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"Pensamos demasiadamente, sentimos muito pouco. Necessitamos mais de humildade, do que de máquinas. Mas de bondade e ternura, do que de inteligência. Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá. ’’ Charles Chaplin

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"Pensamos demasiadamente, sentimos muito pouco.

Necessitamos mais de humildade, do que de máquinas.

Mas de bondade e ternura, do que de inteligência.

Sem isso, a vida se tornará violenta e tudo se perderá. ’’

Charles Chaplin

Prólogo

Caro Oliver.

Eu não quero te ver triste assim e muito menos te ver chorar mas eu quero que você saiba que sempre o que

precisar estarei com você. Pelo seu bem não posso te contar o que está acontecendo comigo nesses últimos dias. Um

dia você me perguntou o que é amar e nessa época não pude te responder. Na vida tudo passa tudo se esconde tudo

se complica. Sentimentos são muralhas que afundam a nossa razão, quando menos percebemos, somos presos por

ele, e com ele podemos perceber o quão fraco somos por não podermos lutar contra algo que nem mesmo podemos

ver. Também nos mostra que somos fortes, por receber um dom que são para todos, mas poucos têm a capacidade

de ter, quando somos agraciados pela virtude inexplicável e incomparável do amor, ganhamos uma dádiva

extremamente suprema, onde podemos superar todas as nossas duvidas, dificuldades, e desafios.

Eu sei que é difícil compreender o seu significado, mas ele pode e deve mudar o mundo. Pois na teoria humana

amor e paixão são sentimentos em equilíbrio, mas pela minha trajetória ate aqui percebi algo que poucos sabem,

paixão é um sentimento que todos possuem e se fossemos analisar saberíamos que ele vem de fora para dentro,

muito fácil de ser adquirido mas em compensação é muito fácil de se perder. O amor não, é algo cultivado, amor

vem de dentro para fora, é como uma mãe que pega seu bebê nos braços pela primeira vez, ela não precisa se

esforçar para que esse sentimento tome toda sua alma, algo que precisa ser mostrado, pois amor é atitude de

perfeição. Como dizia o reverendo Woller.

- O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a

injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

A cada anoitecer e a cada amanhecer, tenho mais convicção que no meio a dor, ao sofrimento, a tempestade

sempre haverá esperança. Pois os seres humanos são movidos à esperança. Nada será capaz de destruir quem somos

mesmo em meio à guerra onde a luz já se apagou sempre acharemos um jeito de fazê-la brilhar novamente. Sou

grata a você por cuidar de mim agora quero retribuir o favor.

Com amor..

Elisabeth Eisinger.

Capitulo 1

Tudo começou numa tarde de domingo, estava em Oak Hill despedindo da minha

mãe em seu tumulo frio e desalentador, não conseguia compreender o porquê isto

tudo estava acontecendo comigo. Minha mãe que tanto amava havia morrido por

minha causa, pelo meu egoísmo adolescente. Sempre fui uma adolescente

desprezível eu confesso, e lamentavelmente percebi somente agora. Alguns meses

antes da minha mãe morrer, ela contou coisas estranhas que ela estavam

acontecendo, percebi que todos os dias ela tinha pesadelos, e sempre falava de

animais que a perseguia pelas ruas, sempre chorando e depois de um tempo já não

dormia e não comia nada. Eu achava que conhecia quem me criará, minha mãe era

muito gentil e amorosa incapaz de fazer mal a um misero inseto. Mas no dia de sua

morte fiquei chocada com a noticia. Aquela mulher inofensiva conseguiu fazer algo

que para ela seria improvável, tirar a própria vida. Isso segundo o xerife Carter.

Ele contou que quanto chegou a minha casa deparou com minha mãe deitada no chão

portando uma faca em sua mão. Havia dois corte superficial no pescoço como

estivesse ganhando coragem, e entre esses dois cortes havia mais um, que pela

profundidade a levou-a a óbito. Pelo fato da casa estar fechada e não havia sinal de

arrombamento, ele descartou a possibilidade de assassinato. Eu sei que se existe

um culpado esse alguém sou eu. No dia do ocorrido minha mãe e eu havíamos

discutido por um motivo muito pequeno. –Não quero que você saia Lisa.

– Você não manda em mim mãe.

– Filha, por favor, eu preciso de você.

– me solta mãe você está me machucando. –essa cena não sai na minha mente o som

da porta batendo e eu saindo, pensando que fosse passar apenas alguns dias na

casa da Scarlett. Minha ultima lembrança da minha mãe foi quando a ignorei, ela

ficou parada na janela em prantos com seu rosto rosado de tanto chorar, nunca vou

esquecer seu cabelo bronze e sua boca fina e avermelhada. Por mais difícil que seja

terei que deixá-la mais uma vez, minha maior preocupação era o futuro, meu pai a

quem tanto odiava estava me esperando para me pegar no aeroporto do estado da

Carolina do norte, terei que deixar minha cidade onde nasci, cresce, para ir para

um lugar que pra mim será desprezível. Sabia que meu destino era inevitável, o

coração estava tomado por dor e desespero por saber que não teria como correr

dos meus pesadelos mais horrendos.

