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INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO JOÃO DEL-REI Página 03 Página 06 Página 07 Página 03 Página 06 UFSJ promove capacitação para empresários - Página 03 São João del-Rei - Maio de 2020 - Ano 1 - Número 4 CEMIG Sim prorroga prazo de adesão Eleição e coronavírus Como ficam os contratos em tempo de pandemia J O R N A L São João del-Rei segue como onda branca na classificação do programa Minas Consciente A partir de sexta-feira, dia 22, foi autorizado o funciona- mento dos estabelecimentos são-joanenses que integram a “onda branca”, na classificação de abertura do comércio. A ini- ciativa foi deliberada pelo “Comitê Extraordinário COVID-19” e diz respeito à reclassificação das fases de abertura das ma- crorregiões do Estado, de acordo com as fases previstas pelo plano “Minas Consciente”. Criada por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Saúde (SES-MG), a ini- ciativa sugere a reabertura gradual de comércio, serviços e ou- tros setores. ACI del-Rei oferece condições especiais para associados aderirem ao e-commerce Neste momento de crise, é preciso buscar alternativas para manter o faturamento das empresas. Quem espera mais dos negócios e anseia pela de retomada das vendas, tem uma opção valiosa: integrar a loja física ao comércio digital. Pensando nisso, a Associação Comercial/CDL de São João del-Rei, oferece aos associados um produto que visa ampliar a pre- sença dos estabelecimentos no mercado com uma Loja Web, que ainda pode ser ligada às redes sociais. Rogério Medeiros Garcia de Lima*** Meu pai Especial Página 10 DEIVIDSON COSTA Funcionamento dos estabelecimentos são-joanenses que se enquadram na “onda branca” foi autori- zado a partir de sexta-feira, 22

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INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

Página 03 Página 06 Página 07

Página 03

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UFSJ promove capacitação para empresários - Página 03

São João del-Rei - Maio de 2020 - Ano 1 - Número 4

CEMIG Sim prorroga prazo de adesão

Eleição e

coronavírus

Como ficam os contratos em tempo de pandemia

J O R N A L

São João del-Reisegue comoonda brancana classificaçãodo programaMinas Consciente

A partir de sexta-feira, dia 22, foi autorizado o funciona-mento dos estabelecimentos são-joanenses que integram a “onda branca”, na classificação de abertura do comércio. A ini-ciativa foi deliberada pelo “Comitê Extraordinário COVID-19” e diz respeito à reclassificação das fases de abertura das ma-crorregiões do Estado, de acordo com as fases previstas pelo plano “Minas Consciente”. Criada por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Saúde (SES-MG), a ini-ciativa sugere a reabertura gradual de comércio, serviços e ou-tros setores.

ACI del-Rei oferece condições especiais para associados aderirem ao e-commerce

Neste momento de crise, é preciso buscar alternativas para manter o faturamento das empresas. Quem espera mais dos negócios e anseia pela de retomada das vendas, tem uma opção valiosa: integrar a loja física ao comércio digital. Pensando nisso, a Associação Comercial/CDL de São João del-Rei, oferece aos associados um produto que visa ampliar a pre-sença dos estabelecimentos no mercado com uma Loja Web, que ainda pode ser ligada às redes sociais.

Rogério Medeiros Garcia de Lima***

Meu paiEspecial

Página 10

DEIVIDSON COSTA

Funcionamento dos estabelecimentos são-joanenses que se enquadram na “onda branca” foi autori-zado a partir de sexta-feira, 22

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maio de 2020CDL

A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

DIREÇÃOJosé Primeiro Teixeira Neto - Zezito

REDAÇÃO E EDIÇÃORafaela Soares

DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINALMapa de Minas Comunicação Integrada

PRESIDENTEJosé Egídio de Carvalho

VICE PRESIDENTEOlga Aparecida da SilvaFernando Magno Mendonça

DIRETORIA ADMINISTRATIVARonald Bauer de AssunçãoRosângela Aparecida Detomi

DIRETORIA FINANCEIRAMauro Costa de OliveiraMaurício Alberto da Mata

DIRETORIA DE CPDMiguel Geraldo de Carvalho

DIRETORIA DE RELAÇÕES PÚBLICASMarcelo Mourão Coutinho

DIRETORIA DE SPCRoney Geraldo da CostaAnderson André Machado

DIRETORIA DE PATRIMÔNIORodrigo de Oliveira Borges

DIRETORIA DE PROMOÇÕESMaristela Aparecida Oliveira Valadão

DIRETORIA SOCIALRonan Sade Haddad

DIRETORIA DE TURISMOSonia Moraes HaddadAntônio Rômulo Jr.

DIRETORIA CDL JOVEMNeymar Resende

CONSELHO FISCALEduardo BucciniJulio BolognaniJoão FroesMaria Cristina BergoEduardo Bergo

CONSELHO SUPERIOR

PRESIDENTEJosé Primeiro Teixeira Neto - Zezito

VICECélio Boucherville Filho

MEMBROSJoão Bosco D’Ângelo AlvesJoão Afonso FariasRafael AgostiniOlavo ChitarraRômulo Pinto CamaranoAparecida Olga da SilvaJosé Egídio de CarvalhoJorge HaddadSidney Antônio de SouzaLuiz Carlos Lobato CostaMurilo Souza (em memória)José Raimundo Lobato (em memória)

EXPEDIENTEE

DIT

OR

IAL

CDL

Mais do que nunca, é tem-po de nos reinventar. Dian-te do isolamento social e das restrições impostas ao funcio-namento do comércio, conse-qüências da pandemia do co-ronavírus, enfrentar a crise econômica é nosso maior de-safio. Estamos diante de uma situação inesperada e grave, em que as medidas restritivas adotadas afetam diretamen-te as empresas. Um momento difícil e delicado para todos. Embora contemos com estra-tégias de apoio, articuladas pela Federaminas e pela Fe-deração das Câmaras de Diri-gentes lojistas (FCDL) de Mi-nas Gerais, além do conjunto de iniciativas implementadas pelo Governo, ainda sofremos de forma intensa com os re-flexos em nossos negócios. Por isso, precisamos nos man-ter unidos, estimulando uns aos outros, sem deixarmos de lado o diálogo entre entida-des representativas e lojistas. Nesta jornada, temos um alia-do importante: a tecnologia, que pode oferecer soluções rápidas para que possamos

atender às necessidades dos nossos clientes e manter de pé nosso negócio. Na busca pela retomada das vendas, in-tegrar a loja física ao comér-cio digital é uma opção valio-sa para diferentes segmentos. Pensando nisso, a Associação Comercial/CDL de São João del-Rei oferece aos associados um produto que visa ampliar a presença dos estabeleci-mentos no mercado com uma Loja Web, que ainda pode ser ligada às redes sociais: o e--commerce, método de venda que mais cresce no mundo. E buscamos, diariamente, no-vas ferramentas. Estamos e continuaremos trabalhando muito, procurando amenizar os prejuízos, esclarecer dire-tos e apontar possibilidades de reação. Repetimos: mais do que nunca, é tempo de nos reinventar. Que a criatividade venha à tona e protagonize. Não nos esqueçamos que so-mos a força produtiva da nos-sa cidade, do nosso estado e da nossa Nação. Sigamos com bravura!

Boa leitura!

