perspectiva & saÚde - faculdade ateneu | graduação e...

38
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) N° 02/2015 PERSPECTIVA & SAÚDE ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PARA FRATURAS TIPO C2 DE DENNIS WEBER: RELATO DE CASO ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES VÍTIMAS DE QUEIMADURAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA FISIOTERAPIA E OSTEOPOROSE EM PACIENTES IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E FINANCEIROS DA OBESIDADE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO E A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA PROMOÇÃO DA SAÚDE F R A T U R A S Ó S S E A S O S T E O P O R O S E S E N I L Q U E I M A D U R A S Q U A L I D A D E D E V I D A

Upload: hatuyen

Post on 10-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)

N° 0

2/20

15

PERSPECTIVA& SAÚDE

ABORDAGEMFISIOTERAPÊUTICA

PARA FRATURAS TIPO C2DE DENNIS WEBER:RELATO DE CASO

ATUAÇÃO DAFISIOTERAPIA EM

PACIENTES VÍTIMASDE QUEIMADURAS:

UMA REVISÃOSISTEMÁTICA

FISIOTERAPIA EOSTEOPOROSE EM

PACIENTES IDOSOS: UMESTUDO DE REVISÃO

ASPECTOSEPIDEMIOLÓGICOSE FINANCEIROSDA OBESIDADE:REVISÃOBIBLIOGRÁFICA

PROMOÇÃO DASAÚDE DO IDOSO

E A INTEGRALIDADEDO CUIDADO NAATENÇÃO BÁSICA

PROMOÇÃO DA SAÚDE

FRATURAS ÓSSEAS OSTEOPOROSE SENIL QUEIMADURAS

Q

UALI

DADE

DE

VIDA

Page 2: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base
Page 3: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

Editor Chefe

Profª Rafaele Teixeira Borges

Editor Assistente

Profª Nadja Soares Vila Nova

Projeto Gráfico

Francisco Erbínio Alves Rodrigues

Design Gráfico

Francisco Erbínio Alves Rodrigues

Comitê Científico

Profª Rafaele Teixeira Borges

Profª Nadja Soares Vila Nova

Prof Ed Carlos Morais dos Santos

Profª Candice Monteiro Mariano

Profº Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva

Profª Paula Pessoa de Brito Nunes

Profª Adriana Sousa Carvalho de Aguiar

Comitê de Ética

Profº Ed Carlos Morais dos Santos

Profª Candice Monteiro Mariano

Profº Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva

Profª Paula Pessoa de Brito Nunes

Comitê Técnico

Profª Rafaele Teixeira Borges

Profª Nadja Soares Vila Nova

Profº Ed Carlos Morais dos Santos

Profª Candice Monteiro Mariano

Profº Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva

Profª Paula Pessoa de Brito Nunes

Profª Adriana Sousa Carvalho de Aguiar

Ficha Catalográfica

Índice para Catálogo Sistemático

1. Educação Ensino Superior I. Título

FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação:

Fortaleza, 2016.

ISSN:

Para alunos de ensino a distância – EAD.

1. Educação Superior I. Título

Page 4: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

EDITORIAL

É com grande satisfação que a Faculdade Ateneu (FATE) disponibiliza sua Revista Eletrônica denominada REVISTA SAÚDE & PERSPECTIVAS para seu corpo discente, docente, comunidade acadêmica e à sociedade em geral. Nossa Revista pretende, por meio da mídia eletrônica, divulgar a produção científica (em formato de artigos) dos alunos e professores da FATE e de outras Instituições de Curso Superior (IES) que desejarem submeter os seus artigos.

Com sua característica multidisciplinar, voltada à área da saúde, a Revista Saúde & Perspectivas pretende, ainda, divulgar os estudos e as pesquisas desenvolvidas no âmbito das atividades de extensão acadêmica ou de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC’s), em que a parceria entre a revista e a comunidade acadêmica se torna cada vez mais intensa, possibilitando uma real integração com a sociedade.

Pretendemos integrar estudantes e profissionais da área da saúde que desejam divulgar e debater temas relacionados à saúde humana, sempre contribuindo para a melhor aplicação dos conceitos de saúde e valorização dos temas biomédicos e humanização em saúde.

A Revista Saúde & Perspectivas, será publicada semestralmente e está aberta à participação dos docentes e discentes da graduação e da pós-graduação dos cursos da área da saúde e áreas afins, além de profissionais que contribuam para promover o debate de ideias e estimular a pesquisa científica.

Esperamos que esta revista se torne um instrumento dinâmico de reflexão e debate sobre a saúde, contribuindo para a solução dos problemas em seus aspectos biopsi-cossociais.

Rafaele Teixeira BorgesEditora-Chefe.

Page 5: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

Artigos Conteúdos:

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PARA FRATURAS TIPO C2 DE DENNIS WEBER: RELATO DE CASO ............ 61. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................................................................... 7RELATO DE CASO .................................................................................................................................................................................................. 8RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................................................................................ 9CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................................................................... 10REFRÊNCIAS ........................................................................................................................................................................................................ 10

FISIOTERAPIA E OSTEOPOROSE EM PACIENTES IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO ............................................ 121. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................... 132. METODOLOGIA ................................................................................................................................................................................................ 143. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................................................................................... 144. CONCLUSÕES .................................................................................................................................................................................................. 165. CONCLUSÕES .................................................................................................................................................................................................. 17

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES VÍTIMAS DE QUEIMADURAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA.................. 191. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................... 25METODOLOGIA ..................................................................................................................................................................................................... 20RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................................................................................................... 21CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................................................................... 22REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................................... 23

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E FINANCEIROS DA OBESIDADE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................ 241. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................................................... 25MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................................................................................................... 25RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................................................................................................. 25CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................................................................... 27REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................................... 28

PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO E A INTEGRALIDADE DO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA .......................... 29INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................................................................... 30MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................................................................................................................... 31RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................................................................................................. 31CONCLUSÃO ......................................................................................................................................................................................................... 34REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................................... 35

Page 6: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA PARA FRATURAS TIPOC2 DE DENNIS WEBER: RELATO DE CASO

(Physiotherapeutic Approach To C2 Type Fractures Dennis Weber: Case Report)

Objetivo: Avaliar a atuação da fisioterapia motora em paciente com alterações funcionais decorrentes de fratura de tornozelo tipo C2 de DENNIS-WEBER. Metodologia: Utilizou-se recursos de eletroterapia, cinesioterapia e terapia manual. Resultados: Diminuição de dor e edema, ganho total de ADM, força muscular e propriocepção. Conclusão: O plano terapêutico mostrou-se eficaz em todo o tratamento destacando-se o recurso de terapia manual pela adesão e pela rápida melhora funcional.

Palavras chave: Tornozelo. Fisioterapia. Fraturas ósseas.

Objective: Evaluate the performance of physical therapy in patients with functional alterations resul-ting from ankle fracture type C2 - DENNIS WEBER . Methodology: Using resources of electrothe-rapy, kinesiotherapy and manual therapy. Results: Decreased pain and swelling, total gain of ADM, muscular strength and proprioception. Conclusion: The therapeutic plan proved to be effective in all the treatment especially if manual therapy for the trust afforded and early gains.

Key-words: Ankle. Physical therapy. Bone Fractures.

1Discente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.2Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.

Raimundo Nonato da Silva Gomes1, Etevaldo Deves Fernandes Neto1 e Luana de Sá Almeida Cavaleiro2.

Resumo

Abstract

*Endereço de correspondência:Rua: Santa Rosália, 02

Messejana, Fortaleza - CE, 60871-060Email: [email protected]

Page 7: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

7

1. Introdução

As fraturas e luxações do tornozelo são as lesões mais comuns do sistema músculo- esquelético, e dentre as articulações de carga, o tornozelo é a que apresenta maior incidência de fraturas. Isso ocorre porque o complexo do tornozelo é responsável por funções de controle e estabilização da perna sobre o pé planado; elevação do pé para subir ou saltar; amorteci-mento de choques ao andar e correr. Assim, os objetivos da fisioterapia devem constar em ganho de amplitude de todo o arco articular, o fortalecimento de extremidade, a melhora da coordenação e a independência da marcha. (ALENCAR et al, 2012).

Muitas dessas lesões de tornozelos estão relacionadas ao esporte convencional, como vô-lei, basquete e futebol. Atualmente existe uma consciência da população quanto à importân-cia da prática da atividade física para a saúde. Apesar de poucos estudos epidemiológicos recentes, podemos constatar uma frequência cada vez maior de pessoas se exercitando, nos parques, clubes e academias. Mesmo longe do ideal, esse quadro é bastante animador para uma projeção futura. A lesão é um efeito inde-sejado nessas atividades, pois reduz os benefí-cios envolvendo os esportes e atividades físicas, agindo como barreira para o retorno ao esporte como exemplo as atividades com skate. (ALE-XANDRE & LARA, 2012).

Dentre as fraturas que envolvem o com-plexo do tornozelo as de fíbula podem ser clas-sificadas de acordo com Dennis Weber e Muller em função do nível da lesão da mesma e em re-lação à sindesmose tibiofibular distal. São elas: se a lesão for abaixo da sindesmose é classifica-da em tipo A); no nível da sindesmose, em tipo B e acima dela, em tipo C (tabela 1). (HEBERT et al., 2009; MULLER, 1992).

Tabela 01

Tipo A: lesão infra-sindesmal do maléolo fibular

A1: lesão isolada do maléolo ou dos ligamentos fibulares;

A2: com fratura do maléolo tibial; A3: com fratura marginal póstero-lateral da tíbia;

Tipo C: fratura transidesmal da fíbula

B1: fratura isolada da fíbula; B2: com lesão medial (fratura do maléolo ou ruptura

do ligamento deltoide); B3: com lesão medial e fratura marginal póstero-

lateral da tíbia triângulo de Volkaman;

Tipo A: fratura supra-sindesmal da fínula

C1: fratura diafissária da fíbula, simples; B2: fratura diafisária da fíbula complexa; B3: fratura da fíbula proximal (fratura-luxação do

Maisonneueve.

Fonte: HEBERT et al., 2009, cap. 71, p. 1515

O tratamento pode variar conforme o tipo de lesão, desde redução incruenta com imobili-zação da articulação utilizando-se enfaixamento ou gesso, também conhecido como tratamento conservador, até redução cirúrgica. Neste último caso, tem-se uma gama muito grande de recur-sos, tais como placas e parafusos de fixação e fios de Kirschner. Cabe ressaltar ainda que, a tática cirúrgica e o momento de sua aplicação dependem de fatores diversos, como a condição das partes moles locais e extensão do compro-metimento (HEBERT et al., 2009; GIORDANO et al., 2007; GREENSPAN, 2001; MOTTA FI-LHO et al., 2002; MULLER, 1992).

Vieira & Barros (2005), afirmam que fraturas têm grande repercussão sobre a função do tornozelo podendo produzir desarranjos articula-res como instabilidade, limitação de movimento, incongruência articular e artrose secundária (póstraumática), assim, Gabriel et al., (2001), sugere que os objetivos da fisioterapia devam constar em ganho de amplitude de todo o arco articular, fortalecimento de extremidade, melhora da coordenação e independência da marcha.

Page 8: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

8

Com base na fundamentação teórica apre-sentada, o objetivo do trabalho é avaliar a atu-ação da fisioterapia motora em paciente com alterações funcionais decorrentes de fratura de tornozelo tipo C2 de DENNIS-WEBER com base nos achados da literatura atual, com vistas a contribuir com profissionais da área.

Relato De Caso

Paciente N. M. O. B., 30 anos, sexo femi-nino, enfermeira, branca, solteira, admitida em um centro clinico integrado no dia 25 de abril de 2016, na cidade de Fortaleza no Estado do Ceará, com diagnóstico clínico de fratura fibular distal tipo C2 de Dennis Weber (Pós-operatório).

Durante a avaliação a paciente queixava-se de dor, edema e dificuldade para a marcha, o que a impedia de realizar suas atividades da vida diária (AVD). De acordo com a CIF, que leva em consideração as atividades da vida diária e participação social então, o paciente relatado apresentava “dificuldade de moderada a grave na sua mobilidade; no cuidado pessoal; na vida doméstica; e na realização de trabalho remune-rado para sua auto-suficiência econômica”.

