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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROGRAMA A VEZ DO MESTRE PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde Por: Mariana Mendes Campos Orientador Professora Maria Esther de Araujo Oliveira Rio de Janeiro Janeiro/2011

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Page 1: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROGRAMA A VEZ DO MESTRE

PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

Por: Mariana Mendes Campos

Orientador

Professora Maria Esther de Araujo Oliveira

Rio de Janeiro

Janeiro/2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROGRAMA A VEZ DO MESTRE

PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde

Apresentação de monografia a Universidade Candido Mendes como condição prévia a conclusão do curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Gestão Ambiental

Por: Mariana Mendes Campos

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RESUMO

Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano

de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina a

legislação brasileira. No primeiro capítulo foi feita a análise da legislação

relativa aos resíduos de serviço de saúde, mostrando a evolução das

normas e algumas definições importantes para o entendimento do tema.

No capítulo 2 as etapas do PGRSS, conforme RDC Anvisa 306, foram

explicadas detalhadamente e, o capitulo 3 avalia a necessidade de

implantar o plano. Após a pesquisa pode–se concluir alguns pontos

importantes, dentre eles: a legislação brasileira tem evoluído bastante no

tocante aos resíduos de saúde; com o plano implantado ocorre além da

redução do volume de resíduos contaminados, visto que a segregação é

realizada na fonte de geração, a redução do número de acidentes de

trabalho, devido ao seu correto acondicionamento dos resíduos, e

diminuição da contaminação do meio ambientes devido a garantia do

tratamento do resíduo conforme suas características.

.

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METODOLOGIA

Esta monografia tem por objetivo expor pesquisa a respeito do

tema que inicialmente será conduzida visando levantamento do histórico

acerca da legislação e esclarecimento de algumas definições

importantes para melhor entendimento das etapas seguintes. Nos

capítulos 2 e 3 serão detalhadas e analisadas as etapas do plano de

gerenciamento de resíduos de serviço de saúde conforme determina a

legislação.

A principal fonte de consulta será a legislação porém revistas,

internet, manuais e artigos também serão utilizados para elaboração

deste trabalho, as informações são oriundas de fonte primária e

secundária e a pesquisa possui característica descritiva, explicativa e

bibliográfica.

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SUMÁRIO

Introdução 8

Capítulo I - Análise da legislação

1.1. Histórico 11

1.2. Definições 12

1.3. Legislação 16

Capítulo II - As etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviço de Saúde

2.1. Segregação 19

2.2. Acondicionamento 19

2.3. Identificação 21

2.4. Transporte Interno 22

2.5. Armazenamento Temporário 23

2.6. Tratamento 23

2.7. Armazenamento Externo 25

2.8. Coleta e Transporte Externo 25

2.9. Disposição Final 27

Capítulo III - A necessidade de elaborar o Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde

3.1. A implantação 29

3.2. Avaliação 33

Conclusão 36 Bibliografia 38 Anexo 40

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INDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplo de acondicionadores 20

Figura 2 – Símbolos de identificação de resíduos 21

Figura 3 – Cores de identificação de resíduos 22

Figura 4 – Identificação de veículos de transporte de Classe I 26

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INDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Capacidade instalada de tratamento de RSS no Brasil 24

Tabela 2 – Avaliação das características gerais de gestão de recursos e

resíduos nas instalações de saúde 40

Tabela 3 – Avaliação do ciclo de gestão de resíduos 42

Tabela 4 – Desempenho operacional 46

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INTRODUÇÃO

Desde o início da humanidade, quando as populações se uniram

e passaram a viver em cidades houve a produção de resíduos, no inicio

constituído principalmente por matéria orgânica, porém com o passar

dos anos houve evolução dos seres humanos e por conseqüência dos

rejeitos produzidos por suas atividades.

Em virtude do processo de industrialização houve significativa

modificação das características físico-químicas dos resíduos produzidos

e aumento notório em sua geração, causando grande impacto ao meio

ambiente, originado principalmente devido a disposição final destes em

local inadequados.

O quadro ambiental gerado pelas atividades dos seres humanos

tornou-se praticamente insustentável necessitando de soluções e

estratégias ágeis e eficazes para redução ou eliminação no momento da

geração, tratamento, destruição e/ou destinação final dos resíduos.

Dentre os diversos tipos de resíduos, os RSS – Resíduos de

Serviço de Saúde, gerados em estabelecimentos que efetuam

atendimento a saúde humana ou animal merecem atenção especial

diante da elevada contaminação biológica, química e radioativa

apresentando risco potencial a saúde humana e ao meio ambiente.

Diversas leis e normas foram criadas para estabelecer

procedimentos desde a geração até a destinação final dos RSS, onde

gerador, transportador e destinador final são responsáveis ou co-

responsáveis podendo sofrer sanções e penalidades.

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Conforme estabelecido pela RDC 306, de 7 de dezembro de

2004, todos os geradores de RSS devem elaborar o Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS), que deve

contemplar as etapas: segregação na fonte, acondicionamento,

identificação, transporte interno, armazenamento, identificação,

armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo,

coleta, transporte externo e disposição final.

O PGRSS é um conjunto de procedimentos que tem por objetivo

garantir o correto gerenciamento dos RSS, deve ser planejado e

implementado por um corpo técnico e precisa obedecer a legislação

específica.

A elaboração do PGRSS reduz o volume de resíduos

contaminados visto que no momento da geração deve ocorrer a

segregação de acordo com as características de cada resíduo, previne

riscos a saúde e ao meio ambiente uma vez que com todas as etapas

mapeadas garante-se a eficiência do plano, além de reduzir o número

de acidentes ocupacionais pois os resíduos são acondicionados de

maneira correta.

O tratamento adequado dos resíduos além de reduzir os impactos

causados ao meio ambiente proporciona minimização de infecções

hospitalares, maior confiabilidade dos serviços prestados, economia de

recursos, melhoria da qualidade de vida das gerações atuais e futuras,

cumprimento das exigências e requisitos legais e melhor relacionamento

com as entidades fiscalizadoras.

Para melhor entendimento do assunto essa monografia foi

dividida em três capítulos conforme abaixo:

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No primeiro capítulo foi discutida a legislação pertinente ao tema

no tocante a caracterização dos resíduos, elaboração do PGRSS e

sanções legais.

