partiremos agora para o penúltimo bloco de slides que...
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A nossa prosa ainda não acabou...
Partiremos agora para o penúltimo bloco
de slides que trará considerações
acerca do termo “capacidade” para a
teoria que embasa nosso Currículo.
A apropriação do conhecimento exige,
dentre outras coisas: entrar em relação
com o novo; mediação do outro; novas
formações psíquicas; muito estudo;etc.
Marx (1983, 23), nos adverte: "não há entrada já
aberta para a ciência, e só aqueles que não temem a
fadiga de galgar suas escarpas abruptas é que têm
a chance de chegar a seus cimos luminosos".
Então vamos lá!!!
Texto: “Algunas consideraciones acerca del estudio de las
habilidades” (vide referências).
Palestra proferida aos educadores do Município de Presidente
Prudente no I ENFOCO – Encontro de Formação Continuada realizada
pelas Profa. Dra. Lígia Márcia Martins e Profa. Dra. Juliana C.
Pasqualini – no dia 22/07/2019.
A fim de darmos conta de trazer conteúdos essenciais para a reflexão
acerca do que vem a ser o desenvolvimento de capacidades a
partir da Psicologia Histórico-Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica
e estabelecer relações com o termo competências, estudado
exaustivamente nos blocos de slides anteriores, nos embasaremos,
para nossa prosa, nos seguintes textos e fontes:
Qual a diferença entre...
COMPETÊNCIAS, CAPACIDADES E HABILIDADES?
Por que a necessidade do estudo sobre competências,
capacidades e habilidades?
Porque a BNCC traz em sua base teórica os termos
competências e habilidades.
Enquanto que o nosso currículo trabalha com o
conceito de desenvolvimento de capacidades.
Retomemos as importantes questões e considerações
do primeiro bloco de slides:
Vamos embarcar juntos neste estudo?
capacidades
hábitos
habilidades
Qual a relação disso
tudo com o
termo competência?
E sua relação com a
educação ?
Com BNCC e o
nosso Currículo?
Habilidades
De acordo com Petrovsky (1985, p. 159)
“HABILIDADE é o domínio de um complexo
sistema de ações psíquicas e práticas necessárias
a uma regulação da atividade, com ajuda de
conhecimentos e hábitos que a pessoa possui.”
Habilidades
Para os marxistas:
As habilidades são um sistema de ações que
possibilitam a realização de determinada
atividade com base em hábitos e
conhecimentos adquiridos. (REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 29).
A ação é composta por um conjunto de
operações, de modo que a habilidade que se
realiza através de um sistema determinado de
ações precisa de operações correspondentes
para a execução da atividade final.
Esquema (REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 29).
Ações e operações envolvidas
na HABILIDADE para ensinar
participação em congressos
planejamento estudo
ensino propriamente dito
reuniões pedagógicas
Classificação psicológica
das habilidades
As habilidades são cognitivas (requerem a
utilização de conhecimentos) e podem ser
classificadas como teóricas e práticas. (REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 30)
Habilidades práticas
Quando é possível seguir todas
as partes do processo de atividade
até chegar ao resultado, por estar
presente o componente motor.
Exemplo: a habilidade para o
manejo de um microscópio no
laboratório.
Habilidades teóricas Quando só é possível controlar seu
resultado final, pois as distintas
ações que compõem essa
habilidade transcorrem no plano
interno, mental.
Exemplo: a habilidade para o
manejo da literatura, que exige
ações de determinação das ideias
centrais dos parágrafos lidos.
Os conhecimentos e os hábitos constituem
a base sobre a qual se formam e se
desenvolvem as habilidades.
Portanto, possuir uma habilidade para
realizar uma atividade implica a utilização
de determinados conhecimentos e
hábitos.
CONHECIMENTO + HÁBITO = HABILIDADE
HÁBITO “É o automatismo parcial dos movimentos
dirigidos a um fim”. (PETROVSKY, 1985, p.149)
O referido movimento pode ter lugar tanto no
plano externo como no interno.
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1&ei=lQlsXbqoIPLC5OUPveiXqAc&q=formação
Os hábitos não são apenas operações práticas e motrizes, mas
também de percepção e intelectuais, incluindo-se nas últimas
os hábitos de pensar – operações lógicas do pensamento. (REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 31)
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791
Formação de um hábito no processo de
ensino-aprendizagem
A existência de hábitos no ensino facilita a rápida
aquisição de habilidades correspondentes, pois
estas permitem deslocar a atenção do aprendiz
para os aspectos complexos e inusitados da
atividade que se executa.
Exemplo: ao automatizar-se a expressão gráfica, mediante símbolos,
signos ou abreviaturas do conteúdo que um estudante recebe
durante uma conferência, este poderá dirigir sua atenção para os
aspectos essenciais, contribuindo, assim, para o
desenvolvimento da habilidade de anotar.
