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Da Redação

Foi promovida no final dejunho a primeira reuniãodo Conselho Consultivo ins-tituído com a reforma esta-tuária efetuada no início doano, que profissionalizou aadministração da Cocamar.Formado por 73 coopera-dos, que representam todasas unidades operacionaisda cooperativa, está ligadodiretamente ao Conselhode Administração.

Nesse primeiro encontro,os participantes foram in-formados de como a Coca-mar está sendo avaliadapelo programa de autoges-tão realizado pelo SistemaOcepar, apresentados pelosdirigentes aos números re-lacionados ao desempenhono primeiro semestre e asprojeções para o final doexercício. Eles assistiram,também, a uma explanaçãosobre as tendências demercado para os produtoscultivados na região dacooperativa (soja, milho,trigo, café e laranja) e umapalestra, por videoconferên-cia, com o economista JoséRoberto Mendonça de Ba-rros, da MB Associados, deSão Paulo, que fez umaabordagem acerca da eco-nomia brasileira e interna-cional.

Era uma prévia para o

ciclo de 40 reuniões que adiretoria-executiva man-teve, nas duas semanas se-guintes, com os produtorescooperados em suas unida-des. “Temos certeza que,com o Conselho Consultivo,vamos tornar ainda maistransparente a gestão dacooperativa”, comentou opresidente do Conselho deAdministração, Luiz Lou-renço. A avaliação de Lou-renço dessa primeira reu-nião foi positiva: “Váriosdeles fizeram perguntas, ti-raram dúvidas. O caminhoé esse mesmo.”

Segundo Lourenço, a Co-camar tem conseguidocrescer e só as unidades si-tuadas na região norte doEstado (onde atua desde2010), vão contribuir comcerca de R$ 900 milhõespara o faturamento desteano.

Conselho Consultivo torna gestão ainda mais transparente

Os integrantes do Con-selho Consultivo são pro-dutores líderes, que usamtecnologias e têm idonei-dade comprovada emsuas regiões, sem vínculopolítico, que representamas principais atividadesagrícolas ali praticadas. Omandato é por quatroanos, sem remuneração, esuas atribuições se resu-mem a propor políticas es-tratégicas, basear suaatuação nas demandasdos cooperados em geral,subsidiar a administraçãocom sugestões para o pla-nejamento anual e zelarpela imagem da coopera-tiva na comunidade querepresentam. As unidadescom até 250 associados,contam com um represen-tante no Conselho; de 250a 400 associados, dois re-presentantes e, acima de400, três.

Líderes COOPERATIVA Primeira reunião avaliou o desempenho da organização noprimeiro semestre e as perspectivas para o final do exercício

Participando da reunião, osuperintendente do SistemaOcepar, José Roberto Ricken,elogiou a mudança do sis-tema de gestão da Cocamar,frisando que “o ConselhoConsultivo faz parte damassa crítica que pensa econduz a Cocamar para o fu-turo”. Ricken mencionou quea cooperativa conseguiu, nosúltimos anos, redimensionarseu potencial de crescimento“que ficou bem maior”. Aocompletar, informou que ascooperativas do Paraná têmuma demanda de investi-mento superior a R$ 3 bi-lhões em estruturas, paraagilizar o recebimento e o ar-mazenamento das safras.

Em seguida, o analista eco-nômico e financeiro da Oce-par, Devair Antonio Men,

relatou todos os dados quefazem parte da autogestão,tomando como base até omês de dezembro/2013, osquais demonstram a situa-ção confortável e de solidezda Cocamar. Num contextomais amplo, ele destacouque o sistema cooperativistado Paraná já representa 16%do PIB do Estado. São 231 co-operativas, considerando to-dos os ramos, com 950 milcooperados, R$ 45,3 bilhõesde faturamento, 72,4 mil em-pregos diretos e sobras deR$ 1,8 bilhão. “O faturamentodo setor em 2013 foi 22%maior que o de 2012”, rela-tou, acrescentando que nomesmo período as vendassubiram 19,3%. “Vinte e oitopor cento da população para-naense está ligada às coope-rativas”, disse.

Autogestão revela solidez

José Roberto Ricken,superintendente doSistema Ocepar,participou da primeirareunião do ConselhoConsultivo: segundoele, seus integrantes“fazem parte da massacrítica que pensa econduz a cooperativapara o futuro”

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Cumprindo seu planejamento estratégico,a Cocamar embarcou no segundo semestredo ano confiante em chegar a dezembro comum novo faturamento histórico, da ordem deR$ 2,9 bilhões. Se confirmado, esse mon-tante será 50% maior que o registrado em2011 e ficará 10% acima em relação aos R$2,630 bilhões alcançados em 2013.

Os números foram apresentados nas reu-niões que a diretoria-executiva promoveunas unidades, no período de 2 a 10 de julho,das quais participaram cerca de 6 mil asso-ciados.

O faturamento vai ser turbinado este anocom a ampliação dos recebimentos de pro-dutos agrícolas e também os maiores volu-mes de vendas de insumos agropecuários ede produtos ao varejo.

A previsão é que o total de soja em 2014ultrapasse o patamar histórico de 1 milhãode toneladas. A estimativa é chegar a 1,040milhão, das quais 812 mil entregues pelosprodutores cooperados. Os restantes 228 mila cooperativa adquire de terceiros, junto aomercado, para esmagamento em sua uni-dade industrial.

O milho de inverno também apresentaquantidade recordista. Para uma projeçãoinicial de receber 760 mil toneladas, a ex-pectativa subiu para 850 mil. O número foirevisto diante do bom desenvolvimento daslavouras na maior parte das regiões, favo-recidas pelo clima.

Os únicos produtos cujos volumes devemficar abaixo dos registrados em 2013, sãocafé e laranja. A previsão para o café – emano de safra menor, devido à característicade bianualidade da cultura - é 190 mil sacasbeneficiadas, contra 220 mil do último exer-cício. Já as entregas de laranja devem ficarem 8,4 milhões de caixas de 40,8 quilos,ante as 8,5 milhões do ano anterior.

Por fim, depois de exibir desempenho ne-gativo nos três últimos anos, devido a redu-ção no plantio, o trigo voltou com força noinverno e a Cocamar calcula receber 90 miltoneladas, três vezes mais que a quantidadedepositada em 2013.

VENDAS – Evoluindo em progressão geo-métrica, a comercialização de insumos agro-pecuários (fertilizantes, defensivos, semen-tes, produtos pecuários, rações e óleo diesel)deve chegar ao final de 2014 com R$ 710milhões, mais que dobrando o número ob-tido em 2011. Numa demonstração de com-petitividade, a Cocamar totalizou R$ 200milhões em negócios somente na campanhade verão 2014/15, realizada em junho.

Para o varejo, a estimativa é fechar o anocom R$ 690 milhões, uma expansão signi-ficativa sobre os R$ 615 milhões de 2013.Com extensa linha de produtos, distribuídospara milhares de pontos de vendas na Re-gião Sul e em vários Estados, esse setor temconquistado a cada um grande número deconsumidores em razão de sua reconhecidaqualidade.

O presidente da diretoria-executiva, José Fernandes JardimJúnior, disse aos representantes do Conselho Consultivo etambém nas reuniões com os cooperados nas unidades, queo alto volume de estoques de soja e milho nos armazénsda cooperativa, remanescentes de safras anteriores, exigemque sejam feitos a cada ano novos investimentos para am-pliar a capacidade, o que não é simples. Para se ter ideia,no início de julho estavam guardados cerca de 500 mil to-neladas de milho e soja, metade da capacidade atual, deum milhão de toneladas. O espaço que resta é insuficientepara abrigar as 850 mil toneladas de milho esperadas e,por causa disso, 170 mil toneladas foram remanejadas parasilos provisórios, do tipo “bag”, no parque industrial emMaringá. Considerando que o cereal é o único produto nãoindustrializado pela Cocamar, será implantada a cobrançade R$ 0,20 por saca armazenada, a partir do mês de se-tembro do ano seguinte à entrega. A medida está sendo to-mada também por várias outras cooperativas queenfrentam o mesmo problema, explicou o presidente.

Cocamar projetaR$ 2,9 bi de faturamento

Altos estoques

Em sua palestra, o economista José Roberto Mendonça deBarros declarou que a nova estrutura de gestão da Cocamaré a melhor em termos de governança. “O Conselho tem pesodecisivo na definição das estratégias”, disse, lembrando que“o novo modelo tem tudo para desenvolver mais adequada-mente a instituição e preservá-la”.

No panorama internacional, ele disse que os Estados Unidosdevem crescer menos que o esperado, este ano, a exemploda Alemanha. Já a China, grande parceiro do agronegóciobrasileiro, continua se desenvolvendo a taxas entre 7% e7,5%, com uma robusta demanda por alimentos. Segundo ele,os chineses devem passar a importar milho e trigo com maisintensidade.

Quanto à economia brasileira, que anda a passos lentos, oúnico setor que se destaca é o agronegócio, segundo Men-donça de Barros. Sua perspectiva é que o PIB fique este anoem 0,9% (contra 2,5% em 2013), com crescimento de 2,8%do agronegócio (foram 7,3% no ano passado). Já a indústriadeve diminuir 3,5% em 2014, diante dos 1,7% de crescimentoem 2013. A inflação pode chegar a dezembro em 7% e o dólardeve ficar entre R$ 2,20 a R$ 2,40 até o final do ano.

Agro é o único setor emdestaque na economia

Caminhão descarrega milho em moega

O faturamento da cooperativa será 50% maior este ano, em comparação a 2011

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Da Redação

Em 1973, no governo Médici,o ministro da Agricultura,Cirne Lima, do Rio Grande doSul, criou a Embrapa (Em-presa Brasileira de PesquisasAgrícolas). Mas a ideia ficou nopapel. Cirne Lima brigou comDelfim, saiu, entrou o pernam-bucano Moura Cavalcanti. AEmbrapa continuou no papel.

Chega Geisel em 1974, mandachamar para conversar o jo-vem secretário da Agriculturade Minas, agrônomo AlyssonPaolinelli, saído das salas deaula e da direção da Universi-dade Agrícola de Lavras, e diza Geisel o óbvio: “a agriculturabrasileira só sairia da mes-mice de 5 séculos de extrati-vismo se sofresse uma revo-lução tecnológica”. Geisel oconvidou para ministro: “Va-mos fazer”.

Paolinelli chamou o presi-dente da adormecida Em-brapa, Irineu Cabral, e o dire-tor de Recursos Humanos, Eli-seu Alves, e estabeleceram orumo: “Não queremos cientis-tas para resolver problemasda ciência, mas para resolveros problemas da produção”.

Pegaram uma verba de US$200 milhões e escolheram,nas melhores universidadesbrasileiras, 1.600 recém-forma-dos e os mandaram para fazer

mestrado ou doutorado nasmelhores universidades agrí-colas do mundo: Califórnia,França, Espanha, Índia, Japãoetc. Estava plantada a sementeda maior revolução já feita naagricultura da América Latina.

