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CONCURSO DE BOLSAS - 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO-CURSO MARTINS 1 LÍNGUA PORTUGUESA TEXTO I 01 Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu para Tio Terêz: – “Tio Terêz, o senhor parece com Pai ...” Todos choravam. O doutor limpou a goela, disse: – “Não sei, quando eu tiro esses óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos outra vez. Um soluçozinho veio. Dito e a Cuca Pingo-de-Ouro. E o Pai. SEMPRE ALEGRE, MIGUILIM ... SEMPRE ALEGRE, MIGUILIM ... Nem sabia o que era alegria e tristeza. Mãe o beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas algibeiras, para a viagem. Papaco-o-Paco falava, alto, falava. (in “Manuelzão e Miguilim”; João Guimarães Rosa) Do ponto de vista do estilo e da relação deste com o sentido, esse trecho caracteriza-se a) pela sucessão de frases curtas e entrecortadas, que mimetizam o ritmo da emoção implicado na cena. b) pela conjunção de narrador em primeira pessoa e em terceira pessoa, interligando solidamente emissor e recep- tor. c) pelo recurso intensivo às figuras de linguagem, com predomínio das metáforas sobre as metonímias - o que potencia o teor simbólico do texto. d) pelo predomínio da função emotiva sobre as funções poética e conativa, o que gera a força encantatória própria do texto. e) pela dominância da adjetivação afetiva, que traz à tona e potencia a emoção própria da cena. 02 “No terceiro dia, o Criador fez a terra. Cercada de água por todos os lados pra ninguém invadir a sua praia.” (Propaganda de Aruba, Ilha do Caribe.) Observa-se no texto a) uma relação entre textos, apoiada na interrupção de um discurso por um outro, de outra natureza. b) uma incoerência, pois o segundo período não continua logicamente o assunto do primeiro. c) uma argumentação fundamentada na oposição entre dois discursos: o da religião e o do jovem. d) um tom marcadamente religioso, confirmado, no segundo período, pelo uso do possessivo SUA, para referir-se ao Criador. e) uma inadequação no uso de linguagem coloquial no segundo período, mesmo tratando-se de propaganda.

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CONCURSO DE BOLSAS - 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO-CURSO MARTINS

1

LÍNGUA PORTUGUESA

TEXTO I

01

Olhava mais era para Mãe. Drelina era bonita, a Chica, Tomezinho. Sorriu para Tio Terêz: – “Tio Terêz, o

senhor parece com Pai ...” Todos choravam. O doutor limpou a goela, disse: – “Não sei, quando eu tiro esses

óculos, tão fortes, até meus olhos se enchem d’água...” Miguilim entregou a ele os óculos outra vez. Um soluçozinho

veio. Dito e a Cuca Pingo-de-Ouro. E o Pai. SEMPRE ALEGRE, MIGUILIM ... SEMPRE ALEGRE, MIGUILIM ...

Nem sabia o que era alegria e tristeza. Mãe o beijava. A Rosa punha-lhe doces-de-leite nas algibeiras, para a

viagem. Papaco-o-Paco falava, alto, falava.

(in “Manuelzão e Miguilim”; João Guimarães Rosa)

Do ponto de vista do estilo e da relação deste com o sentido, esse trecho caracteriza-se

a) pela sucessão de frases curtas e entrecortadas, que mimetizam o ritmo da emoção implicado na cena.

b) pela conjunção de narrador em primeira pessoa e em terceira pessoa, interligando solidamente emissor e recep-

tor.

c) pelo recurso intensivo às figuras de linguagem, com predomínio das metáforas sobre as metonímias - o que

potencia o teor simbólico do texto.

d) pelo predomínio da função emotiva sobre as funções poética e conativa, o que gera a força encantatória

própria do texto.

e) pela dominância da adjetivação afetiva, que traz à tona e potencia a emoção própria da cena.

02

“No terceiro dia, o Criador fez a terra. Cercada de água por todos os lados pra ninguém invadir a sua praia.”

(Propaganda de Aruba, Ilha do Caribe.)

Observa-se no texto

a) uma relação entre textos, apoiada na interrupção de um discurso por um outro, de outra natureza.

b) uma incoerência, pois o segundo período não continua logicamente o assunto do primeiro.

c) uma argumentação fundamentada na oposição entre dois discursos: o da religião e o do jovem.

d) um tom marcadamente religioso, confirmado, no segundo período, pelo uso do possessivo SUA, para

referir-se ao Criador.

e) uma inadequação no uso de linguagem coloquial no segundo período, mesmo tratando-se de propaganda.

