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WWF WAMER Escritório Regional do Programa Marinho para a África Ocidental 9639, Sacré Cœur III Tel : +221 338 693 700 / Fax : +221 338 693 702 www.panda.org [email protected] Contacto : Paul Seigel, [email protected] WWF WAMER Escritório Regional do Programa Marinho para a África Ocidental Petróleo e Gáses WWF WAMER Escritório Regional do Programa Marinho para a África Ocidental Petróleo e Gáses Petróleo Gáses WWF WAMER Escritório Regional do Programa Marinho para a África Ocidental &

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WWF WAMEREscritório Regional do Programa Marinho para a África Ocidental

9639, Sacré Cœur IIITel : +221 338 693 700 / Fax : +221 338 693 702

[email protected]

Contacto : Paul Seigel, [email protected]

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As industrias extractivase o desenvolvimento durável: Fiches descritivas sobre as melhorespraticas para o desenvolvimento dosector petrolífero na Africa do oeste

É provável que todos os países continentais da região do WAMER (Cabo Verde ,Gambia Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal, Serra Leoa) possuem reservasde hidrocarbonetos que ficarão economicamente viáveis enquanto o preço dopetróleo não cessar de aumentar. Do mesmo modo, todos os países sãoameaçados pela passagem de centenas de petroleiros que atravessam as zonaseconómica e socialmente importantes para a pesca e produzem frequentementemanchas de óleo que atingem as nossas costas. Apesar de existirem instrumentosdisponíveis para ajudar os países a evitar e/ou fazer face aos desafios actuaise futuros, até agora, pouca informação tem estado facilmente acessível.

Estas fichas descritivas foram concebidas para promover o desenvolvimentoresponsável do sector petroleiro do ponto de vista económico, ambiental, e sociale também para reflectir as prioridades expressas pelos associados do PRCM.As mesmas integram: o reforço de capacidade, a previsão e gestão de riscos,a sensibilização e a participação pública, a transparência e a equidade.Os domínios de exploração de petróleo e do gás devem superar ainda muitosobstáculos, antes que possam contribuir efectivamente para o desenvolvimentosustentável.

Os ecossistemas importantes que fornecem diversos serviços pertinentese renováveis para milhões de pessoas devem ser protegidos. Embora oshidrocarbonetos sejam considerados recursos não renováveis, se forem geridascorrectamente, podem constituir com um rendimento importante, para as iniciativasduradouras de desenvolvimento, melhorar a gestão do ambiente marinho e diminuira dependência dos países em energia importada cada vez mais cara. Emboraos desafios sejam complexos, existem soluções comprovadas e estas fichasdescritivas fornecem um conjunto de questões chave e de opções.Compete agora aos governos e às sociedades civis da sub-região aproveitarpara transformar deste recurso como “maldição” para “ benefício duradouro”.

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As pesquisas sísmicas

Uma pesquisa sísmica consiste em atirarimpulsos de energia acústica e registar aenergia reflectida pelas camadas rochosas.numa pesquisa típica de uma zona de100km², são registados 25.000 explosões.O registo das ondas repercutidas fornece asimagens do subsolo marinho e informa aosgeólogos sobre a probabilidade deexistência de petróleo ou do gás na região.Se for o caso, uma empresa pode decidirfazer uma perfuração de exploração (verficha de informação sobre perfuração eprodução).

Impactos

Dos estudos pode-se concluir que as ondassísmicas emitidas no ambiente marinho nãotêm muitos efeitos, por outro lado não éexcluído que eles possam provocar danosgraves e irreversíveis. Porém não é menosverdade que entre uma gama extensa deefeitos, existem numerosas repercussõesprejudiciais potenciais entre os extremos.

Em geral, os riscos relacionados a estasconsequências são mal quantificados -frequentemente desconhecidos - e sãosusceptíveis de variar de acordo com ascondições do ambiente e dos organismosexpostos às ondas.

Os estudos de laboratório efectuados sobreos peixes, tartarugas e os mamíferosmarinhos, localizados na proximidade doscanhões de ar, demonstram que as ondasde sons produzidos pelas pesquisassísmicas podem provocar hemorragiascomo também danos no cérebro e noaparelho auditivo.

Está claro que nas condições do terreno, amaioria das espécies pode fugir da fontesonora, não obstante, os estudosdemonstraram efeitos importantes nosrecursos pesqueiros (Ver quadro abaixo).

Recomendações

• Associar os organismos de protecção do ambiente, o sector dapesca como também as comunidades das zonas costeiras nodesenvolvimento de estudos ambientais estratégicos naidentificação das zonas e períodos sensíveis às pesquisas sísmicas;

• estabelecer normas jurídicas para as pesquisas sísmicas;

• averiguar a aplicação das medidas de atenuação;

• evitar as pesquisas sísmicas nas zonas pouco profundas evulneráveis como as Áreas Marinhas Protegidas, zonas de Mangal,estuários, os campos marinhos assim como também em todas asoutras zonas conhecidas igualmente como berçário;

• proibir as pesquisas sísmicas durante o período de migração dasespécies importantes ou na presença dos cetáceos;

• exigir estudos de impacto ambiental antes de permitir uma pesquisasísmica (de acordo com UNCLOS), e

• incitar as companhias a usar as técnicas do "inicio progressivo"(soft start).

Exploraçãopetrolifera e do gáz

Navios transportando os canhões de ar Imagem em 3D do fundo e do subsolo marinho

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Embora estas reduções de capturas nãodurem que alguns dias, nós sabemos poucosobre as consequências a longo prazoque podem ser muito mais graves, se aspesquisas sísmicas forem efectuadas noperíodo migratório dos peixes. Alguns peritosafirmam que durante tais períodos, oscardumes podem dispersar-se e perderema orientação em relação as suas rotashabituais de migração. Além disso,dispersando-se perdem a vantagem emnadar em grandes cardumes e então osindivíduos ou grupos menores podem tornar-se presas mais fáceis para os seuspredadores. Como medida de precaução,certos países como também algumascompanhias responsáveis proíbem eabstêm-se de fazer os ensaios sísmicosdurante os períodos de migração dasespécies fundamentais.

È bem conhecido que os mamíferosmarinhos são especialmente sensíveis àspesquisas sísmicas. Eles podem ficar surdosquando perturbados por certas frequênciasde som. Vários estudos demonstraram queas baleias como também os golfinhos não sódeixam de se nutrir e de comunicar mastambém mudam os seus hábitos de

mergulho. Parece que cachalotes (baleias)no Golfe do México afastam-se mais de50km no inicio das operações sísmicas.Da mesma maneira, os cachalotes (baleias)do Oceano Indico deixam de produzir sonslogo depois de impulsos sísmicosefectuados a mais de 300km.

As zonas pouco profundas como osestuários, mangal e as barreiras de coraissão zonas particularmente sensíveis epodem requerer uma protecção contra ostestes sísmicos. Estes habitats muitoimportantes abrigam muitas espécies taiscomo espécies de organismos cesseis eovos e larvas de peixes – que não se podemafastar da fonte sonora. Estes organismospodem ser expostos em distâncias muitocurtas aos canhões de ar, provocando umaparagem do crescimento e anomalias.Porém isso só foi observado numaproporção pequena de ovos ou larvasexposta. Embora haja a necessidade demais pesquisas sobre os impactos daspesquisas sísmicas em tais habitats, váriosinvestigadores se declararam a favor de umamoratória em zonas conhecidas comoberçários.

Regulamentos

Várias companhias que procuram o petróleoe o gás na eco-região marinha da ÁfricaOcidental são relativamente pequenas e assuas políticas empresariais são pouco clarasem termos de uma gestão responsável. Éentão importante que os Estados criem asleis que gerem as pesquisas sísmicas, para aprevenção contra os efeitos prejudiciais quesão de todas as formas facilmente evitáveis.

Não existem regulamentos específicosrelativos às pesquisas sísmicas a escalainternacional, embora os princípios geraisexpostos na Lei do Mar das Nações Unida(UNCLOS) possam ser aplicados. Aocontrário dos outros tratados internacionaisque só se aplicam às substâncias biológicase químicas, UNCLOS associa as formas deenergia na sua definição da poluição. Pelofacto do som ser uma forma de energia, asresponsabilidades gerais detalhadas na Lei(UNCLOS) têm que levar em consideraçãoas pesquisas sísmicas. Então, todos ossócios de países membros da convençãodevem:

• Proteger o ambiente marinho de todaa forma de poluição

• Impedir que qualquer formade poluição se produza

• Agir com precaução; e

• Fazer estudos de impacto ambientalantes de permitir toda e qualqueractividade susceptíveis de ter efeitospoluidores seja realizado.

Exemplos das restrições legais

Alguns países já emitiram algumas restrições asactividades sísmicas nas suas águas territoriais.Por exemplo :

Austrália• Interdição das pesquisas sísmicas nos habi-

tats sensíveis que beneficiam de estatutos deZona Marinha Protegida.

O Canadá e os Estados Unidos• Estudos de impactos Ambiental (EIE) para as

pesquisas sísmicas• Manter uma certa distância entre o navio de

exploração e os mamíferos marinhos.• Interdição das pesquisas sísmicas durante os

períodos onde os mamíferos marinhos sãoespecialmente abundantes.

Noruega• Interdição das pesquisas sísmicas nas zonas

de pesca, mantendo uma zona tampão de50km a volta dos limites externos das zonasde pesca (é permitido efectuar algumas pes-quisas nessas zonas quando não há activi-dade piscatória)

• Interdição das pesquisas sísmicas na horados períodos migratórios.

• Interdição das pesquisas sísmicas nas zonaspouco profundas conhecidas como zonas deberçário.

Reino Unido• Estudos de impactos Ambiental (EIE) para as

pesquisas sísmicas• Interdição das pesquisas sísmicas durante os

períodos de desova e migração das espéciescomerciais de peixe como o arenque

• Interdição das pesquisas sísmicas se os cetá-ceos estão num raio de 500m (as pesquisaspodem então ser feitas somente durante o diae só se a visibilidade os permite efectuar)

• Os navios de exploração podem continuar assuas actividades só depois de um período de20 minutos após a última observação de ce-táceos.

