pesquisadores da ufg integram projeto nacional de nanotecnologia · 2013. 1. 4. · jornal ufg...

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ANO III N O 18 MAIO/2008 PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Impresso Impresso Impresso Impresso Impresso Especial Especial Especial Especial Especial 580/2004-DR/GT UFG CORREIOS Curso de Medicina entre os melhores Esta edição vem acompanhada de um Su- plemento Especial dedicado ao ex-reitor da instituição, professor Ricardo Bufái- çal, falecido no dia 9 de abril. Por 30 anos o professor empenhou seus serviços e sua competência à UFG. A publicação traz artigos e reportagens que revelam o ser humano e os avanços obtidos du- rante sua gestão. Homenagem Pesquisadores da UFG integram projeto nacional de nanotecnologia Pesquisadores da UFG integram projeto nacional de nanotecnologia Dos 103 cursos de Medicina avaliados pelo Enade e pelo Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD) somente seis alcançaram a pontuação máxima nas duas avaliações, dentre eles, o da UFG. Pág. 5 Fotos: Carlos Siqueira Os professores Patrícia Sartoratto e Denílson Rabelo, do Instituto de Química, o professor Andris Bakuzis, do Instituto de Física, e mais 20 pesquisadores de outras instituições brasileiras se uniram para realizar a “Pesquisa e desenvolvimento de óleos isolantes magnéticos para transformadores”. A união de esforços tem garantido reconhecimento nacional ao projeto. Págs. 8 e 9

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Page 1: Pesquisadores da UFG integram projeto nacional de nanotecnologia · 2013. 1. 4. · Jornal UFG MEMÓRIA Goiânia, maio de 2008 3 Entrevista: Moema de Castro e Silva Olival por Maria

ANO III NO 18 MAIO/2008

PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ImpressoImpressoImpressoImpressoImpressoEspecialEspecialEspecialEspecialEspecial

580/2004-DR/GTUFG

CORREIOS

Curso de Medicinaentre os melhoresEsta edição vem acompanhada de um Su-

plemento Especial dedicado ao ex-reitorda instituição, professor Ricardo Bufái-çal, falecido no dia 9 de abril. Por 30 anoso professor empenhou seus serviços esua competência à UFG. A publicaçãotraz artigos e reportagens que revelamo ser humano e os avanços obtidos du-rante sua gestão.

Homenagem

Pesquisadores daUFG integramprojeto nacionalde nanotecnologia

Pesquisadores daUFG integramprojeto nacionalde nanotecnologia

Dos 103 cursos de Medicina avaliadospelo Enade e pelo Indicador de

Diferença entre os DesempenhosObservado e Esperado (IDD) somente

seis alcançaram a pontuação máximanas duas avaliações, dentre eles, o da

UFG. Pág. 5

Fotos: C

arlos Siqu

eira

Os professores Patrícia Sartoratto e DenílsonRabelo, do Instituto de Química, o professorAndris Bakuzis, do Instituto de Física, e mais20 pesquisadores de outras instituiçõesbrasileiras se uniram para realizar a “Pesquisae desenvolvimento de óleos isolantesmagnéticos para transformadores”. A união deesforços tem garantido reconhecimentonacional ao projeto. Págs. 8 e 9

Page 2: Pesquisadores da UFG integram projeto nacional de nanotecnologia · 2013. 1. 4. · Jornal UFG MEMÓRIA Goiânia, maio de 2008 3 Entrevista: Moema de Castro e Silva Olival por Maria

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PUBLICAÇÃO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃODA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ANO III – NO 18 – MAIO 2008

ASCOM – Reitoria da UFG – Câmpus SamambaiaC.P.: 131 – CEP 74001-970 – Goiânia – GO

Tel.: (62) 3521-1310 /3521-1311 – Fax: (62) 3521-1169www.ufg.br – [email protected] – www.ascom.ufg.br

ReitoriaReitor: Edward Madureira Brasil; Vice-reitor: BeneditoFerreira Marques; Pró-reitora de Graduação: SandramaraMatias Chaves; Pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação:Divina das Dores de Paula Cardoso; Pró-reitor de Exten-são e Cultura: Anselmo Pessoa Neto; Pró-reitor de Admi-nistração e Finanças: Orlando Afonso Valle do Amaral;Pró-reitor de Desenvolvimento Institucional e RecursosHumanos: Jeblin Antônio Abraão; Pró-reitor de Assuntosda Comunidade Universitária: Ernando Melo Filizzola.

Jornal UFGAssessor de imprensa e editor-geral: Magno Medeiros;Editora executiva: Silvana Coleta Santos Pereira; Editoraassistente: Silvânia de Cássia Lima; Conselho Editorial:Angelita Pereira, Goiamérico Felício Santos, Maria das

OPINIÃO Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

CÂMPUS EM FOCOEDITORIAL

SILVÂNIA LIMA*

Graças Castro, Silvana Coleta Santos Pereira,Venerando Ribeiro de Campos, Mercês PietschCunha Mendonça; Suplentes: Valéria MariaSoledade de Almeida e Ellen Synthia Fernandesde Oliveira. Revisão: Ana Paula Ribeiro Lopes;Projeto gráfico e editoração eletrônica: CleomarGomes Nogueira; Fotografia: Carlos Siqueira,Repórter: Maria Glória; Equipe administrativa:Amália Magalhães e Leny Borges. Bolsistas: AllanKardec Braga, (Design Gráfico); Vinícius Batista(Fotograf ia) e Ana Paula Vieira, Ana FláviaAlberton, José Eduardo Umbelino, Lutiane Portílho,Pedro Ivo Freire (Jornalismo).

Impressão: Centro Editorial e Gráfico da UFG(Cegraf)

Desafiosda gestãopública

Os seis alunos que reali-zaram mobilidade internacionalna Escola de Engenharia Elé-trica e de Computação da GrazUniversity, na Áustria, usufruí-ram da possibilidade de inter-câmbio garantida pelo convêniocelebrado em novembro de 2006entre a UFG e a instituição aus-tríaca. Na oportunidade, osacadêmicos de Engenharia Elé-trica puderam, além de conhe-cer a estrutura da universidade, acom-panhar os ensaios elétricos e as simu-lações computacionais que são realiza-das nos laboratórios da instituição. Du-rante a visita, os seis acadêmicos tive-

O professor e coordenador do Nú-cleo de Estudos Africanos e Afro-Des-cendentes da Universidade Federal deGoiás (Neaad), Alex Ratts, em conjun-to com outros professores e estudan-tes prestaram homenagem, no dia 14de abril, à professora Olga Cabrera. Cri-adora do Centro de Estudos Caribe Bra-sil (Cecab), Olga constituiu um vastoacervo bibliográfico reunindo temas que

Professora Olga Cabrera recebe homenagemabrangem da literatura afro-americanae caribenha aos estudos culturais, ét-nico-raciais, de gênero, de migração,história oral, entre outros.

Devido a sua aposentadoria, aprofessora cedeu aos cuidados doNeaad todo o material do Cecab quecompreende mais de 600 exemplaresde livros, revistas, monografias, dis-sertações e teses.

De volta ao Brasil

ram a orientação da professora CacildaRibeiro. Na foto, os alunos em visita téc-nica a uma subestação de energia elétri-ca, na cidade de Viena, realizada juntocom os alunos da Universidade de Graz.

Não alimente os macacos. Esse é oprincipal objetivo da campanha “De voltapra natureza” elaborada pela equipe dePublicidade e Propaganda da Assessoriade Comunicação da UFG. A coordenadorado projeto, professora Thalita SasseFróes, afirma que essa é a primeira deuma série de campanhas a serem reali-zadas para a conscientização de que épreciso deixar de oferecer alimentos aosmacacos que vivem no bosque no entor-no do câmpus II. A facilidade de ofertafaz com que os bichos deixem de buscarseus alimentos naturais, que causa do-enças e desequilíbrio ecológico.

Conscientização

Fotos: V

iníciu

s Batista

Fotos: V

iníciu

s Batista

Divu

lgação

serviço público já deu lugar ao “autoritarismo”, ex-presso pelas desigualdades das relações de poder,sempre concentrado na figura do chefe – não é à

toa que, no passado, serviu de acolhida às aberrações domilitarismo. Havia a figura dos protegidos pelo “pisto-lão” e daqueles que “carregavam o piano” ou os “burrosde carga”. O mecanismo era sustentado pelo medo dapunição administrativa. Felizmente, essas práticas nãomais prevalecem e as palavras entre aspas já não per-tencem ao nosso vocabulário.

Permanecer nesse processo custou ao serviço pú-blico o saldo do descrédito. Instituições inchadas de pes-soas supostamente desqualificadas, com altos saláriose sem produção. Essa foi a imagem difundida à socieda-de. Era de se esperar a agregação de mais um elemen-to, o preconceito.

Ao ritmo dos demais processos sociais, esse quadrovem mudando favoravelmente. Sejam pelas demandas dasociedade que impulsionam os investimentos governamen-tais, pela democratização do acesso à informação dentreoutros fatores, o fato é que hoje temos a convicção de quea empresa pública pode dar certo sim, se bem gerida.

Instituições como as universidade não são maiscompletamente engessadas, deixam de ser “agentes pas-sivos” e, aos poucos, experimentam autonomia. A ges-tão pública, hoje, vai além de meramente cumprir pro-tocolos ou de “apagar incêndios” e, ao invés de apenasesperar as soluções verticais dos órgãos públicos supe-riores para os seus problemas, estabelece parcerias,busca novas fontes de recursos e alternativas para assuas questões.

O fortalecimento da gestão (empresa) pública passapela capacidade de superar problemas com o apoio daprópria comunidade. Isso exige amadurecimento, adqui-rido com práticas democráticas e cidadãs – discussão,agregação de idéias e ação. Quando se aliam a isso bonsdirigentes, sejam patronais ou sindicais, empenhadosnum mesmo objetivo, o ganho é natural.

A Universidade Federal de Goiás pode se orgulhar deser um exemplo de resistência, sem nunca ter deixado decrescer, graças às boas gestões que tem experimentadoao longo de sua história. Seguindo essa linha, a atual equi-pe de gestores tem realizado um trabalho integrado, bus-cando atender todas as áreas, inclusive levando simulta-neamente as ações aos câmpus do interior.

Obviamente, muito ainda há por ser feito – e assimsempre será, pois vivemos processos – mas o que impor-ta é o caminho que está sendo trilhado, sob uma novaconcepção de empresa pública. Uma gestão, em que oque importa é a solução e não o problema, em que o fa-tor humano seja valorizado – a chave de tudo –, não sópor meio do salário, mas com treinamentos e melhoriadas condições de trabalho; em que haja planejamento e,principalmente, que considere a satisfação dos seus cli-entes – no nosso caso, os alunos e a sociedade em geral.

*Silvânia de Cássia Lima – Servidora pública da UFG,editora assistente do Jornal UFG

O

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3MEMÓRIA Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

Entrevista: Moema deCastro e Silva Olivalpor Maria Glória

Ao iniciar esta entre-vista, a primogênita do fun-dador da Universidade Fede-ral de Goiás, a professoraaposentada da Faculdade deLetras, Moema de Castro eSilva Olival, afirma que égrande a responsabilidadede traçar o perfil de umguerreiro e idealista, de re-lembrar as ações de umhomem público, de falar dosideais de um visionário, dedescrever a atuação de um‘soldado da cultura e da edu-cação’: professor ColemarNatal. “Ele nos deixa umalição confortadora: a de quecada um de nós pode pegareste bastão e levá-lo emfrente – o fato é realizável.Como diria o pensador fran-cês Jean Cocteau: Não sa-bendo que era impossível,ele foi lá e fez”.

Apesar de considerardifícil a sua missão de dei-xar registrada na históriade Goiás a participação pú-blica de seu pai, a professo-ra o faz com prazer. Em 2007organizou um livreto come-morativo do centenário deColemar Natal e Silva e emmarço deste ano lançou olivro Diálogos plurais, que,em um dos módulos, faztambém o registro de fatosque marcaram a participa-ção política de Colemar nahistória de nosso estado.

Em 2007, alguns eventosculturais marcaram o cen-tenário de Colemar Natale Silva. Em um deles asenhora fez o lançamen-to de um livreto comemo-rativo. Fale um poucodessa obra.

Moema de Castro – Olivreto, por mim organiza-do, traz uma síntese dosgrandes feitos de ColemarNatal na área da cultura eda educação. Aborda o pro-

Moema de Castrorelembrahistória da UFG

cesso de criação da univer-sidade, o desenrolar de seupercurso como fundador eprimeiro reitor da UFG. Aobra também reporta às di-ficuldades por ele encon-tradas. Para isso, eu reu-ni textos testemunhais devários pioneiros. O livretoé uma peça preciosa para ofuturo, para a pesquisa. Eeu me incumbi de levar adi-ante a memória em tornodo nome dele, de deixar re-gistrada, impressa, a suahistória de vida pública. Amemória da gente é muitofrágil. Ela desbota com otempo e, o que é pior, as ver-sões aparecem. Então, nóstemos que firmar isto parao futuro, para os pesquisa-dores.

A senhora acompanhou deperto o processo de cria-ção da UFG?

Moema de Castro –Acompanhei o tempo todo.Vi a luta e o sonho de Co-lemar e também o seu de-sespero diante de algumassituações difíceis, que po-deriam emperrar o proces-so. Mas apesar dos obstá-culos, ele seguiu sempreem frente. Acreditou noque estava fazendo. Era umgrande idealista. Cada eta-pa vencida era uma gran-de satisfação – um motivode comemoração. Ele ti-nha um espírito de pionei-

rismo, difícil de ver hoje.Antes de assumir a lide-rança do movimento pelacriação da UFG, iniciadopor estudantes, Colemarera diretor da Faculdadede Direito. Foi uma lutamuito grande. Já havia,na ocasião, a Universida-de Católica de Goiás. E,por motivos óbvios, a Ca-tólica não tinha interes-se na criação de uma ou-tra universidade. Houveconflitos internos e exter-nos, mas tudo superadoem nome do idealismo.Foi uma época agitada.Mas a idéia de criar umauniversidade pública dequalidade foi se firmando.De modo que a universi-dade surgiu de uma luta.Uma luta, inclusive, de ca-ráter político. Na época, opresidente Jânio Quadrostinha dito que não ia fun-dar nenhuma faculdadeaqui. Mas Colemar seguiucom seu ideal até o fim.