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03Leia o texto abaixo, a fim de responder à questão 03“Os moradores da cidade de São Paulo estão enlouquecendo - mas não sabem ainda até onde vai a loucura.

Acuados pelo trânsito, violência e desemprego, eles se tornam arredios e anti-sociais. Confundem os limites entre justificávelcautela e paranoia.

Os sinais da histeria coletiva surgiram numa pesquisa (...), intitulada ‘Razão e felicidade’ (...). O título da pesquisafoi inspirado por um dos depoimentos: ‘Eu ando tão estressada e tão cansada que prefiro perder a razão do que afelicidade’. (...)

O medo vai transformando o espaço público em cenário não de convivência, mas de ameaça. Daí abusca constante de reclusão, afastando o contato humano, num constante ressentimento. (...)

Os laços de solidariedade obviamente vão se perdendo, num círculo vicioso de individualismo. Impera,portanto, a ideologia do ‘dane-se o resto’. Não é mais uma comunidade, mas um conglomerado de seresdesconfiados.”

(Gilberto Dimenstein, “Dane-se o resto”. FOLHA DE S. PAULO, 8/março/98)

Considere as afirmações abaixo.

III- Em “ACUADOS PELO TRÂNSITO, VIOLÊNCIA E DESEMPREGO, eles se tornam arredios”, a oração em desta-que estabelece a causa da oração seguinte.

III- Em “ando tão estressada e tão cansada que prefiro perder a razão do que a felicidade”, registra-se um padrãode fala considerado erro em norma culta.

III- Em “O título da pesquisa foi inspirado por um dos depoimentos” ocorre erro de construção da voz passiva.IV- No período “Impera, portanto, a ideologia do ‘dane-se o resto’ “, há relações de explicação articuladas ao

período anterior.Quanto a essas afirmações deve-se concluir quea) apenas I e II estão corretas.b) apenas III e IV estão corretas.c) apenas I e IV estão corretas.d) apenas II e III estão corretas.e) apenas I e III estão corretas.

Leia o texto abaixo, a fim de responder à questão 04

“A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito algunsaparelhos senão por se ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também amáscara de folha de Flandres. A máscara fazia perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinhasó três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás da cabeça por um cadeado. (...) Era grotesca talmáscara, mas a ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. (...)

O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossatambém, à direita ou à esquerda, até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. (...)

Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão.Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte eraapenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, osentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto. (...)

Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhaspúblicas, com os sinais do fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e aquantia de gratificação. (...)

Ora, pegar escravos fugidos era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força comque se mantém a lei e a propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém semetia em tal ofício por desfastio ou estudo; a pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outrostrabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por outra via, davam o impulso ao homemque se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem.

Cândido Neves – em família, Candinho – é a pessoa a quem se liga a história de fuga, cedeu à pobreza,quando adquiriu o ofício de pegar escravos fugidos.” (Machado de Assis, “Pai contra mãe”)

TEXTO II

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04“Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão.

Sucedia ocasionalmente apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte eraapenas repreendida; havia alguém de casa que servia de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, osentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga repetia-se, entretanto.”A partir do trecho, é correto afirmar quea) na alternância de dois adjuntos adverbiais - “com frequência” e “ocasionalmente” - o narrador relativiza as

injustiças cometidas contra os escravos, pois à frequência das fugas correspondem surras eventuais, pratica-das apenas pelos maus donos.

b) A frase introduzida por “além disso” acrescenta novo motivo para não se surrarem os escravos, opondo-o àsrazões anteriormente apresentadas pelo narrador.

c) o vocábulo “padrinho” conota que as relações entre senhor e escravo eram paternais e humanitárias, mas osescravos não as respeitavam, pois continuavam a fugir apesar da proteção familiar.

d) a personificação em “dinheiro também dói” desempenha função irônica, pois, ao se atribuir dor ao dinheiro,ele é humanizado e tão valorizado quanto a dor do escravo.

e) a repetição de “nem todos gostavam”, com diferentes objetos indiretos -“da escravidão” e “de apanhar pancada”-,conota, nas estruturas sintática e de significação, que escravidão e pancadaria dependem dos valores pessoais.

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TEXTO III

Leia o texto abaixo, o qual serve de base às questões 05 e 06

1 Os processos da história mítica são francamente irracionais. Como se explica que, apesar do seulúgubre estalinismo, Che Guevara tenha adquirido uma aura romântica que ofusca a de qualquer outro herói doséculo 20, culminando hoje na sua santificação entre camponeses bolivianos?

