pemse revisado

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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SARANDI Site: www.sarandi.pr.gov.br Rua José Emiliano de Gusmão, 565 – Caixa Postal 71 – CEP 87111- 230 Fone: (44) 3264-8600 Fax: (44) 3264-8626 Ofício nº 427/2010. Sarandi, 17 de Junho de 2010. Ilustríssima Senhora Presidente, A Secretaria Municipal de Assistência Social através do Departamento de Proteção Social Especial do Município de Sarandi, vem através deste apresentar o Projeto Aquisição de Material de consumo e implementação de formação profissional (serviço de terceiros) aos adolescentes egressos do Programa de Efetivação de Medidas Sócio-Educativas (P.E.M.S.E.). Este Projeto tem como concedente o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS co-financia as ações e serviços complementares da área especial por meio do Piso Fixo Média Complexidade III - PFMC. Dessa maneira, a utilização dos saldos remanescentes repassados pela União devem ser reprogramados conforme necessidade totalizando um montante de R$ 58.515,57 , Fonte 824, Conta Corrente 23499-0, que será apresentando a seguir em consonância com o objetivo do Programa. Diante disto, encaminhamos os Projetos para apreciação deste Conselho Municipal para que as ações possam chegar ao seu destino primário.

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Page 1: PEMSE Revisado

                                     PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SARANDI                                               Site: www.sarandi.pr.gov.br

      Rua José Emiliano de Gusmão, 565 – Caixa Postal 71 – CEP 87111-230             Fone: (44) 3264-8600                Fax: (44) 3264-8626

                                 Ofício nº   427/2010. Sarandi, 17 de Junho de 2010.                                                  Ilustríssima Senhora Presidente,    

  A Secretaria Municipal de Assistência Social através do Departamento de Proteção Social Especial do Município de Sarandi, vem através deste apresentar o Projeto – Aquisição de Material de consumo e implementação de formação profissional (serviço de terceiros) aos adolescentes egressos do Programa de Efetivação de Medidas Sócio-Educativas (P.E.M.S.E.).                Este Projeto tem como concedente o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS co-financia as ações e serviços complementares da área especial por meio do Piso Fixo Média Complexidade III - PFMC. Dessa maneira, a utilização dos saldos remanescentes repassados pela União devem ser reprogramados conforme necessidade totalizando um montante de R$ 58.515,57 , Fonte 824, Conta Corrente 23499-0, que será apresentando a seguir em consonância com o objetivo do Programa.              Diante disto, encaminhamos os Projetos para apreciação deste Conselho Municipal para que as ações possam chegar ao seu destino primário.                                         Nada mais havendo a constar, reiteramos protestos de estima e consideração.

              Janaína Cláudia Santoro de Paula

Secretária Municipal de Assistência Social         Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social Sarandi-Paraná        

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                                     PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SARANDI                                               Site: www.sarandi.pr.gov.br

      Rua José Emiliano de Gusmão, 565 – Caixa Postal 71 – CEP 87111-230             Fone: (44) 3264-8600                Fax: (44) 3264-8626

                                 1-   Identificação   Órgão/Entidade Proponente Secretaria Municipal de Assistência Social – Departamento de Proteção Especial

C.N.P.J. C.N.P.J. C.N.P.J. C.N.P.J. Órgão/Entidade Proponente Órgão/Entidade Proponente Órgão/Entidade Proponente         Secretaria Municipal de Assistência Social – Departamento de Proteção Especial Secretaria Municipal de Assistência Social – Departamento de Proteção Especial Secretaria Municipal de Assistência Social – Departamento de Proteção Especial

Endereço Av: Maringá nº 555 – Jardim Europa

Endereço Eletrônico Endereço Eletrônico Endereço Eletrônico Endereço Eletrônico Endereço Endereço Endereço [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] Av: Maringá nº 555 – Jardim Europa Av: Maringá nº 555 – Jardim Europa Av: Maringá nº 555 – Jardim Europa

Cidade Sarandi

U.F. PR

C.E.P. 86750-000

DDD/Telefone (44) 3274-4435

FAX DDD/Telefone DDD/Telefone (44) 3274-4435 (44) 3274-4435 (44) 3274-4435

 

Nome do Responsável Janaína Cláudia Santoro de Paula

Função Função Função Nome do Responsável Nome do Responsável Nome do Responsável Nome do Responsável Gestor Municipal   Gestor Municipal  

Page 3: PEMSE Revisado

Gestor Municipal   Janaína Cláudia Santoro de Paula Janaína Cláudia Santoro de Paula Janaína Cláudia Santoro de Paula Janaína Cláudia Santoro de Paula