LINHAS AVANÇADAS - Eli-seu Alves, que havia chegadodos Estados Unidos como umareferência mundial como cien-tista e como gestor de ciênciae tecnologia, assumiu a presi-dência da Embrapa e implan-tou linhas avançadas de traba-lho: 1 - criou 14 centros de pes-quisas, em 14 regiões do País,para pesquisar 14 produtos

(exceção do café, que tinha oIBC, e do cacau, que tinha aCeplac): soja em Londrina, noParaná; mandioca e fruticul-tura em Cruz das Almas, naBahia; milho e sorgo em SeteLagoas, Minas; vinho em Ben-to Gonçalves, no Rio Grande doSul; feijão e arroz em Goiânia;gado de leite em Juiz de Fora;gado de corte em CampoGrande; seringueira em Ma-naus; 2 - criou quatro centrosde recursos genéticos para ocerrado, em Brasília.

Não foi milagre. Trinta anosdepois, o investimento da Em-brapa em aprendizado externoe pesquisas internas explodiua agricultura brasileira. Não foimilagre, foi competência, visãocorreta da ciência e do país.

ANIVERSÁRIO E PALES-TRAS - No dia 9 de julho, Alys-son Paolinelli completou 78anos e foi surpreendido pela

visita de alguns amigos, entreos quais Paulo Herrmann, pre-sidente da John Deere Brasil eLuiz Lourenço, presidente doConselho de Administração daCocamar.

Em agosto próximo, com oapoio da Cocamar, o ex-minis-tro virá a Maringá e Londrina,onde participa como pales-trante do 2º Fórum Nacional

de Agronegócios CBN, promo-vido pela Rádio CBN Maringá.Ele foi convidado a fazer umasíntese sobre a grande trans-formação da agricultura brasi-leira nas últimas décadas,suas perspectivas e, também,falar sobre ILPF. A expectativaé que, em cada uma das cida-des, o evento seja prestigiadopor mais de 500 produtores elideranças regionais do setor.

Ele converteu o cerradopara uma agriculturaaltamente produtivaAlysson Paolinelli é conside-

rado o pai da revolução verdebrasileira. Nos últimos 40anos, usando ciência e inova-ção, o Brasil se transformoude importador em um dosmaiores exportadores brasi-leiros de alimentos, preser-vando mais de 60% de suas

reservas florestais.

Mineiro de Bambuí, Paoli-nelli se especializou nos es-tudos sobre o potencial docerrado. Considerado impró-prio para a agricultura até ofinal dos anos sessenta,o cerrado brasileiro rece-

personalidade

ALYSSON PAOLINELLIO (re) inventor a agricultura brasileira vem a Maringá e Londrina em agosto

“A agricultura brasileira sósairia da mesmice de 5 séculos

de extrativismo se sofresseuma revolução tecnológica”

O ex-ministro, ao centro,com Luiz Lourenço

e o cooperado MárioZafanelli, durante

evento em Ipameri (GO),no começo do ano

Painel colocado na entrada da FazendaSanta Brígida, prestareconhecimento ao líder que transformouo cerrado brasileiro

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No dia 19 de março último, em Ipameri (GO), onde participoude um dia de campo sobre Integração lavoura, pecuária e flo-resta (iLPF) na Fazenda Santa Brígida, Alysson Paolnelli re-velou modéstia ao dizer que há 14 anos vem tentando aprendercom ILPF em sua fazenda no interior de Minas. Sobre essesistema, o ex-ministro disse: “O Brasil é olhado com a expecta-tiva de que a agricultura tropical é o que sobrou para alimentaro mundo”.

Segundo ele, não é fácil promover mudanças. E quando sefalou em cultivar o cerrado, o chamaram de maluco. “Antes,cerrado era só dado ou herdado. Hoje, o cerrado vale muito.” Econtinua: “Não foi fácil levar o produtor a investir no cerrado.As dúvidas eram muitas”. E lembra: “pela primeira vez, emtodo o mundo, um povo pegou terras degradadas e as trans-formou no que há de mais produtivo”.

Quando Paolinelli assumiu o Ministério da Agricultura, o Bra-sil importava 1/3 dos alimentos que consumia. “Se o Brasil dehoje fosse igual ao daquela época, estaria quebrado”, garante.

Para ele, inovações como a ILPF vão mudar a face da agri-cultura do país. “A integração é altamente necessária em eco-nomia, qualidade e sustentabilidade, mas as linha de créditoainda precisam ser ajustadas”.

A incorporação de solos dos cerrados para a produção de grãos,impulsionou a agricultura brasileira e levou desenvolvimento às regiões.

Segundo a Embrapa, apenas 20% daqueles solos são explorados,o que significa que o potencial de crescimento ainda é grande

beu grande incentivo dogoverno federal a partir

de 1975 e, impulsionadopelas pesquisas da Em-brapa, mudou o cenárioagrícola do país. Paolinellifoi o responsável por estarno comando dessas mudan-ças, permanecendo nocargo de ministro da Agri-cultura de 1974 a 1979. Hojeele se dedica à divulgaçãoda tecnologia tropical ge-rada pelo Brasil, “uma dasmarcas da excelência dapesquisa agrícola brasi-leira, e a aprimorar, na suaprópria fazenda, a integra-

ção lavoura-pecuária.

Recebeu o “World FoodPrize” em 2006, uma dasmais importantes premia-ções da agricultura mun-dial, concedido há 20 anosa pessoas que contribuempara o desenvolvimento epara o aumento da quali-dade e da quantidade dealimentos no planeta. Asua colaboração para o de-senvolvimento da pesquisae a ocupação agrícola docerrado é reconhecida pe-los empresários do agrone-gócio brasileiro.

“Não é fácilpromover mudanças”

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“O Paolinelli é um grande brasileiro”LUIZ LOURENÇO, presidente da Cocamar

“Ainda bem que o Brasil teve líderes como ele”PAULO HERRMANN, presidente da John Deere Brasil

“O Brasil construiu algo extraordinário em 40 anos.Saiu de uma situação de insegurança alimentar paraum dos maiores provedores de alimentos do mundo”MAURÍCIO LOPES, presidente da Embrapa

“Ele é o padrinho da ILPF, com quem continuamos aprendendo muito”MARIZE PORTO COSTA, proprietária da Fazenda Santa Brígida,

a referência da integração lavoura, pecuária e floresta no Brasil

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O município conta com atendimento da cooperativa

desde a década de 1980 Ivatuba recebe nova unidadeImóvel inaugurado dia 2/7 conta com 3.200 metros de área construída e amplo espaço para futura ampliação

Paraná devecolher de 600 a 800 milsacas, menos da metadeda médiados últimosanos

Cleber França

No dia 2 de julho, dezenasde cooperados e autoridadesde Ivatuba, a 40 quilômetrosde Maringá, foram recebidospor dirigentes e colaboradoresda Cocamar para a solenidadede entrega das novas instala-ções da cooperativa no muni-cípio. Construída às margensda rodovia Prefeito AdolfoSemprebom, a unidade contacom uma moderna estrutura

destinada ao recebimento degrãos e transbordo para os ar-mazéns localizados em Ma-ringá. O imóvel possui, tam-bém, área administrativa comloja de insumos agropecuá-rios, depósito e amplo pátio eespaço para futuras amplia-ções, totalizando mais de3.200 metros construídos. Ossilos têm capacidade de esto-que de 1.400 toneladas.

Para o agricultor Nivaldo

Cavichioli, a unidade ficoubem localizado “e reforça a so-lidez da cooperativa, que nãomediu esforços para construiruma estrutura mais mo-derna”.

O cooperado Valdir Water-kemper, ligado à cooperativadesde 1982, afirmou que “delá pra cá as coisas só tem me-lhorado na Cocamar. Com cer-teza vai ficar bem ágil para agente entregar a produção,

sem contar que a sede admi-nistrativa ficou bem bonita”.

Para o prefeito de Ivatuba,Robson Ramos, “Os investi-mentos realizados pela Coca-mar demonstram o compro-metimento da cooperativacom os agricultores do muni-cípio.

O presidente do Conselho deadministração da Cocamar,Luiz Lourenço, classificou a

cooperativa como a segundacasa dos produtores. “É aquique eles vêm para buscar in-formações e, principalmente,para fazer negócios. Demora-mos um pouco, mas consegui-mos oferecer uma unidademais estruturada para os coo-perados de Ivatuba. Além deagilizar o recebimento, vamosoferecer todos os serviços commais qualidade e um localbem mais confortável”, finali-zou.

A estiagem e as altas temperaturas no início deste anoe principalmente as geadas no ano passado reduzirama produção de café na região da Cocamar em cerca de60% este ano, segundo informa Robson Ferreira, coor-denador técnico de Culturas Perenes da cooperativa.

A produção menor também teve como causa a redu-ção de 20% da área total cultivada, que passou de 25mil para 20 mil hectares, provocada pelo longo períodode preços baixos do produto, os danos trazidos pelasgeadas e a baixa produtividade das lavouras mais an-tigas.

No Paraná, a previsão é de uma quebra superior a50% na produção, que deve cair de uma média de 1,5milhão a 1,8 milhão de sacas colhidas nos últimosanos, para 600 mil a 800 mil nesta safra.

Nas regiões mais tracionais de café da cooperativa, a co-lheita teve início em maio e só não terminou antes por contadas chuvas que atrapalharam o andamento do serviço nocampo, esclarece o técnico agrícola Antonio Carlos Spanhol,especialista em café. Bastante afetadas pelas geadas, as la-vouras no extremo noroeste do Estado devem terminar asafra com uma média de apenas seis sacas beneficiadaspor hectare, contra uma média normal de 22 sacas.

No norte pioneiro, por conta das altas temperaturas doinício do ano, a maturação dos grãos antecipou em cercade um mês, cita Antonio Aparecido de Lima, gerente daunidade de Carlópolis, município que com 6 mil hectaresse mantém como o maior produtor de café do Estado. Emabril já havia produtores colhendo e os trabalhos devemser finalizados até meados de agosto. Na região de Carló-polis há 24 mil hectares com cafezais.

Safra de café diminui 60% na região da Cocamar

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Cleber França

Diversificar os negócios eaumentar a renda. Com esteobjetivo o cooperado Joa-quim Romero de Oliveira, deTuneiras do Oeste, municípioda região de Cianorte, deci-diu apostar no cultivo da se-ringueira, para produção deborracha natural. Parte daárea de 10 hectares locali-zada na comunidade Rica-solo, até então totalmentedestinada ao café, ganhou acultura parceira. As mudas,adquiridas de um viveiro deAlto Paraná, foram cultiva-das no meio das ruas do ca-fezal.

