pequenos mamíferos em egagrópilos de tyto alba (strigiformes tytonidae) no município de santa...

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UNISC UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL Estágio Profissionalizante II Pequenos mamíferos em egagrópilos de Tyto alba (Strigiformes: Tytonidae) no município de Santa Cruz do Sul, RS, Brasil Estagiário: Paulo Francisco Kuester Co-autor: Edson Fiedler de Abreu Júnior Orientador: Prof. Dr. Andreas Köhler Co-orientador: Felipe Bortolloto Peters 1

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Inventário de pequenos mamíferos utilizando egagrópilos de Tyto alba

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Page 1: Pequenos Mamíferos Em Egagrópilos de Tyto Alba (Strigiformes Tytonidae) No Município de Santa Cruz Do Sul, RS, Brasil

UNISC

UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL

Estágio Profissionalizante II

Pequenos mamíferos em egagrópilos de Tyto alba (Strigiformes: Tytonidae) no município de Santa Cruz

do Sul, RS, Brasil

Estagiário: Paulo Francisco Kuester

Co-autor: Edson Fiedler de Abreu Júnior

Orientador: Prof. Dr. Andreas Köhler

Co-orientador: Felipe Bortolloto Peters

Período: Março à Julho de 2012

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Page 2: Pequenos Mamíferos Em Egagrópilos de Tyto Alba (Strigiformes Tytonidae) No Município de Santa Cruz Do Sul, RS, Brasil

Lista de ilustrações1. Localização do município de Santa Cruz do Sul no estado do Rio Grande

do Sul..........................................................................................................17

2. Distribuição dos pontos de coleta de egagrópilos dentro do

município.....................................................................................................17

3. A coruja de igreja (A) e os respectivos pontos de coleta de seus

egagrópilos, P1(B), P2(C) e P3(D)..............................................................18

SumárioINTRODUÇÃO.....................................................................................................3

1 REVISÃO DE LITERATURA.............................................................................3

1.1 A coruja de igreja...........................................................................................3

1.2 Estudos envolvendo a Tyto alba....................................................................4

1.2 Os pequenos mamíferos................................................................................5

1.3 Hantavirose....................................................................................................8

1.4 Status de Conservação..................................................................................8

2 OBJETIVOS......................................................................................................9

2.1 Objetivos gerais...........................................................................................9

2.2 Objetivos específicos...................................................................................10

3 METODOLOGIA.............................................................................................10

3.1 Localização..................................................................................................10

3.2 Amostragem.................................................................................................10

3.3 Análises dos dados......................................................................................10

4 RESULTADOS................................................................................................11

5 DISCUSSÃO...................................................................................................12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................13

ANEXOS

Anexo A- Área de amostragem dentro do Estado e seus pontos de coleta no

Município............................................................................................................17

Anexo B- A Coruja de Igreja (Tyto alba) e os pontos de

coleta.................................................................................................................18

Resumo

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Page 3: Pequenos Mamíferos Em Egagrópilos de Tyto Alba (Strigiformes Tytonidae) No Município de Santa Cruz Do Sul, RS, Brasil

A utilização de egagrópilos de Tyto alba em inventários de pequenos

mamíferos tem mostrado-se indispensável para a obtenção de resultados mais

abrangentes e precisos. Nos egagrópilos é possível encontrar espécies que

geralmente não são capturadas pelos métodos convencionais ou são

capturadas somente com um longo esforço amostral. Com este intuito buscou-

se inventariar a fauna de pequenos mamíferos do município de Santa Cruz do

Sul. Localizado na faixa de transição entre a Depressão Central e os primeiros

limites da Serra Geral. Inserido no bioma Mata Atlântica, apresenta como

vegetação predominante a Floresta Estacional Decidual. As coletas dos

egagrópilos foram focadas em igrejas dos distritos rurais, sendo realizadas de

março a maio de 2010 e em janeiro de 2012. Todo material coletado está

depositado na Coleção Zoológica da UNISC. Os indivíduos foram identificados

através de comparação com espécimes tombados no MCN/ULBRA. Identificou-

se 642 indivíduos de 17 espécies de pequenos mamíferos não voadores, dois

didelfídeos, 13 cricetídeos e dois murídeos. Os didelfídeos registrados foram:

Monodelphis dimidiata (n=4) e Gracilinanus microtarsus (n=3). Dentre os

roedores, registrou-se os murídeos Rattus rattus (n=5) e Mus musculus, que foi

a espécie com maior número de indivíduos encontrados (n=463), retrato da

proximidade dos abrigos das corujas com edificações humanas, principalmente

galpões de estocagem de grãos, e os cricetídeos Akodon paranaensis (n=3),

Brucepattersonius iheringi (n=11), Calomys laucha (n=8), Holochilus

brasiliensis (n=6), Oligoryzomys flavescens (n=11), Oligoryzomys nigripes

(n=69), Oligoryzomys sp.(n=47), Oxymycterus nassutus (n=2), Oxymycterus

quaestor (n=1), Necromys lasiurus (n=3), Sooretamys angouya (n=4) e ainda,

com grande importância do ponto de vista taxonômico e biogeográfico,

Juliomys sp. (n=1) e Bibimys labiosus (n=1), táxons extremamente deficientes

em dados no Rio Grande do Sul.

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Page 4: Pequenos Mamíferos Em Egagrópilos de Tyto Alba (Strigiformes Tytonidae) No Município de Santa Cruz Do Sul, RS, Brasil

INTRODUÇÃO

A utilização de egagrópilos de Tyto alba em inventários de pequenos

mamíferos tem mostrado-se indispensável para a obtenção de resultados mais

abrangentes e precisos. Nos egagrópilos é possível encontrar espécies que

geralmente não são capturadas pelos métodos convencionais ou são

capturadas somente com um longo esforço amostral. Com esse intuito buscou-

se inventariar a fauna de pequenos mamíferos do município de Santa Cruz do

Sul, para que se possa ter mais conhecimento da distribuição geográfica

destes grupos de pequenos mamíferos, bem com verificar a proximidade de

indivíduos destes grupos que possam ser vetores (depósitos) de zoonoses

importantes para a área da saúde.

1 Revisão da Literatura

1.1 Coruja de igreja

Segundo Tomé (1994), a espécie esta associada à biótopos abertos

(como pastagens e terrenos agrícolas) ou semi abertos (como montados pouco

densos). Nas zonas agrícolas ou em áreas reflorestadas ocorre apenas em

zonas com extensa rede de corredores de alimentação (SHAWYER 1994).

Procura alimento também junto beira de auto-estradas (Cramp 1985). Em

áreas mais agricultadas os restolhos de milho são particularmente

selecionados durante o outono e inverno (ELIAS et al 1998).

Alimenta se principalmente de pequenos mamíferos (JAKSIC et al,

1982;. EBENSPERGER et al., 1991), particularmente Muridae, Microtinae e

Soricidae (SHAWYER 1994) e também pequenos pássaros, répteis, anfíbios,

peixes e insetos e existe ocorrência de canibalismo entre irmãos (CRAMP

1985). Espécie essencialmente noturna procura alimento quase sempre 1 a 2

horas antes do nascer do sol e depois do anoitecer (CRAMP 1985).

A suindara é uma ave solitária e territorial. O tamanho do território varia

conforme a disponibilidade de alimento (CRAMP 1985). Espécie monogâmica,

podendo ocasionalmente haver bigamia. A relação entre os casais é

permanente e persiste durante todo o ano. Ambos os progenitores cuidam das

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crias, as crias são nidícolas e os ninhos são usados em anos sucessivos

(CRAMP 1985).

1.2 Estudos envolvendo a Tyto alba

No mundo todo estudos a respeito da dieta alimentar da coruja de igreja

são muito freqüentes, principalmente na Europa e América do Norte.

