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PANORAMA DAS PESSOAS COM LESÃO
MEDULAR NO BRASIL
Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação
APER - 2019
Prof. Dra. Fabiana Faleiros
Aveiro - Portugal
2019
INTRODUÇÃO
O manejo de qualquer situação só se faz a partir do
conhecimento daquela situação, pois é preciso conhecer
para depois intervir.
Estudos do perfil permitem a identificação de um
diagnóstico situacional
Essencial para: planejamento, a administração, a execução
e a avaliação do processo de reabilitação
INTRODUÇÃO
Identificação, pelo governo, das necessidades de
investimento em políticas públicas.
Estes estudos, com pessoas com lesão medular (LM), no
Brasil, são escassos.
Maior participação das pessoas com LM nas pesquisas
Itinerário terapêutico
OBJETIVOS
Analisar o perfil biosocioeconômico das pessoas com LM inscritas no cadastro voluntário para participação de pesquisas do grupo Neurorehab.
Identificar o tempo do itinerário terapêutico
Identificar os principais problemas relatados após a LM
MÉTODO
Estudo quantitativo, com delineamento exploratório, analítico e de corte transversal.
Coleta de Dados:
Divilgação do cadastro voluntário
Survey Monkey
Atualmente: 1.300 cadastrados
Análise estatística: descritiva com frequências absolutas e relativas p/ as variáveis qualitativas, medidas de tendência central. Teste Qui-quadrado de Pearson (associação) e Teste Kruskal Wallis (comparações) Nível de significância de 0,05.
MÉTODO
Tese de livre docência
Aprovado no Comitê de Ética
Amostra: Adultos, brasileiros, com LM, cadastrados no banco de
dados do grupo de pesquisa Neurorehab
Critérios de exclusão: Foram excluídos os participantes que não
responderam completamente o formulário online e/ou que
digitaram uma data de nascimento que indicava idade inferior a
18 anos, não atendendo ao critério de elegibilidade.
Tamanho da amostra: 618 participantes
Histograma com a distribuição dos participantes de acordo com a
idade no momento da lesão e idade atual (n=618). Brasil, 2018
Fonte: Elaborado pela autora
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Idade no momento da LM (em anos) Idade atual (em anos)
m=28,14 anos (DP=10,24) m=9,33 anos (DP=7,90).
Fonte: Elaborado pela autora.
Características Frequência Percentual %
Sexo
Masculino 426 68,9
Feminino 192 31,1
Escolaridade
Ensino Fundamental 78 12,6
Ensino médio 232 37,5
Ensino Superior e Pós-Graduação 306 49,5
Não responderam 02 0,4
Ocupação*
Beneficiário 393 63,6
Empregado 94 15,2
Desempregado ou desalentado 90 14,6
Estudante 41 6,6
Renda Familiar
Até 1 SM** 105 17,0
Até 2 SM** 132 21,4
Até 3 SM** 103 16,7
Mais de 3 até 5 SM** 114 18,4
Mais de 5 até 7 SM** 50 8,1
Mais de 7 SM** 49 7,9
Não Informado 65 10,5
TOTAL 618 100,0
55,1%Associação entre a
escolaridade e a
ocupação atual (p≥0,001,
Teste Qui-quadrado de
Pearson).
Caracterização
sociodemográfica
dos 618
participantes. Brasil,
2018.
Estudos que mostram que a LM atinge principalmente jovens economicamente ativos, do sexo masculino (NAS et al., 2015; ÁLVAREZ PÉREZ; LÓPEZ LLANO, 2016; MOSHI et al., 2017).
Variável Frequência Percentual %
Causa da LM
Acidente de trânsito 252 40,8
Armas de fogo ou branca 108 17,5
Não traumáticas (câncer, HTLV, entre outros) 76 12,3
Queda 66 10,7
Mergulho em águas rasas (piscina, cachoeira) 59 9,5
Outras causas 41 6,6
Lesão medular congênita 16 2,6
Nível da LM
Torácica 301 48,7
Cervical 232 37,5
Lombar 53 8,6
Sacral 32 5,2
Classificação da LM
Paraplegia 363 58,7
Tetraplegia 220 35,6
Não soube responder 35 5,7
TOTAL 618 100,0
Distribuição dos 618
participantes de
acordo com as
características da
lesão medular, Brasil,
2018.
Fonte: Elaborado pela autora.
Causas violentas, são mais acentuadas nos países em desenvolvimento (HASLER et al., 2011; FAKHARIAN et al., 2017). Mundialmente o número de quedas aumenta com o envelhecimento da população, sendo a principal causa da LM nos países desenvolvidos com uma população idosa maior(ÁLVAREZ PÉREZ; LÓPEZ LLANO, 2016; MOSHI et al., 2017)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Já existem alguns estudos que relatam a eficácia da ferramenta para o ensino de
pacientes pelos profissionais de saúde (MARIN-GOMEZ et al., 2018; CLAVIER et al., 2019).
O WhatsApp® deve ser considerado como um recurso p/ as pesquisas, principalmente
para grupos de pessoas com deficiência, como uma forma de proporcionar a
acessibilidade.
Distribuição da amostra de acordo com a realização da
reabilitação após a LM (n=618), Brasil, 2018
✓ Tempo desde a LM até o início da reabilitação, variou de 0 a 316 meses
✓ m=17,68 meses (DP=38,80)
✓ 50% da amostra iniciou a reabilitação 7 meses após a LM (md=7,00).
✓ Reabilitação com até um mês após a LM, 11,8% dos participantes.
CONCLUSÃO
Este estudo permitiu um diagnóstico situacional, essencial paramelhorar o planejamento, a administração, a execução e aavaliação das ações de saúde para esta parcela dapopulação.
Necessidade de investimento em políticas públicas com vistas amelhor o acesso à reabilitação e o retorno ao mercado detrabalho e saída da dependência da previdência social.
Estratégias de manejo e prevenção devem ser adaptadas àstendências regionais, com atenção para o aumento dapopulação idosa
Inserção das tecnologias para facilitar a participação daspessoas com deficiência nas pesquisas.
REFERÊNCIAS
CINTRA, M. M.; FALEIROS, F. Desenvolvimento de um formulário de inscrição online paraparticipação em estudos sobre Reabilitação e Lesão Medular. 2016. 47 f. IniciaçãoCientífica - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, RibeirãoPreto, 2016.
BIERING-SØRENSEN, F. et al. Recommendations for translation and reliability testing ofInternational Spinal Cord Injury Data Sets. Spinal Cord, Houndmills, v. 49, n. 3, p. 357-360,2011. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/sc2010153>. Acesso em: 10 jun.2019.
NAS, K. et al. Rehabilitation of spinal cord injuries. World Journal of Orthopedics,Pleasanton, v. 6, n. 1, p. 8-16, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.5312/wjo.v6.i1.8>.Acesso em: 10 jun. 2019.
MOSHI, H. et al. Traumatic spinal cord injury in the north-east Tanzania - describingincidence, etiology and clinical outcomes retrospectively. Global Health Action,Philadelphia, v. 10, n. 1, p. 1355604, 2017. Disponívelem:<https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/16549716.2017.1355604>. Acesso em:10 jun. 2019.