pdf 6 respostas ao daee jd botânico 20 03 2012

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1 Ilmo Senhor Promotor do Meio Ambiente. Pelo presente encaminhamos aos cuidados de Vossa Excelência a documentação que segue, da reforma nas contenções do córrego São Geraldo. DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR e ASPECTOS TÉCNICOS O gerenciamento dos cursos d’água tem o objetivo de outorgar um funcionamento seguro às intervenções. Portanto, o dimensionamento seguro de um sistema de contenção pluvial preserva a integridade do funcionamento e a estabilidade da represa, há a intenção de verter o mais rápido possível, a água pluvial drenada, para que a barragem receba pouca pressão da água acumulada. A grande e rápida vazão do vertedor de crista garantem a segurança da barragem, mas, via de regra, supera a capacidade de escoamento a jusante e contribui para o transbordamento dos córregos. Tal dimensionamento é seguro e protege as margens da lagoa e a estabilidade da barragem, é, porém, uma ação desvinculada do sistema de drenagem necessário ao município, que precisa analisar os efeitos do aumento da vazão em cada trecho dos cursos d’água, para evitar que as vazões das pequenas urbanizações se somem. Os municípios assentados em volta de rios extensos têm problemas maiores, que fogem da alçada estritamente municipal. A poluição e a vazão pluvial que vêm de montante, tem gerenciamento complexo devido ao número de variáveis, portanto a solução é demorada. A proposta de escoar rapidamente a vazão pluvial pode atenuar o problema local momentaneamente, mas compromete a capacidade de escoamento a jusante. As enchentes dos rios têm diversas causas e o equacionamento de soluções que satisfaçam a todos é um longo trabalho técnico & político. Um exemplo típico e histórico é o rio Tietê, que nasce em Salesópolis e recebe água pluvial, esgoto, outras poluições e assoreamento de vários municípios ainda a montante de São Paulo. As cidades às suas margens sofrem com enchentes e poluição carreadas e as geradas no local. Na cidade de São Paulo os campos de futebol de várzea “preservavam”, 300 metros para o leito maior do rio, mas hoje as vias marginais estão a bordo do seu curso básico. Alguns municípios se desenvolvem em volta de pequenos cursos d’água, que nascem próximos ao centro de origem da cidade. O gerenciamento desses córregos é menos complexo, pois envolve poucos atores. Entretanto, devido à ocupação indiscriminada do fundo do vale, alguns municípios, que nasceram em volta de córregos, aceleram a necessidade de reter o aumento da vazão pluvial nas novas impermeabilizações do solo, para evitar a evolução das enchentes dos pequenos cursos d’água.

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Mudança de paradigma - Problemas e soluções para as enchentes urbanas e reuso pluvial.

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Ilmo Senhor Promotor do Meio Ambiente. Pelo presente encaminhamos aos cuidados de Vossa Excelência a

documentação que segue, da reforma nas contenções do córrego São Geraldo. DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR e ASPECTOS TÉCNICOS

O gerenciamento dos cursos d’água tem o objetivo de outorgar um

funcionamento seguro às intervenções. Portanto, o dimensionamento seguro de um sistema de contenção pluvial preserva a integridade do funcionamento e a estabilidade da represa, há a intenção de verter o mais rápido possível, a água pluvial drenada, para que a barragem receba pouca pressão da água acumulada. A grande e rápida vazão do vertedor de crista garantem a segurança da barragem, mas, via de regra, supera a capacidade de escoamento a jusante e contribui para o transbordamento dos córregos.

Tal dimensionamento é seguro e protege as margens da lagoa e a estabilidade da barragem, é, porém, uma ação desvinculada do sistema de drenagem necessário ao município, que precisa analisar os efeitos do aumento da vazão em cada trecho dos cursos d’água, para evitar que as vazões das pequenas urbanizações se somem.

Os municípios assentados em volta de rios extensos têm problemas maiores, que fogem da alçada estritamente municipal. A poluição e a vazão pluvial que vêm de montante, tem gerenciamento complexo devido ao número de variáveis, portanto a solução é demorada. A proposta de escoar rapidamente a vazão pluvial pode atenuar o problema local momentaneamente, mas compromete a capacidade de escoamento a jusante. As enchentes dos rios têm diversas causas e o equacionamento de soluções que satisfaçam a todos é um longo trabalho técnico & político.

Um exemplo típico e histórico é o rio Tietê, que nasce em Salesópolis e recebe água pluvial, esgoto, outras poluições e assoreamento de vários municípios ainda a montante de São Paulo. As cidades às suas margens sofrem com enchentes e poluição carreadas e as geradas no local. Na cidade de São Paulo os campos de futebol de várzea “preservavam”, 300 metros para o leito maior do rio, mas hoje as vias marginais estão a bordo do seu curso básico.

Alguns municípios se desenvolvem em volta de pequenos cursos d’água, que nascem próximos ao centro de origem da cidade. O gerenciamento desses córregos é menos complexo, pois envolve poucos atores. Entretanto, devido à ocupação indiscriminada do fundo do vale, alguns municípios, que nasceram em volta de córregos, aceleram a necessidade de reter o aumento da vazão pluvial nas novas impermeabilizações do solo, para evitar a evolução das enchentes dos pequenos cursos d’água.

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São João Del Rei, desde a sua fundação, preserva o trecho do fundo do vale do córrego do Lenheiro, no centro da cidade, em torno do qual o Arraial Novo do Rio das Mortes se desenvolveu e cuja ocupação remonta a 1704. Inicialmente utilizava-se a pureza de sua água, para depois, num ato inconseqüente, poluí-la, no entanto ainda sem transbordar.

Bem dimensionado, seu canal é original, pois dissipa energia e é largo o suficiente para reduzir a velocidade da vazão urbana, maior que a vazão nativa. Preservou-se o leito maior do curso d’água, o exemplo foi dado...

O largo canal / leito maior do referido trecho do córrego foi executado em sub-trechos planos de pequena declividade, que reduz a velocidade de escoamento e propicia a fertilização e infiltração da água rica em nutrientes carreados da mata a montante da cidade e depositados, cidade abaixo, em terras próximas ao rio das Mortes. Além de nutrir o solo, evita o assoreamento do rio. São soluções antigas, precisas e atuais.

Recentemente, desde a década de 1990, o córrego do Lenheiro tem transbordado, pois as novas urbanizações foram implantadas sem a precaução de limitar a soma da vazão pluvial das pequenas urbanizações, que gera enchentes locais e também em outros córregos da sua bacia hidrográfica.

O exemplo histórico não foi considerado, não houve a preocupação com potencial de escoamento das urbanizações futuras, que geram elevadas vazões, desproporcionais às pequenas urbanizações individuais, cuja soma provoca enchentes.

Um estudo coordenado pelo professor e doutor em Geografia e Análise Ambiental da UFSJ, Vicente de Paula Leão, que contou com o auxilio da bolsista Raquel Cássia, cuja pesquisa surgiu a partir de seus vinte anos de observações do fenômeno das enchentes na cidade. Isso, somado ao interesse do professor em geografia física e urbana, resultou em uma pesquisa essencial para a comunidade são-joanense:

“A recente ocupação desordenada da cidade trouxe os problemas da poluição e das enchentes. Por falta de informação ou por omissão do poder público, a área urbana cresceu descontroladamente. Isso danificou o funcionamento do Rio das Mortes e do Córrego do Lenheiro, conseqüentemente, causa os alagamentos nas casas situadas às margens”.

É isso que comprova a pesquisa intitulada “Impactos Ambientais Urbanos Provocados pela Ocupação da Planície Fluvial e do Entorno do Rio das Mortes e seus afluentes”.

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Ponte da Cadeia - pedra assentada com óleo de baleia. Desde 1798 substitui a ponte de madeira que exigia muita manutenção, mas já demarcava com amplos terraços o leito maior do pequeno córrego do Lenheiro.

Centro de São João Del Rei - Amplo leito maior do córrego do Lenheiro - São terraços sem declividade, o que reduz a velocidade da água de chuva - A lenta dispersão nas terras próximas à foz no rio das Mortes fertilizava o solo e evitava o assoreamento do rio.

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Ponte do Rosário no centro de São João Del Rei – 1800 – córrego do Lenheiro

A cidade de São João Del Rey originou-se do antigo Arraial Novo do Rio das Mortes. A ocupação do arraial remonta a 1704.

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Apesar de um exemplo tão antigo e bem sucedido, as atuais urbanizações nem se quer gerenciam a sua própria impermeabilização do solo.

Tributário do córrego do Lenheiro a montante do centro. Não há o necessário leito maior do córrego, nem uma seqüência de terraços largos, de pequena declividade, para assim reduzir a velocidade do escoamento e não comprometer a vazão do córrego do Lenheiro.

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Tributário do córrego do Lenheiro a jusante do centro histórico da cidade. A redução do leito maior cresce com a urbanização.

A urbanização inadequada do fundo do vale não segue o exemplo inicial. O largo e extenso leito maior do córrego retém a água pluvial e reduz sua velocidade de escoamento, que contribuía para a fertilização e infiltração na antiga área rural, próxima à sua foz no rio das Mortes.

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São João Del Rei - córrego do Lenheiro - próximo à foz - leito maior reduzido

A soma das vazões dos córregos resulta num curso d’água, a jusante da cidade, muito maior que no antigo centro. Porém seu leito maior / Área de Proteção Permanente é inadequadamente reduzida. O exemplo histórico e original foi esquecido. A retenção do excesso do escoamento pluvial urbano é uma solução que surge a cada nova urbanização e evita a enchente à medida que a cidade cresce. Evita que o investimento inicial num grande canal seja desproporcional à urbanização atual, mas necessário para suprir a necessidade imposta pela urbanização futura.

Entretanto, Ribeirão Preto tem pouco espaço para alargar definitivamente seus canais sem avançar em antigas urbanizações, que caracterizam a cidade. Vide a cidade de São Paulo e suas enchentes, apesar do recente aumento da vazão do Tietê e do rio Pinheiros. O município necessita analisar as alternativas para reduzir as vazões geradas pela seqüência de chuvas intensas, rápidas e localizadas, que mais têm assolado a cidade e podem se deslocar desfavoravelmente, córrego abaixo. Referida chuva pode se mover numa seqüência tal, que acumula todas suas vazões nos pontos críticos, onde ocorrem as enchentes.

A discrepância entre o paradigma vigente e o que supre a necessidade do município quanto ao controle da vazão pluvial urbana, surgiu com as lagoas do loteamento Jardim Nova Aliança, que são um exemplo na redução das enchentes há anos. Em 1982 as pequenas e adequadas contenções ainda não tinham comprovado sua eficiência em deter as águas pluviais e evitar enchentes, apesar de serem uma solução viável, pois são implantadas pelos empreendedores, sem custo para o município, que também se valoriza, pois aumenta qualidade de vida do cidadão.

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Observamos que a mudança climática tem intensificado a substituição das chuvas demoradas e pouco intensas de outrora por precipitações intensas e rápidas, que provocam enchentes nos trechos dos córregos, sem, porém, significativa modificação na média pluviométrica anual do município. Uma pesquisa coordenada por Paul Durack, pesquisador do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, publicada na “Science” (vide anexo na página 100), indica que até o fim do século o ciclo da chuva poderá ser até 25% mais rápido e com precipitações mais intensas e mais rápidas.

As pequenas retenções são imprescindíveis e diluem o custo entre os empreendedores, valorizam o empreendimento e a imagem da empresa, além de ter um custo difícil de ser assumido pelo município, que substituiria a soma dos pequenos volumes retidos, por uma única lagoa maior, ou substituiria a soma das pequenas contenções, que escoam pequenas vazões, por um imenso canal, que se for definitivamente dimensionado, tal que atenda à vazão gerada por toda urbanização futura, terá um custo alto, pois, além do valor, há o custo político da desapropriação e da ocupação dos locais de origem da cidade.

A escolha das áreas para as pequenas e adequadas contenções, quando está integrada ao projeto urbanístico, propicia maior desempenho e valorização do empreendimento e do município, além do que, após a urbanização a desapropriação é mais onerosa e não há área disponível para implantar sistemas de contenção somente nos fundos dos vales, como também, não há espaço nos vales impermeabilizados, para os grandes canais com capacidade de escoarem a vazão urbana futura. As pequenas contenções realizadas pelos empreendedores permitem que a cidade cresça sem aumentar ainda mais a vazão pluvial e até compensa inadequações passadas.

Enchente no rio Tietê em 2011, após o aumento de sua vazão.

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O último aumento da vazão do rio Tietê foi propagado como uma solução que resolveria o problema por 15 anos, mas o pequeno crescimento urbano e uma chuva mais intensa fez o problema reaparecer.

Entretanto a cidade de Weston, na Flórida, Estados Unidos, fundada em 1996, se desenvolveu em Everglades, numa região plana, mas desde o início houve a precaução em conviver e usufruir deste líquido precioso.

Pequena lagoa de contenção cerca de imóveis - Weston - Flórida

O índice de desenvolvimento humano - IDH - dos países depende do

nível de otimização do uso das áreas urbanas e agrícolas, portanto, as cidades saudáveis são a chave para o desenvolvimento. Para que o crescimento urbano seja salutar, preserve o meio ambiente, é necessário que governos, empresas e cidadãos atuem em parceria, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do cidadão - cliente, sem adicionar elevados ônus ao município.

A seqüência de lagoas viabilizou o desenvolvimento da cidade, que está implantada numa região onde uma grande parcela território é água, entremeada por vias, edificações e parques.

Há muita água para gerenciar, pois além do extenso pântano, há a água pluvial urbana. Até os espaços entre pistas são usados para contenção. Os lagos e as fontes contribuem para compor a paisagem e amenizar o clima.

O modelo de urbanização definido há anos, sempre foi executado, otimizado e valorizado por todos, urbanistas, empresários e poder público, que desenvolvem novos sistemas e consolidam cada vez mais o paradigma da convivência com um crescente volume d’água. A valorizada preocupação com a manutenção e revitalização do eco sistema ainda está insípida.

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Via Weston / Miami - A soma de pequenas contenções otimiza o resultado

Lagoa de contenção - Weston – Flórida

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Weston - Flórida - Convivência harmônica com a água, sem enchentes.

A água de Everglades mais a água pluvial são contidas nas centenas de lagoas

Delray Beach também se orgulha do planejamento contínuo e otimizado. A Zona Rural não tem lagoas, que surgem com as novas urbanizações.

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NOVA ALIANÇA - INÍCIO DA NOSSA SOLUÇÃO

Kasuo Nakano, urbanista do Instituto Polis diz: “São necessários espaços

para piscinões que contenham o volume e a vazão antes de chegarem às marginais Tietê e Pinheiros. ...o projeto da marginal do Tietê na década de trinta preservava o leito maior do rio”.

As pequenas lagoas do Jardim Nova Aliança foram aprovadas com a classificação de lagoas de contemplação, quando do canal do ribeirão Preto escoava somente 65m³/s. Após o recente alargamento, o canal tem capacidade de escoar na área central 250 m³/s.

O sistema de lagoas Nova Aliança foi o primeiro exemplo de contenção eficiente, que atende à necessidade da drenagem municipal. Pelo menos uma vez a cada 100anos as lagoas recebiam uma vazão pluvial urbana de 56m³/s, mas atualmente recebem até 75m³/s e vertem para o córrego Nova Aliança no máximo 18 m³/s, que é a vazão rural da área drenada. Passadas mais de duas décadas este sistema de contenção nunca transbordou.

As lagoas do loteamento Jardim Nova Aliança recebem também água pluvial do Jardim Canadá, implantado antes da Nova Aliança, que, diferentemente da maioria dos parcelamentos, possui pequenas áreas verdes localizadas no fundo dos lotes. As pequenas áreas verdes ajudam na retenção e reduzem a vazão pluvial urbana. A dispersão dessas áreas reduz a saturação do solo e facilita a infiltração, pois estão espalhadas.

Entretanto, os novos parcelamentos a montante da lagoa provocam um acréscimo da vazão pluvial urbana, que escoa à primeira das três lagoas e aumenta sobremaneira a vazão pluvial urbana gerada pelas chuvas intensas. Referidos parcelamentos do solo foram implantados recentemente a montante do Jardim Nova Aliança, quando a diretriz municipal pertinente já vigorava.

As novas urbanizações impingiram à primeira lagoa a instalação de mais um tubo de 1,2metro de diâmetro, com um acréscimo na vazão pluvial em até 10m³/s. Além disso, o excesso de vazão pluvial alaga a rotatória da Avenida Presidente Vargas, a montante da primeira lagoa, rompe a base de concreto da tela que cerca a lagoa e desce pelo gramado do parque, mas também é contida e ainda não transbordou.

As lagoas do Jardim Nova Aliança, que recebiam a vazão urbana de 56m³/s pelo menos uma vez a cada 100anos, receberam nos dias 22/02/2008 e 06/04/2008 mais de 75 m³/s, gerados por chuvas que podem cair pelo menos uma vez a cada 846 e 135anos respectivamente.

Para que a contenção do Jardim Nova Aliança receba a vazão pluvial urbana e lance apenas a vazão pluvial rural, foi necessário reter 60litros de água pluvial, por metro quadrado de parcelamento do solo.

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O comprometimento atual da drenagem da cidade determina que, atualmente, a contenção Nova Aliança seria projetada para chuvas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos. O seu vertedor de crista seria composto de tubos de diâmetro menor, que otimizam o volume da contenção e dimensionado para escoar somente a vazão nativa, gerada por qualquer chuva máxima com duração de 10minutos até 24horas. A redução do diâmetro e o aumento proporcional do número de vertedores de crista são necessários, também, para aumentar o volume efetivo de contenção.

O dimensionamento acurado possibilita maior eficiência aliada ao menor custo. O posicionamento adequado dos vertedores é importante e é determinado pela geometria da lagoa, que define o volume contido em cada nível d’água e define também como a vazão dos vertedores aumenta à medida que o nível da lagoa aumenta. Assim é possível conhecer a vazão instantânea de todo sistema de drenagem e contenção do município e definir ações que atendam à capacidade de escoamento dos córregos.

O sistema de contenção precisa ser economicamente viável e para ter sua finalidade otimizada, necessita que os dados utilizados sejam precisos e que as equações usadas expressem a realidade da região.

A acuidade viabiliza o sistema global, que além de garantir a segurança da intervenção local, tal qual o software de drenagem pluvial, que visa somente garantir o seguro e rápido escoamento local, precisa também sincronizar o complexo sistema de pequenas contenções e seus pequenos vertedores, para que o conjunto cumpra sua finalidade de reduzir ao máximo a vazão urbana, com mais acerto, menor custo e valorização ambiental.

A cidade cresce indefinidamente, a enchente não aumenta e os canais não precisam de dimensões incompatíveis com a ocupação urbana atual, mas necessárias para escoar a vazão urbana futura.

Além disso, o reuso pluvial na contenção individual, lote a lote, na proporção de 60 litros para cada metro de edificação, reduz o consumo da nossa rica água subterrânea. As lagoas do loteamento Nova Aliança têm um volume efetivo de contenção de 64.800m³, que possibilita escoar somente a vazão rural da área drenada e este volume é proporcional à contenção individual, lote a lote dos 60litros de água pluvial por metro quadrado de edificação.

Estímulos e incentivos às urbanizações antigas propiciarão a contenção individual dos 60litros citados acima, inclusive para o reuso e o município se incumbe de conter ou dar vazão nos canais ampliados aos outros 60litros por metro quadrado de ruas, de área institucional e de área verde, que via de regra se satura nas primeiras chuvas.

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Sistema de contenção recebia a vazão máxima urbana de 56m³/s e agora recebem até mais que 75m³/s e vertem para o ribeirão ao Preto, no máximo de 18m³/s, pelo, menos uma vez a cada 100anos.

A escada de contenção de sólidos e dissipação de energia reduz o impacto da água que chega rapidamente e retém material sólido que pode acelerar o

assoreamento da lagoa. A limpeza constante das escadas evita o assoreamento

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Nova Aliança – Vertedor da 2ª lagoa / Half pipe Contenção de sólidos / Dissipador de energia

As tulipas dos vertedores de fundo do Jardim Nova Aliança mantêm o nível permanente em 50centímetros, habitat de peixes que denunciam uma eventual poluição carreada. O formato piramidal da tela de vazão evita o entupimento.

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Chuva intensa do dia 23/ 2/2008 com TR = 846anos que provocou transbordo nos córregos, alagou várias vias e destruiu a base de concreto da divisa do Parque, mas também foi contida pela lagoa.

