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PGM JOÃO PESSOA

MINI SIMULADO

GABARITO

1 C

2 B

3 E

4 C

5 D

6 A

7 D

8 C

9 E

10 E

11 A

12 B

13 C

14 E

15 B

16 C

17 C

18 A

19 A

20 B

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DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Está de acordo com as disposições da Lei Orgânica do município de João Pessoa e com a Lei da Procuradoria do município de João Pessoa a assertiva:

A) O processo legislativo municipal não compreende as medidas provisórias.

B) Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta de um terço no mínimo dos membros da Câmara Municipal ou do Prefeito Municipal.

C) São objeto de lei complementar, além das previstas na Lei Orgânica de João Pessoa, o Código de Posturas e o Código de Zoneamento.

D) Os membros natos da do conselho superior da Procuradoria do Município são o Procurador Geral do Município, o Procurador Geral Adjunto e o Corregedor. Já o Presidente da Associação dos Procuradores, juntamente com dois membros eleitos dentre os mais antigos, formam o conselho, mas não são considerados membros natos.

E) A Procuradoria Geral do Município tem como titular o Procurador Geral do Município, escolhido pelo Prefeito dentre os integrantes da carreira, com mais de 35 anos e reputação ilibada.

COMENTÁRIOS

Amigos do Revisão PGE, tudo certo?

Vamos começa mais um curso. Dessa vez a banca CESPE vai ser a responsável pelo nosso concurso da PGM João Pessoa. O foco jurisprudencial tem que ser ponderado com alguns temas importantes da letra da Constituição Federal e das leis municipais. Isso cai muito e pode fazer a diferença na sua aprovação na primeira etapa.

O curso irá, de forma direta e objetiva, montar simulados para você testar seus conhecimentos da matéria e revisar.

Vamos começar com a legislação municipal que é novidade para a maioria!

A) INCORRETA

Lei orgânica do Município de João Pessoa

Art. 27 O processo legislativo municipal compreende a elaboração:

I - emendas à Lei Orgânica Municipal;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

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IV - decretos legislativos;

V - resoluções;

VI - medidas provisórias.

B) INCORRETA

ATENÇÃO: POR INICIATIVA POPULAR A LEI ORGÂNICA PODE SER EMENDADA!!!

Art. 28 A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço no mínimo dos membros da Câmara Municipal;

II - do Prefeito Municipal;

III - de iniciativa popular.

C) CORRETA

Lei orgânica do Município de João Pessoa

Art. 32 São objeto de lei complementar as seguintes matérias:

I - Código Tributário Municipal;

II - Código de Obras ou de Edificações;

III - Código de Posturas;

IV - Código de Zoneamento;

V - Código de Parcelamento do Solo;

V I - Plano Diretor;

VII - Regime Jurídico dos Servidores;

VIII - De Diretrizes Básicas dos Órgãos Municipais;

IX - Código de Meio Ambiente.

D) INCORRETA

Lei da Procuradoria Municipal de João Pessoa - Lei complementar 61/2010

Art. 4º O conselho superior da procuradoria geral do município, órgão técnico e normativo de deliberação superior, é constituído de 7 (sete) membros, sendo:

I – Membros Natos

A) Procurador Geral do Município;

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B) Procurador Geral Adjunto do Município C) Corregedor; D) Presidente da associação dos Procuradores do Município ou de outra entidade

de representação da categoria

II – 02 (dois) membros nomeados pelo prefeito municipal para um mandato de 02 (dois) anos, dentre os representantes da carreira de procurador do município

III – 01 (um) membro nomeado pelo prefeito municipal para um mandato de 02 (dois) anos dentre um dos assessores especiais

E) INCORRETA

Lei da Procuradoria Municipal de João Pessoa - Lei complementar 61/2010

Art. 7º A Procuradoria Geral do Município tem como titular o Procurador Geral do Município, nomeado livremente pelo Prefeito Municipal, dentre advogados com notório saber jurídico e reputação ilibada, sendo lhe assegurada remuneração igual à de secretário do município, incumbindo lhe: (...)

GABARITO C

2. Sobre o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A decisão do mandado de injunção terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração

B) Além da fungibilidade entre ADI e ADO, o STF entende que existe a fungibilidade entre ADO e mandado de injunção.

C) A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.

D) O mandado de injunção coletivo pode ser promovido pelo Ministério Público, por partido político com representação no Congresso Nacional, por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano e pela Defensoria Pública, de acordo com as especificidades de cada legitimado, conforme disposto em lei. Certo também que o mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.

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E) Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA

LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016 - Disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo e dá outras providências.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.

§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.

Existem quatro correntes sobre os efeitos da decisão:

1 - CORRENTE NÃO CONCRETISTA: Tribunal não supre a omissão do legislador ou do órgão administrativo. O Tribunal não concretiza a norma. O efeito da decisão é apenas de dar ciência ao Poder competente de sua omissão.

2 - CORRENTE CONCRETISTA GERAL: o Tribunal pode concretizar a norma que vai assegurar o direito, suprindo a omissão do órgão responsável. A norma criada pelo Tribunal tem efeito erga omnes.

3 - CORRENTE CONCRETISTA INDIVIDUAL: O efeito é inter partes.

4 - CORRENTE CONCRETISTA INTERMEDIÁRIA: O tribunal dá ciência, fixando prazo para que a omissão seja suprida, prevendo que se a omissão não for suprida no caso fixado, deverá ser aplicada uma norma concreta criada pelo próprio Tribunal e poderá ser individual ou geral.

Como regra geral, a lei adotou a teoria concretista individual intermediária, de modo que:

a) INICIALMENTE, reconhecido o estado de mora legislativa, o julgador deve determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;

b) NÃO SENDO SUPRIDA A MORA, poderá o órgão julgador estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover

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ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

B) INCORRETA

STF entende que há FUNGIBILIDADE entre a ADI genérica e a ADI por omissão. A corte entende que se trata de ações fungíveis, de modo que uma ação pode ser recebida como a outra (ADI genérica pode ser recebida como ADO e vice-versa). Isso pode ocorrer, principalmente, quando há uma hipótese de inconstitucionalidade por omissão parcial: uma lei foi elaborada, mas é insuficiente, o que levanta o questionamento sobre se essa lei é inconstitucional ou se ela precisa de complementação.

Apesar da fungibilidade entre ADI genérica e ADO (que são, ambas, ações do controle concentrado abstrato), não há fungibilidade entre mandado de injunção e ADI por omissão. O STF entende que não é possível converter mandado de injunção (que é instrumento de controle concreto) em ADO (que é instrumento de controle abstrato).

C) CORRETA

Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável.

Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito.

D) CORRETA

Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:

I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;

II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;

III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;

IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal.

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Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria.

Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9o.

Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva.

E) CORRETA

CF/88 - Art. 103, § 2°. Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.”

GABARITO B

QUESTÕES CESPE SOBRE A MATÉRIA

Prefeitura de Fortaleza – CE - A respeito das normas constitucionais, do mandado de injunção e dos municípios, julgue o item subsequente.

Pessoa jurídica pode impetrar mandado de injunção. CORRETA

PGM - Manaus – AM-Julgue o item seguinte, a respeito do mandado de injunção.

A decisão que concede mandado de injunção, em regra, gera efeitos ultra partes. INCORRETA.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.

3. Sobre o controle de constitucionalidade das leis, assinale a alternativa CORRETA:

A) A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual adequado para o controle de decreto regulamentar de lei estadual.

B) Não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade de convênios em matéria tributária firmados pelos Estados.

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C) Não ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

D) O Estado-membro possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador.

E) É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade.

COMENTÁRIOS

A) INCORRETA

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) é meio processual INADEQUADO para o controle de decreto regulamentar de lei estadual. Seria possível a propositura de ADI se fosse um decreto autônomo. Mas sendo um decreto que apenas regulamenta a lei, não é hipótese de cabimento de ADI. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 6/6/2018 (Info 905).

B) INCORRETA

Cabe ADI em face de:

1) Emendas Constitucionais e de revisão (por exemplo, uma emenda pode ser inconstitucional por violar um limite material ao poder de reforma);

2) Leis complementares;

3) Leis ordinárias (ainda que se trate de uma “lei de efeitos concretos”, como é o caso da lei orçamentária);

4) Leis que cria município (ainda que se trate de uma lei de efeitos concretos)

5) Leis promulgadas e publicadas, mas não vigentes (isto é, durante o período da vacatio legis);

15) Regimentos Internos de Tribunais do Poder Judiciário e de Casas Legislativas (desde que haja violação direta à Constituição);

17) Pareceres da AGU, desde que tenham teor normativo e tenham sido aprovados

pelo Presidente da República; e

18) CONVÊNIOS EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA FIRMADOS PELOS ESTADOS.

