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1 PERMANÊNCIAS E DESCONTINUIDADES NA MATEMÁTICA DA ESCOLA PRIMÁRIA DO PARANÁ (1930-1960) MARILIZA SIMONETE PORTELA [email protected] UNESPAR/Campus FAFIPAR Paranaguá PR Resumo Trata-se de uma investigação que tem por objeto de estudo a Matemática, denominada no período inicial Aritmética, da escola primária no Estado do Paraná com abrangência de quatro décadas e está balizada pela seguinte questão: Quais transformações ocorreram na Matemática da escola primária paranaense nas décadas de 1930 a 1960? A escolha desse período está pautada no fato de relacionar-se a um tempo de mudanças no sistema político com reflexos na educação escolar brasileira tanto no que se refere à organização escolar na forma de leis, quanto das teorias pedagógicas incorporadas aos processos escolares. Considerando que a escola não fica neutra diante do sistema que a regulamenta e que as disciplinas escolares cumprem finalidades educativas outras questões secundárias, porém não menos importantes balizam esta pesquisa: Que leis e decretos regulamentaram a educação nesse período? Que bibliografias orientaram o ensino de Matemática e que conteúdos eram priorizados na escola primária? Compreendendo algumas fontes já inventariadas e em processo de análise a investigação toma como base a legislação vigente no período estudado, a organização curricular e as concepções pedagógicas que orientaram as práticas. Embora com resultados parciais por tratar-se de uma pesquisa em desenvolvimento e tendo como pano de fundo a cultura escolar, o que se observou até o momento foi que mesmo mantendo uma proximidade em termos de discurso que acompanhava as orientações para o ensino, da finalidade de atender a demanda do Estado e da matéria de ensino, as orientações pedagógicas sofreram alterações tentando aproximar o ensino das teorias inovadoras. Palavras-chave: Escola primária; História da disciplina Matemática; Cultura escolar; Objetivos A presente pesquisa pretende contribuir com a escrita da história da disciplina Matemática no ensino primário paranaense, dada a incipiência de estudos do objeto em questão. Tem a intenção também de colaborar na composição de uma escrita mais abrangente, a história da disciplina Matemática no Paraná nos diversos níveis de ensino. A investigação que tem como fontes de pesquisa documentos oficiais do Estado do Paraná objetiva tecer considerações acerca das orientações legais para o ensino da Matemática na escola primária no período 1930/60. Aborda a organização dos Grupos Escolares, Escolas Isoladas, ou Rurais paranaenses em termos legais em tempo anterior à Lei de Diretrizes e Bases 4.024/61 e na década de sua promulgação. O período considerado se deve às mudanças políticas, econômicas e sociais que interferiram na organização da educação brasileira.

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PERMANÊNCIAS E DESCONTINUIDADES NA MATEMÁTICA DA ESCOLA

PRIMÁRIA DO PARANÁ (1930-1960)

MARILIZA SIMONETE PORTELA

[email protected]

UNESPAR/Campus FAFIPAR – Paranaguá PR

Resumo

Trata-se de uma investigação que tem por objeto de estudo a Matemática, denominada no

período inicial Aritmética, da escola primária no Estado do Paraná com abrangência de quatro

décadas e está balizada pela seguinte questão: Quais transformações ocorreram na Matemática

da escola primária paranaense nas décadas de 1930 a 1960? A escolha desse período está

pautada no fato de relacionar-se a um tempo de mudanças no sistema político com reflexos na

educação escolar brasileira tanto no que se refere à organização escolar na forma de leis,

quanto das teorias pedagógicas incorporadas aos processos escolares. Considerando que a

escola não fica neutra diante do sistema que a regulamenta e que as disciplinas escolares

cumprem finalidades educativas outras questões secundárias, porém não menos importantes

balizam esta pesquisa: Que leis e decretos regulamentaram a educação nesse período? Que

bibliografias orientaram o ensino de Matemática e que conteúdos eram priorizados na escola

primária? Compreendendo algumas fontes já inventariadas e em processo de análise a

investigação toma como base a legislação vigente no período estudado, a organização

curricular e as concepções pedagógicas que orientaram as práticas. Embora com resultados

parciais por tratar-se de uma pesquisa em desenvolvimento e tendo como pano de fundo a

cultura escolar, o que se observou até o momento foi que mesmo mantendo uma proximidade

em termos de discurso que acompanhava as orientações para o ensino, da finalidade de

atender a demanda do Estado e da “matéria de ensino”, as orientações pedagógicas sofreram

alterações tentando aproximar o ensino das teorias inovadoras.

