perdas de cana na colheita mecanizada

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20 - Revista Coplana - Julho/Agosto 2009 Perdas de cana na colheita mecanizada é tema de reunião do Núcleo Jovem Núcleos Dando continuidade ao projeto “Núcleo Jovem vai ao campo”, no dia 23 de julho ocorreu um treina- mento cujo tema foi “Perdas de cana na operação de colheita mecaniza- da”, ministrado por Adriana Lúcia da Silva, assistente técnica de Produ- to do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). O curso teve o apoio da Coplana e Socicana, e reuniu cerca de 70 pessoas. O treinamento foi dividido em duas etapas: teórica, realizada no auditório da Associa- ção, e prática, quando o grupo foi a campo checar os procedimentos. O gerente regional de produtos do CTC, Mauro Sampaio Benedini também esteve presente e auxiliou nos trabalhos. A mudança no sistema de co- lheita da cana, do corte manual para o corte mecanizado sem queima, gerou perdas com índice superior a 15% no início do sistema. Além disso, houve um aumento das im- purezas vegetais e minerais enviadas às usinas. A quantidade de palha, ponteiros e folhas verdes na cana crua é supe- rior à encontrada na cana queimada. Se a matéria vegetal não for elimi- nada durante a colheita, a densidade de carga diminui e os custos com transporte aumentam. Há ainda di- minuição da eficiência na extração do caldo na indústria. Assim, quan- to mais limpa estiver a carga, meno- res são as chances de perdas. A colheita mecanizada é um novo sistema e trouxe consigo vá- rios conceitos e fatores que têm de ser levados em consideração, como manutenção de máquinas, nova sistematização e adoção de práticas conservacionistas, sem deixar de produzir com eficiência e boa pro- dutividade. A colheita mecanizada atende diretamente ao Protocolo Agroambiental, que dentre suas di- Projeto Núcleo Jovem vai ao campo torna-se importante instrumento de diálogo e disseminação de tecnologias Perdas visíveis Para controlar o processo da colheita mecanizada, é necessário quantificar as perdas (visíveis ou invisíveis). As visíveis são mais fáceis de reconhecer, uma vez que são detectadas no campo e estão associa- das às seguintes questões: • Variedade - produtividade, tomba- mento, teor de fibra, etc.; Preparação da área - padronização do espaçamento entre linhas, compri- mento da área, sistematização do plan- tio, depressões e torrões, quebras de lombo, qualidade de cultivo; Situação dos equipamentos da colhe- dora, dentre outros fatores. retivas está a de não queimar mais a cana”, explicou a engenheira agrô- noma, Adriana Lúcia da Silva. O então coordenador do Nú- cleo, José Antonio Rossato Junior, disse que o treinamento foi muito positivo e despertou, em muitos, um

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Page 1: Perdas de Cana Na Colheita Mecanizada

20 - Revista Coplana - Julho/Agosto 2009

Perdas de cana na colheita mecanizadaé tema de reunião do Núcleo Jovem

Núcleos

Dando continuidade ao projeto “Núcleo Jovem vai ao campo”, no dia 23 de julho ocorreu um treina-mento cujo tema foi “Perdas de cana na operação de colheita mecaniza-da”, ministrado por Adriana Lúcia da Silva, assistente técnica de Produ-to do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). O curso teve o apoio da Coplana e Socicana, e reuniu cerca de 70 pessoas. O treinamento foi dividido em duas etapas: teórica, realizada no auditório da Associa-ção, e prática, quando o grupo foi a campo checar os procedimentos. O gerente regional de produtos do CTC, Mauro Sampaio Benedini também esteve presente e auxiliou nos trabalhos.

A mudança no sistema de co-lheita da cana, do corte manual para o corte mecanizado sem queima, gerou perdas com índice superior a 15% no início do sistema. Além disso, houve um aumento das im-

purezas vegetais e minerais enviadas às usinas.

A quantidade de palha, ponteiros e folhas verdes na cana crua é supe-rior à encontrada na cana queimada. Se a matéria vegetal não for elimi-nada durante a colheita, a densidade de carga diminui e os custos com transporte aumentam. Há ainda di-minuição da eficiência na extração do caldo na indústria. Assim, quan-to mais limpa estiver a carga, meno-res são as chances de perdas.

A colheita mecanizada é um novo sistema e trouxe consigo vá-rios conceitos e fatores que têm de ser levados em consideração, como manutenção de máquinas, nova sistematização e adoção de práticas conservacionistas, sem deixar de produzir com eficiência e boa pro-dutividade. A colheita mecanizada atende diretamente ao Protocolo Agroambiental, que dentre suas di-

Projeto Núcleo Jovem vai ao campo torna-se importante instrumento de diálogo e disseminação de tecnologias

Perdas visíveis

Para controlar o processo da colheita mecanizada, é necessário quantificar as perdas (visíveis ou invisíveis). As visíveis são mais fáceis de reconhecer, uma vez que são detectadas no campo e estão associa-das às seguintes questões:

• Variedade - produtividade, tomba-mento, teor de fibra, etc.; • Preparação da área - padronização do espaçamento entre linhas, compri-mento da área, sistematização do plan-tio, depressões e torrões, quebras de lombo, qualidade de cultivo; • Situação dos equipamentos da colhe-dora, dentre outros fatores.

retivas está a de não queimar mais a cana”, explicou a engenheira agrô-noma, Adriana Lúcia da Silva.

O então coordenador do Nú-cleo, José Antonio Rossato Junior, disse que o treinamento foi muito positivo e despertou, em muitos, um

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www.serrana.com.br

olhar mais clínico para a colheita de cana crua mecanizada e agradeceu ao CTC mais uma vez pela atenção e apoio às atividades do Núcleo Jo-vem.

Mauro Benedini parabenizou o interesse dos participantes pe-las tecnologias existentes no CTC, destacando que a colheita da “cana crua”, apesar de inicialmente mais trabalhosa, é extremamente vantajo-sa do ponto de vista agronômico e ambiental.

Perdas invisíveis

Já as invisíveis são as perdas não percebidas em um primeiro momento. Alcançam índices próximos a 6% e 7% e estão relacionadas aos aspectos: Estado das facas dos discos de corte de base e facão picador;

• Tipo de lâmina do corte de base; • Velocidade de rotação dos extratores; • Tamanho do tolete; • Propriedades físicas da cana, dentre outros.

O CTC faz pesquisa visando orientar as empresas produtoras de colhedo-ras. Para a redução das perdas, são recomendados cursos e treinamentos aos operadores de colhedora. Devem ser analisadas também as condições do talhão, o tombamento da cana, a altura de trabalho do corte de base/corte de ponta, velocidade da colhedora, sincronização colhedora/cami-nhão, distribuição dos equipamentos na área, cultivo e quebra do lombo.