perder e manter o peso na obesidade - evidência clínica...

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www.medscape.org/spotlight/weight-loss Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas Abordagens Esta atividade educativa é patrocinada por um subsídio educativo independente concedido pela Novo Nordisk Global.

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Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas AbordagensEsta atividade educativa é patrocinada por um subsídio educativo independente concedido pela Novo Nordisk Global.

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Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas Abordagens

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Esta atividade educativa é destinada a um público internacional de profissionais de cuidados de saúde de fora dos EUA, especifica-mente endocrinologistas, diabetologistas, médicos de família, cardiologistas e outros profissionais de cuidados de saúde envol-vidos na assistência a pacientes com excesso de peso e obesos.

O objetivo desta atividade é examinar o desafio mundial da obesidade, novas perspetivas na fisiologia da regulação do peso e novas opções de tratamento.

Após a conclusão desta atividade, os participantes estarão aptos a:

• Identificar estratégias adequadas de comunicação, avaliação e tratamento para pacientes com excesso de peso e obesos• Explicar o fundamento de terapias emergentes para perda de peso e as evidências clínicas de perda de peso acentuada e

sustentada com a perspetiva de prevenir as comorbidades associadas à obesidade

Informações sobre o corpo docente e declaraçõesA WebMD Global exige que todo indivíduo que tenha controle sobre o teor de uma das suas atividades educativas declare quais-quer relações financeiras relevantes ocorridas nos últimos 12 meses que possam criar um conflito de interesses.

Xavier Pi-Sunyer, MD, MPH Professor de Medicina, Departamento de Medicina; Diretor, New York Obesity Research Center, Columbia University College of Physicians and Surgeons, New York Presbyterian Hospital, Nova Iorque, Nova Iorque, Estados Unidos da América

Declaração: Xavier Pi-Sunyer, MD, MPH declarou as seguintes relações financeiras relevantes:

• Atuou como conselheiro ou consultor para: Eli Lilly and Company; Novo Nordisk; Zafgen

Walmir F. Coutinho, MD Professor Catedrático de Endocrinologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro; Diretor de Ensino e Pesquisa, Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia, Rio de Janeiro, Brasil

Declaração: Walmir F. Coutinho, MD declarou as seguintes relações financeiras relevantes:

• Atuou como conselheiro ou consultor para: AstraZeneca Pharmaceuticals LP; Janssen Global Services LLC; Novo Nordisk • Atuou como palestrante ou integrou o painel de palestrantes para: AstraZeneca Pharmaceuticals LP; Janssen Global Services

LLC; Novo Nordisk• Recebeu subsídios para pesquisa clínica de: Novo Nordisk

Robert F. Kushner, MD Professor de Medicina, Northwestern University Feinberg School of Medicine; Diretor, Center for Lifestyle Medicine, Northwestern Medicine, Chicago, Illinois, Estados Unidos da América

Declaração: Robert F. Kushner, MD declarou as seguintes relações financeiras relevantes:

• Atuou como conselheiro ou consultor para: Novo Nordisk; Takeda Pharmaceuticals North America, Inc.; RetroFit Technologies, Inc.; Weight Watchers International, Inc.; Zafgen

• Recebeu subsídios para pesquisa clínica de: Aspire Bariatrics

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PERDER  E  MANTER  O  PESO  NA  OBESIDADE:  EVIDÊNCIA  CLÍNICA  PARA  

NOVAS  ABORDAGENS  

Xavier  Pi-­‐Sunyer,  MD,  MPH  Professor  de  Medicina  Departamento  de  Medicina;    Diretor,  New  York  Obesity  Research  Center    Columbia  University  College  of  Physicians  and  Surgeons    New  York  Presbyterian  Hospital    Nova  Iorque,  EUA    

Moderador  

F Xavier Pi-Sunyer, MD, MPH: Olá, o meu nome é Xavier Pi-Sunyer. Sou Professor de Medicina no Departamento de Medicina da Columbia University, College of Physicians and Surgeons e também trabalho no New York Presbyterian Hospital. Bem-vindos a este programa intitulado Perda de Peso Efetiva e Sustentada na Obesidade – Evidência Clínica para Novas Abordagens.

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Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas Abordagens

Robert  F.  Kushner,  MD  Professor  de  Medicina  na  Northwestern  University  Feinberg  School  of  Medicine;    Diretor,  Center  for  Lifestyle  Medicine  Northwestern  Medicine    Chicago,  EUA  

Walmir  F.  CouMnho,  MD  Professor  CatedráLco  de  Endocrinologia  na  PonLMcia  Universidade  Católica  do  Rio  de  Janeiro;    Diretor  de  Ensino  e  Pesquisa  do  InsLtuto  Estadual  de  Diabetes  e  Endocrinologia      Rio  de  Janeiro,  Brasil  

Integrantes  do  painel  

Juntam-se a mim 2 amigos e colegas de longa data. Primeiro, ao meu lado está o Dr. Robert Kushner que é Professor de Medicina na Northwestern University, Feinberg School of Medicine, e Diretor do Center for Lifestyle Medicine in Chicago, Northwestern Uni-versity, e Walmir Coutinho, que é Professor de Endocrinologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro no Brasil.

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A  Obesidade  no  Mundo  em  Adultos  com  18  Anos  ou  Mais:  2014    

hQp://www.who.int/en/  

≥30,0

Prevalência, %

Não se aplica

<10,0

10-19,9

20,0-29,9

Dados não existentes

Para iniciar esta intervenção deixem-me falar um pouco sobre a prevalência da obesidade na União Europeia e no mundo. A primeira coisa a dizer é que a epidemia teve início nos EUA. Atualmente, 69% da população dos EUA tem excesso de peso e é obe-sa. 35% da população é obesa. Trata-se de um enorme problema nos EUA, que implica perdas de produtividade de cerca de 4 mil milhões de dólares nos Estados Unidos da América. O mesmo acontece em todo o mundo. Muitos países da União Europeia estão a aproximar-se de nós. O problema tem vindo a crescer na América Latina, de onde vem o Walmir, bem como na China, na Índia e no Sudoeste da Ásia. É um problema mundial.

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Risco  de  Comorbidades  Com  o  Aumento  do  IMC  

WilleQ  WC,  et  al.  N  Engl  J  Med.  1999;341(6):427-­‐434.  