Espécies Equipement Niveau de son Réduction de la pêche

Bacalhau (Gadus morhua)Rede de ar-rasto Chalupa

250 dB 46-49% e dura pelo menos 5 dias

Bacalhau (Gadus morhua) Linha 250 dB 17-45% e dura pelo menos 5 dias

Bacalhau (Gadus morhua) Linha Un-determined 55-79% e dura pelo menos 24 horas

Arinca (Melanogrammus aeglefinus) Chalupa 250 dB 70-72% e dura pelo menos 5 dias

Arinca (Melanogrammus aeglefinus) Linha 250 dB 49-73% e dura pelo menos 5 dias

Sebaste (Sebastes spp) Linha 223 dB 52% – Período indeterminado de efeito

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Um sistema do tipo da FPSO é um sistema de extracção nomar que, normalmente, tem a forma de um navio e armazenao petróleo em cisternas situadas no seu casco. O petróleobruto é periodicamente descarregado da FPSO em navios-tanque para ser transportado.

Hoje, mais de 100 FPSO são utilizados nomundo inteiro e pelo menos 80 encontram-se em processo de construção. O primeiroprojecto petrolífero em águas profundassituadas na eco-região marinha da ÁfricaOcidental, o campo petróleo “Chinguetti”situado na ZEE da Mauritânia, é exploradoatravés de uma FPSO.

Recomendações

• Criar um quadro jurídico-legal regional com os países vizinhosem matéria de exploração de petróleo e gás no mar e que incluaa gestão e a concepção de FPSO;

• colaborar com outros sistemas jurídicos regionais em matériade ambiente marinho, por exemplo a Convenção OSPAR para o Marde Norte e o Nordeste do Atlântico ou, HELCOM para o mar Báltico;

• inserir as recomendações do OMI relativo a FPSO de casco duplono direito nacional e no quadro jurídico-legal regional;

• levar em conta a investigação conduzida pelo Escritório Veritassobre as FPSO’s como também a avaliação de impacto das FPSO’sempreendida pelo Governo americano e as recomendações dopainel de peritos na exploração de petróleo e gás na Mauritânia;

• transpor as linhas directrizes da OMI sobre a “Construção eo Equipamento das Unidades Móveis de Perfuração no Mar” (códigoMODU) para a gestão das FPSO’s e as unidades de perfuração nomar, no direito nacional e no quadro jurídico regional para aexploração do petróleo e do gás no mar;

• designar uma zona de exclusão de um raio de pelo menos 500metros ao redor da plataforma para todo o tráfico marítimo exterior;

• impor um seguro de responsabilidade suficiente para os derramese as marés negras ou todo outro tipo de poluição do ambientemarinho causadas pelas FPSO’s, as operações dos terminais ou asactividades de perfuração e extracção (limpeza, indemnização, etc.).

FPSOPlataforma flutuante de extracção,armazenamento e descarga

« Berge Helene », primeira FPSO da eco-regiãomarinha da África Ocidental ao largo da Mauritânia

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Diferentes tipos de FPSO

Existem 3 tipos diferentes de FPSO:• a FPSO produzidas a partir de antigos

petroleiros de casco simples • a FPSO produzidas a partir de antigos

petroleiros de casco duplo• a FPSO nova de casco duplo produzidas

especificamente para esse efeito.

Actualmente os petroleiros de casco simplespodem ser comprados ao preço muito baixos nomercado por causa das políticas do direitointernacional em matéria de transporte marítimoque impõe o casco duplo (Organização MarítimaInternacional, artigo 13G da Convenção MARPOL73/78). Não obstante, estes navios-tanquepodem ser usados novamente como plataformafixa de produção e armazenamento (FPSO) paraas quais a lei marítima internacional relativo aotipo de casco não é aplicável. Assim, areconversão de FPSO`s de casco simplestornam-se numa alternativa interessante para asempresas de petróleo e de gás, nomeadamentepara as pequenas jazidas africanas em águasprofundas, onde a rentabilidade dependefortemente dos custos. A FPSO “Berge Helene”utilizada ao largo da costa da Mauritânia é umexemplo deste tipo de reconversão da FPSO decasco simples.

Falta de regulamentosinternacionais,necessidade desoluções locais

Embora o FPSO se pareçam com os navios epodem ser concebidos de antigos petroleiros, oestatuto de um FPSO como "navio" não estáclaro no direito internacional em matéria detransporte marítimo. A aplicação das Convençõesda organização marítima internacional (OMI)relativo a FPSO é objecto de um debate (cf.também o folheto do PRCM sobre o quadrojurídico-legal para a exploração do petróleo e doóleo e do gás no mar). É necessário compensarlacunas existentes no quadro jurídico-legalinternacional e isso, a escala nacional e regional.

Produção de lixos

Os produtos típicos de lixos dos navios quetambém provêm do FPSO são regulamentadosno quadro da Convenção do OMI relativo aprevenção da poluição (MARPOL 73/78), porexemplo as águas usadas, os lixos e a poluiçãode ar como também as águas resultantes dalavagem dos tanques.

Não existem regulamentos a escala internacionalpara a produção de lixos mais importantes queestão ligados à extracção do petróleo e aperfuração (fluidos de perfuração, águas e gásprovenientes dos reservatórios de petróleo).Estes produtos são trazidos a bordo da FPSO esão então de seguida, transportados para terra,vazados no mar (com ou sem tratamento), oureinjectados nas jazidas de petróleo ou gás (cf.também o boletim de informação do PRCMsobre o lixo das perfuração e da extracção do

que permite assegurar que o tráfico marítimopermanece a uma boa distância de segurançadestas FPSO’s.

Indemnização em casode marés negras

Os derramamentos de petróleo podem sercausados pelas plataformas, inclusive pela FPSO.Pode acontecer quando o petróleo édescarregado de uma FPSO para um naviopetroleiro, se uma FPSO é perfurada por umoutro navio no caso de um acidente, ousimplesmente quando uma FPSO se rompe porcausa do envelhecimento do metal.De uma maneira ou de outra, a indemnizaçãonão é prevista em nenhuma convençãointernacional. A Convenção sobre aResponsabilidade civil ou as Convenções queestabelecem fundos exclusivamente concebidospara as marés negras causados por petroleiros eem consequência, excluem todas as plataformas.É por isso que a Convenção das Nações Unidassobre o Direito do Mar (CNUDM) estipula anecessidade que os Estados têm, em velar paraque os operadores petrolíferos e do gás no mar,tenham uma cobertura de seguro suficiente paraos danos causados pelas plataformas depetróleo e do gás no mar.

Melhores práticas

Os Estados Unidos da América impuseram umaobrigação de responsabilidade ilimitada paraerros graves (ou voluntário) em matéria de marésnegras causadas por petroleiros como tambémpara toda a exploração de petróleo e gás no mar.Todos os petroleiros exercendo suas actividadesnas águas americanas como também todos osoperadores de plataformas de petróleo e de gássão obrigados a mostrar às autoridades locais,com certificados de responsabilidade financeiraem apoio, confirmando que dispõem de umseguro suficiente para cobrir um risco financeiromáximo. Uma responsabilidade ilimitadarepresenta um estímulo consequente dentro dosector privado (companhias de seguros,empresas de petróleo e de gás) para que a auto-regulação complemente o controlo nacional.

Baixos custos - altos riscos

O casco de uma FPSO pode ser perfurada emconsequência de uma colisão com outro navio,da mesma forma que um petroleiro ordinário.Avaliar os riscos correctamente não é uma tarefafácil por causa da falta de dados históricos. Poissó durante a segunda parte dos anos 1990 quea grande maioria das FPSO’s começaram a serutilizadas. Vários estudos foram realizados paraavaliar os riscos de uso da FPSO. A famosasociedade de classificação, Escritório Veritas,realizou um inquérito a metade das FPSO’sutilizadas. As suas conclusões são as seguintes:as FPSO’s concebidas a partir de antigospetroleiros são inadaptadas para seremutilizados como plataformas de extracção earmazenamento. Com o tempo, aparecem osproblemas ligados ao seu envelhecimento, eisso, até mesmo nas condições em que asaguas são mais calmas. Além do mais, apesquisa conclui que os petroleiros sãoconstruídos para responder as característicastécnicas de navios. Um petroleiro responde acritérios muito específicos de carregamento eque não correspondem às sucessões maisextremas e frequentes de carregamento edescarregamento de uma plataforma deextracção e armazenamento do petróleo.

petróleo e gás no mar). É necessário, a escalanacional, abordar as diferentes possibilidades degestão adaptadas às diferentes regiões.

Segurançados «navios» FPSO

O OMI elaborou várias directivas e códigos paraque a FPSO esteja em conformidade com odireito internacional em matéria de segurançamarítima. O Código para a construção e oequipamento de unidades móveis de perfuraçãono mar (código MODU) que foi concebido a fimde recomendar a aplicação da ConvençãoInternacional para a Protecção de VidasHumanas no Mar, a saber a Convenção SOLAS.Por causa da importância do artigo 13G doanexo 1 da Convenção MARPOL, a exigência decasco duplo, não se aplica a FPSO. Porém, oOMI formulou uma recomendação não coercitivaque estipula o uso unicamente das FPSO’s comcasco duplo.Os Estados que querem ter o mesmo nível denormas de segurança para as suas operaçõespetrolíferas e de gás e que também existem aescala internacional para os naviosconvencionais, deveriam integrar estas linhasdirectrizes e recomendações do OMI numalegislação coercitiva a escala nacional ou regional.

Melhor lei nacionale regional

Toda a FPSO usada no Nordeste do Atlântico éespecialmente concebida com casco duplo. OGoverno americano publicou estudos queconduzem a uma política que só permite o usode FPSO’s recentemente construídas e de cascoduplo no Golfo do México.

Zonas de segurança

As FPSO’s localizadas no Nordeste do Atlântico,o Mar de Norte e as plataformas no mar no Golfodo México têm uma zona de segurança de umraio de pelo menos 500 metros em seu redor, e

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As reservas de hidrocarboneto são capturadas nosubsolo em reservatórios constituídos por rochaspermeáveis como o arenito poroso ou rochas calcáriasfissuradas. As rochas impermeáveis como a argila,a rocha calcária e o sal agem como juntas estanquesparando ou reduzindo a velocidade do movimento paraa superfície. Um grande reservatório de água localiza-se debaixo do petróleo do gás. Assim que umaprospecção sísmica revela que aquelas estruturasrochosas podem conter reservas de hidrocarboneto,inicia-se as perfurações para prospecção.As operações de perfuração têm também lugarquando são construídos os furos para a produção.Durante a perfuração, uma broca mineira que está notérmino de um sistema de tubo penetra as diferentescamadas de rocha. Fluidos são injectados nestesistema de tubos para lubrificar, controlar a pressãoe a temperatura como também para retirar o cascalhodo furo. Estes fluidos são compostos de petróleo,produtos sintéticos ou água. A escolha do fluidodepende do tipo de rocha encontrada durante aperfuração, o que significa que diferentes tipos defluidos são utilizados durante uma simples perfuração.A mistura de fluidos e cascalho (que é tambémchamada de lama da perfuração) é bombeada atéa superfície.

