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Perspetivar os negócios de amanhã www.pwc.pt/tax/ma O impacto das últimas medidas fiscais na atividade de M&A Fevereiro 2014

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Perspetivar os negócios de amanhã

www.pwc.pt/tax/ma

O impacto das últimas medidas fiscais na atividade de M&A Fevereiro 2014

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2 PwC

Management

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Membros dos Órgãos Estatutários (MOE’s)Os MOE’s passam a efetuar contribuições para a Segurança Social sobre o valor das remunerações efetivamente auferidas em cada uma das entidades em que exerçam mandato, sem qualquer limite máximo.

Anteriormente, a base de incidência mensal estava limitada a um máximo de 12 vezes o valor do IAS, ou seja, a € 5.030,64.

Permanecem inalterados…A tabela de IRS não sofreu qualquer alteração, mantendo-se inalterados quer os escalões de rendimentos, quer as taxas aplicáveis.

Mantém-se a aplicação da sobretaxa de IRS de 3,5%, nos termos do ano de 2013.

A taxa adicional de solidariedade mantém-se para o período de tributação de 2014. As taxas a aplicar serão de 2.5% e 5% para rendimentos coletáveis superiores a € 80.000 ou € 250.000, respetivamente.

Igualmente, as deduções à coleta e os benefícios fiscais mantiveram os limites do ano de 2013.

O valor do IAS mantém-se inalterado em 2014 (€ 419,22).

Os MOE’s passam a efetuar contribuições para a Segurança Social sobre o valor das remunerações efetivamente auferidas, sem qualquer limite máximo.

Seguros de saúde ou doençaDeixam de ser considerados rendimentos do trabalho, sujeitos a tributação, os prémios suportados pelas entidades patronais com seguros de saúde ou doença, em benefício dos seus trabalhadores e respetivos familiares, desde que a atribuição dos mesmos tenha caráter geral.

Mais-valiasPassam a qualificar integralmente como mais-valias os rendimentos, resultantes da partilha, derivados da liquidação de sociedades. Até 2013, os rendimentos auferidos em resultado da partilha poderiam qualificar como mais-valias ou como rendimentos de aplicação de capitais.

Adicionalmente, a definição de mais--valia passa a integrar explicitamente os ganhos resultantes da extinção ou entrega de partes sociais das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no âmbito de operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais.

Caráter de regularidadePara efeitos de determinação do caráter de regularidade dos prémios, bónus ou outros benefícios auferidos pelos trabalhadores por conta de outrem, é introduzido um elemento temporal.

Assim, uma prestação reveste caráter de regularidade quando o trabalhador possa contar com o seu recebimento e a sua concessão tenha lugar com uma frequência igual ou inferior a cinco anos.

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Special Purpose Vehicle

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SGPS, Sociedades e Investidores de Capital de Risco e dividendos de PALOP São revogados os regimes fiscais das SGPS, das Sociedades e Investidores de Capital de Risco (apenas em matéria de mais-valias e menos-valias e encargos financeiros) e dos dividendos de subsidiárias em PALOP, sendo substituídos pelo regime de participation exemption.

Participation exemption para dividendos, reservas, mais- -valias e menos-valiasEste regime é aplicável a participações, diretas ou diretas e indiretas, não inferiores a 5% do capital social ou dos direitos de voto (no caso dos lucros e reservas distribuídos) detidas, de modo ininterrupto, durante 24 meses (ou que venham a ser detidas).

Para que este regime seja aplicável, a entidade que distribui os lucros ou cujas participações sejam transmitidas terá de estar sujeita e não isenta de (i) IRC, ou (ii) de imposto referido na Diretiva Mães-Filhas, ou (iii) de um imposto de natureza idêntica ou similar ao IRC e a taxa legal aplicável não seja inferior a 60% da taxa do IRC.