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

Em momentos de incerte-za, economizar é fundamental. Por isso, a CEMIG Sim prorro-gou o prazo de adesão à parce-ria que permite que os associa-dos tenham até 22% de desconto na tarifa de energia elétrica de sua empresa. A ação, fruto da união entre a Federaminas, a CE-MIG Sim e a Mori Energia, pre-za pela sustentabilidade e possui vantagens como não necessitar de investimentos, obras estrutu-rais ou manutenção. Além disso,

ACI del-Rei oferece condições especiais para associados aderirem ao e-commerce

Plataforma digital é alternativa para manter faturamento das empresas, sobretudo durante a crise

Neste momento de crise, é preci-so buscar alternativas para manter o faturamento das empresas. Quem es-pera mais dos negócios e anseia pela de retomada das vendas, tem uma opção valiosa: integrar a loja física ao comércio digital. Pensando nisso, a Associação Comercial/CDL de São João del-Rei, oferece aos associados um produto que visa ampliar a pre-sença dos estabelecimentos no mer-cado com uma Loja Web, que ainda pode ser ligada às redes sociais.

O e-commerce é o método de ven-da que mais cresce no mundo. So-bretudo durante o isolamento social, proposto como forma de enfrenta-

UFSJ promove capacitação de comerciantes e

comerciários para enfrentamento à

COVID-19A união está sendo utiliza-

da como ferramenta em prol do enfrentamento à COVID-19 na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Um projeto de extensão, chamado Observa-tório de Saúde Coletiva (OBESC), tem o objetivo de contribuir a partir de uma proposta que en-volve professores, técnicos e es-tudantes de cursos da universi-dade, profissionais de saúde e outros atores sociais. A inicia-tiva nasceu de uma ação con-junta entre o Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (NESC), o Ob-servatório Urbano de São João del-Rei e diferentes grupos de pesquisa e extensão da UFSJ.

O OBESC conta com uma equipe de 20 professores da UFSJ, que compartilham ações para enfrentamento da pande-mia de Covid-19. Em equipes com alunos, profissionais e pes-soas da comunidade, são elabo-rados projetos multidisciplina-res que atendem a necessidades da sociedade surgidas a partir das infecções pelo Coronavírus. Os profissionais envolvidos tra-balham em diferentes frentes de atuação. Segundo a professo-ra Maria Clara Santos, coorde-nadora da Sala de Comunicação, que está propondo a capacita-ção, são cinco salas de trabalho articuladas. “É um projeto gigan-te que aposta na cooperação, no diálogo com a comunidade, no fortalecimento do sistema pú-blico de saúde e no valor da produção científica das univer-sidades federais brasileiras. Para esta finalidade aqui específica, apresentamos uma proposta de capacitação com comerciantes e comerciários, para que todos se façam agentes de fiscalização e controle da infecção por co-vid-19, aumentando a seguran-ça dos trabalhadores e de suas famílias, dos estabelecimentos e também dos clientes”, ela ex-plica, destacando que a capaci-tação é gratuita, virtual, com duração de uma hora e os co-merciantes e comerciários po-derão agendar com a equipe o melhor dia para esta atividade.

O formato da capacitação vem sendo discutido e testa-do com os integrantes da sala e todo o conteúdo vem sen-do elaborado em parceria com o PET-Saúde da UFSJ. Qualquer comerciante pode integrar o

projeto. “Não há pré-requisitos definidos. A ideia é que consi-gamos ampliar a quantidade de pessoas capacitadas ao má-ximo e garantir maiores cuida-dos na gestão dos estabeleci-mentos durante a pandemia, a fim de evitar infecções e asse-gurar maior qualidade e segu-rança no trabalho e ambientes livres de covid-19. A ideia inicial é trabalharmos, primeiramente, com os estabelecimentos que já se encontram em funcionamen-to, por exercerem atividades es-senciais. Contudo, buscaremos também promover a capacita-ção de outros estabelecimentos, para que todos possam se adap-tar e se adequar para o retorno das atividades comerciais”, es-clarece a professora.

Maria Clara afirma que as adaptações da sociedade são essenciais, diante das incerte-zas que permeiam a pandemia. “Como sempre falamos no Ob-servatório da Saúde Coletiva, o Coronavírus não vai embo-ra amanhã. Não temos ideia de quanto tempo teremos contato com esse vírus e com os riscos de infecção dele decorrentes. Por isso, para garantir o bom funcionamento da sociedade, teremos que fazer adaptações em nossas vidas, não somente em casa, mas também na forma em que realizamos nossas ativi-dades externas, nelas incluídas as atividades comerciais. Com essa capacitação, conseguimos atingir uma maior parcela da população, para nos certificar dos cuidados que precisam ser tomados acerca de higieniza-ção, uso de equipamentos de proteção, dentre outros”, afir-ma Maria Clara.

E completa: “Essa capacita-ção instaura uma segunda fase de controle da pandemia, a fase de distanciamento físico em sociedade e em proximidade, quando realizamos nossas ativi-dades na rua. Isso é proporcio-nado com as informações que são necessárias para que todos atuem de maneira conjunta no cuidado que a pandemia requer de nós, abrindo-se também para as dúvidas sobre a configuração do ambiente, distanciamento necessário, higienização das su-perfícies, limpeza do trabalha-dor quando chegar a casa”.

CEMIG Sim prorroga prazo

de adesão

Associados da ACI del-Rei podem conseguir até 22% de desconto

nas contas de luz

ACI em ação

mento ao Coronavírus, a web é um cenário propício para as transações comerciais e as vendas on-line po-dem contribuir muito com o aumen-to dos faturamentos.

Para aderirem à alternativa, os associados da ACI del-Rei possuem condições especiais, como descon-tos de 15% de desconto nas mensa-lidades. Além disso, a plataforma de e-commerce pode ser testada gra-tuitamente por 15 dias. Quem se in-teressar, pode entrar em contato com o Departamento Comercial da ACI del-Rei. Nossas representantes atendem por meio do telefone 3379-4800, ramal 3.

a contratação é feita sem buro-cracia.

Interessados podem entrar em contato com o Departamen-to Comercial da ACI del-Rei, pelo telefone 3379-4800, ramal 3, e ob-ter um código, restrito aos asso-ciados, que possibilita o desconto especial. Vale ressaltar que abati-mento pode variar, dependendo do consumo atual de energia e do tempo de contrato, desde que as contas tenham valor mínimo de $500.

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

Na última análise econô-mica publicada por este Jor-nal, em 17/03/2020, no Brasil ha-via se iniciado a contaminação pelo vírus Covid-19 e começa-ram a surgir os primeiros ca-sos de infecção externa, em se-guida, a interna. Infelizmente, diversos óbitos começaram a ocorrer no Brasil. Naquela épo-ca, as estimativas sobre o Cres-cimento Econômico brasileiro eram da ordem de 2,2% a.a. e estavam reduzindo para 1,5% a.a. O inimigo é muito mais for-te que alguns imaginavam e as expectativas mudaram, radical-mente, quando se tomou co-nhecimento deste fato.

Segundo especialistas, tais como cientistas, médicos, den-tre outros, existem duas (ou mais) formas de enfrentamen-to ao vírus. No primeiro caso, o Lockdown é o total isolamen-to social e, no segundo, o iso-lamento vertical, no qual ape-nas grupos de risco devem ser isolados, sendo a primeira a mais defendida pelos especialis-tas da área. Os países têm utili-zado variações destes modelos e, inclusive em alguns, nenhu-ma forma de isolamento social (Bielorússia, Turcomenistão). Os dados indicam que, nos pa-íses nos quais o isolamento so-cial foi menor, a ocorrência de óbitos são maiores. O que se percebeu à posteriori é que, mesmo as Economias Desenvol-vidas não estavam preparadas para o problema, que se mos-trou maior que muitos pensa-vam. Este fato pode ser explica-do, em parte, pelas mudanças radicais na postura ao enfreta-mento da crise por diversos pa-íses, tais como os Estados Uni-dos da América e o Reino Unido.