Palavras-chave: Escola primária; História da disciplina Matemática; Cultura escolar;

Objetivos

A presente pesquisa pretende contribuir com a escrita da história da disciplina

Matemática no ensino primário paranaense, dada a incipiência de estudos do objeto em

questão. Tem a intenção também de colaborar na composição de uma escrita mais abrangente,

a história da disciplina Matemática no Paraná nos diversos níveis de ensino. A investigação

que tem como fontes de pesquisa documentos oficiais do Estado do Paraná objetiva tecer

considerações acerca das orientações legais para o ensino da Matemática na escola primária

no período 1930/60. Aborda a organização dos Grupos Escolares, Escolas Isoladas, ou Rurais

paranaenses em termos legais em tempo anterior à Lei de Diretrizes e Bases 4.024/61 e na

década de sua promulgação. O período considerado se deve às mudanças políticas,

econômicas e sociais que interferiram na organização da educação brasileira.

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Metodologia

A pesquisa acadêmica assegura seu compromisso com a educação ao produzir

conhecimento capaz de conduzir à reflexão e de orientar a tomada de decisões assegurando a

aquisição e utilização dos saberes propostos nos conteúdos escolares. Por essência, o papel da

pesquisa em educação é aproximar o conhecimento produzido pela investigação, da

elaboração de um processo reflexivo, seja pela organização do conhecimento histórico, seja

pela possibilidade de incubação de propostas pedagógicas que possam intervir positivamente

na formação dos sujeitos envolvidos no processo educacional.

No caso da pesquisa aqui apresentada, a cultura escolari que norteia o processo no qual

se insere a disciplina enquanto organização de conteúdos apresenta-se como pano de fundo

para interpretar as leis e orientações da escola primária. Concebidas em um contexto sócio-

cultural e nele disseminadas, as práticas de ensino e aprendizagem não são compreendidas se

vistas isoladamente. Para isso, se faz necessário observar aspectos da cultura de um modo

mais amplo, incluindo a cultura que rege a escola em tempos diversos, da organização escolar

e curricular, da produção de material didático e da efetivação das práticas de ensino. Incluindo

os ideais, as concepções e as teorias que compuseram a educação brasileira no período

compreendido para esta pesquisa.

Tratando-se de pesquisa vinculada à História das Disciplinas Escolares o interesse

volta-se para os saberes que lhes são próprios e que segundo Bittencourt (2003) consiste em

“identificar a gênese e os diferentes momentos históricos em que se constituem os saberes

escolares, visando perceber a sua dinâmica, as continuidades e descontinuidades no processo

de escolarização”.

Para Chervel (1990) o termo “disciplina” após a I Guerra Mundial ganha ares de

matéria de ensino e embora mantendo o contato com o verbo disciplinar permanece nos

domínios de conteúdo de ensino e “[...] são impostos como tais à escola pela sociedade que a

rodeia e pela cultura na qual se banha [...]” estabelecendo as regras consideradas socialmente

necessárias.

No que se refere ao estudo da disciplina Matemática e, neste caso da escola primária, a

pesquisa ao ser discutida e socializada tem oferecido condições para a compreensão de

fenômenos subjacentes às práticas e métodos de ensino, permitindo o reconhecimento da

vinculação das ações às tendências que influenciaram e influenciam a concepção de ensino e

aprendizagem.

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Partindo do pressuposto de que a escola ensina matemática, história ou saberes

decorrentes de outras áreas porque quer adequar-se às revoluções ocorridas na sociedade

considera-se a análise do contexto tão importante quanto a apreciação de currículos ou

programas de ensino de uma disciplina específica. As fontes tanto documentais como

bibliográficas quando analisadas à luz das teorias de cultura e da cultura escolar que

permeiam aquele espaço e períodos em questão permitem uma visão isenta de julgamento ou

ações comparativas.

Na pesquisa em curso, embora consciente de que constituem apenas uma pequena

parcela do que realmente foi produzido no período, as fontes documentais reunidas:

Regimento Interno e Programa para os Grupos Escolares (1932); A Organização do Ensino

Primário e Normal no Estado do Paraná (1942); Ante-Projeto da Lei Orgânica da Educação;

Programas Experimentais para Curso Primário (1950); O ensino Primário no Paraná. Nova

seriação e Programa para as Escolas Isoladas (1962) foram, entre outras justapostas às fontes

bibliográficas: livros indicados para o ensino e para a formação do Professor; Manuais

Pedagógicos; literatura e relatórios que retratam a situação sócio-econômica do Estado com o

intuito de buscar respostas à questão inicial.