“Já faz três anos que plan-tei. Eu não sabia que essacultura era indicada para anossa região, fui ter maisconhecimento em um dia decampo realizado pela Coca-mar em Indianápolis”, afir-mou o agricultor. Ele contaque achou interessante e re-solveu acreditar na novi-dade. “Como meu ramo é cafée as árvores não interferemem nada, ao contrário fazemsombra e ajudam o café aproduzir mais, não penseiduas vezes”, disse.

Oliveira destinou para a se-ringueira 3,5 hectares. Asmudas foram distribuídas nadistância de 10 metros entre

ruas e dois entre plantas. Aotodo, foram 1.500 mudas aocusto de R$ 6 mil (R$ 4 pormuda). “Como foi eu mesmoque fiz o plantio, economizeicom mão de obra. É uma ati-vidade para o futuro”, acres-centou.

O produtor fez financia-

mento para a compra dasmudas. O crédito é oferecidopelo Pronaf à taxa de jurosde 1% ao ano. Sobre o ma-nejo, Oliveira disse que setrata de uma cultura fácil deser conduzida: “O trabalhomaior é desgalhar as plan-tas, mas tem que ficar atentoàs formigas”.

BORRACHA NATURAL Seringais vem ganhando espaço na regiãoda Cocamar; entre cultivos antigos e novos, já são mais de 1.400 hectares

Café e seringueira,um bom casamento Conforme levantamento do departamento técnico da Co-

camar, na área de ação da cooperativa na região noroestedo Estado, há 1.400 hectares destinados à cultura, entreplantios antigos e novos, localizados principalmente em AltoParaná, Paranapoema, Nova Esperança e Altônia. Atual-mente o custo de implantação por hectare é estimado emR$ 5,5 mil por hectare, mais condução até o 7º ano, quandose dá inicio a exploração comercial. Para a compra dos equi-pamentos de sangria (canecas, bicas, argolas) o agricultortambém precisará investir mais R$ 8 mil.

Sendo uma cultura para diversificação, que pode comporem 50% um projeto de reserva legal, não há área mínimapara implantação. A cooperativa sugere módulos de 6 a 7hectares, que oferecem bom retorno econômico. Para “san-grar” está área, o produtor ou parceiro deve trabalhar nashoras mais frescas do dia, entre as seis da manhã atépor volta do meio dia. Depois disso, tem tempo para

Custo de implantação deR$ 5,5 mil por hectare

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Oliveira está animado. Para plantar seringueiras, pequenos produtores contam comcrédito a juros de 1 a 2% ao ano, prazo de 20 anos para pagar e 8 de carência.

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realizar outras atividades dentro da propriedade, co-menta o engenheiro agrônomo Renato Watanabe.

O tempo para que a seringueira entre em produção e oalto investimento inicial são, segundo ele, os maiores des-afios para a cultura. Para ajudar nos custos, é recomendadomanter culturas intercalares, anuais e perenes, possíveisaté pelo menos o quarto ano após o plantio da seringueira.Soja, milho, mandioca, abacaxi e sorgo são algumas dasopções. “Temos casos em Alto Paraná onde o produtor con-seguiu pagar seus investimentos iniciais intercalando commandioca”, observa o agrônomo.

Sobre o consórcio seringueira e café, Watanabe diz vercomo vantajoso, pois além de haver redução do custo deimplantação da área, existe sinergia entre as culturas. Noconsórcio com café, a seringueira geralmente antecipa o ini-cio da sangria em 1 ano e protege a parceira de geadas.

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Após o inicio dofomento da Cocamar

12 produtores járeservaram mudasou já implantaram a

cultura. Isso representamais de 59 mil mudas

e área de quase120 hectares.

NÚMEROS

A borracha natural (be-neficiada) é classificadacomo commodity, assimcomo a soja, milho e o pe-tróleo. As bolsas asiáticassão as principais formado-ras de preço, pois aquelaregião é a maior produ-tora a exportadora. O mer-

cado consumidor em po-tencial são as indústriasde pneus, que absorvemcerca de 1/3 da produçãomundial. Desta forma, opreço da borracha está li-gado diretamente a essesetor. Apesar da da serin-gueira ser nativa do norte

do Brasil, o país importa60% do que consome,sendo a segunda commo-dity agrícola que maiscausa déficit na balançacomercial brasileira, sóabaixo do trigo. Situada naregião metropolitana deCuritiba, a fábrica japone-sa de pneus Sumitomo te-ria demanda para 17.000hectares de seringueira.

Oferta abaixo da demanda

TEMPORÁRIO - A seringueira é plantada no espaçamento 8 metros (entre linhas)x 2,5 metros (entre plantas) nas entrelinhas do cafezal antigo, que será erradicado. Nes-tas condições é possível fazer de 3 a 4 safras de café, tendo aproveitamento econômicona área enquanto a seringueira ainda não produzir.

PERMANENTE - Plantio simultâneo que permite a coexistência de ambas as cul-turas, permitindo diversificação de renda dentro da propriedade.

CAFÉ ADENSADO: espaçamento 2 metros x 1,3 m entre as linhas de 16 metrosda seringueira.

SERINGUEIRA: filas duplas de 4 metros, espaçadas em 16 metros x 2,5 m entreplantas. Neste caso, as linhas de café ficam nas entrelinhas da seringueira. O maior es-paçamento (16m) permite o convívio entre as duas espécies. Há linhas de crédito atraen-tes para pequenos produtores (Pronaf), médios e grandes (Programa ABC)

MODELOS DE CONSÓRCIO

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Sicredi disponibiliza R$ 9,5 bi para o Plano Safra O Sicredi registra crescimento constante em valores e em número de operações

no Plano Safra. Para a temporada 2014/2015, a instituição projeta liberar R$9,5 bilhões em crédito rural, 12% a mais que os R$ 8,5 bilhões do ano passado.

Do total, o Sicredi irá direcionar R$ 7,5 bilhões para custeio, comercialização einvestimento em linhas do Programa Nacional de Fortalecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf), do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural

(Pronamp), e voltadas aos demais produtores. Os outros R$ 2 bilhões serão li-berados em operações com recursos do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).

Para o Sicredi no Paraná, os valores previstos são de 2,4 bilhões, sendo 1,9bilhão voltado ao custeio (Pronaf, Pronamp e demais produtores) e 500 milhõesem investimentos.

ILPF - Mais de 200 produtores e técnicos participaram no final de junho, em Umuarama, de um dia de campo sobre Integração lavoura,pecuária e floresta (ILPF), promovido pela unidade local da Cocamar e o Instituto Emater na Fazenda Paineira, do cooperado Abílio Lopes Fer-nandes. De acordo com relatório da equipe técnica da cooperativa, a implantação da ILPF começou em 2010, época em que a propriedade de 484hectares apresentava lotação de apenas 1 unidade animal (UA) por hectare, idade de abate entre 36 e 42 meses e média de 5 arrobas porhectare/ano. Com o avanço dos trabalhos, que incluíram plantio de soja no verão e capim braquiária no outono, além de eucalipto nas curvasde nível, a lotação subiu para 3 a 4 UA por hectare, a idade de abate foi reduzida para 24 meses e a produtividade saltou para 30 a 40 arrobaspor hectare/ano. Ao pronunciar-se na oportunidade, o presidente do Conselho de Administração da cooperativa, Luiz Lourenço, afirmou que osistema de integração é a solução mais viável para revitalizar as pastagens degradadas da região noroeste paranaense. “Temos tecnologiasdisponíveis e uma equipe altamente preparada para prestar toda assistência aos proprietários”, frisou, lembrando que, para isso, o governofederal está oferecendo recursos a custos inferiores à taxa de inflação, por meio do Programa ABC.

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Da Redação

A expectativa dos produtoresde grãos é grande, neste mo-mento, em relação ao compor-tamento do mercado, nos pró-ximos meses e em 2015, dian-te da possibilidade de que osEstados Unidos colham umasafra recorde de milho e sojae aconteça o mesmo com as la-vouras da América do Sul(Brasil, Argentina e Paraguai,pela ordem, são os três maio-res produtores do planeta, de-pois dos EUA).

No último dia 11 de julho,tanto o Departamento de Agri-cultura dos EUA (Usda, na si-gla em inglês), quanto a FAO(braço das Nações Unidas pa-ra agricultura e alimentação),confirmaram a tendência decrescimento da oferta global esinalizaram uma queda no rit-mo de aumento da demanda.

De acordo com análise feitapelo Valor Econômico (ediçãoreferente aos dias 12, 13 e14/7), ambos os órgãos sinali-zam queda de preços. O cená-rio poderá prejudicar a rentabi-lidade dos produtores e as ex-portações de países fortes emcommodities, com reflexos so-bre o nível de atividade de re-giões mais dependentes daagricultura e da pecuária. Emcontrapartida, tende a reduzira pressão dos alimentos sobreos índices inflacionários glo-bais, uma preocupação quasepermanente nos últimos anos.

Bolsa de Chicago:cotações em declínio,

exceto para o trigo

Nada ainda definido, mas projeçõessinalizam recuperação de estoquesMERCADO Cotações de soja, em especial, cedem após divulgação dos númerosda possível safra nos Estados Unidos, que se desenvolve bem e poderá ser recorde

O relatório do Usda, publicado dia 11/7, indica aumentodos estoques globais de milho, trigo e soja ao longo datemporada em relação a 2013/14. Os estoques foram ajus-tados para 188,1 milhões de toneladas de milho, 8,4%mais que no ciclo anterior, os de trigo foram calculadosem 189,5 milhões de toneladas, 2,8% mais na compara-ção, e os de soja foram elevados para 85,31 milhões detoneladas, alta de 26,9%.

Sobre a soja, com a produção americana estimada em103,4 milhões de toneladas, bastarão duas safras – e nãotrês como os especialistas previam – para que o país re-equilibre seu quadro interno de oferta e demanda.

A confirmação da super-safra de soja nos EstadosUnidos deve vir dentro de30 a 40 dias, quando as la-vouras terão índices deprodutividade definidos pe-lo clima e pelo próprioavanço da safra. O Usda es-pera que as plantações al-cancem produtividade re-corde nesta temporada, demais de 50 sacas por hec-tare (3 mil quilos/hectare).Esse volume representa 14milhões de toneladas amais em comparação aociclo 2013/14. São 12 mi-

lhões além do recorde de2009/10. A maior parte daárea da oleaginosa aindaestá em fase inicial de des-envolvimento, mas com ex-celentes condições.

O quadro favorece tam-bém o milho, que teve áreareduzida em 4,37% (a 33,9milhões de hectares), mastende a render volume pa-recido com o de 2013/14,somando 352 milhões detoneladas. São 10,4 tonela-das ou 173 sacas por hec-tare.

Volume de sojadeve crescer 26,9%

Recorde de produtividade

milhões detoneladas é aprevisão paraa safra de sojaeste ano nos

Estados Unidos

103,4 “Tudo depender, a partirde agora, de como vaise comportar o clima”

JOSÉ CÍCERO ADERALDO,vice-presidente de Negócios da Cocamar

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Especialistas afirmam que a queda das cotações poderá se aprofundar (exceto para otrigo), caso prevaleçam as expectativas mais pessimistas do Usda. O órgão estima queos preços da soja pagos ao produtor americano em 2014/15 oscilem de US$ 9,50 a US$11,50 por bushel. Para o milho, está sinalizado um intervalo de US$ 3,65 a US$ 4,35 porbushel, enquanto para o trigo é esperada uma faixa de US$ 6 a US$ 7,20 por bushel.