Na gestão de Colemar Na-tal surgiu a imprensa uni-versitária com o lança-mento do Jornal 4º Poder.Em 1964, o regime mili-tar não permitiu mais asua circulação. Como oentão reitor da UFG rece-beu a notícia?

Moema de Castro –Meu pai foi um grande in-centivador da imprensauniversitária. Tanto quecriou o 4º Poder, em 1961 –um jornal opinativo, crítico.Em 1964 presenciei umfato marcante: a chegada deum telegrama, enviado pelogoverno federal, ordenandoque o reitor fechasse o jor-nal. Para os políticos da épo-

ca o impresso disseminavaos ideais comunistas. Essefoi o maior pesar de Cole-mar: o fechamento arbitrá-rio do 4º Poder.

Como foi a sua entrada,como professora de línguaportuguesa e análise lite-rária, para a Universida-de Federal de Goiás?

Moema de Castro –Eu fui contratada comoprofessora da Faculdadede Letras em outubro de1961 – no primeiro anoefetivo da UniversidadeFederal de Goiás. A pri-meira seleção de profes-sores foi por meio de con-curso de títulos. Fui, in-clusive, a primeira pro-fessora a ter um título dedourado na Faculdade deLetras. Não havia provasseletivas para professo-res. Porque na verdadeeram colegas examinan-do colegas. Anos depois,um fato me marcou: amudança da nossa unida-de acadêmica do Centroda cidade para o CâmpusSamambaia. Na ocasião,nós professores tivemosque desempenhar outrasfunções, ajudando na lim-peza, pois não havia ser-vidores suficientes paradesempenhar este tipo deserviço. Fazíamos issosem nenhum problema.Outro importante fato quemerece registro: já com afaculdade consolidada,implantamos o mestradoem Letras e Lingüística.E eu estive a frente des-sa iniciativa, sendo a pri-meira coordenadora docurso de mestrado destaunidade.

Contratada em 1961, a se-nhora também acompa-nhou o nascimento da Fa-culdade de Letras. Comofoi o crescimento destaunidade acadêmica?

Moema de Castro –Uma pessoa preciosa foi oprofessor Egídio Turchi.Ele foi o correspondentede Colemar Natal na áreade Letras dentro da Uni-versidade Federal de Goi-ás. Ele teve que agregarpessoas, lutar, romperbarreiras e buscar solu-ções para que a Faculda-de de Letras se consoli-dasse. Essa figura traba-lhou sem olhar as cir-cunstâncias. Esse profes-sor – juntamente com ou-tros professores guerrei-ros – trabalhou por idea-lismo, ganhando pouco,mas se dedicando muitoem prol de um ensino su-perior público e de quali-dade. E o resultado dessaluta de guerreiros está aí:a faculdade cresceu, temdado bons frutos, e é hojeuma referência.

Depois que se aposentou,a senhora tem acompa-nhado as ações dos gesto-res da Universidade Fede-ral de Goiás? Qual é suaopinião?

Moema de Castro –Acompanho uns de perto,outros nem tanto. A ges-tão do professor EdwardMadureira eu acompanhotanto quanto é possível.Recentemente, represen-tei a Academia Goiana deLetras no Programa Reu-ni, por exemplo. Este pro-grama, do governo fede-ral, resultará em grandesavanços para as universi-dades, em especial, a UFG.Eu acompanho também o

desenvolvimento da políticade ensino superior, univer-sitária. Aprovo muitasações. Mas também repro-vo algumas coisas, como osistema de cotas, porquecontinuará a discrimina-ção, embora velada.

“É uma felicidade enorme falar de meu pai,mas é também uma granderesponsabilidade relatar sobre os atospúblicos de Colemar Natal e Silva”

“Cada etapavencida erauma grandesatisfação –um motivo de

comemoração.Ele tinha um

espírito depioneirismo,difícil de ver

hoje”. “Uma pessoapreciosa foi o

professor EgídioTurchi. Ele foi o

correspondente deColemar Natal na

área de Letrasdentro da

UniversidadeFederal de Goiás”.

Carlos S

iqueira

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4 EVENTOS Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

AGENDA

Katiéllen Bonfanti

Associação dos Do-centes da Universi-dade Federal de Goi-

ás (Adufg), em parceriacom o Instituto de Ciênci-as Biológicas (ICB), a Pró-reitoria de Extensão e Cul-tura (Proec) e a Socieda-de Cultura Cidade e Arte,realiza entre os dias 27 e29 de maio, no câmpus IIda UFG, a IV Mostra Multi-cultural Milton Santos.

Com o tema geral “Ci-ência e tecnologia a servi-ço da sociedade”, amostra Milton San-tos, que é bianual,tem por objetivo des-tacar os aspectosfundamentais dapesquisa científicana promoção de umavida mais saudável,igualitária e cidadã eque atenda às de-mandas sociais, deforma sustentável eresponsável.

A terceira mostra, re-alizada no ano de 2006,teve como foco principal asalterações ambientais e os

Adufg realiza Mostra Multiculturaldesafios das epidemias noséculo 21. Neste ano, a pro-posta é dar continuidadeao debate, enfocando demaneira mais profunda asquestões emergentes desaúde pública, como, porexemplo, a proliferação dedoenças tropicais. Outraatividade já definida é adiscussão a respeito daBarragem João Leite e anecessidade de um posici-onamento firme da univer-sidade em relação à temá-tica. A intenção do eventoé também a de estreitar os

laços entre a universida-de e a sociedade.

Apesar de estar emsua quarta edição, a Mos-tra Multicultural Milton

Santos já é um evento con-solidado no calendário goi-aniense e se propõe a rea-lizar debates, conferênci-as, reflexões e atividadesculturais. Nessa edição, aatração principal de en-cerramento será a exibi-ção do documentário “En-contro com Milton Santosou O mundo global visto dolado de cá” no dia 29 demaio, no câmpus II da UFG.

O documentário, diri-gido pelo cineasta brasi-l e i ro S i l v io Tendler evencedor do prêmio de

Melhor F i lme -Júri Popular, noFestival de Bra-sília, em 2007, foiproduzido a partirda última entre-vista audiovisualfeita com o geó-grafo Milton San-tos em 4 de janei-ro de 2001. A exi-bição do f i lmeserá seguida de

debate com o diretor SilvioTendler e com o professorRomualdo Pessoa CamposFilho, do Instituto de Estu-dos Sócioambientais.

O nome da mostra éuma homenagem que aAdufg presta à riqueza dopensamento do intelectu-al negro Milton Santos. Ovigor intelectual e a in-dependência eram carac-teríst icas fundamentaisda atuação e da “originalref lexão de resistência”de Milton Santos. O geó-

do para a mostra com o ob-jetivo de conceituar oevento, resgatando a me-mória de um cientista cujaimensa obra foi pautadapela profunda relação entreo saber e a ação transfor-madora, além de ter man-tido uma constante obser-vação crítica em relação àcompreensão da realidadebrasileira, papel que devecaber a todos que se pre-tendem educadores.

Ana Flávia Alberton

O Seminário de Aces-so ao Ensino Superior(Saes) será realizado entreos dias 18 e 21 de maio noRio Quente Resorts, nomunicípio de Rio Quente,Goiás. O evento, organiza-do este ano pela Universi-dade Federal de Goiás (UFG)e pela Universidade Estadu-al de Goiás (UEG), tem comotema “O acesso ao ensinosuperior em foco: desafios eperspectivas”.

O Saes 2008 é voltadopara os representantes epresidentes das comissõesde vestibular de universida-des federais, estaduais,Centros Federais de Educa-ção Tecnológica (Cefets) e

grafo, contemplado pelo“Prêmio Internacional deGeografia Vautrin Lud” eDoutor Honoris Causa porcerca de treze inst i tui-ções nacionais e estran-geiras, morreu em 24 dejunho de 2001, aos 75anos, acometido de cân-cer de próstata. O nomeMilton Santos foi escolhi-

Por que Milton Santos?

Seminário discute desafios dos processos seletivos nas universidadesde algumas universidadesparticulares. Dentro doevento, ocorrerão o XXXIISeminário de Acesso aoEnsino Superior das Uni-versidades do Norte e Nor-deste (Saesunn), o XIII Se-minário de Acesso ao Ensi-no Superior das Universi-dades do Centro-Oeste(Saesco) e o IV Semináriode Acesso ao Ensino Supe-rior das Universidades doSul e do Sudeste (Saessuse).

Temas e discussões - Se-gundo a presidente do Cen-tro de Seleção da UFG e dacomissão de organização doevento, Luciana Freire, aprogramação foi definidatendo como foco central osdesafios pedagógicos dos

processos seletivos dasuniversidades. Durante oSAES 2008 serão realiza-das mesas-redondas, mo-mentos culturais e deba-

tes. Luciana explica queforam escolhidos temasque fomentam a discussãoa respeito do acesso ao en-sino superior e que mui-

tos deles já vieramreferendados daedição anterior doevento, ocorridaano passado, emFlorianópolis. Den-tre os temas, desta-cam-se as açõesafirmativas e siste-ma de avaliação se-riada, a influênciado Programa deApoio a Planos deReestruturação eExpansão das Uni-versidades Fede-rais (Reuni) nascondições de acesso

ao ensino superior das uni-versidades públicas e edu-cação a distância (EAD).

Haverá também dis-cussões em sessões si-multâneas sobre a acessi-bilidade de portadores denecessidades especiais,gestão financeira, digitali-zação e divulgação do de-sempenho dos candidatos,tipos de prova (objetivas ediscursivas) e prova de re-dação. Esses grupos serãocomandados por represen-tantes de instituições quetenham a temática abor-dada consolidada nas prá-ticas de sua universidade.

A inscrição para oevento é gratuita. Mais in-formações no site: www.vestibular.ufg.br/saes.

• II SEMINÁRIO NACIONAL DE TRABALHO E GÊNERO – De 28 a30 de maio, com a temática “Políticas públicas, gêneroe trabalho”. Promoção do Departamento de CiênciasSociais, Faculdade de Ciências Humanas e Filosofiada UFG. Mais informações (62)3521-1128 ou http://www.fchf.ufg.br/cienciassociais/

• VI CURSO PRÁTICO E TEÓRICO DE ANDROLOGIA EM BOVINOS –De 23 a 28 de junho, no laboratório de Andrologia eTecnologia de Sêmen da Escola de Veterinária da UFG,câmpus II. Vagas limitadas. Mais informações: (62)3521-1585 / 8404-6687.

• III SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A JUVENTUDE BRASILEI-RA (JUBRA) – De 4 a 6 de junho, em auditórios da UFG(Educação e Direito) e UCG. O evento é uma parceriaentre a UFG, UCG, UFRJ, UEG e Casa da JuventudePadre Burnier/GO e Fundação Aroeira. Mais infor-mações é www.idf.ucg.br/jubra3 ou [email protected]

• XV CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA – 30 de ju-nho a 4 de julho. Com o tema central “A Arquivologiano Brasil: diversidades, desigualdades e perspectivas”,no câmpus V da Universidade Católica de Goiás (UCG).Realização: Associação dos Arquivistas do Estado deGoiás. Mais informações: (62)3521-1168 ouwww.eventos.ufg.br/cba2008

• XII CONGRESSO BRASILEIRO DE FICOLOGIA – De 7 a 11 dejulho, na Universidade Católica de Brasília (UCB),câmpus I, Águas Claras, DF, com o tema: “Algas –biodiversidade, desenvolvimento e educação” .Minicursos terão início dias 5 e 6. Pela primeira vez omaior evento nacional da área de Ficologia é realizadono Planalto Central, região de inestimável riqueza emrecursos hídricos. Promoção: UFG, UCB, UnB, UEG,Univag e Unievangélica. Informações: na UFG com aprofessora Ina de Souza (ICB I), que preside o evento,(62)3521- 1218 ou http://www.icb.ufg.br/cbfic2008

• XXIII ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISAEM LETRAS E LINGÜÍSTICA – Dias 2, 3 e 4 de julho, naFaculdade de Letras da UFG. O tema central é“Produção do conhecimento em Letras e Lingüística:identidade, impacto e visibi l idade”. Inscrições:www.anpoll.org.br . Informações: (62)3521-1136 [email protected]

• PRÊMIO JOVEM CIENTISTA – Inscrições até 8 de agostode 2008. Este ano, o prêmio contempla a área deeducação, com o tema: “Educação para reduzir asdes igua ldades sociais”. Informações: www.jovemcientista.cnpq.br

• PRÊMIO DESTAQUE DO ANO NA INICIAÇÃO CIENTÍFICA –Inscrições até 15 de agosto de 2008 para váriascategorias do prêmio. Promoção: Ministério da Ciênciae Tecnologia, CNPq e British Council. Inscrições einformações pelo site http://destaqueic.cnpq.br

A

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5DESTAQUE Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

José EduardoUmbelino Filho

curso de Medicinada Universidade Fe-deral de Goiás obte-

ve a maior pontuação noExame Nacional de De-sempenho dos Estudantes(Enade) e no Indicador deDiferença entre o Desem-penho Observado e Espera-do (IDD). Foram avaliados103 cursos, dos quais so-mente seis alcançaram anota máxima no Enade eno IDD: além da UFG, asUniversidades Federais doMato Grosso, do Rio Gran-de do Sul, de Santa Mariae do Piauí, e a FundaçãoFaculdade Federal de Ci-

Medicina da UFG estáentre as seis

melhores do país

Curso obtém notamáxima na provado ExameNacional deDesempenho dosEstudantes

A atuação da Faculda-de de Medicina (FM) noHospital das Clínicas (HC)de Goiânia é bastante ex-pressiva e caracteriza bema política geral do curso.Fundado em janeiro de1962, o HC tem por objeti-vo principal desenvolveratividades de assistência,ensino, pesquisa e exten-

Hospital das Clínicas integra atividades de ensinosão. Em sua origem, este-ve vinculado à FM, até1984, quando passou a sersubordinado diretamente àReitoria, como órgão su-plementar da UFG.