Nunca desejei estar com meu pai, o fato de mãe amá-lo até no seu ultimo

segundo de vida, perturba minha alma, não sei por que alguém com tanto amor e

dedicação pudesse sofrer tanto por um sentimento que deveria fazer bem as

pessoas. Quando tento entender as faces do amor meu coração se turba em

desilusão, não consigo compreender se amor é benção ou uma maldição. Pessoas

perdem a vida por amar, sofrem por amar, lutam por amar.

Minha mãe nunca desistiu do meu pai, mesmo ele estando em outra cidade com

outros planos de vida onde a pobre da minha mãe não se encaixava em nenhum

deles. Eu a percebia chorando, pedindo que algo mudasse seu coração duro e frio,

meu ódio só aumentava, dentro de mim martelava o mesmo pensamento de todas as

noites, nunca amarei ninguém, a fraqueza da humanidade é amar.

Quando percebi meus amigos se aproximaram de mim. – Lisa. Você esta bem?

- Oliver enxugou minhas lagrimas com o polegar como sempre fazia. – sim estou.

Mas a discussão... – Lisa por que se torturar assim? Sei que é difícil para você e por

mais incrível que pareça estou arrasado também. Mas fico mais triste por te ver

nessa situação. – Olha pra mim lisa! –Scarlett segurou meu rosto com força e disse.

– Charlotte não iria querer te ver assim. - respondi atordoada. – Não fala o nome

dela Scarlett. Eu preciso de tempo para me recuperar. - Oliver colocou a mão no

meu ombro e disse: – Vamos Lisa precisamos ir. – fechei meus olhos por um

instante, coloquei as rosas sobre o tumulo e respondi. -Vamos.

Caminhamos para fora do cemitério, Oliver e Scarlett foram um pouco á frente

na medida em que caminhávamos lembrava a época em que nos conhecemos, éramos

crianças inocentes de tudo. Oliver com seu cabelo Loiro, Scarlett morena como

Índia, já eu com cabelo bronze como da minha mãe. Diferentes, mas feitos um para

o outro, como os três mosqueteiros. Oliver sempre foi lindo e desde criança era

apaixonada com ele. Todas as vezes que eles dormiam em minha casa fazíamos uma

cabana com lençóis, cada um contava seus segredos, medos e jurávamos uns aos

outros que nunca nos separariam. Na medida em que ia crescendo ficava mais

apaixonada por Oliver, perto dele me sentia segura e era onde queria sempre estar.

Mas, como minha vida não é um conto de fadas, o tempo foi passando ele me amava

cada dia mais, o problema era que ele não me via com eu o via. Ele me considerava

como uma irmã e aos poucos fui me acostumando com a idéia, pois era forma mais

pratica de sempre estar do seu lado. Scarlett certa vez me pediu um conselho, foi

a noticia que no momento não queria receber. – Lisa, Oliver e eu nos beijamos.

Isso foi um choque para mim. Mas, como uma boa amiga decidi respeitar e enterrar

de uma vez por todas esse sentimento que sentia por Oliver. Ao chegarmos fora do

cemitério perguntei a Scarlett. – Há quanto tempo vocês estão namorando? – há um

pouco mais de 5 anos. Estávamos pensando em marcar o noivado. – Oliver disso num

sorriso. - Você será nossa madrinha Lisa. –Claro Oliver com muito prazer. - Entra

no carro que vou te levar no aeroporto. - Oliver abriu a porta do carro e eu entrei,

ele tinha um Ford F-Series. Scarlett e Oliver entraram e assentaram nos bancos

da frente, ele deu partida no carro e arrancou dirigiu por alguns minutos e parou na

casa onde morava com minha mãe para pegar minha bolsa. – não demore Lisa, seu

vôo sairá em algumas horas.

- Okay Oliver.

Entrei em casa e fui até a cozinha, ainda era possível ver manchas de sangue da

minha nos moveis, peguei algumas frutas na geladeira e subi para meu quarto.

Minha bolsa estava em cima da cama, peguei e a pus no chão coloquei as frutas

dentro dela. Olhei bem para meu quarto como se estivesse me despedindo coloquei

a bolsa nas costas e sai. Quando estava aproximando da porta da sala percebi

algumas pegadas de algum cachorro no tapete perto do sofá, pensei. – Droga. Esses

policiais e seus cães farejadores. – Abri a porta e sai. Entrei no carro e Oliver

prosseguiu dirigindo por mais alguns minutos e o silêncio tomou conta até

chegarmos ao aeroporto. – Você promete que não vai se esquecer de nós? – Claro

que não Oliver. – Respondi engasgando para não chorar. Olhei para Scarlett ela

estava em prantos virou e me abraçou, estava assentada entre o banco do

motorista e passageiro. – Vou escrever sempre. – Scarlett me apertou dizendo. -

È uma promessa. – Respondi: - Sim. É uma promessa. – Oliver enxugou as minhas

lagrimas com o polegar e disse: - Se cuida maninha. – pode deixar. - respondi

Bagunçando seu cabelo. Abri a porta do carro e sai, com um sorriso em meio as

lagrimas disse: - Tchau meus amores. – Eles acenaram para mim e eu entrei.

