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Projeto Estudo de Balneabilidade das Praias do Estado do Rio Grande do Norte
Relatório de Vistoria Realizada nas Praias do Município de NatalRN em 30/01/2011
NatalRN, 05 de Fevereiro de 2011
PPRROOGGRRAAMMAA ÁÁGGUUAA AAZZUULL
RREEDDEE CCOOMMPPAARRTTIILLHHAADDAA DDEE MMOONNIITTOORRAAMMEENNTTOO DDAA QQUUAALLIIDDAADDEE DDAA ÁÁGGUUAA
PPRROOJJEETTOO EESSTTUUDDOO DDEE BBAALLNNEEAABBIILLIIDDAADDEE DDAASS PPRRAAIIAASS DDOO EESSTTAADDOO DDOO RRIIOO GGRRAANNDDEE DDOO NNOORRTTEE ((PPEEBBPPRRNN))
Relatório de Vistoria Realizada nas Praias do Município de NatalRN em 30/01/2011
COORDENAÇÃO GERAL SÉRGIO LUIZ MACÊDO - IDEMA Engo Civil, Mestre em Engenharia Sanitária, Núcleo de Monitoramento Ambiental – NMA/IDEMA NELSON CÉSIO FERNANDES SANTOS- IGARN Engo Civil, Mestre em Recursos Hídricos, Coordenador de Gestão Operacional – IGARN MANOEL LUCAS FILHO- UFRN Engo Civil, Doutor e Pós Doutor em Engenharia de Recursos Hídricos, Professor e Diretor do Centro de Tecnologia da UFRN COORDENAÇÃO DO PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO RIO GRANDE DO NORTE (PEBPRN) RONALDO FERNANDES DINIZ Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental, Professor do IFRN
Governo do Estado do Rio Grande do Norte Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte - SEMARH
Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN - IDEMA Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio Grande do Norte - IGARN
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Norte - EMPARN Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN - IFRN Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA
EQUIPE TÉCNICA DO IFRN (EXECUTORA DO PEBPRN) ANDRÉ LUIS CALADO ARAÚJO Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia Sanitária, University of Leeds, England ANDRÉA LESSA DA FONSECA Engenheira Química, Doutora em Engenharia Química, UFRN DOUGLISNILSON DE MORAES FERREIRA Químico - UFRN LUIZ EDUARDO LIMA DE MELO Biólogo, Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFPB MILTON BEZERRA DO VALE Engenheiro Químico, Mestre em Engenharia Sanitária, UFRN RONALDO FERNANDES DINIZ Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental, UFBA JOÃO MODESTO DE MEDEIROS JÚNIOR Aluno do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, IFRN RICARDO FERNANDES FIDELIS Aluno do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, IFRN JOSÉ CUSTÓDIO DA SILVA Técnico em Controle Ambiental, IFRN LARISSA CAROLINE S. FERREIRA Técnico em Controle Ambiental, IFRN MIRLENE NEYCE SOARES PEREIRA Técnico em Controle Ambiental, IFRN PRISCILLA VANESSA A. DA SILVA Técnico em Controle Ambiental, IFRN RICARDO DE SOUZA RODRIGUES Aluno do Curso de Geologia/Mineração, UFRN
PROJETO ESTUDO DE BALNEABILIDADE DAS PRAIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
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I. Apresentação/objetivo
Este documento apresenta os resultados de vistoria técnica realizada no dia 30 de
janeiro de 2011, nas praias do município de Natal, Estado do Rio Grande do Norte.
O presente trabalho é parte integrante do projeto “Estudo de Balneabilidade das Praias do Estado do Rio Grande do Norte”, inserido no “Programa Água Azul”. Este projeto é executado conjuntamente pelo IDEMA (Instituto de Desenvolvimento
Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte) e o IFRN (Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte).
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II. Trabalhos Realizados
A presente vistoria técnica foi realizada no dia 30 de janeiro de 2011, nas praias do
município de Natal-RN, atendendo interesses do IDEMA.
A vistoria técnica foi realizada por técnicos do IFRN, constando de visita em campo,
com observações in loco e coleta de amostras de água para determinações da
quantidade de coliformes fecais presentes.
Durante esta vistoria foram estudadas dez amostras de água (Tabela 1), as quais
foram coletadas segundo normas técnicas específicas, imediatamente
acondicionadas em ambiente refrigerado e enviadas para as análises laboratoriais
no IFRN.
Tabela 1. Relação de amostras coletadas durante vistoria executada em 30/01/2011, com seus respectivos locais de coletas, coordenadas UTM e quantidade de Coliformes Fecais Termotolerantes
encontrados.
