paula zimbres

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O modernômetro E-mail: [email protected] E m um programa de televisão, desses em que os debatedo- res opinam sobre qualquer assunto com uma segurança cons- trangedora, alguém falou que o uso do PS em e-mail era de uma total idiotice. Que o famoso Post Scriptum, “escrito depois”, em latim, havia per- dido a razão de ser agora que basta colocar o cursor no corpo do texto e botar lá o que faltou. No tempo das cartas, o PS era bem isso, a forma de botar lá o que faltou. O jeito de com- pletar uma ideia, de corrigir uma in- formação, de acrescentar uma lem- brança, de juntar um carinho, tudo sem necessidade de Errorex. O coitado do PS virou, então, tema de polêmica, com uma guria a defen- dê-lo e uns três ou quatro a exigir-lhe a cabeça. No final, um dos convida- dos sentenciou: ninguém poderá se considerar moderno se usar PS. O chapéu serviu para mim. Não quero me considerar moderna e adoro um PS. Escrevo e-mails com PS a torto e a direito (eis aí uma expressão antiga). Muitas vezes, o conteúdo do PS não cai bem no cor- po do e-mail. Se a conversa é séria, como encaixar uma graça? Se é le- ve, como ficar grave apenas trocan- do de parágrafo? Se tem a ver com amor, como misturar com o tom co- mercial de certos arranjos tão chatos quanto necessários nas relações? Por conta disso, estou decidida, com uma segurança constrangedo- ra, a manter o PS nos meus e-mails. O papo do programa me lembrou o que um dia ouvi de um quase-jovem publicitário com quem trabalhei: que eu não era moderna para criar a propaganda de um chinelo. Puxa, de um chinelo? Diante desses critérios, dá vontade de dizer, para o cara do PS e para o semijovem criativo, que moderno é o Carlos Drummond de Andrade, o poeta mineiro nascido em 1902 que, neste ano, é o homenagea- do da Festa Literária Internacional de Paraty, a moderna Flip. Mas deixa assim. Seria muita informação, e eu que não quero estourar o modernô- metro deles. PS: A Secretaria de Estado da Cultura acaba de lançar seis editais do Fundo de Apoio à Cultura, com R$ 10 milhões para financiar pro- jetos em diversas áreas do desen- volvimento cultural, como se vê em www.cultura.rs.gov.br. PS2: O 20º Prêmio Unirádio da FM Cultura acaba de reconhecer estudantes da Unisinos, da PUCRS e da Feevale. Legal ver que o rádio está sendo pensado, nas faculdades de Comunicação, de um jeito real- mente moderno: com conteúdo. Claudia Tajes SegundoCaderno 6 PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 31/5/2012 | ZERO HORA A seção Remix é publicada às quintas-feiras no Segundo Caderno TITÃS NO JAZZ Na quarta, os Titãs trazem à Capital o show do antoló- gico Cabeça Dinossauro .Mas,antes de o quarteto demolir o Pepsi On Stage,tem a brasiliense Paula Zimbres.Baixis- ta de primeira linha, ela vem para abrir o espetáculo dos paulistas e encerrar a fase porto-alegrense do projeto Eu Faço Cultura, acompanhada da banda Água Forte. Ouve emmyspace.com/paulazimbres .Podre de lindo. | rm i x | r e m i x | E-mail: [email protected] POR GUSTAVO BRIGATTI Confira diariamente o Blog do Remix em www.zerohora.com/remix A LEGIÃO VENCE MUITO Wagner Moura desafinou.Wagner Moura cantou com o coração. A banda errou quase todas as músicas. Dado e Bonfá são heróis do rock brasileiro. Renato Russo se revirou no tú- mulo.Renato Russo teve seu legado preservado. Não importa a sua avaliação, a Legião Urbana venceu novamente na terça-feira ao conseguir o que queria: criar um factoide para reforçar sua presença no imaginário popular. E conse- guiu polarizando as opiniões nas redes sociais como só a Xuxa, uma semana antes, havia con- seguido. Agora é avaliar o impacto do especial da MTV onde interessa, ou seja, no bolso dos herdeiros.Alguma dúvida de que vai render? MARCOS ALVES, AGENCIA O GLOBO Wagner Moura no especial da MTV SUELENE COUTO, DIVULGAÇÃO

