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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA _________________________________________________________________________________ PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL BRUNA MADRUGA DA SILVA Sinop-MT 2016/2

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

_________________________________________________________________________________

PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL

BRUNA MADRUGA DA SILVA

Sinop-MT

2016/2

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

_________________________________________________________________________________

PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UM HOSPITAL

BRUNA MADRUGA DA SILVA

Trabalho de Curso apresentado ao Curso de

Farmácia da Universidade Federal de Mato

Grosso – UFMT, campus de Sinop como

requisito parcial para obtenção do título de

Farmacêutico, sob a orientação da Professora

Dra. Maria de Almeida Rocha Rissato.

Sinop-MT

2016/2

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA

_________________________________________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que permitiu que tudo isso ocorresse, me deu saúde e força

para superar as dificuldades.

A professora Dra. Maria de Almeida Rocha Rissato, minha orientadora, por todo incentivo e

empenho para que este trabalho fosse realizado.

Ao professor Dr. Guilherme Luz Emerick, pela confiança e apoio dedicado durante minha

graduação, assim como, pelas palavras de incentivo em todas as vezes que pensei em desistir.

Aos meus pais Maria Rosa e José Nereu que sempre estiveram comigo, me dando forças para

alcançar meus objetivos.

Aos meus amigos Geiziane Almeida, Odemar Nunes, Rafaela Fatore, Sandra Schiabel,

Taísa Rialto e Wemerson Silva, que sempre me apoiaram e torceram por mim.

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

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“A persistência é o caminho do êxito”

(Charles Chaplin)

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RESUMO

SILVA, B. M. PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UM

HOSPITAL. 2016. 39p. Trabalho de Curso de Farmácia – Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus de Sinop.

Palavras-chaves: Prescrição, Erros de Medicação, Farmácia Hospitalar.

INTRODUÇÃO: O uso de medicamentos é a intervenção terapêutica mais utilizada no

ambiente hospitalar, quando prescritos de forma incorreta podem ocasionar sérias

consequências ao paciente e a instituição de saúde. OBJETIVO: Descrever o perfil da

prescrição de medicamentos de um hospital geral do Município de Sinop – MT.

MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal observacional descritivo.

Foram analisadas 550 prescrições de diversos setores do hospital, referentes aos meses de

fevereiro a março de 2013. Para a análise utilizou-se indicadores gerais e critérios legais, que

definem os componentes obrigatórios para a confecção de uma prescrição. Para organizar a

coleta de dados utilizou-se o programa Microsoft Office Excel®. RESULTADOS: Entre as

550 prescrições, no que se refere à forma de redação, observou-se que 70,5% eram

eletrônicas, 24,5% manuscritas, e apenas 5,0% eram do tipo mista. Das prescrições

manuscritas 74,1% estavam legíveis. Quanto às informações a respeito do paciente e

prescritor, verificou-se que 16,2% não apresentavam assinatura e carimbo do prescritor. O

nome do paciente esteve ausente em 10,9% das prescrições e uma não possuía qualquer

identificação, além disso, nenhuma prescrição apresentava o número de registro do paciente.

Apenas 22,5% das prescrições apresentavam a unidade de internação, e o leito/número do

quarto estavam presentes em 47,1%. A idade e peso do paciente apresentavam-se em 24,7%

e 17,8% respectivamente. Em 91,1% das prescrições estavam adequadamente datadas. Em

relação aos medicamentos, na totalidade das prescrições, 3.223 medicamentos foram

prescritos, destes 53,9% utilizou-se a Denominação Comum Brasileira. A porcentagem de

medicamentos injetáveis e antimicrobianos prescritos foi de 16,7% e 65,6% respectivamente.

A principal informação ausente foi a forma farmacêutica, em 90,8% das prescrições, por

outro lado 93,5% apresentavam a concentrações/dose. CONCLUSÃO: Notou-se algumas

falhas nas prescrições analisadas, como falta de informações ou ilegíveis, não utilização da

Denominação Comum Brasileira, além da ausência de identificação do profissional e do

paciente. Identificar os erros é imprescindível para elaboração de estratégias que minimizem

os possíveis erros e evitem problemas com medicamentos.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 7

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .....................................................................................

2.1 Prescrição de medicamentos .........................................................................................

2.2 O contexto dos erros de medicação ...............................................................................

2.3 Erros de prescrição .......................................................................................................

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3.OBJETIVOS ....................................................................................................................

3.1 Objetivo geral ................................................................................................................

3.2 Objetivos específicos ......................................................................................................

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4. MÉTODOS .....................................................................................................................

4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................

4.2 Local de estudo ..............................................................................................................

4.3 População de estudo ......................................................................................................

4.4 Critérios de inclusão ......................................................................................................

4.5 Critérios de exclusão .....................................................................................................

4.6 Instrumentos de coleta de dados ....................................................................................

4.7 Procedimentos para coleta de dados .............................................................................

4.8 Tratamento dos dados ....................................................................................................

4.9 Aspectos éticos ...............................................................................................................

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................

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5. CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................

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REFERÊNCIAS .................................................................................................................

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ANEXOS .............................................................................................................................

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, os medicamentos têm representado papel fundamental para a assistência à

saúde, melhorando a qualidade e aumentando a expectativa de vida, porém quando utilizados

de forma incorreta podem trazer riscos a saúde do usuário (CABRAL, 2014).

A utilização de medicamentos é a intervenção terapêutica mais frequente em uma

instituição hospitalar, e as farmácias hospitalares é que exercem a função de dispensar os

medicamentos de forma segura e correta, conforme solicitado nas prescrições médicas,

prevenindo erros que possam ocorrer durante a administração do medicamento (WEBER,

BUENO, OLIVEIRA, 2012; ARAÚJO, UCHOA, 2011).

A prescrição é um documento que define qual medicamento deverá ser fornecido,

indicando sua concentração, dose, forma farmacêutica, duração do tratamento, posologia e

também a forma de utilização, devendo seguir normas legais e institucionais, e deve ser

confeccionada por profissionais habilitados (ARAUJO, UCHOA, 2011).

