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Artigo Assaltos a bancos crescem 19,24% em dois anos no Brasil No sábado, dia 23/3, mais de cem pessoas participaram do I Encontro Estadual de Mulheres Bancárias, realizado pelo Sindicato através do Coletivo de Mulheres Bancárias (pág. 5) A Páscoa é celebrada tanto pelas comunidades judaicas, como pelas Igrejas cristãs históricas. A origem dessa festa é muito antiga. Marcava o renascer da natureza na primavera. A ela se incorporou a memória da libertação dos escravos hebreus e sua saída do Egito. Os cristãos deram à festa um conteúdo novo ao celebrarem a morte e ressurreição de Jesus, mas essa páscoa de Cristo é protótipo de todo ser humano e início de uma sociedade nova e de um mundo restaurado. Então, não substitui e sim inclui e radicaliza ainda mais os conteúdos que a festa tinha na sua história anterior. Hoje, celebrar a páscoa da natureza é um desafio não só para judeus e cristãos. É dever de toda a humanidade deter a extinção de dezenas de espécies vivas que a cada dia se acabam. Só se a natureza renascer da destruição provocada pela sociedade vigente, a Páscoa será cósmica, como a Bíblia propõe. Quanto à sua dimensão social e política, a celebração pascal rememora a ação libertadora de Deus na ressurreição de Jesus e na vocação de todo ser humano para constituir uma sociedade nova, justa e feliz. Na Bíblia, profetas como Ezequiel usaram o termo ressurreição para anunciar a restauração social e política do povo como projeto divino (Ez 36- 37). Um discípulo de Isaías anunciou o projeto divino de criar um novo céu e nova terra, na qual toda a humanidade terá liberdade, saúde, paz e alegria (Is 65, 17 ss). Baseado nessas profecias, os evangelhos e Paulo falam da páscoa de Jesus como início de uma nova criação e fonte de vida nova para o ser humano e toda a sociedade. No cristianismo primitivo, os discípulos de Jesus se uniram em comunidades de entreajuda e solidariedade. Por isso, tomaram das cidades gregas o nome das assembleias de seus cidadãos (Igrejas) com a novidade de que nas assembleias cristãs, todos eram iguais e procuravam ter tudo em comum (At 2, 32 ss). Celebravam a ceia de Jesus como partilha do alimento e proposta de comunhão como forma de viver. Por isso, o império romano perseguiu judeus e cristãos. O império, tolerante para com as mais diversas religiões, não permitia associações de solidariedade entre os pobres. E as sinagogas e Igrejas eram isso. Hoje, para retomarmos o espírito original da Páscoa e o conteúdo verdadeiramente espiritual da caminhada eclesial temos de refazer a dimensão socialista da fé bíblica. As características principais do verdadeiro Socialismo (não de um partido) são 1º – a socialização da propriedade nas mãos das classes populares, 2º – o poder nas mãos do povo, o que significa a radicalização da democracia com instrumentos participativos, 3º – o acesso de todos às necessidades básicas da vida, como alimento, saúde, moradia e educação. A ressurreição de Jesus é o começo da transformação do mundo. Ser verdadeiramente revolucionário é em primeiro lugar um problema de fé e exige de nós uma espiritualidade pascal. Quem crê na ressurreição de Jesus trabalha pela ressurreição social e espiritual de todo o mundo. Marcelo Barros – Monge beneditino e escritor Páscoa e socialismo Bancárias discutem o lugar da mulher no mundo do trabalho De acordo com pesquisa da Fenaban, os assaltos a bancos no País cresceram 19,24% nos últimos dois anos. Foram 440 ocorrências somente em 2012. Os números foram revelados para o movimento sindical na segunda-feira, 25/3, durante a retomada em 2013 da mesa temática de Segurança Bancária com a Fenaban (pág. 3) • Bradesco Empresas vence a VII Copa dos Campeões, quebrando a hegemonia de cinco anos do Bradesco. O terceiro lugar ficou com BNB (pág. 2) • Insegurança: levantamento do Sindicato aponta 29 ataques a bancos e a cidadãos somente no primeiro trimestre de 2013 (pág. 3) • Força da mobilização: reunião sobre plano de funções do BB está agendada para o próximo dia 9/4, em Brasília (pág. 4) • Projeto Botequim dos Bancários procura talentos bancários e realizará programação cultural mensalmente (pág. 6) Foto: Secretaria de Imprensa Foto: Arquivo

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Page 1: Páscoa e mulher no mundo do trabalho - bancariosce.org.br · humanidade deter a extinção de dezenas de espécies vivas que a cada dia se acabam. Só se a natureza renascer da

Artigo

Assaltos a bancos crescem 19,24% em dois

anos no Brasil

No sábado, dia 23/3, mais de cem pessoas participaram do I Encontro Estadual de Mulheres Bancárias, realizado pelo Sindicato através do Coletivo de Mulheres Bancárias (pág. 5)

A Páscoa é celebrada tanto pelas comunidades judaicas, como pelas Igrejas cristãs históricas. A origem dessa festa é muito antiga. Marcava o renascer da natureza na primavera. A ela se incorporou a memória da libertação dos escravos hebreus e sua saída do Egito. Os cristãos deram à festa um conteúdo novo ao celebrarem a morte e ressurreição de Jesus, mas essa páscoa de Cristo é protótipo de todo ser humano e início de uma sociedade nova e de um mundo restaurado. Então, não substitui e sim inclui e radicaliza ainda mais os conteúdos que a festa tinha na sua história anterior.

Hoje, celebrar a páscoa da natureza é um desafi o não só para judeus e cristãos. É dever de toda a humanidade deter a extinção de dezenas de espécies vivas que a cada dia se acabam. Só se a natureza renascer da destruição provocada pela sociedade vigente, a Páscoa será cósmica, como a Bíblia propõe. Quanto à sua dimensão social e política, a celebração pascal rememora a ação libertadora de Deus na ressurreição de Jesus e na vocação de todo ser humano para constituir uma sociedade nova, justa e feliz. Na Bíblia, profetas como Ezequiel usaram o termo ressurreição para anunciar a restauração social e política do povo como projeto divino (Ez 36- 37). Um discípulo de Isaías anunciou o projeto divino de criar um novo céu e nova terra, na qual toda a humanidade terá liberdade, saúde, paz e alegria (Is 65, 17 ss). Baseado nessas profecias, os evangelhos e Paulo falam da páscoa de Jesus como início de uma nova criação e fonte de vida nova para o ser humano e toda a sociedade.