No segundo capítulo abordam-se as etapas do Plano de

Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde.

No terceiro capítulo avalia-se a necessidade de confecção do

PGRSS pelos hospitais.

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CAPÍTULO I – ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO

Neste capítulo serão analisadas as leis e normas técnicas não somente

referente à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de

Saúde, mas também a classificação dos resíduos, etapas do gerenciamento e

multas e sanções impostas aos infratores.

1.1. Histórico:

No final da década de 70 iniciou-se a preocupação com os RSS quando

o Ministério do Interior regulamentou a Portaria 53/79 que dispõe sobre

tratamento e destinação final de resíduos sólidos de qualquer natureza. A

norma apesar de não ser específica para RSS determina que todos os resíduos

contaminados por patogênicos deveriam ser incinerados.

Em agosto de 1993 foi publicada a Resolução CONAMA 05, que dispõe

sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos,

terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços

de saúde.

A Resolução CONAMA 06 que foi aprovada em setembro de 1991,

estabeleceu que os órgãos estaduais de meio ambiente deveriam estabelecer

normas para tratamentos dos RSS desobrigando assim que os mesmos

passassem pelo processo de incineração.

Em agosto de 2001 foi aprovada a Resolução CONAMA 283 que dispõe

sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

Em abril de 2005 as resoluções anteriores foram revogadas através da

CONAMA 358 que abrange todas as etapas do gerenciamento de resíduos de

serviço de saúde.

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A RDC Anvisa 33 de fevereiro/2003 que determinava o regulamento

técnico para gerenciamento de RSS foi revogada pela RDC Anvisa 306, em

dezembro/2004.

Nos próximos itens as normas em vigor serão analisadas com maior

profundidade.

1.2. Definições:

Antes da discussão da legislação torna-se necessário a definição de

alguns termos importantes para entendimento do assunto.

A NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

define resíduos sólidos como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

E classifica os resíduos como I – Perigosos e II – Não Perigosos, a

classe II pode ser dividida em IIA – Inerte e IIB – Não Inerte.

Resíduos perigosos (Classe I) são os que apresentam inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenecidade e, resíduos não

perigosos (Classe II) são os demais.

Conforme a NBR 10.004 as definições de resíduos inertes e não inertes

são:

Resíduos classe II A - Não inertes Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos

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termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos classe II B - Inertes Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G.

Os resíduos inertes (II B), conforme Szabó Junior (2008, p. 107) devem

ser encaminhados a reciclagem uma vez que reduz o passivo encaminhado a

aterros, aumentando assim sua vida útil.

A Resolução CONAMA 358 define Resíduos de Serviço de Saúde –

RSS como resíduos provenientes de:

Serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares.

De acordo com a RDC Anvisa 306 os resíduos possuem a seguinte

classificação:

Grupo A

Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.

Grupo B

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Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Grupo C

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.

Grupo D

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.

Grupo E

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

O Grupo A se subdivide em:

A1

- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.

- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.

- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.

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- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

A2

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.

A3

- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.

A4

- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.

- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.

- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.

- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.

- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.

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- Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica.

- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações.

- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.

A5

- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

1.3. Legislação:

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS)

aproximadamente 3% dos resíduos sólidos urbanos são resíduos de

serviço de saúde, e desse valor entre 10 e 25 % necessitam de

tratamento antes da disposição final.

De acordo com a RDC Anvisa 306, os resíduos do grupo A4 não

precisam de tratamento antes da disposição final, podem ser dispostos

em local adequado, licenciado e específico para RSS, os demais do

grupo A devem ser tratados conforme suas características. Porém o

CONAMA 358 o Grupo A4 deve ser disposto em vala específica para

RSS, caso não haja disponibilidade deve ser tratado como os demais do

Grupo A.

O Brasil gera cerca de 2.000 toneladas / dia de RSS e quase a

totalidade não recebe tratamento adequado antes da disposição final.

Em vários locais os resíduos são queimados a céu aberto e em alguns

ocorrem a disposição em valas sépticas e em muitos casos os resíduos

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são dispostos diretamente no solo, os conhecidos “lixões”. Estima-se

que somente em 20% dos municípios ocorre o tratamento conforme

determina a legislação, autoclave, incineração e microondas.

A RDC Anvisa 306 e o CONAMA 358 estabelecem formas de

tratamento prévio a disposição final conforme o grau de contaminação

dos resíduos. Os resíduos contaminados com agente biológico Classe

de Risco 4, isto é, que possuem elevado risco individual e elevado risco

para a comunidade, devem ser descontaminados até o Nível III de

inativação microbiana.

O Nível III, conforme a RDC 306, deve inativar bactérias

vegetativas, fungos, vírus lipofílicos e hidrifílicos, parasitas e

micobactérias com redução igual ou maior que 6Log10, e inativaçãode

esporos do B. stearotermophilus ou de esporos do B. subtilis com

redução igual ou maior que 4Log10.

A Constituição também menciona em alguns artigos o meio

ambiente, estabelece que é competência da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios proteger o meio ambiente. E, determina que os

municípios devam prestar o serviço de gestão de resíduos sólidos

diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, visto que é

um serviço essencial e de interesse público.

No Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de

Saúde, produzido pela ANVISA consta que:

A Resolução CONAMA nº358/05 trata do gerenciamento sob o prisma da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente. Promove a competência aos órgãos ambientais estaduais e municipais para estabelecerem critérios para o licenciamento ambiental dos sistemas de tratamento e destinação final dos RSS. Por outro lado, a RDC ANVISA nº 306/04 concentra sua regulação no controle dos processos de segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final.

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Estabelece procedimentos operacionais em função dos riscos envolvidos e concentra seu controle na inspeção dos serviços de saúde.

As duas normas citadas acima estabelecem que cabe ao gerador

do resíduos a responsabilidade por sua destinação final, baseadas na

teoria da responsabilidade objetiva prevista no Código Civil Brasileiro.

Ambas consideram também o principio do poluidor pagador, da Política

Nacional do Meio Ambiente que prevê reparo dos danos ou indenização

pelo poluidor.

Page 19: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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CAPÍTULO II – AS ETAPAS DO PLANO DE

GERENCIEMANTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE

SAÚDE

Neste capítulo serão detalhadas todas as etapas para elaboração

do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde.