Chuva intensa do dia 23/ 2/2008 com TR = 846anos que provocou enchente dos córregos, alagou várias vias e destruiu a base de concreto da divisa do parque e arrastou o gramado e o solo até à primeira lagoa do loteamento Nova Aliança - vista do interior do parque.

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Escada de dissipação de energia e contenção de sólidos da transposição da 1ª a para a 2ª lagoa, após a chuva do dia 23/02/2008, que se repete pelo menos uma vez a cada 846anos.

Escada de dissipação de energia e contenção de sólidos da transposição da 2ª a para a 3ª lagoa, após a chuva do dia 23/02/2008, que se repete pelo menos uma vez a cada 846anos.

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As chuvas com a mesma duração podem ser mais intensas no início, no meio, ou quase no final da precipitação. A pior situação é provocada pela chuva que atinge sua maior intensidade no início, pois após eventual transbordo haverá ainda muita chuva a reforçar a enchente.

O loteamento Nova Aliança foi o primeiro a implantar lagoas de contenção de águas pluviais dimensionadas dentro de um contexto maior. A soma da vazão das contenções mais a vazão das áreas sem contenção, devem atender ao sistema de drenagem do município, composto pelo ribeirão Preto e todos afluentes, desde sua nascente na cidade de Cravinhos, até sua foz, no rio Pardo.

À jusante das lagoas do loteamento Nova Aliança, o córrego de mesmo nome drena água de chuva de uma área maior que a drenada pelas referidas lagoas.

Atualmente a área a jusante das lagoas está pouco impermeabilizada, sem contenção e acrescenta à vazão das lagoas mais 60m³/s, porém ainda há espaço para implantar sistemas de contenção. O preço da terra compensa, se comparado aos problemas das enchentes, que aumentam com a urbanização.

- A vazão urbana aumentou de 56m³/s para mais de 75m³/s - O sistema de contenção do loteamento Nova Aliança nunca transbordou, apesar do acréscimo de 3 para 4 tubos, na primeira lagoa, com um aumento de 30% na vazão, devido a parcelamento do solo posterior ao início da emissão da diretriz pertinente

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HIDROGRAMA TR 55(1986-99) / SCS(1975)Chuva máx. na Nova Aliança

0

10

20

30

40

50

60

67 402

736

1.07

1

1.40

6

1.74

1

2.07

6

2.41

0

2.74

5

3.08

0

duração da chuva - [segundos]

VA

ZÕE

S [

m³/s

]

Drenagem[m²] 1.450.000Qtc[m³/s] = 56,429 tc[minuto] = 15,62td[minuto] = 53,56

Gráfico da chuva da maior intensidade que pode ocorrer a pelo menos a cada 100anos na área de drenagem das lagoas do Jardim Nova Aliança.

Vazão Ubana = 56,240 m³/s 13,603 m³/s = vertedor1,20 m

Volume máx. = 64.375 m³1,50 m

0,80 m2,581 m³/s

Nova Aliança – vertedores e volume da contenção

63.127,663

63.127,63163.127,658

Ponto de inflexão do sistema Nova Aliança, a partir das chuvas acima de 393minutos, o volume de contenção começa a diminuir, pois a vazão urbana é menor que a vazão dos vertedores. Dimensionamento adequado ao município - TR = 100anos Vazão máxima da área urbanizada =56,240m³/s Vazão máxima da área toda rural = 29,755m³/s Vazão máxima do vertedor de crista = 13,603m³/s Vazão máxima do vertedor de fundo = 2,581m³/s Área drenada = 1.450.000km² Volume efetivo de contenção = 64.375m³

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Vazões Máximas - TR 100 anosJd. Canadá + Jd. Nova Aliança

1656

11,157

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

1,12

3,35

5,58

7,81

10,0

412

,27

14,5

116

,74

18,9

721

,20

23,4

325

,67

27,9

030

,13

32,3

634

,59

36,8

239

,06

41,2

943

,52

45,7

547

,98

50,2

252

,45

duração das chuvas - {minutos] .

Vazã

o - [

m³/s

]

.tc's das chuvas > tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964 Qtc = 56,214

tc's das chuvas < tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964

tc da chuva = tc da área drenada - SCS (1975) / TR 55(1986-99) Qtc = 56,807

Vazão dos Vertedores = Qfundo + Qcrista Qvmáx = 11,157 m³/s td = 3 tc = 53,56

tc George Ribeiro [minuto] = 17,85 - tc SCS/TR55 [minuto] = 15,62

Jardim Nova Aliança 1 - Os pontos vermelhos seriam as vazões mais elevadas, geradas pelas chuvas rápidas e intensas, que, porém, são tão rápidas que não acumulam de todos os pingos d’água no ponto mais baixo da área drenada. 2 - Os pontos azuis começam com a vazão da primeira chuva mais intensa (17,85minutos) que acumulou (56,214m³/s) todos os pingos no ponto mais baixo. () – Método Racional adaptado I-Pai-Wu - 1963. 3 - Os pontos brancos de contornos azuis são as vazões minuto a minuto, geradas pela chuva que resulta na vazão máxima. É a primeira chuva (15,62minutos) rápida e intensa (56,807m³/s), que se acumula no ponto maia baixo do talvegue da área em questão. - Soil Conservation Service (1975) / Tecnical Release 55. 4 - Os pontos marrons são as vazões máximas (11,157m³/s) dos vertedores em cada chuva, cuja duração varia de 1,12minuto até 60 minutos.

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Canal de saída do Jardim Nova AlinçaCom Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 3,10

H = 0,80 L = 1,13 mb = 1,50

Lado 1,13 mÁrea 1,84 m²Perímetro molhado 3,76 mRaio Hidráulico S/P 0,489 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 690 mcota ajusante 560 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,108333 m/m Veloc. ñ é <= 1,3m/s

Com ReservatórioVazào do canal = 16,344 m³/s Veloc. [m/s] 8,9

Qnativa máx.< QVertedores = ok 16,184 m³/s nº de Froude 3,2td = 21,18 min. regime rápido F>1

Canal de saída do Jardim Nova AlinçaSem Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 7,40

H = 0,80 L = 1,13 mb = 5,80

Lado 1,13 mÁrea 5,28 m²Perímetro molhado 8,06 mRaio Hidráulico S/P 0,655 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 690 mcota ajusante 560 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,1083 m/m Veloc. ñ é <= 1,3m/s

Sem ReservatórioVazào do canal = ok 56,980 m³/s Veloc. [m/s] 10,8

Vazão máx. URBANA = 56,240 m³/s nº de Froude 3,9td = 17,85 min. regime rápido F>1

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Córrego Aliança após transbordar na avenida Adelmio Perdiza - chuva do dia 23/02/2008 - Se não houvesse as lagoas do loteamento Nova Aliança à vazão máxima na foz de 76m³/s (16m³/s da lagoa + 60m³/s a jusante da lagoa) aumentaria para mais de 135m³/s. A impermeabilização do solo aumentará ainda mais referida vazão. Atualmente o ribeirão Preto escoa 250m³/s na avenida Jerônimo Gonçalves.

INSTRUMENTAL TÉCNICO e OBSERVAÇÃO

Para simular todas os possíveis volumes máximos e as vazões máximas

geradas pelas diversas chuvas intensas, que caem nas áreas drenadas pelos pequenos cursos d’água que compõem o sistema fluvial da cidade, foram usados um mapa da área com todas informações geomorfológicas, uma foto aérea constantemente atualizada pelo Google Earth, a equação das chuvas máximas para o município, de Dyrceu Brasil Vieira e a equação do Método Racional, adaptada por I-Pai-Wu, que utiliza todas as variáveis específicas da geomorfologia local, que são obtidas nos mapas e gráficos de precipitações intensas, nos dados da permeabilidade do solo e topografia, para fornecer a vazão máxima gerada em cada metro quadrado de área urbanizada, rural ou nativa, atual e futura.

O software simula também as varias possibilidades de combinação das precipitações, para definir o volume de contenção e as vazões dos vertedores de fundo e de crista que melhor atendem ao sistema de drenagem global, que pode receber simultaneamente as mais variadas combinações de precipitações intensas e rápidas.

23

Durante duas décadas o comportamento das lagoas do loteamento Nova Aliança confirmam os resultados das simulações do software, que prevê, e explica os fatos ali ocorridos e representa a realidade da melhor forma.

A simulação instantânea, de várias circunstâncias críticas possibilita identificar diversas situações de prováveis enchentes, por exemplo, a vazão gerada por uma seqüência de 5chuvas intensas, que cai em 5áreas impermeabilizadas de 1,5quilômetro quadrado cada uma que gera a vazão máxima de 50m³/s em cada área e vazão total de 250m³/s. A chuva que gera tal vazão pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 100 anos (TR=100anos) e tem a duração de 20minutos, se a área estiver urbanizada. A intensidade desta chuva será 182mm/h (milímetro por hora), conforme a equação das chuvas intensas de Darcy Brasil Vieira para Ribeirão Preto.

Os gráficos gerados pelas equações das precipitações máximas, que podem ocorrer com determinada periodicidade (Tempo de Retorno -TR), mostram que as chuvas de pequena duração são as mais intensas, portanto, geram vazões elevadas, mas por serem rápidas, acumulam na lagoa volumes menores. As chuvas mais demoradas têm suas intensidades reduzidas, porém, maiores volumes devido à grande duração de chuva.

Verificamos que mudança climática favorece a ocorrência de chuvas intensas e rápidas. Há várias combinações de precipitações, que geram vazões menores que a vazão máxima usada no dimensionamento de pontes e canais, mas devido às várias possibilidades de sincronismo, também transbordam nos canais e pontes, inclusive os recentemente construídos.

O dimensionamento adequado do volume de contenção e da vazão máxima dos vertedores de fundo e de crista precisa de uma acuidade tal que permita conter as várias hipóteses de chuvas rápidas e combinadas, que se intensificam com o agravamento da mudança climática.

O cuidado com o dimensionamento do volume e com a vazão dos vertedores, todos em função do nível d’água contida, que varia com a geometria da contenção, ajuda na viabilização do sistema de redução de vazão pluvial, pois o custo da terra e da obra pode dificultar a implantação adequada. Toda vazão excedente resultante da impermeabilização precisa ser contida o maior tempo possível, sem, contudo, comprometer a segurança do sistema local, além de reduzir proporcionalmente a vazão nos pontos críticos distantes da área em questão.

A redução da vazão pluvial é proporcional e justa, pois é próxima da vazão anterior à impermeabilização do solo e o volume necessário de contenção é proporcional ao tamanho da área urbanizada.

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Intensidades máximas para Ribeirão Preto Dyrceu Brasil Vieira

39033

60141

20235

39021

60104

20182

0

50

100

150

200

250

300

10 30 50 70 90 110 130 150 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350 370 390

tempo de chuva - td [minuto]

inte

nsid

ade

da c

huva

i [m

m/h

]

TR [ano] 1000

TR [ano] 880

TR [ano] 100

Gráfico mostra que chuvas rápidas são mais intensas que as de longa duração. Mostra também que sua intensidade aumenta com o Tempo de Retorno (TR)

O tempo de duração (td) da primeira chuva rápida que é suficiente para

juntar no ponto mais baixo do fundo do vale todos os pingos d’água, que caíram na área drenada, é denominado Tempo de Concentração da área drenada (tc).

As vazões máximas críticas são geradas por precipitações cujo tempo de duração é três vezes o tempo de concentração (tc). O tempo de concentração (tc) de uma determinada área define a duração da chuva que gera a vazão máxima da área e também seu volume mínimo, pois quanto mais rápida a chuva, menor o volume gerado.

A equação usada para calcular o volume mínimo que chega à lagoa, resultante da vazão máxima da área drenada é de George Ribeiro:

tc = 16*L/((1,05-0,2p)*(100S)^0,04), pois é a equação que fornece o tempo de concentração em função da impermeabilização do solo, onde “p” = área permeável / área total.

Podemos obter o tempo de concentração das áreas de uso nativo, rural e urbano, enfim, as vazões máximas nativa, rural e urbana, que dependem do tempo de concentração, são calculadas com mais acuidade.

Quanto mais permeável for a área (solo nativo), maior será o tempo de concentração e menor a intensidade da chuva, que gera, portanto, uma vazão menor.

25

Entretanto a fórmula empírica do Califórnia Culverts Practice tc = 57*(L²/Ieq) ^ 0,385 ,

descrita na página 10 do “Estudo Técnico para Avaliação Global do Sistema de Contenção e Drenagem da Bacia do Córrego São Geraldo”, fornece um tempo de concentração “tc” que não considera diretamente o grau de impermeabilização do solo. Em várias situações a fórmula empírica do Califórnia Culverts Practice gera uma vazão maior, que resulta num volume menor a conter, ideal para dimensionar a vazão máxima de pontes seguras.

Chuvas Máximas em Ribeirão Preto (Dyrceu Brasil Vieira)

Serrana (DAEE)São Paulo (DAEE)

Rib. Preto60minutos104mm/hchuva de

verão

Rib. Preto20minutos182mm/hchuva de

verão

Serrana60minutos

92mm/hserra,

interior

Serrana20minutos171mm/h

serra,interior

50

75

100

125

150

175

200

225

250

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

110

120

130

td = tempo de duração das chuvas [minuto]

i = in

tens

idad

e da

s ch

uvas

[mm

/ h]

Rib. Preto TR [ano] 100 Chuva de verão td = 20 i = 182 Influência: 1,5 km²Serrana TR [ano] 100 . Interior serra td = 20 i = 171 Influência: 1,5 km² S Paulo TR [ano] 100 Planalto Pirat. td = 20 i = 160 Influência: 1,5 km²

O gráfico das precipitações máximas de Serrana mostra que as chuvas de curta e média duração têm intensidades menores que as chuvas da equação de Ribeirão Preto, pois apesar de próximas as cidades têm diferentes altitudes.

26

A equação das precipitações máximas de Serrana resulta em intensidades das chuvas rápidas (até 3horas) menores que a equação de Ribeirão Preto e não representa a cidade com a acuidade necessária. O primeiro gráfico abaixo representa uma chuva que atinge sua máxima intensidade e conseqüente vazão máxima próximo ao seu final, aos 93minutos, e se essa vazão máxima transbordar, haverá pouco tempo de chuva para recarregar a enchente. O segundo gráfico é da chuva que atinge sua máxima intensidade e conseqüente vazão máxima próximo ao seu início, aos 43minutos, e se essa vazão máxima transbordar, haverá muito tempo de chuva para recarregar a enchente. O dimensionamento utiliza a chuva a pior chuva.

HIDROGRAMA

TR 55(1986-99) / SCS(1975)ÁREA URBANIZADA

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

2,74

8,21

13,6

919

,17

24,6

430

,12

35,5

941

,07

46,5

552

,02

57,5

062

,98

68,4

573

,93

79,4

084

,88

90,3

695

,83

101,

3110

6,78

112,

2611

7,74

123,

2112

8,69

duração da chuva - [minuto]

VAZÕ

ES [

m³/s

] . Drenagem[m²] = 3.741.119

Qtc[m³/s] = 81,265 tc[minuto] = 131,43 td[minuto] = 93,09 V td [m³] = 227.824

Exemplo - TR 1.000anos - tempo de duração da chuva = 131,43minutos

HIDROGRAMA

TR 55(1986-99) / SCS(1975)ÁREA URBANIZADA

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

2,74

8,21

13,6

9

19,1

7

24,6

4

30,1

2

35,5

9

41,0

7

46,5

5

52,0

257

,50

62,9

8

68,4

5

73,9

3

79,4

0

84,8

8

90,3

6

95,8

310

1,31

106,

78

112,

26

117,

74

123,

21

128,

69

duração da chuva - [minuto]

VAZÕ

ES [

m³/s

] .

Drenagem[m²] = 3.741.119Qtc[m³/s] = 81,265 tc[minuto] = 43,81 td[minuto] = 131,43 V td [m³] = 227.824

Exemplo - TR 1.000anos - tempo de duração da chuva = 131,43minutos

Para obter a vazão máxima urbana e a vazão máxima nativa anterior à impermeabilização do solo, usava-se as chuvas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos (TR=100anos). Porém a ocorrência de chuvas com TR = 135anos e 846anos registras por pluviógrafo situado próximo do cruzamento, entre as avenidas Independência e 9 de Julho, ocorridos nos dias 06/04/2008 e 23/02/2008, determinaram o uso de TR = 1.000anos.

27

Atualmente o outorgante estadual, também exige essa maior segurança, se dimensão da barragem exigir.

A chuva intensa de tempo de concentração de 20minutos provoca situações interessantes numa simulação, pois a área de 1,5km² gera a sua vazão pluvial urbana máxima de 50m³/s aos 20minutos de chuva. Se o tempo de concentração da chuva for menor que 20minutos, portanto mais intensa, não há tempo para que todos os pingos, que caem na área, cheguem à lagoa. E as chuvas maiores que 20minutos têm intensidades menores, à medida que sua duração aumenta. E o volume das chuvas de longa duração aumenta à medida que sua duração aumenta e sua vazão diminui.

Uma chuva de tempo de concentração de 20minutos e TR = 100anos pode se repetir 5vezes desde a nascente e cair em intervalos de tempo tais, que a soma das 5vazões geradas em cada um dos 1,5km² resultem na vazão de 250m³/s e num volume de 300.000m³. Esta situação é possível numa área drenada de 30km², que é a área de drenagem do córrego Retiro do Saudoso a montante do córrego São Geraldo. A capacidade de escoamento do canal do Retiro do Saudoso na sua foz é de 75m³/s. A vazão pluvial na mesma simulação, porém, quando a área ainda era nativa, resulta numa vazão de 9m³/s em cada 1,5km², ou 45m³/s na soma da vazão pluvial nativa das 5áreas.

A redução da vazão urbana para uma vazão próxima da vazão nativa é efetiva e condizente com a necessidade da cidade.

Por outro lado, para dimensionar uma ponte a montante do córrego São Geraldo, o software adequado para pontes utiliza a vazão máxima gerada pela chuva máxima de 135minutos que cai na área drenada pelo córrego Retiro do Saudoso, até antes do córrego São Geraldo, que tem atualmente 18Km² com uso rural, e 12km² impermeabilizados, Esses 30km² tem uma vazão atual de 161m³/s, menor que a vazão máxima de 250m³/s gerada pela seqüência das 5chuvas que caem nas 5áreas urbanizadas de 1,5km² cada. A vazão pluvial de 162m³/s, gerada por uma precipitação que cai no Retiro, em toda área a montante do Jardim Botânico, resulta num volume de 1.400.000m³, maior que o volume de 300.000m³ gerado pelas 5chuvas que caem nas 5áreas de 1,5km² e que resulta uma vazão total de 250m³/s.

A mudança climática aumentou a ocorrência das precipitações intensas de pequena duração, que substituíram as chuvas mais fracas e de grande duração, que persistiam por vários dias, há 40, 50anos. O recente alargamento do córrego Cubatão, de Franca, não suportou a chuva rápida com 71mm e duração de 40minutos do dia 19/01/2012, ou 106,5mm/h, pois o projeto anti-enchente de aumento da vazão, implantado a um custo de 7,5milhões de reais, para evitar enchentes nos próximos 15anos, não suportou a vazão pluvial das novas impermeabilizações.

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19/ 01/ 2012 Franca - rotatória do Fórum, - 71mm em 40minnutos ou 106,5mm/h, Transbordou o canal implantado recentemente e dimensionado para evitar enchente por 15anos.

Chuva do dia 19/ 01 2012. Canal transbordou em frente ao Fórum. da Franca

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BREVE ANÁLISE DAS VAZÕES E DOS VOLUMES DE ALGUNS DOS

TRECHOS DO RIBEIRÃO PRETO E DE SEUS PEQUENOS AFLUENTES.

ribeirão Preto: Nascente - Bonfim Paulista

A cidade de Cravinhos, onde nasce o ribeirão Preto, também tem necessidade de reter adequadamente a água pluvial gerada por sua urbanização futura, para lançar somente a mínima vazão anterior à impermeabilização do solo, pois a barragem a montante de Bonfim Paulista não tem volume suficiente para conter a futura impermeabilização do solo de Cravinhos. A contenção do excesso de vazão pluvial em Cravinhos e em pequenos trechos até a barragem de Bonfim Paulista, propiciará à contenção de Bonfim um funcionamento mais adequado à necessidade do referido distrito, pois poderá reduzir o tamanho de seu vertedor de fundo.