(HAMILTON e NEIL, 1981; JAKSIC et al, 1982;. CLARK e BUNCK,

1991;TORRE et al, 1997). Esta alta freqüência de estudos deve se

principalmente ao fato desta coruja ser uma espécie cosmopolita e por ter o

habito de regurgitar pelotas com restos de suas presas, geralmente sob abrigos

ou nos seus ninhos (SICK, 1997; MOTTA-JÚNIOR e ALHO, 2000; BONVICINO

e BEZERRA, 2003; CORRÊA e ROA, 2005). Na America do Sul, informações

sobre a dieta da suindara esta concentrada no cone sul do continente,

principalmente no Chile e na Argentina (JAKSIC et al, 1982.;EBENSPERGER

et al, 1991;. PARDIÑAS e CIRIGNOLI, 2002; CORRÊA e ROA, 2005), e ainda

é escassa no Brasil, onde tornou-se incipiente recentemente (MOTTA-JÚNIOR

e TALAMONI, 1996; MOTTA-JÚNIOR e ALHO, 2000; BONVICINO e

BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005).

Sua dieta é considerada um reflexo preciso da composição da fauna

local e da flutuação populacional (CLARK e BUNCK, 1991, AMOR et al, 2000).

Pelotas regurgitadas de suindara têm sido estudas por um longo tempo

(PEARSON e PEARSON, 1947; JAKSIC et al, 1982;. PARDIÑAS e

CIRIGNOLI, 2002), não só para descrever a dieta e as relações tróficas com

outras espécies predadoras (EBENSPERGER et al, 1991; CORRÊA e Roa,

2005), mas também a concentrar a riqueza e abundância relativa de pequenos

mamíferos (JAKSIC et al, 1982.; PARDIÑAS e CIRIGNOLI, 2002; BONVICINO

e BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005), os padrões de

distribuição geográfica (BARBOSA et al, 1992;. TORRE, 2001), e mudanças

temporais nas comunidades de presas (CLARK e BUNCK, 1991).

Captura com armadilhas não letais é o método mais comum utilizado

para o estudo de pequenos mamíferos terrestres (ALHO, 1981; DIETZ, 1983;

MARES et al, 1986;. JOHNSON et al,. 1999; BONVICINO et al, 2002;. VIEIRA,

2003). No entanto, a análise de pelotas regurgitadas de suindara mostra

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diferenças significativas em relação a esse método, tanto qualitativa e

quantitativa (TORRE et al., 2004), e pode ser útil para complementar o

inventário das espécies que vivem em uma determinada área (BONVICINO e

BEZERRA, 2003; ESCARLATE-TAVARES e PESSOA, 2005).

A predominância de roedores na dieta da coruja de igreja tem atraído a

atenção para o papel desta espécie no controle biológico de pragas agrícolas

(AGÜERO e POLEO, 2000; LEKUNZE et al, 2001).. Roedores também estão

associados a várias zoonoses (DABANCH, 2003) e o aumento de suas

populações em determinadas condições podem contribuir para a disseminação

de doenças em seres humanos (MORSE, 1995; CORTEGUERA, 2002).

Apesar da reconhecida importância da suindara na regulação de roedores

prejudiciais para a agricultura, não há estudos que investigam a sua

contribuição no controle de espécies reservatórios de doenças.

1.3 Os pequenos mamíferos.

Os marsupiais e pequenos roedores neotropicais representam o grupo

ecológico mais diversificado de mamíferos com cerca de 295 espécies

atualmente reconhecidas no Brasil. Sendo 16 gêneros e 55 espécies da ordem

Didelphimorphia e 75 gêneros e 240 espécies da ordem Rodentia. (REIS et al.

2011). A coexistência deste grande número de espécies que possuem

características morfológicas e hábitos de vida semelhantes pode ser justificada

tanto pela complexidade do habitat, que se refere ao desenvolvimento do

estrato vertical da floresta, quanto pela heterogeneidade, relacionada a

variação horizontal na fisionomia da paisagem. Esta diferenciação dentro de

um mesmo habitat permite a segregação espacial das espécies que pode

resultar na diminuição do efeito negativo da competição interespecífica por

sobreposição de nicho (PASSAMANI, 1995; VIEIRA & MONTEIRO - FILHO,

2003; GRELLE, 2003).