2.1. Segregação

A segregação dos resíduos deve ocorrer no momento de sua

geração de acordo com as características físicas, químicas e biológicas

e seu estado físico.

2.2. Acondicionamento

Consiste em embalar os resíduos segregados em sacos ou

recipientes rígidos que evitem vazamentos e ações de punctura e

ruptura.

Resíduos sólidos devem ser armazenados em sacos constituídos

de material resistente, estes devem estar contidos em recipientes de

material lavável e resistente provido de tampa com abertura e

fechamento sem contato manual.

O acondicionamento de resíduos líquidos deve ser em recipiente

rígido de material compatível com o líquido armazenado, resistente,

rígido, estanque e com tampa rosqueada e vedante.

Parte dos resíduos do Grupo A1, Grupo A2 e Grupo A4 devem ser

acondicionados em sacos plásticos brancos leitosos. Os resíduos do

Grupo A1 que contem contaminação por agentes Classe de Risco 4 e

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bolsas transfusionais, sobras de amostra de laboratório contendo

sangue e líquidos corpóreos, Grupo A3 e Grupo A5 devem ser

acondicionados em sacos plásticos vermelhos.

Os sacos plásticos devem ter sua utilização reduzida a somente

2/3 de sua capacidade e substituídos pelo menos uma vez a cada 24

horas.

No acondicionamento dos resíduos químicos deve-se levar em

consideração alem de seu estado físico sua composição, pois pode

haver reação entre os componentes da embalagem com o produto.

Os perfurocortantes devem ser acondicionados em recipientes

rígidos, resistentes a punctura, ruptura e vazamento, com tampa e

devidamente identificados.

Alguns exemplos dos acondicionadores citados acima estão

abaixo.

Figura 1 – Exemplos de acondicionadores

Page 21: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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2.3. Identificação

A identificação deve ser colocada nos sacos, recipientes de

coleta, transporte e locais de armazenamento, em local de fácil

visualização.

Na figura abaixo estão os símbolos de identificação de acordo

com o tipo de resíduo conforme NBR 7.500 da ABNT.

Explosivo

Inflamável

Não tóxico

Não inflamável

Tóxico

Líquido inflamável

Sólido inflamável

Substância de

combustão

espontânea

Substância que

reage com água

gerando gases

Substância

oxidante

Substância

infectante

Substância tóxica

Substância

nociva

Substância

radioativa

Substância

corrosiva

Figura 2 – Símbolos de identificação de resíduos

Page 22: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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Os resíduos do Grupo D destinados a reciclagem tem cores de

identificação diferenciada estabelecidas pela resolução CONAMA

275/01. A figura abaixo apresenta alem da identificação dos resíduos

recicláveis, as cores dos demais.

Figura 3 – Cores de identificação de resíduos

2.4. Transporte Interno

Consiste na movimentação dos resíduos no interior do

estabelecimento, isto é, o translado do local de geração ao

armazenamento temporário ou externo.

O transporte deve ser executado conforme roteiro programado

previamente e em horários em que não haja distribuição de roupas,

alimentos ou medicamentos, visitas e grande fluxo de pessoas.

Os recipientes devem ser constituídos de material estanque,

rígido, lavável, impermeável e providos de tampa articulada. Os que

possuírem capacidade acima de 400L devem possuir válvula de dreno

no fundo.

Page 23: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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2.5. Armazenamento Temporário

O armazenamento temporário dos recipientes contendo os

resíduos acondicionados deve ser em local de fácil acesso, próximo ao

local de geração, deve ter pisos e paredes lisas.

No caso de sala exclusiva para armazenamento de resíduos deve

ter a identificação “Sala de Resíduos”.

Não é permitido o manuseio dos sacos contendo resíduos dos

recipientes estacionados no local.

Resíduos químicos devem obedecer a NBR 12.235 da ABNT e

resíduos de fácil putrefação devem ser conservados sob refrigeração

quando a coleta tiver ocorrido em período superior a 24 horas.

2.6. Tratamento

É a aplicação método, técnica ou processo que reduzam ou

elimine os riscos de contaminação, eliminando o risco de contaminação,

acidentes ocupacionais ou dano ao meio ambiente.

O tratamento pode ser executado pelo próprio gerador do resíduo

ou por uma empresa contratada devidamente autorizada para tal

atividade. No caso de processos de autoclavagem em laboratórios

visando redução da carga microbiana a licença ambiental é dispensada,

sendo a eficácia do processo responsabilidade do próprio, comprovada

por meio de testes de controle químico e biológicos.

Os resíduos pertencentes ao grupo A1 devem ser submetidos a

processo de tratamento para inativação da carga microbiana até o Nível

III, os do Grupo A2, alem da inativação devem ser posteriormente

Page 24: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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incinerados. Os do Grupo A3 podem ser incinerados, cremados ou

dispostos diretamente em aterro, enquanto A4 não sofre tratamento e A5

o tratamento é a incineração.

A maior capacidade instalada de tratamento de RSS no Brasil

situa-se na região sudeste, na tabela abaixo estão os dados em

toneladas / dia da Pesquisa Abrelpe de 2008.

Região Autoclave Incineração Microondas Total

Norte - 4,0 - 4,0

Nordeste 17,0 53,6 - 70,6

Centro Oeste 3,0 25,0 - 28,0

Sudeste 147,0 83,7 151,0 381,7

Sul 34,2 4,5 7,0 45,7

Total 201,0 170,8 158,0 530,0

Tabela 1- Capacidade instalada de tratamento de RSS no Brasil

O tratamento dos resíduos do grupo B pode ser reutilização,

reciclagem, recuperação dentre outros, a confirmação do tratamento

depende de sua composição.

Os resíduos orgânicos, flores, resíduos de podas de árvore e

jardinagem, sobras de alimentos e restos alimentares podem ser

encaminhados para compostagem desde que não tenham mantido

contato com secreções, excreções ou outro fluido corpóreo.

Page 25: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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Os perfurocortantes contaminados com agente biológico Classe

de Risco 4 devem submetidos a tratamento para redução da carga

microbiana ao Nível III.

