pedagogia hospitalar: tipos de atendimento afirma-se aqui que a hospitalização infantil é tema de...

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Educação, Batatais, v. 6, n. 3, p. 181-198, jul./dez. 2016 181 Pedagogia Hospitalar: tipos de atendimento Cristiane Fernanda JORDÃO 1 Tatiane Teodora TRINDADE 2 Renata Andrea Fernandes FANTACINI 3 Resumo: O presente estudo aborda os vários atendimentos da Pedagogia Hos- pitalar, que visam ao bem-estar físico, cognitivo e emocional dos alunos hospi- talizados. O propósito deste estudo é conhecer e entender as possibilidades de atendimento pedagógico em hospitais para que o aluno, quando nesse ambiente, não seja compelido a se afastar totalmente da vida escolar. Com esse objeti- vo, buscou-se compreender o papel do pedagogo e os tipos de atendimento que podem ser realizados nesses locais. Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica. Quanto aos tipos de atendimento abordados, foram eles: prática individual de leito, classe hospitalar e a brinquedoteca hospitalar. Observou-se que a prática pedagógica diária e a capacitação contínua do professor podem contribuir para o desenvolvimento integral do aluno e para a superação da si- tuação vivenciada. Pôde avaliar-se, também, o quanto é significativa a atuação do Pedagogo Hospitalar, como válidos os vários atendimentos oferecidos nesse espaço, e, além disso, pôde ser destacado seu papel no processo ensino-aprendi- zagem, cuja qualidade é mantida bem como são preservados os direitos escolares desses alunos. Palavras-chave: Educação Especial. Pedagogia Hospitalar. Tipos de Atendi- mento. 1 Cristiane Fernanda Jordão. Graduanda em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 2 Tatiane Teodora Trindade. Graduanda em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 3 Renata Andrea Fernandes Fantacini. Doutoranda em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Mestra em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda – CUML. Docente e tutora dos cursos de Graduação e Pós-graduação (presencial e a distância) do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

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Pedagogia Hospitalar: tipos de atendimento

Cristiane Fernanda JORDÃO1

Tatiane Teodora TRINDADE2

Renata Andrea Fernandes FANTACINI3

Resumo: O presente estudo aborda os vários atendimentos da Pedagogia Hos-pitalar, que visam ao bem-estar físico, cognitivo e emocional dos alunos hospi-talizados. O propósito deste estudo é conhecer e entender as possibilidades de atendimento pedagógico em hospitais para que o aluno, quando nesse ambiente, não seja compelido a se afastar totalmente da vida escolar. Com esse objeti-vo, buscou-se compreender o papel do pedagogo e os tipos de atendimento que podem ser realizados nesses locais. Utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica. Quanto aos tipos de atendimento abordados, foram eles: prática individual de leito, classe hospitalar e a brinquedoteca hospitalar. Observou-se que a prática pedagógica diária e a capacitação contínua do professor podem contribuir para o desenvolvimento integral do aluno e para a superação da si-tuação vivenciada. Pôde avaliar-se, também, o quanto é significativa a atuação do Pedagogo Hospitalar, como válidos os vários atendimentos oferecidos nesse espaço, e, além disso, pôde ser destacado seu papel no processo ensino-aprendi-zagem, cuja qualidade é mantida bem como são preservados os direitos escolares desses alunos.

Palavras-chave: Educação Especial. Pedagogia Hospitalar. Tipos de Atendi-mento.

1 Cristiane Fernanda Jordão. Graduanda em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 Tatiane Teodora Trindade. Graduanda em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.3 Renata Andrea Fernandes Fantacini. Doutoranda em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Mestra em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda – CUML. Docente e tutora dos cursos de Graduação e Pós-graduação (presencial e a distância) do Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.