0  

1  

2  

3  

4  

5  

6  

7  

≥21   22   23   24   25   26   27   28   29  

DM2   Hipertensão  arterial   DC  

Risco  Re

laMv

o  

IMC  

Porque é que esta questão nos preocupa? Preocupa-nos porque existe uma relação entre obesidade e comorbidades. A questão é: qual é a dimensão do problema, Bob?

Robert F Kushner, MD: É um grande problema. As doenças não transmissíveis são a primeira causa de morte em todo o mundo, doença cardiovascular, cancro, diabetes, e doença das vias respiratórias inferiores. A obesidade está associada a 3 das mais impor-tantes doenças não transmissíveis. Se acrescentarmos problemas como a doença hepática gordurosa não alcoólica, a doença do refluxo gastroesofágico, a artrite, a qualidade de vida e a depressão, etc. vemos que é um problema significativo e o tratamento da obesidade permite gerir estas doenças não transmissíveis crónicas.

Dr. Pi-Sunyer: Obrigado. Walmir, de que forma a perda de peso ajuda esta situação das comorbidades?

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Perda  de  Peso,  Metabólico  e  Outros  BeneWcios  para  a  Saúde    

≥5%  

≥15%  

≥10%  

Prevenção  da  DM2;  com  DM2  -­‐  melhor  controlo  glicémico/  redução  da  medicação;  melhoria  da  inconLnência  urinária  de  esforço,  mobilidade,  artralgias,  qualidade  de  vida  relaLva  ao  peso;  melhoria  dos  fatores  de  risco  para  DCV  (HDL-­‐C,  triglicerídeos,  PA)  

Melhorias  anteriores;  melhoria  da  apneia  do  sono;  remissão  da  DM2;  redução  de  eventos  de  DCV;  redução  da  mortalidade  por  qualquer  causa    

Melhorias  anteriores;  redução  adicional  de  eventos  de  DCV;  redução  adicional  da  mortalidade  por  qualquer  causa  e  redução  do  risco  de  cancro  (com  perda  de  peso  cirúrgica)  

Sierra-­‐Johnson  J,  et  al.  Eur  J  Cardiovasc  Prev  Rehabil.  2008  Jun;15(3):336-­‐340;  Blackburn  G.  Obes  Res.  1995;3(suppl  2):211s-­‐216s;  Foster  GD,  et  al.  Arch  Intern  Med.  2009;169:1619-­‐1626;  Greg  EW,  et  al.  JAMA.  2012;308:2489-­‐2496;  Sjostrom  L,  et  al.  J  Intern  Med.2013;273:219-­‐234;  Christou  NV,et  al.  Surg  Obes  Relat  Dis.  2008;4:691-­‐695;  Wing  RR,  et  al.  J  Urol.  2010;184:1005-­‐1010.  

Walmir F Coutinho, MD, PhD: Essa é a boa notícia já que pequenas perdas de peso podem realmente levar a melhorias signifi-cativas na maioria das complicações metabólicas da obesidade. Mesmo perdas de 5 a 10% de peso provocam melhorias no perfil lipídico, no controlo glicémico em pacientes com diabetes tipo 2, no controlo da hipertensão e em vários aspetos metabólicos da obesidade com comorbidades.

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Mecanismos  Envolvidos  no  Desenvolvimento  da  DM2    

hQp://www.ndep.nih.gov/am-­‐i-­‐at-­‐risk/DiabetesRiskFactors.aspx  

DM2  

Níveis  de  Gordura  e  de  Colesterol  

Elevados  

Tabagismo   Excesso  de  Peso  

EsMlo  de  Vida  Sedentário/

InaMvo  

PA  Elevada  

Dr. Pi-Sunyer: Obrigado, Walmir. Quais são os mecanismos potencialmente envolvidos no desenvolvimento e na progressão da diabetes? Sabemos que as pessoas comem demais e que são muito sedentárias. Sabemos que isso começa na infância, aliás já sabemos que começa durante a gravidez. Há dados suficientes que indicam que os filhos de grávidas obesas ou diabéticas e obesas têm estas mesmas características. Trata-se de uma evolução significativa e as mulheres têm tendência a ganhar peso com a gravidez e os americanos, pelo menos nos Estados Unidos, apresentam um aumento de peso entre 0,45 e 0,68 kg por ano entre os 20 e os 60 anos de idade e o mesmo acontece no resto do mundo. O meio ambiente tem impacto nesta questão, mas também estão envolvidos muitos fatores biológicos. Bob, fale-nos um pouco sobre a ligação entre o trato gastrointestinal e o cérebro e a forma como esta influencia o apetite e a fome.

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A  Ligação  Entre  o  Trato  GastrointesMnal,  o  Cérebro,  o  Tecido  Adiposo  e  o  Peso  Corporal  

Ahima  RS,  et  al.  J  Clin  Invest.  2008;118(7):2380-­‐2383.  

Controlo  homeostáLco  da  alimentação,  gasto  energéLco  e  hormonas  

Grelina  

Nutrientes  

Tecido  adiposo  

Fígado  

LepLna  Insulina    

Pâncreas  

IncreLnas    

Trato  gastrointesMnal  

GLP-­‐1  PYY  OXI  

Músculo  

CCK  

LepMna  GRP  NMB  

Hipotálamo  

Dr. Kushner: Sim, você mencionou a biologia da obesidade; eu penso que o estudo das causas da fome é uma área muito entu-siasmante que explodiu durante a última década. O que provoca a sensação de se estar cheio?

Sabe-se agora que existe uma ligação entre as hormonas do trato gastrointestinal e o cérebro. Por exemplo, a hormona grelina, produzida pelo estômago, é responsável pela fome. Quando está elevada, sentimos fome. Quando não comemos há algum tempo temos a sensação de estarmos esfomeados. Essa sensação é atenuada mal comemos. Isso deve-se em parte à redução dos níveis de grelina. Para além disso, existem hormonas responsáveis pela sensação de estarmos cheios. Alguns exemplos são o PYY, o GLP-1 e a oxintomodulina. É sobretudo a interação entre estas hormonas do trato gastrointestinal que controla o centro do ape-tite (um sistema homeostático) e nos diz quando devemos ou não comer.

O curioso é que à medida que as pessoas começam a perder peso, estas hormonas sofrem uma adaptação que leva a um aumen-to do apetite quanto mais peso elas perdem e a sentirem-se menos cheias. Isto é em parte desencadeado por estas hormonas do trato gastrointestinal que querem que voltemos ao peso inicial. É errado pensar que as pessoas voltam a ganhar peso devido ao seu comportamento, ou seja, por deixarem de aderir ao programa. A monotonia da dieta pode em parte contribuir para isso, mas igualmente importante é a biologia da obesidade baseada nesta interação entre as hormonas do trato gastrointestinal e o cérebro.

