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SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 65 | Edição 3303 | 24 a 30 de junho de 2020 R$ 2,00 www.arquisp.org.br Editorial Sagrado Coração de Jesus: realidade do amor divino, infuso e sensível Página 4 Encontro com o Pastor A Rede Vida presta um inestimável serviço à evangelização no Brasil Página 2 Inspiração para que os cristãos vivam as virtudes da fé, esperança e caridade Entidades médicas alertam para riscos na interrupção de tratamentos Caritas Arquidiocesana realiza campanha de solidariedade ‘O Canal da Família’ comemora 25 anos nos lares brasileiros Uma missa na Catedral da Sé, presidida pelo Car- deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, no domingo, 21, marcou as comemorações dos 25 anos de fundação da Rede Vida de Televisão. A emissora de inspiração católica foi fundada pelo jornalista João Monteiro de Barros Filho, junto com o então Arcebispo de Botucatu (SP), Dom An- tonio Maria Mucciolo, e o na época Arcebispo de Mariana (MG), Dom Luciano Mendes de Almeida. Conhecida como “O Canal da Família”, a rede chega a mais de 120 milhões de brasileiros no siste- ma aberto, alcançando cerca de 1.500 municípios, sendo a maior tevê de inspiração católica do País. Página 3 No próximo dia 30, comple- tam-se 40 anos da primeira visita apostólica de São João Paulo II ao Brasil, quando percorreu 14 cidades durante 12 dias. Em São Paulo, o Papa presidiu missa em honra ao recém-bea- tificado Padre José de Anchieta, encontrou-se com religiosas no Gi- násio do Ibirapuera e com os traba- lhadores no Estádio do Morumbi. Páginas 8 e 9 Nesta edição, o jornal O SÃO PAULO destaca a biografia e o testemunho de vida cristã de sete santos celebrados nes- te mês: São José de Anchieta, Santo Antônio, São Vito, São Luís Gonzaga, São João Batista, São Josemaría Escrivá e São Pedro. Página 11 Em razão da atual pandemia, al- guns procedimentos não emergen- ciais foram suspensos, mas pa- cientes das áreas de Cardiologia, Oncologia, Nefrologia, Obstetrícia e Psiquiatria não devem deixar de ir a consultas e realizar exames. Página 12 Neste período de pandemia, a or- ganização de serviço da caridade da Igreja em São Paulo intensificou iniciativas em favor dos mais ne- cessitados e se mobiliza para arre- cadar doações. Página 10 Membros da diretoria, colaboradores e comunicadores da Rede Vida posam para foto com o Cardeal Scherer, na Catedral da Sé, no domingo, 21 Há 40 anos, São João Paulo II peregrinava ao Brasil pela 1ª vez São João Paulo II durante visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 1980 Luciney Martins/O SÃO PAULO Santuário Nacional de Aparecida/Arquivo SANTOS DE JUNHO Imagens: Reprodução

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Page 1: Página 4...Página 4 Encontro com o Pastor A Rede Vida presta um inestimável serviço à evangelização no Brasil Página 2 Inspiração para que os cristãos vivam as virtudes

Semanário da arquidioceSe de São Pauloano 65 | Edição 3303 | 24 a 30 de junho de 2020 R$ 2,00www.arquisp.org.br

EditorialSagrado Coração deJesus: realidade do amor divino, infuso e sensível

Página 4

Encontro com o PastorA Rede Vida presta um inestimável serviço à evangelização no Brasil

Página 2

Inspiração para que os cristãos vivam as virtudes da fé, esperança e caridade

Entidades médicas alertam para riscos na interrupção de tratamentos

Caritas Arquidiocesana realiza campanha de solidariedade

‘O Canal da Família’ comemora 25 anos nos lares brasileirosUma missa na Catedral da Sé, presidida pelo Car-

deal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, no domingo, 21, marcou as comemorações dos 25 anos de fundação da Rede Vida de Televisão.

A emissora de inspiração católica foi fundada pelo jornalista João Monteiro de Barros Filho, junto com o então Arcebispo de Botucatu (SP), Dom An-

tonio Maria Mucciolo, e o na época Arcebispo de Mariana (MG), Dom Luciano Mendes de Almeida.

Conhecida como “O Canal da Família”, a rede chega a mais de 120 milhões de brasileiros no siste-ma aberto, alcançando cerca de 1.500 municípios, sendo a maior tevê de inspiração católica do País.

Página 3

No próximo dia 30, comple-tam-se 40 anos da primeira visita apostólica de São João Paulo II ao Brasil, quando percorreu 14 cidades durante 12 dias.

Em São Paulo, o Papa presidiu

missa em honra ao recém-bea-tificado Padre José de Anchieta, encontrou-se com religiosas no Gi-násio do Ibirapuera e com os traba-lhadores no Estádio do Morumbi.

Páginas 8 e 9

Nesta edição, o jornal O SÃO PAULO destaca a biografia e o testemunho de vida cristã de sete santos celebrados nes-te mês: São José de Anchieta, Santo Antônio, São Vito, São Luís Gonzaga, São João Batista, São Josemaría Escrivá e São Pedro.

Página 11

Em razão da atual pandemia, al-guns procedimentos não emergen-ciais foram suspensos, mas pa-cientes das áreas de Cardiologia, Oncologia, Nefrologia, Obstetrícia e Psiquiatria não devem deixar deir a consultas e realizar exames.

Página 12

Neste período de pandemia, a or-ganização de serviço da caridade da Igreja em São Paulo intensificou iniciativas em favor dos mais ne-cessitados e se mobiliza para arre-cadar doações.

Página 10

Membros da diretoria, colaboradores e comunicadores da Rede Vida posam para foto com o Cardeal Scherer, na Catedral da Sé, no domingo, 21

Há 40 anos, São João Paulo II peregrinava ao Brasil pela 1ª vez

São João Paulo II durante visita ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em 1980

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Santuário Nacional de Aparecida/Arquivo

SAntOS dE JunHO

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2 | encontro com o Pastor | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

Mantido pela Fundação Metropolitana Paulista • Publicação semanal impressa e online em www.osaopaulo.org.br • Diretor Responsável e Editor: Padre Michelino Roberto • Redator-chefe: Daniel Gomes • Reportagem: Padre Bruno Muta Vivas e Fernando Geronazzo • Auxiliar de Redação: Flavio Rogério Lopes • Revisão: Padre José Ferreira Filho e Sueli Dal Belo • Opinião e Fé e Cidadania: Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP • Fotografia: Luciney Martins • Administração e Assinaturas: Maria das Graças Silva (Cássia) • Secretaria de Redação: Jenniffer Silva • Diagramação: Jovenal Alves Pereira • Edição Gráfica: Ana Lúcia Comolatti • Impres-são: S.A. O ESTADO DE S. PAULO • Redação: Rua Manuel de Arzão, 85 - Vila Albertina - 02730-030 • São Paulo - SP - Brasil • Fone: (11) 3932-3739 - ramal 222• Administração: Av. Higienópolis, 890 - Higienópolis - 01238-000 • São Paulo - SP - Brasil • Fones: (11) 3660-3700 e 3760-3723 - Telefax: (11) 3666-9660 • Internet: www.osaopaulo.org.br • Correio eletrônico: [email protected][email protected] (administração) • [email protected] (assinaturas) • Números atrasados: R$ 2,00 • Assinaturas: R$ 45 (semestral) • R$ 78 (anual) • As cartas devem ser enviadas para a avenida Higienópolis, 890 - sala 19. Ou por e-mail • A Redação se reserva o direito de condensar e de não publicar as cartas sem assinatura • O conteúdo das reportagens, artigos e agendas publicados nas páginas das regiões episcopais é de responsabilidade de seus autores e das equipes de comunicação regionais.Semanário da arquidioceSe de São Paulo

A Rede Vida de Televisão comemora 25 anos de fundação e de progra-mação. Sua história

se insere no esforço da Igreja no Brasil em evangelizar, de maneira mais decisiva e eficaz, por meio da televisão, para levar a imagem e a mensagem da Igreja Católica ao povo e aos lares brasileiros.

Não é demais recordar que, nos anos 1990, a presença da Igre-ja Católica na televisão brasileira ainda era muito tímida, enquanto já havia uma forte presença dos grupos evangélicos nesse meio de comunicação. Muitos católicos se questionavam: onde está a Igreja Católica, que não aparece e não se vê? Enquanto isso, em seus moni-tores havia abundantes imagens de templos evangélicos repletos de fiéis e de pregadores entusias-tas a atrair sua atenção. As ima-gens não deixam de impactar o inconsciente coletivo, levando facilmente a concluir, embora de maneira equivocada: “O que não se vê na televisão, não existe”.

Os católicos brasileiros sen-

tiam a necessidade de se reconhe-cer e se identificar com uma lin-guagem televisiva que pudessem vincular à sua comunidade de fé. Também outros canais e redes de televisão de inspiração católica foram logo surgindo no mundo da comunicação ligado à Igreja, participando de sua missão. Os católicos brasileiros sentiram- -se alegres e reconfortados ao ver e ouvir a sua Igreja pela TV, que chegava às suas casas e lhes falava familiarmente da fé, da cultura e das orientações para a vida diária.

A Rede Vida convidava para momentos de celebração, oração e pregação; proporcionava, com frequência e sem filtros, a imagem e a palavra do Papa e dos bispos, contribuindo, dessa maneira, para a unidade da Igreja e para nutrir e fortalecer os laços de comunhão entre os fiéis e seus pastores, e vi-ce-versa. Mediante sua programa-ção, a Rede Vida ajudou muitos a conhecerem locais importantes ligados à fé e à devoção do povo católico, como os lugares santos da Bíblia, da vida de Jesus e dos santos, os santuários e templos católicos pelo Brasil e o mundo, testemunhas preciosas da nossa fé. Ajudou a conhecer e divulgar a extraordinária variedade cultural das práticas da vida cristã católi-ca, embora unidas pela mesma fé.

Com coragem e pioneirismo,

a Rede Vida respondeu ao apelo, tantas vezes reiterado, do Papa e dos bispos para que a Igreja Ca-tólica entrasse com decisão e sem medo no vasto, desafiante e promissor mundo das comuni-cações, para anunciar a Boa-No-va do Evangelho e contribuir, de maneira eficaz, com a edificação da sociedade, à luz dos princípios do Evangelho. Foram 25 anos de muito trabalho e aprendizado, de dificuldades e de êxitos inegáveis, os quais agradecemos a Deus.

Muitos contribuíram para a história da Rede Vida nesses 25 primeiros anos de sua existência. Pioneiro dessa iniciativa foi o jor-nalista João Monteiro de Barros Filho, ao colocar a TV Independen-te a serviço da missão da Igreja no Brasil. Igualmente, também, Dom Luciano Mendes de Almeida, que foi Arcebispo de Mariana (MG) e Presidente da Conferência Nacio-nal dos Bispos do Brasil (CNBB), um grande entusiasta e incenti-vador da criação da Rede Vida. Dom Antonio Maria Mucciolo, então Bispo de Barretos (SP) e, em seguida, Arcebispo de Botucatu (SP), dedicou longos anos de sua vida a este canal televisivo como Presidente do Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã (Inbrac), mantenedor deste importante veí-culo de comunicação católico. Não de forma diferente, também cola-

borou muito o Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), que presidiu o Inbrac por oito anos.

Numerosos leigos, padres e bispos abraçaram com entu-siasmo, desde o início, a causa da Rede Vida. Com seu apoio, a programação deste canal católico chegou rapidamente aos lares dos centros urbanos e também aos lugares mais remotos do imen-so território brasileiro. Um time bem variado de comunicadores, servidores e benfeitores da Rede Vida, nesses 25 anos, moldou seu rosto e sua linguagem, ajudando a sustentar a sua programação. Os telespectadores e apreciadores de seus programas também se torna-ram participantes da sua missão em favor da evangelização.

Certamente, nem tudo é per-feito, e a Rede Vida pode e deve ser sempre mais aprimorada e efi-caz, em comunhão e sintonia com as orientações da Igreja e com os princípios que norteiam a ação e a vida cristãs. No mundo cultural e religioso, em constante mutação, é preciso aprender com as próprias falhas, para aprimorar ulterior-mente nosso serviço à missão da Igreja. É inegável, porém, que a Rede Vida, como as demais redes e canais de televisão ligados à Igreja, presta hoje um inestimável serviço à evangelização no Brasil.

caRdEal odilo pEdRo

schERERArcebispo

metropolitanode São Paulo

Rede Vida, 25 anos

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www.arquisp.org.br | 24 a 30 de junho de 2020 | Geral | 3

Na edição do domingo, 21, do programa “Diálogos de Fé”, transmitido pelas mídias digitais da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho, o Cardeal Scherer expressou sua solidariedade e orações a todos os doentes com a COVID-19 e aos familiares dos mais de 50 mil mortos pela doença no País. Ele ressaltou que a retomada das atividades na sociedade, incluindo as missas com a presença dos fiéis, deve ocorrer de forma gradual e respeitando todos os protocolos de saúde, para evitar a proliferação do novo coronavírus. A íntegra do programa pode ser acessada neste link: https://bityli.com/ioqk7.

Uma missa na Catedral da Sé, presidi-da pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Ar-cebispo Metropolitano de São Paulo, no domingo, 21, marcou as comemorações dos 25 anos de fundação da Rede Vida de Televisão.

A Eucaristia foi concelebrada por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, e sacerdotes que colaboram na progra-mação do canal de inspirarão católica. Também participaram da celebração o jornalista João Monteiro de Barros Neto, diretor da Rede Vida, colaboradores e co-municadores da emissora.

A Rede Vida foi fundada em 20 de junho de 1995, por meio da iniciativa do jornalista João Monteiro de Barros Filho, dono da TV Independente, de São José do Rio Preto, no interior paulista. Ele, junto com o então Arcebispo de Botucatu (SP), Dom Antonio Maria Mucciolo, e o, na época, Arcebispo de Mariana (MG), Dom Luciano Mendes de Almeida, fundou o Instituto Brasileiro de Comunicação Cris-tã (Inbrac), organização sem fins lucrati-vos que operacionalizou a implantação da emissora.

