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HOMOCISTEÍNA: COMO INTERPRETAR E QUAL O

IMPACTO CLÍNICO NUTRICIONAL

Profa Dra Paula Garcia ChiarelloCurso de Nutrição e Metabolismo – FMRP-USP

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HOMOCISTEÍNA

• Determinantes

• Valores de referência

• Quando determinar?

• Hcy e doença cardiovascular

–Histórico

–Modos de ação

–Avaliação do risco

–Rotina Clínica

–Tratamento

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Metionina

Homocisteína

Cistationa

Cisteína

THF

5Me-THF

SerinaCistationasintetase

Cistationase

Aceptor metil

Aceptor metiladoS-adenosilhomocisteína

5,10 MTHF

SerinaGlicina

NADPH

NADP+

5,10 MTHFredutase

MetioninasintetaseVitamina B12

S-adenosilmetionina

Ciclo daCiclo da MetioninaMetionina

Transulfuração

Ciclo do Folato

Betaína

Dimetil-glicina

Vitamina B6

Vitamina B6

Remetilação

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DETERMINANTES

• Genéticos• Fisiológicos• Estilo de

vida• Doenças• Medicament

os

• Função e concentração de folato e B12• Função Renal• Função enzimática

Homozigose mutação MTHFR 677 C T

Geralmente 25 uM mais alto

Creatininaplasmática

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FATORES NÃO MODIFICÁVEIS

• Idade: concentração dobra entre infância e fase idosa

• Sexo: após puberdade é maior em homens (2,0 uM)

• Gestação: concentração média é menor

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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FATORES MODIFICÁVEIS

• Ingestão de folato

• Fumo

• Ingestão de café

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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CAUSAS• Polimorfismos: CBS e MTHFR• Deficiências na dieta (metionina e

vitaminas)• Estilo de vida: café, fumo e álcool• Insuficiência renal• Diabetes: avançada• LES• Medicamentos: metotrexato,

sulfonamidas...

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VALORES

• Referência: entre percentis 2,5 e 97,5 para indivíduos “sadios” – dificuldade na avaliação do estado nutricional (vitaminas)

• Dieta sem fortificação: até 15-20 uM

• Bom estado nutricional e estilo de vida saudável: até 12 uM

• Suplemento + estilo de vida: redução de 10 – 30%

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RESULTADOS

• Uma única análise geralmente reflete a concentração média

• Alteração maior que 25-30% entre amostras coletadas de ocasiões diferentes: significativo

• Ausência de doença, tratamento médico ou mudança em estilo de vida: sem diferença em análises entre 1 a 3 anos

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TESTE DE METIONINA

Propósitos de Pesquisa

Regulação de Hcy e efeitos fisiológicos

Doença Cardiovascular

Heterozigotos CBS- investigação

Metabolismo de HcyValor de jejum normal- conc. variáveis

100mg de metionina/ Kg de peso: análise posterior entre 4 e 6 horas

Poucos efeitos adversos

Normal: aumento de 3x (até 5x) o valor de jejum

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QUANDO DETERMINAR?

• Homocistinúria

• Risco para deficiência de folato e B12

• Fator de risco para DCV

Doença vascular oclusiva (arterial ou venosa)

Diagnosticada

Sob risco de desenvolvimento

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HISTÓRICO• Homocistinúria:

alterações vasculares e aumento na incidência de eventos tromboembólicos

• McCully (1969): Teoria da Hcy para aterosclerose – população em geral

1. Aumento moderado: relação com doença oclusiva2. Relação é dose-dependente e independente de outros fatores3. Humanos: Hcy tem efeitos deletérios para função vascular e coagulação sanguínea

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TEORIA DA HCY x DCVTEORIA DA HCY x DCV

McCULLY (1969) McCULLY (1969) bebê com 7 1/2 semanas bebê com 7 1/2 semanas de vida com lesões arteriais sérias de vida com lesões arteriais sérias (anormalidade no metabolismo de (anormalidade no metabolismo de cobalamina cobalamina homocisteinemia) homocisteinemia)