No Brasil, a despeito de co-notações políticas, vivenciamos diferentes atitudes no enfren-tamento da crise, nos âmbi-tos federal, estaduais e muni-cipais. As ocorrências destes “vai e vem” nas tomadas de decisões governamentais po-dem ser analisadas na fala do Professor Luiz Gonzaga Bellu-zzo1. Como este citou o “mo-mento econômico não é de cri-se, mas de ruptura do Sistema Econômico”. A Economia é cícli-ca e ocorrem momentos de ex-

pansão e de retração. Nos mo-mentos de retração, ocorrem a diminuição dos fluxos econô-micos, levando a redução da renda, aumento do desempre-go e, possivelmente, aumento da desigualdade social2. Nestes momentos, o Governo Federal deve editar Políticas Macroeco-nômicas anticíclicas, de modo a reduzir o tamanho e o tempo dos problemas decorrentes des-tes ciclos e reduzindo os pro-blemas sociais. Porém, o Siste-ma Econômico continua ativo, mas em menor escala.

No caso da “ruptura”, o sis-tema econômico tende a parar. Neste caso, trabalhadores têm dificuldades para chegar ao tra-

história, ainda nunca vivencia-da pela humanidade, projeta ce-nários de extremas dificuldades sociais e econômicas.

Em termos gerenciais, o pa-pel dos Economistas difere de Contadores e Administradores. Contadores, de maneira geral, utilizam instrumentos contá-beis para potencializar os re-sultados da empresa e Admi-nistradores tomam decisões empresariais com base nestes documentos. Já os Economistas, com base nestes mesmos docu-mentos, além de dados oficiais e de diversas informações exter-nas, projetam o comportamen-to dos Agregados Macroeconô-micos, tais como PIB, emprego,

COVID-19e o “buraco” na Economia BrasileiraSérgio Magno Mendes

Professor Adjunto da UFSJ – Macroeconomia

Tabela 1Expectativas para determinadas variáveis econômicas em função do Covid-19, em 2020

Variável/Fonte Focus FMI IE1 IE2 IE3

PIB - 2,96 - 5,303 - 3,10 - 6.40 - 11,00Desemprego/Taxa de Ocupação -- 14,70 ∆ - 4,0 ∆ - 7,9 ∆ - 14,0

Inflação 2,23 3,01 -- -- --

Fonte: BACEN, 2020; FMI, 2020; IE, 2020.

Artigo

-se que o ano de 2020 (assim como foram 1929, anos de guer-ras mundiais e 2008, entre ou-tros) será marcado na História Mundial, uma vez que proje-tam-se períodos de extremas di-ficuldades sociais e econômicas.

O estudo publicado pelo IE (2020) utiliza a Matriz Insumo--Produto3 para o Brasil, de 2017, na qual é possível verificar os impactos sobre Atividades Eco-nômicas, bem como sobre a Renda, o Emprego e a Deman-da Agregada (Famílias, Empre-sas, Governo e Não Residentes). A Tabela 2 mostra os efeitos so-bre Atividades Econômicas, nos três cenários. Com base no Ce-nário Referência, os setores que

balho, empresas tendem a redu-zir a produção, consumidores retraem a demanda e o Gover-no Federal deve aumentar o Gasto Público, para tentar mini-mizar o problema. O problema tende a crescer, rapidamente, quando empresas, com retra-ção na receita reduzem custos, incluindo salários; o que leva os trabalhadores a reduzir ainda mais a demanda devido a perda parcial ou total da renda. Este fato volta a refletir nas empre-sas que se defrontam com re-dução contínua na demanda de seus produtos e, com isto, con-tinuam a reduzir custos, parar setores produtivos e eliminan-do mais vagas de trabalho. Por sua vez, o Governo Federal deve aumentar seu gasto, neste caso, com o chamado “Orçamento de Guerra” no qual se dispen-sa a Licitação. Porém, suas re-ceitas serão cada vez menores, proporcionalmente, ao encolhi-mento da economia, podendo levar ao aumento, acentuado, do Déficit Público. O final desta

dentre outros ao longo do tem-po, utilizando-se da Teoria Eco-nômica e modelos matemáticos e estatísticos, com o objetivo de analisar possíveis trajetórias das variáveis analisadas.

A Tabela 1 mostra as possí-veis trajetórias, em 2020, de determinadas variáveis econô-micas em função do Covid-19 e mensuradas por diferentes fontes: Boletim Focus/BACEN (04/2020); Fundo Monetário In-ternacional – FMI (04/2020) e o artigo intitulado Impactos Ma-croeconômicos e Setoriais da Covid-19 no Brasil (04/2020), pu-blicado pelo Instituto de Econo-mia (IE) da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro – UFRJ. No caso do artigo, os economistas traçam três diferentes cenários e que foram denominados: Oti-mista, Referência e Pessimista. Estes cenários, resumidamen-te, referem-se à recuperação da Atividade Econômica de manei-ra rápida, lenta e muito lenta, respectivamente. Em todos os cenários mensurados, percebe-

devem ter maiores efeitos do Covid-19 são: Construção, In-dústria Extrativa, de Transfor-mação, Comércio e Informação e Comunicação, sendo a retra-ção da ordem de 16,1%; 13,9%, 11,3%; 10,3% e 9,3%, respectiva-mente.

A partir da observação dos efeitos (Tabela 2) e as principais Atividades Econômicas desen-volvidas no município São João del Rei, percebe-se que estas estão entre as que mais serão afetadas pelo Covid-19, exceção apenas para a Administração Pública (que representa parcela significativa da Economia local). Neste sentido, é fundamental que o empresariado local tenha plena consciência da Adminis-tração Financeira Empresarial e saiba identificar a trajetória das principais variáveis finan-ceiras de sua empresa e colocar em práticas medidas assertivas para o momento atual.

Dentre estas variáveis pode--se citar o EBTIDA (Lucro Ope-racional), o Break Even Point

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

Tabela 2Efeitos* do Covid-19 sobre o Valor AdicionadoVA de Atividades Econômicas selecionadas no Brasil, 2020**

Nº Atividade EconômicaVariação do VA - 2020

Otimista Referência Pessimista

1 Construção (8.1) (16.1) (24.2)

2 Indústrias Extrativas (4.1) (13.9) (19.3)

3 Indústria da Transformação (5.8) (11.3) (18.8)

4 Comércio (7.8) (10.3) (18.7)

5 Informação e Comunicação (5.0) (9.3) (14.7)

6 Transporte, Armazenamento e Correios (5.0) (7.9) (12.9)

7 Outras Atividades de Serviços (3.0) (6.9) (12.3)

8 Agropecuária 0.4 (5.8) (10.8)

9 Atividades Financeiras (1.5) (3.0) (5.1)

10 Atividades Imobiliárias (0.7) (1.1) (2.0)

11 Serviços Industriais de Utilidade Pública 1.7 (0.4) (3.5)

12 Administração Pública 0.9 0.6 0.3

Fonte: IE, 2020.* A Tabela foi realinhada em função do Cenário Referência.** Os setores grafados em cinza referem-se as principais Atividades Econômicas do município de São João del Rei/MG.

1- Professor Titular na Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (Currículo Lattes).

