pêlos bigodões

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PELOS BIGODÕES Ponto de encontro de olhares e ouvires, ideias e angústias. Pro-vocações de toda ordem, ainda que caóticas. A princípio, de Resende e Itatiaia. Mas as coisas nunca se cabem no que as principiam. Limites não são bons definidores do que se faz humano. É que os limites também têm limites. Número 01 – janeiro/2015 by Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo 1 1. ALIVIA O ESTRESSE E SERVE COMO ANTIDEPRESSIVO 2. FORTALECE A MUSCULATURA E AFASTA AS INFECÇÕES 3. FAZ BEM PARA O CORAÇÃO E MELHORA O SEXO 4. TIRA VOCÊ DO TRÂNSITO E POUPA O TEMPO 5. É UM VEÍCULO MAIS BARATO 6. É O MEIO DE TRANSPORTE MAIS ECONÔMICO 7. REDUZ OS CUSTOS COM ESTACIONAMENTO 8. CICLISTA É MAIS COOL 9. SEU PLANETA AGRADECE 10. É ÓTIMO PARA PAQUERAS 11. É EXERCÍCIO TAMBÉM DE CIDADANIA 12. É EXEMPLO DE SIMPLICIDADE INTELIGENTE 13. CICLISTA É JOVEM, NÃO IMPORTA QUE IDADE TENHA 13 motivos para andar de bicicleta Que porra é essa de “PELOS BIGODÕES”? A artesã MARIA ELISA – p. 2 GREGOS E TROIANOS O que é e como funciona um sebo? – p. 4 Papo com – p. 5 Sala @escrevendo Redação e Filosofia – p. 6 WASHINGTON LEMOS e a gravidade – p. 7 KAIRÓS um convite – p. 7 O Conselho Federal de Medicina e os – p. 8 Projetos para 2015 MÉDICOS CUBANOS – p. 8 TON KNEIP Vamos ajudar a CÃODOMÍNIO a nos ajudar? – p. 3 – p. 2

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Page 1: Pêlos Bigodões

PELOS BIGODÕES Ponto de encontro de olhares e ouvires, ideias e angústias.

Pro-vocações de toda ordem, ainda que caóticas. A princípio, de Resende e Itatiaia.Mas as coisas nunca se cabem no que as principiam. Limites não são bons definidores do que se faz humano.

É que os limites também têm limites.

Número 01 – janeiro/2015 by Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo

11. ALIVIA O ESTRESSE E SERVE COMO ANTIDEPRESSIVO2. FORTALECE A MUSCULATURA E AFASTA AS INFECÇÕES3. FAZ BEM PARA O CORAÇÃO E MELHORA O SEXO4. TIRA VOCÊ DO TRÂNSITO E POUPA O TEMPO5. É UM VEÍCULO MAIS BARATO6. É O MEIO DE TRANSPORTE MAIS ECONÔMICO7. REDUZ OS CUSTOS COM ESTACIONAMENTO8. CICLISTA É MAIS COOL 9. SEU PLANETA AGRADECE10. É ÓTIMO PARA PAQUERAS11. É EXERCÍCIO TAMBÉM DE CIDADANIA12. É EXEMPLO DE SIMPLICIDADE INTELIGENTE13. CICLISTA É JOVEM, NÃO IMPORTA QUE IDADE TENHA

13 motivos para andar de bicicleta

Que porra é essa de

“PELOS BIGODÕES”?

A artesã

MARIA ELISA – p. 2

GREGOS E TROIANOSO que é e como funciona

um sebo? – p. 4

Papo com

– p. 5

Sala @escrevendo

Redação e Filosofia

– p. 6

WASHINGTON LEMOSe a gravidade

– p. 7

KAIRÓSum convite

– p. 7

O Conselho Federal de Medicina e os

– p. 8

Projetos para 2015

MÉDICOS CUBANOS

– p. 8TON KNEIP

Vamos ajudar a

CÃODOMÍNIO a nos

ajudar? – p. 3

– p. 2

Page 2: Pêlos Bigodões

EditorialNasce o PELOS BIGODÕES. Depois de uma gestação de uns dois anos.

É um ensaio, uma tentativa de ser várias coisas. Um espaço para divulgação do que se faz de cultura na nossa região. De quem faz e merece aplauso.

Espaço para divulgarmos as atividades da GREGOS E TROIANOS e da Sala @escrevendo.

Neste primeiro número o espaço foi aberto a quem nos é mais próximo. É que nascer não é assim tão fácil. Mas a partir de agora estão todos convidados.

Quadrinhos, fotografia, literatura, cinema, circo, poesia, grafite, música... Que entrem em contato os interessados. O espaço é mais do que livre: quer se fazer

acolhedor.