Já era por do sol quando entrei no aeroporto pela primeira vez, estava um pouco

nervosa, pois nunca tinha viajado para tão longe, caminhei ate uma cadeira bem

próxima ao portão de embarque, estava super enjoada precisava ir ao banheiro,

mas não sabia ao certo onde era. Abaixei a cabeça e fechei meus olhos, por um

instante consegui prender minha mente e não ouvia mais nada pessoas iam e viam,

mas nada conseguia chamar minha atenção, após alguns minutos ouvir uma pessoa

que tocava violão e cantava uma música desconhecida, que dizia algo sobre o bem e

o mal, ele dizia que tudo se purifica tudo se corrompe tudo que é bom pode se

torna mal, tudo que é vivo morre e tudo que morre não volta mais. Abri os olhos

para ver quem cantara a música, era um homem que aparentava ter uns 40 anos e

era muito sua barba era grande seu cabelo atrapalhado.

De repente quatro crianças passaram do meu lado cantando a mesma música,

me distrai acompanhando-as com os olhos, quando voltei os olhos para o senhor ele

havia desaparecido, como uma brisa rápida. Perguntei uma senhora que estava

assentada do meu lado

- Onde foi aquele homem com o violão? - Não vi nenhum homem com violão. -

Respondeu-me levantando da cadeira, caminhando em direção das mesmas crianças

que passara do meu lado cantando aquela música.

Achei aquilo muito estranho, mas para mim eram coisas da minha cabeça, me

levantei e caminhei até a vidraça do aeroporto e lá estava ele sentado no passeio

tocando e cantando a mesma música, tinha um chapéu no chão e pessoas passavam e

jogavam moedas nele, mas essa musica não ouvia as palavras somente a melodia,

perdi totalmente a noção do tempo naquele momento, quanto dei por mim meu avião

já estava prestes a decolar, corre como uma louca pelos corredores e entrei no

avião. Assentei-me numa poltrona do lado da janela, onde pudesse contemplar a

beleza e o esplendor contínuo da terra, surgem gerações, vão gerações, morresse

os reis, nascem os príncipes, mas a beleza do universo sombrio nunca acaba.

Quando menos esperava sentou um homem do meu lado, não pude deixar de

notar seus olhos, acho que nunca olhos marrons como os dele, seus cabelos negros,

sua pele morena e frágil. Ele com uma simplicidade enorme me disse

- Oi. –Oi. –Respondi. -Qual é seu nome? - Perguntou-me antes mesmo de ter

acabado de responder. - Elisabeth e o seu? - Meu nome é Ramon. - Você é latino?

Perguntei desconfiando do seu sotaque. -Sim. Sou. - você é de onde? - Nasci em

Madri, Espanha. E você? - Eu nasci aqui mesmo. Vou para Jacksonville morar com

meu pai. - E sua mãe mora aqui ou lá? -Perguntou como uma inocente criança nos

colos de sua protetora. - Minha mãe não existe mais. - Não consegui disfarçar o

sofrimento. - Onde estão meus modos, perdoe-me?

- Sem problemas, mas se me permitir vou dormir um pouco, estou muito cansada.

- Tudo bem. Vou deixa a senhorita em paz.

Ele se levantou e sentou na poltrona da frente. As portas se fecharam, coloquei

o sinto, pois o avião estava preste a decolar, sentia aquele frio na barriga, estava

sozinha sem minha mãe. Em poucos minutos já estávamos em pleno vôo, retirei o

sinto e peguei uma blusa de frio que amava, ganhei no meu aniversario de um garoto

que gostava de mim, ela era preta com detalhes vermelhos, coloquei um fone no

ouvindo e comecei a escutar uma musica da banda Skillet chamada Lucy, escutei a

mesma musica por três vezes e adormece.

Lembro que sonhei com um lugar que parecia uma escola, estava em seu

estacionamento de repente fui transladada para dentro, em seguida me vi de pé

num corredor muito grande com varias portas, no final do corredor havia um garoto

que parecia ter a mesma idade que a minha. Seus cabelos eram tão negros que

chegava a brilhar, sua pele era branco como mármore, não podia ver seus olhos,

vestia uma blusa de frio preta, jeans e all star, de repente ele começou a caminhar

em minha direção, não resistir e sem querer estava caminhando em sua direção

também, era inevitável. Quando aproximamos um do outro ele parou e eu também,

estava paralisada, não movia um músculo. Ele se aproximou de mim ainda mais,

sentia um frio insuportável, por incrível que pareça não estava com medo. Percebi

que em seus olhos havia muita escuridão, e bem no fundo, mistério. Ele me abraçou,

estou certa que nunca sentir um abraço tão gostoso como aquele, ouvir seu coração