2-Para se afirmar que houve ou não aumento da Desigualdade Social (na retração e/ou expansão), deve-se decompor o índice de Crescimento Econômico (mesmo sendo negativo). Quando as Classes Sociais mais baixas sofrem menor perda na renda, comparativamente, às mais altas, em Economia, diz-se que foi “Pro Pobre”. O fato acontece na expansão e na retração econômica.

3-Esta Matriz, estimada pelos Professores do IE em 2017, contém informações para 123 produtos e 67 tipos de Atividades Econômicas no Brasil.

(Ponto de Equilíbrio), o WAA-CK (custo médio ponderado de Capital), as Alavancagens (Ope-racional e Financeira), o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido), dentre outros. Além disto, é crucial neste momento delicado (perspectivas de redu-ção drástica de receitas, poden-do levar empresas a insolvên-cia; aumento elevado da taxa de desemprego, levando a nova redução da Demanda Agrega-da etc.) que se façam projeções para períodos futuros, de modo a tentar analisar possíveis ce-nários que a empresa poderá se defrontar. Estes cenários se-rão mais próximos da realida-de quanto mais apuradas forem as perspectivas consideradas nos modelos de previsão. Neste momento, a maior dificuldade é não se ter ideia de onde po-

Demonstrações Contábeis para o futuro e analisando o que pode ser executado, de modo a minimizar os impactos na empresa e/ou evitar insolvên-cias. De certo, apenas algumas questões. Dentre elas: a) Em-presas que tiverem altamente alavancadas tenderão a ter efei-tos maiores, comparativamen-te aquelas menos alavancadas; b) Empresas de setores especí-ficos tenderão a ser mais afeta-das que outras com crise atual; c) Todas as Empresas devem ter sofrido retração na demanda de seus produtos e, com isto, de-vem realinhar os Custos de Pro-dução.

Cabe ressaltar que, muitas vezes se pensa apenas em redu-ção no quadro de funcionários para resolver o problema, o que pode não ser verdadeiro. Traba-

do a perpetuidade da empresa. Além disso, ainda que redução de Impostos e Câmbio Sobreva-lorizado (ou inflação externa) possam ajudar, não são meca-nismos duradouros e têm ou-tros efeitos na Economia.

A crise econômica eminente mudará a vida de quase todos os brasileiros. Por outro lado, evidenciará os problemas cau-sados pelo baixo investimen-to em Saúde, principalmente, e Educação, levando a maior conscientização. Cabe ressaltar que, na Educação, um dos prin-cipais problemas está no Ensi-no Fundamental. Sua importân-cia está no fato ser a base para todas as profissões e o momen-to no qual o aluno inicia sua percepção sobre a importância do conhecimento, do saber e da busca pelo aprendizado contí-

viverá ou morrerá” pela falta de atendimento médico e/ou va-gas nos hospitais, devido à so-brelotação. Nossos verdadeiros heróis não estão nos campos de futebol ou confinados em algu-ma casa visualizada por todos, mas nos hospitais e nas esco-las públicas de 1º grau (há de se lembrar, também, da impor-tância dos profissionais da Se-gurança Pública, Transportes, Comércio, Limpeza Urbana e muitos outros).

Apesar de todos os proble-mas atuais, a vida seguirá e no-vos valores poderão serão incor-porados nos relacionamentos (pessoais e profissionais). O sol continua a brilhar todos os dias (mesmo que encoberto, às ve-zes); a lua, a nos encantar nas noites; as flores a desabrocha-rem e os pássaros a cantarem. A

deremos chegar, o que torna o “jogo” ainda mais complicado.

Neste sentido, os especialis-tas tendem a analisar diversos cenários, do mais otimista ao mais pessimista, projetando as

lhadores altamente qualificados são peças fundamentais para garantir a competitividade da empresa e o Turnover (admis-são/demissão/admissão) des-tes pode ser prejudicial, afetan-

nuo. Já na Saúde, os profissio-nais se deparam com um dos piores momentos da humanida-de, na Idade Contemporânea, e, no limite, vivenciam a contur-bada decisão da escolha “quem

vida mostra a sua força. Como cita a canção: “Não é sobre che-gar no topo do mundo e saber que venceu. É sobre escalar e sentir que o caminho te fortale-ceu” (Luan Santana; Ana Vilela).

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

A partir de sexta-feira, dia 22, foi autorizado o funcionamento dos estabelecimentos são-joanen-ses que integram a “onda bran-ca”, na classificação de abertura do comércio. A iniciativa foi de-liberada pelo “Comitê Extraordi-nário COVID-19” e diz respeito à reclassificação das fases de aber-tura das macrorregiões do Estado, de acordo com as fases previstas pelo plano “Minas Consciente”. Criada por meio das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Saúde (SES-MG), a ini-ciativa sugere a reabertura gra-dual de comércio, serviços e ou-

tros setores.Estabelecimentos pertencen-

tes à “onda verde”, relativa aos serviços essenciais, já estavam em funcionamento na cidade que, agora, dá mais um passo. De acordo com a nova classificação, estão autorizadas a funcionar lo-jas dos ramos de antiguidades e objetos de arte; armas e fogos de artifício; artigos esportivos e jo-gos eletrônicos; produtos agríco-las, plantas e floriculturas; mó-veis, tecidos e afins; formação de condutores; e outras atividades acessórias.

O plano “Minas Consciente”

traz protocolos que orientam o comportamento que deve ser adotado pelos cidadãos, visando uma forma de atuação coordena-da aos municípios, durante esse período de enfrentamento à pan-demia. Existem orientações bási-cas, comuns a todos os setores, além das específicas, que são di-recionadas a cada segmento eco-nômico. Dentre as orientações do Governo Estadual, está a necessi-dade de oferecimento de meios para higienização das mãos com água e sabão ou de álcool em gel 70%. Os estabelecimentos tam-bém devem fornecer Equipamen-

tos de Proteção Individual (EPI’s) adequados para a atividade exer-cida e precisam providenciar bar-reira de proteção física quan-do os funcionários estiverem em contato com o cliente.

O protocolo completo pode ser acessado por meio do site www.mg.gov.br/minasconsciente.

NÚMEROS Em São João del-Rei, até o fecha-

mento desta edição, na quarta-feira, 27, a Secretaria Municipal de Saúde de São João del-Rei divulgou que o município chega a 31 casos confir-mados de COVID-19. Desses pacien-tes, 15 já foram liberados. Além dis-so, 17 pessoas seguem aguardando o resultado do exame.

USO DE MÁSCARASDesde o dia 1o de maio, o uso

de máscaras passou a ser obriga-tório em São João del-Rei. Segun-do o decreto 8.654/20, a utilização do item de proteção deve ser para o acesso e desempenho de ativi-dades, nos prédios públicos, co-mércio em geral e vias públicas do município.

São João del-Rei segue como onda branca na classificação do programa Minas Consciente

DEIVIDSON COSTA

Estabelecimentos pertencentes à “onda verde”, relativa aos serviços essenciais, já estavam em funcionamento na cidade que, agora, dá mais um passo

O mundo foi surpreendido, em 2020, pela pandemia do coronavírus, que impôs uma série de restrições à vida das pesso-as e desencadeou grave crise econômica e social.

Todas as atividades, nos setores público e privado, foram afetadas pela pandemia.

Não foi diferente no âmbito da Justiça Eleitoral. Adotou, como todo o Poder Judi-ciário, o teletrabalho.

O Tribunal Superior Eleitoral determi-nou a suspensão do cadastro biométrico de eleitores. Por envolver coleta das impres-sões de digitais, a biometria oferece alto ris-co de contaminação pelo Covid19.