Segundo o Valor Econômico, no relatório que divulgou no dia 10/7 em conjunto com aCooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a queda dos preços internacionais de-verá persistir ao longo dos próximos dois anos, até que se estabilizem em patamares su-periores aos verificados antes de 2008, mas abaixo dos picos históricos mais recentes.

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Cocama r Pág.13

Preço da sojapoderá ser pago

ao produtoramericano, segundo

o Usda, entreUS$ 9,50 a US$ 11,50

por bushel

Preços devem cair nos próximos dois anos

De acordo com estudo da FAO e OCDE, a demanda porprodutos agrícolas deverá se manter firme nos próxi-mos anos, mas com taxas de crescimento mais modes-tas que as registradas na última década. Em um prazomais longo, até 2023, os cereais deverão persistir comoos principais da alimentação humana, mas proteínas,gorduras e açúcar tendem a ganhar espaço em muitaspartes do globo, como reflexo do crescimento de rendae do aumento da urbanização.

O crescimento da população global, segundo a FAO eOCDE, exigirá um aumento substancial da produção. Naavaliação do relatório que ambos publicaram juntos nodia 10/7, Ásia e América Latina representarão mais de75% do crescimento agrícola necessário até 2023. O re-latório prevê que a produção global de cereais crescerá15% até 2023, na comparação com 2013. O incrementomais rápido esperado para a próxima década é o da pro-dução global de oleaginosas, que deverá crescer 26%.

Consumo firme,mas crescendo menos

é quanto deve expandir-sea produção global de

cereais até 2013

15%

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O vice-presidente de Negócios da Cocamar, José Cícero Ade-raldo, lembra que a safra de grãos nos Estados Unidos co-meça a entrar agora em uma fase de definições, “mas sóteremos números mais consolidados em pelo menos 40dias”, ou seja, lá pelo final de agosto e começo de setembro.

De acordo com Aderaldo, o momento é de grande volatili-dade do mercado, o que explica a queda dos preços da sojadiante dos últimos relatórios divulgados pelo Departamentode Agricultura daquele país (Usda).

Para o vice-presidente, deve persistir nas próximas sema-nas a oscilação dos preços, pois qualquer notícia poderá terimpacto positivo ou negativo sobre o mercado. “Tudo de-pende, a partir de agora, de como vai se comportar o clima.”

Aderaldo aproveita para ressaltar a importância de os pro-dutores fazerem vendas parceladas de suas safras, da formacomo a cooperativa sempre os orientou, de maneira a ga-

rantir um preço médio remunerador e evitar riscos de per-das quando se segura em demasia a comercialização.

INCERTEZA - "A relação de troca para a próxima safra aindaé uma incerteza", comenta Wilson Andreassi Filho, especia-lista do mercado.

A relação de troca é uma medida muito utilizada no dia-a-dia do campo: representa quantas sacas de soja ou milhoprecisarão ser colhidas para pagar os custos de cada hec-tare. Se o preço do grão cai e os custos não acompanham,será necessário "gastar mais sacas" para plantar a mesmaárea, reduzindo o lucro.

ESTÍMULO - Para o analista Flávio França Júnior, consultorde agronegócio, a queda nas cotações de soja na bolsa de Chi-cago deve provocar um estímulo adicional ao consumo doproduto. Ao caderno de agronegócios da Gazeta do Povo, eleafirmou: “Tudo que for derivado de soja, milho e trigo, vai serbeneficiado com preço mais baixo – óleo, biodiesel, carnes.Existe espaço para isso, já que a economia mundial está me-lhorando. Mas quando falamos de aumento da demanda, ésempre de longo prazo”. Diante do novo cenário, ele acreditaque a tendência é que as cotações da soja não caiam para ní-veis abaixo dos US$ 10 por bushel na bolsa de Chicago.

Definição, mesmo, só em pelo menos 40 dias

Aderaldo: vendasparceladas garantem

preço médioremunerador e evitam

riscos de perdasquando se segura

em demasia acomercialização

(Extraído do Valor Econômico)

Tudo que for derivadode soja, milho e trigo,vai ser beneficiado

com preço mais baixo´óleo, biodiesel, carnes”

FLÁVIO FRANÇA JÚNIOR,consultor de agronegócio

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especial

“Comecei a plantar laranjaem 1992, quando alguns achavamque seria arriscado lidar comum negócio sem tradição por aqui”

LUIZ ANTONIO GENOVÊS

Sistema beneficia cerca de 400 produtoresde laranja, em sua maioria de pequeno porte,da região da Cocamar. Cooperativa foicertificada após a constatação de que pomaressão conduzidos mediante rigorosos padrõeséticos e sustentáveis, muito valorizados pelosconsumidores europeus. Por Rogério Recco,com colaboração de Nerocy Filho

COMÉRCIO JUSTO

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Oprodutor de laranjas Luiz An-tonio Genovês conta quesente orgulho do pomar de 41

hectares que mantém em sociedadecom o irmão Geraldo no municípioparanaense de Floraí, a 50 quilô-metros de Maringá. Nascido ali há56 anos, Genovês foi um dos pri-meiros a acreditar nessa atividadequando a Cocamar, cooperativa daqual é associado, resolveu incenti-var a cultura, no final da década de1980. “Comecei a plantar laranjaem 1992, quando alguns achavamque seria arriscado lidar com umnegócio sem tradição por aqui”, re-corda-se.

Hoje a citricultura é a principalfonte de renda do Sítio Bela Vista,onde também são produzidos man-dioca, soja e milho. O produtor ex-plica que a propriedade, por muitosanos, teve um café de primeira, for-mado pelos pais, oriundos do inte-rior de São Paulo na época dodesbravamento regional. “Aqui elescriaram os cinco filhos”, acrescenta.Saudosista, Genovês conserva acasa onde os pais viveram, ao ladode instalações antigas: o galpão, atulha e um terreiro. Ele possui má-quinas novas, mas ainda mantémna ativa um valente Massey Fergu-son 1975, “que não enjeita serviço”.No galpão se vê até a simpática pi-cape Willys 1967, tirada nova, que,a exemplo do velho trator, faz parteda história da família.

Mas o que deixa o produtor espe-cialmente satisfeito é saber que o

suco produzido com as suas laran-jas e as dos demais 400 cooperadosda Cocamar, segue em grandeparte para o mercado solidário in-ternacional. O produto é valorizadopor consumidores que fazem ques-tão de dar preferência a itens ela-borados com ética e qualidade, sobolhos atentos e a certificação de ins-tituições respeitadas no mundo,caso da Fairtrade Labelling Organi-zation International (Flo).

EXIGÊNCIAS - A cooperativa foicertificada pela Flo em 2012 e, delá para cá, os produtores de la-ranja vêm participando de cursose treinamentos para se ajustar àsnormativas do chamado “comérciojusto”. Genovês relata que as reco-mendações técnicas para conduziro pomar são rigorosas, a começarpela observância de boas práticasno dia a dia, que incluem a subs-tituição de determinados produtosquímicos destinados ao controlede pragas e doenças. O mercadosolidário não tolera nenhumaforma de exploração de mão deobra – que deve obedecer a legis-lação trabalhista - e, muito menos,trabalho infantil. O mesmo cui-dado é exigido em relação ao meioambiente. Mas não termina aí: ouso de equipamentos de proteçãoindividual (EPI) é indispensável,havendo também exigências quan-to ao armazenamento adequadode produtos químicos e as emba-lagens vazias. Periodicamente, au-ditorias são feitas por técnicos dacooperativa.

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Pág. 17

Aos produtores é imposta, entre as muitas exigências,controle de acesso a armazéns onde são guardadosprodutos químicos e embalagens vazias

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O comércio justo asseguraao consumidor, no destinofinal, que o produto pode serconsumido sem culpa, mes-mo que para isso ele tenhaque pagar um pouco maispor itens que são identifica-dos, nas gôndolas, com umselo do Faitrade.

Por conduzir sua atividadede maneira ética e sustentá-vel, o produtor é recompen-sado financeiramente pelomercado solidário internacio-nal. No caso das laranjas pro-duzidas pelos cooperados daCocamar, para cada toneladade suco que o Fairtrade ad-quire, 200 dólares retornam

para que sejam investidosem melhorias na cadeia pro-dutiva.

Segundo Nerocy Filho, queatua no Instituto ConstâncioPereira Dias (ICPD) – o orga-nismo da Cocamar que con-centra as ações de respon-sabilidade socioambiental dacooperativa -, um plano dedesenvolvimento foi elabo-rado em conjunto pelas par-tes envolvidas para que, emseis anos a partir da certifi-cação, os produtores estejamcem por cento de acordo comas normas impostas por essemercado. É atribuição doICPD, também, fazer a gestão

dos recursos que, em mea-dos de julho, já somavam R$1,1 milhão. O plano prevê,entre outras ações, que como dinheiro proveniente do co-mércio justo sejam construí-dos depósitos, em todas aspropriedades, para o corretoarmazenamento de produtosquímicos e fertilizantes. Damesma forma, são cobertospelo recurso os gastos comreposição de árvores doen-tes, bem como o custeio deuma entre quatro inspeçõesexigidas nos pomares du-rante o ano, para identifica-ção do greening (a enfer-midade mais letal da cul-tura).

Consumidor não se importaem pagar mais caro para ter a consciência tranquila

O CAMINHO DO SUCO

Genovês investe no aumento daprodutividade dos pomares e,

ao mesmo tempo, mantém viva ahistória da família, que migrou do

interior paulista para participardo desbravamento regional.Abaixo, o velho terreiro que

era usado para secar café

A Cocamar recebe as laranjas de seus cooperadose as encaminha para a fábrica de suco concentradoda Louis Drayfus Commodities, em Paranavaí (PR)

A produção é adquirida pelo sistemaFaitrade, que a envia para a Europa,

onde o produto é distribuídopara vários países. A cada tonelada,

200 dólares retornam parainvestimentos em melhorias nas

propriedades dos cooperados

especial

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A exemplo dos demais ci-tricultores, Luiz AntonioGenovês mantém contratocom duração de dez anospara a entrega de suas sa-fras à cooperativa, ondetambém adquire todos osinsumos de que necessita.De acordo com ele, a la-ranja é um bom negóciono formato da atividadeorganizada pela coopera-tiva, pois os produtores re-cebem preços justos e sesentem seguros. No en-tanto, a produtividade po-de ser um fator limitante,segundo Genovês, que in-veste para ampliar cadavez mais as suas médias.Ele cita que, nos primeirosanos, em razão de váriosproblemas, colhia nãomais que 600 a 700 cai-xas de 40,8 quilos por hec-tare. Hoje, sua média estáem 1.300 caixas “e há es-paço para continuar evo-luindo”.