Na anamnese, paciente relatou que no dia 27 de março de 2016, quando praticava skate na beira mar sofrera queda, agente causal da fratura. Em 28 de março do mesmo ano foi submetida à cirurgia, na qual houve a fixação de placa e parafusos na fíbula distal e em seguida a paciente foi liberada para pisar com bota ortopédica e duas semanas depois para fixar o pé no chão sem a órtese. Exames de raios-X determinam local da fratura. (figura 02)

Figura 02: raio-X

No exame físico, foi realizada inspeção estática, cuja aparência geral revelava edema no local da lesão (articulação talo-crural) e uma cicatriz cirúrgica lateral no terço distal do membro inferior esquerdo. Fazia uso de cadeira de rodas no momento do ingresso na clinica.

O estudo da dor foi realizado utilizando-se a Escala Visual Analógica de Dor (EVA), que varia entre zero, ausência de dor, e dez, dor muito intensa. Quando perguntado, a paciente relatou nível de 7 de dor, classificada como intensa. Já na palpação local do membro acometido constatou-se dor, aumento da temperatura e volume em toda a articulação do tornozelo, cicatriz na região maleolar lateral, diminuição da amplitude de movimento (ADM), diminuição da força muscular (FM) e apresentando marcha claudicante. Com isso determina-se o diagnós-tico cinesiológico funcional de disfunção motora com comprometimento da ADM, FM, marcha e AVD’s.

O programa de tratamento foi realizado durante 20 sessões, sendo duas vezes por semana totalizando 10 semanas. Os objetivos do tratamento fisioterápico foram traçados a partir das disfunções e incapacidades apresen-tadas pelo paciente e consistiram em diminuir a dor, reduzir o edema, liberar cicatrizes e aderên-cias, alongar e relaxar musculatura encurtada e

Page 9: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

9

tensa, fortalecer musculatura de membro inferior esquerdo e a médio e longo prazo, treinar mar-cha e trabalhar propriocepção. Já os objetivos tardios consistiram em propriocepção avançada; progressão no fortalecimento; reeducação da marcha e treino de atividades funcionais.

A conduta fisioterapêutica direcionou como base de tratamento a eletrotermofototerapia e terapia manual, com mobilizações articulares, exercícios de alongamentos, exercícios resisti-vos e proprioceptivos.

Do primeiro ao quarto dia de tratamento houve aplicação no tornozelo esquerdo de duas frequências da TENS. A TENS oxigenação de 250 X10 Hz e o convencional de 100 X 100 Hz ambos por um período de 15 minutos. Depois uma drenagem para diminuição do edema, liberação da cicatriz, uma mobilização leve e um exercício de propriocepção em um disco proprioceptivo inflável de 38 cm.

Na quinta sessão foi adicionado o FES 250 X60 Hz com tempo de sustentação e repouso respectivamente 7 X1 durante 15 minutos apli-cado no Tibial anterior para estimular a dorsifle-xão e a inversão do pé. Foi adicionado o skate para estimulação dos movimentos de dorsifle-xão e flexão plantar.

Na sexta sessão foi adicionado a theraband para ganho de força muscular e ADM. Na déci-ma quarta sessão foi adicionado o infravermelho para acelerar o processo de cicatrização, reparo e promover a vascularização da pele. Na décima sexta sessão foi adicionado a técnica de trans-ferência de peso na barra, prolongando-se até a vigésima sessão. A partir da vigésima primeira sessão a paciente foi encaminhada para outro setor dando continuidade ao tratamento atra-vés da hidroterapia e musculação terapêutica para completa reabilitação funcional.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto ao nível de dor, segundo a Escala Visual Analógica (EVA), constatou-se na reava-liação, nível zero, ou seja, diminuição completa da dor no término do tratamento. Observou-se também diminuição da temperatura local, dimi-nuição total do edema e rubor, caracterizando--se o desaparecimento do quadro inflamatório. Os resultados na diminuição de dor e edema com a utilização da eletroterapia (TENS) corro-boram com Brandão (2005), onde afirma que os efeitos fisiológicos da eletroterapia sobre o sis-tema neuromusculoesquelético são: analgesia, estimulação muscular, vasodilatação, redução de edema, diminuição da inibição reflexa, facili-tação na cicatrização de lesões em tecidos mo-les e facilitação da consolidação de fraturas.

A drenagem linfática manual realizada veio a contribuir com a redução total do edema ao se realizar uma comparação do membro tratado com o membro sadio, comprovando os estudos de Guirro & Guirro (2002), que afirmam que a drenagem linfática manual contribui em uma redução de edemas e hematomas, junta-mente com um favorecimento da neoformação vascular e nervosa, prevenindo ou minimizando a formação de cicatrizes hipertróficas ou hipotró-ficas, retrações e quelóides.

Houve ganho de amplitude de movimento articular com terapia manual realizando mobili-zações articulares e alongamentos, assim como liberações de aderências com massoterapia. A melhora fora observada através de uma comparação do membro tratado com o membro sadio, corroborando com Rosário et al., (2008), que afirmam que a utilização de alongamentos durante o tratamento fisioterapêutico aumentam a flexibilidade e amplitude de movimento (ADM) juntamente com James et al., (2000), onde o mesmo afirma que a mobilização precoce permite um retorno mais rápido da função com ausência da dor e de sintomas residuais.

Page 10: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

10

Vale ressaltar, que em todo o tratamento, a paciente relatou uma melhora precoce e signi-ficativa com o uso da terapia manual, relatando também sentir-se mais segura com o procedi-mento quando comparado com os recursos de eletroterapia, tendo em vista que, segundo a pa-ciente, os recursos manuais possuem uma me-lhor percepção da evolução de seu tratamento.

Esta observação está de acordo com evi-dências relatadas em um estudo desenvolvido por Elizabeth et al., (2015) que através da aná-lise de 11 relatos de casos constatou melhorias clinicamente significativas na função do tornoze-lo pós fratura através de terapia manual. Nesta pesquisa todos os pacientes toleraram bem o tratamento, sugerindo que esta abordagem tem eficácia nesta população.

A paciente obteve grau 5 de força mus-cular ao término do tratamento com exercícios isométricos e utilização da Estimulação Elétrica Funcional FES, que segundo Kitchen & Lianza (2003), consiste na estimulação elétrica de um músculo privado de controle normal para produ-zir uma contração funcionalmente útil.

Esta estimulação despolariza o nervo mo-tor, produzindo uma resposta sincrônica em todas as unidades motoras do músculo estimu-lado, melhorando seu trofismo. Este tipo de es-timulação permite a entrada seletiva e repetitiva aferente até o SNC, ativando não só a muscu-latura local, mas também mecanismos reflexos necessários à reorganização da atividade moto-ra. Além disso, o estímulo elétrico diminui o tô-nus do grupo muscular antagonista, pelo meca-nismo de inibição recíproca (Kitchen & Lianza, 2003).

Ao se utilizar o disco de gel para proprio-cepção houve melhora significativa da proprio-cepção ao comparar o membro tratado com o

membro sadio, o que está de acordo com Alfie-ri (2006), ao qual afirma que o disco é utilizado para uma melhora da propriocepção e controle do equilíbrio dinâmico.

Os treinos de marcha tiveram sucesso ab-soluto, reabilitando e devolvendo ao paciente independência, com deambulação sem padrão de marcha claudicante. COELHO et al., (2004); DALY et al., (2004).

CONCLUSÃO

A abordagem terapêutica realizada neste estudo de caso foi de grande eficácia na dimi-nuição da dor, edema, ganho de ADM, proprio-cepção e força muscular, restabelecendo fun-cionalmente a paciente em todos os parâmetros fisiológicos e devolvendo sua funcionalidade para as atividades da vida diária. A terapia ma-nual foi o recurso que propôs maior melhora no decorrer do tratamento proporcionando confian-ça do paciente para com o terapeuta.

Portanto evidenciou-se neste relato de caso que a cinesioterapia, a mecanoterapia e a eletroterapia apresentam-se como evidencias científicas respondendo a contento para os ca-sos de lesões fibulares tipo C2 de Dennis-Weber

BIBLIOGRAFIA

ALENCAR, A. G. M. ; ISACKSSON, R. R. A.; MEI-RELES, K. A. D.; CAMPOS, N. G. Abordagem Fisioterapêutica em Paciente Pós-Fratura de Tornozelo e Compressão da Coluna Lombar: Relato de Caso. Rev Fisioter S Fun. Fortaleza, 2012 Jul-Dez; 1(2): 61-65

ALEXANDRE, P. L.; LARA, L. C. R. Estudo epidemiológico das lesões do pé e tornozelo na prática desportiva recreacional. Acta Ortop Bras. 2012;20(6): 339-42

ALFIERI, F. M.; TEODORI, R. M.; GUIRRO, R. R. J. Estudo Baropodométrico em Idosos Submetidos à Intervenção Fisioterapêutica.

Page 11: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

11

Rev. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v.19, n.2, p. 67-74, abr./jun., 2006.

BRANDÃO, L. R.;HASEGAWA, T. M.; BORJAIL-LE, B. P. Medicina físicana reumatologia. Tema de Reumatologia. 2005;6(4):116-20.

COELHO, J. L.; ABRAHÃO, F. MATTIOLI, R. Aumento do torque muscular após tratamento em esteiracom suporte parcial de peso em pacientes com hemiparesia crônica. Revista Brasileira de Fisioterapia. 2004;8:137-143.

DALY, J. J.; ROENGK, K. L.; BUTLER, K. M.; GANSEN, J. L.; FREDRICKSON, E.; MARSO-LAIS, E. B.; ROGERS, J.; RUFF, R. L. Response of sagittal plane gait kinematics to weight--supported treadmill training and functional neuromuscular stimulation following stroke. Journal of Rehabilitation Research and Develop-ment. 2004;41:807-820.

ELIZABETH E. PAINTER, GAIL D. DEYLE, CHRISTOPHER ALLEN, EVAN J. PETERSEN, THEODORE CROY, KENNETH P. RIVERA. Manual Physical Therapy Following Immo-bilization for Stable Ankle Fracture: A Case Series. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy201545:9, 665-674

GABRIEL, M. R. S.; PETIT, J. D.; CARRIL, M. L. S. Fisioterapia em traumatologia, ortopedia e reumatologia. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.

GIORDANO, V.; GIORDANO, M.; MIZUSAKI, J.; MENDES, P. H.; SKAF, A. Y. Fraturas do tornozelo no adulto: diagnóstico e tratamento; Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina; Projeto Diretrizes; 2007.

GUIRRO, E.; GUIRRO, R. Fisioterapia derma-to-funcional: fundamentos, recursos e pato-logias. 3ª ed. São Paulo:Manole; 2002.

GREENSPAN, A. Radiologia Ortopédica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.

HEBERT, S. Ortopedia e traumatologia: princí-pios e prática. 4ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2009.

JAMES, R., Andrews; GARY L., Harrelson; KEVIN E., Wilk. Reabilitação Física das Lesões Des-portivas. São Paulo: Guanabara Koogan, 2000.

KITCHEN, S.; BASIN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11ª ed. São Paulo: Ma-nole, 2003.

MOTTA FILHO, G. R., MOTTA FILHO, L. A. J. da; AMARAL JUNIOR, A. C., REIS, C. P., BOARET-TO, G. Q. Posicionamento dos implantes na osteossíntese do maléolo medial: avaliação radiográfica. Rev. Bras. Ortop. Vol 33, n.6-Junho, 2002. 454-60.

MULLER, M. E.; ALLGÖWER, M.; SCHNEIDER, R.; WILLENEGGER, H. Manual of internal fixa-tion. New York: Springer; 1991.

ROSÁRIO, J. L. P.; SOUSA, A.; CABRAL, C. M. N.; JOÃO, S. M. A.; MARQUES, A. P. Reeduca-ção postural global e alongamento estático segmentar na melhora daflexibilidade, força muscular e amplitude de movimento: um es-tudo comparativo. Rev. Fisioterapia e Pesquisa. 2008; 15(1): 12-8.

VIEIRA, G. C.; BARROS, A. R. S. B.; Tratamento fisioterapêutico das fraturas do tipo B e C de Weber. Fisioter bras 2005 Nov/Dez; 6(6): 405-11.

Page 12: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

FISIOTERAPIA E OSTEOPOROSE EM PACIENTES IDOSOS: UM ESTUDO DE REVISÃO

(Physiotherapy and Osteoporosis in Elderly Patients: a Review Study)

O presente estudo teve como objetivo verificar na literatura científica a relação entre osteoporose e população idosa, bem como apresentar os benefícios da fisioterapia na prevenção e no tratamento dessa patologia. Constatou-se que o exercício físico é um componente importante no tratamento da osteoporose e que a atuação do fisioterapeuta tem grande importância na recuperação e melhora da funcionalidade dos idosos.