Dr. Pi-Sunyer: Obrigado, Bob. Walmir, dadas todas estas causas ambientais e biológicas da obesidade, qual tem sido o tratamento convencional para a perda de peso e manutenção desta nestes indivíduos?

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Intervenções  para  Perda  de  Peso  em  Pacientes  com  Excesso  de  Peso  e  Obesos  

•  Nutrição  –  Redução  do  aporte  energéLco  em  500-­‐1000  kcal/d  

•  ALvidade  Msica  –  Inicialmente  30  min  em  intensidade  moderada  3-­‐5  vezes/sem;  

eventualmente  aumentar  para  60  min  praLcamente  todos  os  dias    

•  Intervenções  comportamentais  •  Prevenção  de  comorbidades  •  Farmacoterapia:  

–  IMC  ≥30  kg/m2  ou  IMC  ≥27  kg/m2  +  fatores  de  risco  –  Adjuvante  à  modificação  da  dieta  e  do  esLlo  de  vida  

•  Cirurgia  bariátrica  –  IMC  ≥  40  kg/m2  ou  IMC  ≥35  kg/m2  +  fatores  de  risco  –  Considerar  caso  outras  tentaLvas  de  perda  peso  tenham  falhado;  implica  

monitorização  médica  ao  longo  da  vida    Tsigos  C,  et  al.  Obes  Facts.  2008;1(2):106-­‐116.  

Diretrizes de Práticas da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade

Dr. Coutinho: É muito importante conseguir mudanças significativas no comportamento dos pacientes. É importante estimular a atividade física ou o exercício físico e é muito importante melhorar os hábitos alimentares de cada paciente mesmo na presença de medicação para a obesidade. Quanto mais se investe nos problemas relacionados com a perda de peso, na modificação de comportamentos, mais peso o paciente consegue perder.

Dr. Pi-Sunyer: Bob, quais são os desafios práticos do tratamento? Existe o paradigma tradicional de tratamento e há um esforço por parte de todos os médicos e dietistas, mas quais são os desafios envolvidos?

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Barreiras  e  Complicações  no    Tratamento  da  Obesidade  

Sharma  AM.  Obes  Rev.  2010;11(11):808-­‐809.  

Mentais  Transtorno  do  humor  

Transtorno  de  ansiedade  Transtorno  de  défice  de  atenção  

Transtorno  do  sono  Transtorno  de  personalidade  Transtorno  de  dependência  

Transtorno  psicóLco    Transtorno  cogniLvo  

Mecânicas  Osteoartrose  

Dor  Doença  do  refluxo  Síndrome  da  apneia  obstruLva  do  sono  

InconLnência  urinária  Intertrigo  

Pseudotumor  cerebral  Fascite  plantar    

Monetárias  Escolaridade  Emprego  

Baixos  rendimentos  Incapacidade  

Seguro  de  Vida/Saúde  Programas  de  perda  de  peso  

Mobiliário/aparelhosbariátricos  Vestuário  de  tamanhos  grandes  

Metabólicas  DM2  

Dislipidemia  Hipertensão  arterial  

DHGNA  Doença  biliar  

SOP  InferLlidade  

Cancro  

Obesidade  

Dr. Kushner: Trata-se provavelmente de uma das atividades mais difíceis de um médico na prática clínica. Por um lado, nós, ou a maioria dos prestadores de cuidados, não temos formação para tratar a obesidade. É esta interação, o conjunto de capacidades que inclui competências comunicacionais, mudanças comportamentais, a compreensão da ligação entre o trato gastrointestinal e o cérebro da qual falei, o ambiente e os fatores sociais. Todos estes fatores entram em jogo para ajudar as pessoas a controlar o peso.

Eu penso que a formação dos médicos está focada no diagnóstico e tratamento do problema, mas não é assim tão simples. Qual-quer pessoa com problemas de peso nos diz que o quotidiano dificulta a perda de peso. Eu sei que tenho de reduzir as calorias e que devo fazê-lo equilibradamente, mas há tantos outros fatores que dificultam esse processo. O maior desafio do médico é como fazer isso com a sua agenda sobrecarregada? Como rodear-se de uma equipa na qual delegar algumas responsabilidades, já que não se tem tempo nem formação; colaborar com o dietista, com o psicólogo, com o enfermeiro especializado/assistente do médico numa abordagem de equipa para ajudar os indivíduos a controlar o peso. Penso que é de facto o dilema mais difícil com o qual nos deparamos atualmente.

Dr. Pi-Sunyer: Sim. Walmir, não é também um problema o facto de muitos médicos não terem uma equipa de trabalho?

Dr. Coutinho: Sim, essa é uma limitação muito importante. Algumas destas ferramentas comportamentais são subutilizadas, porque os médicos ou os dietistas pensam que precisam de uma equipa multidisciplinar para implementar algumas ferramentas de mudança de estilo de vida.

Dr. Pi-Sunyer: Poderiam fazê-lo eles próprios.

Dr. Coutinho: Poderiam fazê-lo eles próprios. É muito importante que todos os profissionais de saúde percebam isso.

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Tratamentos  Aprovados  pela  EMA  para  Controlo  do  Peso  Anteriores  a  2015  

Orlistate    60  e  120  mg  

Naltrexona  32  mg/  Bupropiona  360  mg  

Liberação  prolongada  

hQp://www.ema.europa.eu/ema/  

Aprovado  em    22  de  dezembro  de  

2014  

Aprovado  em    23  de  outubro  de  

2008  

Dr. Pi-Sunyer: Os tratamentos atualmente usados na União Europeia incluem o uso do orlistate e da naltrexona/bupropiona e vamos agora falar um pouco sobre isso. Walmir, pode fazer-nos um pequeno esboço do uso do orlistate e da sua eficácia?

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O  Orlistat  é  um  Inibidor  Reversível  de  Lipases  do  Trato  GastrointesMnal  

Guerciolini  R.  Int  J  Obes  Relat  Metab  Disord.  1997;21  Suppl  3:S12-­‐23.  

Lúmen  IntesMnal    

Lipase  

Orlistate  

Lipase  

Lipase  

MG  

AG  

Ácidos  biliares   Micela  

TG  

Célula  da  Mucosa  

Dr. Coutinho: Sim, o orlistate está disponível no mercado a nível mundial há já quase 20 anos. Tem um impacto metabólico muito significativo mesmo com uma pequena perda de peso.