Certificado como Hos-pital de Ensino pelo Mec, oHC é campo de desenvol-vimento das atividadescurriculares e extracurri-

culares dos cursos de gra-duação e pós-graduaçãoem saúde da UFG e de ou-tras instituições. Atual-mente, o programa de re-sidência médica disponibi-liza 60 vagas.

O hospital prestaatendimento em 27 espe-cialidades, sendo referên-cia em várias delas. Pos-

sui os Centros de Referên-cia em Tratamento e Pes-quisa em Epilepsia (Certe-pe), de Tratamento da Co-luna (Cetaco) e de Trata-mento da Esclerose Múlti-pla (Catem), além de 19Ligas de extensão. Dentreos núcleos de estudo, so-bressaem o de Neuroci-rurgia, Neuropediatr ia,

Neuropsiquiatria e Neu-roendocrinologia. Progra-mas como o de atendimen-to ao doente de Chagas e oCentro de Referência emOftalmologia (Cerof) – o ter-ceiro maior serviço de oftal-mologia universitário dopaís, que atende pelo SUS –conferem ao HC reconheci-mento internacional.

ências Médicas de PortoAlegre.

O reitor da UFG, pro-fessor Edward MadureiraBrasil, afirmou que o óti-mo desempenho do cursode Medicina da instituiçãodeve-se à conjugação devários fatores, como qua-dro docente qualificado,corpo discente motivado,excelência das atividadesde ensino, pesquisa e ex-tensão, com uso de labora-tórios sofisticados, princi-palmente os do Hospitaldas Clínicas da UFG.

Segundo o diretor daFaculdade de Medicina daUFG, professor HeitorRosa, o bom resultado éfruto do entusiasmo dosalunos, do comprometi-mento dos professores e doprofissionalismo e disposi-ção do corpo técnico-admi-nistrativo. “É um currícu-lo que atende aos anseiosdos Ministérios da Educa-ção e da Saúde, por meiodo qual o aluno tem conhe-cimento muito mais profis-sional da realidade sanitá-

ria do seu povo”, diz o pro-fessor.

Dos cursos avaliados,17 obtiveram conceitos 1ou 2, simultaneamente,no Enade e no IDD. Segun-do o ministro da Educação,Fernando Haddad, estescursos serão supervisio-nados pelo MEC. “Estamosiniciando um processonovo na supervisão doscursos de Medicina, assimcomo fizemos com os deDireito e como estamos fa-zendo com os de Pedago-gia”, af irmou. Segundoele, o objetivo é garantiruma expansão com quali-dade, compatível com asfunções exercidas pelosprofissionais. “Queremosexigir de todos os cursoscom indicadores insufici-entes as providências ne-cessárias para a garantiada qualidade do ensino”,ressaltou.

A Faculdade de Medi-cina da UFG foi criada emabril de 1960 e desde o iní-cio se caracteriza pelo vín-culo constante e direto

entre os estudantes e omeio externo à universi-dade. Logo no primeiro anode funcionamento, a fa-culdade instalou seu pri-meiro câmpus avançado,na cidade de Porto Nacional(hoje pertencente ao esta-do do Tocantins). Essa ini-ciativa possibilitou o desen-volvimento de docentes ealunos para dispensar cui-dados primários a popula-ções que não dispunham deserviços de saúde.

São oferecidas 110vagas por ano para Medi-cina, na UFG. O curso temduração de seis anos e sedesenvolve em vários es-paços físicos da universi-dade e da competência doSistema Único de Saúde(SUS). Há disciplinas vin-culadas ao Instituto de Ci-ências Biológicas (ICB), nocâmpus II; no Hospital dasClínicas (HC), no Institutode Patologia Tropical eSaúde Pública (IPTSP) e naprópria FM, no câmpus I.

Atualmente, a FM con-centra suas atividades ex-

ternas nos Distritos Sani-tários Leste e Sudoeste doGoiânia, em unidades darede pública de saúde esta-dual e municipal, como osHospitais, Geral de Goiânia(HGG), Materno Infantil(HMI), de Doenças Tropicais(HDT) e de Urgências deGoiânia (HUGO), além doHC, da Maternidade NossaSenhora de Lourdes e noPrograma de Saúde da Fa-mília. O Internato Comuni-tário permite ainda a atua-ção em três municípios dointerior: Jataí, Firminópolise Uruaçu.

O Enade é uma avali-ação que busca medir acontribuição do curso naformação do estudante, co-ordenada pelo Instituto Na-cional de Estudos e Pesqui-sas Educacionais AnísioTeixeira (Inep). A UFGaguarda o resultado dos de-mais cursos avaliados em2007: Agronomia, Biomedi-cina, Educação Física, En-fermagem, Farmácia, Medi-cina Veterinária, Nutrição,Odontologia e Zootecnia.

Faculdade deMedicina,câmpus I,no SetorUniversitário.Aulas práticassão constantesdurante ocurso

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6 MESA-REDONDA Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

Uma pesquisa do MECintitulada de “As emoçõese os valores dos professo-res brasileiros”, encomen-dada pela Organização dosEstados Ibero-Americanos,afirma que 71,2% dos gra-duados em licenciatura nopaís, nos últimos 25 anos,não exercem a profissãonas escolas brasileiras. Porque isso ocorre?

Dalva – A primeira coisaa ser considerada é o despres-tígio social e econômico, queé histórico e tem se agravadocada vez mais. As condiçõesde trabalho são, muitas vezes,precárias, com carga horáriaalta, o que de um modo geralé desestimulante. Mas temtambém o problema da auto-estima. É preciso trabalharnesta abordagem.

Lana – Muitas vezes oprofessor que se forma paradar aula no ensino médio pre-fere se submeter a uma pro-fissão na qual recebe menos,mas tem mais status, ou seja,ele sente-se mais valorizado.Comparativamente com ou-tras profissões de nível supe-rior, que às vezes enfrentamas mesmas dificuldades, masnão têm essa evasão, ou des-vio de função, como ocorre como magistério.

Agustina – É interes-sante que ao tempo em que71,2% não exercem a profis-são, faltam no país, porexemplo, na área de Ciênci-as, 250 mil professores deensino médio. Há uma carên-cia de professores de Física,Química, Biologia e Matemá-tica. É um problema sério,que reflete na aprendizagemde uma criança ou adoles-cente, o fato de uma pessoanão qualificada, que não éprofessor, e sim estudante,ensinar qualquer um dessesconteúdos em sala de aula.

Formação e mercado de trabalho nas licenciaturassta edição da mesa-redonda reuniu osprofessores Agustina Rosa Echeverria,

coordenadora do Núcleo de Pesquisa emEnsino de Ciências - Nupec; Dalva EternaGonçalves Rosa, assessora da Pró-reitoria deGraduação; Lana de Souza Cavalcanti,coordenadora das Licenciaturas e WagnerWilson Furtado, vice-diretor do Instituto deFísica, para discutir a formação e aparticipação no mundo do trabalho dosegressos das licenciaturas. Os entrevistadosforam unânimes em afirmar que se trata deuma questão complexa, que precisa serencarada de frente por todos os segmentosenvolvidos: licenciados, políticos euniversidade.

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Dalva - Esse desprestí-gio pode ser verificado inclu-sive no período da formação,quando em uma mesma uni-dade convivem estudantes debacharelado e licenciatura. Évisível no comportamentodos estudantes uma desva-lorização, como se o alunoque está se formando paraser professor fosse aqueleque não deu certo como ci-entista ou como se tivessemenos capacidade ou possi-bilidade de aquisições posi-tivas mais complexas. E issoé perceptível inclusive nosprofessores formadores queseparam ensino e pesquisae já estratificam, valorizan-do a pesquisa em detrimen-to do ensino.

Existe diferença entreo perfil do graduando dobacharelado e da licencia-tura?

Dalva – Eu não sei comoos colegas vêem isso, mas eupenso que na questão do de-

senvolvimento do curso degraduação, das condições deaprendizagem, da capacidadecognitiva, afetiva e social, osestudantes não apresentam

diferenças. Eles apresentamgostos por coisas diferentesporque tanto o bacharelandoquanto o licenciando lidamcom uma ciência. Eles preci-sam conhecer essa ciência.O que está formando para serprofessor, que faz o curso delicenciatura, além de dominaro conhecimento técnico cien-tífico da ciência, tem que do-minar conhecimentos espe-cíficos da profissão que elevai exercer. Logo, essa pro-fissão, que é consideradauma “semi-profissão” ou um“bico”, ela pode ser escolhi-da, por contingências, porestudantes que tenham me-nores possibilidades de es-colher um curso que tenhaum status mais alto. Issopode ocorrer, mas eu não co-nheço pesquisas que tenhamfeito essa classificação.

Agustina – Sobre essedesprestígio que se vê atépor parte dos professoresformadores, como a Dalvaafirmou, há uma tendênciade se valorizar mais quemfaz pesquisa na área técni-ca, eu penso que estamosavançando nesse aspecto láno Instituto de Química. Oeixo epistemológico do nos-so curso, tanto para o li-cenciado quanto para o ba-charel é a pesquisa. Nós es-tamos investindo muito napesquisa também para a li-cenciatura. O que nós temosvisto é um diálogo melhorentre o bacharelado e a licen-ciatura, entre professores ealunos. Os dados mostramque na última prova de mes-trado do Instituto de Quími-ca foi muito grande o núme-ro de licenciados aprovados.Licenciados que nós forma-mos com esse espírito dapesquisa e tiveram a oportu-nidade de fazer prova para aárea técnica.

Lana – Eu quero acres-centar uma coisa. Em váriasáreas a formação de profes-sores tem apontado para umeixo básico, comum para olicenciado e o bacharel, issosignifica perfil único. É claroque eu digo que é perfil daformação e não perfil intelec-tual. A gente acredita que háuma especificidade na forma-ção de cada professor, mashá também uma formaçãobásica porque o professortem que dominar o conteúdoda sua área. Eu quero tam-bém falar algo que é da visãoda Pró-reitoria de Graduação.Nós temos essa concepção danecessidade de valorização daformação do licenciado. Es-tamos investindo bastante noincentivo à pesquisa na áreade licenciatura, por meio doProlicen (Programa Bolsas deLicenciatura), que precisa serampliado. Nós temos a com-preensão de que a formação dolicenciado deve ser valorizadaem todos os níveis, inclusivepara o ensino superior. Nes-se sentido, temos o programade docência para os professo-res da nossa universidade,que tem sido também amplia-do paulatinamente.

Wagner – A professoraAgustina afirmou que lá naQuímica estão conseguindominimizar as dicotomiasexistentes entre o bachare-lado e a licenciatura. Na Fí-sica isso já não ocorre e ascoisas estão muito difíceis.Como coordenador do cursode graduação e envolvido como mestrado em Educação emCiências e Matemática, masnão por isso, fui sempre umprofessor que gostou da áreade ensino, sempre incentiveios alunos a trabalhar nessaárea, especialmente os da li-cenciatura. No Instituto deFísica nós temos atualmen-

te um professor que está ter-minando o doutorado na áreado ensino de Física. E esseprofessor foi contratado aduras penas, porque naque-la época ele era só mestre eo instituto todo era contra acontratação. O que quero di-zer, enfim, é que no Institu-to de Física essa ainda não éuma questão resolvida.

Voltando à questão doprestígio social. O maiorempregador de primeiro esegundo graus é a escolapública, mas nas escolasparticulares a realidade étotalmente diferente. Agente vê pessoas que nãotêm licenciatura no lugarde pessoas que deveriamter, ganhando altos salári-os. Como vocês vêem isso?

Dalva - Eu quero reto-mar primeiro a questão daomissão da Lei de Diretrizese Bases no que diz respeitoà exigência da formação pe-dagógica para o professoruniversitário. Como a lei éomissa, a formação do pro-fessor universitário para do-cência se dá no curso demestrado e doutorado. Nes-tes cursos não há exigênciade disciplinas que lidem coma educação ou com o ensino.O que se espera desses pro-fessores é que eles saibamescrever uma tese de douto-rado e que eles saibam revi-sar uma dissertação de mes-trado. No máximo eles têm60h de uma disciplina cha-mada Metodologia do EnsinoSuperior. Então, com rarasexceções, essa é a formaçãopedagógica que os professo-res têm quando ingressamna universidade. Os profes-sores que têm um conheci-mento específico nas suasáreas, como por exemplo, naárea da Física, ao entrar em

Dalva Eterna Gonçalves

Por Silvana Coleta e Silvânia Lima

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7MESA-REDONDA Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

contato com os estudantesnão sabem o que fazer. Apren-dem no “picadeiro” a lidar como específico da profissão, queé fazer com que o aluno apren-da. Um dos aspectos que euatribuo à grande evasão e re-provação dos estudantes nagraduação é exatamente a di-ficuldade do professor em en-sinar, de estabelecer relaçõescom os estudantes, de esco-lher maneiras, metodologias,interações que propiciem aaprendizagem.

Wagner – Eu acho queno caso da Física tem umagravante que é a própria difi-culdade do conteúdo. A Quí-mica também. Pressupõe-seque o aluno já tem que teruma certa base, que eles nãoestão trazendo do Ensino Mé-dio. Então além de ter a com-petência da compreensão, temtambém a competência mate-mática, que é cruel. Lá na Fí-sica nós tivemos, no ano de2004, na licenciatura, 30 alu-nos, cinco se formaram. Des-ses cinco, um prestou vesti-bular para Direito e está cur-sando. Outro é do Corpo deBombeiros. Os outros trêsprestaram a seleção para omestrado e foram o primeiro,o quinto e o décimo colocados.