Palavras-Chave: osteoporose senil, metabolismo ósseo, exercício físico, fraturas

This study aimed to verify in the scientific literature the relationship between osteoporosis and elder-ly people, as well as presenting the benefits of physiotherapy in the prevention and treatment of this disease. Physical exercise is an important factor in treatment of osteoporosis and physiotherapists are essential to a good recovery and improvement of the functionality of the elderly.

Key words: senile osteoporosis, bone metabolism, physical exercise, fractures

¹*Doutora em Entomologia, Graduanda em Fisioterapia na Faculdade Ateneu;¹ Graduando em Fisioterapia na Faculdade Ateneu;² Especialista em Fisioterapia Esportiva pela Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva - SONAFE/CO-

FFITO, Professor dos Cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Educação Física da Faculdade Ateneu;³ Coordenador geral e pedagógico da Faculdade Ateneu, Coordenador do Curso de Fisioterapia da Facul-

dade Ateneu.

Darci de Oliveira Cruz¹*, Ana Paula Rocha de Vasconcelos Dourado¹, Rayanne Hellen Moreira de Sousa¹, Jean Silva Cavalcante², José Evaldo Gonçalves Lopes Júnior³

Resumo

Abstract

E-mail: [email protected]

Page 13: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

13

1. Introdução

O processo de envelhecimento é contínuo na vida do ser humano e ocorre acompanhado por diversas alterações morfológicas e fisiológi-cas naturais e inevitáveis. Segundo Bardiak et al. (2014), as modificações orgânicas e funcionais que ocorrem no processo natural de envelheci-mento caracterizam-se por diminuição da massa e da força muscular, diminuição da atividade do sistema nervoso, alterações cardiovasculares, diminuição do equilíbrio, diminuição da capaci-dade pulmonar, fraqueza e diminuição da massa óssea e comprometimento no funcionamento de diversos órgãos e sistemas.

A proporção de idosos no Brasil subiu de 9,1% em 1999 para 11,3% em 2009, compondo hoje um contingente acima de 22 milhões de pessoas. Com isso, há uma grande incidência de fraturas relacionadas à perda de massa óssea fazendo com que a osteoporose seja uma das principais patologias associada ao envelheci-mento (FERREIRA et al., 2013).

Paralelamente ao aumento dessa faixa etária, ocorre também aumento na incidência de doenças e de distúrbios orgânicos associados ao envelhecimento, resultantes de uma série de alterações degenerativas nos aspectos físico, cognitivo e funcional característicos desta popu-lação (TONON et al., 2012).

Dentre as doenças frequentemente en-contradas na terceira idade, destaca-se a oste-oporose. Esta é uma doença que vem aumen-tando significativamente em decorrência do aumento da população idosa em todo o mundo, mas especialmente no Brasil (MALAVAZI JU-NIOR et al., 2013). A osteoporose afeta aproxi-madamente 200 milhões de mulheres em todo o mundo (TEJADA-LlACSA et al., 2013).

O estabelecimento de uma definição precisa da osteoporose bem como dos fatores etiológicos diretamente relacionados à mesma é bastante

amplo na literatura. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define osteoporose como uma doença esquelética sistêmica com diminuição da massa óssea e deterioração microarquitetural do tecido ósseo, tendo como consequência a fragilidade óssea e risco de fratura. Essa defi-nição tem sido amplamente utilizada na litera-tura (KHAJURIA et al., 2011; KOEHLER et al., 2011; FONTES et al., 2012; BRANDÃO et al., 2013; TEJADA-LlACSA et al., 2015; ANDRADE et al., 2015; SILVA et al., 2015; BARNARD et al., 2016).

A atividade física ou a prática regular de exercícios físicos influenciam a manutenção das atividades normais ósseas, e por este motivo a atividade física vem sendo indicada no tratamen-to da osteoporose. Entretanto, a relação entre atividade física, exercício físico e osteoporose tem levado pesquisadores a abordar várias dis-cussões sobre este assunto, buscando melhor conhecimento sobre fatores como a intensidade, frequência e duração dos exercícios utilizados como método de prevenção e tratamento da patologia (SANTOS & BORGES, 2010).

Segundo Rocha et al. (2013), um programa de atividade física permite melhorar a perfor-mance de idosos em vários testes de equilíbrio, força e flexibilidade sugerindo que a prevenção baseada em exercícios físicos regulares pode ser eficiente para os idosos na prevenção de fraturas osteoporóticas.

No que se refere à prevenção e promoção da saúde para problemas relacionados ao sistema musculoesquelético, Aveiro et al. (2011) suge-rem que o fisioterapeuta poderia contribuir na estimulação e favorecimento de práticas cons-tantes, em grupos, de cinesioterapia /atividade física, tais como alongamento, fortalecimento muscular, treino de equilíbrio e caminhadas, me-lhorando a qualidade de vida dos idosos.

Page 14: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

14

O presente trabalho de revisão teve como objetivo verificar na literatura científica a rela-ção entre osteoporose e população idosa, bem como apresentar os benefícios da fisioterapia na prevenção e no tratamento dessa patologia.

2. METODOLOGIA

A presente revisão foi sustentada através de um levantamento bibliográfico, com a utili-zação das bases de dados eletrônicos National Library of Medicine (MEDLINE / PubMed), Lite-ratura Latino Americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO).

Os artigos científicos foram selecionados de acordo com os seguintes critérios: estudar idosos acometidos por osteoporose, abordar os benefícios da fisioterapia na prevenção e no tra-tamento dos pacientes, conter informações so-bre exercícios físicos associados à prevenção e tratamento da osteoporose, e terem sido publi-cados a partir do ano 2010.

As buscas realizadas nas bases de dados utilizaram os seguintes descritores: osteoporose / osteoporosis, exercícios físicos / physical exer-cise, fisioterapia, tratamento, prevenção, idosos e equilíbrio.

Foram critérios de exclusão: artigos em meta-análise e artigos publicados antes do ano de 2010.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A partir do levantamento realizado nos bancos de dados (LILACS, SciELO e PubMed) foram encontrados 106 artigos. Estes, por sua vez, foram analisados criteriosamente, de modo que 30 artigos foram selecionados, seguindo os

propósitos expostos na metodologia. Para ali-cerçar o estudo com algumas informações subs-tanciais, utilizou-se ainda um livro sobre introdu-ção à Fisioterapia, o qual abordou a temática da osteoporose em pacientes idosos e da fisiotera-pia como forma de prevenção e tratamento da doença.

A maioria dos artigos selecionados (16 dos 30 trabalhos) abordou a temática da pre-venção e tratamento da osteoporose, os quais devem ser realizados preferencialmente através de medidas não medicamentosas onde o exercí-cio físico e o controle da dieta, quando inseridos precocemente nos hábitos de vida, têm grande contribuição para atingir o pico de massa óssea (MALAVAZI JUNIOR et al., 2013).

No Brasil, considera-se idoso o indivíduo que tem 60 anos ou mais de idade. Os sinais do envelhecimento vão aparecendo com a idade, de modo que os ossos podem se tornar osteo-poróticos; as dificuldades com o equilíbrio apa-recem, sendo apontados como fatores causado-res da perda da propriocepção dos tecidos nas superfícies de apoio com carga, a fraqueza mus-cular e as alterações degenerativas nos canais semicirculares (SILVEIRA et al., 2010).

Observou-se, nessa revisão, que os exer-cícios físicos são capazes de proporcionar be-nefícios para idosos com baixa massa óssea, através da melhora na sua mobilidade funcional. A tabela 1 apresenta alguns estudos realizados com pacientes idosos, acima de 60 anos, os quais destacam exercícios físicos utilizados na prevenção e no tratamento da osteoporose.

Page 15: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

15

Tabela 01: Estudos realizados nos últimos seis anos sobre exercíciosfísicos utilizados na prevenção e no tratamento da osteoporose em idosos.

AUTOR / ANO TIPO DE EXERCÍCIO OBJETIVO RESULTADOS

Tonon et al., 2012 Exercícios aeróbicos e dança

Analisar a efetividade da fisio-terapia associada à dançatera-pia na capacidade aeróbica e

flexibilidade

Melhora na flexibilidade e capacidade aeróbica

Santos & Borges, 2010

Exercícios de extensão iso-métrica de tronco, exercícios em cadeia cinética aberta,

exercícios aeróbicos

Verificar a influência do exer-cício físico na prevenção e no

tratamento da osteoporose

Exercícios que agem na melhora do equilí-

brio e coordenação são eficientes no tratamento, reduzindo os riscos de

quedas

Malavazi-Júnior et al., 2013

Exercícios físicos por meio de programas qualificados

Exercícios aeróbicos

Verificar os benefícios do exer-cício físico na prevenção e no

tratamento da osteoporose

Efeitos positivos em rela-ção à densidade mineral

óssea

Moura et al., 2012Programa de exercícios com treinamento de força muscu-

lar e mobilidade funcional

Avaliar os efeitos de programas de exercícios resistidos, de

equilíbrio e de alongamentos sobre a mobilidade funcional

Melhora na mobilidade funcional

Andrade & Filho, 2015 Alongamentos Avaliar se houve resultado po-

sitivo no aumento da DMOTR mostrou-se seguro e

eficaz

Souza, 2010 Treinamento de resistênciaComparar a influência da ativi-dade física na prevenção e no

tratamento da osteoporose

Ganho de massa óssea; Diminuição da incidência

de fraturas de quadril

Gontijo & Leão, 2013 Exercícios com peso e exercí-cios de velocidade

Avaliar o papel de um progra-ma de fisioterapia na qualidade de vida e equilíbrio dos idosos

Melhora na capacidade funcional

Pereira et al., 2012

Exercícios de coordenação motora, equilíbrio, alon-gamento, fortalecimento

muscular global e treino de transferência Exercícios de

resistência com carga

Verificar os benefícios do exer-cício físico na prevenção e no

tratamento da osteoporose

Redução de risco e de frequência de quedas

O tratamento fisioterapêutico direciona--se à manutenção do equilíbrio como forma de normalizar a vida do idoso, afastando os fatores de risco comuns na terceira idade. As interven-ções dependem do quadro clínico apresentado durante a avaliação físico-funcional, sendo de fundamental importância a adesão do paciente, de sua família e/ou dos cuidadores em todo o processo (BENTO et al., 2011).

A fisioterapia geriátrica visa recuperar as potencialidades dos pacientes idosos, aumen-tando sua participação em diferentes atividades

de lazer ou profissionais, além de orientá-lo a desenvolver sua capacidade de adaptação, em resposta às limitações físicas, oferecendo maior segurança na realização de suas atividades diá-rias (TONON et al., 2012).

A atuação da fisioterapia na geriatria é vasta e abrange desde atendimentos a pacientes internados em UTI, enfermarias e ambulatórios, em instituições asilares (asilos e/ou abrigos) até atendimentos domiciliares. O ponto-chave da atuação geriátrica é a manutenção ou o aumen-to da capacidade funcional (PINHEIRO, 2014).

Page 16: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

16

A cinesioterapia atua como um ótimo tra-tamento para idosos por ser uma terapia através do movimento. Uma estratégia para minimizar o declínio funcional é a participação dos idosos em atividades físicas regulares, com programas de exercícios direcionados para ganho de força, melhora do equilíbrio, melhora da amplitude ar-ticular, entre outros benefícios (BARDIAK et al., 2014).

O exercício é uma das estratégias mais importantes para manutenção da densidade mi-neral óssea e prevenção da osteoporose. Além disso, vários trabalhos ratificam os efeitos be-néficos sobre a força muscular, coordenação e mobilidade funcional, proporcionando redução do número de quedas em idosos (SILVA et al., 2011; MOURA et al., 2012; MALAVAZI-JÚNIOR et al., 2013).

Segundo Mota et al. (2012), há uma forte correlação entre a qualidade de vida dos idosos e a atividade física, pois com a degeneração do sistema musculoesquelético nos idosos, e a di-minuição da capacidade funcional, a prática da atividade física influencia no tratamento e na prevenção da osteoporose, trazendo benefícios como a melhoria do desempenho das capacida-des funcionais, o aumento da força muscular e flexibilidade, além de uma considerável melhora da coordenação motora.

A realização de atividade física foi am-plamente abordada como forma de prevenção de quedas e manutenção da independência e da qualidade de vida dos idosos (PIOVESAN et al., 2011; TESTON et al., 2014; COSTA et al., 2016). Comparando idosos que praticam ativi-dade física com idosos sedentários, há meno-res incidências de fraturas do quadril nos ativos (SOUZA, 2010). Segundo esse autor, a ativida-de física é o mais barato meio de prevenção e coadjuvante do tratamento da osteoporose.