A vazão máxima do vertedor de fundo da barragem de Bonfim somada à vazão dos loteamentos recentes, entre a barragem e a entrada do distrito, implantados posteriormente à vigência da diretriz, que determina o lançamento da vazão anterior à impermeabilização do solo, atualmente já supera a capacidade de vazão do canal que corta o antigo distrito.

Quando ocorreu há poucos anos uma precipitação intensa e de curta duração (1,5hora) numa zona rural íngreme e recém colhida, a montante de Bonfim Paulista, próximo ao ribeirão Preto, e atingiu uma área 5km² com curvas de nível ainda sem manutenção, após um período de chuva de grande duração (12horas) e, portanto, de pequena intensidade, mas que satura o solo, o resultado foi uma onda de enchente de água e lama de elevada vazão, porém, de rápido esvaziamento, provocou grande prejuízo em Bonfim, cujos imóveis ocupam o leito maior do ribeirão desde as primeiras residências. Se área onde essa chuva caiu fosse urbana, a vazão e o volume d’água da enchente poderiam ser pelo menos multiplicados por dois.

Depois da referida enchente, que também atingiu toda a cidade de Ribeirão Preto, o ex Prefeito Antônio Palocci solicitou que fossem escolhidas duas áreas para a implantação de duas barragens.

O software que contém todas as informações da cidade e de sua drenagem e que define os volumes de contenção e suas vazões mínimas, para atender à necessidade da futura urbanização, indicou que a localização ideal seria a entrada de Bonfim Paulista e também a área do Hospital Santa Tereza, junto ao Anel Viário Sul, para se fazer rapidamente duas barragens, com resultado efetivo.

30

Durante chuva intensa o vertedor da barragem de Bonfim Paulista entope e evita que sua vazão se some com as recentes urbanizações á jusante, mas ainda a montante da entrada de Bonfim, e cause enchente no referido Distrito

A implantação de contenções e piscicultura de Cravinhos até à barragem de Bonfim Paulista possibilitará a redução da vazão do seu vertedor de fundo e atenderá à capacidade de vazão do antigo canal daquele distrito e da cidade.

È importante notar que por volta de 1983, quando da avaliação do primeiro plano de contenção pluvial do município, que propunha resolver o problema das enchentes atuais e futuras, não havia informação nem confirmação prática, quanto ao novo paradigma das pequenas contenções implementadas com o crescimento da impermeabilização, cujo exemplo seria o sistema de lagoas do loteamento Nova Aliança.

Um outro plano substituiu o original e elegeu-se inadequadamente grande lagoa no Royal Park, Estância Molinos e Quinta da Alvorada como a solução definitiva, junto com o alargamento possível no centro da cidade.

A possibilidade de enchente em Bonfim Paulista não foi mencionada. Também não foram mencionados os córregos Laureano e Retiro do Saudoso, que têm a primeira e segunda área de drenagem no interior do Anel Viário. O modelo de drenagem e contenção da análise substituta, não atendia e atende cada vez menos à necessidade do município.

31

córrego Serraria - loteamento Alpha Ville O Alpha Ville impermeabiliza o trecho final da área drenagem do

córrego Serraria, afluente do ribeirão Preto, a jusante e contíguo a Bonfim Paulista. O último vertedor do sistema de contenção do córrego é da contenção do Alpha Ville já aprovado e lança uma vazão pluvial muito superior à vazão anterior à impermeabilização do solo. Certamente há todo interesse em atuar de acordo com a necessidade do município.

O empreendedor, sempre é interessado no acerto de seu produto e há área para otimizar o volume efetivo de contenção e a conseqüente redução da vazão. A implantação do parcelamento de solo não está concluída e pode atender à necessidade do município, determinada em diretriz, respaldada pela promulgação da lei que a regulamenta. Não houve a necessária integração com drenagem global, quanto à capacidade de escoamento dos cursos d’água. A falta de interação entre o projeto e a interpretação da diretriz municipal pertinente provoca a defasagem com a realidade. Um empreendimento desse vulto, que dilui custos, teria grande interesse em participar positivamente e contribuir para a valorizar a cidade.

O vertedor da lagoa é próximo à foz e determina a vazão futura do córrego Serraria. A vazão desse vertedor deveria ser somente igual ou menor que a vazão anterior à urbanização, tal qual a vazão do vertedor da lagoa do loteamento Olhos d’Água, aprovado no RARAM apresentado ao município, mas que será substituído pelo padrão aceito para outorga estadual. A área de drenagem do córrego Serraria, do loteamento Alpha Ville, tem 11km² e são necessários 420.287m³, para que a vazão seja mínima, igual à vazão anterior à impermeabilização do solo, se dimensionarmos a contenção de chuvas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos.

O volume de contenção de 600.071m³ é necessário, para que o Alpha Ville escoe pelo vertedor de fundo a vazão de 3,176m³/s e pelo vertedor de crista a vazão máxima de 31,874m³/s. Tal vazão é proporcional à vazão do loteamento Olhos d’Água, aprovada junto com RARAM municipal.

Porém, o loteamento Alpha Ville foi aprovado com somente 143.000m³ e contribuirá o para aumento das enchentes. O dimensionamento adequado que determina que a vazão dos vertedores seja no máximo de 3,176m³/s + 31,874m³/s e exige um volume de contenção de 600.071m³. A contenção poderá receber qualquer precipitação que possa ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos (Tempo de Retorno TR). O sistema de contenção do Alpha Ville seria, então, proporcional aos sistemas dos loteamentos Jardim Nova Aliança e Jardim Botânico, que provam sua eficiência há anos e também é proporcional ao projeto do loteamento Olhos d’Água, aprovado no RARAM municipal, apesar de haver outro que segue o modelo adotado na outorga.

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Somente a implantação de lagoas e vertedores inadequados nas novas urbanizações nas áreas drenadas pelo córrego Serraria, pelo córrego Olhos d’Água e vizinhança, entre Bonfim Paulista e Quinta da Alvorada, justificaria uma grande lagoa no Royal Park / Quinta da Alvorada / Estância Molinos, até porque a lagoa do Royal Park, que receberia água pluvial de Cravinhos, foi posicionada equivocadamente, antes da enchente de Bonfim Paulista, que finalmente consagrou a execução da lagoa de Bonfim.

O projeto original de contenção de enchente, que determinava a implantação de pequenas lagoas desde Cravinhos até o rio Pardo semelhante à lagoa do loteamento Jardim Nova Aliança e do Jardim Botânico, inclusive com lagoas de contenção e piscicultura na área rural de todos os córregos, além de dezenas de lagoas extensas, ao longo dos 30m de leito maior em cada margem de todos os córregos, foi inadequadamente substituído pelo projeto de contenção de enchente que posicionou equivocadamente uma grande lagoa na região do Royal Park e vizinhança, sem considerar que toda água de chuva captada pelo ribeirão Preto desde Cravinhos, provocaria grandes estragos em Bonfim Paulista e sem considerar a urbanização entre a grande lagoa e o anel Viário Sul. A ponte do loteamento Royal Parque não comporta a vazão do vertedor da contenção pluvial do Alpha Ville, que foi dimensionado para assegurar somente a estabilidade da barragem e não há conexão com a capacidade de vazão dos córregos a jusante.

O município não pode e não precisa arcar com o aumento da vazão pluvial de impermeabilizações posteriores ao início da emissão da diretriz, que regulamenta a vazão das novas urbanizações.

A implantação de um projeto adequado é recompensada pela velocidade de venda e porque também aumenta o bem estar dos futuros moradores. O contrário poderá causar má impressão, pois a grande vazão da contenção, perceptível a olho nu e transmite a sensação de que o sistema que poderia ser otimizado para contribuir mais com a qualidade de vida da cidade a jusante.

Uma grande lagoa no Royal Parque, somente conterá a água pluvial de Bonfim Paulista, Alpha Ville e muitos outros parcelamentos menores, até a Quinta da Alvorada. Portanto, referida lagoa traria menos resultado que a implantação de uma seqüência de lagoas estreitas ao longo do ribeirão, desde Bonfim Paulista até Anel Viário Sul. A seqüência de lagoas é mais eficiente, pois recebe água de chuva de toda urbanização existente ao longo do vale e não apenas da metade superior do trecho.

A implantação de uma seqüência de lagoas estreitas, ao logo do ribeirão Preto até o Anel Viário Sul contém a água pluvial de impermeabilizações antigas, sem atingir urbanizações ribeirinhas também antigas, que inclusive pouco contribuem, pois os lotes são grandes e não liberam água pluvial, somente suas poucas vias escoam totalmente para o ribeirão Preto.

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Vertedor da barragem de Alpha Ville - Vazão maior que a capacidade da ponte de acesso ao Royal Park. o volume é de 143.000m³, mas deveria ser 601.000m³

Vertedor da barragem de Alpha Ville a vazão não atende ao plano global. Volume outorgado = 143.000m³ e vazão do vertedor de crista muito maior que a capacidade da ponte do Royal Park. Não atende ao município. Desproporcional às contenções adequadas e à capacidade de vazão a jusante.

34

Alpha Ville: TR = 1.000anos Dimensionamento adequado ao município A vazão atende à necessidade do córrego e também à drenagem do município, principalmente após a citada chuva de TR = 854anos Vazão máxima da área toda urbanizada =169.136m³/s TR55-1986-99 / SCS Vazão máxima da área toda urbanizada =172,712m³/s Método Rac. / I-Pai-Wu Vazão máxima da área toda nativa = 31,828m³/s Vazão máxima do vertedor de crista = 31,874m³/s Vazão máxima do vertedor de fundo = 3,176m³/s Área drenada pelo córrego Serraria = 11,256348km² Volume efetivo de contenção = 601.000m³, outorgado = 143.000m³

HIDROGRAMA TR 55(1986-99) / SCS(1975)

ÁREA URBANIZADA169,136

0,00020,00040,00060,00080,000

100,000120,000140,000160,000

4,49

13,4

722

,45

31,4

340

,41

49,3

958

,37

67,3

576

,33

85,3

194

,29

103,

2711

2,25

121,

2313

0,21

139,

1914

8,17

157,

1516

6,13

175,

1118

4,09

193,

0720

2,05

211,

03

duração da chuva - [munuto]

VA

ZÕE

S [

m³/s

] .

Drenagem[m²] = 11.246.348Qtc[m³/s] = 169,136 tc[minuto] = 71,84 td[minuto] = 215,52 V td [m³] = 2.005.770

Alpha Ville: TR = 100anos Desaconselhável, pois já ocorreram chuvas com Tempo de Retorno maior. Vazão máxima da área toda urbanizada = 125,247m³/s Mét. Rac. / I-Pai-Wu Vazão máxima da área toda nativa = 22,798m³/s Vazão máxima do vertedor de crista = 16,254m³/s Vazão máxima do vertedor de fundo = 3,236m³/s Área drenada pelo córrego Serraria = 11,256348km² Volume efetivo de contenção = 420.287m³ OBS.: A vazão urbana cai de 169,136m³/s (TR= 1.000anos) para 125,247m³/s

35

31,874 m³/s = vertedor de cristaTR [ano] = 0,800

1.000 26,050 m31,828 m³/s = Vazão máxima nativa

172,712 m³/s = Vazão máxima urbana Mét. Rac. / I-Pai_WuALPHA VILLE 4,500 m = NA pluvial máximo

600.071 m³ = volume pluvial máximo 601.000 m³ = volume de proposto

0,80 m = NA permanentetubo de concreto

3,176 m³/s vertedor de fundo Vertedores adequados à capacidade dos córregos do município. O vertedor de crista não pode ser profundo, sua profundidade de 80centímetros permite a contenção efetiva de um volume maior.

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA È MÁXIMO [m³]

105 599.297

104 600.071 103

599.331

Ponto de inflexão do sistema, a partir das chuvas acima de 104minutos, o volume de contenção começa a diminuir, pois a vazão urbana começa a ser menor que a vazão dos vertedores da contenção ADEQUADA de Alpha Ville. Com base no levantamento aerofotogramétrico da área drenada 11,256348km² e também com dados colhidos em campo, desenhamos no software denominado AUTO-CAD e aumentamos a lagoa existente. Com curvas de nível de centímetro a centímetro criamos uma equação que representa a variação do seu volume em função da variação do nível d’água:

2,95479

Equação Cota x Volume: V = 7.062,125 x ( h )

LAGOAGeometria Cota x Volume e Equação Cota x Volume

0

200.000

400.000

600.000

0,00

00,

200

0,40

00,

600

0,80

01,

000

1,20

01,

400

1,60

01,

800

2,00

02,

200

2,40

02,

600

2,80

03,

000

3,20

03,

400

3,60

03,

800

4,00

04,

200

4,40

0

Altura [m]Volu

me

[m³]

.

GEOMETRIA Vgmáx.= 601.000 m³

EQUAÇÃO Vemáx.= 601.230 m³

36

Vazões daÁREA URBANIZADA

35,051

0,000

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

350,000

400,000

450,000

500,000

4,49

13,4

722

,45

31,4

340

,41

49,3

958

,37

67,3

576

,33

85,3

194

,29

103,

2711

2,25

121,

2313

0,21

139,

1914

8,17

157,

1516

6,13

175,

1118

4,09

193,

0720

2,05

211,

03

duração das chuvas - [minutos] .

Vazã

o - [

m³/s

]

.

tc's das chuvas > tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964 Qtc = 172,593

tc's das chuvas < tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964

tc da chuva = tc da área drenada - SCS (1975) / TR 55(1986-99) Qtc = 169,136

Vazão dos Vertedores = Qfundo + Qcrista Qvmáx = 35,051 m³/s td = 3 tc = 215,52

tc George Ribeiro [minuto] = 71,84 - tc SCS/TR55 [minuto] = 71,84

TR = 1.000 anos

Alpha Ville – gráfico do valor das vazões máximas geradas pelas chuvas intensas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos, cujo tempo de duração varia de 4,49minutos até 215,12m³/s gráfico da chuva mais rápida que consegue acumular todos os pingos d’água no ponto mais baixo da urbanização. 1 - Os pontos vermelhos seriam as vazões mais elevadas, geradas pelas chuvas rápidas e intensas, que, porém, são tão rápidas que não acumulam de todos os pingos d’água no ponto mais baixo da área drenada. 2 - Os pontos azuis começam com a vazão da primeira (71,84minutos) chuva mais intensa que acumulou no ponto maias baixo a vazão pluvial máxima.(172,593m³/s) – Método Racional adaptado I-Pai-Wu - 1963. 3 - Os pontos brancos de contorno azul. São as vazões minuto a minuto, geradas pela chuva (71,84minutos) que gera a vazão máxima. É a primeira chuva rápida e intensa (169,136m³/s), que se acumula no final do trecho - Soil Conservation Service (1975) / Tecnical Release 55. 4 - Os pontos verdes são as vazões máximas dos vertedores em cada chuva, cuja duração varia de 4,49minutos até 215,52minutos.

37

Canal de saída do ALPHA VILLEReservatório com volume adequado 600.071 m³

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 3,50

H = 1,30 L = 1,84 mb = 0,90

Lado 1,84 mÁrea 2,86 m²Perímetro molhado 4,58 mRaio Hidráulico S/P 0,625 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 751 mcota ajusante 587 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,136667 m/m Veloc. ñ é <= 1,3m/s

Com ReservatórioVazào do canal = 33,599 m³/s Veloc. [m/s] 11,7

Qnativa máx.< QVertedores = ok 31,874 m³/s nº de Froude 3,3td = 85,20 min. regime rápido F>1

Canal de saída do ALPHA VILLESem Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 9,60

H = 1,30 L = 1,84 mb = 7,00

Lado 1,84 mÁrea 10,79 m²Perímetro molhado 10,68 mRaio Hidráulico S/P 1,011 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 751 mcota ajusante 587 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,1367 m/m Veloc. ñ é <= 1,3m/s

Sem ReservatórioVazào do canal = ok 174,652 m³/s Veloc. [m/s] 16,2

Vazão máx. URBANA = 172,712 m³/s nº de Froude 4,5td = 71,84 min. regime rápido F>1

38

Ponte de acesso ao loteamento Royal Park Capacidade da ponte é menor que a vazão do vertedor do Alpha Ville córrego Limeirinha

A área de córrego da Limeira ainda não contribui mais

significativamente, pois os parcelamentos antigos têm lotes grandes, que absorvem a água de chuva. Todavia, outros loteamentos recentes têm lotes menores, que não atendem à diretriz municipal e foram aprovados sob a vigência da referida diretriz pluvial.

A Estância Molinos, à margem direita do ribeirão Preto possuía uma lagoa de contemplação que valorizava a paisagem vista por quem se dirigisse de Ribeirão Preto para Bonfim Paulista, porém, o lançamento indevido quanto à qualidade da água e a intensidade da vazão, obrigaram seu esvaziamento.

Ainda há espaço para implantação de contenções, porém a dificuldade em cobrar a ausência das mesmas recomenda que o município contribua da melhor forma possível, inclusive porque havia uma diretriz a ser seguida e fiscalizada pela maior beneficiária, a cidade.

39

ribeirão Preto: Bonfim Paulista - Hospital Santa Tereza As lagoas de Bonfim Paulista e do Hospital Santa Tereza foram

definidas logo após a grande enchente de Bonfim Paulista, quando o ex-prefeito Antônio Palocci nos solicitou a definição de dois locais mais adequados para reduzir os efeitos de precipitações semelhantes, pois havia conseguido verba para duas lagoas.

Inicialmente a lagoa, que ocuparia terras do Royal Park, da Estância Molinos e da Quinta da Alvorada, receberia toda água pluvial desde Cravinhos. Na época o afã por grandes soluções, que pretendiam solucionar o problema das enchentes rapidamente, portanto com poucas e grandiosas obras, mas sem a constatação prática que identificaria a vulnerabilidade de Bonfim Paulista e não foram ouvidas as pessoas que convivem, estudam e resolvem o problema “in loco”, pois nasceram e evoluíram com o problema.

A grande lagoa no Royal Parque pune a população ribeirinha e somente conterá a água pluvial de Bonfim Paulista, Alpha Ville e outros parcelamentos menores. Melhores resultados serão obtidos se implantarmos uma seqüência de lagoas estreitas ao longo do ribeirão, desde Bonfim Paulista até Anel Viário Sul. A seqüência é mais eficiente, pois recebe água de chuva de toda urbanização existente ao longo do vale e não apenas da metade superior do trecho.

A implantação de uma seqüência de lagoas estreitas, ao longo do ribeirão Preto até o Anel Viário conterá a água pluvial de impermeabilizações antigas e recentes, sem atingir urbanizações ribeirinhas, que inclusive pouco contribuem, pois os lotes são grandes e infiltram a água pluvial. córrego Olhos d’Água

A área de drenagem do córrego Olhos d’Água, afluente ribeirão Preto,

receberá o loteamento Olhos d’Água, que foi aprovado pelo município com suas lagoas dimensionadas com o objetivo de contribuir com resultados mais eficientes possível. Para isso, o volume e a vazão dos vertedores da lagoa do loteamento aprovado no RARAM do município, são dimensionadas para lançarem somente a vazão nativa, quando ocorrerem chuvas que podem ter a duração de 5minutos até 24horas e que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 1000anos. Semelhante às lagoas dos loteamentos Nova Aliança e Jardim Botânico, a contenção pluvial se integra ao algoritmo da vazão pluvial que analisa, a redução da vazão todos os cursos d’água que passam cidade, com a finalidade de possibilitar o crescimento da cidade sem o aumento superlativo da vazão pluvial urbana. Tal qual o loteamento Alpha Ville, a lagoa está

40

próxima da foz, portanto a vazão do seu vertedor definirá o valor da contribuição do córrego junto ao ribeirão Preto.

A lagoa do futuro loteamento Olhos d’Água foi dimensionada inicialmente para receber chuvas de TR = 100anos e aumentada para chuvas de TR = 1.000anos. Considerou-se impermeabilizada toda área a montante do loteamento para não causar os transtornos devido a dimensionamentos desconectados com as impermeabilizações do solo da cidade, tal qual ocorreu com as urbanizações posteriores à implantação dos loteamentos Jardim Nova Aliança e Jardim Botânico.