Este requisito será, contudo, dispensado quando: (i) os lucros provenham em, pelo menos 75% do exercício de uma atividade agrícola ou industrial ou de uma atividade comercial, ou de prestação de serviços, que não esteja dirigida predominantemente ao mercado português; e (ii) a atividade principal da entidade não residente não seja decorrente de uma atividade passiva; e (iii) a entidade que distribui os lucros ou as reservas ou cujas participações são alienadas não tenha residência ou domicílio num regime fiscal claramente mais favorável.

Os meios de prova dos requisitos de aplicação do regime não têm um formalismo específico.

De notar que este regime é aplicável:• às mais-valias suspensas realizadas

antes de 1 de janeiro de 2001;• quando ocorra a transmissão

onerosa de partes sociais e de outros instrumentos de capital próprio no âmbito de operações de reestruturação não abrangidas pelo regime de neutralidade fiscal.

Por contrapartida, o regime não é aplicável:• a lucros e reservas que constituam

gastos dedutíveis na entidade que os distribui;

• à transmissão onerosa de partes sociais quando o valor dos bens imóveis represente, direta ou indiretamente, mais de 50% do ativo (com exceção de bens imóveis afetos a uma atividade agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens imóveis).

Crédito de impostoPrevê-se um crédito por dupla tributação económica internacional, aplicável por opção do sujeito passivo que receba lucros ou reservas aos quais não seja aplicável o regime de participation exemption, desde que aquele detenha ou venha a deter, por um período de 24 meses, uma participação (direta ou indiretamente) não inferior a 5%.

A entrada em vigor do regime alargado do participation exemption implicou a revogação do regime fiscal das SGPS.

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Tributação dos dividendos e reservas à saída de PortugalA isenção passa a ser aplicável a participações, diretas ou diretas e indiretas, não inferiores a 5% do capital social ou dos direitos de voto, detidas, de modo ininterrupto, durante os 24 meses anteriores à distribuição (anteriormente, 10% durante 1 ano). Passam a estar isentos os lucros e reservas colocados à disposição de uma entidade residente de um estado que tenha celebrado convenção para evitar dupla tributação (e que preveja cooperação administrativa no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no âmbito da UE), desde que a beneficiária esteja sujeita no estado de residência a uma taxa nominal não inferior a 60% da taxa de IRC.

Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamentoDefine-se o conceito de EBITDA para efeitos fiscais, sendo afastadas algumas componentes que integram o EBITDA contabilístico.

O valor absoluto da limitação à dedução dos gastos de financiamento líquidos passa de € 3 milhões para € 1 milhão, mantendo-se a possibilidade de aceitar como gasto até 30% do EBITDA fiscal se superior (bem como o escalonamento previsto no período transitório).

Nos casos em que exista um grupo de sociedades, a sociedade dominante passa a poder optar pela aplicação do limite aos gastos de financiamento líquidos do grupo. Neste caso, os limites são calculados com base no EBITDA fiscal consolidado relativo à totalidade das sociedades que o compõem. Esta opção deve ser mantida por um prazo mínimo de três anos e comunicada à AT.

O reporte dos gastos líquidos de financiamento bem como o reporte da parte não utilizada que acresce ao montante máximo dedutível nos períodos subsequentes, deixa de poder ser utilizado se se verificar a alteração da titularidade de mais de 50% do capital social ou da maioria dos direitos de voto do sujeito passivo (salvo se autorizado mediante requerimento à AT).

Regime de neutralidade fiscalPassa a prever-se expressamente a aplicabilidade do regime a algumas situações cuja neutralidade era tradicionalmente questionada pela AT, nomeadamente, fusões inversas e fusões e cisões entre sociedades detidas pelo mesmo sócio, entre outras.

Deixa de ser necessário requerer autorização ao Ministério para que os prejuízos fiscais das sociedades fundidas ao abrigo do regime da neutralidade possam ser transmitidos para a sociedade beneficiária.

Estabelecem-se regras para a determinação do valor fiscal das participações detidas pelos sócios das sociedades cindidas ou fundidas, quando não lhes sejam atribuídas partes de capital.