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Torgerson  JS  et  al.  Diabetes  Care.  2004;27(1):155–161.    

XENDOS:  Efeito  no  Peso  Corporal  do  Tratamento  a  Longo  Prazo  com  Orlistate  

-12

-10

-8

-6

-4

-2

0 52 104 156 208

Semanas  

Orlistate  +  EsMlo  de  Vida   Placebo  +  EsMlo  de  Vida  

Alterações  no  Pe

so  Corpo

ral  (kg)  

0  

O orlistate permite uma perda de peso entre 3 e 5 kg, subtraído o placebo.

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Alterações  Médias  dos  Fatores  de  Risco  para  Doença  Coronária  Com  Orlistate  

Estudo  Sueco  Sobre  MulMmorbidade  

Lindgarde  F,  et  al.  J  Intern  Med.  2000;248(3):245-­‐254.  

CT  (mmol  L-­‐1)  

LDL-­‐C  (mmol  L-­‐1)    

HDL-­‐C  (mmol  L-­‐1)  

TG    (mmol  L-­‐1)  

GJ  (mmol  L-­‐1)  

HbA1c    (%)  †  

PAS  (mmHg)  

PAD  (mmHg)  

Placebo   Semana  52  (%  alteração)   -­‐0,52±12,4   -­‐1,14±23,5   2,612±14,6   3,79±45,6   -­‐0,14±16,1   -­‐0,51±7,77   -­‐2,1±10,5   -­‐2,6±10,7  

Orlistate  120  mg  

Semana  52  (%  alteração)   -­‐3,34±13,4   -­‐6,99±26,5   1,55±17,6   3,36±50,9   -­‐5,05±16,3   -­‐2,72±9,79   -­‐2,7±11,7   -­‐2,3±10,4  

Valor  de  P*   P<0,05   P<0,05   NS   NS   P<0,01   P<0,05   NS   NS  

*Diferença  de  alteração  entre  grupos  desde  a  semana  -­‐2.  †Hb1Ac  não  foi  determinada  na  semana  -­‐2  portanto  a  alteração  da  HbA1c  é  entre  as  semanas  0  e  52.  

Mas apesar desta modesta perda de peso, o orlistate produz uma melhoria muito significativa em vários perfis metabólicos. Por exemplo, o colesterol LDL diminui com o uso do orlistate, bem como a pressão arterial, e consegue-se uma melhoria significativa no controlo glicémico dos pacientes com diabetes tipo 2 mesmo na ausência de perda de peso.

Dr. Pi-Sunyer: Quer dizer alguma coisa sobre questões de segurança?

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Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas Abordagens

Efeitos  Adversos  NoMficados  Decorrentes  do  Uso  de  Orlistate  

hQp://www.ema.europa.eu/ema/  

Reação  ou  Evento  Adverso  Distúrbios  

do  sistema  nervoso  

Distúrbios  respiratórios,  torácicos  e  mediasLnais   Distúrbios  gastrointesLnais  

Distúrbios  renais  e  urinários  

Distúrbios  do  metabolismo  e  

nutrição  

Infeções  e  infestações  

Distúrbios  gerais  e  

condições  do  local  de  

administração  

Distúrbios  do  sistema  

reprodutor  e  da  mama  

Transtornos  psiquiátricos  

Muito  comum  

Muito  comum   Comum   Muito  comum   Comum   Comum   Muito  comum   Muito  

comum   Comum   Comum   Comum  

Cefaleia  

Infeção  das  vias  

respira-tórias  

superiores  

Infeção  das  vias  

respiratórias  inferiores  

Dor/desconforto  abdominal;  excreção  de  pequenas  

quanLdades  de  óleo;  flatulência  com  expulsão;  urgência  fecal;  

fezes  gordurosas/oleosas;  

flatulência;  fezes  líquidas;  

evacuação  oleosa;  

defecação  mais  frequente  

Dor/desconforto  retal;  fezes  moles;  

inconLnência  fecal;  distensão  

abdominal;  distúrbio  dentário;  

distúrbio  gengival  

Infeção  do  trato  

urinário  Hipoglicemia   Gripe   Fadiga   Menstruações  

irregulares   Ansiedade  

Dr. Coutinho: Sim, pode causar diarreia e incontinência fecal, mas quando os pacientes são devidamente informados, os riscos de efeitos secundários podem ser evitados.

Dr. Pi-Sunyer: Obrigado. Bob, e em relação à naltrexona/bupropiona?

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MOA  da  Naltrexona  LP  /Bupropiona  LP  para  Iniciar  e  Manter  a  Perda  de  Peso  •  Evidências  pré-­‐clínicas/clínicas  de  sinergismo  farmacológico  –  Aumento  da  aLvidade  da  POMC  por  

sinergismo  entre  naltrexona/bupropiona    

–  A  bupropiona  aumenta  os  níveis    de  dopamina  no  hipotálamo  através  da  inibição  da  recaptação  da  dopamina,  aumentando  a  aLvidade  da  POMC    

–  Diminuição  sinergísLca  da  ingestão  de  alimentos  e  do  peso  corporal  

β-­‐endorfina  

Bupropiona  

α-­‐MSH  

Naltrexona  

Perda  de  Peso  

Greenway  FL,  et  al.  Obesity.  2009;17:30-­‐39.    

Dr. Kushner: Estes 2 medicamentos já estão disponíveis no mercado. Já devem ser conhecidos pela maioria dos médicos. A característica distintiva é que os 2 medicamentos estão juntos numa formulação de liberação prolongada, as doses mudaram. A combinação dos 2 é um medicamento eficaz na perda de peso. A naltrexona é um antagonista opioide que afeta o recetor mu. É usado para a dependência de opioides. A bupropiona é um anti-depressivo também usado para a cessação do tabagismo, princi-palmente através das vias dopaminérgicas. Quando combinados têm um efeito na perda de peso por atuação sobre a POMC e o centro do apetite.

Eu vejo a eficácia como uma resposta categórica. Penso que os pacientes compreendem. Eles dizem: Dr., qual é a probabilidade de eu perder peso durante este ano?