O sistema de medicação em uma instituição hospitalar possui diversas etapas e

profissionais envolvidos, interligados pelo mesmo objetivo a eficácia e segurança terapêutica

do paciente. Neste sistema a prescrição é a principal ferramenta de comunicação entre toda a

equipe. É imprescindível que seja legível, clara e completa, com descrição detalhada do

medicamento e dados de identificação do paciente, para que não ocorram equívocos durante o

processo de medicação (SOARES et al., 2012).

Um dos principais fatores que resulta em erros de medicação é a prescrição

inadequada, devido à falta ou informações incompletas. Os erros de medicação geram

diversas consequências danosas às intuições de saúde e principalmente ao paciente

(MORAES, 2014; GALVÃO et al., 2012). A ocorrência de erros de medicação tem se tornado

cada vez mais evidente. Estudos realizados nos EUA evidenciaram que diariamente ocorre

pelo menos uma morte, causada por erros de medicação e cerca de 1,3 milhão de pessoas são

prejudicadas anualmente. Os erros de medicação vêm sendo estudados a muitos anos,

entretanto, a partir da década de 1990 houve um aumento significativo de interesse pelo

assunto, motivado pelos crescentes erros ocorridos nas instituições de saúde (FERRACINI;

FILHO, 2010).

A prescrição de medicamentos fornece informações a respeito do medicamento e sua

utilização, através dela é possível identificar e prevenir erros no ambiente hospitalar, pois é a

primeira etapa do sistema de medicação e principal meio de ligação entre os profissionais

envolvidos no processo (CARDINAL et al., 2012).

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A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993) com o objetivo de melhorar e

estabelecer parâmetros para uma boa prescrição desenvolveu indicadores para a prescrição de

medicamentos que garantem a segurança aos usuários. Neste contexto, diversos autores

elaboraram manuais, metodologias e ferramentas que permitem identificar e avaliar os erros

causados por medicamentos.

A utilização de medicamentos tem contribuído significativamente para melhoria da

qualidade de vida, no entanto, seu uso incorreto causa diversos prejuízos e tem se tornado um

grande problema de saúde pública. O primeiro passo para a redução desses danos causados

por medicamentos é a prescrição correta de forma legível e clara.

O estudo de prescrições das instituições fornece informações sobre quais as falhas são

frequentemente cometidas, permitindo elaborar a melhor estratégia para a prevenção desses

erros. Garantindo assim, uma terapêutica adequada e melhorando a qualidade dos serviços

prestados em assistência à saúde.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Prescrição de medicamentos

A farmacoterapia tem influenciado ao longo dos séculos na redução da morbidade e

mortalidade. Com os avanços nas pesquisas por novos fármacos, juntamente com a

propaganda farmacêutica, criou-se uma crença na sociedade em relação ao poder dos

medicamentos, tornando a prescrição de medicamento quase obrigatória nas consultas

médicas (SILVA, SILVA, MASCARENHAS, 2014).

A prescrição consiste em definir a farmacoterapia a ser utilizada pelo paciente com a

respectiva dosagem, duração do tratamento e orientações de uso. Esse ato é expresso por meio

da elaboração de uma receita, seja de um produto industrializado ou formulação magistral, por

um profissional legalmente habilitado. Dessa forma, a prescrição é uma etapa importante no

processo de cuidado com o paciente, deve conter os medicamentos necessários que

apresentem segurança ao paciente, mínimos efeitos colaterais, ação rápida em curto período,

posologia simples e forma farmacêutica adequada (SILVA, SILVA, MASCARENHAS, 2014;

SOUZA et al, 2012; FERRARI et al., 2013).

A prescrição deve ser vista como documento que permite a comunicação e integração

entre os profissionais prescritores e dispensadores, devendo ser preenchida completamente,

prevenindo assim erros de medicação, abuso ou uso ilícito, garantindo ao paciente um

tratamento eficiente, seguro e adequado (NOGUEIRA et al., 2015).

No Brasil, existem regulamentações que devem ser seguidas por todos os profissionais

prescritores. As principais normas que regem a prescrição de medicamentos são a Lei Federal

nº 5991, de 17 de dezembro de 1973 e o Decreto nº 3181, de 23 de setembro de 1999 que

regulamenta a Lei nº 9787, de 10 de fevereiro de 1999. Segundo essas legislações, as

prescrições de medicamentos devem seguir as seguintes normas: escrita a tinta; legível; de

fácil compreensão; sem rasuras; deve estar de acordo com a nomenclatura, sistema de pesos e

medidas oficiais; no âmbito do SUS deve-se adotar a Denominação Comum Brasileira (DCB)

ou na sua falta a Denominação Comum Internacional (DCI); não se deve utilizar códigos,

símbolos e abreviaturas para forma farmacêutica, via de administração, quantidades ou

intervalos de doses (INBRAVISA, 2010).

De acordo com o Manual de Orientações Básicas para Prescrição Médica, elaborado

por Madruga e Souza (2011), a prescrição deve conter as seguintes informações:

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1. Cabeçalho – impresso onde constam identificação e endereço do profissional

responsável pela prescrição ou da instituição onde atua (clínica ou hospital); inclui ainda

registro profissional e número de cadastro de pessoa física ou jurídica, e também pode incluir

a especialidade do profissional.

2. Superinscrição – constituída por identificação e endereço do paciente, idade,

quando pertinente, e não é obrigatória a presença do símbolo ℞ , que significa: “receba”;

sendo esse, às vezes, substituído pelo termo “uso interno” ou “uso externo”.

3. Inscrição – compreende o nome do medicamento, a apresentação farmacêutica e

sua concentração.

4. Subscrição – denomina a quantidade total a ser fornecida do medicamento.

5. Adscrição – é constituída pelas orientações do profissional prescritor para o

paciente.

6. Data, assinatura e número de inscrição no respectivo conselho de classe:

Medicina, Medicina Veterinária ou Odontologia.

Alguns itens são facultativos como: peso, altura e dosagens específicas. O verso do

receituário pode ser utilizado para dar continuidade à prescrição ou descrever orientações de

repouso, dietas, reações adversas e outras informações necessárias ao tratamento.

A prescrição consiste de um documento legal, o qual todos os profissionais

envolvidos, sejam aqueles que prescrevem, dispensam ou administram os medicamentos,

possuem igual responsabilidade a fim de garantir o tratamento adequado ao paciente

(INBRAVISA, 2010).