2.7. Armazenamento Externo

É a guarda dos recipientes contendo resíduos até a coleta

externa, também é chamado de abrigo de resíduos. Deve e possuir fácil

acesso aos veículos coletores e não é permitido o armazenamento de

sacos fora dos recipientes.

O abrigo precisa conter no mínimo dois ambientes distintos e

separados, um para armazenamento do Grupo D e outro para o Grupos

A juntamente com o E.

É necessário prever um local especifico para limpeza e

desinfecção dos recipientes coletores.

2.8. Coleta e Transporte Externos

É a remoção dos resíduos até a unidade de tratamento e

destinação final.

As regras para transporte de resíduos radioativos são impostas

pela CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.

O transporte de resíduos Classe I é regulamentado por diversas

normas, dentre elas a Resolução 420 da ANTT que estabelece alguns

itens importantes para a segurança no transporte.

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26

Os veículos de transporte devem ser identificados através de

rótulo de risco e painel de segurança conforme determina Portaria 349

de junho/02 do Ministério dos Transportes.

Os rótulos de risco identificam a classe dos resíduos e os painéis

de segurança contêm o número das Nações Unidas (ONU) e o número

de risco dos produtos.

Visão frontal

Visão traseira para um

produto transportado

Visão lateral para um produto

transportado

Visão lateral para mais de um produto

transportado

Visão lateral para mais de um produto transportado em

compartimentos distintos

Visão traseira para mais de um produto

transportado

Visão lateral de veículo de pequeno porte

Figura 4 – Identificação de veículos de transporte de Classe I

A documentação para transporte de é composta de:

- Documento fiscal contendo nome apropriado para embarque, classe,

subclasse, número ONU, quantidade total por produto perigoso,

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27

declaração do expedidor que o produto está adequadamente

acondicionado para suportar o carregamento, transporte e

descarregamento.

- Certificado de Capacitação – Certificado de Inspeção para o

Transporte de Produto Perigoso (CIPP) – original do veículo expedido

pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial (INMETRO) ou instituição por ela credenciada.

- Documento de qualificação do motorista para transportar resíduos

perigosos.

- Ficha de emergência contendo instruções para o caso de acidentes,

expedida com informações passadas pelo gerador do resíduo.

- Envelope de segurança contendo ficha de emergência e documento

fiscal.

- Manifesto de resíduos, documento emitido através do INEA contendo

informações do resíduo, gerador, transportador e destinador. Este

documento é regulamentado pela DZ 1310 emitida pelo INEA e

regulamentada pela CECA nº 4.497 em setembro de 2004.

2.9. Disposição Final

Consiste na disposição de resíduos no solo previamente

preparado para tal atividade.

As formas de disposição final dos resíduos do grupo A são:

A1: Aterro sanitário;

A2: Aterro sanitário ou cemitério de animais;

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28

A3: Sepultamento em cemitério;

A4: Aterro sanitário;

A5: Não há.

Resíduos do Grupo B no estado sólido, quando não tratados

devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos.

É de suma importância que todas as etapas listadas acima sejam

cumpridas para garantir a eficiência do plano.

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29

CAPÍTULO III

A IMPLANTAÇÃO E AVALIAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE

SAÚDE

Neste capítulo serão analisados alguns itens importantes no

processo de implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviço de Saúde e sua posterior avaliação.

3.1. A implantação

Após a definição das etapas do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) detalhadas no capítulo

anterior, deve-se implementá-lo, abaixo estão os itens que devem conter

no documento:

- Identificação de um responsável técnico;

- Composição da equipe de trabalho;

- Distinção dos tipos de resíduos gerados;

- Métodos de minimização dos resíduos (reciclagem, reuso, etc.)

- Indicação dos locais de geração dos resíduos;

- Geração diária dos resíduos;

- Integração das normas com a rotina diária do estabelecimento;

- Pessoas envolvidas no processo;

- Treinamento e capacitação dos funcionários;

- Identificação das tecnologias;

- Elaboração da rotina diária;

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30

- Avaliação e controle do plano.

Os benefícios que trazem não só à saúde pública como também

ao meio ambiente são os pontos determinantes para justificar o

empenho necessário para a implantação do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviços de Saúde.

Com a obrigação da elaboração do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde espera-se uma nova visão no tratamento

dos resíduos de serviço de saúde, tendo como objetivo não só o bem

estar dos profissionais ligados à saúde e ao meio ambiente, mas

também a população em geral.

Os funcionários que trabalham diretamente nos processos com

contato direto ao resíduo, tais como: higienização de ambientes, coleta,

transporte, tratamento, e armazenamento de resíduos, devem ser

submetidos a exames médicos regulares e imunizados de acordo com o

Programa Nacional de Imunização, além de treinados através de cursos

de capacitação e de educação continuada para as atividades de manejo

de resíduos e responsabilidade com sua higiene pessoal, dos materiais

e dos ambientes.

Um dos itens mais importantes na implantação do PGRSS é o

treinamento dos funcionários, pois são peças fundamentais na correta

segregação e acondicionamento dos resíduos na fonte geradora.

Conforme já mencionado anteriormente nem todos os resíduos

gerados em locais com atividades relacionadas à saúde necessitam de

cuidados especiais. Com a segregação adequada, a redução do volume

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31

de resíduos contaminados é notória, impedindo que todos os resíduos,

contaminados ou não, sejam caracterizados como Classe I.

Estima-se que apenas 40 % de todos os resíduos de serviço de

saúde necessitam de tratamento especial, então deve-se atentar para a

segregação correta visando a não contaminação de resíduos Classe D,

evitando assim o aumento dos valores gastos com o tratamento destes

resíduos.

Com o manejo inadequado os RSS podem contribuir

contaminação biológica, química e física do solo, água e ar, submetendo

a população ao contato direto ou indireto com vetores.

O gerenciamento incorreto dos resíduos pode causar aumento na

incidência de acidentes de trabalho devido ao acondicionamento

incorreto de resíduos perfurocortantes e aumento nos casos de infecção

hospitalar.

Os indivíduos com maior probabilidade de entrar em contato com

resíduos durante o manejo são:

- Funcionários dos serviços de saúde;

- Funcionários de laboratório;

- Trabalhadores que lidam com resíduos;

- Viciados em substâncias;

- População em geral.