Os benefícios fiscais e saldos apurados no âmbito da limitação da dedutibilidade dos gastos de financiamento líquidos são transmissíveis da sociedade fundida para a sociedade beneficiária, desde que nesta se verifiquem os respetivos pressupostos.

Admite-se a possibilidade de estender esta transmissão a operações de cisão e entrada de ativos, mediante autorização.

As tendências jurisprudenciais estabilizadas a propósito do regime de neutralidade fiscal são agora acolhidas no Código do IRC.

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Operações não neutraisCaso não seja aplicável o regime da neutralidade fiscal, não há facto tributário ao nível da entidade beneficiária (variação patrimonial não relevante), mas apenas ao nível da sociedade “transmitente”.

Ao rendimento daí resultante, ainda que classificado como mais-valia, não lhe é aplicável o regime do reinvestimento. Mais-valias e menos-valiasPassam a considerar-se transmissões onerosas:• a remição e amortização de

participações sociais com redução de capital; e

• a anulação das partes de capital por redução de capital social destinada à cobertura de prejuízos de uma sociedade, quando o respetivo sócio, em consequência da anulação, deixe de nela deter qualquer participação.

É revogado o regime de reinvestimento aplicável às partes de capital.

Liquidação de sociedadesO resultado da partilha passa a ser qualificado como mais ou menos valia (ao invés de rendimento de capitais na parte que exceda o valor nominal).

A mais-valia é tributável, exceto se abrangida pelo regime de participation exemption. A menos-valia será, por regra, integralmente dedutível, quando as participações tenham sido detidas por um período igual ou superior a 4 anos (anteriormente, 3 anos).

Clarifica-se que outros instrumentos de capital próprio entram para o cômputo do custo de aquisição das participações.

Contudo, a menos-valia é recapturada a 115%, se atividade for reativada pelo sócio (ou entidade relacionada) nos 4 anos seguintes à liquidação.

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RETGSÉ diminuída a percentagem de detenção mínima para a integração de uma sociedade no perímetro do grupo, passando a mesma de 90% para 75%.

Passa a constar expressamente na lei que sociedades detidas, em mais de 75%, por intermédio de sociedades residentes noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu (neste caso desde que exista obrigação de cooperação administrativa no âmbito da fiscalidade) poderão integrar o perímetro do consolidado fiscal.

A não comunicação de alterações na composição do grupo deixa de resultar na cessação automática do regime.

Nos casos em que se verifique a alteração da sociedade dominante, passa a ser possível a opção pela continuidade do RETGS, devendo para tal haver uma comunicação à AT nos 30 dias seguintes à data em que se verifique esse facto.

Quando se verifique a alteração da sociedade dominante de um grupo, a utilização do reporte dos prejuízos fiscais apurados pelo grupo em períodos anteriores fica condicionada à obtenção de autorização por parte das entidades competentes.

Estabelecem-se ainda regras para a utilização do reporte dos prejuízos fiscais, quando se verifique a aquisição pela sociedade dominante de um grupo de domínio da sociedade dominante de outro grupo. Exit Tax – Redomiciliação de sociedadesPrevê-se que a transferência da residência de uma sociedade com sede ou direção efetiva em território português para fora desse território é sujeita a exit tax, mas o pagamento de imposto poderá ser diferido, caso a transferência seja feita para um Estado--Membro da EU ou do EEE, mediante certas condições.

Este regime não se aplica caso os elementos patrimoniais sejam afetos a um EE em Portugal da entidade redomiciliada.

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Lucros e prejuízos de estabelecimento estável situado fora do território portuguêsÉ criado um regime opcional de não concorrência, para a determinação do lucro tributável do sujeito passivo, dos lucros e prejuízos fiscais imputáveis a estabelecimento estável (EE) situado fora do território português, desde que verificados determinados requisitos.

O regime de opção não é aplicável aos lucros imputáveis ao EE até ao montante dos prejuízos fiscais imputáveis ao EE que concorreram para a formação do lucro tributável do sujeito passivo nos últimos 12 períodos de tributação anteriores.