InICIAtIVA EVAnGELIZAdORA“A história da Rede Vida está inserida

no esforço mais decisivo da Igreja Cató-lica no Brasil em evangelizar também por meio da televisão, fazendo com que a mensagem e a imagem da Igreja che-gassem aos lares e levassem conforto a todos os que sentiam a necessidade de re-conhecer e se vincular a uma linguagem televisiva da comunidade de fé com a qual eles se identificavam”, destacou o Cardeal Scherer, na homilia.

“A Rede Vida encarou, com coragem, o apelo e o desafio tantas vezes lançado e repetido pelo Papa e pelo magistério dos bispos, para que a Igreja Católica entrasse com decisão e sem medo no vasto, desafiante, mas também promis-sor, mundo das comunicações, para anunciar a Boa-Nova do Evangelho e contribuir de maneira mais eficaz com a edificação da sociedade”, acrescentou Dom Odilo.

Partindo das palavras de Jesus na li-turgia do dia, o Cardeal exortou: “Não tenhamos medo de anunciar o Evangelho e prestar nosso generoso serviço à missão da Igreja de colaborar com o verdadeiro bem da comunidade humana, mesmo em tempos difíceis e controversos”.

MILHÕES dE BRASILEIROSConhecida como “O Canal da Famí-

lia”, a emissora comemora seu jubileu de prata chegando a mais de 120 milhões de brasileiros no sistema aberto, em todo o território nacional, alcançando mais de 1.500 municípios. “Chegamos hoje com sinal aberto em HDTV [alta definição] como a quarta maior rede de televisão

Rede Vida comemora 25 anos de serviço à evangelização com identidade católica

FERnAndO [email protected]

digital do País. São mais de 500 outorgas que fazem o conjunto das repetidoras da Rede Vida, que tem como geradora a ci-dade de São José do Rio Preto”, explicou João Monteiro de Barros Neto ao O SÃO PAULO.

A emissora também está em todas as

cantes da vida da Igreja no País e no mun-do, como as visitas dos papas ao Brasil: São João Paulo II, em 1997; Bento XVI, em 2007; e Francisco, em 2013.

CAtÓLICA Monteiro Neto ressaltou que ser uma

João Tempesta, Arcebispo do Rio de Ja-neiro (RJ).

dESAFIOS Ao falar sobre as perspectivas para os

próximos anos, o diretor da emissora sa-lientou que a comunicação está passando por uma grande transformação, sobretu-do em relação ao desenvolvimento tecno-lógico.

Para Monteiro Neto, o grande desafio é aprimorar cada vez mais seu conteúdo, independentemente do meio pelo qual será acessado. Por isso, a emissora tem in-vestido na interatividade e convergência com as mídias digitais e o acesso por meio de dispositivos móveis mediante um apli-cativo próprio.

“O importante é fazer com que o que produzimos seja relevante para as pesso-as. Esse não é só um desafio para a Rede Vida, mas para a Igreja no Brasil como um todo, fazer com que os valores cris-tãos, os nossos valores, sejam reconheci-dos e desejados pelas pessoas.”

A esse respeito, Dom Odilo reforçou que a Rede Vida, como expressão do servi-ço da Igreja, “é testemunha da fé em Deus, do valor da pessoa humana, da vida e da dignidade de cada ser humano, dos valo-res da justiça, da honestidade, da liberdade e do respeito, que são fundamentais para a edificação da convivência humana”.

Reprodução da internet

Monteiro Neto, diretor da Rede Vida, agradece ao Cardeal Scherer a missa em ação de graças dos 25 anos da emissora de inspiração católica

Alguns dos primeiros profissionais da Rede Vida de Televisão

Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

que conta, desde sua fundação, com o Inbrac, que orienta as ações da sua grade da programação para que corresponda à sua identidade e missão cristãs”, explicou Neto, que define o instituto como a “alma” da Rede Vida, enquanto o “corpo” é a TV Independente, de São José do Rio Preto, geradora da rede.

O Inbrac é constituído por bispos, leigos e uma religiosa, e tem como pre-sidente, eleito recentemente, o Cardeal Scherer, que sucede ao Cardeal Orani

operadoras de TV por assinatura e via satélite, por meio das antenas parabólicas nos sistemas analógico e digital. Esses nú-meros de abrangência fazem da Rede Vida não só a maior emissora aberta de inspi-ração católica do Brasil como a maior do mundo nesse segmento.

Com programação diversificada, a Rede Vida está no ar 24 horas por dia, sendo 14 horas ao vivo, levando entreteni-mento, prestação de serviços, jornalismo, programas de formação religiosa, celebra-ções e evangelização.

PIOnEIRAEm 25 anos, a Rede Vida acumula fa-

tos marcantes da história da comunicação católica brasileira, como a criação do pri-meiro telejornal que mostra a presença evangelizadora e social da Igreja em todo o País: o “JCTV”, no ar até hoje. Outro legado da emissora foram as transmis-sões das missas e momentos de oração e devoção diários. Além disso, a emissora criou programas de entrevistas, debates e formação de opinião pública, como o “Tribuna Independente”.

Desde o início de seus trabalhos, a Rede Vida realizou a cobertura das assem-bleias gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), tornando esse encontro anual, que reúne todo o episco-pado brasileiro, mais próximo do público.

Em sua história, a Rede Vida transmi-tiu aos brasileiros acontecimentos mar-

emissora de televisão de inspiração cató-lica significa ter em sua identidade e con-teúdos os valores que fundamentam a fé católica, além de ca-minhar em sintonia com os ensinamen-tos do Evangelho e da Igreja.

“A Rede Vida é uma emissora co-mercial, privada,

Diário de Barretos/Arquivo

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4 | Ponto de Vista | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

Talvez nosso primeiro refle-xo ao ouvir falar em “Sagra-do Coração” seja se lembrar daquelas piedosas senhori-

nhas do Apostolado da Oração, com suas fitas vermelhas e Ave-Marias (e que, aliás, em sua silenciosa oração, são um verdadeiro pilar de sustenta-ção da Igreja!). Esta devoção poderia parecer, nesse sentido, algo “carola” e ultrapassado, inapropriado a um ca-tólico moderno.

Nada, porém, estaria mais longe da verdade: pelo contrário, o culto ao Sagrado Coração decorre da própria doutrina católica sobre Jesus, o Verbo Encarnado, e por isso “não deve a sua origem a revelações privadas, nem apareceu de improviso na Igreja” – embora as visões de Santa Margarida Maria Alacoque, sobre as quais o jor-nal O SÃO PAULO publicou em seu site um artigo, que pode ser lido neste link: https://bityli.com/mHerd – cer-tamente tenham tido a importância

de “atrair a consideração dos homens para a contemplação e a veneração do amor misericordioso de Deus para com o gênero humano” (Papa Pio XII, Encíclica Haurietis aquas, HA,52).

Quais verdades de fé, porém, estão por trás do Sagrado Coração? A ex-pressão refere-se, em primeiro lugar, ao culto devido ao coração, ao órgão mus-cular de Jesus. Com efeito, se na Encar-nação o Verbo Eterno “permaneceu o que era (divino), e assumiu o que não era (humano)”, e se Jesus Cristo é “ver-dadeiro Deus e verdadeiro homem” (cf. Catecismo da Igreja Católica, 469), então aquele corpo que andou pela Pa-lestina, foi pregado na cruz e subiu aos céus está intimamente ligado a Deus, e merece a mesma adoração.

Em segundo lugar, no entanto, e de maneira mais especial, a devoção é dirigida ao Coração de Jesus (e não ao cérebro ou aos olhos, por exemplo), por se tratar do símbolo, por excelên-cia, para o amor. Ao vermos, numa

placa, o desenho de uma nuvem es-cura ou de um avião, logo pensamos em uma tempestade ou em um aero-porto; da mesma forma, um coração aposto à imagem do Cristo nos reme-te naturalmente a seu amor.

Poderíamos, em terceiro lugar, desdobrar esta realidade num “trípli-ce amor com que o Divino Redentor ama continuamente o Eterno Pai e todos os homens” (HA,27): o amor divino (próprio das três pessoas da Trindade), o amor infuso (dom so-brenatural de Deus aos homens que se abrem à graça) e o amor sensível (as afeições e ternuras bem humanas que todos nós sentimos, e que move-ram também a Jesus).

Que consolo contemplar, na ora-ção pessoal, o fato de que Jesus sentiu verdadeira ternura por mim e por ti: aquele mesmo “carinho” que temos pelos pais ou avós queridos, ou por um amigo “do coração”. Que consolo saber que era em mim e em ti que Ele

pensava – não como anônimos, mas como indivíduos! – quando clamou “Vinde a mim vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28), como a imagem que abre os braços sobre a Baía de Guanabara. Que consolo, enfim, vislumbrá-lo a se compadecer da multidão cansa-da, como ovelhas sem pastor (cf. Mc 6,34); ou a chorar a morte de Lázaro (cf. Jo 11,35); ou a exultar de alegria ao se dar em alimento pela primeira vez, conforme havia ardentemente desejado (cf. Lc 22,15).

Só poderemos nos tornar confor-mes a Cristo se nos aplicarmos a me-ditar estas coisas, considerando, na intimidade da oração, o amor (tam-bém humano!) que nos tem nosso amável Salvador. E, então, a conse- quência será natural: cantaremos, como no Adeste Fideles, “Sic nos amantem quis non redamaret?” – “Ao que nos ama desta maneira, como não amar de volta?”

Sagrado Coração de JesusEditorial

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Nestes tempos de pandemia e de isolamento social, uma das ques-tões que a comunidade em torno da pessoa com deficiência levanta é: como um deficiente está vivendo a quarentena?

Por que, no entanto, esta ques-tão seria importante? Afinal, um deficiente não está em condição de isolamento tanto quanto qualquer outra pessoa? A resposta não é tão simples. A hora é a de aguçarmos a nossa sensibilidade. Um cadeirante, por exemplo, vive mais em contato com o chão, dado que tem de im-pulsionar as rodas de sua cadeira com as mãos. Além disso, tenho testemunhado pessoas com defi-ciência visual com medo de andar na rua, porque não sabem se estão passando ao lado de alguém com ou sem máscara; e também vale pensar sobre os deficientes auditi-vos que estão com sua comunicação comprometida, dado que parte dela é feita por meio da leitura labial.

Essas situações mostram que as pessoas com deficiência estão mais expostas e vulneráveis nesta pande-mia.

Em 24 de maio, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) publicou no jornal Folha de S.Paulo um ar-tigo intitulado “Nenhuma vida vale

Vamos pensar no próximo?tezas, já há iniciativas que ajudam as pessoas com deficiência a con-tinuar realizando suas atividades. Na Associação Fernanda Bianchini, voltada a ensinar linguagens artísti-cas a pessoas com deficiência, prin-cipalmente com ênfase em balé, neste período a entidade passou a oferecer aulas em seus canais do Instagram, YouTube e Facebook para que seus alunos não ficassem parados. É de extrema importância seguirmos estas páginas, dado que o trabalho lá realizado é de excelen-te qualidade e que o reconhecimen-to ao bem que é feito é fundamental na vida de um artista.

Concluo pedindo a cada leitor que reconheça projetos como o apontado acima e aguce a sensibi-lidade para as questões aqui apre-sentadas. Muitas vezes, nós nos ilu-dimos, achando que para resolver tais apontamentos é preciso fazer coisas grandiosas; são os pequenos gestos, porém, que solucionam os grandes problemas. Muitas vezes, o que um deficiente quer não é que alguém o ajude a atravessar a rua ou que alguém retire, por um minuto, a máscara para se comunicar com ele. O que um deficiente precisa, re-almente, é que o outro desenvolva a empatia.

Arte: Sergio Ricciuto Conte

menos”, sobre a pessoa com defi-ciência em tempos de pandemia. Mara aponta o desdém das autori-dades para com os deficientes neste momento de pandemia, um grupo que representa 15% da população do planeta, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Há reco-mendações para pessoas em grupos de risco, sobre o distanciamento so-cial e outras recomendações impor-tantes para o Brasil sair dessa crise sanitária o mais rápido possível, mas essas pessoas apontadas por Mara estão esquecidas.

E como será a vida cotidiana

das pessoas com deficiência no pós-quarentena? O que vai ser o mercado de trabalho, em uma das maiores crises econômicas de nossa história, para uma pessoa com de-ficiência, que já sofre tanto precon-ceito neste setor? Além dessa ques-tão complexa, existem outras, mais simples, como, por exemplo, quem vai ajudar um deficiente visual a atravessar a rua? Ele será deixado de lado por medo da COVID-19? A quarentena e o vírus vão passar, mas as pessoas com deficiência fi-cam.

Apesar desse cenário de incer-

aRThUR acosTa BadiN

Opinião

Arthur Acosta Badin é ator e professor de Teatro, com ênfase em Arte e Deficiência.

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A vida cristã está fundamen-tada na fé em Deus e na sua Palavra. Os sacramentos, em especial a Eucaristia, são o

alimento daqueles que assumem o seu Batismo e buscam, dia a dia, em meio aos desafios e perseguições, com o tes-temunho de suas vidas, edificar o Reino de Deus.