Os roedores constituem a ordem mais diversificada dos mamíferos, com

aproximadamente 2000 espécies, que representam mais de 43% da

diversidade conhecida da classe Rodentia. Os indivíduos pertencentes à

família Muridae estão incluídos na subordem Sciurognathi e podem ser

caracterizados por apresentarem forma geral de rato, com cauda fina. Os

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murídeos da América do Sul pertencem todos à subfamília Sigmodontinae, a

qual reúne aproximadamente 300 espécies (OLIVEIRA et al., 2005).

Os ciclos populacionais registrados para os roedores silvestres

compreendem períodos de aproximadamente quatro anos, enquanto

mamíferos de maior porte podem apresentar ciclos com períodos de 9-10 anos.

Porém, sabe-se que os ciclos são variáveis de espécie para espécie

(MARINHO, 2003).

Os movimentos de pequenos mamíferos e o tamanho de suas área de

vida podem ser afetados pelo sistema reprodutivo e sazonalidade reprodutiva

(ALHO et al., 1986; SUNQUIST et al., 1987, LORETTO & VIEIRA, 2005), pela

estrutura do habitat e sazonalidade na disponibilidade de recursos

(VALENZUELA & CEBALLOS, 2000, CACERES & MONTEIRO-FILHO, 2001),

pela categoria trófica e tamanho corporal do animal (BERGALLO, 1990) e, pela

presença e abundância de predadores (YUNGER, 2004).

As variações entre os sexos com relação aos movimentos individuais

podem estar relacionadas a diferentes necessidades energéticas

(VALENZUELLA & CEBALLOS, 2000) ou ao tipo de sistema reprodutivo. Em

um sistema de poligamia ou promiscuidade, por exemplo, é comum, machos

apresentarem uma maior área de vida buscando encontrar o maior número

possível de fêmeas (GENTILE et al., 1997). A distribuição dos recursos pode

afetar o movimento dos indivíduos de maneiras opostas. Quando existem

recursos em abundância, as áreas de vida normalmente são mais restritas, já

quando os recursos são escassos e concentrados, as áreas são ampliadas e

podem se sobrepor (VALENZUELA & CEBALLOS, 2000, CACERES &

MONTEIRO-FILHO, 2001). Quanto maior o tamanho corporal dos animais,

maior sua necessidade energética e, como conseqüência, maior a sua área de

vida. Quanto às categorias tróficas, espécies essencialmente herbívoras, em

geral, têm áreas de vida menores que espécies carnívoras (BERGALLO, 1990).

Quando há maior abundância de predadores, muitos animais utilizam com

maior freqüência ambientes mais protegidos (com vegetação fechada, por

exemplo) e evitam se afastar de seus abrigos (YUNGER, 2004).

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Apesar do extenso conhecimento sobre história natural e ecologia das

espécies de pequenos mamíferos de regiões temperadas do hemisfério norte,

a falta de informações sobre taxonomia, sistemática, história natural e ecologia

foi apontada como uma das principais ameaças atuais à conservação desse

grupo no Brasil (COSTA et al., 2005). Além disso, o conhecimento existente

sobre a mastofauna encontra-se desequilibrado e as ordens mais diversificadas

são justamente as menos conhecidas, com destaque para Rodentia e

Didelphimorphia (SABINO & PRADO, 2005), os dois grupos contemplados no

presente estudo.

As florestas decíduas e semidecíduas desempenham um importante

papel do ponto de vista biogeográfico, pois formam uma conexão entre os

ambientes florestais do norte, Floresta Amazônica, florestas do nordeste,

Caatinga arbórea, do sul e sudeste, Floresta Atlântica, e do sudoeste, Florestas

Chaquenhas (FELFILI, 2003). Por essa mesma razão, as florestas de galeria

foram reconhecidas como importantes corredores de dispersão para a

mastofauna da Amazônia e da Mata Atlântica dentro do Cerrado (REDFORD e

FONSECA, 1986; MARES et al., 1986; JOHNSON et al., 1998).