Os vertedores da última lagoa do córrego São Geraldo terão uma vazão máxima próxima da vazão nativa da área e proporcional à capacidade dos trechos dos córregos a jusante. O dimensionamento das contenções precisa estar conectado ao sistema de contenção global, da nascente do ribeirão Preto em Cravinhos até sua foz no rio Pardo. Além de considerar loteada toda área de drenagem a montante, o vertedor de crista, o vertedor de fundo e o volume da lagoa do loteamento Olhos d’Água foram recentemente redimensionados para verter chuvas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000 anos, após o registro do pluviógrafo instalado próximo ao cruzamento das avenidas Nove de Julho e Independência, que indicou uma chuva com período de retorno de 135 anos, com 115 minutos de duração e intensidade de 67,4 mm, ocorrida no dia 06/04/2008 e também registrou uma outra chuva com período de retorno de 846 anos, com 140 minutos de duração e intensidade de 77mm, no dia 22 /02/2008 e também devido à segurança da barragem, que terá mais que 4metros de altura. O volume de 200.000 m³ retidos na lagoa do loteamento Olhos d’Água, possibilitará o escoamento da maioria das chuvas somente pelo vertedor de fundo, cuja vazão máxima é de 1,205m³/s e seu vertedor de crista ajudará a escoar as chuvas mais intensas e para isso terá uma vazão máxima de 18,828m³/s, ainda inferior à vazão máxima da fazenda que é de 25,269m³/s e próxima à vazão nativa da área que é de 15,875m³/s.

A área de drenagem da contenção Olhos d’Água tem 3,741119km² e são necessários 200.000m³ para que se possa escoar a vazão máxima de 20,033m³/s. Se a contenção do córrego Olhos d’Água for dimensionada pelo software que só prevê a segurança da barragem local, será implantado um vertedor profundo que diminui demasiadamente o volume efetivo de contenção. A ação desvinculada do interesse municipal em evitar que as águas das precipitações intensas atinjam os pontos críticos da cidade é desastrosa e após a implantação final do empreendimento não haverá espaço para corrigir o equívoco, sem que se gaste muito dinheiro e sem que o poder público se indisponha com a população atingida.

41

HIDROGRAMA TR 55(1986-99) / SCS(1975)

ÁREA URBANIZADA

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

2,74

8,21

13,6

919

,17

24,6

430

,12

35,5

941

,07

46,5

552

,02

57,5

062

,98

68,4

573

,93

79,4

084

,88

90,3

695

,83

101,

3110

6,78

112,

2611

7,74

123,

2112

8,69

duração da chuva - [minuto]

VAZÕ

ES [

m³/s

] .

Drenagem[m²] = 3.741.119Qtc[m³/s] = 81,265 tc[minuto] = 43,81 td[minuto] = 131,43 V td [m³] = 227.824

Gráfico da chuva da maior intensidade que pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos na área de drenagem da lagoa do loteamento Olhos d’Água. Volume total efetivo de contenção = 195.000m³

16,024 m³/s vertedor de cristaTR [ano] = 0,700

1000 16,000 m15,875 m³/s = Vazão máxima nativa84,446 m³/s = Vazão máxima urbana

4,500 m = NA pluvial máximo OLHOS D'ÁGUA 195.606 m³ = volume pluvial máximo

195.000 m³ = volume total proposto0,70 m = NA permanente

0,500 m = tubo de concreto1,205 m³/s =vertedor de fundo

Volume mínimo e vazões máximas dos vertedores de fundo e de crista A vazão atende à necessidade do córrego e também à drenagem do município

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDO

O VOLUME DA LAGOA È MÁXIMO [m³]

86 194.992

85 195.606 84

195.003

Ponto de inflexão do sistema, a partir das chuvas acima de 85minutos, o volume de contenção de 195.606m³ começa a diminuir, pois a vazão urbana é menor que a vazão dos vertedores da urbanização da fazenda Olhos d’Água.

42

Vazões TR 1000 anosÁREA URBANIZADA

84,387

17,2290,000

20,00040,00060,00080,000

100,000120,000140,000160,000180,000200,000

2,74

16,4

3

30,1

2

43,8

1

57,5

0

71,1

9

84,8

8

98,5

7

112,

26

125,

95

duração das chuvas - [minuto] .

Vaz

ão -

[m³/s

]

.tc's das chuvas > tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964 Qtc = 84,387

tc's das chuvas < tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964

tc da chuva = tc da área drenada - SCS (1975) / TR 55(1986-99) Qtc = 81,265

Vazão dos Vertedores = Qfundo + Qcrista Qvmáx = 17,229 m³/s td = 3 tc = 131,43

tc George Ribeiro [minuto] = 43,81 - tc SCS/TR55 [minuto] = 43,81

Olhos d’Água - Dimensionamento adequado - TR = 1.000anos

Olhos d’Água - Dimensionamento adequado ao município 1 - Os pontos vermelhos seriam as vazões mais elevadas, geradas pelas chuvas rápidas e intensas, que, porém, são tão rápidas que não acumulam de todos os pingos d’água no ponto mais baixo da área drenada. 2 - Os pontos azuis começam com a vazão da primeira (43,81minutos) chuva mais intensa que acumulou no ponto mais baixo a vazão pluvial máxima de 84,387m³/s – Método Racional adaptado por I-Pai-Wu - 1963. 3 - Os pontos brancos de contorno azul, são as vazões minuto a minuto, geradas pela chuva que gera a vazão máxima de 84,397m³/s. É a primeira chuva rápida e intensa 131,43minutos, que se acumula aos 43,81minutos no final do trecho - Soil Conservation Service (1975) / Tecnical Release 55. 4 - Os pontos verdes são as vazões máximas dos vertedores em cada chuva, cuja duração varia de 2,74minutos até 131,43minutos. Vazão máxima da área toda urbanizada = 84,387m³/s Vazão máxima da área toda nativa = 15,875m³/s Vazão máxima dos vertedores = 17,229m³/s Área drenada pelo córrego Olhos d’Água = 3,741km²

43

Canal de saída do OLHOS D'ÁGUACom Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 3,20

H = 0,80 L = 1,13 mb = 1,60

Lado 1,13 mÁrea 1,92 m²Perímetro molhado 3,86 mRaio Hidráulico S/P 0,497 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 690 mcota ajusante 560 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,10833333 m/m

Com Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = 17,241 m³/s Veloc. [m/s] 9,0

Qcanal< QVertedores = ok 17,229 m³/s nº de Froude 3,2td = 51,96 min. gime rápido F>1

Canal de saída do OLHOS D'ÁGUASem Reservatório

B = 10,25 H = 0,80 L = 1,13 m

b = 8,65Lado 1,13 mÁrea 7,56 m²Perímetro molhado 10,91 mRaio Hidráulico S/P 0,693 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 690 mcota ajusante 560 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,1083 m/m

Sem Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = ok 84,703 m³/s Veloc. [m/s] 11,2

Vazão máx. URBANA = 84,446 m³/s nº de Froude 4,0td = 43,81 min. gime rápido F>1

44

À vazão máxima dos vertedores atende à necessidade do município em reduzir a vazão de cada trecho para que a soma das vazões dos trechos não supere a capacidade de vazão dos pontos críticos dos córregos. A vazão também é proporcional ao tamanho da área total drenada pelo córrego Olhos d’Água e permite à contenção reter o maior volume possível antes de começar a escoar pelo vertedor de crista.

A chuva de 76,995mm do dia 23/ 02 /2008, que pode cair pelo menos uma vez a cada (TR=) 846 anos, além de ser mais intensa que a chuva de 67,4mm do dia 06/ 04/ 2008 de TR igual a 135anos, caiu mais intensamente no início da precipitação e gerou a vazão máxima no primeiro terço da sua duração. A vazão máxima provocou transbordo no início da chuva, ainda houve muita chuva para recarregar a enchente.

precipitação 23 fevereiro 2008 - Ribeirão Preto

pluviógrafo Agrosystem - Av Independ. x Av 9 de Julho

0

0,5

1

1,5

2

2,5

02:2

202

:27

02:3

202

:37

02:4

202

:47

02:5

202

:57

03:0

203

:07

03:1

203

:17

03:2

203

:27

03:3

203

:37

03:4

203

:47

03:5

203

:57

04:0

204

:07

04:1

204

:17

04:2

204

:27

04:3

204

:37

04:4

2

tempo de chuva [ h : min ]

inte

nsid

ade

[ mm

]

contribuição = 7 km². TR [ano] = 846 .td [minuto] = 140 . i [mm] = 76,995

Chuva = 76,995mm - dia 23/ 02/ 2008 duração = 140minutos - TR = 846anos.

precipitação 06 04 2008 centro de Ribeirão Pretopluviógrafo Agrosystem Av Independ. x Av 9 de Julho

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

12:2

5

12:3

0

12:3

5

12:4

0

12:4

5

12:5

0

12:5

5

13:0

0

13:0

5

13:1

0

13:1

5

13:2

0

13:2

5

13:3

0

13:3

5

13:4

0

13:4

5

13:5

0

13:5

5

14:0

0

14:0

5

14:1

0

14:1

5

14:2

0

tempo de chuva [ h : min ]

inte

nsid

ade

[ mm

]

contribuição = 5 km². TR [ano] = 135 .td [minuto] = 115 . i [mm] = 67,4

Chuva = 67,4mm - dia 06/ 04/ 08 duração = 135minutos - TR = 135anos ribeirão Preto: córrego Olhos d’Água - barragem Santa Tereza

45

A barragem de Santa Tereza foi refeita após a chuva de 90minutos de

duração, que tem uma área influência de 5km² e que caiu a montante de Bonfim Paulista, em área próxima ao ribeirão Preto e também de Bonfim. O atual vertedor de crista da barragem Santa Tereza tem geometria otimizada, pois é muito largo e pouco profundo, portanto o volume de contenção efetiva é o máximo. As contenções a montante, se tiverem vertedores adequados, permitirão um funcionamento aprimorado da barragem de Santa Tereza, que poderá reduzir a vazão do seu vertedor de fundo, pois o trecho a jusante ainda tem muita vazão pluvial a acrescentar com a impermeabilização futura do solo na sua área de drenagem e o mesmo ocorre com a bacia do córrego Laureano, que ainda está pouco urbanizada e ainda não tem vias expressas marginais a ocupar o leito maior do córrego.

A recente urbanização próxima e externa ao Anel Viário Sul, onde haverá um shopping, aumentará rapidamente a impermeabilização do solo. O volume pluvial excedente é contido no local e na lagoa do hospital Santa Tereza, mas deverá ter outras contenções até por retenção lote a lote, na proporção de 60litros por metro quadrado de impermeabilização.

córrego Califórnia

A sua proximidade do centro determina acuidade ainda maior no dimensionamento, que deverá ser proporcional a todos os dimensionamentos adequados, que são proporcionais à capacidade dos trechos a jusante.

O vertedor de crista deve ser pouco profundo e bastante largo para aumentar o volume efetivo de contenção e atender às recentes precipitações rápidas e intensas registradas na cidade. A proximidade entre o córrego Califórnia e o centro da cidade, determina a precaução, pois sua vazão máxima de 98,921m³/s, pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos e se junta facilmente com outras chuvas rápidas e intensas que caem cada vez mais na região. Há espaço no leito maior do referido córrego para implantação de contenções. A somatória de todas contenções do córrego Califórnia deverá conter o volume urbano excedente e escoar a vazão nativa, para otimizar a ocupação do espaço e atender ao sistema de drenagem existente. Estímulos e incentivos para a contenção e reuso pluvial lote a lote na proporção de 60litros para cada metro quadrado de parcelamento custam menos que os prejuízos ou as obras necessárias eliminar definitivamente as grandes enchentes.

46

HIDROGRAMA TR 55(1986-99) / SCS(1975)

ÁREA URBANIZADA98,921m³/s

0,000

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

0,79

2,38

3,96

5,54

7,13

8,71

10,2

911

,88

13,4

615

,04

16,6

318

,21

19,8

021

,38

22,9

624

,55

26,1

327

,71

29,3

030

,88

32,4

734

,05

35,6

337

,22

duração da chuva - [segundos]

VA

ZÕE

S [

m³/s

] . Drenagem[m²] = 2.127.385

Qtc[m³/s] = 98,921 tc[minuto] = 11,88 td[minuto] = 38,01 V td [m³] = 159.143

A chuva de 38,01minutos gera a vazão urbana máxima do córrego Califórnia. TR = 1.000anos Área de drenagem = 2,127385km² Vazão urbana = 98,921m³/s vazão atual do ribeirão Preto = 250m³/s Vazão nativa = 16,601m³/s Vazão dos vertedores = 18,885m³/s Volume de contenção = 110.449m³

vertedor de crista 16,024 m³/s

TR [ano] = 0,7001.000 16,000 m

99,050 m³/s = vazão urbanaCALIFÓRNIA 3,500 m = NA pluvial máximo

110.449 m³ = volume pluvial máximo 0,70 m = NA permanente tubo de concreto 0,800 m

2,861 m³/s vertedor de fundo

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA È MÁXIMO [m³]

60 109.956

59 110.449

58 109.985

Ponto de inflexão do sistema hipotético a partir das chuvas acima de 59minutos, o volume de contenção de 110.449m³ começa a diminuir, pois a vazão urbana é menor que a vazão dos vertedores das futuras contenções do córrego Califórnia.

O solo das margens do referido córrego é raso, há necessidade de derrocamento na área da contenção para viabilizar o empreendimento. Além do que as obras de contenção impulsionam uma definitiva solução ao lançamento de esgoto no curso d’água.

47

Vazões TR 100 anosÁREA URBANIZADA

98,982

18,8850,000

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

180,000

0,79

4,75

8,71

12,6

7

16,6

3

20,5

9

24,5

5

28,5

1

32,4

7

36,4

2

duração das chuvas - [minuto] .

Vaz

ão -

[m³/s

]

.tc's das chuvas > tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964 Qtc = 98,982

tc's das chuvas < tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964

tc da chuva = tc da área drenada - SCS (1975) / TR 55(1986-99) Qtc = 98,921

Vazão dos Vertedores = Qfundo + Qcrista Qvmáx = 18,885 m³/s td = 3 tc = 38,01

tc George Ribeiro [minuto] = 12,67 - tc SCS/TR55 [minuto] = 11,88

córrego Califórnia - Dimensionamento adequado - TR = 1.000anos

A vazão atende à necessidade da área e também à drenagem do município

córrego Califórnia - despoluição e espaços para contenção custam menos que os prejuízos das futuras enchentes.

O leito do córrego Califórnia foi alterado e eliminou-se uma pequena

várzea usada para lavar carro há 40anos. O custo da terra também é elevado, mas é inferior aos problemas das enchentes. A implantação de pequenas lagoas é uma contribuição enorme para a soma das pequenas contenções e sua proximidade do centro pode ser decisiva no combate à enchente.

48

ribeirão Preto: Santa Tereza - córrego Laureano O ribeirão Preto tem a terceira maior área de drenagem do interior do

Anel Viário. No trecho entre o Anel Vário e o córrego Laureano sua bacia está quase toda impermeabilizada.

A pequena intervenção implantada junto ao conjunto habitacional Delboux contribui para atrasar a chegada da água pluvial no centro da cidade e esse pequeno atraso faz uma grande diferença, pois atrasa o tempo de concentração e já vimos que quanto mais demorada a chuva, menor é sua intensidade.

córrego Laureano - Fazenda Conquista As nascentes do córrego Laureano e dos dois afluentes da margem

direita, o córrego Monte Alegre e o córrego Vista alegre, foram revigorados por Henrique Dumont para irrigar o solo fértil. Um acidente na duplicação do Anel Viário Sul poluiu a lagoa abaixo dos poços / nascente, escavados por escravos. Referido acidente resultou num acordo com a empresa Via Norte para despoluir a lagoa e implantar um “bichoduto”, que interliga a mata, que infiltra água pluvial, com o outro lado da via, a jusante, onde a lagoa sacia a sede dos animais.

O córrego Laureano possui a maior área de drenagem do interior do Anel Viário, porém, além de estar pouco urbanizada, também não há vias expressas marginais, portanto, a vazão na sua foz, no ribeirão Preto próximo à Câmara Municipal, ainda é 20% de sua vazão total futura.

A área rural retém e utiliza no cultivo um grande volume de água pluvial contido pelas curvas de nível, lagoas rurais. A lagoa da USP e suas cacimbas espalhas pelo campus também contribuem expressivamente. A fazenda Conquista, onde nasce o córrego Laureano, vizinha a montante do campus da USP, será urbanizada com um projeto da Consurb, cujo escritório projetou o antigo Jardim América na cidade de São Paulo e tantos outros loteamentos da cidade e de cidades do litoral e do interior. Referida urbanização não ocupará a área total de 7,259691km², que gerará a vazão urbana máxima de 139,290m³/s pelo menos uma vez a cada 1.000anos.

O fundo de seu vale no trecho urbanizado tem algumas áreas planas que retém água pluvial naturalmente e comporta uma seqüência de lagoas estreitas e escavadas, que atenuam a vazão na sua foz. O custo da terra compensa, quando comparado aos custos das enchentes futuras. O material retirado na escavação será usado na adubação de canaviais e agrega valor.

A partir das chuvas de 137minutos o sistema de contenção começa escoar MAIS água de chuva do que a vazão urbana. Portanto o volume de

49

contenção começa a diminuir e garante que não haverá transbordo no local, quando ocorrerem quaisquer chuvas com Tempo de Retorno (TR) = 1.000anos com duração de 10minutos até 24horas. O volume é dimensionado para que a vazão máxima do sistema seja próxima da vazão nativa

Ponto de Inflexão do Volume de contencão:

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DE CONTENÇÃO È MÁXIMO [m³]

138 430.227

137 430.233 136

430.229 Ponto de inflexão do sistema, a partir das chuvas acima de 137minutos, o volume de contenção começa a diminuir, pois a vazão urbana é menor que a vazão dos vertedores da urbanização da fazenda Conquista.

vertedor de cristaTR [ano] = 10,252 m³/s 0,600

1.000 12,900 m139,290 m³/s = vazão: Urbanização Conquista

Urbanização Conquista 10,329 m³/s = vazão: nativa4,500 m = NA pluvial máximo

430.233 m³ = volume pluvial máximo 435.000 m³ = volume do projeto

0,60 m = NA permanente2,779 m³/s 0,75 m = tubo de concretovertedor de fundo

Volume mínimo total e vazões máximas dos vertedores de fundo e de crista

O ponto de inflexão do sistema (vazão urbana x volume de contenção x vazão adequada dos vertedores), determina que o volume de contenção diminui a partir da chuva de 137minutos, se o volume da contenção for 430.233m³, se a vazão máxima do vertedor de fundo for 2,779m³/s e se a vazão máxima do vertedor de crista pouco profundo (0,600m) for no máximo 10,252m³/s.

O volume da contenção define as vazões máximas dos vertedores, que necessitam escoar, no máximo uma vazão próxima da vazão nativa da área, para atender à capacidade de vazão do sistema de drenagem do município, quando estiver implantada a máxima urbanização legalmente possível. TR = 1.000anos Área de drenagem = 7,259691km² Vazão urbana = 139,290m³/s vazão atual do ribeirão Preto = 250m³/s Vazão nativa = 10,329m³/s Vazão dos vertedores = 13,031m³/s Volume de contenção = 430.233m³

50

Vazões TR 1000 anosÁREA URBANIZADA

139,193

13,031

0,000

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

2,88

17,3

0

31,7

2

46,1

3

60,5

5

74,9

7

89,3

8

103,

80

118,

22

132,

63

duração das chuvas - [minuto] .

Vazã

o - [

m³/s

]

.tc's das chuvas > tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964 Qtc = 139,193

tc's das chuvas < tc da área - método Racional_ I-Pai-Wu, 1964

tc da chuva = tc da área drenada - SCS (1975) / TR 55(1986-99) Qtc = 139,150

Vazão dos Vertedores = Qfundo + Qcrista Qvmáx = 13,031 m³/s td = 3 tc = 138,40

Fazenda Conquista – gráfico das vazões urbanas máximas geradas pelas chuvas intensas que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos, cuja duração varia de 2,88minutos até 138,40minutos - gráfico da chuva mais rápida que consegue acumular todos os pingos d’água no ponto mais baixo da urbanização – gráfico da vazão dos vertedores para chuvas de 2,88 a 138,40minutos. 1 - Os pontos vermelhos seriam as vazões mais elevadas, geradas pelas chuvas rápidas e intensas, que, porém, são tão rápidas que não acumulam de todos os pingos d’água no ponto mais baixo da área drenada. 2 - Os pontos azuis começam com a vazão da primeira (46,13minutos) chuva mais intensa que acumulou no ponto maias baixo a vazão pluvial máxima de 139,193m³/s – Método Racional adaptado por I-Pai-Wu - 1963. 3 - Os pontos brancos de contorno azul, são as vazões minuto a minuto, geradas pela chuva que gera a vazão máxima de 139,150m³/s. É a primeira chuva rápida e intensa, de 138,40minutos, que se acumula aos 46,13minutos no final do trecho - Soil Conservation Service (1975) / Tecnical Release 55. 4 - Os pontos verdes são as vazões máximas dos vertedores, em cada chuva, cuja duração varia de 2,88 até 138,40minutos. A soma da vazão máxima dos vertedores de fundo e de crista é de 13,031m³/s.

