petrarca

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Francesco Petrarca (Arezzo, 20 de julho de 1304 — Arquà, 19 de julho de 1374) foi um intelectual, poeta e humanista italiano, famoso, principalmente, devido ao seu romanceiro. É considerado o inventor do soneto, tipo de poema composto de 14 versos. Foi baseado no trabalho de Petrarca (e também de Dante e Boccaccio) que Pietro Bembo, no século XVI, criou o modelo para o italiano moderno, mais tarde adotado pela Accademia della Crusca. Pesquisador e filólogo, divulgador e escritor, é tido como o "pai do Humanismo".1 Mas esse grande latinista deve sua fama principalmente a seus poemas, redigidos em língua italiana.

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Petrarca

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Page 1: Petrarca

Francesco Petrarca (Arezzo, 20 de julho de 1304 — Arquà, 19 de julho de 1374) foi um intelectual, poeta e humanista italiano, famoso, principalmente, devido ao seu romanceiro. É considerado o inventor do soneto, tipo de poema composto de 14 versos. Foi baseado no trabalho de Petrarca (e também de Dante e Boccaccio) que Pietro Bembo, no século XVI, criou o modelo para o italiano moderno, mais tarde adotado pela Accademia della Crusca.

Pesquisador e filólogo, divulgador e escritor, é tido como o "pai do Humanismo".1 Mas esse grande latinista deve sua fama principalmente a seus poemas, redigidos em língua italiana.

Page 2: Petrarca

A LÍRICA CAMONIANA – poesia de transição

Luís de Camões é considerado o maior poeta português de sempre. A sua produção poética lírica constitui uma admirável síntese artística da lírica tradicional portuguesa, das grandes correntes literárias e linhas de força ideológicas do seu tempo (Petrarquismo, Neoplatonismo,…) e da influência clássica (Virgílio, Teócrito, Horácio, Ovídio, etc.) Essa síntese do antigo e do novo, tanto nos temas como nas

formas, constitui um dos momentos mais altos, se não o mais

alto, na evolução da lírica portuguesa, porquanto o poeta não se limitou a receber e continuar uma tradição, a imitar os clássicos, a assimilar o neoplatonismo cristão ou a seguir Petrarca. Para além de todas as influências, […] Camões soube repassar os seus poemas da sua experiência vivida (os seus amores, ilusões e desenganos, as frustrações, cansaços e recordações, a observação do real,

etc.), emprestando‐lhe um grande dramatismo, uma vibrante autenticidade, impondo‐se‐nos não só como exemplo do humanismo renascentista mas, sobretudo, como poeta

que reflecte sobre os grandes problemas do homem, «bicho da terra vil e tão

pequeno», sempre inquieto, instável, verdadeiro titã que se interroga perante o tempo,

a mudança, a vida e o Destino, que é perseguido, que sofre a ingratidão dos homens e os ardis do desconcerto do mundo, que chega a ceder ao pessimismo e cuja obra se constitui em autêntico momento de afirmação humana.

VERTENTE CLÁSSICA OU RENASCENTISTA

Influência Petrarquista (Francesco Petrarca, poeta italiano)

O retrato idealizado da mulher amada. Ela caracterizada e descrita como sendo uma deusa, um objeto divino – é intocável, misteriosa e sempre ausente. A ausência permite ao poeta ver mais intensamente dentro da alma a essência da sua beleza, de que os cabelos, os olhos e as faces são apenas um reflexo

da beleza divina. Assim, a idealização da mulher concretiza‐se, sobretudo, em retratos em que o aspeto físico atinge a

impessoalidade do convencional ‐ olhos sempre

claros,cabelos louros, tez nívea, faces rosadas – e o

aspeto espiritual se caracteriza pela serenidade, a doçura do riso, a brandura do gesto (rosto) sossegado. Esta visão da mulher traduz, também, a conceção platónica do amor ideal e inacessível.

A conceção do amor puro e ideal já se encontrava nas cantigas de amor. Petrarca renovou essa conceção, criando o modelo da mulher perfeita, divina, emanação de Deus, da qual brota o que há de belo na Terra. O amor é uma aspiração a um objeto inatingível. Inatingível porque não existe neste mundo. O que aqui se vê é um reflexo do verdadeiro modelo, essência que mora num mundo superior – o mundo inteligível ou das ideias. Assim, o verdadeiro amor

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(amor platónico) é um sentimento ausente de desejo físico, mas apenas concentrado na contemplação de uma deusa – a mulher amada.

Os efeitos contraditórios do amor, que levam à inconstância no estado de espírito do sujeito poético.

A invocação da Natureza, ora como reflexo, ora como contraste do estado de alma do sujeito: alegre se a amada está presente; triste se ela se ausentou ou a relação amorosa se rompeu.

1.2. Influência de Platão (filósofo):

• Platão considerava a existência de dois mundos: o mundo sensível, que nos rodeia e no qual vivemos e o mundo inteligível, mundo em que vive Deus, mundo ideal, onde impera a Suprema Beleza, Bondade e Justiça. A beleza da Natureza e o encanto físico e moral da mulher amada, presente no mundo sensível, não são mais do que um reflexo da beleza divina, presente no mundo inteligível. Esta teoria platónica já estava presente na poesia provençal e na poesia petrarquista, que divinizava a mulher por a considerar um raio de eterna luz, raio da divina formosura.

Influência greco ‐ latina (de poetas, como Virgílio, Homero, etc.)

a brevidade da vida que traduz a angústia do poeta perante a passagem do tempo e a aproximação inevitável da morte

a mudança;

o elogio da vida rústica, campestre, em que o poeta descreve a vida calma dos lavradores e dos pastores, o colorido da paisagem, os frutos saborosos, em contraste

com a agitação da guerra e da vida urbana e cortesã.

A nível da forma:

• Métrica (medida nova):

Versos decassílabos (10 sílabas métricas);

Menos frequente versos hexassílabos (11 sílabas métricas).

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Variedade estrófica:

Soneto – composição poética fixa de assunto fundamentalmente lírico ou amoroso, constituída por catorze versos distribuídos por duas quadras e dois tercetos. Os versos são decassílabos e o esquema rimático mais frequente é abba/ abba/ cdc/ dcd. Quanto ao conteúdo, o soneto,

normalmente, desenvolve‐se em quatro partes:

a b 1ª quadra: a p r e s e n t a ç ã o do b tema a

a b b

2ª quadra: desenvolvimento

a

c d 1º terceto: confirmação c

d

c 2º terceto: conclusão ou síntese de todo o

d conteúdo do poema («chave de ouro»)