviso de literatura. Minas Gerais: Patos de minas, 2012).Aps a quebra da bolsa de New York, em 1929, se fez necessrio estabelecer normas para padronizar os registros contbeis, da veio o surgimento dos princpios contbeis. Com isso a escola americana comea a ganhar fora no cenrio contbil mundial. Por volta da dcada de 50, indstrias norte-americanas se instalaram no Brasil e com isso a influncia americana foi se espalhando. (REIS, Aline de J.; SILVA, Selma L. A histria da contabilidade no Brasil. Bahia: Salvador).Fabiano M. Picetti, em seu artigo, relata o grande marco na legislao para a contabilidade: Em 1976, foi publicada no Brasil a lei 6.404, que regulamentava os princpios contbeis, com orientao internacional especialmente norte-americana..

4. PROFISSO CONTBIL NO BRASIL

4.1 - Regulamentao da profisso Lei, resoluo, profisso e conselho

Vimos que a contabilidade acompanha desde muito tempo economicamente e financeiramente o comrcio, empresas, as entidades em geral. Vimos tambm a sua importncia para um bom gerenciamento de empresas. Para que isso ocorresse foram necessrias diversas etapas para chegar ao que hoje: a regulamentao da profisso foi necessria. Na publicao do CRC SP, Conhecendo o rgo de Registro e Fiscalizao da Profisso Contbil, do ento presidente Domingos Orestes (gesto 2010/2011): o conselho regional de contabilidade do estado de So Paulo uma autarquia federal, criada pelo Decreto-lei n 9.295/1946, com a finalidade bsica de registro e fiscalizao da profisso contbil em todo o estado de So Paulo. Decreto lei n 9.295/1946, art. 1, formaliza a criao dos conselhos regionais e o conselho federal da profisso contbil (CFC): Ficam criados o Conselho Federal de Contabilidade e os conselhos Regionais de Contabilidade, de acordo com o que preceitua o presente Decreto Lei. Em 1946 veio regulamentao da profisso, no entanto, desde 1922 j tinha o Congresso Brasileiro de Contabilidade: Em 1924, de 14 a 22 de julho, foi realizado, na cidade do Rio de Janeiro, o 1 Congresso Brasileiro de Contabilidade (CARLOS, 2005, p. 73).Nesta lei, lei n 9.295/1946, tnhamos a base para o profissional contbil: Registro da Carteira Profissional no Art. 12 em diante, das Anuidades no Art. 21, captulo IV e V Das Atribuies Profissionais e Das Penalidades. Esta lei de 1946 possibilitou ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC), atravs das resolues organizar os conselhos estaduais (CRC) a levar a profisso ao crescimento. Por meio das resolues houve a proximidade do profissional com o rgo regulamentador, como o caso da Resoluo CFC N 1.055/05, art. 1: Fica criado o COMIT DE PRONUNCIAMENTOS CONTBEIS (CPC). O objetivo desta resoluo est descrito no art. 3:O Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC) tem por objetivo o estudo, o preparo e a emisso de Pronunciamentos Tcnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgao de informaes dessa natureza, para permitir a emisso de normas pela entidade reguladora brasileira, visando centralizao e uniformizao do seu processo de produo, levando sempre em conta a convergncia da Contabilidade Brasileira aos padres internacionais.Outra resoluo de suma importncia a Resoluo CFC N 750/93. Grande marco para a profisso. Art. 1: Constituem PRINCPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resoluo. Nesta resoluo busca padronizar a contabilidade, estabelecendo os princpios bsicos da contabilidade.Buscando o crescimento da profisso algumas alteraes foram feitas na legislao: A lei n 12.249/2010 corroborou a busca de aperfeioamento da profisso e a demanda do mercado de trabalho por profissionais (DOMINGOS, 2010, p. 9). Dentre as alteraes sofridas pela lei de 1946, a lei de 2010 chamou mais ateno para a parte do tcnico: A lei n 12.249/2010 alterou o Art. 12 do Decreto-lei n 9.295/1946, acrescentando o pargrafo 2 (DOMINGOS, 2010, p. 9). Pargrafo 2, lei n 12.249/2010, que diz: Os tcnicos em contabilidade j registrados em Conselho Regional de Contabilidade e os que venham a faz-lo at 1de junho de 2015 tm assegurado o seu direito ao exerccio da profisso. Hoje a profisso contbil est regulamentada na lei 12.240/2010, portanto, as resolues do CFC organizam e gerenciam a profisso e os conselhos regionais de contabilidade.

5. REFERNCIAS

AZZOLIN. Jos Laudelino. Anlise das Demonstraes Contbeis. Curitiba, PR: IESDE, Brasil, 2012

S, Antnio Lopes de. Histria Geral e das Doutrinas da Contabilidade. So Paulo: Atlas, 1997.

SCHMIDT, Paulo. Histria do pensamento contbil. Porto Alegre: Bookman, 2000.

FAVERO, Hamilton Luiz, LONARDONI, Mrio, SOUZA, Clvis de, TAKAKURA, Massakazu. Contabilidade: Teoria e Prtica V.1 6. Ed. So Paulo: Atlas, 2011.

SCHMIDT, Paulo. Histria do pensamento contbil. Porto Alegre: Bookman, 2006.

COELHO, Claudio Ulysses Ferreira / LINS, Luiz dos Santos Teoria da Contabilidade: Abordagem Contextual, Histrica e Gerencial So Paulo: Atlas, 2010.LEITE, Carlos Eduardo. A Evoluo da Contabilidade no Brasil Rio de Janeiro: FGV, 2005.

IUDCIBUS, Srgio de. Teoria da Contabilidade. 5 ed. So Paulo: Atlas, 1997.REIS, Aline de J.; SILVA, Selma Leal. A histria da contabilidade no Brasil. Bahia: Salvador

SILVA, Jssica M. A queda da contabilidade europeia e a ascenso do modelo contbil norte-americana no Brasil: uma reviso de literatura. Minas Gerais: Patos de minas, 2012.

PICETTI, Fabiano M.; CARRARO, Wendy H. Anlise das mudanas na contabilidade brasileira. Rio Grande do Sul; 2011.LIMA, Barabara B. M.; SANTOS, Regiane N.; BARBAIS, Jovana R. Contabilidade: um estudo histrico sobre a evoluo desta cincia. Mato Grosso do Sul, 2007. Data de acesso: 13/10/2014.

FERREIRA, Thyago. Escolas pensamento cincias contbeis. Piau, 2014. Data de acesso: 13/10/2014.

SILVA, Rodrigo A. C. Trinta anos de saudade do gnio patrimonialista. 2007. Data de acesso: 13/10/2014.

BRASIL. Constituio ( 1988 ). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF, Senado, 1988.

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