Recomendações

• Realizar avaliações ambientais estratégicas conforme a Convençãode Abidjan e a Declaração de Paris e fazer participar nelas osdirectores dos programas de planificação e gestão das zonascosteiras, o sector da pesca como também as comunidades, parapoder identificar as zonas nas quais a produção do petróleo e gásdeveriam ser interditas;

• estabelecer normas jurídicas específicas de qualidade da água;

• formular medidas de atenuação semelhante para aos que estão aser praticados em outros lugares;

• interditar a produção e a perfuração nas zonas vulneráveis, comodentro ou próximo das áreas marinhas protegidas, nas zonas demangal, nos recifes de corais profundos, nos campos submersos,nos bancos de conchas, nos estuários e todas as zonas importantespara os alevínos e para a renovação dos estoques de pesca;

• impor um regime zero de rejeição, nomeadamente para as águaproduzidas que poderiam ter um impacto sobre as zonasvulneráveis previamente mencionadas; e

• exigir a realização de estudos de impacto ambiental antes depermitir qualquer operação de perfuração ou de produção, emconformidade com o CNUDM.

Sítios web recomendados:Global Marine Pollution Gateway http://oils.gpa.unep.org/

United Kingdom Offshore Operators Associationhttp://www.ukooa.co.uk/

Environmental Impact of the Offshore Oil and Gas exploration and productionhttp://www.offshore-environment.com/

Perfuração e produção

Corte transversal de um campo de petróleoe gás (Fonte: Pagina Web da UKOAA)

gas cap

oil2km

water

waterseal or

cap-rock

permeablereservoir

rock

gas disolved in oil

spill poiny4km

Plataforma offshore com um sistema decanalização (tirado da pagina Web daUKOOA)

Uma broca mineira.Acção de perfuraçãoe circulação defluidos da perfuração

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Convenção OSPARNord-Est do Atlântico

Convenção HELCOMMar Báltico

Estados Unidos

Lamade perfuração

- As lamas com base no petróleosão transportadas para terra.

- As lamas à base de água e lamassintéticas são analisadas para de-terminar a sua toxicidade antes deserem rejeitadas.

- Interdição de rejeitar as lamas quecontêm mais que 1% de petróleo.

- As lamas à base do petróleo sãotransportadas para terra.

- As lamas à base de água e lamassintéticas são analisadas para de-terminar a sua toxicidade antes deserem rejeitadas.

- Interdição de rejeitar as lamas quecontêm mais que 1% de petróleo.

- Interdição de rejeitar as lamas quecontêm mais 1 mg de cádmio emercúrio por quilograma.

- As lamas com à base do petróleosão transportadas para terra.

- As lamas à base de água e lamassintéticas são analisadas para de-terminar a sua toxicidade antes deserem rejeitadas.

Águade produção

- Re-injectar na formação geológicanas zonas vulneráveis como osestuários e as zonas costeiras.

- Quando é rejeitada no mar, oconteúdo em óleo deve ser redu-zido a 30 mg / l.

- Re-injectar na formação geológicanas zonas vulneráveis como osestuários e as zonas costeiras.

- Quando é rejeitada no mar, oconteúdo em óleo deve ser redu-zido a 30 mg / l.

- Re-injectar na formação geológicanas zonas vulneráveis como osestuários e as zonas costeiras.

- Quando é rejeitada no mar, oconteúdo em óleo deve ser redu-zido a 15 mg / l no Alasca, 18 15mg / l na Califórnia e 29 mg/l noGolfo do México.

Gás Deve ser explorado, ou re-injectado. Deve ser explorado, ou re-injectado. Deve ser explorado, ou re-injectado.

As fontes mais significantes de poluição queé gerada durante as fases de perfuração eprodução são a seguinte:

• As lamas de perfuração;

• A água de formação geológica que é tam-bém chamada de água de produção, bom-beada com o hidrocarboneto para aplataforma;

• Os gases.

As lamas da perfuração

As lamas da perfuração são compostas poruma serie de diferentes compostos ecombinações de substância químicacomplexas. Geralmente, os impactosobservados durante as actividades deperfuração são a sufocação dos organismosvivos que se encontram no fundo marinho eem redor das zonas das operações deperfuração. Os estudos de impactoconcentram-se, na maior parte dos casos,em testes de toxicidade que mede os efeitosdirectos a curto prazo, num númerolimitados de organismos dos solosoceânicos. Esta pesquisa concluiu que osfluidos de perfuração a base de água são osmais seguros para o ambiente marinhoenquanto que, os fluidos de perfuração abase do petróleo são os mais tóxicos epersistentes no tempo. Com efeito, só 5%deste último tipo de fluidos sãobiodegradáveis depois de um período de150 anos.

A água da formaçãogeológicaA água da formação geológica (tambémdesignada por água de produção)representa de longe, o tipo de lixo maisimportante em volume.

A água de produção pode gerar uma amplapoluição e pode causar efeitos imprevisíveisque se repercutem sobre os ecossistemasmarinhos vulneráveis como os campossubmersos, o mangal ou os estuários.Os hidrocarbonetos que se encontramnaturalmente nas águas de produção,como o HAP, os fenóis e os voláteis sãoparticularmente inquietantes. Estes que sãosolúveis nas águas de produção não sãofáceis de retirar durante o tratamento naplataforma. Pesquisa efectuada sobre osimpactos ecológicos do HAP contidos naágua de produção mostrou que eles podemter um efeito na fertilidade dos peixesmasculinos e podem retardar os períodos dereprodução por várias semanas. O HAP sãocancerígenos persistem no tempo e além deacumularem-se nos organismos vivosatravés da cadeia alimentar.

O Gás

O Gás associado aos campos de petróleo éas vezes queimado. É melhor comercializaro gás ou reinjecta-lo no reservatório dopetróleo, processo que é cada vez maispraticado na produção do petróleo.

Os regulamentosinternacionais Não existe qualquer regulamento específicoao nível internacional, em relação aosprodutos gerados pelas actividades deperfuração e de produção. Da mesmamaneira, a Convenção Regional de Abidjannão contém nenhuma norma precisa relativoao lixo da perfuração e produção masrecomenda que os Estados membrosconduzam avaliações ambientaisestratégicas quando eles explorarem os seusrecursos em hidrocarbonetos.

Por outro lado os princípios gerais daConvenção das Nações Uniram sobre osDireitos do Mar (UNCLOS), na qual todos ospaíses da sub-região são membros, são

aplicados aos lixos gerados pelasactividades de produção de petróleo e gásoffshore. Em consequência, os governos nãosó deveriam proteger o ambiente marinho dapoluição, mas têm também de prevenir paraque nada aconteça, agir com prudência eobrigar as empresas a realizarem estudosindependentes de impacto ambiental, emtodas as etapas do processo.

Por causa da falta de orientações detalhadasa escala i internacional, os países produtoresde gás e petróleo offshore criaram as suaspróprias regulamentações ao nível nacional eregional.

Exemplos do quadro regulamentar nacional e regional

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O mundo depende de recursos limitados em petróleo para fazer funcionar ostransportes, os alojamentos e as indústrias. Mas o uso destes combustíveis fósseisresulta numa série de custos ambientais e sociais que devem ser postos emequilíbrio com as vantagens que petróleo pode apresentar

A boa governação é o elemento chave para maximizar os benefícios e minimizar osconflitos. Trata-se de tomar decisões na base da transparência e com envolvimentode um vasto grupo de actores do Governo e da sociedade civil.

Exploração do petróleoe do gás na Áfricaocidental

Por causa dos problemas sociais e dodeclínio das reservas em terra, a grandeparte da produção do petróleo e do gás naÁfrica Ocidental efectua-se nos depósitosoffshore que se encontram localizados emambientes marinhos sensíveis e essenciaiscomo meio de existência para os humanos.Pode-se dizer que toda a zona costeira foidividida em blocos petrolíferos. Trata-se emparte de zonas protegidas, zonas chavesem relação a reprodução de peixes, comozona de pesca e muito importantes para oturismo.

Os hidrocarbonetos poderiam produzirrendimentos cruciais para alguns países,mas a história do petróleo em África foimuito marcada por problemas sociais eambientais. Frequentemente as indústriasextractivas (os hidrocarbonetos e as minas)não deram a contribuição que deviam ter nodesenvolvimento durável. As actividades de

desenvolvimento dos hidrocarbonetos criamgrandes expectativas da parte dasociedade, que não consegue compreenderque esta pode ter um impacto muito limitadosobre o emprego, pois que, trata-se de umsector de alta tecnologia, que requer grandequantidade de capitais e que emprega sóum número limitado de pessoas altamentequalificadas e que são regularmenteexpatriados. Considerando que asexportações do petróleo geram muito poucocrescimento em outros sectores, a poluiçãopode comprometer os sectores do turismo,a pesca e a agricultura dos paísesprodutores assim como dos seus vizinhos.

Recomendações• Proteger a base dos recursos naturais, os direitos humanos e os

planos de desenvolvimento duráveis;• criar um comité de inter-ministerial que supervisionará as indústrias

extractivas;• melhorar a capacidade do Governo para negociar e gerir as

sociedades petrolíferas;• solicitar o apoio internacional na altura das negociações e em

matéria de gestão;• realizar os EES’s tal como é recomendado pela Convenção de

Abidjan e a Declaração de Paris;• reforçar os Ministérios do Ambiente para aumentar o controlo

ambiental;• garantir um quadro jurídico e legal adequado para o controle das

operações petrolíferas offshore ;• aplicar todas as leis, todas as convenções e todos os tratados e

rescindir os contratos com as sociedades que infringem a lei;• recusar o uso de navios-tanque velhos de casco simples

convertidos em plataforma flutuantes de produção, dearmazenamento e de descarga (FPSO); e

• aderir ao ITIE (ver abaixo).