Foram perdoados os eleitores que não fizeram o cadastro biométrico nas cidades onde ela era obrigatória. Poderão votar nas eleições municipais de 2020.

O Tribunal Superior Eleitoral ainda não considera a hipótese de adiamento

do pleito.Acredito que, superada a pandemia até

o final de maio, pela erradição do vírus ou descoberta de vacina. poderemos realizar as eleições dentro do calendário legal, no primeiro domingo de outubro. E fazer o se-gundo turno das eleições de prefeitos, onde houver, no último domingo de outubro.

Se, no entanto, a pandemia persistir ain-da no início de junho, penso que terão de ser adiadas as eleições.

Qualquer solução a esse respeito só po-derá ser dada pelo Congresso Nacional, me-diante edição de emenda à Constituição Fe-deral.

O mais importante, agora, é cuidar da saúde e da vida das pessoas.

***São-joanense, desembargador do Tribu-nal de Justiça de Minas Gerais e presidente

do Tribunal Regional Eleitoral/MG

Eleição e coronavírusRogério Medeiros Garcia de Lima***

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

O avanço da pandemia de co-vid-19 pelo mundo já deixou marcas na economia e muitas empresas es-tão cautelosas em relação ao futuro.

Uma das principais preocupa-ções é sobre como serão encarados os contratos firmados antes da san-ção da Lei 13.979/20, que dispõe so-bre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública.

Embora não exista posiciona-mento dos Tribunais e dos Poderes Legislativo e Executivo sobre os efei-tos jurídicos decorrentes das medi-das de prevenção adotadas para di-minuir os impactos da Covid-19, o entendimento possível é de caracte-rizar a pandemia como caso fortui-to, considerando as medidas que já foram tomadas e as que ainda estão por vir.

As relações comerciais já foram impactadas, haja vista que muitas empresas não terão condições para

cumprir com obrigações contratu-ais anteriormente definidas, como por exemplo os contratos de alu-guel. Sob esse ponto, muitas empre-sas precisarão renegociar cláusulas e estabelecer eventuais acordos.

Os inadimplementos contratuais que tenham como causa evento ex-traordinário ou imprevisível, como é o caso da pandemia, caracterizam hipótese de força maior ou onerosi-dade excessiva. A interpretação con-tratual depende das circunstâncias, mas os efeitos jurídicos devem ser encarados de forma casuística.

Para que os efeitos da pandemia sejam considerados como evento de caso fortuito e, assim, haja a possi-bilidade de revisão ou encerramen-to contratual, é fundamental a com-provação de que o seu cumprimento se tornou extremamente oneroso ou da impossibilidade do cumprimento das obrigações.

Já nos contratos com a adminis-tração pública ou daqueles regidos pelo Código de Defesa do Consumi-dor, deve ser analisada tutela espe-cífica, para ser caracterizada força maior ou onerosidade excessiva, por terem regras que tratam do interes-se público e do consumidor.

Assim, considerando não haver culpa por nenhuma das partes, o de-vedor, em tese, não responderá pe-los possíveis prejuízos causados. Ca-sos extraordinários ocorrerão, se no contrato constar o dever de respon-der pelo inadimplemento, mesmo na hipótese da ocorrência de even-tos deste tipo.

Caso o contratante não tenha se responsabilizado expressamente em casos de força maior e fortuito, para que possa fazer uso de alguma das excludentes de responsabilidade ci-vil, deverá comprovar o impacto causado pela pandemia da Covid-19

e o descumprimento da obrigação contratual, sempre levando em con-ta as peculiaridades de cada contra-to e de cada uma das partes.

Neste sentido, é essencial que os locatários notifiquem os proprietá-rios dos imóveis, para que possam informar aos mesmos a impossibi-lidade de realizarem o pagamento dos aluguéis tendo em vista o fecha-mento do comércio por decisão do Poder Público, com intuito de rea-lizarem uma composição amigável, ou seja, com a diminuição do valor ou a isenção total enquanto dura-rem os efeitos da pandemia.

Caso não haja acordo, é necessá-rio o ajuizamento de ação revisional do contrato com base na teoria da imprevisão, porém no final de tudo, mesmo com a ajuizamento da ação, ou a realização de composição ami-gável entre os contratantes, todos sairão perdendo, infelizmente.

Como ficam os contratos em tempo de pandemiaMarcus Vinicius Rozzetto Silva

Advogado e Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela UMSA – Arg.

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Sábias são as palavras: “Em tempos de paz, prepare-se para a Guerra”.

Devíamos também pensar: em tempos de Saúde, prepare-se para a Doença. Ou melhor seria: em tempos de Saúde, prepare-se para a Pandemia.

Diante da situação que atual-mente que estamos vivendo é evi-dente que não tínhamos pensando na minha proposta de uma forma mais concreta. De fato, já estamos acostumados a escutar que “O Bra-sil é o único país de mundo que tem leis que pegam e outras que não pe-gam”; ou “No Brasil existem leis de-mais!”. A verdade é que legislamos muito e legislamos mal.

Especificamente no mundo do

Direito, das relações comerciais e trabalhistas, verificamos que ape-sar de haver uma certa menção e digo menção mesmo pois, num país que tanto se legisla e tanto se faz a criação de normas jurídicas, mui-tas vezes repetitivas, controversas, concorrentes, e como não poderia deixar de ser até mesmo ilegais e in-constitucionais, as quais continuam a ter vigência, até que sejam decla-radas sua ilegalidade ou inconstitu-cionalidade, padecemos e pasmem de leis mais claras para regulamen-tar as relações que citei.

Sabemos que o Juiz não pode dei-xar de sentenciar alegando a “va-cância da lei”, mas, na inexistência

“A PANDEMIA JURÍDICO-LEGAL”

de normas adequadas teremos uma avalanche de decisões polêmicas e a inevitável insegurança jurídica sur-girá com força total.

Por este motivo intitulei o pre-sente texto de Pandemia Jurídico-Le-gal, quiçá em função dela não acabe-mos com uma Pandemia Judiciária, pois o efeito das invitáveis ações de-correntes do COVID-19 não será ou-tro. Ou será que algum empresário, comerciante, empreendedor, empre-gado, consumidor, ou cidadão co-mum sente-se confortável em suas relações contratuais hoje?

Devemos aprender com esta traumatizante experiência que não podemos manter nossas relações da

Por Marcos Teixeira

forma que conduzíamos , ou pelo menos, não termos realmente um anteparo e um arcabouço legal para dirimir as potenciais controvérsias contratuais de modo geral, sejam elas comerciais, trabalhistas, securi-tárias, e contratuais de modo geral.

Por mais que ouçamos cada vez mais a expressão e-commerce ou ho-me-office, devidamente importadas do vocabulário da língua inglesa, não podemos estar verdadeiramente órfãos de soluções para poder prati-car as referidas atividades, que po-dem até mesmo vir para ficar, mas, que não dispensarão os contatos ne-cessários que o ser humano como gregário que é necessita.

ALUGA-SE

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

A psiquiatra Ana Paula Lopes dá algumas dicas simples e valio-sas para controlar o estresse nesses tempos de confinamento social.

“Não existe fórmula para en-frentar o atual desafio que o mundo enfrenta. Está difícil para todos. É normal apresentarmos sentimentos de apreensão, ansie-dade, medo e de vulnerabilidade Por isso é importante cada um buscar formas de controlar o es-tresse causado pela pandemia e pelo confinamento social.

1) Informe-se sobre a pande-mia 1 ou 2 vezes ao dia. O fluxo constante de informações pode levar a angústia excessiva e au-mento do nível de estresse.

