perfil nutricional de adolescencentes de duas … franca... · pontos de corte: escore z-l=eutrofia

4
3-29 XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2009 PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS ESCOLAS DA REDE PUBLICA DE MANAUS-AM. Izemara França PEDRAÇA1;LuciaK.0.YUYAMA 2 ;Flávia A. GONÇALVES 3 . 'Bolslsta PIBIC/INPA; 20rientadora CPCR/INPA; 3Co-orientadora/INPA. 1. Introdução A adolescência é considerada uma fase de transição gradual da infância para idade adulta e representa um dos períodos mais importantes do ciclo de vida do ser humano, pois é quando o crescimento e o desenvolvimento do individuo se completam, culminando com a plena capacidade de reprodução. Essa fase, conhecida como puberdade, engloba uma serie de modificações biológicas, entre elas o estirão do crescimento (Nacif & Viebig, 2007). Cronologicamente a adolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos, sendo este dividido em duas fases: a primeira corresponde ao intervalo de 10 a 14 anos, caracterizado pelo início das mudanças puberais e a segunda de 15 a 19 anos onde ocorre o término do crescimento e do desenvolvimento morfológico (Albano & Souza, 2001). De acordo com a OMS (1995), os indicadores antropométricos devem ser utilizados na determinação do estado nutricional e de saúde de indivíduos e coletividades, sendo importantes no diagnóstico e acompanhamento da situação nutricional e crescimento corporal. Devido a grande variação física na adolescência acredita-se que o índice de massa corporal percentilar (IMC) seja um indicador adequado para avaliar o estado nutricional do adolescente, uma vez que reflete as mudanças na composição corporal (Liberal, 2003). A boa condição de saúde e nutrição é de fundamental importância para que os adolescentes consigam atingir o seu potencial de crescimento. Os conhecimentos acerca da prevalência de adolescentes expostos aos riscos nutricionais facilitam as ações de prevenção e controle. Portanto, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil nutricional de adolescentes de duas escolas da rede pública em Manaus-AM. 2. Material e métodos O estudo foi realizado nas Escolas Estaduais Maria Rodrigues Tapajós e Ângelo Ramazzotti, situadas nas zonas centro-oeste e sul, respectivamente em Manaus-Am. Participaram do estudo 359 adolescentes com idade entre 10 a 14 anos de ambos os gêneros que estavam devidamente matriculados. A avaliação do estado nutricional dos estudantes, realizada por meio de antropometria, utilizou medidas de peso e estatura. Para a verificação do peso utilizou-se balança digital, portátil, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), marca Seca, com capacidade de pesagem até 150 kg e precisão de 100 g. Para a estatura utilizou -se o estadiômetro da marca Alturaexata. As medidas de peso e estatura foram coletadas com o estudante vestindo roupas leves, descalço, seguindo as recomendações de Fagundes (2004). O indicador utilizado para avaliação nutricional foi o índice de massa corporal/idade (IMC/I), sendo o IMC obtido pela divisão do peso (kg) pela altura (m) ao quadrado. A classificação segue as recomendações da OMS (1995), onde IMC/I <percentil 5°=baixo peso; ~percentil 5° e <percentil 85° =normal; ~percentil 85° =sobrepeso. A partir da informação sobre a estatura, idade e gênero, determinou-se o valor de estatura/idade (E/I), de acordo com as populações de referência do NCHS. Para a classificação do estado nutricional segundo este índice, adotaram-se os seguintes pontos de corte: escore Z<-2=baixa estatura; escore Z entre -2 e -l=risco de baixa estatura e escore Z>-l=eutrofia. Quando o indicador E/I é alto, não possui significado importante para a saúde pública. 3. Resultados e discussão Dos 359 adolescentes estudados, 46,2% eram do gênero masculino e 53,8% do feminino. A idade mínima foi de 10 anos e máxima de 14 anos, com média de 12,2 e mediana de 12 anos. Os valores de IMC delimitantes de cada quartil para o gênero masculino foram 16,51; 18,65 e 21,04 para o 10, 2° e 30 quartil, respectivamente. Para o gênero feminino estes valores foram 16,75, 18,50 e 20,73, respectivamente. O presente estudo demonstrou que os adolescentes vêm mostrando um aumento nos valores de IMC indicando que, ao passar dos anos, há uma tendência cada vez maior ao ganho de peso corporal principalmente no gênero feminino (Figura 1). Resultado semelhante foi encontrado em estudo desenvolvido por Veiga (2001) no Rio de Janeiro onde mostrou que o IMC aumentou com a idade em ambos os gêneros. Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição mostraram que nas meninas o sobrepeso aumentou com a idade, enquanto nos meninos o aumento da idade atuou como fator de proteção para o sobrepeso (Neutzling et aI, 2000). No Brasil tem sido detectada a progressão da transição nutricional, caracterizada pela redução na