A cidadania também terá aqui seu espaço. Pretendemos apresentar e apoiar o trabalho de ONGs e

voluntários. Um ou outro artigo, como o que trata dos médicos cubanos, neste número.

A cada edição, nos comprometemos a falar das verbas envolvidas, num compromisso transparente de

que o que se busca nestas páginas é, muito antes, agradecer à cidade a acolhida. Este primeiro número, por

exemplo, teve todo o seu custo bancado pelas duas instituições que lhe dão suporte, citadas no segundo

parágrafo. Nenhuma outra verba. Ninguém recebeu para escrever, ninguém pagou para ser citado ou anunciado.

Confiram no Expediente, abaixo.

Por último: o nome é uma humorada referência a Paulo Leminski, autor de, entre tantas coisas, um livro

com o maravilhoso título de Distraídos Venceremos.

Em fevereiro, esperamos fazer mais e melhor.

ExpedientePELOS BIGODÕES – órgão (não muito grande) de divulgação cultural da região de Resende e Itatiaia

Número 01 – janeiro/2015 - contato: [email protected]ções: Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo

Tiragem: 2.000 exemplaresCusto desta edição: Gráfica: R$ 510

Diagramação amadora: voluntário João Pedro Gonçalves da Silva, ao qual agradecemos

Como Frida Khalo foi parar em PenedoA vida, não é que seja engraçada, mas tem suas graças. João Guimarães Rosa já tinha

escrito que sapo pula não por boniteza, mas por precisão.Pois a artesã Maria Elisa Elisei tem sim aprendido a pular por precisão, mas de uma

precisão com cada vez mais boniteza.Para sustentar a si, aos quatro filhos, e à sua vontade de criar arte, tem desenvolvido nos

últimos meses uma técnica muito própria na feitura de bonecas e outros artefatos de, basicamente, costura. Antes, exercitou-se pelo biscuit, de modo a convencer a todos de que era questão de tempo para que sua vocação fosse ganhando espaço e reconhecimento.

Vários personagens e figuras ganham forma, num processo artesão que vai, por óbvio paulatinamente, ganhando estilo e consistência. Hoje, um bom exemplo (mas só um exemplo) da sua criação, é a série de bonecas que representam a Frida Khalo.

Com um apelo um pouco mais comercial a artesã tem começado a produzir cobertores com mangas.

Artesanato Frida Kahlo (1907-1954)Com seis anos, Frida contraiu poliomielite, que deixou uma lesão no seu pé direito, pelo que ganhou o apelido de Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). Aos dezoito, aprende a técnica da gravura. Então sofreu um grave acidente. Um bonde chocou-se com um trem. Um pára-choque perfurou-lhe as costas, atravessou sua pélvis e saiu pela vagina. Ficou muitos meses entre a vida e a morte no hospital, teve que operar diversas partes e reconstruir por inteiro seu corpo, todo perfurado. As seqüelas levaram todas as várias gravidezes a abortos. Usou coletes ortopédicos de diversos materiais, e chegou a pintar alguns deles — como na tela intitulada A Coluna Partida. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.Casa-se aos vinte e dois com o mais celebrado pintor mexicano, Diego Rivera. Um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, teve um caso com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo elas sendo casadas, mas não aceitava os casos da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive novos amores com homens e mulheres. Em 1940 une-se novamente a Diego. Novas tempestades com brigas violentas. Ao voltar para o marido, Frida construiu uma casa igual à dele, ao lado da casa em que eles tinham vivido. Essa casa era ligada à outra por uma ponte, e eles viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos. Encontravam-se na casa dela ou na dele, nas madrugadas.

Contato: celular (24) 99927.0857 / facebook.com/mariaelisaeliseiAlgumas bonecas podem ser compradas na Gregos e Troianos, com 100% dos valores entregues à artesã.

Maria Elisa Elisei

Número 01 – janeiro/2015 Página 2

Page 3: Pêlos Bigodões

Aproveite o clima de “fazer agora o que não dá para fazer durante o ano” para conhecer o trabalho de algumas instituições que merecem todo o nosso apoio. Seria muito legal se aumentasse a participação da comunidade a essas obras.