2). Mantenha minimamente a rotina, como os horários de dor-mir, das principais refeições; faça uma atividade física em seu do-micílio, não deixe de buscar a ex-posição à luz solar por um curto período. Manter estes ritmos aju-da o seu corpo a funcionar ade-quadamente e reduz a produção de hormônios associados ao es-tresse.

3). Administre a sensação de solidão. Busque manter o contato familiar e social não só por liga-ção telefônica, mas também por videochamadas.

4). Álcool e cafeína podem atrapalhar o sono, aumentando o nível de estresse e reduzindo a ca-pacidade de se acalmar. O SONO REPARADOR é fundamental para o seu bem-estar mental.

5). Mantenha uma alimenta-ção adequada e hidrate-se bem. Evite o consumo excessivo de produtos industrializados. Algu-mas dessas orientações você já cansou de ouvir, mas o desafio é PRATICÁ-LAS”.

PAUSA PARA SE RECONECTAR A pandemia e o necessário isola-

mento social foram capazes de, em poucas semanas, mudar a paisagem da cidade. Mas a cena urbana não foi a única a ser alterada. Hábitos e roti-na deram lugar a novas atitudes. Va-lores e certezas foram questionados. Afinal, as mudanças foram bruscas na vida pessoal e profissional. Mas o período menos acelerado na vida da maioria pode ser benéfico para fa-zer planos e pensar em alternativas para quando tudo acabar, organizar a vida, a casa, tanta coisa que vem sendo adiada no piloto automático do dia a dia. Retomar o hobbie de cozinhar ou pintar, cuidar do jardim, ler ou escrever tem sido alternativas para controlar a ansiedade.

A empresária e advogada Maris-tela Valadão fala do fechamento do comércio e suas consequências.

“Certamente saúde e economia representam algo indissociável e interdependente. A não abertura do comércio é algo preocupante porque representa a maior fonte de arrecadação de SJDR. As mi-cro, pequenas e médias empresas, que abastecem os cofres públicos, são esmagadas, não recebendo in-centivos financeiros e fiscais para se manterem, sem poder exercer a atividade econômica. Com isso portas estão se fechando, o de-semprego aumenta e a situação tende a se agravar, se assim per-manecer. Com a distância física do cliente, a inovação tornou-se inadiável e as redes sociais pas-saram a configurar um “dever de casa” diário, mas que não faz mi-lagre, da noite para o dia. Enfim, a realidade que se apresenta é um cenário que prioriza disputas po-líticas, colocando a saúde do povo em segundo plano. Verbas para a saúde são desviadas em muitos lugares, sem programas de com-bate ao COVID-19, adotando-se um tratamento comum em con-textos diferentes. Sem desconhe-cer a tamanha responsabilidade dos envolvidos no enfrentamen-to da pandemia, e considerando a evolução dos casos na cidade, será mesmo que a imposição do Minis-tério Público estaria salvando ou comprometendo vidas”?

SÃO-JOANENSES QUE VIVEM NO EX-TERIOR FALAM DE SUAS EXPERIÊN-CIAS EM TEMPOS DE PANDEMIA

Camila Cunha“Sou Camila Cunha, me formei

em Letras pela UFSJ. Atualmente moro na França, depois de ter vivi-do na Inglaterra, Escócia e Espanha, onde trabalho dando aulas de portu-guês, inglês e também como especia-lista de avaliação para a Universida-de de Cambridge, na Inglaterra. Com a pandemia da Covid – 19, sofri como todos, um duro confinamento adota-do pela França e Espanha, mas, feliz-mente, estamos vendo luz no fim do túnel e vencendo a luta. Gostaria de dizer aos meus conterrâneos que, in-felizmente não temos ainda a vacina

e que, embora o distanciamento so-cial seja duro, ele funciona para fre-nar a expansão do vírus. Que tenham empatia e solidariedade, não há ma-neira de sair desta crise se não for de mãos dadas. Se formos responsáveis, tudo ficará bem”.

BEBETH ZARUR“Eu, Elizabeth Calil Zarur, moro

nos Estados Unidos há mais de 40 anos, aposentada depois de lecionar História da Arte em duas universida-des americanas. Há 23 anos moro no Novo México que faz fronteira com o México e é testemunha de muitas injustiças com imigrantes e os po-vos nativos americanos. Estes último ano, especialmente, foi com a imi-gração em massa da América Latina, incluindo brasileiros, e agora com o

COLUNA

Acontece

gera bastante medo porque a pan-demia está longe de acabar. A maio-ria das empresas ainda está fechada e continuam trabalhando de casa, no sitema de home office. Muita gente perdeu o emprego e o esquema que o governo proporcionou para ajudar as grandes, médias e pequenas em-presas, provavelmente, vai gerar um aumento de taxas. Enfim, um mo-mento de incertezas em que a gente tem que tentar viver um dia de cada vez e tentar tirar o melhor proveito de ter tanto tempo livre”.

BRUNO SIMÕES COELHO“Estar em Portugal neste mo-

mento tem sido uma excelente ex-periência. O respeito do país pela vida é impressionante, o governo tomou todas as atitudes espera-das para este momento dificílimo da COVID-19 e, por isto, Portugal se tornou um destaque internacional, com ótimos resultados até então. As falas do presidente português, Mar-

Camila Cunha com o marido espanhol, Oscar, e os filhos Iker (atrás), Enara e Bernardo: na Euro-pa desde 1998

ACERVO PESSOAL

COVID-19, assolando os grupos dos Navajos, Apaches, Zunis e muitos ou-tros Pueblos. A nossa governadora democrata Michelle Lujan, foi a pri-meira a fechar as nossas fronteiras e, até hoje, o estado se encontra com-pletamente fechado para nossa pro-teção e a da população indígena. Ao contrário, da indiferença e ignorân-cia de Donald Trump que demostrou mais uma vez sua incompetência go-vernamental e desumana durante es-tes momentos da crise pandêmica”.

ISABELLA BASSI“Moro em Londres há 7 anos, sou

psicóloga formada pela UFSJ e traba-lho como gerente de RH. Tem sido dificil a vivência nesses tempos de pandemia, principalmente porque o governo britânico demorou para agir e continua não sendo muito claro. Desde o dia 11 de maio, alguns seg-mentos voltaram a funcionar o que

A professora Dra. Elizabeth Zarur: nos EUA há quatro décadas

ACERVO PESSOAL

A são-joanense Isabella Bassi, que mora em Lon-dres e tem cidadania holandesa, é filha de Julie-ta Bassi e Anthony Lourenz

ACERVO PESSOAL

celo Rebelo de Sousa, à nação, são sempre focadas, inteligentes e emo-cionantes e o primeiro ministro An-tônio Costa, mesmo adversário po-lítico, luta conjuntamente contra o inimigo comum.O triste é acompa-nhar o Brasil de longe e observar o despreparo, estupidez e desrespei-to do presidente e sua equipe, com tudo e com todos. Até a semana pas-sada o isolamento foi total, só se saía de casa para ir a supermercados ou farmácias, apenas o essencial era autorizado, o que possibilita, no mo-mento, a retomada gradual e organi-zada das atividades”.

Bruno é formado em Administra-ção pela UFSJ, foi pró-reitor de Ensino e Assuntos Acadêmicos II e de Pesqui-sa, Extensão, Pós-graduação e Cultu-ra na Unipac. Mora em Vila Nova de Gaia, região metropolitana do Porto.