Setenta por cento dos po-mares de Genovês são com-postos pela variedade pera,predominante no noroestedo Paraná, que é mais docee menos ácida, tendo lugartanto na mesa quanto naindústria.

GREENING - Os cuidadostomados pelo produtor e aorientação dos técnicos da

cooperativa estão fazendocom que haja, até mesmo,uma redução dos casos degreening em seu pomar.Entre 2012 e 2013, relata ocitricultor, 350 laranjeirasforam erradicadas porapresentar sintomas da do-ença (causada por uma bac-téria transmitida pelo in-seto psilídeo). Entre2013 e 2014, o número

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 19

Produtores se sentem amparados

p

O produtor Ernesto Marcidelli tem o apoio do mercadosolidário na luta contra o greening, que ameaça seu

pomar. Recurso custeia a reposição de árvores doentes

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O comércio justo surgiu na Europa nas décadas de 1950 e 1960 e apresentaatualmente um crescimento médio de 30% ao ano naquele continente. Atuaem diferentes áreas e segmentos do mercado, beneficiando mais de 1 milhãode pequenos produtores da América Latina, África e Ásia. Em função do au-mento da demanda, já desperta o interesse de grandes redes de supermercados,inclusive nos Estados Unidos e nos países do Pacífico Norte.

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O setor de sucos concentra-dos tem papel importantenas exportações do país,principalmente o de laranja.E quando o assunto é ven-der para o comércio justo,isto representa uma oportu-nidade para os produtoresbrasileiros.

De acordo com a diretoriainternacional da WFTO –Organização Mundial de Co-mércio Justo na AméricaLatina, Ana Asti, presidente

da empresa Parceria Social,prestadora de consultoriaapoiada pelo Sebrae paraeste tipo de mercado noBrasil, produtos certificadostendem a se tornar referên-cia internacional. “Para ospequenos produtores é van-tajoso, pois representa, nomínimo, um pagamentojusto”.

A Cocamar participa desde1999 do mercado solidáriointernacional. Nos primei-

ros anos, o objetivo era be-neficiar a parte mais frágilda cadeia: os trabalhadoresempregados na colheita esuas famílias. Contudo, oprograma foi reestruturadopara garantir a sustentabi-lidade dos pequenos produ-tores. “Um dos objetivos é sevoltar mais para os filhosdeles e prepará-los para osdesafios do presente e do fu-turo”, informa Nerocy Filho,do Instituto Constâncio Pe-reira Dias (ICPD).

Produtos certificados tendem a ser referência 1)Criar oportunidades a pequenos

empreendimentos urbanos e rurais;

2)Transparência e confiabilidade em toda acadeia produtiva e de comercialização;

3)Desenvolvimento das competências deprodutores e trabalhadores;

4)Pagamento de um preço justo;

5)Igualdade de gênero;

6)Boas condições de trabalho enenhuma forma de escravidão;

7)Combate a exploração dotrabalho infantil;

8)Preservação do meio ambiente;

9)Promoção do comércio justo;

10)Relações comerciaissustentáveis de longo prazo.

Princípios do comércio justo

Para que produtores de la-ranja se ajustassem às nor-mas do sistema Fairtrade,já foram realizados, em vá-rias cidades da região daCocamar, módulos de capa-citação e treinamentos, acargo de uma consultoriaespecializada.

No mês passado, cada pro-dutor de laranja recebeuum manual de boas práticasagrícolas no campo, umcartaz resumindo esse ma-nual com imagens autoex-plicativas para ser afixadopróximo ao local onde ficam

armazenados os produtosquímicos, entre outros. Oobjetivo, segundo NerocyFilho, do Instituto Constân-cio Pereira Dias (ICPD), ésensibilizar os envolvidosem relação às atividadesque envolvem o uso deagroquímicos, salientar anecessidade de proteçãodas pessoas em todas asetapas, desde a compra dosprodutos até o período apósa pulverização, conscienti-zando sobre o uso obrigató-rio dos equipamentos deproteção individual (EPI) nomanuseio.

Capacitação e conscientização

especial

de árvores doentes caiupara 180. “A tolerância é

zero com o greening”,afirma Genovês que, alémdas quatro inspeções depraxe exigidas por ano, elefaz mais três. “A cada 50dias, mais ou menos, é feitoum pente fino. Se houverum pé doente, é eliminado.”

O mesmo capricho é per-cebido no Sítio Boa Sorte,de Ernesto Marcidelli, tam-bém de Floraí, que possuium pomar de sete mil plan-tas, das quais 5,3 mil emprodução. Aos 85 anos, oprodutor fala com gosto daalta produtividade de suaslaranjeiras, plantadas em

2005, onde prevê colher amédia de 3,5 caixas de 40,8quilos por pé neste ano.Mas lamenta que, apesarde todos os esforços, inves-timentos e cuidados, o gre-ening esteja fazendoestragos em sua proprie-dade. Desde 2008, nadamenos que 1,7 mil pés

foram erradicados, dosquais cerca de 600 apenasem 2014. A justificativaseria um pomar abando-nado nas imediações, quepotencializou a dissemina-ção da doença.

De qualquer forma,afirma Marcidelli: “A la-

ranja é um ótimo negóciopara o pequeno produtor, efica ainda melhor com omercado solidário”, dizendoque se sente seguro e con-fiante em razão do modeloconduzido pela Cocamar.“Não dá para imaginar pro-duzir laranja fora da coope-rativa”, finaliza.

p

Crescimento de 30% ao ano

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dia de campo

Marly Aires

Promovido no dia 11 dejulho pela Cocamar, oDia de Campo de In-

verno contou com a participa-ção de aproximadamente 2mil produtores cooperados etécnicos, em atividades reali-zadas na Unidade de Difusãode Tecnologia (UDT) da coo-perativa em Floresta, regiãode Maringá.

Com cinquenta empresasparceiras, a iniciativa apre-sentou uma série de estaçõese trabalhos técnicos e sedioutrês eventos: o 8º Encontro deProdutores de Milho e a di-vulgação dos vencedores de

dois concursos de produtivi-dade: o 12º específico paraprodutores de Citrus e o 3º deSoja.

Em relação aos trabalhosconduzidos, um dos princi-pais fatores de redução deprodutividade, a compacta-ção do solo, foi tema de umadas estações experimentais.Na área, os visitantes tive-ram a oportunidade de obser-var efeitos como a reduçãodo volume e tamanho de raí-zes, desuniformidade da la-voura, baixa produção e in-filtração de água no solo. Aequipe técnica mostrou quepara controlar ou prevenir acompactação é preciso fazer

rotação de culturas, sendoque, para isso, braquiáriaaveia e nabo são excelentesopções. Outras recomenda-ções é usar facão nas semea-doras, escarificar o solo, con-trolar o tráfego com GPS,usar pneus de baixa pressão,evitar tráfego dois a três diasapós a chuva, integrando aspráticas de manejo.

MANEJO - A adubação daslavouras de milho de se-gunda safra na região têmsido feitas aquém do neces-sário, não se aproveitandotodo o potencial produtivodos híbridos existentes nomercado, conforme apontoua equipe técnica da Cocamar

na estação que abordou otema e, segundo ela, um dosfatores limitantes é a falta denitrogênio.

Um cálculo, com base napesquisa, mostra que paraproduzir 250 sacas de milhopor alqueire, são necessáriosno mínimo 300 kg de nitro-gênio. Mesmo somando o vo-lume do nutriente deixadopela soja - 130 kg, no caso deuma produtividade média de130 sacas soja/alq -, o exis-tente na matéria orgânica dosolo e uma adubação de 650kg de 10-15-15, formulaçãomuito usada, ainda faltariam76 kg de nitrogênio para omínimo necessário.

Sem a quantidade ade-quada de nitrogênio, as plan-tas apresentam porte redu-zido, as espigas ficam peque-nas e deformadas nas pontase têm baixo peso de grãos.

Sempre com muitas novidades TECNOLOGIAS Evento promovido no último dia 10 pela Cocamar em sua Unidade de Difusão de Tecnologias (UDT)em Floresta, região de Maringá, contou com a participação de aproximadamente 2 mil cooperados

Onze estaçõesexperimentais foramalguns dos destaques

da iniciativa, quereuniu 50 empresas

parceiras

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Safra Cocamar Consórcio Aumento Percentual

2008/09 70 sc/alq 93sc/alq 23 sc/alq 32%

2009/10 124 sc/alq 125 sc/alq 1 sc/alq 0,5%

2010/11 133 sc/alq 138 sc/alq 5 sc/alq 4%

2011/12 81 sc/alq 101 sc/alq 20 sc/alq 32%

2012/13 123 sc/alq 124 sc/alq 1 sc/alq 0,5%

2013/14 94 sc/alq 115 sc/alq 23 sc/alq 24%

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MILHO X BRAQUIÁRIA - Apresentando dados estatísticos dos últimos anos em toda a região daCocamar, a equipe técnica deixou claro: é nos anos de estiagem que os benefícios do consórcio são percebidos.

Destaque para a cobertura do solo, da menor compactação e da temperatura do mesmo, da erosão laminar,da infestação de plantas daninhas, do risco de perdas por estiagem e de evaporação de água, além de au-mentar o volume de raízes, a infiltração de água, o nível de matéria orgânica e a produtividade.

Produtividade média de soja

Safra Cocamar Consórcio Aumento Percentual

2009 117 sc/alq 162 sc/alq 45 sc/alq 38%

2010 194 sc/alq 199 sc/alq 5 sc/alq 3%

2011 154 sc/alq 175 sc/alq 21 sc/alq 14%

2012 196 sc/alq 197 sc/alq 1 sc/alq 0,5%

2013 186 sc/alq 171 sc/alq - 15 sc/alq - 8%

Produtividade média de milho 2ª safra

Na última safra de soja(2013/14), quando boa parte daslavouras de soja sofreu com asestiagens, a produtividade médiadas áreas de PAPS (Programa deAumento de Produtividade e Sus-tentabilidade) da Cocamar ficouem 119 sacas/alqueire, 25 a maisque a média geral da Cocamar

(94 sc/alq) e semelhante a do Pa-raná. Isso resultou em ganhosmédios de R$ 253 por alqueire amais para os cooperados que ado-taram a tecnologia, em relação àsdemais áreas.

Ao mostrar que com tecnolo-gia e manejo adequados é pos-

Programa mostra que é possível produzir mais

ATENTO - Sempre deolho nas novidades, Os-demir Greco, que tem 29alqueires em Rolândia,com soja e trigo, já tes-tou e adotou no dia a diade sua propriedade vá-rias tecnologias que viuem dias de campo. “Aadubação nitrogenada ea braquiária em consór-cio com o milho são al-gumas delas”, enumerou

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sível a qualquer produtor ter resultados com aumentode produtividade e rentabilidade, a equipe técnica da

Cocamar incentivou os participantes do evento a montaruma área de testes em suas propriedades com as reco-mendações do PAPS.