O evangelista Mateus nos apresenta uma síntese do testemunho que o cristão é chamado a dar de Jesus: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de en-coberto que não seja revelado e nada há de escondido que não seja conhecido”... “Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma”... “Não tenhais medo”... (Mt 10,26-33). Neste tempo de pandemia do novo coronavírus, toda a sociedade está perdida, confusa, com medo. Os cristãos católicos, homens e mulheres, marcados pela experiência

www.arquisp.org.br | 24 a 30 de junho de 2020 | regiões episcopais/Fé e Vida | 5

dOM EduARdO VIEIRA dOS

SAntOSBISPO AuXILIAR

dA ARQuIdIOCESE nA REGIÃO SÉ

EspiritualidadeTestemunho cristão e fidelidade a Deus

CONGREGAÇÃO MISSIONÁRIA DA IMACULADACNPJ: 44.373.520/0001-15

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOEXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/19

Renda Operacional Bruta Receitas Eventuais ................................................ R$ 112.799,19 Receitas de Aluguel ............................................... R$ 91.400,00 Receitas de Doações ............................................ R$ 486.984,53 Receitas Financeiras ............................................. R$ 28.101,85 Res.Oper.Bruto .................................................... R$ 719.285,57Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos ..................................... R$ (5.601,84) Desp.Financeiras ................................................. R$ (1.578,39) Desp.Manutenção ................................................ R$ (150.895,39) Desp.Adm.Sede Provinvial ................................... R$ (450.675,87) Desp.Adm.Casa Provincial .................................... R$ ( 68.700,13) Desp.Adm.Com.Vl.Missionária .............................. R$ ( 52.886,47) Desp.Adm.Com.Bragança Pta. ............................. R$ (156.721,61) Desp.Adm.Com. Registro ...................................... R$ ( 53.210,47) Desp.Adm. Feira de Santana ................................ R$ ( 60.258,86) R$ (1.000.529,03) Result. Operacional Líquido .................................. R$ (281.243,46) Result.do Exercício anterior .................................. R$ 3.288.297,12 R$ 3.007.053,66

BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2019 À 31/12/2019A T I V O

ATIVO CIRCULANTEDISPONIBILIDADES Caixa ..................................................................... R$ 12.964,51 Bancos Conta Movimentos ................................... R$ 11,01VALORES À RECEBER Aplicações à Curto Prazo ...................................... R$ 613.967,68 Total do Ativo Circulante ........................................ R$ 626.943,20ATIVO PERMANENTEIMOBILIZADO Imóveis .................................................................. R$ 2.920.629,16 Móveis e Utensílios ............................................... R$ 106.350,53 Máquinas e Equipamentos ................................... R$ 34.351,80 Veículos ................................................................. R$ 111.500,03 Depreciação Acumulada ....................................... R$ (786.590,84) Total do Ativo Permanente .................................... R$ 2.386.240,68 TOTAL DO ATIVO ................................................. R$ 3.013.183,88

P A S S I V OPASSIVO CIRCULANTEVALORES À PAGAR A CURTO PRAZO Empréstimos ......................................................... R$ 6.130,22 Total do Passivo Circulante ................................... R$ 6.130,22PATRIMÔNIO LÍQUIDORESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados ......................................... R$ 3.288.297,12 Déficit do Exercício ................................................ R$ (281.243,46) Total Superávits ..................................................... R$ 3.007.053,66 TOTAL DO PASSIVO ............................................ R$ 3.013.183,88

Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levan-tado em 31/12/19, que soma a importância de R$ 3013.183,88 (Três Mi-lhões e Treze Mil Cento e Oitenta e Três Reais e Oitenta e Oito Centavos).

Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2019.

IR.REGINA DA COSTA PEDROPresidente

LUIZ MARQUES SPERANDIOContador - CRC 1SP119134/O-5

do amor de Cristo, manifestado sobretudo na sua entrega à morte – e morte de cruz –, na obediência ao amor do Pai celeste, buscam igualmente viver a sua fé.

A fé não é algo externo à vi-vência cristã: ela é a prova do amor sincero e verdadeiro a Cris-to e ao seu Reino. Não se pode vi-ver a fé apenas mediante palavras e boas intenções. A fé necessita de testemunho e fidelidade Naquele em quem se crê, Cristo.

Esta triste realidade do co-ronavírus, na qual milhões de pessoas mundo afora foram in-fectadas e milhares já perderam suas vidas, exige dos cristãos um testemunho novo, testemunho de coragem, confiança e fidelidade a Deus. Jesus exorta os seus apósto-los, dizendo: “Não tenhais medo” (Mt 10,26-33). Não ter medo não significa que haverá sucesso no testemunho, que não haverá pro-blemas de diversas ordens, inclu-sive morte, mas, sim, que Deus estará sempre conosco, Ele nunca faltará com a sua Palavra: “Eu es-tarei convosco todos os dias, até os confins do mundo” (Mt 28,20).

O testemunho cristão é funda-mentalmente a prática das bem-

-aventuranças de Jesus, que diz: “Vinde benditos de meu Pai, rece-bei por herança o Reino prepara-do para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome, e me des-tes de comer. Tive sede, e me des-tes de beber. Era forasteiro, e me recolhestes. Estive nu, e me vestis-tes; doente, e me visitastes; preso, e viestes me ver” (Mt 25,34-36). O testemunho da fé cristã católica é dado no concreto da vida, nas mais diversas situações da exis-tência humana: fome, privação de moradia digna, sede de justiça, migração, nudez, doença e prisão, realidades que evocam atenção, solidariedade, justiça. Nessas rea-lidades, a pertença a Cristo é deci-siva para o bom testemunho da fé. No irmão que sofre, é Deus quem sofre; no discípulo perseguido, é Jesus quem é perseguido.

Não ter medo significa viver da coragem de ter optado por Cristo e pelo seu Evangelho. De ter escolhido a vida escondida em Cristo ressuscitado, que é vida e salvação de todo aquele que Nele crê e busca viver a Sua santa Pa-lavra: “No mundo tereis tribu-lações, mas tendes coragem, Eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Na sexta-feira, 19, no Centro de Pastoral São José, ocorreu um encontro ampliado para estudos sobre a “Economia de Francisco”, uma proposta de novo pacto eco-nômico global, o qual será refleti-do em Assis, na Itália, entre jovens do mundo inteiro e o Papa Fran-cisco, no mês de novembro.

Eduardo Brasileiro, um dos jovens que representarão o Bra-sil nessa atividade, tem realizado encontros com pastorais e movi-mentos para detalhar a proposta. O mais recente deles teve a parti-cipação de Dom Luiz Carlos Dias, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém, e de representantes do Movimento Integração Campo-Cidade (MICC), Pastoral do Meio Ambiente, Caritas Arquidiocesa-

BELéM

[BELÉM] A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus foi celebrada na sexta-feira, 19, no Santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, com missa presidida pelo Pároco e Reitor, Padre Reuberson Ferreira, MSC. Participaram presencialmen-te alguns associados do Apostolado da Oração e a missa também foi transmitida pelas mídias sociais, sendo acompa-nhada por 1,5 mil pessoas. Leia mais detalhes no link a seguir: https://bityli.com/3wHtZ

[BELÉM] No sábado, 20, aconteceu a celebração da padroei-ra da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Jardim Rodolfo Pirani, com missa presidida pelo Padre Luiz Fernando, da Paró-quia São Gonçalo, e concelebrada pelo Padre Gilberto Orácio, Pároco. A festa do Imaculado Coração também foi celebrada na Capela do Educandário São José do Belém, em missa pre-sidida pelo Padre Marcelo Maróstica. Leia a íntegra da notícia neste link: https://bityli.com/GsJrK

dom Luiz Carlos participa de reuniãosobre o projeto Casa de Francisco

FERnAndO ARtHuRCOLABORAdOR dE COMunICAÇÃO dA REGIÃO

diante o qual, a partir de iniciativas de geração de renda e trabalho, se almeja uma economia solidária, que provoque a mudança do mo-delo socioeconômico em um deter-minado território e, consequente-mente, a mudança de mentalidade e uma nova prática de economia que também beneficie os mais pobres. A Casa de Francisco será a organi-zação responsável pela articulação dos agentes, grupos e iniciativas.

na de São Paulo, C entro S ocia l Nossa Senhora do Bom Parto, C omu n i d a d e s Eclesiais de Base (CEBs), Banco Comunitário da Cidade Tiraden-tes e o Secreta-riado de Pastoral regional.

Atenta à bus-ca de um novo pacto econômico, a Região Belém está estruturando o projeto Casa de Francisco, me-

Dom Luiz Carlos Dias e representantes dos grupos que articulam o projeto Casa de Francisco

Padre Marcelo Maróstica Quadro

Arquivo paroquial

Renata Silva

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6 | regiões episcopais | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

LAPA

Na noite da sexta-feira, 19, Dom José Benedito Car-doso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Pastoral Butantã, por ocasião da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

A missa, concelebrada pelo Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Pároco, aconteceu sem a presença dos fiéis, que puderam acompanhá-la pelas redes sociais.

Dom José, na homilia, lembrou que também na-quele dia se celebrava a Santificação do Clero, sendo ocasião para dedicar orações aos sacerdotes, pelo seu trabalho missionário no caminho da evangelização. Ao falar sobre o Evangelho do dia (Mt 11,25-30), o Bispo exaltou que Deus nunca se cansa de amar seus

dom José Benedito preside missa em paróquia no Setor ButantãBEnIGnO nAVEIRA

COLABORAdOR dE COMunICAÇÃO dA REGIÃOque nós somos seus seguidores. Seguimos os seus pas-sos na busca de uma única via, que nos torne seme-lhantes a Ele, para conquistarmos um coração manso e humilde, igual ao Dele”.

Antes do final da missa, Dom José efetuou a cerimô-nia do descerramento do quadro do Sagrado Coração de Jesus, realizando também o rito da bênção do quadro e a consagração do Sagrado Coração de Jesus.

OutRAS MISSAS COM O BISPONo domingo, 21, o Bispo presidiu missas nas

Paróquias Santa Domitila, no Setor Pirituba, pela manhã; e, à noite, na Paróquia São José Operário, do Setor Rio Pequeno. Na quarta-feira, 24, às 10h, dia de São João Batista, Dom José celebrará na Pa-róquia São João Batista, na Vila Ipojuca, Setor Pas-toral Lapa.

Entre os dias 6 e 18, o Apostolado da Oração da Re-gião Sé realizou a Trezena das 12 Promessas, transmiti-da pelo YouTube do Apostolado da Oração (AO) e do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ), que compõem a Rede Mundial de Oração do Papa.

O Padre Eliomar Ribeiro, Diretor Nacional do Apos-tolado da Oração, também compartilhou a Novena do Sagrado Coração de Jesus 2020, e, na sexta-feira, 19, na Solenidade, presidiu missa, às 15h, transmitida pelo YouTube.

Na Paróquia Santíssimo Sacramento, Setor Pastoral Paraíso, o Padre Aparecido Silva, Pároco, postou um ví-deo em homenagem ao Apostolado da Oração.

“Nosso olhar se volta para Deus com sentimentos sublimes e elevados por nos ter dado como dádiva seu Filho, Jesus Cristo. É por meio Dele, seu Filho unigênito,

BRASILâNDIA

Na última semana, a Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, realizou a festa do padroeiro, com a adaptação de suas atividades em razão da atual pandemia.

O Padre Roberto Moura, Pároco, as-sociou a própria história do padroeiro ao momento atual: “São Luís Gonzaga viveu e morreu no contexto da peste bubônica,

filhos, mesmo quando cometem pecados, e ressaltou que “viver a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é imitar os ensinamentos de Jesus em nossas vidas, por-

Dom José Benedito inaugura quadro do Sagrado Coração de Jesus

Benigno Naveira

Reprodução da internet

Reprodução da internet

Apostolado da Oração se une on-line na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

[SÉ] No dia 17, aconteceu a reunião dos padres e diáconos do Setor Santa Cecília. Participaram os Padres Valmir Neres, Sér-gio Henrique Nouh, Leonel Gomes, José Roberto, Brás Loren-zetti, Tiago Gurgel e Fernando Moreira e os Diáconos Francisco Kumagai e João Fornari. (Por Centro de Pastoral da Região Sé)

[SÉ] Integrantes da Pastoral Familiar da Região Sé, grupo Bom Pastor e grupo Famílias Novas realizaram um encontro remoto, no dia 17, para a partilha da Palavra e planejamento de ações, tendo em consideração as novas demandas e ne-cessidades advindas da pandemia, como a maior necessida-de de escuta e de acolhimento para ajudar as pessoas. A ínte-gra da notícia pode ser lida neste link: https://bityli.com/IlrEJ.

(Por Centro de Pastoral da Região Sé)

POR CEntRO dE PAStORAL dA REGIÃO SÉ

que o Pai se exprime inteiramente, revelando a grandeza de seu amor para conosco. Se nós quisermos conhecer e sentir o amor de Deus, temos que passar pela porta que é Jesus. ‘Ninguém vai ao Pai, senão por mim.’ [...] Neste momento difícil que estamos vivendo, confiemos nas palavras de Jesus: ‘Vinde a mim todos os que estais can-

sados e fatigados e Eu vos aliviarei. Aprendei de Mim que sou manso e humilde’.”

A íntegra do vídeo pode ser vista no site da Região Sé: www.regiaose.org.br.

Padre Eliomar, em live com associados do Apostolado da Oração

Paróquia São Luís Gonzaga inova em festejos do padroeiro

[BRASILÂNDIA] No Dia Mundial do Refugiado, no sábado, 20, a Pastoral dos Mi-grantes da Paróquia Santa Cruz de Itaberaba realizou uma live pelo Facebook, abordan-do a 35ª Semana do Migrante, com o tema “Onde está o teu irmão, a tua irmã?” Partici-param membros da Pastoral e imigrantes ve-nezuelanos que foram acolhidos no Brasil. Ao final, houve a leitura da oração do migrante. A íntegra da notícia pode ser acessada por meio deste link: https://bityli.com/fzZHx.

(por Juliana Tavares)

tAíSE CORtêSCOLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

que matou mais de 50 milhões de pessoas no século XVI. Recorremos a ele o socorro para o momento presente. Confiando na sua intercessão, realizamos o tríduo, cul-minando com a grande festa, vivenciada, este ano, diferentemente de outros tem-pos. Sentimos a força e a união de toda a comunidade, consciente e ativa na realiza-ção desse evento e no sonho de um futuro muito mais envolvente”, afirmou.

Com o tema “Socorrei-nos, São Luís

Gonzaga, neste tempo de pandemia”, a co-munidade celebrou o tríduo do padroeiro, acompanhando as missas pela internet, presididas pelos Padres Francisco Antô-nio Rangel de Barros, Reinaldo Leitão e Adeildo Pereira Machado. A missa solene foi no domingo, 21, na memória litúrgica do Santo, presidida pelo Pároco. Houve ainda uma carreata solidária pelas ruas do bairro, com a arrecadação de alimen-tos durante o trajeto. Emoção, devoção e fé puderam ser observadas nos fiéis nas inúmeras casas que se prepararam para saudar a carreata do padroeiro.