Segundo a literatura, a fratura vertebral é a manifestação clínica mais comum da osteopo-rose. A maioria dessas fraturas (cerca de dois terços) é assintomática, diagnosticada como um achado incidental em raio-x. As fraturas de qua-dril são relativamente comuns na osteoporose e afetam 15% das mulheres e 5% dos homens com 80 anos (QUEIROZ et al., 2014; ANDRADE et al., 2015; SILVA et al., 2015).

4. CONCLUSÕES

A Fisioterapia é uma das possibilidades de tratamento da osteoporose e pode contribuir para estimular a formação óssea e fortalecer os músculos e articulações, melhorando o equilí-brio e a coordenação motora dos idosos (AN-DRADE, 2015).

A partir do estudo bibliográfico constatou--seque a atuação do fisioterapeuta tem grande importância na recuperação e melhora da fun-cionalidade dos pacientes na terceira idade. Dessa forma, acrescenta-se ao indivíduo idoso segurança e confiança na realização das suas atividades de vida diária.

A maioria dos estudos apresentou temáti-ca voltada à prevenção e ao tratamento da oste-oporose. Tendo em vista os resultados apresen-tados, conclui-se que a realização de exercícios físicos desempenha importante papel na pre-venção das quedas e manutenção da qualidade de vida dos idosos.

5. REFERÊNCIAS

ANDRADE, S. A. F. Osteoporose: um problema de saúde pública. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa. v. 12, n. 28, p. 41-47, 2015.

ANDRADE, S. S.; FILHO, J. N. S. Os efeitos do treinamento resistido na osteoporose: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. v. 9, n. 50, p. 144-149, 2015.

Page 17: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

17

ANDRADE, S. R. S.; SILVA, M. R. S.; AMARAL, W. N. Propedêutica diagnóstica da osteoporo-se. Femina. V. 43, n. 3, p. 135-148, 2015.

AVEIRO, M. C.; ACIOLE, G. G.; DRIUSSO, P.; OISHI, J. Perspectiva da participação do fi-sioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciência & Saúde Coletiva. v. 16, supl. 1, p. 1467-1478, 2011.

BARDIAK, F. C.; MACHADO, I. F.; ALVES, G. M. S.; PERUZZI, J.; MANHÃES, L. T.; FRANCO, R. A. Recursos Fisioterapêuticos Utilizados no Tratamento de Patologias Mais Comuns em Idosos. Revista Pesquisa em Fisioterapia. v. 4, n. 2, p. 131-136, 2014.

BARNARD, K.; LAKEY, W. C.; BATCH, B. C.; CHISWELL, K.; TASNEEM, A.; GREEN, J. B. Recent clinical trials in osteoporosis: a firm foundation or falling short? Plos One. v. 11, n. 5, p. 1-11, 2016.

BENTO, N. T.; VIDMAR, M. F.; SILVEIRA, M. M.; WIBELINGER, L. M. Intervenções Fisioterapêu-ticas no Pós-operatório de Fratura de Fêmur em Idosos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Ano 9, n. 27, p. 42-48, 2011.

BRANDÃO, C. M. R.; FERRÉ, F.; MACHADO, G. P. M.; JÚNIOR, A. A. G.; ANDRADE, E. I. G.; CHERCHIGLIA, M. L.; ACURCIO, F. A. Gastos públicos com medicamentos para o tratamen-to da osteoporose na pós-menopausa. Revista Saúde Pública. V. 47, n. 2, p. 2013.

COSTA, A. L. D.; SILVA, M. A. C. N.; BRITO, L. M. O.; NASCIMENTO, A. C. B.; BARBOSA, M. C. L.; BATISTA, J. E.; BEZERRA, G. F. B.; VIANA, G. M. C.; FILHO, W. E. M.; VIDAL, F. C. B.; NAS-CIMENTO, M. D. S. B. Osteoporose na atenção primária: uma oportunidade para abordar os fatores de risco. Revista Brasileira de Reuma-tologia. v. 56, n. 2, p. 111-116, 2016.

FERREIRA, M. L.; JACINTO, T. A.; SIMÕES, F. V. Prevalência da Osteoporose em Mulheres Atendidas em uma Clínica Particular em Vi-tória, ES. Revista Sapientia - Pio XII. n. 12. p. 54-58, 2013.

FONTES, T. M. P.; ARAÚJO, L. F. B.; SOARES, P. R. G. Osteoporose no climatério I: epidemiolo-gia, definição, rastreio e diagnóstico. Femina. v. 40, n.2, p. 109-116, 2012.

GONTIJO, R. W.; LEÃO, M. R. C. Eficácia de um programa de fisioterapia preventiva para idosos. Revista Médica de Minas Gerais. v. 23, n. 2, p. 173-180, 2013.

KHAJURIA, D. K.; RAZDAN, R.; MAHAPATRA, D. R. Medicamentos para o tratamento da osteoporose: revisão. Revista Brasileira de Reu-matologia. v. 51, n. 4, p. 365-382, 2011.

KOEHLER, B.; KIRCHBERGER, I.; GLAESSEL, A.; KOOL, J.; STUCKI, G.; CIEZA, A. Validation of the international classification of functio-ning, disability and health comprehensive core set for osteoporosis: the perspective of physical therapists. Journal of Geriatric Physical Therapy. V. 34, n.3, p. 117-130, 2011.

MALAVAZI JUNIOR, I.; WILLERS, C. D. A.; LO-PES, C. P. B. A Influência do Exercício Físico na Prevenção e Tratamento da Osteoporose em Idosos. Revista Saúde e Pesquisa, v. 6, n. 3, p. 487-494, 2013.

MOTA, L. S.; SOUSA, E. G.; AZEVEDO, F. H. C. Intercorrências da osteoporose na qualidade de vida dos idosos. Revista Interdisciplinar NO-VAFAPI. v. 5, n. 2, p. 44-49, 2012.

MOURA, M. S.; PEDROSA, M. A. C.; COSTA, E. L.; FILHO, P. S. C. B.; SAYÃO, L. B.; SOUSA, T. S. Efeitos de exercícios resistidos, de equilíbrio e alongamentos sobre a mobilidade funcional de idosas com baixa massa óssea. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. v. 17, n. 6, p. 474-484, 2012.

PEREIRA, R.M.; CARVALHO, J.F.; PAULA, A.P.; ZERBINI, C.; DOMICIANO, D.S.; GONÇALVES, H.; DANOWSKI, J.S.; NETO, J.F.M.; MENDON-ÇA, L.M.C.; BEZERRA, M.C.; TERRERI, M.T.; IMAMURA, M.; WEINGRILL, P.; PLAPLER, P.G.; RADOMINSKI, S.; TOURINHO, T.; SZEJNFELD, V.L.; ANDRADA, N.C. Diretrizes para prevenção

Page 18: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

18

e tratamento da osteoporose induzida por gli-cocorticoide. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 52, n. 4, p.569-593, 2012.

PINHEIRO, G. B. Introdução à Fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.134p.

PIOVESAN, A. C.; PIVETTA, H. M. F.; PEIXOTO, J. M. B. Fatores que predispõem a quedas em idosos residentes na região oeste de Santa Maria, RS. Revista Brasileira de Geriatria e Ge-rontologia. v. 14, n. 1, p. 75-83, 2011.

QUEIROZ, J. W. M.; PEREIRA, P. C. A. A.; FI-GUEIREDO, E. G. Fraturas osteoporóticas da coluna vertebral. Arquivos Brasileiros de Neuro-cirurgia. V. 33, n. 3, p. 258-265, 2014.

ROCHA, C. A.; SAMPAIO, L. S.; SAMPAIO, T. S. O.; BRITO, J. L. Prevenção de Fraturas por Quedas em Idosos Portadores de Osteoporo-se. Revista Saúde.com, v. 9, p. 68-69, 2013.

SANTOS, M. L.; BORGES, G. F. Exercício físico no tratamento e prevenção de idosos com osteoporose: uma revisão sistemática. Fisiote-rapia em Movimento. v. 23, n. 2, p. 289-299, 2010.

SILVA, A. M.; SILVA, R. B.; GUERRA, R. A.; SIQUEIRA, G. R. Fisioterapia em relação à marcha e ao equilíbrio em idosas. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. v. 24, n. 3, p. 207-213, 2011.

SILVA, A. C. V.; ROSA, M. I.; FERNANDES, B.; LUMERTZ, S.; DINIZ, R. M.; DAMIANI, M. E. F. R. Fatores associados à osteopenia e osteoporo-se em mulheres submetidas à densitometria óssea. Revista Brasileira de Reumatologia. v. 55, n. 3, p. 223-228, 2015.

SILVEIRA, M. M.; PASQUALOTTI, A.; COLUSSI, E. L.; VIDMAR, M. F.; WIBELINGER, L. M. Abor-dagem fisioterápica da dor lombar crônica no idoso. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. Ano 8, n. 25, p. 56-61, 2010.

SOUZA, M. P. G. Diagnóstico e tratamento da osteoporose. Revista Brasileira de Ortopedia. v. 45, n. 3, p. 220-229, 2010.

TEJADA-LlACSA, P. J.; CAHUANA-APARCO, J.; HUAMAN, J. C.; VIDAL, C. F.; LEON, J. E. C. Adherencia al tratamento de osteoporosis em pacientes posmenopáusicas en un hospital de referencia, Perú 2013. Anales de la Facultad de Medicina. v. 76, n.1, p. 43-46, 2015.

TESTON, E. F.; GUIMARÃES, P. V.; MARCON, S. S. Trauma no idoso e prevenção ao longo dos anos: revisão integrativa. Revista Kairós Ge-rontologia. v. 17, n. 1, p. 145-155, 2014.

TONON, P. P.; DUIM, E. L.; SANTOS, S. S. Efe-tividade da Fisioterapia Associada à Dança-terapia na Melhora da Capacidade Aeróbia e Flexibilidade de Mulheres Idosas com Histó-rico de Quedas. Revista Saúde e Pesquisa. v. 5, n. 3, p. 517-524, 2012.

Page 19: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES VÍTIMASDE QUEIMADURAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

(Role of Physical Therapy in Patients Burn Victims: a Systematic Review)

Este estudo objetivou realizar uma revisão sistemática sobre a atuação da fisioterapia em pacientes vítimas de queimaduras. Houve um consenso entre os autores em afirmar que a atuação fisiotera-pêutica em queimados promove diminuição da dor, aumento da ADM e aumento da força muscular respiratória. Conclui-se que a fisioterapia é de extrema importância na reabilitação do paciente queimado, restabelecendo sua funcionalidade, no que se refere à prevenção e/ou diminuição das sequelas físicas e motoras que podem ocorrer devido à lesão.

Palavras-chave: Queimaduras; Fisioterapia; Reabilitação.

This study aims to conduct a systematic review of the role of physiotherapy in patients suffering from burns. There was a consensus among the authors state that the physiotherapy performance in burned promotes decreased pain, increased ADM and increased respiratory muscle strength. We conclude that physical therapy is extremely important in the rehabilitation of burn patients, restoring their functionality with regard to the prevention and / or reduction of physical and motor consequen-ces that may occur due to injury.

Keywords: Burns; Physiotherapy; Rehabilitation.

1 Discente do curso de Fisioterapia, Faculdade Ateneu, Fortaleza, Ceará.2 Docente orientadora, Faculdade Ateneu, Fortaleza, Ceará.

Mayara de Sousa Carlos1*; Antonio Alan Brandão Ferreira1; Claudia Cavalcante Campos 1; Rafaele Teixeira Borges Costa2

Resumo

Abstract

*Email autor principal:[email protected]

Page 20: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

20

1. Introdução

Queimaduras são lesões teciduais. Quan-do em contato com a pele os principais agentes causadores da queimadura que são os agentes térmicos, elétricos, radiativos ou químicos pro-vocam destruição do tecido podendo ser par-cialmente ou total, podendo até atingir camadas mais profundas como: tecido subcutâneo, mús-culos, tendões e ossos. (SILVA, et al., 2013).

As queimaduras são lesões que merecem cuidado, é uma das principais causas de morte não intencionais em crianças e idosos e é um dos traumas graves pois tem o risco de infec-ções que pode evoluir para sepse e comprome-timentos em vários sistemas, podendo aparecer complicações renais, adrenais, cardiovascula-res, pulmonares, musculoesqueléticas, entre outras. (GERVASI, et al., 2014).

Em estimativa 265.000 mortes acontecem por ano por queimaduras, sendo um problema de saúde pública mundial. A maioria destes ca-sos ocorrem em países de baixa e média renda e quase metade ocorrem na Região Ásia do Su-deste. (OMS, 2014).