As prescrições podem ser manuais, eletrônicas ou mistas. As manuscritas são

confeccionadas de próprio punho pelo prescritor. Estudos demonstraram que 50% das

prescrições manuscritas demandam maior tempo de interpretação, devido a caligrafia ilegível

ou pouco legível do prescritor (SILVA, 2012).

Na prescrição eletrônica o prescritor utiliza-se de um sistema informatizado para

elabora-la. Esse tipo de prescrição suprime as dificuldades de leitura e ainda possibilita

corrigir erros no momento da digitação, evitando rasuras, o que torna esse tipo de prescrição

mais seguro, apesar de não descartar a possibilidade de ocorrerem erros, sem que o prescritor

perceba, no momento da digitação (CAVALLINI, BISSON, 2010).

As prescrições mistas são parte elaborada eletronicamente e, outra parte, manuscrita.

Podem conter identificação do paciente impresso por um sistema informatizado e constar

informações adicionais ou medicamentos manuscritos (SILVA, 2012).

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A prescrição é uma importante etapa do processo de cuidado ao paciente, após a

organização dos dados, formação de um diagnóstico preciso e como consequência a

determinação de uma terapia medicamentosa e condutas a serem realizadas, visando o uso

racional de medicamentos evitando erros (OLIVEIRA, SANTOS, LEITE, 2015).

2.2 O contexto dos erros de medicação

O erro de medicação é definido como qualquer evento, previsível e passível de

prevenção, que tenha ocorrido em algumas das etapas do processo de medicação: prescrição,

dispensação, administração ou monitoramento, que pode ocasionar o uso inapropriado de

medicamentos. Esses eventos podem ou não causar danos ao paciente e independe se o

medicamento está sob controle de profissionais da saúde ou do paciente. Os erros podem estar

associados às atividades dos profissionais; aos procedimentos; aos produtos; aos problemas de

comunicação; a preparação e ao uso de medicamentos (DALMOLIN, GOLDIM, 2013;

ROCHA et al., 2015).

Os erros podem ser classificados em erros reais, quando causam algum dano ou

prejuízos, permanente ou não ao paciente e erros potenciais que não causam nenhum dano ou

prejuízo, por ter sido identificados e corrigidos antes da medicação ter sido administrada ao

paciente (BELELA, PEDREIRA, PETERLINI, 2011).

Nas instituições hospitalares, o processo de fornecimento de medicação ao paciente é

multidisciplinar, com etapas interligadas, envolvendo diferentes profissionais de diversas

áreas como médicos, farmacêuticos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, podendo ser

caracterizado como um sistema complexo. Quanto mais complexo o sistema, maior a

probabilidade de ocorrerem erros, desse modo, devem-se desenvolver estratégias para impedir

a ocorrência de danos aos pacientes (PAZIN-FILHO et al., 2013).

Para uma farmacoterapia efetiva, as etapas de prescrição, preparação e administração

dos medicamentos devem ser executadas corretamente. Os erros praticados por profissionais

da saúde, ainda que, não possam ser evitados, devem ser minimizados com o estabelecimento

de medidas educativas, conscientização e atualização desses profissionais, e não somente a

identificação e punição do culpado (OLIVEIRA, SANTOS, LEITE, 2015).

O National Coordinating Council for Medication Error Reporting and Prevention

(NCCMERP) publicou em 1998 uma taxonomia dos erros de medicação, que classificava em

diferentes tipos e subtipos. Posteriormente, Otero-López et al. (2008), elaboraram uma

adaptação dessa classificação (Quadro 1). Esta classificação não cria categorias exclusivas,

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um mesmo evento pode ser classificado em mais de um tipo ou subtipo (ANACLETO et al.,

2010).

Quadro 1 – Tipos de erros de medicação

1. Medicamento errado

1.1 Prescrição inadequada do medicamento

1.1.1 Medicamento não indicado/ não apropriado para o diagnóstico que se pretende tratar

1.1.2 História prévia de alergia ou reação adversa similar

1.1.3 Medicamento inadequado para o paciente por causa da idade, situação clínica, etc.

1.1.4 Medicamento contraindicado

1.1.5 Interação medicamento-medicamento

1.1.6 Interação medicamento-alimento

1.1.7 Duplicidade terapêutica

1.1.8 Medicamento desnecessário

1.2 Transcrição/ dispensação/ administração de um medicamento diferente do prescrito

2. Omissão de dose ou do medicamento

2.1 Falta de prescrição de um medicamento necessário

2.2 Omissão na transcrição

2.3 Omissão na dispensação

2.4 Omissão na administração

3. Dose errada

3.1 Dose maior

3.2 Dose menor

3.3 Dose extra

4. Frequência de administração errada

5. Forma farmacêutica errada

6. Erro de preparo, manipulação e/ou acondicionamento

7. Técnica de administração errada

8. Via de administração errada

9. Velocidade de administração errada

10. Horário errado de administração

11. Paciente errado

12. Duração do tratamento errada

12.1 Duração maior

12.2 Duração menor

13. Monitorização insuficiente do tratamento

13.1 Falta de revisão clínica

13.2 Falta de controles analíticos

14. Medicamento deteriorado

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15. Falta de adesão do paciente

16. Outros tipos

17. Não se aplica

FONTE: Otero-Lópes (2008)

Os erros de medicação não são um evento isolado, são ocasionados por uma série de

consequências de um sistema mal elaborado. Diversos são os fatores que colaboram para sua

ocorrência e não apenas a falha de um indivíduo (PEDREIRA, HARADA, 2009). O

reconhecimento e identificação dos erros de medicação são primordiais para que ocorra a

diminuição dos riscos destes acontecimentos. Diversos autores destacam inúmeras estratégias

que, quando incorporadas ao sistema e desenvolvidas com sucesso, promovem a prevenção de

erros e segurança nas instituições de saúde (BELELA, PEDREIRA, PETERLINI, 2011).

De acordo com Cassiani (2004) as instituições de saúde devem abordar o erro de

forma sistemática e não-punitiva. Realizar a qualificação e aperfeiçoamento dos profissionais,

discutir com a equipe sobre questões relacionadas à segurança, incentivando-os a notificarem

os erros e recompensando-os quando detectarem alguma falha, para que toda a equipe

compreenda que o foco é a redução de erros e benefício ao paciente.