Bruno e a filha Olga, em Villa Nova de Gaia , Portugal, monde moram

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PLANOS ADIADOS: um dos seguimentos mais afetados, o de eventos, vê com preo-cupação o rumo dos acontecimentos. Kari-na Vianini (foto) é cerimonialista em SJDR e região. “Diante das incertezas provoca-das pela pandemia, o setor vem sofrendo uma onda de remarcações de casamentos nos contratos deste ano. Fornecedores es-tão acolhendo as mudanças, respeitando as normas da MP 948, num esforço conjunto para conciliar datas que favoreçam todos os envolvidos. Mas, muito além de seguir nor-mas e decretos, precisamos estar abertos ao diálogo e entender as proporções alcança-das por esta crise. Todos juntos pelo suces-so do evento”.

BOM TOMAna Paula Lopes atende na Clíni-

ca D’Ora (Rua Aureliano Mourão, 40 – (3371.4760). Nos últimos meses, a clínica adotou lives com seus profis-sionais, que têm atendido também em consultas on line.

Por Cláudia Simões

A psiquiatra Ana Paula Lopes: dicas para ficar bem durante o período de isolamento social

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Maristela Valadão, referência no seguimento de moda em SJDR é proprietária das lojas Loyd`s e Faro

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

Na mitologia grega, o deus Pã era o deus dos campos, bosques, rebanhos... Tornou-se o símbolo do mundo por ser associado à na-tureza; era temido por todos que precisavam atravessar as flores-tas durante a noite. Significa pre-sença divina em todas as coisas, quando ele se ausenta os seres fi-cam sem conexão, sem apoio, en-tregues a si mesmos.

Pânico é justamente essa perda de conexão com o divino. Os valo-res dominantes em nosso mundo propiciaram uma dessacralização do mundo, advindo a destruição da natureza em sua busca desen-freada pela realidade material / econômica. Com o afastamento do divino/sagrado de nossa reali-dade, estamos à mercê... Recorro a Drummond quando pergunta- “E agora José?’’

Esta pandemia abalou o mun-do, estamos todos no mesmo bar-co nos indagando e interrogando, nos inserindo na Epoché -isto é, suspensão de todos os julgamen-tos, certezas, diretrizes... Todos re-colhidos em seus lares, voltando para casa. Percebo uma semelhan-ça com o Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA). A pa-lavra Aposentadoria significa jus-tamente retirar-se para os aposen-tos da casa. Nosso trabalho nesse programa é ressignificar essa pa-lavra. Retirar-se para os aposentos da casa (física) ou retirar-se para dentro de si mesmo na demanda e descoberta de novas visões, ap-tidões, oportunidades ... Este foi o conteúdo do meu livro: Aposen-tadoria. Ponto de Mutação? Esta Pandemia nos insere, de fato, nos dois sentidos:

- Retirar-se para os aposentos de casa,

- Retirar-se para os aposentos de si mesmo.

Todos nós nesta quarentena estamos no reduto de nossos la-res, num voltar-se para dentro. “Se viver não é fácil, conviver é um desafio permanente”, afirma com saberia Jorge Amado. Seguin-do nesta sabedoria poética, Drum-mond conclui “Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar’’. Que oportunida-de estamos tendo de polir as ares-tas, respeitar as diferenças, sair do egoísmo e nos disponibilizar para as tarefas do lar, cuidar dos filhos, dos amigos, atender às demandas que se apresentam... Também nos lembramos de Guimarães Rosa ao afirmar que “ Viver é um rasgar--se e remendarse”. Assim vamos tecendo e buscando aprimorar os encontros e desencontros de nos-sa convivência.

Alguns pensadores afirmam

que a criatividade muitas vezes nasce da crise, da angustia, assim como o dia nasce da noite. A pala-vra crise para os orientais é com-posta por dois ideogramas: PERI-GO e OPORTUNIDADE. Perigo seria permanecermos nos mesmos mol-des, padrões egocêntricos e mate-rialistas... Oportunidade para um mergulho em nós mesmos, possi-bilitando novos insights capazes de ressignificar nossos valores. Sa-beremos aproveitar esta oportu-nidade?

Vivemos e somos um ecossis-tema que age e reage em rede. Assim, nossa holografia funciona com pessoas, relações e universo. Pandemia - crise no sistema mun-dial – o mundo parou. Como ex-pandir em rede? Expansão inte-rior em cada um de nós para nos questionarmos sobre o sentido do nosso viver. Sabedoria articula--se ao entregar-se ao movimento, ao presente. Numa versão nietzs-cheana, diríamos que precisamos aprender a viver o AMOR FATI, - é assim que é! Jung em sua busca pelo essencial, afirma que metade da verdade está em nossas mãos, e a outra metade está nas mãos da-quilo que é maior que nós. Enfim, não somos donos de nosso desti-no, temos o livre arbítrio, mas há algo além de nós, que nos ultra-passa. Mais uma vez os poetas nos ajudam a clarificar, e Chico Buar-que cantou- A gente quer ter voz ativa em nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega destino pra lá....

Buscando a sabedoria dos pen-sadores o sábio Heráclito nos ilu-mina ao afirmar - A vida é um rio que corre – panta rhei , tudo flui... entregar-se ao fluxo é vital. Em sin-tonia o livro do Eclesiastes afirma, o tempo é vento que passa, não há nada de sólido debaixo do sol... o que é, será. Tempo e contratem-po chegam para todos e tudo pas-sa, isto também vai passar. Mario Quintana em suas reflexões poéti-cas, conclui que quando tudo dá errado, acontecem coisas maravi-lhosas que jamais teriam aconte-cido se tudo tivesse dado certo... A gente para de desejar que fosse diferente mantendo-se no presen-te, onde a realidade acontece.

Pã nos revela a desespirituali-zação do mundo advindo o ma-terialismo, o consumismo, a gula do ego, a avidez do desejo de ter mais e mais... A pandemia nos leva ao voltar-se para dentro, a estar em casa, a olhar o que é central em nós, a converter: verter para dentro. Outra passagem bíblica oportuna está no diálogo trava-do entre Marta - vida ativa e Ma-ria - vida reflexiva, em que Mar-ta cobrava de Maria a ajuda para

arrumar a casa, etc. Diante disto Jesus disse “Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária e Maria es-colheu a melhor parte a qual não lhe será tirada.’’ (Lucas 10,40-42) A pandemia-quarentena nos incita a sair da agitação cotidiana, do cor-re-corre para satisfazer as ambi-ções egóicas, ação e mais ação... Nilton Bonder nos alertou sobre esta dinâmica da avidez egóica ao afirmar que “Os Domingos preci-sam de feriados’’. Explicitando o simbolismo da Páscoa, Jean Yves Leloup nos conclama a “ser pas-santes”, passar de um modo de vida a outro, a enfrentar as on-das, unir matéria e espirito, céu e terra, masculino e feminino, dian-te da impermanência de todas as coisas. Viver exige novas aprendi-zagens e novas significações. Am-pliar a visão, ver os dois lados da mesma moeda, sair da visão OU \ OU excludente para vivenciar a vi-são E \ E conciliadora.

Nosso mundo voltará a ser como antes? Nós seremos os mesmos?

Pergunta que está no ar... Mu-dará? Se esse voltar-se para den-tro da casa e de si mesmo acon-tecer, tudo nos faz crer que sim. Talvez consigamos compreen-der a afirmação de Jung: “Fiel é a balança’’. O retorno de Pã po-derá nos reconectar com nossa dimensão espiritual e com a es-sência do existir humano – Amor. Vida sem amor, sem amigos, sem laços e sem compaixão, fica sem sentido e vazia. Esta quarentena nos dá a chance de mudar as len-tes, ver de outras formas. Ressig-nificar valores e o viver cotidia-no!