Desenvolvimento

A década de 1930 foi para o Brasil um marco político econômico e social. A

Revolução de 30ii conteve no seu bojo as manifestações advindas do sul que contribuíram

para conduzir Getulio Vargas ao poder tiveram além da aderência da força militar paranaense,

o Estado do Paraná como caminho de passagem à sede do Governo. As mudanças políticas

ocorridas das décadas de 1930 a 1960, os resquícios das revoluções, somado à economia do

Paraná trazem entre outras ações, as orientações para o ensino escolar.

As mudanças no sistema educacional tanto no que concerne aos aspectos

quantitativos por suscitar maior procura de escola, quanto no que concerne

aos aspectos qualitativos, pela necessidade de trocar os modelos tradicionais

de educação imperante por modelos mais condizentes com as novas necessidades exigidas pela dinamização e modernização da economia

(ROMANELLI, 2008).

Assim, desde muito cedo à escola era designada a função de suprir as necessidades de

desenvolvimento do meio.

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De acordo com o censo de 1940, o Paraná tinha 49 municípios em uma área de

199.807 km2 tinha cerca de e 1.400 escolas para atender 88.469 matrículas no ensino

primário.

Fonte: Relatório do Interventor do Estado Manoel Ribas - Biblioteca Pública do Paraná

Na década de 1930, as Reformas em nível Federal que ficaram conhecidas como

Reforma Francisco Campos por se tratar de ações do primeiro Ministro da Educação e Saúde

Pública, ministério criado por Getúlio Vargas, não se voltaram para o ensino primário.

Segundo Romanelli (2008) “ A reforma deixou completamente marginalizados os ensino

primário e normal [...], ficando o ensino primário a encargo da administração dos estados.

No Estado do Paraná em 1932 foi publicado o Regimento Interno e Programa para os

Grupos Escolaresiii

pela Diretoria Geral da Instrução Pública do Paraná pelo Decreto n0 1874

de 29 de julho, assinado pelo interventor federal do Estado – Manoel Ribas, empossado em 23

de janeiro de 1932. Nesse documento constavam determinações para criação de grupos

escolares, deveres de seus componentes (diretores, professores, alunos e demais membros) e

sansões para o descumprimento das imposições.

A organização e a deliberação dos grupos escolares e a orientação dada para as

disciplinas a serem ensinadas são funções que interligam a instrução dos fins a que se

destinam. Para Chervel:

A instituição escolar é em cada época tributária de um complexo de objetivos que se entrelaçam e se combinam numa delicada arquitetura da

qual alguns tentam fazer um modelo [...] e [...] as disciplinas escolares estão

no centro desse dispositivo. Sua função consiste em cada caso em colocar

um conteúdo de instrução a serviço de uma finalidade educativa (CHERVEL, 1990).

O programa era extenso com cerca de quatorze matériasiv

para cada uma das quatro

séries variando no conteúdo o que nos leva a levantar a hipótese da necessidade de responder

às exigências impostas pelo Governo ao Estado em formar uma nação patriótica e ao mesmo

tempo tentar implantar um sistema à moda de estados mais desenvolvidos:

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1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano

Leitura Leitura Leitura Leitura

Linguagem oral Linguagem oral Linguagem oral Linguagem oral

Linguagem escrita Linguagem escrita Linguagem escrita Linguagem escrita

Caligrafia Caligrafia Caligrafia Caligrafia

Aritmética Aritmética Aritmética Aritmética

Geometria Geometria Geometria Geometria

Geografia Desenho Desenho Desenho

História Pátria Geografia e

Cartografia

Geografia e

Cartografia

Geografia e

Cartografia

Educação Moral e

Cívica

História Pátria História Pátria História do Brasil

Ciências Físicas e

Naturais

Educação Moral e

Cívica

Educação Moral e

Cívica

Educação Moral e

Cívica

Higiene Ciências Físicas e

Naturais

Ciências Físicas e

Naturais

Ciências Físicas e

Naturais

Desenho Higiene Higiene Higiene

Canto Canto Música Música

Trabalhos manuais

com acréscimo para a

secção feminina

Trabalhos manuais

com acréscimo para a

secção feminina

Trabalhos manuais

com acréscimo para a

secção feminina

Trabalhos manuais

com acréscimo para a

secção feminina

Ginástica

Os Programas de Aritmética e Geometria eram organizados de modo que ao final do

4º ano os alunos fossem capazes de aplicar o conhecimento à solução de problemas que a vida

doméstica, cívica e social suscitasse como consumidor, produtor, chefe de família e cidadão.