FOMENTAR - A cooperativa tem utilizado o programapara difundir os avanços e ganhos com as novas tecno-logias, fomentar o uso racional e responsável de recur-sos naturais e dos insumos modernos de produção, alémde promover a quebra de paradigmas e de antigos hábi-tos predominantes na agricultura tradicional.

Dentre as tecnologias mais usadas e que têm possibi-litado melhores resultados estão a adubação nitrogenadadiferenciada, a menor velocidade de semeadura, aduba-ção foliar e tratamento de sementes completos, controlede dosagens e aplicação de fungicidas e inseticidas nahora e da maneira corretos, consórcio de milhode se-gunda safra com braquiária, uso de gesso agrícola e debiorreguladores.

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Safra Nº de áreas PAPS cooperado diferença Receita

sc/alq sc/alq sc/alq R$/alq

2009 31 86 77 8 242

2010 30 135 130 5 77

2011 37 149 139 10 253

2012 65 122 114 8 237

2013 70 149 140 8 240

2014 76 119 113 6 108

Média 52 127 119 8 193

Produtividade média

Como há milho no campopraticamente o ano todo,tem ocorrido um aumentodo registro de diversas do-enças que afetam a cul-tura, situação agravadapela expansão da fronteiraagrícola, adoção de plantiodireto sem rotação de cul-turas e uso de cultivaressuscetíveis.

Dentre as principais doen-ças estão ferrugem polisora,antracnose, complexo defungos em semente demilho, helmintosporiose, fe-rrugem comum, complexomancha branca e podridãode Fusarium, entre outras.

Para se ter um controleefetivo destas enfermida-des, assim como das pra-gas que atacam a cultura,

com custos reduzidos, épreciso fazer o controle nahora certa, do modo cor-reto e com os produtos in-dicados pelos técnicos.

Para tomar a decisão do“timing de aplicação” é in-

dispensável conhecer ohistórico da área, se é feitorotação de cultura, qual aprática cultural, a data deplantio, a suscetibilidadedo hibrido, o clima e o po-tencial produtivo da la-voura.

O produtor que compare-ceu ao dia de campo teve aoportunidade de fazer umteste drive em um pulveri-zador equipado com toda atecnologia para a agricul-tura de precisão. Váriasempresas também de-monstraram novidades emGPS, controladores e ou-tros equipamentos.

O foco principal da esta-ção sobre o tema é que,além de facilidade, comodi-dade e qualidade de ser-viço, as máquinas e osequipamentos da agricul-tura de precisão são ferra-mentas de gestão. A cadasafra geram informaçõesque auxiliam o produtor natomada de decisão.

A Fundação Shunji Nishi-mura de Tecnologia tam-bém divulgou seu cursovoltado especificamente aoassunto.

Agricultura de Precisão

O gerente deprodução agrícola,

Leandro CezarTeixeira, fala daimportância do

dia de campo paraos cooperados

Produtores fizeram testdrive com pulverizador

dia de campo de inverno

As aplicações na hora certa

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Além de incentivar o plan-tio de seringueira e euca-lipto, como opções de diver-sificação na propriedade, aequipe técnica da Cocamarmostrou no dia de campoque a cafeicultura só é ren-tável com redução do custode produção, aumento deprodutividade e mecaniza-ção da atividade, ressal-tando que é melhor negócioter uma pequena área pro-dutiva do que uma grande,com baixa produção.

As oscilações do mercadosão inevitáveis e, por isso, o

agrônomo Robson Ferreira,coordenador técnico de Cul-turas Perenes da Cocamar,disse que não é concebívelsó plantar café e cuidardessa lavoura nos anos demercado remunerador. “Aocontrário, é nos cenários bai-xistas que o produtor deveinvestir para manter o cafe-zal produtivo e rentável.Quem mantém a produção étambém quem fatura maisquando o mercado se tornafavorável”, afirmou.

A recomendação é paraque o cafeicultor planeje e

faça o manejo com podasprogramadas, reduzindo ocusto de produção; renoveas lavouras velhas e debaixo potencial produti-vo; ajuste as lavouraspara a mecanização; sigaas recomendações de ca-lagem, adubação orgâni-ca e química; além docontrole de pragas e doen-ças e dos cuidados na co-lheita e secagem do café,para ter qualidade. Tam-bém é importante conhe-cer o custo de produção,fazer vendas parceladas eacompanhar preços para

comercialização com en-trega futura.

Além da orientação téc-nica, do fornecimento de in-sumos, recebimento, ar-mazenamento e comerciali-zação da produção, a Coca-mar busca facilitar o acessoàs políticas comerciais dogoverno, ajudar a viabilizarrecursos para implantaçãoe condução da lavoura, oacesso ao seguro agrícola eàs máquinas e equipamen-tos para a mecanização daatividade e a busca por no-vas tecnologias.

Sistema incorpora terras degradadas ao processo produtivo

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 25

Café só é viávelcom redução de custo

Diante do número cada vez maior de produtores inte-ressados em adotar o manejo ou que já integram suasatividades e querem tirar dúvidas, a estação de Inte-gração Lavoura Pecuária Floresta foi bastante visitadano dia de campo. A equipe técnica da Cocamar e o pes-quisador do Iapar, Sérgio Alves, falaram principal-mente a respeito dos resultados que já vêm sendoobtidos e sobre os benefícios do programa.

Dentre estes estão recuperar áreas degradadas, pro-duzir alimentação em quantidade e qualidade para ogado no inverno, plantio direto com maior volume depalhada, melhor tolerância das lavouras ao estressehídrico, redução de pragas, doenças e plantas dani-nhas, melhora das condições físico química do solo eoutros.

Uma estaçãosobre ILPF

O coordenador deILPF no InstitutoAgronômico doParaná (Iapar),

Sérgio Alves, falasobre os benefícios

do programa

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12º CONCURSO COCAMAR DE PRODUTIVIDADE DE CITRUS - O produtor Marcelo Hideo Yamada, de Rolândia, alcançou amelhor média entre todos os citricultores, com 1.693,86 caixas por hectare. Ele participou da categoria de 15 a 40 hectares, que teve Mylton Luiz Ariosi, deCambé, em segundo lugar (1.573,49 caixas/hectare) e Tercílio Aparecido Chiqueti, de Jaguapitã (1.238,84 caixas/hectare). Ainda na região norte, na categoriaaté 15 hectares, Maria Cleide Manjavachi, de Rolândia, ficou em primeiro (1.459,65 caixas/hectare), Gildo Lizotti, de Cambé, em segundo (1.375,99 caixas/hec-tare) e Tadeu Valdonir Romagnolo, de Rolândia (1.297,44 caixas/hectare); na categoria acima de 40 hectares, João Rezende Paiva, de Cambé (1.353,63caixas/hectare), Henrique Furrer, de Serrinha (1.174,25 caixas/hectare) e Klaus Kaphan, de Rolândia (1.102,61 caixas/hectare). O profissional de assistênciatécnica premiado na região norte foi José Carlos, de Arapongas, com média de 883 caixas/hectare. Na região noroeste, categoria até 15 hectares, EversonOrtiz, de Paranavaí, ficou em primeiro (1.611,45 caixas/hectare), Orlando Biazoto, de Paraíso do Norte, em segundo (1.508,60 caixas/hectare) e AdirsonGiglioli, de Nova Esperança, em terceiro (1.316,67 caixas/hectare). De 15 a 40 hectares, a vencedora foi Cecília Falavigna, de Floraí (1.682,54 caixas/hectare),seguida de Claudineia Ghatta, de Atalaia (1.570,45 caixas/hectare) e Izaías Schilive, de Nova Esperança (1.514,54 caixas/hectare). Acima de 40 hectares,Celso Carlos dos Santos Júnior, de Nova Esperança, foi o primeiro colocado (média de 1.522,39 caixas/hectare), JR Empreendimentos Imobiliários, de Paraísodo Norte, em segundo (1,463,99 caixas/hectare) e Yoshihiro Kanabushi, de Paranavaí, em terceiro (1.438,82 caixas/hectare). O profissional técnico premiadofoi Júnior Cezar Costa, de Nova Esperança, com 994 caixas/hectare.

3º CONCURSO DE PRODUTIVIDADE DE SOJA – Os vencedores das três regiões (tradicional, arenito e norte), ganharam uma viagemtécnica para os Estados Unidos, no próximo mês de agosto. Os profissionais da cooperativa que os assistiram, também participam da ida aos EUA, onde vãomanter contato regiões produtoras do Meio-Oeste, visitar empresas, instituições e a Farm Progress Show, uma das maiores feiras tecnológicas para o agro-negócio em todo o mundo, em Boone (Yowa). Na região tradicional, o vencedor foi Ademar Arrias Reginato, de Paiçandu, com média de 184 sacas poralqueire, orientado pelo agrônomo Vitor Palaro. Em segundo, Antonio Pedrini, de Floresta (180 sacas/alqueire) e, em terceiro, Moacir Fala, de São Jorge doIvaí (174 sacas/alqueire). No arenito, Gerson Magnoni Bortoli, de Umuarama, foi o primeiro colocado (média de 189 sacas/alqueire), assistido pelo agrônomoErick Marinelli; em segundo, Marcel Franklin Rafael, de Terra Boa (180 sacas/alqueire) e, em terceiro, Douglas Rizzo Thoma, de Paranacity (159 sacas/al-queire). Na região norte veio o campeão geral: Miguel Surek, de Arapongas, com produtividade de 195 sacas por alqueire, orientado por Giovani Vila; emsegundo, Marcos Ribeiro, também de Arapongas (166 sacas/alqueire) e, terceiro, Jeferson Skraba, de Sabáudia (164 sacas/alqueire).

dia de campo de inverno

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Desenvolvendo há anos umgrande esforço junto aos pro-dutores cooperados para ten-tar aumentar a produtivi-dade das lavouras de sojaem sua região, a Cocamarsabe exatamente aonde querchegar. Apoiada no trabalhode especialistas, na realiza-ção de muitos eventos técni-cos para transferir conhe-cimentos, durante o ano, ena experiência dos próprios

sojicultores, a cooperativavai tentar elevar as médiasde produtividade, nas próxi-mas safras, para 15 mil qui-los por alqueire, o equiva-lente a 250 sacas.

“Temos potencial, tecnolo-gias e conhecimentos parachegar lá”, avalia o enge-nheiro agrônomo EmersonNunes, coordenador técnicode culturas anuais da coope-rativa. Segundo ele, a produ-tividade tem patinado nosúltimos anos e não só emrazão dos problemas com oclima. “Vários fatores, quepodem ser trabalhados, im-pedem que as médias evo-luam”, diz. Entre as limita-ções, enumera, estão a com-pactação do solo e a falta derotação de culturas, assun-tos tratados no Dia de Cam-po de Inverno. Por outro la-do, nem todos os cooperados

lançam mão das tecnologiasrecomendadas pelos técni-cos.