O ITIE, Iniciativa de Transparência das de Indústrias Extractivas(http://eitransparency.org) é uma coalizão de governos, de empresas, degrupos da sociedade civil, investidores e organizações internacionais que :

• Encoraja a partilha equitável dos lucros da parte das indústriasextractivas;

• melhora a transparência e a responsabilização no sector mineiro,criando normas que permitem verificar e publicar os pagamentosdas empresas, assim como também dos rendimentos do petróleo,do gás e das actividades mineiras arrecadados pelos Governos;

• tem uma metodologia sólida mas também flexíveis que garantemque os países que implementam esta iniciativa respeitem umanorma global.

A boa governaçãoe as indústrias extractivas:Gerir os recursos não renováveis para ter benéficos duráveis

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O Dr. Emil Salim, presidente da ComissãoIndependente de Revisão sobre as indústriasextractivas financiado pelo Banco Mundial(RIE) é extremamente crítico das indústriasextractivas:

" Não só as indústrias de petróleo e gás emineiras não ajudaram as populações maispobres nos países em desenvolvimentomas eles fizeram frequentemente piorar etornaram as suas situações difíceis.Os países que dependem principalmentedas indústrias extractivas tendem aconhecer um nível mais elevado depobreza, morbidez e mortalidade infantil,guerra civil, corrupção e totalitarismo emrelação a aqueles que têm uma economiamais diversificada."

A RIE propõe três exigências políticas geraispara o sector mineiro, a saber, a redução dapobreza, a eficiência das políticas sociais eambientais e o respeito dos direitoshumanos.

Problemas degovernaçõesassociadas a para aprodução de óleo e gás

Sem uma boa governação o sector dopetróleo e gás produzem impactos naspessoas e nos seus ambientes através:

• Dos impactos na economia que pode terefeitos sociais negativos, como acorrupção, o conflito armado e adependência dos rendimentos do petróleodo gás em detrimento de outros sectoreseconómicos (a "doença holandesa")

• Das mudanças climáticas; e • Das operações em terra e no mar.

Os problemas ambientais geramfrequentemente abusos dos direitoshumanos, o que se pode soldar emlevantamentos civis. Uma má gestão egovernação dos recursos petrolíferos têm,por exemplo, já causado conflitos nacionaise internacionais em Angola, nos Camarões,no Chade, na República Democrática deCongo, na Nigéria, na Serra Leoa e noSudão.

Todos os países ricos em recursos nãotiveram sucesso da mesma maneira. AIndonésia e a Nigéria tiveram, há trinta anos,um nível de renda per capita comparável eestes dois países dependeram fortementedos rendimentos do petróleo. Mas hoje, arenda per capita da Indonésia é quatrovezes mais elevado de que o da Nigéria queexperimentou um declínio e passou de302,75 dólares dos Estados Unidos em1973 para 254,26 dólares em 2002. Em2008, os chefes da Nigéria declararam queos numerosos problemas que elesconfrontaram no inicio do desenvolvimentodo sector petrolífero teria sido evitado seuma governação melhor e mais transparentetivesse sido implementado mais cedo.

É tempo para agir

A quantidade de petróleo no mundo estálimitada mas a procura contínuo a acelerar.Considerando que os estoques diminuem,os preços aumentam e os planos dedesenvolvimento de um bom número depaíses serão seriamente afectados. Em2008, o impacto de um aumento rápido dospreços do petróleo foi muito evidentequando o preço do barril subiu de um saltopara 150 dólares causando perturbaçõesem todas as economias do mundo. Osperitos prevêm que o barril custará entre150 e 200 dólares nos próximos dez anos.

Os preços do petróleo e do gás importadoserão para os países em desenvolvimentoextremamente elevados, o que também teráalgumas consequências nos seus planos dedesenvolvimento, a menos que utilizem assuas próprias reservas prudentemente,reduzindo os seus níveis de consumo,enquanto aumentam a eficiência energética eenquanto investem em recursos de energiarenovável. Estas decisões terãoconsequências amplas e consideráveis naforma como a energia de um país éproduzida, a saber, quem dela tem acesso equem dela beneficia. Em consequência, umatomada de decisão transparente é essencialse pretendermos manter e garantir o apoiodo público.

As preocupaçõesdo UNO sobre agovernação

O Secretario Geral da ONU esteve muitopreocupado com a governação relacionadacom as actividades petrolíferas na ÁfricaOcidental que designou o Sr. Ahmedou OuldAbdallah como Representante Especial. Eleapresentou algumas dos problemas críticosassociados as actividades petrolíferas e dogás em 2004:

As Tensões são causadas por umatendência rápida para que os preços dopetróleo se tornem extremamente caros aonível da região, pelas disputas de limitaçãodas fronteiras marítimas, pela corrupção epela dependência em relação ao petróleo.

Os litígios acontecem a vários níveis:• Entre os Estados na delimitação das

fronteiras terrestres e marítimas;• Entre os Governos e as sociedades

petrolíferas em relação aos contratos e aosrendimentos;

• Entre os Governos e as populações napartilha dos rendimentos;

• Entre as sociedades petrolíferas; e• Entre as colectividades locais e os grupos

tribais em relação aos direitos.

O ONU tenta resolver litígios pela via da" boa governação " e que é, por exemplo:• Apoiando as reformas democráticas nos

países produtores a fim de minimizar osriscos de guerras e aumentar aestabilidade nas regiões que produzemo petróleo;

• Fornecendo possibilidades de arbitrageme de negociação;

• Dividindo as receitas do petróleo,por exemplo a Nigéria que partilha osrendimentos de campo de petrolíferomarinho que é objecto de litígio com aGuiné Equatorial.

• Encorajando a transparência (ITIE, vermais abaixo) na hora das negociaçõesconduzidas com o sector do petróleo paraajudar a reduzir as tensões e fazerbeneficiar os países em questão;

• Encorajando as empresas a publicaros detalhes sobre o que eles pagam(ver www.publishwhatyoupay.org);

• Exortando os Governos nacionais e locaisa continuar a informar ao público sobre aforma com são utilizados os rendimentosdo petróleo;

• Recomendando projectos dedesenvolvimento que beneficiem a todos.

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Considerando que os recursos mundiais em petróleo diminuem, os preçosaumentarão inevitavelmente e as populações pobres sofrerão muito mais. Se nósnão preocuparmo-nos com esta situação, ela poderá provocar problemas sociais,ambientais e políticos muito graves. É por causa disso que a assinatura decontratos deve ser aberta e transparente.

Os hidrocarbonetos são recursos limitados, masquando eles são geridos correctamente, elespodem contribuir para o desenvol-vimentodurável. Investir nestes recursos deveria podergerar melhores rendimentos económicos para opaís respectivo e ao mesmo tempo que seprotege o ambiente e os direitos humanos.

Os projectos de exploração nos domínios dopetróleo e gás requerem grandes investimentosde capital, e a maioria dos países emdesenvolvimento confiam os seus direitos deexploração as empresas estrangeiras, o que setraduz através de resultados muito mitigados. Adiferença entre um bom e um mau contratopode ser medida em bilhões de Dólaresamericanos.

Diferenças em relaçãoaos objectivos e poderde negociação

As empresas internacionais de petróleo que sãofrequentemente economicamente maispoderosas que os países em desenvolvimento,têm como objectivo, encontrando e explorandoas reservas de petróleo a custos mais baixospossíveis.O país anfitrião pode ter como objectivo ocrescimento económico, o uso óptimal dosrecursos minerais, responder a procura nacionalem combustíveis, limitar os efeitos negativossobre o ambiente, encorajar o emprego directo eindirecto e acumular experiências,conhecimentos e competências

Integrar osinvestimentos dopetróleo nos planosnacionais

As indústrias extractivas deveriam desenvolversenum contexto do desenvolvimento nacionaldurável, da redução da pobreza e dos planosambientais, das leis, convenções e tratadosinternacionais. Também é importante de criaruma Comissão Nacional para o sector dasindústrias extractivas, cujo presidente seria

Recomendações

• Investir na protecção dos recursos naturais para as geraçõespresentes e futuras;

• criar uma comissão inter-ministerial para o sector da extracção;• não permitir que os investimentos em petróleo e em gás distorçam

a economia (capacidade económica de absorção) ou desestabilizema população;

• compartilhar os lucros sem comprometer a capacidade paraadministrar e aplicar as leis;

• proteger as necessidades energéticas do país em energia antes depermitir que as exportações aconteçam;

• obter as autorizações prévias e informar a populaçãolocal/autóctone e assegurar que ela beneficia;

• garantir uma programação / um seguimento ambiental eficiente(EES, EIES);

• valorizar o ecossistema e os sistemas sociais de uma maneiraadequada nos cálculos dos benefícios e dos riscos;

• utilizar as Melhores Tecnologias Disponíveis (MTD) e minimizar asemissões no ar (combustão em chaminés), na água (fluidos deperfuração, água de balastro), e a poluição em terra;

• legalizar a iniciativa da transparência internacional (EITI, PWYP); • assegurar o direito do Governo em usar os barcos, os veículos e os

aviões das empresas para fazer a efectuar a fiscalização. Forçar asempresas a pagar todas as suas multas;

• maximizar os lucros para a economia local: trabalhos,compartilhando dos lucros, etc. ;

• assegurar que as empresas possuem um seguro suficiente emmatéria de responsabilidade (sem limite no caso de uma falta grave)

• insistir para que a empresa repare todos os danos possíveis notérmino dos projectos;

• criar e pré-financiar os protocolos no término dos projectos; e• assegurar que uma percentagem dos rendimentos provenientes dos

hidrocarbonetos seja investida em energias renováveis.

Investimentos nos hidrocarbunetose nos sistemas de energia renovaveis

Países %

Camarões 11

México 31

Canadá 35-50

Costa de Marfim 55

Guiné Equatorial 60

Nigéria (águas profundas) 65

Gabão (em terra) 73

Sudão 77

Noruega & Nigéria (em terra) 84

Irão 93

Percentagem de lucrosdas operações com o petróleo arrecadados

por alguns governos

Fonte: US General Accounting Office, mai 2007

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nomeado pelo Presidente ou pelo Primeiro-Ministro para poder tratar da planificação, doEES, etc., a assinatura dos contratos, atransparência e a aplicação das leis… Estacomissão poderá incluir o Ministro do Ambienteque é frequentemente o presidente, os ministrosresponsáveis pelos sectores de extracção, daagricultura, da pesca, da saúde e o dos negóciosestrangeiro. Alguns dos maiores problemassurgem quando a responsabilidade dos projectospetrolíferos, do gás e das minas incumbem a umúnico ministério.