Neste trabalho são considerados pequenos mamíferos os roedores e

marsupiais que pesam até 1 kg. Estes animais desempenham um importante

papel ecológico nos ecossistemas tropicais, pois além de serem componentes

básicos de muitas cadeias alimentares, constituindo uma importante fonte

protéica para animais maiores, também influenciam a estrutura das

comunidades vegetais (PRICE & JENKINS, 1986). Através da dispersão de

sementes, da predação seletiva de sementes e plântulas e até mesmo da

polinização de flores, eles podem influenciar os processos de sucessão e

regeneração florestal (VIEIRA et al., 2003).

Mesmo no século 21 o Brasil ainda é muito carente de inventários de

fauna. Contudo, nos últimos quatro anos tivemos um acréscimo de mais oito

espécies de roedores à lista de espécies conhecidas (REIS et al. 2011).

Levantamentos faunísticos em fragmentos florestais são essenciais para

avaliar o efeito da fragmentação das florestas sobre a diversidade de

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mamíferos e o grau de perturbação dos remanescentes de florestas naturais

(D’ANDREA, 1999).

As florestas Estacionais do interior do Brasil são carentes de estudos de

pequenos mamíferos, o que deixa em aberto uma grande lacuna no

conhecimento da diversidade das comunidades destas regiões. Faltam,

portanto, estudos sobre os padrões de estruturação destas comunidades e a

relação com o habitat onde estão presentes. Sendo assim, é de extrema

importância a realização de estudos que visam aumentar as informações a

respeito da fauna nestas áreas.

1.4 Hantavirose

Os roedores silvestres são os reservatórios dos hantavírus. Cada tipo de

vírus parece ter tropismo, por determinada espécie de roedor e somente a ela.

Os hantavírus têm como reservatórios roedores da subfamília Sigmodontinae.

Já os vírus responsáveis por quadros de febre hemorrágica com síndrome

renal estão associados a roedores da subfamília Arvicolinaee e Murinae.

Provavelmente, os hantavírus evoluíram com os respectivos hospedeiros

reservatórios, o que determinou esta especificidade.

Dada a distribuição geográfica das espécies de roedores encontradas

com hantavírus, percebe-se que Bolomys lasiurus mostra-se amplamente

disseminado nos ambientes de cerrado e caatinga brasileiros. Nas áreas de

Mata Atlântica as espécies Oligoryzomys nigripes ou Akodon cursor podem

desempenhar importante papel na transmissão de hantavírus, enquanto que no

estado do Maranhão foram identificados dois tipos específicos de reserva-

tórios: Holochilus sciureus e Oligoryzomys fornesi. No roedor, a infecção pelo

hantavírus não é letal, mantendo-o como reservatório por longo período,

provavelmente por toda a vida. Os hantavírus são eliminados em grande

quantidade, principalmente na urina, saliva e fezes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE

2005, pg. 395)

1.5Status de conservação

No Brasil, 69 espécies de mamíferos estão oficialmente ameaçadas, o que

representa 10,6% 652 espécies de mamíferos nativas que ocorrem no Brasil

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(Reis et al., 2006). No Rio Grande do Sul estão ameaçadas 33 espécies de

mamíferos, com uma espécie Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788)

provavelmente extinta do estado (MARQUES, A. A. B. et al., 2002).

No Vale do Rio Pardo a fragmentação dos hábitats está intimamente

relacionada com a cultura do tabaco, já que o mesmo caracteriza-se por ser a

principal região fumicultura do Brasil (CAMPOS & DELEVATTI, 2003).

Conforme o COREDE (1998), um dos problemas ambientais da região é o

desmatamento para ampliação de solo agrícola e aproveitamento de lenha

para os fornos de secagem de fumo.

Além disto, segundo Campos & Delevatti (2003), em torno de 40% da

população do Vale do Rio Pardo reside no meio rural, evidenciando a

necessidade de áreas para a produção agrícola. Está fragmentação do

ambiente natural pela cultura do tabaco e pelas atividades agregadas

(utilização de lenha para secagem do fumo), de modo geral, pode ser dita

como a principal ameaça as populações de mamíferos na região.