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Urbanização Conquista + 6,306910 km²ZONA OESTE

Nível COTA soma das lagoas d'água GEOMETRIA EQUAÇÃO

Vgmáx.= Vemáx.=435.000 434.751

mm m m m m m³ m³0 0 0 0200 0,200 2.973 584400 0,400 9.910 2.545600 0,600 AUTOCAD 17.696 6.021800 0,800 FORNECE 3D 27.650 11.093

1.000 1,000 A LEITURA DA 43.204 17.8191.200 1,200 COTA / VOLUME 53.338 26.2461.400 1,400 GEOMÉTRICO 65.849 36.4121.600 1,600 mm A mm 76.082 48.3521.800 1,800 EM CADA UMA 87.966 62.0952.000 2,000 DAS CONTENÇÕES, 101.707 77.6682.200 2,200 CUJA SOMATÓRIA 117.594 95.0942.400 2,400 É COMPARADA 136.057 114.3972.600 2,600 COM A EQUAÇÃO 157.310 135.5952.800 2,800 mm A mm 181.882 158.7093.000 3,000 A FIM DE 201.532 183.7563.200 3,200 OTIMIZAR O USO 223.304 210.7523.400 3,400 DO VOLUME 247.428 239.7133.600 3,600 EXISTENTE 274.158 270.6543.800 3,800 E REDUZIR A 303.777 303.5894.000 4,000 VAZÃO URBANA 336.595 338.5314.200 4,200 PARA 372.958 375.4934.400 4,400 VAZÃO NATIVA 413.250 414.4884.500 4,500 435.000 434.751

4,500 = hmáx Vmáx = 435.000 434.751

2,12390

Equação Cota x Volume: V [m³] = 17.819,012 x ( h )

Áre

a al

agad

a

Larg

ura

COTA / VOLUME GEOMÉTRICO E EQUAÇÃO

Com

prim

ento

O córrego Laureano é afluente do ribeirão Preto próximo à Câmara

Municipal, a vazão pluvial urbana do córrego Laureano terá um resultado irreversível, se a drenagem das futuras impermeabilizações do solo não forem dotadas de contenção e vazão adequadas.

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Urbanização Conquista + 6,306910 km²ZONA OESTE

Dimensionamento do canal no fim do trecho

Canal de saída Com Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 2,95

H = 0,80 L = 1,13 mb = 1,35

Lado 1,13 mÁrea 1,72 m²Perímetro molhado 3,61 mRaio Hidráulico S/P 0,476 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 669 mcota ajusante 565 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,08666667 m/m

Com Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = 13,423 m³/s Veloc. [m/s] 7,8

Qcanal< QVertedores = ok 13,031 m³/s nº de Froude 2,8td = 53,73 min. regime rápido F>1

Canal de saídaSem Reservatório

B = 17,50 H = 0,80 L = 1,13 m

b = 15,90Lado 1,13 mÁrea 13,36 m²Perímetro molhado 18,16 mRaio Hidráulico S/P 0,736 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 669 mcota ajusante 565 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,0867 m/m

Sem Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = ok 139,344 m³/s Veloc. [m/s] 10,4

Vazão máx. URBANA = 139,290 m³/s nº de Froude 3,7td = 46,13 min. regime rápido F>1

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córrego Vista Alegre – afluente do córrego Laureano

A área drenada pelo córrego Vista Alegre ainda está pouco urbanizada e o uso rural evita que rica camada superficial do solo escoe e leve os ricos nutrientes consigo. Na área rural as curvas de nível preservam a rica camada superficial do solo e contribuem para a infiltração da água pluvial.

A primeira contenção da cidade que foi executada sob o paradigma da redução da vazão urbana, porém, sem o software completo, que interliga toda hidrografia do município, pois os computadores pessoais ainda tinham pouca capacidade, pequena velocidade e também não acessávamos a quantidade de informação atualmente disponível.

O crescimento da área impermeável e a falta de manutenção do contenção impedem que sistema de drenagem do córrego Vista Alegre exerça sua função original com toda eficiência.

O formato da área drenada pelo córrego Laureano propicia a geração de elevadas vazões pluviais, que ficam ainda mais perigosas, pois é pequena a distância até o centro da cidade e há pouca chance da vazão pluvial se dissipar naturalmente no futuro, se não forem implantadas, inclusive contenções individuais, imóvel a imóvel na proporção de 60l/m² de parcelamento, além das contenções nos trechos com esta vocação.

Afluente do córrego Laureano - córrego Vista Alegre - 1ª contenção do sistema

54

ribeirão Preto: córrego Laureano - córrego Retiro do Saudoso

O referido trecho é margeado pela avenida Jerônimo Gonçalves e foi recentemente alargado ao máximo e para isso retirou nossas históricas palmeiras. A capacidade de escoamento do canal foi ampliada de 60m³/s para 250m³/s, a jusante do córrego Laureano, mas conforme foi demonstrado acima, a combinação de 5chuvas de 20minutos e vazão de 50m³/s, que caem em 5áreas de 1,5km², geram um total de 250 m³/s e tal evento pode acontecer pelo menos uma vez a cada 100anos.

Mais uma vez as contenções individuais são imprescindíveis, até porque a bacia do córrego Laureano, que é a maior do interior do Anel Viário, ainda está pouco impermeabilizada.

O recente alargamento no centro da cidade escoa até 20% da água pluvial gerada por quase todas combinações de precipitações que podem cair no interior do Anel Viário, pois o córrego Laureano, que tem a maior área de drenagem do interior do Anel Viário, ainda tem sua área de drenagem pouco impermeabilizada.

As impermeabilizações próximas ao córrego escoam rapidamente e muito contribuem para o aumento da vazão pluvial, portanto o município deve disponibilizar estímulos e incentivos, como a redução do IPTU, proporcionais ao volume de suas contenções para o reuso da água pluvial. córrego Retiro do Saudoso

O córrego Retiro do Saudoso tem a segunda maior área de drenagem do

interior do Anel Viário totalmente impermeabilizada a jusante do córrego São Geraldo. As recentes urbanizações a montante do Jardim Botânico foram implantadas com contenções pequenas e com vazões de fundo e de crista muito superiores às necessárias.

O vertedor em frente ao COC foi inadequadamente reformado para aumentar a vazão da pequena contenção, que sozinha pouco significa, porém o volume retido era parte integrante e imprescindível do sistema drenagem do município. A necessidade de aumentar a vazão da barragem do COC é incontestável, porém haveria de se manter o volume retido. A reforma do vertedor, entretanto, seguiu a diretriz que favorece a segurança para a barragem e implantou-a de modo que o volume retido diminuiu drasticamente,

O aumento da vazão de crista do COC é conseguido com a implantação de um vertedor largo e raso, para que o volume retido, ao contrário, seja até aumentado e não diminuído, conforme ocorreu.

55

A impermeabilização do solo em sua área de drenagem tem sido rápida, com o volume de contenção inadequado e com a vazão do vertedor de crista elevada. As contenções existentes não atendem à necessidade que os cursos d’água exigem, principalmente quando se considera, num estudo global, a futura vazão pluvial.

A eficiente e necessária drenagem da avenida Castelo Branco está de acordo com o preceito técnico que visa à eliminação da umidade do solo para que o asfalto permaneça inalterado, sem depressões. Porém, tal procedimento reduz o tempo de concentração do sistema de drenagem e quanto mais rápida a precipitação, maior será a vazão lançada no córrego Retiro do Saudoso. A galeria pluvial com 1,5metro de diâmetro, implantada para escoar a vazão requerida, desaguará no pequeno córrego dos Catetos, que é afluente do córrego Retiro do Saudoso, no centro da cidade.

Além de aterrar o leito maior do córrego Retiro do Saudoso para implantação da avenida Maurílio Biagi, o aterro soterrou também toda área entre as pistas. Não há espaço nas urbanizações, na área do trecho aterrado, para conter o excesso de vazão urbana antes de chegar ao Retiro e o Córrego Retiro do Saudoso não tem espaço a jusante, no centro, para a ampliação necessária de um canal que atenda a urbanização futura. Outrossim, além de retirar a terra entre as pistas da avenida Maurílio Biagi, há de se estimular e incentivar os proprietários para que implantem contenções individuais, lote a lote, na proporção de 60litros de água pluvial por metro quadrado de edificação.

O aterro viabilizou a avenida Maurílio Biagi, que era área inundável e também

suprimiu a área inundável que restou entre as pistas.

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Aterro entre as pistas da avenida Maurílio Biagi eliminou todo leito maior.

Vertedor da Barragem do COC - Córrego Retiro do Saudoso

É necessário reduzir a profundidade do vertedor e aumentar sua largura para aumentar volume de contenção e manter a intensidade da vazão de crista. Tal modelo de dimensionamento foi usado para dar segurança à barragem, porém está desvinculado da necessidade da drenagem global do município.

57

Vertedor profundo da Barragem do COC no Córrego Retiro do Saudoso

A profundidade de seu vertedor reduz o volume da contenção córrego dos Catetos

O córrego dos Catetos tem a.vazão na sua foz assegurada por um canal

largo, com a capacidade de escoar a vazão pluvial da impermeabilização de toda sua área de drenagem, inclusive o aumento da vazão gerado pela duplicação da avenida Castelo Branco, que deveria seguir a diretriz pluvial. Recentemente a duplicação da avenida Castelo Branco aplicou eficiente e necessária drenagem, que condiz com os preceitos técnicos e visam à eliminação da umidade do solo para que o asfalto permaneça inalterado, sem depressões. Porém, tal procedimento reduz o tempo de concentração do sistema de drenagem e quanto mais rápida for a precipitação, que gera a vazão máxima, maior será a vazão lançada no córrego Retiro do Saudoso. A galeria pluvial com 1,5m de diâmetro, implantada para escoar a vazão requerida pela pista, desaguará no pequeno córrego dos Catetos, afluente do córrego Retiro do Saudoso, cuja vazão máxima é de 60m³/s, num canal de 2,50 x 5,00 m. Portanto é necessário adequar o sistema de drenagem da duplicação da via, para reduzir a vazão lançada córrego Retiro do Saudoso, que drena a segunda maior bacia hidrográfica do interior do Anel Viário.

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A área de drenagem da avenida Castelo Branco, não possui espaço para implantação de cacimbas. que reduzem da vazão pluvial, portanto a solução sugerida é a implantação de poços de infiltração herméticos, com tampa de acesso para sucção dos resíduos depositados no seu fundo permeável.

Quando a área de drenagem do referido córrego for urbanizada, sem a adequada contenção, a vazão gerada será, sozinha, provocará o transbordamento do córrego Retiro do Saudoso.

Ainda há espaço para implantar uma seqüência de contenções, onde é possível receber a vazão urbana e escoar somente a vazão nativa, porém o custo do terreno não é barato, todavia, o preço ainda é muito mais barato que os prejuízos das enchentes futuras.

A contenção pluvial no córrego dos Catetos é até mais importante que a contenção no córrego Califórnia, entre o Jardim Califórnia e o Alto da Boa Vista, pois o canal, próximo da sua foz, tem capacidade de escoar toda vazão urbana e até afogar o córrego Retiro do Saudoso.

O alargamento do trecho final do córrego dos Catetos impede o transbordo que atingia a concessionária de veículos contígua, porém sobrecarrega o córrego Retiro do Saudoso.

Foz do córrego dos Catetos – a vazão pluvial assegurada a toda a urbanização futura sobrecarregará o córrego do Retiro do Saudoso.

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córrego do Tanquinho

O córrego do Tanquinho nasce na região da Vila Abranches e deságua no ribeirão Preto. O trecho final de sua área de drenagem já está impermeabilizado, mas há um pequeno espaço para a implantação de contenções, que deve ser utilizado, pois a urbanização aumentará sua vazão pluvial que contribuirá para o refluxo do ribeirão Preto.

A recente urbanização do fundo do vale do córrego do Tanquinho, após a vigência da diretriz urbana municipal pertinente, implantada próximo ao loteamento Lagoinha, é a primeira de uma série que comprometerá ainda mais a ponte da avenida Paschoal Innechi, que já teve problemas até antes das impermeabilizações.

O loteamento Lagoinha implantará novas galerias pluviais para eliminar alagamentos pontuais que ocorrem em muitas de suas vias e com isso a vazão do Tanquinho será também majorada.

A falta de espaço induz à concessão de estímulos e incentivos para impulsionar a implantação de contenção e reuso individual na proporção de 60litros por metro quadrado de edificação. córrego dos Campos - Fazenda Baixadão

O córrego dos Campos também deságua no ribeirão Preto, no seu trecho

final, na Via Norte. O projeto do loteamento Jardim Paiva, que está localizado na nascente

do córrego dos Campos, seguiu a diretriz que determina a contenção de um volume de água de chuva suficiente para que possa escoar somente a vazão rural.

O saudoso prefeito Luis Roberto Jábali assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), obteve a aprovação das adequadas lagoas junto aos órgãos pertinentes e solicitou a mesma atenção dada às contenções dos loteamentos Jardim Nova Aliança e Jardim Botânico que valorizaram os empreendimentos, até mesmo sem o reconhecimento dos órgãos públicos.

A redução adequada da vazão urbana do Jardim Paiva reduz a vazão e a enchente do córrego dos Campos, também contribui para reduzir a vazão do ribeirão Preto e conseqüentemente seus possíveis refluxos.

O projeto das referidas contenções foi executado com objetivo de otimizar o dispositivo para lançar a menor vazão possível após a contenção do menor volume e assim viabilizar e otimizar o empreendimento, tal qual o paradigma que determinou o projeto das contenções dos loteamentos Jardim Nova Aliança e Jardim Botânico.

60

A urbanização foi aprovada com três contenções, com volumes de 49.482m³, 49.709m³ e 36.128m³, respectivamente e a geometria de seus vertedores propicia a redução da vazão pluvial urbana, que é de 91,303m³/s para uma vazão semelhante à máxima vazão rural para chuvas de 100anos, que é de 16,346m³/s.

A impermeabilização do solo da fazenda Baixadão atende, portanto, ao Código do Meio Ambiente, Lei Municipal 1616 / 2004, artigos 83 §VII 155; §V, 164, 276, 277, 278 e 279 e pode se fundir com a nova proposta de implantar um parque no local, semelhante ao valorizado Jardim Nova Aliança.

A urbanização da fazenda Baixadão definiu as dimensões das lagoas de contenção projetadas para receber o excesso de água pluvial gerado pela urbanização de toda área a montante. A vazão pluvial da área continuará igual à vazão anterior a urbanização.

Aos 2.700.000 m² que compõem a área de drenagem da nascente do córrego dos Campos, localizado na antiga fazenda Baixadão, foi acrescentado, quando da elaboração dos projetos originais, mais 3.000.000m², decorrentes da transposição de pequena parte da bacia do córrego Laureano para o córrego dos Campos. As lagoas de contenção pluvial foram, então, dimensionadas para receber água pluvial drenada de 3.000.000m², originariamente.

A transposição de bacia visou reduzir o lançamento da água pluvial gerada pela futura urbanização dos três milhões de metros quadrados pertencentes à área de drenagem do córrego Laureano.

O córrego Laureano requisitou a atenção a ele dirigida, pois possui a maior área de drenagem no interior do Anel Viário, em grande parte ainda não urbanizada. O lançamento de suas águas ocorre no ribeirão Preto, no centro inundável da cidade, em região sensível em termos hidrológicos, por falta de capacidade dos canais, freqüentemente sujeita a enchente, que se alargados o suficiente, provocarão enchentes na Via Norte.

A transposição de bacia, entretanto, somente conduz a água pluvial possível de ser transportada pelas galerias pluviais. E o município dimensiona suas galerias pluviais para transportar chuvas de até dez anos de período de retorno. As precipitações mais elevadas, porém, escoam pela superfície e naturalmente chegam ao fundo do vale do próprio córrego Laureano.

A partir 2005 a diretriz contenção pluvial é lei. O Código do Meio Ambiente do município determina que toda nova urbanização lance somente a vazão anterior à urbanização e também determina que as precipitações consideradas nos dimensionamentos devam ser as de período de retorno de cem anos.

Foi adotado período de retorno de cem anos, pois as precipitações de curta duração historicamente caem sobre pequenas áreas de 4km². Atualmente as chuvas mais intensas registraram períodos de retorno de até 854anos, isto é, uma precipitação que pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 854anos.

61

Portanto, os 3.000.000km² da área de contribuição da transposição, cuja vazão pluvial seria parcialmente transposta no projeto inicial, deverão agora atender à nova lei e lançar somente a vazão nativa no córrego Laureano, sem necessidade de transposição para adequação do sistema de drenagem. Assim sendo, nos projetos atuais, foi considerada a área de contribuição de dois milhões e setecentos mil metros quadrados.

Os volumes das três lagoas foram remanejados e reduzidos; entretanto, quando somados às determinações do Código do Meio Ambiente, atendem com mais eficiência ao sistema de drenagem da cidade, evitando a necessidade da transposição considerada originariamente.

A redução da área de drenagem e conseqüente redução do volume recebido pelas lagoas possibilitaram a implantação de uma pequena reserva de vegetação nativa na cabeceira da primeira lagoa. Possibilitou, também, a manutenção do solo e da vegetação original na terceira lagoa, cujo local sempre foi inundado pelas precipitações mais intensas, que caíam sobre fazenda Baixadão e suas várzeas.

A área da terceira lagoa não necessitará sofrer escavações para aumentar o volume retido, segue anexo o dimensionamento das três lagoas.

Obs.: Para viabilizar financeiramente a implantação das lagoas foram projetados exíguos vertedores. É imperativo proceder à manutenção semanal para a retirada de toda obstrução dos três vertedores de fundo e vistoria permanente durante o período de chuva.

As lagoas integram o processo de parcelamento do solo e urbanização da área, que tramitou por todos os órgãos competentes.

PROJETO ANTERIORPaiva (2,7km²) + Transposição (3 km²) 5,7 km² REDUÇÃO AUMENTO

Vertedor de fundo da Lagoa 3 4,800 m3/s Área drenada 53%Vertedor de crista da Lagoa 3 43,508 m3/s Qmáx.fundo 5%

Vertedores da Lagoa 3 48,308 m3/s Qmáx.crista 73%Volume das 3 lagoas 216.000 m3 Qmáx.total 66%

Volume total 36%

PROJETO ATUALPaiva (2,7km²) + Transposição (0 km²) 2,7 km² VAZÃO URBANA SEM LAGOA 91,361 m³/s

Vertedor de fundo da Lagoa 3 4,573 m3/s VAZÃO DAS LAGOAS 16,346 m³/sVertedor de crista da Lagoa 3 11,773 m3/s

Vertedores da Lagoa 3 16,346 m3/s RENDIMENTO DO SISTEMA :Volume das 3 lagoas 137.300 m3 REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 82%

RELAÇÃO ENTRE PROJETO ANTERIOR E O ATUAL

O projeto anterior previa a transposição de bacia de 3.000.000m². Da bacia do córrego Laureano para o córrego dos Campos.

62

Primeira das três lagoas do Jardim Paiva O assoreamento resulta em alagamentos insalubres

Lagoa do Jardim Paiva - assoreada - sem manutenção As contenções de sólido e dissipação de energia são necessárias, pois evitam a dispersão do material carreado pela chuva, que reduz o volume de contenção.

63

TR = 100anos Área de drenagem = 2,700000km² Vazão urbana = 91,303m³/s Vazão nativa = 13,237m³/s Vazão dos vertedores = 15,779m³/s Volume de contenção = 142.607m³ em 3 contenções

12,603 m³/s vertedor de crista da 3ªTR [ano] = 0,800

100 10,300 m13,237 m³/s = Vazão máxima nativa91,303 m³/s = Vazão máxima urbana

3 4,500 m = NA pluvial máximo CONTENÇÕES 141.184 m³ = volume pluvial máximo Faz. Baixadão 145.000 m³ = volume total proposto

0,80 m = NA permanente0,800 m = tubo de concreto

3,176 m³/s =vertedor de fundo da 3ª A redução da vazão urbana de 92,303m³/s para uma vazão de

15,779m³/s, próxima à vazão nativa de 13,237m³/s otimiza o sistema de drenagem local e do ribeirão Preto, que pode sofrer refluxos maiores, quando provocados pelo aumento do nível do rio Pardo.