A integração de todos os profissionais envolvidos no processo, compartilhando as

informações e uma comunicação eficiente é fundamental para sucesso da fiscalização

adequada dos erros de medicação. Essas ações devem ser executadas como preservação da

segurança dos profissionais, pacientes e instituições de saúde (DALMOLIN, GOLDIM,

2013).

2.1 Os erros de prescrição

Erros de prescrição são definidos como equívocos em relação à decisão ou a redação,

de forma não intencional e que podem afetar a terapêutica adequada ao paciente (FIRMO et

al., 2013). Os equívocos referentes à decisão estão relacionados com o conhecimento do

profissional prescritor e na escolha da terapia, estão associados a: erros na dosagem,

medicamento contraindicado, medicamento duplicado, forma farmacêutica incorreta, via de

administração e intervalo de dose inadequado. Por outro lado, os erros de redação relacionam-

se à elaboração da prescrição, como: ausência de dose, forma farmacêutica, concentração,

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intervalo, via de administração; ilegibilidade e abreviaturas confusas e não padronizadas

(FIRMO et al., 2013).

Os erros de prescrição são subdivididos em erros de omissão e erros de comissão que

necessitam de intervenções reativas e proativas respectivamente, para que sejam corrigidas

pelo farmacêutico. Erros de omissão consiste na falta de agir corretamente, isto é, inexistência

de uma terapia. Os erros de comissão caracterizam-se pelo não cumprimento de prescrição

proposta (SANTOS, 2010).

A inexistência de informações, dados incorretos ou ilegíveis podem levar a erros de

medicação, que ocasionam sérias consequências aos pacientes e gerando custos a

comunidade. A falta de informação na prescrição pode ainda, prejudicar a comunicação entre

os profissionais da saúde e dificultar a atuação do farmacêutico na atenção ao paciente. Os

erros também podem acarretar na perda de confiabilidade das instituições de saúde, e falta de

motivação dos profissionais envolvidos, por não proporcionarem uma assistência em saúde

satisfatória (EV, GUIMARÃES, CASTRO, 2008).

Ainda quanto ao uso de medicamentos a OMS propôs, em 1993, a utilização de

indicadores do uso de medicamentos. Esses indicadores possibilitam analisar as práticas

terapêuticas, comparar dados entre instituições semelhantes e retratar as necessidades de

medicamentos dos pacientes atendidos (SOUZA et al., 2012).

Farias et al. (2007) citaram, com base no que preconiza a OMS, os principais

indicadores de uso de medicamento:

Média de medicamento por prescrição médica: possui a finalidade de

determinar o nível de polifarmácia do paciente, visto ser uma das principais

causas de interações medicamentosas e reações adversas. Permite constatar o

grau de informação do prescritor;

Percentual de medicamentos prescritos pela denominação genérica: a

prescrição pela denominação genérica contribui para o controle de custos nos

serviços de saúde, em razão de que os medicamentos de referência geralmente

possuírem custos mais elevados;

Percentual de medicamentos prescritos da lista de medicamentos essenciais:

auxilia no controle de custos, além de assegurar o tratamento para as principais

patologias da população. Esse parâmetro permite verificar o grau de

compatibilidade das prescrições medicas com a padronização de

medicamentos;

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Percentual de antibióticos prescritos: O desenvolvimento de resistência

bacteriana está diretamente relacionado ao uso inadequado e indiscriminado de

antibióticos, que podem ocasionar consequências graves ao paciente;

Percentual de injetáveis prescritos: a administração de injetáveis é conveniente

em diversas circunstancias, no entanto, devido à dificuldade de reversão,

podem ocasionar graves consequências quando prescritos ou aplicados de

forma incorreta.

Os erros de prescrição são os tipos de erros mais comuns que ocorrem no processo de

utilização de medicamentos. A prevenção dos erros de prescrição é medida de maior

relevância, visto que é a primeira etapa do sistema de medicação e é meio de comunicação

entre todos os profissionais de saúde. Equívocos relacionados a uma prescrição mal elaborada

podem ocasionar consequências graves ao paciente e as instituições de saúde (SANTOS,

2010).

Diversos estudos reportam a ocorrência de erros de prescrição. Diáz-Carrasco et al.

(2007) analisaram a prescrição de quimioterápicos e encontraram 3,1 erros para cada 1.000

prescrições. Sendo a maioria dos erros relacionados a dose incorreta e omissão.

No estudo de Chen et al. (2005) haviam 6 erros de prescrição a cada 1.000 itens

dispensados. Os erros de prescrição se referiam a informações incompletas ou incorretas,

interações medicamentosas, e ausência de informações.

Estudos sobre erros de prescrição realizados na Austrália demonstraram que 2% de

todas as prescrições médicas apresentam potencial de causar algum evento adverso, onde as

causas mais comuns estavam relacionadas a dose errada ou ambígua, dose ausente, instruções

de administração incertas ou ausentes (SANTOS, 2010).

No estudo de Abramovicius (2007) que analisou 3.456 prescrições informatizadas de

um hospital brasileiro, identificou 9% de erros relacionados a prescrição, nos quais 61,3%

eram erros administrativos como ausência de assinatura do profissional, falta de identificação

do leito, ausência de identificação do paciente e duplicidade de prescrição.

Segundo Cassiani (2004) é possível a redução de erros através da implementação da

prescrição eletrônica; aperfeiçoamento dos profissionais prescritores; padronização dos

processos; assim como a integração do farmacêutico clínico na equipe multidisciplinar.

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3.OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Descrever o perfil de prescrição de medicamentos em um hospital geral de Sinop –

MT.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar a qualidade da prescrição médica quanto:

à legibilidade;

identificação do profissional prescritor (assinatura e carimbo);

identificação do paciente;

identificação da substância ou fármaco prescrito;

denominação comum brasileira (DCB) ou na sua ausência denominação comum

internacional (DCI), concentração/dosagem, apresentação farmacêutica, via de

administração, quantidades e unidades métricas e posologia;

uso de abreviaturas;

identificação do tipo de prescrição utilizada: informatizada ou manuscrita

a quantidade de medicamentos prescritos;

percentual de medicamentos prescritos antimicrobianos e injetáveis.