É possível solicitarajuda estrangeira àquando da assinaturade um contrato

Esta ajuda pode vir dos doadores e juristasinternacionais que podem prestar assistência asnegociações dos governos como também paraas equipe de revisão dos contratos. Existem doisexemplos bons:

Libéria: uma guerra civil conduzidaprincipalmente por causa dos recursos naturaissaqueou a Libéria entre 1989 e 2003. Em 2006, onovo Presidente decidiu renegociar os contratose engajou os Advogados Seniores Internacionais"(In. International Senior Lawyers Project, ISLP)que oferecem ajudas gratuitas as nações emdesenvolvimento que as merecem. Uma equipede avaliação é designada e compreende osMinistro ou os responsáveis das varias agênciasque vêm dos diferentes ministérios, edirectamente responsáveis perante o Presidente -a quem devem prestar contas -, o corpolegislativo nacional e a população, instituiçõesjunto dos quais esta equipa deve defender oscontratos. Dos 95 contratos examinados, 52foram aceites, 36 foram anulados e foramrecomendados a renegociação de 14,compreendendo entre outros 5 contratospetrolíferos, um contrato mineiro e um contratode borracha (caoutchouc). Os novos contratosrenegociados resultaram em ganhosconsideráveis para o Estado e as comunidadeslocais concernentes.

Nigéria: para controlar a corrupção associada aosector da extracção, a Nigéria aprovou em 2004

uma lei que reconheceu a iniciativa deTransparência no Sector da Extracção (NEITI).Em 2009, o Secretário Executivo desta iniciativaanunciou que durante os primeiros cinco anos dainiciativa, o trabalho de prevenção contra afraude permitiu economizar uma soma a ordemde 5 bilhões de dólares americanos. A Nigériarecrutou o pessoal de alto nível de InstituiçõesInternacionais. Entretanto, foram implementadasmedidas rigorosas contra a poluição e acorrupção e muitas mudanças foram efectuadas,como a criação de uma Agência Nigeriana deResposta as Marés Negras como também deuma Agencia Nacional de Aplicação de Normase Regulamentos dentro do Ministério doAmbiente.

Contratos

Os contratos podem ser divididos em duascategorias elementares a saber: as licençasde concessão e os acordos contratuais.As diferenças vêm das atitudes que variam entrea indemnização, os mecanismos de compartilhadas vantagens (inclusive os níveis decomparticipação do governo) e os níveis decontrolo conferidos as empresas. No caso daslicenças de concessões, o estado é o dono detodos os recursos minerais mas os direitos deextracção dos minerais é conferido em troca deencargos e impostos.

Empreendimentos

Dois ou várias partes formam umcoempreendimento («Joint Venture») e acordamem criar um empreendimento novo. Todos osdois participam com fundos próprios ecompartilham os lucros, as despesas e ocontrole da actividade. Um exemplo típico deco-empreendimento é a sociedade Shell deExploração do Petróleos na Nigéria. Estasociedade aplica um contrato decoempreendimento com a Sociedade NacionalNigeriana do Petróleo que detém 55% daspartes, Shell 30 %, EPNL 10% e AGIP 5%.Surgiram problemas quando o empreendimentotentou recuperar os custos da exploração naparte correspondente ao seu parceiro público.A substituição das tubagens e das instalaçõesforam retardadas durante vários anosprovocando fugas, provocando graves violações

ambientais e sociais. Quando o co-empreendimentofoi reconhecido como culpado pela infracção dasleis, o estado teve que pagar 55% das multasinfligidos.

Contratos de partilhada produção

No quadro de um contrato de partilha daprodução (CPP), os recursos minerais epetrolíferos ficam nas mãos do estado que trazuma empresa estrangeira como parte contratantepara as operações de exploração.

O CPP tem como objectivo principal encorajar osinvestidores estrangeiros e assegurar uma certaequidade e justiça entre as receitas do estado eos benefícios arrecadados pelas empresas, numquadro de reforço da gestão pública dasoperações. Para os países produtores, estemecanismo é interessante porque lhes permitecompartilhar os lucros sem ter que compartilharos riscos e pode insistir para que as leis sejam

respeitadas sem ter que contribuir no pagamentodas multas quando a empresa exploradorainfringir as leis.

Contract problemsOs conflitos de interesse surgem entre osparceiros públicos e privados sobre umaserie de questões, compreendendoincapacidade de respeitar as normasnacionais e internacionais, as violações dosdireitos humanos, as despesas autorizadas,a imposição, as multas, a corrupção e orepatriamento dos benefícios.

Os procedimentos dos concursos seriamjudiciosos para reduzir o nível de corrupção,mas é frequente, na primeira porta abertapara os contratos baseados em supostasamizades.

Rendimento Bruto(por exemplo um barril de petróleo por $100)

Receitas do governo Receita da companhia

Recuperação de custo (custos de operação (por exemplo depreciação, prostração, etc.)

Lucro(60/40

(passível de imposto)

Impostos(40%)

Direitos(10%)

(40%)

$10.00

$32.40 $21.60

$36.00

$8.64 ($8.64)

$51.04 $48.96

51% 49%

$100.00

$90.00

$54.00

Um barril de óleo de $100 éseguido ao longo de umcontrato de partilha daprodução (CPP) com basenum modelo desenvolvido porJohnston, 1994. Um encargode 10% é aplicado. Asociedade recupera até 40%dos rendimentos do custo daoperação. O resto dorendimento é partilhado: 60%para o Governo) e 40% para aempresa). A sociedade pagade 40% em impostos e ganha49% do total do rendimento.

Source: Adopted from Johnston (1994a).

Um modelo típico de CPP, que indica como as receitas podem serafectadas as partes

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As zonas Marítimas Particularmente Sensíveis (PSSAs) são as zonas que requeremuma protecção especial contra o tráfico marítimo.

As zonas marinhas tendo uma importânciaparticular para o turismo, o lazer, os meiostradicionais de subsistência, a ciência ou aeducação podem beneficiar de um estatutode PSSA - que acima de tudo, ajuda apreservar os recursos pesqueiros permitindouma protecção suplementar as zonashúmidas costeiras, aos estuários, asflorestas de mangal como também a outroshabitats importantes. Quando estas zonassão ameaçadas pelo tráfico marítimo, épossível adquirirem o estatuto de PSSAbeneficiando assim de medidas protecçãoespeciais estabelecidas pela OrganizaçãoMarítima Internacional(http://www.imo.org/environment/mainframe.asp?topic_id=1357).

O direito internacional limita os meios de quedispõem os Estados costeiros na aplicaçãodos seus próprios regulamentos, relativos anavegação e ao ambiente, sobre os naviosestrangeiro que atravessam as suas águasterritoriais. No limite das suas ZonasEconómicas Exclusivas (ZEE), e isto até tem200 milhas náuticas da costa, os países nãoimpedir o direito de 'passagem inocente' deum navio estrangeiro. É então difícil deproteger as zonas particularmente sensíveisuma vez que as leis internacionais aplicam-se em geral a todos os navios, qualquer queseja as sua posição.

A atribuição do estatuto de PSSA permiteaplicar regras específicas numa zona que

Recomendações

• Todos os interessados na protecção dos seus ambientes marinhos ecosteiros devem encorajar os seus Governos a proporem projectosde PSSA ao IMO;

• os Governos da eco-região Marinha de África Ocidental têm queassociar os directores como também as comunidades das zonascosteiras na identificação das zonas candidatas e na elaboração deproposições para a designação e protecção da PSSA a fim de assubmeter ao IMO;

• nos casos em que dois ou vários países compartilham uma zonasensível e vulnerável, é dever respectivo de unir os seus esforços ede criar e implementar medidas comuns de protecção;

• o processo de identificação da PSSA deve ser utilizado nasAvaliações Ambientais Estratégicas para as indústrias de petróleo egás offshore;

• designação de uma zona de exclusão de um raio de pelo menos 500metros a volta das plataformas para tráfico marítimo exterior;

• solicitar ao IMO o reconhecimento das zonas de exclusão a voltadas FPSO’s como “Zonas à Evitar” (ATBAs).

PSSAs:Protecção da Eco-região Marinha da ÁfricaOcidental contra os impactos do Tráfico marítimo

Identificação das PSSA.

Os critérios de identificação de uma PSSA são:

Ecológicos: singularidade, dependência,representatividade, diversidade, produtividade,natural, integridade, vulnerabilidade.

Social, cultural e económico: Interesseeconómico, recreação, dependência humana.

Científico e educativo: Pesquisa, estudos decontrolo e referência, pedagógico, valorhistórico.

Só um Governo membro da OrganizaçãoMarítima Internacional (OMI) poderá submeterum projecto de PSSA. O pedido tem que incluiruma avaliação do nível de vulnerabilidade deuma zona aos danos causados pelasactividades marítimas, definir as medidaspropostas para a protecção da zona e explicaro seu funcionamento. Além do mais estecarece de uma descrição adicional dascondições oceanográficas e ecológicas quetornam esta zona sensível aos impactos dotráfico marítimo. È importante de especificartodas as outras fontes de constrangimentoambiental tais como a pesca ou odesenvolvimento petrolífero e do gás offshore.

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corresponde às exigências e condiçõeslocais. A PSSA permitem de reduzir osriscos de acidentes, a deterioração doambiente e parar a poluição internacionalregulamentando a passagem dos naviosatravés das zonas concernente ou foradestas.

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Graças a OMI, várias medidas estão disponíveis para uma melhor protecção das PSSA’s contra otrânsito do tráfico marítimo. Elas incluem:

Caso contrário, é possível impor outras rotaspara o tráfico marítimo: Exemplo.

• Rotas recomendadas: Rotas que foramobjecto de um exame particular erepresentam menos perigos possível, e nasquais são recomendadas aos navios denavegarem.