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Hospital Pedagogy: types of attendance

Cristiane Fernanda JORDÃOTatiane Teodora TRINDADE

Renata Andrea Fernandes FANTACINI

Abstract: This study addresses the various calls of Hospital Pedagogy, that aimed at the physical, cognitive and emotional well-being of hospitalized students. The purpose of this study is to know and understand the possibilities of pedagogical attendance in hospital, for when students are in this condition, they do not go away of school life. With this purpose, tried to comprehend the role of pedagogue and the kinds of attendance that can be made at this place. It was used as methodology: the bibliographic search. The types of attendance addressed were: individual bed practice, hospital class and Toy-library. It was observed that the daily pedagogical practice and the continuous training teacher, can contribute to the student’s full development and the overcoming of the experienced situation. Can be measured how much is important the actuation of the hospital pedagogue, with the many kinds of attendance in this area, and it also can be measured, his role in the teaching and learning process, keeping the quality and preservating the student’s school rights.

Keywords: Special Education. Hospital Pedagogy. Types of Attendance.

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1. INTRODUÇÃO

É de suma importância destacar o direito e o dever de todos a uma educação de qualidade, e, tendo em vista isso, a Constituição Federal de 1988, em seu Título VIII – Da Ordem Social, Capítulo III – Da Educação, da Cultura e do Desporto, Seção I, Artigo 205, assim se expressa:

A educação é direito de todos e dever do Estado e da fa-mília, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifica-ção para o trabalho (BRASIL, 1988, n.p.)

Em conformidade com o contido na Constituição Federal de 1988, conclui-se que, independentemente das necessidades que po-derão sobrevir ao alunado, ou mesmo em quaisquer circunstâncias a que esteja submetido, sabe-se que, sem exceção, todos têm o di-reito à educação e à cidadania. Portanto, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclu-siva (2008), deve-se contar a classe hospitalar como modalidade de atendimento, na qual lhe será preservado o direito à escolarização, mesmo hospitalizado, situação essa em que está vulnerável e amea-çado em seu desenvolvimento educacional pela hospitalização.

Afirma-se aqui que a hospitalização infantil é tema de grande relevância entre vários profissionais da saúde e da educação, prin-cipalmente quando há preocupação pelo bem-estar e desenvolvi-mento da criança e do adolescente em ambiente hospitalar.

É de grande importância, além disso, a continuidade dos estu-dos dessas crianças e jovens no período de internação do aluno, so-bretudo porque, ao mesmo tempo em que não se deixa de aprimorar e de estimular suas habilidades cognitivas, isso poderá colaborar, também, em seu processo de cura.

O propósito deste estudo surge com a necessidade de conhe-cer e melhorar a atuação do professor e os tipos de atendimento afetos às condições hospitalares, de modo que sejam administradas práticas pedagógicas cabíveis com crianças e jovens em hospitais, mantendo-lhes os ritmos de aprendizagens, não lhes permitindo um

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afastamento involuntário, ainda que temporário, do sistema de en-sino e do convívio em grupo.

Sendo assim, buscam-se novos conhecimentos para aperfei-çoar as modalidades de atendimento mais prazerosas para as crian-ças e adolescentes, que levem em conta principalmente o desen-volvimento global delas e ainda lhes coloquem à disposição uma equipe multidisciplinar e interdisciplinar.

Com essa finalidade, o objetivo geral desta pesquisa será, pois, conhecer e compreender qual deva ser o papel do pedagogo em ambiente hospitalar, bem como os tipos de atendimento que esses alunos-pacientes possam receber.

Na sequência, têm-se os objetivos específicos do presente es-tudo, os quais são: descrever os tipos de atendimento existentes e discutir a eficiência da prática pedagógica pelo profissional da área em ambiente hospitalar.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração deste estudo clas-sifica-se como pesquisa bibliográfica, feita por meio de livros im-pressos, documentos oficiais do Ministério da Educação, revistas e artigos científicos disponíveis em sites confiáveis.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em ma-terial já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesqui-sas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes biblio-gráficas (GIL, 2002, p. 44).

Nesse sentido, esta pesquisa bibliográfica está fundamen-tada teoricamente em pressupostos dos principais autores da área da Educação Especial que abordam o tema Pedagogia Hospitalar, tais como: Lima (2003), Ortiz e Freitas (2005), Matos e Mugiatti (2007) e Viegas (2007).