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4. MÉTODOS

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo de natureza transversal observacional e descritivo, através da

análise documental de prescrições de medicamentos de um hospital de Sinop - MT.

4.2 LOCAL DO ESTUDO

A instituição estudada é um hospital geral de caráter filantrópico, situado no município

de Sinop, no estado do Mato Grosso. É um hospital que realiza atividade de média e alta

complexidade, atendendo pacientes do município de Sinop e região. O hospital realiza

atendimento 24 horas por dia e na data da coleta de dados possuía 139 leitos de internação,

distribuídos nas seguintes unidades: clínica médica e cirúrgica, maternidade, pediatria,

unidade de terapia intensiva (UTI) adulto e pediátrica, oncologia e pronto atendimento.

Contava com 489 colaboradores, sendo 60 médicos responsáveis pelo sistema de prescrição.

A farmácia do hospital possuía dois farmacêuticos e dezoito auxiliares de farmácia,

que realizavam o atendimento das prescrições na dispensação de medicamentos 24 horas por

dia.

4.3 POPULAÇÃO DE ESTUDO

Foram analisadas as prescrições médicas eletrônicas e manuais enviadas à farmácia

hospitalar, no qual apresentasse pelo menos um item de medicamento prescrito. A amostra foi

composta de 550 prescrições médicas, selecionadas de forma sistemática, onde a cada 10

prescrições uma era separada para análise.

4.4 CRITÉRIO DE INCLUSÃO

Prescrições médicas do período de fevereiro à março de 2013, correspondente às

clínicas médica e cirúrgica, unidades de terapia intensiva adulto e pediátrica, maternidade e

pediatria.

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4.5 CRITERIOS DE EXCLUSÃO

Prescrições médicas com datas anterior ou posterior ao período da coleta, prescrições

do setor da oncologia e as prescrições que não continham medicamentos.

Excluiu-se também da análise as informações direcionadas a outros profissionais,

como: dietas, exames de diagnóstico, parecer médico e fisioterapia.

4.6 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram coletados dados de prescrições médicas arquivadas na farmácia hospitalar. O

conteúdo foi anotado, gerando um banco de dados utilizado para análise.

4.7 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Foi realizado um levantamento retrospectivo das cópias das prescrições de

medicamentos, que foram dispensados no período de fevereiro à março de 2013 para

pacientes internados nas unidades clínicas do hospital.

Foram coletados em média dados de 50 prescrições por dia. Os dados coletados foram

digitados em um banco de dados no programa Microsoft Office Excel®. Não foram levados em

consideração os aspectos de adequação terapêutica.

No processo de coleta foram utilizadas variáveis para conferencia do conteúdo da

prescrição, com base nos critérios para boa prescrição médica (OMS, 1998), indicadores de

prescrição sugeridos pela OMS (1993), além de outros critérios gerais para avaliação de

prescrições sugerida por outros autores.

Foram observadas as seguintes variáveis:

1) Procedimentos legais necessários em uma prescrição médica:

Nome do paciente: As prescrições deveriam conter o primeiro e o ultimo nome sem

abreviatura ou rasuras. Também foi analisada a legibilidade deste item.

Peso e altura: Analisou-se a presença ou não destes itens.

Data da prescrição: Verificou-se a presença ou não de data.

Identificação do profissional prescritor (assinatura) e número de registro profissional:

Analisou-se a presença ou não de um dos itens e dos dois itens na receita, o registro

profissional foi considerado presente quando manuscrito, digitado ou em carimbo.

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Tipo de denominação utilizada para prescrição do medicamento: Foi analisado quanto

à utilização de nome genérico, comercial ou fórmulas químicas.

2) Procedimentos Institucionais:

Número do leito: Verificou-se se estava presente ou não;

Unidade de internação: Analisou-se se as prescrições continham a descrição da

unidade de internação;

Uso de abreviaturas: Foi verificada a presença de abreviaturas em todos os itens da

prescrição.

3) Análise de problemas/falhas na prescrição:

Concentração/dose do medicamento;

Forma farmacêutica;

Via de administração;

Posologia;

Quantidade de medicamentos;

Peso e idade do paciente.

4) Tipo de prescrição utilizada:

Manual;

Eletrônica;

Mista.

5) Foram avaliadas a legibilidade em todos os itens da prescrição, seguindo os seguintes

critérios (FIRMO et al., 2013):

Legível: As prescrições que não exigiam tempo maior que o usual para leitura, sem

deixar dúvidas sobre o entendimento das palavras, números, símbolos e abreviaturas;

Pouco legível: Prescrições onde era possível a compreensão parcial do que estava

escrito, que demandavam tempo maior para leitura e/ou gerava dúvidas quanto a grafia.

Ilegível: As prescrições que independente do tempo de leitura, não era possível

compreender o que estava escrito.

6) Indicadores de prescrição sugeridos pela OMS (1993):

Media de medicamentos prescritos por prescrição médica;

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Percentual de medicamentos prescritos;

Percentual de medicamentos prescritos pelo nome genérico;

Percentual de injetáveis prescritos.

4.8 TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados foram analisados conforme a frequência, percentual simples e média. A

representação dos dados foi feita por meio de gráficos, tabelas e análises descritivas.

4.9 ASPECTOS ÉTICOS

O projeto trata-se um subprojeto da pesquisa “Avaliação da assistência farmacêutica em

diferentes níveis de atenção à saúde” e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da

Universidade Federal de Mato Grosso sob o parecer número CAAE 146.481 (Anexo A), e

pelo responsável da instituição hospitalar participante. Não foi necessário o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido, por ser uma pesquisa envolvendo apenas análise de

prescrições médicas.

O presente estudo não tem como objetivo identificar quem cometeu falhas, mas de

traçar um perfil das prescrições médicas e assim contribuir para a melhoria da qualidade das

prescrições. Deste modo, os dados coletados serão utilizados garantindo a privacidade das

informações.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas prescrições analisadas, ficou evidente a prevalência de receituários eletrônicos

388 (70,5%) das 550 prescrições coletadas. O Gráfico 1 apresenta a quantidade de prescrições

analisadas em relação a forma de redigir.

