pesquisa - fatores que nos fazem confiar nas pessoas

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Segue análise e discussão dos dados obtidos na pesquisa realizada no mês de junho deste ano. É importante ressaltar não apenas os resultados obtidos, mas também as limitações da pesquisa, no que tange o conceito individual dos respondentes, para cada termo utilizado nas perguntas e o contexto particular levado em consideração para cada resposta. Ciente destas limitações, e outras que possam não terem sido listadas, os resultados se mostram interessantes. Acompanhe: ANÁLISE A pesquisa sobre “Fatores que nos fazem confiar nas pessoas” foi realizada durante o mês de junho/2015. Para o preenchimento das respostas e captação dos dados, foi disponibilizado formulário online. O público respondente foi representado por 71% do sexo feminino e 29% do sexo masculino (Gráfico 1). A faixa etária se concentrou em pessoas entre 21 e 25 anos, com 39%, seguido por 25% de pessoas entre 26 e 30 anos de idade (Gráfico 2). No Gráfico 3 observamos que a escolaridade foi composta por “Superior completo”, “Superior incompleto”, “Médio completo”, “Pós-graduado” e “Até ensino médio”, com 32%, 29%, 21%, 11% e 8% do público, respectivamente. Sendo predominantemente moradores da cidade de Rio Brilhante, com 57% do público, 26% moradores em outra cidade do estado de Mato Grosso do Sul e 18% em cidade fora do estado (Gráfico 4). Gráfico 1 - Gênero

Gráfico 2 – Faixa etária

29%

71%

Masculino Feminino



Gráfico 3 - Escolaridade

Gráfico 4 – Cidade em que reside

11%

39%25%

11%

15%

Abaixo de 20 21-25 26-30 31-35 Acima de 35

8%

21%

29%

32%

11%

Até ensino médio Médio completo Superior incompletoSuperior completo Pós-graduado



A primeira análise dos itens quantitativos nos mostra que 75% das pessoas dizem se importar com a aparência de um estranho para que seja despertado o sentimento de confiança, conforme observamos no Gráfico 5. Portanto percebemos que a maioria das pessoas avaliam mais confiáveis quem são considerados com boa aparência. Um dado ainda mais interessante é que, como se pode observar no Gráfico 6, quanto maior a escolaridade, maior a tendência em valorizar uma boa aparência, pois, 92% das pessoas com ensino superior completo ou pós-graduados responderam que a aparência de uma pessoa estranha é importante para sentirem confiança nelas, em contrapartida, 63% das pessoas com ensino superior incompleto ou inferior responderam acreditam que a aparência é importante. Dentre as interpretações que podemos tirar destes dados, temos que pessoas com maior escolaridade devem ficar ainda mais atentas quanto ao uso desta estratégia por parte de terceiros, já que levam este fator realmente a sério e também que, aparentemente, são mais rigorosas em buscar coerência quanto a capacidade, de um vendedor ou qualquer pessoa que busque seu convencimento, e a maneira de se apresentar. Gráfico 5 – A aparência de uma pessoa estranha é importante para que você confie nela?

57%18%

4%4%18%

Rio Brilhante DouradosMaracaju Outra no estado do MSOutra fora do estado do MS



Gráfico 6 – Por escolaridade – A aparência de uma pessoa estranha é importante para que você confie nela?

Apesar de não apresentar muitas diferenças numéricas, a relação entre os gráficos 7 e 8 se mostra também interessante. Observe no Gráfico 7 que a diferença entre o sentimento de confiança transmitido por alguém vestido de maneira formal ou casual possui pouca variação. O Gráfico 8 vai nos trazer uma correlação entre as pessoas que responderam “Sim” ou “Não” para a importância da aparência (dados observados no Gráfico 5). De todas as pessoas que responderam “Sim” para a

75%

25%

Sim Não

92%63%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

SimSuperior completo e acima Superior incompleto e abaixo



importância da aparência, 57% tendem a ver pessoas estranhas vestidas de maneira formal como sendo mais confiáveis e, de maneira oposta, 57% dos que responderam “Não”, tendem a ver pessoas vestidas de maneira casual como sendo mais confiáveis. Apesar da diferença, é possível concluirmos que “Boa aparência” não está diretamente relacionada a maneira formal ou casual de se vestir, mas outros fatores devem ser levados em consideração como: contexto, onde essa pessoa se encontra e sua relação com a vestimenta; se você já conhece ou não a pessoa; a qualidade atribuída à roupa utilizada e mesmo atratividade física. Gráfico 7 – Você sente mais confiança em alguém desconhecido que está vestido de maneira