No cristianismo primitivo, os discípulos de Jesus se uniram em comunidades de entreajuda e solidariedade. Por isso, tomaram das cidades gregas o nome das assembleias de seus cidadãos (Igrejas) com a novidade de que nas assembleias cristãs, todos eram iguais e procuravam ter tudo em comum (At 2, 32 ss). Celebravam a ceia de Jesus como partilha do alimento e proposta de comunhão como forma de viver. Por isso, o império romano perseguiu judeus e cristãos. O império, tolerante para com as mais diversas religiões, não permitia associações de solidariedade entre os pobres. E as sinagogas e Igrejas eram isso. Hoje, para retomarmos o espírito original da Páscoa e o conteúdo verdadeiramente espiritual da caminhada eclesial temos de refazer a dimensão socialista da fé bíblica.

As características principais do verdadeiro Socialismo (não de um partido) são 1º – a socialização da propriedade nas mãos das classes populares, 2º – o poder nas mãos do povo, o que signifi ca a radicalização da democracia com instrumentos participativos, 3º – o acesso de todos às necessidades básicas da vida, como alimento, saúde, moradia e educação. A ressurreição de Jesus é o começo da transformação do mundo. Ser verdadeiramente revolucionário é em primeiro lugar um problema de fé e exige de nós uma espiritualidade pascal. Quem crê na ressurreição de Jesus trabalha pela ressurreição social e espiritual de todo o mundo.

Marcelo Barros – Monge beneditino e escritor

Páscoa e socialismo

Bancárias discutem o lugar da mulher no mundo do trabalho

De acordo com pesquisa da Fenaban, os assaltos a bancos no País cresceram

19,24% nos últimos dois anos. Foram 440 ocorrências somente em 2012. Os números foram revelados para o movimento sindical na segunda-feira, 25/3, durante a retomada em 2013 da mesa temática de Segurança

Bancária com a Fenaban (pág. 3)

• Bradesco Empresas vence a VII Copa dos Campeões, quebrando a hegemonia de cinco anos do Bradesco. O terceiro lugar fi cou com BNB (pág. 2)

• Insegurança: levantamento do Sindicato aponta 29 ataques a bancos e a cidadãos somente no primeiro trimestre de 2013 (pág. 3)

• Força da mobilização: reunião sobre plano de funções do BB está agendada para o próximo dia 9/4, em Brasília (pág. 4)

• Projeto Botequim dos Bancários procura talentos bancários e realizará programação cultural mensalmente (pág. 6)

Foto: Secretaria de Imprensa

Foto: Arquivo

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Home Page: www.bancariosce.org.br – Endereço Eletrônico: [email protected] – Telefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996 – Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Carlos Eduardo Bezerra – Diretor de Imprensa: Marcos Aurélio Saraiva Holanda – Jornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JPEstagiária: Cinara Sá – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DG – Impressão: Expressão Gráfi ca – Tiragem: 11.500 exemplares

DICA CULTURAL

Em uma partida bastante dis-putada, ocorrida no sábado 23/3, no Clube da Caixa, as equipes do Bradesco e Bradesco Empresas protagonizaram a grande final da VII Copa dos Campeões dos Bancários. Com o placar zerado até a prorrogação, a decisão foi levada para os pênaltis, quando o Bradesco Empresas venceu por 8 x 7, tornando-se o grande campeão.

O terceiro lugar foi para os atletas do BNB, que venceu a AABB por 1 x 0. Com três gols, Roney (equipe Bradesco) ficou com a artilharia da competição. Já o melhor goleiro foi Nilo, do Bradesco Empresas.

“O campeonato superou as expectativas. O ponto forte da competição foi a questão dis-ciplinar, pois não foi registrada nenhuma anormalidade durante a disputa dos jogos”, afirma o diretor do Sindicato, Ribamar Pacheco.

Hegemonia quebrada – Seria o sexto título consecutivo do Bradesco, mas a equipe do Bradesco Empresas quebrou a hegemonia do pentacampeão. A primeira edição da Copa foi ven-cida pelo Finasa, em 2007. Desde então, o título era conquistado pela equipe do Bradesco.

Próximos campeonatos – Os jogos do XXXI Campeo-nato de Futsal terão início no próximo dia 6/4. Já o II Master de Futsoçaite vai começar no dia 11/4. As inscrições para as duas competições terminaram na terça-feira, 26/3. Em breve, o Sindicato divulgará detalhes sobre as disputas.

Bradesco Empresas é o grande vencedor da VII

Copa dos Campeões

Fotos: Drawlio Joca

Durando o mês de abril, companhias de teatro, dança e animação de todo o Brasil se apresentam em Fortaleza. São 18 grupos nacionais e nove locais que compõem a progra-mação da 16ª edição do Palco Giratório, projeto idealizado pelo Departamento Nacional do Sesc.

Em sua 16ª edi-ção, o Palco Giratório já levou es-petáculos a mais de três milhões de pessoas de todo o Brasil. O objetivo é democratizar o acesso às artes cênicas e fomentar a formação de plateia, promovendo um grande intercâmbio cultural. O projeto também proporciona um espaço de refl exão entre público e artistas, com o “Pensamento Giratório” – espaços de debates, após as apresentações. Através de “ofi cinas” e “intercâm-bios”, ainda promove encontros de grupos locais com integrantes do circuito nacional, para troca de ideias e experiências.

Em Fortaleza, as apresenta-ções acontecem no Teatro Sesc Emiliano Queiroz, no Teatro Sesc Senac Iracema, na Escola Educar Sesc, no Mercado São Sebastião e no CUCA Che Guevara.

Sobre o Palco Giratório – Cria-do pelo Sesc, o Palco Giratório é um projeto cultural, que percorre o País desde 1998, e visa aproximar a arte das pessoas, fazendo um mix com apresentações locais e nacionais. O circuito, que teve início no mês de março, em São Paulo, encerra em novembro durante a Mostra Sesc Cariri de Culturas, no Ceará.

O projeto, já consolidado no cenário cultural brasileiro, completa 16 anos de itinerâncias. Neste ano, o Palco Giratório leva 732 apresen-

Fortaleza recebe circuito nacional de arte e cultura

tações artísticas e mais de 1.200 horas de ofi cinas, em 133 diferentes cidades – muitas delas de forma simultânea, percorrendo todos os estados brasileiros e contribuindo para uma política de descentra-lização e difusão das produções cênicas no País.