Nos países com baixa renda, além dos indivíduos citados acima,

alguns grupos tem maior risco de contato com RSS, são eles:

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- Catadores de lixo, normalmente buscando resíduos recicláveis e

frequentemente sem uso de equipamentos de proteção individual;

- Pacientes, através do uso de equipamentos médicos sem esterilização

adequada.

A disposição final inadequada dos resíduos tem levado à

transmissão de doenças como infecções gastroentéricas, infecções

respiratórias, infecções na pele, olhos e várias outras incluindo HIV,

Hepatite B e C, registradas em todo o mundo.

Além da contaminação da população pode ocorrer a

contaminação do meio ambiente, segundo o Estudo para Gestão de

Resíduos de Serviço de Saúde no Brasil, da Abrelpe:

“Os resíduos depositados em aterros sanitários ou em lixões imediatamente se tornam parte do sistema hidrológico predominante. Os fluídos derivados da água da chuva, derretimento da neve e do lençol freático, juntamente com os líquidos gerados pelos resíduos através dos processos de hidrólise e solubilização, ocasionados por uma série de reações bioquímicas complexas durante a degradação dos resíduos orgânicos, percolam através do depósito e mobilizam outros componentes dentro dos resíduos. O chorume resultante, posteriormente migra do aterro ou do lixão e tem o potencial de contaminar o lençol freático local, seja através da infiltração direta no local ou através de infiltração da água escoada carregada de chorume para fora do local de sua geração. Quando uma quantidade significativa de resíduos de serviços de saúde é disposta em lixões a céu aberto existe um risco maior da migração de infecções com o chorume através da infiltração nas fontes de água potável alimentadas pelo lençol freático.

Além disso, resíduos químicos e farmacêuticos dispostos em quantidades menores ou significativas nos lixões podem lixiviar substâncias tóxicas no lençol freático ou nas águas superficiais próximas, onde tais materiais podem ser consumidos por plantas e animais, contaminar o abastecimento de água potável para a

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população ou volatilizar e contaminar o ar interno em edificações próximas. Em áreas secas, a contaminação do solo pode se espalhar através de poeira levada pelo vento. Uma vez que a contaminação do solo migra para os corpos d´água, ela também pode se acumular em sedimentos, o que pode ser muito difícil de remediar, podendo afetar os ecossistemas e a saúde humana do local. Os efeitos potenciais podem ser agudos ou crônicos.”

3.2. Avaliação

O plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde não é

somente um registro de procedimentos, vai além, pois determina

condições de implantação e acompanhamento. Grande parte das

informações necessárias a elaboração do PGRSS vem das analises

realizadas no diagnóstico inicial, daí a diferenciação dos planos ainda

que os estabelecimentos possuam as mesmas características e ramos

de atuação.

É normal ocorrer alterações e até mesmo substituição do plano

inicial durante o processo de implantação, pois é assim que se constitui

uma base sólida para acertos e ajustes.

Após a implantação do PGRSS deve-se fazer análise e caso seja

necessário alterá-lo conforme a necessidade do estabelecimento. W.

Townend e C. Cheeseman elaboraram um sistema de avaliação para

análise de novas tecnologias e do sistema de gestão e avaliação da

eficiência do sistema atual.

Em anexo estão algumas tabelas de para avaliação do plano de

gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, são elas: avaliação das

características gerais da gestão de recursos e resíduos nas instalações

Page 34: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

34

de saúde, avaliação do ciclo de gestão de resíduos e análise de

desempenho operacional.

Na tabela 2 (anexo) observa-se a avaliação das características

gerais da gestão de recursos de acordo com os parâmetros:

- Gestão geral

- Questões sociais

- Saúde e segurança

- Uso de água e energia

- Compras e suprimento

A avaliação do ciclo de gestão de resíduos é elaborada conforme

tabela 3 (anexo) de acordo com os parâmetros:

- Gestão de resíduos

- Transporte de resíduos

- Reciclagem e reuso de resíduos

- Tratamento de resíduos

- Disposição final fora do local

Após a definição dos níveis das tabelas anteriores deve-se definir

em que nível geral operacional a empresas se encontra, conforme

observado na tabela 4 (anexo) os níveis de desempenho operacional

são classificados de 0 (zero) a 4 (quatro), onde o nível 0 caracteriza a

operação de maneira insustentável com relutância em mudar, seguindo

de forma crescente até o nível 4 que classifica a operação de forma

positiva com características associadas ao desenvolvimento sustentável.

Page 35: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

35

É importante avaliar periodicamente o plano de gerenciamento de

resíduos de serviço de saúde do estabelecimento seja por ação de

indicadores, como por exemplo redução na geração de resíduos

contaminados e redução do número de acidentes de trabalho, ou através

de métodos já testados como a avaliação de desempenho operacional.

O plano além de ser avaliado para verificar o andamento dos

procedimentos deve ser revisto sempre que houver alguma alteração na

rotina de trabalho ou mudança na legislação ou tecnologias de

tratamento prévio a disposição final do resíduo.

Page 36: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

36

CONCLUSÃO

Diante dos argumentos apresentados conclui-se que de há

realmente necessidade de elaboração do Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde pelos geradores de resíduos de serviço

de saúde.

Após a ampla pesquisa efetuada verifica-se que no

gerenciamento de resíduos provenientes de atividades de saúde

verificou-se que a geração de resíduos é inerente a atividade. E que não

havia normatização por parte do poder publico de como estes resíduos

deveriam ser tratados, então cada hospital descartava como

determinava.

É importante afirmar que a legislação tem sido aceita pelos

estabelecimentos de saúde e profissionais não somente como um

conjunto de normas impostas e sim como um conjunto de ações com o

objetivo de preservar o meio ambiente e bem estar coletivo.

A legislação ambiental brasileira tem evoluído a cada dia, as leis

têm sido confeccionadas e aprovadas com critérios restritivos e

punitivos. Não se pode esquecer que a legislação foi desenvolvida por

um corpo técnico composto por várias áreas de formação daí sua vasta

abrangência.

O PGRSS não deve ser visto como mais um documento a ser

elaborado, mas sim uma composição de vários itens integrantes do

sistema que contempla desde a geração até a disposição final dos

resíduos gerados pelos estabelecimentos ligados a saúde. É importante

avaliar e realizar os ajustes necessários para garantir a eficiência do

plano. As penalidades impostas pelo não cumprimento da lei vão desde

Page 37: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

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pequenas sanções administrativas, passando por multas, até interdição

do estabelecimento.