Formação de um hábito no processo de
ensino-aprendizagem
“Um aluno iniciante na aprendizagem das primeiras letras já sabe
ler e escrever, mas não tem o hábito de ler e escrever. A formação
do hábito de escrever com rapidez e a conservação da boa forma
da letra produz uma escrita qualitativa e legível, fator importante na
liberação da atenção da criança para o conteúdo a ser escrito. Vale
reiterar, com respaldo em Gurianov (1960), que um aspecto
fundamental dos hábitos consiste na possibilidade de realizar ao
mesmo tempo várias operações” (DANGIÓ; MARTINS, 2018, p. 22).
Formação de um hábito no processo de
ensino-aprendizagem
“Ao aprender uma ação complexa a pessoa, a princípio, realiza cada
operação isoladamente – como se fosse uma ação particular, já que
inicialmente elas se ‘atrapalham‘ entre si. Para superar essa condição
e operar com várias delas ou com a totalidade, há que se instalar o
hábito por meio de práticas que os exijam e conduzam à
automatização dos vínculos entre as operações. Desse modo, ao
final das ações, o propósito é alcançar o objetivo mais amplo da
escrita como meio de expressão do pensamento” (DANGIÓ; MARTINS, 2018,
p. 22).
Já aprendemos um pouco sobre hábito.
Mas... E capacidade?
O que vem a ser?
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1&ei=2QhsXfeZGZ2u5OUP4aSB6Ag&q=capacidade+de
+fazer
As capacidades se formam e se
desenvolvem na atividade
Características do que vem a ser
capacidades:
- São particularidades psíquicas individuais, que
diferenciam um homem de outro. Mas não são
particularidades psíquicas quaisquer, senão apenas
aquelas que têm relação com o êxito da realização de
uma atividade.
- O fato de possuir determinados conhecimentos, hábitos
e habilidades não implica ter uma capacidade
desenvolvida, mas facilita muito na sua formação.
(REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 31)
Atividades pedagógicas demandam capacidades:
acadêmicas
didáticas
comunicativas
de expressão
de observação
etc.
Para a realização exitosa de qualquer atividade, resulta da
combinação das capacidades, do domínio dos hábitos e das
habilidades.
(REBUSTILO; SARGUERA, 1993, p. 31)
Atividade humana
Permeada de concepções sobre:
desenvolvimento humano, de
sociedade, de trabalho educativo.
Tarefa da educação escolar: promover
desenvolvimento humano, a partir da
cientificidade e não do achismo.
Tarefa da educação infantil: formação das
condições de base para o desenvolvimento do
pensamento rigorosamente abstrato.
Visamos o desenvolvimento de
capacidades!!!
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1&ei=ShRsXY-cNdi45OUP4cWhkA0&q=pensamento+abstrasto
CAPACIDADES e COMPETÊNCIAS =
fenômenos de naturezas distintas que se
inter-relacionam, mas não são sinônimos.
CAPACIDADES
Propriedades psicofísicas,
desenvolvidas por meio da
aquisição de conhecimentos,
hábitos e habilidades.
Generalizam-se e operam como
base para o desenvolvimento de
novos hábitos e habilidades,
ampliando as possibilidades
de novas aquisições.
COMPETÊNCIAS
Possibilitam ao sujeito
agir eficazmente em um
determinado tipo de situação
que exija capacidade.
São domínios práticos em
situações cotidianas.
As capacidades estão para o alcance do
pensamento, tanto quanto as
competências estão para o domínio da
ação.
PENSAMENTO
capacidade de pensar,
orientar nossas ações.
Fonte:https://www.google.com/search?rlz=1C1GCEA_enBR791BR791&biw=1366&bih=608&tbm=isch&sa=1&ei=hBdsXfiHDOLZ5OUP0qmBkA0&q=charges
O sujeito capaz é competente.
O contrário não é verdadeiro.
Exemplo: um mecânico precisa ser competente
para arrumar o carro (check-list), mas não ter
capacidade para fazer o carro.
Competência pode ser desenvolvida em
espaços que não são os da educação escolar.
engenheiro automotivo
Enfim... Ao oferecermos a melhor educação aos nossos alunos,
garantiremos o desenvolvimento de suas
capacidades (formadas a partir dos conhecimentos,
hábitos e habilidades). Assim sendo, estaremos
lutando para que dominem a cultura e enriqueçam
suas vidas, a sociedade e o mundo.
Referências
DANGIÓ, M.C.S.; MARTINS, L.M. A alfabetização sob o enfoque histórico-
crítico: contribuições didáticas. Campinas, SP: Autores Associados, 2-18 –
(Coleção educação contemporânea).
MARX. K. O Capital. v. 1, Tomo I, São Paulo: Abril Cultural, 1983.
PETROVSKY, A.V. (1985): Psicología General, Editorial Progreso, Moscú.
REBUSTILLO, M. R; SARGUERA, R. B. Algunas consideraciones acerca del
estudio de las habilidades. In: Revista Cubana de Psicologia, vol. 10, nº
1, 1993. p. 27-32.