O Palco em números – Ao longo de seus 16 anos de existên-cia, o Palco Giratório se consoli-dou no cenário cultural, levando uma grande variedade de gêneros e linguagens artísticas para um público diversifi cado de mais de 3 milhões de pessoas. Ao todo, já foram 6.175 apresentações como teatro de rua, circo, dança entre outras atividades artísticas – sejam em instalações do Sesc, praças e outros espaços urbanos. Mais do que entretenimento, essa iniciativa tem como objetivo não só a troca de experiências e vivências entre os artistas, mas também a difusão de montagens regionais pelo país afora, além de criar oportunidades de inserção de artistas, produtores e técnicos no mercado de trabalho.

SERVIÇO:Projeto Palco Giratório em

FortalezaPeríodo: 1° a 30 de abril

Informações: (85) 3452.9090

IPEA

O Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea) avalia que a economia brasileira está em momento de “recuperação cí-clica”. De acordo com a Carta de Conjuntura divulgada no dia 26/3, o ciclo atual é “bem distinto” do observado em outros anos e isso pode atrapalhar a previsibilidade político-econômica.

“Isso tem implicação em política [macroeconômica] importante porque torna essa tarefa mais complicada do que seria em ciclo típico”, disse o coordenador do Grupo de Estudos em Conjuntura, Fernando Ribeiro. Como exemplo, citou o impacto na taxa básica de juros, a Selic, que está em 7,25% ao ano.

“Em um ciclo típico, neste mo-mento, o País estaria reduzindo o juro, como aconteceu em outros momentos. Na recuperação, você

Economia brasileira vive momento de recuperação cíclica

joga o juro para baixo para impulsio-nar a economia. Hoje, a gente tem a taxa de juro baixa e, por conta da pressão infl acionária, o Banco Cen-tral reconheceu que não há espaço para novas quedas, talvez, tenha necessidade em um aumento [da taxa]”, explicou.

O economista destaca que, apesar das pequenas taxas de cresci-mento do Produto Interno Bruto (PIB), nos últimos meses, não há aumento do desemprego, da infl ação e queda da atividade nos setores da econo-mia. “Há alguma desaceleração do consumo, mas mais discreta que em outros ciclos”, diz a carta.

“Difícil prever o que vai acontecer daqui para frente. Quando o ciclo é típico existe uma história, mais ou menos, padrão, que explica o que acontece na queda e na recuperação. Não é esse o caso”, reforçou Ribeiro.

Com três gols, Roney (Bradesco) foi o artilheiro da competição

O título de melhor goleiro fi cou com Nilo, do Bradesco Empresa

O pentacampeão Bradesco recebeu troféu de vice

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. 3Insegurança LEVANTAMENTO

OUTRO MUNDO É POSSÍVEL

Os assaltos a bancos cresce-ram 19,24% nos últimos dois anos e atingiram 440 ocorrências em 2012 no País, se-gundo pesquisa da Fenaban. Em 2010, o total ha-via sido de 369, subindo em 2011 para 422. Esses assaltos, consu-mados ou não, incluem seques-tros e envolvem agências e postos de atendimento bancário. Não estão inseridos ataques a caixas eletrônicos.

Os números foram revelados para a Contraf-CUT, federações e sindicatos na segunda-feira (25/3), durante a retomada em 2013 da mesa temática de Segu-rança Bancária com a Fenaban, em São Paulo. A divulgação das estatísticas semestrais de assaltos a bancos está prevista na cláu-sula 31ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), tendo sido uma das conquistas da campanha nacional de 2010.

“O crescimento dos assaltos não surpreende os bancários”, reagiu Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária. “A violência aumentou, mas os bancos não ampliaram os equipamentos de segurança nos estabelecimentos. O Itaú ainda retirou portas giratórias na reforma de agências em 2010 e o Bradesco sem o banco postal abriu centenas de agências e postos no mesmo período, com falta de portas giratórias e até com número insuficiente de vigilantes”, avaliou.

“Além disso, a lei federal nº 7.102/83 que está completando 30 anos se encontra defasada e, mesmo assim, ainda vive sendo descumprida, como comprovam as multas aplicadas contra vários bancos pela Polícia Federal”, destacou o dirigente sindical. “Há ainda abertura de agências e postos em locais inseguros e até sem plano de segurança aprovado pela Polícia Federal”, denunciou.

O diretor da Contraf-CUT observou que “o crescimento de assaltos interrompe uma onda decrescente que vinha desde 2000”, quando a Fenaban apurou 1.903 ocorrências. “Naquele ano, por força da luta dos bancários e vigilantes e da aprovação de leis municipais em todo País, os bancos começaram a instalar portas giratórias, que foram deci-sivas para a redução dos ataques

Assaltos a bancos crescem 19,24% em dois anos,

aponta pesquisa da Fenaban

a agências e postos na década passada”, frisou.

Para a Fenaban, o aumento dos assaltos está vinculado à migração de quadrilhas que atua-vam em outras ações criminosas. Os dirigentes sindicais cobraram maior prevenção dos bancos. “Não podemos jogar toda res-ponsabilidade para a segurança pública. Os bancos têm que fazer a sua parte, que é investir mais na segurança dos estabelecimen-tos, instalando portas giratórias antes do autoatendimento, câ-meras internas e externas com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas e biombos em frente aos caixas, dentre outros equipamentos”, ressaltou Ademir.

A Contraf-CUT solicitou no-vamente acesso às estatísticas de arrombamentos da Fenaban, bem como números de “saidinha de banco”. Os bancos se recusa-ram, alegando que isso não está previsto na Convenção Coletiva e que esses ataques não envolvem “relação de trabalho”. Os dirigen-tes sindicais discordaram. “Essa violência traz insegurança para os trabalhadores e a sociedade. Como é possível chegar ao local de trabalho arrombado e ficar tranquilo?”, questionou Ademir.

Os sindicalistas ainda solicita-ram informações sobre o projeto piloto de segurança bancária, a ser testado em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. Os bancários apresentaram em de-zembro do ano passado propos-tas para a melhoria da proposta dos bancos. A Fenaban respon-deu que por enquanto não existe prazo para a sua implantação.

A próxima mesa temática será realizada em junho. A Contraf-CUT pautou dois assuntos para novas discussões com os bancos: “saidinha de banco” e sequestro de bancários. Os dois temas fo-ram debatidos no ano passado, mas não houve avanços.

Pesquisa realizada pela Contraf-CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV), com apoio do Dieese, apontou que no ano passado foram mortas 57 pessoas em assaltos envolvendo bancos, uma média de cinco por mês, e um aumento de 147,8% com relação a 2010, quando 23 pes-soas foram assassinadas em todo o País. “Esperamos aprofundar os debates, visando construir soluções para os problemas de insegurança, com a visão de pro-teger a vida de trabalhadores e clientes”, concluiu Ademir.