O assoreamento atual das contenções precisa ser retirado, pois reduz o volume de contenção, que poderia evitar o transbordamento do ribeirão Preto, na Via Norte.

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDO

O VOLUME DA LAGOA È MÁXIMO [m³]

63 140.712

62 141.184 61

140.746

Ponto de inflexão do sistema, a partir das chuvas acima de 62minutos, o volume de contenção começa a diminuir, pois a vazão urbana é menor que a vazão dos vertedores da urbanização da fazenda Baixadão.

As enchentes recentes mostraram que o último trecho do ribeirão Preto, antes do final da Via Norte, é vulnerável ao aumento da vazão, pois já deu sinais de que em breve haverá enchentes, devido o aumento da impermeabilização do solo, se não houver as devidas contenções, com seus volumes e vertedores adequados, proporcionais ao tamanho da nova urbanização e também de acordo com a necessidade do município.

64

Canal de saída do Fazenda BaixadãoCom Reservatório

Qcanal = S . (S/P)2/3 . I 1/2 / n Formula de ManningB = 2,90

H = 0,80 L = 1,13 mb = 1,30

Lado 1,13 mÁrea 1,68 m²Perímetro molhado 3,56 mRaio Hidráulico S/P 0,472 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 669 mcota ajusante 532 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,11416667 m/m

Com Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = 14,952 m³/s Veloc. [m/s] 8,9

Qcanal< QVertedores = ok 14,800 m³/s nº de Froude 3,2td = 34,86 min. gime rápido F>1

Canal de saída do Fazenda BaixadãoSem Reservatório

B = 10,35 H = 0,80 L = 1,13 m

b = 8,75Lado 1,13 mÁrea 7,64 m²Perímetro molhado 11,01 mRaio Hidráulico S/P 0,694 mcoefic.de rugosidade 0,0230 terracota a montante 669 mcota ajusante 532 mextensão do canal 1200 mdeclividade 0,1142 m/m

Sem Reservatório Veloc. ñ é <= 1,3m/sVazào do canal = ok 87,956 m³/s Veloc. [m/s] 11,5

Vazão máx. URBANA = 87,709 m³/s nº de Froude 4,1td = 28,22 min. gime rápido F>1

65

Lagoa de contenção - Jardim Paiva / Fazenda Baixadão – córrego dos Campos A redução da vazão urbana de 91,303m³/s para 15,779m³/s, que é próxima à vazão nativa de 13,237m³/s, só é viável quando utilizamos vertedores adequados e uma contenção de 145.000m³.

Jardim Paiva - curvas de nível da primeira lagoa - atualmente assoreada

66

Córrego Laureano - Jardim Wilson Tony

O pequeno loteamento também contribui na redução proporcional da vazão urbana e para isso contém o excesso da vazão pluvial urbana, que se somaria à vazão do ribeirão Preto, na Via Norte, pois a soma das pequenas ações viabiliza o sistema de contenção adequado ao município. TR = 100anos Área de drenagem = 0,083273km² Vazão urbana = 2,536m³/s Vazão rural = 1,036m³/s Vazão dos vertedores = 1,373m³/s Volume de contenção = 3.200m³

4,383 m³/sVmáx. = 4.400 m³ vertedor 0,50 m

7,25 m1,30 m

0,35 m0,387 m³/s

Trecho final do ribeirão Preto

A redução da vazão pluvial do ribeirão Preto, inclusive no seu trecho

final, evita também um grande refluxo, causado pelo aumento do nível do rio Pardo, que impede o escoamento necessário do ribeirão Preto.

Muitas vezes, como é o caso da Via Norte e da Avenida Maurílio Biagi, a construção da via expressa acarreta no indevido aterramento entre as vias, que é o que restou para o leito maior do curso d’água e elimina a capacidade de conter um grande volume d’água.

À margem esquerda, na Via Norte, próxima da linha férrea há um trecho de loteamento num nível abaixo desta via e também do próprio ribeirão Preto, que se transbordar causará grande dano aos moradores, possivelmente devido à falta da redução adequada da vazão pluvial nas novas urbanizações, que ocorreram após o início da emissão da diretriz pluvial municipal, que possibilita o crescimento da cidade sem aumentar a vazão pluvial.

O aumento do nível do rio Pardo dificulta a vazão do ribeirão Preto e provoca enchentes maiores, à medida que aumenta a vazão pluvial lançada pelas urbanizações inadequadas.

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As adequadas contenções são imprescindíveis, para reduzir a vazão urbana que pode sofrer refluxo, cujos efeitos aumentam à medida que o canal próximo à foz comporte maiores vazões sem transbordar. A solução viável para as enchentes da cidade é a retenção da água pluvial o mais próximo possível do local onde foi gerada.

Quanto menor a vazão pluvial no ribeirão Preto, menor será o seu refluxo, que sufoca a vazão ao longo dos cursos d’água. Eis mais um motivo do município para reduzir ao máximo a vazão dos sistemas de contenção de águas pluviais.

Conclui-se que as chuvas intensas de curta duração, que caem em pequenas áreas impermeabilizadas e geram elevadas vazões, mas produzem pequenos volumes, são passíveis de serem armazenadas nos próprios empreendimentos geradores, conforme determina o Código do Meio Ambiente, o que está comprovado pela eficiência das lagoas dos loteamentos Jardim Botânico e Jardim Nova Aliança. Referidas lagoas só transbordarão quando não houver manutenção periódica em seus vertedores e nas escadas de contenção de sólido e dissipação de energia, que pode provocar assoreamento da lagoa e diminuir seu volume de contenção.

Atualmente, passadas mais de duas décadas da primeira diretriz urbanística, que contempla a precaução do município quanto ao crescimento da impermeabilização solo, foram constatadas vazões pluviais cada vez mais elevadas.

Não há espaço físico no centro da cidade para implantação de canais suficientemente largos e falta também espaço nas áreas urbanizadas para retenção de um volume suficiente, que possibilite receber a vazão pluvial urbana futura e escoar somente a vazão nativa, anterior à ocupação rural do solo. A análise da situação atual da drenagem e suas contenções inadequadas, que liberam grandes vazões, indica que para suprir a falta de ações adequadas, é necessária uma redução ainda maior da vazão gerada pelas novas impermeabilizações do solo.

A partir da década de 2000, o volume de contenção, que reduz da vazão urbana nas novas urbanizações e possibilita o escoamento da vazão rural, precisou de acréscimo e atualmente o volume de contenção deve ser tal que possibilite escoar somente a vazão nativa.

Apesar do grande alargamento do canal no centro da cidade, haverá um acréscimo desproporcional da vazão gerada pela precipitação da urbanização futura, pois muitos parcelamentos novos, ainda pouco impermeabilizados, não atenderam à diretriz pertinente. Há a possibilidade de que as futuras urbanizações também adotem o modelo de dimensionamento que visa somente à segurança da contenção local e não atende à capacidade de escoamento dos córregos, porém são outorgados, pois ainda não há consenso quanto à capacidade do modelo de contenção adotado no Jardim Nova Aliança.

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OBJETIVO FINAL DA ANÁLISE: CRESCIMENTO SAUDÁVEL DA CIDADE

Os fatos relatados acima comprovam a necessidade de correção dos volumes e das vazões das contenções implantadas pelos parcelamentos aprovados após os loteamentos Jardim Nova Aliança e Jardim Botânico que são exemplos, pois atendem à capacidade dos canais do município quanto à vazão pluvial gerada pela urbanização máxima futura, permitida pelas leis municipais de Cravinhos e Ribeirão Preto. As duas contenções citadas acima liberam as vazões mínimas anteriores à urbanização.

A convivência com soluções adequadas e inadequadas resultou na

constatação de que, além da instalação de pequenas contenções com adequados vertedores, espalhadas pelos parcelamentos do solo aprovados desde 1984, quando a diretriz urbanística já o determinava, há de se implantar estímulos e incentivos à retenção para reuso, lote a lote, na proporção de 60litros para cada metro quadrado de área impermeabilizada e também criar um convênio com Cravinhos para conter o excesso de água pluvial urbana e criar estímulos e incentivos às lagoas de contenção e piscicultura na área rural. O crescimento saudável das cidades determina, até mesmo, criar um convênio com o SEBRAE para a orientação à atividade de piscicultura, em lagoas de contenção rural.

O percurso por todos os trechos do ribeirão Preto e todos afluentes fornece a noção incontestável de que é urgente agir imediatamente para que a diretriz de retenção e vazão adequadas prevaleça, até porque valoriza os empreendimentos e dá lucro a todos, pois uma cidade saudável é muito valorizada.

A característica do clima e a necessidade da população em desfrutar de laser em espaços comuns, onde são realizadas diversas atividades, inclusive as despertadas pela crescente disseminação dos direitos e deveres que o cidadão tem, impele ao município uma responsabilidade maior quanto à qualidade de vida ofertada pela cidade e o uso dos seus espaços públicos será uma referência, ao estimular um uso múltiplo e efetivamente comum.

Apesar das pequenas contenções serem uma solução inequívoca, pois acompanha o crescimento da cidade, é necessária a disseminação do hábito de desfrutar do espaço disponibilizado e para isso é preciso contar com a criatividade dos urbanistas e técnicos das mais variadas áreas, que viabilizarão vários atrativos, por exemplo, pesca, aula de piscicultura, fonte luminosa ambulante que faria um itinerário pelas lagoas, educação ambiental, reunião das associações de bairro, academia ao ar livre, nautimodelismo, estação climatológica etc.

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A mudança climática aumentou a ocorrência de chuvas rápidas, com duração de 20 até 90minutos, que caem alternadamente em várias regiões da cidade. As chuvas de 20 até 60minutos, que pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos, concentram no fundo do vale a água pluvial que caiu em 1km² até 3km² e geram uma vazão urbana entre 45m³/s e 100m³/s, ou uma vazão rural entre 16m³/s e 30m³/s, ou ainda uma vazão nativa entre 4m³/s e 16m³/s.

O sistema original de contenção e redução de vazão pluvial analisa a redução da vazão de todos os cursos d’água do município. O volume retido em cada urbanização é proporcional à sua área drenada e, além disso, o volume de contenção deverá ser tal que permita que a vazão de saída seja tão pequena (nativa), que a soma das vazões de todas as áreas com ou sem contenções seja menor ou igual que a capacidade de escoamento de cada trecho, até a foz do ribeirão Preto. Portanto, a análise e a solução da situação das contenções do córrego São Geraldo, afluente do córrego Retiro do Saudoso, deveriam estar contidas no paradigma da drenagem de todos os córregos que compõem a bacia hidrográfica do ribeirão Preto da nascente ao rio Pardo.

A situação atual da drenagem do município determina que todo e qualquer vertedor de crista tenha um formato que privilegie sua largura e reduza ao máximo sua profundidade, para viabilizar a retenção de um volume maior, antes que a água atinja o vertedor de crista e dele comece a escoar também. Não há volume a perder.

Os empreendimentos implantados após o início da emissão da diretriz municipal correlata necessitam que suas contenções e respectivas vazões sejam revistas. Os parcelamentos antigos, entretanto, têm lotes com grandes porcentagens de impermeabilização, ou necessitam receber do município estímulos e incentivos para a implantação de poços de retenção sob a calçada para infiltração e reuso individuais, em cada imóvel. O reuso da água pluvial para limpeza geral e para descarga de bacia sanitária será imprescindível, também, para reduzir o consumo de nossa preciosa e finita água subterrânea.

Os algoritmos e softwares focados somente na segurança da intervenção local, usados também pelos órgãos oficiais, têm o objetivo de assegurar a vazão plena das barragens. A vazão pluvial de cada sistema não tem correlação com a vazão pluvial gerada pelas demais urbanizações, portanto, a soma da vazão de vertedores inadequados, pode não provocar alagamentos locais, mas certamente sempre corrobora com as enchentes dos trechos críticos. Se toda impermeabilização do solo, legalmente permitida, for realizada sem o volume de retenção adequado e sem que a vazão dos vertedores seja igual ou menor à vazão nativa, no futuro o ribeirão Preto precisará de até 110metros de largura em frente ao Mercado Municipal, pois o aprofundamento do leito já está no limite e se for maior, reduzirá a velocidade de escoamento, que intensificará o refluxo, quando o rio Pardo atingir um seu nível d’água alto.

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O refluxo é potencializado pelo rebaixamento do leito do ribeirão, principalmente próximo à sua foz e será tanto maior quanto alto maior for o nível do rio Pardo e exigirá das urbanizações o lançamento de vazões ainda menores.

O Estudo Técnico para Avaliação Global da Bacia do córrego São Geraldo, que respalda o Termo de Ajustamento de Conduta, cita na página 5, a regularização do parcelamento Colina Verde ocorrida em 2006. Apesar de ter sido regularizado em 2006, sua urbanização e ocupação é anterior a 1998, ano da emissão da diretriz urbanística municipal para o loteamento Jardim Botânico. A diretriz municipal do Jardim Botânico determinou que a impermeabilização do solo lançasse somente a vazão pluvial anterior à urbanização (vazão nativa ou na pior das hipóteses a vazão rural), para que a cidade cresça, sem aumentar as enchentes geradas pela impermeabilização do solo. O parcelamento Colina Verde não recebeu a diretriz pertinente (vide resumo do dimensionamento de contenções adequadas a montante do Anel Viário, pág. 90).

Portanto, quando as contenções do Jardim Botânico foram executadas para receber a água pluvial gerada pela sua impermeabilização do solo, considerou-se a existência do parcelamento Colina Verde ao determinar o volume necessário de retenção para adequar a vazão do último vertedor do Botânico, que é o último vertedor do conjunto das contenções implantadas nas urbanizações da área de drenagem do córrego São Geraldo.

O parcelamento Colina Verde possui somente grandes lotes. Portanto as águas pluviais geradas pela impermeabilização de cada lote são infiltradas nos próprios lotes. A pequena contenção necessária ao antigo empreendimento Colina Verde foi absorvida pelas lagoas do Jardim Botânico.

1,874 m³/s

Vmáx. = 6.868 m³ vertedor 0,503,10 m

COLINA VERDE 2,40 m

0,35 m0,487 m³/s

Colina Verde Tempo de Retorno = 100anos Área de drenagem = 0,300000km² Vazão urbana = 7,941m³/s Vazão nativa = 1,890m³/s Vazão dos vertedores = 2.361m³/s Volume de contenção = 6.400m³ - o Botânico absorveu esse volume -

A diretriz pluvial determina que os vertedores das contenções a montante do Jardim Botânico escoem somente a vazão mínima anterior às

71

suas urbanizações e, além disso, o vertedor de crista é dimensionado com pequena profundidade, o mais próximo possível da crista da barragem e com a largura necessária para escoar a vazão nativa da área drenada. Tal posicionamento do vertedor de crista possibilita a retenção do volume máximo, antes de escoar.

O principal equívoco das contenções outorgadas é o pequeno volume retido, em parte, devido à geometria dos vertedores de crista, que começam a vazar logo no início da chuva por serem estreitos e profundos, portanto impedem o que o sistema trabalhe com um volume efetivo de retenção muito maior, além de não estarem conectados à necessidade do município em reduzir ao máximo a vazão urbana.

Há dois projetos de contenção para o Jardim Botânico. Um feito de acordo com os procedimentos que outorgam as intervenções seguras nos cursos d’água. O outro atende ao paradigma da contenção otimizada e da mínima vazão, conforme a necessidade do município, tal qual o dimensionamento do sistema de contenção composto pelo Jardim Nova Aliança, Jardim Botânico e outras impermeabilizações do solo, não autorizadas a comentar.

A contenção do Jardim Nova Aliança foi dimensionada adequadamente para receber, também, a vazão urbana do Jardim Canadá, que já existia. Porém, outros parcelamentos contíguos ao Jardim Canadá, aprovados após a execução do Jardim Nova Aliança não têm as devidas contenções e por isso aumentam de 60m³/s para no mínimo 75m³/s a vazão urbana que a contenção do Botânico recebe pelo menos uma vez a cada 100anos, mas que nunca transbordou.

O volume e as vazões do sistema de contenção existente no Jardim Botânico são dimensionados para receber todas as precipitações que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos. Qualquer que seja o tempo de duração da chuva com TR (Tempo de Retorno) de 100anos, a contenção verte a vazão mínima anterior à urbanização.

Conforme pode ser verificado por meio de uma análise técnica e confirmação “in loco”, os empreendimentos a montante do Jardim Botânico, não retêm todo excedente pluvial gerado por essas novas urbanizações, pois as suas contenções não são otimizadas, o que gera uma vazão excessiva. A falta do volume necessário de retenção resulta no AUMENTO DA VAZÃO que escoa para as contenções do Jardim Botânico, sobrecarregando-as.

Além do indesejável aumento da vazão que chega ao Jardim Botânico, os vertedores das duas primeiras contenções do referido loteamento foram inadequadamente reformados.

Tal reforma resultou em vertedores muito maiores, com profundidade desproporcional à profundidade das contenções, o que elimina a capacidade de retenção das mesmas.

72

O Plano Municipal de Macrodrenagem apresentado recentemente segue a mesma diretriz, também acatada por representantes do município. A ausência das simulações dos efeitos gerados pelas chuvas rápidas, que podem cair com um sincronismo tal, que suas vazões se encontram no centro da cidade, impede o estudo preventivo das urbanizações futuras. Tais simulações precisam considerar a urbanização máxima de toda bacia hidrográfica do ribeirão Preto. O Plano também não entrou nos detalhes pertinentes ao paradigma da contenção da vazão pluvial urbana, que reduz a vazão urbana à vazão nativa.

Após meses de análise assessorada pelos técnicos do município responsáveis pela hidrologia e suas diretrizes, o plano não contemplou nem a maior bacia hidrográfica do interior do Anel Viário, do córrego Laureano, nem a segunda maior, do córrego Retiro do Saudoso, o que comprometeu a visão holística do sistema de drenagem da urbanização atual e muito mais da urbanização futura.

A insegurança quanto ao nível de otimização que a reforma das contenções pode oferecer ao município, também é insuflada pelo modelo de dimensionamento, que não é conjugado com o futuro, com a capacidade, efetiva dos córregos e das demais contenções, vide exemplo abaixo: VERTEDOR REFORMADO: VERTEDOR OTIMIZADO: Vertedor INADEQUADO Vertedor LARGO e RASO A lagoa PERDE A lagoa GUARDA GRANDE VOLUME GRANDE VOLUME

BARRAGEM DO JARDIM BOTÂNICO E A INADEQUADA REFORMA DOS PRIMEIROS VERTEDORES

O exemplo da esquerda está descartado, pois elimina a capacidade de

contenção, o exemplo da direita não transforma as contenções em canais lagos, porém, continua com a vazão elevada, inadequada à necessidade do município. Os empreendimentos a montante do Botânico precisam ser criteriosos no dimensionamento de suas vazões, verifiquem qual a capacidade de vazão dos córregos do município e otimizem o espaço que restou para ampliação e adequação de suas contenções, que foram outorgadas, ao contrário do Botânico.

O vertedor da última contenção do loteamento Jardim Botânico praticamente define a vazão do córrego, pois abaixo da última contenção haverá um acréscimo de 18% na vazão pluvial. Entretanto, a contenção a jusante do Botânico somente pode ser implantada lote a lote na proporção de 60litros por metro quadrado parcelado, pois não há espaço.

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Apesar de ter perdido duas lagoas, reformadas para dar passagem ao excedente da vazão urbana não contida nas recentes urbanizações a montante, a última contenção do Botânico nunca transbordou e continua sendo um exemplo de drenagem evolutiva, pois reduz a vazão urbana a cada nova impermeabilização do solo, sem custo para o município, nem reconhecimento institucional, apesar dos fatos confirmarem sua eficiência.

A área de drenagem do córrego São Geraldo, que tem 3km² a montante do Jardim Botânico, é somada à área do Botânico e sua vizinhança e perfaz um total de 5km². Atualmente gera uma vazão máxima de 83m³/s, quando ocorre a precipitação máxima, na micro-bacia do referido córrego. Tal chuva pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos. O tempo de concentração destes 5km² é de 28minutos.

O córrego Retiro do Saudoso a montante do córrego São Geraldo drena uma área de 36km² (26km² rural e 10km² urbano), com tempo de concentração de 63minutos, gera uma vazão máxima de 294m³/s e um volume de 1.105.522m³, impossível de se armazenar numa única lagoa, não há espaço, pois a cidade invadiu o leito maior rural do córrego. E uma lagoa só não elimina o excesso de vazão dos canais desde sua origem até à única contenção.