PÉS NO CHÃO - Nunes res-salta que a Cocamar vem im-plementando iniciativas quea encorajam a projetar “compés no chão” a média de 250sacas por alqueire. Há anos,por exemplo, o Programa deAumento de Produtividade eSustentabilidade (Paps) –também uma das estaçõesdo evento - vem trabalhandocom vitrines em proprieda-des de produtores líderes emsuas regiões, onde toda a tec-nologia é empregada me-diante acompanhamento es-pecializado. De acordo comele, a experiência têm subsi-diado dias de campo, realiza-dos nesses locais, com in-formações sobre o aumentoda produtividade, demons-trando o quanto vale a pena

investir. Entre as técnicasutilizadas estão a aplicaçãode nitrogênio em coberturanas lavouras e a adoção depráticas como o consórciomilho e capim braquiária noinverno – (igualmente trata-dos no Dia de Campo) o queajuda a proteger o solo comcamada de palha, mantendo-o fresco em épocas de altastemperaturas.

PARCELAS - O coordenadorexplica também que, comfoco nesse esforço, a Coca-mar vai instalar parcelas apartir da safra de soja2014/15 em alguns dos seusprincipais eventos técnicos,como o Dia de Campo deVerão. E lembra que o pró-prio Concurso de Produtivi-dade de Soja promovido háalguns anos pela cooperativaem sua região, mostra que épossível alcançar aquele pa-

tamar. Na safra 2012/13, oprimeiro colocado, do muni-cípio de Arapongas, obtevemédia de 12,2 mil quilos poralqueire (204 sacas).

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 27

Cocamar almeja produtividadede 15 mil quilos de soja por alqueire

Miguel Surek,o campeão geralde produtividadede soja, fala sobre

o trabalho quedesenvolve emsua lavoura

Emerson Nunes

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Cleber França

Barulho dos motores lálonge, caminhão no carrea-dor e poeira no meio daplantação. Em plena colheitade milho, os resultados sãosatisfatórios. Segundo o De-partamento de ProduçãoAgrícola da Cocamar, a pro-dutividade nas primeiras

áreas tem superado 130sacas por hectare. “A estima-tiva é uma média 25%maior que a da safra pas-sada. Se tudo ocorrer bematé o fim da safra, podere-mos alcançar volumes recor-des na região”, informa ocoordenador de departa-mento de Culturas Anuaisda cooperativa, agrônomo

Emerson Nunes. A expecta-tiva é de 87 sacas por hec-tare, na média geral. Elelembra que a qualidade dosgrãos também está dentrodo esperado.

BOM CONTROLE - “O plantiose intensificou no final de ja-neiro e a colheita irá até me-ados de setembro. O fluxo

maior é da segunda quin-zena de julho ao final deagosto”, comenta Nunes, res-saltando que, de uma ma-neira geral, os agricultoresfizeram um bom controle depragas e doenças. “No iníciodo ciclo tivemos algumas di-ficuldades com percevejos elagartas. Após o períodochuvoso, em junho, houveum aumento do nível de do-enças foliares, mas nada afe-tou a produtividade”.

A área cultivada diminuiu4% em comparação ao anoanterior, como reflexo dobaixo preço do produto, queabriu espaço em algumas re-giões para o trigo, cujas co-tações estão mais atraentes.

O importante, observaNunes, é que mesmo dianteda queda dos preços e os ris-cos climáticos normais destaépoca, os produtores não dei-xaram de investir na cul-tura. Detalhe: neste ano, cempor cento das áreas recebe-ram sementes genetica-mente modificadas.

Dante: primeiras colheitas surpreenderam

Colheita, quedeve prosseguiraté meados de

setembro, avançarápido na região

da Cocamar

Pág. 28 Jornal de Serv iço Cocama r Ju lho 2014

Produtores investirampara garantir resultadoNo município de Ivatuba, a 40 quilômetros de Ma-

ringá, quem semeou mais cedo, acertou. As primeiraslavouras de milho colhidas superaram a marca de 125sacas por hectare. O cooperado José Oscar Dante, quecultiva pouco mais de 100 hectares, diz que as primei-ras colheitas surpreenderam, chegando ao redor de 145sacas. “Acredito que iremos obter esse rendimento em80% das áreas”, destaca Dante. “Adubamos bem, utili-zamos sementes de primeira linha e fizemos todas asaplicações recomendadas.”

Por sua vez, o produtor Clésio Gava, que cultiva 22hectares com o grão, conta que também investiu bem,utilizando sementes de qualidade, 350 quilos de adubopor hectare e cobertura, além de fazer o controle de

SAFRA CHEIA MILHO Quem semeou mais cedo se deu melhor este ano; médiageral das lavouras, segundo a Cocamar, deve ficar em 87 sacas por hectare

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Estiagem prejudicou lavoura de Clésio Gava, mas produção será boa

Para conseguir guardartodo o volume de milhoque espera receber, aCocamar remanejou partedo cereal estocadoem suas estruturasarmazenadoras parasilos “bag”, em Maringá.É uma medida que ajudaa cooperativa a enfrentaro desafio de armazenargrãos, pois sua capacidadeestática, de 1 milhão detoneladas (que deve serampliada em 10% até oinício do próximo ano),ainda está 50% ocupadacom safras anteriores

Junho 2014 Pág. 29Jornal de Serv iço Cocama r

pragas e doenças conforme orientação técnica. “Estoucolhendo 105 sacas por hectare em média, um pouco

menos que o esperado”, cita. A justificativa, segundo ele,foram os 15 dias de seca assim que concluiu a a semea-dura, o que prejudicou em parte a germinação.

Nem todas as plantações localizadas em Ivatuba devemter alta produtividade, principalmente as cultivadas maistarde. A média esperada para o município é de 100 sacaspor hectare. “Noventa por cento das lavouras vão ter pro-dutividades boas. Em alguns pontos localizados do muni-cípio houve temporais com vento forte. Nesses lugares, omilho caiu e os produtores estão colhendo o grão brotado”,informa o gerente de produção, Carlos Eduardo Bortoti.

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mil toneladas é a previsão derecebimento de milho nesta safra

de inverno, na Cocamar. Volume haviasido estimado inicialmente em 760 mil

850

mil toneladas, aproximadamente, aindaestão estocados na cooperativa, referentea safra de inverno de 2013. Produtores

aguardam melhores oportunidadesde preços para fazer a venda

300

das lavouras de milho, nesteano, receberam sementesgeneticamente modificadas

100%

Pena que o preço “judiou”Edson Aparecido Brumatti, cuja família cultiva 174 alqueires de milho em Paraíso

do Norte, região de Paranavaí, diz que as lavouras apresentaram bom desenvolvi-mento, com potencial para até 250 sacas por alqueire, mas a média deve ficar em 200sacas, acredita. Como o plantio foi feito de 28 de janeiro a 4 de março, apenas umaparte já está garantida. Mas, se a lavoura tem tudo para garantir uma boa safra, o pro-blema, segundo o produtor, é o preço, “que judiou”. Com a produtividade média espe-rada, se o milho for vendido a R$ 20 a saca, são necessárias ao menos 150 sacas paracobrir os custos de produção.

Em Floresta, nas imediações de Maringá, a família de Waldir Tonietti cultivou 45 al-queires de milho entre os dias 19 de janeiro a 18 de fevereiro. Ele diz que ainda é cedopara fazer uma previsão de produtividade, pois a colheita vai até meados de agosto.No ano passado, foram 200 sacas por alqueire. Mesmo plantando híbridos com resis-tência, Waldir conta que enfrentou problemas com a lagarta do cartucho, o que de-mandou duas aplicações de inseticida,além de outras três contra o percevejo, cujoataque foi mais intenso que nos últimos anos.

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Marly Aires

Em 1951, foram três dias na estrada com móveis, malas,equipamentos agrícolas, galinhas, porcos e até uma cabrita.Não foi fácil, principalmente porque os 13 integrantes da fa-mília Rinaldo vieram juntos, amontoados, sacolejando e co-mendo poeira, num caminhãozinho Chevrolet.

Em grande parte, a estrada era uma picada em meio àmata e o maior medo de todos era a Serra do Diabo, próximoa divisa do Paraná com São Paulo. Se chovesse, não haveriacomo atravessar por ali. Mas o pior ainda estava por vir,na chegada a Mandaguaçu, região de Maringá. Vendo a ex-pressão de espanto de todos, o motorista do veículo achoupor bem perguntar: “Vocês têm certeza que vão ficar ou vol-tamos daqui?”.

Eles ficaram, até porque nem daria para voltar. Emílio eCatarina, pais de Hermelino Rinaldo (que faleceu em 1999)tinham vendido seu sítio de oito alqueires de café em Ipuã(SP) para comprarem 15 de pura mata em Mandaguaçu. Elescontrataram a derrubada de boa parte da mata e a constru-ção de uma casa para abrigá-los. Mas o fogo não queimoumuita coisa e a família precisou terminar a “limpeza” nabase da foice e do machado, pulando por cima dos troncospara plantar a lavoura de café.

Naquela mudança vieram também quatro dos oito irmãosde Hermelino, dois já casados, a esposa Élina (falecida em1995) e três dos quatro filhos que tiveram, Waldomiro, José

Walter e Jesus, sendo que o caçula tinha apenas oito meses.A cabrita era para garantir o alimento do bebê. Antonio é oúnico, dos quatro filhos, que nasceu no Paraná.

Atualmente, a família mantém algumas propriedades emsociedade e outras individualmente somando 70 alqueires,onde cultivam soja, milho e trigo, fora os nove que arren-dam. “A Cocamar é a nossa segunda casa e negociamos tudocom a cooperativa. Meu pai se tornou cooperado em 1980 etodos nós na década de 1990”, conta Antonio. Para não tersurpresas, a família também aprendeu a não depender debanco, e se organiza de forma a plantar tudo sempre comrecursos próprios.

FAMÍLIA DO CAMPO Precursoresenfrentaram muitos problemas na chegada

Os primeiros anos da família em Mandaguaçu foramdifíceis. Só havia uma casa construída em madeira,onde moravam os pais de Hermelino. Este e os outrosirmãos, mesmo os já casados, se ajeitaram em taperasde palmito recobertas de barro, tabuinha no telhado echão batido. “Minha mãe jogava cinza do fogão paradiminuir a poeira ou quando o solo rachava”, contaJesus.

Cada filho tinha os seus pés de café para tocar e pa-gava renda para os pais. Comida na mesa nunca faltouporque eles plantavam de tudo no meio do café, man-tinham horta, pomar e as criações. Mas ficaram maisde cinco anos sem ganhar dinheiro, até formar o café,plantado com semente. Em 1955 chegaram a fazeruma catação, mas a geada acabou com o sonho da pri-meira safra. A terra mais arenosa e sem adubo, nãoajudava muito.