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Efeito  da  Naltrexona  LP/Bupropiona  LP  no  Peso  Corporal  Nos  Diversos  Ensaios  

Greenway  FL,  et  al.  Lancet.  2010;376(9741):595-­‐605;  Apovian  CM,  et  al.  Obesity  (Silver  Spring).  2013;21(5):935-­‐943;  Wadden  TA,  et  al.  Obesity  (Silver  Spring).  2011;19(1):110-­‐120;  Hollander  P,  et  al.  Diabetes  Care.  2013;36(12):4022-­‐4029.  

0  

10  

20  

30  

40  

50  

60  

70  

COR-­‐I   COR-­‐II   COR-­‐BMOD   COR-­‐T2DM  

≥5%  Perda  de  Peso  

Placebo   NB32  

0  

5  

10  

15  

20  

25  

30  

35  

40  

45  

COR-­‐I   COR-­‐II   COR-­‐BMOD   COR-­‐T2DM  

≥10%  Perda  de  Peso  

Placebo   NB32  

mITT-­‐LOCF;  *P<0,001  vs.  placebo  

*  *  

*  

*  *  

*  

*  

*  Percen

tual  

Os estudos mostram que os indivíduos que tomam este medicamento têm cerca de 50% de probabilidade de perderem cerca de 5% do peso corporal. E 30% de probabilidade de perderem 10% do peso corporal ao fim de 1 ano. Os estudos apenas avaliaram até 1 ano e por isso este é o tempo máximo que temos no que diz respeito à eficácia. Serão realizados estudos para determinar os efeitos cardiovasculares a mais longo prazo.

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Naltrexona  LP/Bupropiona  LP:  EAs  Emergentes  do  Tratamento  Mais  Comuns  

COR-­‐I   COR-­‐II  

Placebo  N=569  

NB16  N=569  

NB32  N=573  

Placebo  N=492  

NB32  e  NB48  N=992  Eventos  Adversos  

Náusea    5,3%    27,2%    29,8%   6,9%    29,2%  Cefaleia    9,3%    16,0%    13,8%   8,7%    17,5%  Prisão  de  ventre    5,6%    15,8%    15,7%   7,1%    19,1%  Tontura   2,6%      7,7%      9,4%   3,7%      6,9%  Vómitos   2,5%      6,3%      9,8%   2,0%      8,5%  Boca  seca   1,9%      7,4%      7,5%   2,6%      9,1%  

Pacientes  que  interrompem  o  tratamento  devido  a  EAET   9,8%   21,4%   19,5%   13,8%   24,3%  

Náusea   0,4%   4,6%   6,3%   0,2%   6,0%  Tontura   0,5%   2,3%   1,2%   0,2%   1,0%  Cefaleia   0,7%   1,6%   0,9%   0,8%   2,6%  Vómitos   0,2%   0,7%   0,9%   0%   0,8%  Insónia   0,2%   0,7%   0,7%   1,0%   0,8%  

Greenway  FL,  et  al.  Lancet.  2010;376(9741):595-­‐605;    Apovian  CM,  et  al.  Obesity  (Silver  Spring).  2013;21(5):935-­‐943.  

O perfil dos efeitos secundários do medicamento inclui náusea gastrointestinal, vómitos e prisão de ventre. O aumento lento da dose parece abater ou diminuir esses efeitos secundários. O tempo dirá qual o efeito a longo prazo do medicamento mas, como com todas as drogas, ele funciona quando o paciente adere à terapêutica. Se o doente parar de tomar o medicamento é provável que volte a ter fome novamente. É mesmo necessário utilizar as intervenções comportamentais e de outros tipos para ajudar na manutenção da perda de peso.

Dr. Pi-Sunyer: Um dos problemas parece ser a incapacidade de manter a perda de peso depois de se ter tomado o medicamento. Em geral, as pessoas perdem peso e atingem o nadir aproximadamente aos 6 meses e depois começam a ganhar peso nova-mente. Algumas ganham peso mais depressa do que outras. Claramente, como você diz, se pararem de tomar o medicamento voltam ao nível do placebo, mas não conseguem manter isso durante muitos anos. O que você faz quanto a isso com os seus pacientes?

Dr. Kushner: Muitos pacientes não querem ficar a tomar medicação para controlar o peso toda a vida. Se o paciente perguntar se tem de tomar um medicamento para o resto da vida, a minha resposta é talvez. Não digo sim nem não, digo talvez. Digo-lhes que devemos utilizar esse tempo em que estão a tomar o medicamento como uma janela de oportunidade para reforçar a alteração da dieta, a atividade física, os estímulos comportamentais e o controlo ambiental para que quando deixarem a medicação, por uma razão qualquer, estejam comprometidos o mais possível com essa mudança de estilo de vida. No entanto existem os desafios relacionados com a biologia da obesidade, ou seja, mecanismos internos ou adaptações que lutam contra o paciente fazendo-o voltar a ganhar peso. É por essa razão que os medicamentos servem para o controlo biológico a longo prazo.

Dr. Pi-Sunyer: Tem mais alguma coisa a acrescentar, Walmir?

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Dr. Coutinho: Sim, eu penso que uma característica muito importante dos medicamentos para a perda de peso é o facto de que apesar de levarem à perda de peso e ajudarem os pacientes a manter essa perda de peso, não permitem a perda de peso que os pacientes normalmente desejam. É aproximadamente 30 a 35% a perda de peso que o doente espera mas a medicação para a perda de peso não tem por objetivo a perda de tanto peso.

Dr. Kushner: Devo apenas acrescentar uma coisa, e concordo com você e julgo ser muito importante falar com os pacientes sobre a média ou sobre os resultados dos estudos, mas acho que ambos sabemos que existe uma grande heterogeneidade ou diferen-ças de desfechos. Temos pacientes nos nossos consultórios que apresentam resultados melhores do que os obtidos no estudo, pois não se trata de um estudo. Estamos a usar medicamentos e intervenções que são específicos para um determinado paciente. Eu penso que é importante os pacientes terem expetativas razoáveis, mas sabendo que existe uma grande variabilidade nos des-fechos.

Dr. Pi-Sunyer: Recentemente, os esforços científicos de muitos investigadores resultaram numa nova classe de medicamentos para a perda de peso, os agonistas do recetor do peptídeo tipo-glucagon 1 (GLP-1), ou seja, atuam sobre o recetor do GLP-1. O peptídeo semelhante ao glucagon é um peptídeo que se encontra no trato gastrointestinal e quando é liberado são enviados sinais para o cérebro. Também são enviados sinais para o estômago que estão relacionados com a capacidade que esta classe de medicamentos tem de diminuir o peso. Bob, você quer desenvolver esta ideia um pouco mais?