NÃO CABE ADI

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2) Normas estrangeiras;

3) Atos normativos privados (logo, por exemplo, regulamento interno de empresa privada não pode ser objeto de ADI);

4) Convenções coletivas de trabalho (elas não são consideradas pelo STF atos normativos passíveis de serem objeto de ADI);

5) Leis e atos normativos municipais contestados em face da CF/88;

6) Decretos meramente regulamentares ou regulamentos comuns (nesse caso, segundo a jurisprudência do STF, o vício eventualmente existente é de ilegalidade, e não de inconstitucionalidade);

7) Leis e atos normativos pré-constitucionais (se o ato é pré-constitucional, o que há é revogação por não recepção, e não inconstitucionalidade);

8) Leis e atos normativos temporais quando sua eficácia já se exauriu;

9) Leis e atos normativos já revogados antes da propositura da ADI (a esse respeito, há observações importantes feitas no tópico seguinte);

10) Sentenças normativas da Justiça do Trabalho (elas devem ser desafiadas pelos meios próprios);

11) Súmulas comuns e vinculantes;

12) Atos regulamentares internos dos órgãos da Administração;

13) Resoluções do TSE que respondem consultas; e

14) Resoluções do CONAMA.

C) INCORRETA

Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.

D) INCORRETA

O Estado-membro não possui legitimidade para recorrer contra decisões proferidas em sede de controle concentrado de constitucionalidade, ainda que a ADI tenha sido ajuizada pelo respectivo Governador. A legitimidade para recorrer, nestes casos, é do próprio Governador (previsto como legitimado pelo art. 103 da CF/88). Os Estados-membros não se incluem no rol dos legitimados a agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 4420 ED-AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/04/2018.

E) CORRETA

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É cabível ADI contra Resolução do TSE que tenha, em seu conteúdo material, “norma de decisão” de caráter abstrato, geral e autônomo, apta a ser apreciada pelo STF em sede de controle abstrato de constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900).

GABARITO E

QUESTÕES CESPE SOBRE A MATÉRIA

PGM - Manaus – AM - No tocante às técnicas de decisão em sede de controle abstrato, julgue o item que se segue.

Ao afirmar que a aplicação de uma norma a determinada hipótese fática é inconstitucional, o STF se utiliza da técnica de decisão denominada declaração de inconstitucionalidade sem redução do texto. CORRETA

PGM - Manaus – AM - No tocante às técnicas de decisão em sede de controle abstrato, julgue o item que se segue.

Se a inconstitucionalidade de uma norma atinge outra, tem-se a denominada inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento. CORRETA

DIREITO ADMINISTRATIVO

4. Sobre a Lei 8.429/1992 e o entendimento dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa CORRETA.

A) Na hipótese de reeleição, o prazo de 5 ano para o ajuizamento de ação de improbidade administrativa contra prefeitos e governadores, em razões de atos de improbidade cometidos no primeiro mandato, terá início ao fim do primeiro mandato.

B) É ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080/1990.

C) Devem ser observados os prazos prescricionais previstos na Lei 8.429/1992 na propositura de ações de ressarcimento ao erário decorrentes da prática atos culposos de improbidade administrativa.

D) Por ausência de previsão legal, a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa não está sujeita ao reexame necessário.

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E) O princípio da congruência deve ser observado nas condenações por ato de improbidade administrativa.

COMENTÁRIOS

Esse tema consta do ponto 13 Improbidade administrativa. 13.1 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. 13.2 Disposições doutrinárias aplicáveis.

A) INCORRETA

O prazo prescricional para a propositura de ações de improbidade administrativa está previsto no art. 23 da Lei 8.429/1992.

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

No caso de reeleição de prefeito ou governador, o prazo de 5 anos será contado após o término do exercício do segundo mandato e não do primeiro.

Se o agente público é detentor de mandato eletivo, praticou o ato de improbidade no primeiro mandato e depois se reelegeu, o prazo prescricional é contado a partir do fim do segundo mandato (e não do término do primeiro) (STJ. 2ª Turma. REsp 1107833/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 08/09/2009).

B) INCORRETA

Trata-se de hipótese de ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, conforme previsto no inciso X do artigo 11 da Lei 8.429/92, recentemente inserido pela Lei 13. 650/2018.

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento

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congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018).

C) CORRETA

A imprescritibilidade das ações de ressarcimento ao erário por ato de improbidade encontra previsão no §5º do artigo 37 da CR:

CR, art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

O Supremo Tribunal Federal, recentemente, analisou o alcance da referida norma e fixou a seguinte tese:

São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.

O Supremo, ao interpretar o dispositivo em tela, inseriu a exigência, não expressa no texto constitucional, de que o ato de improbidade seja doloso para que possa incidir a regra da imprescritibilidade. Assim, a ação de improbidade para ressarcimento dos danos ao erário causados por atos dolosos de improbidade administrativa são imprescritíveis, mas os decorrentes de atos culposos (previstos no art. 10 da Lei 8.492/92) devem observar o prazo prescricional previsto no art. 23 da Lei 8.492/92.

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente

D) INCORRETA

O Superior Tribunal de Justiça solucionou divergência e adotou posicionamento no sentido de que, em decorrência de aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei 4.717/65, a sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário. A decisão foi divulgada por meio do informativo de jurisprudência nº 617:

A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência de ação de improbidade administrativa está sujeita ao reexame necessário, com base na aplicação subsidiária do art. 475 do CPC/73 e por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65.

A divergência tratada envolve definir se é cabível remessa necessária em Ação de Improbidade Administrativa. O acórdão embargado, decidido pela Primeira Turma, entendeu que a ausência de previsão da remessa de ofício não pode ser vista como uma lacuna da Lei de Improbidade que precisa ser preenchida – razão pela qual não há falar em aplicação subsidiária do art. 19 da Lei n. 4.717/65, mormente por ser o reexame necessário instrumento de exceção no sistema

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processual, devendo, portanto, ser interpretado restritivamente. Por outra via, o acórdão paradigma, da Segunda Turma, adotou entendimento no sentido diametralmente oposto ao admitir o reexame necessário na Ação de Improbidade. Não se desconhece que há decisões no sentido do acórdão embargado, porém prevaleceu o entendimento de que é cabível o reexame necessário na Ação de Improbidade Administrativa, nos termos do art. 475 do CPC/1973. Ademais, por "aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei n. 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário". EREsp 1.220.667-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 24/5/2017, DJe 30/6/2017.

E) INCORRETA

O princípio da adstrição do julgamento ao pedido, também denominado princípio da congruência entre a demanda e a sentença encontra previsão nos arts. 141 e 492 do NCPC.

Artigo 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Artigo 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.

Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional.

Desse princípio decorrem as sentença extra petita, ultra petita e citra/infra petita.

Ocorre que o princípio da congruência, decorrência própria do princípio dispositivo, não incide no tocante às questões de ordem pública, que o juiz deve examinar de ofício, por incidência do princípio inquisitório. Assim, não se aplica o princípio da congruência na ação de improbidade administrativa, de forma que não há julgamento ultra ou extra petita quando o juiz acrescenta à condenação sanções não pedidas na inicial. Nesse sentido, recente decisão do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC/73. INEXISTÊNCIA. PRETENSÃO DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ.

I - Na origem, trata-se de ação de improbidade administrativa em que se apura a prática de ato de improbidade decorrente da contratação, pela Secretaria de Turismo do Município de Aracruz, por meio do Processo Administrativo 2089/2010, sem a realização de procedimento licitatório, de banda musical para apresentação no denominado "Projeto Verão Aracruz", objetivando fomentar o turismo na região.

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II - Como a decisão recorrida foi publicada sob a égide da legislação processual civil anterior, quanto ao cabimento, processamento e pressupostos de admissibilidade dos recursos, aplicam-se as regras do Código de Processo Civil de 1973, diante do fenômeno da ultratividade e do Enunciado Administrativo n. 2 do Superior Tribunal de Justiça.

[...]

VI - No tocante ao argumento de decisão extra petita ou ultra petita, sua inconsistência jurídica resulta do fato de que, ainda que não tenha sido expressamente requerida a aplicação de determinada sanção pelo promovente da ação de improbidade administrativa, não há nenhum impedimento para o julgador estabelecer uma reprimenda não reclamada de forma ostensiva.

VII - Não há se falar em violação do princípio da congruência externa, afinal deve-se contemplar aquilo que se denominou jurisprudencialmente de interpretação lógico-sistemática da exordial. Assim, as sanções por ato ímprobo passam a ser entendidas como pedidos implícitos. Esse raciocínio jurídico não é diferente do adotado por esta Corte: AgRg no REsp 1.324.787/SP, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em 24/3/2015, DJe 9/4/2015).

VIII - Além disso, não se pode olvidar da possibilidade de aplicação da pena de cassação de aposentadoria, ainda que não haja previsão expressa na Lei n. 8.429/92, na medida em que se apresenta como uma decorrência lógica da perda de cargo público, sanção essa última expressamente prevista no referido texto legal. Nesse sentido: MS 20.444/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 27/11/2013, DJe 11/3/2014; AgRg no AREsp 826.114/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 19/4/2016, DJe 25/5/2016. IX - Agravo interno improvido. (AgInt no REsp 1628455/ES, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/03/2018, DJe 12/03/2018)

GABARITO C.