O recurso de transmissões ao vivo das celebrações e interação pelas redes sociais foi fundamental para a mobilização e co-municação mais assertiva com toda a co-munidade paroquial.

Também foram feitas ações solidá-rias para arrecadação de doações para as famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas pela Paróquia e o grupo

de Vicentinos; e a comunidade paroquial também se mobilizou para colaborar com uma instituição que dá assistência a ani-mais abandonados.

Carreata com a imagem de São Luís Gonzaga acontece em ruas próximas à igreja, no dia 21

Taíse Cortês

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Comportamento

As opiniões da seção “Fé e Cidadania” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editoriais do O SÃO PAULO.

Fé e Cidadania

Ainda vivemos sob os efeitos da pandemia. Às ve-zes, queremos acreditar que estamos chegando ao fim deste pesadelo, porém os noticiários nos advertem que devemos nos preocupar e preservar a nós mesmos e aos que amamos. Duas palavras surgem simultanea-mente no nosso inconsciente: medo e esperança. Medo de que essa doença permaneça por muito tempo, afe-tando nossa saúde e nosso equilíbrio emocional. Medo pelo desconforto de vigiar constantemente os nossos relacionamentos e policiar permanentemente o nosso comportamento social, sobretudo em relação aos nos-sos familiares. Esperança de que dias melhores nos tra-gam boas notícias. Esperança nos medicamentos en-contrados pelos cientistas. Esperança de que abriremos nossas janelas e portas e estaremos novamente prontos para encontrar nossos familiares e amigos. Esperança de que a vida efetivamente comece com dias melhores.

Por quanto tempo ainda teremos que ter medo do incerto e esperança por dias ensolarados? Quanto mais precisaremos para enterrar definitivamente o vírus e viver momentos tranquilos? Lembramos com prazer e saudade do tempo que se foi e permanece na memória no antes da pandemia. Trazemos as marcas de quando vivemos o hoje do coronavírus e ansiosamente espera-mos que tudo passe.

O que devemos esperar para o amanhã? Quando chegará o verdadeiro porvir? Bastará o fim do distan-ciamento e a descoberta de medicamentos e vacinas? Tudo voltará a ser como antes? Encontraremos nossos familiares, abraçaremos nossos amigos, retomaremos nossos trabalhos, nossos estudos e revisitaremos nos-sos lugares preferidos, que nos eram aprazíveis?

Já foi muito dito que não seremos os mesmos de-pois da pandemia. Tomando essa máxima, sugerimos uma interrogação: Como estamos nos preparando para o porvir? Em quais propostas estamos apostan-do? Estamos propondo para a nossa vida otimismo ou pessimismo?

Durante muito tempo, ouvimos a palavra solida-riedade. Essa palavra-chave moveu o mundo e foram inúmeras as ações que mobilizaram os continentes. O mundo ainda está sensível. As pessoas sentem compai-xão dos rostos anônimos, dos enfermos nos hospitais e de quantos os assistem, da velhice desamparada nos asilos e de tantos outros transeuntes que passam e circu-lam sem serem vistos. Compaixão daqueles que sofrem.

Como deve ser a nossa proposição de vida? Como deve ser o agir de quem segue a Jesus Cristo? Como seguir seus passos, como pessoa que interage com o mundo? Duas palavras muito recorrentes até agora foram solidariedade e compaixão. Como cristãos, de-vemos utilizar uma palavra mais apropriada, que é ca-ridade. “Agora, portanto, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três coisas. A maior delas, porém, é a caridade” (1Cor 13,13).

Depois da pandemia, de certa forma, nada será como antes. A educação possivelmente será híbrida (presencial/virtual), o ambiente de trabalho terá mais espaço para o home-office, os lugares públicos serão mais restritos e restritivos. Como dimensionar o por-vir? Como serão as relações humanas, o futuro da edu-cação e de trabalho e as celebrações religiosas?

O melhor, para cada um de nós e toda a humani-dade, passa pelo projeto de como estamos propondo o porvir. Devemos pensar o hoje e o futuro, redimensio-nando a vida no seguimento de Jesus Cristo, para viver e continuamente praticar o bem. “Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1Ts 5,21).

Padre José Ulisses Leva é professor de História da Igreja na PUC-SP.

Propor o melhor para o porvir

PAdRE JOSÉ uLISSES LEVA

O trabalho é parte integrante da vida do homem. Desde sempre, a sociedade foi marcada pelo trabalho como forma de suprir as necessidades básicas de ali-mentação, vestimenta, de garantia de sobrevivência. Com o tempo, as relações de trabalho foram se modifi-cando, se ampliando e ganhando dimensões diferentes.

Segundo São João Paulo II, “é mediante o trabalho que o homem deve procurar o pão cotidiano e contri-buir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e, sobretudo, para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os pró-prios irmãos. E com a palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual quanto intelectual, independentemente das suas carac-terísticas e das circunstâncias, quer dizer, toda a ativida-de humana que se pode e deve reconhecer como traba-lho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade” (Encíclica Laborem exercens). Tomado do ponto de vista dessa capacidade humana peculiar, o trabalho tem uma dignidade ampla e fundamental – com ele e por meio dele, aperfeiçoamo-nos e melhoramos o mundo e a so-ciedade em que vivemos.

Neste momento de pandemia, em que estamos con-ciliando diferentes trabalhos – os profissionais e os fa-miliares –, temos um campo fértil para reflexões impor-tantes e que trazem à tona valores fundamentais. Não podemos negar que a sociedade moderna atribui valor e status ao homem por sua capacidade de trabalho, ou seja, quanto mais alto o cargo, mais valor tem a pessoa. Isso gera uma corrida na qual já não se identifica se o traba-lho está a serviço do homem ou o homem do trabalho.

Segundo Bruna Barcelos, em sua dissertação de mes-trado (2009), “a vida inteira de uma pessoa passa a girar em função do trabalho [acrescento: profissional]. Atu-almente, quando uma criança nasce, ela já começa a ser preparada para o mercado de trabalho: mal aprende o português e já está fazendo cursos de línguas, computa-ção e diversas atividades extracurriculares que a auxilia-rão na busca de um futuro emprego. Assim como a linha

de montagem de um produto, a vida do homem contem-porâneo começa com a sua formação para o mercado de trabalho (escola e faculdade), passa por momentos de testes (estágios) e, então, ele é absorvido pelo mercado, efetivando-se em um emprego. Quando chega ao fim de sua capacidade produtiva, o homem é descartado e subs-tituído, ficando à margem do processo (aposentadoria)”.

Não é verdade que, lendo essa definição, esvazia-se a grandeza e a dignidade do trabalho humano, pois nos ve-mos identificados com os produtos, e não com a capacida-de criadora e transformadora que o trabalho possibilita?

Quantas e quantas famílias não estão se sentindo absolutamente perdidas no desafio de conciliar o traba-lho profissional com o familiar nesta situação extrema que estamos vivendo. Afinal, a importância do traba-lho profissional acaba por se agigantar na medida em que promove o sustento material e o status social. E não seria o trabalho familiar, estritamente ligado ao servi-ço ao outro (educativo, formativo, afetivo), de extrema importância social também? Como ensinar aos filhos a importância, a dignidade do trabalho, se ele estiver estri-tamente vinculado ao “ganhar o sustento”? Nós mesmos não estamos desmerecendo nosso trabalho profissional ao colocarmos como objetivo fundamental o valor fi-nanceiro que ele nos traz?

Sim, essa é uma equação difícil para todos nós, que fo-mos forjados nessa mentalidade moderna e utilitarista, que produz não somente mercadorias, mas também subjetivi-dades – produz necessidades, relações, corpos e mentes...

Se queremos resgatar a grandeza e a dignidade pró-prias do trabalho humano, é preciso rever nossos con-ceitos, nossos valores e nossas condutas. Esta pandemia tem escancarado algumas verdades: o emprego passa – nele somos absolutamente substituíveis. Nossa família não – nela somos únicos, irrepetíveis, importantes pelo que somos! Nosso trabalho é muito mais do que o nos-so emprego, tem um valor transformador enorme! Que nossos filhos percebam o verdadeiro valor do trabalho humano mediante nossa seriedade e dedicação com nossos afazeres profissionais e familiares, equilibrados e ricos de sentido.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o blog educandonacao.com.br

Riquezas da quarentena: reflexões sobre trabalho profissional e familiar

SIMOnE RIBEIRO CABRAL FuZARO

[SANTANA] A festa do padroeiro da Paróquia São Pedro Apóstolo, no Tremembé, será iniciada com um tríduo entre os dias 26 e 28, às 19h30, com oração e a bênção do Santíssimo. No dia de São Pedro, 29, haverá missa e bênção das cha-ves em três horários: 9h, 15h e 19h30. Todas as celebrações serão transmitidas pelo Facebook da Paróquia, que pode ser acessado neste link: https://bityli.com/L31xM. Por causa das medidas de isolamento social, a igreja permanece fecha-da, mas quem desejar adquirir o bolo de São Pe-dro poderá retirá-lo pelo sistema drive thru, entre às 9h e 22h. O endereço da Paróquia é Avenida Maria Amália Lopes Azevedo, 222A, no Tremem-bé, perto do Horto Florestal.

(por Edmilson Martins)

[IPIRANGA] A Paróquia Nossa Senhora Apa-recida, na Vila Arapuá, homenageou o Imacula-do Coração de Maria com a oração das mil Ave- -Marias, no sábado, 20. Com os devidos cuidados para prevenir a disseminação do novo corona-vírus, 20 pessoas se revezaram na iniciativa, que partiu da Legião de Maria. “Com uma grande ale-gria, a Paróquia pôde se orgulhar de ter honrado a Virgem. Foram cinco horas de oração ininter-ruptas, com transmissão ao vivo pelo Facebook, para que os fiéis pudessem acompanhar de casa. Nossa Senhora merece”, relatou Padre João Paulo Rizek, Pároco. (por Renata Quito)

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8 | reportagem | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

No dia 30 de junho de 1980, o Brasil recebeu pela primeira vez a visita de um pontífice. São João Paulo II desembar-cou em Brasília (DF) e, logo ao descer do avião, se ajoelhou e beijou o solo, um gesto que marcou o seu pontificado.

Durante 12 dias, percorreu, além de Brasília, mais 13 cidades: Belo Horizon-te (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo, (SP), Aparecida (SP), Vitória (ES), Por-to Alegre (RS), Curitiba (PR), Manaus (AM), Recife (PE), Salvador (BA), Belém (PA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE).

Em seus mais de 26 anos de pontifi-cado, São João Paulo II visitou 129 paí-ses, uma das razões pelas quais ficou co-nhecido como o Peregrino da Paz.

AO CORAÇÃO dO POVO BRASILEIRO Na capital federal, o Pontífice foi re-

cebido pelo então presidente João Batis-ta de Oliveira Figueiredo e pelas demais autoridades. Na Catedral de Brasília, encontrou-se com o clero e, logo em se-guida, presidiu uma missa campal com a participação de 600 mil pessoas.

“E hoje, no início de minha peregri-nação ao coração do povo de Deus em terra brasileira, desejo, com o mesmo sinal da cruz, marcar junto convosco minha fronte, meus lábios, meu peito. E como sucessor de Pedro, Bispo de Roma e pastor da Igreja, desejo abençoar com este sinal a vós todos aqui reunidos e a todo o Brasil”, disse na homilia. Depois, foi à sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cumprimen-tou cerca de 60 bispos.

ESPERAnÇA nOS JOVEnS Em Belo Horizonte, o Papa lembrou

que a Igreja olha para os jovens com expectativa e esperança: “Vocês dizem, com razão, que é impossível ser feliz, vendo uma multidão de irmãos caren-tes das mínimas oportunidades de uma existência inumana. Vocês dizem, tam-bém, que é indecente que alguns esban-jem o que falta à mesa dos demais. Vocês estão resolvidos a construir uma socie-dade justa, livre e próspera, onde todos e cada um possam gozar dos benefícios do progresso”.

COM AS MuLtIdÕES E nAS FAVELAS dO RIO

No Rio de Janeiro, o Papa foi recebi-do por 2 milhões de pessoas no Aterro do Flamengo, onde celebrou missa e de-dicou sua reflexão às famílias.

“Por muito tempo, nos inícios da Igreja, era em casas de família que outras

São João Paulo II:há 40 anos, o Peregrino da Paz chegou ao Brasil

FLAVIO ROGÉRIO [email protected]

famílias se reuniam para a ‘fração do pão’. Cada altar será sempre uma mesa, em torno da qual se congrega, mais ou me-nos numerosa, uma família de irmãos. A Eucaristia ao mesmo tempo reúne esta família, manifesta-a aos olhos de todos, estreita os laços que unem aos outros os seus membros.”

São João Paulo II também foi à Favela do Vidigal e se comoveu com a pobre-za do local e o carinho dos moradores. Quebrando o protocolo, visitou um bar-raco e conversou com uma família. Após inaugurar a Capela São Francisco de As-

sis, construída pela comunidade, o Papa retirou o seu anel papal e entregou-o ao padre responsável pela comunidade, re-comendando-lhe que o vendesse e uti-lizasse o dinheiro em prol da população local.

AOS SACEdORtES Na Catedral, o Pontífice encontrou-

se com o clero e religiosas, onde come-morou os 25 anos do Conselho Episco-pal Latino-Americano (Celam). Visitou também o Corcovado e abençoou a ci-dade do Rio de Janeiro. No Estádio do

Maracanã, 160 mil pessoas participaram da missa na qual foram ordenados 74 sa-cerdotes.

“A expressão ‘Sacerdos alter Christus’ (‘o sacerdote é outro Cristo’), criada pela intuição do povo cristão, não é um sim-ples modo de dizer, uma metáfora, mas sim, uma maravilhosa, surpreendente e consoladora realidade. Este dom do sa-cerdócio, lembrai-vos sempre disto, é um prodígio que foi realizado em vós, mas não para vós. Ele o foi para a Igreja, o que quer dizer, para o mundo a ser salvo”, lembrou o Papa.