Importa saber a que parcela da população paranaense se aplicavam tais conhecimentos nesse

período.

Para Chervel (1990) os conteúdos são componente central, o pivô no qual se constitui

a história, seu papel é mais amplo e faz relação com as finalidades para as quais estão

designados.

1º Ano

Aritmética

a) Contagem por meio de tornos, palitos, taboinhas, etc, de 1 a 10.

b) Conhecimento concreto dos grupos, 2, 3, 4 e 5, etc.

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c) Contagem direta dos objetos de 1 em 1, 2 em 2, 3 em 3, etc, até 10.

d) Quatro operações de 1 a 10 feitas por meio de tornos, palitos, etc.

e) Leitura e escrita dos algarismos de 1 a 10.

f) Contagem por meio de tornos de 10 a 20.

g) Contagem direta de objetos de 2 2m 2, 3 em 3, 4 em 4, 5 em 5, etc, até 20.

h) As quatro operações de 1 a 20 por meio de tornos.

i) Leitura e escrita dos números até 20.

j) Conhecimento e aplicação dos sinais +(soma), -(subtração), x(multiplicação),

:(divisão) e =(igualdade).

k) Contagem, leitura e escrita dos números de 20 a até 100.

l) Exercícios sobre as quatro operações até 100.

m) Contagem, leitura e escrita de 100 a 1.000.

n) Conhecimento dos algarismos romanos até XII; ensino das horas (relógio).

o) Exercícios orais sobre a carta de Parker, conhecimento prático de frações ordinárias.

Indicações:

1) O ensino desta disciplina deve ser intuitivo, prático e o mais concretizado possível.

O mapa de Parker deve ter constante aplicação ao ensino dos diversos pontos desta

matéria.

Geometria

a) Ponto e linha

b) Ângulos

c) Cubos, paralelepípedos.

d) Pirâmides, triângulos e quadriláteros.

e) Cilindros, esfera e hemisférios.

Indicações:

1) O estudo das formulas deve ser o mais prático e intuitivo possível e feito sempre à

vista dos sólidos geométricos.

Para o auxílio dessas lições o professor fará com que os alunos deem exemplos dessas

linhas e superfícies, em objetos da sala de aula, ou outro por eles conhecidos e com

exercícios gráficos no quadro negro ou no papel.

2º Ano

Aritmética

a) Estudo prático da formação de unidades, dezenas, centenas e milhares.

b) Continuação do estudo dos algarismos romanos até 100.

c) Organização da tabuada de multiplicar e dividir até 100 pelo mapa de Parker.

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d) Estudo completo das quatro operações – problemas.

e) Cálculo rápido sobre as quatro operações.

f) Conhecimento prático do metro, litro e gramo.

g) Problemas.

Geometria

a) Revisão do programa do primeiro ano.

b) Estudo da linha reta, horizontal, vertical, perpendicular, inclinada, oblíqua, paralela,

quebradas, convergentes e divergentes.

c) Linhas curvas e mistas.

d) Ângulos e suas espécies.

Triângulos quanto aos lados e ângulos.

3º Ano

Aritmética

a) Estudo completo da numeração romana.

b) Estudo prático e completo das quatro operações sobre frações decimais.

c) Números primos e múltiplos.

d) Características da divisibilidade.

e) Decomposição de um número em seus fatores primos.

f) Maximo divisor comum.

g) Mínimo múltiplo comum.

h) Sistema métrico: metro, litro e gramo, seus múltiplos e submúltiplos.

i) Conhecimento prático das medidas: polegada, palmo, vara, jarda, braça, milha, légua,

arroba, alqueire, quarta, etc.

j) Problemas e exercícios sobre a matéria dada.

Indicações:

1) É conveniente dividir o tempo do horário destinado à aritmética, em duas partes,

preenchendo-se a primeira com a explicação da lição e exercícios orais; a segunda

com cálculos escritos e problemas de aplicação.

2) Nos trabalhos escritos, o professor deve exigir do aluno boa leitura, correta grafia e

disposição cuidadosa da solução dos cálculos e da resposta. Mandará, por exemplo,

dividir a página em duas partes, abaixo do enunciado e escrever de um lado o

raciocínio as operações.

Dar, diariamente no mínimo dois problemas ou exercícios para serem resolvidos em

casa.

Geometria

a) Revisão da matéria das letras a e e do programa do 1º ano.

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b) Traçado de linhas, ângulos e triângulos com o auxílio de instrumentos.

c) Estudos dos quadriláteros.

d) Divisão de uma reta em partes iguais.

e) Conhecimento prático e traçado de circunferência, raio, diâmetro, arco, corda, flecha,

tangente e secante.