5. Acerca da intervenção do Estado na propriedade, assinale a alternativa CORRETA.

A) Para realizar a política urbana, o município poderá realizar a denominada desapropriação urbanística, com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até cinco anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

B) A desapropriação florística não encontra previsão no ordenamento jurídico brasileiro.

C) A função social da propriedade rural é cumprida quando ela atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes

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requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; e observância das disposições que regulam as relações de trabalho.

D) Na desapropriação para reforma agrária, o valor da indenização deve ser contemporâneo à avaliação efetivada em juízo, tendo como base o laudo adotado pelo juiz para a fixação do justo preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da avaliação administrativa.

E) Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária é imperiosa a restituição, pelo expropriado sucumbente, de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do Ministério Público Federal.

COMENTÁRIOS

Esse tema consta do ponto 9 Intervenção do Estado na propriedade. 9.1 Conceito. 9.2 Fundamento. 9.3 Modalidades. 9.3.1 Limitação administrativa. 9.3.2 Servidão administrativa. 9.3.3 Ocupação temporária. 9.3.4 Requisição administrativa. 9.3.5 Tombamento. 9.3.6 Desapropriação.

A) INCORRETA

A desapropriação urbanística pode ser realizada pode Poder Público Municipal quando a propriedade não atende sua função social. É instrumento de utilização subsidiária, pois o art. 182, §4º, da CR estabelece uma ordem sucessiva de medidas e de sanções que deve ser observada pelo Poder Público:

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

O erro da alternativa está no prazo para resgate dos títulos da dívida pública, que é de 10 e não de 5 anos.

B) INCORRETA

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Desapropriação florística é o nome dado pela doutrina e pela jurisprudência à desapropriação para fins ambientais. Refere-se à desapropriação de áreas de preservação ambiental em que há necessidade de preservação total, impedindo o uso da área pelo particular, sendo indispensável a desapropriação da área. É hipótese de desapropriação por utilidade pública, encontrando guarida no ordenamento jurídico brasileiro. Sobre o assunto, veja o vídeo abaixo da Professora Fernanda Marinela, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=2tZr6abGdvA

C) INCORRETA

A alternativa está incompleta, pois existem quatro requisitos para que a propriedade rural cumpra sua função social:

Art. 9º A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo graus e critérios estabelecidos nesta lei, os seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

D) CORRETA

Corresponde ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça divulgado no informativo de jurisprudência nº 549:

Nas desapropriações para fins de reforma agrária, o valor da indenização deve ser contemporâneo à avaliação efetivada em juízo, tendo como base o laudo adotado pelo juiz para a fixação do justo preço, pouco importando a data da imissão na posse ou mesmo a da avaliação administrativa. De fato, a avaliação efetivada em juízo, ordinariamente, deverá se reportar à época em que for realizada - e não ao passado - para fixar a importância correspondente ao bem objeto da expropriação, haja vista que exigir que esses trabalhos técnicos refiram-se à realidade passada (de anos, muitas vezes) pode prejudicar a qualidade das avaliações e o contraditório. A propósito, extrai-se do art. 26 do Decreto-Lei 3.365/1941 que a indenização, em regra, deverá corresponder ao valor do imóvel apurado na data da perícia (avaliação judicial). Precedentes citados: REsp 1.314.758-CE, Segunda Turma, DJe 24/10/2013; e AgRg no REsp 1.395.872-CE, Segunda Turma, DJe 25/10/2013. AgRg no REsp 1.459.124-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, 18/9/2014.

E) INCORRETA

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Neste caso não há que se falar em restituição dos honorários periciais pelo sucumbente, pois os técnicos são servidores de carreira do INCRA e do MPF, atuação por dever de ofício. No informativo de jurisprudência nº 626 o Superior Tribunal de Justiça decidiu nesse sentido.

Nas ações de desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária descabe a restituição, pelo expropriado sucumbente de honorários periciais aos assistentes técnicos do INCRA e do MPF.

Inicialmente, verifica-se que o art. 19 da LC n. 76/1993 determina que: "as despesas judiciais e os honorários do advogado e do perito constituem encargos do sucumbente, assim entendido o expropriado, se o valor da indenização for igual ou inferior ao preço oferecido, ou o expropriante, na hipótese de valor superior ao preço oferecido." Ocorre que essa possibilidade não se aplica nos casos em que os expropriados restaram sucumbentes e os assistentes técnicos são servidores de carreira do INCRA e do MPF, não tendo sido, portanto, contratados de maneira particular para a realização do acompanhamento deste trabalho pericial. Para se falar em reembolso é necessário que tenha havido um gasto inicial da parte vencedora, no presente caso, contudo, porquanto se tratam de servidores públicos das respectivas estruturas funcionais que atuam nas demandas em que seus órgãos funcionam, por dever de ofício, não se pode falar em restituição. REsp 1.306.051-MA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, por unanimidade, julgado em 08/05/2018, DJe 28/05/2018.

GABARITO D.

6. Assinale a alternativa CORRETA sobre o processo administrativo disciplinado na Lei 9.784/99 e na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

A) No âmbito do processo administrativo, considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.

B) Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

C) A Administração Pública pode, ainda que tenham se passado mais de 5 anos, anular a anistia política concedida desde que, antes de completar este prazo, a AGU tenha emitido nota questionando os critérios adotados na sua concessão.

D) Por expressa previsão legal, podem ser objeto de delegação a edição de atos de caráter normativo; a decisão de recursos administrativos; e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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E) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da data de vencimento de cada prestação.

COMENTÁRIOS

Esse tema consta do ponto 6 Processo administrativo. 6.1 Lei nº 9.784/1999 e suas alterações. 6.2 Disposições doutrinárias aplicáveis.

A) CORRETA

Em conformidade com o previsto no §2º do artigo 54 a Lei 9.784/99.

§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.

B) INCORRETA

Muita atenção para o enunciado da Súmula Vinculante nº 3, que é muito cobrada em provas.

Súmula Vinculante nº 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, EXCETUADA a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

C) INCORRETA

O fato de a AGU ter emitido nota questionando os critérios adotados na concessão da anistia não é suficiente para afastar o prazo decadencial de 5 anos. Nesse sentido, o entendimento do Supremo Tribunal Federal divulgado no informativo de jurisprudência nº 833:

Anulação de anistia e prazo decadencial

A Primeira Turma deu provimento a recurso ordinário em mandado de segurança para restabelecer anistia política concedida a ex-membro das Forças Armadas. Tal benefício fora declarado por meio de portaria expedida em 2003, com fundamento em portaria editada em 1964.No caso, em 2012, o Poder Executivo anulara a portaria de 2003 como resultado de trabalho revisional iniciado em 2011, provocado por nota emitida pela AGU em 2006. O impetrante questionava, em síntese, a constatação de má-fé pela Administração, bem assim sustentava a ocorrência de decadência, haja vista que a nota emitida pela AGU em 2006 não se prestaria a interromper o transcurso do prazo quinquenal que a Administração possui para rever seus atos. A Turma acolheu o argumento alusivo à decadência. Anotou que a anistia fora concedida em 2003, e sua anulação ocorrera em 2012.

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A nota emitida pela AGU em 2006, cujo efeito é similar ao de um parecer, não tem o condão de estancar o fluxo do prazo decadencial. De fato, não houvera conduta da Administração capaz de obstar o prazo decadencial, que se operara. Além disso, não houvera má-fé por parte do anistiado. O Colegiado salientou, ainda, que o transcurso do prazo decadencial poderia ser excepcionado em hipóteses de flagrante inconstitucionalidade, mas não seria a hipótese dos autos. A Administração promovera intensos debates, de 2003 a 2011, sobre a natureza das anistias concedidas em razão do regime militar. Concluíra, posteriormente, que seria insuficiente, para o reconhecimento da condição de anistiado, a simples referência a ato normativo editado no contexto de regime de exceção, exigindo-se provas complementares. Não se trata de inconstitucionalidade da concessão de anistia, mas de nova interpretação de atos e fatos aptos ao reconhecimento do efetivo enquadramento como anistiado político. Assim, houve erro da Administração, em decorrência de nova interpretação conferida a ato emitido em 1964. RMS 31841/DF, rel. Min. Edson Fachin, 2.8.2016. (RMS-31841).

D) INCORRETA

Pelo contrário, a alternativa traz hipóteses em que a delegação é expressamente vedada pela Lei 9.784/99:

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I - a edição de atos de caráter normativo;

II - a decisão de recursos administrativos;

III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

E) INCORRETA

O erro da alternativa está no termo inicial do prazo decadencial, que, no caso de efeitos patrimoniais contínuos, é a data do primeiro pagamento:

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

GABARITO A.

DIREITO TRIBUTÁRIO

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7. Acerca do tema ‘Imunidade Tributária’, assinale a alternativa incorreta:

A) Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas;

B) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários;

C) A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações acessórias, dentre elas a de manter os livros fiscais;

D) A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de fato, mas não na de simples contribuinte de direito, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido;

E) Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA

Súmula vinculante 52-STF: Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Aprovada em 18/06/2015, DJe 23/06/2015.

B) CORRETA

Súmula 730-STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.

