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Pernambuco começa a medir fluxo de CO 2 na atmosfera dos sertões

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LAMEPE

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Page 1: Pernambuco começa a medir fluxo de co2 na atmosfera

Pernambuco começa a medir fluxo de CO2 na atmosfera dos sertões

Page 2: Pernambuco começa a medir fluxo de co2 na atmosfera

projeto aprovado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e coordenado pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No início do mês de março de 2011, passou a funcionar a segunda torre de monitoramento de CO2 do Estado. O equipamento foi instalado em Araripina, no Campo Experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). A ação integra as metas do Estudo das Mudanças Climáticas e seus impactos em Pernambuco (Muclipe),

Torre instalada em Araripina

A primeira torre foi instalada em Petrolina, em dezembro de 2010, na Embrapa Semiárido. De acordo com a coordenadora do Muclipe e Lamepe, Francis Lacerda, com a instalação e operacionalidade dos equipamentos, o Estado passa a realizar estudos pioneiros sobre a vulnerabilidade da Caatinga diante dos efeitos das alterações climáticas na Região.

Torre instalada em Petrolina

Pernambuco começa a medir fluxo de CO2 na atmosfera dos sertões

Atentos aos possíveis efeitos das mudanças climáticas na Caatinga,

pesquisadores de 13 instituições públicas federais e estaduais concluem a

instalação da segunda torre de medição de gás carbônico no semiárido.

por Francis Lacerda & Robério Coutinho

Page 3: Pernambuco começa a medir fluxo de co2 na atmosfera

Os dados monitorados pelas torres de gás carbônico serão utilizados em modelos atmosféricos capazes de gerar cenários futuros de como estará o clima e a caatinga em 2015, 2020, 2030 e 2050. Os respectivos cenários apresentarão uma escala que varia segundo as condições climáticas mais otimista e pessimista. Francis informa que os experimentos já começam a ser montados a partir do próximo ano.

“O Bioma passou milhares de anos para buscar o equilíbrio no clima semiárido, portanto, é preciso antecipar os cenários associados com os efeitos das mudanças climáticas para subsidiar na atualidade, as melhores formas de mitigação e adaptação dos impactos na Caatinga”, conta Francis. Ela ressalta que até hoje, sabe-se pouco sobre a relação do papel do bioma no clima semiárido.

No município de Petrolina, o equipamento está colhendo dados numa área de caatinga que se encontra preservada. Já em Araripina, serão monitoradas as condições meteorológicas em um ambiente degradado. “Vamos fazer a correlação entre os dois cenários para avaliar como se comporta a interrelação do Bioma e o clima”, diz

Torre em Petrolina

Também será possível analisar os efeitos da degradação do bioma na alteração do clima. “A utilização dos dados coletados pelas torres permitirá a realização de experimentos científicos capazes de investigar o que acontece com o clima do Estado com a degradação da Caatinga”, conta Francis. Verificar a possibilidade da ocorrência de chuva ácida no semiárido e o tempo e a forma com que as variações no clima podem influenciar na degradação da caatinga também podem ser pesquisados.

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Esta ação do Muclipe pode ainda permitir a realização de estudos sobre os impactos da

alteração do clima na saúde da população. Em conjunto com a FioCruz podem ser feitas

correlações entre doenças respiratórias e o nível de poluentes na atmosfera de Araripina.

“Com a torre, é possível avaliar a real distribuição de poluentes na localidade”, diz

Francis. O projeto também permite a elaboração de estudos para identificar o potencial

econômico da Caatinga, por meio da sua potencialidade em absorver gás carbônico da

atmosfera. “Caso se comprove a eficiência em seqüestrar CO2 do ambiente, o negócio

internacional com créditos de carbono pode ser uma nova opção financeira dos

sertanejos”, garante.

“A comparação entre os dados coletados pela torre em Petrolina e a de Araripina permitirá

identificar o tempo em que a Caatinga leva para se degradar em condições climáticas

extremas”, diz Francis. Ela destaca que os resultados dos impactos das mudanças

climáticas e seus respectivos cenários futuros nos municípios de Araripina e Petrolina

servirão de modelo para estudos em outros municiípios que apresentam o clima árido e

semi-árido do Nordeste brasileiro.