que pulsava fraco, quase parando, seu cheiro era como de muitas rosas e sua voz

como de mil crianças que clamam em meio ao desespero. Ele sussurrou em meu

ouvido dizendo __ Ajude-me, Ajude-me. Não sabia ao certo se entendera bem

aquelas palavras, minha mente girava com todos aqueles novos acontecimentos, ele

me soltou e eu confusa o encarei, mas em seus olhos, não foi possível ver, apenas

sombras, e ele simplesmente foi sugado em meio a gritos para o fim do corredor ,

antes que eu pude-se chamá-lo fui acordada , pois meu vôo havia chegado ao fim, e

ia desembarca, havia dormindo por horas, Jacksonville minha mais nova e odiosa

cidade, não que eu não goste dela porque gosto, mais pelo fato de estar com meu

pai, e por ele nunca ter sido de fato um pai pra mim, como posso amar um pai que

nunca gostou de mim e nem da minha falecida mãe, que o amou ate seus dias se

findarem, eu avistei meu pai na sala de desembarque a minha vontade era de correr

e sumir dali mais o que eu podia fazer estava sozinha não tinha mais minha adorada

mãe. Meu pai estava me esperando de carro para me levar para sua casa, ele tinha

um carro bem antigo, mas conservado, era um Cadillac Fleetwood preto, não

consegui conversa com meu pai, somente entrei no carro.

Por muitos minutos, ficamos sem trocar nenhuma palavra, então ele parou na

porta de uma casa muito bonita

__ Você vai ficar aqui __ ele disse olhando para frente sem tirar as mãos do

volante. __ Acho que você vai gostar mais daqui do que da minha casa.

Então abri a porta do carro sem dizer nada, mas dentro de mim uma alegria enorme

estava me consumindo, não iria para a casa dele. Peguei minhas coisas que estavam

dentro do carro e marchei em direção a republica onde iria ficar. Meu pai em

nenhum instante moveu-se para fora do carro, pude perceber que em seus olhos

havia algo estranho, mas não pude compreender o que era. Parei na porta da

republica e observei seu carro sumir na nevoa que cobria a estrada, então um

estranho cachorro saiu de dentro da floresta que ficava de frente para republica,

seu pelo era grande e preto seu olhos azuis sua aparência era uma mistura de lobo

com chacal, ele assentou-se do outro lado da rua, estava muito frio e sem

alternativas entrei na casa e fui direto para o quarto aonde iria fica, a casa era

grande e bonita, no meu quarto avistei três camas, uma delas era rosa com ursinhos

de pelúcias e outra era roxa com detalhes pretos e desenhos de caveiras, e na

ultima estava vazia e era aonde iria dormir, deitei e fiquei ali por horas, o sol já

estava no meu rosto quando desabei em um sono profundo. Sem esforço algum

sonhei novamente com aquele garoto, mas dessa vez conseguia ver seus olhos que

eram negros como o universo, e transmitia uma dor insuportável. Estávamos em um

campo grande verde, à luz do sol não brilhava e havia nuvens negras no céu, ao

redor do campo havia uma floresta de pinheiros onde ouvia vários cachorros

chacais enormes, rosnando e uivando, mas não podia vê-los somente seus olhos

amarelo e brilhantes no meio da escuridão da floresta, olhei para meus pés e

percebi que esta pisando em corpos de pessoas mumificadas e o único feixe de luz

que me iluminava se apagou. E os animais que estavam na floresta atacaram aquele

garoto que estava na minha frente. Quando ele ia protegê-lo, alguém me acordou.

Abri os olhos bem de vagar para ver quem me despertou, havia uma garota que

tinha cabelos longos com mexas roxas e usava roupas e maquiagem pretas e era um

pouco oriental, e um garoto com a calça apertada e com cabelo com luzes loiras. O

garoto me chamou em um diálogo

- Oi. Tudo bem? - Sim, estou. - Respondi com a voz baixa, pois havia acabado de

acorda. - Qual é seu nome? - Perguntou todo eufórico. - Elisabeth, mas pode me

chamar de lisa. E o seu? - Me chamo Bryan Miller, me chame de Billie. E o dela

é Ashley higurashi. __Então ela estendeu sua mão e disse-me

- Prazer.

- Igualmente. - respondi estendendo a mão também e a cumprimentei.

Cada um sentou em sua cama a Ashley na roxa e o Billie na rosa com ursinho, ele

era bastante afeminado.

- Você já sabe onde vai estudar? - Perguntou Ashley. - Universidade de Kansas

- Que legal também estudamos nela. - Billie tomou o diálogo de Ashley e disse

- Quantos anos você tem Lisa? - tenho dezessete anos e vocês? – Ashley e eu

também temos dezessete anos. - Você vem de onde? - Eu vim do Estado do Kansas.

Ashley perguntou olhando nos meus olhos

- Você gostou do paraíso? - Pensei e entendi a pergunta e percebi que ela era muito

sarcástica falava por parábolas. Respondi:

- Sim. Parece ser bem tranqüilo. E você? - Ela respondeu:

- Eu odeio este lugar, na verdade odeio meu mundo. - Então Billie entrou na

conversa dizendo:

- Ai, eu adoro! Aqui tem muitos gatos. Você vai amar. - Prefiro ficar na minha. –

Respondi. - Não acredito...