Conhecimento prático e traçado de círculo, semicírculo, setor, zona, segmento e

coroa.

4º Ano

Aritmética

a) Recapitulação das letras c, d, e, f, g, h do programa do 3º ano.

b) Estudo completo das quatro operações sobre frações ordinárias.

c) Redução de frações ordinárias em decimais e vice-versa.

d) Dizimas periódicas simples e compostas.

e) Sistema métrico: medidas de superfície e volume, seus múltiplos e sub-múltiplos;

sistema monetário. Problemas e exercícios.

f) Conhecimento elementar sobre razoes e proporções.

g) Regra de três simples e composta.

h) Juros simples.

i) Cambio.

Indicações:

1) Sobre a matéria deve ser dados problemas diários para serem resolvidos pelos alunos

em suas casas.

2) A correção desses exercícios deverá ser feito em classe no quadro negro.

Tratando-se de uma disciplina de bastante utilidade na vida prática, importa que o professor

torne esse ensino essencialmente concreto e experimental, dando especialmente problemas

práticos, cuja aplicação seja de real vantagem e utilidade na vida.

Geometria

a) Recapitulação dos pontos c d e f do programa do 3º ano.

b) Conhecimento prático dos polígonos.

c) Inscrição dos polígonos.

d) Avaliação das áreas dos triângulos e quadriláteros.

e) Determinação de área dos polígonos regulares e irregulares.

f) Relação entre diâmetro e circunferência – valor do Pi.

g) Questões práticas sobre o volume de alguns sólidos geométricos.

Indicação:

Como aplicação esse ensino deve ser acompanhado de traçados das figuras no quadro negro

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e nos cadernos dos alunos.

Os exames eram compostos por sabatinas escritas mensais sendo para o 1º e 2º anos

linguagem e cálculo e 3º e 4º anos linguagem e cálculo, acrescidos de geografia, história

ciências, educação moral e cívica alternadamente.

Nas décadas de 1930/40 a economia paranaense era essencialmente agrícola o que nos

indica que a organização do ensino primário para os grupos e escolares e escolas isoladas

buscava atender a demanda do Estado em produzir e comercializar.

Fonte: Relatório do Interventor do Estado Manoel Ribas - Biblioteca Pública do Paraná

Ainda no mesmo documento o Interventor informa a ampliação do Porto de Paranaguá

para escoamento da produção e a pretensão de construção de uma escola de pescadores para

investir na formação de trabalhadores no ramo.

O documento publicado em 1942, período em que Gustavo Capanema atuou como

Ministro da Educação e Saúde, intitulado “Organização do Ensino Primário e Normal no

Estado do Paraná” normatizava e definia a função de cada um desses níveis de ensino

explicitando a que propósito a escola devia servir. Endossado por Lourenço Filho, diretor do

Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos o documento prevê “[...] a adequação dos

programas às necessidades sociais do meio a que a escola deva servir, e salientada a

importância das noções das ciências naturais, da economia doméstica e higiene”.

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Escolas isoladas e grupos escolares tinham orientações específicas. A duração do

curso primário para as escolas isoladas era de três anos e para os grupos escolares de quatro

anos denominado primário elementar podendo ser acrescido de um ano (complementar). A

orientação geral para o ensino primário definia:

Os programas de ensino primário serão organizados, atendendo às

adiantadas conquistas da pedagogia, e as necessidades do meio social a que a escola deva servir, cumprindo ministrar aos alunos de 4ª e 5ª séries

conhecimentos para aplicações úteis das ciências naturais aos ofícios ou

artes especialmente à agricultura; e aos de 4ª série noções fundamentais de

economia doméstica, higiene, música e da organização política do país. a educação moral de caráter prático nas quatro séries graduais do curso

primário, acompanhará os atos das crianças, quer consideradas

individualmente, quer em suas relações, devendo ser apurada por meio de leituras comentadas, jogos e recreação. Os programas de ensino e de

trabalhos escolares procurarão dar à escola feição essencialmente educativa

(PARANÁ, 1942).

Ante Projeto da Lei Orgânica da Educação no Estado do Paraná (1949) tendo Erasmo

Pilotto como Secretário da Educação, elaborado pelo Secretário de Educação e Cultura

estabelecia a organização do sistema de educação do Estado. Estabelece unidades de grau

primário rurais na forma de escolas isoladas, reunidas ou internatos; urbanas como isoladas

reunidas ou grupos escolares. Eram destinadas à crianças de 07 a 11 anos com objetivo de

formação que promovesse o domínio das técnicas fundamentais da leitura, da escrita e do

cálculo, hábitos e atitudes úteis à vida comum.