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Água Forte/ Coluna Remix

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Page 1: Paula Zimbres

O modernômetroE-mail: [email protected]

Em um programa de televisão,desses em que os debatedo-res opinam sobre qualquer

assunto com uma segurança cons-trangedora, alguém falou que o usodo PS em e-mail era de uma totalidiotice. Que o famoso Post Scriptum,“escrito depois”, em latim, havia per-dido a razão de ser agora que bastacolocar o cursor no corpo do texto ebotar lá o que faltou. No tempo dascartas, o PS era bem isso, a forma debotar lá o que faltou. O jeito de com-pletar uma ideia, de corrigir uma in-formação, de acrescentar uma lem-brança, de juntar um carinho, tudosem necessidade de Errorex.

O coitado do PS virou, então, temade polêmica, com uma guria a defen-dê-lo e uns três ou quatro a exigir-lhea cabeça. No final, um dos convida-dos sentenciou: ninguém poderá seconsiderar moderno se usar PS.

O chapéu serviu para mim. Nãoquero me considerar moderna eadoro um PS. Escrevo e-mails comPS a torto e a direito (eis aí umaexpressão antiga). Muitas vezes, oconteúdo do PS não cai bem no cor-po do e-mail. Se a conversa é séria,como encaixar uma graça? Se é le-ve, como ficar grave apenas trocan-do de parágrafo? Se tem a ver comamor, como misturar com o tom co-mercial de certos arranjos tão chatos

quanto necessários nas relações?Por conta disso, estou decidida,

com uma segurança constrangedo-ra, a manter o PS nos meus e-mails.O papo do programa me lembrou oque um dia ouvi de um quase-jovempublicitário com quem trabalhei: queeu não era moderna para criar apropaganda de um chinelo. Puxa, deum chinelo? Diante desses critérios,dá vontade de dizer, para o cara doPS e para o semijovem criativo, quemoderno é o Carlos Drummond deAndrade,o poeta mineiro nascido em1902 que, neste ano, é o homenagea-do da Festa Literária Internacionalde Paraty, a moderna Flip. Mas deixaassim. Seria muita informação, e euque não quero estourar o modernô-metro deles.

PS: A Secretaria de Estado daCultura acaba de lançar seis editaisdo Fundo de Apoio à Cultura, comR$ 10 milhões para financiar pro-jetos em diversas áreas do desen-volvimento cultural, como se vê emwww.cultura.rs.gov.br.

PS2: O 20º Prêmio Unirádio daFM Cultura acaba de reconhecerestudantes da Unisinos, da PUCRSe da Feevale. Legal ver que o rádioestá sendo pensado, nas faculdadesde Comunicação, de um jeito real-mente moderno: com conteúdo.

Claudia Tajes

SegundoCaderno6 PORTO ALEGRE, QUINTA-FEIRA, 31/5/2012 | ZERO HORA

A seção Remix é publicada às quintas-feiras no Segundo Caderno

TITÃS NO JAZZNa quarta,os Titãs trazem à Capital o show do antoló-

gico Cabeça Dinossauro.Mas,antes de o quarteto demoliro Pepsi On Stage,tem a brasiliense Paula Zimbres.Baixis-ta de primeira linha,ela vem para abrir o espetáculo dospaulistas e encerrar a fase porto-alegrense do projeto EuFaço Cultura, acompanhada da banda Água Forte. Ouveemmyspace.com/paulazimbres.Podre de lindo.

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|remix|E-mail: [email protected]

POR GUSTAVO BRIGATTI

Confira diariamenteo Blog do Remix emwww.zerohora.com/remix

A LEGIÃO VENCE MUITOWagner Moura desafinou. Wagner Moura

cantou com o coração. A banda errou quasetodas as músicas. Dado e Bonfá são heróis dorock brasileiro. Renato Russo se revirou no tú-mulo.Renato Russo teve seu legado preservado.Não importa a sua avaliação, a Legião Urbanavenceu novamente na terça-feira ao conseguiro que queria: criar um factoide para reforçarsua presença no imaginário popular. E conse-guiu polarizando as opiniões nas redes sociaiscomo só a Xuxa, uma semana antes, havia con-seguido.Agora é avaliar o impacto do especialda MTV onde interessa, ou seja, no bolso dosherdeiros.Alguma dúvida de que vai render?

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