C) CORRETA

A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações acessórias, dentre elas a de manter os livros fiscais. STF. 1ª Turma. RE 250844/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 29/5/2012.

D) INCORRETA

FONTE: DIZER O DIREITO

A imunidade tributária subjetiva é aplicada se a entidade imune for contribuinte de fato?

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A imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante, para a verificação da existência do beneplácito constitucional, a repercussão econômica do tributo envolvido.

• Se a entidade imune for contribuinte de direito: incide a imunidade subjetiva.

• Se a entidade imune for contribuinte de fato: não incide a imunidade subjetiva.

STF. Plenário. RE 608872/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22 e 23/2/2017 (repercussão geral) (Info 855).

E) CORRETA

Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar. STF. Plenário. RE 566622, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/02/2017 (repercussão geral).

GABARITO D

8. Assinale a alternativa correta:

A) A Constituição Federal dispõe que é vedado à União estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino;

B) O ITCMD, relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; e relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o donatário, ou ao Distrito Federal;

C) As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Contudo, é constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra;

D) Sempre que possível, os impostos terão caráter real e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte;

E) A isenção ou não incidência no ICMS não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes; e acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores, não podendo a legislação dispor de modo diverso, eis que violaria o comando constitucional.

COMENTÁRIOS

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A) INCORRETA.

ATENÇÃO: AS vedações do art. 151 da CF são direcionadas À UNIÃO, enquanto a vedação do art.152 destina-se AOS ESTADOS, DF E MUNICÍPIOS.

CF. Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.

B) INCORRETA

SUJEITO ATIVO DO ITCMD

BENS MÓVEIS BENS IMÓVEIS

CAUSA MORTIS

Estado onde se processa o inventário ou arrolamento

Estado onde esteja situado o bem imóvel

DOAÇÃO Estado onde tem domicílio o doador

Estado onde esteja situado o bem imóvel

C) CORRETA

CF. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:[...]

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Súmula Vinculante 29

É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

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D) INCORRETA. Atenção: a Banca pode formular uma alternativa longa, mudando apenas uma palavra na assertiva, que a torna incorreta. FIQUE ATENTO.

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

EXTRA: DIZER O DIREITO

IMPOSTO REAL IMPOSTO PESSOAL

Ocorre quando ele incide sobre algum elemento econômico de maneira objetiva, não levando em consideração a situação pessoal do contribuinte. Em palavras simples, imposto real é aquele que incide objetivamente sobre uma coisa, sem levar em conta a pessoa do contribuinte.

O imposto é classificado como pessoal quando a tributação varia de acordo com aspectos pessoais do contribuinte.

A tributação será maior ou menor conforme a capacidade contributiva do devedor.

Ex: o IPVA é imposto real e incide sobre a propriedade de veículos. Assim, se um milionário possui um "Gol modelo X, ano 2010" e um indivíduo pobre também possui o mesmo carro, modelo e ano, ambos irão pagar o mesmo valor de IPVA.

Ex: o IR é pessoal, tendo em vista que a tributação varia de acordo com as faixas de rendimentos de cada contribuinte.

Nos impostos reais, em regra, a capacidade contributiva é observada por meio da técnica da

Nos impostos pessoais, a capacidade contributiva, em regra, é observada por meio da técnica da progressividade,

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proporcionalidade, segundo a qual as alíquotas são fixas e o que varia é a base de cálculo (AL fixa e BC variável).

segundo a qual as alíquotas são maiores conforme se aumenta a base de cálculo (BC varia, AL varia progressivamente).

E) INCORRETA

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

GABARITO C

9. Acerca do que dispõe o CTN sobre a Legislação Tributária, julgue os itens a seguir: I - A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes; II - Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha; III- A observância das normas complementares não exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo; IV - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vigor 30 (trinta) dias após a data da sua publicação. Está correto o disposto no(s) item(s):

A) I, II, III e IV;

B) I, II e III;

C) I, II e IV;

D) II e IV.

E) I e II.

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COMENTÁRIOS

ATENÇÃO: A questão pede a literalidade do CTN.

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

CAPÍTULO II

Vigência da Legislação Tributária

Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;

II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;

III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.

VIGÊNCIA DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (art. 103 CTN)

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Atos normativos expedidos pelas autoridades

administrativas

Na data da sua publicação

Decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa

30 (trinta) dias após a data da sua publicação

Convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios

Na data neles prevista

GABARITO E

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

10. Em relação à assistência, marque a alternativa correta:

A) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, em nenhuma hipótese.

B) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que e pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença, não sendo válida a alegação de que desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

C) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu, não sendo válida a alegação de que pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença.

D) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, valendo-se de todos os argumentos que poderia ter alegado se do processo houvesse participado.

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E) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença ou desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

COMENTÁRIOS

De acordo com o CPC

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que:

I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença;

II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

Portanto, a letra E está correta.

A propósito do tema, registrem-se as elucidativas lições de CÁSSIO SCARPINELLA BUENO (Novo Código de Processo Civil Anotado, 3ª edição, Saraiva)

O art. 123 se ocupa com a “eficácia da intervenção” e com os casos em que o assistente pode, em processo ulterior, rediscutir a “justiça da decisão”. Não há nenhuma novidade textual em relação ao art. 55 do CPC de 1973, a não ser a sua localização na Seção destinada à assistência simples.

Questão interessante trazida pelo CPC de 2015 a este respeito é saber se a eficácia da intervenção limita-se aos casos de assistência simples ou se ela também alcança o assistente litisconsorcial. O melhor entendimento é o de que o instituto, a despeito de sua topologia, refere-se indistintamente aos dois tipos de assistência.

A coisa julgada, por sua vez, favorável ou desfavorável, atinge o assistente litisconsorcial. Isto porque em tais casos há, por definição, hipótese de legitimação extraordinária a justificar a ocorrência da coisa julgada material. Ainda que aquele que pudesse intervir como assistente litisconsorcial não o faça, ele estará sujeito à coisa julgada, em função da regra de legitimação extraordinária existente na hipótese.

Novidade havia – e substancial – no art. 326 do Anteprojeto, que vinculava o assistente, com as mesmas ressalvas, ao que fora decidido no processo em que se dera a sua intervenção (e não apenas à “justiça da decisão”). Nenhum dos

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Projetos repetiu aquela previsão, tampouco o CPC de 2015, permanecendo aberta para a doutrina e para a jurisprudência a discussão sobre o que deve ser compreendido por “justiça da decisão” (os fundamentos da decisão) e se, e em que condições, o assistente litisconsorcial fica sujeito à coisa julgada.

A assistência pode ser de duas espécies: simples ou adesiva e litisconsorcial ou qualificada. Para compreender melhor a distinção entre ambas, observe os exemplos dados por DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES (MANUAL DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL, volume único, 8ª edição, JUSPODIVM)

Assistência simples

Tome-se como exemplo o proprietário de imóvel que recebe a notícia de que em frente de sua casa será construído o shopping center mais charmoso da cidade. Esse fato naturalmente gerará inúmeros efeitos, entre eles a valorização do imóvel. Havendo uma ação judicial proposta contra a construção do shopping center, o proprietário do imóvel terá inegavelmente um interesse econômico na solução da demanda. Ocorre, entretanto, que lhe faltará a relação jurídica com uma das partes, sendo inviável o seu ingresso no processo como assistente. O mesmo, entretanto, não ocorreria com o seu vizinho, que, em vez de pensar em vender seu imóvel, celebrou contrato de locação de um espaço no shopping center que seria construído. Nesse caso, existe a relação jurídica entre o terceiro e a parte, e, embora também se possa falar em interesse econômico – afinal o espaço locado presumidamente será explorado comercialmente –, este é decorrência do interesse jurídico, sendo admissível a intervenção do terceiro no processo como assistente.

Assistência litisconsorcial

A assistência litisconsorcial somente é possível nos casos de litisconsórcio facultativo, porque somente nesse caso o titular do direito poderá ser excluído da demanda por vontade das partes. Significa dizer que, se porventura o autor tivesse formado o litisconsórcio entre todos os titulares do direito, não haveria terceiros a ingressar como assistentes. Como esse litisconsórcio, entretanto, é facultativo, uma vez não formado por vontade do autor, os titulares do direito que ficaram de fora da relação jurídica processual serão os terceiros que, querendo, ingressarão no processo alheio como assistentes litisconsorciais.

Promovida demanda judicial por um dos sócios para a anulação da assembleia, os demais sócios poderão intervir no processo como assistentes litisconsorciais, considerando-se que também são titulares do direito discutido. O mesmo ocorre na hipótese de apenas um condômino estar sozinho em juízo defendendo o bem em condomínio, admitindo-se a intervenção dos demais condôminos, que também são titulares do direito discutido no processo, como assistentes litisconsorciais. Outro tradicional exemplo de assistente litisconsorcial é verificado na alienação de coisa litigiosa (art. 109 do Novo CPC) sempre que o autor não permitir a alteração do polo passivo e o réu originário passar a atuar em nome próprio em defesa do interesse do terceiro adquirente (substituição processual).