Doe sangue. Diga que doou. Manifestações como essa “contaminam” e provocam outros doadores. Entre em contato com o Hemonúcleo de Resende pelo telefone 3381-4834.Cadastre-se como doador de órgãos, cóneas, medula... E informe sua família.Você conhece as ONGs em nossa cidade que procuram nos humanizar através do modo como lidamos com os cães e gatos que chamamos de nossos melhores amigos... apesar de não os tratar como tais? Informe-se sobre SOS 4PATAS e leia aqui neste número um pouco mais sobre a CÃODOMÍNIO.Visite o Asilo Nicolino Gulhot. Converse com seus administradores. É bem possível que um apoio bastante disponível de sua parte possa fazer uma grande diferença, ter um grande significado.Conheça o trabalho da CORRENTE DO BEM SUL FLUMINENSE. Informe-se pelo Facebook e pelo Twitter.

Ongs e afins

Adoção Quer um companheiro ou uma companheira? Por que não adotar? É

claro que se seu interesse passa por uma grife, um pedigree, uma etiqueta, um produto, não é o melhor caminho. Mas se o que você procura é carinho, atenção e diversão, em vias recíprocas, a CÃODOMÍNIO está lá, esperando para atender aos seus desejos.

São analisadas as condições em que o animal será mantido e só depois de aprovadas a adoção é autorizada. O adotante se compromete através de um Termo de Responsabilidade que prevê, inclusive, acompanhamento futuro por parte da Cãodomínio, que faz questão de garantir o respeito a condições dignas de tratamento.

Os custosA CÃODOMÍNIO gasta, por mês, 120 sacos (15 kg cada) de ração. Há

muita despesa com material de limpeza, medicação... cada castração custa, em média, R$ 100,00. Com freqüência os cães têm de ser transportados para atendimento médico. Há também as despesas administrativas.

Como ajudar?Doando para a entidade. Você pode se comprometer com uma

pequena quantia mensal ou mesmo com doações esporádicas.Doando ração ou material de limpeza.Participando de bazares que frequentemente buscam arrecadar

fundos.Você pode vender livros para a GREGOSE TROIANOS e solicitar que os

valores obtidos sejam destinados à Cãodomínio. Aliás, você mesmo pode, na hora, fazer o depósito no cofrinho que a entidade mantém no sebo.

Se você tem um empresa, pode anunciar aqui no PELOS BIGODÕES e encaminhar 88% do valor do anúncio para a CÃODOMÍNIO.

Pode divulgar o trabalho da ONG pelas redes sociais. Afinal, quantos mais conhecerem de perto este trabalho, mais apoios surgirão.

Pode entrar em contato pelo telefone 3359.0145 e perguntar sobre como ser útil.

Há quem pense que ela precisa de ajuda. Mas é um pouco diferente: na verdade nós é que precisamos que ela seja ajudada.

A ação do Poder Público em relação aos cães e gatos abandonados, criados na rua ou mesmo vítimas de maus-tratos é praticamente nula, na nossa cidade de Resende. Apesar de ser obrigação do município, diante desta lacuna, foi criada em 2001 a CÃODOMÍNIO, ONG que há doze anos tem sua sede provisória em uma residência no bairro Elite. Cuida, hoje, de aproximadamente 150 cães. As condições estão longe de serem as melhores, embora sejam bastante dignas, principalmente se levarmos em conta a abnegação dos voluntários.

Estes cães, tratados, bem cuidados e, principalmente, esterilizados, deixam de estar nas ruas, gerando vários problemas ligados a higiene e saúde. As nossas ruas e calçadas ficam mais limpas e seguras. E nós, assim, vamos aprendendo a sermos mais responsáveis, mais civilizados, mais... cidadãos.

A médio e longo prazo os planos passam pelo recebimento de doação de um terreno para que então seja feita uma campanha para a construção da sede definitiva.

AçãoOs cães são recolhidos, passam por tratamento adequado

(higienização, medicação, vacinação , esterilização, banho, tosa) e só depois são colocados para adoção. É comum que os cães, não raro com filhotes, sejam encaminhados para a entidade, ou simplesmente abandonados em frente ao seu portão.

Clínicas e Médicos

Veterinários de nossa região: não

poderiam colaborar de um

modo mais consistente?

Poder Executivo?Poder Legislativo?Cadê vocês?

CONHEÇA A CÃODOMÍNIO

Número 01 – janeiro/2015 Página 3

Page 4: Pêlos Bigodões

O que é um sebo?Basicamente, uma livraria que compra, troca e vende livros

usados. E também, frequentemente, como é o nosso caso, revistas, gibis, LPs, CDs e DVDs. Alguns, como o nosso, também vendem livros novos, principalmente quando adquiridos em promoções, saldões e liquidações.

Qual a origem da expressão “sebo”?Qualquer googlada aponta várias hipóteses. Mas como somos

simpáticos à “Navalha de Ockham” (que simplificadamente diz que, diante de várias possibilidades, a resposta correta tende a ser a mais simples) cremos que a acepção de sebo (do latim sebum, “gordura”) tenha surgido como metonímia brincalhona a partir da ideia irrefutável de que livros muito manuseados ficam ensebados, sujos, engordurados.