Para melhor compreender essa fundamentação teórica, este estudo será dividido em quatro tópicos: Pedagogia Hospitalar; tipos de atendimento; o pedagogo hospitalar; o impacto das práticas da

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Pedagogia Hospitalar na educação da criança e do jovem hospita-lizado.

3. DESENVOLVIMENTO

Pedagogia Hospitalar

A Política Nacional de Educação Especial (1994) apresenta e define a classe hospitalar como uma modalidade de atendimen-to, disponibilizada pela área da Educação Especial, relacionando-a como um de seus benefícios: “Ambiente hospi talar que possibilita o atendimento educacional de crianças e jovens inter nados que ne-cessitam de Educação Especial e que estejam em tratamento hospi-talar” (BRASIL, 1994, p. 20).

No Brasil, é reconhecida pela legislação, por meio do Con-selho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospita-lizado, vista na Resolução nº 41, de outubro de 1995 (p. 1), com os seguintes termos: “O direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Em 2001, com as Diretrizes Nacionais para a Educação Espe-cial na Educação Básica (BRASIL, 2001, p. 50-52), descrevem-se as diversas modalidades de educação especial, dentre elas: clas-ses comuns; salas de re cursos; itinerância, professores-intérpretes; classes especiais; ensino do miciliar e a classe hospitalar. Mas foi somente em 2002 que o Ministério da Educação, por meio da Se-cretaria de Educação Especial, elaborou, por meio de estratégias e orientações, um documento que assegura o atendimento educacio-nal em classes hospitalares para os educandos da Educação Básica (SILVA; FANTACINI, 2013).

Ainda de acordo com Silva e Fantacini (2013), a Pedagogia é considerada como o espaço escolar em que será realizada a edu-cação dos alunos, e essa disciplina terá a incumbência de aperfei-çoar esse espaço educativo de acordo com métodos próprios. Em contrapartida, temos o ambiente hospitalar, no caso, o local onde

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estão internadas as crianças enfermas, seja por curtos seja por lon-gos períodos, ocasião em que há o despertar neles, principalmente, de um clima de sentimentos desagradáveis, de sofrimento e de dor. Foi pela fusão interagente desses conceitos que surgiu a Pedagogia Hospitalar, ou seja, surgiu pela necessidade de melhor atender a esse grupo de alunos hospitalizados.

A Pedagogia Hospitalar tem como um dos seus principais ob-jetivos conscientizar e aumentar a prática dos educadores a fim de que deem uma qualidade de vida melhor para as crianças e jovens hospitalizados, mas, para isso, esses profissionais precisam cuidar e olhar mais atentamente seu trabalho com os alunos. Decorre as-sim do exposto que o trabalho do professor não está apenas nas instituições escolares, mas vai mais além dos muros das escolas; esse atendimento acontecer, também, em hospitais, e, da mesma forma, o profissional da educação que atua nesse âmbito deverá preocupar-se com o aprendiz de forma global, ou seja, física, afeti-va e socialmente (RIZZO, 2014).

Nessa perspectiva, nota-se que os professores precisam culti-var a flexibilidade, ter um olhar observador para o comportamento dos alunos hospitalizados, não deixar de lado o afeto, fator primor-dial no lidar com crianças e jovens nessas condições; precisam, ainda, ser competentes e comprometidos com a sua prática para a efetividade do trabalho e da boa convivência entre ambos.

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), tem-se que as modalidades de atendimento da Educação Especial:

[...] são alternativas de procedimentos didáticos específi-cos e adequados às necessidades educativas do alunado da educação especial e que implicam espaços físicos, recur-sos humanos e materiais diferenciados (BRASIL, 1994, p. 18).

Entre elas, considera-se a Classe Hospitalar como uma mo-dalidade de atendimento que surgiu da Educação Especial, sendo, portanto, de responsabilidade dos profissionais dessa área.