Gráfico 8 – Correlação – importância da aparência com o tipo de vestimenta

46%54%

Casual Formal



Em relação à maneira de falar, percebe-se que não há muita diferença, em uma análise geral, entre uma abordagem mais assertiva ou sutil (Gráfico 9). Contudo, ao observar os gráficos 10 e 11, e possível enxergar uma grande diferença, tanto em função da escolaridade, quanto do gênero. O Gráfico 10 nos apresenta que quanto maior a escolaridade do sujeito, maior o desejo por uma fala mais assertiva, por parte da outra pessoa, onde 75% do público com ensino superior completo ou acima tem essa preferência. Já com a outra parte do público, 63% tem preferência maior por uma fala mais sutilmente trabalhada. O sexo também parece ser um fator importante a se avaliar, visto que 88% do público masculino tende a confiar em alguém que fala de maneira mais assertiva, enquanto 60% das mulheres buscam uma fala mais sutil (Gráfico 11). Essa pequena diferenciação entre gênero e escolaridade nos mostra que, para quem trabalha com pessoas, é preciso levar em consideração qual público está sendo atendido, pois a forma de oferecer o serviço pode necessitar de variações. Isso, ainda, porque não levamos outras variáveis em consideração como renda, idade, localidade, entre outras. E também pode servir para ponderarmos os fatores que possam estar prejudicando nossa crença em alguém que, simplesmente, fala diferente do que esperamos. Gráfico 9 – Você sente mais confiança em alguém que

57%43%43%

57%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Formal CasualResponderam "Sim" para a importância da aparênciaResponderam "Não" para a importância da aparência



Gráfico 10 – Por escolaridade – Você sente mais confiança em alguém que

Gráfico 11 – Por gênero – Você sente mais confiança em alguém que

54%46%

Fala mais assertivamente Fala mais sutilmente

75%

25%38%63%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%

Fala mais assertivamente Fala mais sutilmenteSuperior completo e acima Superior incompleto e abaixo



Os dados presentes no Gráfico 12 simplesmente constatam as informações que já vimos até o momento, o “Como a pessoa fala” tem muita importância para nossa tomada de decisão com relação à confiança. Gráfico 12 – Para acreditar em alguém, o que você leva mais em consideração?

88%

13%40%

60%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Fala mais assertivamente Fala mais sutilmenteMasculino Feminino

25%

75%

O que ele fala Como ele fala



Os resultados obtidos e apontados no Gráfico 13 talvez sejam os mais interessantes e reveladores da pesquisa: 93% do público tende a confiar em alguém que aparenta saber do que está falando. Isso significa que a confiança da outra pessoa sobre o assunto nos influencia diretamente, pois ela vai ditar sua postura. O que acontece é que isso nos deixa vulneráveis a acreditar em aparências que, algumas vezes, podem não ser verdadeiras. Mas nós sabemos disso e desenvolvemos maneiras de minimizar a chance de prejuízo, buscando fatores que possam comprovar o que estamos ouvindo. Estes fatores podem ser observados no Gráfico 14. Neste gráfico, portanto, observa-se que vários fatores são analisados para se tomar a decisão de acreditar ou não no que outra pessoa está dizendo. O item “Outro” apresentou respostas que podem ser enquadrados em um espaço destinado a uma postura confiante da outra pessoa durante sua fala. Gráfico 13 – Você tende a confiar em alguém que sabe do que está falando?

Gráfico 14 – O que uma pessoa deve fazer para te mostrar que sabe do que está falando?

93%

7%

Sim Não



Contudo, como havia opção de escolha de mais de uma alternativa, o Gráfico 15 nos informa sobre os dados de maneira detalhada. Neste gráfico pode-se observar que ninguém acredita em alguém “logo de cara”, que é preciso pelo menos um argumento para que haja a aceitação do que está sendo verbalizado. É curioso observar que alguns itens possuem maior impacto sobre nossa avaliação do que outros, observe ainda no gráfico 15 que 11% do público precisa somente de detalhes que pareçam específicos para avaliar se alguém sabe ou não do que está falando e que dados estatísticos são importantes, mas se forem apresentados sozinhos, possuem possibilidade mínima de convencimento. Gráfico 15 – Detalhado – O que uma pessoa deve fazer para te mostrar que sabe do que está falando?

