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Produtores agrícolas de São Gotardo colocam a cidade em destaque no cenário nacional 9 772238 217000 ISSN 2238-2178 passo a passo Dezembro 2013 | Janeiro 2014 | Ano XX | Nº 149 Terra fértil Cervejas artesanais de Juiz de Fora caem no gosto do público Missões internacionais contribuem para a abertura de mercados

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Page 1: Passo a Passo 149...gas no curso técnico e na faculdade e, desde 2001, desenvolvem sua ideia. Hoje, contabi-lizam 80 funcionários e cerca de 50 produtos vendidos para mais de 700

Produtores agrícolas de São Gotardo colocam a cidade em destaque no cenário nacional

9 7 7 2 2 3 8 2 1 7 0 0 0

ISSN 2238-2178

passoapassoDezembro 2013 | Janeiro 2014 | Ano XX | Nº 149

Terra fértil

Cervejas artesanais de Juiz de Fora caem no gosto do público

Missões internacionais contribuem para a abertura de mercados

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Passo a Passo é uma publicação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas). Registro no Cartório Jero Oliva nº 931.

Conselho Deliberativo do Sebrae Minas:BB, BDMG, CDL-BH, CEF, Cetec Ciemg, Faemg, Fapemig, Fecomércio-MG, Federaminas, Fiemg, Indi, Ocemg, Sebrae e Sede.

Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas:Lázaro Luiz GonzagaSuperintendente: Afonso Maria RochaDiretor Técnico: Luiz Márcio Haddad Pereira SantosDiretor de Operações: Fábio VerasConselho editorial: Albertino Corrêa, Aline de Freitas, Andrea Avelar, Luciana Patrícia Rezende, Rodrigo Patrocínio Mazzei, Daniela Toccafondo, Danielle Fantini, Edelweiss Petrucelli, Gustavo Moratori, Je^erson Ney Amaral, José Márcio Martins, Karinne Mendes, Carlos Vieira Pinto, Denise Sapper, Március Marques Mendes, Paulo César Barroso Veríssimo, Regina Vieira, Alex Pena e Daniele Brito.Gerente de Comunicação: Teresa GoulartJornalista responsável: Andrea Avelar – MTb 06017/MGProdução editorial: Rede Comunicação de ResultadoEdição: Jeane Mesquita e Licia LinharesReportagem: Bárbara Fonseca, Brígida Alvim, Hellem Malta, João Luís Chagas, Juliana Soares, Laura Conrado, Pablo Pacheco e Raíssa Maciel Revisão: Liza AyubDesigner e diagramação: Clayton PedrosaFotograEa: Agência i7, Douglas Magno, Gláucia Rodrigues, Humberto Mauro, Mauro Marques e Pilar OlivaresFoto capa: Bernardo Salce/Agência i7Ilustrações: Cláudio Duarte e Quinho RavelliProjeto gráEco: Brava Design Impressão: EGL Editores GrágcosPeriodicidade: bimestralTiragem: 15 mil exemplares

PASSO A PASSO

Pág. 6 CERVEJAS ARTESANAIS Produtores de Juiz de Fora aliam tradição e modernidade para ganhar mercado

Pág. 12 NEGÓCIOSSexta edição da Feira do Empreendedor estima um público superior a 35 mil pessoas

Pág. 18 ATENDIMENTONegócio a Negócio completatrês anos com a marca de mais de 75 mil empreendedores atendidos em 2013

Pág. 22 STARTUPSJovens empreendedores apostam em modelo de negócio que tem como base a inovação e a criatividade

Pág. 28 EXPORTAÇÕESEmpresários buscam conhecimento e novos mercados em viagens para o exterior

Pág. 34 DESENVOLVIMENTOSebrae Minas investe em novos modelos de qualiIcação para 2014

Redação: [email protected]. Barão Homem de Melo, 329Nova Granada – Belo HorizonteMinas Gerais – CEP: 30.431-28508005700800

www.sebraemg.com.brPrêmio Aberje 2012Vencedor nacionalCategoria mídia impressa

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A fórmula do sucessoJovens empreendedores apostam em startups para desenvolver soluções tecnológicas. Apoio de consultorias e investidores é essencial

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“Já estamos de senvolvendo a ideia há oito meses. A equipe conta com 15 pessoas, todas muito empenha das. Acredito no sucesso do projeto”Victor Jannuzi, criador e proprietário do Up! GPS Online

A palavra em inglês não encontrou uma tradução ideal no português, então é utilizada assim mesmo: startups. Tem

quem pense que é uma empresa qualquer no início de carreira ou a versão pequena de uma grande companhia. Não. Startups são negócios de base inovadora em que a gestão é focada no crescimento rápido, atingindo um mercado amplo, mesmo com um alto ris-co de insucesso. Em Minas Gerais, o cenário é promissor: o Estado é o segundo do país em número de startups, segundo o site startup-base.net, atrás apenas de São Paulo.