O curso primário com quatro anos de estudo compreendia: Técnicas de expressão;

iniciação matemática; geografia e história do Brasil; educação física; conhecimentos gerais

aplicados à vida social, à educação para a saúde e ao trabalho capaz de alicerçar a aquisição

de conhecimentos científicos posteriores.

Outro documento analisado foi: CURSO PRIMÁRIO Programas experimentais,

impresso pela Imprensa Oficial do Estado – Curitiba – 1950. Estabelecia para o curso

primário o objetivo de dar aos alunos um mínimo comum de formação geral que promovesse

o seu desenvolvimento normal com domínio das técnicas fundamentais de leitura e escrita e

cálculo, hábitos e atitudes úteis à vida e um sentido de curiosidade e observação que lhes

permitisse situar-se no tempo e no espaço. Determinando também os mínimos a serem

atingidos em cada ano. Aqui as matérias aparecem acompanhadas de sugestões didáticas

orientações práticas e bibliografia para o professor sobretudo teorias escolanovistas.

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Técnicas de Expressão Composição

Leitura Desenho

Linguagem escrita Trabalhos manuais

Ortografia Canto orfeônico

História Pátria Conhecimentos gerais aplicados à

Geografia e História

Iniciação à Matemática

No que se refere à Matemática, as orientações estão uma seção a parte sob o título

Iniciação à Matemática. A parte introdutória salienta a importância do conhecimento para a

vida e orienta que deva ser mais do que o simples domínio da mecânica do cálculo. Seu teor

segundo o documento é apoiado “[...] na ideia de Leo J. Bruecknerv, mencionado por Faria de

Vasconcelos”. As orientações para o ensino conteúdo salientam a importância do aprendizado

“a compreensão vital que o sistema numérico tem desempenhado no progresso social,

econômico e industrial [...] e aspectos da vida econômica – produção consumo, etc”. O

Ensino de Geometria está incluído nas orientações para o ensino da Matemática no 1º ano e

neste limita-se à ampliação do vocabulário infantil.

Para o 1º ano o programa inicia com a numeração até o 10; e seguido uma sequência

graduada até o 20; dezenas exatas; até 100; até o 1000; trabalhando com a as operações

simples de soma e subtração (sem reservas ou recursos); incluindo o estudo do zero;

posteriormente com reserva e recurso; evoluindo para divisão e multiplicação. Permeando as

atividades com problemas que fossem de situações próximas dos alunos “significação social

dos fatos e relações quantitativas do meio”, como da sala de aula das atividades domésticas ou

de suas brincadeiras. Permitia e incentivava o uso de material concreto como palitos grãos de

milho, sementes, caroços, pedaços de barbante, papel recortado ou outro material do meio e o

uso dos dedos para auxiliar nos cálculos.

As orientações são muito detalhadas seguindo um roteiro com as “práticas” a serem

observadas; o “ambiente da classe” devendo conter um contador, mapas de Parkervi,

gravuras; as “observações especiais” que esclarecem não ser esse um guia completo, mas um

esclarecimento sobre a natureza do ensino e alguns problemas que o mestre terá que resolver;

a “bibliografia para o professor” as indicações para leitura – Decroly – Montessori –

Thorndikevii

.

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Para o 2º ano sugere recapitular os conteúdos do 1º ano, acrescenta-se a leitura e

escrita dos numerais até milhões; numeração romana até 30; ampliação da ideia de fração;

conhecer horas; multiplicar; dividir e o estudo da tabuada com o uso da Tábua de Pitágoras;

acrescenta-se o uso do jornal para elaboração de problemas concretos; utilizar dramatizações

para incentivar o estudo: compradores, vendedores para estimular os cálculos e as

denominações das principais figuras geométricas. Nada muda com relação ao “ambiente da

classe”; nas “observações especiais” sugere que o professor anote o desenvolvimento dos

seus alunos e elabore exercícios de acordo com as dificuldades de cada um; a “bibliografia

para o professor” mantém Thorrndike, Montessori e acrescenta A. Galli.

No 3º ano o aluno deveria conhecer a numeração, realizar as quatro operações,

dominar frações e operações com as mesmas, iniciar o estudo sobre as propriedades dos

números inteiros e conhecer as unidades de medida, seus símbolos, seus múltiplos e

submúltiplos sabendo calcular sobre eles. Sistema monetário como elemento para formulação

de problemas incluindo questões agrícolas ou industriais levando-se em conta a profissão do

pai. Neste não há sugestões para “ambiente da classe”; “observações especiais” e

“bibliografia para o professor”.