Os livros são sempre baratos?Quase sempre, mas nem sempre. Nas livrarias tradicionais os preços são muito próximos, porque

os livros são novos e saíram há pouco tempo das editoras. Como os sebos trabalham com livros usados, os preços são mais baixos.

Mas os sebos também cumprem outra função: a de serem oportunidade para que se encontrem livros que já saíram de catálogo. Livros esgotados, antigos e, em alguns casos, até mesmo raros. Nestes casos, os preços atendem à lógica da oferta e da procura. De qualquer forma, não se costuma encontrar em outros lugares os mesmos livros por preços menores. Ou seja, nos sebos se encontram os melhores preços, mesmo quando são altos.

Por que os livros não costumam ser catalogados?Porque isso demandaria estrutura (espaço, organização e

pessoal) que elevaria de tal forma os custos que o sebo perderia sua principal função: oferecer leitura de qualidade a preços baixos.

O que fazemos é classificar os livros por seções, e então convidamos os frequentadores a percorrê-las.

Numa livraria tradicional é muito comum que o cliente vá em busca de um livro específico, e então é fundamental que a loja saiba se o tem e onde ele está. E com rapidez. Já o freqüentador de sebos tem outro costume: o de percorrer, com gosto, as prateleiras em busca de algo que lhe chame a atenção. Sebo é garimpo.

O que é e como funciona um sebo?

Como os livros são adquiridos?Os usados, quase sempre, trazidos pela comunidade. Pelos

mais variados motivos, como mudança, otimização de espaço. Com muita freqüência, movidos pela filosofia de que uma vez lidos, os livros devem encontrar outros leitores. Também são trazidos para serem trocados por outros títulos.

Os livros novos são garimpados, atualmente via Internet, em saldões e promoções.

Como é calculado o preço pelo qual adquirem os livros que são levados ao sebo?

Basicamente pelo valor de mercado, considerando duas variáveis: a) é um título procurado?; b) qual o estado de conservação do livro?

Às vezes o estudante paga R$ 40, R$ 50 por um livro pedido pela escola. É o valor normal do livro. Só que ele só é comprado porque a escola solicitou. No sebo não podemos pagar muito por ele porque a chance de aparecer algum comprador é muito pequena. Érico Verissimo é um dos nossos maiores clássicos, com muitas e muitas edições de suas obras. Mas é muito pouco procurado nos sebos. Aproximadamente 90% da procura por Jorge Amado é pelo título “Capitães da areia”, em que pese a qualidade de sua obra. Cada volume da saga Crepúsculo (Stephenie Meyer) está em catálogo por aproximadamente R$ 40, mas eles simplesmente não vendem mais. Há até uma overdose deles nos sebos.

JZ CONSULTORIA

CRECI /RJ:46807Antes de comprar ou alugar um imóvel,consulte-nosCel.: 24 [email protected]

Quadrinhos

gibis, mangás, literaturaem quadrinhos, técnica

de desenho. Venha conhecer nosso acervo.

LPs > Rock, clássicos, trilhas sonoras,MPB. Aqui você encontra os famosos

BOLACHÕES para seus ouvidos matarema saudade ou mesmo para seu fetiche visual.

Gregos e Troianos casa de leituras

Número 01 – janeiro/2015 Página 4

Page 5: Pêlos Bigodões

Como funcionam as trocas?As trocas costumam ser um negócio mais interessante. Os

critérios de avaliação são os mesmos para compra, mas como os preços dos livros que temos embutem uma margem de lucro, temos maior flexibilidade nessa negociação. Como compramos alguns livros em promoções muito vantajosas, podemos proceder a trocas mais convenientes. Mas ela se inicia a partir da lógica 2 por 1. O cliente deixa dois livros para levar um. A loja ganha na diferença financeira, e o leitor ganha ao se desfazer do que já não lhe é interessante para adquirir algo que queira no momento.

Bottons

Além dos mais variados tipos de gravuras, para decorar sua roupa ou mochila, também aceitamos encomendas, em qualquer quantidade.

Vocês aceitam doações?A Gregos e Troianos não só as aceita como, sempre que tem a

oportunidade, aproveita para agradecê-las. Parte do acervo vai para as prateleiras para venda. Parte é doada na frente da loja, a interessados em pesquisas ou leituras.