Confi ra os números apresentados pela Fenaban:2000 1.903

2001 1.302

2002 1.009

2003 885

2004 743

2005 585

2006 674

2007 529

2008 509

2009 430

2010 369

2011 422

2012 440

O Sindicato dos Bancários do Ceará contabilizou no primeiro trimes-tre de 2013 um total de 29 ataques a bancos e cidadãos – um número a mais do que o registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando se contabilizou 28 ataques. Somente em março foram 11 ataques, com sete saidinhas bancárias durante o mês – quatro apenas em uma tarde. Em janeiro e fevereiro foram nove ataques em cada mês. Vale ressaltar que no primeiro trimestre de 2011 foram registrados apenas cinco ataques.

Os ataques de março come-çaram já no primeiro dia do mês, quando dois homens armados foram presos após uma saidinha bancária no Meireles, em Fortaleza. A vítima havia sacado R$ 2 mil em uma agên-cia do Itaú. Os criminosos seguiram a vítima de moto e a abordaram em local próximo ao banco. Em seguida, os assaltantes fugiram e tentaram se esconder em um condomínio próxi-mo ao local do assalto. No entanto, foram alcançados pela Polícia. Com eles, foi encontrada a quantia em dinheiro roubada e apreendida uma arma de fogo.

Já no dia 5/3 foram dois ataques: um furto de malote e uma saidinha. Em Fortaleza, após sair de uma agência do Bradesco, um homem foi abordado por dois assaltantes em uma moto. Mesmo não reagindo e entregando o dinheiro, a vítima levou uma coronhada. Já no Crato, um malote foi furtado da agência do Banco do Brasil.

No dia 8/3, uma tentativa de as-salto a um carro forte no Mercado São Sebastião, em Fortaleza terminou de forma trágica, com duas mortes. Um vigilante foi baleado e morreu no local. Um assaltante também foi morto, quando tentava fugir da

Polícia. Além deles, um transeunte fi cou ferido. Dois suspeitos de ter participação na tentativa de assalto ao carro forte foram detidos pela Polícia e os malotes recuperados.

Nova saidinha bancária acon-teceu no dia 11/3, quando a polícia prendeu dois homens que abordaram uma vítima que acabava de sair do Bradesco, no Centro de Fortaleza.

Já no dia 20/3 foram registradas quatro saidinhas bancárias em menos de duas horas também na Capital. A primeira aconteceu no bairro Dionísio Torres. O caso tratou-se apenas de uma tentativa, porque a vítima reagiu e foi baleada na mão. O segurança de um shopping próximo ao local do crime atirou contra um dos assal-tantes que, mesmo baleado, ainda conseguiu fugir. No início da tarde, os assaltantes levaram R$ 7 mil de uma mulher que saía de um banco na Silva Paulet, próximo à Av. Santos Dumont, no bairro Aldeota. Logo depois, na avenida Dom Luís, no Meireles, os assaltantes levaram R$ 16 mil de um cliente que saía do banco Itaú. Por volta das 15 horas, em um banco na Pontes Vieira, no bairro Joaquim Távora, os assaltantes levaram R$ 250,00 do dono de uma padaria que fi ca localizada em frente ao banco em que ele fez o saque.

Já no dia 21/3, um homem foi preso acusado de furtar R$ 40 mil de uma agência do Banco do Brasil, em Boa Viagem (221 km de Fortaleza). Segundo informações do Comando de Policiamento do Interior (CPI), o acusado saiu ferido na fuga em consequência da quebra das vidraças da agência.

O último ataque do mês acon-teceu no dia 27/3 quando bandidos tentaram arrombar a agência do Banco do Brasil em Parambu, nos Inhamuns, recentemente inaugurada.

Primeiro trimestre do ano registra 29 ataques a bancos ou a cidadãos no CE

Uma multidão com sua riqueza de cores, raças e religiões tomou as ruas do centro de Túnis, ca-pital da Tunísia, na marcha que abriu ofi cialmente o Fórum Social Mundial (FSM). Com entusiasmo, determinação e ousadia, num canto coletivo, os manifestantes empu-nharam as suas bandeiras, faixas e cartazes contra o imperialismo, a globalização e a especulação fi nanceira, afi rmando que jamais aceitarão calados serem saquea-dos por capitalistas gananciosos enquanto o povo padece de fome, desemprego e proteção social. Todos juntos exigindo um mundo livre de preconceito, discriminação, opressão e injustiças sociais, onde reine a solidariedade e a paz.

“Com o colorido das bandeiras de organizações dos cinco continen-tes, a Marcha caracterizou as diver-sas lutas do planeta que nos unem pelo princípio central do Fórum de que ‘um outro mundo é possível’. Destaque para a demonstração e o vigor na expressão e nos gritos do povo tunisiano. A Tunísia depois do Fórum não pode ser a mesma. Tem que ser um outro País, muito melhor para o seu povo”, afi rmou Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT.

Acompanhada sob olhares atentos e esperançosos de uma população que até pouco tempo lhe via negado o livre direito de se ex-pressar, a marcha teve como ponto

Marcha abre o Fórum Social Mundial que reuniu organizações dos cinco

continentesde partida a praça 14 de Janeiro, que leva este nome pois expressa a data em que o ex-presidente tirano Ben Ali saiu do País para refugiar-se na Arábia Saudita após a revolução desencadeada pelo povo. Mas na Tunísia a transição democrática ain-da caminha. A população enfrenta hoje um processo de difi culdade econômica. A crise fi nanceira nos países centrais do capitalismo tem refl exo direto no País, paraíso turístico europeu à beira Mar do Me-diterrâneo. A taxa de desemprego, por exemplo, está nos 17%. Entre os jovens, passa de 30%.

“Pensar num mundo socialista é lutar pelos direitos de toda à popu-lação, construindo uma sociedade sem preconceito e discriminação. E ver a Marcha do Fórum Social Mun-dial com uma presença massiva de jovens e mulheres é algo bastante representativo”, destacou Rosana Sousa, diretora executiva da CUT. O exemplo da Tunísia expressa bem o fato de que o aprofundamento da crise exige uma ação mais enérgica e efetiva dos movimentos sociais, sindicais e sociedade civil.

Assim como nas outras edições, o FSM teve em sua programação uma série de atividades propostas por entidades da sociedade civil e movimentos sociais de todas as re-giões do mundo e seu encerramento aconteceu no último domingo, dia 30/3, com uma marcha de apoio ao povo palestino.