• Zonas à evitar: Uma medida de fixação dositinerários relativos a uma zona com limitesdefinidos e onde a navegação éespecialmente perigosa e deve por isso serevitado por algumas classes de navios, oupor todos os navios.

Outros exemplos de medidas aplicados pelaIMO são:

• Zona proibida a ancoragem: Uma medidade fixação do itinerário cobrindo uma zonacom limites definidos onde uma operação deancoragem representa um perigo ou podeprovocar danos inadmissíveis ao ambientemarinho.

• Zona de gestão das águas de balastro: A criação de uma zona para a troca daságuas de balastro. O objectivo é de evitarque alguns organismos contaminem osecossistemas locais e provoquem danosirreversíveis.

• Zonas de emissão controlada de óxidos deenxofre. Medidas para reduzir a poluição do ar.

• Restrições especiais relativas aovazamento de líquidos. Pode incluir oslixos petrolíferos, lixos ou águas usadas.

Podem ser introduzidas outras medidasespeciais para tratar problemas específicos aonível local.

Regras específicas a uma zona parareforçar as medidas de segurançamarítima. (Instrumentos da SOLAS)

Várias medidas visam a reforçar a segurança dotráfico marítimo, tais como rotas marítimasalternativas, podendo ser implementadas pelosEstados costeiros nas zonas que não tenham sidoqualificadas de PSSA mas onde o tráfico marítimoé especialmente perigoso.

Por causa dos perigos que representam asplataformas petrolíferas para o tráfico marítimo -particularmente as que se encontram localizadas nasrotas de navegação - é possível que os governos osfaçam reconhecer como Zonas à Evitar (ATBA "Áreasa ser Evitado") ou Zonas Preventivas no quadro daConvenção Internacional para a Segurança daNavegação (SOLAS). Um tal reconhecimento internacional das zonas desegurança já foi aprovado para várias instalações degás e petróleo offshore tal como a FPSO (Unidadeflutuante de produção, armazenamento e descarga)nos Grandes Bancos de Newfoundland.

1

14

3

6

6

4

5

3

3

1

InshoreTraffic Zone

Zone deNavigation

Côtière

Insh

ore

Traf

fics

Zone

Zone

de

Nav

igat

ion

Côt

ière

Rotas de vias duplas nos limitesdefinidos, assegurando umapassagem sem risco para osnavios onde a navegação é difícilou perigosa.

Planos de separação do tráficoonde os navios são obrigadosa permanecer nos respectivoscorredores.

Zonas de tráfico costeiro e rotasem águas profundas para separaro tráfico local do trânsitointernacional. Quadro publicadocom a amável autorização deEdward Kleverlaan.IMO

Eco-regiãoda África Ocidental

Algumas das rotas de navegação maisfrequentadas no mundo passam pela eco-região Marinha da África Ocidental. Todos osanos, petroleiros transportamaproximadamente 400-500 milhões detoneladas petróleo bruto e produtosrefinados através da eco-região Marinha(http://oils.gpa.unep.org/framework/region-10-next.htm, http://www.mowca.org/).

A densidade deste tráfico marítimorepresenta um perigo iminente para osecossistemas chaves da região. Um acidenteimportante e implicando um petroleiro teriaefeitos devastadores a longo prazo e

ameaçaria a perenidade dos recursospesqueiros dos quais dependem asobrevivência de milhões de pessoas.O sector turístico também seria afectadose uma maré negra atinge-se às praias,os estacões balneares, em particular noSenegal e nas ilhas de Cabo Verde.A criação das PSSA’s nessas regiõesreduziria os riscos.

A colocação de uma serie de PSSA’s naregião poderia igualmente causar o problemada poluição recorrente, causada pelosnavios. Podem ser impostas restriçõesespeciais relativas ao vazamento diário dolixo aos navios em trânsito próximo daszonas críticas.

Rotas marítimas e posicionamentos observadosFigura publicado com a amável autorização doPrograma de gestão das águas de balastro.

Áreas protegidas na eco-região Marinha daÁfrica Ocidental.

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As AvaliaçõesAmbientais Estratégicas(EES) - o que é eporque nós temosnecessidade disso?Os EES são os instrumentos de avaliaçãousados principalmente pelos Governos(nacional, regional e local) que permitemtomar decisões ao mais alto nível paraencorajar o desenvolvimento durável. Elesgarantem que uma actividade ou umconjunto de actividades não prejudicam asactividades mais duráveis.

Os EES foram adoptados formalmente naaltura da conferência dos Estados membrosdas Convenções de Abidjan e Nairobi. OsMinistros decidiriam pôr na prática estaacção por causa da descoberta do petróleoe do gás em numerosos países. Odesenvolvimento das actividades petrolíferasnum país pode também ter um impacto emum ou vários outros países. Muitospescadores de África ocidentais já sãovítimas dos danos causados por mais de6000 derramamentos de petróleo, os quaisafectaram sobretudo o mangal do delta doNíger, que é um das zonas principais dereprodução de peixe de África Ocidental.

O EES ajudam os decisores políticos aarticular a sua planificação, isto é a passardo nível mais alto para os sectoriais, porexemplo, pelo facto de permitir avaliarsimplesmente as actividades ligadas aopetróleo, ao gás, as actividades mineiras, apesca, o turismo, etc. e individualmente

para implementar uma metodologia maisabrangente, holística e participativa emsectores múltiplos - por exemplo identificara forma como as actividades relativas aopetróleo, ao turismo costeiro, à agriculturae à pesca têm em conjunto impactos sobreos ecossistemas marinhos.Esta metodologia trata nomeadamenteos impactos cumulativos que existem paraos habitantes e o ambiente.

Um EES é realizado mais cedo nosprocessos de tomada de decisão que asavaliações de impacto ambiental e social(EIES) ao nível de um projecto e então, éconsiderado como um instrumento chaveque permite encorajar o desenvolvimentodurável. Um EES permite uma participaçãopública muito exaustiva na tomada dedecisão governamental e em vários sectoresde desenvolvimento. Um EES fixa tambémas normas do EIES e o SGE (sistemas degestão ambiental) que lhe precedem.

Um EES avaliará os riscos de poluição dasmarés a uma escala nacional, regional einternacional como também outrasactividades petrolíferas, inclusive o trânsitode navios petroleiros, como também apoluição ao longo das costas, e os impactoscumulativos de projectos existentes, a fim deprever como os projectos novos podem“ajustar-se" aos projectos existentes.

Recomendações

• Um instrumento de desenvolvimento durável;

• ajuda a maximizar os benefícios e o e os beneficiários;

• garante a coerência, a consistência e a coordenação;

• a base de transparência, da participação e do diálogo com osactores envolvidos;

• garante do envolvimento de todos os actores na tomada dasdecisões finais;

• fornecedor de um mecanismo de prevenção de conflitos e de suaresolução.

Avaliações ambientais estratégicas

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Vantagens das EES

Um EES regional fornece uma visão de altonível, o que permite acelerar e tornar maiseficiente e menos custoso o EIES ulterioresque serão efectuados ao nível do projecto.São os Governos que realizam as EES a fimde apoiar o processo decisional e participativo,que é melhor coordenado por um comité deinterministerial. A EES também deveria ser feitaà escala dos distritos provinciais se váriasactividades de extracção são previstas namesma região.

A EES identifica os grupos de actoresprincipais. A EES inicia um processo dediálogo e de aprendizagem para que osactores possam tomar em conta, juntos, osseus interesses comuns e as suaspreocupações como grupo mas não demaneira fragmentada e separada dentro dosdiferentes grupos de interesse. No seio daWAMER, por exemplo, centenas de milharesde pescadores tradicionais como também associedades comerciais de pesca, e ummercado turístico em plena expansão,dependem todos, dos recursos marinhos ecosteiros. Ele ajuda também a estabelecerconsensos sobre as questões maispertinentes, como proteger as zonas dereprodução de peixes como também as zonasprincipais de pesca e as zonas chaves como oMangal e os campos submersos.

Definição de uma EES1. A EES é um processo proactivo,

participativo, formal e sistemático. Esteprocesso é flexível e adaptado aosobjectivos. Todas as EES resultam numdocumento, o que não representa umaformalidade ocasional ou pontual.

As EES concentram-se em três categoriasprincipais de actividades, a saber:

3. A EES é concebida para identificar, prever,relatar, prevenir, compensar ou noutros casospara atenuar as consequências ao nívelsocial, ambiental ou na saúde, das políticas,dos planos ou dos programas que sãoavaliados. A EES melhora as vantagens daspolíticas, de um plano ou de um programa. AEES é particularmente eficaz quando se tratade prevenir dos erros onerosos que podemcausar danos enormes.

4. A EES é uma ferramenta de decisãoconcebido para favorecer os melhoresprojectos, retardar os projectos para osremeter em questão e ajudar a eliminar ospiores projectos de um programa. A EESajuda os decisores a fazer a sua escolhaentre diferentes opções. A EES’s eficientesclassificam as diferentes opções de umsector em uma ou várias categorias,segundo as suas qualidades, por exemploem mais ou menos duráveis, tendoimpactos sociais mais ou menos negativos /positivos. Assim, A EES pode reduzir anecessidade de EIES ao nível de umprojecto do tipo "analisa de alternativas."

5. A EES é inteiramente transparente eparticipativo, como foi por exemplo prescritopela Convenção de Aarhus das NaçõesUnidas. O objectivo é de alcançar umconsenso com base em informações prévias(CIP).

6. A EES incorpora então progressivamente umEIES convencional de projectos individuais.O EIES para o nível do projecto é reactiveporque selecciona um projecto propostopara de seguida avaliar os impactosambientais. O EIES que precede a EES serámais rápido e menos custoso porque só osmelhores projectos terão sido aceites e aanálise das alternativas não seriaobrigatoriamente necessária.

Numerosas EES’s foram efectuadas com bonsexemplos no Gana (Guia de avaliaçãoAmbiental Estratégico www.cea.lk/pdf/SEAGuideline.pdf), na Mauritânia, na Serra Leoa,no Reino Unido, na Noruega e na AméricaNorte, por exemplo no Canada.