Num cálculo muito, mas muito modesto, estimamos já termos distribuído pela cidade, das mais diversas formas, mais de 40.000 livros. Apoiando projetos como o #LivroLivre, montando pequenas bibliotecas em instituições que pedem nossa colaboração, atendendo a pedidos de creches e ONGs, “esquecendo-os” em praças e pontos de ônibus. Aliás, se você quiser montar uma banca de #LivroLivre no seu ponto comercial ou outro espaço adequado, é só nos procurar.

Na porta da nossa loja, todos os dias, de um lado há a pilha de livros explicitamente gratuitos. É só passar e pegar. E de outro lado, prateleiras de livros de literatura, em bom estado, para troca ou venda a R$ 1, R$ 2 ou R$ 3 reais... mas que também podem ser levados gratuitamente. Só não são explicitamente gratuitos para evitar que sejam levados apenas por essa facilidade, sem que haja um real interesse em leitura. Vale ressaltar que nessas prateleiras com muita freqüência se encontram títulos que, dentro da loja, são vendidos por R$ 15, R$ 25, ou mais.

Caríssimo Ton Kneip, para começar, você poderia sintetizar o como pensa a questão das ciclovias em Resende, já que é seu idealizador?

Uma diretriz do nosso olhar é pensar a ciclovia como alternativa efetiva, viável como transporte. Para algo muito mais presente na vida do cidadão do que o lazer. A tendência é de que os carros, cada vez em maior quantidade, venham deixando de ser atrativos. O transporte público por várias questões tem estado sempre próximo do limite, com conforto mínimo — se é que essa expressão faz sentido. Então pensamos em uma malha de ciclovias que interligue do acesso a Penedo às indústrias já nos arredores de Porto Real, com maior vascularização entre a Cidade da Alegria e Campos Elíseos. Quais os obstáculos nesse processo?

A questão é bastante complexa. Há obstáculos físicos. Um bom exemplo disso vem

da formação da cidade, a partir de desdobramentos das fazendas, sem que houvesse um planejamento que pensasse décadas para o futuro. Como resultado temos quarteirões enormes e o fenômeno dos condomínios que tornam os trajetos muito, muito mais longos. O próprio rio Paraíba acaba sendo um obstáculo, assim como para os carros também, já que as pontes, contraditoriamente, permitem as passagens mas também as estrangulam. Se você falou em obstáculos físicos é porque deve haver também os não-físicos.

Há todo um lance cultural. Qualquer status quo tende a resistir às novidades. Crescemos com as ruas para os carros, e as calçadas para os pedestres. Não há como abrir espaço para as bicicletas sem que exista resistência de quem se sinta mexido. Você está se referindo principalmente ao estacionamento dos carros?

Sim! Crescemos achando normal que os carros tenham tantos espaços para estacionar. Mas essa lógica é insustentável. No comércio, por exemplo, os que chegam para trabalhar, justamente por serem os primeiros (vão abrir as lojas), estacionam seus carros que tendem a ocupar a vaga até o final do dia. É preciso tornar esse espaço mais republicano. Ninguém gosta de pagar para estacionar, mas é um modo de democratização das vagas. Quem vai ficar estacionado o dia inteiro tende a procurar as ruas próximas, gratuitas. E as vagas na frente das lojas são ocupadas em rodízio. A ocupação dos espaços públicos não é um problema a ser

resolvido, mas a ser administrado. De modo republicano. Qual é hoje o grande desafio para a malha de ciclovias?

Objetivamente falando, incluirmos a avenida Coronel Mendes nessa malha. Não somos ingênuos nem autoritários. Temos consciência de que isso envolve muita negociação. O positivo é que durante a negociação se dá o esclarecimento. Ninguém é obrigado a entender a priori o quanto a bicicleta é saúde, cidadania, respeito ao ambiente. E que no conjunto todos nós só temos a ganhar quanto mais a bicicleta for alternativa efetiva. Inclusive o comércio. Vamos explicar, dialogar, explicar, dialogar... O que já pode ser apontado de satisfação nessa empreitada?

É perceptível o quanto aumentou a presença de ciclistas. Qualquer um ao olhar hoje as ruas e compará-las com a memória de cinco anos atrás perceberá muito mais bicicletas. E não falo só de quantidade. Os ciclistas estão com bicicletas cada vez mais seguras, com toda um aparato de visibilidade e segurança, como capacetes. É uma cultura que se transforma. Todos citam a Holanda, mas poucos sabem que o processo lá foi crítico, envolvendo, inclusive, muitas mortes. Aqui, é como tentarmos fazer uma revolução sem quebrar os ovos.

PapocomTon Kneip

Número 01 – janeiro/2015 Página 5

Ton Kneip é Secretáriode Urbanismo e Arquitetura

Page 6: Pêlos Bigodões

Sala @escrevendo- contato > 2109.0246

Espaço de encontros para aulas de Filosofia e Redação, na sala 817 (8º andar do Bloco B) do Resende Shopping

Aulas de REDAÇÃO- particulares ou em grupo, preparatório para Enem e concursos.

