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Petroleiros reforçam luta pela reincorporação da Transpetro e contra a privatização da Petrobrás Neste dia 12 de junho, os trabalhado- res da Transpetro, com apoio do conjun- to da categoria petroleira, da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e de seus sindicatos, realizarão o Dia Nacional de Luta pela Reincorporação da Transpetro e contra a privatização da Petrobrás. A mobilização acontece na data do aniversário de 17 anos de fundação da empresa, mas, infelizmente, não temos muito o que comemorar. A origem da em- presa, fruto de um fatiamento da Petro- brás, e os fortes indícios de sua privati- zação, bem como de outras unidades e subsidiárias, nos levam a descomemo- rar essa data com mobilizações por todo o país. Luta contra a privatização A Petrobrás já anunciou a contrata- ção de instituições financeiras para pre- pararem o seu fatiamento. Ventila-se a entrega de navios da Transpetro, parte do seu controle acionário e parte da BR- Distribuidora, a venda das Usinas Ter- melétricas (UTEs) e das FAFENs, de plata- formas e até o desmembramento das áreas de Tecnologia da Informação e Co- municação (TICs) e do Compartilhado em empresas terceirizadas prestadoras de serviços. Já se deu a venda de ativos na Argentina e é fato que a Petrobrás colo- cou à venda áreas exploratórias e cam- pos até do pré-sal. Os petroleiros já demonstraram dis- posição de luta nas mobilizações dos dias 15/04 e 29/05, que incluíram pautas específicas da categoria e do conjunto da classe trabalhadora. Agora, precisa- mos construir um calendário que unifi- que nossos atos, manifestações e parali- sações contra todos os ataques que esta- mos sofrendo. Além da mobilização do dia 12 de ju- nho, uma plenária nacional de organiza- ção dos Comitês de Luta Contra a Venda de Ativos, convocada pela FNP, está mar- cada para o dia 20 de junho, no Sin- dipetro-RJ. Todo o petróleo e gás para uma Petro- brás 100% Pública e Estatal sob con- trole dos Trabalhadores. Contra a venda de ativos, terceirização e outras formas de privatização da Pe- trobrás Em defesa dos investimentos e dos empregos. Contra as demissões e os calotes aos trabalhadores. Imagens da Luta No último dia 29 de maio, a FNP e seus sindicatos aderiram ao Dia Nacional de Paralisação convocado pelas centrais sindicais. Em todas as bases, foram realizadas assembleias, manifestações, paralisações ou panfletagens contra o PL da Terceirização, as MPs do ajuste fiscal e todos os ataques aos direitos dos trabalhadores, além das pautas específicas da categoria petroleira. CRÉDITO: SINDIPETROS RJ, LP, AL/SE E PA/AM/MA/AP

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Page 1: Petroleiros reforçam luta pela reincorporação da ... déficit técnico, a última parte dos textos aborda uma série de providências tomadas pelos con-selheiros eleitos nas esferas

Petroleiros reforçam luta pela reincorporação daTranspetro e contra a privatização da PetrobrásNeste dia 12 de junho, os trabalhado-

res da Transpetro, com apoio do conjun-to da categoria petroleira, da FederaçãoNacional dos Petroleiros (FNP) e de seussindicatos, realizarão o Dia Nacional deLuta pela Reincorporação da Transpetroe contra a privatização da Petrobrás.

A mobilização acontece na data doaniversário de 17 anos de fundação daempresa, mas, infelizmente, não temosmuito o que comemorar. A origem da em-presa, fruto de um fatiamento da Petro-brás, e os fortes indícios de sua privati-zação, bem como de outras unidades esubsidiárias, nos levam a descomemo-rar essa data com mobilizações por todoo país.Luta contra a privatização

A Petrobrás já anunciou a contrata-ção de instituições financeiras para pre-pararem o seu fatiamento. Ventila-se aentrega de navios da Transpetro, partedo seu controle acionário e parte da BR-Distribuidora, a venda das Usinas Ter-melétricas (UTEs) e das FAFENs, de plata-formas e até o desmembramento dasáreas de Tecnologia da Informação e Co-municação (TICs) e do Compartilhado em

empresas terceirizadas prestadoras deserviços. Já se deu a venda de ativos naArgentina e é fato que a Petrobrás colo-cou à venda áreas exploratórias e cam-pos até do pré-sal.

Os petroleiros já demonstraram dis-posição de luta nas mobilizações dosdias 15/04 e 29/05, que incluíram pautasespecíficas da categoria e do conjuntoda classe trabalhadora. Agora, precisa-mos construir um calendário que unifi-que nossos atos, manifestações e parali-sações contra todos os ataques que esta-mos sofrendo.

Além da mobilização do dia 12 de ju-nho, uma plenária nacional de organiza-ção dos Comitês de Luta Contra a Vendade Ativos, convocada pela FNP, está mar-cada para o dia 20 de junho, no Sin-dipetro-RJ.

Todo o petróleo e gás para uma Petro-brás 100% Pública e Estatal sob con-trole dos Trabalhadores.Contra a venda de ativos, terceirizaçãoe outras formas de privatização da Pe-trobrásEm defesa dos investimentos e dosempregos. Contra as demissões e oscalotes aos trabalhadores.

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e seus sindicatos aderiram aoDia Nacional de Paralisaçãoconvocado pelas centraissindicais. Em todas as bases,foram realizadas assembleias,manifestações, paralisações oupanfletagens contra o PL daTerceirização, as MPs do ajustefiscal e todos os ataques aosdireitos dos trabalhadores, alémdas pautas específicas dacategoria petroleira.