AOS POVOS IndíGEnAS O Papa também esteve em Manaus e

celebrou uma missa para milhares de fi-éis, dedicando sua mensagem aos povos indígenas.

“A Igreja procura dedicar-se hoje aos índios, como se dedicou desde a desco-berta do Brasil aos seus antepassados. O Bem-aventurado José de Anchieta, nesse sentido, é um pioneiro e, de certo modo, um modelo de gerações e gerações de Missionários Jesuítas, Salesianos, Fran-ciscanos, Dominicanos, Capuchinhos, Missionários do Espírito Santo ou do Precioso Sangue, Beneditinos e tantos outros!”

AOS CAMPOnESES O Papa também foi acolhido por

multidões em Vitória, Porto Alegre, Curitiba e Teresina. Em Recife, São João Ao chegar a Salvador (BA), Pontífice é recebido por Irmã Dulce dos Pobres, canonizada em 2019

São João Paulo II realiza primeira visita apostólica ao Santuário Nacional de Aparecida, em 4 de julho de 1980, quando consagra a Basílica

Arquivo - Santuário Nacional de Aparecida

Arquvo - Vatican Media

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www.arquisp.org.br | 24 a 30 de junho de 2020 | reportagem | 9

COM OS tRABALHAdORESÀs 18h30, o Pontífice entrou em

carro aberto no Estádio do Morum-bi, sendo aclamado pela multidão de mais de 150 mil pessoas, que enfren-taram o tempo chuvoso e a tempera-tura de 11ºC para acolher o discurso do Papa Wojtylla, que foi operário na sua terra natal. Waldemar Rossi,

Paulo II dedicou sua homilia aos traba-lhadores rurais: “Como irmão, quero dizer-lhes, amados camponeses do Bra-sil, que vocês valem muito. Conservem as suas riquezas humanas e religiosas: o amor da família, o sentido da amizade e da lealdade, a solidariedade com os mais necessitados entre vocês, o respeito pelas leis e por tudo o que é legítimo na con-vivência civil, o amor à boa harmonia e à paz, a confiança em Deus e a abertura para o sobrenatural”.

AO EnCOntRO dOS POBRESMeio milhão de pessoas acolheram o

Papa pelas ruas de Salvador, onde cele-brou uma missa campal no Centro Ad-ministrativo da Bahia. Irmã Dulce esta-va presente e foi chamada ao altar para receber uma bênção especial do Papa, sendo aclamada pelo povo. Outro mo-mento marcante foi a visita ao bairro dos Alagados, uma das regiões mais pobres da capital baiana.

Madre Teresa de Calcutá visitou o local e iniciou um trabalho de assistên-cia aos mais necessitados, fundando, em 1979, a Creche das Irmãs Missionárias da Caridade. O Papa inaugurou, no alto da colina, a Igreja de Nossa Senhora dos Alagados, em 1980, que hoje também leva seu nome como copadroeiro, pas-sando a se chamar Paróquia Nossa Se-nhora dos Alagados e São João Paulo II.

dEVOÇÃO MARIAnAEm Belém, a comitiva papal percor-

reu as ruas e o Pontífice celebrou uma missa campal, abençoando o povo com a imagem original de Nossa Senhora de Nazaré.

“Belém e o seu Santuário de Nossa Senhora de Nazaré são monumentos do passado, como marco da evangelização e documento palpável de acendrada pieda-de para com a ‘Estrela da Evangelização’. Mas são também presente: o presente de uma Igreja viva e o presente da devoção mariana, nesta querida terra brasileira.”

unIÃO dA IGREJA Em solo cearense, o Pontífice esteve

na capital Fortaleza, onde participou do 10º Congresso Eucarístico Nacional, ce-lebrando a missa de abertura no Estádio Castelão, com mais de 120 mil pessoas.

“Este Congresso Eucarístico brasilei-ro, o décimo na ordem, deve constituir uma particular manifestação da união de toda a Igreja em terras brasileiras, em torno do sacramento do Amor, no qual Cristo, ao dar-nos o próprio Cor-po e Sangue sob as espécies do pão e do vinho, fez de nós uma oferenda per-manente e agradável ao Pai (cf. Prex Eucharistica, III).”

OutRAS VISItASSão João Paulo II esteve no Brasil em

outras três oportunidades: em 1982, dis-cursou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em escala para uma viagem à Argentina. Em 1991, durante nove dias, percorreu dez capitais: Natal (RN), São Luís (MA), Brasília (DF), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Maceió (AL) e Salvador (BA). Em 1997, partici-pou do II Encontro Mundial das Famí-lias, no Rio de Janeiro.

Em São Paulo, espalhou sua mensagem de amor e esperança

FLAVIO ROGÉRIO [email protected]

No dia 3 de julho de 1980, às 9h32, o Peregrino da Paz desembarcou no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), e foi recebido pelo Cardeal Paulo Evaristo Arns, então Arcebispo de São Paulo, e por uma multidão. Cin-co mil crianças de escolas da periferia cantaram a música “Jesus Cristo”, para acolher o Santo Padre.

COM O POVO “O trajeto Aeroporto-Campo de

Marte, de 17 quilômetros, durou uma hora e meia. Calcula-se em 1 milhão e meio o público que se postou no tra-jeto para ver o Papa, saudado pelas Irmãs da Ordem Concepcionista, em frente ao Mosteiro da Luz, com os si-nos tocando à sua passagem. Todos acenavam, agitavam faixas e bandeiras, emocionados”, relatou a edição núme-ro 1.268 do jornal O SÃO PAULO, pu-blicada no dia 5 de julho de 1980.

No Campo de Marte, o Papa cele-brou uma missa campal em honra ao Beato José de Anchieta, beatificado em 22 de junho daquele ano. Segundo re-latos da imprensa da época, alguns fiéis chegaram para assistir a missa 24 horas antes do início, tamanha a expectativa.

O PAPA PARtIu, SEM nOS dEIXARNa edição de 11 de julho de 1980 do

jornal O SÃO PAULO, o Cardeal Paulo Evaristo Arns relatou em artigo na seção “Encontro com o Pastor” a experiência de acolher o Papa em São Paulo e acom-panhá-lo durante 22 horas.

“Durante o café da manhã do dia 4 de julho, me perguntava: ‘O que mais

COM AS RELIGIOSAS O Ginásio do Ibirapuera estava lo-

tado com cerca de 10 mil irmãs perten-centes a diversas ordens religiosas, das quais 300 eram contemplativas e deixa-ram sua clausura para o encontro his-tórico. Duas irmãs saudaram o Santo Padre representando todas as religiosas do Brasil; uma contemplativa e uma de vida apostólica. Irmã Maria Tereza de Amoroso Lima, Abadessa Beneditina, e Irmã Maria de Fátima Maron Ramos, Provincial das Ursulinas.

“É motivo de grande alegria para mim este encontro convosco. Vós sois, como religiosas, riqueza e tesouro da Igreja e, ao mesmo tempo, uma base sólida para a evangelização e um ponto de referência importante para o povo cristão, encorajado na sua fé pela for-ma como viveis a vossa. Em vós, saú-do cordialmente todas as religiosas do Brasil”, disse o Papa, que finalizou seu discurso cantando o Pater Noster.

da Pastoral Operária, foi o escolhido para levar a mensagem ao Papa, que respondeu em um discurso emocio-nante.

“Trabalhadores, meus irmãos e irmãs, dou graças a Deus por me ter concedido estar com vocês. E agra-deço a vocês a alegria profunda que causa este encontro a este ministro de Jesus Cristo que nos anos da juventu-de, na sua Polônia natal, conheceu di-retamente a condição de trabalhador manual com a grandeza e a dureza, as horas de alegria e os momentos de angústia, as realizações e as frustrações que essa condição comporta.”

Já passava das 20h quando o Papa entrou no Colégio Santo Américo e foi saudado por mais de mil religiosos. No local, o Santo Padre também se encon-trou com as crianças, os judeus, os or-todoxos e os líderes sindicais, além de Ana Maria do Carmo, viúva do operá-rio Santo Dias da Silva.

era o povo quem o procurava. “De fato, o povo brasileiro caminhou por 12 dias ao encontro de Jesus, guiado pelas mãos de Maria e pela simpatia e a fé do Peregrino de Deus”, concluiu.

nA CASA dA MÃE APARECIdA No dia 4 de julho de 1980, São João

Paulo II chegava à cidade de Aparecida para sua primeira visita ao Santuário Nacional. Na oportunidade, o Pontífi-ce consagrou a Basílica. A mensagem central de sua homilia foi em relação aos milhares de peregrinos que visitam a Casa da Mãe anualmente.

“O que buscavam os antigos romei-ros? O que buscam os peregrinos de hoje? Aquilo mesmo que buscavam no dia, mais ou menos remoto, do Batismo: a fé, e os meios de alimentá-la. Buscam os sa-cramentos da Igreja, sobretudo a Recon-ciliação com Deus e o alimento eucarísti-co. E voltam revigorados e agradecidos à Senhora, Mãe de Deus e nossa.”

“Acolhei-me, assim como acolhestes Anchieta: que minha passagem no meio de vós tenha algo da-quilo que foi a passagem e é a permanência do grande apóstolo no meio de vos-sa gente, nas vossas aldeias de então, no vosso grande País. Seja essa a passagem da graça do Senhor”, disse São João Paulo II, na homi-lia, também agradecido por receber o título de cidadão paulistano.

querem do Papa?’ - Eu lhe respondi, na presença do Cardeal Secretário de Esta-do: ‘O povo gostaria que o Papa ficasse’. Ele repetiu três vezes esta frase ao Secretá-rio de Estado e abriu os bra-ços, num imenso sorriso de anuência”, disse Dom Paulo.

O Cardeal Arns, morto em dezembro 2016, escreve no artigo que o que mais o impressionou foi a doação de São João Paulo II, que não se importava com o tempo, sobretudo quando

‘Dou graças a Deus por me ter concedido estar com voces’, diz o Pontífice no Morumbi

Fotos: Arquvo - Vatican Media

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Para marcar o Dia Mundial do Refugiado, comemorado no sábado, 20, o Centro de Re-ferência para Refugiados, da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, realizou na sexta-feira, 19, uma videoconferência com o tema “Solidariedade em tempos de pandemia”, com a participação de pessoas que promovem iniciativas para amenizar os impactos da crise do coronavírus entre os refugiados. Leia mais em: https://tinyurl.com/ychcktfn

feitos mediante atendimentos on-line.

CEStAS BÁSICAS Durante a quarentena, foram distri-

buídas pela CASP 3.500 cestas básicas destinadas aos atendidos do Centro de Referência para Refugiados e aos seis núcleos da entidade nas regiões episco-pais, para serem entregues a famílias e comunidades carentes.

Padre Marcelo Maróstica Quadro, Diretor da CASP, explicou ao O SÃO PAULO que algumas dessas cestas fo-ram adquiridas pela própria Caritas, e a maioria foi obtida por meio de doações de empresas, igrejas e poder público.

Os núcleos regionais atuam com o grupo das pastorais sociais da Arqui-diocese e a Sociedade São Vicente de Paulo (Vicentinos) para o mapeamen-to, cadastro, arrecadação de alimentos e distribuição às famílias necessitadas.

MÁSCARAS Outra iniciativa da Caritas é a aqui-

sição e distribuição de máscaras de

Caritas Arquidiocesana intensifica ações de solidariedade

FERnAndO [email protected]

proteção. Por meio de um levantamen-to de organizações que possuem caráter social, a entidade adquiriu 10 mil uni-dades do projeto Vida BR, de Fortaleza (CE), que confecciona máscaras feitas com tecidos sustentáveis.

O primeiro lote de máscaras foi dis-tribuído para hospitais, projetos e or-ganizações sociais, para a Comunidade Indígena do Jaraguá, na zona Noroeste de São Paulo, e equipes da Caritas.

Há, ainda, alguns grupos em São Paulo que confeccionam máscaras e as encaminham a comunidades carentes por intermédio da CASP.

ACOLHIdA O Lar Santa Maria, casa de encontro

e formações mantida pela Caritas em Cotia (SP), foi adaptado para acolher pessoas em situação de rua e lhes ofe-recer banho, alimentação, distribuição de roupas limpas e orientações. Lá tam-bém funciona o projeto Horta Comu-nitária Urbana, mantido pela entidade.

REFuGIAdOSProjeto realizado em convênio com

o Alto Comissariado das Nações Uni-das para Refugiados (Acnur), o Centro de Referência para Refugiados mantém seus quatro programas de atendimento via on-line: Assistência Social, Prote-ção Legal (que auxilia na regularização de documentação), Integração Local e Saúde Mental.

726 pessoas. Entre as necessidades es-tão a busca de cestas básicas e auxílio para pagar despesas, como o aluguel.

Os programas de Saúde Mental e Proteção Legal atendem virtualmente, mapeando e intervindo, quando neces-sário, em situações de violência domés-tica. A entidade também tem auxiliado os solicitantes de refúgio nos trâmites para obter o auxílio emergencial do Governo Federal.

tEMPO dE CuIdARPara conseguir realizar todos esses

serviços, sobretudo a distribuição de cestas básicas, materiais de higiene e proteção, a Caritas lançou a campanha “É tempo de cuidar”, por meio de uma plataforma digital que tem o objetivo de arrecadar, até o dia 20 de julho, R$ 20.430,00. Até o momento, a campanha já levantou 51% da meta.

Outras informações sobre a cam-panha estão disponíveis no link: https://tinyurl.com/y8fl3s3z.

CAMPAnHA dO AGASALHONa segunda-feira, 22, a Caritas

também lançou a campanha anual de arrecadação do agasalho. “Além da rea-lidade de fome que vem atingindo uma grande e significativa parcela da popu-lação, devemos nos preparar para outra realidade que todos os anos enfrenta-mos: o frio”, ressaltou Padre Marcelo, em carta enviada a todas as paróquias e organizações eclesiais.

Os postos de arrecadação da cam-panha são a Casa de Oração do Povo da Rua (Rua Djalma Dutra, 3, Luz) e a Missão Belém (Praça da Sé, 47, Centro) e todas as paróquias da Arquidiocese.