Os encontros focam em três tópicos: gramática, técnica dissertativa e abordagem do conteúdoA cada encontro são passados propostas de textos para serem entregues durante a semana. A devolutiva é feita no encontro seguinte, com análises e, se for o caso, indicações para que seja

reelaborada. Cada texto é lido junto com o aluno, para apontamento das virtudes, dos progressos, e de como o texto poderia ter sido melhor desenvolvido.

Variada indicação de fontes para, ao longo do ano, melhorar o entendimento dos assuntos mais “cotados”.

A cada encontro corresponde farto material de apoio.

Em paralelo à leitura de O MUNDO DE SOFIA, de Jostein Gaarder.Cada um dos mais importantes filósofos da história apresentados didaticamente.

- anfitrião: Luciano Gonçalves

CURSO DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA

15 encontros Em casa, os participantes vão lendo os capítulos. Nos nossos encontros os filósofos e suas idéias vão sendo melhor conhecidos.Material didático desenvolvido especialmente para este curso. Bom acervo de livros, revistas e filmes colocados à disposição dos estudos.

Público-alvocuriosos e interessados em cultura geral, em história,

estudantes do Ensino Médio, pré-vestibulandos e

universitários.Investimento total, com

apostila e material complementar incluso: R$ 280

(parcelamos em 3 vezes)

Turma de Quarta > 19h30 às 21h30Fev – 25Mar – 4 / 11 / 18 / 25Abr – 8 / 15 / 22 / 29Mai – 6 / 13 / 20 / 27Jun – 10 / 17

Turma de sábado manhã > 9 às 11hTurma de sábado tarde > 16 às 18h

Fev – 28Mar – 7 / 14 / 21 / 28Abr – 11 / 25Mai – 9 / 16 / 23 / 30Jun – 13 / 20 / 27 Jul – 4

Inscrições na GREGOS E TROIANOS - casa de leituras / tel. 2109.0246

Número 01 – janeiro/2015 Página 6

Page 7: Pêlos Bigodões

KAIRÓS - CENTRO DE ESTUDOS DA CONSCIÊNCIA

A palavra grega “Kairós” significa tempo mítico, o tempo interno de cada um de nós. A qualidade do tempo, complementar ao tempo “Cronos”, o tempo medido, das horas e dos dias.

O Kairós – Centro de Estudos da Consciência nasceu de forma despretensiosa, a partir do encontro de pessoas que tinham uma busca comum – autoconhecimento.

No Kairós, partilhamos a idéia de que quanto melhor me entendo, mais chances tenho de compreender e aceitar o próximo, mais conscientes tendem a ser as minhas escolhas pessoais e de melhores recursos disponho para ter uma vida mais plena. Nas palavras de Leminski: "Isso de querer/ ser exatamente aquilo/ que a gente é/ainda vai/ nos levar além."

Com essa proposta, o Kairós utiliza de algumas linguagens simbólicas, comoa astrologia, o tarot, a mitologia grega, entre outras, através de cursos, oficinas,consultas e palestras.

Todas as últimas segundas-feiras de cada mês (19h) realizamos palestrasabertas sobre temas relacionados a autoconhecimento, expansão da consciênciae crescimento interior.

Mais informações: Tel: (24) 99957-5020 ou email: [email protected]

Você é sempre bem vind@!

Hélder CâmaraSou astrólogo,

taroterapeuta e fissurado em mitologia grega

desde menino. Mas, sem falsa modéstia, a função que cumpro melhor é a de porteiro do Kairós,

aquele que abre a porta e convida o outro a entrar e ser quem é.

Washington Lemos @wmlemos

facebook.com/w.m.lemos

No início não havia nada, nem luz,

nem escuridão, nem mesmo início. Em um instante, a primeira coisa que se fez foi o tempo... um átimo de uma fração infinitesimal do tempo. E neste momento, algo existiu e o nada desapareceu. Foi o começo do fim. Diversidades e singularidades se fizeram. Tudo ainda era efêmero, o universo experimentava todas as possibilidades, testava as diferentes formas de moldar energia: em ondas, calor e finalmente partículas. De alguma maneira parte da energia ganhou uma aparência até então inexistente: ela se “condensava” em massa. Foi aí, a partir deste momento, que realmente tudo começou a acontecer: átomos, poeira, galáxias, estrelas, planetas, eu e você.

