pensamento critico reflexivo em enfermagemi

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1 pensacritico1sem2009 Departamento de Enfermagem Básica Disciplina Administração em Enfermagem I PENSAMENTO CRITICO REFLEXIVO EM ENFERMAGEM Greco, Rosangela Maria Prof. Associado do Depto. EBA. Objetivos - Compreender o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo; - Refletir sobre a importância do pensamento crítico reflexivo para a prática profissional e o processo de tomada de decisão; - Utilizar o pensamento crítico-reflexivo no desenvolvimento da prática profissional; Introdução Estamos no início do século XXI e o mundo está mudando rapidamente, frente às transformações pelas quais a sociedade vem passando podemos assumir duas posturas: a de sujeitos independentes, críticos, questionadores, capazes de refletir sobre a realidade (educacional, social, política, econômica, cultural, etc.) e portanto, estarmos instrumentalizados para viabilizar as rupturas no instituído, ou a de sujeitos dependentes, não críticos, acomodados às informações recebidas, sem criatividade e capacidade de refletir sobre a realidade em que vivemos ou onde iremos atuar, o que é bastante interessante para os grupos que detém o poder, pois estes terão menores dificuldades de governar e manipular uma população passiva, não questionadora (SORDI; BAGNATO, 1998). Qual postura você tem assumido? Neste texto iremos discutir como assumir a primeira postura, ou seja, desenvolver e exercitar o pensamento crítico-reflexivo. O que é pensamento crítico? Para começarmos a definir o que é pensamento crítico, é importante destacar que todos nós, seres humanos, pensamos. Mas, se todos nós pensamos qual a diferença entre pensamento e pensamento crítico? Para Alfaro-Lefevre (1996) a diferença é o controle, pois “o pensamento é basicamente qualquer atividade mental – ele pode ser sem objetivo e descontrolado. Ele pode servir a um propósito, mas nós freqüentemente não estamos cientes dos seus benefícios. Não poderíamos lembrar exatamente todos os nossos pensamentos. Por outro lado, o pensamento crítico é controlado, proposital e mais apropriado para levar aos benefícios óbvios resultantes”. Para pensar criticamente é necessário estimular o ato reflexivo, o que significa desenvolver a capacidade de observação, análise, crítica, autonomia de pensar e de idéias, ampliar os horizontes, tornar-se agente ativo nas transformações da sociedade, buscar interagir com a realidade (SORDI; BAGNATO, 1998). Existem numerosas definições para pensamento crítico, Waldow (1995) citando Brookfield (1991), considera o pensamento crítico como “um processo de reflexão sobre as hipóteses que permeiam as nossas idéias e ações, bem como as dos outros, reconhecendo como o contexto altera comportamentos, resultando em novas formas alternativas de pensar e viver”. a) E assim sendo, para identificar pensamento crítico pode-se considerar os seguintes temas ou categorias: É uma atividade produtiva e positiva; b) É um processo e não pode ser confundido como resultado; c) A forma como ele se manifesta varia de acordo com o contexto em que ocorre; d) Pode ser originado tanto por eventos positivos como negativos; e) É tanto emocional como racional (WALDOW, 1995 apud BROOKFIELD, 1991). Para Alfaro-Lefevre, (1996) é melhor descrever o que é pensamento crítico do que defini-lo e para descrever a autora lista as características, ou atitudes, dos indivíduos que demonstram pensamento crítico como se pode ver no quadro a seguir. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM

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Page 1: Pensamento Critico Reflexivo Em Enfermagemi

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pensacritico1sem2009

Departamento de Enfermagem Básica

Disciplina Administração em Enfermagem I PENSAMENTO CRITICO REFLEXIVO EM ENFERMAGEM

Greco, Rosangela Maria Prof. Associado do Depto. EBA.

Objetivos

- Compreender o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo; - Refletir sobre a importância do pensamento crítico reflexivo para a prática profissional e o

processo de tomada de decisão; - Utilizar o pensamento crítico-reflexivo no desenvolvimento da prática profissional;

Introdução Estamos no início do século XXI e o mundo está mudando rapidamente, frente às transformações pelas quais a sociedade vem passando podemos assumir duas posturas: a de sujeitos independentes, críticos, questionadores, capazes de refletir sobre a realidade (educacional, social, política, econômica, cultural, etc.) e portanto, estarmos instrumentalizados para viabilizar as rupturas no instituído, ou a de sujeitos dependentes, não críticos, acomodados às informações recebidas, sem criatividade e capacidade de refletir sobre a realidade em que vivemos ou onde iremos atuar, o que é bastante interessante para os grupos que detém o poder, pois estes terão menores dificuldades de governar e manipular uma população passiva, não questionadora (SORDI; BAGNATO, 1998).