Gráfico 1 – Classificação das prescrições em relação a forma de redação de um hospital do

município de Sinop - MT.

Dentre as prescrições eletrônicas não foi constatado nenhuma ilegibilidade. As

prescrições eletrônicas apresentam vantagem em relações às outras formas de prescrição, por

não ocasionar equívocos de leitura devido a sua legibilidade, reduzindo assim os fatores de

risco para erros de medicação, proporcionando maior segurança e agilidade no processo de

medicação (PAZIN-FILHO et al., 2013; SILVA, 2012).

Quanto as 135 prescrições manuscritas analisadas, identificou-se que 100 (74,1%) das

prescrições foram classificadas como legíveis, as demais 28 (20,7%) foram consideradas

pouco legíveis e ilegíveis 7 (5,2%) das prescrições. Oliveira et al., (2015) encontraram

resultados semelhantes, em um estudo realizado em uma farmácia municipal de Catalão –

Goiás, sendo 32,6 % pouco legíveis e 4,2% ilegíveis, e por Volpe et al., (2016) em estudo

realizado em um hospital público do Distrito Federal, onde as prescrições manuais ilegíveis

representaram 4,3%. Resultado superior foi encontrado por Firmo et al. (2013), no qual 20,2%

eram prescrições ilegíveis.

Estes resultados contrariam a Lei nº 5.991/73 que estabelece que “somente será aviada

a receita que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, observados a

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nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais” e também a Resolução nº 1.931/09 do

Conselho Federal de Medicina do Código de Ética Médica que determina é “vedado ao

médico prescrever ou atestar de forma ilegível”.

A falta de legibilidade das prescrições acarreta, principalmente, interpretações

errôneas, tanto na etapa de dispensação como de administração, que podem gerar sérias

consequências e até pôr em risco a vida do paciente (OLIVEIRA, SANTOS, LEITE, 2015).

Um estudo realizado em um hospital de Belo Horizonte, foi apontado que as

prescrições eletrônicas são mais seguras, pois apresentam 6,2 vezes menos chances de

apresentarem problemas do que as manuscritas e 3,5 vezes menos quando comparadas com as

mistas (OLIVEIRA, SANTOS, LEITE, 2015).

A implantação de prescrições eletrônicas é um dos principais métodos para se evitar

erros referentes à medicação. Diversos estudos demonstraram a eficácia deste tipo de

prescrição com melhorias para os profissionais envolvidos, pacientes e instituições de saúde.

Além disso, faz se necessário a conscientização e aperfeiçoamento dos prescritores, com o

propósito de compreenderem a relevância de uma prescrição legível para o sistema de saúde

(ARAUJO, UCHOA, 2011; OLIVEIRA, SANTOS, LEITE., 2015).

A identificação completa do profissional prescritor é obrigatória nas prescrições. A

identificação permite esclarecimento de dúvidas com o prescritor e ainda dificulta a

falsificação, desvio de medicamentos e confere validade a prescrição (OLIVEIRA, SANTOS,

LEITE, 2015; SOARES et al., 2012).

Nas prescrições analisadas 89 (16,2%) não havia assinatura e carimbo do prescritor,

383 (69,6%) apresentavam assinatura e carimbo, 67 (12,2%) somente assinatura e 11 (2%)

continham apenas o carimbo. No estudo realizado por Soares et al. (2012) das 733 prescrições

analisadas 689 apresentavam carimbo e assinatura. Araújo e Uchoa (2011) observaram a

ausência de carimbo em 80% das prescrições e em 25,5% o nome do prescritor apresentava-se

ilegíveis. Não foram quantificadas as prescrições que apresentavam ilegibilidade de

assinaturas, no entanto, vale salientar que o uso do carimbo auxilia na identificação do

prescritor.

O número de registro do paciente esteve ausente em todas as prescrições analisadas,

esta informação facilitaria na identificação do paciente, evitando erros de fornecimento de

medicação a pacientes com mesmo nome ou nomes parecidos. O nome completo do paciente

não esteve presente em 60 (10,9%) prescrições e uma prescrição não possuía nenhuma

identificação do paciente.

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A ilegibilidade na identificação é outro fator que dificulta a identificação do paciente,

o nome do paciente em manuscrito apresentava-se em 142 prescrições. Destas 107 estavam

legíveis, 31 pouco legíveis e apenas 4 apresentavam-se ilegíveis (Gráfico 2). No estudo

realizado por Soares et al. (2012) em um hospital pediátrico, 8,3% das prescrições

apresentavam nome do paciente ilegível.

Gráfico 2 – Classificação quanto a legibilidade na identificação do paciente

É imprescindível a correta identificação do paciente para que se possa administrar o

medicamento com segurança. O nome completo é fundamental para prevenir erros, visto que

pode haver pacientes com o mesmo nome, na mesma unidade, recebendo o mesmo

medicamento, mas em concentração ou doses diferentes. Devido a isso, faz se necessário a

utilização de registro de pacientes para minimizar erros de identificação (FASSARELLA et

al., 2013).

Quanto à unidade de internação, apenas 124 (22,5%) prescrições apresentavam esta

informação, destas 70 (56,5%) eram da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, 52

(41,9%) da UTI pediátrica e somente 2 (1,6%) das outras clínicas. A caracterização da

unidade de internação nas prescrições eram bem definidas, nas UTIs adulto e pediátrica, visto

que estes setores possuíam prescrições padronizadas. Em relação a informações a respeito do

leito e número do quarto do paciente, 259 (47,1%) prescrições apresentavam somente uma das

informações.

As prescrições hospitalares devem conter no mínimo as seguintes informações de

forma legível: nome da instituição; nome completo do paciente (sem rasuras e abreviações);

número do prontuário ou registro de atendimento; leito; unidade de internação; e

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quarto/enfermaria. Em caso de pacientes acolhidos em caráter de emergência ou

inconscientes, devem-se utilizar-se de códigos para cada paciente, seguidos de número de

prontuário ou registro de atendimento (BRASIL, 2014).

Segundo Silva (2007), a utilização de códigos de barras e pulseiras de identificação de

paciente é o método mais seguro para prevenir erros de medicação. O autor afirma que, o

sistema de código de barras reduz em 70% na taxa de erros, uma vez que há a necessidade de

conferencia através da leitura do código, garantindo a administração do medicamento ao

paciente correto.