O universo tinha tudo para se tornar uma imensa poeira de partículas e energia, se expandindo de modo amorfo e indefinido. Porém algo extraordinário aconteceu, a matéria recém criada na forma de massa possuía uma propriedade extravagante: gravidade! Toda e qualquer massa do universo se atraía.

A gravidade aparece e muda completamente a dinâmica até então vigente no jovem universo.

Com ela, e somente agora, poeiras de partículas distantes (mas muito distantes mesmo) uma das outras, podem interagir, se influenciarem e trocarem informações. A gravidade, a mais fraca

das quatro forças fundamentais da natureza (as outras três são força eletrodinâmica, força forte e força fraca) desempenha o fantástico papel de “moldador do universo”.

Poeiras de partículas começaram não só a se atraírem mutuamente, mas também a sucumbirem devido a sua própria gravidade, gases dos recém criados átomos de hidrogênio, hélio e lítio (dê uma olhada no início da tabela periódica!) colapsaram sob ação de sua gravidade maior no centro (mais denso) sobre as bordas mais dispersas e menos densas.

Surgiam assim as primeiras estrelas, muito maiores e luminosas do que as que vemos hoje.

A gravidade não para de trabalhar. Ela estava lá para manter a estrela estável mesmo quando a estrela começou a cuspir no mundo energia na forma de luz e radiação, que tendiam a varrer para o espaço a matéria que a constituía. A gravidade deu conta do recado por uns 3 milhões de anos, mas a energia emitida pela estrela era muito grande e em uma taxa cada vez maior.

Ao emitir energia a estrela perdia massa, e com menos massa a gravidade era cada vez menor.

Então aconteceu o inevitável: explosão (chamamos de “supernova”). Este era o fim desta primeira geração de estrelas, que deixou como herança ao jovem universo novos tipos de átomos como oxigênio, carbono e ferro.

A gravidade não para de trabalhar (parte II). O universo começa a ver uma sucessão de explosões de estrelas de primeira geração, como um imenso festival de fogos de artifício em escala colossal de tempo e espaço. Todas estas explosões formaram novas nuvens de poeira não só hidrogênio, hélio e lítio mas também com as heranças de oxigênio, carbono e ferro (entre outros). E a gravidade mais uma vez recomeça seu artesanato. Aglutina nuvens de poeira em estrelas e com as sobras (pela primeira vez) surgem estruturas que por serem muito pequenas para se candidatarem a estrelas, ficam girando em torno da estrela mais próxima.

São os planetas, asteroides, luas e tudo o mais que existe. Uma dessas estrelas possivelmente era o nosso Sol (ou quem sabe de uma geração seguinte) e um destes planetas poderia ser a Terra. E o resto da história você possivelmente já conhece.

Então, sempre que for se pesar ou algo cair da sua mão e você pensar em amaldiçoar a gravidade lembre-se: foi ela quem permitiu que você existisse. Ela é a criadora e a devoradora de mundos. Amém.

Gravidade: criadorae devoradora de mundos

Número 01 – janeiro/2015 Página 7

Page 8: Pêlos Bigodões

Projetos para 2015Então... nós também estamos nesse clima de planos e projetos. Aqui estão indicados alguns, que se saírem

do mundo das ideias o farão graças, em grande parte, ao carinho com que nosso trabalho vem sendo acolhido e apoiado pela comunidade de Resende e Itatiaia.

Distribuição de um mínimo de 8.888 livrosI Desafio Gregos e Troianos de ortografia, com premiaçãoConcurso de Redação, com premiaçãoCurso gratuito de Redação para o ENEM destinado a dezenas de estudantes da escola pública.I Desafio Gregos e Troianos de Aviãozinho de Papel, com premiaçãoReativação do CINECLUBE706Formação de uma turma para estudos de LATIM Grupo para leitura de ULYSSES, de JAMES JOYCE

O título já explicita a tese. Gosto dos simbólicos, que se revelam ao longo da leitura. Todavia, gosto também da clareza dos diretos. Entre as funções do CFM, a de regulamentar a atividade médica e defender o exercício da Medicina, atuando em prol da saúde da população e dos interesses da classe médica. Infelizmente, em relação ao Mais Médicos, sua atuação se equivale a de um sindicatozinho dos mais mequetrefes.

Antes de mais nada, há sim falta de recursos, corrupção, má formação acadêmica e incompetência administrativa. Falta muita coisa. E são muitos os médicos que dão motivo de orgulho à sociedade. Orgulho para além da sua competência, por não colocarem interesses particulares ou de classe acima dos da cidadania. Estes, os bons, devem se sentir envergonhados pelo CFM.