- o que? - respondi sem entender. - você é lésbica? – respondi revirando os olhos. -

não, nem pensar. - Billie caminhou até a janela, e percebeu que já estava de noite. E

disse. - Já está de noite, nós vamos sair para dar umas voltas. Você está com

fome? Perguntou-me Billie. - Sim estou. E você Ashley? - Perguntei chamando-a

para a conversa. - Um pouco, vamos comer algo?

- Antes que pudesse responder Billie se levantou e agarrou a minha mão e puxou-

me para fora do quarto. - Já que você insiste. Respondi sorrindo porque Ashiley

estava correndo atrás de nós com uma expressão confusa, nem ela esperava aquela

rompante. Entramos no carro do Billie era uma caminhonete cabine dupla, sentei

atrás, na frente foram Ashiley e Billie que estava dirigindo.

Fomos até um restaurante com um aspecto de barzinho, para falar a verdade eu

já imaginava, mas entrei assim mesmo. Assentamos em mesa vazia e Billie me

ofereceu uma cerveja, respondi:

- Não obrigada. Eu não bebo, mas aceito um suco.

Billie gritou a garçonete e pediu um suco, cervejas e alguns lanches para comermos.

- Continuamos a conversa. - Ashley como foi sua infância? - Ela respondeu. - Para

começar, eu não tive infância eu não tive pai e nem mãe. Eles me deixaram num

orfanato um ano depois de ter nascido. La eu não brincava com ninguém, meus

tutores não deixavam encostar aos brinquedos. Isso ate meus falsos pais me

adotarem, depois disso eu tive tudo que queria. - Ela começou a sorrir dizendo.

- Se eu fosse eu sou o que sou, não é graças aos meus pais de sangue, mas sim aos

que me adotaram. - Eu disse. - me desculpe por perguntar Ashiley.

- sem problemas. Respondeu ela.

Então a garçonete chegou com o nosso pedido, colocou na mesa e saiu. Após

termos comido aquele sanduíche delicioso, Billie se levantou para ir ao banheiro.

Ashley aproveitou para fofocar. - Lisa, olha aquele cara ali. - Qual?

- Aquele garoto moreno de blusa xadrez que está jogando sinuca, não para de olhar

para você. - Quem é ele? Perguntei curiosa. - O nome dele é Samuel Baltron, mas

todos o chamam de Sam ele é capitão do time de basquete. - Sussurrou Ashley. -

Ele ficou afim de você. - De mim? - Perguntei assustada. - Como você sabe?

- Ele me perguntou seu nome assim que chegamos. - Estava tão entretida com a

conversa que nem havia percebido que Billie estava atrás de nós ouvindo a

conversa. - Piranhas, vocês estão falando do meu homem? Billie sentou nervoso.

- Ele é seu? Perguntei. - é meu sim! Então olhei em seus olhos e falei. - Pode ficar,

ele é todo seu. Não faz meu tipo. - Interrompeu-me Billie. - Oh, me poupe. Ashley

se levantou um pouco emburrada e disse.

- Vou ao banheiro, vem comigo? - Claro Ashley. Levantei-me um pouco confusa, mas

sem opinar me levantei e fomos ao banheiro. - O que me intrigou foi o fato de

Ashiley e Billie serem muito diferentes. Ela era mais bruta super masculina e

andava com as pernas separadas e ele era afeminado e super vulgar, eles brigavam

muito, pude perceber que algo diferente iria acontecer com aqueles dois.

Quando voltamos do banheiro, Billie estava de cabeça baixa, sentei-me ao seu

lado, começou tocar a música chamada Perfect da banda Simple Plan, Billie me

perguntou pausadamente

- Lisa, Você já se apaixonou? - Ainda não, acho que se apaixonar é passageiro. E não

espero sentir esses sentimentos tão cedo, prefiro mergulhar na escuridão da dor e

do desprezo do que sentir um sentimento que me tornaria vulneravelmente fraca.

- Billie olhou para o chão e uma lagrima rolou no rosto e disse

- Posso te contar uma historia?

- Conte-me.

- Eu nunca fui assim Lisa, eu vivia na Florida com meu pai, até os doze anos,

vivíamos bem. Ele me amava eu o amava, mas isso mudou. Meu pai queria muito que

eu aprendesse a jogar futebol americano, o sonho dele era ter um filho capitão do

time da escola, mas eu não queria. Meu coração não estava naquilo, eu almejava algo

melhor para minha vida, não queria chegar em casa todo esfolado por causa do

maldito time. Então tudo começou, ele me chamava de gay, de mulherzinha, e cada

palavra que ele me direcionava me machucava muito e eu o odiava mais. Eu não era

aquilo, mas para contraria meu pai eu me tornei o que sou

- fiquei sem reação, e em cada palavra que ele dizia jorrava lagrimas no seu rosto. -

acho que agora para mim não tem mais volta, mas já chega. - Ele enxugou as

lagrimas e sorriu. - vamos para casa?