A Avenida Maurílio Biagi foi implantada sobre o leito maior rural do córrego Retiro do Saudoso, que perdeu, também, o restante de seu leito maior entre as pistas da referida avenida, pois também foi aterrado.

O córrego São Geraldo drena somente 9% da área drenada pelo córrego Retiro do Saudoso, que possui a segunda maior área de drenagem do interior do Anel Viário. È importante constatar que a capacidade máxima do canal do Retiro, próximo à foz, é de 70m³/s e a área drenada tem um total de 56km².

A da chuva máxima calculada na página 13 do Estudo Técnico para Avaliação Global da Bacia do córrego São Geraldo, para o dimensionamento do volume retido tem um tempo de concentração de 45,64minutos. Há, porém, muita chuva de maior duração e de menor vazão, que gera um volume maior e contribui com a inundação, quando somada às vazões geradas por outras chuvas, que caem ao longo das margens de outros córregos. Portanto, além do dimensionamento adequado do volume de contenção, há de se precaver quanto à soma das vazões do sistema, que deve levar em conta a vazão gerada pelas diversas chuvas que podem cair nas demais áreas, que compõem todos os cursos d’água a montante e a jusante.

O software que dimensionou a contenção implantada no Jardim Botânico propicia a informação imediata das vazões individuais, de todos os trechos de todos os córregos da bacia hidrográfica, desde Cravinhos até o rio Pardo. Quando ocorre um conjunto de chuvas sincronizadas, que geram enorme vazão, a informação permite o verificar a redução da vazão pluvial global, que é o resultado do trabalho individual de cada contenção.

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Chuvas MáximasRibeirão Preto (Dyrceu Brasil Vieira)

Serrana (DAEE)

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

250

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

td = tempo de duração das chuvas [hora]

i = in

tens

idad

e da

s ch

uvas

[mm

/ h]

Rib. Preto TR [ano] 100 Chuva de verão tc = 20 i = 182 Influência: 1,5 km²

Serrana TR [ano] 100 . Interior serra tc = 20 i = 171 Influência: 1,5 km²

Comparação das chuvas de Ribeirão Preto com as de Serrana

Duração da chuva: de 0 a 24h A cidade de Serrana esta numa região mais alta que Ribeirão Preto,

portanto, seus regimes de chuvas são diferentes. As chuvas com duração de 20 minutos até 240 minutos são mais intensas em Ribeirão Preto, conforme o gráfico, que mostra as chuvas intensas de Ribeirão Preto (Dyrceu Brasil Vieira) e de Serrana (DAEE). Em Serrana, as chuvas com duração acima de 240minutos são mais intensas que as de Ribeirão Preto, pois nas regiões mais altas predominam, apesar da mudança climática, as chuvas intensas de longa duração, que no gráfico, podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos.

75

Chuvas MáximasRibeirão Preto (Dyrceu Brasil Vieira)

Serrana (DAEE)

Chuvas rápidas e intensas. de até 240 minutos,que causaram as enchentes recentes,

estão melhor representadas pela equação deRibeirão Preto, pois são as mais intensas.

0

25

50

75

100

125

150

175

200

225

2500 20 40 60 80 100

120

140

160

180

200

220

240

260

td = tempo de duração das chuvas [minuto]

i = in

tens

idad

e da

s ch

uvas

[m

m /

h]

Rib. Preto TR [ano] 100 Chuva de verão tc = 20 i = 182 Influência: 1,5 km²

Serrana TR [ano] 100 . Interior serra tc = 20 i = 171 Influência: 1,5 km²

O gráfico acima mostra que as chuvas de menor duração, de 10minutos a 240minutos, que geram as mais elevadas vazões, são mais intensas em Ribeirão Preto do que em Serrana e os dados históricos comprovam que as chuvas rápidas, cuja área de influência é menor, substituíram as chuvas de longa duração, que caiam durante as temporadas chuvosas.

As contenções do Jardim Botânico já estavam prontas, quando foi solicitado que o loteamento atendesse ao outro projeto que substituiu o original e adequado ao município, mas que, tal qual o Jardim Nova Aliança, também não foi outorgado.

No projeto original implantado, o Jardim Botânico com área de 0,9km² recebe 9m³s da área a montante de 1,8km², relativos à vazão pluvial anterior à urbanização, quando a área a montante era de uso rural. O acesso à primeira contenção do Botânico, que traz água de montante, nunca havia transbordado.

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O Jardim Botânico tem área de 0,9km², sua vazão anterior é de 5m³/s. Suas contenções deveriam sempre receber 9m³/s da área rural a montante de 1,8km², portanto a vazão final do sistema poderia ser de 14m³/s, mas a capacidade de vazão do córrego Retiro do Saudoso foi determinante na redução de 15m³/s para 9m³/s, e o Botânico nunca transbordou.

Para concluir a aprovação do loteamento Jardim Botânico e começar a reaver os investimentos, inclusive o custo das contenções implantadas antes da lei que a determina, houve a necessidade de atender à solicitação, que obrigou uma "correção" nos vertedores das lagoas, que deveriam seguir um projeto aprovado, em substituição ao original executado, mas não outorgado, tal qual o projeto de contenção do Jardim Nova Aliança, apesar de serem exemplos de dimensionamentos eficientes, conforme os anos de funcionamento perfeito comprovam.

As contenções adequadas do Jardim Botânico e do Jardim Nova Aliança não receberam outorga, porém é necessário compará-las com todas as outras que receberam para constatar quais delas atendem à diretriz pluvial e escoam somente a vazão que atende à capacidade dos córregos do município, isto é, quais delas escoam as vazões mínimas anteriores à urbanização.

O aumento do vertedor de acesso à primeira contenção do Botânico e o aumento dos vertedores das suas duas primeiras contenções, indica claramente, que o modelo de dimensionamento adotado nas urbanizações a montante e o dimensionamento que pretende substituir o original, não é adequado ao município, mas que poderá continuar a ser adotado na outorga das contenções de todas as futuras urbanizações.

As contenções das recentes urbanizações da área a montante não têm volume efetivo necessário para reduzir a vazão urbana à vazão necessária.

Assim como é imprescindível conferir as fundações de qualquer edificação em que se pretende acrescentar mais um andar, há a necessidade de avaliar a vazão máxima dos empreendimentos a montante do Botânico e adequá-la ao vertedor de acesso (9m³/s) ao Botânico. Seria imprescindível a certificação de que a segurança não estaria comprometida, principalmente porque a vazão rural de montante é praticamente a mesma que sai da última contenção e nenhum dos dois vertedores. Nem o antigo vertedor de entrada ao sistema do Botânico (9m³/s) nem o de saída (9m³/s) nunca transbordaram.

Passados tantos anos do exemplo não acatado do Jardim Nova Aliança, que recebia a vazão urbana de 56m³/s, que após novas urbanizações sem as contenções adequadas recebe 75m³/s. Ainda há tempo para que o município contenha suas enchentes, desde que adote outro paradigma e determine que a vazão máxima dos vertedores das novas contenções seja a nativa e também que o vertedor de crista seja largo e pouco profundo, para que se obtenha um maior volume efetivo de contenção, adequado à necessidade a jusante.

77

A falta da percepção de que a soma das pequenas contenções com funcionamento adequado, são imprescindíveis ao município, gera o risco de que as futuras impermeabilizações do solo continuem adotar o modelo de dimensionamento, que visa somente à segurança local, mas que podem ser outorgados, apesar de não atenderem à capacidade de escoamento dos córregos. O exemplo das contenções do Jardim Botânico e do Jardim Nova Aliança está obliterado. Por exemplo, o RARAM (Relatório de Análise do Risco Ambiental) da futura urbanização da Fazenda Olhos d’Água foi aprovado com um sistema de contenção otimizado, cujo paradigma é igual ao do Jardim Botânico e ao do Jardim Nova Aliança. Porém há outro dimensionamento que não atende à capacidade dos córregos do município, mas que atende à diretriz da outorga.

Estamos num compasso de espera para definir uma situação que, semelhante à contenção do Alpha Ville e tantas outras, trará muito prejuízo à população, aos políticos e às finanças do município, pois as enchentes ocorrerão em imóveis de centenas de cidadãos que têm apego à cidade e a tudo que lhes pertence, além do conhecimento prático, capaz de diferenciar a eficiência de vertedores otimizados, que aumentam o volume efetivo de contenção e que deveriam ser o modelo, pois não há volume a perder.

Último vertedor do Jardim Botânico que drena 0,9km² nunca transbordou. Sua vazão de 9m³/s é semelhante à vazão da área rural de 1,8km² a montante, que desaguava na sua 1ª contenção antes da urbanização. As contenções do Botânico também absorvem sua própria vazão rural de 5m³/s. Mesmo após a perda do volume efetivo de contenção das duas primeiras lagoas do Botânico, após a reforma exigida, para dar vazão à água pluvial gerada pelas urbanizações a montante, implantadas após o Jardim Botânico.

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VERTEDOR REFORMADO DA PRIMEIRA LAGOA DO JARDIM BOTÂNICO.

CONSECUÊNCIAS: REDUÇÃO DO VOLUME RETIDO AUMENTO SUPERLATIVO DA VAZÃO

Vertedores reformados das duas primeiras contenções do loteamento Jardim Botânico transformou-as em canais largos, necessário ao excesso de vazão das urbanizações a montante. A reforma requerida reduziu o volume retido e multiplicou a vazão, pois as contenções a montante têm vazões inadequadas.

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Foto após a chuva do dia 08/04/2008, que casou enchentes em vários pontos dos

córregos, mostra que o último vertedor do Jardim Botânico não transbordou.

A chuva de 08/04/2008, que transbordou os córregos da cidade, não transbordou no Jardim Nova Aliança, nem no Jardim Botânico, que alijado de duas contenções pela reforma dos vertedores, recebeu muita vazão urbana de montante, devido às suas inadequadas contenções e suas respectivas vazões.

No projeto original já executado, o Botânico, com área de 0,9km², que gera uma vazão rural de 5m³/s, recebia de montante, com área de 1,8km², uma vazão rural de 9m³/s. Após passar pelas contenções do Botânico, o seu último vertedor lança no córrego Retiro do Saudoso, somente, os mesmos 9m³/s de montante. A vazão de 5m³s, anterior à urbanização de seus 0,9km², também é retida nas suas contenções.

A reforma das contenções do Botânico encerraria o ritual de aprovação do Jardim Botânico que liberaria a comercialização dos lotes, exigiu-se, então, uma "correção" nos vertedores das suas contenções, que visava adaptá-los para receber a vazão dos novos parcelamentos a montante, que escoam vazões muito superiores à vazão nativa de 9m³/s, que é igual ao antigo vertedor de entrada, que recebia a vazão rural e nunca transbordou.

80

As contenções (55.000m³ a confirmar) do Jardim Botânico (0,9km²) que aparecem na foto, à esquerda do Anel Viário Sul, são proporcionais às do Jardim Nova Aliança que também nunca transbordaram. Porém, as contenções (bem menores que os 110.000m³ proporcionais ao Botânico) implantadas posteriormente, à montante do Botânico, não aparecem na foto, apesar de drenarem o dobro da área (1,8km²), à direita do Anel Viário.

As contenções das urbanizações do córrego São Geraldo a montante do

Botânico, não se integram ao sistema de drenagem municipal, por conseguinte, o Botânico absorve a vazão urbana da área a montante e impede que esta urbanização aumente as enchentes. Tais urbanizações foram realizadas após o início da emissão da diretriz pluvial municipal e também após a execução das adequadas contenções do Botânico.

A correção da falta de volume e as vazões excessivas das contenções a montante necessita de acuidade na determinação do volume das contenções, também na geometria dos vertedores e na sua posição na barragem. Após conferir ”in loco”, o volume das contenções a montante (1,8km²), o volume que se pode obter escavando-as e também a implantação de uma contenção sob o Anel Viário, há possibilidade de ainda ser necessário a contenção individual, lote a lote, com 60litros por metro quadrado de área impermeável, a fim de atingir o dobro da contenção do Jardim Botânico (0,9km²).

81

Google earth - As contenções com 55.000m³ drenam 0,9km² do Botânico

Google Earth - As contenções necessárias para drenar 1,8km² à montante do Anel Viário, que deveriam ter no mínimo 90.000m³, não aparecem na foto, apesar de drenarem o dobro do Botânico (0,9km²), que contém 55.000m³. A topografia fornecerá o volume efetivo, a geometria e localização dos vertedores.

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Na próxima página há uma tabela onde na primeira coluna consta a relação das impermeabilizações do solo da bacia do córrego São Geraldo, da nascente até o Jardim Botânico. Abaixo do Botânico ainda há um significativo acumulo de água de chuva na Avenida Portugal, no seu cruzamento com o referido córrego e também na Avenida Maurílio Biagi.

A segunda coluna da tabela mostra a área de influência de cada uma das

impermeabilizações a montante do Jardim Botânico, cuja soma é 1,8km² (ver “soma parcial” = 1,883659km², na coluna “MONTANTE DO JD. BOTÂNICO”).

A terceira coluna mostra a “VAZÃO MÁXIMA anterior” à

urbanização e a soma delas determina o quanto estas impermeabilizações do solo deveriam lançar à primeira contenção do Botânico (ver a linha “soma parcial” = 8,936m³/s, na coluna “VAZÃO MÁXIMA anterior”). Esta coluna mostra que a Vazão anterior à urbanização do Botânico é 4,464m³/s.

A quarta coluna mostra a “VAZÃO MÁXIMA URBANA” das

urbanizações Na linha “soma parcial” a Vazão MÁXIMA URBANA de Montante é de 65,297m³/s. Esta coluna também mostra que a Vazão MÁXIMA URBANA do Botânico é de 32,650m³/s.

A quinta coluna mostra a “VAZÃO DA CONTENÇÃO” que atende à

diretriz necessária ao município, pois é próxima da “VAZÃO MÁXIMA anterior” (ver a linha “soma parcial” da vazão da contenção a montante é de 8,898m³/s). Esta coluna também mostra que a Vazão da CONTENÇÃO do Botânico é de 6,090m³/s.

A sétima coluna “VOLUME necessário da CONTENÇÃO”, mostra

que é possível escoar a vazão nativa de montante com a contenção de 87.779m³, menor que os 110.000m³, proporcionais aos 55.000m³ do Jardim Botânico, pois o Botânico drena 0,9km² mais 0,24km² do parcelamento Colina Verde e as urbanizações a montante drenam 1,8km².

A oitava coluna mostra o volume necessário para que as contenções das diversas urbanizações funcionem adequadamente, para que escoe somente a vazão anterior à impermeabilização do solo, proporcional às suas respectivas áreas e não aumentem a vazão pluvial, pois os fatos mostram que é muito oneroso e quase impossível, aumentar a vazão dos canais para evitar as enchentes provocadas pelas urbanizações futuras.

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Córrego São Geraldo MONTANTE VAZÃO VAZÃO VAZÃO REDUÇÃO VOLUME REDUÇÃO DA VAZÃO DO JD. MÁXIMA MÁXIMA DA DA necessário URBANA BOTÂNICO anterior URBANA CONTENÇÃO VAZÃO CONTENÇÃO TR = 100 anos km² m³/s m³/s m³/s % m³

1 Quinta da Primavera 0,481005 1,880 14,003 1,880 87% 23.2482 Cond.Jardim Sul 0,279768 1,223 9,003 1,217 86% 12.9783 Cond Guaporé 3 0,255227 1,185 8,681 1,185 86% 11.7574 Saint Gerard 0,274860 1,401 10,194 1,410 86% 12.8055 Cond Guaporé 2 0,122705 0,732 5,242 0,753 86% 5.4906 Cond Guaporé 1 0,115834 0,664 4,766 0,669 86% 5.1467 Vias Direita 0,033427 0,196 1,398 0,199 86% 1.4938 Vias Esquerda 0,099674 0,437 3,210 0,428 87% 4.3729 Cond San Diego 1 2 3 0,221159 1,218 8,799 1,157 87% 10.481

soma parcial 1,883659 8,936 65,297 8,898 86% 87.770da área drenada 62% Modelo DAEE super estimado = 73.945

antigo Colina Verde 0,239595 1,405 2,358 Jd. Bot. 40% Jd. Bot.CONFERIR os VOLUMES das contenções "IN LOCO"

10 Jardim Botânico 0,901081 4,464 32,650 6,090 81% 55.000da área drenada 38% Modelo DAEE super estimado = 92.169

total 3,024335 13,400 97,947 6,090 94% 142.770da área drenada 100% Há outras áreas a jusante, antes da Av. Portugal

Para evitar enchentes na área urbana, nas cidades que se desenvolvem à

beira de córregos, há duas soluções básicas: 1º modelo - Aumento da capacidade de escoamento dos córregos.

Os canais precisam ser largos o suficiente para suportar a vazão

pluvial futura, quando a impermeabilização do solo alcança o máximo permitido pela legislação de uso e ocupação do solo.

Porém, a grande capacidade de vazão do canal, que torna a implantação adequada ao futuro, tem um custo inviável, pois o investimento inicial é desproporcional ao tamanho das áreas das urbanizações iniciais.

Todavia o aumento superlativo da capacidade do escoamento pluvial é imprescindível para que este modelo funcione.

Referido modelo, via de regra, não é adotado e a cidade nasce com grande chance de sofrer com as enchentes, que aumentam a cada nova urbanização, pois não está reservada uma área para implantar o canal necessário no futuro.

Vide os exemplos das cidades de Franca e São Paulo etc, que depois de urbanizadas não têm mais espaço para aumentar a capacidade de vazão dos cursos d’água e assim atender suas necessidades, vide fotos nas páginas 8 e 28.

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2ª modelo - Implantação de contenções que tenham um volume efetivo e adequado, que reduza a vazão pluvial gerada pela impermeabilização do solo, para que possa liberar somente a vazão pluvial anterior à urbanização, que evita o maior número de combinação de chuvas que pode ocorrer desde Cravinhos até a Via Norte, até quando a urbanização for a máxima permitida pelas legislações.

Tais contenções são seguras, pois seus volumes são dimensionados para que o vertedor de crista escoe somente a pequena vazão anterior à urbanização e nunca transborde. O software possibilita o dimensionamento de uma série de pequenos vertedores, para que as contenções tenham a capacidade de suportar chuvas de qualquer tempo de duração, de poucos minutos até 24horas, que podem ocorrer pelo menos uma vez a cada 100anos e atualmente a cada 1.000anos (TR = 1.000anos). À medida que a duração da chuva aumenta, a vazão pluvial gerada diminui, até que a vazão de determinada chuva seja menor que a vazão dos vertedores, então, a partir desta chuva (ponto de inflexão) as chuvas de duração maior escoarão facilmente pelos vertedores, vide páginas 35, 46, 13 e 45, respectivamente.

Portanto, não há necessidade de implantar grandes vertedores de crista, tal qual a intervenção que reformou o vertedor de entrada às contenções do Botânico, além de reformar os dois vertedores das duas primeiras lagoas. Tal reforma reduz demasiadamente o volume efetivo de contenção, numa solução imprópria à capacidade de escoamento do córrego Retiro do Saudoso.

A viabilidade das pequenas contenções é incontestável, pois sua implantação acompanha o crescimento da impermeabilização do solo, além do que, o loteador custeia a implantação, mas recupera seu investimento, pois aumenta a qualidade de vida dos adquirentes, que, por conseguinte, valoriza o empreendimento e a cidade e é o que todos queremos.

São João Del Rei desde seu início, quando ainda era denominado Arraial Novo do Rio das Mortes, implantou vários terraços no leito maior do córrego do Lenheiro, para reduzir a velocidade de escoamento, evitar erosão e irrigar com nutrientes carreados da mata a montante da urbanização, as terras próximas da sua foz, no Rio das Mortes. Porém o exemplo não acompanhou o crescimento da cidade e as enchentes estão surgindo e vão aumentar, vide fotos nas páginas 3, 4 e 5. O exemplo começou a ser dado no início, por volta de 1710 e faltou pouco para que São João Del Rei fosse um exemplo de drenagem a ser seguido por todos os municípios.

Para complementar o arrazoado é necessário esclarecer que se o loteamento Jardim Nova Aliança tivesse recebido a devida outorga, certamente o Jardim Botânico teria disponibilizado, desde a sua implantação, o volume necessário para garantir a vazão de 9m³/s, necessária ao município, até mesmo para se precaver das futuras e inadequadas vazões urbanas, tal qual as geradas a montante.