CFM que lutou contra o Mais Médicos, com todos os recursos permitidos pelo mais deslavado cinismo corporativista. Há alguns anos me vi apavorado com um tumor na virilha. Como “tumor” pode ser do que há de pior, fui ao hospital, com os olhos apavorados pelo diagnóstico esperado. O médico riu do que não passava de um pelo encravado infeccionado. Esse exemplo mostra o quão vazia era a crítica de que esses médicos não teriam equipamentos. Muito, mas muito pode ser feito sem esses equipamentos, principalmente se o médico tem respeito pelo paciente. E se sabe diagnosticar o que não depende de exames de laboratório e/ou tecnologia avançada. E para quando a tecnologia é necessária, nada melhor do que um encaminhamento mais objetivo. Quer números? No Espírito Santo houve uma queda de mais de 36% nos encaminhamentos para internação.

Falaram da barreira da língua, e se “esqueceram” de que os cubanos trabalharam com povos de língua inglesa, francesa, com dialetos africanos... e isso nunca foi entrave.

O CRM falou em trabalho escravo, num completo desrespeito à razão, pois para tanto desconsideraram que os cubanos vinham como funcionários públicos, num regime amparado pela Opas (Organização Panamericana de Saúde), a mais antiga organização internacional de saúde do mundo, criada em 1902. Integrada às Nações Unidas por assumir a função de Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde. A OPAS/OMS também faz parte dos sistemas da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Legitimidade a toda prova, que por isso resistiu a todas as covardes iniciativas junto ao Poder Judiciário.

Ao contrário dos médicos de Portugal, Espanha, Uruguai, Argentina e de vários outros países, inclusive os poucos do Brasil, os de Cuba não vieram por estarem desempregados ou em busca de salários melhores. Eles estavam, estão e estarão empregados ao fim deste convênio com o Brasil. Quando o médico cubano Nélson Rodríguez, ao chegar, foi questionado sobre se não ganharia pouco, sua resposta deve ter sido uma chicotada no caráter de tantos médicos que só o são porque no Brasil ser médico é quase sinônimo de status e condição social superior. Suas palavras: “Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro. Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo.”

Para quem acha que faz sentido o argumento de que médicos brasileiros recusavam a contratação para não se distanciarem “dos centros”, duas curiosidades: dos mais de 14.000 médicos, o estado que mais os solicitou foi São Paulo, com quase 2.200; e o Rio Grande do Sul, tão orgulhoso de ser tão diferente do Nordeste, mais de 1.000.

A verdade é uma só: salários de R$ 10.000 mais ajuda de custo e moradia são considerados um mau investimento pela classe que costuma ocupar as vagas nas nossas universidades. Hoje os médicos cubanos estão em 69 países. 69. Após o terremoto que arrasou o Haiti, já então o país mais pobre das Américas, os EUA enviaram 16.000 soldados. Cuba enviou 1.200... médicos. Semelhante acontece agora com a epidemia de Ebola na África. Obama e ONU reconhecem, mas o nosso protetor CFM não.

Daí a reação do órgão, que motivou ações vergonhosas como médicos se recusando a atender quem passasse antes pelos cubanos; Conselhos Regionais boicotando o registro; a criação de redes sociais que pretendiam expor as falhas dos mal preparados médicos.

A realidade se impôs: o Mais Médicos atendeu a 100% da demanda, em quase 4.000 municípios. A população só não se sentiu mais acolhida do que os próprios médicos, como qualquer googlada pode demonstrar, nas dezenas de histórias de comovente sensibilidade. Os latidos do CFM, dos Caiados e dos Bolsonaros mostram que, embora não pareça, os cães latem mais por medo do que por coragem.

Se o CFM quiser proteger a saúde da população, que combata a Máfia das Próteses, os médicos que batem cartão de ponto nas repartições e vão para seus consultórios particulares, o conluio entre médicos e laboratórios que envergonharia qualquer prostíbulo. E tantas outras vergonhas que permeiam o noticiário.

Por que no Brasil os médicos estrangeiros não passam de 1,7%, bem diferente do que ocorre na Inglaterra (37%) e EUA (25%)? Porque aqui o Revalida, exame exigido a quem se forma fora, é usado como barreira à concorrência.

Por óbvio o debate é muito longo, mas fico por aqui afirmando, que se o CFM quer mesmo proteger a população dos “Maus Médicos”, não deve combater o Mais Médicos, mas sim exigir o Revalida também para quem se forma aqui. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) chega a reprovar 90% dos bacharéis em Direito ainda na 1ª fase do seu Exame.

Mas cadê coragem à classe médica?

Conselho Federal de Medicina,não se acovarde:exija o Revalida para todos

Por Luciano Gonçalves@escrevendo

Número 01 – janeiro/2015 Página 8