Upload: ledang

Post on 28-Jan-2019

221 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS … Franca... · pontos de corte: escore Z-l=eutrofia

3-29

XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2009

PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS ESCOLASDA REDE PUBLICA DE MANAUS-AM.

Izemara França PEDRAÇA1;LuciaK.0.YUYAMA2;Flávia A. GONÇALVES3.'Bolslsta PIBIC/INPA; 20rientadora CPCR/INPA; 3Co-orientadora/INPA.

1. IntroduçãoA adolescência é considerada uma fase de transição gradual da infância para idade adulta erepresenta um dos períodos mais importantes do ciclo de vida do ser humano, pois é quando ocrescimento e o desenvolvimento do individuo se completam, culminando com a plena capacidadede reprodução. Essa fase, conhecida como puberdade, engloba uma serie de modificaçõesbiológicas, entre elas o estirão do crescimento (Nacif & Viebig, 2007). Cronologicamente aadolescência corresponde ao período de 10 a 19 anos, sendo este dividido em duas fases: aprimeira corresponde ao intervalo de 10 a 14 anos, caracterizado pelo início das mudançaspuberais e a segunda de 15 a 19 anos onde ocorre o término do crescimento e do desenvolvimentomorfológico (Albano & Souza, 2001). De acordo com a OMS (1995), os indicadoresantropométricos devem ser utilizados na determinação do estado nutricional e de saúde deindivíduos e coletividades, sendo importantes no diagnóstico e acompanhamento da situaçãonutricional e crescimento corporal. Devido a grande variação física na adolescência acredita-se queo índice de massa corporal percentilar (IMC) seja um indicador adequado para avaliar o estadonutricional do adolescente, uma vez que reflete as mudanças na composição corporal (Liberal,2003). A boa condição de saúde e nutrição é de fundamental importância para que os adolescentesconsigam atingir o seu potencial de crescimento. Os conhecimentos acerca da prevalência deadolescentes expostos aos riscos nutricionais facilitam as ações de prevenção e controle.Portanto, o objetivo deste estudo foi identificar o perfil nutricional de adolescentes de duas escolasda rede pública em Manaus-AM.

2. Material e métodosO estudo foi realizado nas Escolas Estaduais Maria Rodrigues Tapajós e Ângelo Ramazzotti,situadas nas zonas centro-oeste e sul, respectivamente em Manaus-Am. Participaram do estudo359 adolescentes com idade entre 10 a 14 anos de ambos os gêneros que estavam devidamentematriculados. A avaliação do estado nutricional dos estudantes, realizada por meio deantropometria, utilizou medidas de peso e estatura. Para a verificação do peso utilizou-se balançadigital, portátil, desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), marca Seca,com capacidade de pesagem até 150 kg e precisão de 100 g. Para a estatura utilizou -se oestadiômetro da marca Alturaexata. As medidas de peso e estatura foram coletadas com oestudante vestindo roupas leves, descalço, seguindo as recomendações de Fagundes (2004). Oindicador utilizado para avaliação nutricional foi o índice de massa corporal/idade (IMC/I), sendo oIMC obtido pela divisão do peso (kg) pela altura (m) ao quadrado. A classificação segue asrecomendações da OMS (1995), onde IMC/I <percentil 5°=baixo peso; ~percentil 5° e <percentil85° =normal; ~percentil 85° =sobrepeso. A partir da informação sobre a estatura, idade e gênero,determinou-se o valor de estatura/idade (E/I), de acordo com as populações de referência doNCHS. Para a classificação do estado nutricional segundo este índice, adotaram-se os seguintespontos de corte: escore Z<-2=baixa estatura; escore Z entre -2 e -l=risco de baixa estatura eescore Z>-l=eutrofia. Quando o indicador E/I é alto, não possui significado importante para asaúde pública.