Em virtude das questões que envolvem a classe hospitalar, surge da Pedagogia uma ramificação, da qual se trata aqui – a Peda-

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gogia Hospitalar, que Matos e Mugiatti (2007) compreendem como um processo que instiga um atendimento humanístico para o aluno hospitalizado e para a sua família. Um atendimento que considera o tempo que esse aluno está hospitalizado, as necessidades de in-tervenções pedagógicas do professor, bem como as propostas de atividades escolares no dia a dia das crianças e jovens internados, juntamente com o suporte e a colaboração do hospital.

De acordo com Fonseca (2008, p. 88), Pedagogia Hospitalar é termo bastante amplo e, muitas ve-zes, confuso, porque em alguns textos sob esta nomencla-tura delimita a atuação do pedagogo como que vinculada a uma série de atividades que não necessariamente seriam atribuições deles.

O pedagogo hospitalar

O papel do professor, pedagogo, dentro do ambiente hospi-talar, deve estar associado com seu propósito inicial de suprir as necessidades educativas das crianças e jovens nos hospitais, dando--lhes um suporte educacional e emocional para que todas as ativi-dades sejam aproveitadas e as necessidades supridas de acordo com o ritmo de cada aluno.

Segundo Libâneo (1996, p. 127):O Pedagogo é o profissional que atua em vários campos educativos. O papel do pedagogo é amplo e não apenas na gestão, supervisão e coordenação das escolas, como tam-bém na pesquisa, na administração dos sistemas de ensi-no, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias da educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para a terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produ-ção de vídeos, filmes e brinquedos, nas editoras, na requa-lificação profissional etc.

Nesse sentido, o diálogo é de suma importância para o desen-volvimento intelectual, pessoal e cognitivo, dado o momento pelo qual o aluno hospitalizado esteja atravessando; acrescente-se, tam-

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bém, que, além de as atividades lúdicas disponibilizadas auxiliarem no desenvolvimento físico e mental, auxiliam até mesmo em sua recuperação (MATOS; MUGIATTI, 2007).

É cabível destacar que a prática diária e a capacitação conti-nuada do professor contribuem para a qualidade de vida e para uma boa socialização, pois a Pedagogia Hospitalar vai além do contexto formal escolar; essa capacitação viria, então, para auxiliá-lo a tra-balhar com a diversidade humana e cultural e identificar as neces-sidades de cada criança e jovem hospitalizado.

Diante da criança e do jovem no hospital, situação bem difícil para eles pelas características do espaço, doença, solidão e fator traumático, esses indivíduos devem ser plenamente respeitados; devem, ademais, receber um compartilhamento afetivo, bem como ter contato com um diálogo e uma escuta atenciosos como ponto fundamental de superação de suas aflições.

Para Ceccim (1997), a escuta, como tal, é uma forma de com-preender as expectativas e o que tem sentido para eles, não ape-nas pelo que é dito, mas principalmente por um silêncio expressi-vo – fazer-se compreender por gestos, palavras, comportamentos e atitudes –, e não só isso, mas também por explorar os “mundos interpessoais”, interação que fortalece a subjetividade desses alu-nos. Essa escuta deve ser baseada no diálogo, exercício esse que se configura como fundamental para o processo de toda a educação desses sujeitos.

Portanto, o pedagogo hospitalar deve posicionar-se quanto a seu trabalho de forma interdisciplinar, dar ênfase à afetividade, po-rém nunca de forma maternal, ou de outra forma que também a ele não pode ser atribuída; cabe ao pedagogo, enfim e simplesmente, proporcionar uma escuta que favoreça o avanço da aprendizagem (FILHO; GONÇALVES; OLIVEIRA, 2008).

Tipos de atendimento

Dentro da Pedagogia Hospitalar, são encontradas algumas modalidades de atendimento com as quais as crianças e os jovens

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hospitalizados podem contar. São elas: classe hospitalar, atendi-mento individual (na classe hospitalar ou no leito) e brinquedoteca.

No âmbito do hospital, apresentam-se sob a responsabilidade do pedagogo as seguintes modalidades, segundo Vieira (2011, p. 1):

[...] 2) Prática individual de leito: o trabalho realizado no serviço de emergência clínica busca dar continuidade aos estudos das crianças em convalescença com o objetivo de garantir o direito à continuidade escolar [...]