Qual postura você tem assumido? Neste texto iremos discutir como assumir a primeira postura, ou seja, desenvolver e exercitar o

pensamento crítico-reflexivo.

O que é pensamento crítico? Para começarmos a definir o que é pensamento crítico, é importante destacar que todos nós, seres humanos, pensamos. Mas, se todos nós pensamos qual a diferença entre pensamento e pensamento crítico? Para Alfaro-Lefevre (1996) a diferença é o controle, pois “o pensamento é basicamente qualquer atividade mental – ele pode ser sem objetivo e descontrolado. Ele pode servir a um propósito, mas nós freqüentemente não estamos cientes dos seus benefícios. Não poderíamos lembrar exatamente todos os nossos pensamentos. Por outro lado, o pensamento crítico é controlado, proposital e mais apropriado para levar aos benefícios óbvios resultantes” . Para pensar criticamente é necessário estimular o ato reflexivo, o que significa desenvolver a capacidade de observação, análise, crítica, autonomia de pensar e de idéias, ampliar os horizontes, tornar-se agente ativo nas transformações da sociedade, buscar interagir com a realidade (SORDI; BAGNATO, 1998). Existem numerosas definições para pensamento crítico, Waldow (1995) citando Brookfield (1991), considera o pensamento crítico como “um processo de reflexão sobre as hipóteses que permeiam as nossas idéias e ações, bem como as dos outros, reconhecendo como o contexto altera comportamentos, resultando em novas formas alternativas de pensar e viver” . a) E assim sendo, para identificar pensamento crítico pode-se considerar os seguintes temas ou categorias: É

uma atividade produtiva e positiva; b) É um processo e não pode ser confundido como resultado; c) A forma como ele se manifesta varia de acordo com o contexto em que ocorre; d) Pode ser originado tanto por eventos positivos como negativos; e) É tanto emocional como racional (WALDOW, 1995 apud BROOKFIELD, 1991).

Para Alfaro-Lefevre, (1996) é melhor descrever o que é pensamento crítico do que defini-lo e para descrever a autora lista as características, ou atitudes, dos indivíduos que demonstram pensamento crítico como se pode ver no quadro a seguir.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM

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Características (atitudes) de pensadores críticos Pensadores críticos são:

� Pensadores ativos, ou seja, mantêm uma atitude questionadora e uma resistência dupla na confiança de

informação e na sua interpretação da informação. �

Conhecedores de seus preceitos e limitações, o que alguns chamam “Ter humildade intelectual”* . �

Imparciais, isto é, são extremamente cientes da poderosa influência de suas próprias percepções, valores e crenças, mas buscam considerar todos os pontos de vista semelhantemente.

� Inclinados a exercitar um esforço consciente para trabalhar de maneira planejada, reunindo informações,

resistindo à exatidão e persistindo até quando as soluções não forem óbvias ou necessitarem de diversas etapas.

� Bons comunicadores, compreendendo que uma troca recíproca de idéias é fundamental para entender o

fato e achar soluções melhores. �

Empáticos, colocando seus próprios sentimentos de lado, e imaginando-se no lugar dos outros afim de entendê-los genuinamente. Alguns chamam isso “Ter empatia intelectual” .

� Mentes abertas, ou seja, estão dispostos a considerar outras perspectivas e adiam o julgamento até que

todas as evidências sejam ponderadas. �

Pensadores independentes, fazendo seus próprios julgamentos e decisões, ao invés de permitir que outros façam isso por ele.

� Curiosos e perspicazes, questionando profundamente e interessando-se em entender, dando ênfase a

pensamento e sentimentos. �

Humildes, reconhecendo que ninguém tem todas as respostas ou está imune a erro. �

Honestos consigo e com os outros, admitindo quando seus pensamentos podem estar imperfeitos ou requerem mais reflexão. Alguns chamam isso “Ter integridade intelectual”* .

� Prevenidos, em vez de reativos, antecipando problemas e agindo antes de ocorrerem.