Geralmente, os fundadores são jovens criati-vos, com boas ideias, disposição e recursos insu-ficientes para abrir um negócio. O desafio não é pequeno, mas é inspirador. Com muito trabalho e ajuda de investidores ou de programas de in-centivo, é possível alcançar o sucesso.

Uma conversa sobre negócios e inovação com Victor Jannuzi revela um jovem empolga-do com o futuro promissor, confiante nas estra-tégias que seguiu para desenvolver seu produto e extremamente consciente dos riscos e do tra-balho que vem pela frente. O projeto de con-clusão de curso na Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG), em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, acabou se transformando em um aplicativo para dispositivos móveis que mostra ao usuário o melhor trajeto e as opções de trans-porte (carro, ônibus, bicicleta ou mesmo a ca-minhada) de um ponto a outro de qualquer ci-dade do mundo, em tempo real, de acordo com o movimento do trânsito no momento.

O lançamento oficial do Up! GPS Onli-ne, para dispositivos com sistema Android, aconteceu em dezembro. Logo virá a versão full, aprimorada e traduzida para o inglês e o espanhol, que será paga. “Já estamos de-senvolvendo a ideia há oito meses. A equipe conta com 15 pessoas, todas muito empenha-das. Acredito no sucesso do projeto”, afirma. Com toda essa convicção, nem parece que Victor Jannuzi tem apenas 17 anos.

Para colocar a ideia em prática, foi neces-sário investimento. Três importantes parceiros contribuíram com um capital incalculável: conhecimento. Com a base obtida na ETFG,

o jovem empresário acrescentou o auxílio da Edutec, empresa focada em tecnologia para educação, que contribuiu na criação do plano de negócios da startup; a experiência de Samir Iázbeck, da Qrânio, startup cujo aplicativo já tem 150 mil usuários, em 71 países; e a força de trabalho da Swap Informática, empresa do Rio de Janeiro que aceitou investir o equivalen-te a R$ 900 mil em horas de trabalho de uma equipe especializada - que, em troca, se tornou sócia de Victor Jannuzi no empreendimento - para desenvolver o produto.

LIGAÇÃO QUASE GRATUITA I Assim como a UP! GPS Online, boa parte das startups é foca-da em tecnologias inovadoras. “Normalmente, elas exigem um investimento menor para co-meçar sua operação. Costumam ser empresas promissoras porque usam a internet para dis-tribuir seu produto, reduzindo custos e elimi-nando riscos, como processos logísticos ou in-fraestrutura física para o seu funcionamento”, analisa Yuri Gitahy, especialista em startups que apoia projetos estratégicos do Sebrae Mi-nas para atendimento ao empreendedor digital e auxilia na gestão da carteira de startups.

“Esse tipo de negócio tem um jeito criativo e diferente de resolver problemas. Com isso, pode despertar novos mercados, como aconte-ceu com compras coletivas, ou baratear muito o acesso a mercados existentes, no caso dos apli-cativos de táxi”, exemplifica o consultor.

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Uma startup surge quando o empreen-dedor se vê diante de um problema e bus-ca oferecer a solução ao mercado. Foi o que aconteceu com Lucas Silva, que encontrava constantes empecilhos para fazer contato com o escritório de sua empresa nos Esta-dos Unidos ou com o do Brasil quando es-tava fora do país. O valor da conta ficava alto, e a necessidade de internet rápida para utilizar aplicativos que realizam chamadas gratuitas ou a preços menores era um entra-ve, já que a tecnologia 3G apresenta falhas e variações de velocidade.

Engenheiro de manutenção em uma usi-na de níquel em Goiás, Gustavo Maierá aban-donou o emprego em janeiro de 2012 para se unir ao amigo Lucas Silva no projeto. Assim surgiu a Dial4me, startup originária de Uber-lândia, no Triângulo Mineiro, que desenvol-veu um aplicativo para smartphones e tablets que promete gerar até 70% de economia em ligações internacionais para 206 países. E o mais inovador: sem utilizar internet duran-te a ligação, necessitando apenas de conexão de baixa velocidade, e por poucos segundos, antes da chamada. “O objetivo é reduzir os custos com roaming. Uma ligação por meio do Dial4me dos Estados Unidos para o Bra-sil, por exemplo, custa US$ 0,05 o minuto”, explica Gustavo Maierá.

O ideal é que, ao chegar ao exterior, o usu-ário compre um chip pré-pago local que tenha acesso a internet. O download do Dial4me é gratuito, e o usuário deve inserir créditos, por meio de cartão de crédito, para realizar as chamadas, a exemplo de aplicativos como o Skype. Em seguida, é só inserir o novo núme-ro no campo “de” e o número para o qual de-seja ligar no campo “para”. “É nesse momento que o app utiliza a internet, inclusive de baixa velocidade, ao contrário da maioria dos con-correntes. Depois disso, a ligação se completa sem o uso da conexão e com excelente quali-dade de áudio”, detalha o empresário. O usu-ário também pode optar por não comprar o chip no exterior e utilizar conexões wi-fi de hotéis, restaurantes e outros estabelecimen-tos, mas, com isso, perde em mobilidade.