2 Essa aura romântica começou a se formar quando, abandonando uma prestigiosa posição no regimecubano, se internou no Congo para lutar contra uma corrupta e sanguinária ditadura neocolonialista. E tornou-selegendária em decorrência de sua trágica aventura na Bolívia.

3 Che Guevara morreu antes das duas ideias e, graças a isso, não só escapou do eclipse histórico, comose transformou num dos símbolos e ícones da nossa época. Seus métodos eram autoritários, sua base teórica,extremamente superficial, e seu projeto econômico-social ¨fracassou miseravelmente. Imortalizou-o uma dasqualidades mais raras e admiradas entre os homens - uma nobre e indômita coragem, exatamente o fascinantetraço essencial do herói. O Che foi um herói do nosso tempo - um tempo feito de mesquinho egoísmo e opacamediocridade. É natural que seja especialmente venerado por jovens de classe média, da qual também eleprovinha: encarna o herói que a maioria desses jovens gostaria de encarnar, mas não consegue.

(Adaptado de: FREITAS, Décio. O PROFETA DA GUERRILHA. ZERO HORA, 13 de julho, 1997, p.19.)

A sequência “culminando hoje na sua santificação entre camponeses bolivianos” (par.1) completa, no contextoda frase, uma ideia de

a) finalidade. d) oposição.b) rebeldia.c) gradação. e) exclusão.

Considere os trechos a seguir.

Trecho 1: “Seus métodos eram autoritários, sua base teórica, extremamente superficial, e seu projeto econômico- social fracassou miseravelmente.”

Trecho 2: “Imortalizou-o uma das qualidades mais raras e admiradas entre os homens - uma nobre e indômita coragem, exatamente o fascinante traço essencial do herói.”

A relação semântica que existe entre eles poderia ser explicitada se colocássemos, no começo do segundotrecho, a palavra ou expressãoa) em vista disso. d) efetivamente.b) inclusive.c) portanto. e) contudo.

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De acordo com o sentido que as expressões têm no texto, NÃO ocorre uso de linguagem figurada em

a) o “show” do caos urbano (par.1).b) fazendas inocentes (par.1).c) A felicidade mora longe do asfalto (par.1).d) botas de vaqueiro, próprias para pisar currais (par.2).e) um motorista de vidros lacrados (par.3)

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RELICÁRIO

No baile da CorteFoi o Conde d’Eu quem dissePra Dona BenvindaQue farinha de SuruíPinga de ParatiFumo de BaependiÉ comê bebê pitá e caí

Oswald de Andrade

Assinale a alternativa correta.a) Os termos rimados referem-se a coisas que produzem efeitos diferentes, já que supõem diferentes ações.b) CAÍ, no último verso, acentua o efeito provocado pelos termos dos três versos anteriores, tudo reunido na

semelhança fonética das rimas.c) RELICÁRIO significa coisa preciosa, de muito valor, ou lugar onde se guardam preciosidades. Esse título,

relacionado ao contexto, isenta o texto de ironia.d) O adjunto adverbial de lugar, bem como o sujeito sintático dos dois primeiros versos criam a ironia nesse

primeiro período, sem que haja a necessidade de avançar na leitura.e) O último verso mostra uma linguagem inadequada à poesia, bem como aos personagens sugeridos, já que

inclui um nobre, como falante, o Conde D’Eu. Essa incoerência do texto constitui uma falha da argumentação.

TEXTO IV

1 A deterioração dos centros urbanos tomou conta dos noticiários. A cidade é a demência. A cidade é aselva. Mas a televisão sempre oferece compensações e, para aliviar o “show” do caos urbano, ela exibe o idílioda vida campestre. É assim que, na ficção e na publicidade, reina o videobucolismo, esse gênero de fantasia emque a grama não tem formiga, as cobras não têm veneno e as mulheres não têm vergonha. Chinelos, cigarros,margarinas e cartões de crédito buscam os cenários de praias vazias, fazendas inocentes e montanhas íngremespara aumentar sua promessa de gozo. E há também caminhonetes enormes, as tais “off-road”, que se anunciamrodando sobre escarpas, pântanos e rochas cortantes. A felicidade mora longe do asfalto.