� Organizados e sistemáticos em suas abordagens, para solucionar problemas e tomar decisões.

� Flexíveis, aptos a explorar e imaginar alternativas, e mudar abordagens e prioridades quando necessário.

� Cientes das regras da lógica, reconhecendo a função da intuição, mas buscando evidências e ponderando

riscos e benefícios antes de agir. �

Realistas, reconhecendo que nós não vivemos num mundo perfeito, e que as melhores respostas não são sempre as respostas perfeitas.

� Jogadores de equipe, dispostos a colaborar para trabalhar em direção ao alvo comum.

� Criativos e comprometidos com a excelência, continuamente avaliando, buscando clareza e exatidão e

procurando maneiras de aperfeiçoar como as coisas são feitas. * estes termos foram inicialmente utilizados por Ricardo Paul (1993) ALFARO-LEFEVRE, (1996) Ao lermos as características descritas acima é bem natural que busquemos entre elas quais as qualidades que possuímos bem desenvolvida e quais que ainda gostaríamos de aperfeiçoar, como um exercício Alfaro-Lefevre (1996) sugere marcar com um “B” as que estão bem desenvolvidas e com um “A” as que se gostaria de desenvolver, ressaltando que não existe a função perfeita do modelo, e se não estamos colocando um mínimo de “As” é sinal de que estamos precisando refletir mais sobre nossas características pessoais e sobre o que é pensamento crítico. Ainda segundo esta autora, um sinônimo para pensamento crítico é raciocínio, sendo que nós podemos nos aperfeiçoar em pensarmos critica e reflexivamente, buscando conhecimentos, instruções e praticando conscientemente com esse objetivo. Pensamento crítico é similar ao método de resolução de problemas e ao científico, sendo muitas vezes mais abrangente, pois além de se propor a resolver se propõe a prevenir e maximizar potencial e eficientemente as situações. Em relação aos princípios científicos ele é similar ao utilizar da observação, classificação de dados, conclusões que obedecem a lógica, condução de experiências e teste de hipóteses (ALFARO-LEFEVRE 1996).

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Como pensar criticamente PEREIRA (1992) citando BROOKFIELD (1987) coloca que o pensamento critico ocorre através:

- Da identificação e questionamento quanto aos fatos da vida cotidiana, quando refletimos sobre nosso modo de agir com as pessoas que nos cercam, quando analisamos os pressupostos que embasam uma atividade ou atitude pessoal ou profissional;

- Da conscientização do contexto, pois as pessoas agem de acordo com suas crenças, valores, contexto cultural e histórico, que são produtos sociais e de experiências pessoais de cada um;

- Da exploração e imaginação de ações alternativas, o que se dá através de novos modos de pensar, da mentalização de alternativas de vida,

- Do desenvolvimento da reflexão céptica, através do questionamento do que até então foi considerado valor, verdade e justificativa.

Todos nós estamos sujeitos a fatores pessoais, situacionais, hábitos e comunicação que podem

influenciar o pensamento crítico, mas estar consciente deles nos ajuda a identificar possíveis estratégias para promover o pensamento crítico-reflexivo (Alfaro-Lefevre, 1996). Resumidamente, as estratégias para o desenvolvimento de pensamento crítico podem ser compreendidas em três dimensões: atividades de observação, de escrita e de ação (Waldow, 1995). Existem oito questões-chave que podem ajudar a determinar uma abordagem do pensamento crítico em situações diferentes, são elas:

1) Qual é o objetivo do meu pensamento? 2) Quais são as circunstâncias? 3) Que tipo de conhecimento é requerido? 4) Qual é a margem de erro? 5) De quanto tempo eu disponho? 6) Que recursos podem me auxiliar? 7) Que perspectivas devem ser consideradas? 8) O que está influenciando meu pensamento?

Existem algumas ações que podem ajudar no exercício do pensar crítica e reflexivamente, são elas: • Identificar suposições, verificar a exatidão e integridade dos dados, compreender quando existem

contradições em relação à informação apresentada, distinguir o relevante do irrelevante, distinguir normal do anormal;

• Identificar uma abordagem organizada para a descoberta – escolher uma abordagem sistemática que aumente a capacidade de coletar todos os dados relevantes;

• Reunir informações afins, identificar informações; • Identificar modelos – interpretar quais modelos são sugeridos pela informação reunida; • Considerar conclusões diferentes e válidas; • Identificar a causa fundamental e estabelecer prioridades; determinar alvos realistas; • Desenvolver um plano abrangente – prever respostas, pesar riscos e benefícios, reduzir riscos e determinar

intervenções; • Avaliar e corrigir (Alfaro-Lefevre, 1996).