No Brasil, ocorre em torno de 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano e, des-tes, 2.500 mortes direta ou indiretamente de suas lesões. (CRUZ, et al., 2012).

O fisioterapeuta atua em cada estágio da queimadura e pode contribuir com seus recur-sos à recuperação, à redução de sequelas, à cicatrização de maneira correta evitando com-plicações melhorando assim o paciente na área física e psicológica e dando mais qualidade de vida, propiciando a esse paciente um melhor convívio social. (SOUZA, et al., 2009).

A reabilitação do paciente queimado não consiste só na reabilitação física, mas também psicológica, por isso a intervenção fisioterapêu-tica é de extrema importância, pois interfere nas sequelas deixadas dando funcionalidade ao pa-ciente e um melhor convívio social. Pensando nisso as metas para o tratamento fisioterapêu-tico são: promover redução do edema e qua-dro álgico; manter a amplitude de movimento; impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais; impedir complicações pulmonares; promover total independência na deambulação e nas atividades do dia-a-dia; e melhorar a resis-tência cardiovascular. (SANTANA, et al., 2012).

Este estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a atuação fisiote-rapêutica em pacientes vítimas de queimaduras.

Metodologia

A pesquisa trata-se de uma revisão sistemá-tica descritiva, com estratégia de busca online nas bases de dados: Pubmed (Medline), Scielo, PEDro, Bireme e Lilacs, usando os seguintes descritores: Queimaduras, fisioterapia e reabilitação, nos idio-mas português e inglês.

Foram encontrados 179 artigos para a pesqui-sa publicados entre 2001 a 2016, dos quais foram selecionados 40 e através de uma leitura criteriosa apenas 10 contemplaram os critérios de inclusão.

Os critérios de inclusão foram artigos que apresentassem pelo menos duas palavras chaves em seu título e abordassem a atuação fisioterapêuti-ca no paciente queimado em seu contexto.

Foram excluídos trabalhos de conclusão de curso, pesquisas envolvendo animais e trabalhos que não apresentassem a abordagem fisioterapêu-tica no paciente queimado.

Page 21: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

21

Resultados e discussões

A não assistência ou a assistência inadequada no atendimento do paciente vítima de queimadura pode levar a comprometimento temporário ou até permanente, com reflexos na vida diária e laboral da vítima, com isso necessitam de atendimento e um atendimento em tempo hábil por conta dessas com-plicações. (LIANZA, 2007).

Lemos et al., em estudo sobre o perfil do tra-tamento fisioterapêutico em vítimas de lesões por causas externas, demonstraram que recursos fisio-terapêuticos relativamente simples, como a cinesio-terapia, a eletroterapia e a termoterapia, foram efi-cientes para a evolução dos pacientes.

A equipe que atende ao paciente vítima de queimadura é uma equipe multiprofissional. A fisio-terapia com condutas em todas as fases da lesão, atua de forma complementar aos procedimentos ci-rúrgicos, principalmente nas enxertias, desde a in-ternação ao acompanhamento ambulatorial. Um dos importantes componentes da aptidão física e restau-ração funcional são os exercícios terapêuticos, pois, promovem melhora na eficiência dos movimentos, no desempenho muscular e na postura do indivíduo, prevenindo patologias musculoesqueléticas. Com os exercícios de alongamento se obtém uma boa flexi-bilidade, resultando ao paciente elasticidade e me-lhoria da função muscular. (MELO, 2011).

Santana et al., 2012 buscaram analisar a im-portância da fisioterapia na reabilitação de 30 pacien-tes vítimas de queimaduras com faixa etária de 18 e 59,9 anos do Hospital de Emergência de Sergipe, na cidade de Aracaju SE. Esses estudiosos buscaram analisar o aspecto dor de reparo cicatricial, agente causador, edema, grau e extensão da queimadura, a força muscular e a amplitude de movimento antes e depois de 10 sessões de fisioterapia. Através dos resultados verificou-se que houve melhora na ampli-tude de movimento e força muscular. Além disso, ob-servou-se redução do edema e maior predominância

da fase de remodelação quando comparado com parâmetros analisados antes da fisioterapia, confir-mando a importância deste serviço na reabilitação.

A probabilidade de ocorrer complicações pul-monares é extremamente elevada em pacientes com queimaduras graves, em tórax oscila entre 24% a 84%. Diversas podem ser as complicações pulmona-res, sendo que a pneumonia apresenta um terço das mortes das vítimas de queimaduras. (TORQUATO, 2009; OLIVEIRA, 2015)

Para Guirro e Guirro, 2007 as principais compli-cações no aparato respiratório são: danos da muco-sa respiratória decorrente da inalação concentrada de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e dióxido de enxofre; edema pulmonar; pneumonias; atelecta-sias e em casos mais tardios embolia pulmonar.

Lamberti, et al., 2014 mostrou em seu relado de caso que o laser, a massoterapia e a cinesiotera-pia mostraram resultados satisfatórios em seu relato de caso. Mas afirmou que se necessita de mais com-provação científica com protocolos padronizados, principalmente por que seu relato de caso foi uma vítima de queimadura por gotejamento de material tóxico, o cianeto, pouco encontrado na literatura.

O estudo de caso realizado por Souza et al.,2009 buscou analisar um protocolo de treinamen-to muscular respiratório composto por aumento pro-gressivo do tempo de respiração espontânea, alter-nado com o suporte ventilatório em uma vítima de queimadura após incêndio (lesão inalatória) de 76 anos no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Li-meira. Após sete dias de intervenção fisioterapêutica houve melhora da força da musculatura respiratória, seguido por decanulação da traqueostomia e retorno da função respiratória. Assim, a fisioterapia respira-tória mostrou-se eficaz na melhora da força muscular respiratória, possibilitando retorno da paciente à res-piração espontânea mais precocemente, diminuindo o risco de maiores complicações respiratórias asso-ciada à ventilação mecânica em pacientes com lesão inalatória.

Page 22: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

22

Quadro 01: Estudos analisados..

AUTOR/ANO TÍTULO TIPO DE ESTUDO OBJETIVO

Trevisan, et al, 2016.

Avaliação e tratamen-to fisioterapêutico

em sobreviventes de incêndio: resultados

preliminares

Estudo observacional, retrospectivo, descritivo

Descrever os resultados preliminares do processo de avaliação, a necessi-

dade de reabilitação físico-motora e as condutas fisioterapêuticas adotadas nos pacientes atendidos no Hospital

Universitário de Santa Maria (HUSM).

Correa, R.C.; 2016.

Incidência de pacien-tes queimados aten-didos no Hospital de

Emergência na cidade de Macapá-AP, duran-

te o ano de 2014

Estudo epidemiológico, descritivo, retrospecti-

vo-documental e quanti-tativo.

Propõe-se conhecer as taxas e o perfil dos pacientes que foram atendidos no CTQ do Hospital em Macapá no

ano de 2014, a fim de propor políticas públicas de melhorias na rede estadu-al de saúde e proporcionar um atendi-mento de qualidade para os pacientes

OLIVEIRA, et al, 2015.

Fisioterapia em gran-de queimado: relato

de caso em centro de tratamento de quei-mados na Amazônia

brasileira

Relato de caso

Descrever o plano de tratamento fisioterapêutico, proposto no contexto

hospitalar, a um paciente vítima de choque elétrico de alta voltagem, visto que, se faz necessário divulgar à co-munidade científica a importância da

atuação da fisioterapia nessa afecção.

LAMBERTI, et al, 2014.

Recursos fisiotera-pêuticos em paciente queimado: relato de caso de um sobrevi-vente do incêndio na

boate kiss

Relato de caso

Fazer uma revisão dos recursos fisioterapêuticos empregados como

tratamento em queimados, entre eles, o laser de baixa intensidade, cinesio-terapia e massoterapia, na cicatriza-ção de ferida causada por queimadu-ras por gotejamento de material tóxico

com cianeto em um sujeito do sexo feminino sobrevivente do incêndio na

Boate Kiss.

SOUZA, Et al, 2013.

Laserterapia no trata-mento de ferida aberta crônica pós - queima-dura: um estudo de

caso

Relato de caso

Verificar a eficácia e os efeitos da utilização do LASER de AlGaInP no tratamento de ferida aberta crônica

pós-queimadura, através de um estu-do de caso.

SANTANA, Et al, 2012.

Importância da fisiote-rapia na reabilitação

do paciente queimado

Estudo de interven-ção e de campo, com natureza qualitativa e

quantitativa

Analisar a importância da fisioterapia na reabilitação do Paciente queimado, comparar os parâmetros clínicos antes e após a submissão dos pacientes ao tratamento fisioterapêutico e verificar a adesão da fisioterapia no serviço

de queimados da unidade hospitalar estudada.

Conclusão

Conclui-se que a fisioterapia é de extrema importância na reabilitação do paciente queimado, restabelecendo sua funcionalidade, no que se refere à prevenção e/ou diminuição das sequelas físicas e motoras que podem ocorrer devido à lesão.

Page 23: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

23

Referências

CORREA, R.C.; Incidência de pacientes quei-mados atendidos no Hospital de Emergência na cidade de Macapá-AP, durante o ano de 2014. Estação Científica (UNIFAP), v. 6, n. 1, p. 53-61, 2016.

CRUZ, B.F.; CORDOVIL, P.B.L.; BATISTA, K.M.N. Perfil epidemiológico de pacientes que sofre-ram queimaduras no Brasil: revisão de literatura. Rev Bras Queimaduras, v. 11, n. 4, p.246-250, 2012.

GERVASI, L.C.; TIBOLA, J.; SCHNEIDER, I.J.C. Tendência de morbidade hospitalar por quei-maduras em Santa Catarina. Rev Bras Queima-duras; v.13, n.1, p. 31-37, 2014.

GUIRRO, E, GUIRRO, R. Fisioterapia Dermato-Funcional: fundamentos, recursos e patologias. São Paulo: Manole; 2007.

LAMBERTI, D.B.; ARANTES, D.P.; OURIQUE, A.A.B.; PRADO, A.L.C.; Recursos fisioterapêu-ticos em paciente queimado: relato de caso de um sobrevivente do incêndio na boate kiss. Revista UNINGÁ Review, v.18, n.2, p.38-41, 2014.

LEMOS, C.A.G., JORGE, M.T., RIBEIRO, A.L. Perfil de vítimas e tratamento de lesões por causas externas segundo atendimento pelo Centro de Reabilitação Municipal de Uberlân-dia, MG – Causas externas e fisioterapia. Rev Bras Epidemiol; v.16, n.2, p. 482-92, 2013.

LIANZA, S. Medicina de reabilitação. 4ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2007.

MELO, S.V.; LINHARES, L.D.; DE ALMEIDA, R.D. Efeito do método Samiball® na flexibilidade e expansibilidade em vítima de queimadura: relato de caso. Rev Bras Queimaduras; v.10, n.2, p.71-74, 2011.

OLIVEIRA, T.M.; COSTA, C.B.; BOULHOSA, F.J.S., et al; Fisioterapia em grande queimado: relato de caso em centro de tratamento de queimados na Amazônia brasileira. Rev Bras Queimaduras, v.14, n.4, p.285-9, 2015.

SANTANA, C.M.L.; BRITO, C.F.; COSTA, A.C.S.M. Importância da fisioterapia na reabilitação do paciente queimado. Rev Bras Queimaduras; v. 11, n. 4, p. 240-245, 2012.

SILVA, A.F.R.; OLIVEIRA, L.P.; VALE, M.B.; BA-TISTA, K.N.M. Análise da qualidade de vida de pacientes queimados submetidos ao trata-mento fisioterapêutico internados no Centro de Tratamento de Queimados. Rev Bras Quei-maduras; v.12, n. 4, p. 260-4, 2013.

SOUZA, D.M.; MENEZES, J.A.; HOLLER, A.; GOMES, T.M.; Laserterapia no tratamento de ferida aberta crônica pós - queimadura: um estudo de caso. Revista saúde integrada, v.6, n.11-12, p. 73-82, 2013.

SOUZA, T.R., SANTOS, R.T., OLIVATTO, R.M. Treinamento muscular respiratório em lesão inalatória: relato de caso. Rev Bras Queimadu-ras; v.8, n.3, p.110-4, 2009.

TREVISAN, M.E.; ALBUQUERQUE, I.M.; PRA-DO, A.L.C.; Et al. Avaliação e tratamento fisio-terapêutico em sobreviventes de incêndio: resultados preliminares. Fisioterapia Brasil, v. 17, n., p. 41-45, 2016.