“Foram mais dois anos sem dinheiro. Tivemos quepodar no toco. Na época, meu pai chegou a fazer barbae cabelo na cidade para aguentar as contas”, afirmaWaldomiro.

Na época, só o café tinha valor comercial. Como todomundo produzia milho, arroz, feijão e demais culturasde subsistência, eram poucos os que compravam,mesmo na cidade. Em um ano em que chegaram a pro-duzir 90 sacas de feijão, mesmo deixando na “moinha”(palha triturada) para conservar, tiveram que enterrarmuito feijão.

Criadas soltas pelas quatro famílias que moravamno sítio, as galinhas de cada uma eram reconhecidaspelos pés. Aquelas com todos os dedos eram de Emílioe Catarina e cada filho já casado cortava um dos dedosdo pé para distinguir as suas aves.

Anos muito difíceis

Pág. 30 Jornal de Serv iço Cocama r Ju lho 2014

Os quatro irmãosse mantiveram

unidos e reconhecema importância de

cooperar para crescer

Dificuldades deram mais sabor às vitórias dos Rinaldo

“Foram maisdois anos semdinheiro. Tivemosque podar [o café]no toco. Na época,meu pai chegoua fazer barbae cabelo nacidade paraaguentaras contas”

WALDOMIRO

RINALDO

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Em visita pastoral à Capela Imaculada Conceição, igrejarural na comunidade Nova Aliança, onde a família tem osítio de café, em 1984, o primeiro bispo de Maringá, DomJaime Luiz Coelho, rezou a missa para os produtores da re-gião e terminou a visita com um almoço na casa dos Rinaldo.

Contente, dona Élina tinha preparado o melhor que tinha,com fartura e capricho. Mas, a primeira coisa que DomJaime pediu foi para ir ao banheiro. Construída no sistemaantigo, a casa não tinha banheiro e todos utilizavam a “ca-sinha” – estrutura de madeira feita sobre uma cova, afas-tada da casa.

“Dom Jaime encarou a situação numa boa, mas minhamãe ficou morrendo de vergonha”, conta Waldomiro. Depoisdessa, não demorou muito para o banheiro ser construído.

Foi também em 1955 que Hermelino,acometido de uma úlcera no estômago,quase morreu. Sem dinheiro, foi paraSão Paulo buscar atendimento nas “clí-nicas”, único lugar que operava degraça. Apesar de estar muito mal, per-maneceu mais de 15 dias a espera devaga para internamento, sem solução.

Desesperado com a demora, a situaçãoeconômica que estavam, com os filhossozinhos em casa e a esposa doente doMal de Chagas, Hermelino decidiu vol-tar de qualquer jeito. Como viram queele não aguentaria a viagem, de tãomagro e fraco que estava, parentes deSão Paulo deram um jeito de mandá-lo

de avião até Londrina, onde outros fa-miliares o levaram a um médico. Porsorte, este aceitou operá-lo para pagardepois.

“De molho” por mais oito meses, sempoder trabalhar, era Élina e os filhosque faziam os serviços na roça, ajuda-dos pelos vizinhos e parentes, em muti-rão. Mesmo sem poder pegar no pesado,Hermelino ajudava como podia, dandoinício também a uma criação de váriosporcos, que usou para pagar a conta dohospital, cerca de um ano depois. “Comotudo era feito com gordura de porco, osbichos valiam um bom dinheiro naépoca”, conta Antonio.

Cirurgia paga com porcos

Em 1963, outro “baque”. O pai de Her-melino vendeu o sítio, comprando outromenor e ficou desempregado. Mas essenovo revés marcou a virada da família.Com os filhos já adolescentes, todos tra-balhavam ajudando e os Rinaldo pega-ram oito mil pés de café para tocar emporcentagem. Terra melhor, produziamais e eles conseguiram fazer um pé demeia, adquirindo o primeiro lote de cincoalqueires, já com café, em 1969.

O sítio ficava próximo do que eles toca-vam como porcenteiros e como havia umgerador de energia movido por queda deágua, a noite era possível visualizá-lo delonge. Olhar para o sonho que se tornavarealidade foi uma alegria para os Ri-naldo, enquanto esperavam a outra famí-lia desocupar a casa.

Quando terminavam o serviço mais

cedo, tomavam banho, jantavam e lápelas cinco horas caminhavam 2 km atéo topo da estrada, de onde aguardavamaté as luzes do sítio acenderem, con-forme escurecia. A primeira televisão daregião, comprada pela família logo apósa Copa de 1970, virou atração. Toda noitea vizinhança “invadia” a casa para assis-tir novela. Eles também possuíambomba elétrica no poço, moinho de fubáe outras regalias. Mas como não haviainterruptor na casa, toda noite um delesprecisava descer até o rio para desligaro gerador, pontualmente às 10 horas danoite.

No auge do café, o bairro Nova Aliança,onde se situa o sítio, chegou a ter 180 fa-mílias, a maior parte pequenos produto-res. Atualmente, há cinco famílias quemoram na comunidade e outras 10 pos-suem propriedade ali.

O sonho se torna realidade

Já em 1968 a família come-çou a plantar soja no meiodo café. Com quatro pegandofirme na matraca, levavamum dia para plantar um hec-tare, serviço hoje feito em 15minutos por uma planta-deira de sete linhas. Colher,então, levava uma semana,o que a colheitadeira faz em10 minutos. “No clarear dodia já estávamos com o fa-cão em punho porque sódava para colher até às 10horas. Depois disso, o galhoendurecia muito e as va-

gens debulhavam todas”, co-menta o produtor. Aí erahora de carregar e empilhartodos os pés de soja parasecar, bater, limpar e ensa-car os grãos.

A chegada da primeira tri-lhadeira na região foi come-morada, mas todos os pro-dutores tinham que disputá-la. Os donos trabalhavam diae noite e muitas vezes ti-nham que aguardar até demadrugada a chegada delapara fazer o serviço.

A soja começou a ganharespaço de vez em 1974,quando já tinham adqui-rido outros 10 alqueires earrendaram mais 10, parater terra suficiente para fi-nanciar o primeiro trator,um Massey Ferguson55X. Ainda prestavam ser-viço para outros produto-res.

Com a geada de 1975, oscinco alqueires que sobra-vam com café velho foramarrancados e replantados.

Ju lho 2014 Jornal de Serv iço Cocama r Pág. 31

Os Rinaldo nem conse-guem se imaginar fazendoas loucuras que faziamquando precisavam tombara terra, gradear e plantar.“Tínhamos que trabalhardia e noite, nos revezando.E quando vinha tempestade,ficávamos na janela rezandopara parar”, conta Jesus.

A cada chuva pesada,terra, semente, adubo e tudomais iam parar no rio. “Teveano de replantarmos maisde uma vez nos mesmos lu-gares. Na hora da colheitadava para ver de longe ondea água corria. A soja estavapequena e não produziaquase nada”, acrescenta.Havia época que corria tantaágua que até as estradas fi-cavam destruídas e todos osprodutores tinham que sejuntar para consertar.

Por isso, quando ouviramfalar das curvas de nível, foium alívio, sendo um dos pri-meiros a fazer na proprie-dade, em 1975. “Tinha genteque não concordava porquedizia que ia mexer na natu-reza. Mas nós víamos quealgo tinha que ser feito. Omelhor da nossa terra es-tava indo para o rio”, contaWaldomiro. Mas a soluçãodefinitiva veio com o plantiodireto, em 1994.

“No início, a gente duvi-dava do sistema e achavaque o mato ia tomar conta,mas foi o contrário: o matomostrou sua eficiência, re-duzindo em mais de 30%o trabalho e os custos”,conta Antonio. Por isso,hoje seguem tudo que ostécnicos da Cocamar reco-mendam.

“A gente fazia muita loucura”

A visita de Dom Jaime

A terra preparada no braço

Page 32: Pág. 2 r Julho 2014 · em 0,9% (contra 2,5% em 2013), com crescimento de 2,8% do agronegócio (foram 7,3% no ano passado). Já a indústria deve diminuir 3,5% em 2014, diante dos

Pág. 32 Jornal de Serv iço Cocama r Ju lho 2014

Projeto Energia é levado aos cooperados EUCALIPTO Além do volume demadeira consumido pela Cocamar, quecriou o Projeto Energia para atender suademanda, há mercado crescente na região

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Marly Aires

Oferecendo uma renda lí-quida média de R$ 4,4 mil poralqueire ao ano (o corte feito nosétimo ano proporciona umlucro de R$ 31 mil por al-queire), a produção de euca-lipto é uma opção interessantepara diversificar os negóciosna propriedade. “Trata-se deuma oportunidade para a re-gião”, afirma o engenheiroagrônomo Renato Watanabe,da área de Produção Agrícolada Cocamar.

Segundo ele, a rentabilidadeé superior ao valor obtido comarrendamento das terras parausinas, de cerca de R$ 2,6 milpor alqueire/ano em média ese situa muito acima em com-paração aos atuais ganhos tra-zidos pela pecuária de corteextensiva, conduzida de formatradicional.

Os dados de viabilidade eco-nômica da cultura fazem parte

do Projeto Energia, criado pelaCocamar, que tem sido apre-sentado aos cooperados.

Diante da crescente demandapor madeira de eucalipto paraa geração de energia, a Coca-mar incentiva o plantio paraatender o seu consumo in-terno. A cooperativa utiliza emmédia 265 mil toneladas de ca-vaco por ano, sendo 220 milna usina de cogeração de ener-gia. As outras 45 mil toneladassão usadas na secagem degrãos, volume que varia emfunção do tamanho das safrasde soja e milho.

“O eucalipto é um produto es-tratégico com grande de-manda”, afirma Watanabe. ACocamar possui 300 alqueiresplantados para atender à seca-gem de grãos, mas não produzo volume necessário. Por issoirá plantar mais 200 a 400 al-queires nos próximos seteanos. Para o consumo da usinade cogeração, a cooperativa é

obrigada a recorrer ao mer-cado e, por isso, oferece a opor-tunidade aos produtores, quecultivam mais 250 alqueirespor ano, de forma contínua,num raio de ação de 100 kmde Maringá.

“Queremos que seja um bomnegócio para o produtor, consi-derando os custos de frete, porisso a limitação da distância”,ressalta o agrônomo, lem-brando que a área mínimapara plantio deve ser de 12,5alqueires para haver escala deprodução e viabilizar a colheitamecanizada.

•Garantia de compra da produção pela Cocamar;•boa rentabilidade, o que depende da produtividade;•cooperativa organiza as equipes de colheita mecanizada,

oferece assistência técnica na implantação e condução;•mercado amplo, com vários outros segmentos

compradores;•possibilidade de uso de áreas degradadas/quebradas;•financiamento com juros e prazos favoráveis. SERVIÇO – Os interessados devem entrar em contatocom o gerente de sua unidade.

Vantagens

Cooperativa oferece oportunidade aos produtorescom áreas até 100km no entorno de Maringá