194 autópsias (vários graus de 194 autópsias (vários graus de aterosclerose):aterosclerose):

2/3 sem colesterol elevado, diabetes e 2/3 sem colesterol elevado, diabetes e HAHA

3/4 (com ou sem diabetes e HA) com 3/4 (com ou sem diabetes e HA) com colesterol < 200 mg/dLcolesterol < 200 mg/dL

Wilcken e Wilcken (1976): primeiras evidências da relação HCY e DCV na população em geral

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DANOS AO SISTEMA DANOS AO SISTEMA CARDIOVASCULARCARDIOVASCULAR

Citotóxico à células endoteliaisCitotóxico à células endoteliaisPromove oxidação de LDLPromove oxidação de LDLAltera atividade de plaquetasAltera atividade de plaquetasAumenta atividade pró-coagulanteAumenta atividade pró-coagulanteAumenta síntese de colágenoAumenta síntese de colágenoProliferação de células do músculo lisoProliferação de células do músculo liso

Maxwell, 2000

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Fator de risco guarda relação de Fator de risco guarda relação de associação com a doença em questão, mas associação com a doença em questão, mas não necessariamente relação de causanão necessariamente relação de causa

A presença do fator de risco implica maior A presença do fator de risco implica maior possibilidade de desenvolver determinada possibilidade de desenvolver determinada doença, porém sua ausência não exclui tal doença, porém sua ausência não exclui tal possibilidade possibilidade

Gebara et al., 1997

FATOR DE RISCOFATOR DE RISCO

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RISCO

• Acúmulo de Hcy é fator de risco para doença oclusiva:

– Coração

– Cérebro

– Vasos periféricos

• Preditor da sobrevida em pacientes com doença arterial coronariana estável

• Relação de causa ainda sob investigaçãoAltman, 2003

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MODO DE AÇÃO• Alteração nos mecanismos regulatórios vasomotores

e de anticoagulação das células endoteliais

• Desordens vasculares via estresse oxidativo

Hcy

Expressão de TNF

Estado pró-inflamatóriomeio vascular

Peroxidação de ácido araquidônico

Isoprostanos F2

Ativação de plaquetas CBSAltman, 2003

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ÓXIDO NÍTRICO

Disponibilidade de NO

Oxidação - Peroxinitrito

Estresse Oxidativo

Falta de co-fatorestetrahidrobiopterina

Clin Chem Lab Med, 41:1444, 2003

Ácido Fólico

NO sintase

Produção de radicais

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HCY: FATOR CAUSAL?

MTHFR 677CT é risco para hiperhcy, mas não para DCV

Discrepância entre estudos prospectivos e retrospectivos

Faltam dados de estudos clínicos controlados

Estudos com pouco poder estatísticoMetanálise recente (11000 casos DCV e 13000 controles): TT aumentou o risco em 16%

População sadia no início – Hcy como preditor modestoEstudos recentes: há relação causal – Hcy é fator prognóstico em grupos sob risco aumentado para DCVEstudos de intervenção com vitaminas são poucos: diminui progressão de aterosclerose periférica e coronarianaPerda de poder – programa de fortificação

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AVALIAÇÃO DO RISCO

• Análise para população geral: não justificada

• População de risco: aumento de Hcy é marcador prognóstico para risco de novos eventos e mortalidade

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1

2

3

4

5

< 9,0(18,9%)

9,1-14,0(52,0%)

14,1-19,0(21,5%)

> 19,0(7,6%)

Serum total homocysteine (umol/L)

Odd

s rat

io

Odds ratio para morte em cinco anos de acordo com Odds ratio para morte em cinco anos de acordo com Hcy sérica ajustada para idade, sexo, diabetes, Hcy sérica ajustada para idade, sexo, diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, fumo, albumina hipertensão, hipercolesterolemia, fumo, albumina sérica e Hbsérica e Hb

Valor de referência para Hcy: 9,1 - 14,0 umol/LPorcentagens da população em estudo para cada categoria de Hcy sérica