Conforme a Tabela 1 pode-se observar diversas falhas nas prescrições analisadas em

relação aos cumprimentos dos critérios legais e institucionais, estas falhas tonam propicio a

ocorrência de erros de medicação na instituição hospitalar. É imprescindível que a prescrição

contenha todas as informações necessárias para que seja realizada uma assistência efetiva

pelas equipes de enfermagem e farmácia (NÉRI, 2004).

Tabela 1 - Caracterização das informações referente à existência dos componentes legais e

institucionais nas prescrições de um hospital do município de Sinop - MT Componentes da prescrição Nº de prescrições %

Nome do paciente Ausente

Incompleto

Completo e legível

Pouco legível

Ilegível

1

60

454

31

4

0,2%

10,9%

82,6%

5,6%

0,7%

Clínica Ausente 426 77,5%

Presente 124 22,5%

Nº do leito ou quarto Não 291 52,9%

Sim 259 47,1%

Idade do Paciente Não 414 75,3%

Sim 136 24,7%

Peso do paciente Não 452 82,2%

Sim 98 17,8%

Assinatura do médico Não 100 18,2%

Sim 450 81,8%

Carimbo ou nº CRM do médico Não 156 28,4%

Sim 394 71,6%

Data Não 49 8,9%

Sim 501 91,1%

Informações sobre idade do paciente apresentavam-se em apenas 136 (24,7%)

prescrições, onde 41 (30,2%) eram da UTI pediátrica, 68 (50,0%) UTI adulto e 27 (19,8%)

das outras clínicas. E o peso do paciente esteve presente em somente 98 (17,8%) prescrições.

A ausência dessas informações dificulta a avaliação da prescrição pelo farmacêutico, a idade e

o peso são elementos essenciais para verificar se as doses dos medicamentos estão adequadas

ao paciente (ARAÚJO, UCHOA, 2011).

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A data estava presente em 501 (91,1%) prescrições, valor próximo ao encontrado no

estudo de Oliveira et al (2015) onde 97,78% das prescrições apresentavam data. A ausência

de data também pode induzir a erros, pois a maioria dos hospitais utiliza a o sistema de

distribuição de medicação para 24 horas, e a data pode permitir o acompanhamento da

evolução do quadro clínico do paciente (WEBER, BUENO, OLIVEIRA, 2012).

Quanto ao uso dos medicamentos nas prescrições analisadas, foram prescritos 3.223

medicamentos que equivalem a média de 5,8 medicamentos por prescrição. Estes dados se

assemelham ao encontrado por Araújo e Uchoa (2011) em um hospital pediátrico, onde

obtiveram média de 4,47 medicamentos por prescrição. A quantidade de medicamento

prescrito pode dificultar a dispensação e administração de medicamentos visto que demanda

mais tempo e cuidado para realização destes processos.

Do total de medicamentos prescritos, 1.752 (54,3%) foram prescritos utilizando-se a

Denominação Comum Brasileira (DCB), 1.461 (45,3%) denominação comercial e 10

medicamentos (0,31%) estavam escritos de forma abreviada.

A Lei nº 9.787 de 10 de fevereiro de 1999, determina que, nos serviços públicos de

saúdes, os fármacos sejam prescritos, impreterivelmente, pela DCB. No entanto, o hospital

onde este estudo foi realizado, há atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e também

pelo serviço privado, e não foi possível estabelecer de qual convenio era a prescrição, desse

modo, não se pode afirmar se o hospital cumpre a Lei em questão. Em um estudo realizado no

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás por Soares et al. (2012), em 62% das

prescrições utilizou-se a DCB, 22% o nome comercial e 16% utilizou-se abreviaturas.

A OMS preconiza a utilização de nome genérico em todas as prescrições, a fim de

colaborar no processo de medicação e melhorar a comunicação entre os profissionais que

prescrevem e os que administram o medicamento. A não utilização da DCB podem ocasionar

equívocos devido à dificuldade de identificação do medicamento, tendo em vista que possuem

medicamentos com nomes comerciais semelhantes, mas com princípios ativos diferentes

(WEBER, BUENO, OLIVEIRA, 2012; SILVA, SILVA, MASCARENHAS, 2014).

A pressão da indústria farmacêutica sobre os profissionais prescritores e o marketing

por ela exercido, influenciam a utilização do nome comercial pelo profissional prescritor. E

ainda, a ampla quantidade de apresentações para o mesmo princípio ativo, a credibilidade de

alguns laboratórios farmacêuticos e a falta de informação a respeito da legislação, são fatores

que determinam na escolha pelo nome comercial (FARIAS et al., 2007; CARDINAL et al.,

2012).

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O emprego de abreviaturas em prescrições médicas é um dos fatores que contribuem

para os erros de medicação, por causarem dificuldades de compreensão e falhas de leitura.

Entretanto, algumas abreviaturas são aceitas e frequentemente utilizadas, como as unidades de

medida: mL, mg e vias de administração: VO, IM e EV (ROSA et al, 2009; GIMENES et al.,

2009).

Gimenes et al. (2009) verificaram que 96,2% das prescrições analisadas em cinco

hospitais públicos brasileiros, possuíam abreviaturas. Apesar de não regulamentado, alguns

hospitais utilizam abreviaturas de forma padronizada (SILVA, 2012). No entanto, as

prescrições avaliadas no nosso estudo, não seguiam um padrão específico e nem havia

regulamento para uso de abreviaturas.

Em relação à via de administração, não estava presente em 320 (9,9%) dos

medicamentos prescritos. A falta desta informação pode gerar confusão, tendo em vista que

vários medicamentos possuem o mesmo nome, concentração e posologia, diferindo apenas a

via de administração. Sem informações sobre a via de administração do medicamento pode

ocasionar utilização de técnica inadequada, ocasionando alterações farmacocinéticas,

prejudicando sua biodisponibilidade. Pode ainda causar riscos ao paciente e período de tempo

maior de internação (WEBER, BUENO, OLIVEIRA, 2012).

Referente à forma farmacêutica, pode-se observar que em 2.927 (90,8%) prescrições

havia a falta desta informação. Cardinal et al (2012) observaram que a forma farmacêutica

esteve ausente em aproximadamente 73% das prescrições da UTI adulto de um hospital escola

de Campo Grande.