A opção deve abranger, pelo menos, todos os EE situados na mesma jurisdição e deve ser mantida por um período obrigatório de 3 anos, a contar da data em que se inicie a sua aplicação. Benefícios fiscais

Remuneração convencional do capital socialEste regime é repristinado, agora sem limite temporal e com condições mais vantajosas:• prevê uma dedução correspondente a

5% (anteriormente 3%) do montante das entradas realizadas, por entregas em dinheiro, pelos sócios, no âmbito da constituição da sociedade ou do aumento do capital social;

• a dedução é efetuada no apuramento do lucro tributável relativo ao período de tributação em que ocorram as mencionadas entradas e nos 3 (anteriormente 2) períodos de tributação seguintes.

Benefícios fiscais à internacionalização São revogados os benefícios fiscais à internacionalização previstos no Código Fiscal do Investimento.

Benefícios fiscais à reestruturação empresarialAlargamento dos benefícios fiscais em sede de IMT, Imposto do Selo e emolumentos, a conceder em caso de reestruturações empresariais:• substituição de “atos de

concentração” por “operações de reestruturação”, expressão mais abrangente;

• eliminação, entre outros, dos requisitos relativos à identidade da atividade das entidades envolvidas;

• deixa de ser necessária a emissão de partes de capital no caso de incorporação de ramos de atividade por parte de uma sociedade.

Cessação parcial da isenção de IMI e IMT para fundos de investimentoOs prédios integrados em fundos de investimento imobiliário, abertos ou fechados de subscrição pública, em fundos de pensões ou em fundos de poupança-reforma, deixam de estar isentos de IMI e IMT, beneficiando, no entanto, de uma redução das taxas para metade.

Financiamentos de curto prazoA isenção em sede de Imposto do Selo para financiamentos de prazo não superior a um ano, destinados a cobrir carências de tesouraria, anteriormente aplicável entre SGPS e as suas participadas passa a ser aplicável:• a financiamentos concedidos por

quaisquer sociedades a favor de sociedades por ela dominadas;

• a sociedades em que detenham uma participação de, pelo menos, 10% do capital com direito de voto ou cujo valor de aquisição não seja inferior a € 5.000.000;

• e igualmente a financiamentos entre sociedades em relação de domínio ou de grupo.

Alargamento dos benefícios fiscais em sede de IMT, Imposto do Selo e emolumentos, a conceder em caso de reestruturações empresariais

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Portfolio

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Taxas

Taxa de IRCA taxa de IRC é reduzida para 23%. Adicionalmente, é criada uma taxa reduzida de IRC de 17% para PME’s, aplicável aos primeiros € 15 000 da sua matéria coletável (23% aplicável ao excedente).

Determina-se ainda que a taxa de IRC deverá ser revista, em função de uma avaliação posterior e da evolução da situação económico-financeira do país, prevendo-se a sua redução para 21% em 2015, com o objetivo de a fixar num intervalo entre 17% e 19% em 2016.

Derrama EstadualÉ introduzido um novo escalão na derrama estadual para lucros tributáveis superiores a € 35 milhões:

Taxa de IRC diminui para 23%, mas taxa marginal nominal máxima (incluindo derrama municipal e estadual) mantém-se nos 31,5%.

Tributação autónomaOs encargos com viaturas ligeiras de passageiros, motos ou motociclos, excluindo veículos elétricos, passam a estar sujeitos a tributação autónoma às taxas de:i) 10%, se o custo de aquisição for

inferior a € 25.000;ii) 27,5%, se o custo de aquisição for

igual ou superior a € 25.000, mas inferior a € 35.000;

iii) 35%, se o custo de aquisição for igual ou superior a € 35.000.

As taxas são elevadas em 10 p.p. no caso de a empresa apresentar prejuízo fiscal no período. Pagamento especial por conta (PEC)O PEC passa a ser dedutível à coleta até ao sexto periodo de tributação, deixando o reembolso, no final desse periodo, de depender de inspecção fiscal. As alterações ao PEC apenas são aplicáveis aos períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2014.