Elaboração: Departamento Municipal de Proteção Especial Responsável: Técnico: Débora Aparecida Sant’Anna Responsável: Técnico: Débora Aparecida Sant’Anna Elaboração: Departamento Municipal de Proteção Especial Elaboração: Departamento Municipal de Proteção Especial Elaboração: Departamento Municipal de Proteção Especial Elaboração: Departamento Municipal de Proteção Especial Responsável: Técnico: Débora Aparecida Sant’Anna                  

  1.1- Nome do Projeto  

I – Aquisição de Material de consumo e implementação de formação profissional (serviço de terceiros)aos adolescentes egressos do Programa de Efetivação de Medidas Sócio-Educativas (P.E.M.S.E.).   1.2. Valor da Reprogramação (valor extenso):    

Total total  R$ R$ 58.515,57 (cincoenta e oito mil quinhentos e quinze reais e cincoenta e sete centavos).

   

    2. Introdução             O Programa esta embasado no Plano Municipal de Atendimento às Medidas Socioeducativas do Municipio de Sarandi – Paraná,  objetivando efetivá-las na observância dos princípios e diretrizes preconizados em documentos legais, principalmente o Estatuto da Criança e do Adolescente, propondo ações prioritárias nas Políticas de Garantias " responsáveis pela defesa jurídico – social dos direitos  individuais e coletivos da população infanto – juvenil, e define como seus destinatários   os adolescente envolvidos em conflito de natureza jurídica".     Ainda esta dentro das   recomendações das Conferências Estaduais e de algumas municipais, bem como o resultado da construção de um  grupo de trabalho formado pela Equipe atual do PEMSE nos  últimos 3 anos, de

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instituições parceiras que se debruçam sobre a questão da criança e do adolescente, e de outros técnicos que de alguma forma estão envolvidos de forma direta ou indireta com o Programa, atendendo ainda solicitações do SINASE - Sistema Nacional de Atendimento. Com o recurso da reprogramação o Programa PEMSE poderá maximizar o atendimento às medidas socioeducativas,  consolidando o desenho das possibilidades de realizações que passou por muitas mediações, idas e vindas, diálogos e discussões definindo possibilidades através dos  eixos, Medidas Socioeducativas em Meio Aberto em PSC – Prestação de Serviço a Comunidade e L.A – Liberdade Assistida  e Profissionalização dos Adolescentes onde a proposta é acrescentar humanidade à vida das pessoas, visto que nosso maior objetivo é a reflexão sobre a necessidade de uma cultura de Paz e da não violência.                           Ao definir estratégia de ação para o desenvolvimento das potencialidades dos adolescentes e dos jovens esta reprogramação contribuirá para a descontrução de uma cultura que se constrói pela exclusão, dando possibilidade de que o jovem visione novos horizontes.     3. Objetivo Geral do Programa

Efetivar o atendimento e acompanhamento ao adolescente em conflito com a lei em cumprimento das medidas socioeducativas de prestação de serviços a comunidade no município de Sarandi, conforme legisla o Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 117-118.

3.1 Objetivos específicos:

a) Avaliar o adolescente e encaminhar para o cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto;

b) Elaborar planejamento de triagem, contendo, cadastro com informações minuciosas sobre o adolescente o qual deverá resultar em roteiro de ações para cada caso.

c) Elaborar o planejamento de ações contendo objetivos, atividades, carga horária a ser cumprida pelo adolescente, cronograma, traçando um diagnostico de sua situação psicossocial e familiar, com conhecimento em suas aptidões e necessidades individuais para o encaminhamento do processo socioeducativo, realizando com o adolescente o PPA (Plano Personalizado de Acompanhamento)

d) Possibilitar que o adolescente desenvolva formas solidárias de convivência social, através de atividades grupais que discutam valores necessários para um melhor modo de vida;

e) Diagnosticar a situação de usuário ou dependente de substancias entorpecentes para encaminhamento para tratamento especializado;

f) Visitar, orientar e acompanhar a família dos adolescentes com intuito de minimizar a reincidência conscientizado-a da sua responsabilidade no processo formativo ou ressocializante do jovem;

g) Firmar convênio com entidades publicas e privadas visando a obtenção de vagas em cursos profissionalizantes;

h) Realizar o cadastramento de instituições e educadores para que possam cumprir a função de acolhedores e orientadores de adolescentes;

i) Acompanhar o cumprimento da medida junto a instituição;

j) Planejar junto com as equipes de educadores e técnicos, o trabalho em grupo, visitas domiciliares, levantamento de necessidades das famílias, encaminhamentos para rede de atendimento a criança e ao adolescente, acompanhamento do desenvolvimento escolar, etc.