A responsabilidade pelo correto gerenciamento dos resíduos de

saúde por eles gerados, e cabe aos órgão públicos de acordo com suas

competências, a gestão, regulamentação e fiscalização.

Com o plano em operação pode-se garantir:

- Redução na quantidade de resíduos classificados como Classe I, uma

vez que ocorrerá a segregação na fonte;

- Manejo adequado dos resíduos de cada grupo conforme

procedimentos estabelecidos no PGRSS;

- Reciclagem dos resíduos comuns não contaminados, devido a

segregação correta;

- Controle de infecção hospitalar e acidentes ocupacionais;

- Melhorias nas medidas de segurança, saúde, meio ambiente e higiene

no estabelecimento;

- Proteção ao meio ambiente e saúde.

Page 38: PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos … RESUMO Esta monografia tem por objetivo avaliar a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde conforme determina

38

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Paulo: Abiquim, 2002.

ü Manual RDC Anvisa N 306/04 - Aspectos jurídicos da Resolução da

Diretoria Colegada da Anvisa sobre Resíduos de Serviços de Saúde.

Brasilia: Anvisa, 2006.

ü MAVROPOULOS, A. Estudo para a Gestão de Resíduos de Serviços de

Saúde no Brasil, São Paulo: Abrelpe, 2010.

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ü Revista Limpeza Pública, nº 72. São Paulo: ABLP, 2009.

ü Revista Limpeza Pública, nº 75. São Paulo: ABLP, 2010.

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ü DZ 1310 do INEA de 2004

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ü NBR 12.235 da ABNT

ü NBR 7.500 da ABNT.

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ü RDC Anvisa 306 de 2004.

ü RDC Anvisa 33 de 2003.

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ü Resolução Conama 05 de 1993.

ü Resolução Conama 06 de 1991.

ü Resolução Conama 275 de 2001.

ü Resolução Conama 283 de 2001.

ü Resolução Conama 358 de 2005.

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40

ANEXOS

Nível Gestão geral Questões sociais Saúde e segurança

Uso de energia e água

Compras e suprimento

0

- Gestão não consciente do desenvolvimento sustentável (DS).

- Sem compromisso com DS.

- Sem realização de balanço de massa.

- Evidência de corrupção.

- Falta de conscientização sobre o melhor valor.

- Sem melhoria continuada.

- Sem ISO 14001

- Sem conselho consultivo do pessoal.

- Sem conselho consultivo dos pacientes.

- Sem conselho de saúde e segurança.

- Sem representantes de saúde e segurança.

- Sem política de oportunidades iguais.

- Sem Investidor para projetos para a População ou similar.

- Consciência sobre Saúde e segurança (S&S).

- Sem política de S&S.

- Sem assessor de S&S.

- Sem posters sobre S&S.

- Equipamentos de proteção básicos.

- Sem política de energia.

- Sem checagem do uso de energia.

- Sem fontes de energia renovável.

- Construções sem isolamento.

- Sem checagem do consumo de água.

- Sem inspeção para detectar desperdício de água.

- Sem esquema de carona de pessoal.

- Pequena porcentagem do uso de transporte público.

- Compras e suprimento não coordenados.

- Sem especificações detalhadas para os bens.

- Sem prevenção de resíduos.

- Preocupação com a taxa de uso devido a circunstâncias econômicas.

- Sem preocupação com a produção limpa realizada pelos fornecedores.

1

- Alguma consciência da gestão superior sobre desenvolvimento sustentável (DS).

- Compromisso mínimo com DS.

- Sem realização de balanço de massa.

- Evidência de corrupção.

- Mínima conscientização sobre o melhor valor.

- Mínima melhoria continuada.

- Sem ISO 14001

- Sem conselho consultivo do pessoal.

- Sem conselho consultivo dos pacientes.

- Sem conselho de saúde e segurança.

- Sem representantes de saúde e segurança.

- Alguma política de oportunidades iguais.

- Sem Investidor para projetos para a População ou similar.

- Política de Saúde e segurança (S&S).

- Sem implantação da política.

- Sem assessor de S&S.

- Sem posters sobre S&S.

- Equipamentos de proteção básicos.

- Sem política de energia.

- Checagem do uso de energia.

- Sem fontes de energia renovável.

- Algumas construções com isolamento.

- Sem checagem do consumo de água.

- Sem inspeção para detectar desperdício de água.

- Sem esquema de carona de pessoal.

- Porcentagem média do uso de transporte público.

- Algum controle sobre os fornecedores.

- Sem especificações detalhadas para os bens.

- Sem prevenção de resíduos.

- Sem preocupação com a produção limpa realizada pelos fornecedores.

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41

2

- Toda a gestão superior consciente sobre desenvolvimento sustentável (DS).

- Algum compromisso com DS.

- Sem realização de balanço de massa.

- Sem evidência de corrupção.

- Mínima conscientização sobre o melhor valor.

- Alguma melhoria continuada.

- Sem ISO 14001

- Sem conselho consultivo do pessoal.

- Sem conselho consultivo dos pacientes.

- Sem conselho de saúde e segurança.

- Com representantes de saúde e segurança.

- Política de oportunidades iguais.

- Sem Investidor para projetos para a População ou similar.

- Política de saúde e segurança (S&S).

- Avaliação básica de risco.

- Pessoa responsável por S&S..

- Posters sobre S&S.

- Equipamentos de proteção básicos.

- Sem política de energia.

- Checagem do uso de energia.

- Algumas fontes de energia renovável.

- Algumas construções com isolamento.

- Checagem do consumo de água.

- Sem inspeção para detectar desperdício de água.

- Sem esquema de carona de pessoal.

- Porcentagem média do uso de transporte público.

- Algum controle sobre os fornecedores através de processos licitatórios.

- Algumas especificações detalhadas para os bens.

- Sem prevenção de resíduos.

- Sem preocupação com a produção limpa realizada pelos fornecedores.

3

- Parte da gestão superior treinada em desenvolvimento sustentável (DS).

- Algum compromisso com DS.