2 Mas é curioso: essa mesma fabricação imaginária que santifica a natureza contribui para agravar aindamais a selvageria nas cidades. Basta observar. Transeuntes se trajam como quem vai enfrentar o mato, os bichos,o desconhecido. Relógios de mergulhadores são ostentados por garotos que mal sabem ver as horas; botas devaqueiro, próprias para pisar currais, frequentam cerimônias de casamento; fardas militares de guerrilheirosamazônicos passeiam pelos shoppings. No trânsito, jipes brucutus viraram a última moda. Com pneus gigantescose agressivos do lado de fora, e estofamento de couro do lado de dentro, são uma versão sobre quatro rodas doscondomínios fechados. Em breve, começarão a circular com parachoques de arame farpado.

3 A distância entre um motorista de vidros lacrados e o mendigo que pede esmola no sinal vermelho émaior do que a distância entre aquele e as trilhas agrestes das novelas e dos comerciais. Nas ruas esburacadasdas metrópoles, ele talvez se sinta escalando falésias. No coração desses dois homens, que se olham sem veratravés dessa estranha televisão que é o vidro de um carro, a cidade embrutecida é a pior de todas as selvas.

(Fonte: BUCCI, Eugênio. CIDADES DEMENTES. VEJA, 2 de julho, 1997, p.17.)

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Tão cedo passa tudo quanto passa!Morre tão jovem ante os deuses quanto

Morre! Tudo é tão pouco!Nada se sabe, tudo se imagina.Circunda-te de rosas, ama, bebe

E cala. O mais é nada. Ricardo Reis

III - Os verbos no presente do indicativo dos quatro primeiro versos expressam uma avaliação ampla de grandes verdades de todos os tempos.

IlI - Os sujeitos sintáticos das orações dos quatro primeiros versos, TUDO e NADA, reforçam a amplitude dossignificados das ideias.

III - A efemeridade da vida junta-se à ilusão do conhecimento e da erudição no quarto verso.IV - Os dois últimos versos contradizem a ideia inicial de desapego e de desencanto, já que propõem a ligação

com a beleza das rosas, com o calor do afeto, com a alegria da bebida e com o silêncio da satisfação.

Das afirmações sobre o poema, dizemos que:a) todas estão corretas. d) apenas a III está incorreta.b) nenhuma está correta.c) apenas I e II estão corretas. e) apenas a IV está incorreta.

Rubião fitava a enseada,- eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares metidos no cordãodo chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele admirava aquele pedaço de águaquieta; mas, em verdade, vos digo que pensava em outra cousa. Cotejava o passado com o presente. Que era, háum ano? Professor. Que é agora? Capitalista. Olha para si, para as chinelas (...), para a casa, para o jardim, paraa enseada, para os morros e para o céu; e tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação depropriedade.

“Vejam como Deus escreve certo por linhas tortas”, pensa ele. Se mana Piedade tem casado com QuincasBorba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram, e aqui está tudo comigo; demodo que o que parecia uma desgraça... (Machado de Assis)

Assinale a alternativa correta quanto ao texto.a) Instala-se, explicitamente, um interlocutor-leitor, que é a pessoa a quem o personagem Rubião se dirige, ao

fazer perguntas.b) Trata-se de um texto sem historicidade, ou seja, não se relaciona com a História, porque não revela concep-

ções ideológicas.c) Revela-se um personagem capitalista que enxerga o mundo sob a ótica da propriedade.d) As reticências finais sugerem uma voz que confirma e reforça a desgraça.e) As perguntas e respostas são feitas em discurso direto, já que há duas enunciações.

TEXTO V

Leia o texto abaixo, a fim de responder às questões 11, 12 e 13.

TERRA

1 Tudo tão pobre. Tudo tão longe do conforto e da civilização, da boa cidade com as suas pompas e assuas obras. Aqui, a gente tem apenas o mínimo e até esse mínimo é chorado.

2 Nem paisagem tem, no sentido tradicional de paisagem. Agora, por exemplo, fins d’águas e começosde agosto, o mato já está todo zarolho. E o que não é zarolho é porque já secou. Folha que resta é vermelha,caíram as últimas flores das catingueiras e dos paus-d’arco, e não haveria mais flor nenhuma não fossem ascampânulas das salsas, roxas e rasteiras.

3 No horizonte largo tudo vai ficando entre sépia e cinza, salvo as manchas verdes, aqui e além, dosvelhos juazeiros ou das novatas algarobas. E os serrotes de pedra do Quixadá também trazem a sua notacolorida; até mesmo quando o sol bate neles de chapa, tira faísca de arco-íris.

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4 E a água, a própria água, não dá impressão de fresca: nos pratos-d’água espelhantes ela tem reflexosde aço, que dói nos olhos.