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Nesse caso, por ser titular do direito discutido no processo, o terceiro adquirente poderá ingressar no processo como assistente litisconsorcial.

GABARITO: E

11. A propósito da revelia, marque a alternativa correta:

Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. A revelia não produz a presunção de veracidade se:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

A) Todos os itens estão corretos.

B) Todos os itens estão errados.

C) Apenas os itens I e III estão corretos.

D) Apenas os itens I e II estão corretos.

E) Apenas os itens I, II e III estão corretos.

COMENTÁRIOS

De acordo com o CPC:

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:

I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;

II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;

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III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;

IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

Assim, todos os itens estão corretos.

No tocante à revelia em relação à Fazenda Pública, destacam-se as palavras de LEONARDO CARNEIRO DA CUNHA (A FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO, 13ª edição, GEN FORENSE)

O que importa deixar assente é que, sendo ré a Fazenda Pública, não se opera, quanto aos fatos alegados pelo autor, a presunção de veracidade decorrente da revelia. Sabe-se que a presunção de veracidade gerada pela revelia é relativa, e não absoluta, admitindo prova em contrário. A revelia, por si só, não tem o condão de afastar a presunção de legitimidade dos atos administrativos. Daí a necessidade de haver prova a ser produzida pelo autor, mesmo que a Fazenda Pública ostente a condição de revel.

GABARITO: A

QUESTÕES CESPE SOBRE O TEMA

PGM SALVADOR / 2015

QUESTÃO 87

Em cada uma das próximas opções é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada acerca de processo de conhecimento, processo de execução e ação cautelar. Assinale a opção em que a assertiva esteja correta de acordo com a legislação processual e com a jurisprudência do STJ.

A Pedro ajuizou ação contra Leonardo, que, por intermédio de seu advogado, apresentou contestação intempestiva, decretada a sua revelia. Nessa situação, se a demanda versar sobre direito disponível, Leonardo não será intimado dos atos processuais nem poderá produzir provas.

Alternativa incorreta, na medida em que o réu revel só não será intimado se não tiver advogado constituído no processo, de acordo com o art. 346 do CPC. Havendo advogado, deve haver intimação:

Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.

Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.

(Grifou-se)

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12. No tocante aos embargos de declaração, assinale a alternativa correta:

A) O prazo de oposição dos embargos é de 15 dias em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo.

B) Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo.

C) Não consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, se os embargos de declaração forem inadmitidos ou rejeitados.

D) Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e a eficácia da decisão monocrática ou colegiada não poderá ser suspensa pelo respectivo juiz, apenas pelo relator.

E) Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 20 por cento sobre o valor atualizado da causa e honorários advocatícios.

COMENTÁRIOS

A) INCORRETA

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo

B) CORRETA

Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.

C) INCORRETA

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

D) INCORRETA

Art. 1.026

§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do

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recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

E) INCORRETA

§ 2o Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

§ 3o Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

§ 4o Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios.

GABARITO: B

JURISPRUDÊNCIA

Súmula 98 do STJ: Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório

ENUNCIADOS DO FPPC

Enunciado n. 7: O pedido, quando omitido em decisão judicial transitada em julgado, pode ser objeto de ação autônoma.

Enunciado n. 8: Fica superado o enunciado 453 da súmula do STJ após a entrada em vigor do CPC (“Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria”).

Enunciado n. 218: A inexistência de efeito suspensivo dos embargos de declaração não autoriza o cumprimento provisório da sentença nos casos em que a apelação tenha efeito suspensivo.

Enunciado n. 361: Na hipótese do art. 1.026, § 4º, não cabem embargos de declaração e, caso opostos, não produzirão qualquer efeito.

Enunciado n. 423: Cabe tutela de evidência recursal.

Enunciado n. 477: Publicada em cartório ou inserida nos autos eletrônicos a decisão que julga embargos de declaração sob a vigência do CPC de 2015, computar-se-ão apenas os dias úteis no prazo para o recurso subsequente, ainda que a decisão embargada tenha sido proferida ao tempo do CPC de 1973, tendo em vista a interrupção do prazo prevista no art. 1.026.

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Enunciado n. 563: Os embargos de declaração no âmbito do Supremo Tribunal Federal interrompem o prazo para a interposição de outros recursos.

DIREITO CIVIL E DIREITO EMPRESARIAL

13. Sobre a teoria geral dos contratos e os contratos em espécie, assinale a alternativa CORRETA:

A) São decorrências do princípio da boa-fé a supressio e surrectio, venire contra factum proprium e os institutos do tu quoque e exceptio doli que são considerados sinônimos pelo bem jurídico que protegem.

B) A pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao prazo prescricional de 5 anos.

C) O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

D) O direito à adjudicação compulsória se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.

E) O falecimento do consignante não extingue a dívida decorrente de contrato de crédito consignado em folha de pagamento.

COMENTÁRIOS

As provas elaboradas pelo CESPE têm uma pegada diferente, em relação à Fundação Carlos Chagas. A jurisprudência mais recente é cobrada de forma mais aguda, mas o estudo do texto de lei é, sem dúvida nenhuma, fundamental para a sua aprovação. Traremos aqui nesses simulados o balanceamento ideal para que seu rendimento na prova seja o melhor possível. Vamos juntos!!!!

A) INCORRETA

São aplicações derivadas da boa-fé objetiva:

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1) SUPRESSIO E SURRECTIO: Supressio é a limitação do direito de alguma das partes em um contrato, por uma ação positiva ou negativa. Já Surrectio é o surgimento de um direito subjetivo para uma das partes, por ação negativa ou positiva da outra;

2) Proibição dos atos contraditórios;

2.1) VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM: Acontece quando o agente cria situação favorável a si e dela se vale enquanto lhe convém para, depois, voltar-se contra fato por si praticado, frustrando legítimas expectativas.

2.2) TU QUOQUE: Proibição que o agente invoque direitos, na relação bilateral, antes de cumprir a sua prestação ou sem atender suas obrigações.

3) DUTY TO MITIGATE THE LOSS: Credor deve evitar o agravamento do próprio prejuízo.

4) EXCEPTIO DOLI: Instrumento pelo qual um contratante pode ser proteger do outro agente que, na relação jurídica, pratica comportamento, de forma dolosa, visando obter vantagem em detrimento da própria natureza do contrato celebrado e das intenções nele contidas.

*Conceitos do livro manual de direito civil da editora Juspodivm.

B) INCORRETA

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

A pretensão deduzida em demanda baseada na garantia da evicção submete-se ao prazo prescricional de 3 anos. Em outras palavras, é de 3 anos o prazo prescricional para que o evicto (que perdeu o bem por evicção) proponha ação de indenização contra o alienante. STJ. 3ª Turma. REsp 1577229-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/11/2016 (Info 593).

C) CORRETA

Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.

§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

D) INCORRETA

Súmula 239-STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.

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E) INCORRETA

O falecimento do consignante não extingue a dívida decorrente de contrato de crédito consignado em folha de pagamento. STJ. 3ª Turma. REsp 1498200-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

GABARITO C

QUESTÕES CESPE SOBRE O TEMA

Órgão: EBSERH - Prova: Advogado

Considerando o que dispõe o Código Civil acerca de negócios jurídicos e contratos, julgue o item a seguir.

Nos contratos onerosos, a responsabilidade do alienante pela evicção pode ser excluída por convenção das partes em cláusula expressa. CORRETA

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Órgão: TRF - 1ª REGIÃO - Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária:

A respeito de contratos civis e direito sucessório, julgue o item subsequente, com base no Código Civil.

No contrato de doação, qualquer alienação gratuita que afete a metade indisponível dos herdeiros necessários poderá ser declarada nula. CORRETA

Art. 549, CC: Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.

14. Sobre a falência, assinale a alternativa INCORRETA:

A) A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento.

B) Extingue as obrigações do falido o pagamento de todos os créditos; o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime falimentar ou o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime falimentar.

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C) A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.

D) A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de organização judiciária.

E) A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial interrompe o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. Terá prosseguimento no juízo falimentar a ação que demandar quantia ilíquida, mas não o crédito trabalhista, que seguirá seu trâmite normal na justiça especializada.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA

A ação de compensação por danos morais movida contra empresa em recuperação judicial não deve permanecer suspensa até o trânsito em julgado da decisão final proferida no processo de soerguimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1710750-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 627).

B) CORRETA

Art. 158. Extingue as obrigações do falido:

I – o pagamento de todos os créditos;

II – o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;

III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei;

IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.

C) CORRETA

Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória. STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/09/2016, DJe 19/09/2016 (Info 590).

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D) CORRETA

A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de organização judiciária. STJ. 1ª Seção.REsp 1643856-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 13/12/2017 (recurso repetitivo) (Info 617).

E) INCORRETA

Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.

§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida.

§ 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença.

GABARITO E

QUESTÕES CESPE SOBRE O TEMA

Órgão: STJ - Prova: Analista Judiciário – Judiciária

Diversas modificações foram feitas na Lei de Recuperação Judicial — Lei n.º 11.101/2005 —, entre elas, o fim da sucessão empresarial e a busca pela preservação da empresa. Com referência ao disposto na referida norma e em suas alterações, julgue o item a seguir.