Dalva – Isso caracteri-za aquilo que eu havia ditoantes, que não há uma dife-renciação quanto ao perfil in-telectual entre os graduan-dos do bacharelado e da li-cenciatura.

Wagner – Retomando, noInstituto de Física nós temosum aluno de licenciatura de1999. Temos um aluno do anode 2000, quatro de 2002, setede 2003. Dos 30 de 2004, nóstemos oito atualmente. Des-ses, dois vieram do bachare-lado, então nós tivemos 19 de-sistências. De 2005, nós te-mos atualmente 13 alunos nocurso, que iriam se formaragora no final do ano. Desses13 que têm lá, cinco vieram dobacharelado para a licenciatu-ra; ou seja, de 30 nós só te-mos oito, já 22 desistiram. Edesses oito, apenas um oudois irão se formam.

A que o senhor atri-bui isso?

Wagner – Eu acho quehá fatores inerentes ao cur-

so, realmente; o grau de di-ficuldade é uma delas. Ou-tra coisa é o desestímulo sa-larial. Então o aluno preferearrumar um emprego numbanco, no comércio, do quese formar para ser professor.Por consequência, nós temosuma desistência que a gentenão consegue acompanhar.

Agustina – Os cursos deQuímica, Física, não têmmuita demanda no Brasil. Porexemplo, eu fiz meu curso degraduação e mestrado emMoscou, e eu era da “elite”da universidade. Os cursosde “elite” aqui são Direito,Medicina, e esses cursos(Química, Física, Biologia eMatemática) que têm umaresponsabilidade para o de-senvolvimento do país, sãopouco procurados. Então, oaluno que tira nota um noprocesso seletivo, se tivervaga é aprovado. E nós sabe-mos da crise no ensino mé-dio, aceita pelo governo, nóssabemos os dados que estãopostos aí. Então para o alu-no, este é um componenteimportante também. Sãomuitas as variáveis que in-fluenciam na evasão dos alu-nos e a gente tem que tentarver isso de forma ampla. Te-mos que melhorar a forma-ção que damos na universi-dade. Nós estamos melho-rando, mas podemos aindamais. É preciso um piso sa-larial que torne a profissãoatraente, um plano de carrei-ra para o professor de ensi-no médio. Pensar numa de-dicação exclusiva para o pro-fessor de ensino médio paraque ele trabalhe somente emuma escola. Esse não é umproblema que se resolve uni-lateralmente, tem que serabordado na forma como eleé: complexo.

A universidade ofere-ce uma formação de quali-dade nas licenciaturas?

Dalva – A UFG tem umaformação de qualidade nosseus cursos de graduação.Nós temos 95% dos nossosprofessores doutores e mes-tres. Somos uma instituiçãoque produz um conhecimen-to científico de grande impor-tância na região centro-oes-te e no país. Nós formamosa grande maioria dos quadrosque atuam na educação bá-sica em Goiás. Ainda assim,com todos os prestígios, e osbenefícios que nós temosenquanto instituição pública,nós não formamos com aqualidade necessária paraesses níveis de ensino. Umasituação que me preocupamuito é o investimento foca-do em um dos níveis de ensi-no. É preciso investir nos di-ferentes níveis. Porque é umacadeia. A boa formação do pro-fessor nos cursos de gradua-ção de licenciatura da univer-sidade vai refletir diretamen-te na qualidade da formaçãodos alunos de ensino médioou do ensino básico.

Lana – Penso que deveexistir uma política maisampla, que pense a carreira,os salários, as condições detrabalho. Não adianta agirisoladamente em uma des-sas questões. Mas ainda te-mos um desafio, que é o derealizar uma maior aproxima-ção com as escolas básicas.

Eu acho que as universida-des ainda ficam muito dis-tantes. Penso que a forma-ção que oferecemos devesseser mais orgânica, mais vol-tada para as demandas daescola básica. Veja bem, nósatestamos a qualidade doprofessor que formamos, masquando ele chega na escola,não consegue lidar com a re-alidade que encontra. Eletem um choque. E não con-segue lidar com a realidadeporque não foi preparado,por mais que tenhamos nosesforçado. Como resolveressa questão? Como já foidito, é preciso agir em to-das as frentes.

Quando uma escolavai contratar um professoré obrigatório que seja li-cenciado?

Dalva – É obrigatórioque todos os professores quevão atuar na educação bási-ca sejam licenciados.

Temos conhecimentode escolas de ensino médioque contratam médicos,dentistas e engenheirospara dar aulas de Física,Química?

Dalva – A Lei de Dire-trizes e Bases é de 1996 e émuito clara nesse sentido,todos devem ser licenciadose as escolas têm um prazo,até 2011, para se adequa-rem. Vocês estão se referin-do aos professores que atu-am em escolas privadas. Eesses professores não sãoconcursados. Então, nes-ses intervalos, as escolasparticulares, e mesmo asescolas públicas, acabamcontratando pro fessoresque não são l icenciados.Mas todos têm que se adap-tar, as escolas públicas eas privadas.

Agustina – É fato quetodos os concursos exigemque os candidatos sejam li-cenciados. O que estamosfalando é que há uma carên-

cia muito grande e por isso atolerância até que se resol-va o problema. E a escolaparticular também tem querespeitar essa lei. Tanto éque os professores de esco-las particulares estão fazen-do cursos por aí, de qualida-de até duvidosa, para garan-tir a continuidade nos seuslocais de trabalho.

Wagner – Para poder su-prir essa necessidade já te-mos os cursos a distância,como é o caso da Física. Osinteressados prestam o ves-tibular específico, conquistama habilitação e aí sim, quan-do houver um concurso, pode-rão se candidatar. A idéia éatender principalmente cida-des distantes de Goiânia, queainda possuem muitos profes-sores não licenciados.

Dalva – Uma outra pers-pectiva que o governo adota éo investimento nessa políticade educação a distância. Eunão sou contrária a essa mo-dalidade de ensino, mas é pre-ciso levar em consideração aqualidade da formação que sedá, em toda modalidade deensino, mas nessa também,porque ela pode ser apenasuma válvula de escape para re-solver essa questão.

Durante essa entrevis-ta foram postos vários de-safios para os cursos de li-cenciatura. Como vocêspensam que essas dificulda-des podem ser enfrentadas?

Agustina – Acreditoque é possível sair dessa si-tuação embora seja comple-xa. É preciso estabelecer umdiálogo entre os diversoscomponentes que fazem par-te da formação profissional.Eu não consigo vislumbraroutra saída a não ser abor-dar o problema na sua com-plexidade com todas as par-tes envolvidas, professores,políticos e universidade.

Dalva – Eu também con-sidero que a questão da edu-cação nesse país não podeser responsabilidade apenasdas instituições formadorasde professores. Não é ape-nas por meio da formaçãoque vamos resolver essaquestão que é de ordem eco-nômica, política e social. Maspenso que a universidadetem uma contribuição inte-ressante. Porque se pensar-mos bem, os professores in-terferem na formação de to-das as outras profissões.Então, eu penso que o in-vestimento na licenciaturaé uma contribuição muitosignificativa para a forma-ção dos diferentes profissi-onais. E penso que os pro-gramas de formação da uni-versidade estão sensibili-zando os professores subs-titutos e os professores noinício da carreira. Pensoque investimento na pes-quisa, no ensino, é umacontribuição também muitoimportante para formar umprofessor que tenha mais

condição de conhecer a rea-lidade da profissão.

Lana – Eu concordo quenão adianta pensar políticaspontuais porque é um proble-ma bastante complexo. Nãoé algo também que se resol-va do dia para a noite. Umbom instrumento me pareceo programa de iniciação à do-cência. Trata-se de um in-centivo com bolsas para alu-nos estagiários, em determi-nadas áreas principalmente,com o objetivo de garantir apermanência do licenciandona universidade e diminuir aevasão. Assim, é possívelformar mais professores paraas áreas que possuem défi-cit. Eu também acho que pre-cisamos mudar nossas prá-ticas. Então, medidas como,por exemplo, o fomento àpesquisa na formação do li-cenciado é uma prática queaponta para uma mudança.

Wagner – No caso da Fí-sica, em 2004, por recomen-dação do MEC a gente teveque separar os cursos de ba-charelado e licenciatura, ouseja, com formação específi-ca desde o início e com amesma qualidade. Tanto,que os alunos da licencia-tura conseguem vagas queinicialmente estariam “des-tinadas” ao pessoal do ba-charelado. Eu acho entãoque isso já é uma solução.Estamos com a lunos doquarto ano que já estão comoutra cabeça, outra visão doensino de Física.

Agustina – Um instru-mento que pode provocarmudanças de atitudes são osnúcleos, ou seja, a formaçãodos núcleos de estudo e depesquisa na universidade.Os núcleos constituem umaforma moderna de abordar oconhecimento de maneira

interdisciplinar. O núcleoque eu coordeno, o Nupec,congrega pessoas da Física,da Química, da Biologia, daMatemática, e agora incor-poramos a Engenharia Civil,com quem estamos discu-tindo a formação continua-da de professores. Estamosefetivamente fazendo mu-danças. E são essas peque-nas ações, mas constantes,organizadas, que vão nosajudar a promover mudan-ças maiores.

Agustina Rosa Echeverria

Lana Cavalcanti

Wagner Wilson Furtado

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Química e Física envolvidas em

PESQUISA Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

Química e Física envolvidas em

Opções – O professor De-nílson Rabelo, também doInstituto de Química daUFG, estuda uma opção di-ferente da apresentadapela professora Patrícia,dentro do mesmo projeto.Denílson também sinteti-za partículas magnéticas,mas depois disso promoveo encapsulamento destascom um polímero orgânico,e a partir daí está formadoum compósito. A diferençabásica entre as duas op-ções estudadas na UFG é otamanho das partículas,que nesse último caso nãosão nanométricas. “Essapartícula maior tambémvai ser dispersa no óleopara fazer o mesmo efeitode refrigeração e mantê-locomo isolante. Um dos pro-blemas de você utilizar di-retamente a partícula éque, às vezes, ela pode al-terar a condutividade doóleo, tornando-o um poucomenos isolante. Então agente quer encapsulá-lacom um polímero para verse evitamos esse problemade aumento da condutivi-dade do óleo”, justificou oprofessor Denílson.

Os compósitos já fo-ram preparados, mas o atu-al desafio dos pesquisado-res é fazer com que elesfiquem estáveis. Denílsonexplica que, como as par-tículas são maiores, elas

s professores da Universidade Federal de Goiás (UFG), Andris Bakuzis, do Insti-tuto de Física (IF), Denílson Rabelo e Patrícia Sartoratto, ambos do Instituto deQuímica (IQ), e mais 20 pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), da

Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir) e das Centrais Elétricas do Nortedo Brasil (Eletronorte) se uniram para realizarem a “Pesquisa e desenvolvimento deóleos isolantes magnéticos para transformadores”, coordenados pelo professor da UnB,Paulo César de Morais. A UFG está envolvida nesse projeto desde 2005, quando estefoi financiado pelo setor de Petróleo e Gás Natural (CT-Petro) do Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em 2008 a mesma idéia foi apre-sentada à Eletronorte, que a aprovou e a financiará até 2010, em parceria com aAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O projeto une esforços de pesquisadores de diversas áreas a fim de desenvolverum óleo magnético que substituiria os óleos isolantes comerciais, usados em trans-formadores de energia elétrica. Segundo a professora Patrícia Sartoratto, a primeiraetapa da pesquisa consistiu na preparação do fluido magnético, que difere dos óleosisolantes comerciais (tradicionalmente de origem mineral) por ter partículas magné-ticas dispersas em escala nanométrica. A professora explica a função dos químicos:“Primeiramente fazemos a síntese desse material magnético em escala nanométri-ca, são partículas muito pequenas; depois tratamos a superfície dessas partículas commoléculas específicas, que vão interagir com as moléculas do óleo, e então fazemos adispersão dessas partículas nesse óleo”.

O óleo atua no transformador com duas funções: isolação elétrica e refrigeração,já que a passagem de corrente elétrica aquece o dispositivo. A refrigeração normal-mente ocorre pelo princípio de convecção de Arquimedes, com a circulação ascenden-te do líquido quente, que resfria e assume o movimento descendente. A diferença,

decantam com mais facili-dade, e atualmente os es-tudos procuram resolveresse impasse. Segundo oprofessor, as duas opçõesdesenvolvidas no IQ serãotestadas isoladamente,para ver qual terá uma efi-ciência maior do ponto devista de funcionamento dotransformador. “O proble-ma é que melhora a trocade calor, mas o óleo fica umpouco menos isolantequando você vai adicionan-do partículas de óxido dire-tamente. É por isso quesurgiu a idéia de fazer comum polímero”, justifica De-nílson Rabelo.

Física – No laboratório deFísica, há duas linhas depesquisa, uma teórica eoutra experimental, paraestudar a utilização de flui-dos magnéticos em transfor-madores. O professor AndrisBakuzis situou a participa-ção da Física no projeto: “Doponto de vista experimental,os pesquisadores da Quími-ca mandam materiais mag-néticos e nós estudamossuas propriedades e algu-mas informações a respei-to de como estão organiza-das as nanoestruturas alidentro. Do ponto de vistateórico estudamos os pro-cessos de transporte de ca-lor e massa, porque a apli-cação no transformador elé-

trico não envolve somenteum problema de transportede calor tradicional; essesfluidos magnéticos são sis-temas binários, que têmnanopartículas e líquido,então, efeitos de transpor-te de massa são extrema-mente importantes porquepodem favorecer o processoconvectivo”.