Entramos no carro e fomos para casa, já era noite e um frio enorme chegara,

mas havia um detalhe muito estranho que percebi na volta para casa, olhei para a

lua e ela estava cheia, os pássaros voavam do sul para o norte, olhei pela janela e

desde a hora que havia chegado nesta cidade o cachorro que aparentava ser uma

mistura de lobo e chacal preto de olhos azuis, estava me vigiando através da janela

pelo lado de fora. Nunca havia visto um cachorro daquela raça, uma espécie de

hibrido, não era lobo por completo, era grande de mais para ser um chacal, mas

também não era cem por cento cachorro. Todas as vezes que olhava em seus olhos

arrepiava dos pés a cabeça, sua energia era impressionante, com medo fechei a

cortina e fui arrumar minhas coisas.

Quando acabei de guardar minhas roupas que estavam nas malas, Ashiley e Billie

já haviam dormido, estava muito preocupada, pois amanha seria meu primeiro dia de

aula. Deitei-me para dormir também, mas não conseguia parar de pensar naquele

hibrido que havia visto do lado de fora. Fiquei acordada ate tarde, já era três da

manha quando me levantei bem devagar para não acordar os outros, e fui

caminhando em direção a janela para ver se ele ainda estava onde o vi pela ultima

vez, mas ele não estava do outro lado da rua onde o vi. De repente um vento forte

fez com que a galha da arvore que fica de frente pro meu quarto batesse forte na

janela. Assustei com o barulho ensurdecedor Billie mexeu na cama e Ashley virou

para o lado, olhei para baixo e o hibrido estava bem ali em minha porta encarando-

me, como um caçador observa sua presa.

Corri para minha cama com o coração palpitando de medo, cobrir o rosto com o

edredom, ouvia os assovios que o vento fazia na janela, fechei bem os olhos e só

abri quando o sol apareceu. Quando comecei a pegar no sono o celular de Ashiley

despertou-me com uma musica horrível, como estava cansada não pude memorizar o

que a musica falava, mas era algo muito chato. Levante-me e fui ate o banheiro,

tomei um banho bem quente, não tirava aquela cena que presenciei na noite

passada.

Fiquei muito tempo no banheiro repondo minhas energias, e nem percebi que iria

me atrasar. Vesti uma roupa e bastantes blusas de frio, peguei meu material

escolar. Meus melhores amigos que acabara de conhecer já havia saído, e

novamente fiquei sozinha. Quando sai de casa para a universidade meu pai me

esperava do lado de fora da casa para me levar, pude perceber que o hibrido não

estava mais me observando, havia desaparecido com o cair da manhã. Entrei no

carro e segui o caminho. Ao chegar à universidade meu pai parou o carro e disse: -

Lisa, vou deixar seu carro na sua casa, tudo bem pra você? - Tanto faz. Respondi

batendo a porta do carro.

Caminhei em direção á universidade, pude ver varias pessoas no campus, garotas e

rapazes se atracando, outros estudando, local deprimente a vista, mas tenho que

me acostumar. Entrei pela porta da frente, olhei no papel da minha matricula o

numero do meu armário. Caminhei ate o armário, abri e coloquei algumas coisas

nele. Estava com medo de olhar para o corredor, aquele sonho que tivera ainda me

soava muito real.

Abaixei a cabeça, respirei fundo. Levantei lentamente a cabeça com os olhos

trêmulos olhei para o lado, e La estava um garoto escorado na parede no fim do

corredor. Ele caminhou até a mim, e disse:

- Oi. - Oi. Respondi com estranheza. - Qual o seu nome? Perguntou-me. Mas quando

ia responder ele me interrompeu. - Espera... Deixe-me adivinhar... Seu nome é Lisa,

não é? - Como você sabia? Perguntei:

- Eu li sua mente. Aliás, o meu nome é... Interrompe dizendo. - Espera... Deixe-me

adivinhar... E Sam? - Ele perguntou. - Poxa! Você é boa, como descobriu? __ Do

mesmo forma que você adivinhou o meu nome s.r. Baltron. Ashley me contou. Ela me

disse que você perguntou meu nome. E mesmo se não soubesse disso, não cairia

nessa cantada barata. Ela é velha! Ah... Da próxima vez senhor que ler mentes,

lembre-se de ler a mente do Billie também. Ele pensa de mais. - Dei-me de costas

dizendo. - Adeus capitão do time de basquete.

Ele passou a mão no cabelo, parecia estar com vergonha, continuei a caminhar,

estava indo para a sala da diretora, mas não sabia ao certo onde era. Ashley estava

tirando algumas coisas no seu armário, caminhei em sua direção e perguntei:

- você sabe onde é a diretoria?

- sei. Ashiley respondeu sorrindo de verdade, foi a primeira vez que vi ela sorrir

assim desde que cheguei. - Que bicho te mordeu, Ashley? - Nenhum por quê?

- Nada. Sabe quem me parou no corredor? – Ashley perguntou-me bem baixinho –

Quem Lisa? – sussurre. – O Sam. – nossa, e ele te chamou pra sair? – Claro que não

Ashley. Na verdade ele nem teve tempo. – Sorrir e falei lentamente. – Ele deve

esta cansando o caminho de casa até agora. – Você deu o fora nele? – Ashley

levantou a sobrancelha como se estivesse impressionada com aquilo. – claro.