Muitas destas ações nós fazemos automaticamente, e este é o ponto da questão, tornar as nossas ações conscientes e embasadas em conhecimentos específicos.

Como será então, que se pode aplicar o pensamento crítico em situações específicas de enfermagem? O pensamento crítico em enfermagem Como já dissemos no início deste texto, nós podemos ou não pensar criticamente e a mesma opção pode ser tomada profissionalmente, ou seja, em relação à prática da enfermagem. Mas, pensar criticamente em enfermagem significa romper com a lógica tecnicista, com a biologização dos conteúdos, com a ênfase apenas no saber e no saber-fazer, que apesar de serem aspectos importantes da formação acadêmica não devem ser privilegiados em detrimento do saber-ser (Sordi; Bagnato, 1998). E esta tarefa não é fácil “estudantes de enfermagem na sua maioria, vêm já condicionados e motivados para atividades práticas. Embora concordem em alguns pontos, como o de que a enfermagem é discriminada, os

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próprios estudantes acabam caindo na cilada, submetendo-se ao senso comum e engajando-se mais em disciplinas e atividades que priorizam o modelo biomédico e o tecnicismo” desconsiderando e até muitas vezes discriminando disciplinas que estimulam o refletir, o pensar, a discussão coletiva e teórica como embasamento para o fazer (Waldow, 1995).

Pode-se dizer que o pensamento crítico em enfermagem é similar ao de qualquer outra situação, pois requer o desenvolvimento das características de pensadores críticos, é influenciado por fatores pessoais e situacionais, hábitos e comunicação e envolve o domínio das ações citadas acima.

No entanto, as habilidades e o desempenho do pensamento crítico em enfermagem devem ser desenvolvidos em um nível profissional, pois as “conclusões e decisões a que chegamos como enfermeiros afeta a vida das pessoas” e assim “o nosso pensamento deve ser guiado por um raciocínio sadio, preciso, disciplinado, que promova a exatidão e a profundidade da coleta de dados e que procure identificar claramente as questões que se apresentam” (Alfaro-Lefevre, 1996). Como instrumentos, que fornecem a base para nos auxiliar no desenvolvimento do pensamento crítico reflexivo em enfermagem podemos utilizar o planejamento administrativo e o processo de enfermagem. Mas, você pode utilizar esses dois instrumentos de uma forma rotineira, linear, sem pensamento crítico, ou de forma dinâmica com pensamento crítico reflexivo. O pensamento crítico reflexivo e a tomada de decisão em enfermagem O pensamento crítico reflexivo é essencial e pode nos ajudar, por exemplo, na identificação de problemas reais e potenciais; a tomar decisões sobre um plano de ação; a reduzir riscos de obter resultados indesejáveis; a aumentar a probabilidade de alcançar resultados benéficos e a descobrir maneiras de nos melhorarmos, de contribuir para o aprimoramento de nossa equipe e de nossa prática (ALFARO-LEFEVRE, 1996). A tomada de decisões em enfermagem é influenciada por padrões, normas e diretrizes, no entanto é importante que estes não sejam seguidos cegamente, usar o pensamento crítico para tomar uma decisão é essencial no momento de reconhecer quando a situação requer soluções criativas. Para exemplificar Alfaro-Lefevre (1996) cita a seguinte situação: “Suponha que você está cuidando de alguém que teve apenas cirurgia de próstata, e o senso crítico dessa situação-problema é que, no segundo dia, o paciente sairá da cama duas vezes. No entanto, no segundo dia, você avalia o paciente e descobre que ele tem desconforto torácico. Essa descoberta é significativa para você perguntar se ele deve realmente sair da cama hoje: Poderia esse homem estar sofrendo de complicação como infarto do miocárdio ou embolia pulmonar? Nesse caso, você precisa informar os sintomas e manter o paciente na cama até que ele seja avaliado mais cuidadosamente” . Dentro do processo decisório, a fase de procura de soluções alternativas pede que se lance mão da criatividade para que se alcancem mudanças.