k) Realização de encontros com Diretores e orientadores pedagógicos de escolas estaduais com a finalidade de esclarecer, informar e tirar duvidas a cerca da reinserção do adolescente no sistema publico de Ensino;

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l) Matrícula e freqüência em estabelecimento de ensino como visa o artigo 101, III do ECA, acompanhar freqüência e notas dos alunos (principalmente os que estão inseridos no Projeto Adolescente Aprendiz);

m) Encaminhar relatórios mensais, ou sempre que solicitado, ao Poder judiciário e Ministério Publico;

n) Providenciar documentação como identificação, CPF, titulo de eleitor, carteira de trabalho;

o) Avaliar continuamente os resultados em reuniões semanais, que deverão ser realizadas contendo as pautas que foram predeterminadas por cada equipe de trabalho para serem avaliadas; as ações passarão por um crivo de resultados esperados de cada ação; divulgação das ações;

p) Organizar programa de capacitação permanente dos educadores e equipe de entidades acolhedoras;

q) preenchimento de fichas diárias de registro.

4. JUSTIFICATIVA (recurso)

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome - MDS co-financia as ações e serviços complementares da área especial por meio do Piso Fixo Média Complexidade III - PFMC. Dessa maneira, a utilização dos saldos remanescentes repassados pela União devem ser reprogramados conforme necessidade totalizando um montante de R$ 58.515,57 que será apresentando a seguir em consonância com o objetivo do Programa.

4.1 JUSTIFICATIVA (PEMSE)

Sabe-se que a violência contra crianças e adolescentes não ocorre apenas nos órgãos do estado. No seio da família da família e da sociedade, são múltiplas as suas manifestações. Extermínio, exploração sexual, tráfico, prostituição, maus- tratos, abandono, tráfico internacional e os desaparecimentos, a fome, torturas e prisões arbitrárias povoam o universo de milhares de crianças e adolescentes. Segundo Volpi (1999, p.08), “contrapondo-se a este quadro, parcelas cada vez mais significativas da sociedade mobilizam-se para enfrentá-lo, coibi-lo e modificá-lo.

A doutrina da proteção integral, preconizada pela ONU e inserida na ordem jurídica do Brasil, com o advento da Constituição de 1988, tem procurado combater “toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. No contexto social e histórico da sociedade brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº8.069/1990) veio garantir proteção integral à criança e ao adolescente. Transformou-se radicalmente a filosofia do antigo Código de Menores-baseada na doutrina da situação irregular – passando a considerar a criança e adolescente como pessoas de direito e em condições peculiares de desenvolvimento.

O ECA é considerado internacionalmente avançado em termos de direitos humanos porque acolhe os princípios de organizações mundiais de proteção à infância e adolescência. Para Madeira (1997), o eca veio não só para ratificar a declaração Universal dos Direitos da Criança, mas também reconhecer e consagrar a criança e o adolescente como indivíduos e, portanto, cidadãos.

Todavia, nota-se uma imensa lacuna entre a sua proposta e a realidade concreta, vivenciada pelas crianças e adolescentes do pais. Nesse aspecto, na maioria das vezes, as proposições da lei não passam de formulações abstratas. No que se refere especificamente ao adolescente em conflito com a lei, a situação é ainda mais caótica. A atribuição da autoria de prática de delitos gera freqüentemente a desqualificação dos adolescentes, como se deixassem de ser sujeitos de direitos e perdessem o estatuto de cidadania. Os adolescentes em conflito com a lei, os quais integram a categoria chamada de delinqüência juvenil, geram reações e sentimentos hostis de grupos sociais que não analisam o contexto socioeconômico, político e cultural em que vivem. Normalmente, tais reações são imediatistas e expressam um desejo de simplesmente excluir, ainda mais, esta camada da população, sem que exista alguma