Respondi. – ele se acha de mais. Mas, deixa isso pra lá. Você me leva até a sala da

diretora? - Claro, lisa.

Caminhamos por alguns minutos e tive tempo suficiente para ver que algo havia

acontecido com Ashiley, ela estava gentil e sorrindo muito. Pelo pouco tempo que à

conhecia foi suficiente para notar essa ligeira diferença no seu humor. Ashley

disse:

- pode entrar que te espero aqui fora.

Sorri para ela e entrei. Vi uma secretaria que estava em meio de um telefonema.

Ela parecia estar de mau humor, seu cabelo era curto, meio anos sessenta. Vestia

roupas deselegantes, saia e suéter bege, era um pouco gorda. Aproximei e

perguntei:

- Oi. Você pode me ajudar. Ela me ignorou. - Eu preciso falar com a diretora.

Ela apontou o dedo para uma porta, indicando o lugar onde eu deveria entrar. Fui

ate a porta e abri bem devagar. Quando entrei tomei um susto, lá estava o garoto

do meu sonho. Estava com a mesma roupa, mas seus cabelos eram grandes e seus

olhos eram azul como céu. Fiquei espantada, minhas pernas tremeram. A diretora

me perguntou:

- Posso ajudar, senhorita? - Então cair em si. Olhei para mesa e ela estava

mexendo no computador do lado havia uma plaquinha escrita Kristen House,

obviamente era seu nome, parecia muito com ela, loira alta e muito bonita.

Respondi. - Sim. Gostaria de saber em qual sala irei ficar. - Só um momento. - disse

ela. - Só estou atendendo esse rapaz e irei te atendeu logo depois. - Tudo bem!

Respondi.

Continuei olhando para o garoto. Em tudo, seus olhos era o que chamava mais

atenção. Neles havia mistério, parecia que não dormia há semanas, pois sombras

rodeavam-no.

- Você pode se encaminhar para aula de biologia. - Diretora Kristen interrompeu

meu olhar observador.

- Obrigado, senhorita House. - Respondeu o garoto. - Quando ouvi sua voz senti

um frio que me arrepiou da nuca ao calcanhar. Ele caminhou para porta, e já não

consegui mover um dedo. Ele se retirou da sala, mas antes de sair olhou bem nos

olhos e sorriu. Neste instante consegui respirar, mas meu coração palpitava de uma

forma que não consigo explicar. Diretora Kristen perguntou-me. - Qual é seu nome

mocinha? - Eisinger. Elisabeth Eisinger Ei. - Ela digitou meu nome no computador,

esperei um pouco e disse. – Elisabeth Eisinger. Achei! Você vai pra aula de química.

Aqui esta sua folha com os horários de aula. Bem vinda Senhorita Eisinger. -

Obrigado. - Então saí da sala da diretora, peguei Ashley pelo braço e perguntei.

- Ashley você viu aquele garoto que acabou de sair?

- Não Lisa. Eu Não vi. - Perguntei desesperada. - você não viu? Ele estava com blusa

de moletom e capuz na cabeça. - Lisa! Daqui não saiu ninguém. - Você estava tão

distraída e não viu, mas deixa Ashley, me faz um favor? Leva-me na turma de

química? - Não posso, tenho que ir correndo para aula de história. - Então Ashley

começou a andar, dizendo. - A Turma de química no segundo corredor à direita. Boa

sorte Lisa. Te vejo mais tarde.

Caminhei ate o corredor que Lisa me indicou, vi uma porta escrito química. Bati na

porta e quem abriu foi o professor. Ele perguntou:

- Posso Ajudar? - Pode sim. Sou a aluna nova. E a diretora me disse que farei aulas

nesta turma.

- Pode entrar, fique à vontade.

Entrei na sala, e o garoto estava lá, ele havia tirado a touca, estava com o

cotovelo sobre a mesa, com dedos cruzados e de cabeça baixa. Quando ele

percebeu que estava entrando e olhou para mim, colocou a mão no queixo e ficou me

observando até me assentar um pouco a sua frente. O Professor começou a

explicar a matéria. Peguei o caderno e abri. Ele estava explicando sobre célula

vegetal e animal, mas não consegui prestar atenção em nada. A todo minuto olhava

discretamente para o garoto que sentara atrás, percebe que ele não tirava os olhos

de mim. O professor passou alguns exercícios e em quanto o fazíamos, ele disse:

- Onde estão os novatos? - Então eu e ele levantamos a mão. Disse o professor. -

Elizabeth Eisinger. Sua matricula é a 2177, você veio do estado do Kansas?

Respondi:

- Sim professor. Ele perguntou. - Joseph Hoffmann, seu número de matricula é

2176? Que legal. Vocês foram matriculados no mesmo dia e na mesma hora. - O

professor era super sorridente era moreno alto e muito carismático continuou a

dizer. - Marquei um trabalho para vocês me entregarem depois do feriado. Darei

vinte dias para concluírem o trabalho. Vocês farão um Titulação com NaOH e HCl, e

terão que elaborar um relatório para entregar, vou separá-los em duplas assim que

falar os nomes vocês podem juntar para discutir o andamento do trabalho.