Entretanto segundo Kron; Gray (1994) os enfermeiros possuem bloqueios à criatividade que podem ser explicados pelas seguintes razões: 1 – Uso do pensamento crítico mais que o pensamento imaginativo; 2 – Receio do desconhecido receio de arriscar; 3 – Incapacidade ou não desejo de analisar, objetivamente, as forças e capacidades dos indivíduos; 4 – Conformismo, manutenção de métodos e padrões tradicionais e 5 – Incapacidade de selecionar repentinamente idéias como forma de resolver um problema para mudança. Para o psicólogo do trabalho, Hesketh (1984) apud Ciampone (1991), a dificuldade em ser criativo pode ocorrer basicamente por 3 motivos:

� Bloqueios psicológicos - normalmente por falta de informação e conhecimentos sobre as situações ou hábitos pessoais levando a uma tendência a seguir normas preestabelecidas;

� Bloqueios por atitudes - pode ser representado pelo pensamento negativista, pelo conformismo e pela “preguiça mental” ;

� Bloqueios pela influência de fatores socioculturais representado pelo condicionamento na crença da autoridade e os critérios de julgamento.

A criatividade não deve ser tomada como uma capacidade nata, ela pode e deve ser desenvolvida, o que pode ser feito através de exercícios que estimulam a capacidade de se pensar criativamente (KRON; GRAY, 1994).

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A título de conclusão

A partir deste texto esperamos que você tenha compreendido como se dá o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo, qual a sua importância e como utilizá-lo em sua prática profissional.

Pensar ou refletir criticamente pode a princípio, não ser uma atividade fácil, mas se de fato acreditarmos que esta atitude pode nos transformar enquanto pessoas e também profissionalmente, podemos fazer do pensamento crítico um exercício diário o que certamente nos auxiliara a questionar a realidade, buscar e selecionar respostas e alternativas e a criticar as nossas próprias idéias e as dos outros (WALDOW, 1995).

Para pensar.... “ Tendemos a ver o que esperamos ver, o que nos é familiar; nós somos influenciados pelos valores e crenças pessoais;

resistimos a mudanças; gostamos de estar sempre com a razão” (ALFARO-LEFEVRE, 1996)

“ Os homens sábios mudam suas mentes, um tolo nunca mudará”

(Provérbio espanhol - ALFARO-LEFEVRE, 1996) Exercícios para ajudar a fixar o assunto a) Defina pensamento crítico usando suas próprias palavras, baseado na definição comumente usada de

pensamento crítico. b) Explique a diferença entre pensamento e pensamento crítico. c) Cite três razões pelas quais pensamento crítico é essencial para estudantes de enfermagem. d) Descreva cinco características de pensamento crítico que você gostaria de desenvolver ou aperfeiçoar. e) Cite quatro fatores que influenciam o pensamento crítico e explique como e por que cada um é influente. f) Cite cinco estratégias práticas que podem acelerar o pensamento crítico, explique po que elas funcionam. g) Comente, no mínimo, cinco habilidades do pensamento crítico que você gostaria de aperfeiçoar e como

você pretende aperfeiçoá-las. h) Defina pensamento crítico em enfermagem e cite quatro situações de enfermagem em que o pensamento

crítico é necessário. i) Discuta a relação do processo de enfermagem com o pensamento crítico. Referências ALFARO-LEFEVRE, R. Pensamento crítico em enfermagem: um enfoque prático. Artes Médica, Porto

Alegre, 1996. PEREIRA, R. C. J. Desenvolvendo o pensamento crítico nas questões do ensino e da prática da enfermagem.

Rev. Gaúcha de Enferm., Porto Alegre, v.13, n.1, p. 24-27, jan. 1992. SORDI, M. R. L. de; BAGNATO, M. H. S. Subsídios para uma formação profissional crítico-reflexiva na área

de saúde: o desafio da virada do século. Rev. latino-am. Enferm., Ribeirão Preto, v.6, n.2, p.83-88, abr. 1998.

WALDOW, V. R. Desenvolvimento do pensamento crítico em enfermagem. In: WALDOW, V. R.; LOPES, M.

J. M., MEYER, D. E. Maneiras de cuidar, maneiras de ensinar: a enfermagem entre a escola e a prática profissional. Artes Médicas, Porto Alegre, 1995.