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mobilização para a transformação desta realidade¹. Nota-se, também, um processo de culpabilização direcionado ao adolescente, à família deste e, até mesmo, ao ECA. Desta forma, adolescente em conflito com a lei é um assunto que levanta muita polemica e sempre esta em discussão pela mídia, principalmente quando o adolescente está envolvido em um “crime” (ato Infracional) que causa grande comoção, ou revolta a sociedade de alguma forma; olhando-se sempre pelo lado da vitima sem perceber que, por vezes, o adolescente também é vitima. O conteúdo do Estatuto da Criança e do Adolescente é pouco conhecido o que deixa margens para inúmeras interpretações, suposições e criticas errôneas de seu conteúdo, permitindo que se mantenha uma visão do velho e extinto “Código de Menores”, que previa punições violentas ao adolescente, dessa forma fica-se uma sensação de impunidade quando o assunto á a “pena” (Medida Sócio Educativa)[1] a ser aplicada ao adolescente que cometeu um ato infracional. Vivencia-se hoje a urgência da integração das ações dos órgãos do judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social, vem sendo a principal reclamação dos muitos estados brasileiros, pois esta desintegração acarreta desrespeito aos direitos dos adolescentes, prazos legais extrapolados e exposição destas pessoas a sérios riscos, como a manutenção em delegacias de adultos onde pode ocorrer grave ameaça à sua integridade física (Publicação do Ministério Público, “O ECA explicado” s/d”).   A aplicação de medidas socioeducativas deve pressupor  a participação de todo contexto social, político e econômico em que está o adolescente.  Neste sentido a municipalização deve ser entendida em seu caráter geográfico como localização do atendimento ao adolescente nos limites do município que se destina. Não deve ser entendida como prefeiturização do atendimento, ou seja, levar este atendimento somente ao custeio do Município, até porque o próprio estatuto estabelece que o atendimento a criança e adolescente deve ser feito dentro de uma ação coordenada entre entidades de poder publico, governamentais e não-governamentais. Assim o Programa de Efetivação de Medidas Socioeducativas de Sarandi (PEMSE – Sarandi) vem contribuir com ações práticas na tentativa de minimizar as violações dos direitos de adolescentes em conflito com a lei, para o qual se pressupõe cumprimento de medidas socioeducativas, buscando sempre a garantia de sua cidadania.

Para tal intuito, baseamo-nos no processo de mudança da concepção dos direitos da criança e do adolescente, de acordo com a legislação atual, onde há a ruptura das velhas políticas e práticas sociais assistencialistas e repressoras que levaram a substituição da doutrina de situação irregular do Código de Menores (1979), que tratavam a criança e o adolescente como culpados. Atualmente, pela doutrina de proteção integral – Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), estamos embasados na promoção, proteção e garantia dos direitos fundamentais e prioridade absoluta – lei esta concebida com um instrumento para ação transformadora.

O ECA reconhece toda pessoa com idade inferior a 18 anos sujeitos de direitos, destinatários da doutrina de Proteção integral e prioridade absoluta das políticas públicas, compatibilizando ao mesmo tempo com o respeito aos direitos humanos e com um sentido construtivo de responsabilidade. Estabelecer os direitos sociais e as devidas responsabilidades dos adolescentes é prepará-los para o exercício da cidadania e sua formação para a vida social. Esta é uma das justificativas para que se reflita sobre a cidadania dos adolescentes em conflito com a lei, ou seja, seu direito de viver um processo inerente ao seu desenvolvimento e até mesmo involuntário a sua pessoa. Obviamente não queremos justificar o ato infracional com o estado de desenvolvimento adolescente, mas apenas chamarmos atenção para as peculiaridades desta fase e suas implicações na inserção do jovem no meio social, em contrapartida, as implicações deste meio na formação do indivíduo. As crianças e adolescentes do Brasil aparecem como a parcela mais exposta à violações de direitos pela família, pelo Estado e pela sociedade. Isto pode ser verificado em fatos como, maus tratos, abuso e a exploração sexual, a exploração do trabalho infantil, as adoções irregulares, o tráfico internacional, os desaparecimentos, a fome, o extermínio, a tortura e as prisões arbitrárias. São

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quadros tristes, mas que contam com movimentos sociais significativos na tentativa de modificá-los. Mas quando se trata de adolescentes em conflito com a lei, este não encontra amparo para defesa de seus direitos, pois são desqualificados enquanto adolescentes por haverem cometido ato infracional e ganham perfil de desajustados sociais, dos quais a sociedade precisa ser protegida, assim são afastados do convívio social pressupondo-se que sejam recuperados e reincluídos

É importante ressaltar que a execução das medidas pelo Município, dada sua proximidade com o cidadão, possibilita ao adolescente o reconhecimento e a análise de sua conduta delituosa, bem como a participação de sua família nesse processo e por parte do órgão público, maiores condições de avaliação e revisão de tais medida.

Desta forma, é possível que sejam privilegiados os aspectos pedagógicos no cumprimento de PSC e L.A , no respeito a garantia de direitos dos adolescentes e suas especificidades em cada contexto.