O professor Andrisatua juntamente com os

professores da Química.Ele estuda o controle daconvecção, a fim de enten-der os parâmetros que aQuímica precisa controlarpara que a convecção re-almente aconteça, e tam-bém os parâmetros que elanão pode passar, para quenão aconteça turbulência.“É uma cooperação extre-mamente simbiótica, oque o químico e o físico fa-

zem”, avalia o professorAndris. Segundo ele, hojeem dia, os grandes proble-mas da sociedade são mul-tidisciplinares. Isso querdizer que, para resolvê-los,nenhuma área do conhe-cimento pode atuar sozi-nha.

Impactos – De acordo coma professora PatríciaSartoratto, o sistema elé-

Ana Paula Vieira

Professores Patrícia Sartoratto (acima) e Denilson Rabelo, do Instituto de com a colaboração de seus orientand

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nacional de nanotecnologia

Goiânia, maio de 2008Jornal UFG PESQUISA

Pesquisadores da UFG estudam óleosisolantes magnéticos para utilização emtransformadores de energia elétrica

nacional de nanotecnologia

conforme a professora Patrícia, é que, quando há um fluido compartículas magnéticas, elas podem se movimentar em função docampo magnético já existente no transformador. Como essas partí-culas são muito pequenas, elas arrastam o líquido nesse movimentoe a refrigeração ocorre mais rapidamente, tornando o transforma-dor mais eficiente. “Isso pode aumentar a durabilidade do transfor-mador e permite colocar nele uma potência maior, que gera maisenergia por unidade/tempo”, esclareceu Patrícia Sartoratto. Deacordo com a professora, há também alguns estudos que compro-vam que a incorporação de partículas magnéticas ao óleo aumentaa rigidez dielétrica do líquido (maior resistência à passagem de cor-rente elétrica), o que melhoraria a isolação e a durabilidade do dis-positivo, bem como viabilizaria a construção de transformadoresmais compactos.

Atualmente a professora Patrícia está testando o comportamentodesse fluido. Ela explica que são feitos ensaios, como de temperatura,por exemplo, com a atividade que seria normal no transformador, queopera a cerca de 80°C, 90°C. “A gente vai simular mais ou menos amesma relação entre o volume de fluido isolante e a quantidade con-tida no transformador de cada um dos materiais (por exemplo, papel,papelão, metal, cobre e resina) e estudar ao longo do tempo, possíveisalterações no material e no fluido, inclusive mudanças de suas pro-priedades elétricas e magnéticas ao longo do tempo”, explica a profes-sora. O objetivo final das pesquisas é testar o fluido magnético nostransformadores reais e avaliar seu desempenho.

trico é constituído de trêselementos básicos: a pro-dução de energia, nas hi-drelétricas, termoelétri-cas, por exemplo, depois atransformação, pois aenergia chega nos trans-formadores com uma ten-são altíssima e é precisobaixá-la; e a distribuição.“Nosso projeto não atua noaumento da geração deenergia, mas nas etapas

de transformação e distri-buição, quando normal-mente há uma perda.Atestada a eficiência donosso óleo magnético, asperdas seriam diminuídase teríamos um aproveita-mento maior da energiaproduzida”, avaliou Patrí-cia. Segundo ela, o efeitoreal é pequeno, mas quan-do se pensa numa quanti-dade muito grande de

energia sendo transforma-da, já que, além dos trans-formadores de poste, hátambém os de subestação,que são gigantescos, che-ga-se a uma otimizaçãosignificativa.

O professor DenílsonRabelo lembra também quese diminui o tamanho dotransformador, há um im-pacto ecológico, porque fre-qüentemente o óleo tem

que ser trocado. “Só de pen-sar que você pode reduziro tamanho do transforma-dor, isso gera um impactoambiental menor porque émenor a quantidade deóleo envolvida”, ressaltou oprofessor.

Com o fluido magnéti-co, de acordo com o profes-sor Andris, em tese, se otransformador funcionarpor mais tempo, os custospara as empresas serãomenores e o custo para apopulação também pode di-minuir. “No fim das contasvocê está melhorando aeficiência do setor de ener-gia elétrica”, destaca An-dris Bakuzis.

Nanotecnologia – O proje-to de desenvolvimento dosóleos magnéticos está in-cluso nos estudos de Nano-tecnologia. A UFG está en-volvida com projetos dessaárea desde 2001, quando oMinistério de Ciência eTecnologia recebeu as pri-meiras propostas de redesde nanotecnologia e apro-vou quatro delas. Nessaoportunidade, professoresda UFG integraram a redede pesquisa de Nanobio-tecnologia, que existiu até2005.

Atualmente existemdez redes nacionais de pes-quisa em Nanotecnologia ea UFG participa da rede de

Nanobiomagnetismo, queuti l iza nanopartículasmagnéticas em aplicaçõesbiomédicas. Nela estãoenvolvidos professores daFísica, Química, CiênciasBiológicas, Biomedicina eFarmácia. Segundo o pro-fessor Andris Bakuzis, aequipe de Nanotecnologiada UFG é muito forte, ten-do em vista a grande quan-tidade de artigos publica-dos em periódicos interna-cionais e o alto número depatentes depositadas porseus pesquisadores.

O patroc ín io daEletronorte em parceriacom a Aneel vai até 2010.Nesse período, os enge-nheiros devem testar osmateriais desenvolvidospelos demais pesquisado-res nos transformadoresreais. Segundo o profes-sor Denílson Rabelo, queé também diretor do Ins-tituto de Química, essetipo de projeto é impor-tante para o instituto epara a UFG porque podegerar um produto, que, nofinal, traga financiamen-tos para todas as institui-ções envolvidas. “Pode-mos desenvolver um pro-duto novo, que terá umautilidade enorme, e nosbeneficiar dos recursosadvindos dessa patente”,ressalta o professor De-nílson Rabelo.

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Química, e Andris Bakuzis, do Instituto de Física, em seus laboratórios ondedos realizam fases da pesquisa integrada

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10 EXTENSÃO Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

José EduardoUmbelino Filho

esde 2004, o Programa Co-nexões de Saberes possibi-lita o diálogo entre o meio

acadêmico e Comunidades Popu-lares em 34 universidades públi-cas do Brasil. A troca de conheci-mentos e experiências já gerouresultados em âmbito nacional.Em abril, ocorreu, na UFG, o IIISeminário do Programa Cone-xões de Saberes, com o tema “Ar-ticulações entre o popular e ocientífico: dois anos de Conexõesde Saberes na UFG”. O evento foiaberto à comunidade.

A professora Angelita Lima,coordenadora do programa naUFG, explanou sobre as conquis-tas do projeto até o presente ano.Segundo ela, a condição de perma-nência que o Conexões possibili-ta a estudantes de origem popu-lar é imprescindível. Sem as bol-

entre academia e comunidades popularesIII Seminário do programa

reúne coordenadoresdas ações e lideranças

comunitárias para integraçãoe balanço dos resultados

sas, muitos desses jovens não po-deriam continuar dentro da uni-versidade. Atualmente, são 33 bol-sistas e 2 monitores, sendo a bol-sa com duração de um ano e pos-sibilidade de prorrogação por maisum. Os bolsistas são estudantesde graduação que atendem ao per-fil de estudantes de origem popu-lar e os monitores cursam a pós-graduação. Além disso, o projetotambém contribui para a formaçãoprofissional e acadêmica de seusmembros, como também para aconscientização política. Angelitafrisou a criação de lideranças es-tudantis e a criação do Fórum deEstudantes de Origem Popular.

O grupo musical Vidas Secasabriu, no dia 9, o seminário e foiseguido pela mesa-redonda Sabe-res Populares, Saberes Científi-cos. Seguiram a apresentação dapeça teatral “Julgamento do Mé-rito” e a mesa-redonda “Capoeirae Hip Hop: manifestações da cul-tura negra”. Após os debates, fo-ram ministradas oficinas de cul-tura popular nas próprias salasdo Instituto de Estudos Socioam-bientais.

Ações na comunidade – As ações

realizadas vinculam a comunida-de a estudantes de diversos cur-sos como Jornalismo, Enferma-gem, Medicina, Letras, Biologia,Geografia, História e Psicologia.Desde 2007, são apoiadas açõescomo o programa de rádio Sopa deLetras, que aborda conceitos dife-renciados de programação infan-til; o programa de web tv Afirma-ções, em parceria com o comple-xo Magnífica Mundi; e as ofici-

nas e minicursos voltados paraa promoção e a conscientizaçãoda saúde.

Os bairros Nossa Morada eShangri-lá são a base de um tra-balho de complementação escolarpara crianças e jovens e o Centrode Ensino e Pesquisa Aplicada àEducação (Cepae) conta com umahorta orgânica mantida pelos bol-sistas do Conexão de Saberes. Emparceria com a Comunidade FazArte, os estudantes passam a in-tegrar a equipe do cursinho popu-lar voltado para estudantes de bai-xa renda.

A participação se dá tantoem sala de aula, com bolsistasno quadro de professores, quan-to na gestão logística e metodo-lógica do projeto. O ProgramaEscola Aberta é resultado do acor-do de cooperação técnica reali-zado entre o Ministério da Edu-cação e a Unesco. Tem por obje-tivo contribuir para a construçãode uma cultura de paz e inclu-são, que culmine no melhora-mento da qualidade da educaçãopública nos níveis fundamentale médio. Em Goiás, o programapassou integrar esse projeto nosegundo semestre de 2007.

José Eduardo Umbelino Filho

Delegações de estudantes doscursos da Universidade Federal deGoiás - Artes Cênicas, Direito,Medicina e Medicina Veterinária- participaram, de 29 a 31 de mar-ço, em Pirenópolis, do projeto Ca-minhos Gerais - Circuito dos Pi-reneus. O prefeito da cidade, Ro-gério Abreu Figueiredo, conside-rou essencial a participação daUFG no evento.

A cavalgada Caminhos Geraisé promovida pela Associação Na-cional do Mangalarga Marchador etesta a resistência dos animaisdessa raça com provas em terrenosdifíceis e pouco acessíveis. Na eta-pa realizada em Pirenópolis, o even-to ocorreu vinculado à ações de in-clusão social. As Ligas do Pulmão,da Mama e do Diabetes da Faculda-de de Medicina atenderam e cons-cientizaram a população acerca detabagismo, câncer de mama e cui-dados com o diabetes.

UFG participa de açãocomunitária em PirenópolisCaminhos Gerais

O Núcleo de Assessoria Jurí-dica Popular (Najup) da Faculdadede Direito, por sua vez, realizou ofi-cinas de assessoramento jurídico,e estudantes da Escola de Músicae Artes Cênicas (Emac) ministra-ram oficinas de teatro.

Avaliação de animais – Estudan-tes da Escola de Medicina Veteri-nária da UFG, assistidos pelo pro-fessor Pedro Paes Teixeira (Pedri-nho), realizaram as avaliações fí-sicas dos cavalos. O grupo foi con-vidado a participar das outras eta-pas do evento, que ocorrerão em Goi-ânia e em Belo Horizonte. No en-cerramento da cavalgada, a organi-zação reafirmou o projeto de selarum convênio com a UFG para even-tos posteriores. De acordo com o pro-fessor Pedrinho, uma experiênciaprática como essa tem tanto valorquanto meses de aula teórica.

Prevenção – Os estudantes da Ligade Diabetes realizaram o cálculo

do Índice de Massa Corporal (IMC)para avaliar a obesidade, seguidade uma pesquisa de fatores de ris-co e mediram a pressão arterial.Pessoas com um ou mais fatoresde risco eram aconselhadas a fa-zer o teste glicêmico. Aquelas quejá eram diabéticas poderiam fazero teste do pé diabético.

A Liga do Pulmão procuroualertar a população sobre os ris-cos do fumo. Os interessados res-ponderam a questionários, e osestudantes mediram a dependên-cia de nicotina e a probabilidadede se ter Doença Pulmonar Crô-nica Obstrutiva (DPOC).

Houve grande procura emuito interesse das mulherespela Liga da Mama. Elas assisti-ram a uma palestra didática comauxílio de vídeo. Os estudantesensinaram passo a passo o auto-exame, atentando para os errosmais comuns e esc lareceramque a mamografia é um direitoprevisto por lei. Um outro grupo

de estudantes realizava os exa-mes nas interessadas. Além dosestudantes de medicina, as ligascontaram também com a presen-ça de uma nutricionista e de es-tudantes do curso de Enferma-gem. Assistência jurídica e teatro –O Núcleo de Assessoria JurídicaPopular da Faculdade de Direitoteve como pr inc ipa l ob je t ivoconscientizar a população localsobre a organização do judiciá-rio e as formas de acesso à jus-tiça. Para isso, os estudantes re-alizaram pesquisas de casos co-t id ianos , exp lanações sobrecomo agir diante de certas situ-ações, quais os direitos e deve-res que cada um possui. O grupode alunos da Emac, por sua vez,desenvolveu jogos teatrais e tra-balhos que contribuíram para pos-sibilitar experiências novas deinclusão do teatro no cotidiano dosmembros da comunidade.

Parte do público presente noauditório do Instituto de EstudosSocioambientais durante o evento

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11TECNOLOGIA Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

Mayara Jordana

s transmissões da TV Digital Brasilei-ra já começaram desde o dia 2 de de-zembro de 2007. Inicialmente, a cober-

tura ficou apenas na grande São Paulo. Em-bora o Sistema Brasileiro de TV Digital (SB-TVD) tenha sido inaugurado, ainda paira nacabeça dos brasileiros muitas dúvidas a res-peito da implantação e das funcionalidadesdessa nova tecnologia de comunicação. EmGoiânia, pelo prazo previsto, as geradoras desinal de televisão iniciam este mês a im-plantação do novo sistema.

Um dos grandes diferenciais da televi-são digital é a transmissão da imagem e dosom que é realizado por meio de códigos bi-nários, ou seja, cada minúscula parte quecompõe a imagem e o som são transforma-dos em números zero e um, como nos com-putadores. Diferente da televisão que temosem casa hoje, a analógica, em que a ima-gem e o som são transmitidos de forma con-tínua. Durante o processo de transmissão desinal analógico, há interferências de apare-lhos eletrodomésticos (liquidificador, secadoretc.) com a formação de chuviscos na tela,fantasmas e áudio de baixa qualidade.