Foto: Jailton Garcia

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DIREITOS

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FORMAÇÃO

A campanha nacional de mobilização dos funcionários do Banco do Brasil contra o plano de funções comissionadas e as arbitrariedades da direção do BB forçou a instituição a marcar uma negociação com a Contraf-CUT, federações e sindicatos para o próximo dia 9/4, em Brasília. O agendamento ocorreu no dia 26/3, durante a segunda reunião da Mesa Temática de Ascensão Profissional e Comissionamento, na capital federal.

“Essa abertura de diálogo sobre o plano de funções, que acontece quase uma semana depois do dia nacional de luta realizado no último dia 20/3 com protestos e paralisações em todo País, é o primeiro fruto da pressão do movimento sindical contra a redução de salários e a diminuição das funções gratificadas”, afirma William Mendes, secretário de Formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

O movimento foi impulsio-nado pelo Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que definiu no dia

Mobilização força Banco do Brasil a marcar negociação

sobre plano de funções

22 de fevereiro um calendário de luta para denunciar os problemas que vêm sendo causados pelo BB aos seus funcionários. “A campa-nha tem mostrado como a atual gestão de pessoas do banco está colocando a empresa em risco por aumentar drasticamente o passivo trabalhista pelo ataque aos direitos dos bancários”, des-taca William.

Apesar do agendamento da negociação, as entidades sindicais devem manter até lá o processo de mobilização. Uma edição especial da Revista O Espelho já está sendo distri-

buída pelos sindicatos nos locais de trabalho, desmascarando as artimanhas do plano de funções baixado unilateralmente pelo BB e chamando todos os funcioná-rios para a luta.

“Precisamos reforçar a uni-dade nacional e intensificar a mobilização em todos os cantos do país, pressionando ainda mais o banco para que haja mudanças no plano de funções. Se o BB não voltar atrás, vamos construir uma greve nacional, a fim de que os direitos dos funcionários sejam respeitados”, ressalta o diretor da Contraf-CUT.

Realizado em janeiro passado, o concurso do Banco do Brasil teve seu resultado divulgado no último dia 18/3. Entre os aprovados estão nove alunos do curso preparatório promovido pelo Sindicato dos Ban-cários do Ceará (SEEB/CE), através da Secretaria de Formação, em parceria com o Master Concursos. Três dos aprovados, inclusive, tiveram colocações de destaque.

Iara Vasconcelos, funcionária do Senac, foi aprovada em 7º lugar na região de Itapipoca. Ela conta que o curso foi fundamental para o resultado bem-sucedido: “o curso foi essencial, principalmente para mim, que não tinha nenhuma base em relação ao assunto. Eu aprendi com o curso. Já tinha tentado ou-tros concursos, mas nunca tinha feito cursinho nem me dedicado aos estudos. Agradeço muito ao Sindicato porque graças a ele tive essa oportunidade”.

O funcionário do Bradesco, João Victor Sampaio, fi cou em 10º lugar também na região de Itapi-poca. Ele já tinha tentado outros concursos, inclusive do próprio BB e do BNB, para onde também foi aprovado. “O curso foi muito pro-veitoso, os professores eram muito preparados. O material didático e a estrutura também eram muito bons. A parceria com o Master foi impor-tante porque os professores têm experiência e sabem o que estão falando”, diz João Victor.

Para a mesma região, Leandro Jucá foi aprovado em 17º lugar e já vinha tentando vários concursos. “Adorei a iniciativa do Sindicato porque o curso foi essencial para o sucesso da minha aprovação.

Alunos do curso preparatório promovido pelo Sindicato são aprovados no concurso do BB

Espero que o Sindicato continue fa-zendo esses cursos. Inclusive, eu fi z outro curso oferecido pelo Sindicato e passei também no concurso de 2010 do BNB, que vence em 2014”, conta.

Segundo a diretora do Sindicato e titular da Secretaria de Formação, Iêda Marques, desde o início das aulas o curso teve uma avaliação muito positiva dos alunos. “Agrade-cemos a participação de todos os alunos e parabenizamos os apro-vados. O curso foi uma iniciativa que atraiu o interesse do bancário e dos dependentes. O Sindicato tem uma preocupação constante com a formação da categoria e esse curso, além de oferecer uma formação téc-nica, acaba oferecendo também uma

formação política, porque os alunos descobrem e conhecem o papel da entidade”, afi rma a dirigente, acrescentando que a Secretaria pretende ofertar mais cursos em 2013, como o curso de CPA-10 que já está acontecendo desde o dia 5/3.

Curso – Bancários sindicali-zados e seus dependentes tiveram acesso a descontos especiais (30% para sindicalizados e 20% para dependentes) no valor do curso, que já foi oferecido pelo Sindicato com desconto superior a 60%. O curso teve duração de três meses e cerca de 50 alunos participaram das aulas – encerradas na véspera da prova, dia 11/1.

O Senado aprovou no dia 26/3, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estende aos empregados domésticos todos os direitos dos demais traba-lhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Foram 66 votos favoráveis e nenhum contrário.

A PEC das Domésticas, como fi cou conhecida a proposta, garante a essa classe trabalhadora o direito, entre outras coisas, a ter recolhido o Fundo de Garantia do Tempo de Ser-viço (FGTS) e a receber indenização em caso de demissão sem justa cau-sa. A indenização, no entanto, deverá ser regulamentada posteriormente por projeto de lei complementar.

Os empregados que trabalham em domicílios, caso de faxineiras, jardineiros, cozinheiras e babás, por exemplo, também passam a ter a jornada máxima de trabalho estabelecida em oito horas diárias e 44 horas semanais. Em caso de o serviço se prolongar para além des-se período, eles também passam a ter direito ao recebimento de horas extras de 50% a mais que o valor da hora normal e adicional noturno de 20%, no caso de o trabalho ocorrer após as 22h.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) aponta que existem atualmente cerca de 6,6 mi-

Senado aprova PEC das Domésticas em segundo turno e amplia direitos

lhões de trabalhadores domésticos no Brasil, sendo 92,6% deles mulheres. Apesar de mostrar o receio de que as empregadas domésticas caiam ainda mais na informalidade com o aumento dos custos da contrata-ção para os patrões, os senadores oposicionistas também apoiaram a aprovação da PEC.

A Secretaria Especial de Políticas para a Mulher (SPM) também acom-panhou de perto a votação. A ministra Eleonora Menicucci compareceu ao Senado, mas deixou as declarações a cargo da secretária de Autonomia Econômica das Mulheres, Tatau Godinho. Para ela, a ampliação de direito não pode ser vista como um “problema” e a PEC não vai signifi car um aumento importante dos custos para quem já paga os direitos traba-lhistas das domésticas.