Apesar de disposição legal em contrário, a jurisprudência permite que seja ampliado o prazo legal de suspensão das execuções contra o devedor no processo de recuperação judicial. CORRETA

Enunciado 42 do CJF:

"O prazo de suspensão previsto no art. 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005 pode excepcionalmente ser prorrogado, se o retardamento do feito não puder ser imputado ao devedor”

Órgão: DPU - Prova: Defensor Público Federal

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Considerando que tenha sido decretada a falência de Roma & Cia. Ltda., sociedade de André Roma e Bruno Silva, administrada apenas por André, julgue o item seguinte.

Eventual responsabilidade pessoal de Bruno deverá ser apurada mediante ação própria, a ser proposta no próprio juízo da falência, no prazo prescricional de dois anos, contados do trânsito em julgado da sentença que encerrar a falência. CORRETA

Art. 82. A responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo da falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil.

§ 1º Prescreverá em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência, a ação de responsabilização prevista no caput deste artigo.

DIREITO FINANCEIRO

15. Julgue os itens a seguir: I- O princípio da exclusividade dispõe que deve existir apenas um orçamento para cada ente da federação em cada exercício financeiro; II- A lei orçamentária não deve conter dispositivo estranho à previsão de receita e fixação da despesa. Exceções: autorização para abertura de credito suplementar e contratações de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita; III- O princípio da não-afetação estabelece que é da natureza tributos não terem sua receita vinculada a algum órgão, fundo ou despesa; IV- O princípio do orçamento bruto determina que as receitas e despesas deverão constar na lei orçamentária pelos seus totais, vedada quaisquer deduções, exceto com relação à repartição de receitas constitucionais que devem ser deduzidas por força de determinação constitucional.

Está correto o disposto no(s) item(s):

A) I; B) II; C) I e III; D) II e III E) I, II e III.

COMENTÁRIOS

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Fique atento: os princípios orçamentários possuem alto índice de incidência em concursos públicos.

GABARITO B 16. Sobre as leis orçamentárias, assinale a alternativa correta: A) A lei de diretrizes Orçamentárias estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada;

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

Exclusividade A lei orçamentária não deve conter dispositivo estranho á previsão de receita e fixação da despesa. Exceções: autorização para abertura de credito suplementar e contratações de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita;

Unidade A unidade significa que deve existir apenas um orçamento para cada ente da federação em cada exercício financeiro.

Universalidade

Está ligado à ideia de o orçamento conter todas as receitas e todas as despesas da Administração;

Orçamento-bruto

As receitas e despesas devem constar na lei orçamentária pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Assim, embora o IPVA seja um tributo estadual e, por força de dispositivo constitucional, deva ser repassado 50% do valor para os Municípios, no orçamento do Estado deve constar a receita do tributo em sua totalidade, sem abater o valor a ser repassado.

Transparência Visa operacionalizar o principio da publicidade.

Não-afetação Em regra, é da natureza dos IMPOSTOS não terem sua receita vinculada a algum órgão, fundo ou despesa.

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B) O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada semestre, relatório resumido da execução orçamentária; C) O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta; D) As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. Ademais, devem indicar os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviço da dívida e transferências voluntárias para Estados, Municípios e Distrito Federal; E) As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que um terço deste percentual será destinado a ações e serviços públicos de saúde.

COMENTÁRIOS

A) INCORRETA

CF. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

B) INCORRETA

CF. Art. 165 § 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.

C) CORRETA

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CF. Art. 166 § 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

D) INCORRETA

Requisitos para Aprovação das emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos

projetos que o modifiquem

Serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na

forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

Devem ser compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

Devem indicar os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de

despesa;

EXCETO:

DOTAÇÕES PARA PESSOAL E

SEUS ENCARGOS

SERVIÇO DA DÍVIDA

TRANSFERÊNCIAS

TRIBUTÁRIAS

CONSTITUCIONAIS PARA

ESTADOS, MUNICÍPIOS E

DISTRITO FEDERAL

Ser relacionadas com a correção de erros ou omissões; ou com os dispositivos do texto do

projeto de lei.

E) INCORRETA

CF. Art. 166 § 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste

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percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

GABARITO C

EXTRA: EMENDA CONSTITUCIONAL 86/2015 – A emenda do orçamento impositivo

A doutrina e jurisprudência majoritárias entendem que o orçamento brasileiro é meramente autorizativo. Isto é, o que se tem é mera previsão de gastos, que serão realizados de acordo com a disponibilidade das receitas arrecadadas no exercício. Assim, a previsão de uma despesa não implica, necessariamente, em sua realização, já que o Poder Executivo tem discricionariedade para ajustar os gastos públicos diante das necessidades que se realizam ao longo do exercício.

A EC n. 86/2015 trouxe uma ideia de orçamento impositivo. Tal impositividade, contudo, é apenas parcial, relacionada tão somente com as emendas parlamentares.

Tal alteração surgiu da necessidade de dar segurança às emendas parlamentares, visto que a execução do orçamento perpassa pela vontade do Poder Executivo.

Fonte Bibliográfica:

Harrison Leite, Manual de Direito Financeiro.

Tathiane Piscitelli. Direito Financeiro Esquematizado.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

17. Assinale a alternativa CORRETA sobre aposentadoria, conforme previsto na Lei 8.213/91 e na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

A) A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, não podendo o segurado fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

B) Conforme previsão legal, o adicional de grande invalidez será devido ao segurado aposentado que necessite de assistência permanente de terceiros.

C) A aposentadoria valetudinária excepcionalmente poderá exceder o teto previdenciário.

D) É meramente exemplificativo o rol de doenças que enseja concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais

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E) A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS confere ao segurado o direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada.

COMENTÁRIOS

Esse tema consta do ponto 3.4 Espécies de benefícios e prestações, disposições gerais e específicas.

A) INCORRETA

A lei admite que o segurado esteja acompanhado de médico de sua confiança no exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, desde que às suas expensas.

Artigo 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

§1º. A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

B) INCORRETA

O art. 45 da Lei 8.213/91 prevê o adicional de 25%, também conhecido como grande invalidez, aposentadoria valetudinária ou complemento de acompanhante, apenas ao aposentado por invalidez.

Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).

Ressalte-se que o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento submetido à sistemática do recurso repetitivo, decidiu que, comprovada a necessidade de assistência permanente de terceiro, é devido o acréscimo de 25%, previsto no art. 45 da Lei nº 8.213/91, a todas as modalidades de aposentadoria pagas pelo INSS, e não apenas ao aposentado por invalidez. Assim, de acordo com o Superior Tribunal de Justiça, esse adicional é devido para todas as demais espécies de aposentadoria (especial, por idade, tempo de contribuição). STJ. 1ª Seção. REsp 1.720.805-RJ e 1648305-RS, Rel. para acórdão Min. Regina Helena Costa, julgados em 23/08/2018 (recurso repetitivo).

O erro da afirmativa está em afirmar que é essa possibilidade está prevista na lei. Como visto, a lei prevê o acréscimo apenas para a aposentadoria por invalidez. É a

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jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que o estende para a aposentadoria especial, por idade e por tempo de contribuição.

C) CORRETA

Como visto na alternativa B, a chamada “aposentadoria valetudinária” é o nome dado ao adicional de 25% devido ao aposentado que necessite do auxílio permanente de outra pessoa. A alínea ‘a’ do parágrafo único do artigo 45 da Lei 8.213/91 expressamente admite a possibilidade do benefício exceder o teto:

Art. 45, Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:

a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;

b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;

c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.

D) INCORRETA

Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal em decisão com repercussão geral reconhecida, é taxativo o rol de doenças que enseja concessão de aposentadoria por invalidez com proventos integrais. Trata-se do tema 524:

RE 656860 - A concessão de aposentadoria de servidor público por invalidez com proventos integrais exige que a doença incapacitante esteja prevista em rol taxativo da legislação de regência.

E) INCORRETA

O entendimento do Superior Tribunal de Justiça é em sentido contrário, qual seja, a aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS NÃO confere ao segurado o direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto enquadramento na cobertura contratada. A decisão foi divulgada por meio do informativo de jurisprudência de nº 616:

A Segunda Seção do STJ, em apreciação aos embargos de divergência, ratificou orientação já consolidada pelas Turmas responsáveis pela uniformização das matérias relativas a Direito Privado, no sentido de que o reconhecimento por parte do órgão previdenciário oficial de que o segurado faz jus à aposentadoria por incapacidade laboral não o exonera de fazer a demonstração de que efetivamente se encontra inválido, total ou parcialmente, para fins de percepção da indenização fundada em contrato de seguro privado. O Ministro Relator salientou que, conquanto o contrato de seguro preveja cobertura para incapacidade por acidente ou por doença, se existir controvérsia quanto à natureza (temporária ou permanente) e à extensão (total ou parcial) da invalidez sustentada pelo segurado, é de rigor a produção de prova pericial médica, sob

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pena de cerceamento de defesa. Isso porque a concessão de aposentadoria por invalidez pelo INSS não induz presunção absoluta da incapacidade total do segurado, não podendo, dessa forma, vincular ou obrigar as seguradoras privadas. Aliás, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), perfilhando tal posicionamento, normatizou a matéria no art. 5º, parágrafo único, da Circular n. 302/2005, dispondo que a aposentadoria por invalidez concedida por instituições oficiais de previdência, ou assemelhadas, não caracteriza por si só o estado de invalidez permanente nos seguros de pessoas (Cobertura de Invalidez Permanente por Acidente - IPA, Cobertura de Invalidez Laborativa Permanente Total por Doença - ILPD e Cobertura de Invalidez Funcional Permanente Total por Doença - IFPD), devendo a comprovação se dar através de declaração médica. EREsp 1.508.190-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado em 08/11/2017, DJe 20/11/2017.