4) Classe Hospitalar: a mais comum refere-se à escola no ambiente hospitalar, atende casos de longo tratamento ou em casos de imunidade;

5) Recursos diversos: brinquedoteca, decoração do am-biente, oficinas, orientação familiar, projetos, entre outros.

Desse modo, na perspectiva da educação, a criança e o ado-lescente devem enxergar esses ambientes como local e oportunida-de para a prática educativa, como uma ocasião de aprendizagem e de prazer, evitando, assim, de forma amena e inteligente, que pos-sam perder o ano letivo, o que seria bastante prejudicial para sua vida escolar.

Entende-se como classe hospitalar, segundo Fonseca (2002, n.p.),

Lócus específico de Educação destinado a promover acompanhamento escolar de alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar ou atendimento ambulato-rial.

A classe hospitalar, entendida aqui como um atendimento pe-dagógico educacional, pode ser intitulada, também, como “escola no hospital” (ORTIZ; FREITAS, 2005, p. 53).

De acordo com isso, esse espaço de desenvolvimento e apren-dizagem busca um plano para alcançar as metas a que se propõe, ou seja, dar suporte à ambiência da saúde, enfatizar objetivos so-cioafetivos e cognitivos dos alunos, numa proposta de recuperação e socialização dos jovens e das crianças hospitalizadas mediante inclusão social e educacional.

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Para Lima (2003, p. 302), [...] as salas da Classe Hospitalar são coloridas, decoradas com desenhos e repletas de livros infantis, jogos educati-vos e brinquedos, para que o momento da sala seja tanto de estudo como de entretenimento e lazer.

Todas essas características devem proporcionar ao aluno hos-pitalizado conforto, segurança, autonomia e alegria, assegurando seu pleno desenvolvimento, garantindo algo que é seu por direito. E, por se situar em um ambiente diferente, mas harmonioso e aco-lhedor, a criança e o jovem hospitalizado poderão encontrar um modo positivo de enfrentar e de conviver com a sua doença.

O atendimento individualizado, outro tipo de modalidade, deve ter dentre seus objetivos o de resguardar o aluno, pois este já está há algum tempo sem frequentar a escola de educação básica; nessa modalidade, seriam priorizados um espaço mais reservado e um ambiente tranquilo para que possa realizar as atividades propos-tas sem interferências externas ao ambiente.

Para Medeiros e Gabardo (2004), em relação ao papel do pro-fessor que atua em hospital e tenha de se valer de um planejamen-to individualizado para o aluno que lá encontrar, esse profissional deve antes levar em conta a concepção comportamental do apren-der, uma vez que cada aluno aprende proporcionalmente ao seu rit-mo e, somente desse modo, consegue uma aprendizagem efetiva.

Assim, quando o professor conhece todas as dificuldades e facilidades do aluno, ambos podem caminhar juntos, e o professor seria o mediador de uma aprendizagem significativa e de qualidade.

Nesse sentido, Gonçalves e Bressan (1999, p. 67-68):Afirmam que na classe hospitalar as tarefas devem ser adequadas à situação peculiar de cada aluno e, para isso, é necessário conhecer o seu repertório para promover tarefas escolares e possibilitar novas aprendizagens. Esses autores ainda comentam que a dificuldade de atender ao aluno in-dividualmente se deve à necessidade de uma adaptação, tanto deste quanto da instituição, uma vez que o hospital não é o local mais comum para a figura deste profissional e o ambiente de trabalho difere bastante do ambiente esco-lar. Isto pode explicar a diferença entre o índice elevado de

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ETP em todos os grupos (onde a professora explica tarefas sem necessariamente ser solicitada pelos alunos) e o índi-ce praticamente nulo de ATAP (onde a professora expli-ca, respondendo ao chamado dos alunos), mostrando que a proposta de atenção individualizada aos alunos ocorreu abaixo do esperado.

