pe fortea - homilia da solenidade de todos os santos - 0016

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Pe Fortea - Homilia da Solenidade de Todos os Santos - 0016 Hoje celebramos em uma só solenidade a todos os santos que estão no céu, a Solenidade de Todos os Santos. Já podeis imaginar o grande que é essa festa. Não celebramos a um ou a outro, senão a todos de uma vez. Aos que são canonizados e aos que não foram. Aos grandes Santos e aos que simplesmente salvaram sua alma e estão gozando da visão de Deus. Todos! Como imaginar essa multidão? Não sei... Tenho imaginado muitas vezes e reconheço que não há maneira. Como imaginar milhares de milhões de almas como luzes ao redor de um trono imenso? Não o sabemos. Desde logo, uma coisa sei que é segura: ainda que possa parecer que esse mundo [o espiritual] é, digamos, assim, insípido, porque é um mundo espiritual, vos asseguro que é um mundo muitíssimo mais rico e variado que o material. O mundo do espírito é muito mais atrativo, variado, com mais coisas. Deleita mais em todos os aspectos que este que vemos. Porque se esse cosmo material é algo tão maravilhoso: olhem que há selvas, [...], pradarias, oceanos... O mundo espiritual é muitíssimo mais livre das limitações da matéria, é algo muito mais formidável. E por isso todas as pessoas que estavam em situações próximas de morte, que estavam no túnel, e chegavam à luz, dizem o mesmo: não quero voltar à terra! O que deve ser aquilo, disse uma mãe de quatro filhos, disto me recordo porque me contou, feliz com seu marido, feliz com seus filhos e que de repente teve um acidente e passou por tudo o que eu disse. Sentia que subia e subia, que via tudo cada vez mais longe, as casas, tudo... E de repente ao chegar aqui disse a mim: Padre, eu amava profundamente a meu marido e a meus filhos, e continuo amando-os, mas quando vi aquilo, quando Jesus me disse que eu tinha que voltar à terra, lhe respondi: NÃO, quero ficar aqui. E disse ela, como todos os que passaram por esse transe, que se nesse momento se Deus não lhes mandasse de volta, de nenhum modo teriam deixado aquilo. Como deve ser, para que de um só golpe de vista, alguém diga: não, não, de nenhum modo quero voltar, de nenhum modo? Não podemos imaginar isso. Da mesma maneira que um homem pobre que tenha vivido numa ilha deserta comendo cocos não pode imaginar o que são as grandes cidades da Europa, dos Estados Unidos e de outros lugares. Não pode imaginar se sempre vê somente a ilha com os cocos. Não pode ter uma ideia de quantas coisas há nesses lugares. No Céu, desde logo, estarão diante de alguém muito importante, diante do Rei dos Reis, diante do ser infinito, da Santíssima Trindade, que pode tudo, tudo. É como os melhores sonhos que pudéssemos ter, multiplicados por mil. E isso não é nada frente ao que pode ser. A maior felicidade que podemos imaginar não é nada em comparação com a felicidade no Céu. Da mesma maneira, diz uma comparação somente, um cego de

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Pe Fortea - Homilia da Solenidade de Todos os Santos - 0016Hoje celebramos em uma s solenidade a todos os santos que esto no cu, a Solenidade de Todos os Santos. J podeis imaginar o grande que essa festa. No celebramos a um ou a outro, seno a todos de uma vez. Aos que so canonizados e aos que no foram. Aos grandes Santos e aos que simplesmente salvaram sua alma e esto gozando da viso de Deus. Todos! Como imaginar essa multido? No sei... Tenho imaginado muitas vezes e reconheo que no h maneira. Como imaginar milhares de milhes de almas como luzes ao redor de um trono imenso? No o sabemos. Desde logo, uma coisa sei que segura: ainda que possa parecer que esse mundo [o espiritual] , digamos, assim, inspido, porque um mundo espiritual, vos asseguro que um mundo muitssimo mais rico e variado que o material. O mundo do esprito muito mais atrativo, variado, com mais coisas. Deleita mais em todos os aspectos que este que vemos. Porque se esse cosmo material algo to maravilhoso: olhem que h selvas, [...], pradarias, oceanos... O mundo espiritual muitssimo mais livre das limitaes da matria, algo muito mais formidvel. E por isso todas as pessoas que estavam em situaes prximas de morte, que estavam no tnel, e chegavam luz, dizem o mesmo: no quero voltar terra! O que deve ser aquilo, disse uma me de quatro filhos, disto me recordo porque me contou, feliz com seu marido, feliz com seus filhos e que de repente teve um acidente e passou por tudo o que eu disse. Sentia que subia e subia, que via tudo cada vez mais longe, as casas, tudo... E de repente ao chegar aqui disse a mim: Padre, eu amava profundamente a meu marido e a meus filhos, e continuo amando-os, mas quando vi aquilo, quando Jesus me disse que eu tinha que voltar terra, lhe respondi: NO, quero ficar aqui. E disse ela, como todos os que passaram por esse transe, que se nesse momento se Deus no lhes mandasse de volta, de nenhum modo teriam deixado aquilo. Como deve ser, para que de um s golpe de vista, algum diga: no, no, de nenhum modo quero voltar, de nenhum modo? No podemos imaginar isso. Da mesma maneira que um homem pobre que tenha vivido numa ilha deserta comendo cocos no pode imaginar o que so as grandes cidades da Europa, dos Estados Unidos e de outros lugares. No pode imaginar se sempre v somente a ilha com os cocos. No pode ter uma ideia de quantas coisas h nesses lugares. No Cu, desde logo, estaro diante de algum muito importante, diante do Rei dos Reis, diante do ser infinito, da Santssima Trindade, que pode tudo, tudo. como os melhores sonhos que pudssemos ter, multiplicados por mil. E isso no nada frente ao que pode ser. A maior felicidade que podemos imaginar no nada em comparao com a felicidade no Cu. Da mesma maneira, diz uma comparao somente, um cego de nascimento no pode ter uma ideia do que ver (ver as montanhas, as cordilheiras, os bosques, o cu, a mudana de cores), no pode ter uma ideia. Por mais que ele entenda, por mais que o expliquemos, se nunca viu as cores, as formas, as matizes... Podemos falar, falar e falar. Isso o que nos faz a Bblia: falar-nos e falar-nos desse mundo que nunca vimos. A Bblia um livro escrito para cegos. Esses cegos somos ns, a humanidade. um livro escrito para cegos, que nos descreve sobre vista, sobre a viso que teremos na vida alm-morte. E todos os santos j esto desfrutando-a e esto dizendo: ah, quando vierem esses irmos nossos, cada um com suas obras... Isso a nica coisa que no podemos mudar. A liberdade de cada um determinar a felicidade no Cu. Todos vero a Deus, mas cada um gozar na medida de sua dignidade. Todos vero a Jesus, porm no todos tero feito o mesmo para Jesus. O agradecimento de Jesus ser distinto, claro. Isto nos deve levar a dizer: Senhor, vou tentar fazer o possvel para que estejas mais agradecido comigo. Acumular agradecimentos de Deus. Que todos ns, nessa gradssima solenidade, peamos a todos os santos, que nos recordem sempre que somos peregrinos, que estamos de passagem, e que algum dia acabaremos descansando nossos corpos nesse cemitrio que est ao lado desse muro, fora, ou em outro lugar. Esse detalhe o de menos, mas o que importa que estaremos um dia descansando e j no teremos que nos preocupar [...] com mais nada, s estaremos vendo o trono maravilhoso, infinito, impossvel de descrever, de Deus no Cu.Fonte: www.sermonario.com