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Aprovação  da  LiragluMda  para  o  Controlo  do  Peso  •  Aprovação  pela  FDA:  23  de  dezembro  de  2014    

•  Aprovação  pela  EMA:  22  de  janeiro  de  2015    

•  Aprovação  pelo  Health  Canada:  26  de  fevereiro  de  2015  •  Aprovação  pelo  México:  Outubro  de  2015  

•  Indicado  como  adjuvante  à  dieta  e  exercício  para  ajudar  a  controlar  o  peso  em  adultos:  –  Obesos  (30  kg/m2  ou  acima);    –  Com  excesso  de  peso  (cujo  IMC  fica  entre  27  e  30  kg/m2)  e  têm  

complicações  relacionadas  com  o  peso  como  diabetes,  níveis  anormalmente  elevados  de  lípidos  no  sangue,  hipertensão  arterial,  ou  apneia  obstruLva  do  sono.  

hQp://www.ema.europa.eu/ema/  

Dr. Kushner: Eu penso que, como o outro medicamento que mencionei, a naltrexona/ bupropiona, a liraglutida é um dos agentes GLP-1 bem conhecidos dos médicos. É usada para a diabetes; claro, tem muitos outros mecanismos de ação que a tornam eficaz no tratamento da obesidade.

Dr. Pi-Sunyer: Quer acrescentar alguma coisa? Você já a usou?

Dr. Coutinho: Sim, como você descreveu, Xavier, no início as pessoas pensavam que a perda de peso era sobretudo causada por um efeito periférico e agora é evidente que a droga atua sobre o sistema nervoso central. Foi mostrado em roedores que atua efetivamente nas áreas mais relevantes de controlo do apetite do sistema nervoso central, como a eminência mediana e o núcleo do trato solitário.

Dr. Pi-Sunyer: Estamos a começar a obter dados satisfatórios sobre a eficácia e a segurança do agonista do recetor do GLP-1.

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Estudo  SCALE  para  Obesidade  e  Pré-­‐diabetes:  Efeito  da  LiragluMda  Sobre  o  Peso  Depois  de  56  Semanas  

Pi-­‐Sunyer  X,  et  al.  N  Engl  J  Med.  2015;373:11-­‐22.  

0  

10  

20  

30  

40  

50  

60  

70  

Alteração  no  peso  corporal  em  %  

Perda  de  ≥  5%  de  peso  corporal  

Perda  de  >  10%  de  peso  corporal    

LiragluLda  3  mg  (N=2437)  Placebo  (N=1225)  

P  <  0,001  

P  <  0,001  

P  <  0,001  

Percen

tual  

0  1  2  3  4  5  6  7  8  9  

10  

Alterações  no  peso  corporal  (kg)  

kg  

63%  

33%  27%  

10%  

Os resultados do Estudo SCALE, que foi um estudo de 56 semanas realizado em todo o mundo com esta droga para a perda de peso, mostraram uma boa resposta ao medicamento. Houve uma redução de peso de 7,1% relativamente à linha de base nos indivíduos que tinham um IMC de cerca de 38. A resposta foi eficaz.

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LiragluMda:  EAETs  NoMficados  em    Ensaios  na  Fase  3  

hQp://www.ema.europa.eu/ema/  

Classes  de  sistemas  de  orgãos  MedDRA    

Distúrbios  do  sistema  

imunológico  

Distúrbios  do  metabolismo  e  nutrição  

Transtornos  psiquiátricos  

Distúrbios  do  sistema  nervoso  

Distúrbios  cardíacos  

Distúrbios  gastrointesMnais  

Distúrbios  hepato-­‐  biliares  

Distúrbios  da  pele  e  do  tecido  

subcutâneo  

Distúrbios  renais  e  urinários  

Distúrbios  gerais  e  condições  do  

local  de  administração  

Muito  comum  

Náusea;  vómitos;  diarreia;  prisão  de  

ventre  

Comum   Hipoglicemia   Insónia   Tontura,  disgeusia  

Boca  seca;  dispepsia;  gastrite;  doença  do  

refluxo  gastroesofágico;  dor  na  região  abdominal  superior;  flatulência,  eructação;  distensão  

abdominal    

Colelizase  Reações  no  local  

de  injeção;  astenia;  fadiga  

Incomum   Desidratação   Taquicardia   PancreaMte   ColecisMte   UrMcária   Mal-­‐estar  

Raro   Reação  anafiláMca  

Insuficiência  renal  aguda,  disfunção  renal    

Não temos apenas os dados importantes sobre a eficácia mas também sobre a segurança, porque a questão da segurança surgiu quando os agonistas do recetor do GLP-1 apareceram para a diabetes tipo 2. Havia algumas questões sobre isso. Primeiro, o me-dicamento provocava alguma náusea e vómitos. Depois, aumentava ligeiramente o risco de colecistite, doença da vesícula biliar. Também aumentava ligeiramente o risco de pancreatite.

A questão foi, o uso da liraglutida para perda de peso e não como anti-diabético, com o respetivo aumento da dose, pode acarre-tar mais problemas de segurança? O resultado foi: não. O perfil de segurança do estudo sobre perda de peso, o SCALE, foi muito semelhante ao perfil de estudos anteriores, os estudos LEADER com agonistas do recetor do GLP-1. Há de facto um ligeiro aumen-to de pancreatites, uma condição que desaparece quando se pára de tomar o medicamento, ou seja, desaparece rapidamente. Há um aumento dos níveis de lipase no sangue. No início há alguma náusea e vómitos que têm tendência a desaparecer com a toma continuada do medicamento ou com uma ligeira redução da dose. Funciona muito bem.

Bob, como você utiliza este tipo de terapias baseadas na incretina nos seus doentes?

Dr. Kushner: Ainda estamos a descobrir o caminho. Ainda estamos nos primórdios no que diz respeito ao tratamento da obesida-de e ao medicamento que deve ser usado; no tratamento da diabetes já temos algoritmos. Xavier, esta é já a quinta droga que foi aprovada, pelo menos nos Estados Unidos, para a perda de peso e para a manutenção da perda de peso. Na UE e noutros países do mundo, é talvez a 3ª droga a ser aprovada. Para mim, trata-se de um medicamento adicional no arsenal de drogas para tratar pacientes que têm problemas com o peso e a obesidade.