Ponto Local / Praia Coord. UTM CF / 100 ml Água
NT 01 Ponta Negra 259696 / 9349354 11000 NT 02 Ponta Negra 259486 / 9349558 2800 NT 03 Ponta Negra 259068 / 9350108 2200 NT 04 Ponta Negra 258924 / 9350432 33 NT 05 Mãe Luíza 258533 / 9358222 220000 NT 06 Miami 257907 / 9359296 540000 NT 07 Areia Preta 257745 / 9359446 17000 NT 08 Areia Preta 257725 / 9359478 13000 NT 09 Areia Preta 257557 / 9359774 920000 NT 10 Do Meio 257101 / 9360692 350000
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III. Resultados Obtidos
Durante a visita em campo, fez-se um caminhamento ao longo das praias do
município de Natal, partindo da praia de Ponta Negra/Morro do Careca, daí seguindo
a linha de costa até a praia do Forte.
Na presente vistoria técnica foram observados quatro pontos de lançamentos de
efluentes na praia de Ponta Negra (NT 01 a NT 04 - Figura 1), um ponto na praia de
Mãe Luíza (NT 05 – Figura 2), um ponto na praia de Miami (NT 06 – Figura 3), três
pontos na praia de Areia Preta (NT 07 a NT 09 – Figura 3) e um ponto na Praia do
Meio (NT 10 – Figura 4), assim identificando-se um total de dez pontos com
lançamentos de efluentes diretamente nas praias.
Figura 1 – Imagem de satélite com a localização dos pontos de lançamento de efluentes identificados na praia de Ponta Negra (NT 01 a 04), durante vistoria realizada em 30/11/2011.
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Figura 2 – Imagem de satélite com a localização do ponto de lançamento de efluentes identificado na
praia de Mãe Luíza (NT 05) durante vistoria realizada em 30/11/2011.
Figura 3 – Imagem de satélite com a localização dos pontos de lançamentos de efluentes identifica-dos na praia de Miami (NT 06) e Areia Preta (NT 07 a 09) durante vistoria realizada em 30/11/2011.
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Figura 4 – Imagem de satélite com a localização do ponto de lançamento de efluentes identificado na
praia do Meio (NT 10) e Areia Preta (NT 07 a 09) durante vistoria realizada em 30/11/2011.
Praia de Ponta Negra
Como descrito anteriormente, durante a vistoria técnica realizada em 31/01/2011
foram identificados quatro pontos de lançamentos de esgotos na praia de Ponta
Negra.
No ponto NT 01 tem-se uma galeria pluvial situada nas proximidades do acesso
principal à praia e desaguando junto ao calçadão, observando-se que, mesmo não
havendo registro de chuvas recentes, existe pequena descarga de efluentes (Figura
5). Análise laboratorial de amostra de água coletada neste local indicou a maior
quantidade de coliformes fecais encontrada na praia de Ponta Negra durante a
presente vistoria (11.000 CF / 100 ml de água – ver Tabela 1).
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Figura 5 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Ponta Negra (NT 01 - galeria pluvial posicionada junto ao calçadão), observando-se que, mesmo não havendo registro de chuvas recentes, tem-se o lançamento de efluentes na praia.
No ponto NT 02, também uma galeria pluvial desaguando junto ao calçadão (Figura
6), repetiu-se as observações do ponto anterior, ou seja, mesmo não havendo
registro de chuvas recentes, tem-se descarga de efluentes, com resultados de
análises laboratoriais indicando 2800 CF / 100 ml de água (Tabela 1).
Em NT 03, repetem-se as observações feitas nos pontos anteriores, registrando-se o
lançamento de pequena quantidade de efluentes na praia, provenientes da galeria
pluvial (Figura 7), mesmo não havendo registro de chuvas recentes na localidade,
com resultados de análises laboratoriais indicando 2200 CF / 100 ml de água
(Tabela 1).
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Figura 6 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Ponta Negra (NT 02 - galeria pluvial posicionada junto ao calçadão), observando-se que, mesmo não havendo registro de
chuvas recentes, tem-se o lançamento de efluentes diretamente na praia.
Figura 7 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Ponta Negra (NT 03 -
galeria pluvial posicionada junto ao calçadão, nas proximidades de Posto Salva-vidas do Corpo de Bombeiros), mesmo não havendo registro de chuvas recentes.
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No ponto NT 04, uma galeria pluvial posicionada junto ao Calçadão, também se
observou o lançamento de pequena quantidade de efluentes na praia (Figura 8),
porém com a análise da água coletada neste local mostrando uma pequena
quantidade de coliformes fecais (33 CF / 100 ml de água).
Figura 8 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Ponta Negra (NT 04 -
galeria pluvial posicionada junto ao calçadão).