Em relação ao espaço que os pedagogos precisam para desen-volver as atividades com os alunos hospitalizados, Fonseca (2001) afirma que é dever dos hospitais o de disponibilizar espaço físico e ambientes adequados, incluindo aí a Classe Hospitalar, devendo ter apoio da Secretaria de Educação, cuja função é esclarecer sobre as melhores formas de atender e suprir as necessidades educacionais desses alunos.

Com os estudos de Ribeiro (2004, p. 7-8), torna-se claro que a organização das atividades indicadas para esses alunos merece a importância devida, com destaque para:

A finalidade educativa pretendida com a realização da ta-refa: há que se ter presente qual o objetivo da proposição desta tarefa tendo em vista prioridades educativas (aquisi-ção de conhecimentos, aquisição de hábitos, desenvolvi-mento da autonomia, criatividade) [...]

O tempo das atividades/tarefas: delimitar o tempo das ati-vidades é essencial a um planejamento cuja intenção seja a construção do conhecimento. A mobilização do aluno para a realização da tarefa depende do desafio que lhe é pro-posto. Atividades longas demais dispersam a concentração dos alunos e acabam por desgastar a própria atividade. O tempo proposto para a atividade serve, inclusive, de ele-mento auxiliar da avaliação dos processos desencadeados pelo aluno na construção de sua aprendizagem (torna-se um indicador para o replanejamento). Cabe esclarecer o tempo (expresso em sua dimensão quantitativa) não garan-te a qualidade e/ou efetividade na realização de uma tarefa.

Estratégias e planejamento, proposição e organização da tarefa: os materiais didáticos por si só não orientam a re-alização das tarefas. É função do professor, oferecer, pau-latinamente aos alunos os esquemas de assimilação neces-sários à realização da tarefa. Se as instruções não forem precisas e/ou os critérios suficientemente explicitados, os resultados ficarão comprometidos. É possível que a pró-

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pria tarefa não seja realizada ou realizada de modo a não evidenciar exatamente o que se pretendia inicialmente. Um outro ponto a destacar diz respeito às intervenções que o professor faz durante a realização da tarefa. Dosar essa intervenção é uma habilidade a ser desenvolvida. As sequências de aprendizagem precisam ser planejadas crite-riosamente de modo a garantir que a “aula” seja percebida pelo aluno como um todo e não como um conjunto de ati-vidades isoladas.

Assim, as atividades propostas aos alunos hospitalizados são coordenadas no sentido de dar suporte e continuidade ao apren-dizado iniciado na Unidade Escolar na qual se encontrava, o que tornará possível a reintegração da criança e do jovem hospitalizado em sua escola de origem quando obtiver alta. Com esse intuito, é preciso enfatizar o ensino/aprendizagem em suas diversas áreas, como trabalhar o seu lado intelectual, cognitivo, sua autoestima, e nunca desconsiderar os interesses dessas crianças e jovens, cheios de desejos e vontades, os quais precisam ser olhados na integridade de sua pessoa.

O brincar é atividade importantíssima ao comportamento e ao processo de desenvolvimento da criança hospitalizada; ele conse-gue mesmo propiciar uma melhora significativa em seu quadro de saúde, uma vez que ela está em recuperação.

A criação de um espaço lúdico contribui para não ser predo-minantemente um ambiente voltado para diagnósticos e tratamen-tos de doenças; por sua característica, esse espaço lúdico permite a criação de condições práticas para que a realidade vivenciada pela criança em sua hospitalização seja guiada pelo seu imaginário (VIEGAS, 2008).

Para Viegas (2008, p. 64), [...] a Brinquedoteca Hospitalar exerce a função de pro-piciar um espaço aberto e livre para a criança ser o que desejar, expressado por meio das brincadeiras e dos jogos de papéis, suas fantasias, imaginação, medos, ansiedades e inseguranças, gerados pela doença e internação.

Assegurar um espaço de convivência que estimule as ne-cessidades lúdicas das crianças e adolescentes hospitalizados lhes

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enriquece o desenvolvimento e ameniza os traumas causados pela doença e pelo tratamento.