O professor de Ciências da Computaçãodo Instituto de Informática (INF) da Univer-sidade Federal de Goiás, Fábio Moreira Cos-ta, explica que as transmissões digitais queforam iniciadas em São Paulo, por enquan-to, contemplam somente a qualidade desom e imagem. O sinal digital de televi-são necessita ser recebido nas casas dostelespectadores com boa qualidade de re-cepção, dessa forma, ou o telespecta-dor recebe a imagem perfeita ou nãorecebe, aparecendo uma tela azulno monitor da televisão.

Segundo o professor, a ne-cessidade de uma boa recep-ção ocorre devido aos doistipos de transmissão deimagem e som que aTV digital possui,

Qualidade de imagem e som,multiprogramação e recursosinterativos são funções que irãomodificar a maneira de assistirtelevisão no Brasil

um de qualidade padrãoSD (Standard Definition -definição padrão) e outraHD ( High Definition- altadefinição). A transmissãoSD garante uma imagemlimpa com qualidade desom equivalente ao de umCD estéreo. Já a alta de-finição (HD) contemplamais detalhes na ima-gem, como em uma telade cinema, e o som é de5.1 surround , áudio de umhome theater.

Multiprogramação - Deacordo com Fábio Moreira,a televisão digital permitemais canais em uma mes-ma freqüência de trans-missão. No modelo digital,em uma única freqüênciaUHF podem ser transmiti-dos quatro sinais SD ouapenas um HD. Por exem-plo, a emissora de televi-são decide transmitir emum único canal, quatro ti-pos de programas televisi-vos diferentes, assim o te-lespectador terá na suatela quatro programas di-ferentes (esportes, culiná-ria, desenho, telejornal).Mas, ao invés dos quatroprogramas em um só ca-nal, a emissora pode deci-dir por exibir somente umprograma HD com a maisalta definição de imageme som.

Dessa forma, o profes-sor acredita que assimocorra a democratização doacesso à televisão pública.Já que um único canal po-derá transmitir diversasprogramações contem-plando o conteúdo produzi-do pelas TVs comunitári-as e universitárias. Ou-tra vantagem do modelodigital é proporcionar ainteratividade.

Segundo o profes-sor Fábio, junto com atransmissão de ima-gem e som digitaisvão também aplica-ções ou dados, quepodem ser enten-didos como ferra-mentas que pos-sibilitam o teles-pectador intera-gir com a progra-mação. Por exem-plo, em um jogode futebol trans-mitido pela TV, otelespectador vaipoder escolher pormeio de qual a câ-mera (ângulo) elequer ver o jogo, se-lecionando a opçãoque o agrada. Oumesmo, se quisersaber sobre a ficha

técnica dos jogadores emcampo, ele pode obter essainformação puxando-a natelevisão. Isso, se a emis-sora informar os dados. Aoinvés do teclado ou do mou-se, todo o acesso será rea-lizado por meio do controleremoto.

A lgumas apl ica-ções vão ser residentes,quer dizer, independemda emissora mandar osdados para a televisão dotelespectador, como o na-vegador de internet, fer-ramentas de envio e re-cebimento de email, cri-ação de tipos de usuári-os, seleção de canais pre-feridos e muitas outrasfunções. “O telespectador,no futuro próximo, seráchamado de usuário oualgo intermediário. Por-que a TV digital não vaiser nem a televisão con-vencional nem o compu-tador, vai ser um híbrido”,ressalta Fábio Moreira.

Para ter acesso atudo o que a televisão di-gital oferece, os milhõesde telespectadores terãoque se adequarem. Seránecessário que sejam ad-quiridas antenas de tele-visão com recepção à fre-qüência UHF e nos apare-lhos antigos terão que seracopladas as caixinhasconversoras do sinal digi-tal (Set-top box). Para usu-fruírem dos serviços inte-rativos, os telespectadoresprecisarão ter acesso a in-ternet banda larga. No lan-çamento do sistema, o con-versor era encontrado porcerca de R$800,00, e hojepode ser encontrado por R$230,00.

Fábio Moreira comen-ta que, pelo fato de seruma novidade, ainda háresistência das pessoasem comprarem o conver-sor devido ao preço, porquenão é um produto subsidi-ado pelo governo federal.Ele cita o exemplo da Itá-lia, onde o governo dispo-nibilizou o conversor digi-tal a um preço simbólico deum euro. Também seráoneroso a grande parte dapopulação adquirir a inter-net banda larga. O profes-sor estima que até junhode 2016, quando as trans-missões analógicas terãosido encerradas no Brasil,o governo tenha implanta-do medidas que possibili-tem o acesso à nova tec-nologia a todos.

Nem tão democrática - AFrente Nacional por umSistema Democrático de

TV Digital, da qual partici-pa o Coletivo Brasil de Co-municação Social (Intervo-zes), crítica que o SBTVDnão democratiza as comu-nicações. Segundo a cartada Frente Nacional por umSistema Democrático deRádio e TV Digital, as con-cessões não foram revis-tas, e as emissoras que jápossuem canais de televi-são, tem garantido o espa-ço na TV digital, sem terque passar por nenhumaavaliação do conteúdotransmitido. Além disso,os recursos interativosnão irão promover a inclu-são social, já que menos dametade da população temacesso à internet.

Tecnologia brasileira -Sobre a decisão do gover-no federal em escolher opadrão japonês, Fábio Mo-reira acredita que o desta-que do modelo é a mobili-dade. Essa função permite,no Brasil, assistir televi-são nos celulares sem terque pagar às operadoras detelefonia móvel. Diferentedo padrão americano, oqual não permite a mobili-dade, ou o padrão europeuem que é preciso pagar oserviço às operadoras.

Apesar da escolha deum padrão já pronto, pes-quisadores brasileiros re-alizaram trabalhos cien-tíficos para a formação deum modelo de referênciade TV digital produzidoaqui. Fábio Moreira par-ticipou do grupo de pes-quisa liderado pela Uni-versidade Federal da Pa-raíba, no projeto “FlexTv-Middleware para o Siste-ma Brasileiro de TV Digi-tal” . De acordo com oprofessor,a tecnologia deponta, o middleware, queconsiste na parte do sof-tware, ficou a cargo dosbrasileiros.

O professor Fábio res-salta que, mesmo que omiddleware seja desenvol-vido por brasileiros, todasas pesquisas seguem o pa-drão internacional de com-patibilidade de aplicações.“Os pesquisadores brasilei-ros têm a capacidade dedesenvolver um padrão deTV digital exclusivamentebrasileiro, mas se fizessemum padrão pronto, a novatecnologia perderia emcompetitividade com a defora. Também, não adian-taria ter uma tecnologiaúnica e ficar isolado mun-dialmente sem poder im-portar e exportar progra-mação”, comenta.

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12 UNIVERSIDADE Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

Pedro Ivo Freire

VII Encontro regionaldos pró-reitores degraduação das regio-

nais centro-oeste e norte(Forgrad regional) foi reali-zado em Goiânia, nos dias13, 14 e 15 de abril. Esteano, o evento promoveu dis-cussões acerca da temáti-ca “Desafios da graduação:das políticas educacionais àformação”. O encontro tempor objetivo criar, promoverdiscussões e implementarou participar de implemen-tações políticas referentesà graduação no Brasil. Oevento foi organizado pelaUFG e contou com o apoioda Universidades Católicade Goiás (UCG), Estadual de

Dirigentes debatem acesso ao ensino superiorPró-reitores degraduação dasregiões norte ecentro-oeste sereúnem paradiscutir propostas demelhoria do ensinosuperior e medidaspara o grandedesafio de ampliaro acesso àuniversidade

Goiás (UEG), Unievangélicae Universidade da Amazô-nia (Unama).

O encontro ocorre anu-almente e é responsável pordecisões que são encami-nhadas para o fórum nacio-nal dos pró-reitores. Essaspropostas são então redis-cutidas em âmbito nacionale reapresentadas aos dife-rentes órgãos e instânciasnacionais da educação,como o MEC. As decisõessão referentes a propostasde mudanças sugeridas pe-los pró-reitores no âmbitopolítico e administrativopara os diversos cursos degraduação oferecidos nasuniversidades brasileiras.

Para compor a mesadiretiva do evento, estive-

ram presentes os pró-reito-res Maria do Carmo Ribei-ro Abreu, representando oreitor da UEG, Luiz AntônioArantes; Ana Luci Macedo,representando o reitor daUnievangélica, Carlos Has-sel Mendes da Silva; OlgaIzilda Ronchi, vice presi-dente do Forgrad nacionalrepresentando o reitor daUCG, Wolmir Amado; MárioRuzzo, coordenador do For-grad da região norte, repre-sentando o reitor da Una-ma, Edson Franco; Sandra-mara Matias Chaves, coor-denadora do Forgrad na re-gião centro-oeste e EdwardMadureira, reitor da UFG.

Na abertura do evento,Olga Izilda falou sobre umdos desafios do encontro, a

respeito do acesso do alunoao ensino superior: “Nós te-mos uma grande ociosida-de em muitas áreas do co-nhecimento, principalmen-te nas instituições particu-lares. Por outro lado, há umesgotamento da capacidadefinanceira das famílias bra-sileiras em manter os seusfilhos na universidade. Esseé certamente o grande de-safio na nossa atual políti-ca”, explica.

O Reitor da UFG,Edward Madureira Brasil,agradeceu a presença detodos e destacou a impor-tância que Goiás vivenciaao sediar um evento de ta-manha conjuntura. Desta-cou o grande desafio dasuniversidades que hoje vi-

vem um processo de expan-são e comentou sobre asua preocupação quanto àformação profissional dosgraduados. “Tenho a con-vicção de que se não inves-tirmos cada vez mais noensino básico, passaremosa ter profissionais descar-táveis no mercado”. A pa-lestra inicial foi proferidapelo professor José CarlosLibaneo com o tema “Asfunções pedagógicas deuma pró-reitoria de gra-duação”. Ele fez um ba-lanço geral das estrutu-ras das universidades epontuou as dificuldadespedagógicas que os pro-fessores encontram emuma sociedade repleta deinformação.

Concebida para con-quistar o leitor, a LivrariaUFG se apoiou na idéia deimplantar-se num espaçoaconchegante, onde deter-minadas atividades fossemesperadas: manusear o li-vro, sentir a textura do pa-pel, descobrir detalhes dacapa, encantar-se com asilustrações, emocionar-secom um trecho com o qualse identifica, ou, por outrolado, irritar-se com idéiascom as quais não compac-tua. E nessa relação abrem-se horizontes ilimitados.

Nessa prática leitora,a livraria se constitui numambiente em que há trocade conhecimentos entre oleitor e o objeto livro. Logi-camente esse conceito sesustenta tanto na estrutu-ra física quanto nas ativi-dades culturais ali desen-volvidas em torno da pala-vra escrita.

A importância de umespaço com essas caracte-rísticas não foi ignoradapela Casa Cor. Ciente deque a Livraria UFG haviarecebido do Conselho Esta-

Livraria UFG ganha espaço na Casa Cor

dual de Cultura uma co-menda por sua concepçãomoderna, esse grandeevento de decoração e ar-quitetura do Brasil convi-dou a Livraria UFG a desen-volver, num espaço especi-ficamente dirigido e plane-jado para tal, algumasações para a promoção daleitura, tais como: leituradramática, contação de his-tórias, debates e lançamen-tos de livros para criançase adultos. Ali, o grande atorserá o livro; as demais ati-vidades contracenam no

mesmo palco, mas na con-dição de figurantes.

Em espaço cedido pelaSecretaria Estadual de Edu-cação, a Casa Cor vai ins-talar-se no Colégio Rui Bra-sil Cavalcanti (um quartei-rão entre a Rua 3 e a Ave-nida República do Líbano,no Setor Oeste), no períodode 16/5 a 22/6. Todas asbenfeitorias no edifício se-rão doadas, para que tão logotermine o evento, seja aliinstalada uma escola paraportadores de necessidadesespeciais. (Fonte: Cegraf)

A última reunião doFórum de Pró-Reitores dePesquisa e Pós-Graduação(Forprop) das Instituiçõesde Ensino Superior (IES) doCentro-Oeste ocorreu emGoiânia. No dia 24 de abril,o encontro foi realizado naUniversidade Católica deGoiás (UCG) e dia 25 naUniversidade Federal deGoiás (UFG).

O objetivo dessa reu-nião foi a construção de

O pró-reitor de Admi-nistração e Finanças daUniversidade Federal deGoiás (UFG), professor Or-lando Afonso Valle do Ama-ral, foi eleito coordenadornacional do Fórum Nacio-nal de Pró-Reitores de Pla-nejamento e Administra-ção (Forplad) das Institui-ções Federais de EnsinoSuperior (IFES). A eleiçãofoi realizada durante en-contro em Foz do Iguaçu,no Paraná, no período de16 a 18 de abril.

O evento teve como ob-

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Professor Orlando coordena Forplad

Fórum de pró-reitores de pesquisa

jetivo estudar e propor so-luções para os problemasrelacionados com as suasáreas de interesse, bus-cando assessorar a Associ-ação Nacional dos Dirigen-tes das Instituições Fede-rais de Ensino Superior(Andifes). O Fórum tem ca-ráter permanente e reúneos pró-reitores de Planeja-mento, de Administração eocupantes de cargos equi-valentes nas universidadesfederais e nos Centros Fe-derais de Educação Tecno-lógica (Cefets).

uma rede de pesquisa for-mada pelas IES do DistritoFederal, Goiás e MatoGrosso do Sul, voltada paraa pesquisa sobre os biomasCerrado e Pantanal. Osestudos servirão para co-nhecer a complexidade dosdois biomas, identif icarprioridades para recupera-ção de áreas degradadas edesenvolver formas demanejo sustentável dosrecursos naturais.