“Mesmo com a realidade de quaren-tena e isolamento social, sabemos que muitas paróquias e organizações estão recebendo doações de mantimentos. Aproveitem esses espaços também para arrecadar agasalhos e atender as popu-lações vulneráveis que vivem no entor-no”, reforçou o Diretor da Caritas.

Neste período de pande-mia, a Caritas Arquidioce-sana de São Paulo (CASP) se adaptou para continuar realizando seus trabalhos de atendimento às pessoas mais necessitadas por meio dos seus diversos projetos.

Desde 20 de março, a or-ganização de serviço da cari-dade da Igreja em São Paulo suspendeu a maioria de suas atividades presenciais reali-zadas na sua sede, no centro da cidade, mantendo apenas os serviços de distribuição de cestas básicas, produtos de higiene e máscaras. Os demais serviços estão sendo

Semanalmente, na sede da CASP, estão sendo atendidas 100 pessoas, mediante agen-damento, para receber cestas básicas e a ajuda de subsis-tência. Desde o início das medidas de isolamento social na cidade, muitas pessoas em situação de refúgio estão sem renda, sobretudo os trabalha-dores autônomos e informais, além daqueles que já estavam desempregados antes da pan-demia começar.

ASSIStênCIA SOCIALSegundo o Diretor da Ca-

ritas, desses programas vol-tados para os refugiados, a maior procura atualmente é pela Assistência Social, que, só no mês de maio, atendeu

3,5 mil cestas básicas arrecadadas pela CASP são enviadas a refugiados e a núcleos da entidade na capital

Fotos: Caritas Arquidiocesana

Reprodução da internet

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SÃO LuíS GOnZAGA SÃO JOSEMARíA ESCRIVÁ SÃO PEdRO APÓStOLOSÃO JOÃO BAtIStASÃO VItOSAntO AntÔnIOSÃO JOSÉ dE AnCHIEtA

www.arquisp.org.br | 24 a 30 de junho de 2020 | reportagem | 11

CENTRO DE FORMAÇÃO IR. RITA CAVENAGHICNPJ: 01.409.519/0001-90

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOEXERCÍCIO ENCERRADO EM DEZEMBRO/19

Renda Operacional Bruta Receitas Convênio Prefeitura ................................. R$ 992.372,73 Receitas com Donativos ........................................ R$ 198.969,57 Receita Eventuais ................................................. R$ 62.448,81 Receitas Financeiras ............................................. R$ 13.513,96 Res.Oper.Bruto .................................................... R$ 1.267.305,07Despesas Operacionais Desp.Recursos Humanos ..................................... R$ (32.834,02) Desp.Financeiras .................................................. R$ ( 5.221,37) Desp.Manutenção ................................................. R$ (210.713,06) Desp.Adm. Conv.CEI ............................................ R$ (1.024.928,77) R$ (1.273.697,22) Result. Operacional Líquido .................................. R$ (6.392,15) Result.do Exercício anterior .................................. R$ 108.225,43 R$ 101.833,28

BALANÇO PATRIMONIAL DE 01/01/2019 À 31/12/2019A T I V O

ATIVO CIRCULANTEDISPONIBILIDADES Caixa ..................................................................... R$ 465,76 Bancos Conta Movimentos ................................... R$ 376.265,13REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Provisão Trabalhista .............................................. R$ (328.951,09) Total do Ativo Circulante ........................................ R$ 47.779,80ATIVO PERMANENTEIMOBILIZADO Imóveis .................................................................. R$ 238.489,39 Móveis e Utensílios ............................................... R$ 117.785,22 Máquinas e Equipamentos .................................... R$ 11.845,54 Depreciação Acumulada ....................................... R$ (314.066,67) Total do Ativo Permanente .................................... R$ 54.053,48 TOTAL DO ATIVO ................................................. R$ 101.833,28

P A S S I V OPATRIMÔNIO LÍQUIDORESULTADO ACUMULADO Superávits Acumulados ......................................... R$ 108.225,43 Déficit do Exercício ................................................ R$ (6.392,15) Total Superávits Acumulados ................................ R$ 101.833,28 TOTAL DO PASSIVO ............................................ R$ 101.833,28

Reconhecemos a exatidão do presente BALANÇO PATRIMONIAL, levan-tado em 31/12/19, que soma a importância de R$ 101.833,28 (Cento e Um Mil Oitocentos e Trinta e Três Reais e Vinte e Oito Centavos).

Bragança Paulista, 31 de Dezembro de 2019.

IR.REGINA DA COSTA PEDROPresidente

LUIZ MARQUES SPERANDIOContador - CRC 1SP119134/O-5

O mês de junho é conhecido por enal-tecer a vida de santos populares, sobretudo por meio de festas contempladas na cultu-ra popular. Para além dos padroeiros dos festejos juninos, no entanto, é tempo de se fazer memória daqueles que, por suas vir-tudes, são considerados santos da Igreja.

SÃO JOSÉ dE AnCHIEtANascido em 19 de março de 1534,

na Ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha, José de Anchieta chegou ao Brasil em julho de 1553. Orde-nado presbítero em 1566, é considerado o Apóstolo do Brasil por sua atuação inspi-rada no ensinamento cristão, respeitando as particularidades locais e a cultura do povo brasileiro da época. Esteve presente na missa de inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, atualmente Pa-teo do Collegio, em 25 de janeiro de 1554.

Além de catequista e missionário, foi dramaturgo, poeta, gramático, linguista e historiador, sendo o autor da primeira gra-mática brasileira.

São José de Anchieta faleceu aos 63 anos, no dia 9 de junho de 1597, data, portanto, em que ficou estabelecida sua memória litúrgica. Sua canonização acon-teceu em 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, após 417 anos de sua morte. No relatório final de seus postuladores, há 5.350 relatos de graças alcançadas por in-tercessão do Sacerdote.

SAntO AntÔnIO Celebrado no dia 13, Santo Antônio é

conhecido como o Padroeiro dos Humil-des e Doutor da Igreja, por suas grandes virtudes teológicas. Nascido em 15 de agos-to de 1195, em Lisboa, Portugal, foi batiza-do como Fernando de Bulhões, sendo, aos 25 anos, ordenado sacerdote agostiniano.

No mesmo ano de sua ordenação, transferiu-se para a Ordem dos Frades Menores, recebendo o nome de Frei An-tônio. Em 1946, foi proclamado Dou-tor da Igreja Universal, com o título de Doctor Evangelicus, pelo Papa Pio XII, re-alçando sua virtude de inteligência e bom uso das palavras.

Tornou-se um dos santos mais popu-lares da Igreja, devido à atenção que ofer-tou em vida aos mais pobres.

Santo Antônio faleceu em 13 de junho de 1231, aos 36 anos, sendo canonizado em 30 de maio de 1232, pelo Papa Gregó-rio IX, na Catedral de Espoleto, na Itália.

Junho, um mês para conhecer diferentes histórias de santidade

JEnnIFFER [email protected]

SÃO VItONascido no fim do século III, na

Sicília Ocidental, Itália, Vito ficou ór-fão de mãe quando ainda era bebê. Por isso, seu pai, Halaz, que era pagão, contratou a ama chamada Crescência, uma cristã, que, enquanto cuidava do menino, ensinava-lhe valores cristãos, às escondidas.

Além de Crescência, foi instruído na fé por seu professor, Modesto. Demonstrava apreço pela religião e foi batizado sem o conhecimento do pai, que, quando des-cobriu, o entregou para ser castigado pelo governador.

Após dias preso, conseguiu a liberdade graças ao plano de fuga de Crescência e Modesto. Os três seguiram para Lucânia, em Nápoles, porém foram reconhecidos e precisaram viver mudando de cidade o tempo todo.

Conhecido por seus dons especiais, o Santo recebeu um pedido do Imperador Diocleciano: que intercedesse a Deus pela saúde de seu filho, que era epilético. Vito orou em nome de Jesus e a graça foi al-cançada. O Imperador, porém, exigiu que ele negasse sua fé em troca de liberdade, o que foi recusado por ele, que acabou con-denado à morte, aos 15 anos de idade. A memória litúrgica de São Vito Mártir é ce-lebrada em 15 de junho.

SÃO LuíS GOnZAGAPrimogênito de família nobre italiana,

Luís de Gonzaga nasceu em 9 de março de 1568. Aos 10 anos, realizou o voto perpé-tuo de virgindade. Seus estudos filosóficos foram na Universidade de Alcalá de Hena-res, na Espanha. Após ter recebido de São Carlos Borromeu a primeira Comunhão, decidiu pela vida religiosa.

Seu pai, ao saber de sua vocação, ten-tou dissuadi-lo a desistir da vida religiosa. Aos 14 anos, porém, Luiz ingressou no noviciado romano da Companhia de Je-sus, renunciando, definitivamente, à sua origem nobre.

Em 1590, foi a Roma para estudar, porém uma epidemia de tifo, uma do-ença que assolava a região na época, fez com que ele se dedicasse à assistên-cia dos enfermos. No ano seguinte, foi acometido pela doença com apenas 23 anos, vindo a falecer no dia 21 de junho, data em que a Igreja celebra sua memó-ria litúrgica.

São Luís foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, sendo proclamado Pa-droeiro da Juventude e dos Seminaristas e dos Estudantes.

SÃO JOÃO BAtIStANascido para preparar os caminhos do

Senhor, São João Batista é filho de Santa Isabel e Zacarias. Na vida adulta, seguiu para o deserto, onde rezava e oferecia sa-crifícios. No rio Jordão, realizava prega-ções, profecias e batizava os que desejavam se converter.

João Batista denunciava o adulté-rio e equívocos do governo do rei He-rodes, que mantinha relacionamen-to com sua cunhada, Herodíades. No Evangelho de São Marcos, é narrado o motivo de sua morte: Salomé, filha de Herodíades, para se vingar das denún-cias feitas por João e a pedido de sua mãe, exigiu que ele fosse morto, tendo sua cabeça exposta em uma bandeja.

São João Batista é considerado o pri-meiro mártir da Igreja e o último dos pro-fetas. É celebrado no dia 24 de junho.

SÃO JOSEMARíA ESCRIVÁ

Josemaría Escrivá nasceu em Barbastro, Espanha, em 9 de ja-neiro de 1902. Após a mudança da família para Logronho, sentiu o primeiro chamado de Deus após enxergar pe-gadas na neve, dos pés descalços de um religio-so. Sem entender sobre o que, de fato, se tratava, decidiu se tornar padre, sendo ordenado em 28 de março de 1925.

Em Madri, em 1928, enquanto cur-sava o doutorado em Direito, fundou o Opus Dei (Obra de Deus, em latim), que tem sua mensagem inspirada na possibilidade de que todas as pessoas podem ser santas e felizes, por meio da santificação de seu trabalho cotidiano.

A partir desse mo-mento, seu ministério é pautado em difundir a Obra – como é popular-mente conhecida – em diferentes países, man-tendo seu pastoreio, sobretudo voltado aos pobres e enfermos. Es-crivá faleceu em Roma,

em 26 de junho de 1975, data instituída para celebrar sua memória litúrgica. Foi canonizado em 6 de outubro de 2002, por São João Paulo II.

SÃO PEdROO pescador Simão foi um dos ho-

mens chamados a compor o grupo dos apóstolos, recebendo do próprio Cristo o nome de Pedro. No momento da pri-são de Jesus, ele chegou a enfrentar os soldados, cortando a orelha de um deles. Posteriormente, entretanto, por medo de perseguições, negou por três vezes ser um dos discípulos.

Foi o líder e edificador da Igreja de Cristo, sendo também o primeiro papa. Tornou-se mártir, sendo crucificado de cabeça para baixo, conforme pedido por ele próprio, por não se considerar digno de morrer como seu Mestre. Sua festa é celebrada em 29 de junho.

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Você Pergunta

Hoje respondo a esta dúvida enviada pela Conceição, da cidade de Guarulhos (SP): “Uma amiga espírita diz que os es-píritos são conduzidos pelo Espírito San-to. Isso é verdade?”

Conceição, não há problema em ter amigos espíritas. Também não é proble-ma procurar entender e saber ouvir deles como vivem sua fé, mas é preciso que

tenhamos muito claras na cabeça e no coração as verdades de nossa fé. E, nesse sentido, é preciso saber que é impossível ser católico e espírita, pois são duas dou-trinas que se opõem totalmente.

Nós, católicos, cremos na ressurrei-ção da carne. Jesus ressuscitou e garantiu a nossa ressurreição. Voltaremos no final dos tempos ao nosso corpo. Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim terá a vida eterna e eu o ressus-citarei no último dia”. Já os espíritas não

creem na ressurreição. Eles falam em re-encarnações sucessivas, em que a pessoa vai se purificando até a perfeição. Em nenhum momento da Bíblia se vê essa afirmação.

Continuemos: Jesus Cristo, para nós, católicos, é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É a segunda pessoa da Santíssi-ma Trindade. Ele assumiu nossa nature-za humana, morreu por nós, ressuscitou e garantiu que todos ressuscitaremos no final dos tempos. Para os espíritas, Jesus

é um “espírito puro”, mas não é Deus. Pior ainda, minha irmã: Jesus Cris-

to, para os espíritas, não morreu na cruz para nossa salvação. Somos nós que nos salvamos por meio de uma “evolução” como resultado de sucessi-vas reencarnações.

Então, não há por que ficar tentando explicar o que eles creem, porque cer-tamente não baterá com o que a Igreja Católica nos ensina. Deus a abençoe, minha irmã!

Não é possível ser católico e espírita ao mesmo tempoPAdRE CIdO PEREIRA

[email protected]

de hospitalizações e atrasos nos tratamen-tos, conforme informações da Sociedade Italiana de Cardiologia.

uMA REtOMAdA nECESSÁRIANo Brasil, recentemente, a Confe-

deração Nacional de Saúde (CNSaúde) e a Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Pau-lo (Fehoesp) lançaram uma campanha para que os tratamentos de doenças que demandam terapias e outros acompa-nhamentos clínicos essenciais não sejam interrompidos.

As áreas de Cardiologia, Oncologia, Nefrologia e Obstetrícia são as que mais preocupam as entidades, assim como os cuidados pós-operatórios.