Sabe-se que a criança e o adolescente são concebidos como pessoas em desenvolvimento e isso pressupõe proteção a esta faixa etária, e para isso então é que prestam as medidas socioeducativas, envolvendo seus direitos e sua educação e oportunidade de inserção na vida social. Este processo faz parte de um conjunto de ações que viabilizam a educação formal, profissionalização, saúde, lazer e outros direitos assegurados legalmente, sendo de responsabilidade do Estado, da sociedade e da família garantir o cumprimento destas leis.

Quanto à política de atendimento aos direitos da criança e adolescente autores de atos infracionais, ressaltamos  que se deve acatar os princípios da Convenção Internacional Sobre os Direitos da Criança (artigo 40), onde estão contidas as Regras Mínimas para a administração da Infância e da Juventude, trata-se das regras de Beijing – Regra 7; as Regras Mínimas das Nações Unidas para Proteção de Jovens Privados de Liberdade (Regra 2); a Constituição Federal Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente De acordo com os novos princípios dos direitos de crianças e adolescentes, as medidas socioeducativas são punitivas e educativas, no sentido da proteção. A graduação dessas medidas dependerá da gravidade do delito cometida ou de sua reincidência, porém os regimes socioeducativos deverão garantir oportunidades aos adolescentes de superação de sua condição de exclusão, sempre envolvendo a família e a comunidade no sentido de contribuir com as atividades e participar no planejamento e controle das ações desenvolvidas nas unidades de trabalho.

Neste contexto, na aplicação das medidas socioeducativas deve-se considerar as características da infração, as circunstâncias sócio familiares e a existência de programas e serviços municipais, regionais ou estaduais competentes para aplicação coerente das medidas.

Os programas socioeducativos poderão e deverão utilizar os serviços disponíveis em prol da integridade do adolescente em conflito com a lei, saúde, educação, defesa jurídica, trabalho, profissionalização, e ainda, prever aspectos de segurança para proteção à vida dos adolescentes, prever formação permanente dos funcionários e voluntários.

Tendo em vista o Município de Sarandi, com seus 74.266 habitantes, onde segundo IPARDES, 36,9% estão abaixo da linha de pobreza, os problemas sociais afloram e entre eles destacam-se os adolescentes e jovens em conflito com a lei que estão em cumprimento de medidas sócio educativas. Baseados nos dados apresentados e as circunstâncias em que são atendidos esses adolescentes, e atentando para que segundo o Art. 86º do  ECA:

“a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.”

Constatando a importância de uma equipe técnica capacitada que possibilite o atendimento adequado desses adolescentes, e que vise cumprir o que é estabelecido por lei e garantido como direito à população infanto-juvenil em conflito com a lei. Conforme  o artigo 117 e 118 do ECA as medidas em meio aberto como prestação de serviço a comunidade e liberdade assistida visam a

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participação do adolescente na vida social, garantindo o convívio familiar e comunitário, possibilitando reconhecer e rever sua conduta, seu papel social. Experiência que lhe sirva como referência para colocá-los no processo de construção de sua identidade e sua percepção como ser cidadão, tornando-os co-responsáveis pelo processo de socialização. Sabe-se que não é tarefa fácil, mas se bem aplicadas as medidas sócio educativas em meio aberto, tanto em  P.S.C como em L.A. apresentam resultados melhores na recuperação do adolescente do que a privação de liberdade, o que traduz menores índices de reincidências em delito. Conhecer a situação de vida do adolescente, ate as especificidades e diversidades de aspectos de cada medida é vital para que se possa fazer um acompanhamento sistemático na efetivação da medida, tanto no que se refere ao adolescente quanto ao local em que elas são aplicadas.

            5. – População Alvo

  Adolescentes de 12 a 21 anos, em conflito com a lei em cumprimento das medidas socioeducativas de prestação de serviços a comunidade e Liberdade Assistida no município de Sarandi, conforme legisla o Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 117-118.   6 - Materiais e Financeiros   Conforme orientações os recursos do Ministério de Desenvolvimento Social deverão ser investidos em material de consumo e pagamento de serviços tercerizados. Diante disto segue anexo as planilhas dos materiais a serem adquiridos para o desenvolvimento dos Programas.              

PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS PEMSE

Fonte: 824  

Natureza Especificação Valor ($)

       

Custeio

  Material de consumo: Gêneros

alimentícios, material para oficinas Material pedagógico, material

esportivo, uniformes, material de higiene

 

     

22.203,57  

Serviço de terceiro (pessoa jurídica): Contratação de

estagiário/serviços de manutenção

36.312,00

TOTAL   R$ 58.515,57

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                                  Planilha de materiais a serem adquiridos:

 

PEMSE PEMSE PEMSE PEMSE PEMSE

ITEM QUANTIDADE DESCRIÇÃO VALOR

UNITÁRIO VALOR TOTAL

1 1 Kit TDE de desempenho escolar 45,00 45,00 2 1 TDAH  - KIT 60,00 60,00 3 2 Escala beck  depressão 100,00 200,00 4 2 IECPA – Álcool 30,00 60,00 5 1 Protocolo do Teste http 57,20 57,20 6 1 Kit de desempenho escolar TDE 45,00 90,00 7 1 Kit TDAH 60,00 60,00 8 4 Cadernos TDAH 40,00 160,00 9 1 Escala BECK 100,00 100,00 10 1 QSG Saúde geral de Goldberg 60,00 60,00 11 1 Stress Infantil 50,00 50,00 12 9 Anamnese 30,00 270,00 13 1 Escala de Stress para Adolescente 110,00 110,00 14 1 IHS Inventário de Habilidade Social 75,00 75,00 15 1 Jogos das Profissões 220,00 220,00 16 1 WISC – teste de inteligência 950,00 950,00

17 01 Escala Fatorial De Socializacao – Kit 70,00 70,00

18 01 Escala Fatorial De Neuroticismo –Kit 60,00 60,00

19 01 Inventario Fatorial De Personalidade 75,00 75,00

20

  27

Camisetas de manga longa  fio escócia, PV composição 67% poliéster mais 33% viscose, gramatura 165gm², corpo e manga em cores claras, com recorte, Manga longa, gola redonda em ribana 1x1 com solidez na cor e na lavagem doméstica a frio, solidez da cor a fricção úmido e seco com solidez da cor ao ferro de passar, fixada com overloque e rebatida com galoneira. Rebatida no ombro com 2 agulhas. Barra da manga com 2,0 cm com costura galoneira com 2 agulhas rebatida, brasão do Município de Sarandi na frente em silk screen. Estampa nas costas a ser definida pela Secretaria de Assistência Social   594,00

21 5 Filtros de linha 30,00 150,00

22 5 Cartucho Toner Laser Compatível PT 592,00 2.960,00

Page 10: PEMSE Revisado

Samsung Série SCX-4200

23 6 Cartucho Toner Samsung Black CLP-K660B/XAA p/ impressora CLP-610ND 592,00 3.552,00

24 3 Cartucho Toner Samsung Yellow CLP-Y660B/XAA p/ impressora CLP-610ND 805,00 2.415,00

25 3

Cartucho Toner Samsung Magenta CLP-M660B/XAA p/ impressora CLP-

610ND 805,00 2.415,00

26 3 Cartucho Toner Samsung Cyan CLP-

Y660B/XAA p/ impressora CLP-610ND 805,00 2.415,00

27 20            Papel kraft 60cm c/200 56,00 1.120,00 28  

20 Caderno espiral universitário capa dura 10 materias com 200 folhas 15,00 300,00

29 1 Folders A4 papel de 145 g/m cor 4/4 2

dobras (milheiro) 950,00

940,52

30 15  

Chá caixas  

R$  1,65 24,75

31 60 Pacotes com 50 un Guardanapos de

papel $ 1,01 60,60

32 50  

Pacotes de Pipoca 500 gramas 1,09 54,50

33 50 Fardos Refrigerantes R$ 16,20 810,00

34  

5.000 5.000UN Salgadinhos diversos R$ 0,30 R$ 1.500,00

35 60  

Pacotes bolacha 2,00

120,00

  Total  

Material de consumo  

22.203, 57  

NATUREZA          

CUSTEIO

Descrição dos Itens QTDE Valor Valor Unitário Total

Contratação de Serviço de terceiros –pessoas jurídicas

     

10 vagas Curso de Informática 1.440,00 14.400,00

3

Estagiário(a) nível superior (área afins para trabalho com

adolescentes, educação física,

pedagogia, letras, matemática,serviço social) R$ 462,00

mensal 2.772,00 8.316,00

3

Estagiário(a) nível superior

(Psicologia/serviço social) R$ 462,00

mensal 2.772,00 8.316,00

1200 Vale Transporte Cidade

Verde 2,20 2.640,00

1200 Vale Transporte Cidade

Canção 2,20 2.640,00 Total       36.312,00

7. Metodologia ATIVIDADES/ AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS COM  ADOLESCENTES

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          Ao entender que os Programas de Sócio educação devam constituir-se em espaços de educação social dos adolescentes no sentido de que se possa “rever” seus projetos e forma de ver e viver a vida, uma série de ações no âmbito das políticas públicas como retornar a escola, ter acesso real e participativo em atividades culturais, de esportes, lazer e profissionalização, devam ser desenvolvidas.