Politicas

Planos EES

EIES

Programas

Projectos

EIES EES

Frequentemente reage a uma proposição em matériade desenvolvimento

Pode ser proactivo e permitir orientar as proposições em matéria dedesenvolvimento

Aborda um projecto específico Examinar as zonas, as regiões ou os sectores de desenvolvimento

Concentra-se nos impactos específicos do projecto Permite a criação de um quadro na qual é possível medir os impactose as vantagens

Tem um inicio e um fim bem definido e guia umadecisão particular em matéria de desenvolvimento

Pode ser concebido para garantir que as boas informações estejam disponí-veis para orientar as decisões a serem tomadas num certo período de tempo

A tendência é de avaliar principalmente os impactos eas vantagens directas de um desenvolvimento proposto

Permite avaliar os impactos cumulativos e identificar as implicações eas questões para o desenvolvimento durável

Concentra-se na atenuação dos impactosPermite concentrar, alcançar e manter um nível desejado de qualidadeambiental

Põe em evidência a declaração dos impactos num do-cumento utilizado para a tomada de decisão

É considerado mais um "processo"do que um “produto” porque aatenção é muito menos concentrada na redacção de um relatório

Diferenças entre O EIES e a l’EES

a) As políticas, a legislação e outras acçõesque orientam as regulamentações;

b) Os planos e as estratégias, inclusive osplanos regionais, os planos de base e osplanos sectoriais (por exemplo: os códigosnovos ou revistos para as águas nacionais,as actividades mineiras ou os hidrocarboneto,uma estratégia em matéria da redução depobreza, etc.); e

c) Os programas, ou um serie de programascoordenados ao invés de projectosespecíficos e individuais, em parte porqueos projectos específicos são identificadosquando a EES é terminada. Se sãopropostos inúmeros projectos, por exemplorelativos as actividades mineiras, petróleo ougás, para uma região, a EES examina aregião como um todo, aproveitando-se daslições tiradas de projectos similares que jáexistem na região, como dos impactoscumulativos.

2. Uma EES é programada o mais sedoque possível, de preferência assim que édecidido de elaborar uma política, um plano,um programa e muito antes que osprojectos individuais sejam identificados.A EES começa assim que se iniciamos trabalhos num dado sector.

DEAT (2007), Strategic Environmental Assessment Guideline, Integrated Environmental Guidelines Series 4 ISBN: 978-0-9802694-0-6. See also OECD Guidelines (http://www.oecd.org/dataoecd/4/21/37353858.pdf.)

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Introdução

Em muitos países em desenvolvimento, osprojectos de extracção de grandeenvergadura, não são objectos de umafiscalização eficaz por parte do Governo oudos cidadãos. Considerando que asempresas mineiras têm recursos financeiros,técnicos e políticos consideráveis e atravésdos quais podem fazer partilhar os seusinteresses comerciais, com a maioria dosGovernos em desenvolvimento e tambémcom a sociedade civil, mas em geral, estenão é o caso. Na ausência de umafiscalização eficiente, as empresas reduzemo nível das normas sociais e ambientais afim de baixar os seus custos e maximizar, acurto prazo, os seus benefícios financeiros,penalizando e explorando assim de umamaneira injusta as populações locais, oambiente e os Governos.

A fim de corrigir este problema, os cidadãoslocais têm que participar na fiscalização dasoperações do sector que tem influência nassuas vidas. Assim, os Governos devemsolicitar a criação dos Comités Consultivosdos Cidadãos (CCC) o que permite fornecerao público uma fiscalização competente nosdomínios do sector extractivo. Estescomités são financiados quer pelos lucrosdo Governo, como directamente, pelosector.

Enquanto os Governos ou as indústrias nãosão obrigados a criar os CCC’s, podembeneficiar do apoio ao processotransparência requerido pela iniciativa de

Transparência do Sector Extractivo (ITSE),como também, através de outras iniciativassemelhantes.

Estrutura e funçãode um CCC

Um CCC deve ser estruturado de forma adar uma voz directa aos cidadãos locaisdentro das sociedades ou do Governo,quando se trata de tomar decisões que ostocam e que têm uma influência sobre assuas respectivas comunidades. O grupodeve tornar-se "os olhos, as orelhas e a voz"da população local nas questõesrelacionadas com o sector.

O conselho de administração:

Um CCC deve ser dirigido por um conselhode administração (constituído na base dovoluntariado ou remunerado) quecompreende os membros que representamas comunidades locais e as grandesaglomerações de cidadãos que podem serafectados pelo projecto. Membros doconselho de administração podem, porexemplo, representar a população nativa, apesca comercial, a aquacultura, aconservação, o lazer, o turismo, ascomunidades locais, os grupos tribais, etc.São os respectivos administrados queescolheriam os membros do conselho deadministração e que assegurariam os seus

Recomendações

• O Governo deve solicitar a criação de um CCC de forma que oprojecto possa respeitar as exigências legais;

• o CCC deve existir durante todo o período de duração do projectoou projectos;

• um financiamento suficiente e adequado é um elemento essencial;

• com garantias adequadas, um grupo de cidadãos pode serindependente mesmo quando beneficiar de financiamentosprovenientes do sector. O financiamento não deve ser subordinadoa nenhuma condição;

• o CCC deve representar todos os grupos de actores envolvidos eque podem ser afectados pelo projecto;

• os membros do conselho de administração devem ser nomeadose exercer os seus respectivos mandatos somente com oconsentimento dos grupos de actores envolvidos.Eles não devem ser controlados pelo sector ou pelo Governo;

• os membros do conselho de administração não precisam de serobrigatoriamente peritos e especialistas;

• a cooperação funciona melhor que a confrontação;

• o conflito é inerente mas uma base comum é possível;

• concordar na forma de estar em desacordo reduz o conflito;

• a lógica permite desenvolver a paixão de persuadir, utilizandoargumentos científicos, etc;

• uma missão e uma identidade clara devem ser estabelecidas desdeo inicio.

Comités consultivos dos cidadãoscom o objectivo de assegurar a fiscalizaçãodo sector da extracção

WWF WAMERBureau du programme marin pour l’Afrique de l’Ouest9639, Sacré Cœur IIITél. : +221 338 693 700 / Fax : +221 338 693 [email protected]

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respectivos mandatos, com o acordo destesúltimos. Os membros não devem serescolhidos pelo sector ou pelo Governo.Um CCC também pode ter vários membrosde direito, sem direito a voto dentro doconselho de administração e querepresentam as respectivas AgênciasGovernamentais.

O Conselho de Administração deve reunir-seregularmente e em cada reunião, osrepresentantes do sector e do Governodevem fazer um relatório das suasoperações e auscultar as preocupaçõesdos cidadãos. Esta troca regular é umaforma de comunicar o que é crucial paraos interesses de cada mandatado e permiteresolver os problemas num ambienteconstrutivo. O Conselho de Administraçãoassume a responsabilidade do recrutamentodo pessoal, do estabelecimento dasrecomendações políticas e das dotaçõesdo orçamento anual.

O pessoal:

As actividades diárias do CCC sãoassumidas por um pessoal remunerado.No pessoal, de acordo com as decisõesdo Conselho, pode ser incluído um DirectorExecutivo, os Directores Adjuntos, umDirector de Informação junto ao público,uma pessoa responsável da ligação com ascomunidades locais, um Director Financeiro,os Directores de Projectos e uma pessoaencarregada do apoio administrativo.

As comissões:

A maior parte dos trabalhos de um CCCpode ser desenvolvida através de comissõestécnicas, cada uma delas tendo um

encarregado específico de ligação com opessoal. Caberá ao Conselho deAdministração criar e nomear estascomissões com base na experiência, nacompetência, no interesse e na vontade decumprir o seu mandato. As comissõesrecomendam algumas acções ao conselhode administração e implementam a pesquisaaprovada e financiada pelo conselho deadministração.

As responsabilidades:

A missão global de um CCC é permitir aoscidadãos de assegurar um maior respeitopelas normas em matéria deresponsabilidade ambiental e social dosprojectos industriais. O CCC deverá estarhabilitado a oferecer o serviço de fiscalizaçãoem todos os aspectos da evolução dosector extractivo na região, permitindo aexploração, a extracção, o transporte,o refinamento, a colecta das receitaspúblicas, a gestão dos riscos como tambéma conformidade em relação as normasambientais. O CCC deve oferecer o serviçode fiscalização, de aconselhamento e deadvocacia em questões como: o lugar noqual seria adequado permitir a realizaçãoda exploração, as taxas da extracção dareserva, as normas em relação a MelhorTecnologia Disponível (MTD), a prevençãode acidentes e a preparação da intervenção,a responsabilidade em matéria de direito,o controle ambiental, as reformasregulamentares, as receitas e os impostos,etc.

Por indicação do seu conselho deadministração ou das suas comissões, oCCC deve solicitar a realização de estudoscientíficos independentes e de relatóriossobre as questões pertinentes para a

população, as médias, as agênciasgovernamentais, os órgãos legislativos eo sector. Esta pesquisa implementadas emcolaboração com o Governo e a indústriaencorajam o desenvolvimento de um maiorespírito cooperativo entre estes grupos,minimizando ao mesmo tempo, o conflito ea discordância.

O Financiamento:

Um financiamento de grande envergadura eestável é um elemento crucial para um talgrupo. O orçamento deverá corresponder àsresponsabilidades do CCC. O conceito dopróprio CCC diferencia-se de outrasestruturas consultivas porque dispõe definanciamentos suficientes para realizar o seutrabalho. Normalmente, aproximadamente1/3 do orçamento anual é reservado aopessoal, 1/3 para a administração, a saber oaluguer do escritório, o material de escritório,o equipamento, as avaliações, etc. e 1/3 paraa pesquisa e os contratos.

Existem diferentes possibilidades potenciaisde apoio financeiro incluindo: umfinanciamento directo da parte do sectorextractivo (com garantias suficientes contra ainfluência e o controle do sector). Fazendoface a falta de apoio directo das empresasextractivas, as Instituições FinanceirasInternacionais (IFI) podem solicitar asempresas beneficiárias dos seusempréstimos, de criar e financiar aparticipação independente e credível dapopulação como condição para estesempréstimos. A curto prazo, pode serconcedido um apoio provisório aolançamento, através de organizaçõesfilantrópicas e Organizações NãoGovernamentais (NGO).