Os fatores que ameaçam a fauna são diversos: a destruição de habitat e

desmatamento, a caça e a perseguição, a captura ilegal para o comércio ilegal

e até o turismo que mesmo sendo uma atividade econômica deve ser mais

bem planejada para causar o mínimo de impacto possível.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Levantar o maior número de espécies de pequenos mamíferos

encontrados nos egagrópilos das corujas de igreja do município, e assim

preencher o grande número de lacunas existentes sobre a distribuição

geográfica deste grupo de mamíferos que ainda é muito deficiente em dados,

tanto quantitativos e principalmente em dados qualitativos, quando se trata de

suas relações ecológicas.

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2. 2 Objetivos Específicos

Inventariar a fauna de pequenos mamíferos do Município de Santa Cruz

do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, utilizando os restos mortais encontrados nos

egagrópilos de corujas de igrejas (Tyto alba) espalhadas pelo território do

município.

3 METODOLOGIA

3.1 Localização

O município está situado na faixa de transição entre a Depressão

Central e os primeiros limites da Serra Geral do Rio Grande do Sul (Mapa 01),

com altitudes entre 50 e 150 metros do nível do mar. O município está inserido

no bioma Mata Atlântica. A vegetação predominante é a Floresta Estacional

Decidual, com espécies características como Euterpe edulis Mart. e Schinus

terebinthifolius Raddi, e o clima, segundo a classificação de Köppen, é do tipo

Subtropical úmido.

3.2 Amostragem

Foram feitos deslocamentos de carro por todo o município de Santa

Cruz do Sul, para identificar prováveis pontos de nidificação das corujas de

igreja, Tyto Alba (Mapa 02) e quando encontrados estes pontos, os regurgitos

dessas aves eram então coletados e colocados em sacos plásticos

identificados com o local de coleta.

3.3 Análise dos Dados

O material então era levado para o laboratório de zoologia, onde era

feita a pesagem dos sacos que continham todo o material separado pelos

pontos de coleta. Após isso então fazia se a triagem em meio liquido com o uso

de hidróxido de sódio (NaOH) a 10%, das pelotas que se encontravam inteiras

e com os fragmentos de pelotas e demais restos encontrados no local era feita

uma triagem em seco, manualmente com o uso de pinças. Após o material já

ter sido separado e limpo ele foi identificado através de comparação com

espécimes tombados no MCN/ULBRA, com material da coleção zoológica da

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UNISC e ainda com o uso de bibliografias especializadas. Todo material

identificado será tombando na coleção zoológica da UNISC.

4 RESULTADOS

No presente trabalho foram coletados em total 896 indivíduos de 19

espécies diferentes, distribuídas em três ordens (Tab. O1). A família Muridae

(Ordem Rodentia) foi a mais freqüente com 673 indivíduos (75%). A espécie

Mus musculus foi a mais encontrada com 663 indivíduos, seguido por

Oligoryzomys nigripes com 68.

Tabela 01. Número de indivíduos encontrados nos regurgitos da coruja de igreja (Tyto alba) em

Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, de acordo com os pontos de coleta.

Taxon Pontos de Coleta

Didelphimorphia Pont Ponto 2 Ponto 3

Monodelphis dimidiata 1 3 Gracilinanus microtarsus 3Rodentia Muridae Rattus rattus 1 6 3 Mus musculus 129 132 402 Cricetidae Akodon paranaensis 3 Brucepattersonius iheringi 11 Calomys laucha 1 8 Holochilus brasiliensis 3 2 Oligoryzomys nigripes 12 56 Oligoryzomys flavescens 3 8 Oligoryzomys sp 47 Oxymycterus nassutus 3 22 Oxymycterus quaestor 7 1 Necromys lasiurus 2 Sooretamys angouya 1 3 2 Juliomys sp. 1

Continua

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Page 13: Pequenos Mamíferos Em Egagrópilos de Tyto Alba (Strigiformes Tytonidae) No Município de Santa Cruz Do Sul, RS, Brasil

Continuação Bibimys labiosus 1Chiroptera Molossus molossus 3 Molossus rufus 11 Histiotus velatus 2 Tadarida brasiliensis 3Total 160 190 546

5 DISCUSSÃO

Em retrato da proximidade dos abrigos das corujas com edificações

humanas, principalmente galpões de estocagem de grãos, foi identificado um

número maior de murídeos, entretanto foram encontradas também espécies de

cricetídeos como Juliomys sp. e Bibimys labiosus, táxons extrema-mente

deficientes em dados no Rio Grande do Sul.