De acordo com Viegas (2008), alguns aspectos devem ser considerados diante da criança que não puder sair da cama por apresentar um quadro clínico mais avançado e debilitado. Ele mos-tra que, por essas razões, a Brinquedoteca tem a vantagem de poder ir até a criança e providenciar brinquedos e jogos de acordo com a circunstância que a envolve. Tais atividades lúdicas devem propor-cionar autoestima, alegria, respeitar o silêncio do local e moderar a movimentação para não interferir na disposição da criança hos-pitalizada.

Em síntese, a Brinquedoteca Hospitalar zela pela melhoria do quadro clínico da criança ao mesmo tempo que proporciona ao jovem hospitalizado momentos lúdicos e afetivos.

O impacto das práticas da pedagogia hospitalar na educação da criança e do jovem hospitalizado

De acordo com o exposto, para que a proposta do pedagogo seja cumprida com sucesso, ou seja, com eficácia e eficiência, o ambiente em que o aluno está pode ser um grande aliado, podendo atuar diretamente em sua motivação e autoestima e, consequente-mente, em seu desenvolvimento.

Segundo Matos e Mugiatti (2007, p. 122):Nesse processo de implantação e desenvolvimento da Pe-dagogia Hospitalar torna-se importante considerar que se-jam dadas condições, por parte das universidades e insti-tuições de ensino, para a criação de habilitação que venha preparar os profissionais para atuar no atendimento peda-gógico em contexto hospitalar, em função específica nesta área. É também importante que se desenvolvam práticas em crescente coerência, com essa demanda de formação.

O principal papel do pedagogo com seus alunos hospitali-zados, de acordo com este estudo, é o de fazer o encontro entre a educação e a saúde, ou seja, ele não deve apenas trabalhar para suprir suas necessidades escolares, mas também ter em vista o aten-

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dimento em si da criança/adolescente. Cumpre ressaltar, ainda, que a participação integral de toda a equipe multidisciplinar em auxílio a esse profissional da educação, num trabalho conjunto, pode não só promover avanços na educação, mas também fornecer subsídios até mesmo para a cura do aluno paciente.

Conforme Fonseca (2003) afirma, as potencialidades de cada aluno devem ser estimuladas, e o professor deverá ser o facilitador da inclusão dessas crianças e jovens no contexto escolar hospitalar. Para os alunos hospitalizados, o contato existente entre eles e o pro-fissional da educação é imprescindível pelo aspecto afetivo e pelo comprometimento com as vivências cotidianas e escolares. Esse educador, por meio de sua capacitação, deverá adequar-se de forma teórica e praticamente diante das situações com as quais ele vai se deparar no ambiente hospitalar.

No processo de ensino/aprendizagem das crianças e jovens hospitalizados, todo o incentivo que o professor puder transmitir para esses alunos será fundamental para o rendimento planejado; por isso, esses educadores hospitalares devem propor atividades que despertem nos alunos o desejo de realizá-las. Tendo em vista essa condição, o professor necessita ter sempre uma formação con-tinuada para que suas propostas sejam inovadas e, assim, atendam a todos em suas carências específicas.

Outro autor, Marques (2009), destaca a compreensão que cada aluno deve ter para que se possa motivá-lo diante das ativi-dades propostas. Muitas vezes, o educando precisa perceber a im-portância e a finalidade de determinado conteúdo a ser trabalhado para que alcance o êxito pretendido. No entanto, é indispensável que o conteúdo proposto corresponda ao nível de compreensão de cada criança e jovem com o qual o professor vai trabalhar e caberá a este, o educador, preocupar-se com a metodologia certa, que não desmotive o aluno. Visto que isso é fundamental na instituição es-colar, cabe ao ambiente hospitalar, por sua vez, não medir esforços para colaborar no processo, considerando que o período de interna-ção, o dia a dia no hospital, os sintomas de determinada doença e a medicação acarretam diversas limitações, inclusive acabar com o desejo do aluno em aprender.