          Conforme Melucci (1997), a adolescência é a idade na vida em que se começa a enfrentar o tempo como uma dimensão significativa e contraditória a identidade. E ainda que a infância seja deixada para trás e os primeiros e os primeiros passos são dados em direção à fase adulta, é o momento em que a juventude não é mais apenas uma condição biológica e que este jovem se dá conta de que não é mais criança e que não possuem ainda se quer a documentação mínima para ser considerado um cidadão. Infelizmente, grande porcentagem dos adolescentes que são encaminhados para efetivarem medidas sócio educativas junto ao PEMSE, estão desprovidos de documentação, orientação e alfabetização.

O Programa de socioeducação objetiva garantir que o adolescente possa modificar seu modo de vida principalmente no que se refere a prática de atos infracionais, e vê que tal feito só será possível se engajado com ações voltadas para o adolescente e o fortalecimento de sua família, independente de sua formação, não dispensando a reflexão sobre a necessidade de uma cultura de Paz e da não violência. Desta forma os  adolescentes inseridos no projeto serão orientados em relação à importância do desenvolvimento do protagonismo juvenil, envolvendo atividades de conhecimentos de direitos básicos inerentes a sua cidadania e preparação para o mercado de geração e qualificação de trabalho e renda, observados os preceitos da legislação em vigor, com o devido acompanhamento  do quadro técnico específico durante o tempo necessário , para isso faz-se necessário a aquisição de testes psicológicos, estes que ajudarão no trabalho de orientação profissional e laudos solicitados pelo Poder judiciário. O acompanhamento técnico é necessário para fortalecer a auto-estima individual e do grupo visando à permanência na formação/qualificaçãoprofissional, a fim de promover a autonomia e o protagonismo social juvenil. Atualmente as instalações do PEMSE, não possibilitam que sejam efetuadas reuniões, atendimentos em grupos, encontros de pais, etc. Fato este que faz com que a equipe tenha que se deslocar para salas emprestadas em instituições como a APMI, Corpo de Bombeiros e salas de escolas.

O Programa de Sócio educação objetiva garantir que o adolescente possa modificar seu modo de vida no que se refere a prática de Atos infracionais e tal feito só será possível ao ser engajada com ações comunitárias e políticas publicas que  insira estes adolescentes aos bens sociais garantidos por lei e buscados por sociedades democráticas.

Os Cursos Profissionalizantes e vales transportes serão utilizados no  intuito de criar mecanismos estruturados para facilitar o acesso ao mercado de trabalho por meio de qualificação profissional, visando a inserção social e contribuindo para a redução das desigualdades sociais e prevenção de novos conflitos com a lei.

O acompanhamento técnico será feito pelos estagiários de serviço social e psicologia com orientação técnica devida e educadores sociais, com a finalidade de fortalecer a auto-estima individual visando a permanência na formação/qualificação profissional, a fim de promover a autonomia. Outra ação a ser realizada será a parceria com a agência do trabalhador a qual poderá receber os adolescentes que participarem do projeto e posteriormente encaminhá-los para entrevistas de emprego (trabalho este que já é desenvolvido pelo programa). Essa articulação pretende otimizar o trabalho em rede e facilitar a inclusão dos adolescentes no mercado de trabalho. No sentido de maximizar a compreensão e melhor atendimento dos adolescentes serão realizados encontros quinzenais entre os educadores e instituições conveniadas. As reuniões bimestrais com as famílias serão realizadas para ressaltar a importância do compromisso de responsabilidade a ser

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firmado entre as famílias e a entidade, a fim de fortalecer o trabalho realizado e desenvolver a promoção social. Para o envio de ofícios ao Poder judiciário e Ministério Publico, declarações, encaminhamentos para documentação, ofícios em geral, encaminhamento de dados de atendimento mensal a Coordenação de Socioeducação e demais produções escritas, serão utilizados os toners e papeis variados solicitados através do recurso da reprogramação.

8. Atividades e Cronograma

Objetivo Atividade Período Complementação

1. Atender adolescente e sua família ajudando-os na interpretação da medida recebida, acompanhando-o cumprimento de medidas sócio-educativas, conforme legisla o Estatuto da Criança e do Adolescente, Art. 117-118, informando mensalmente o poder Judiciário e Ministério Público sobre o cumprimento      

1.1 Atender adolescente e sua família ajudando-os na interpretação da medida recebida;

  1.2 Triagem, na qual se faz o levantamento de dados relacionados ao adolescente e sua família;   1.3 Orientações quanto à escolarização;   1.4 documentação ( 1ª e 2ª via se necessário)   1.5 Realizar cadastro de instituições para que cumpram a função de acolhedora do adolescente.   1.6 Encaminhamento para tratamento toxicômano, caso solicitação judicial ou verificação de necessidades.     1.7 Acompanhar adolescente na entidade acolhedora para cumprimento da medida.   1.8 Inserir o adolescente e sua família em programas sociais.