Problemas encontrados ao longo do trabalho para inventariar a fauna de pequenos mamíferos utilizando apenas as pelotas das suindaras foram muitos. Shawyer (1994) falava que,

a intensificação da agricultura que resulta na redução do mosaico agrícola com decréscimo da diversidade de habitat e traduz-se em diminuição a disponibilidade alimentar, como também a demolição e reconversão de edifícios antigos, juntamente com o aumento da ocupação humana os edifícios, reduzem seriamente as oportunidades de nidificação e de pontos de repouso da coruja de igreja.

Outro problema encontrado para se conseguir uma maior quantidade de

egagrópilos e locais com nidificação é a falta de informação básica da

população em geral, sobre a ecologia da coruja da igreja (Tyto alba), que por

ser uma ave noturna ainda esta muitas vezes associada a superstições, pois se

notou muito claramente que a maioria dos responsáveis pelas igrejas e locais

de nidificação da coruja não gostavam dela no local, chegando muitas vezes a

praticar pilhagem dos ninhos e abate ilegal, seja dos filhotes ou adultos, mas

que com uma simples conversa sobre os hábitos alimentares da coruja,por

exemplo, as pessoas logo já se mostravam muito mais receptivas para com o

animal.

Bonvicino, et al (2008), falam que,

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a compreensão da dinâmica da ocorrência e expansão de zoonoses está em geral vinculada ao conhecimento da biologia das espécies de roedores reservatórios envolvidas, particularmente dos fatores que determinam sua reprodução e eventuais explosões populacionais, seus hábitos e, ainda, sua distribuição no espaço geográfico. Entretanto, na base da compreensão desses fatores, está a correta identificação das espécies, uma tarefa mais difícil nessa situação, dada a grande diversidade de espécies de roedores e considerando-se as lacunas no conhecimento taxonômico ainda persistente.

Com os resultados obtidos a partir deste estudo, pode se verificar, que

mesmo a quantidade de estudos nessa área estando em crescente expansão,

ainda falta muito a ser feito, principalmente trabalhos de conscientização da

população, que possam corroborar como a conservação da biodiversidade e

onde possam ser quebrados alguns mitos que ainda estão muito presentes no

dia-a-dia das pessoas, principalmente de pessoas com um menor acesso a

informação, que deve ser sempre repassada de forma correta, impedindo a

disseminação de informações errôneas que muitas vezes estão presentes nos

meios de comunicação, meios estes que em geral retratam para a população

nada mais que a verdade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALHO C.R.J.; Pereira, L.A.; Paula, A.C. 1986. Patterns of habitat utilization by small mammal populations in cerrado biome of central Brasil. Mammalia, 50 (4): 447-459.

ALHO, C. J. R., 1981. Small mammal populations of Brazilian Cerrado: the dependence of abundance and diversity on habitat complexity. Rev. Brasil. Biol. = Braz. J. Biol., vol. 41, no. 1, p. 223-230.

BARBOSA, A., SANCHEZ, M.J.L. and NIEVA, A., 1992. The importance of geographical variation in the diet of Tyto alba Scopoli in Central Spain. Global Ecol. Biogeogr. Lett., vol. 2, no. 1, p. 75-81.

BERGALLO, H.G. 1990. Fatores determinantes do tamanho da área de vida em mamíferos. Ciência e Cultura, 42 (12): 1067-1072.

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Anexos

Ilustração 1

Mapas: M01-Localização do município de Santa Cruz do Sul dentro do estado

do Rio Grande do Sul e M02- mostrando os pontos de coleta de material dentro

do município. (Fonte: Google Earth).

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M01 M02

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Ilustração 2

Fotografias: A, mostrando a Coruja de Igreja ou Suindara (Tyto alba), B mostra o ponto de Coleta 1, C o ponto de coleta 2 e a fotografia C mostra o ponto de coleta 3.

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DC

A

B