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Conselheiros eleitos apresentam preocupaçõese alternativas para o ‘déficit técnico’ da Petros

SINDICATOS FNP: SINDIPETRO-AL/SE, SINDIPETRO-LP, SINDIPETRO-PA/AM/MA/AP, SINDIPETRO-RJ E SINDIPETRO-SJC DIRETORIA EXECUTIVA: ADEMIR, AGNELSON,ALEALDO, CELSO ALVES "KAFÚ", CÉSAR CAETANO, CLAITON, CLARCKSON, EDSON CARVALHO, EDUARDO AMARO, EMANUEL CANCELLA, GERVÁSIO, JOSÉ MARIA,

MARQUINHOS, MUNHOZ, PARRELA E WESLEY BASTOS DIRETORES DE IMPRENSA: ADEMIR E MUNHOZ EDIÇÃO: JEAN OLIVEIRA DIAGRAMAÇÃO: VERÔNICA MOTTA

Em função das preocupações de participantescom a situação de seu fundo de pensão após adivulgação das Demonstração Contábeis da Petros,os conselheiros eleitos Ronaldo Tedesco e SilvioSinedino produziram uma série de três textosabordando os diversos aspectos que envolvem estecomplexo assunto, especialmente a situação doPlano Petros do Sistema Petrobrás (Petros BD).

Nos textos, os conselheiros abordam deforma aprofundada as várias questões rela-cionadas ao Plano Petros BD, começandopelos equívocos que são ditos sobre oassunto e as razões da situação atual dedéficit financeiro do plano, levando em con-sideração a situação conjuntural da econo-mia mundial e a brasileira.

Mais adiante, os conselheiros anali-sam as carteiras de investimento e de cré-dito da Petros, elementos adicionais muitoimportantes e que têm impactos neste déficit téc-nico acumulado, principalmente os diversos in-vestimentos problemáticos e também as de-núncias do processo de investigação da Ope-ração Lava Jato, na Petrobrás, que se estendemà Petros.

Outro tema analisado nos textos são as pro-visões matemáticas (quantidade de dinheiro ne-cessária para fazer frente aos compromissos como pagamento de benefícios do plano até o últimosobrevivente) e os motivos que geraram o déficittécnico de R$ 6.215.105 milhões no fechamentode dezembro de 2014.

Após a análise da situação atual do plano e dodéficit técnico, a última parte dos textos abordauma série de providências tomadas pelos con-selheiros eleitos nas esferas administrativa, jurídicae política. Segundo eles, uma das principais inicia-tivas no âmbito administrativo tem sido a rejeiçãodas contas da Petros pelo Conselho Fiscal há umadécada pela não cobrança de diversas dívidas daPetrobrás para com o plano Petros BD, além deinadequação de premissas e falta de clareza nasdemonstrações contábeis relativas aos investi-

mentos estrutura-dos, entre outros motivos.

Na esfera política, destaca-se a unidade inédita entre os re-presentantes eleitos dos fun-dos de pensão de estatais (Pre-

vi, Funcef, Real Grandeza, Pos-talis, além da Petros) e a cons-

tante luta por uma gestão maiseficiente e trans-

parente, com aeleição de re-presentantes

dos participantese assistidos para adiretoria da Petrose a implantaçãodo Comitê Gestorpor Plano confor-

me previsto no atual es-tatuto, esta última envolvendo também ini-ciativas jurídicas e administrativas.

Os conselheiros eleitos da Petros concluemcom um pequeno resumo das análises e alter-nativas apresentadas ao longo dos textos, que

reproduzimos abaixo. Os artigos na íntegra estãodisponíveis no blog dos conselheiros (conselhopetros.blogspot.com.br) e também no site daFNP (fnpetroleiros.org.br).

“Primeiro, há um déficit técnico que se ex-pressou pela segunda vez seguida nasdemonstrações contábeis anuais daPetros.

Não há também uma falta de liquidezprevista pelas simulações do programa de

ALM (casamento de passivo e ativo) paradaqui há 20 anos. Ou seja, este déficit não signi-fica falta de dinheiro para pagar benefícios dosassistidos pela entidade nos próximos 20 anos.

A possibilidade de haver novo déficit técnicono próximo exercício é muito grande. Portanto,no ano que vem, se o fechamento contábil apre-sentar novo déficit, que é o mais provável, deacordo com a atual legislação deverá ser feitoequacionamento do déficit, embora discutíveljuridicamente. Este déficit é conjuntural a partirdo derretimento que estamos vendo nas bolsasde valores do país e do mundo e parte derivadoda aplicação correta do artigo 41 do Regula-mento do Plano.

Além do déficit, a Petros precisa reverterproblemas importantes com relação ao créditoprivado, que está com 90% de sua carteiraprovisionada para perdas. Aplicar corretamentea recente revisão da sua política de investimentosno que concerne sua participação acionária emdiversos ativos, bem como ao perfil dosinvestimentos que foram adequados por plano,em especial o Petros BD e o Petros 2.

Há uma batalha em curso por uma gestãomais eficiente e transparente da Entidade. Estabatalha envolve iniciativas jurídicas, políticas,institucionais e administrativas. E precisa dar umsalto de qualidade com a eleição de represen-tantes de participantes e assistidos para adiretoria executiva da Petros e a implantação doComitê Gestor por Plano conforme previsto noatual estatuto.”