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Continuando com os pensamentos de Marques (2009), para que a aprendizagem formal em hospitais tenha bom resultado, o professor, por vezes, precisa coordenar os objetivos uns com os outros, ou ainda aumentar ou diminuir o tempo de trabalho com o conteúdo com que esteja lidando. Quase sempre, os materiais uti-lizados pelo educador devem estar de acordo com cada aluno, su-jeitos a modificações diante das situações encontradas, adaptações sem dúvida importantes, mas acentue-se que os materiais a serem utilizados devem ser preparados individualmente para cada aluno hospitalizado e de acordo a situação, evitando, assim, frustrações individuais. As aulas no ambiente hospitalar devem ser motivado-ras, e as limitações, respeitadas; portanto, os professores não po-dem olhar para o diagnóstico do aluno como um fator impeditivo para o desenvolvimento desse indivíduo.

Se consideradas todas as oportunidades que se apresentam para o pedagogo hospitalar nesse ambiente, a realidade de vida do aluno hospitalizado não pode ser deixada de lado pela importância que tem na sua formação; o profissional deve deixá-lo o mais pró-ximo possível da sua realidade antes de ser hospitalizado, procurar mantê-lo do modo como vivia e dar-lhe o tratamento adequado para seu quadro.

Assim, observa-se que todas as modalidades de atendimento existentes são importantes para as crianças e os jovens darem con-tinuidade a seus estudos e socialização, mas cada caso merece ser considerado individualmente, pela diferença que há entre um e ou-tro. Visto isso, podemos destacar que cada tipo de atendimento, seja na classe hospitalar, individual, ou no atendimento da brinquedote-ca hospitalar, deve ser planejado, estudado e muito bem elaborado para cada aluno de forma dinâmica e prazerosa, considerando a sua realidade e as necessidades para alcançar os objetivos pretendidos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Pedagogia Hospitalar surge com o objetivo de atender às necessidades dos alunos (crianças e jovens) hospitalizados, visando à não interrupção do processo ensino-aprendizagem, enfocando a

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afetividade e a socialização adequada para a superação do quadro clínico em que estão temporária ou permanentemente. Considera--se, também, a importância da flexibilidade dos educadores em fa-zer um trabalho voltado para um atendimento físico, cognitivo e emocional.

Nessa perspectiva, o profissional pedagogo precisa estar apto para atender a todos e exercer uma prática pertinente e atenta, con-siderando que o comportamento dos alunos pode ser variado diante do quadro de hospitalização e proporcionando para eles uma convi-vência adequada e progresso em seu ensino-aprendizagem. O obje-tivo central, portanto, é fazer que ele supere o momento vivenciado e que o período em que está hospitalizado seja menos doloroso e solitário, e de forma adicional com certa progressão educativa.

As possibilidades de atendimento na Pedagogia Hospitalar devem ser exercidas da melhor forma possível, e os profissionais devem esforçar-se para que todos os objetivos sejam alcançados de forma contínua e progressiva. Os atendimentos hospitalares dão forma à Classe Hospitalar que se constitui por ser o direito das crianças e dos adolescentes, internados em hospitais, de con-tinuarem seus estudos. O atendimento no leito, para exemplificar, ocorre quando é dada ao paciente uma atenção diferenciada, já que o educando não pode sair de seu quarto, e, por sua vez, a Brinque-doteca é um recurso de extrema importância, que dá margem às brincadeiras e à livre forma de expressão, imaginação e fantasias dos envolvidos. O foco, como se vê, é sempre o educando, para quem estão voltadas todas as práticas, buscando-se nessas ações comprometimento e competência.

Torna-se a enfatizar, portanto, que todos os olhares devem estar direcionados especificamente para o aluno (criança ou jovem hospitalizado), englobando-se o seu bem-estar emocional e social para que tenha sucesso nesse momento de desafio e que sua autoes-tima seja sempre realimentada em um ambiente alegre e harmonio-so. Pretende-se que, nesse período de hospitalização, ele permane-ça tranquilo, que ele possa se esquecer de sua condição de paciente, ainda que momentaneamente, e, assim, consiga se motivar, progre-dir e superar os desafios que surgem nessas ocasiões.

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