E nós que somos velhos? O que queremos? Para onde vamos?

Ao olhar para nossa longa es-trada-vida, quantas vivencias, al-tos e baixos, amores e desamo-res, vitórias e derrotas... mas com a consciência de termos feito do nosso jeito, como cantou Sinatra na famosa canção My Way. Para nós, cada vez menos importa a di-mensão do amanhã. Importa ir se-guindo o passo a passo do AGORA com firmeza e fé; sendo capaz de se sentir realizado e que tem va-lido a pena. Mais uma vez recor-ro a sabedoria poética, e encontro em Mário Quintana essa verdade ‘‘De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai re-duzindo a bagagem. As opiniões dos outros, são realmente dos ou-tros, e mesmo que sejam sobre nós, não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E, isso não faz a menor falta. Paramos de julgar pois já não existe certo ou

errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo que impor-ta é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o cora-ção naquele momento. E só.’’

Olhar para a estrada – vida percorrida, ver a obra construída e poder afirmar como nos revela o Gêneses. O Criador na obra de criação do mundo, o fez em sete dias, no sexto dia olhou, viu que TUDO ERA BOM E DESCANSOU... Esta é uma forma de sabedoria da velhice, bem dizer a própria obra -vida!

A Pandemia também nos apre-senta a morte de frente, embora Castanheda já tenha dito que ela está sempre a um palmo do nos-so ombro esquerdo. Esta consci-ência pode abrir a possibilidade de viver melhor o dia de hoje, de ser mais pleno no aqui e agora, de plenificar o presente do jeito que se lhe apresentar. CARPE DIEM: vi-ver cada dia em mais plenitude e graça. Talvez “O nosso desafio não seja simplesmente viver mais al-guns anos por este mundo, mas compreender com clareza qual é o nosso verdadeiro projeto des-sa efêmera existência e realiza-lo com sabedoria. A ignorância do nosso tempo é crer que o signifi-cado da vida é deleitar-se com ex-periências físicas e mentais pra-zerosas. Há uma redução do ser humano a uma espécie de grande boca que devora ou quer devorar, cada vez mais coisas e sensações prazerosas’’, Arthur Sheiker em seu livro ‘’A Travessia Budista da Vida e da Morte’’.

Pandemia, Ponto de Mutação? Que possamos acolher a realidade no fluxo do tempo com receptivi-dade e alegria nas coisas simples do viver e conviver do cotidiano, é assim que é! Viver a gratuidade do existir com gratidão! Os gregos em sua sabedoria também men-cionam Cronos, o deus do tem-po cronológico - cíclico e Kairos o deus do tempo oportuno, “do momento favorável”. Que esse novo olhar para esse novo tem-po – Kairos, possa nos proporcio-nar um novo ser, um ser humano mais humano, mais aberto ao ex-traordinário, à graça e ao próprio self, o Deus em nós.

*Psicóloga e analista junguiana, prof de Filosofia, Gerontóloga Titu-lada pela SBGG, autora e organiza-dora de livros na área da Psicologia

do Envelhecimento.Atuou na Escola Estadual Cô-

nego Oswaldo Lustosa e no antigo Colégio Santo Antônio em São João

del-Rei,para onde retornará, após resi-

dir por anos no Rio de Janeiro

PAN–DEMIA - Ponto de Mutação?Dulcinea da Mata R Monteiro*

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A VOZ Informativo da Associação Comercial de São João del-Rei

Euclides Garcia de Lima Filho, meu pai, conhecido como Tidinho, nasceu em São João del-Rei, no dia 4 de feverei-

ro de 1932.Filho do médico Euclides Gar-

cia de Lima (mineiro da pequena Córrego Danta) e de Odila Canta-lice Garcia de Lima (nascida na an-tiga cidade da Parayba, hoje João Pessoa). O casal teve quatro filhos, pela ordem: Francisco Diomedes (falecido), papai, Odila (falecida) e Maria Neusa.

Vovô Euclides era filho primo-gênito de um pequeno fazendeiro, que criava gado. Inteligente e in-quieto, veio adolescente para São João del-Rei, onde foi aluno interno do Ginásio Santo Antônio. Apren-deu holandês e alemão com os fra-des franciscanos. Dominava tam-bém os idiomas espanhol, francês e inglês. Era leitor voraz.

Estudou Medicina no Rio de Ja-neiro. Morava em uma pensão no bairro Flamengo. Nessa mesma hos-pedaria vivia um casal de paraiba-nos, sem filhos. O marido era oficial de marinha. Uma jovem sobrinha do casal, Odila, veio passar férias com os tios. Encantou-se com aque-le estudante de Medicina compene-trado, que não largava os livros nem durante as refeições na pensão. Na-moraram por cartas e, após se for-mar em 1928, Euclides foi à Paraíba se casar com Odila Beltrão Cantali-ce (depois Odila Cantalice Garcia de Lima).

Vovô optou por clinicar em São João del-Rei, que adorava. Mora-vam à Rua Direita e eram vizinhos dos Neves. A paraibana encontrou uma “mãe mineira”: Antonina de Almeida Neves, a Vovó Sinhá. Odi-la faleceu aos 31 anos, muito nova.

Meu avô materno, João Maurício de Medeiros, era paraibano do ser-tão (Santa Luzia). Formou-se enge-nheiro agrônomo, no Rio de Janeiro. Foi prefeito da capital paraibana na década de 1920, nomeado pelo go-vernador João Suassuna, pai do fa-moso escritor Ariano Suassuna.

Rogério Medeiros Garcia de Lima***

Meu pai

“Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino dos céus”(Marcos, 10, 14).

***São-joanense, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e presidente do Tribunal Regional Eleitoral/MG.

João Maurício se casou com Neusa Cantalice de Medeiros, irmã dois anos mais velha de Odila. As Cantalice eram mulheres de rara beleza.

O casal teve três filhos: Cé-lia (minha madrinha de batismo), Maurício e Lais (minha mãe), todos já falecidos.

A família se mudou para o Rio em 1935. Mamãe tinha dois anos de idade. Moravam à Rua Alberto de Campos, em Ipanema.

Papai se formou em Medicina no Rio, em 1957. Casou-se com a prima Laís, em 1959. Voltou para São João del-Rei em 1960, convencido por Dr. Tancredo de Almeida Neves a criar a clí-nica pediátrica da Santa Casa de Misericórdia (onde tam-bém clinicaram vovô Eucly-des e tio Diomedes).

Eu nasci em 8 de setembro 1961. Amo o Rio de Janeiro, mas foi Deus quem escolheu São João del--Rei para meu berço natal. Não me imagino um surfista de Ipanema...

Papai teve a seu lado a elegante e austera figura de minha saudo-sa mãe Lais, sempre atenta à agen-da social da família e à esmerada formação ética e intelectual do filho Rogério. Admoestava prontamente as muitas im-prudências praticadas pelo esposo e o filho.

A família de meu pai se completa com a nora Carla e os netos Rogério, João Pedro e Marcos.

Papai estudou no antigo Gi-násio Santo Antônio, da terra na-tal. É sócio fundador do Lions Club local. Presidiu o Athletic Club. Foi vice do inesquecível prefeito Octá-vio de Almeida Neves (1977-1983).

Fascinado com a pediatria, Ti-dinho não deixou jamais morrer o menino que existe dentro de si. Uma criança, médico de crianças. Eles se entendem muito bem, pois deles é o Reino dos Céus.

Especial