O professor separou a turma em duplas e eu sai justamente com Joseph. Peguei

mina mochila, sentei-me do lado dele e disse:

- Oi! - Ele não me respondeu. - Perguntei:

- Tudo bem? - Ele me perguntou: - Você está? - Sim, estou. Você está com algum

problema? - Você tem algum? - Retrucou-me. - Não, ainda não. - Um silencio tomou

o lugar. - Sem alternativas perguntei sem esperanças. - Você está gostando da

escola? - Você gosta daqui?

- Gosto. Aqui é ate suportável. Você mora onde? - Você... É de onde? Perguntou-me.

- Sou do Kansas. Estou aqui há dois dias. E você mora onde aqui? – Ele olhou para

fora pela janela e permaneceu ali por horas sua mente vagava. Olhei para o

professor e ele estava explicando passo a passo como desenvolveríamos o trabalho.

- Na bureta foi colocada 50 ml de NaOH já preparada, ajustou-se o menisco.

Pesou-se cerca de 800 mg de Biftalato de potássio em triplicata e transferiu casa

massa para cada Erlenmeyer de 250 ml, dissolveu o biftalato em 50 ml de água

destilada quente. Foi adicionado 3 gotas do indicador de fenolftaleína ao primeiro

frasco e titulou até o ponto de viragem, persistiu por 20 segundos uma leve

coloração rósea. Anotou o volume gasto na bureta para calcular o fator de correção

realizou o mesmo procedimento por mais duas vezes. – Enquanto ele falava olhava

discretamente para Joseph. - Padronização de uma solução de HCL 0,1 mol/L na

bureta foi colocada 50 ml de HCl já preparada, ajuste o menisco. – Joseph

encarou-me e ele colocou o polegar no meu rosto como se estivesse enxugando

lagrimas onde não havia. Lembrei de Oliver na hora e quando ele ia me dizer algo o

sinal tocou. Olhei para o relógio que havia na parede já estava no final da aula,

quando ia perguntar novamente, percebi que ele já havia saído da sala. Sem pensar

duas vezes fui atrás, mas não o encontrei. Fui ao refeitório, sentei-me na uma

cadeira onde Ashley e Billie estavam. Olhei para todos os lados, e Joseph estava

sozinho do outro lado. Perguntei Ashley:

- Você conhece aquele garoto do outro lado? - Ela respondeu. - Não, eu não conheço

Lisa.

- Então Billie disse. - Eu conheço... de ouvir falar. Dizem que ele mora na floresta,

sozinho, sem pais, ele tem uma casa lá. Fica perto da republica, uns quatro

quilômetros ao norte. Ele mora lá há uns seis anos. - Como você sabe? Perguntei:

- Ele é um gato lisa... Respondeu Billie... Tinha que saber. Mas ele é muito estranho,

ninguém sabe nada sobre seu passado. Dizem que ele apareceu há uns oito anos.

Sempre sozinho, não tem nenhum amigo, nem família. Você se interessou por ele? -

Não sei, ele é diferente – revirei os olhos ao dizer – eu gosto disso – quando será o

feriado?

- Amanha minha filha, você não sabia. – respondeu Billie com cara de sapeca.

- você é muito desenformada Lisa. Alguns dias antes de você chegar minha mala já

estava pronto. Neste feriado vou viajar, meu pai quer me levar numa viagem

solidaria. Odeio viajar com ele. - Vai viajar para onde?- perguntei

- Vou para Itália – Billie fez cara de tédio – vamos ficar três dias enfornados

naquele lugar. Pelo menos vou conhecer pessoas novas. Ah quem sabe trago algo pra

você Lisa. - Não precisa Billie.

- Faço questão. – Disse ele. - E você Ashley vai para onde? - Vou ficar por aqui

mesmo. E você Lisa? - Também Ashley, meu pai ficou de me dar um carro vou ligar

para ele para poder escolher algum que me agrade – Olhei para o celular e falei –

Desculpe, tentarei falar com Joseph. – Eles olharam um para o outro e disseram:

- Nossa boa sorte – riram como se fosse impossível esse feito.

Coloquei minha mochila nas costas, caminhei ate ele e disse:

- Posso me assentar? – ele não me respondeu – tentei novamente. Você se importa

se eu me assentar? – Ele disse:

- Você se importa em se assentar? – respirei fundo, continuei de pé, e perguntei

bem calma:

- Não me importo. Por que você nunca responde minhas perguntas? - Por que você

sempre responde as minhas? – retrucou-me.

- Por educação eu acho. O que queria falar é que se você quiser pode ir...

- Ir a republica onde você mora que fica a uns 7 km daqui, para fazermos o

trabalho de biologia. - Ele completou minha frase, enquanto eu parava de falar

admirando a situação. - Isso – respondi eufórica – amanha vou comprar meu carro,

e você poderia ir lá se quiser, estarei em casa a tarde.