TORQUATO, J.A., et al. O curativo compressivo usado em queimadura de tórax influencia na mecânica do sistema respiratório? Rev Bras Queimaduras; v.8, n.1, p.28-33, 2009.

World Health Organization (OMS), 2014. Facts about injuries: burn. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs365/en/. Acesso em: 21/07/2016.

Page 24: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E FINANCEIROS DA OBESIDADE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

(Epidemiological Aspects and Financial of Obesity: Literature Review)

O estudo trata-se de uma reflexão da literatura sobre os aspectos epidemiológicos e financeiros da obesidade através de uma abordagem qualiquantitativa e descritiva. Observou-se um aumento da prevalência de obesidade, doenças e gastos financeiros à economia do país. Contudo, faz-se necessário a criação de políticas públicas voltadas à redução da obesidade e seus fatores de risco possibilitando uma diminuição de custos ao sistema de saúde pública.

Palavras-chave: Qualidade de vida, Obesidade, Economia.

The study it is a reflection of the literature on epidemiological and financial aspects of obesity throu-gh a quantitative and descriptive approach. It was observed an increase in the prevalence of obe-sity, disease and financial expenses to the country's economy. However, it is necessary to create public policies aimed at reducing obesity and its risk factors allowing a decrease of costs to the public health system.

Key-words: Quality of life. Obesity. Economy.

1 Discente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.2 Mestre em Saúde Coletiva – Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.

Etevaldo Deves Fernandes Neto1*, Raimundo Nonato da Silva Gomes1, Victor Hugo Santos de Castro1 e Paula Pessoa de Brito Nunes2.

Resumo

Abstract

*Endereço de correspondência:Rua Santa Rosália, 02

Messejana, Fortaleza - CE, 60871-060Email: [email protected]

Page 25: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

25

1. Introdução

A obesidade ou o simples sobrepeso trazem como conceito o acúmulo anormal ou excessivo de gor-dura no organismo que resulta numa ingestão de calorias acima de seu gasto energético (BARBIERI, 2011). No Brasil o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos anos. A proporção de pes-soas acima do peso aumentou de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011; também o percentual de obe-sos subiu de 11,4% para 15,8% (VIGITEL, 2011).

As conseqüências da obesidade concentram-se na redução da expectativa de vida; incidência de pa-tologias concomitantes como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), cardiopatias, insuficiência venosa, problemas respiratórios, hepatopatias e dificuldade de relacionamento social e profissional (MANCINI, 2002).

De acordo com Bahia et al., (2012), estima-se que no Brasil os custos totais por ano (entre 2009 e 2011) com todas as patologias relacionadas ao excesso de peso e à obesidade foram de 2,1 bilhões de dólares, sendo 1,4 bilhões (68,4% do custo total) devido às internações e os 679 milhões de dólares voltados a procedimentos ambulatoriais. Cerca de 10% destes custos foram atribuídos à obesidade e ao excesso de peso.

Contudo, este trabalho foi realizado visando uma re-flexão da literatura sobre os aspectos epidemiológi-cos e financeiros da obesidade. Buscando realizar uma análise desses custos para o Sistema de saúde pública atribuídos às doenças relacionadas à obesi-dade com vistas a uma melhor perspectiva dos cus-tos financeiros com a obesidade e seus problemas de saúde acarretados pela mesma.

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão de literatura integrativa, descritiva, com abordagem qualiquantitativa. A pes-quisa fora realizada no período de agosto a setem-

bro de 2015 com o uso de artigos científicos, Teses e publicações das bases de dados Scielo, Lilacs, Bi-reme e Google Acadêmico. Também foram consul-tados sítios eletrônicos do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizaram-se como critérios de inclusão resumos completos disponíveis nos idiomas inglês, português e espanhol filtrados com os seguintes descritores: Qualidade de vida, Obesidade, Etiologia e economia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A obesidade é considerada um dos maiores proble-mas de saúde pública, sendo uma doença complexa e multifatorial devido a interações dos fatores com-portamentais, culturais, psicossociais, caracterís-ticas genéticas e metabólicas que se relacionam a uma alta morbidade, principalmente devido às altera-ções no metabolismo e aumento nos fatores de risco para inúmeras doenças (cardiovasculares, hiperten-são, diabetes II, síndrome metabólica, câncer e ou-tras) (FRANCISCHI et al., 2000).

De acordo com a Sociedade Americana de Cân-cer (2010), entre as principais causas de morte no mundo, as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são responsáveis pela perda de 4,1% do PIB mundial e apenas o câncer responde por 1,5%. Doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e o diabetes mellitus foram as principais patologias res-ponsáveis por danos econômicos em 2008, patolo-gias estas relacionadas à obesidade e sobrepeso.

Segundo o Ministério da Saúde (2011), consideram--se como fatores de risco modificáveis para obesida-de o tabagismo, alimentação inadequada, inativida-de física e consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Nahas (2003), fala que a incidência de doenças re-lacionadas à obesidade é duas vezes maior entre homens obesos e quatro vezes maiores entre mu-lheres obesas, quando comparados à população não obesa.

Page 26: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

26

A Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2008/09 apontou aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil, com valores de apro-ximadamente 49% e 15% da população. Houve, ao longo de 34 anos, um aumento de sobrepeso de três vezes para homens e duas para mulheres (IBGE, 2010).

De acordo com as projeções do Ministério da Saúde presentes na (Figura 1) e (Figura 2) e da Organização Mundial de Saúde para o Brasil indicam que os casos de obesidade e o sobrepeso sofrem um aumento em sua prevalência e tendem a aumentar com o passar dos anos. (ABEGUNDE ET AL., 2007).

Figura 01: Projeção de excesso de peso (IMC ≥ 25kg/m2 ) em adultos (≥ 18 anos) nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022.

Prevalência Meta Projeção

Tendência: aumento médio anual de 1,45%

Meta: estabilizar em 48%

42,7 42,9 44,246,6 48,1 49,3

48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1 48,1

50,7 52,2 53,6 55,1 56,5 58,0 59,4 60,9 62,9 63,8 65,2

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde, 2011, p.101

FIGURA 2: Projeção da obesidade (IMC ≥ 30kg/m2 ) em adultos(≥ 18 anos) nas 26 capitais e no Distrito Federal, 2006 a 2022.

Prevalência IC 95% Meta Projeção

Tendência: aumento médio anual de 0,83%

Meta: estabilizar em 15%

11,412,7 13,1 13,9

15,015,7 16,5

17,4 18,2

15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0 15,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

19,019,8 20,7 21,5 22,3 23,1 24,0 24,8

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde, 2011, p.101

Page 27: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

27

Além do Brasil, demais países sofrem com o aumento de casos de obesidade e sobrepeso, como os Estados Unidos onde segundo um es-tudo conduzido em 2009 e 2010, a prevalência de obesidade na população adulta foi de cerca de 35%, em ambos os sexos (FLEGAL, 2012). Na Inglaterra, dados de 2011 indicam que 1,7% dos homens e 3,2% das mulheres já são consi-derados obesos grau III (BAHIA, 2014).

Segundo Monteiro et al., (2004), indivídu-os de alto nível socioeconômico tendem a ser os primeiros a apresentar alta prevalência de obesidade em países de baixa e média renda, porém na medida que o Produto Nacional Bru-to (PNB) aumenta, observa-se um aumento de casos de obesidade na população mais carente com predomínio de indivíduos do sexo feminino.

Os gastos em medicina aumentaram de maneira mais significativa do que em outros setores da economia mundial. O aumento do sobrepeso e da obesidade representa um sé-rio problema de saúde pública com implicações para a sociedade e para os sistemas de saúde. As consequências econômicas não se limitam somente aos elevados custos médicos, mas in-cluem também os custos indiretos ou sociais, tais como: diminuição da qualidade de vida, pro-blemas de ajustes sociais, perda de produtivida-de, incapacidade com aposentadorias precoces e morte (BAHIA, 2014).

Amer et al., (2011), afirma que programas multidisciplinares como; a conscientização da adoção de hábitos de vida mais saudáveis, prá-ticas de atividades físicas regulares e a mudan-ças nos hábitos alimentares, podem constituir para a redução dos riscos à saúde, contribuindo assim com significantes ganhos à qualidade de vida de indivíduos que sobrem com o sobrepeso ou obesidade e diminuindo grandes custos com comorbidades relacionadas a obesidade ao Sis-tema de saúde publica.

CONCLUSÃO

Observa-se no presente estudo um au-mento da prevalência e projeções para novos casos de pessoas com obesidade e sobrepeso no Brasil, com isso, uma considerável diminui-ção da qualidade de vida devido à comorbida-des decorrentes da obesidade, tais como; cân-cer, diabetes mellitus, cardiopatias, Hipertensão Arterial Sistêmica e entre outros.

Além de autos custos a qualidade de vida da população, a obesidade também vem a con-tribuir para um impacto financeiro negativo ao Sistema de Saúde Pública no Brasil, onde na medida em que o Produto Nacional Bruto (PNB) aumenta, observa-se um aumento de casos de obesidade na população mais carente com pre-domínio de indivíduos do sexo feminino.

Contudo, é possível ter uma melhor pers-pectiva dos gastos com obesidade no Brasil ao observarmos que o aumento da economia de um país não necessariamente contribui na quali-dade de vida de uma população, mas sim com o modo de implantação desses gastos, tendo em vista que grande parcela desses custos é decor-rente de doenças evitáveis com a implantação de programas direcionados a políticas de promo-ção e prevenção em saúde, sendo esses feitos de custo menor quando comparados a gastos com medicamentos e internações e com lucro à saúde da população a longo e médio prazo.

Logo, faz-se necessário a implantação de políticas públicas voltadas a uma melhor cons-cientização de uma alimentação balanceada, praticas de atividade física e trabalhos sociais que busquem uma melhor percepção dos pro-blemas de saúde para pessoas que sofrem com obesidade e/ou sobrepeso, buscando com isso uma maior qualidade de vida com a redução de comorbidades relacionadas à obesidade. Sendo essa medida considerada no presente estudo a mais viável para redução de gastos financeiros ao sistema de saúde publica no Brasil.

Page 28: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

28

REFERÊNCIAS

ABEGUNDE, D. O.; MATHERS, C. D.; ADAM, T.; ORTEGON, M.; STRONG K. The Burden And Costs Of Chronic Diseases In Low-Income And Middle-Income Countries. Lancet 2007; 370:1929-38.

AMER, N. M.; MARCON, S.S.; SANTANA, R.G.; Índice de Massa Corporal e Hipertensão Ar-terial em Indivíduos Adultos no Centro-Oeste do Brasil. Arq Bras Cardiol 2011; 96(1): 47-53.

BAHIA L.; COUTINHO, E. S. F.; BARUFALDI, L. A.; ABREU, G. A.; MALHÃO, T. A. The Costs Of Overweight And Obesity-Related Diseases In The Brazilian Public Health System: Cross--Sectional Study. BMC Public Health 2012;12:440 [acesso em 26 ago 2015]. Disponível em:<http://www.biomedcentral.com/1471-2458/12/440>.

BAHIA, L. R. Impacto econômico da obesi-dade no Brasil. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):13-17 doi:10.12957/rhupe.2014.9793.

BARBIERI, A. F. Obesidade na adolescência: aspectos de adesão e permanência em progra-ma de tratamento multiprofissional pautado na terapia comportamental. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 9, n. 1, p. 1-23, jan./abr. 2011. ISBN: 1983-9030

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Relatório de Gestão 2011. Brasília: Ministério da Saúde, 2012a. 799p. pp. 101, 162.

FLEGAL, K. M.; CARROLL, M. D.; KIT, B. K.; OG-DEN, C. L. Prevalence of obesity and trends in the distribution of Body Mass Index among US adults, 1999-2010. JAMA. 2012 Feb 1;307(5):491-7. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2012.39.

FRANCISCHI, R. P.; PEREIRA, L. O.; FREITAS, C. S.; KLOPFER, M.; SANTOS, R. C.; VIEIRA, P.; LANCHA JÚNIOR, A. H. Obesidade: atu-alização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Rev. Nutr., Campinas, 13(1): 17-28, jan./abr., 2000.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Orçamen-tos Familiares 2008-2009. Rio de Janeiro, 2010. Acesso 21 Ago de 2015. Disponível em: < http://www.abeso.org.br/uploads/downloads/70/553a-23f27da68.pdf>.

MANCINI, M. C. Garrido Júnior, A. B.; Ferraz, E. M.; Barroso, F. L.; Marchesini, J. B.; Szego, T. Noções fundamentais diagnóstico e classifi-cação da obesidade. In: Cirurgia da obesidade. São Paulo: Editora Atheneu; 2003. p. 1-7.