“O que aumenta efetivamente é a obrigatoriedade do FGTS. Aqueles empregadores que cumprem a legis-lação, esses já pagam 13º salário, fé-rias, INSS, já cumprem com a jornada de 44 horas semanais. São direitos que já existiam. Então para esses, o aumento é muito pouco”, disse.

O presidente do Congresso Na-cional e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a promulgação da PEC será feita em uma sessão solene na terça-feira, dia 2/4.

A existência de benefício previ-denciário não desobriga a empresa de pagar pensão vitalícia a emprega-do que teve doença profi ssional ou sofreu acidente de trabalho em que foi constatada sua responsabilidade. Em julgamento de recurso apresenta-do pela Companhia Hering, o Tribunal Superior do Trabalho reformou deci-são do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, de Santa Catarina, e determinou que a empresa deverá pagar pensão vitalícia a empregada aposentada por invalidez em decor-rência de doença osteomuscular relacionada ao trabalho. Segundo a sentença, foi constatado o descum-primento de normas trabalhistas pela empresa.

Na reclamação, a trabalhadora relata que foi admitida em 1994, como revisora de peças. Sua função era verifi car a qualidade dos produtos e dobrar calças e camisas sem de-feito, o que a obrigava a uma série de exercícios repetitivos ao longo da jornada. Segundo os autos, ela fazia a revisão de mais de 400 peças por dia para atingir a produtividade exigida. Em 1999, após diversas ci-rurgias, foi aposentada por invalidez e, de acordo com a perícia médica do Instituto Nacional do Seguro So-cial, a enfermidade foi causada pela atividade exercida.

O juiz da Vara do Trabalho de Blumenau condenou a empresa ao pagamento de pensão vitalícia equivalente a 30% do piso dos empregados da indústria têxtil até que a ex-empregada complete 76 anos. De acordo com a sentença, a doença laboral que provocou a incapacidade – epicondilite lateral – era relacionada à atividade, que exigia ações repetidas ao longo de toda jornada diária sem intervalos regulares para exercícios físicos diferentes ou descanso.

A empresa recorreu, alegando que a trabalhadora já recebia bene-fício previdenciário (a aposentadoria por invalidez) e, por este motivo,

Aposentado por invalidez também pode receber pensão de empresa

não faria jus à pensão. O TRT-SC reformou a sentença por entender que a redução da capacidade do trabalhador para o exercício de ativi-dades laborais é fato a ser analisado estritamente pela Previdência Social. É opção da Previdência Social indicar o segurado a programas de readap-tação para o trabalho ou conceder aposentadoria por invalidez, nos casos em que é constatada incapa-cidade completa.

Em recurso ao TST, a traba-lhadora sustentou que a aposen-tadoria por invalidez concedida pelo INSS não exime a empresa do pagamento da pensão vitalícia. O ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, relator do caso na 8ª Turma, des-tacou não haver incompatibilidade entre o recebimento de aposenta-doria (benefício previdenciário) e o direito à indenização por danos materiais (pensão).

O ministro lembrou, que a nor-ma constitucional não menciona qualquer excludente do direito à indenização em virtude do recebi-mento de benefício previdenciário, não cabendo à Justiça, como intér-prete da lei, criar tal restrição. Marco Eurico Vitral Amaro assinalou que o recebimento de benefício previ-denciário pelo trabalhador decorre de sua condição de contribuinte, independentemente de culpa ou dolo pelo empregador.

“Assim, não há falar em exclusão da pensão devida pelo empregador dos valores auferidos pelo trabalha-dor a título de benefício previden-ciário. O dever de reparação existe independentemente dos rendimen-tos pagos pela Previdência Social, enquanto fruto de dolo ou culpa do empregador”, concluiu. O ministro argumentou que a indenização, refe-rente aos danos estéticos causadas pelas cicatrizes de cirurgia na mão da trabalhadora, tem caráter pedagógico e não de enriquecimento e, por isso, manteve o valor de R$ 3 mil fi xado pelo TRT-SC.

Foto: Secretaria de Imprensa

Foto: Guina - Contraf-CUT

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HISTÓRIA DEPARTAMENTO JURÍDICO

Reivindicação histórica dos empregados da Caixa Econô-mica Federal, o login único para acesso aos sistemas corporativos já é uma realidade na empresa. Fruto da mobilização dos traba-lhadores na Campanha Nacional dos Bancários de 2012, a nova ferramenta de trabalho consta no acordo aditivo 2012/2013. Em abril, será implantado o login nos edifícios Matriz I e II, na Filial e nas superintendências regionais.

Caixa: implantação do login único é conquista dos empregados

A implementação do login único para os empregados da Caixa é uma conquista que vai melhorar as condições de trabalho e ajudar a evitar fraudes no ponto eletrônico, uma vez que o trabalhador só pode logar em apenas uma máquina por vez. Isso diminui as chances de algum empregado trabalhar no lugar de outro colega. Além disso, o bancário também vai ter resguardadas no sistema as horas extras que fizer.

O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou no sábado, 23/3, o I Encontro Estadual de Mulheres Bancárias, com a presença de mais de cem participantes. Durante o evento, realizado através do Coletivo de Mulheres Bancárias do SEEB/CE, os presentes foram brindados com a mescla de arte e palestras falando da luta pela igualdade de oportunidade entre gêneros, sob o tema “Evolução, Desafi os e Perspectivas da Mulher no Mundo do Trabalho”. O encontro, cujo cerimonial foi conduzido pela diretora Iêda Marques, contou ainda com a presença do senador da República, José Pimentel (PT/CE).

O evento iniciou com a apre-sentação do Coral do Sindicato, que saudou os participantes com músicas em homenagem às mulheres: como Abre-Alas (da compositora Chiquinha Gonzaga), Vitoriosa, de Ivan Lins e Maria, Maria, de Milton Nascimento. Em seguida, o violinista clássico Ícaro Francelino brindou a todos com pe-ças da música clássica e da música popular brasileira deixando a plateia emocionada.

Em seguida, a secretária de Mulheres da Contraf-CUT, Deise Recoaro, falou sobre os avanços e desafi os da categoria bancária nas questões de gênero. Ela destacou a importância da formação e enga-jamento de sindicalistas mulheres para fortalecer a luta feminina. “Mas, mais importante ainda, é que essas novas sindicalistas abracem a causa de gênero e que as entidades passem a dar a devida importância à luta pela igualdade entre homens e mulheres”, citou.