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HOMOCISTEÍNA, DCV E MORTALIDADE

Clinical Chemistry 50:13–32 (2004)

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CONCENTRAÇÃO DESEJÁVEL

• Experts sugerem valores < 10 uM: de 30 a 50% da população seria hiperhcy

• Aumento substancial em risco acima de 13 – 15uM

• Aguardar estudos sobre redução do risco com vitaminas

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ROTINA CLÍNICA

Não há recomendação para avaliação em população geral

Hcy e vitaminas: deficiência de vitamina em potencial

Pacientes com DCV e aqueles sob risco: prognóstico de

eventos e mortalidade

Pacientes jovens com DCV: medir hcy para excluir homocistinúria

Com DCV e Hcy > 15uM: alto risco –

tratamento e mudança em estilo de vida

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Como medir?

• Hcy sérica ou pós teste de sobrecarga de metionina– Processamento rápido das amostras (<1h)

• Métodos enzimáticos ou imunoensaios (mais práticos que cromatografia)

• Padronização do método• Valores normais: 5 – 15uM (12uM c/

fortificação)

JACC Vol. 48, No. 5, 2006:

914–23

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TRATAMENTO

• Suplementos vitamínicos de rotina não recomendados

• Orientação para dietas ricas em folato e vitaminas do complexo B

• Para indivíduos sob risco: folato (0,5 – 5 mg) e B12 (0,5 a 1,0 mg)

• Objetivo: concentração < 10uM (indivíduos sob risco)

JACC Vol. 48, No. 5, 2006:

914–23

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PESQUISA

• Estudos epidemiológicos e clínicos onde fatores de risco para DCV estão sendo analisados: medir também Hcy

• Estudos sobre a relação Hcy X DCV: analisar folato, vitamina B12 e creatinina

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PÍLULA

• N J Wald, M R Law: combinação de drogas e vitaminas para prevenção de DV com mínimos efeitos adversos

BMJ VOLUME 326, 28, 2003

Riscos: LDL; pressão sanguínea; homocisteína; função plaquetária.

Metanálise: eficácia e efeitos adversos

Medidas: redução proporcional em doenças isquêmicas e derrames, anos de sobrevida e efeitos adversos

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POLYPILLEstatina: atorvastatin ou simvastatinHipotensores: 3, em meia doseÁcido fólico: 0,8 mgAspirina: 75 mg

Resultados:Redução de eventos isquêmicos em 88%Redução em derrames em 80%Pessoas acima de 55 anos: 1/3 ganhariam 11 anos de vida sem eventos CVSintomas apareceriam em 8 a 15% da populaçãoRecomendação:Para aqueles com DCV e todos os outros acima de 55 anosEstratégia de alta eficácia, sem efeitos colaterais

BMJ VOLUME 326, 28, 2003

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FRUTAS E VEGETAIS

• Amostragem de todas as regiões da Grécia: 700 homens e 148 mulheres (com primeiro evento coronariano); 1078 controles pareados (sem suspeita DC)

• Questionário de frequência alimentar semanal

• Regressão logística múltipla: risco relativo para DC após exclusão de fatores de confusão

Nutrition Journal 2003, 2:2

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FRUTAS E VEGETAIS

• O benefício da ingestão de frutas e vegetais aumenta com o número de porções ingeridas

• Quintil superior (> 5 frutas/dia): risco para DCV 72% menor, comparados com primeiro quintil (< 1 fruta/dia)

• Consumo de vegetais > 3 vezes por semana: risco menor em 70%, comparado aos que não consomem

• Cada porção de fruta/dia: redução de 10% no risco coronariano

Nutrition Journal 2003, 2:2

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Hcy e DCV: hoje

• Relação de causa ainda não confirmada

• Avaliação de Hcy e suplementação vitamínica: apenas para indivíduos sob risco

• Espera por estudos clínicos maiores, que confirmem o efeito benéfico da Hcy controlada por vitaminas na DCV

JACC Vol. 48, No. 5, 2006:

914–23

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Effect of Folic Acid and B Vitamins on Risk

of Cardiovascular Events and Total Mortality

Among Women at High Risk

for Cardiovascular Disease

JAMA, May 7, 2008—Vol 299, No. 17

•Evidências anteriores: sem benefícios de vitaminas do complexo

B em indivíduos com histórico de eventos cardiovasculares

(efeitos seriam maiores em mulheres?)