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O reconhecimento institucional da eficiência do primeiro sistema de redução adequada da vazão pluvial urbana, que não despendeu dinheiro público e que aumentou a qualidade de vida do entorno, seria motivo de orgulho a toda empresa focada em otimizar custos, vender qualidade e criar raízes.

O problema não é que o Jardim Botânico não implantou o projeto outorgado, pois o existente, que não foi aceito, já deu prova suficiente de que é eficiente, tal qual a contenção do loteamento Jardim Nova Aliança, considerada contemplativa pelo outorgante. O problema principal é que as contenções outorgadas a montante não têm, ao menos, a mesma eficiência que as não outorgadas do Botânico, pois as outorgadas têm grandes vazões, enfim são desproporcionais às contenções otimizadas, mas não outorgadas. A pleiteada redução da vazão pluvial urbana, comprovadamente, é imprescindível para o município.

Problema também é a reforma do vertedor de entrada do Botânico e dos dois vertedores das duas primeiras contenções, pois devido à profundidade destes últimos, as duas primeiras contenções foram transformadas em canais largos facilmente reconhecidos por quem for instado a comparar os dois modelos de contenção. Os três vertedores precisam voltar ao original e para isso as contenções a montante devem lançar ao Jardim Botânico somente a vazão anterior à urbanização, que é de 9m³/s.

Antes da implantação das urbanizações a montante, a primeira contenção do Botânico recebia somente os 9m³/s e o acesso da vazão rural de montante ao Botânico nunca havia transbordado. Porém as elevadas vazões das urbanizações à montante provocaram a necessidade do aumento do vertedor da entrada ao Botânico.

As intervenções só podem começar de cima para baixo, para eliminar as vazões superiores à vazão de 9m³/s, anterior à urbanização, o que evita que as contenções do Botânico não continuem sobrecarregadas.

Conforme foi citado acima, antes de ampliar uma edificação é necessário saber o quanto sua fundação suporta e o tempo já confirmou que a vazão pluvial máxima do Botânico, de 9m³/s, é possível, além do que, essa redução de vazão é imprescindível aos canais do município.

As sugestões para a redução da vazão dos empreendimentos a montante só poderão ser precisamente dimensionadas a partir de um levantamento topográfico que fornecerá o volume efetivo de cada contenção, a posição dos vertedores em relação à altura da barragem e o tamanho de todos eles.

Numa análise inicial, embasada no Google Earth e no aerolevantamento com curvas de nível, é possível projetar uma lagoa entre o Anel Viário e a primeira lagoa do Botânico. Se após a reforma adequada, que reduzirá a vazão a montante houver a necessidade de reduzir ainda mais sua vazão, há a

86

possibilidade da implantação de contenções lote a lote na proporção de 60litros por metro quadrado de área parcelada.

Aumentar o volume das adequadas contenções do Jardim Botânico resulta num ganho desproporcional ao custo, pois o transtorno provocado pelo aumento no volume suas contenções para suprir a deficiência de terceiros, penalizará um loteamento adequado e o cidadão que passa pela região, erroneamente interpretará como a correção de um equívoco cometido pelo Botânico.

Qualquer que seja a correção parece que não seria justo que o loteamento que provou na prática possuir um sistema de contenção otimizado e adequado à necessidade do município e que suporta até hoje os equívocos de terceiros, deva participar da divisão dos custos, mesmo assim houve a concordância do Botânico. Além do que, a ampliação do volume de contenção para reduzir a vazão deve sempre iniciar na nascente.

Após as reformas das contenções da área a montante (1,8km²) atingirem o dobro do volume das contenções do Botânico (0,9km²) e com vazões adequadas, se ainda for necessário, o Botânico seria, então, instado a participar da solução de um problema criado por terceiros e que causará danos ao município.

Segue abaixo fotos da contenção individual implantada numa clínica, na proporção de 60litros por metro quadrado de área parcelada, cujos custos serão recuperados em cinco ou seis anos, pois a água pluvial retida será reusada na limpeza, irrigação etc, além da valorização do imóvel.

Há no mercado um sistema de reuso de água de chuva, equipado com filtro e

controle do PH, semelhante aos do Japão, Alemanha etc.

87

Poços para reuso da água chuva retêm 12.000 litros Equivalente a 60litros / m² de parcelamento do solo

Quando não há espaço para contenções regionais,

substituí-las por poços de reuso pluvial, lote a lote, Poço para reuso pluvial = 60 litros / m² parcelado

Proporcional ao volume das contenções Nova Aliança

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A lâmina d’água escorre pelas pedras da parede e oxigena a água pluvial contida

em três poços impermeáveis de 12.000litros, sob o piso do corredor. Parece-nos que tão injusta quanto a reforma das contenções do Jardim

Botânico, seria exigir que o Jardim Nova Aliança aumente, agora, seu volume de contenção, a fim de compensar a falta de contenções nas urbanizações a montante, que foram implantadas após a emissão da primeira diretriz pluvial municipal pertinente, vide foto na página 18.

Assim sendo, e considerando que Jardim Botânico e o Jardim Nova Aliança ousaram para defender os interesses de todos, ao adequar-se à necessidade da preservação da qualidade de vida do cidadão-cliente, solicitamos de Vossa Excelência a analise dos fatos apresentados, considerando também que o Jardim Botânico não se eximiu em custear a implantação da reforma, que foi interrompida, após a constatação de que o inadequado aumento da vazão das duas primeiras contenções resultou, também, na eliminação da capacidade de retenção pluvial. Esse início de reforma comprovou na prática, que tal dispêndio não é a solução para o problema gerado à montante.

Outrossim. dispomo-nos a participar da elaboração de um trabalho prático, que otimize as soluções, com o objetivo de reduzir a vazão pluvial urbana gerada na área a montante, mas que deve estar embasado num meticuloso levantamento topográfico, que fornecerá todos os dados das contenções envolvidas.

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O município necessita de uma definição quanto ao modelo adequado, principalmente por que haverá muitas urbanizações a outorgar suas contenções, tal qual o parcelamento da fazenda Olhos d’Água, que possui dois dimensionamentos, um é proporcional ao Jardim Nova Aliança e ao Jardim Botânico e outro é proporcional ao já outorgado Alpha Ville, que precisa diminuir a altura do vertedor de crista e aumentar o volume de contenção, a fim de que possa reduzir sua vazão pluvial.

Tais urbanizações, Olhos d’Água e Alpha Ville, são as maiores no momento e ainda estão numa etapa de implantação passível de sofrer as adequações necessárias ao município.

Entretanto, há também as urbanizações menores espalhadas pela cidade, aprovadas após emissão da primeira diretriz pluvial, que também não possuem as contenções necessárias e que somadas geram grande uma vazão pluvial urbana, porém a falta de área no entorno das mesmas obriga à solução de contenção e reuso lote a lote, que deverá contar com estímulos e incentivos do município, pois seguiram modelo de contenção sem vínculo com a necessidade da drenagem global.

As novas urbanizações a serem outorgadas precisarão de volume de contenção efetivo e suficiente para lançar somente a vazão nativa, sem transbordar, seja qual for o tempo de duração da chuva, que pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos.

Restrito ao exposto valho-me do ensejo para renovar votos de apreço e consideração.

Paulo Roberto Albernaz Millioti Engenheiro Civil CREA 59.926/D

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Resumo do dimensionamento das contenções adequadas a montante do Jardim Botânico, que deveriam ser planejadas para implantação concomitante à execução das respectivas urbanizações.

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 87%A determinação do volume da contenção necessita de serviços topográficos "in loco"

100 anos = Tempo de Retôrno0,481005 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 21,65 25,67Vazão Q [m³/s] 14,003 1,880 1,678 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 18.187 2.895

td [minuto] 77 77Vazão Q [m³/s] 6,91 0,995 0,202 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 31.934 4.596 23.248 m³

VOLUME RETIDO 23.248 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 14,003 m³/s Chuva com td = 77 minutos, gerao volume máximo de 31.934 São retidos

Qmáxima aterior 1,880 m³/s 23.248 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,880 m³/s uma vazão máxima de 1,880 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 87% próxima da vazão máxima nativa.

CONCEITO - O canal escoa a vazão máxima. A lagoa retem o volume máximo excedente.

1 Quinta da Primavera

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

7823247,81

7723247,82

7623245

Ponto deinflexão

91

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 87%A determinação do volume da contenção necessita de serviços topográficos "in loco"

100 anos = Tempo de Retôrno0,279768 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 16,32 19,36Vazão Q [m³/s] 9,003 1,223 1,015 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 8.819 1.421

td [minuto] 73 73Vazão Q [m³/s] 4,18 0,602 0,202 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 18.310 2.635 12.978 m³

VOLUME RETIDO 12.978 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 9,003 m³/s Chuva com td = 73 minutos, gerao volume máximo de 18.310 São retidos

Qmáxima aterior 1,223 m³/s 12.978 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,217 m³/s uma vazão máxima de 1,217 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

2 Cond. Jardim Sul

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

7412976

7312978,0572

12978,02

Ponto deinflexão

92

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 86%A determinação do volume da contenção necessita de serviços topográficos "in loco"

100 anos = Tempo de Retôrno0,255227 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 14,26 16,92Vazão Q [m³/s] 8,681 1,185 0,983 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 7.429 1.203

td [minuto] 70 70Vazão Q [m³/s] 3,98 0,573 0,202 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 16.736 2.409 11.757 m³

VOLUME RETIDO 11.757 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 8,681 m³/s Chuva com td = 70 minutos, gerao volume máximo de 16.736 São retidos

Qmáxima aterior 1,185 m³/s 11.757 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,185 m³/s uma vazão máxima de 1,185 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

3 Cond Guaporé 3

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

7111756,97

7011757,44

6911756

Ponto deinflexão

93

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 86%

100 anos = Tempo de Retôrno0,274860 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 11,92 14,14Vazão Q [m³/s] 10,194 1,401 1,208 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 7.290 1.188

td [minuto] 67 67Vazão Q [m³/s] 4,60 0,661 0,202 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 18.472 2.659 12.805 m³

VOLUME RETIDO 12.805 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 10,194 m³/s Chuva com td = 67 minutos, gerao volume máximo de 18.472 São retidos

Qmáxima aterior 1,401 m³/s 12.805 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,410 m³/s uma vazão máxima de 1,410 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

4 Saint Gerard

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

6612803

6712805,04

6812804,98

Ponto deinflexão

94

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 86%

100 anos = Tempo de Retôrno0,122705 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 6,94 8,23Vazão Q [m³/s] 5,242 0,732 0,459 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 2.181 361

td [minuto] 61 61Vazão Q [m³/s] 2,25 0,324 0,294 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 8.247 1.187 5.490 m³

VOLUME RETIDO 5.490 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 5,242 m³/s Chuva com td = 61 minutos, gerao volume máximo de 8.247 São retidos

Qmáxima aterior 0,732 m³/s 5.490 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 0,753 m³/s uma vazão máxima de 0,753 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

5 Cond Guaporé 2

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

625.489,91

615.490,41

605.489,82

Ponto deinflexão

95

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 86%

100 anos = Tempo de Retôrno0,115834 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 7,48 8,88Vazão Q [m³/s] 4,766 0,664 0,375 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 2.140 354

td [minuto] 63 63Vazão Q [m³/s] 2,03 0,292 0,294 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 7.675 1.105 5.146 m³

VOLUME RETIDO 5.146 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 4,766 m³/s Chuva com td = 63 minutos, gerao volume máximo de 7.675 São retidos

Qmáxima aterior 0,664 m³/s 5.146 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 0,669 m³/s uma vazão máxima de 0,669 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

6 Cond Guaporé 1

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

645145,00

635145,8862

5145,83

Ponto deinflexão

96

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 40%

100 anos = Tempo de Retôrno0,239595 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 9,77 9,77Vazão Q [m³/s] 2,358 1,405 1,405 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 1.383 824

td [minuto] 23 23Vazão Q [m³/s] 1,82 1,084 0,000 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 2.510 1.495 2.479 m³

VOLUME RETIDO 2.479 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 2,358 m³/s Chuva com td = 23 minutos, gerao volume máximo de 2.510 São retidos

Qmáxima aterior 1,405 m³/s 2.479 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,405 m³/s uma vazão máxima de 1,405 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 40% próxima da vazão máxima nativa.

7 Vias à Direita

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

24,002.443,47

23,002.478,68

22,002.443,49

97

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 86%

100 anos = Tempo de Retôrno0,033427 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 5,07 6,01Vazão Q [m³/s] 1,398 0,196 0,199 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 425 71

td [minuto] 28 28Vazão Q [m³/s] 0,89 0,127 0,000 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 1.493 214 1.493 m³

VOLUME RETIDO 1.493 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 1,398 m³/s Chuva com td = 28 minutos, gerao volume máximo de 1.493 São retidos

Qmáxima aterior 0,196 m³/s 1.493 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 0,199 m³/s uma vazão máxima de 0,199 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 86% próxima da vazão máxima nativa.

8 Anel Viário Direita

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

645145,0063

5145,8862

5145,83

Ponto deinflexão

98

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 87%

100 anos = Tempo de Retôrno0,099674 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 13,71 16,26Vazão Q [m³/s] 3,210 0,437 0,428 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 2.640 426

td [minuto] 31 31Vazão Q [m³/s] 2,36 0,338 0,000 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 4.390 629 4.372 m³

VOLUME RETIDO 4.372 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 3,210 m³/s Chuva com td = 31 minutos, gerao volume máximo de 4.390 São retidos

Qmáxima aterior 0,437 m³/s 4.372 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 0,428 m³/s uma vazão máxima de 0,428 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 87% próxima da vazão máxima nativa.

9 Anel Viário Esquerda

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

32,003.641,6631,00

4.371,8130,00

4.315,45

Ponto de inflexão

99

EFICIÊNCIA DA Cacimba Urbana REDUÇÃO DA VAZÃO URBANA 87%

100 anos = Tempo de Retôrno0,221159 km² = Área drenada1,529400 km² = Área TOTAL a montante do Jd Botânico

2,308 m³/s = Vazão anterior TOTAL a montante do Jd BotânicoUSO do SOLO USO do SOLO

URBANO ANTERIOR Contenção Urbana

tc [minuto] 9,52 11,29Vazão Q [m³/s] 8,799 1,218 0,955 Q crista [m³/s]

Volume V [m³] 5.025 825

td [minuto] 67 67Vazão Q [m³/s] 3,76 0,542 0,202 Q fundo [m³/s]

Volume V [m³] 15.134 2.178 10.481 m³

VOLUME RETIDO 10.481 m³ = Volume máximo retido (V urbano - V vertedores)

A urbanização gera 8,799 m³/s Chuva com td = 67 minutos, gerao volume máximo de 15.134 São retidos

Qmáxima aterior 1,218 m³/s 10.481 m³, que escoam pelos vertedores com Vertedores 1,157 m³/s uma vazão máxima de 1,157 m³/s, que é

REDUÇÃO DA VAZÃO 87% próxima da vazão máxima nativa.

CONCEITO - O canal escoa a vazão máxima. A lagoa retem o volume máximo excedente.

10 Com. San Diego 1, 2 e 3

TEMPO DE CHUVA [minuto] QUANDOO VOLUME DA LAGOA É MÁXIMO [m³]

68,0010.481,02

67,0010.481,22

66,0010.479,83

100

Jornal Folha de São Paulo - 27/04/2012 - 09h24

Mudança climática acelera ciclo da chuva

REINALDO JOSÉ LOPES EDITOR DE "CIÊNCIA+SAÚDE”

O ciclo natural que faz a água dos rios e oceanos evaporar, formar nuvens e cair na forma de chuva está ficando cada vez mais apressado, revela uma pesquisa feita por cientistas na Austrália e nos Estados Unidos.

A culpa é do aumento da temperatura média do planeta nos últimos anos, causado por ações humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Uma atmosfera mais quente consegue armazenar e transportar muito mais vapor de água, o que explica o fenômeno.

Editoria de Arte/Folhapress

101

Até o fim do século, o ciclo da água pode ficar até um quarto mais rápido, calcula a equipe, coordenada por Paul Durack, do Centro Australiano de Pesquisa do Tempo e do Clima, na Tasmânia.

A mudança ocorrida de 1950 até o ano 2000 é mais modesta: pouco menos de 5% de aceleração no ciclo para cerca de 0,5 grau Celsius de aumento na temperatura média do globo. Até o fim do século, o mais provável é que o aumento de temperatura supere os 2 graus Celsius.

Para chegar a essa conclusão, a equipe tomou como base as alterações na salinidade dos mares nesses 50 anos.

O raciocínio que baseia a medição é relativamente simples: quanto mais rápido o processo de evaporação ou de precipitação (ou seja, chuva), maior deve ser a variação no teor de sal nos mares, os quais, afinal de contas, recebem cerca de 80% da chuva que cai no nosso planeta.

De fato, o que os pesquisadores verificaram é consistente com um efeito apelidado de "os ricos ficam mais ricos": regiões com mais concentração de sal ficam ainda mais salgadas, enquanto as regiões com menor teor de sal ficam ainda mais "doces".

Em terra firme, isso significa que áreas secas tendem a receber menos chuva ainda, enquanto regiões úmidas ganham tempestades cada vez mais intensas.

"Seria uma intensificação dos extremos climáticos", diz o físico Paulo Artaxo, da USP, especialista em mudanças climáticas que analisou o novo estudo a pedido da Folha.

É algo que muita gente já previa em relação ao aquecimento global. "Mas esse talvez seja o primeiro trabalho a mostrar isso claramente nos dados", diz Artaxo.

Trata-se, obviamente, de uma má notícia para qualquer região do globo que sofra com secas ou enchentes. Mas, levando em conta as mudanças da salinidade dos mares, as repercussões podem ser ainda mais profundas, afirma o físico.

"É importante lembrar que um dos fatores cruciais para o funcionamento das correntes marinhas, além da temperatura da água, é a variação de salinidade", explica ele.

São correntes marinhas que esquentam a Europa Ocidental ou carregam nutrientes essenciais para a vida marinha rumo à costa do Peru. "Mudanças significativas nelas poderiam levar a colapsos na pesca, entre outras repercussões sociais e econômicas", afirma Artaxo.

A pesquisa está na edição desta semana da revista americana "Science".

102

Ilmo Senhor Promotor do Meio Ambiente. Pelo presente encaminhamos aos cuidados de Vossa Excelência a

documentação que segue anexa, da reforma nas contenções do córrego São Geraldo.

Considerando que Jardim Botânico e o Jardim Nova Aliança ousaram para defender os interesses de todos, ao adequar-se à necessidade da preservação da qualidade de vida do cidadão-cliente, solicitamos de Vossa Excelência a analise dos fatos apresentados, considerando também que o Jardim Botânico não se eximiu em custear a implantação da reforma, que foi interrompida, após a constatação de que o inadequado aumento da vazão das duas primeiras contenções resultou, também, na eliminação da capacidade de retenção pluvial. Esse início de reforma comprovou na prática, que tal dispêndio não é a solução para o problema gerado à montante.

O município necessita de uma definição quanto ao modelo adequado, principalmente por que haverá muitas urbanizações a outorgar suas contenções, tal qual o parcelamento da fazenda Olhos d’Água, que possui dois dimensionamentos, um é proporcional ao Jardim Nova Aliança e ao Jardim Botânico e outro é proporcional ao já outorgado Alpha Ville, que precisa diminuir a altura do vertedor de crista e aumentar o volume de contenção, a fim de que possa reduzir sua vazão pluvial.

Tais urbanizações, Olhos d’Água e Alpha Ville, são as maiores no momento e ainda estão numa etapa de implantação passível de sofrer as adequações necessárias ao município.

Entretanto, há também as urbanizações menores espalhadas pela cidade, aprovadas após emissão da primeira diretriz pluvial, que também não possuem as contenções necessárias e que somadas geram grande uma vazão pluvial urbana, porém a falta de área no entorno das mesmas obriga à solução de contenção e reuso lote a lote, que deverá contar com estímulos e incentivos do município, pois seguiram modelo de contenção sem vínculo com a necessidade da drenagem global.

As novas urbanizações a serem outorgadas precisarão de volume de contenção efetivo e suficiente para lançar somente a vazão nativa, sem transbordar, seja qual for o tempo de duração da chuva, que pode ocorrer pelo menos uma vez a cada 1.000anos.

Restrito ao exposto, valho-me do ensejo para renovar votos de apreço e consideração.

Paulo Roberto Albernaz Millioti Engenheiro Civil CREA 59.926/D