Lucro tributável Taxas

Entre € 1.5m e € 7.5m 3%

Entre € 7.5m e € 35m 5%

Mais de € 35m 7%

O Orçamento do Estado retificativo para 2013 propõe a revogação da norma do Orçamento do Estado para 2012 que estabelecia o carácter temporário da derrama estadual.

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Prejuízos fiscaisÉ alargado o prazo de reporte de prejuízos fiscais de 5 para 12 exercícios (apenas para prejuízos gerados a partir de 1 de janeiro de 2014) e estes passam a poder ser deduzidos anualmente até à concorrência de 70% do lucro tributável (anteriormente 75%).

A modificação do objeto social da entidade a que respeitam os prejuízos fiscais ou a alteração substancial da atividade deixam de implicar a perda de prejuízos fiscais reportáveis.

A alteração de, pelo menos, 50% do capital social ou da maioria dos direitos de voto continua a implicar a perda do reporte de prejuízos. Contudo, deixam de ser consideradas para esse efeito uma série de situações, entre as quais, a alteração de detenção direta para indireta (e vice-versa) e operações efetuadas ao abrigo da neutralidade fiscal.

Dedutibilidade de gastos e perdasA dedutibilidade deixa de estar condicionada à indispensabilidade, sendo no entanto exigido que os gastos ou perdas sejam incorridos ou suportados para “obter ou garantir” os rendimentos sujeitos a IRC.

O documento comprovativo, na aquisição de bens ou serviços, passa a ter de conter alguns elementos em específico.

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Encargos não dedutíveisPassam a ser considerados explicitamente encargos não dedutíveis:• tributações autónomas;• encargos cujo documento de suporte

não cumpra os requisitos legais agora impostos;

• juros de mora e compensatórios;• menos-valias e outras perdas relativas

a instrumentos de capital próprio, na parte que correspondam a mais-valias e a lucros que tenham, no próprio ou nos últimos 4 exercícios, beneficiado do regime de participation exemption ou do crédito por dupla tributação económica internacional; entre outros.

Dispensa de retenção na fonte Deixam de estar sujeitos a retenção na fonte, quando esta tenha natureza de imposto por conta, os juros e outros rendimentos resultantes de contratos de suprimento, papel comercial ou obrigações, pagos a detentores, direitos ou indiretos, de mais de 10% do capital social durante o ano anterior à data da colocação à disposição.

Preços de transferênciaAumenta a percentagem que implica a existência de relações especiais de 10% para 20%.

Esclarece-se que as regras de preços de transferência são também aplicáveis à relação entre uma entidade residente e os seus estabelecimentos estáveis fora do território português ou entre estes.

Passa a prever-se a possibilidade dos sujeitos passivos solicitarem a celebração de acordos prévios sobre preços de transferência com caráter unilateral, bilateral ou multilateral. Créditos incobráveisA dedutibilidade em IRC deixa de ter como requisito a existência de prova de comunicação ao devedor do reconhecimento do gasto para efeitos fiscais.

Simplificam-se as obrigações acessórios, nomeadamente os requisitos para aplicação dos ADT e Diretivas.

Obrigações acessóriasSimplificam-se os requisitos para aplicação dos ADT, admitindo-se a utilização de certificados de residência no formato do Estado de residência do beneficiário.

O mesmo ocorre para efeitos de aplicação do regime de participation exemption e da Diretiva da UE sobre juros e royalties.

Passa a prever-se a obrigação de arquivo da documentação fiscalmente relevante por um período de doze anos.

Patent box Os rendimentos decorrentes da cessão ou utilização temporária de patentes, desenhos ou modelos industriais, sujeitos a registo, apenas concorrem (com determinadas limitações) em 50% do seu valor para a determinação do lucro tributável.