5 A casa fica num alto lavado de ventos. Casa tão rústica, austera como um convento pobre, as paredescaiadas, os ladrilhos vermelhos, o soalho areado. As instalações rudimentares, a lenha a queimar no fogão, a águade beber a refrescar nos potes. O encanamento novo é um anacronismo, a geladeira entre os móveis primitivos decamaru parece sentir-se mal.

6 Não tem jardim: as zínias e os manjericões que levantavam um muro colorido ao pé dos estacotes, estãoressequidos como ramos bentos guardados num baú. Também não tem pomar, fora os coqueiros e as bananeirasdo baixio.

7 Não tem nada dos encantos tradicionais do campo, como os conhecemos pelo mundo além. Nem sebesfloridas, nem regatos arrulhantes, nem sombrios frescos de bosque - só se a gente der para chamar a caatinga debosque.

8 Não, aqui não há por onde tentar a velha comparação, a clássica comparação dos encantos do campoaos encantos da cidade. Aqui não há encantos. Pode-se afirmar com segurança que isto por aqui não chegasequer a ser campo. É apenas sertão e caatinga as lombadas, o horizonte redondo e desnudo, o vento nordestevarrendo os ariscos.

9 Comparo este mistério do Nordeste ao mistério de Israel. Aquela terra árida, aquelas águas mornas,aqueles pedregulhos, aqueles cardos, aquelas oliveiras de parca folhagem empoeirada - por que tanta luta porela, milênios de amor, de guerra e saudade?

10 Por que tanto suor e carinho no cultivo daquele chão que aparentemente só dá pedra, espinho e garrancho?11 Não sei. Mistério é assim: está aí e ninguém sabe. Talvez a gente se sinta mais puros, mais nus, mais

lavados. E depois a gente sonha. Naquele cabeço limpo vou plantar uma árvore enorme. Naquelas duas ombreirasa cavaleiro da grota dá para fazer um açudinho. No pé da parede caberão uns coqueiros e no choro da revência,quem sabe, há de dar umas leiras de melancia. Terei melancia em novembro.

...........................................................................................12 Aqui tudo é diferente. Você vê falar em ovelhas - e evoca prados relvosos, os brancos carneirinhos

redondos de lã. Mas as nossas ovelhas se confundem com as cabras e têm pelo vermelho e curto de cachorro-do-mato; verdade que os cordeirinhos são lindos.

13 Sim, só comparo o Nordeste à Terra Santa. Homens magros, tostados, ascéticos. A carne de bode, oqueijo duro, a fruta de lavra seca, o grão cozido n’água e sal. Um poço uma lagoa é como um sol líquido, em tornodo qual gravitam as plantas, os homens e os bichos. Pequenas ilhas d’água cercadas de terra por todos os ladose em redor dessas ilhas a vida se concentra.

14 O mais é paz, o sol, o mormaço. (Raquel de Queirós)

Ao nível real, a passagem que, semanticamente, NÃO está em harmonia no texto é:

a) “No horizonte largo tudo vai ficando entre sépia e cinza,” (par.3)b) “O encanamento novo é um anacronismo,” (par.5)c) “As delgadas, escuras cercas de pau-a-pique cavalgando as lombadas,” (par.8)d) “... as nossas ovelhas se confundem com as cabras...” (par.12)e) “A carne de bode, o queijo duro, a fruta de lavra seca,” (par.13)

12

Marque a opção em que os trechos destacados apresentam oposição semântica.

a) “...o horizonte redondo e desnudo,” (par.8) / “Nem paisagem tem, no sentido tradicional de paisagem.” (par.2)b) “Folha que resta é vermelha,” (par.2) / “...aquelas oliveiras de parca folhagem empoeirada-...” (par.9)c) “...tudo vai ficando entre sépia e cinza, salvo as manchas verdes,” (par.3) / “...o mato já está todo zarolho.” (par.2)d) “...a água de beber a refrescar nos potes.” (par.5) / “Um poço, uma lagoa é como um sol líquido,” (par.13)e) “...não fossem as campânulas das salsas, roxas e rasteiras.” (par.2) / “...fora os coqueiros e as bananeiras do

baixio.” (par.6)

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“Aqui, a gente tem apenas o mínimo e ATÉ esse mínimo é chorado.” (par.1)

Marque a opção em que há equivalência de significado entre a palavra em maiúsculo e a destacada no trecho a seguir.a) “TAMBÉM não tem pomar,” (par.6)b) “...FORA os coqueiros e as bananeiras do baixio”. (par.6)c) “... - SÓ se a gente der para chamar a caatinga de bosque.” (par.7)d) “É APENAS sertão e caatinga.” (par.8)e) “...no cultivo daquele chão que aparentemente SÓ dá pedra, espinho e garrancho? (par.10)