Atendimento contínuo a ser realizado no PEMSE, pela equipe (educadores, psicólogo e estagiários) sendo reservado  dias com hora marcada(quartas e quintas-feiras) para triagem e  atendimentos individuais se necessário.     Para  casos de internação para tratamento toxicômano encaminhar o adolescente para  em clinica especializada  sempre que determinado judicialmente ou que houver necessidade. Todo procedimento deve ser efetivado pela equipe do programa e Conselho Tutelar quando necessario.   

Atividades que são desenvolvidas no programa e que serão emplementadas  com recurso da reprogramação. Serão utilizados, toner , testes psicologicos solicitados para verificação e avaliação profissional, assim como diagnóstico de necessidade de internação toxicômano.   Acompanhamento efetivado por estagiários de psicologia e serviço social contratados diretamente com recurso da reprogramação          

2. Promover o adolescente socialmente, incluí-lo em curso profissionalizante e

21.Parceria com a Agência do Trabalhador para os posteriores encaminhamentos;  

Encaminhamento para curso profissionalizante e adolescente aprendiz conforme disposição de vagas.

Atividade a ser realizada diretamente com recurso  da reprogra,ação no que se refere a disposição de vales transportes para que

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encaminhá-lo ao mercado de trabalho.      

          2.2. Encaminhar para cursos profissionalizante que serão realizados através do caminho da profissão (curso gratuito) e vagas disponibilizadas pelo SENAI/SESI. Assim como vagas para o curso de computação adquiridas através do recurso de reprogramação.   2.3 Levantamento de expectativas e habilidades do adolescente junto ao mercado de trabalho, no sentido de encaminhá-lo  profissionalizante;   2.4 Encaminhar o adolescente para o Projeto adolescente Aprendiz;   2.5 fazer currículo do adolescente para encaminhar para agencia de empregos.   2.5 acompanhamento do desenvolvimento e fidelidade ao curso realizado pelo adolescente.  

            Realizar de forma contínua, através da Agência do Trabalhador de Sarandi e Maringá os encaminhamentos de adolescentes que realizaram cursos profissionalizantes e estão devidamente documentados e com currículo elaborado.   Acompanhamento efetivado por estagiários de psicologia e serviço social.

os adolescentes possam deslocar-se até Maringá e compra de vagas para curso de informatica em Sarandi.   Serão utilizados o toner para impressão de curriculos.     Acompanhamento efetivado por estagiários de psicologia e serviço social contratados diretamente com recurso da reprogramação.

    9. AVALIAÇÃO DO PROJETO: A avaliação e monitoramento serão realizados através de lista de chamada e relatórios da escola de informática, SESI/SENAI, serão ainda realizadas reuniões semanais com todos os profissionais envolvidos: coordenadores e equipe técnica de acompanhamento e bimestralmente com os alunos e as suas famílias verificando a participação e o grau de envolvimento dos mesmos, através de fichas de freqüência e relatórios de desempenho fornecidos pela equipe capacitadora.  Caso sejam detectados complicadores, a equipe multidisciplinar composta por: psicólogo e assistente social

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empreenderão tentativas no sentido de solucionar os nós críticos e garantir eficiência e eficácia ao desenvolvimento do projeto.   - Conclusão            Tal reprogramação contribuirá com a proposta adotada pelo PEMSE, que visa      acrescentar humanidade à vida das pessoas, onde não dispensa a reflexão sobre a necessidade de uma cultura de Paz e da não violência.           Ao definir estratégia de ação para o desenvolvimento das potencialidades dos adolescentes e dos jovens este Plano manifesta contribuir para a desconstrução de uma cultura que se constrói pela eliminação ou exclusão do outro. Anunciando assim a revitalização de uma utopia que percebe possível o reencantamento do mundo.                  

     

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Janaina Claudia Santoro de Paula Secretária Municipal de Assistência Social

 

[1]¹Segundo as Revistas do Instituto Latino Americano das nações Unidas para Prevenção do delito  Tratamento do delinqüente(ILANUD), os adolescentes respondem por 10% dos crimes cometidos no pais, o que contradiz a percepção de que estejam cada vez mais perigosos. A maioria dos delitos praticados por jovens são infrações contra patrimônio, (cerca de 75%). Delas 50% são furtos, ou seja sem recurso à violência física contra as vítimas