Evitar a corrupção e a assimilação:

Para evitar a corrupção financeira, um CCCdeverá solicitar que auditorias anuais sejamrealizadas por empresas independentes eelaborar relatórios dos resultados que serãopublicados nos relatórios anuais, aos quaisa população tem acesso. Políticas clarasrelativo ao conflito de interesse e de divulgaçãoem relação aos directores e ao pessoaldevem ser estabelecidas. Para limitar o riscode assimilação do sector, os membros doCCC devem ser responsabilizados emrelação aos seus pares e perante as partese respeitar altos níveis de transparência eisenção. Finalmente, são os grupos decidadãos representados dentro do CCC quecontrolam o processo e não o Governo ouo Sector.

ConclusãoPor causa das vantagens óbvias, os quaispodem beneficiar a governação democráticae o desenvolvimento durável, recomenda-seque os Governos solicitem a criação dosComités Consultivos dos Cidadãos.Tais comités permitem estabelecer um nívelincomparável de transparência e deenvolvimento de uma população beminformada e esclarecida em matéria deactividades industriais, o que é umacondição prévia muito importante paraconseguir construir uma sociedade próspera,solidária, justa e durável.

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Avaliação dos riscosdo derramamentode petróleo

A História nos mostra claramente que é difícilde restabelecer os ecossistemas e a economiaapós a maré negra. Os Governos devem estarpreparados a implementar contra-medidaspara as marés negras, a sua granderesponsabilidade nesta matéria é no entanto,de prevenir-se de um tal acontecimento, omais que possível.

Em matéria de prevenção é importanteidentificar as zonas de risco. Uma avaliaçãodos riscos da maré negra deveria identificartodas as causas, as fontes, os tamanhos etodos os lugares e tipos de substânciaspotencialmente perigosas que poderiam servertidas, como também as características epotenciais trajectórias.

Esta análise permita saber onde existe o riscode uma maré negra de grande envergadura eonde a acção de prevenção do Governodeveria ser concentrada.

Por outro lado, a avaliação de riscos deveincluir uma análise detalhada de todos osambientes, espécies e grupos das pessoasque podem correm um risco qualquer, face asmarés negras de grande envergadura.

As medidas deatenuação e reduçãodos riscos poderãoincluir os elementosseguintes para otráfico marítimo:

• Sistemas de administração e vigilância dotráfico de navios;

• Restrições de entrada e saída dos portos,carregar e descarregar por causa dasintempéries;

• Equipamentos adicional de apoio anavegação, por exemplo as bóias, os faróis,os marcadores de canal, etc.;

• Normas de verificação dos navios, a saber ocasco duplo, as condutas com sistemasrecorrentes de segurança e os sistemas demotor, propulsores de proa, etc. ;

• Exigências mais rígidas em matéria depilotagem nas rotas marítimas perigosa (commarinheiros locais na ponte);

• Barcaças de salvação e/ou de escolta prontosa intervir durante o trânsito de navios cisterna;

• Protocolos mais rígidos de inspecçãoenquanto os navios cisternas se encontramatracados no porto;

• Colocar barreiras contra o derrame em redordos navios cisterna durante o carregamentoe o descarregamento.

Recomendações

• Efectuar de forma abrangente avaliações de risco,e de vulnerabilidades;

• exigir que operadores tenham seguros com cobertura suficientes,e compensatórios em caso de limpezas provocadas por derrames;

• ratificar tratados internacionais e convenções relevantes;

• insistir nos mais elevados padrões de segurança para todas asoperações, nomeadamente a perfuração, o armazenamento,a transferência, e o transporte;

• garantir que Estudos Estratégicos Ambientais (SEA), e Estudosde Impacto Social e Ambiental (ESIA) sejam efectivamenteindependentes;

• estabelecer um Fundo Nacional para derrame de óleos;

• garantir que operadores e equipas de resposta estejamadequadamente equipadas e capacitadas.

Prevenção contra oderramamento do petróleoe contra-medidas

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Para os governos, é importanteidentificar os principais riscoscausados pelas marés negras, paraos minimizar o mais possível e de sepreparar suficientemente.

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Outros protocolos semelhantes relativos aredução dos riscos de derrame deveriam serimplementados para as outras fontespotenciais de derrame e compreendendo osterminais, os oleodutos, as plataformas, oFPSO, etc. Estes protocolos consistem emverificações feitas por engenheirosindependentes e mandatados pelo Governopara todas as instalações petrolíferas, eminspecções regulares e a manutenção detodas as instalações como também aexigência da Melhor Tecnologia Disponível(MTD) para todas as instalações petrolíferas.

Reposta a maré negra /Plano de emergência

Além se atenuar e reduzir o mais possível osriscos de maré negra os Governos têm que sepreparar também correctamente para umaampla maré negra. Eles devem criar um planode emergência nacional relativo a maré negrae exigir que todas as instalações petrolíferas eos armadores façam aprovar os própriosplanos de emergência relativo a derramamentodo petróleo pelo Governo.

Os planos de emergências deveriam consistirnum plano detalhado em matéria de marénegra e tomar em conta um máximo derrameprovável. Estes planos deveriam serestruturados em base de um sistema a trêsníveis que dependem do tamanho da maré:

• Nível I - resposta unicamente com os meioslocais;

• Nível II - requer capacidades adicionais deorganizações que se encontram no país; e

• Nível III - requer a ajuda de consórciosinternacionais de resposta as marés negras.

Os planos de emergência relativo as marésnegras devem conter os elementos osseguintes:

1. Estancar a fonte da maré a fim de parar ofluxo de petróleo,

2. Normas de planificação das acções dereposta: exigência para os operadores parapoderem recuperar 300.000 barris de óleoda superfície do mar em 72 horas, incluindotodo o equipamento e pessoal prontos aintervir para realizar uma tal tarefa (como é ocaso no Alasca).

3. Organização das acções de resposta:coordenadas do pessoal que implementaráas acções contra à maré, o sistema decomando para o incidente, como estaspessoas serão contactadas, a formaçãodeles e as autoridades financeirascontratantes.

4. Fundo nacional da maré negra: todos osgovernos deveriam estabelecer um fundonacional para financiar a prevenção e osesforços de combate ao derramamento dopetróleo, e que talvez, pode ser efectuadona base de um imposto com valor nominalde 0,05 dólar americano por barril e sobretodo o petróleo produzido, importado outransportado através das suas fronteiras.Este fundo estaria disponível para todos osesforços desenvolvidos pelos Governos emmatéria de prevenção da maré negra e doseu combate, inclusive nas acções deemergência e/ou urgência.

5. Estancar a maré: suficientes barragens dopetróleo, de absorventes, de equipamentode armazenamento para o petróleorecuperado (barcaças, diafragmas, etc.)devem estar pronto a intervir.

6. Protocolos dos dispersantes: o plano queindica onde, como e em que condições assubstâncias químicas dispersantes e/oucoaguladoras são aprovadas para o usono combate da maré negra. O uso dosdispersantes deve ser aprovado só paraas zonas offshore onde a profundidade deágua é superior a 100m, onde a misturapetróleo / dispersante não entrará emcontacto com um ambiente sensível comofundos marinhos, o ambiente costeiro,o mangal, os recifes de corais e quando osventos têm uma velocidade da ordem de10 para 20 nós e com alturas de ondade 0,5 a 1m.

7. Protocolos para a queima: o plano queindica o lugar e as condições nas quais oa queima de uma óleo é aprovada.

8. Limpeza das costas: um plano que permiterecuperar o óleo que chega as costas,e compreende:

• Tecnologias de limpeza a usar: limpeza comágua a alta pressão e/ou com água quente ondee quando se revela vantajoso e bio-despoluição(colocação de adubo e ou de bactérias paraapressar a "deterioração natural");

• Os absorventes e reservatórios nos quais opetróleo recuperado será transferido earmazenado;

• Os materiais a utilizar; e

• O pessoal próximo e para qualquer tipo delimpeza e como este pessoal seráhospedado / acompanhado.

Seria necessário incluir um plano que permitetambém usar, formar e assegurar a protecçãodos voluntários no momento de uma limpezada costa.

9. Eliminação do lixo: identificar os lugares eas metodologias que permitem eliminaro petróleo e materiais sujos recuperados,inclusive o reprocessamento do petróleorecuperado em produto útil, a sabero revestimento, a refinação, etc.

10. Combate pela fauna e flora: um plano paracuidar de fauna e flora dentro e ao redor dazona afectada por uma maré, incluindo:

• comment et quand tenter de récupérer la faunesouillée et ce, sans effrayer les autres animauxqui n’ont pas été souillés mais pourraient seretrouver dans la zone touchée par la marée ;

• Como e quando tentar recuperar a fauna sujae isso, sem amedrontar os outros animaisque não estiverem sujos mas que poderiamencontrar-se na zona afectada pela maré;

• Esforçar por manter a fauna que não estevesuja a distancia das rotas tomadas pela maré;

• Os protocolos de desinfecção para evitartoda a transmissão de doença eminstalações de armazenamento, e

• Os protocolos de liberação, nos jardinszoológicos, ou na natureza, etc.

11. Exercícios de alerta para as marés: osGovernos devem exigir da parte de todosos operadores de responder aos exercíciosde alerta contra as marés, que eles sejamanunciados ou não, incluindo os exercíciosteóricos e os exercícios de mobilizaçãocompleta no qual o equipamento e opessoal são deslocados e isso, como setrata-se de uma maré real.

12. Avaliação dos danos: um plano que fazuma avaliação completa ao nível ambiental,social e económico dos danos causadospor uma maré, identificando as agênciasque participarão no combate, os estudos ea colecta de dados a efectuar, assim comoa colecta e tratamento da informaçãorelativa ao impacto económico sobres osempreendimentos, a saber no sector dapesca, do turismo, etc. para apoiar ospedidos de indemnização a enviar ao quecausou esta maré, sua seguradora ou paraos organismos internacionais deindemnização no caso de derramamentopetróleo, a saber o FIPOL.

13. Restauração: neste plano, as diferentesmedidas de restauração ambiental sãoutilizadas (a) de forma que toda apopulação afectada pela maré seja repostanas condições precedendo a maré; (b) pararestabelecer ou encontrar uma substituiçãoaos recursos afectados; ou (c) achar umoutro acordo ambiental positivo paraenfrenta os danos sofridos.

14. Regulamentos de revisão: os Governosdeveriam rever e melhorar seus estatutos eregulamentos de prevenção e de combatecontra a maré negra, e em particular assuas normas de responsabilidade face auma maré negra para assegurar que elescorrespondem às normas internacionaismais rígidas.