A FELICIDADE

“Quem pôde, neste mundo, até hoje, definir a felicidade? Desde que a atenção do homem se concentrou da naturezavisível para a natureza interior, a ciência, a poesia, a religião, debruçadas sobre o coração humano, revolvem o impenetrávelproblema, esgotando em vão a sagacidade, a inspiração, a eloquência. Todas as influências que compõem a alma contraditóriado homem, que o obscurecem ou explicam, que o regeneram ou degradam, os sentimentos que fortalecem, ou deprimem,os que criam ou destroem, os que repelem, ou encantam, vão passando sucessivamente pelo fundo misterioso do vaso, ondea humanidade bebe, desde o princípio de sua criação, a ambrosia e o fel. E a eterna interrogação continua a preocupareternamente as cabeças, que meditam, as imaginações que cismam: onde está a felicidade? No amor ou na indiferença? Naobediência ou no poder? No orgulho ou na humildade? Na investigação ou na fé?

Na celebridade ou no esquecimento? Na nudez ou na prosperidade? Na ambição ou no sacrifício? Risível pretensãofora a minha, se me propusesse a entrar com uma fórmula nova na multidão inumerável dos escavadores deste enigma .”

(Rui Barbosa)

“Desde que a atenção do homem se concentrou da natureza visível para a natureza interior.”

Assinale a opção que traduz o sentido semântico dessa passagem.a) A presença do homem passou a ser invisível na natureza.b) O homem se ateve mais à sua própria problemática.c) O homem se direcionou só para os problemas sociais.d) Os problemas humanos não mais interessam.e) Só a natureza passou a ser relevante.

14

O trecho a seguir é de “São Bernardo”, de Graciliano Ramos. Leia-o com atenção.

O tique-taque do relógio diminui, os grilos começam a cantar. E Madalena surge no lado de lá da mesa.Digo baixinho:

– Madalena!A voz dela me chega aos ouvidos. Não, não é aos ouvidos. Também já não a vejo com os olhos.Estou encostado à mesa, as mãos cruzadas. Os objetos fundiram-se, e não enxergo sequer a toalha branca.– Madalena...A voz de Madalena continua a acariciar-me. Que diz ela? Pede-me naturalmente que mande algum dinheiro

a mestre Caetano. (...) Não obstante ele ter morrido, acho bom que vá trabalhar. Mandrião!A toalha reaparece, mas não sei se é esta toalha sobre que tenho as mãos cruzadas ou a que estava aqui há

cinco anos.Rumor do vento, dos sapos, dos grilos. A porta do escritório abre-se de manso, os passos de seu Ribeiro

afastam-se. Uma coruja pia na torre da igreja. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que piava há doisanos? Talvez seja até o mesmo pio daquele tempo.

Agora seu Ribeiro está conversando com d. Glória no salão. Esqueço que eles me deixaram e que esta casaestá quase deserta.(Cap.19)

13

TEXTO VII

TEXTO VI

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TEXTO VIII

Sobre o aspecto temporal do trecho anterior é correto afirmar quea) o tempo da enunciação, momento em que o narrador-personagem escreve, evidencia que a objetividade é a

dominante.b) a duplicidade temporal, representada pelos tempos do enunciado e da enunciação, confunde memória e

presente, objetividade e subjetividade.c) o tempo do enunciado, os acontecimentos que ocorreram na vida do narrador-personagem, é que organiza

a subjetividade.d) a duplicidade temporal é decorrente da complexidade do assunto e da onisciência do narrador-personagem

que tem clareza na ordenação e na explicação dos fatos.e) o jogo do distanciamento e da aproximação temporal mostra fronteiras temporais bem demarcadas com a

intenção de confundir o leitor.

16

Considere o que se afirma sobre o papel da linguagem verbal e não-verbal na organização da história.

III- O desenho é auto-suficiente. Mesmo sem os diálogos, entende-se que um homem foi punido por ter chama-do o outro de gordo.

III- As falas das personagens são auto-suficientes. Mesmo sem os desenhos, entende-se que um homem foipunido por acusar o outro de medroso.

III- O desenho e as falas são interdependentes. É pela fala do segundo quadrinho que se entende que o homemfoi punido principalmente por chamar o outro de “gordão”.

Está(ão) correta(s)a) apenas I. d) apenas I e II.b) apenas II.c) apenas III. e) apenas I e III.

Analise com atenção o texto verbal e a imagem fotográfica postados abaixo, a fim de responder às questões 17 e 18.