“Com o passar do tempo, as condi-ções dos pacientes, mesmo os eletivos, podem ir piorando. Assim, essa campa-nha preconiza que as pessoas procurem os tratamentos, já que alguns, mesmo com a pandemia de COVID-19, não po-dem parar”, explicou ao O SÃO PAULO o médico Bruno Sobral, secretário-exe-cutivo da CNSaúde.

Sobral assegurou que os hospitais pri-vados e clínicas de medicina diagnóstica estão preparados para receber os pacien-tes em alas separadas do atendimento de casos de COVID-19, o que diminui sig-nificativamente o risco de contágio pelo novo coronavírus.

Já é hora de retornar ao médicodAnIEL GOMES

[email protected]

Na capital paulista, por exemplo, o Hospital Santa Marcelina, que havia re-duzido em quase 40% as consultas e de-mais atendimentos eletivos, tem voltado ao expediente normal.

“À medida que há a diminuição de casos de COVID-19 e a redução da mortalidade, temos liberado gradual-mente as consultas eletivas. Estamos chamando as pessoas que já tinham consultas agendadas para o futuro, bem como cirurgias e outros procedimentos eletivos que tínhamos suspendido em um primeiro momento”, detalhou o car-diologista Jamil Cade, coordenador do serviço de hemodinâmica do Hospital Santa Marcelina.

IMPACtO dAS IntERRuPÇÕES Sobral destacou que a interrupção

dos tratamentos representa riscos à saú-de dos pacientes: “Na Oncologia, por exemplo, os medicamentos são pensa-dos e desenvolvidos para serem usados em um determinado período; as he-modiálises também precisam ocorrer de maneira constante, e nos pacientes crônicos com diabetes ou hipertensão, qualquer descompasso pode levar a uma internação”.

Uma pesquisa da Sociedade Brasilei-ra de Cirurgia Oncológica (SBCO) e da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostrou que, entre março e maio, 70%

das cirurgias de câncer no Brasil foram canceladas; e entre 50 mil e 90 mil brasi-leiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer.

“O principal temor é que haja uma epidemia de casos avançados de câncer. Quanto mais agressiva for a doença no momento do diagnóstico, mais os casos são inoperáveis, dependem de abor-dagens mais agressivas e tóxicas e com menor chance de cura”, alertou o médico patologista Clóvis Klock, presidente do Conselho Consultivo da SBP.

ALERtA nA PSIQuIAtRIADa área da Psiquiatria vem o alerta

sobre alguns dos impactos causados pelo prolongado tempo de isolamento social. Em maio, a Associação Brasileira de Psi-quiatria (ABP) divulgou o resultado de uma pesquisa em que quase 48% dos psiquiatras informaram ter feito mais atendimentos desde o início da pande-mia. Quase 68% desses médicos afirma-ram ter novos pacientes, e mais de 69% relataram ter atendido pessoas que já haviam recebido alta médica. Por outro lado, entre os profissionais que percebe-ram queda no número de atendimentos, 44,6% do total, os motivos listados fo-ram o medo dos pacientes em contrair a COVID-19 e as restrições de circulação impostas em algumas localidades.

“Essa pesquisa identificou dois ce-

atendimentos agendados para consultas presenciais de especialidades adulto e pediátrica, realização de exames e pro-cedimentos ambulatoriais, que estavam suspensos desde março. Os pacientes com agendamento na época em que os atendimentos foram suspensos estão sendo informados por telefone sobre as novas datas de exames ou consultas.

No começo do mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou uma pesquisa na qual mostrou que os servi-ços de prevenção e tratamento de doen-ças não transmissíveis foram fortemente afetados desde o início da pandemia. Nos 155 países mapeados, constatou-se interrupção total ou parcial dos servi-ços de tratamento de hipertensão (53%), diabetes e complicações relacionadas (49%), tratamento de câncer (42%) e emergências cardiovasculares (31%).

“Muitas pessoas que fazem tratamen-to contra o câncer, doenças cardiovas-culares e diabetes não têm recebido os serviços sanitários e os tratamentos de que necessitam, desde o começo da pan-demia de COVID-19. É fundamental que os países encontrem formas inova-doras de garantir que os serviços essen-ciais contra as doenças não transmissí-veis continuem, enquanto se luta contra a COVID-19”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

(Com informações da OMS, ABP e SBCO).

A fim de evitar a proliferação do novo coronavírus e redimen-sionar os atendimentos para os pacientes com a COVID-19, muitos procedimentos de saúde eletivos, ou seja, que não são de urgência ou de emergência, fo-ram suspensos nas redes pública e privada na cidade de São Paulo desde março.

O medo da pandemia tam-bém fez com que as pessoas em todo o mundo evitassem a ida aos hospitais. Na Itália, por exemplo, na primeira quinzena de março, a mortalidade por infarto saltou de 4,1% para 13,7%, motivada pela diminuição em 60% no número

nários preocupantes como consequência de uma única possibilidade. O aumento dos atendimentos foi motivado, em sua maioria, pelo agravamento dos transtornos ou desenvolvi-mento de novas patologias psi-quiátricas devido ao medo da COVID-19. Entretanto, a re-dução dos atendimentos àque-les que assim se identificaram também se deve ao medo da contaminação e às estratégias para evitar o contágio”, comen-tou Antônio Geraldo da Silva, médico psiquiatra e presidente da ABP.

nA REdE PúBLICANo dia 1º deste mês, a Pre-

feitura de São Paulo retomou os Temor pelo contágio da COVID-19 levou à interrupção de muitos tratamentos, com consequentes danos à saúde

Hamilton Viana/Pixabay

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www.arquisp.org.br | 24 a 30 de junho de 2020 | reportagem | 13

“Minha família e eu, visando a ajudar as pessoas que não possuem a condição fi-nanceira de manter um e-commerce, cria-mos um sistema de cadastro para exibir o seu serviço vinculado ao seu WhatsApp. Não tem custo. Queremos ajudar você a ajudar outras pessoas.”

A postagem foi feita por Jade Bueno, em um grupo de vendas no Facebook, com o objetivo de proporcionar que pe-quenos empreendedores tenham, sem custos, divulgação gratuita de seus negó-cios e uma plataforma de vendas pela in-ternet.

“Com a plataforma, as pessoas po-dem cadastrar sua categoria principal e as informações importantes para que o cliente as encontre de forma simples e rápida. Faremos campanhas de divulga-ção do site, e, na próxima fase, abriremos opções de poder customizar o seu canti-nho lá dentro”, explicou Jade, criadora do https://vvendendo.com.br/

Assim como Jade, artistas famosos têm usado seus espaços na televisão ou mesmo seus canais no YouTube e nas redes sociais para ajudar pequenos empreendedores a continuar suas vendas de produtos ou ser-viços durante a pandemia.

RECOMEÇAR, SEMPRE!Para Thiago Ferreira, sócio da Pitaia

Brasil, a ajuda veio por meio de um come-diante conhecido, Danilo Gentili. O artista divulgou o delivery que a tapiocaria está tentando manter, pois precisaram fechar a unidade física que estava localizada na zona Norte de São Paulo.

Muitas iniciativas surgiram para apoiar pequenos e microempreendedores, neste tempo de recessão econômica. Parcerias, empréstimos e ações de Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições têm sido a forma que muitos encontraram para não precisar fechar seus negócios.

O Empreende Aí, escola de negócios da periferia para a periferia, em parceria com Firgun, plataforma de empréstimo coletivo, e o Impact Hub, organização co-nectada a uma rede global de empreende-dores, pretendem arrecadar R$ 500 mil no Fundo Periferia Empreendedora. O valor será destinado a 200 pessoas diretamen-te prejudicadas pela crise e que precisam manter seus negócios abertos para pagar suas despesas básicas.

Cada pessoa terá R$ 3 mil de crédito e 120 dias para pagar com taxa de juros mensal de 1%. Microempreendedores de todo o Brasil, que atuam nas periferias das

cidades e mantêm pequenos e micronegó-cios, participaram da seleção para receber o empréstimo.

Já o Gastronomia Periférica também elaborou ações para tentar amenizar os efeitos socioeconômicos da COVID-19 nas periferias, com a criação do Fundo para Necessidades Básicas, voltado ao

atendimento de organizações parceiras e que já faziam parte da instituição de al-guma forma.

Já a plataforma de Mentoria, da Alian-ça Empreendedora, está recebendo inscri-ções para ajudar empreendedores a pensar ações de marketing e vendas. O processo todo acontece on-line, e as pessoas podem

receber mentorias de profissionais espe-cializados.

EM FREntE!O Matchfunding Enfrente, ação co-

ordenada pela Fundação Arymax e pelo Instituto Humanize, em parceria com a Fundação Tide Setubal, criou uma plata-forma colaborativa de financiamento que visa a investir em iniciativas de grupos coletivos periféricos de todo o Brasil.

“Temos frisado, em nossos conteúdos sobre a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, que o maior impacto tem sido aos empreendedores e negó-cios de comunidades de baixa renda. A diminuição brusca nas vendas, somada à fragilidade econômica desses empreen-dedores e aos demais problemas de saúde pública, vem dificultando o sustento das famílias que dependem dos seus negó-cios”, afirmam os responsáveis pela plata-forma, que tem o objetivo de fazer com que os recursos cheguem de forma mais rápida às pessoas que foram mais afeta-das pela crise.

O fundo já mobilizou mais de R$ 5 milhões, selecionando semanalmente as iniciativas e contando com até R$ 20 mil por iniciativa. Para saber mais, inscrever-se ou apoiar organizações, basta acessar o canal oficial do Matchfunding Enfrente na Benfeitoria.

A Aliança Empreendedora também organizou pelas redes sociais a campanha #compredopequeno, em prol do comércio local e os pequenos comerciantes: “Neste momento, consumir dos pequenos ne-gócios é essencial. Além de fortalecê-los, você ajuda seu bairro ou comunidade. Por isso, procure saber quais são os pro-dutos e serviços que você pode consumir sem sair de casa ou de comerciantes locais próximos à sua residência”, consta em uma postagem na internet.

Foram disponibilizados gratuitamen-te pela Aliança Empreendedora pacotes de divulgação para que os comerciantes e empreendedores pudessem melhorar a comunicação nas redes sociais.

(Com informações de Aupa e Empreender 360)

Solidariedade para com quem empreendePLATAFORMAS, ARTISTAS E PESSOAS FíSICAS OFERECEM AUxíLIO A PEQUENOS COMERCIANTES E EMPREENDEDORES DURANTE A CRISE PROVOCADA PELA PANDEMIA

nAyÁ FERnAndESESPECIAL PARA O SÃO PAuLO

Divulgação

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14 | reportagem | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

Manoel Joaquim Ribeiro do Valle nasceu no ano de 1946 e, assim como o pai, Marcos Ribeiro do Valle, formou-se médico radiologista. Viúvo, Kim, como é conhecido, tem quatro filhos e uma cole-ção de objetos, fotografias, livros, meda-lhas, moedas e outros itens que ajudam a contar e a manter viva a memória de sua história.

Kim é Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão na Paróquia Nossa

Objetos que contam mais que históriasFOTOGRAFIAS, MOEDAS, MEDALHAS E IMAGENS FAZEM PARTE DE UM ACERVO QUE AJUDA A MANTER VIVAS A MEMóRIA E A Fé

nAyÁ FERnAndESESPECIAL PARA O SÃO PAuLO

Senhora do Brasil, comunidade da qual participa juntamente com seus filhos. “Meus pais me comunicaram um grande legado, sem impor nada, mas somente pelo exemplo, de valores religiosos que mantemos e queremos passar para nos-sos filhos e netos”, disse Kim à reporta-gem do O SÃO PAULO.

O altar caseiro, que fica localizado na sala de jantar da família, é um local de oração e partilha. Ali, imagens do sécu-lo XVIII compõem com imagens mo-dernas, como a de São Tiago, que Kim

trouxe para casa após fazer, por 29 dias, o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. “Foi um itinerário de fé e de es-piritualidade”, afirma o médico, que tem em seu acervo um Cristo que é atribuído à escola do mestre Aleijadinho ou pode até mesmo ter sido esculpido por ele.

“Além disso, tenho uma imagem do Divino Espírito Santo, do século XVIII, que pertencia à família da minha sogra, e imagens de diferentes lugares do mun-do, que foram sendo adquiridas ou recebi de presente ao longo dos anos”, explicou

Kim, que é membro remido da Socieda-de Numismática Brasileira (SNB).

A SNB foi fundada em 19 de janeiro de 1924 e sua história teve início com as reuniões realizadas em uma sala empres-tada do consultório de um dos sócios, o médico Raul Whitaker, na Rua São Ben-to, região central da capital paulista.

MuItO MAIS QuE IMAGEnSNa parede do escritório de Kim, as

fotografias o recordam de todos os valo-res vividos pelos membros de sua família, sobretudo aqueles que o ajudam a manter vivas a fé e a esperança numa história que não termina aqui, mas continua na eter-nidade.

Sua família, que remonta ao Briga-deiro Luís Antônio – o qual nomeia uma importante avenida de São Paulo –, é composta por barões, como o Barão de Souza Queiroz e o Barão de Guaxupé, o qual tinha o mesmo nome que o menino nascido em 1946: Manuel Joaquim Ribei-ro do Valle, e de quem Kim guarda um cartão de visitas.

Os avós de Kim, por sua vez, eram vi-zinhos de Dom José Gaspar e moravam no sítio que hoje abriga a Biblioteca Mu-nicipal, na Rua da Consolação.

“Minha mãe brincava naqueles jar-dins e meu avô foi membro da comissão que participou das obras de construção da Catedral Metropolitana da Sé”, infor-mou.

Entre documentos, fotografias e me-mórias, Kim mantém uma coleção de medalhas e pensa, um dia, em expor to-das elas, sobretudo as que contêm ima-gens de santos.

“Tenho moedas de muitos papas e de

santos que são pouco conhecidos, como, por exemplo, Santo Alessandro ou Nossa Senhora de Caacupé, Padroeira do Para-guai.