A matéria que constitui o 4º ano acrescentam-se frações ordinárias; medidas de

superfície e volume; razões e proporções; regra de três; juros e porcentagem; desconto e

câmbio; intensificando o cálculo mental; áreas e volumes e sólidos geométricos. Há neste uma

recomendação especial para que o professor atente para os “problemas”, estes devem estar no

princípio e no fim de todo o ensino da aritmética e leia atentamente as recomendações que se

denominarem fundamentais.

Em 1963 foi publicado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Paraná e

assinado pelo Secretário da Educação Jacundino da Silva Furtado – O ENSINO PRIMÁRIO

NO PARANÁ NOVA SERIAÇÃO E PROGRAMAS PARA ESCOLAS ISOLADAS com

base no Decreto No 10290 de 13/12/1962, no Governo Ney Braga. Com a intenção de dar

nova estrutura ao ensino primário aumentou em dois anos os grupos escolares e um ano as

escolas isoladas facultando a matrícula para crianças de 6 anos que até então restringia o

ingresso à alunos acima dos 7 anos atendendo a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação

4.024 promulgada em 1961 salientando o objetivo de: “Acelerar o desenvolvimento social do

seu povo com vistas a preparara-lo para o advento do desenvolvimento econômico que se está

promovendo no Estado”. A definição dos conteúdos é apresentada apenas para as quatro

primeiras séries, ou seja de 1ª a 4ª séries.

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A introdução do Programa de Matemática aponta como objetivos:

- Dar às crianças os conhecimentos e habilidades que lhes possibilitem aplicar, com rapidez, exatidão e segurança a matemática como instrumento

na solução dos problemas da vida prática;

- Formar nos alunos hábitos que conduzam à maior eficiência no emprego das técnicas matemáticas, desenvolvendo correlatamente a atenção, o rigor

de observação, e precisão de raciocínio, e a justeza de expressão.

- Criar nos alunos, disposições favoráveis ao estudo da matemática,

despertando-lhes o interesse pelo aspecto qualitativo das coisas, fenômenos, necessidades e atividades sociais.

Neste documento o Programa de Matemática inicia de modo simplificado, as

instruções são objetivas e apontam um “mínimo a ser atingido” seguido de observações que

estendem os conteúdos.

A Matemática para a 1ª série: o estudo das quantidades; da numeração; dezenas

exatas; contagem ritmada; as quatro operações; situações problemas; numeração romana;

distancia tempos; medidas (garrafa, copo, xícara, colher, punhado, palmo, pitada, passo,

braçada, metro, quilograma, litro); problemas incluindo o sistema monetário.

Na 2ª série o estudo dos conteúdos é aprofundado com pequenas modificações e

inclusão de números pares e ímpares, frações e expressões com números inteiros. É indicado

“Cálculos Graduados I” de Clélia Tavares Martins.

Na 3ª série a indicação de estudo dos numerais é de até milhão; composição e

decomposição dos números em classes e ordens; números ordinais; multiplicação e divisão

por dois algarismos; expressões numéricas com parênteses; frações homogêneas,

equivalentes; Operações com números fracionários e nesta é são apresentadas tabelas com a

graduação das dificuldades: primeiro decimal por números inteiros, depois decimal por

decimal. Expressões numéricas com colchetes.

Na 4ª série há a indicação de que todas as noções matemáticas da séries sejam

apresentadas em “situação problemática” e a fixação do vocabulário empregado seja visto

como “complemento indispensável à sua resolução”; sistema legal de unidade de medidas

com seus múltiplos e submúltiplos; medidas de comprimento e superfície, cálculos de área e

volume; equivalência entre as unidades decímetro cúbico e litro. Há uma ênfase, como já dito

no uso dos exercícios na forma de problemas.

Aqui não aparecem regras de três simples ou compostas, juros, porcentagens ou

câmbio.

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O estudo da Geometria evolui da 1ª para a 4ª série com o simples reconhecimento das

figuras planas aos sólidos até a construção destes. Desenho de linha curva, reta, quebrada,

mista e sua posição (horizontal, vertical e inclinada). Conhecimento de triângulos. É sugerido

que para o cálculo de volume sejam utilizados os sólidos geométricos.