GABARITO C.

DIREITO DO TRABALHO E PROCESSUAL DO TRABALHO

18. A respeito da extinção do contrato de trabalho e das prerrogativas da fazenda pública no direito processual do trabalho, marque a alternativa correta:

I – As pessoas jurídicas de direito público não serão multadas caso paguem as verbas rescisórias pela extinção do contrato do trabalho fora do prazo do art. 477 da CLT.

II - Aplica-se o prazo em dobro para a Fazenda Pública recorrer no processo do trabalho, salvo em relação aos embargos de declaração.

III – Não aplica-se à Fazenda Pública a revelia nem o efeito que dela decorre.

A) Todos os itens estão errados.

B) Todos os itens estão corretos.

C) Apenas os itens I e II estão corretos.

D) Apenas os itens II e III estão corretos.

E) Apenas os itens I e III estão corretos.

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COMENTÁRIOS

ITEM I - INCORRETO.

CLT

Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

§ 6o A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.

TST

OJ-SDI1-238 MULTA. ART. 477 DA CLT. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL (inserido dispositivo) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Submete-se à multa do artigo 477 da CLT a pessoa jurídica de direito público que não observa o prazo para pagamento das verbas rescisórias, pois nivela-se a qualquer particular, em direitos e obrigações, despojando-se do "jus imperii" ao celebrar um contrato de emprego.

A propósito, veja a doutrina de Rogério Neiva:

Apesar de previsto no art. 1.º, I, do Decreto 779/1969, o presente mecanismo consiste em instituto tipicamente de direito material. O art. 477, § 1.º, da CLT impõe que o termo de rescisão de contrato de trabalho de empregado COM MAIS DE UM ANO de relação de emprego deva ser homologado pelo órgão do Ministério do Trabalho ou pela entidade sindical. A Súmula 330 do TST estabelece que tal homologação conta com eficácia liberatória em relação às parcelas consignadas no termo e não sobre os valores, mas tão somente quanto aos parâmetros (remuneração e duração do pacto laboral) constantes do documento, ficando a referida eficácia comprometida no caso de ressalva expressa e específica, bem como em relação a reflexos decorrentes de direitos não constantes do recibo, que sejam judicialmente reconhecidos.41

Assim, o art. 1.º, I, do Decreto 779/1969 dispensa a Fazenda Pública da Homologação do TRCT perante o sindicato ou órgão do Ministério do Trabalho, o que se compatibiliza com a lógica da presunção de legitimidade dos atos administrativos.

Por outro lado, o art. 477 da CLT, § 8.º, estabelece sanção para o caso de não pagamento das verbas rescisórias ou pagamento fora do prazo. Conforme a tese da OJ 238 da SBDI-1 do TST,42 apesar da apontada prerrogativa, o mencionado

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dispositivo do Decreto 779/1969 não tem o condão de afastar a aplicação da sanção do art. 477 da CLT à Fazenda Pública.

NEIVA, Rogerio. Direito e Processo do Trabalho - Aplicados à Administração Pública e Fazenda Pública, 2ª edição. Método, 08/2015. VitalBook file.

Desse modo, as pessoas jurídicas de direito público submetem-se às regras da CLT nesse aspecto, devendo pagar as verbas no prazo de até 10 dias.

ITEM II - INCORRETO

TST

OJ-SDI1-192 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. PRAZO EM DOBRO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. DECRETO-LEI Nº 779/69 (inserida em 08.11.2000)

É em dobro o prazo para a interposição de embargos declaratórios por pessoa jurídica de direito público.

Rogério Neiva esclarece que:

No Direito Processual do Trabalho, conforme o Decreto 779/1964, art. 1.º, III, a Fazenda Pública conta com prazo em dobro para recorrer.

Por muito tempo, discutiu-se a existência de prazo em dobro para a apresentação de embargos de declaração, considerando a controvérsia acerca da natureza jurídica do presente instituto. Conforme a tese da OJ 192 da SBDI-1 do TST,65 não há dúvida, atualmente, de que se considera em dobro o prazo para a oposição de embargos de declaração por parte da Fazenda Pública

NEIVA, Rogerio. Direito e Processo do Trabalho - Aplicados à Administração Pública e Fazenda Pública, 2ª edição. Método, 08/2015. VitalBook file.

Portanto, aplica-se a prerrogativa do prazo em dobro à Fazenda Pública, inclusive para os embargos de declaração.

ITEM III – INCORRETO.

CLT

Art. 852 - Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.

TST

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OJ-SDI1-152. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL (ART. 844 DA CLT).

PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO SUJEITA-SE À REVELIA PREVISTA NO ARTIGO 844 DA CLT.

No mesmo sentido:

Com relação à aplicação dos efeitos da revelia à Fazenda Pública, tem-se a expressa previsão constante da OJ nº 152 da SBDI-1, do C. TST, in verbis:

REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL. (ART. 844 DA CLT) (inserido dispositivo) - DJ 20.04.2005.

Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no artigo 844 da CLT. Dessa forma, diferentemente do entendimento constante nas razões recursais, é perfeitamente aplicável ao recorrente a revelia prevista no art. 844 da CLT, desde que, validamente citada, não tenha atendido ao chamado judicial.

PROCESSO Nº TST-RR-2448-05.2016.5.11.0017

Na doutrina, Rogério Neiva esclarece que:

O conceito de revelia corresponde a estado processual que, no âmbito do Direito Processual Civil, gera dois efeitos e pode decorrer de duas causas. No procedimento comum ordinário, a causa corresponde à ausência de contestação, uma vez que o réu é citado para responder; ao passo que, no procedimento comum sumário, a causa consiste no não comparecimento à audiência, visto que o réu é citado para comparecer à audiência. Os efeitos, conforme os termos dos arts. 319 e 322 do atual CPC,84 correspondem à presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor e à dispensa de intimação do réu para a prática de atos processuais. Essa sistemática foi mantida no Novo CPC, nos arts 345 e 346.85

Já no Direito Processual do Trabalho, a causa da revelia será sempre o não comparecimento à audiência, uma vez que, conforme o art. 841 da CLT, o reclamado é notificado para comparecer à audiência. Neste sentido, a Súmula 122 do TST firmou a tese de que, mesmo presente o advogado à audiência, munido de procuração e contestação, mas ausente o reclamado, este é considerado revel.86

Quanto aos efeitos, o único efeito da revelia, segundo previsto no art. 844 da CLT, consiste na presunção da veracidade dos fatos alegados pelo reclamante.87 Assim, ante o disposto no art. 852 da CLT, no âmbito do Direito Processual do Trabalho, não se dispensa a intimação do revel.88

Por muito tempo discutiu-se a possibilidade de reconhecimento de revelia em relação à Fazenda Pública, bem como os seus efeitos. Tal debate contava, por um lado, com a tese da indisponibilidade dos interesses dos entes públicos, o que

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levaria à conclusão da impossibilidade de reconhecimento de revelia, e, por outro lado, com a ideia de que não haveria qualquer previsão legal no referido sentido, não cabendo a interpretação extensiva acerca de privilégios processuais.

Prevaleceu, no âmbito do TST, a tese da possibilidade de reconhecimento de revelia à Fazenda Pública, na conformidade do entendimento adotado por meio da OJ 152 da SBDI-1 do TST, nos seguintes termos:

OJ-SDI1-152. REVELIA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. APLICÁVEL (ART. 844 DA CLT). PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO SUJEITA-SE À REVELIA PREVISTA NO ARTIGO 844 DA CLT.

Porém, conforme os termos da tese firmada por meio da Súmula 74, III, do TST, o cenário processual de revelia por parte da Fazenda Pública não impede que o Juiz condutor da instrução avance na colheita de provas, em busca da verdade real

NEIVA, Rogerio. Direito e Processo do Trabalho - Aplicados à Administração Pública e Fazenda Pública, 2ª edição. Método, 08/2015. VitalBook file.

(Grifei)

GABARITO: A

DIREITO AMBIENTAL

19. Assinale a alternativa CORRETA sobre os crimes ambientais, conforme previsto na Lei 9.605/98 e na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

A) A gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente, os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental e a situação econômica do infrator, no caso de multa, são circunstâncias que devem ser valoradas pelo julgador na fixação da pena-base.