Entre os objetos mais antigos do acervo particular de Kim está uma mo-eda da república romana, que remonta ao ano 360 a.C., e o Dictionnarie Morale Conciona, de 1758.

“Além disso, tenho um livro que, em 1827, já falava sobre a questão da água no mundo – o ‘Tratado Prático e Compen-diário das Águas’, publicado em Lisboa”, explica Kim, que é um dos únicos mem-bros de sua família a manter esses objetos antigos.

“Talvez um netinho meu, que parece ter gosto por essas ‘relíquias de família’, dê continuidade à nossa coleção”, disse o médico, ao garantir que, muito mais do que o valor material, os objetos o ajudam a se manter ligado a seus antepassados, que deixaram um grande legado não somente para a família, mas para toda a sociedade.

dICA dE LEItuRAPublicado pela editora SESI-SP, “Ca-

tálogo de Perdas”, com texto de João Anzamello Carrascoza e fotografias de Juliana Monteiro Carrascoza, é um li-vro inspirado no acervo do Museum of Broken Relationships (de Zagreb, capital da Croácia), que reúne, em exposições temporárias, relatos e objetos enviados por pessoas do mundo inteiro. Em or-dem alfabética, a obra contém textos, fotografias de objetos e montagens que ajudam a falar sobre pequenas perdas, perdas definitivas, jamais esquecidas, e a difícil perda de pessoas queridas.

Manoel Joaquim do Valle, mais conhecido como Kim, guarda objetos pelos quais mantém viva a memória das diferentes gerações de sua família

Arquivo pessoal

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PROTEJA-SE DA COVID-19

Diante da pandemia de COVID-19, muitos setores empresariais precisa-ram adotar mudanças para evitar a proliferação do coronavírus entre os seus funcionários. Nos últimos me-ses, vários colaboradores passaram a atuar em sistema home-office, porém, com o plano de retomada das ativida-des e flexibilização da quarentena em alguns estados, incluindo São Paulo, gradualmente o ambiente de trabalho volta a ser compartilhado, o que re-quer novos esforços para assegurar a saúde de todos.

O Ministério da Saúde publicou na sexta-feira, 19, a Portaria nº 1.565, com orientações que visam a uma re-tomada segura das atividades em to-dos os setores trabalhistas.

ItEnS FundAMEntAISDentre os pontos abordados, des-

taca-se a necessidade de que as empre-sas disponibilizem estruturas adequa-das para higienização das mãos, como lavatório, água, sabão líquido, álcool em gel 70%, toalha de papel descartá-vel e lixeira de acionamento não ma-nual.

Para a limpeza das superfícies, como mesas e teclados, os gestores de-vem assegurar o uso de álcool líquido 70% ou outros produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Será preciso, ainda, estimular a la-vagem e higienização das mãos antes de iniciar as atividades, ao manusear

alimentos, objetos de uso compartilha-do ou dinheiro e antes e depois de co-locar as máscaras e protetores faciais.

Deve-se ter uma rigorosa atenção quanto ao uso, higienização, conser-vação e descarte dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de outros utensílios de proteção, conforme cada atividade.

Cabe realçar que, de acordo com as autoridades sanitárias, as máscaras cirúrgicas devem ser descartadas a cada quatro horas; e as confeccionadas com tecido, precisam ser substituídas a cada três horas, ou em tempo menor, se estiverem sujas ou úmidas.

dIStAnCIAMEntO SOCIAL

Em todos os setores, procedimen-tos que permitam a distância mínima de 1,5m entre as pessoas e em todos os ambientes internos e externos da em-presa precisam ser observados.

Demarcação e organização de fi-las de espera é um item contemplado nesta recomendação, bem como a fi-xação de divisórias quando a distân-cia mínima não puder ser mantida e informativos que apontem as lotações máximas nos ambientes.

É preciso estabelecer uma limita-ção para o uso de elevadores, escadas e ambientes restritos, a fim de evitar aglomerações. As organizações devem priorizar, sempre que possível, o aten-dimento por agendamento, sobretudo para pessoas do grupo preferencial ou de risco para a doença, ofertando e intensificando o uso de mecanismos on-line ou por telefone.

Mesmo com a permissão de aber-

tura, o Ministério da Saúde indica que seja feita uma reorganização dos pro-cessos de trabalho, para que, quando possível, os colaboradores possam continuar com suas atribuições de for-ma remota, especialmente para os que fazem parte ou convivam com pessoas do grupo de risco.

Os funcionários devem, também, executar as novas etiquetas sociais, excluindo o contato físico, como aper-to de mão, e, ao conversar, respeitar o distanciamento e sempre estar de máscara.

LIMPEZA E VEntILAÇÃO dOS AMBIEntES

As empresas precisam realizar adequações quanto à limpeza e desin-fecção, com produtos recomendados em todos os ambientes, incluindo su-perfícies e equipamentos, pelo menos no início e término das atividades, além de aumentar a frequência desta higienização nas áreas comuns e de grande circulação de pessoas durante todo o período de funcionamento do local, realizando o controle do registro e horários predefinidos.

Outro ponto importante é quanto ao uso individual de talheres, copos e garrafas de água pelos funcionários.

Nos ambientes em que for possível, deve ser priorizada a ventilação natu-ral e, em espaços climatizados, é pre-ciso evitar a recirculação de ar, sendo, assim, indispensável realizar um maior número de manutenções preventivas nos equipamentos, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Anvisa.

(Com informações do Ministério da Saúde)

SOLENIDADE DE SãO PEDRO E SãO PAULO28 DE JUNHO DE 2020

PAdRE JOÃO BECHARA VEntuRA

Liturgia e Vida

A Divina Providência conduziu até Roma – então considerada como “centro do mun-do” – dois homens que, dotados de histórias e características diversas, tinham em comum o amor a Cristo e o desejo de torná-lo amado em toda a terra. E porque eles ali sofreram o martírio de sangue, Roma é ainda hoje a “Sede Apostólica”, cujo Bispo é o Papa, legí-timo sucessor de São Pedro. Por suas ruas e templos, cristãos de todo o mundo se sentem em casa. Congregações e ordens religiosas têm lá suas sedes gerais. Católicos de todos os continentes ali se encontram para fazer a sua “romaria” e “ver Pedro”.

São Pedro foi um dos primeiros a seguir Jesus. Recebeu o nome de “Pedra” (“Cefas”), pois deveria, como uma rocha, sustentar toda a Igreja, já que o Senhor lhe entregou “as chaves do Reino dos Céus”. Na Última Ceia, Jesus lhe mandou “confirmar os irmãos” e, depois da Ressurreição, lhe ordenou: “Apas-centa as minhas ovelhas”. Pedro andou sobre as águas, presenciou a ressurreição da filha de Jairo, contemplou a Transfiguração e esteve com Cristo no Getsêmani… Quando muitos discípulos abandonavam o Senhor, escanda-lizados pelo anúncio de que deveriam comer a sua Carne na Eucaristia, foi Pedro quem dis-se: “A quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna”! Foi o primeiro a reconhecer, inspira-do pelo próprio Deus, que Jesus é “o Messias, o Filho do Deus vivo”. A Pedro foi confiado o apostolado com os judeus.

São Paulo, ao contrário, fora um tenaz perseguidor da Igreja. Conheceu Jesus so-mente depois da Ressurreição, quando caiu por terra a caminho de Damasco. Considera-va-se, por isso, como “um abortivo”. Os seus pecados do passado, porém, o incentivaram a trabalhar com um afinco ainda maior, a ponto de afirmar: “O amor de Cristo nos impele”! e “Eu trabalhei mais do que todos; mas não eu, a graça de Deus em mim”! Com-provou por meio de ações as suas próprias palavras segundo as quais “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. Frases como “não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”, “considero tudo como esterco, para ganhar Cristo”, “para mim, o viver é Cristo” ou “quem nos separará do amor de Cristo?!” poderiam brotar somente de um coração apaixonado como o seu. A ele incumbiu o apostolado com os pagãos.

Pedro morreu na cruz e Paulo pela espa-da, unidos na mesma caridade e no mesmo Senhor. São invocados juntos, pois seu sangue consagrou o solo de Roma e fez com que se tornasse a “caput mundi” – “capital do mun-do” –, sob o ponto de vista espiritual. Segundo um antigo mito, Roma teria surgido a partir dos irmãos Remo e Rômulo. Segundo a ver-dade cristã, a Roma católica – universal – sur-giu do sangue dos irmãos de fé São Pedro e São Paulo. Eles “refundaram” espiritualmente a Cidade Eterna, que passou a dar “cidadania” a todos os membros da família de Deus. Não chegaram a ver os frutos de seu suor e de seus sofrimentos. Naquele chão, no entanto, a Igre-ja ainda hoje se apoia; de lá, o Evangelho se propaga até os confins da terra.

São Pedro e São Paulo

no local de trabalho, novos hábitos de higiene e de interação são indispensáveis

JEnnIFFER SILVA [email protected]

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Recomendações de distanciamento social devido à pandemia tendem a modificar ambientes de trabalho que concentram muitas pessoas

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16 | Papa Francisco | 24 a 30 de junho de 2020 | www.arquisp.org.br

O Papa emérito Bento XVI fez sua primeira viagem internacional desde a renúncia ao pontificado, em 2013. Aos 93 anos, Bento XVI foi visitar seu irmão, Georg Ratzinger, em Regensburg, na região alemã da Baviera. Monsenhor Georg tem 96 anos e está gravemente doen-te, mas em condição estável.

A viagem começou na quinta-feira, 18, e terminou na segunda-feira, 22, quando Bento XVI retornou ao Mos-teiro Mater Ecclesiae, no Vaticano, onde vive. O Papa emérito celebrou a missa diária com seu irmão. Também visitou o túmulo de sua família, onde estão enterrados os pais e a irmã, Maria, morta em 1991. E teve a chance de reencontrar alguns antigos amigos.

Algumas fotos do Papa emérito foram publicadas na imprensa, e ele aparece em cadeira de rodas com seus assessores, naturalmente frágil, mas sorridente e em boa saúde. Pessoas próximas a ele disseram que o encontro com o irmão, que pode ser o último neste mundo, foi “medicinal” para os dois. (FD)

O Papa Francisco acrescentou três novas invocações a Nossa Senhora à ladainha tradicionalmente rezada na conclusão do Terço. No sábado, 20, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos anunciou que Maria também deve ser invocada como “Mater Misericor-diae” (Mãe de Misericórdia), “Mater Spei” (Mãe da Espe-rança) e “Solacium Migrantium” (Conforto dos Migrantes).

De acordo com o Secretário da Congregação, Dom Ar-thur Roche, a proposta é incorporar na oração do Terço, tão popular, algumas invocações já aclamadas em outras oportunidades. “O Terço, como sabemos, é uma oração dotada de grande força e, portanto, neste momento, as in-vocações à Virgem são muito importantes para quem está sofrendo com a COVID-19 e, entre eles, os migrantes que deixaram a sua terra”, disse, no documento. (FD)

Bento XVI retorna da Alemanha após visita a irmão doente

Maria: Mãe de Misericórdia, Mãe da Esperança, Conforto dos Migrantes

Festa da unidade, Solenidade de São Pedro e São Paulo convida a orações pelo Papa

FILIPE dOMInGuESESPECIAL PARA O SÃO PAuLO

Informalmente apelidada de “Dia do Papa”, a So-lenidade de São Pedro e São Paulo é oportunidade de oração pelo Sumo Pontífice e pela unidade dos cris-tãos. Ela é celebrada em 29 de junho, ocasião na qual o Papa também abençoa os pálios, faixas de lã que simbolizam o vínculo dos arcebispos metropolitanos com o Bispo de Roma, o Sucessor de Pedro.

SInAIS dE unIdAdEA missa do Papa Francisco será celebrada na Ba-

sílica de São Pedro, na segunda-feira, 29, com pe-queno número de fiéis. Em 2015, o Papa Francisco modificou o rito dessa cerimônia: ele não mais impõe o pálio nos ombros dos arcebispos na Solenidade de São Pedro e São Paulo, mas o entrega.

Neste ano, não será possível dar todos os pálios pessoalmente, mas permanece o sinal de comunhão

com o Papa: o pálio representa o vínculo direto com o Cristo “Bom Pastor” por meio do seu vigário na Terra. É um importante sinal de unidade com o Papa.

Mais ainda porque se celebra, juntos e no mesmo dia, o “primeiro Papa”, São Pedro, e o “apóstolo dos povos”, São Paulo, duas colunas da Igreja. Eles tam-bém são os padroeiros de Roma, a diocese do Papa.

ORAÇÃO E CARIdAdETambém como sinal de unidade dos cristãos, a

data é um convite à oração pelo Papa e à caridade. No ano passado, disse o Papa Francisco: “Peço, por favor, uma oração por mim por intercessão dos Santos Pe-dro e Paulo”.

A festa também é ocasião de praticar a virtude da caridade. Entretanto, por causa da COVID-19, neste ano foi adiada a coleta mundial para o Óbolo de São Pedro, geralmente realizada no domingo mais próxi-mo a São Pedro e São Paulo. Será em 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, conforme anunciado pelo porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, a pedido do Papa Francisco.

O dIA dO PAPAAlém de o Papa ser o Sucessor de São Pedro, é

também desse gesto concreto que vem o apelido do “Dia do Papa”. Trata-se, a rigor, da “Jornada Mundial para Caridade do Papa”, quando todas as igrejas do mundo revertem suas coletas em dinheiro ao fundo chamado de Óbolo de São Pedro. É uma oferta eco-nômica dos fiéis às obras de caridade do Papa e à ma-nutenção das atividades da Santa Sé.

Conforme escreve o vaticanista Andrea Gagliar-ducci, da ACI Stampa, a prática do Óbolo é antiga: “Ao final do século VIII, os anglo-saxões, depois da sua conversão, sentiram-se tão ligados ao bispo de Roma que decidiram enviar, de maneira estável, uma contribuição anual ao Santo Padre”. Ela recebeu o nome de “Denarius Sancti Petri” (Esmola a São Pe-dro), e a prática se espalhou pela Europa ao longo dos séculos. Em 1871, o Papa Pio IX instituiu o Óbolo oficialmente.

Vatican Media