MONTEIRO, C. A.; MOURA, E. C.; CONDE, W. L.; POPKIN, B. M. Socioeconomic status and obesity in adult populations of developing countries: a review. Rev. Bull World Health Or-gan, Genebra, 2004; 82 (12): 940-46.

NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e quali-dade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ªed. Londrina: Midiograf; 2003. Acesso 21 de Ago de 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-t&pid=S0101-32892012000200018>.

SOCIEDADE AMERICANA DE CÂNCER. The global economic cost of cancer, 2010. 10 p. Acesso 03 de Ago de 2015. Disponível em: <http://www.cancer.org/acs/groups/content/@internatio-nalaffairs/documents/document/acspc-026203.pdf>.

VIGILÂNCIA DE FATORES DE RISCO E PRO-TEÇÃO PARA DOENÇAS CRÔNICAS POR INQUÉRITO TELEFÔNICO (VIGITEL) 2011. Acesso 28 de Ago de 2015. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional--e-gestor/vigilancia/links-vigilancia?start=805>.

Page 29: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

PROMOÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO E A INTEGRALIDADEDO CUIDADO NA ATENÇÃO BÁSICA

(Health promotion for the elderly and the completeness of the care in the basic attention)

O estudo busca traçar o perfil epidemiológico de um grupo de idosos e suas perspectivas de saúde em meio a uma pesquisa de caráter exploratório com abordagem quantitativa utilizando palestras sobre promoção da saúde do idoso. 43,58% eram hipertensos e 46,15% tinham maior interesse em conhecimentos sobre Hipertensão arterial sistêmica. Há uma presença de idosos hipertensos e uma carência de conhecimentos de prevenção para doenças cérebro cardiovasculares.

Palavras-chave: Atenção Básica. Idosos. Promoção da Saúde.

The study seeks to trace the epidemiological profile of a group of elderly and their health prospects amid an exploratory research with quantitative approach using lectures on health promotion for the elderly. 43.58% were hypertensive and 46.15% had greater interest in knowledge about hyperten-sion. There is a presence of elderly hypertensive patients and a lack of knowledge of prevention for cardiovascular brain diseases.

Key-Words: Primary Health Care. Elderly. Health promotion.

1 Discente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.2. Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Ateneu, Fortaleza, CE, Brasil.

Etevaldo Deves Fernandes Neto1*, Raimundo Nonato da Silva Gomes1, Abraão Alves Correia Martins1, Gabriella da Silva Lopes1, Maria de Fatima da Silva Rodrigues1, Tayná Andrade da Silva1 e Rafaele Teixeira Borges Costa2.

Resumo

Abstract

*Endereço de correspondência:Rua Santa Rosália, 02

Messejana, Fortaleza - CE, 60871-060Email: [email protected]

Page 30: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

30

INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta uma taxa de envelheci-mento populacional exuberante. Segundo o Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010, a população brasileira era de 190.755.799 habitantes, dos quais 20.590.599 eram conside-rados idosos (idade ≥ 60 anos), corresponden-do a 10,8% da população brasileira. Percebe-se claramente uma rápida mudança na represen-tatividade dos grupos etários: o grupo de crian-ças do sexo masculino de zero a quatro anos, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino represen-tava 5,5%. Em 2000, esses percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Simultaneamente, o alargamento do topo da pirâmide etária pode ser observado pelo cres-cimento da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010 (14.081.480 habitantes). Em 1991, o grupo de 0 a 15 anos representava 34,7% da po-pulação. Em 2010 esse número caiu para 24,1% (IBGE, 2012).

Assim, o Brasil caminha rapidamente para um perfil demográfico mais envelhecido, carac-terizado por uma transição epidemiológica, onde as doenças crônico-degenerativas ocupam lugar de destaque. O incremento das doenças crôni-cas implicará a necessidade de adequações das políticas sociais, particularmente aquelas volta-das para atender às crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social (MENDES, 2011).

Logo, o conceito de saúde deve estar cla-ro. Define-se saúde como uma medida da ca-pacidade de realização de aspirações e da sa-tisfação das necessidades e não simplesmente como a ausência de doenças. A maioria dos idosos é portadora de doenças ou disfunções

orgânicas que, na maioria das vezes, não estão associadas à limitação das atividades ou à res-trição da participação social. Assim, mesmo com doenças, o idoso pode continuar desempenhan-do os papéis sociais. O foco da saúde está estri-tamente relacionado à funcionalidade global do indivíduo, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. A pessoa é considerada saudável quando é capaz de reali-zar suas atividades sozinha, de forma indepen-dente e autônoma, mesmo que tenha doenças (MORAES, 2009).

A própria portaria que institui a Política Na-cional de Saúde da Pessoa Idosa considera que “o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência de doença orgânica” (BRASIL, 2006).

O atendimento à pessoa idosa deve ter como meta que elas alcancem idades avança-das, com melhor estado de saúde possível, para tanto, voltando-se para estratégias que possibi-litem a vida mais saudável e realizando a moni-torizarão de indicadores que permitam avaliar a morbidade, o impacto da doença e/ou incapaci-dade na qualidade de vida das pessoas idosas e suas famílias (BRASIL, 2006; VICTOR, 2009).

Assim, as atividades educativas consti-tuem-se como instrumento para a promoção da saúde por meio da articulação de saberes téc-nicos e populares, da mobilização de recursos institucionais e comunitários, de iniciativas públi-cas e privadas (BUSS, 2000). Grupos de convi-vência que utilizam atividades lúdicas, laborais, culturais e/ou religiosas são muito proveitosas, em especial entre idosos (MOREIRA, 2000).

O presente estudo visa traçar o perfil epi-demiológico de uma população de idosos e suas atuas perspectivas de saúde na atenção básica

Page 31: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

31

em meio a uma pesquisa de caráter exploratório com abordagem quantitativa utilizando pales-tras sobre promoção da saúde do idoso. Vista a crescente população de idosos no Brasil, faz-se necessário ter um aprofundado conhecimento sobre o perfil epidemiológico desta população e seus devidos conhecimentos em prevenção e promoção da saúde no âmbito da atenção básica.

MATERIAL E MÉTODOS

Pesquisa de campo, exploratória, com abordagem quantitativa, onde fora realizada nos meses de Outubro à Novembro de 2015 no mu-nicípio de Fortaleza (CE) no bairro Messejana.

Participaram da pesquisa 39 indivíduos com idade média de 67 anos (35 do sexo femi-nino e 4 do sexo masculino) que compareceram a no mínimo quatro dos cinco encontros realiza-dos, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e que responderam o questionário avaliativo por completo.

Realizou-se uma anamnese coletando Ida-de, gênero, Índice de Massa Corporal (IMC), Ocupação, Queixa Principal (Problemas orto-pédicos, lombalgias, cefaléia e outros), Uso de medicamentos e palestras sobre promoção da saúde do idoso trazendo temas como: Osteo-porose, Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabe-tes Mellitus, Prevenção de quedas, Câncer de Mama, Câncer de Próstata, Acidente Vascular Encefálico e Colesterol.

No término de todos os encontros realizou--se a aplicação de um questionário objetivo com perguntas voltadas à dados pessoais, uso de medicamentos e patologias comuns na terceira idade de acordo com seus atuais conhecimen-tos sobre promoção da saúde na terceira idade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto ao perfil epidemiológico houve predomínio do sexo feminino nos participantes da pesquisa com idade média de 67 anos, IMC elevado (≅ 27,10), baixa escolaridade e grande significativa quantidade de indivíduos que fazem uso de medicamentos para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Tabela 01: Perfil epidemiológico e estado civil da amostra

Variáveis n %

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO HOMENSMULHERESUSO DE MEDICAMENTOS

43526

10,2589,7566,66

ESTADO CIVIL CASADOSDIVORCIADOSVIUVOS

15519

38,4612,8248,72

IDADE MÉDIA 60 - 82 67

IMC MÉDIO 19,7 - 30,39 27,10Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 02: Grau de escolaridade e ocupação da amostra

Variáveis n %GRAU DE ESCOLARIDADE1° GRAU INCOMPLETO1° GRAU COMPLETO2° GRAU COMPLETOSUPERIOR INCOMPLETO

28452

71,7910,2512,835,13

OCUPAÇÃO AUXILIAR DE S. GERAISCOMERCIANTECUIDADORAAPOSENTADO

22233

5,135,135,13

84,61Fonte: Dados da Pesquisa

Page 32: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

32

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2013) e Brito et al., (2011), atual-mente a população brasileira se encontra com mais de 201 milhões de pessoas, sendo que 12,6% possui 60 anos ou mais. Dessas, 55.7% são do sexo feminino e 44,3% são do sexo mas-culino. Com isso, podemos considerar uma ten-dência a inversão no modelo de crescimento populacional, com aumento progressivo de ido-sos e relativa redução de jovens. Cesarino et al., (2008), vem a corroborar com Brito et al., (2011), quando informa que o sexo feminino vem a ser predominante juntamente com a notável inci-dência de casos de HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica) em mulheres a partir de 60 anos.

Outro grande problema enfrentado na atenção básica é o aumento do IMC (Índice de Massa Corporal), onde segundo o IBGE o nú-mero de brasileiros com sobrepeso (IMC ≥ 25) e obesidade (IMC ≥ 30) aumenta significativa-mente. Estima-se que, no Brasil, 38,8 milhões de pessoas com 20 anos ou mais de idade este-jam com sobrepeso. Esse número corresponde a 40,6% da população nessa faixa etária, dos quais 10,5 milhões são obesos.

Foram informados pelos participantes di-versos problemas ortopédicos em decorrência do sobrepeso e/ou obesidade, destacando-se articulações importantes para o equilíbrio e sus-tentação do peso corporal. (Gráfico 01).

Gráfico 1: Queixa Principal.35,00%

30,00%

25,00%

20,00%

15,00%

10,00%

5,00%

0,00%

DO

RES

NA

CO

LUN

ALO

MBA

R

DO

RES

NA

FASC

IAPL

ANTA

R

CEF

ALEI

A

VER

TIG

EM

DO

RES

NO

SJO

ELH

OS

DO

RES

NO

OM

BRO

PAR

ESTE

SIA

NO

S PÉ

S

DO

RES

NO

QU

ADR

I L

DO

RES

NO

SO

SSO

S

Torna-se preocupante grau de obesidade na população brasileira, onde doenças cardio-vasculares, renais, digestivas, diabetes, proble-mas hepáticos e ortopédicos – estão associadas ao excesso de gordura corporal. A incidência dessas doenças é duas vezes maior entre ho-mens obesos e quatro vezes maior entre mulhe-res obesas, quando comparados à população não obesa (NAHAS, 2003).

Observou-se mais três paramentos no questionário objetivo, são eles; Suas patologias, Patologias presentes na família e patologias de maior relevância. A HAS se mostrou uma comor-bidade presente no quadro clínico dos partici-pantes bem como, presente no histórico familiar e sendo assim, considerado o assunto de maior relevância segundo os próprios participantes da pesquisa (Tabelas 03, 04 e 05).

Tabela 03: Patologias presentes na amostra

Variáveis n %AVEDIABETES MELLITUSHASOSTEOPOROSECÂNCER

081780

020,5143,5820,51

0Fonte: Dados da Pesquisa

Tabela 04: Patologias presentes na HDF da amostra

Variáveis n %AVEDIABETES MELLITUSHASOSTEOPOROSECÂNCER

1611107

2,5615,3828,2

25,6417,94

Fonte: Dados da Pesquisa

Page 33: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

33

Tabela 04: Assuntos de maior relevância para a amostra

Variáveis n %

AVEDIABETES MELLITUSHASOSTEOPOROSECÂNCER

5318544

12,827,6946,1512,8210,2510,25

Fonte: Dados da Pesquisa

De Acordo com Gontijo et al., (2012), a HAS é considerada um importante problema de saúde publica, devido a quantidade de pessoas portadoras e os custos com as mortalidades de-correntes da HAS. Somam-se ainda a falta de estrutura dos sistemas de saúde para atender a essa população e as escassas ações preven-tivas com enfoque a reduzir os fatores de risco (BRITO ET AL., 2011).

Allen et al., (2013), informa que a HAS pos-sui uma alta prevalência em todo o mundo. Es-tudos realizados na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá mostraram números elevados de HAS principalmente na população idosa – entre 30% e 35%.

Corroborando com Mendes e Moraes (2014), afirmando em seu estudo que a preva-lência de HAS foi acima de 55% da população idosa em todas as regiões geográficas no Brasil, valor superior ao encontrado nos países de alta renda.