BUSINESS INTERCONTINENTAL DA IBERIA.Mais espaço entre as poltronas.Viajar virou sinônimo de relaxar. Principalmente quando você tem à sua disposição uma poltrona de design

ergonômico com maior capacidade para reclinar e 132 cm de espaço entre a sua poltrona e a da frente. Alémdisso, você conta com mais de 300 salas VIP em aeroportos no mundo todo e pode acumular e utilizar pontos noseu programa de milhagens voando com qualquer linha aérea da aliança oneworld. Business Intercontinental daIberia. Sorria.

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9

18

17

No anúncio, a relação entre o texto verbal e a imagem fotográfica caracteriza-se principalmente

a) pelo sarcasmo.b) pelo sentimentalismo.c) pela incoerência.d) pelo humor.e) pelo sensacionalismo.

Entre os recursos de persuasão empregados no texto verbal do anúncio, só NÃO ocorre o uso de

a) termos técnicos.b) trocadilhos.c) apelo direto ao leitor.d) enumeração acumulativa de vantagens.e) expressões em inglês.

19

Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:

“A terra é mui graciosa,Tão fértil eu nunca vi.A gente vai passear,No chão espeta um caniço,No dia seguinte nasceBengala de castão de oiro.Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.Quanto aos bichos, tem-nos muito,De plumagens mui vistosas.Tem macaco até demaisDiamantes tem à vontadeEsmeralda é para os trouxas.Reforçai, Senhor, a arca,Cruzados não faltarão,Vossa perna encanareis,Salvo o devido respeito.Ficarei muito saudosoSe for embora daqui”.

MENDES, Murilo.“Murilo Mendes - poesia completa e prosa.” Rio de Janeiro: Nova

Aguilar 1994.

Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:a) A terra é mui graciosa/Tem macaco até demaisb) Salvo o devido respeito/Reforçai, Senhor, a arcac) A gente vai passear/Ficarei muito saudosod) De plumagens mui vistosas/Bengala de castão de oiroe) No chão espeta um caniço/Diamantes tem à vontade

TEXTO IX

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TEXTO X

1 O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor,não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Só mefaltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e estalacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e nos cabelos, eque apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta a tinta. Uma certidão queme desse vinte anos de idade poderia enganar os estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim.Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos.Quanto às amigas, algumas datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas outrês fariam crer nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequênciaé cansativa.

2 Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antigaaparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas também é exato que perdeu muito espinho que a fezmolesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco apareço e menos falo.Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal.

3 Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me escreverum livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças necessárias. Depois,pensei em fazer uma “História dos Subúrbios” menos seca que as memórias do padre Luís Gonçalves dos Santosrelativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas como preliminares, tudo árido e longo. Foientão que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavamreconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e assombras viessem perpassar ligeiras, como ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: “Aí vindes outra vez,inquietas sombras?...”

ASSIS, Machado de. “Dom Casmurro”. Capítulo II, Rio de Janeiro: José Aguilar, 1971, v. 1, p. 810-11.

20

O narrador do texto pouco aparece e menos fala, não tem amigos de longa data, e tenta, com certo humor,“atar as duas pontas da vida”, em sua narrativa.

Assinale a opção em que, através de outra linguagem - o cartum -, percebe-se um certo humor semelhante aoque constitui o texto, de Machado de Assis, sobretudo no seguinte trecho:

“Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eumesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que se põe na barba e noscabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno não aguenta tinta.” (par. 1)

a) d)

b)

c) e)

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MATEMÁTICA

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A função que representa o valor a ser pago após um desconto de 3% sobre o valor x de uma mercadoria é:

a) f(x) = x – 3b) f(x) = 0,97xc) f(x) = 1,3xd) f(x) = –3xe) f(x) = 1,03x

22

23

24

Um veículo de transporte de passageiros tem seu valor comercial depreciado linearmente, isto é, seu valorcomercial sofre desvalorização constante por ano. Veja a figura abaixo.Esse veículo foi vendido pelo seu primei-ro dono, após 5 anos de uso, por R$ 24.000,00. Sabendo-se que o valor comercial do veículo atinge seu valormínimo, após 20 anos de uso e que esse valor mínimo corresponde a 20% do valor que tinha quando era novo,então qual é esse valor mínimo?