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A terapia com incretina é um tratamento muito atrativo para pacientes com diabetes e obesidade devido aos seus efeitos únicos no controlo da glicemia e porque agora tenho uma droga que trata ao mesmo tempo a diabetes e a obesidade. Outros pacientes poderão ter um histórico de doença cardiovascular ou um ritmo cardíaco aumentado; nestes casos, alguns medicamentos podem ser prejudiciais enquanto esta droga pode ser vantajosa quando há doença cardiovascular subjacente. Ainda não é certo, mas tra-ta-se de mais um medicamento que vou considerar e discutir com os pacientes num processo partilhado de tomada de decisão.

Dr. Pi-Sunyer: Walmir, você já experimentou este medicamento? Já o utilizou como novo agente terapêutico?

Dr. Coutinho: Sim. Na América Latina, onde a prescrição para fins não indicados (off-label) é muito usual, muitos médicos têm experiência clínica com pacientes obesos que não têm diabetes tipo 2.

Os estudos têm mostrado que é muito eficaz e muito atrativo. Como disse o Bob, é mais uma ferramenta importante para abordar-mos estes pacientes.

Dr. Kushner: Devo acrescentar, Xavier, que ainda não dissemos que se trata de um medicamento que se injeta diariamente. Dos medicamentos disponíveis, este é aquele cuja administração é por injeção e não oral. Este é um ponto importante quando fala-mos com os nossos pacientes.

Dr. Pi-Sunyer: Certo. Felizmente, está disponível uma caneta muito boa.

Dr. Kushner: É verdade. É verdade.

Dr. Pi-Sunyer: É uma agulha bastante pequena, o que é uma ajuda para os pacientes. Falemos um pouco sobre as diretrizes e os posicionamentos. Bob, nós os dois fizemos parte da longa reunião que visou escrever as diretrizes para os Estados Unidos. Você quer comentar um pouco sobre o processo e o resultado final?

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Dr. Kushner: Existem certamente muitas diretrizes na UE, na Austrália, nos Estados Unidos, etc. A Sociedade de Endocrinologia também apresentou diretrizes recentemente. Deixe-me dizer que penso que, comparando as diretrizes dos vários países, elas são mais semelhantes do que diferentes.

Diretrizes  e  Recomendações  para  o  Tratamento  de  Pacientes  Obesos  •  IdenMficar  pacientes  com  um  IMC  ≥25  kg/m2  (excesso  de  peso)    

•  Prevenir  ganho  de  peso  adicional  •  Modelo  médico  

–  Gestão  do  esLlo  de  vida    –  Dieta  –  ALvidade  Msica  –  Mudança  de  comportamentos  

•  Intensificar  o  tratamento  com  farmacoterapia  se  indicado  –  IMC  ≥30  kg/m2,  ou  ≥27  kg/m2  com  uma  comorbidade  

•  Cirurgia  bariátrica  se  indicado  –  IMC  ≥40  kg/m2,  ou  ≥35  kg/m2  com  uma  comorbidade  

Tsigos  C,  et  al.  Obes  Facts.  2008;1(2):106-­‐116.  

Penso que a principal diretriz geral para os médicos consiste em identificar os indivíduos com um IMC superior a 25 e tentar prevenir um ganho de peso adicional e intervir atempadamente; quando o IMC é superior a 30, ou seja, na presença de obesidade, deve-se intervir. Deve usar-se um modelo médico que começa com a gestão do estilo de vida, da dieta, da atividade física e das mudanças comportamentais. Intensificar a farmacoterapia caso seja indicado. Falámos sobre farmacoterapia, mas não mencionámos a indica-ção para ela. Isso é praticamente universal. A indicação é IMC acima de 30 ou um IMC de 27 ou mais com uma comorbidade.

Finalmente, no caso de ser necessária cirurgia bariátrica, um IMC de 40 ou mais ou de 35 ou mais com uma comorbidade. A conclusão é: use um modelo médico, use informação baseada na evidência e seja proativo.

Dr. Pi-Sunyer: Walmir, sei que você viaja muito pelo mundo inteiro. Como vê as diretrizes dos diferentes países, em particular na América Latina que você conhece tão bem?

Dr. Coutinho: Penso que tendem a produzir as mesmas recomendações, mas com adaptações locais. No Brasil, ainda temos a sibutramina no mercado, ainda não foi retirada. Recomendação de outras drogas que não são aceites noutras diretrizes. Por exem-plo, os ISRSs podem ser recomendados de acordo com as diretrizes da América Latina nos casos em que a obesidade está associa-da à depressão ou ao distúrbio da compulsão alimentar.

Dr. Pi-Sunyer: Walmir, quanto peso recomenda que os seus pacientes percam de forma a beneficiarem do tratamento?

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ObjeMvos  PráMcos  de  Perda  de  Peso  em  Pacientes  Com  Obesidade  

•  Estabelecer  objeLvos  e  propor  alterações  no  esLlo  de  vida  que  sejam  realistas,  individualizadas  e  para  manter  a  longo  prazo  

•  Uma  perda  de  peso  de  5%-­‐15%    (ou  0,5-­‐1  kg  por  semana)  durante  um  período  de  6  meses  é  realista  e  tem  beneMcios  comprovados  para  a  saúde    

•  Uma  maior  (20%  ou  mais)  perda  de  peso  pode  ser  considerada  para  aqueles  com  um  maior  grau  de  obesidade  (IMC  ≥  35  kg/m2)  

•  A  manutenção  da  perda  de  peso  e  a  prevenção  e  o  tratamento  das  comorbidades  são  os  2  principais  critérios  para  o  sucesso  

Tsigos  C,  et  al.  Obes  Facts.  2008;1(2):106-­‐116.  

Dr. Coutinho: É muito difícil convencê-los a ficarem satisfeitos com perdas de 5 a 10%. Existe evidência clara de que perdas de peso entre 5 e 10% produzem um efeito benéfico na maioria das complicações metabólicas associadas à obesidade.

Dr. Pi-Sunyer: Bob, o que podem os pacientes fazer para manter o peso? Temos facilidade em perder peso mas temos muita dificuldade em manter esse peso por muito tempo. O que diz aos seus pacientes? Quando os pacientes voltam no final de um ano, você altera a sua dieta? Recomenda mais exercício? Prescreve um medicamento? O que você faz?