Asekun-Olarinmoye et al., (2013), afirma que em países como a Nigéria e a China, a pre-valência é de 66,7% e 56,5%, respectivamente, com isso pode-se afirmar que países em desen-volvimento apresentam prevalências de HAS bem mais elevadas do que as dos países de alta renda.

A HAS esta relacionada a fatores intrínse-cos, como hereditariedade, sexo, idade e raça; e a fatores extrínsecos, como tabagismo, seden-tarismo, obesidade, estresse, dislipidemia e die-ta (GIROTO, 2009).

Segundo Boing (2013), ha um aumento do risco de comorbidades, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e insufi-ciência renal crônica. Sendo muitas vezes assin-tomática, ha dificuldades para que os indivíduos procurem os serviços de saúde para o diagnosti-co e adesão ao tratamento (ZATTAR, 2013).

Segundo Silva et al., (2011), a hipertensão associada ao Diabetes Mellitus (DM) potenciali-za o risco de desenvolver doenças cardiovascu-lares, corroborando com o Ministério da Saúde (2001), que a possibilidade de associação da HAS e do DM é da ordem de 50%, o que requer o manejo das duas doenças no mesmo usuário, agravado pelo fato de que sua evolução simultâ-nea potencializa o dano micro e macrovascular decorrente, acarretando alta morbidade cardio-cerebrovascular.

De acordo com o Ministério da Saúde (2001), a prevalência de pessoas com DM che-ga em torno de 7,6% e calcula-se que em 2025 existam cerca de 11 milhões de diabéticos no Brasil, representando um aumento de mais de 100% em relação aos cinco milhões existentes em 2000.

Henrique et al., (2008), afirma que a HAS e DM ambas estão inseridas no grupo das Do-enças Crônicas Não Infecciosas (DCNI) sendo apontadas como um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares.

O Ministério da Saúde (2001), define que a HAS e DM ambas constituem a principal cau-sa de morbimortalidade na população brasileira, dos quais 60% a 80% dos casos podem ser tra-tados na atenção primária.

Page 34: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

34

Verificam-se diversos fatores considera-dos relevantes para os participantes quando os mesmos ganham um empoderamento devido a maiores conhecimentos de saúde sobre patolo-gias comuns a sua faixa etária, principalmente quanto a prevenção e a importância de uma ali-mentação saudável.

Os participantes destacam como a preven-ção como ponto de maior relevância neste tra-balho, onde em decorrência das intervenções, os mesmos afirmam que através de novos co-nhecimentos em saúde do idoso dentro da aten-ção básica, podem evitar agravos de doenças comuns na terceira idade em meio a medidas preventivas de hábitos saudáveis (Gráfico 02).

Gráfico 02: Percepção dos participantessobre as intervenções

50,00%

40,00%

30,00%

20,00%

10,00%

0,00%

PREVENÇÃO ALIMENTAÇÃO INFORMAÇÃO FATORESDE RISCO

Pucci (2012), em seu estudo, afirma que apesar dos pacientes terem conhecimento de suas patologias, esses conhecimentos não são suficientes para a continuidade de seus tra-tamentos da maneira mais adequada, em sua grande maioria os pacientes geralmente não tem conhecimento adequado da importância de adesão ao tratamento de suas patologias.

Segundo Amer et al., 2011, programas multidisciplinares que envolvem acompanha-mento do estado de saúde individual e coletivo, como; o estímulo à adoção de hábitos de vida mais saudáveis, práticas de atividades físicas regulares e a mudanças nos hábitos alimenta-res, podem constituir para a redução dos riscos à saúde.

A partir do SUS, foi criada a Estratégia Saú-de da Família (ESF) como forma de garantir os princípios da Atenção Primaria a Saúde (APS), onde são tomadas medidas de intervenção co-munitária, para diagnosticar e acompanhar o in-dividuo de forma mais próxima. Apesar da falta de cobertura plena no atendimento primário, a ESF se mostra um importante instrumento para auxiliar na orientação e no acompanhamento do tratamento farmacológico e não farmacológico, no estilo de vida e da adoção de hábitos saudá-veis a longo prazo, em diversos grupos sociais, principalmente aqueles com menores possibili-dades de escolha, melhorando o prognostico e a qualidade de vida de pessoas que sofram com hipertensão por exemplo (COTTA ET AL, 2009).

CONCLUSÃO

Diversas pesquisas mostram um envelhe-cimento futuro da população brasileira, o que tem se mostrado um dado preocupante em vista da qualidade de vida desta população atual. Outro dado relevante são as comorbidades presentes na atual população idosa, o que evidencia esti-mativas de baixa qualidade de vida em docer-rencia de diversas comorbidades relacionadas à obesidade e/ou sobrepeso na terceira idade.

Observa-se principalmente em populações de menor poder aquisitivo uma carência em co-nhecimentos e assistência na atenção básica na saúde do idoso, onde parte dessa popula-ção busca constantes tratamentos em doenças cérebro cardiovasculares, como por exemplo, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e onde muitas vezes não tem um acompanhamento e noções básicas de prevenção para doenças evi-táveis.

A falta de informações, prevenção e trata-mento dessas doenças costumam ser um hábito pregresso em suas famílias, tendo em vista que

Page 35: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

35

assim como a população atual em sua grande parte são portadores de HAS também possuem a mesma presente em seus históricos familia-res. O que é de suma importância diminuir a prevalência e estimativas desta doença em ge-rações futuras em decorrência das tendências de envelhecimento populacional.

Conclui-se que medidas preventivas na atenção básica em prol da promoção da saúde do idoso devam ser constantemente levadas a esta população, tendo em vista a busca desses conhecimentos por esta população e suas co-morbidades em prol de uma melhor conscien-tização e prevenção de doenças evitáveis em idosos.

REFERÊNCIAS

ALLEN, M.; KELLY, K.; FLEMING, I. Hyperten-sion in elderly patients recommended systolic targets are not evidence based. Can Fam Phy-sician. 2013. Acesso 20 de Nov. 2016. Disponível em: <http://www.cfp.ca/content/59/1/19.full>.

AMER, N. M.; MARCON, S.S.; SANTANA, R.G.; Índice de Massa Corporal e Hipertensão Ar-terial em Indivíduos Adultos no Centro-Oeste do Brasil. Arq Bras Cardiol 2011; 96(1): 47-53.

ASEKUN-OLARINMOYE, E.O.; AKINWUSE, P.O.; ADEBIMPE, W. O.; ISAWUMI, M. A.; HASSAN, M.B.; OLOWE, O.A. Prevalence of hypertension in the rural adult population of Osun State, southwestern Nigeria. 2014. Acesso 20 de Nov. 2016. Disponível em: < https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/795>.

BOING, A. C.; BOING, A. F. Hipertensão arterial sistêmica: o que nos dizem os sistemas bra-sileiros de cadastramentos e informações em saúde. Rev Bras Hipertens. 2007. Acesso 20 de Nov. 2016. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-2/06-hipertensao.pdf>.

BORIM, F. S. A.; GUARIENTO, M. E.; ALMEIDA, E. A. Perfil de adultos e idosos hipertensos em unidade básica de saúde. Rev Soc Bras Clín Méd. 2011. Acesso 20 de Nov. 2016. Disponível em: <http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2011/v9n2/a1832.pdf>.

BRITO, C. J.; VOLP, A. C. P.; NÓBREGA, O. T.; SILVA JÚNIOR, F. L.; MENDES, E. L.; ROAS, A. F. C. M. Exercício físico como fator de preven-ção aos processos inflamatórios decorrentes do envelhecimento. Motriz. 2011; 17(3):544-55. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1980-65742011000300017>.

CESARINO, C. B.; CIPULLO, J. P.; MARTIN, J. F. V.; CIORLIA, L. A.; GODOY, M. R. P.; CORDEIRO, J. A. Prevalência e fatores sociodemográficos em hipertensos de São José do Rio Preto – SP. Arq Bras Cardiol. 2008; Acesso em: 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2008001300005>.

COTTA, R. M. M.; BATISTA, K. C. S.; REIS, R. S.; SOUZA, G. A.; DIAS, G.; CASTRO, F. A. F. Perfil sociossanitário e estilo de vida de hiperten-sos e/ou diabéticos, usuários do Programa de Saúde da Família no município de Teixeiras, MG. Ciênc Saúde Coletiva. 2009;14(4):1251-60. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232009000400031>.

GIROTO, E.; ANDRADE, S. M.; CABRERA, M. A. S.; RIDÃO, E. G. Prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares em hi-pertensos cadastrados em unidade de saúde da família. Acta Sci, Health Sci. 2009;31(1):77-82. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.4025/actascihealthsci.v31i1.4492>.

GONTIJO, M. F.; RIBEIRO, A. Q.; KEIN, C. H.; ROZENFELD, S.; ACURCIO, F. A. Uso de an-ti-hipertensivos e antidiabéticos por idosos:

Page 36: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

36

inquérito em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad Saúde Pública. 2012; 28(7): 1337-46. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2012000700012>.

HENRIQUE, N. N.; COSTA, P. S.; VILET, J. L.; CORRÊA, M. C. M.; CARVALHO, E. C. Hiper-tensão arterial e diabetes mellitus: um estudo sobre os programas de atenção básica. Ver En-ferm UERJ. 2008;16(2):168-73. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://www.facenf.uerj.br/v16n2/v16n2a05.pdf>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003. Análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; 2006. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv4472.pdf>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ES-TATÍSTICA (IBGE). Estimativas da população residente no Brasil e unidades da Federação com data de referência em 1º de julho de 2013. Rio de Janeiro: IBGE; 2013. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2013/>.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições da vida da população brasileira 2013. Rio de Janeiro. IBGE; 2013. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv66777.pdf>.

MENDES, G. S.; MORAES, C. F. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica em idosos no Brasil entre 2006 e 2010. Rev Bras Med Fam Co-munidade. Rio de Janeiro, 2014 Jul-Set; 9(32):273-278. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/795>.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus. Protoco-lo. Brasília: Ministério da Saúde; 2001. (Cadernos de Atenção Básica, 7). Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_06.pdf>.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Plano de reorga-nização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Brasília: Secretaria de Políti-cas de Saúde/Ministério da Saúde; 2001. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/miolo2002.pdf>.

NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e quali-dade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 3ªed. Londrina: Midiograf; 2003. Acesso 21 de Nov. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art-text&pid=S0101-32892012000200018>.

OLIVES, C.; MYERSON, R.; MOKDAD, A. H.; MURRAY, C. J. L.; LIM, S. S. Prevalence, aware-ness, treatment, and control of hypertension in United States countries, 2001-2009. PloS ONE. 2013;8(4):1-8. Acesso 24 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0060308>.

PUCCI, N.; PEREIRA, M. R.; VINHOLES, D. B.; PUCCI, P.; CAMPOS, N. D. Conhecimento sobre Hipertensão Arterial Sistêmica e Adesão ao Tratamento Anti-Hipertensivo em Idosos. Rev Bras Cardiol. 2012;25(4):322-329. Acesso 24 de Nov. 2016. Disponível em: <http://www.rbconline.org.br/wp-content/uploads/V25n04a08.pdf>.

SILVA, D. B.; SOUZA, T. A.; SANTOS, C. A.; JUCÁ, M. M.; MOREIRA, T. M. M.; VASCONCE-LOS, S. M. M. Associação Entre Hipertensão Arterial E Diabetes Em Centro De Saúde Da Família. RBPS, Fortaleza, 24(1): 16-23, jan./

Page 37: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

37

mar., 2011. Acesso 24 de Nov. 2016. Disponível em: < http://ojs.unifor.br/index.php/RBPS/article/view/2046>.

TRINDADE, T. G. Associação entre extensão dos atributos de Atenção Primária e qualidade do manejo da hipertensão arterial em adultos adscritos à rede de Atenção Primária à Saúde de Porto Alegre [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2007. Acesso 24 de Nov. 2016. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12947>.

ZATTAR, L. C. Prevalência e fatores associa-dos à pressão arterial elevada, seu conhe-cimento e tratamento em idosos no sul do Brasil. Cad Saúde Pública. 2013;29(3):507-21. Acesso 24 de Nov. 2016. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2013000300009>.

Page 38: PERSPECTIVA & SAÚDE - Faculdade Ateneu | Graduação e ...fate.edu.br/documentos/revistas/revista-perspectiva-e-saude... · da coordenação e independência da marcha. 8 Com base

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIAR. Antônio Gadelha, 621 - Messejana,

Fortaleza - CE, 60871-170, BrasilContato: (85) 3033.5199 – www.fate.edu.br

CRIANDOVALORES