Ela ressaltou também a impor-tância da criação de Coletivos e Secretaria de Mulheres nos sindica-tos, pois estes fortalecem a luta e a ampliação dos debates sobre gênero. “É claro que nós, como sindicalistas, devemos dominar todos os assuntos pertinentes à categoria bancária, mas sem deixar de refl etir as bandeiras da luta da mulher, que devem ser

Coletivo de Mulheres: Sindicato realiza I Encontro Estadual de Mulheres Bancárias

colocadas como prioridades das entidades. Mais ações pela igualdade representa vitória da classe trabalha-dora”, concluiu.

Já a professora da UFC e doutora em Educação, Ângela Linhares, reali-zou um momento vivencial abordando os dilemas do universo feminino hoje. Ela enfatizou os desafi os e visões do “ser mulher” na música, nas artes e destacou que “a luta diária da mulher pode ser retratada na arte, tanto com relação ao trabalho, como no caso das mulheres artesãs, quanto na vida”.

A diretora do Sindicato e in-tegrante do Coletivo de Mulheres, Rita Ferreira, destacou a ampla participação no evento. “O Encontro foi um sucesso e superou nossas expectativas. Nós esperávamos uma participação menor porque o Encon-tro foi realizado nas vésperas de um feriado e tivemos mais de cem pes-soas no evento. Além disso, queria destacar a profundidade dos debates, com informações importantes sobre a organização das mulheres e as perspectivas da mulher no mundo atual. Foi um momento de refl exão e de celebração pelo mês da mulher. Nós sentimos que na base da cate-goria bancária há essa demanda e esse nosso I Encontro foi apenas um passo nessa caminhada”.

Já a diretora e também integrante do Coletivo, Carmem Grego, ressal-

tou a satisfação dos participantes ao fi nal do Encontro. “O evento começou com o auditório lotado e terminou da mesma forma. As pessoas que participaram estavam realmente interessadas em ouvir e contribuir com os debates. Com esse evento, nós podemos ver a importância que o tema de ‘Gênero’ tem e como ele desperta interesse na categoria, sempre na busca de construir um mundo melhor e mais igual para todos e todas”.

Encontro Regional – Ao fi nal, o presidente do Sindicato e da Fetrafi -NE, Carlos Eduardo Bezerra, anun-ciou a criação do Coletivo Regional de Mulheres, durante o Encontro Regional de Mulheres Bancárias que aconteceu concomitantemente ao Encontro Estadual. Na ocasião foi anunciada a criação da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Bancários do Ceará, que deve ser viabilizada ainda nesse semestre.

O objetivo do Coletivo Regional de Mulheres da Fetrafi -NE será orga-nizar as mulheres do Nordeste, para elencar um plano e um calendário de lutas pela igualdade da oportunidade de gênero.

Sorteio – O evento foi fi naliza-do com o sorteio de kits de beleza e CDs comemorativos do Dia da Mulher entre os participantes. Além

disso, foi realizado ainda o sorteio de cinco pacotes (duas diárias com acompanhante, com direito a café da manhã e uso de 1º/4 a 30/6) no Hotel Portal da Montanha (Pacoti – CE), para quem fez seu cadastro no site. Conheça as ganhadoras:

Renata Martins Damasceno – BNB Centro

Maria Viviane do N. Barbosa – Itaú Floriano Peixoto

Teresa Emília Linhares Damas-ceno – BNB Passaré

Mônica Maria Bastos Braga – Aposentada do Banco do Brasil

Maria do Socorro R. Batista – Aposentada do Bradesco

Coletivo – O Coletivo de Mulhe-res Bancárias do Ceará é composto pelas diretoras do SEEB/CE e Fe-

trafi /NE: Ana Miranda, Andréa Alves, Antônia Marques, Antoniclé Oliveira, Bernadeth Patrício, Carmem Amélia Grego, Carmen Araújo, Darcy Barros, Elvira Madeira, Ieda Marques, Jan-nayna Pereira, Josélia Soares, Léa Patrícia Albuquerque, Lúcia Silveira, Maria Eliene Aragão, Joyce Ferreira, Nádia Silvia Julião, Rafhaella Silveira e Rita Cássia Ferreira.

O Coletivo vem realizando des-de 2007 diversos eventos voltados para o debate da luta por igualdade de gênero como oficinas, palestras e comemorações festivas em ho-menagem às mulheres. O Sindicato tem ainda a Comenda Bárbara de Alencar que foi entregue em 2012 à cearense Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência doméstica.

Apesar da conquista, as entida-des sindicais cobram agilidade da Caixa na implementação do login único também para os empregados das agências e demais unidades. “Nossa orientação é que os traba-lhadores acompanhem o processo de implementação cuidadosamente e, se necessário, denunciem ao Sindicato qualquer problema no novo sistema”, alerta o diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará, Marcos Saraiva.

O Departamento Jurídico do Sindicato dos Bancários do Ceará vai selecionar dois estudantes de Direito para seu quadro de estagiários. As inscrições vão até o próximo dia 8/4, das 9h às 15h, na sede da entidade (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro).

Poderão inscrever-se estudantes regularmente matriculados no curso de Direito que tenham concluído no mínimo 80 e no máximo 150 créditos. A jornada de trabalho é de 30 horas semanais (6 horas diárias) e o valor da bolsa é de R$ 856,00 mais auxílio-transporte no valor de R$ 48,40.

No ato da inscrição os interessados devem apresentar histórico escolar, curriculum vitae, cópia da carteira de identidade e declaração da Universidade com a quantidade de créditos cursados. A prova escrita será aplicada no dia 10/4, às 9h, cujo resultado será divulgado no dia 15/4. A entrevista com os aprovados será realizada no dia 16/4, às 9h, na sede do Sindicato. A divulgação do resultado fi nal será dia 18/4 e o início do estágio no dia 22/4.

Mais informações com Daniela no telefone (85) 3252 4266.

Sindicato seleciona estagiários

Fotos: Secretaria de Imprensa

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Cultura DENÚNCIASindicato dos

Empregados em Estabelecimentos

Bancários no Estado do Ceará

Rua 24 de Maio, 1289 – Centro – CEP

60.020-001

Fotos: Secretaria de Imprensa

“O Brasil conquistou

avanços, mas o

empenho é mantido

pelo governo. A superação da miséria é apenas o fim do começo”

Presidenta Dilma Rousseff, durante a 5ª Cúpula do

Brics

Vacinação contra gripeA Campanha Nacional de Vacinação começa no dia 15 de abril e segue até o dia 26 do mesmo mês. No dia 20 de abril (sábado), todos os 65 mil postos de saúde do

País vão funcionar para um dia de mobilização. Ao todo, 240 mil profi ssionais de saúde devem participar da ação, além de 27 mil veículos terrestres, marítimos e fl uviais. O Ministério da Saúde pretende vacinar este ano 31,3

milhões de brasileiros – gestantes, idosos com mais de 60 anos, crianças entre 6 meses e 2 anos, profi ssionais de saúde, índios, população carcerária e doentes crônicos.