Dr. Kushner: Como vimos, é um grande desafio. Começamos por dizer aos pacientes que, segundo várias organizações, se trata de uma doença para a vida. Eu realço que, como em qualquer problema de saúde, há altos e baixos, a doença pode exacerbar-se, pode piorar e melhorar, mas é importante focar no longo prazo, controlar o micro-ambiente que é a sua casa. Ter em consideração o seu local de trabalho, ser proativo na sua própria monitorização. Existe informação sólida e importante baseada na evidência sobre auto-monitorização: calorias, porções de comida controladas, consultas e contacto frequentes, ter o peso controlado para que, caso ganhe algum peso, possa voltar ao peso de base. Na verdade concentramo-nos em muitas estratégias, táticas e métodos para controlar o peso. Afastamo-nos da determinação, da motivação, etc. Tentamos ensinar aos pacientes o conjunto de compe-tências necessárias para o controlo a longo prazo.

Dito isso, é um grande desafio. Como disse o Walmir, os pacientes desejam perder mais peso do que aquele que provavelmente conseguirão sem recorrer à cirurgia bariátrica. Na verdade, é uma conversa e uma discussão constante com os pacientes.

Dr. Pi-Sunyer: Walmir, você usa iPhones, smartphones, acelerómetros ou outras ferramentas para incentivar a aderência e conti-nuidade do tratamento por parte dos pacientes?

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Dr. Coutinho: Sim, qualquer uma dessas armas que você mencionou é válida e alguns pequenos estudos mostraram que podem de facto contribuir para uma gestão do peso bem sucedida a longo prazo. Podemos usar tudo. É muito difícil dizer a um paciente obeso na primeira consulta, na primeira vez que se vê o paciente e que se prescreve um medicamento, uma dieta e exercício, que este medicamento anti-obesidade deve ser tomado para o resto da vida. É muito difícil, mas podemos pelo menos tentar evitar que o paciente abandone a medicação dizendo que o seu uso visa não apenas ajudar a perder peso mas também a manter a perda de peso.

Dr. Pi-Sunyer: Bob, e quanto aos macronutrientes? Toda esta constante discussão na comunicação social, alimentos baixos em gorduras, baixos em hidratos de carbono. O que diz aos seus pacientes?

Dr. Kushner: Trabalhámos juntos nas diretrizes e, como você já disse, essa foi uma das questões analisadas de forma científica. Penso que essa foi também uma das áreas chave das diretrizes. Verificámos que a composição em macronutrientes não é tão importante como o controlo das calorias. Quando falo com os pacientes tento que se concentrem no controlo das calorias com a utilização de aparelhos de monitorização de que já falámos, como os smartphones e os tablets, para que percebam o que são as calorias. Primeiro é preciso controlar as calorias e depois passamos para aquilo a que chamo a matriz combustível, ou seja, a composição em macronutrientes, mas as diretrizes indicam que a composição é menos importante do que o controlo das calorias totais.

Dr. Pi-Sunyer: Walmir, o que você diz a um paciente quando ele diz que não tem dinheiro para uma dieta correta?

Dr. Coutinho: É complicado, porque para fazer uma dieta correta não é preciso assim muito dinheiro. É possível introduzir muitas adaptações na dieta de forma a que qualquer paciente possa aderir à prescrição.

Dr. Pi-Sunyer: Vou resumir a questão. Agradeço a ambos os meus colegas por se juntarem a mim neste painel. Ouvimos um pouco sobre os medicamentos que se encontram disponíveis na União Europeia e sobre uma nova classe de drogas, as incretinas, os agonistas do recetor do GLP-1. Estes medicamentos atuam aumentando a atividade do GLP-1, o peptídeo-1 tipo-glucagon, que inibe o apetite e aumenta a saciedade através de um mecanismo central. Há sinais diretos que são enviados para o cérebro, para os centros do apetite do cérebro que ajudam a inibir a ingestão de alimentos nestes indivíduos.

Espero que estes 3 medicamentos que estão disponíveis na Europa e uma boa estratégia, que esperamos ter apresentado relati-vamente ao tratamento e à gestão dos vossos pacientes e à manutenção da sua perda de peso, vos permitam melhorar as suas comorbidades. Muito obrigado aos dois.

Dr. Kushner: Obrigado.

Dr. Coutinho: Obrigado.

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Referências

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Abreviaturas

AG = ácido gordo

CCK = colecistocinina

COR-BMOD = CONTRAVE Obesity Research - behavior modification (Pesquisa sobre Obesidade CONTRAVE - modifica-ção de comportamento)

COR-I = CONTRAVE Obesity Research-I (Pesquisa sobre Obesidade CONTRAVE I)

COR-II = CONTRAVE Obesity Research-II (Pesquisa sobre Obesidade CONTRAVE II)

COR-T2DM = CONTRAVE Obesity Research - type 2 diabetes mellitus (Pesquisa sobre Obesidade CONTRAVE - diabetes mellitus tipo 2)

CT = colesterol total

DAC = Doença das artérias coronárias

DC = doença coronária

DCV = doença cardiovascular

DHGNA = doença hepática gordurosa não alcoólica

DM2 = diabetes mellitus tipo 2

EA = evento adverso

EAET = evento adverso emergente do tratamento

EMA = European Medicines Agency (Agência Europeia de Medicamentos)

FDA = United States Food and Drug Administration (Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos da América)

GI = gastrointestinal

GJ = glucose em jejum

GLP-1 = peptídeo tipo-glucagon 1

GRP = peptídeo liberador da gastrina

HbA1c = hemoglobina glicada

HDL-C = colesterol lipoproteína de alta densidade

HTN = hipertensão

IMC = índice de massa corporal

LDL-C = colesterol lipoproteína de baixa densidade

LIRA = liraglutida

LOCF = última observação avançada

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Perder e Manter o Peso na Obesidade - Evidência Clínica para Novas Abordagens

LP = liberação prolongada

MC4R = recetor da melanocortina-4

MG = monoglicerídeo

mITT = intenção de tratar modificada

MOA = mecanismo de ação

MSH = hormona estimuladora de melanócitos

NMB = neuromedina B

OXI = oxintomodulina

PA = pressão arterial

PAD = pressão arterial diastólica

PAS = pressão arterial sistólica

POMC = pró-opiomelanocortina

PYY = peptídeo YY

SCALE = Satiety and Clinical Adiposity -- Liraglutide Evidence in Non-Diabetic and Diabetic People (Saciedade e Adi-pose Clínica -- Evidência para a Liraglutida em Indivíduos Com e Sem Diabetes)

SOP = síndrome do ovário policístico

TG = triglicerídeo

XENDOS = XENical in the Prevention of Diabetes in Obese Subjects (XENical na Prevenção da Diabetes em Indivíduos Obesos)

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