a) R$ 3.000,00b) R$ 12.000,00c) R$ 7.500,00d) R$ 6.000,00e) R$ 4.500,00

Observe a figura abaixo. Nessa figura, está representada a parábola de vértice V, gráfico da função de segundograu cuja expressão é

a) 2x

y 2x5

= -

b) y = x2 – 10x

c) y = x2 + 10x

d) y = – 10x

e) y = + 10x

Se log (3x + 23) – log (2x – 3) = log 4, encontrar x.

a) 4b) 3c) 7d) 6e) 5

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A soma dos valores inteiros de x que satisfazem simultaneamente as desigualdades: | x – 5 | < 3 e | x – 4 | ³ 1 é:

a) 25b) 13c) 16d) 18e) 21

Uma função f de variável real satisfaz a condição f(x + 1) = f(x) + f(1), qualquer que seja o valor da variável x.Sabendo-se que f(2) = 1, podemos concluir que f(5) é igual a:

a) 1/2b) 1c) 5/2d) 5e) 10

Um estacionamento cobra R$ 1,50 pela primeira hora. A partir da segunda, cujo valor é R$ 1,00 até a décimasegunda, cujo valor é R$ 0,40, os preços caem em progressão aritmética. Se um automóvel ficar estacionado5 horas nesse local, quanto gastará seu proprietário?

a) R$ 4,58b) R$ 5,14c) R$ 5,41d) R$ 4,85e) R$ 5,34

A sequência (2x + 5, x + 1, x/2, ...), com x Î IR, é uma progressão geométrica de termos positivos. O décimoterceiro termo dessa sequência é:

a) 3–10

b) 2 c) 3d) 310

e) 312

29

O valor do produto 2 . 4 8 162. 2. 2.... é:

a) 1

22

b) 2

c) 3

22

d) 2 2e) ¥

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A solução da equação real 9x – 3x+1 – 4 = 0 é:

a) x = 0b) x = 2log 5c) x = 1d) x = 4log 3e) x = 3log 4

Dado o sistema:

mx 3y mz 1

2x 5y 2z 0

x y z 1

+ - =

- + =

+ - =

ìïíïî

para m = 3, o sistema é:

a) determinadob) possívelc) possível e determinadod) impossívele) indeterminado

32

33

Se o termo ordenado (a, b, c), de números reais, é solução do sistema

x y z 0

x y z 2

2x y 3z 1

+ - =

- + =

+ - =

ìïíïî

então a soma a + b + c é

a) 0b) 1c) 2d) 3e) 4

igual a:

As idades de três irmãos somam 46 anos e sabe-se que a soma das idades dos dois mais jovens excede a idadedo mais velho em 10 anos. Se a diferença entre as idades dos dois mais velhos é 1/6 da idade do mais novo,então quantos anos tem o filho do meio?

a) 18b) 19c) 16d) 17e) 20

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Sabe-se que tgx + ctgx = 6, calcule sen 2x.

a) 16

b) 23

c) 13

d) 56

e) 14

A figura abaixo mostra um mecanismo de uma máquina, que são três barras de ferro OA, OB e OC articu-

ladas no ponto O. Calcule a medida BC .

a) 2 m

b) 2 m

c) 3 m

d) 2 2 m

e)3

2 m

0

B

450

A

C

300

450

m

m

Escrevendo y = sen x + sen 3x em função de sen x teremos:

a) y = 2(sen x – sen2x)

b) y = sen x – sen2x

c) y = 4(sen x – sen3x)

d) y = 2(sen2 x – sen x)

e) y = sen2 x – sen x

37

Uma corda encontra-se esticada, do chão até o ponto mais alto de um poste e a mesma forma um ângulo de 60°

com o chão. Calcule a altura do poste supondo que a distância do ponto de amarração da corda no chão atéo pé do poste é 6 m.

a) 6 2 m

b) 8 2 mc) 6 md) 6 3  me) 3 6  m

2 m

2 m

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38) Sabe-se que o número de polegadas de uma televisão é a medida da diagonal da sua tela retangular. Na TVcom 14 polegadas (14"), considere que a é o ângulo que a diagonal forma com a base da tela. Calcule a áreadessa tela em função de a.

a) 14 sen a cos ab) 196 sen (2 a)c) 48 sen (2 a)d) 98 sen a cos ae) 98 sen (2 a)

Dado cos x . sen (90° – x) = 34 . Calcule o valor de x para x Î 1º Q.

a) 15°

b) 45°

c) 60°

d) 30°

e) 75°

Duas formigas caminham 2 m e 3 m numa mesma reta r, ambas se afastando do pé de um poste que mede

6 m. Calcule o ângulo BÂC .

a) 45°

b) 60°

c) 30°

d)BÂC > 90°

e) 75°

controleremoto

14”