As posologias estavam ausentes em 345 (10,7%) prescrições. O intervalo posológico é

um dado fundamental, as dosagens devem respeitar uma sequência de tempo para manter a

ação do medicamento e atingir o efeito terapêutico desejado. A ausência de posologia pode

ocasionar intoxicação ou falha terapêutica, devido a administração em intervalos curtos ou

muito prolongados (OLIVEIRA, SANTOS, LEITE, 2015; GIMENES et al., 2009).

Referente à concentração e/ou dose, 3.014 (93,5%) dos medicamentos prescritos

apresentavam estas informações. Destes, 1.299 (43,1%) não estavam adequadamente

prescritos, com ausência, erro de unidade métrica ou substituição por designações como: “cp;

comp; ampolas; frascos; gotas”. A ausência da concentração dificulta o processo de

dispensação, podendo comprometer a eficácia do tratamento, levando a administração de

doses incorretas, por uso de subdoses ou sobre dose, devido a existência de diversos

medicamentos apresentar-se com mais de uma concentração diferente (SILVA, 2012).

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Diversas prescrições apresentavam-se da seguinte forma: “insulina regular conforme

protocolo”, no entanto, não havia um protocolo impresso disponível no hospital para consulta

pelos funcionários.

De acordo com o gráfico 3, a informação relacionada a descrição do medicamento,

mais omitidas nas prescrições analisadas foi a forma farmacêutica, semelhante ao estudo de

Aguiar et al. (2006) onde a forma farmacêutica foi a informação omitida em 84% das 167

prescrições analisadas.

Tabela 2 – Informações relacionadas à prescrição de medicamento frequentemente omitida

em um hospital do município de Sinop – MT Informação Nº de prescrições %

Forma farmacêutica 2927 90,8%

Posologia 345 10,7%

Via de administração 320 9,9%

Concentração/Dose 209 6,5%

Em relação à quantidade de antimicrobianos prescritos foi de 542 (16,7%), que

equivale em média um antimicrobiano por prescrição. A OMS preconiza o limite de até 20%

de prescrições para antimicrobianos, estando o valor encontrado dentro do limite estabelecido.

Valor inferior foi encontrado por Weber et al. (2012), onde 10,53% das prescrições de um

hospital de pequeno porte do Rio Grande do Sul. Entretanto, o hospital pesquisado pode ter

usado mais antimicrobiano em consequência do tipo de atendimento realizado visto que

dispõe de pronto socorro e UTIs.

Os medicamentos injetáveis apresentaram-se em 2.116 (65,6%) dos medicamentos

prescritos. Weber et al. (2012) encontraram 47,08% de injetáveis prescritos e segundo estes

autores esse índice está relacionado ao ambiente hospitalar, onde a maioria dos pacientes

encontram-se debilitados ou inconscientes o que dificulta a terapia por via oral.

Os medicamentos injetáveis são preferidos pelos prescritores em terapias de urgência

devido a ação rápida, no entanto quando administrados ou prescritos incorretamente podem

ocasionar problemas graves. Os injetáveis possuem grande potencial de causar reações

anafiláticas, necroses teciduais e infecções causadas por falta de assepsia incorreta (SOUSA et

al., 2016; Weber et al., 2012).

Dentre os 2.116 injetáveis prescritos, 1.870 (88,4%) necessitavam da prescrição do

diluente, no entanto, as informações a respeito do diluente só se apresentavam em 404

(21,6%) medicamentos prescritos. No estudo realizado por Aguiar et al. (2006) em um

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hospital de Fortaleza-CE 48,7% dos injetáveis prescritos não haviam informações a respeito

do diluente.

Os erros produzidos por diluição incorreta podem ocasionar diversos problemas ao

paciente e elevação dos custos para as instituições de saúde, devido à perda de medicamentos.

A incompatibilidade entre o diluente e o medicamento pode gerar reações físico-químicas

comprometendo a eficácia do medicamento. Geralmente, estas reações são visíveis, como

mudança de coloração, turvação, precipitação, formação de gás, possibilitando a identificação

antes da administração ao paciente, entretanto, outras reações podem ser negligenciadas e

dificilmente serem visualizadas (GALVÃO et al., 2012).

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6. CONSIDERAÇÕES

Este estudo evidenciou falhas no sistema de prescrição de medicamentos e

descumprimento de determinações legais para elaboração da prescrição. Identificou-se falta

de dados do paciente e médico prescritor, ausência de informações a respeito do

medicamento, além de rasuras e ilegibilidade.

A falta de informações, informações ilegíveis ou abreviaturas, podem gerar

interpretações equivocadas, como troca de medicamentos, mudança na via de administração,

uso de doses maior ou menor que a necessária, que podem afetar diretamente a segurança do

paciente e a eficácia terapêutica.

A denominação comum brasileira não foi utilizada em todas as prescrições, como

preconizado pela OMS. Os nomes comerciais de medicamentos ainda são muito utilizados

pelos profissionais. Não utilizar a DCB pode resultar em interpretação errada no ato da

dispensação do medicamento.

Dados referentes ao peso e altura do paciente são imprescindíveis, pois permitem ao

farmacêutico analisar a prescrição e prevenindo equívocos de concentração, dosagem e

posologia.

Faz se necessário adotar medidas para prevenir erros relacionados à prescrição dentro

da instituição, como: implantar o sistema de prescrição eletrônica para todas as prescrições,

evitando assim erros de interpretação; preencher todos os dados do paciente, peso, altura,

leito, para avaliação da prescrição por outros profissionais; não utilizar abreviaturas; utilizar a

DCB em todas as prescrições; promover treinamentos a fim de conscientizar todos os

profissionais sobre a importância da prescrição; ampliação da atuação do farmacêutico na

equipe de saúde, de forma que possa acompanhar todas as etapas que envolvem

medicamentos.

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REFERÊNCIAS

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Ribeirão Preto, 2007.

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n. 2, p. 84-91, 2006.

ANACLETO, T. A. et al. Erros de medicação. Pharmacia Brasileira. Comissão de Farmácia

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ARAÚJO, P. T. B.; UCHÔA, S. A. C. Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos

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8. ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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