Praia de Mãe Luíza Em Mãe Luíza observou-se um ponto de lançamento de efluentes na praia (NT 05).
Trata-se de um esgoto que corre a céu-aberto, lançando grande volume de efluentes
na face da praia (Figura 9). Análise da água coletada no local durante a presente
vistoria técnica indicou grande quantidade de coliformes fecais presentes (220.000
CF / 100 ml de água).
Praia de Miami Na praia de Miami tem-se o lançamento de efluentes a partir de uma galeria pluvial
que se encontra posicionada junto ao calçadão. Observou-se o lançamento de
expressiva quantidade de efluentes (mesmo não havendo registro de chuvas
recentes), com grande quantidade de coliformes fecais (220.000 CF / 100 ml de
água), e ainda a concentração de lixo e de entulhos nas proximidades (Figura 10).
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Figura 9 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Mãe Luíza (NT 05).
Figura 10 – Fotografia mostrando ponto de lançamento de efluentes na Praia de Miami (NT 06),
observando-se ainda significativa concentração de lixo e de entulhos nas proximidades.
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Praia de Areia Preta
Na praia de Areia Preta foram identificados três pontos de lançamentos de efluentes
(NT 07, NT 08 e NT 09).
Nos pontos NT 07 (Figura 11) e NT 08 (Figura 12) registram-se descargas de
efluentes a partir de galerias pluviais. As análises de água coletadas nos pontos NT
07 e NT 08 apresentaram quantidades de coliformes fecais de 17.000 / 100 ml de
água e 13.000 / 100 ml de água, respectivamente.
No ponto NT 09 observou-se o lançamento de efluentes chegando à praia em
quantidade expressiva, a partir de uma tubulação posicionada junto ao calçadão
(Figura 13). Este efluente destacou-se com aquele que apresentou a maior
quantidade de coliformes fecais dentre todos aqueles coletados e analisados
durante esta vistoria técnica (920.000 CF / 100 ml de água). A elevada quantidade
de coliformes fecais sugere tratar-se de esgoto in natura, lançado diretamente na
praia, em trecho com grande freqüência de banhistas (Figura 14).
Figura 11 – Fotografia mostrando o ponto de lançamento de efluentes na Praia de Areia Preta NT 07,
mesmo não havendo registro de chuvas recentes nas proximidades. .
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Figura 12 – Fotografia mostrando o ponto de lançamento de efluentes na Praia de Areia Preta NT 08,
mesmo não havendo registro de chuvas recentes nas proximidades.
Figura 13 – Fotografia mostrando o ponto de lançamento de efluentes na Praia de Areia Preta NT 09, mesmo não havendo registro de chuvas recentes nas proximidades.
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Figura 14 – Fotografia tomada no ponto NT 09, registrando banhistas (dominantemente crianças) concentrados justamente em frente ao local de descarga de esgoto (ampliação da porção superior
esquerda da Figura 13).
Praia do Meio
Na Praia do Meio foi identificado apenas um ponto de lançamento de efluentes (NT
10). Trata-se de uma galeria pluvial, posicionada junto ao calçadão, com lançamento
de efluentes diretamente na face praial, em área de grande freqüência de banhistas
(Figura 15). A análise do efluente coletado neste ponto evidenciou elevado grau de
contaminação, apresentando 350.000 CF / 100 ml de água.
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Figura 15 – Fotografia mostrando galeria pluvial posicionada junto ao calçadão na Praia do Meio com lançamento de efluentes na face praial, embora não se tenha registro de chuvas recentes nas
proximidades.
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IV. Conclusões e sugestões
A poluição constatada nos efluentes analisados, juntamente com a forma
identificada de como se dá esta poluição, permitem concluir que as areias
provavelmente também se encontram contaminadas, podendo contribuir para a
contração de doenças, em banhistas e outros que por ali trafegam.
Durante esta vistoria técnica, Miami (NT 05), Areia Preta (NT 07 a 09) e do Meio (NT
10), destacaram-se como as praias que merecem ações mais urgentes no que diz
respeito a se evitar a chegada desses efluentes, altamente contaminados, na face
da praia, sobretudo tratando-se de espaços costeiros que, com freqüência,
apresentam grande quantidade de banhistas.
Douglisnilson de Morais Ferreira Lab. Meio Ambiente- CRQ 15.400.033
André Luis Calado Araújo Eng. Civil, Doutor em Engenharia Sanitária
Ronaldo Fernandes Diniz Geólogo, Doutor em Geologia Costeira e Ambiental
Coordenador do PEBPRN ([email protected])
Natal (RN), 05 de fevereiro de 2011.