Considerações

Como apontado inicialmente os resultados são parciais mesmo porque muito se

tem ainda a investigar acerca do tema. O que se observou até o momento é que os Programas

de Ensino orientavam detalhadamente os professores. Eram manuais com o passo a passo para

o ensino da Matemática, que podem ter sido pensados para um público mais restrito e

concentrados na zona urbana onde o comércio prevalecia.

Há indícios de que no Paraná a escola primária não atendia toda a população em idade

própria, considerando a dificuldade de acesso nas zunas rurais. Essa dificuldade se estendia

aos Inspetores de Ensino, observado nos Relatórios. Nas décadas seguintes, muito lentamente

a escola primária passa a atender um maior número de crianças. Essa postura também pode

ser atribuída à mudança do olhar da população para a educação escolar.

As matérias escolares nas primeiras décadas pretendiam mais disciplinar no sentido de

impor regras e ditar ações. O ensino da Matemática cumpre esse papel “disciplinamento

mental” pela própria exigência dos programas em seguir uma sequência pré determinada,

cálculos graduados, contagem ritmada, exigir cálculos mentais, elaboração problemas e

ordenação na resolução, etc..

A sequência dos conteúdos sofre poucas alterações no decorrer do período, porém

assuntos como regra de três composta, juros, câmbio deixam de veicular no ensino primário e

passam a figurar em níveis mais avançados como o ginasial. Isso se percebe também no que

tange ao ensino da Geometria com os cálculos mais avançados para os sólidos geométricos.

O estudo mostrou uma tentativa de incorporação de métodos de ensino da escola nova,

seja pela indicação de teóricos como Decroly, Montessori ou pela orientação ao professor em

preparar um ambiente propício e trabalhar com centros de interesse para os alunos.

Não tendo sido esgotada a possibilidade de análise dos documentos aqui apresentados

e outros que serão incorporados às fontes, a pesquisa segue seu curso...

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Referências

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Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 36, p.83-104, jan/abr, 2011. Disponível em < http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/15136> Acesso em 13/01/2013.

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CHERVEL, André. História das Disciplinas Escolares: Reflexões sobre um campo de

pesquisa. Revista Teoria & Educação. Porto Alegre. n. 2, p. 177-229. 1990.

JULIA. D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da

Educação. Campinas, SP: SBHE – Editora Autores Associados. Jan/Jun.nº. I, 2001.

PARANÁ, Regimento Interno e Programas para Grupos Escolares. Curitiba. Diretoria Geral

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PARANÁ, A Organização do Ensino Primário e Normal no Estado do Paraná. INEP. Boletim

no 20. 1942.

PARANÁ. Relatório do Interventor do Estado do Paraná. Manoel Ribas. Exercício de 1932-

1939.

PARANÁ. Programas Experimentais para o Curso Primário. Curitiba PR: Imprensa Oficial

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PARANÁ. Ante Projeto da Lei Orgânica da Educação. Secretaria da Educação e Cultura.

Curitiba. PR: Imprensa Oficial do Estado, 1950.

PARANÁ. O ensino Primário no Paraná. Nova seriação e Programa para as Escolas Isoladas.

1962.

ROMANELLI, Otaíza. História da Educação no Brasil. 33 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

i O uso termo cultura escolar apoia-se nos escritos de Dominique Julia ”conjunto de normas que definem conhecimentos a ensinar e condutas a inculcar” Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (2001)

ii Segundo Romanelli (2008) a Revolução de 30 foi o movimento armado, ponto alto de uma série de revoluções

e movimentos compreendido entre 1920 e 19604 que se empenharam em promover vários rompimentos políticos e econômicos com a velha ordem social oligárquica.

iii Os grupos escolares poderiam ser formados quando duas ou mais escolas funcionassem numa mesma

localidade. Existindo também as escolas isoladas urbanas suburbanas ou rurais, segundo a sua localização.

iv Nesse período para o grupo de conteúdos afins era usado o termo “matéria”. Disciplina estava no sentido de

comportamento ou hábitos.

v Leo J. Brueckner foi autor de diversos livros de Matemática na primeira metade do século. Faria de Vasconcelos pode ter sido tradutor de alguma edição.

vi Francis Wayland Parker (séc IX) Professor norte americano desenvolveu estudos no âmbito de uma educação progressista. Proferiu palestra e publicou livros, dentre eles as Cartas de Parker, uma orientação para o ensino de Aritmética no ensino primário.

vii Edward Lee Torndike Psicólogo americano do início do século com estudos voltados para o comportamento, conhecido pela sua teoria Lei do Efeito. Produziu manuais sobre o Ensino de Matemática, ou seja se o comportamento é favorável há uma tendência em repeti-lo.