3. Resultados e discussãoDos 359 adolescentes estudados, 46,2% eram do gênero masculino e 53,8% do feminino. A idademínima foi de 10 anos e máxima de 14 anos, com média de 12,2 e mediana de 12 anos. Os valoresde IMC delimitantes de cada quartil para o gênero masculino foram 16,51; 18,65 e 21,04 para o10, 2° e 30 quartil, respectivamente. Para o gênero feminino estes valores foram 16,75, 18,50 e20,73, respectivamente. O presente estudo demonstrou que os adolescentes vêm mostrando umaumento nos valores de IMC indicando que, ao passar dos anos, há uma tendência cada vez maiorao ganho de peso corporal principalmente no gênero feminino (Figura 1). Resultado semelhante foiencontrado em estudo desenvolvido por Veiga (2001) no Rio de Janeiro onde mostrou que o IMCaumentou com a idade em ambos os gêneros. Os dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutriçãomostraram que nas meninas o sobrepeso aumentou com a idade, enquanto nos meninos oaumento da idade atuou como fator de proteção para o sobrepeso (Neutzling et aI, 2000). NoBrasil tem sido detectada a progressão da transição nutricional, caracterizada pela redução na

Page 2: PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS … Franca... · pontos de corte: escore Z-l=eutrofia

XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/lNPA Manaus - 2009

prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobre peso e obesidade, não sóna população adulta, mas também em crianças e adolescentes (Trinches & Giugliani, 2005).

- 20:-7-20,2ú~

.-- 19-8 1-98- 1-" -

21,0

5- 20,0~

i:~:~'f"~[j:l15,Oi<

-- - ,---- -. -".-19,418,7wl-

I

Figura 1. Perfil nutricional (IMC/I) dos adolescentes de acordo com gênero e idade de duas escolas da redepublica EscolaEstadual Maria RodriguesTapajós e Ângelo Ramazotti, Manaus-Am, 2009.

A análise do estado nutricional dos adolescentes segundo o índice de massa corpórea para a idade(IMC/I) mostrou que 67% do gênero masculino e 74% do gênero feminino estavam classificadosentre os percentis 15 e 85, determinado pelo peso adequado. O baixo peso e risco para baixo pesoestavam presentes em 17% dos meninos e 11% das meninas. Em relação ao sobrepeso eobesidade, constatou-se que 16% da amostra do gênero masculino e 15% do gênero femininoestavam nesta classificação (Figura 2). Estes resultados corroboram com estudo realizado por AnaEliza (2008) onde o índice da massa corpórea mostrou que 80,1% eram eutróficos, 9,9% tinhamsobrepeso e 4,9% eram obesos. De acordo com estudos de Albano & Souza (2001) o estadonutricional dos adolescentes segundo gênero masculino, 58,1% foram considerados normais.Porém, 27,9% e 4,7% foram classificados com risco de sobrepeso e obesidade, respectivamente.Quanto ao gênero feminino apresentaram melhor situação nutricional, uma vez que 71,5% foramclassificadas como normais, mas deve-se ressaltar que 26,5% foram consideradas com sobrepeso.

10 12 13 14

Figura 2. Perfil nutricional dos adolescentes segundo o indicador IMC/I e gênero de duas escolas da redepublica (Escola Estadual Maria RodriguesTapajós e Ângelo Ramazotti Manaus-Am, 2009).

330

11

Idade (anos)

• Masculino Feminino

fi!::l•...c::Q.Iu•...Q.Ic..

80%70%60%50%40%30%20%10%0%

74%

. _ .10%'--30/..• /0

J-_,. ;'W.J!

8%10%.-,7%-·8'Yo. --."l

Baixo Peso Risco Eutrofico Sobrepeso Obesobaixo peso

Classificação IMC/I

• Masculino Feminino

Page 3: PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS … Franca... · pontos de corte: escore Z-l=eutrofia

XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2009

Avaliando a amostra estudada segundo o indicador E/I observou-se que o déficit do crescimentonão foi acentuado nesta população, estando a maior parcela dos adolescentes classificados comoestatura adequada para a idade, sendo 93% para o gênero masculino e 87% para o feminino.Constatou-se que 7% dos adolescentes do gênero masculino e 9% do gênero feminino estavamclassificados como baixa estatura ou risco para baixa estatura (Figura3). Resultados semelhantesforam encontrados por Maestro (2007) e Sigulem (2000), onde a maioria da amostra estavaclassificada como adequada, sendo abaixa estatura para a idade encontrada em somente 5,3% e9,5% dos escolares, respectivamente.