“O objetivo é reduzir os custos com roaming. Uma ligação por meio do Dial4me dos Estados Uni dos para o Brasil, por exemplo, custa US$ 0,05 o minuto”Gustavo Maierá, sócio-proprietário da Dial4me

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Mercado virtual consolidado

Empresários de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, são um bom exemplo de quem já passou por todas as fases da star-tup e atingiu o sucesso. Criadores da Exsto – fabricante de kits educacionais para ensino profissionalizante –, César Sodré Moreira de Alckmin e Domingos Adriano foram cole-gas no curso técnico e na faculdade e, desde 2001, desenvolvem sua ideia. Hoje, contabi-lizam 80 funcionários e cerca de 50 produtos vendidos para mais de 700 clientes no Bra-sil, em Angola, no Chile, na Colômbia e em outros países, o que gerou o faturamento de mais de R$ 10 milhões em 2013.

A ideia surgiu tímida, a partir de um pro-blema encontrado por eles para criar um tra-balho escolar para a feira do ensino técnico. Não havia, em sala de aula, equipamentos que simulassem o cotidiano de uma grande indústria. Com o desenvolvimento de um pequeno kit de aparelhos próprios, a dupla venceu a disputa estudantil e levou a ideia adiante. “Percebemos que as instituições não tinham os materiais porque eles eram impor-tados e muito caros, e não dá para paralisar a linha de produção de uma indústria para en-sinar alunos”, lembra César Alckmin. Equi-

Com o uso de verbas do Sebraetec, César Alckmin dobrou a capacidade da startup e cresceu 2.500%

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A startup recebeu apoio do Sebraetec, programa do Sebrae Minas que permite acesso subsidiado a serviços em inovação e tecnologia. “Foram investidos R$ 80 mil entre 2012 e 2013, fundamentais para o de-senvolvimento do projeto”, conta Gustavo Maierá. Além disso, os sócios utilizaram a forma mais simples de empréstimo: a fa-miliar. Com R$ 60 mil alocados pelo pai e outros R$ 60 mil por um investidor, eles de-senvolveram o aplicativo, que, após vários testes, foi lançado, em novembro de 2013, em versões para Android e iOS. O reconhe-cimento veio rápido. Dias depois, o Dial-

4me foi citado pela revista Exame como um dos 10 apps essenciais para os negócios. A expectativa é que o mercado aprove o app em até dez meses. “Agora, estamos inves-tindo em divulgação, para nos tornarmos conhecidos e alcançarmos mais clientes”, vislumbra o empresário.

A Dial4me também faz parte do Projeto de Mobilidade Empresarial do Sebrae Minas, que tem o objetivo de estimular a competiti-vidade por meio de capacitações, incentivo à inovação e atração de novos negócios. O pro-jeto tem posicionado Uberlândia como cida-de-polo na geração de soluções inovadoras.

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pamentos como uma esteira transportadora de peças em miniatura, que simula o que o estu-dante vai encontrar na indústria, eram raros nas escolas brasileiras.

No início, a maior dificuldade da startup foi a falta de investimento. “Só tínhamos conhecimento, dois sócios e computadores. Prestávamos serviço para terceiros e, com o dinheiro recebido, investíamos no apri-moramento dos nossos produtos”, lembra o empreendedor. Em 2007, ocorreu a grande guinada, que mudou o rumo do negócio. Os sócios decidiram investir toda a sua capaci-dade na própria empresa. O uso de verbas de

projetos de fomento, como o Sebraetec, tor-nou a iniciativa possível. “A partir de então, a capacidade da startup vem dobrando a cada ano. Entre 2008 e 2012, crescemos mais de 2.500%”, revela César Alckmin.

Além do faturamento, veio o reconheci-mento. A empresa foi considerada uma das pe-quenas e médias empresas que mais cresceram no país em 2012, segundo a revista Exame, e conquistou o primeiro lugar nos prêmios IEL de Melhores Práticas de Estágio, em 2009 e 2010, e MPE Brasil de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas no Estado de Minas Gerais – Categoria Indústria, no ano de 2009.

Em ritmo aceleradoAlguns projetos incentivam a criação de startups. Em Minas Gerais, o Startups and Entrepre-

neurship Ecosystem Development (Seed, que, na tradução simples, signigca Desenvolvimento do Ecossistema de Empreendedorismo e Startups) já virou referência e pretende chegar a empreen-dedores de todo o mundo. O objetivo é transformar o Estado no maior polo de empreendedoris-mo tecnológico da América Latina. A iniciativa é dividida em duas etapas. Os 40 melhores de cada fase recebem, durante seis meses, capital-semente (R$ 68 mil para projetos com dois participantes e R$ 80 mil para projetos com três participantes) livre de participação para custear o desenvolvimento de uma versão a ser lançada ou de, pelo menos, uma prova de conceito do seu produto ou serviço.

Mais informações em: www.seed.mg.gov.br.

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Fundadores de startups são, em sua maioria, jovens criativos e inovadores

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