64%54% 50%

61%

14%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Te dar exemplos Te mostrarestatísticas Correlacionar oassunto com suasexperiências de vidaTe contar detalhesque parecemespecíficos

Outro



Analisando as perguntas abertas podemos perceber que são poucas as vezes em que as pessoas tem consciência daquilo que as fazem confiar em outros indivíduos. Pois, em resposta à pergunta “O que uma pessoa deve fazer para demonstrar que merece sua confiança?”, poucas respostas se pautaram em condições observáveis de comportamento, como: “Se preocupar conversar olho no olho”, “(...) sanar dúvidas de fforma rápida (...)”, “(...) saber como se portar com o publico a sua volta (...)”, a grande maioria expressou seu filtro de confiança de maneira inespecífica, respostas como: “Provar com atitudes”, “Ser honesta”, “Ser sincero”. O motivo da não especificidade aqui não significa que estas, e outras pessoas, não saibam que critérios usam para confiar em alguém, mas que estes critérios são pouco detalhados, de forma que podem prejudicar o momento de tomar a decisão. Para melhorar tais critérios seria interessante a reflexão de que atitudes você busca em uma pessoa para que ela seja considerada confiável? Como você sabe se a pessoa está sendo honesta ou sincera? Como sabe se ela está mentindo ou não? O que pode nos ajudar a entender melhor estas especificidades são os dados observados no Gráfico 15, visto anteriormente. Com relação à pergunta “O que te faria continuar dando atenção a uma pessoa desconhecida?”, dois pontos se destacaram, o primeiro é o teor da conversa. O conteúdo deve ser logo interessante para a

14%

11%

7%

4%

0%

7%

14%

11%

4%

7%

0%

4%

0%

7%

11%

0%2%4%6%8%

10%12%14%16%



pessoa que ouve: “O assunto é super importante.”, “o assunto ser do meu interesse”, “Se o assunto fosse do meu interesse”. Isso já poderia ser esperado, bem como o outro lado que é o ‘como’ a pessoa que fala se comporta: “simpatia e coerência”, “Simpatia”, “O carisma dela”. E em menor escala a análise do contexto em que a conversa com esta pessoa desconhecida se desenrola. Em resposta à pergunta “Quais as características das pessoas que você mais confia” a palavra que mais se destacou nas respostas foi Humildade, seguida por Sinceridade e Honestidade, e certamente acompanhado por outras respostas que evidenciam a pluralidade de nossos referenciais para dizer se alguém é ou não confiável, respostas do tipo: “Espontaneidade, segurança na fala, fala bem argumentada.”, “Não falar mal das pessoas, ser positiva e não invasivo.”, “Probidade, garantia de segurança e educação.”. Outro fator que se destacou foi ‘O tempo de conhecimento/convívio’. Isso pode apontar para uma integração progressiva entre as primeiras impressões adquiridas e o comportamento observado a longo prazo. Contudo esse fator é preponderante apenas em última análise, ou seja, deve ser levado em consideração apenas para contato prolongado com a pessoa em questão. Com relação ao questionamento “Como uma pessoa deveria fazer para que, mesmo você discordando, começasse a considerar a opinião dele como possível?”, várias respostas, inespecíficas, seriam respondidas pelos dados obtidos e apresentados no Gráfico 15, portanto, outros aspectos surgidos foram que as pessoas também esperam compreensão, para poderem corresponder: “Compreender meu ponto de vista (...)”, “Respeitar a minha opinião”, “(...) acredito que na base do respeito,verdades,demonstração posso considerar.”. Isso aponta, portanto que, em busca da confiança de quem quer que seja, além de toda a argumentação possível, a confiança deve ser mútua. CONCLUSÃO Percebe-se que, para se confiar em alguém desconhecido, a maioria das pessoas levam em consideração o como a pessoa se expressa e a aparência deste indivíduo e que, por aparência, não se deve entender formalidade ou casualidade, mas sim outros aspectos de vestimenta e mesmo físicos. Também que quanto maior o nível de escolaridade, maiores as exigências com esta aparência. Outro fator importante percebido foi a diferença em alguns dados quando realizada comparação entre gênero e escolaridade, sendo que homens tendem a preferir uma fala mais assertiva e mulheres uma fala mais sutil de quem pretende ganhar sua confiança, e que quanto maior a escolaridade do público geral, maior a preferência por uma fala mais assertiva. Um aspecto listado como um dos mais reveladores é que quase a totalidade do público diz acreditar em alguém que aparenta saber do que está falando. Contudo, para determinar se este terceiro sabe ou não do que está falando, se percebe a necessidade de utilização de pelo menos dois artifícios, dos quatro listados, para se ter uma maior chance de convencimento. Pontos importantes surgidos nas respostas abertas foram a necessidade de o conteúdo ser interessante para o ouvinte, e o carisma do locutor. As qualidades de humildade,



sinceridade/honestidade e compreensão se destacaram quanto ao que as pessoas encontram ou buscam em pessoas confiáveis.

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