Tecnologia contra fraudeO bilhete único do sistema de transporte público de ônibus de Fortaleza,

previsto para operar em 15/6, usará tecnologia de reconhecimento facial do usuário. Para isso, será implantada uma câmera fotográfi ca

em cada um dos 1.923 ônibus da frota, mais um software integrado aos validadores. O objetivo é evitar fraudes e perdas fi nanceiras ao sistema.

O software de reconhecimento facial é de origem alemã e funciona calculando as medidas do rosto para comparar com a imagem que

estará registrada no chip do cartão do benefi ciário.

Doação de LeiteO Iprede, referência no atendimento a crianças

desnutridas no Ceará, está com seu depósito de leite e alimentos em baixa. Sem os donativos, aproximadamente

1.250 famílias terão seus acompanhamentos interrompidos. O consumo de leite em pó é de 350 latas

por dia. As doações podem ser enviadas para a Rua Professor Carlos Lobo, 15 – Cidade dos Funcionários, fone: (85) 3218.4000 e e-mail: [email protected].

Você pode doar desde alimentos não perecíveis, leite em pó, notas fi scais, contribuições de qualquer valor ou até

mesmo ajudar com trabalho voluntário.

Hora do Planeta Hora do Planeta, que convida a população a apagar as luzes por uma

hora em atenção à preservação dos recursos naturais, mobilizou no dia 23/3 mais de sete mil cidades de mais de 150 países e territórios. No Brasil, foi registrado o apoio de 113 cidades e de 480 empresas e organizações. O evento ocorre desde 2007 pela organização não

governamental (ONG) WWF. O foco da Hora no Planeta neste ano foi o cuidado com a água. A ONG lembra que a água, por meio das usinas

hidrelétricas, é a principal fonte de energia do País.

Sindicato abrirá Botequim dos Bancários com a participação

de talentos da categoria Após quase um ano de espera, muitas matérias na Tribuna Bancá-ria e manifestações de protestos do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), a direção do Banco do Nordeste anuncia a inauguração da nova sede da agência Fortaleza Centro para este mês de abril – em data a ser confi rmada em função da agenda do presidente do Banco Ary Joel Lanzarin.

Na última quarta-feira, 27/3, o Sindicato esteve novamente na agência Centro do BNB, localizada na Praça Murilo Borges em Fortale-za, para reforçar a denúncia sobre a situação caótica que se instalou há tempos na unidade.

Clientes em pé ou sentados no chão durante horas à espera de atendimento e funcionários sobre-carregados de trabalho e extrapo-lando a jornada. Esse é o cenário recorrente na agência. Às 16h, a cliente Luisa Torres, por exemplo, estava há mais de duas horas na fi la e ainda havia 50 pessoas na sua frente. “Um absurdo. Teve gente que chegou às 12h e saiu às 15h. Mas fazer o que, né? Temos que esperar”, reclama.

As péssimas condições de tra-balho e atendimento na unidade já foram denunciadas diversas vezes pelo Sindicato. Todos os setores daquela agência, que antes ocupa-

BNB anuncia inauguração da nova agência Centro, mas caos no

atendimento continuavam três andares e a sobreloja do edifício Raul Barbosa, hoje estão concentrados em apenas dois andares – já que o prédio perten-ce à Justiça Federal e precisa ser desocupado pelo Banco.

O Sindicato continuará se mo-bilizando e pressionando o Banco para que esses problemas não continuem ocorrendo nas novas instalações já que funcionários e clientes precisam de condições dignas de trabalho e atendimento. É preciso destacar que a demanda nas agências do BNB é crescente por conta dos atendimentos do CrediAmigo, AgroAmigo, Pronaf e renegociação de dívidas decorren-tes da seca.

“Tudo isso faz com que as agências lotem mais a cada dia e, no entanto, as condições de trabalho e de atendimento não melhoram. O Banco sempre anuncia seu progra-ma de expansão ressaltando a mo-dernização da sua rede operadora, mas os benefícios desse programa ainda estão para ser conferidos e devem se estender também às agências que já existem, inclusive no tocante à convocação de novos funcionários”, enfatiza Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coor-denador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB/Contraf/CUT).

Agência Centro do BNB na Praça

Murilo Borges

O Sindicato dos Bancários do Ceará anun-cia uma nova opção cultu-ral e de lazer para a categoria bancária, com a abertura do Botequim dos Bancários, cuja i n a ugu r a ç ão está prevista para a última sexta-feira de abril ou a pri-meira sexta de maio de 2013.

“A iniciativa tem por objeti-vo realizar uma programação cultural mensal contendo apre-sentações artís-ticas em geral, entrevista com personalidades e espaço para revelação de talentos bancários, nas áreas da música, canto, dan-ça, teatro, humor e literatura, dentre outras manifestações culturais”, explica o diretor de Cultura do SEEB/CE, Tomaz de Aquino.

O Botequim dos Bancários funcionará das 18h30 às 22h e terá cenário de um boteco típico brasileiro, com serviço de bar, funcionando com um espaço e happy hour para os bancários. Os artistas da cate-goria podem fazer seu cadastro para participar da programação artística do Botequim através do site (www.bancariosce.org.br/bancult.php). Os bancários, sindicalizados ou não, que possuem algum talento artístico

podem preencher o formulário e inscrever-se no BANCULT, um banco de talentos bancários.

Na história – O Sindicato já realizou de maneira sistemática atividades artísticas que fizeram parte da história cultural da Ci-dade, ajudando a revelar nomes como o do cantor, compositor e humorista Falcão, um dos home-nageados no novo projeto.

Buscando a efervescência do Sindicato, a iniciativa cria espa-ço também para os bancários expressarem seus talentos, ao tempo em que apreciam uma programação de qualidade com valores artísticos culturais locais e nacionais já consolidados e reconhecidos pelo público.

O Botequim dos Bancários

terá sempre uma entrevista de forma leve e descontraída, no verdadeiro estilo de uma au-têntica conserva de botequim. Os convidados para conversa no Botequim dos Bancários serão sempre personalidades que despertem interesse públi-co em suas diversas áreas de atuação, não necessariamente só do meio artístico.

As atrações já confirmadas para a inauguração do Bote-quim dos Bancários são a Banda O Verbo, de rock, e o cantor Zé Maria Guedes, bancário da Caixa Econômica Federal, com talento já reconhecido na cidade pela interpretação de músicas românticas, princi-palmente as do repertório do cantor Altemar Dutra.