Professora Sandamara Matias, que coordena o Fórum regional de pró-reitoes de Graduação,dirigiu os trabalhosda reunião em Goiânia sobre políticas da educação superior no Brasil

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13UNIVERSIDADE Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

om a exibição do filme “Ta-pete vermelho”, no condomí-nio Vila Vida, no dia 26 de

abril, tem início o projeto “O Ci-nema vai a Periferia” do grupo in-terdisciplinar de estudos, pesqui-sa e extensão sobre Cinema daUFG, Cena Aberta, Câmpus de Ja-taí (CAJ).

O objetivo é levar diversão earte para as comunidades dos bair-ros da periferia da cidade, “ondeas oportunidades de lazer são es-cassas”, afirma o professor MarcosAntonio de Menezes, do curso deHistória e coordenador do projeto.Ainda neste semestre, três bair-ros receberão o projeto que iráocorrer sempre aos sábados a par-tir das 18 horas. Após a exibiçãode cada filme haverá um debatemediado por professores e estu-dantes, membros do projeto CenaAberta. “Com esse projeto temosa oportunidade de aproximarmosa comunidade da Universidade.Queremos mostrar que a sétimaarte está acessível a todos e queo filme é a visão de seu criadordo mundo em que vivemos”, afir-ma o estudante de História JoãoBosco Brandão, que faz parte dogrupo.

O grupo Cena Abertoagrega pesquisadores de ou-tras áreas do saber que estu-dam o cinema enquanto“agente da história, docu-mento historiográfico e novalinguagem para o ensino”. Hátambém o compromisso de de-senvolver ensino, pesquisa eextensão, fomentando refle-xões interdisciplinares e pro-movendo intercâmbio inte-lectual com outras universi-dades e com pesquisadoresque atuem nesta área do co-nhecimento, além de atenderas demandas de profissionaisdo ensino fundamental e mé-dio, dinamizando metodologi-as e temáticas ligadas ao en-sino de História.

O filme mostrado na es-tréia foi “Tapete vermelho” dodiretor Luiz Alberto Pereira.“Neste projeto dos bairros op-

Ana Paula Vieira

A Pró-reitoria de Administra-ção e Finanças (Proad) da UFG pro-moveu entre os dias 29 e 30 deabril o seminário intitulado “A oti-mização de recursos e a reduçãode custos na UFG”, com o objetivode subsidiar a discussão sobre aredução dos custos de manuten-ção na universidade. Segundo opró-reitor de Administração e Fi-nanças, Orlando Afonso Valle doAmaral, na UFG atualmente sãogastos cerca de R$4 milhões comenergia elétrica, R$5 milhões comsegurança e R$3,5 milhões comlimpeza, que somados represen-tam mais da metade da verba des-tinada no orçamento da universi-dade para seu custeio. De acordocom o pró-reitor, essas despesastêm que diminuir para que essadiferença possa ser destinada aoensino, pesquisa e extensão.

Orlando Valle declarou sua“grande expectativa em relação aoseminário, para que todos saíssemdele com idéias para suas univer-sidades”. O evento contou com apresença de diretores de órgãos da

O pró-reitor de Assuntos da Co-munidade Universitária, ErnandoMelo Filizzola, afirmou na entrevis-ta para a Mesa-redonda, edição deabril do Jornal UFG, que os recursosdestinados à assistência estudantilreferentes à primeira parcela doPrograma Nacional de AssistênciaEstudantil seriam aplicados na

Investimento de recursos na assistência estudantil

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construção da moradia estudantildo câmpus II. Entretanto, após aná-lise em conjunto com a Pró-reitoriade Administração e Finanças, do ofí-cio enviado pela Secretaria de Edu-cação Superior do Ministério daEducação, verificou-se tratar so-mente de despesas de custeio, quedeverão utilizadas na contratação

de serviços, na aquisição de mate-riais de consumo e reformas.

Na UFG, segundo Ernando, se-rão realizadas reformas nas Casasde Estudantes – CEU I e CEU III ena Creche. Os recursos tambémserão utilizados na aquisição demateriais de consumo para os ser-viços e programas de assistência

estudantil, incluindo refeições paraos estudantes de baixa renda. O pró-reitor salienta que a UFG mantémo compromisso de construir a mo-radia estudantil no câmpus II, uti-lizando recursos próprios e oriun-dos do Programa de Apoio ao Planode Reestruturação e Expansão dasUniversidades Federais (Reuni).

Câmpus de Jataí leva cinemaaos bairros da periferia

tamos por apresentar só filmes na-cionais em uma tentativa de va-lorização do nosso cinema quevem passando por uma fase ma-ravilhosa e que não deixa nada adesejar”, justifica o professor Me-nezes.

No filme, Quinzinho (MatheusNachtergaele) tem uma promessaa cumprir: levar seu filho, Neco(Vinícius Miranda), à cidade paraassistir a um filme do Mazzaropi.Eles moram num pequeno sítio nointerior de São Paulo. Nessa ver-dadeira odisséia por cidades dointerior paulista, ele também levasua esposa Zulmira (Gorete Mila-gres), que parte a contragosto, e oburro Policarpo. Na jornada, elesencontram peculiaridades regio-nais e passam por situações má-gicas, relacionadas à crendice po-pular.

O grupo Cena Aberta tambémfaz apresentações de filmes, sem-pre no último sábado do mês, nopátio da Unidade Riachuelo docâmpus II, em Jataí. A entrada éfranca e há debates ao final daexibição. O filme “Abril despeda-çado” foi propositalmente escolhi-do para ser apresentado em abril.(Fonte: Assessoria do CAJ/UFG).

Seminário debate alternativaspara redução de custos na UFG

UFG e de componentes dos quadrosadministrativos de diversas uni-versidades públicas do país. Du-rante as palestras, Leonardo Eus-táquio Guimarães (Proad), MarcoAntonio de Oliveira (Centro Ges-tor do Espaço Físico) e Euler Bue-no dos Santos (Escola de Engenha-ria Elétrica e da Computação) tra-çaram o perfil dos gastos de ma-nutenção da UFG e falaram sobreo que já foi e tem sido feito paradiminuí-los.

Os professores Fernando daCosta Baeta e Luiz Car losD’Antonino (Universidade Fede-ral de Viçosa), Geraldo MartinsTavares (Universidade FederalFluminense) e Gilson Pires (Uni-versidade Federal de Santa Ca-tarina) falaram sobre suas expe-riências com redução de gastoscom limpeza, energia elétrica esegurança. A programação do se-minário ainda trouxe o enge-nheiro Pedro Paulo Correa, quedeu a visão do empresário sobrereduções de custos, e o analistade informação Arnaldo Conde Fi-lho, que explicou a visão do pro-jetista.

Professor Orlando Amaral expõe para os colegas de todo opaís a experiência da UFG

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14 INTERCÂMBIO Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

O programa de pós-gra-duação em Letras e Lin-güística da Faculdade deLetras da UFG recebeu aprofessora da Universitéd’Ottawa, Danielle Forget,entre os dias 30 de março e2 de abril. Na oportunidade,a professora ministrou se-minário relativo à literatu-ra canadense. A passagemaérea foi concedida peloCanadá, dentro das ativi-

UFG sedia Associação Brasileira de Estudos CanadensesCom a presença doembaixador do Canadá,Rosa Maria Berardo foiempossada na Abecan

Universidade recebe professor leitor de EspanholA Universidade Fede-

ral de Goiás (UFG) assinouMemorando de Entendi-mento com o Ministério deAssuntos Exteriores e deCooperação – Agência Es-panhola de CooperaçãoInternac iona l (Maec-Aeci) e a Embaixada daEspanha no Brasil – paraconcessão de ajuda a lei-torados de Espanhol. Emdecorrência desse acor-

Seminário de Literatura

A Universidade Fede-ral de Goiás firmou convê-nio com a Universidade deCaldas, em Manizales, Co-lômbia, para implantaçãode um programa interinsti-tucional de cooperação téc-nica, científica e acadêmi-ca nas áreas de Geografia,Antropologia e ciênciasafins. No dia 23 de março,representantes de algumasuniversidades vieram expore pedir a adesão da UFG aoprograma de Doutorado deEstudos Territoriais ideali-zado por um grupo de insti-

dades do Núcleo de EstudosCanadenses (NEC/UFG),sediado na Coordenadoriade Assuntos Internacionais

Danielle Forget visitoutambém a Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul(UFRGS) e a Universidadede Brasília (UnB). É uma dasautoras das obras Des iden-tités em mutation: de l’Ancienau Nouveau Monde (Ottawa,Lês Éditions David, 2002).

do, a Faculdade de Letras(FL) da UFG receberá aprofessora Victoria PalmaEhrichs, que ficará aquino período de agosto de2008 a julho de 2009.

A professora leitorarealizará atividades de en-sino, pesquisa e extensão,incluindo a oferta de dis-ciplinas de Núcleo Livreem língua e cultura espa-nhola, atendendo, então,

tuições latino-americanase européias que ainda estáem processo de discussão.A responsável pelo relacio-namento da UFG com as de-mais instituições, professo-ra Maria Geralda Almeida,do Instituto de Estudos Só-cioambientais, acredita queo programa é importante,pela possibilidade de inten-sificar as relações entre di-versas áreas do conheci-mento e ainda entre paísese culturas.

Parte dos estudos se-riam realizados na Uni-

diferentes unidades aca-dêmicas.

A assessora de Coope-ração Educativa e Culturalda Aeci, Virgínia Martinez,visitará a UFG no dia 18 deagosto, quando ministrarápalestra na sobre oportuni-dades de estudos na Espa-nha e apoio financeiro dogoverno espanhol, além dedesenvolver atividadescom o corpo discente.

versidade de Caldas e orestante por ensino a dis-tânc ia . As inst i tu içõesenvolvidas são: InstitutoFrancés de Estudios Andi-nos; Pontificia UniversidadCatólica del Peru; Univer-sidad de Caldas; Francésde Urbanismo (França) ;Instituto de Altos Estudiossobre América Latina; Uni-versidad Veracruzana (Mé-xico), Universidad Nacio-nal de Educación a Distan-cia (Espanha), UniversidadNacional Mayor de SanMarcos (Peru).

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Representantes da UFG e das instituições estrangeiras nomomento em que o convênio era assinado pelo reitor da UFG

Embaixador do Canadá no Brasil, Paul Hunt, professoara AnaRamos, reitor da UFG, Edward Madureira, e as professoras

Rosa Berardo, Ofir Bergemann e Dilma Melo

AAna Paula Vieira

professora da Facul-dade de Artes Visuais(FAV) da Universida-

de Federal de Goiás (UFG),Rosa Maria Berardo, é anova presidente da Associ-ação Brasileira de EstudosCanadenses (Abecan), ago-ra sediada na Coordenado-ria de Assuntos Internaci-onais (CAI) da universida-de. A cerimônia de posseocorreu no dia 8 de abril, nasala de reuniões da Reito-ria e contou com a presen-ça do embaixador do Cana-dá no Brasil, Paul Hunt, doreitor da UFG, Edward Ma-dureira Brasil, da coordena-dora de Assuntos Internaci-onais, Ofir Bergemann deAguiar, da ex-diretora daAbecan, Ana Ramos, da Uni-versidade Federal da Bahia,na mesa diretiva, além davice-presidente empossa-da, Dilma Melo, da Univer-sidade de Uberlândia, dire-tores de unidades acadê-micas, assessores e docen-tes da UFG.

Após a leitura da ataque faz a transferência paraa próxima gestão, que vigo-rará no biênio 2008/2010,Rosa Maria Berardo e AnaRamos assinaram o termoque consumou a posse daprofessora da UFG na asso-ciação. A ex-diretora daAbecan desejou boa sorte àempossada e apresentouum balanço geral de suagestão: “Foi uma tarefa en-riquecedora e proveitosa, dealta responsabilidade. Nãofoi fácil”, ponderou Ana.

O interesse da profes-sora Rosa Maria Berardopelo Canadá começou em2001, quando obteve umabolsa de estudos canaden-

ses para realização de pes-quisa sobre os índios da-quele país, já que seu tra-balho no Brasil é com osíndios brasileiros no cine-ma. Nessa oportunidade, aprofessora propôs acordoentre a Universidade doQuebec em Montreal e aUFG. Esse acordo resultouno estabelecimento deconvênio entre a Embaixa-da do Canadá e a UFG paraa criação do Núcleo de Es-tudos Canadenses (NEC),que a professora Rosa co-ordena desde essa época.“Tenho uma paixão muitogrande pelo Canadá peloexemplo de país, de respei-to à cidadania e às pesso-

as. É um país quase semviolência, que investemuito em educação. Achoque o Brasil tem muito oque aprender nessa trocacom o Canadá, num inter-câmbio que nos enriquecemuito”, declarou. Segundoa professora, é uma honrasediar a Abecan na UFG.

Ofir Bergemann deAguiar lembrou que, hádois anos, o NEC correu orisco de ser fechado. Segun-do ela, se hoje a UFG é sededa Abecan é porque foramintensificadas as relaçõescom o Canadá. Esse proces-so, conforme Ofir, contoucom importante participa-ção da professora Rosa Ma-ria Berardo, que já tinhamuitos contatos no Canadáe fez seu pós-doutorado nopaís, concluído em 2006.

Paul Hunt parabenizoua última gestão da Abecane colocou a Embaixada doCanadá à disposição danova presidente: “Sei queela tem muitas idéias e umforte engajamento, quepode contar com os mem-bros da associação, além daequipe da Embaixada”. Oreitor da UFG também ma-nifestou o apoio da institui-ção à empreitada da profes-sora Rosa Maria Berardo: “Éuma extrema satisfação a

UFG sediar a associação eter uma professora da uni-versidade na sua presidên-cia”, declarou. Edward Ma-dureira expôs sua expecta-tiva de que a interação en-tre Canadá e Brasil, que jáexiste na pós-graduação,ocorra também no âmbito dagraduação.