B) A assinatura do termo de ajustamento de conduta com órgão ambiental impede a instauração de ação penal

C) O Superior Tribunal de Justiça voltou a exigir a dupla imputação para a responsabilização da pessoa jurídica por crimes ambientais.

D) Compete à Justiça federal o julgamento de crime ambiental decorrente de construção de moradias de programa habitacional popular, nas hipóteses em que a Caixa Econômica Federal atue, tão somente, na qualidade de agente financiador da obra.

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E) O sursis ambiental pode ser aplicado nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a 2 anos.

COMENTÁRIOS

Esse tema consta do ponto 11.5 Crimes ambientais: espécies e sanções penais previstas.

A) CORRETA

A Lei 9605/98 expressamente prevê que tais circunstâncias devem ser valoradas pelo juiz na fixação da pena:

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará:

I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;

III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Tais circunstâncias serão valoradas em conjunto com as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do Código Penal, na primeira fase do sistema trifásico de fixação da pena.

B) INCORRETA

Pelo contrário, em razão da independência entre as instâncias cível, penal e administrativa e por não elidir a tipificação formal da conduta, a assinatura do termo de ajustamento de conduta com órgão ambiental NÃO impede a instauração de ação penal. Nesse sentido a orientação do Superior Tribunal de Justiça divulgada no informativo de jurisprudência nº 625:

As Turmas especializadas em matéria penal do STJ adotam a orientação de que, em razão da independência das instâncias penal e administrativa, a celebração de termo de ajustamento de conduta é incapaz de impedir a persecução penal, repercutindo apenas, em hipótese de condenação, na dosimetria da pena. Nesse sentido: AgRg no AREsp 984.920-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 31/08/2017 e HC 160.525-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 14/03/2013. Assim, "mostra-se irrelevante o fato de o recorrente haver celebrado termo de ajustamento de conduta, [...] razão pela qual o Parquet, dispondo de elementos mínimos para oferecer a denúncia, pode fazê-lo, ainda que as condutas tenham sido objeto de acordo extrajudicial" (RHC 41.003-PI, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 03/02/2014). Desse modo, a assinatura do termo de ajustamento de conduta, firmado entre denunciado e o Estado, representado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, não impede a instauração da ação penal, pois não elide a tipicidade formal das condutas

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imputadas ao acusado. APn 888-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 02/05/2018, DJe 10/05/2018.

C) INCORRETA

A teoria da dupla imputação exige a imputação simultânea do ente moral (empresa) e da pessoa física responsável por sua administração. No passado essa teoria foi adotada pelo Superior Tribunal de Justiça. No entanto, adequando-se ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça deixou de exigi-la. Ao contrário do afirmado da alternativa, o Superior Tribunal de Justiça não vou a adotar a referida teoria.

O entendimento do Superior Tribunal de Justiça foi divulgado no informativo de jurisprudência nº 566:

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira Turma do STF, "O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação" (RE 548.181, Primeira Turma, DJe 29/10/2014). Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de modo a entender que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/201

D) INCORRETA

Nesse caso a competência é da justiça estadual. O fato de a CEF atuar como financiadora da obra não tem o condão de atrair, por si só, a competência da Justiça Federal. Isto porque para sua responsabilização não basta que a entidade figure como financeira. É necessário que ela tenha atuado na elaboração do projeto ou na fiscalização da segurança e da higidez da obra. Nesse sentido a decisão do Superior Tribunal de Justiça divulgada no informativo de jurisprudência nº 615:

Discute-se se a atribuição à CEF da conduta típica descrita no art. 54 da Lei n. 9.605/1998 – no que concerne à sua responsabilização criminal por danos ambientais causados por construções de moradias realizadas na esfera do Programa Minha Casa Minha Vida – atrai a competência da Justiça Federal para julgamento do caso. Observe-se que a CEF figurou como ré em ação civil pública baseada no mesmo delito e participou de acordo homologado para reparação do dano ambiental na esfera cível, contudo, no entender do Juízo Federal, há de se observar uma diferenciação na responsabilidade civil e criminal da referida instituição financeira. Nesse contexto, diante da reconhecida orientação jurisprudencial das Cortes Superiores sobre a possibilidade de responsabilização

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da pessoa jurídica por dano ambiental, e considerando que o crime descrito no art. 54, § 1º, da Lei n. 9.605/1998 prevê a modalidade culposa da prática delitiva, seria possível a responsabilização criminal da CEF a depender de sua atuação na execução da obra. Quanto a esta, o STF já decidiu que, no âmbito do programa habitacional mencionado, a Caixa Econômica Federal pode atuar como agente executor de políticas públicas federais de promoção à moradia ou como agente financeiro em sentido estrito, na qualidade de responsável pela liberação de recursos financeiros para a aquisição de imóvel já edificado. Na primeira situação, a CEF possui responsabilidade solidária com a construtora pela solidez e segurança da obra, tendo em vista sua atuação fiscalizadora sobre a aplicação dos recursos públicos destinados ao financiamento imobiliário. Já na segunda hipótese, a CEF atua apenas na qualidade de mutuante, disponibilizando os valores necessários à aquisição do imóvel, não fiscalizando a construção – entendimento também compartilhado por esta Corte Superior. No caso em análise, o fato de o imóvel não estar edificado não implica, por si só, a responsabilização da CEF por danos causados na obra, sendo imprescindível a análise contratual e riscos por ela assumidos. Dessa forma, é de se concluir que o fato de a CEF atuar como financiadora da obra não tem o condão de atrair a competência da Justiça Federal. Isto porque para sua responsabilização não basta que figure como financeira, sendo imprescindível sua atuação na elaboração do projeto, ou seja, deve ter atuado na qualidade de fiscalizadora da segurança e higidez da obra. Uma vez não configuradas as referidas premissas no contrato entabulado com a construtora, deve-se reconhecer a competência da Justiça estadual para julgamento da questão. CC 139.197-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, por unanimidade, julgado em 25/10/2017, DJe 09/11/2017.

E) INCORRETA

A suspensão condicional do processo no âmbito da Lei 9.605/94 (sursis ambiental) é disciplinado de forma diferente do Código Penal. No Código Penal o prazo é de 2 anos, enquanto na Lei 9.605/94 o prazo é de 3 anos. Trata-se de diferença frequentemente exigida em certames públicos.

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não superior a três anos.

GABARITO A.

DIREITO URBANÍSTICO

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20. Em relação à disciplina constitucional do direito urbanístico, marque a alternativa correta:

A) Compete aos Município legislar sobre normas gerais de direito urbanístico.

B) Compete aos Municípios promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.

C) Em nenhuma hipótese haverá desapropriação da propriedade do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado.

D) Antes de determinar o parcelamento ou edificação compulsórios o Poder Público deve instituir o IPTU progressivo.

E) A desapropriação da propriedade do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado será feita mediante pagamento em dinheiro.

COMENTÁRIOS

A) INCORRETA.

ESTATUTO DAS CIDADES

Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de interesse da política urbana:

I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;

CF

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

B) CORRETA

CF

Art. 30. Compete aos Municípios:

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

C) INCORRETA

CR

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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

A desapropriação é possível, após o parcelamento ou edificação compulsórios e a instituição de IPTU progressivo, de acordo com o art. 182, § 4º da Constituição Federal.

D) INCORRETA

É o contrário nos termos do art. 182, § 4º da Constituição Federal.

Primeiro deve haver o parcelamento ou edificação compulsórios. Não sendo suficiente, passa-se à instituição de IPTU progressivo.

A propósito da progressividade, confira este julgado do STF:

“IPTU calculado com base em alíquota progressiva, em razão da área do terreno e do valor venal do imóvel e das edificações. Ilegitimidade da exigência, nos moldes explicitados, por ofensa ao art. 182, § 4º, II, da CF, que limita a faculdade contida no art. 156, § 1º, à observância do disposto em lei federal e à utilização do fator tempo para a graduação do tributo.” [RE 194.036, rel. min. Ilmar Galvão, j. 24-4-1997, P, DJ de 20-6-1997.]

Portanto, a progressividade só pode decorrer de a propriedade não ser edificada, subutilizada ou não utilizada

E) INCORRETA

A desapropriação será paga com títulos da dívida pública.

GABARITO: B

QUESTÕES CESPE SOBRE O TEMA

PGM BELO HORIZONTE / 2017

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QUESTÃO 80

Tendo como referência as disposições constitucionais relativas ao direito urbanístico, assinale a opção correta.

A A usucapião pró-moradia não será reconhecida ao mesmo possuidor mais de uma vez nem é admissível em relação a imóvel público.

B O plano diretor é obrigatório para todas as cidades brasileiras, uma vez que a propriedade urbana cumpre sua função social somente quando atende às regras nele estabelecidas.

C Compete concorrentemente ao município, ao estado e à União a promoção do adequado ordenamento territorial.

D Proprietário de solo urbano que, descumprindo o planejamento urbanístico, não promover seu adequado aproveitamento, poderá ser penalizado, sucessivamente, com: IPTU progressivo, parcelamento ou edificação em caráter compulsório e desapropriação-sanção.

Alternativa correta letra: A