•Mais de 5000 mulheres com e sem histórico de eventos

•2,5 mg de ácido fólico, 50 mg de B6 e 1 mg de B12

•Acompanhamento de mais de 7 anos

•Apesar de abaixar concentrações de homocisteína, a combinação

de suplementos não foi capaz de diminuir número de eventos

cardiovasculares

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Ainda uma preocupação?

• Determinação de rotina não recomendada para a população em geral

• Hcy alta em pacientes sob baixo risco CV: melhorar ingestão de folato

SWISS MED WKLY 2006;136:745–756

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Ainda uma preocupação?

• Hcy alta em pacientes sob alto risco CV:– Garantir controle dos fatores de risco

clássicos– Frutas + vegetais + atividade física– Sem evidências para uso de

suplementos– Nova análise de homocisteína

(critério clínico)SWISS MED WKLY 2006;136:745–756

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Hordaland Homocysteine Study

• Mais de 18000 indivíduos (92-93) e mais de 7000 (97-99)

• Consultas, questionários sobre estilo de vida e coletas de sangue

• Determinantes de Hcy e associações com várias doenças

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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DeterminantesHordaland Study

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Hordaland Homocysteine Study

• Associações com pressão sanguínea e colesterol– Hcy muda fatores de risco

tradicionais?– Hcy pode afetar função endotelial

• Fumo e atividade física– Influência de estilo de vida

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Hordaland Homocysteine Study

• Café– Ácido clorogênico e cafeína– Outros por estilo de vida

• Folato, betaína e função renal não foram avaliados em detalhe nesta população

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Hordaland Homocysteine Study

Associações com algumas situações clínicas

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Hordaland Homocysteine Study

• Conclusões– Associação clara com várias

doenças e condições clínicas– Concentração normal? Riscos

acima de 12-15uM– Permanece a dúvida sobre a

participação causal: sem justificativa para uso de vitaminas

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Hordaland Homocysteine Study

• Conclusões– É marcador prognóstico para

várias doenças crônicas– Melhor conduta: adotar estilos de

vida adequados

J. Nutr. 136: 1731S–1740S, 2006

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Eficácia dos tratamentos para redução de homocisteína

em risco cardiovascular: controvérsia continua

Benefícios maiores em trabalhos:

Períodos de seguimento mais longos (4 anos ou mais)

Com maiores reduções em concentrações de Hcy

Ausência de história prévia de derrame

Em regiões sem fortificação de alimentos com ácido fólico

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Epidemiologia Reversa

Netherlands J Med, 2005, 63:376-381

• DCV: principal causa de morte em hemodiálise

• Tradicionalmente:– Fatores de risco tradicionais– Fatores urêmicos– Fatores ligados à hemodiálise

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Epidemiologia Reversa - IMC

Netherlands J Med, 2005, 63:376-381

• Geral: IMC associado positivamente à mortalidade

• Em HD: IMC – correlação positiva com pré-albumina e colesterol– Pré-albumina: melhor preditor de sobrevida– IMC e colesterol: relação com bom estado

nutricional!

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Epidemiologia ReversaColesterol

Netherlands J Med, 2005, 63:376-381

• Hipocolesterolemia: preditor de mortalidade em HD

• Baixos colesterol e albumina: marcadores de estado nutricional ruim

• Correlação negativa com proteína C-reativa

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Epidemiologia ReversaHomocisteína

Netherlands J Med, 2005, 63:376-381

• Hcy baixa em HD: maior número de internações e mortalidade

• Correlação positiva com pré-albumina e creatinina– Hcy é predominantemente ligada à albumina– Outro significado em HD