A Abecan tem por obje-tivo promover congressos,seminários, encontros, con-ferências, estudos e pesqui-sas de interesse da relaçãoBrasil/Canadá. A entidadevisa, ainda, fomentar publi-cações, estabelecer convê-nios e acordos de coopera-ção nas áreas de sua abran-gência, assessorar professo-res e especialistas cana-denses durante sua perma-nência no Brasil e acompa-nhar as atividades dos bol-sistas brasileiros duranteseus estudos no Canadá.

Rosa Berardo garantiu:“Nossa equipe tem bastan-te energia e toda a garrapossível para honrar a con-fiança depositada na novapresidência”. Ela tambémaproveitou a oportunidadepara convidar os colegas aparticiparem dessa comu-nidade e disse que a Abe-can está aberta para expli-car sobre sua atuação e re-alização de projetos.

Convênio garante cooperação interinstitucional com universidade colombiana

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15DEBATE Goiânia, maio de 2008Jornal UFG

GUSTAVO BALDUINO*

COMUNIDADE PERGUNTA

m agosto de 2003,a Andifes formalizou com oPresidente Lula uma propos-ta para dobrar o número dealunos nas universidadesfederais, sem comprometera qualidade e priorizando oscursos noturnos, a formaçãode professores para a educa-ção básica e a superação dasdesigualdades regionais. Em2008, 53 universidades fede-rais, presentes em todos osestados da federação, firma-ram com o presidente umtermo de compromisso comeste objetivo.

Até 2012, serão R$ 2,4bilhões em investimentos,93.319 novas vagas e 1.285novos cursos de graduação.Destes, 696 são no-turnos, 331 de li-cenciaturas, 640de mestrados e 428de doutorados. Ototal de matrículasalcançará 1,1 mi-lhões de alunos.Serão criados 25mil cargos e fun-ções para ocupaçãoescalonada nos pró-ximos quatro anos,de acordo com oProjeto de Lei assinado re-centemente pelo presidente.

Neste contexto é que asociedade brasileira, especi-almente os formadores deopinião e as agremiaçõespartidárias, deve compreen-der que, em um país conti-nental, políticas e serviçospúblicos de qualidade a quetodo cidadão tem direito, e aque o Estado se obriga, impli-cam recursos financeiros ehumanos bem geridos, mastambém substanciais. NoBrasil os investimentos emeducação em relação ao PIBainda são baixos. A DRU reti-ra anualmente, dessa área,valores superiores ao totalprevisto para esta expansãoem quatro anos.

Os números do Reunisão eloqüentes. Porém, há

Um salto naeducaçãosuperior do país

E

outros aspectos igualmente importan-tes nesse programa. A definição de dire-trizes, acompanhada dos meios paraexecutá-las, com respeito à autonomia econdicionada à aprovação dos conselhossuperiores, induziu o planejamento es-tratégico nas universidades e no gover-no. O processo gerou, e o termo de com-promisso registrou, metas, insumos e cro-nogramas; logo, responsabilidade políticae administrativa para os atores envolvi-dos: MEC, Planejamento, reitores, profes-sores, Congresso Nacional. Todos agen-tes públicos do Estado.

A novidade é que estes compromis-sos poderão ter suas execuções fiscaliza-das pelo TCU, pela CGU, pelo MinistérioPúblico, mas também pelos signatários,pelo parlamento e por toda a sociedade. Odescumprimento injustificável de obriga-ção por qualquer das partes redundará emdesgaste político e, talvez, em sanção ad-ministrativa. Esta sistemática, fruto deum intenso debate entre as IFES e o MEC,eleva as políticas públicas de educação aum novo patamar.

Um ganho involuntário e parcial, ain-da não percebido, é a contribuição doReuni para solucionar o iminente apa-gão de mão-de-obra qualificada. Bastou oPIB crescer 5,4% para este gargalo ao de-senvolvimento se apresentar. Para unsé fácil ver o buraco na estrada, a escas-sez de energia, a criança sem aula. Paraoutros é motivo de orgulho a expansão in-

dustrial, o aumento do IDHe das exportações. Difícilpara muitos é perceber quea solução desses problemasou a perenidade desses êxi-tos exige mais profissionaisbem preparados. Involuntá-rio e parcial porque faltougestão para coordenar aspolíticas públicas de educa-ção com outras, e, então,potencializar e otimizareste ganho. O Reuni e asexpansões anteriores não

foram cotejadas com as necessidades deprofissionais para uma política industri-al ou de inovação tecnológica, por exem-plo, ou com demandas geradas por progra-mas de governo. Assim foi com o PAC emais recentemente com os Territórios daCidadania.

O Reuni como política de Estado e,por ter referência na qualidade, visãoestratégica, com metas e bases geren-ciais claras, quando completado, repre-sentará uma revolução na educação su-perior, com repercussão direta nos de-mais níveis de ensino e conseqüênciasespraiadas por todas as atividades eco-nômicas. Certamente dará sustentaçãoao ciclo de desenvolvimento no qual opaís aparentemente ingressou. Bastacada um cumprir a sua parte.

Gustavo Balduino é secretário execu-tivo da Andifes (Associação Nacional dosDirigentes das Instituições Federais deEnsino).

Após a publicação daPortaria Interministerial

dos Ministérios daEducação e da Ciência e

Tecnologia (nº 475, de14/4/2008), que altera ascondições para registro e

credenciamento dasFundações de Apoio,

como fica a relação daFunape com a UFG?

Claudet MirandaSilveiraSecretáriaExecutiva daRevista Eletrônicade Enfermagem ecoordenadoraadministrativa daespecialização emAssessoria deComunicação

Albenones José deMesquitaDiretor Executivoda Fundação deApoio à Pesquisada UFG

É importante salientarque este credenciamento se dáde dois em dois anos. A Funda-ção de Apoio à Pesquisa (Funa-pe) está em dia com esta certifi-cação, renovada pela Portariaconjunta nº 597, de 27 de ju-nho de 2007, até junho de2009.

As novas condições pararenovação ou credenciamentoprevistas na portaria são:I. Que o estatuto da Fundação

seja referendado pelo conselho su-perior da instituição apoiada – Oestatuto em vigor na Funape foi ela-borado em conjunto com a Reitoriada UFG. Há uma proposta de refor-ma deste estatuto em andamento, jáapreciada pelo Consuni, em plená-ria do dia 20/4/2007, que se de-clarou de acordo com a proposta.

II. Órgão deliberativo superior dafundação integrado por, no míni-mo, um terço de membros desig-nados pelo conselho superior dainstituição apoiada – Atualmenteos conselhos da Fundação já con-tam com representantes do Conse-lho Curador e do Consuni da UFG.O diretor executivo é indicado peloreitor, e a pró-reitora de Pesquisa ePós-graduação da UFG tem assentopermanente no Conselho Delibera-tivo da Funape. Os demais repre-sentantes de áreas no conselho sãoescolhidos por voto direto de seuspares, e os eleitos nomeados por por-taria emitida pelo reitor da UFG, bemcomo o representante da comunida-de externa. Portanto, entendemosque a Funape está à frente do que alei exige.

III. Demonstrações contábeis doexercício social, acompanhadas deparecer de auditoria independen-te, bem como relatório anual degestão, encaminhados ao conselhosuperior da instituição apoiadapara apreciação em até 60 dias,após a devida aprovação pelo ór-gão deliberativo superior da Fun-dação – A Funape já encaminha aoConsuni as suas prestações de con-tas para apreciação, desde 2004, nomesmo prazo estabelecido na Porta-ria. O processo é composto pelo re-latório de atividades, demonstra-ções contábeis, síntese do parecerde auditoria independente, e cópiado requerimento comprovando oencaminhamento da prestação decontas ao Ministério Público Esta-dual – Curadoria de Fundações.

IV. Projetos de pesquisa ou exten-são com a participação de no mí-nimo 2/3 (dois terços) de pessoalda instituição apoiada – Atualmen-te, todos os projetos executados pelaUFG e geridos pela Fundação têm aparticipação do corpo docente nacondição de coordenadores ou pes-quisadores. A participação do corpodiscente e técnico-administrativo noprojeto fica a cargo da coordenaçãotécnica. Mesmo em parcerias reali-zadas com outros órgãos a Funda-ção orienta que o projeto seja acom-panhado por especialista da UFG.

V. Incorporação de parcela sobre

projetos captadosno orçamento dainstituição apoia-

da, à conta de recursos próprios,na forma da legislação orçamen-tária – A Fundação realiza a desti-nação de um percentual sobre osrecursos captados nos projetos, paraconstituição de um fundo instituci-onal na UFG e outro para a unida-de acadêmica de origem do projeto,conforme previsto na resolução009/2006 do Consuni. A utilizaçãodesses recursos obedece: 1) às polí-ticas da instituição apoiada; 2) àmovimentação financeira dos recur-sos em conta específica; 3) às des-pesas ordenadas com base em pla-no de trabalho.

Parágrafo único. A comprovação documprimento das disposiçõescontidas nos incisos II, IV e Vdeverão constar do relatório anu-al de gestão. – Desde 2004, o re-latório de atividades da Funapevem sendo elaborado de forma apermitir a mensuração dos resul-tados obtidos em comparação aoprogramado no Plano de Gestão.No relatório de 2007 foi contem-plada a disposição contida nos in-cisos II e IV e a partir de agoraincluiremos a divulgação das dis-posições contidas no inciso V.

O objetivo da portaria é fazer comque as fundações se submetam a ummaior controle pelas instituições apoi-adas. Isso é muito positivo. É uma for-ma de validação da gestão da Funda-ção como sua instituição de apoio. Nãovemos nisso um ato fiscalizador, massim uma forma de acompanhamento,pois a maioria das atividades execu-tadas na Fundação se dá em parceriacom a UFG. Constitucionalmente,quem faz o velamento das fundaçõesé o Ministério Público, e em Goiâniaisso tem sido muito bem conduzido pelaCuradoria de Fundações – 9ª Promo-toria de Justiça.

Atualmente a Funape oferece250 empregos diretos. Em 2007, fo-ram abertas 262 vagas para estágios aestudantes e concedidas 190 bolsasem projetos de pesquisa. Encontram-se em andamento 230 projetos, dosquais 31% do total dos recursos sãoprovenientes de parcerias com a Fi-nep, principal financiadora da pes-quisa e da infra-estrutura das univer-sidades. Ao mesmo tempo, temos pro-curado profissionalizar e capacitar asequipes de gestão da Fundação com oobjetivo de dar agilidade e eficiênciaaos processos.

Mais informações podem ser ob-tidas no site www.funape.org.br, naOuvidoria da Funape, ou nos telefo-nes da sua diretoria e gerência exe-cutiva - (62)3521.1372 e 3521.1038.

Com o Reuni,até 2012,serão R$ 2,4bilhões eminvestimentos,93.319 novasvagas e 1.285novos cursosde graduação

Os números doReuni são

eloqüentes.Porém, há

outros aspectosigualmenteimportantes

nesseprograma.

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16 Goiânia, maio de 2008Jornal UFG CATALOGAÇÃO

José Eduardo Umbelino Filho

Banco de Imagens do Programa Integradode Estudos da Fauna do Centro-Oeste(FaunaCO) é um projeto de ensino, pesqui-

sa e extensão com uma proposta muito interes-sante. Em exposição organizada no pátio do Ins-tituto de Ciências Biológicas da UFG (ICB), osvisitantes se surpreenderam com fotos de ani-mais encontrados dentro da própria universida-de. Mosquitos, abelhas, besouros, borboletas, an-fíbios e outros foram retratados em ângulos inu-sitados, de maneira original. O fotógrafo do pro-jeto, Max Malmann, explica que as pessoas mui-tas vezes andam pela universidade sem se darconta da riqueza de vida que as circundam. “Auniversidade não tem apenas macacos e mos-cas”, brinca Max.

O Banco de Imagens do programa FaunaCOtem por objetivo principal envolver e vincular ospesquisadores e estudantes dos diversos centrosde pesquisa da região Centro-Oeste e doTocantins. Segundo a coordenadora do progra-

Cerrado

As lentes do projeto Banco de Imagenscaptam a fauna do Cerrado porângulos inusitados

Por ter caráter científico, as fotos procuramretratar os animais em suas atividades cotidia-nas. Todo o material será identificado e catalo-gado com o seu referencial geográfico. O poten-cial do banco de imagens não se restringe aoseu uso científico e biológico. Uma vezdisponibilizado, o acervo poderá ser utilizado porestudantes e profissionais de diversas áreas,como Educação, Cultura, Arte e Comunicação.Dentro de dois anos, os pesquisadores esperamanexar o Banco de Imagens ao acervo científicoe educativo do Instituto de Ciências Biológicasda universidade e disponibilizá-lo à sociedade.

Imagens do

ma, a professora Maria Nazaré Stevaux,essa iniciativa é essencial uma vez quea fauna brasileira ainda é poucoconhecida e não catalogada cientifica-mente. O Cerrado, em especial, vive arealidade de ter sua biodiversidade pra-ticamente desconhecida e, ao mesmotempo, ser vítima de um processo de des-truição em velocidade recorde, sem com-paração na história do país.

O objetivo do projeto é fazer um le-vantamento e registro faunístico base-ado em material fotográfico de alta re-solução e em filmagem. O trabalho co-meça com a fauna do próprio câmpus IIda UFG e pretende alargar sua cobertura geo-gráfica pelo cerrado. Embora a meta principalseja a fauna, Maria Nazaré destaca o trabalhoespecial de filmagem deoutros grupos de orga-nismos vivos, como protozoários, por exemplo.A tentativa de se registrar em vídeo essesmicroorganismos em atividade pode gerar, se-gundo a professora, material raro e de grandevalor didático e científico. Além disso, se a bi-odiversidade visível do cerrado já é em grandeparte ignorada, o mundo microscópico é prati-camente incógnita e guarda uma quantidadeincalculável de espécies novas.

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