- Sem realização de balanço de massa.

- Sem evidência de corrupção.

- Conscientização sobre o melhor valor.

- Alguma melhoria continuada.

- Sem ISO 14001

- Conselho consultivo do pessoal.

- Sem conselho consultivo dos pacientes.

- Conselho de saúde e segurança.

- Com representantes de saúde e segurança.

- Política de oportunidades iguais.

- Sem Investidor para projetos para a População ou similar.

- Política de Saúde e segurança (S&S).

- Avaliação e controle de risco.

- Assessor de segurança em meio período.

- Posters sobre S&S.

- Alguns equipamentos de proteção.

- Política de energia.

- Checagem do uso de energia.

- Algumas fontes de energia renovável.

- Algumas construções com isolamento.

- Checagem do consumo de água.

- Sem inspeção para detectar desperdício de água.

- Sem esquema de carona de pessoal.

- Porcentagem média do uso de transporte público.

- Compras e fornecimento coordenados.

- Trabalho com fornecedores e prestadores de serviço para:

- Reduzir o uso de materiais.

- Reduzir as embalagens.

- Reduzir o uso de produtos químicos perigosos, por exemplo, CFCs.

- Gestão de estoques.

4

- Gestão superior treinada em desenvolvimento sustentável (DS).

- Alto compromisso com DS através da estrutura do conselho.

Conselho consultivo do pessoal.

- Conselho consultivo dos pacientes.

- Conselho de saúde e

- Política de Saúde e segurança (S&S).

- Avaliação integral de risco.

- Controle integral de risco.

- Assessor de

- Política de energia integral.

- Checagem regular do uso de energia.

- Algumas fontes de energia renovável.

-Compras e fornecimento coordenados.

- Trabalho com fornecedores e prestadores de serviço para:

- Reduzir o uso de

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42

- Realização de balanço de massa.

- Sem evidência de corrupção.

- Melhor valor e desenvolvimento continuado realizados.

- Com ISO 14001

segurança.

- Com representantes de saúde e segurança.

- Política integral de oportunidades iguais.

- Estrutura para

implantação de oportunidades iguais.

- Investidor para projetos para a População ou similar.

segurança em tempo integral.

- Amplo uso de Posters sobre S&S.

- Todos os equipamentos de proteção.

- Construções com isolamento.

- Checagem regular do consumo de água.

- Inspeção anual para detectar desperdício de água.

- Com esquema de carona de pessoal em operação.

- Alta porcentagem do uso de transporte público.

- Recuperação de calor e energia da disposição de resíduos.

materiais.

- Reduzir as embalagens.

- Identificar materiais para reciclagem.

- Reuso quando assim previsto.

- Reduzir o uso de produtos químicos perigosos.

- Gestão de estoques.

- Uso de produtos reciclados.

- Avaliação do ciclo de vida.

- Eliminação de outros metais pesados.

- Sempre considerar os custos de toda a vida

Tabela 2 - Avaliação das características gerais da gestão de recursos e

resíduos nas instalações de saúde

Nível Gestão de resíduos

Transporte de resíduos

Reciclagem e reuso

de resíduos

Tratamento de resíduos

Disposição fora do local

0

- Sem estratégia de gestão de resíduos.

- Resíduos organizados pelo pessoal de operação.

- Segregação limitada de alguns dos resíduos perigosos mais perigosos.

- Sem regulamentação ou controle da segregação.

- Coleta e transportes de Resíduos sólidos urbanos (RSU) em veículos abertos para todos os resíduos.

-Sem compactação.

- Algum reuso dos materiais.

- Reutilização de seringas.

- Sem reciclagem nas instalações de saúde.

- Autoclavagem dos resíduos de laboratórios.

- Incineração in loco dos resíduos perigosos em estado natural.

- Encapsulamento de materiais perigosos, por exemplo, objetos pontiagudos usando argamassa de cimento.

- Alguma queima em instalações de saúde em áreas

- Aterros de Nível 1.

- Catação e reciclagem por catadores que vivem nos lixões.

- Seringas recicladas para reuso.

- Animais e insetos presentes nos lixões.

- Poluição ambiental.

- Perigos à saúde

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43

- Containers de armazenamento não específicos.

- Sem código de cores.

-Resíduos jogados

fora da

construção.

remotas.

- Devolução de produtos farmacêuticos vencidos para o fornecedor.

- Desinfecção química de fluídos corporais e fezes para todas as doenças infecciosas.

- Poluição ambiental e perigo para a saúde pública devido à incineração em estado natural.

pública.

- Sem segurança no local.

1

- Sem estratégia de gestão de resíduos.

- Pessoa responsável em meio período.

- Alguma segregação dos resíduos perigosos, por exemplo, objetos pontiagudos e infecciosos, material radioativo.

- Containers específicos para armazenamento de materiais pontiagudos. Sem código de cores.

- Resíduos jogados fora da unidade.

- Coleta e transportes de Resíduos sólidos urbanos (RSU) em veículos fechados com compactador da maioria dos resíduos

- Coleta seletiva de resíduos em veículos fechados.

- Algum reuso dos materiais.

- Reutilização de seringas.

- Reciclagem mínima nas instalações de saúde.

-Tratamento por autoclavagem dos resíduos de laboratórios.

- Alguma queima em instalações de saúde em áreas remotas.

- Devolução de produtos farmacêuticos vencidos para o fornecedor.

- Usina de incineração de célula simples.

-Poluição ambiental pelo incinerador.

- Aterros de Nível 1.

- Alguma catação e reciclagem por catadores que vivem nos lixões.

- Seringas recicladas para reuso.

- Animais e insetos presentes nos lixões.

- Poluição ambiental.

- Perigos à saúde pública.

- Sem segurança no local.

2

- Política de costumes e de práticas.

- Pessoa responsável pela gestão de resíduos em meio período.

- Segregação dos resíduos perigosos.

- Coleta e transporte de RSU em veículos fechados com compactador para resíduos não perigosos.

- Veículos específicos para resíduos perigosos de RSS.

- Algum reuso dos materiais.

- Alguma reciclagem nas instalações de saúde, por exemplo, papel, papelão, metais.

-Tratamento por autoclavagem dos resíduos de laboratórios.

- Usinas de incineração com câmaras múltiplas.