"'::J.•..t:Q)u•...Q)e,

100%80%60%40%20%0%

Figura 3. Perfil nutricional dos adolescentes segundo o indicador E/I de duas escolas da rede publica (EscolaEstadual Maria Rodrigues Tapajós e Ângelo Ramazotti Manaus-Am, 2009).

BaixaEstatura

EstaturaAdequada

Altaestatura

4. ConclusãoOs resultados do presente estudo mostraram que a maior parcela da amostra estava classificadacomo adequada, mas a prevalência de excesso de peso entre os escolares foi elevada,contrariamente ao déficit do crescimento linear. O excesso de peso distribuiu -se semelhante entremeninos e meninas. Este fato está em consonância com o fenômeno da transição nutricional quevem sendo observado no Brasil, onde os problemas relacionados ao excesso de gordura corporalaumentam significantemente. Considerando-se a grande probabilidade de que a obesidade daadolescência possa permanecer na vida adulta, ocasionando efeitos adversos à saúde, é importanteampliar os estudos sobre esta faixa etária, visando avaliar a dimensão do problema e criarestratégias de prevenção e controle. Deve-se ressaltar o importante papel da escola naimplementação de programas educacionais que visem encorajar a atividade física e os hábitosalimentares adequados. É importante o envolvimento de pais, professores, alunos e de toda asociedade nesta discussão.

RiscoBaixaEstatura

Classificação E/I

• Masculino Feminino

s. ReferênciasAlbano, R. D. S.; Souza, B. 2001. Estado nutricional de adolescentes: "risco de sobrepeso" e"sobrepeso" em uma escola pública do Município de São Paulo. Cad. Saúde Pública [online]. 17(4):941-947.

Ana L. B. S.; Leila S. C. S. L.2008. Perfil antropométrico de pré escolares de uma creche em Duquede Caxias, Rio de Janeiro. Rev Paul Pediatr 26(3): 218-24.

Fernandes, A. E. R. 2007. Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e alimentares emcrianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte [manuscrito]. 142 pp.

Engstrom, E. M.; Azevedo, A. F. 2003. Crescimento e estado nutricional em amostra probalistica deescolares no Município do Rio de Janeiro, 1999. Rev Saúde Pública. 19 (1).

Fagundes, A. A. 2004. Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN. Orientações básicas paraa coleta, análise de dados e a informação em serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde.

Liberal, E. F. 2003. Construindo escolas promotoras de saúde. São Paulo: Atheneu.p.139-147.

331

Page 4: PERFIL NUTRICIONAL DE ADOLESCENCENTES DE DUAS … Franca... · pontos de corte: escore Z-l=eutrofia

XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA Manaus - 2009

National Center for Health Statistics. 1977. Growth curves for children birth-18 years of age,United States. Vital and health statistic: series 11, nO 165. Washington, De: US GovernmentPrinting Office.

Neutzling M. B; Taddei, J. A. A. e; Rodrigues, E. M; Sigulem D.M. 2000. Overweight and obesity inBrazilian adolescents. IntJ Obeso 24: 869-74.Maestro, V.; Silva, M. V. 2007. Análise nutricional de escolares da rede pública de ensino depiedade. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. J. Brazilian Soc. Food Nutr, São Paulo, SP, 32 (1): 23-40.

Nacif, M.; Viebig, R. 2007. Avaliação Antropométrica nos ciclos de vida. VaI. 1- São Paulo: Metha.p. 10-11.

Sigulem, D. M.; Devinxenzi, M. U.; Lessa,A. A. C. Diagnóstico do estado nutricional da criança e doadolescente. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, 2000; 76 (supI.3):s275-s84. Disponível em:<http://www.jped.com.br/conteudo/porCresumo.asp. Acesso em: Junh. 2009.

Veiga G. V, Dias P. e, Anjos L. A. A comparison of distribution curves of body mass index fromBrazil and the United States for assessing overweight and obesity in Brazilian adolescents. Pano AmJ Public Health. 2001; 10: 79-85.

Triches, R. M.; Giugliani, E. R. 2005. Obesidade, praticas alimentares e conhecimentos de nutrição.Rev Saude Publica. (39):541-7.

World Health Organization. 1995. Physical status: the use and interpretation of athropometry.Geneva: WHO. Technical Report Series.

OMS (Organización Mundial de Ia Salud). 1995. Estado físico: uso e interpretación de Iaantropometría. Ginebra. (Série de Informes Técnicos, 854).

332