Adicionalmente, os elementos de propriedade industrial (tais como marcas, alvarás, modelos ou outros direitos assimilados), adquiridos a título oneroso e sem vigência temporal limitada, e o goodwill adquirido numa concentração de atividades (exceto (i) quando aplicável o regime de neutralidade fiscal ou (ii) os ativos tenham sido adquiridos a entidades sujeitas um regime fiscal claramente mais favorável ou (iii) o goodwill respeite a participações sociais), poderão ser depreciáveis fiscalmente em 20 anos.

O disposto só se aplica para os direitos registados e ativos adquiridos em ou após 1 de janeiro de 2014. Crédito de impostoO prazo de utilização do crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional é alargado para cinco exercícios.

O crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional passa a ser determinado por país, considerando a totalidade dos rendimentos, excepto no caso de rendimentos imputáveis a EE, cuja dedução é calculada isoladamente.

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Benefícios fiscais

Dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR)É aditado ao Estatuto dos Benefícios Fiscais, o regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR). A medida de incentivo às PME permite a dedução à coleta do IRC de 10% dos lucros retidos e reinvestidos em ativos elegíveis (até um máximo de € 5 milhões), no prazo de dois anos contados a partir do termo do período de tributação a que correspondam os lucros retidos.

O máximo da dedução anual fixa-se em 25% da coleta do IRC.

SIFIDE II – Prorrogação do regime para 2020 Procede-se ao alargamento do regime fiscal do SIFIDE II até 2020, assim como à prorrogação para 8 anos (anteriormente, 6 anos) do prazo de reporte do benefício fiscal, em caso de insuficiência de coleta. Além de serem introduzidas algumas alterações relativamente a algumas despesas, estabelece-se que as empresas que se candidatem ao SIFIDE II passam a ser obrigatoriamente submetidas a uma auditoria tecnológica por parte da Comissão Certificadora do SIFIDE, no final da vigência dos projetos.

Regime de bens em circulação (RBC)São alargadas as exclusões do âmbito do RBC. Nos casos em que há lugar à emissão de documento de transporte global, passa a ser obrigatória a emissão dos seguintes documentos:• na entrega efetiva dos bens, de guia de

remessa/ transporte, fatura ou fatura simplificada;

• na saída de bens a incorporar em prestações de serviços, de documento próprio (ex. folha de obras) processado nos termos exigidos para os documentos de transporte.

Os documentos de transporte passam a poder ser emitidos por uma entidade terceira, em nome e por conta do remetente, mediante acordo prévio. No caso do transporte de bens que sejam objeto de prestações de serviços, o documento de transporte passa a poder ser emitido pelo prestador desse serviço.

A apreensão de bens em circulação por parte dos agentes fiscalizadores fica limitada aos casos em que existam indícios de prática de infração criminal.

Incobráveis e RBC concentram as principais alterações em IVA.

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Dedução do IVA contido em créditos de cobrança duvidosa ou créditos incobráveisÉ limitado a dois anos (contados do primeiro dia do ano civil seguinte ao da verificação dos pressupostos) o prazo dentro do qual os sujeitos passivos podem recuperar o IVA relativo a:• créditos de cobrança duvidosa em

mora há mais de seis meses, cujo valor não seja superior a € 750, IVA incluído, e o devedor seja particular ou sujeito passivo que realize exclusivamente operações isentas ou que não confiram direito à dedução;

• créditos incobráveis.

Este prazo apenas se aplica aos créditos vencidos a partir de 1 de janeiro de 2013.

A recuperação do IVA de créditos incobráveis, cujo devedor seja um sujeito passivo de imposto, é agora sujeita a comunicação a este último.

Informações vinculativasPassa a ser admissível recorrer judicialmente da recusa, por parte da AT, em prestar uma informação vinculativa.

Os contribuintes passam a ter, também, o direito de pedir a um tribunal que aprecie o conteúdo de uma informação vinculativa.

Orientações genéricasA AT passa a estar obrigada, por lei, a conformar as suas orientações genéricas com a jurisprudência dos tribunais superiores.

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