- Sistemas alternativos de tecnologia de tratamento (por

- Aterros de Nível 2.

- RSS em áreas especialmente preparadas.

- Alguma poluição ambiental.

- Alguns perigos à saúde pública.

- Segurança

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- Containers e embalagem específicos para armazenamento de materiais pontiagudos e resíduos perigosos.

- Outros não especificados.

- Abrigo

- Documentação de transporte de produtos perigosos.

exemplo, microondas).

- Alguma poluição ambiental dos incineradores (Fora das Normas da UE).

durante o horário comercial.

- Sem cerca.

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-Estratégia e política de gestão local de resíduos.

- Gestor de resíduos em meio período.

- Segregação de alguns materiais: retornáveis, perigosos, infecciosos, radioativos, papel.

- Código de cores integral.

- Armazenamento de materiais perigosos em containers e embalagens aprovadas pelas Nações Unidas.

-Containers de objetos pontiagudos de acordo com a norma.

- Todos os resíduos em containers ou sacos de acordo com a norma.

- Limpeza de containers.

- Compactação quando apropriado.

- Complexo de resíduos em construção específica (abrigo).

- Coleta e transporte de RSU em veículos fechados com compactador para resíduos não perigosos.

- Aplicação dos requisitos da Convenção da Basiléia.

- Veículos específicos para resíduos perigosos de RSS.

- Documentação de transporte de produtos perigosos.

- Transportadores registrados.

- Nomeação de conselheiros para o transporte de produtos perigosos.

- Algum reuso dos materiais.

- Alguma reciclagem nas instalações de saúde, por exemplo, papel, cartuchos de impressora, óleo usado.

- Tratamento por autoclavagem dos resíduos de laboratórios in loco.

- Sistemas alternativos de tecnologia de tratamento de resíduos infecciosos.

- Incineração de materiais perigosos segundo as Normas de Incineração da UE.

- Usinas municipais de incineração segundo as Normas de Incineração da UE.

- Aterros sanitários com projeto de engenharia de Nível 3.

- Apenas RSS tratado no aterro.

- Resíduos fragmentados tratados com tecnologias alternativas.

- Resíduos do incinerador depositados em aterro sanitário com projeto de engenharia para resíduos perigosos.

- Local cercado.

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- Política de gestão de resíduos.

- Gestor de resíduos em tempo integral.

- Segregação de todos os materiais: retornáveis, recicláveis, perigosos, infecciosos, radioativos, material de construção, compostos, eletroeletrônicos e alimentos.

- Contratos com indústria de matéria prima secundária.

- Código de cores integral.

- Armazenamento em containers e embalagens aprovadas pelas Nações Unidas.

- Todos os resíduos em containers ou sacos de acordo com a norma.

- Limpeza de containers.

- Compactação quando apropriado.

- Enfardamento de resíduos.

- Armazenamento em complexos de resíduos específicos e seguros.

- Coleta e transporte de RSU em veículos fechados com compactador para resíduos não perigosos.

- Aplicação do princípio de proximidade.

- Carga útil máxima para reduzir as emissões veiculares.

- Aplicação dos requisitos da Convenção da Basiléia.

- Veículos específicos para resíduos perigosos dos RSS.

- Documentação de transporte de produtos perigosos.

- Transportadores registrados.

- Nomeação de assessores para o transporte de produtos perigosos.

- Reuso dos materiais quando possível.

- Reciclagem de: papel, vidro, plástico, metal, entulho de construção, compostos verdes, eletro-eletrônicos, tecidos, resíduos alimentares, cartuchos de impressoras, óleo usado.

- Busca pela melhoria da economia e do emprego locais através do desenvolvimento do uso de recicláveis.

- Tratamento por autoclavagem dos resíduos de laboratórios in loco.

- Sistemas alternativos de tecnologia de tratamento de resíduos infecciosos.

- Incineração de materiais perigosos segundo as Normas de Incineração da UE.

- Usinas municipais de incineração segundo as Normas de Incineração da UE.

- Resíduos perigosos depositados em aterros rigidamente controlados.

- Resíduos do incinerador reciclados quando possível.

- Resíduos desinfectados utilizados como combustível renovável após fragmentação.

- Aterros sanitários com projeto de engenharia de Nível 4.

- Resíduos fragmentados tratados com tecnologias alternativas.

- Resíduos perigosos depositados em aterros rigorosamente controlados.

- Local cercado.

Tabela 3 - Avaliação do ciclo de gestão de resíduos.

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Desempenho operacional

Nível 0 Operando de maneira totalmente insustentável com relutância em mudar. Nível 1 Geralmente operando de maneira insustentável, embora haja alguma evidência

de conscientização e vontade de mudar. Nível 2 Operando com alguns aspectos que são considerados sustentáveis e outros que

são considerados insustentáveis. Nível 3 Geralmente operando de acordo com o desenvolvimento sustentável, mas

alguns aspectos não são ideais. Nível 4 Operando de maneira que exiba todas as características normalmente

associadas com o desenvolvimento sustentável.

Tabela 4 – Desempenho operacional

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INDICE

Resumo 3

Metodologia 4

Sumário 5

Índice de figuras 6

Índice de tabelas 7

Introdução 8

Capítulo I - Análise da legislação

1.4. Histórico 11

1.5. Definições 12

1.6. Legislação 16

Capítulo II - As etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviço de Saúde

2.1. Segregação 19

2.2. Acondicionamento 19

2.3. Identificação 21

2.4. Transporte Interno 22

2.5. Armazenamento Temporário 23

2.6. Tratamento 23

2.7. Armazenamento Externo 25

2.8. Coleta e Transporte Externo 25

2.9. Disposição Final 27

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Capítulo III - A necessidade de elaborar o Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde

3.1. A implantação 29

3.2. Avaliação 33

Conclusão 36 Bibliografia 38 Anexo 40 Índice 47 Ficha de Avaliação 49

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FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome de Instituição: Universidade Candido Mendes – AVM

Gestão Ambiental

Titulo da Monografia: PGRSS – Plano de Gerenciamento de

Resíduos de Serviço de Saúde

Autor: Mariana Mendes Campos

Data da Entrega: 30/01/2011

Avaliado por: Maria Esther de Araujo Oliveira

Conceito: