participaÇÃo do brasil na segunda guerra mundial

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA ALEXANDRE LÜCKEMEYER MACHADO CARRION PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL: CONSEQUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ALEXANDRE LÜCKEMEYER MACHADO CARRION

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:

CONSEQUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO EXÉRCITO

BRASILEIRO

Palhoça, Santa Catarina

2010

3

ALEXANDRE LÜCKEMEYER MACHADO CARRION

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:

CONSEQUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO EXÉRCITO

BRASILEIRO

Monografia apresentada ao Curso de Especialização

em História Militar como requisito parcial para a

obtenção do título de Especialista.

4

Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Carneiro de Paula.Co-orientador: Prof. Dra. Karla Leonora Dahse Nunes.

Palhoça, Santa Catarina

2010

5

ALEXANDRE LÜCKEMEYER MACHADO CARRION

PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:

CONSEQUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO EXÉRCITO

BRASILEIRO

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do

título de Especialista em História Militar e aprovada em

sua forma final pelo Curso de Especialização em

História Militar da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Palhoça, Santa Catarina, 22 de julho de 2010.

______________________________________________________Prof. Luiz Carlos Carneiro de Paula, Doutor

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________Prof. Karla Leonora Dahse Nunes, Doutora

6

Universidade do Sul de Santa Catarina

7

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço ao bom e eterno DEUS, pai maior e mentor espiritual,

por ter me dado a vida!

Agradeço aos meus pais, Maurício e Marise, por terem sido os veículos que me

trouxeram a este mundo e que formaram meu caráter e me educaram!

Agradeço à minha esposa Alfa e filhas Mariana e Bruna, luzes de minha vida e

companheiras de caminhada, pela compreensão, pelo entendimento de minhas horas de

ausência e pelo auxílio dado!

Por fim, agradeço à VIDA pela maravilhosa experiência que estou tendo neste

planeta!

8

9

“Se servistes à Pátria e ela vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela o que costuma.”

(Pe. ANTÔNIO VIEIRA)

10

RESUMO

A Segunda Guerra Mundial (II GM) foi o conflito bélico que alterou o panorama político-

militar mundial. Ela teve início em 1939 com a invasão da Polônia pela Alemanha Nazista e

se espalhou por toda a Europa, envolvendo quase todos os países do planeta até o seu fim no

ano de 1945.

O Brasil vivia, à época, momento de mudanças e suas Forças Armadas, principalmente o

Exército Brasileiro, estava necessitando passar por profundas alterações em sua organização,

doutrina e material. O Brasil enviou, em 1944, a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para

combater, juntamente com as forças aliadas, os países do Eixo, nos campos de batalha

europeus.

A FEB foi treinada e dotada com material e doutrina norte-americana e, vitoriosa, retornou ao

Brasil em 1945, trazendo consigo ensinamentos que iriam mudar a face do EB, adaptando-o

às novas concepções de combate, dotando o nosso Exército com modernos materiais militares

e reorganizando sua doutrina e seu ensino, que ainda constituem a base do EB na atualidade.

O presente trabalho tem por objetivo dar uma visão geral das evoluções ocorridas, das

conseqüências e das contribuições advindas para o EB da participação do Brasil naquele que

foi o maior, mais marcante e mais sangrento conflito bélico da humanidade.

Palavras-chave: Exército Brasileiro. EB. Força Expedicionária Brasileira. FEB. Segunda

Guerra Mundial. II GM. Evolução Militar. Consequências. Contribuições.

11

ABSTRACT

The Second World War (WWII) was the military conflict that changed the landscape of

political-military world. It began in 1939 with the invasion of Poland by Nazi Germany and

spread throughout Europe involving almost every country in the world until its end in 1945.

Brazil has lived at the time, a time of change and its armed forces, especially the Brazilian

Army, was needing to go through profound changes in its organization, doctrine and

equipment. Brazil sent in 1944, the Brazilian Expeditionary Force (FEB) to fight together

with the allied forces, the Axis countries in the European battlefields.

The FEB was trained and equipped with equipment and doctrine from USA and, victorious,

returned to Brazil in 1945, bringing with them lessons that would change the face of EB,

adapting it to new concepts of combat, equipping our army with modern materials and

reorganizing its military doctrine and its teaching, which still form the basis of EB today.

This monograph aims to give an overview and detail of the legislative developments,

consequences and contributions to the EB due the participation of Brazil in what was the

largest, most dense and bloody military conflict of humanity.

Keywords: Brazilian Army. EB. Brazilian Expeditionary Force. FEB. World War II. WWII.

Military developments. Consequences. Contributions.

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 121.1 TEMA ............................................................................................................................ 121.2 JUSTIFICATIVA........................................................................................................... 12

1.3 OBJETIVOS................................................................................................................... 13

1.4 FONTES E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 13

2. O MUNDO, O BRASIL E O EXÉRCITO BRASILEIRO À ÉPOCA....................... 14

2.1 A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL............................................................................ 14

2.2 O EXÉRCITO BRASILEIRO ANTES DA II GM........................................................ 16

2.3 ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS NA II GM....................................................... 20

2.4 A ENTRADA DO BRASIL NA II GM......................................................................... 22

2.5 O ENVIO DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA (FEB) À II GM............. 25

3 O BRASIL E O EXÉRCITO BRASILEIRO APÓS A II GM – ASPECTOS

CONJUNTURAIS.............................................................................................................. 27

4 REESTRUTURAÇÃO DO ENSINO MILITAR, CRIAÇÃO DA ARMA DE

COMUNICAÇÕES, DO QUADRO DE MATERIAL BÉLICO E CRIAÇÃO DO

SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA.................................................................. 29

4.1 CRIAÇÃO DA ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS (EsSA)........................... 29

4.2 O PARAQUEDISMO MILITAR NO BRASIL E A CRIAÇÃO DO CENTRO DE

INSTRUÇÃO PARAQUEDISTA........................................................................................ 30

13

4.2.1 Brigada de Infantaria Paraquedista (Bda Inf Pqdt).............................................. 33

4.3 CRIAÇÃO DA ESCOLA DE INSTRUCAO ESPECIALIZADA( EsIE)..................... 34

4.4 CRIAÇÃO DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG)........................................ 34

4.5 CRIAÇÃO DA ARMA DE COMUNICAÇÕES........................................................... 36

4.6 CRIAÇÃO DO QUADRO DE MATERIAL BÉLICO E DA ESCOLA DE

MATERIAL BÉLICO.......................................................................................................... 38

4.7 CRIAÇÃO DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA DO EXÉRCITO

(SAREx)............................................................................................................................... 40

5 EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS DE EMPREGO MILITAR.................................... 42

5.1 VIATURAS.................................................................................................................... 42

5.1.1 Blindados.................................................................................................................... 42

5.1.1.1 Carro de Combate M3 Lee....................................................................................... 44

5.1.1.2 Carro de Combate M-4 Sherman.............................................................................. 45

5.1.1.3 Carro blindado de reconhecimento M-3 White Scout Car....................................... 46

5.1.1.4 Half-Track................................................................................................................ 47

5.1.1.5 Carro blindado de reconhecimento sobre rodas M-8 Greyhound............................. 49

5.1.1.6 Carro blindado de reconhecimento sobre rodas M-20 Armored Utility Vehicle..... 51

5.1.1.7 Evolução dos blindados no Brasil após a II GM...................................................... 52

5.1.1.7.1 Carro de Combate M-41............................................................................... 53

5.1.1.7.2 Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) M-

113.................................

54

5.1.1.7.3 Viatura Blindada Obuseiro Autopropulsada M-108............................................. 55

14

5.1.1.7.4 Viatura Blindada Obuseiro Autopropulsada M-109

A3........................................

55

5.1.1.7.5 Carro de Combate Leopard M1A1........................................................................ 56

5.1.1.7.6 Carro de Combate M-60 A3

TTS...........................................................................

57

5.1.1.7.7 Viaturas blindadas de fabricação

nacional ..........................................................

57

5.1.2 Jeeps no Brasil........................................................................................................... 61

5.2 ARMAMENTO.............................................................................................................. 64

5.2.1 Metralhadora da Indústria Nacional de Armas (INA) Calibre .45...................... 64

5.2.2 Pistolas Colt Calibre .45 e IMBEL 9mm................................................................. 65

5.2.3 Outros armamentos que foram adquiridos e empregados pelo Brasil em

decorrência da participação brasileira na II GM........................................................... 67

5.2.3.1 Metralhadora Browning M2 Cal .50......................................................................... 67

5.2.3.2 Lança Rojão 2.36 pol M9A1.................................................................................... 68

5.2.3.3 Granada de Mão MK – II A1 e granadas de bocal................................................... 69

5.2.3.4 Lança Chamas........................................................................................................... 71

5.2.3.5 Morteiros 60 mm e 81 mm....................................................................................... 72

5.2.3.6 Obus 105 mm M-101................................................................................................ 74

5.2.3.7 Obus 155 mm M-1.................................................................................................... 74

5.3 EQUIPAMENTO MILITAR.......................................................................................... 75

5.3.1 Capacete de aço ......................................................................................................... 75

5.3.2 Equipamento individual ........................................................................................... 77

15

5.3.3 Uniformes................................................................................................................... 80

6 EVOLUÇÃO NA DOUTRINA MILITAR DO EXÉRCITO BRASILEIRO............ 83

6.1 INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA NO EB........................................................... 83

6.2 EMPREGO DAS TROPAS BLINDADAS.................................................................... 84

6.3 OUTROS ENSINAMENTOS E MODIFICAÇÕES ORIUNDAS DA

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NA II GM...................................................................... 86

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 88

REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 89

12

1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

O tema escolhido para o presente trabalho monográfico foi:

“PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL:

CONSEQUÊNCIAS E CONTRIBUIÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO EXÉRCITO

BRASILEIRO”.

1.2 PROBLEMA

A Segunda Guerra Mundial (II GM) foi o maior e mais sangrento conflito bélico

ocorrido no planeta. Ela teve início em 1° de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela

Alemanha Nazista, sem declaração formal de guerra e seu fim ocorreu em 1945 com a

rendição incondicional do Japão.Na elaboração desta monografia procurou-se verificar quais

as conseqüências e contribuições advindas da participação do Brasil na Segunda Guerra

Mundial para a evolução do Exército Brasileiro, do pós-guerra até os dias atuais.

1.2 JUSTIFICATIVA

Meu interesse em pesquisar e desenvolver este trabalho veio à tona quando

comecei meus estudos para o concurso para a Escola de Comando e Estado Maior do Exército

Brasileiro (ECEME) no ano de 2009. Concomitantemente, eu estava matriculado no Curso de

Pós-Graduação em História Militar da UNISUL e eu pude verificar que o assunto em tela

possuía poucas fontes que retratavam as conseqüências e as contribuições advindas da

participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (II GM) para a evolução do Exército

Brasileiro.

13

1.3 OBJETIVOS

Pretende-se estabelecer uma referência escrita, centralizada e única acerca da

participação aludida e dos benefícios gerados para a evolução de nossa Força Terrestre, sem

querer esgotar esse tema extenso e muito importante.

1.4 FONTES E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A pesquisa bibliográfica realizada foi abrangente e diversificada.

Os assuntos referentes ao tema não foram encontrados centralizados em obras que

tratavam diretamente da pauta deste trabalho.

Cada autor citado nas referências desta monografia, cada livro lido, cada

documento da internet acessado, foi minuciosamente estudado e, da colcha de retalhos inicial,

das fontes diversas, do conhecimento disperso, das diferentes abordagens dadas pelos autores,

este trabalho foi sendo, trabalhosamente, realizado de forma que se pudesse chegar ao seu

termo, com uma compilação dos assuntos sobre o tema em questão, centralizados em uma

única obra, não final, mas útil para aqueles que procuram saber mais sobre as conseqüências e

as contribuições advindas da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial para a

evolução do Exército Brasileiro.

O texto “O Brasil na Segunda Guerra Mundial”, publicado na Revista do Instituto

de Geografia e História Militar do Brasil por José Campos de ARAGÃO, foi muito

importante para que este autor pudesse ter uma visão geral sobre a participação brasileira na II

GM.

O Arquivo Histórico do Exército foi contatado e diversas obras foram estudadas e

lidas para que esta monografia pudesse atingir seus objetivos.

O livro de Manoel Thomaz Castello Branco, “O Brasil na Segunda Guerra

Mundial”, publicado pela Biblioteca do Exército Editora (BIBLIEx) em 1952 foi lido por este

autor e foi fonte imprescindível para que as idéias fossem alinhavadas, principalmente no

assunto que retrata a participação dos pracinhas brasileiros e o contato destes com os

materiais norte-americanos durante os conflitos na Europa.

14

Octavio Costa, em sua obra “Trinta Anos Depois da Volta”, editado pela BIBLIEx

em 1976, nos mostra a evolução do Exército Brasileiro após a II GM, a evolução do material

de emprego militar e a evolução do ensino no Exército, decorrentes do conflito.

O autor Adrian J English, em sua obra “Armed Forces of Latin America -Their

Histories, Development, Present Strenght and Military Potential”, nos mostra a evolução das

Forças Armadas da América Latina ao longo da história.

A internet foi muito útil na obtenção de informações, imagens, figuras. Sem os

meios modernos da rede mundial de computadores, dificilmente este trabalho alcançaria seus

objetivos.

Vários outros autores foram consultados e diversas fontes serviram para o

embasamento teórico que alicerçou a construção desta monografia e podem ser consultados

nas referências desta obra.

15

2. O MUNDO, O BRASIL E O EXÉRCITO BRASILEIRO À ÉPOCA

2.1 A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

A Segunda Guerra Mundial (II GM) foi o maior e mais sangrento conflito bélico

ocorrido no planeta. Ela teve início em 1° de setembro de 1939 com a invasão da Polônia pela

Alemanha Nazista, sem declaração formal de guerra e seu fim ocorreu em 1945 com a

rendição incondicional do Japão. De um lado combateram os aliados (Inglaterra, França,

União Soviética, Estados Unidos da América) e de outro os países do Eixo (Alemanha, Itália

e Japão). Na figura 2.1 podemos ver soldados aliados realizando marcha a pé durante o

confronto.

Figura 2.1 – Soldados aliados na II GM, 1942.

Fonte: Disponível em >http://www.netsaber.com.br/subsites/arquivos_artigos/296/296_1.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

16

A II GM vitimou mais de 70 milhões de seres humanos, quase 2% da população

mundial da época e envolveu quase todos os paises do planeta direta ou indiretamente. O

Brasil teve participação ativa na II GM e, esta participação trouxe inúmeros benefícios ao país

e ao Exército Brasileiro (EB).

2.2 O EXÉRCITO BRASILEIRO ANTES DA II GM

O EB estava sob a maior reforma doutrinária e estrutural em sua história. A

Primeira Guerra Mundial (I GM) trouxe aspectos completamente novos à arte militar.

Adotaram-se novos tipos de armamento, novos métodos de combate. Desapareceram as linhas

de atiradores e surgiram os grupos de combate, gravitando em torno de armas automática e de

grande cadência de tiro, as metralhadoras. A introdução dos blindados, dos gases de combate

e da aviação militar revolucionou completamente as operações no campo de batalha.

Houve grandes modificações nos sistemas de apoio logístico pelo aparecimento

dos serviços em campanha, permitindo um apoio contínuo mais cerrado, profundo e

prolongado. A organização do terreno nas frentes estabilizadas e as novas técnicas de Estado

Maior tornariam obsoletos os exércitos anteriores ao grande conflito. Na figura 2.2 pode-se

ver as trincheiras que caracterizaram a estabilização das frentes de batalha e os novos meios

de combate surgidos durante a I GM.

17

Figura 2.2 – Novos materiais empregados na I GM, 1916.

Fonte: Disponível em >http://www.georgia.blogger.com.br/1GM.jpg< Acesso em 21 de junho de 2010.

18

Ao término da I GM, em 1918, o EB percebeu que, para acelerar a reforma militar

em curso, face à evolução verificada durante este conflito, haveria a necessidade de contratar

técnicos militares europeus que aqui viessem para transmitir suas experiências.

A Missão Militar Francesa (MMF) foi contratada em 1919, sob comando do

General Francês Gamelin, um dos heróis do Marne (batalha da I GM), retratada na figura 2.3,

que iniciou seus trabalhos em 1920, tendo aqui permanecido até 1940, data da queda da

França face à invasão alemã.

Figura 2.3 – Batalha do Marne na I GM, 1914.

Fonte: Disponível em >http://www.cheminsdememoire.gouv.fr/image/Est/Marne143BataillePhotoShatXL.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

As contribuições da MMF nos seus vinte anos de permanência no Brasil, no início

instruindo e organizando e, posteriormente, assessorando, foram inúmeras em todos os

campos de atividades do EB e da Aviação Militar, à época uma de suas armas integrantes.

19

Figura 2.4 – A Missão Militar Francesa e o Gen Gamelin, 1919.

Fonte: Disponível em > http://www.rbjid.com/png%27s/hist/imagens/image008.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

As escolas de Comando e Estado-Maior, de Aperfeiçoamento de Oficiais, de

Aviação Militar e Escola Militar do Realengo e os Cursos de Oficiais Intendentes, de Saúde,

de Veterinária e de Equitação receberam instrutores franceses, que modernizaram o seu

ensino e reestruturaram sua organização.

Os Corpos de Tropa sofreram influência positiva e indireta, graças aos

aperfeiçoamentos introduzidos naquelas escolas. Grandes manobras passaram a ser realizadas,

sendo a primeira já em 1922, em Saicã, no Rio Grande do Sul. Foi criado o Campo de

Instrução de Gericinó (CIR), no Rio de Janeiro, com a finalidade de adestrar as tropas da

capital federal.

O Exército se reestruturou com a criação de novas Diretorias e com a

reorganização das Armas e Serviços, a exemplo da organização existente no Exército Francês

à época.

Aumentou-se o intercâmbio cultural Brasil-França, tendo sido enviados diversos

oficiais brasileiros para cursarem em escolas militares francesas.

Foi implantado um método racional para a resolução de questões táticas e para o

estudo de problemas militares.

20

A MMF, quando daqui se retirou deixou numerosa bibliografia. Desenvolveu

entre os nossos oficiais o gosto pelo estudo de assuntos militares, contribuindo para o

desenvolvimento de nosso pensamento militar.

Às portas da 2a Guerra Mundial, havíamos assimilado integralmente a Doutrina

Militar Francesa que iria se mostrar obsoleta face à evolução ocorrida entre 1919 e 1939.

A doutrina defensiva francesa foi sobrepujada, na II GM, pela doutrina ofensiva

alemã da Blitzkrieg ou Guerra Relâmpago. A linha Maginot francesa foi evitada e grandes e

profundas manobras envolventes mostraram que somente a ofensiva poderia conduzir à

vitória.

A MMF, se benéfica por um lado, causaria prejuízos ao nosso Exército, pois a

retirada da Missão do Brasil, no limiar da eclosão da 2a Guerra Mundial, nos deixaria com

uma doutrina já ultrapassada e inadequada para enfrentar os desafios do novo conflito bélico.

2.3 ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS NA II GM

Em 1941, ocorreu a entrada dos Estados Unidos na guerra, quando os japoneses

atacaram a base militar de Pearl Harbour, no Havaí em 8 de dezembro, conforme se pode ver

na figura 2.5, que retrata a destruição causada pelo ataque surpresa.

No dia 7 de dezembro de 1941, um domingo, às 7h55 da manhã, explodiu a primeira

bomba japonesa em Pearl Harbor. Os aviões japoneses surpreenderam os oficiais

americanos. Os aviões americanos estavam estacionados a céu aberto, sendo um

alvo fácil. Parte da munição estava trancada e as chaves estavam com os oficiais.

Em poucas horas, e praticamente sem nenhuma resistência, foram destruídos três

couraçados e dois terços dos aviões da marinha norte-americana. Só 16 aviões do

exército permaneceram intactos. O número de baixas americanas foi de 2.403

homens, das quais 2.008 eram da marinha. As perdas japonesas foram de 30 dos

seus 360 aviões, e 5 submarinos "anões". O ataque foi devastador (...). Negras

nuvens de fumaça saíam dos navios em chamas. O impacto dessas imagens indignou

a opinião pública americana, que passou a ser favorável à participação do seu país

na guerra.

No dia 8 de dezembro, os EUA declaram guerra ao Japão. No dia 11 de dezembro,

Alemanha e Itália declaram guerra aos EUA. Por força do Pacto Tripartite, o

conflito se tornou mundial. (ARNAUT, 1994).

21

Figura 2.5 – Ataque japonês a Pearl Harbour, 1942.

Fonte: Disponível em >http://markgorman.files.wordpress.com/2008/01/pearl-harbour-1.jpg < Acesso em 21 de

junho de 2010.

Com a participação dos Estados Unidos e da União Soviética (URSS), a guerra

ganhou proporções verdadeiramente mundiais, alcançando quase todos os paises do planeta

em um conflito sangrento que durou quase seis anos e devastou a economia mundial.

22

2.4 A ENTRADA DO BRASIL NA IIGM

O Brasil vivia, à época, sob o regime ditatorial do “Estado Novo” implantado em

1937 por Getúlio Vargas. Esse regime se assemelhava ao regime fascista dominante na Itália

de Mussolini, ao lado de Adolf Hitler na figura 2.6.

Figura 2.6 – Hitler e Mussolini, 1937.

Fonte: Disponível em >http://2.bp.blogspot.com/_... /idadecontemporanea_segundaguerra3.jpg Acesso em 21 de junho de 2010.

Quando a guerra teve início, o governo brasileiro, na figura de Getúlio Vargas,

adotou uma posição de neutralidade. Não manifestou seu apoio nem aos aliados, nem aos

países do Eixo. Essa posição garantiu ao Brasil vantagens comerciais e obtenção de

empréstimos junto aos países beligerantes. Porém, a pressão norte-americana alterou a

decisão do governo brasileiro que, em janeiro de 1942, rompeu relações com os países do

23

Eixo, gerando grande entusiasmo popular e manifestações de apoio, conforme se pode

verificar na figura 2.7.

Figura 2.7 - Brasil na II GM.

Fonte: Disponível em >http://static.blogstorage.hipi.com/spaceblog.com.br/t/tu/turma/images/mn/1219942823

.jpg <Acesso em 21 de junho de 2010.

Em junho de 1939, durante visita aos Estados Unidos do chefe do Estado-Maior do

Exército brasileiro, general Góes Monteiro, o governo norte-americano manifestou

sua disposição de cooperar no reequipamento econômico e militar brasileiro em

troca de nossa colaboração nos planos de defesa continental traçados por

Washington.

Paralelamente aos trabalhos da comissão de cooperação, prosseguiam as

negociações entre os governos estadunidenses e brasileiros quanto às bases e ao

alcance da cooperação econômica e militar entre os dois países, que só se

completariam em 1942. Isso não impediu que já em 7 de abril de 1941 fosse criada a

24

Companhia Siderúrgica Nacional, sociedade anônima de economia mista cujo

primeiro presidente, nomeado também naquela data, foi Guilherme Guinle. (FGV,

2009)

Figura 2.8 – Criação da CSN, 1941.

Fonte: Disponível em >http://segundaguerra.org/wp-content/uploads/2008/11/siderurgicanacional.jpg < Acesso

em 21 de junho de 2010.

Esse rompimento ocorreu porque, a partir de fevereiro de 1942, os alemães

iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à

adesão por parte do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento

automático ao lado de qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma

potência extracontinental); de fundamental importância para que o governo brasileiro

paulatinamente se alinhasse com os Estados Unidos e consequentemente à causa aliada a

partir do ataque japonês à base americana de Pearl Harbor.

25

A declaração de guerra veio em agosto de 1942, quando os alemães afundaram

navios brasileiros.

2.5 O ENVIO DA FORÇA EXPEDICIONÁRIA BRASILEIRA (FEB) À II GM

O Brasil preparou uma força para lutar nos campos de batalha europeus. A FEB

foi a força militar brasileira, composta por 25.334 homens, que lutou ao lado dos aliados

durante a IIGM. A FEB foi enviada em diversos escalões a partir de 2 de julho de 1944 para a

Itália, sob o comando do General Mascarenhas de Morais. A figura 2.9 retrata a formatura da

FEB realizada na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1944.

Figura 2.9 – Força Expedicionária Brasileira, 1944

Fonte: Disponível em > www.exercito.gov.br/.../images/CPFE0037_JPG.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

As primeiras semanas serviram para que a tropa se aclimatasse ao novo terreno, às

condições climáticas adversas bem como para receber o mínimo em equipamento e

treinamento necessário aos combates. A FEB foi incorporada ao 4º Corpo do Exército dos

26

EUA, integrante do V Exército dos Estados Unidos, comandado pelo general norte-americano

Mark W. Clark.

O Brasil estava completamente despreparado para o conflito. O Exército estava

mal-equipado e, ainda por cima, todo o seu treinamento tinha sido feito pela MMF e sua

doutrina adotava concepções bastante antiquadas.

A FEB permaneceu, ininterruptamente, duzentos e trinta e nove dias em combate.

Como exemplo de comparação, das quarenta e quatro divisões americanas que

combateram no norte da África e Europa entre novembro de 1942 e maio de 1945,

apenas doze estiveram continuamente mais dias em combate que a divisão

brasileira. ( WIKIPEDIA, 2010)

O Exército possuía material de fontes diversas e sua logística de material era

muito complicada. Possuíamos artilharia de costa norte-americana, artilharia de campanha

alemã e fuzis Mauser adquiridos no início do século XX da Alemanha. Desta forma, a Força

Expedicionária Brasileira teve que ser criada do zero, com material diversificado e

ultrapassado e doutrina de emprego baseada na doutrina francesa, vencedora da Primeira

Guerra Mundial, mas completamente ultrapassada para enfrentar as potências do EIXO.

27

3. O BRASIL E O EXÉRCITO BRASILEIRO APÓS A II GM – ASPECTOS

CONJUNTURAIS

O Brasil colheu grandes ensinamentos com a sua participação na II GM. Os

reflexos dessa participação se fizeram sentir em todos os campos do poder da nação brasileira.

No campo militar, alvo deste trabalho monográfico, iremos discorrer sobre os reflexos diretos

e indiretos para a evolução do EB nos diversos aspectos deste campo do poder.

O militar brasileiro ganhou o respeito da nação face ao excelente desempenho

obtido nos campos de batalha europeus pelos combatentes da FEB, os pracinhas. A partir de

então, os militares iriam figurar mais ativamente nos grandes momentos históricos nacionais.

O Brasil passou da posição de país periférico e subdesenvolvido e passou a

ocupar posições de destaque nas decisões mundiais, como pode ser percebido pela sua ativa

participação na criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em São Francisco, Estados

Unidos da América (EUA).

A participação brasileira na guerra, traria muitos reflexos a nossa política interna e

externa. Osvaldo Aranha com chanceler do Brasil, seria o presidente da primeira

assembléia geral da ONU. Ainda sobre sua supervisão seria criado o Estado de

Israel. A queda do Estado Novo em outubro de 1945 e a revolução de 1964, também

foram movimentos liderados pelos antigos comandantes da FEB. (GRANDES

GUERRAS, 2010)

Houve maior aproximação entre Oficiais e Praças, resultante das necessidades em

combate, o que, de certo modo, enfraqueceu a disciplina militar, mas tornou mais fácil a

tomada de decisões e aumentou a coesão do Exército. Os militares passaram a viver mais a

vida em sociedade e a participar mais, quebrando o isolamento existente até então da classe

militar em relação a civil.

O Brasil aumentou suas relações com os EUA e foi assinado, em 1952, um acordo

de cooperação militar entre os dois paises. A criação da Comissão Militar Mista Brasil -

Estados Unidos veio muito contribuir para o profissionalismo e modernização das Forças

Armadas brasileiras.

28

Após a II GM, o Estado-Maior do Exército (EME) realizou – entre os anos de

1944 a 1969 – uma reorganização, reestruturação e reaparelhamento do Exército.

Em abril de 1946, as Forças Armadas foram divididas, por um decreto

presidencial em Exército, Marinha e Aeronáutica. A essas Forças foi atribuída a missão

comum, em tempo de paz, de preparar a mobilização militar e manter a ordem legal; em

tempo de guerra, proteger as realizações da mobilização total e executar as operações de

guerra. Como chefe supremo dessas Forças, foi designado o presidente da República,

auxiliado pelo Conselho de Segurança Nacional e pelo Estado-Maior, depois denominado

Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Esse órgão teve um arcabouço misto, destinado a

preparar as decisões relativas à organização e ao emprego em conjunto das Forças Armadas,

tendo em vista o estabelecimento de um plano de guerra.

Também, no ano de 1946, ressurgiu a Lei de Organização do Exército, criada em

1935. Nos seis anos seguintes processou-se o reajuste do Ministério da Guerra. Em 1952 este

passou a ser constituído pelos seguintes órgãos: o Alto Comando, a Inspetoria Geral do

Exército, o Estado-Maior do Exército, o Departamento Geral de Administração, o

Departamento Técnico e de Produção e os Comandos das Armas. Estes corresponderam a

quatro zonas militares, os presumíveis teatros de operações, e a Secretaria-Geral do Ministério

da Guerra. Junto ao ministro acomodaram-se, além de órgãos eventuais, os permanentes: a

Comissão de Economia da Guerra, a Consultoria Jurídica do Ministério da Guerra e a

Comissão de Orçamento. Existia ainda um Conselho Superior do Comando e Administração,

que se constituiu com o inspetor-geral, os chefes do Estado-Maior do Exército, do

Departamento-Geral de Administração, do Departamento Técnico e de Produção e os

comandantes das Armas.

Em 1952, com a promulgação da Lei nº 1.632 que reestruturou o quadro de

oficiais-generais e complementou o de oficiais das Armas e Serviços, foi preciso rearticular os

diferentes órgãos do ministério e atualizar a Lei de Organização dos Quadros e Efetivos. No

ano de 1956, foram criados os Exércitos (I , II, III e IV) e o Comando Militar da Amazônia,

com sede em Belém do Pará. A articulação da Força no território nacional ficou semelhante à

dos dias atuais.

29

4. REESTRUTURAÇÃO DO ENSINO MILITAR, CRIAÇÃO DA ARMA DE

COMUNICAÇÕES, DO QUADRO DE MATERIAL BÉLICO E CRIAÇÃO DO

SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA

4.1 CRIAÇÃO DA ESCOLA DE SARGENTOS DAS ARMAS (EsSA)

A II GM mostrou que havia a necessidade da formação criteriosa dos quadros,

principalmente dos comandantes das pequenas frações a nível pelotão e grupo de combate. A

guerra não poderia mais contar com quadros e comandantes despreparados. Os avanços

tecnológico e cultural haviam mostrado a premente necessidade da criação de boas escolas

que formassem tais quadros de comandantes.

O Brasil não contava com uma escola de formação de sargentos ao entrar em

combate na II GM. Os combates nos gélidos campos italianos mostraram a bravura dos

soldados brasileiros, surgindo, dentre eles, heróis como o Sgt Max Wolff Filho.

Com o intuito de formar o futuro sargento brasileiro, foi criada a EsSA no dia 21

de agosto de 1945, por meio do Decreto Nº 7.888, logo após o termino da II GM, originada da

antiga Escola de Sargentos de Infantaria, oferecendo os cursos de formação de sargentos nas

Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e de Engenharia.

Em seu início ocupou parte das instalações da antiga Escola Militar do Realengo,

na cidade do Rio de Janeiro, sede anterior da atual Academia Militar das Agulhas Negras

(AMAN), transferida para Resende, no interior do estado do Rio de Janeiro. Sua primeira

turma foi formada já em Dezembro de 1946.

Em 5 de dezembro de 1949, foi assinado o Decreto número 27.543, que transferiu

a sede da EsSA, do Realengo para a cidade de Três Corações, no estado de Minas Gerais. A

transferência da EsSA foi realizada em 1950, permanecendo em Três Corações até os dias

atuais. A Escola mantém sua missão original derivada dos ensinamentos da II GM: Formar o

3° Sgt combatente das Armas, líder das pequenas frações e elo fundamental entre o comando

e a tropa.

30

Figura 4.1 – Escola de Sargentos das Armas, 2008.

Fonte: Disponível em > https://www.defesa.gov.br/UserFiles/Image/EXERCITO/1EsSA.jpg < Acesso em 21 de

junho de 2010.

4.2 O PARAQUEDISMO MILITAR NO BRASIL E A CRIAÇÃO DO CENTRO DE

INSTRUÇÃO PARAQUEDISTA

Os paraquedistas haviam demonstrado sua importância estratégica durante os

combates da II GM. A Invasão da Normandia e ações como a operação Market-Garden, são

exemplos do emprego eficaz, oportuno e decisivo deste tipo de tropa no combate moderno.

O Brasil enviou, em 1944, para os Estados Unidos, o capitão Roberto de Pessoa,

retratado na figura 4.2, para a realização do Curso de paraquedista militar. O capitão De

Pessoa, em seu retorno, realizou uma campanha junto ao Exército com o intuito de conseguir

voluntários para esta nova atividade no Brasil, angariando apoio do Alto Comando.

31

Figura 4.2 – O paraquedista pioneiro, Gen De Pessoa.

Fonte: Disponível em > http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2009/02/generalrobertopessoa.jpg <

Acesso em 21 de junho de 2010.

Cerca de 25 oficiais e 8 sargentos do Exército, enviados para os Estados Unidos,

concluíram o curso no Fort Benning na Georgia (EUA). Após seu retorno, foram iniciadas as

atividades do Núcleo de Formação de paraquedista.

Em 26 de dezembro de 1945 foi criada a Escola de paraquedistas, na Vila Militar,

Rio de Janeiro.

Cerca de 1060 pára-quedas do Tipo T-7, adquiridos nos EUA, pelo então

Ministério da Guerra foram a base do material empregado para a realização, entre 03 e 31 de

janeiro de 1949, do primeiro Curso Básico paraquedista. Além dos oficiais e sargentos

voluntários, fizeram parte, para efeito de validação do curso realizado nos EUA, 02 oficiais e

17 sargentos formados em Forte Benning. Nesse curso, foi qualificado paraquedista militar, o

então Cel Nestor Penha Brasil, que veio a ser, como oficial general, o primeiro Comandante

da Tropa paraquedista Brasileira.

32

A Nota Ministerial n° 13, de 19 de janeiro de 1953, extinguiu a Escola de

paraquedista e transformou o Departamento de Instrução paraquedista em Departamento

Técnico do Núcleo da Divisão Aeroterrestre.

Em 11 de janeiro de 1972 teve sua denominação mudada para Centro de Instrução

Paraquedista General Penha Brasil (CI Pqdt GPB), em homenagem ao seu primeiro

comandante.

Desde 1949, foram formados mais de 77.500 paraquedistas militares do Exército

Brasileiro, conforme pode-se constatar na figura 4.3, com os paraquedistas formados em

2010, sendo o CI Pqdt GPB, um centro de referência que vem formando militares e

aprimorando a doutrina de emprego desta tropa, destaque nas tropas operacionais do EB da

atualidade.

Figura 4.3 – Mais uma turma de paraquedistas formados no CI Pqdt GPB, 2010.

Fonte: Disponível em > http://www.exercito.gov.br/revista/Materias/2010/03mar10/imagens/cipqdt2.jpg <

Acesso em 21 de junho de 2010.

33

4.2.1 Brigada de Infantaria Paraquedista (Bda Inf Pqdt)

A Brigada de Infantaria Paraquedista é uma Grande Unidade de pronto emprego do

EB e teve sua origem nos ensinamentos colhidos durante a II GM, sob a influência norte-

americana. Ela é sediada na Vila Militar, na cidade do Rio de Janeiro, e se originou da antiga

escola de Paraquedistas, criada em 1945.

Em 1953, ocorreu a transformação da Escola de Paraquedistas em Núcleo da

divisão Aeroterrestre, estrutura, que manteve até 1969. Com a nova organização, através da

qual o EB adotava as Brigadas, foi então criada a Brigada Aeroterrestre, que mudou de

denominação em 1971, para Brigada Paraquedista e, posteriormente, em 1985, para Brigada

de Infantaria Paraquedista, cuja sede pode ser vista na figura 4.4.

Importante por sua mobilidade estratégica, a Bda Inf Pqdt é essencial para a

articulação do EB no imenso território brasileiro, contanto para isso com o apoio

imprescindível da Força Aérea Brasileira (FAB). Pode-se concluir que os ensinamentos

adquiridos com a II GM e a ação de bravos soldados brasileiros, como o Gen De Pessoa, no

período pós-guerra, foram essenciais na criação e na manutenção da Bda Inf Pqdt, atualmente,

uma das principais peças de manobra estratégicas do EB.

Figura 4.4 – Brigada de Infantaria Paraquedista, 2010.

Fonte: Disponível em > www.exercito.gov.br/.../imagens/21biaaaepqdt.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

34

4.3 CRIAÇÃO DA ESCOLA DE INSTRUCAO ESPECIALIZADA( EsIE)

O Centro de Instrução Especializada (CIE) foi criado em 30 de junho de 1943

com a finalidade de formar especialistas para a Força Expedicionária Brasileira. Cerca de

18000 soldados foram preparados para a guerra e, nos campos da Europa, mostraram mais

uma vez o valor do soldado brasileiro.

A transformação do CIE em EsIE deu-se em 21 de agosto de 1945, pelo Decreto-

Lei nº. 788, com a finalidade de realizar a especialização e o aperfeiçoamento dos oficiais e

sargentos do EB. Novos programas de instrução foram elaborados e foi realizada a

reorganização de todos os cursos daquela Escola, sem comprometer as atividades de ensino.

Foi a EsIE, naquela época, a primeira escola no Exército a ensinar e a disseminar

um método de instrução corporificado nos conhecimentos psicopedagógicos mais modernos -

a escola ativa - revolucionando o sistema de ensino militar da Força Terrestre, tudo decorrente

dos ensinamentos colhidos na II Guerra Mundial.

A Escola de Instrução Especializada é um Estabelecimento de Ensino que possui,

dentro de suas atribuições, a especialização de Oficiais da Força Terrestre, não só do

Exército Brasileiro, mas também das Forças coirmãs e de Oficias das Nações

Amigas, como também a de formar os nossos Sargentos dos Quadros de

Intendência, Topografia e Música, além de realizar a formação dos nossos Mestres

de Música e de coordenar as atividades dos Concursos de Habilitação a 1º e 2º

Sargentos Músicos. (ESIE, 2010)

4.4 CRIAÇÃO DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG)

Após a II GM, o progresso mundial foi rápido, e novos conceitos, como o de

Segurança Nacional, Objetivos Nacionais Permanentes (ONP), foram introduzidos. Estes pela

complexidade, extrapolaram a área militar e envolveram forças civis no estudo e resolução

dos problemas nacionais.

35

Assim, no final da década de quarenta, foi criada a Escola Superior de Guerra

(ESG). A finalidade seria “desenvolver e consolidar os conhecimentos necessários para o

desempenho de funções de planejamento e direção da Segurança Nacional”.

Para a evolução militar, importante passo estava sendo dado no sentido da

elaboração de uma doutrina própria. Começou-se a pensar e solucionar as questões do Brasil.

A ESG ajudou a criar a mentalidade do planejamento, de programação e de

orçamentação. Tornou-se instrumento de identificação entre civis e militares no estudo

conjunto dos problemas brasileiros.

A Escola Superior de Guerra (ESG) resultou de estudos desenvolvidos por um grupo

de militares preocupados com as conseqüências da recém-terminada Segunda

Guerra Mundial.

Desta maneira, pela Lei n° 785, de 20 de agosto de 1949, foi “criada a Escola

Superior de Guerra, um instituto de altos estudos, subordinado diretamente ao

Ministro da Defesa e destinado a desenvolver e consolidar os conhecimentos

necessários para o exercício das funções de assessoramento e direção superior e para

o planejamento da segurança nacional”. Acrescentava a Lei que a ESG deveria

funcionar como centro permanente de estudos e pesquisas, ministrando cursos que

fossem instituídos pelo Poder Executivo.

O General Cordeiro de Farias foi o primeiro Comandante da ESG, no período de 1°

de setembro de 1949 a 11 de dezembro de 1952. O General Juarez Távora, depois de

realizar o curso da Escola, foi o seu segundo Comandante.

No dia 15 de março de 1950, com a presença do então Presidente da República,

General Eurico Gaspar Dutra, iniciou-se o ano letivo da ESG, sendo a Aula

Inaugural proferida pelo General César Obino, no auditório da antiga Escola

Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia (IME). (ESG, 2010)

A ESG está localizada na área da Fortaleza de São João, na Urca, cidade do Rio

de Janeiro, podendo ser vista em foto de 1955 na figura 4.5. Construída em 1565, por Estácio

de Sá, na várzea entre os morros Cara de Cão e Pão de Açúcar, esta fortaleza marca a

fundação da cidade do Rio de Janeiro e o domínio português na Baia da Guanabara.

36

Figura 4.5 – ESG, 1955.

Fonte: Disponível em > http://www.dantonvoltaire.eng.br/images/guerra.jpg < Acesso em 21 de junho de 2010.

A Escola Superior de Guerra, atualmente, atua como centro de estudos e

pesquisas, a ela competindo planejar, coordenar e desenvolver os cursos que forem instituídos

pelo Ministro de Estado da Defesa.

4.5 CRIAÇÃO DA ARMA DE COMUNICAÇÕES

Em nenhuma ocasião o comandante da FEB deixou de transmitir suas ordens ou

receber informações dos seus escalões subordinados. De dia ou de noite, em

situações de calma ou de combate, as comunicações têm estado à altura de sua

importante missão. (MASCARENHAS DE MORAES, 1951)

37

Até a II GM, as atividades de comunicações eram desempenhadas pela Arma de

Engenharia. Durante esse conflito, foi criada a 1ª Cia de Transmissões, que recebeu notável

deferência no teatro de operações na Itália. Com o retorno da FEB, o então chamado Serviço

de Comunicações recebeu grande incentivo e desenvolvimento com a aquisição de grande

quantidade de novos equipamentos. Em consequência disso, foi criada, em 1956, a Arma de

Comunicações e a sua importância foi sendo consolidada no seio do EB, ligando o Comando

Operacional às tropas em primeiro escalão, ligação bem representada na figura 4.6.

As Comunicações – a Arma do Comando – proporcionam as ligações necessárias

aos escalões mais altos que exercerão a coordenação e o controle de seus elementos

subordinados antes, durante e após as operações. Além disso, atuam no controle do

espectro eletromagnético, por meio das atividades de Guerra Eletrônica, para

impedir ou dificultar as comunicações do inimigo, facilitar as próprias

comunicações e obter informações. (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2010)

Figura 4.6 – Arma de Comunicações, 2008.

Fonte: Disponível em > http://www.dapravoce.org.br/exercito/imagensconteudo/clip_image006_0000.jpg <

Acesso em 21 de junho de 2010.

38

4.6 CRIAÇÃO DO QUADRO DE MATERIAL BÉLICO E DA ESCOLA DE

MATERIAL BÉLICO

A Escola de Material Bélico (EsMB) surgiu no final dos anos 30, época de

grande transformação no mundo e principalmente no Exército Brasileiro. Novas idéias e

doutrinas estavam ganhando terreno e as Forças Armadas, principalmente a Força Terrestre

estava sendo dotada de modernos meios de transportes mecanizados e blindados.

O mundo se preparava para a II GM (1939 - 1945) e já não era mais possível

conter a marcha da evolução. Em 25 de maio de 1938, foi criada, no Rio de Janeiro, a Sub-

Unidade Escola Motomecanizada, que veio ocupar em Deodoro as instalações da futura

Escola de Engenharia.

Em 1939, foi criado, no lugar desta subunidade, o Centro de Instrução de

Motorização e Mecanização (CIMM) e a ela foram incorporados todos os meios blindados do

EB (Fiat-Ansaldo e 05 Renault FT-17, remanescentes da Companhia de Carros de Assalto).

Em 1942, o CIMM foi transformado em Escola de Motomecanização (EsMM) e

recebe os primeiros carros de combate M-3 Stuart, tendo como missão o ensino e o emprego

tático de material automóvel, o que permitirá reformular e modernizar o Exército Brasileiro,

fruto da compra de uma Divisão Blindada completa elaborada pelo então ministro da guerra

General Eurico Gaspar Dutra, que nunca foi totalmente entregue, mas que mostrou uma

grande visão de modernidade.

Em 1959, através da Lei 3654, de 04 Nov, foi criado o mais novo componente

operacional do Exército, o Quadro de Material Bélico. Reuniram-se, então, a partir daquela

data, sob um mesmo enfoque doutrinário, os diferentes setores que se dedicavam na obtenção

e distribuição de suprimento de MB, manutenção e evacuação de todo o material usado pela

Força Terrestre (FT).

Com a criação do Quadro de Material Bélico no EB, a denominação da EsMM

passa a ser Escola de Material Bélico, nome que se mantém até nossos dias ocupando o

mesmo quartel desde 1938, com instalações antigas retratadas na figura 4.7.

A missão da EsMB é: Complementar o conhecimento relativo à manutenção dos

Oficiais do Quadro de Material Bélico; Especializar Oficiais das Armas e do Serviço de

Intendência em manutenção de Material Bélico; Formar, especializar e aperfeiçoar sargentos

para o desempenho de cargos previsto para Sargentos de Material Bélico; Realizar estágio

sobre manutenção do material bélico para oficiais e sargentos de outras Forças Singulares,

39

Forças Auxiliares e das Nações Amigas; Cooperar para a formulação e o desenvolvimento da

doutrina referente à manutenção do material bélico e Ministrar estágios sobre manutenção de

Material Bélico.

A EsMB ocupa hoje uma área de 14.269.374,86 m2, sendo 115.221,00 m2 de

área construída, e anualmente passam por ela 650 alunos, divididos em Cursos de

Especialização e Extensão para Oficiais e Cursos de Formação, Aperfeiçoamento e

Especialização para Sargentos.

Figura 4.7 – Escola de Material Bélico, 2009.

Fonte: Disponível em > http://www.politicaexterna.com/wp-content/uploads/2009/02/leo021.jpg < Acesso em

21 de junho de 2010.

A Portaria do Comandante do Exército nº. 126, de 10 de março de 2010,

transformou a EsMB em Escola de Sargentos de Logística, passando sua subordinação para a

Diretoria de Formação e Aperfeiçoamento, marcando, dessa forma, mais um momento

importante na evolução da Logística de Material Bélico do EB.

40

4.7 CRIAÇÃO DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA RELIGIOSA DO EXÉRCITO

(SAREx)

O serviço de assistência religiosa prestado pelo EB existiu, de forma incipiente,

durante a guerra do Paraguai e foi instituído em 1944 pelo Decreto de lei nº 5.573 atendendo

às necessidades de acesso a espiritualidade e exercício de fé dos soldados enviados ao front

(PALHARES, 1982, p.197). Contudo vale ressaltar que apesar de novamente instituído o

serviço religioso em função da guerra, havia uma relação de aliança político-ideológica entre

Vargas e a Igreja Católica (BONEMY, 1999, p. 160-161). Corrobora com a hipótese da

Historiadora Helena Bonemy a narração de um evento por Palhares durante um desfile da já

então formada FEB:

No palanque presidencial, o Chefe de Estado, doutor Getúlio Dornelles Vargas. Ao

seu lado, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jayme de Barros Câmara. Surge a

tropa. As palmas estrugem, vigorosas e prolongadas. E a velha Avenida, fremido,

ecoa os bravos e os vivas dirigidos ao soldados. Tendo como “cerra-fila” as

Enfermeiras, o desfile chega ao seu término. Voltando-se para Dom Jayme,

perguntou-lhe o Presidente:

- Gostou, Senhor Arcebispo?

E o futuro Cardeal do Rio de Janeiro, respondeu-lhe:

- Gostei, Presidente, mas, faltou alguém junto aos nossos “pracinhas”...

- Quem? perguntou o Presidente.

- Os capelães, respondeu o Arcebispo.

- Amanhã, mesmo, criarei o Corpo de Capelães, retrucou o Presidente.

No dia seguinte, era criado o Corpo de Capelães, para a Força Expedicionária

Brasileira (PALHARES, 1982, p.196-197).

Além disso, o Decreto de Lei nº 8.921 de 26 de Janeiro de 1946 que institui o

caráter permanente do Serviço de Assistência Religiosa nas Forças Armadas prevê em seu

artigo 3º que “O Serviço de Assistência Religiosa constituir-se-á de “Capelães Militares”,

sacerdotes ou ministros religiosos, pertencentes a qualquer religião ou culto que não atente

contra a disciplina, a moral e as leis, desde que sejam professados, no mínimo, por um terço

dos efetivos das unidades a serem contempladas”(PALHARES, 1982, p. 211- 212). Apesar do

Decreto datado em 1946, isto é, quando já terminada a guerra, outro Decreto de Lei nº 20.680

41

em 28 de Fevereiro de 1946 “Institui patrono do Serviço de Assistência Religiosa do Exército

o Capelão Militar Capitão Antônio Álvares da Silva” (PALHARES, 1982, p. 213). Fica então

instituído por dois ex-combatentes, a saber, Eurico Gaspar Dutra e Góes Monteiro, como o

Patrono desse serviço o franciscano Frei Orlando, morto em combate durante a II GM.

Desde sua recriação, o Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREx)

vem cumprindo, ininterruptamente sua missão de levar alento e acompanhar a vida espiritual

e religiosa dos militares brasileiros, seguindo os passos e exemplos de abnegação do seu

Patrono, o Frei Orlando.

42

5 EVOLUÇÃO DOS MATERIAIS DE EMPREGO MILITAR

O termo material de emprego militar (MEM), por definição, diz respeito ao armamento,

munição, equipamentos militares e outros materiais ou meios navais, aéreos, terrestres e

anfíbios de uso privativo ou característico das Forças Armadas, bem como seus sobressalentes

e acessórios.

A II GM foi um marco na evolução dos MEM. Houve evolução dos meios

empregados em batalha. Os carros de combate sofreram profunda evolução daqueles

empregados na I GM. Os armamentos, equipamentos e munições também evoluíram, trazendo

maior eficácia para os soldados e maior morticínio nos campos de batalha.

O Brasil participou, diretamente, da II GM, com a FEB. O material empregado

pelos pracinhas era novo e de origem norte-americana, em quase sua totalidade.

Após a participação na II GM, o EB viu a necessidade de se adaptar à nova

realidade mundial em termos de material de emprego militar e várias aquisições foram

realizadas neste sentido.

5.1 VIATURAS

5.1.1 Blindados

A primeira guerra mundial trouxe ao campo de batalha um novo conceito de

emprego para a cavalaria, imobilizada pelo avanço das armas de fogo automáticas como a

metralhadora e os fuzis de assalto.

O soldado teve que desmontar de seus cavalos e se abrigar nas trincheiras para se

proteger do potente e cerrado fogo destes novos armamentos.

A evolução mecânica dos motores a explosão interna, movidos a derivados de

petróleo, foi empregada em plataformas blindadas que vieram a substituir os cavalos. Este foi,

sinteticamente, o surgimento do conceito dos carros de combate nos campos de batalha,

empregados em massa, pela primeira vez, nos combates travados na I GM.

43

Em 15 de setembro de 1916 – Pela primeira vez os carros de combate são

empregados em batalha. Os ingleses utilizam o MARK V na Batalha de Cambrai. O blindado

inglês causou pânico nas linhas alemãs.

O EB foi pioneiro na América Latina na aquisição de Blindados, comprando em

1921, doze (12) carros de assalto RENAULT FT- 17 (FT- Carro Leve) franceses, lançando

desta forma a semente dos blindados no Brasil, graças à iniciativa do Capitão José Pessoa

Cavalcanti de Albuquerque, militar brasileiro que havia participado dos combates na I GM

comandando tropas blindadas francesas. Nota-se que ainda restam exemplares originais e bem

conservados, como bem pode-se ver na figura 5.1.

Figura 5.1 – Renault FT – 17 – Primeiro Carro de Combate utilizado pelo Exército Brasileiro, 2009.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto1.jpg < Acesso em 24

de maio de 2010.

Com a entrada do Brasil na II GM ao lado dos aliados, os Estados Unidos

supriram o EB com modernos carros de combate médios M-3 Lee a partir de 1943 e M-4

44

Sherman a partir de 1944, que iriam formar importantes unidades blindadas em nosso

exército, e que seriam mantidos por muitos anos após aquele conflito.

5.1.1.1 Carro de Combate M3 Lee

O Carro de Combate M3 Lee foi um tanque médio da II GM de uso dos EUA, da

Austrália, do Brasil, do Canadá, da Nova Zelândia, do Reino Unido e da URSS.

Foi vitoriosamente utilizado nas campanhas do norte da África. Sua arma

principal era um canhão de 57 mm, e a secundária um canhão de 37 mm, vistas na figura 5.2.

Sua vantagem principal era a agilidade, sua carência era a blindagem fraca e a ausência de

uma arma de 75 mm. Logo se tornou obsoleto em frente aos formidáveis tanques alemães.

Figura 5.2 – Carro de Combate norte-americano M3 LEE.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto9.jpg < Acesso em 24

de maio de 2010.

45

O Brasil foi o único país latino-americano a receber blindados médios

durante a guerra. Os EUA relutavam em ceder esse tipo de veículo,

pois necessitavam dele em suas próprias Forças Armadas. Os M-3

chegaram ao Brasil no final de 1942. (HIGUCHI; JUNIOR, 2005)

5.1.1.2 Carro de Combate M-4 Sherman

Tanque médio M4 foi o principal carro de combate desenhado e construído pelos

EUA para as forças aliadas da II GM. Os primeiros carros de combate M-4 Sherman

chegaram ao Brasil em plena II GM, 1943, para equipar unidades recém criadas no Exército

Brasileiro, como a Companhia Escola de Carros de Combate Médio.

Durante e no pós-guerra o EB recebeu aproximadamente 80 Sherman das versões

M-4, M4-A1 e M-4 Composite Hull que passaram a equipar diversas unidades blindadas até o

final dos anos 60 (figura 5.3) quando foram sendo substituídos gradativamente pelos M-41

Walker Bulldog.

Devido a sua extrema versatilidade, o Exército Brasileiro operou nada menos que 83

exemplares do M4 Sherman, que começaram a chegar ao Brasil em meados de 1945

e logo entraram em serviço pelo 1º Batalhão de Carros de Combate, no Rio de

Janeiro. Durante a sua trajetória, fatos pitorescos fundem-se com a própria história

do nosso país, onde em diversas ocasiões os blindados foram empregados para

conter possíveis manifestações populares e reações de outras alas políticas durante a

Revolução de 1964 e, posteriormente, auxiliar para reprimir protestos contra o

Governo.

Por outro lado, os Sherman também representaram um capítulo importante na

história da indústria de Defesa no país; e no esforço do Brasil de desenvolver bases

tecnológicas próprias. Assim, ao longo dos mais de 40 anos em que permaneceram

em serviço, os Sherman foram extensamente modificados pelo Exército Brasileiro,

com a participação de diversas empresas privadas, onde se destacam a utilização

como veículo anti-minas terrestres, viatura especial para socorro e também com pá

niveladora para terrenos (todas as versões criadas no Brasil). (HIGUCHI; JUNIOR,

2005)

46

Figura 5.3 – Carro de Combate norte-americano M4 SHERMAN.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto10.jpg < Acesso em

24 de maio de 2010.

5.1.1.3 Carro blindado de reconhecimento M-3 White Scout Car

Os principais veículos blindados sobre rodas no pós-II GM operados pelo EB

foram os M-3 Scout-Car, inclusive alguns foram enviados ao exterior quando da formação do

Batalhão Suez nos anos 50, quando tropas brasileiras estiveram como forças de paz da

Organização das Nações Unidas (ONU) na região de Gaza, no Oriente Médio, quando dos

conflitos entre árabes e judeus (1956-1967). Na figura 5.4, podemos ver os Scout Car

brasileiros na missão no Oriente Médio.

47

Figura 5.4 – Carro norte-americano Scout Car na Missão Militar da ONU na Faixa de Gaza.

Fonte: Disponível em > http//www.defesanet.com.brimagensdefesanetrvrodasfoto10.jpg < Acesso em 24 de

maio de 2010.

5.1.1.4 Half-Track

De todas as firmas envolvidas em desenvolver os pedidos do Ordnance

Departament para um caminhão com esteiras, as companhias Diamond T e White Motor

Company acabaram prevalecendo com seus modelos de "meia-lagarta". A idéia era utilizar

chassis de caminhões que já estivessem disponíveis para adaptar a superestrutura de um

veículo blindado com lagartas no conjunto traseiro e facilitar ao máximo a produção. Assim, o

nosso conhecido M-3 Scout Car recebeu uma suspensão traseira com dois trens flutuantes de

rodas (Timken F35-HX-1), altamente flexíveis conforme o terreno, rodando sobre esteiras de

borracha (que duravam umas 1500 milhas). Assim, ambos M-2 e M-3 entraram em produção

em Outubro de 1940, equipados com motor White de 6 cil, com 127hp, esses motores eram

intercambiáveis com os JXD, do M-8 Greyhound.

Foram muitas as versões dos half tracks, mas as mais comuns e fáceis de

identificar eram o M-2 e o M-3. O M-2 (11.415 produzidos), não tinha porta traseira e tinha

48

caixa de ferramentas logo abaixo do pára-lama dianteiro direito, com um trilho para

metralhadoras em anel ao redor do compartimento traseiro. O M-3 (2.862 produzidos) tinha

porta traseira e não tinha caixa de ferramentas nem o trilho para metralhadora, mas o suporte

padrão M-40, igual aos usados no M-20. O M-4 era usado como porta-morteiro, sendo

reforçado na sua estrutura para aguentar os impactos do disparo do morteiro de dentro da

carroceria, assim como os outros M-3 com canhões de 75 mm, dentre eles o T-19. O M-16

tinha um conjunto de quatro metralhadoras .50 sincronizadas para uso antiaéreo. Os half

tracks foram usados em todas as frentes de combate, sendo que o Brasil usou cinco deles no

seu Esquadrão de Reconhecimento na Itália, conforme podemos ver na figura 5.5, além de

receber muitos no pós-guerra.

Figura 5.5 – Carro blindado norte-americano Half Track em operações na II GM a serviço da FEB.

Fonte: Disponível em > http://www.anvfeb.com.br/1esqcmec.htm < Acesso em 24 de maio de 2010.

Após a II GM o Brasil trouxe cerca de uma centena destes veículos, sendo que,

alguns ainda se encontram em uso, como relíquias, nas unidades do EB e nos museus

militares.

49

Figura 5.6 – Half Track do 16° Esqd C Mec, Francisco Beltrão – PR, em excelentes condições de conservação.

Fonte: O AUTOR.

5.1.1.5 Carro blindado de reconhecimento sobre rodas M-8 Greyhound

Este carro possuía tração nas seis rodas e uma torreta com teto aberto, com canhão

de 37 mm e metralhadora .30, mais uma .50 num suporte externo. O motor era o conhecido

Hercules JXD de 110hp, que também equipou muitos outros blindados como o Scout Car e

M-2. A torre se movia manualmente por uma manivela e depois teve giro mecânico com duas

velocidades nos últimos modelos. Os espaços entre os pára-lamas tinham racks ou caixas para

levar equipamentos, minas ou suportes para galões.

A versão sem torreta do M-8 foi chamada de M-20, que era bem mais leve, mais

usado para transporte de tropas, radiocomunicações, observação de posto avançado,

transporte de equipamento etc. Usava em geral apenas uma .50 num rack de metralhadora

50

padrão (M-40). A torre foi substituída por uma moldura quadrada que podia ser coberta por

uma lona.

Os M-8 e M-20 foram muito empregados em todas as frentes de combate, tendo

sido usados pelo Esquadrão de Reconhecimento da FEB, na Itália, comandado pelo então

capitão Plínio Pitaluga, que podem ser vistos nas figuras 5.7 e 5.8.. Esses M-8 voltaram da

Itália para o Brasil e muitos outros foram adquiridos depois do fim da guerra, do exército

americano.

Figura 5.7 – Carro blindado norte-americano M-8.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto10.jpg < Acesso em

24 de maio de 2010.

51

Figura 5.8 – Carro blindado norte-americano M-8 operando com os pracinhas da FEB na cidade de Montese.

Fonte: Disponível em > http://jbitten.files.wordpress.com/2009/05/montesem8.jpg < Acesso em 24 de maio de

2010.

5.1.1.6 Carro blindado de reconhecimento sobre rodas M-20 Armored Utility Vehicle

O M20 foi uma versão baseada no chassis da viatura M8 Light Armored Car

Greyhound projetada para atender a necessidade de um veículo de comando, ligação e de

transporte para acompanhar as unidades blindadas do exército americano.

Com a remoção da torre e do canhão de 37mm, foi criado um compartimento

retangular que acomodava assentos laterais, mesa, suportes para armas leves e o equipamento

de radio, para sua proteção foi adicionado sobre esta estrutura um trilho circular para suportar

uma metralhadora .50 rotativa.

Foram produzidas cerca de 3.791 unidades no período de 1943 a 1945 e o EB

começou a receber esta viatura em 1946.

52

Este carro foi a base de formação da Cavalaria Mecanizada atual do EB e serviu

de modelo para o desenvolvimento dos blindados sobre rodas brasileiros URUTU e

CASCAVEL, fabricados pela ENGESA nos anos 80.

Figura 5.9 – Carro blindado norte-americano M-20.

Fonte: Disponível em > http://en.wikipedia.org/wiki/File:M20_Armored_Utility_Vehicle_1.JPG < Acesso em

07 de junho de 2010.

5.1.1.7 Evolução dos blindados no Brasil após a II GM

Com a assinatura, em outubro de 1952, do Acordo Militar entre Brasil e Estados

Unidos, conhecido como acordo de Fernando de Noronha, decidiu, o Estado Maior do

Exército, que as Unidades blindadas deveriam ter todo seu material motorizado, de

comunicações e grande parte de seu armamento substituído por outros mais atualizados,

oriundos dos Estados Unidos.

53

Menos de um ano depois, desembarcava no porto do Rio de Janeiro o mais

moderno material blindado existente na América do Sul.

5.1.1.7.1 Carro de Combate M-41

Devido ao Acordo de 1952, as forças armadas brasileiras tinham grande

facilidade em obter material bélico americano. Em agosto de 1960, os M41 chegaram ao

Brasil, que operava os carros de combate M3 Stuart e M3 Lee, já considerados obsoletos

durante a II GM, e os M4 Sherman, também protagonistas desse conflito mundial. Mais de

300 unidades do M41 e do M41A3 foram recebidas pelo Brasil, tornando o veículo o

principal carro de combate do Brasil.

Com objetivo de nacionalizar os componentes e resolver algumas deficiências do

veículo, em 1978, foi iniciado um programa de modernização. Este programa foi realizado em

conjunto pelo Centro Tecnológico do Exército e a empresa Bernardini. O programa pretendia

tornar o veículo mais confiável, com manutenção nacionalizada, aumentar seu poder de fogo

e seu raio de ação.

Entre outras modificações, foi realizada a troca do motor a gasolina por um motor

a diesel fabricado no Brasil, a alteração do calibre do canhão de 76 mm para 90 mm, o reforço

da blindagem do veículo e a nacionalização dos equipamentos ópticos e de comunicação. A

nova versão foi denominada M41 Caxias.

Apesar do M41C ser um pouco mais lento que a versão original, a troca do motor

a gasolina para uma a diesel, SCANIA DS14, aumentou seu raio de ação de 110 para 550 km.

Com a experiência adquirida na modernização dos M41, a Bernardini

desenvolveu um Carro de Combate denominado Tamoyo, derivado diretamente do M-41.

No Brasil não restou nenhum M41 com canhão 76 mm, todos os canhões do M41

foram transformados para 90 mm.

54

Figura 5.10 – Carro blindado norte-americano M-41.

Fonte: Disponível em > http://www.areamilitar.net/directorio/IM_ter/M41C_001.jpg < Acesso em 25 de junho

de 2010.

5.1.1.7.2 Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) M-113

Após a revolução de 1964, chegaram ao Brasil mais 300 (trezentos) M-113,

equipados com motor Crhysler à gasolina para transporte de tropas.

Figura 5.11 – Carro blindado norte-americano M-113 para transporte de tropas, recebido na década de 1960 e

ainda em utilização pelo EB.

55

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/noticia/cibldport/foto3.jpg < Acesso em 25 de junho de

2010.

5.1.1.7.3 Viatura Blindada Obuseiro Autopropulsada M-108

O obuseiro M 108 de 105 mm, que chegou no Brasil por volta de 1977, é utilizado

pelas Unidades de Artilharia pertencentes às Brigadas Blindadas e Mecanizadas. O M-108

possui capacidade de transpor vau de até 1,06 m e é equipado com canhões de 105 mm e uma

metralhadora .50.

Figura 5.12 – Obuseiro blindado autopropulsado norte-americano M-108

Fonte: Disponível em > http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/IM_ter/M108_EX_Br_01.jpg < Acesso em

24 de maio de 2010.

5.1.1.7.4 Viatura Blindada Obuseiro Autopropulsada M-109 A3

Entre 1999 e 2001 a artilharia brasileira recebeu 37 viaturas Blindadas Obuseiro

Autopropulsada M-109 A3 oriundas do Exército da Bélgica, dotadas com canhões 155 mm e

alcance de 23,5 Km.

A origem desta viatura remonta da década de 1950, onde estes obuseiros foram

concebidos para apoiar pelo fogo as unidades blindadas e mecanizadas norte-americanas e

aliadas.

56

Figura 5.13 – Obuseiro blindado norte-americano M-109.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto25.jpg < Acesso em

07 de julho de 2010.

5.1.1.7.5 Carro de Combate Leopard M1A1

Cerca de 87 carros de combate LEOPARD MlAl da Bélgica foram recebidos a

partir de 1997, e passaram a integrar o 1º e 3º Regimento de Carros de Combate no Rio de

Janeiro e o 2º em Pirassununga, SP, além do próprio Centro de Instrução de Blindados e da

Escola de Material Bélico, templo da manutenção do EB e berço dos blindados.

Figura 5.14 – Carro de combate alemão Leopard M1A1 do EB.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto23.jpg < Acesso em

24 de maio de 2010.

57

5.1.1.7.6 Carro de Combate M-60 A3 TTS

Cerca de 91 carros de combate M-60 A3 TTS foram recebidos, no final da década

de 1990, dos Estados Unidos. Os M-60 A3 TTS passaram a integrar as unidades do 4º

Regimento de Carros de Combate em Rosário do Sul, no Rio Grande do Sul e o 5º em Rio

Negro, no Paraná, além do Centro de Instrução de Blindados e Escola de Material Bélico no

Rio de Janeiro.

Figura 5.15 – Carro de combate norte-americano M-60.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/imagens/defesanet/rv/blindados/foto22.jpg < Acesso em

24 de maio de 2010.

5.1.1.7.7 Viaturas blindadas de fabricação nacional

As primeiras tentativas concretas de se produzir blindados no Brasil, sejam eles

sobre rodas ou lagartas, remontam às décadas de 20 e 30, como primeiro marco para o seu

desenvolvimento, mas que não conseguiu ir adiante.

58

Após este período todo o equipamento militar nesta área continuou a ser

importado e a partir da II GM a grande maioria era de origem Norte-Americana.

Em 1967, foi criado no EB, um Grupo de Trabalho, constituído por vários oficiais

engenheiros de automóvel, que iniciaram os primeiros estudos que culminaram no início da

produção de veículos blindados no Brasil, cujo trabalho inicial ocorreu no Parque Regional de

Motomecanização da 2ª Região Militar em São Paulo (PqRMM/2).

O primeiro veículo blindado sobre rodas especialmente projetado e fabricado para

a finalidade de reconhecimento foi a V.B.B. 4x4 (Viatura Blindada Brasileira), muito embora

diversas tentativas reais foram realizadas durante a Revolução Constitucionalista de 1932, em

São Paulo, mas sem qualquer padronização, cada veículo concebido era único, não se

pensando em ter uma família e uma produção seriada.

A VBB não foi produzida em série, servindo apenas de protótipo e testes para o

desenvolvimento das versões da Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR) CASCAVEL e

da Viatura Blindada para Transporte de Tropa (VBTP) URUTU por parte da empresa

brasileira ENGESA.

Figura 5.16 –Viatura Blindada Brasileira (VBB).

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br < Acesso em 24 de maio de 2010.

59

Desenvolvimento do EE-11 Urutu blindado de transporte de pessoal começou na

década de 70. O primeiro protótipo foi construído no mesmo ano. Produção do EE-11 Urutu

começou em 1974. Inicialmente produzido para as forças armadas brasileiras, em breve o EE-

11 Urutu foi exportada para a Bolívia, Chile, Colômbia, Chipre, Equador, Gabão, Iraque,

Líbia, Marrocos, Uruguai e Venezuela. Cerca de 1 500 veículos deste tipo foram construídos.

Figura 5.17 – Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) URUTU.

Fonte: Disponível em > http://www.defesanet.com.br/noticia/1esquadrao/foto5.jpg < Acesso em 24 de maio de

2010.

Mais de mil VBR foram fabricadas e encontram-se, atualmente, ainda em uso em

mais de vinte países do mundo. O EE-9 não esconde a grande influência que recebeu do carro

de reconhecimento M-8 de fabrico norte-americano, que na prática veio substituir.

60

Figura 5.18 – Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR) CASCAVEL.

Fonte: Disponível em > http://www.finalsports.com.br/03/blog_guria/wp-content/uploads/2009/10/

89513_106430_ee_9_cascavel_em_acao11.jpg < Acesso em 24 de maio de 2010.

61

5.1.2 Jeeps no Brasil

A Primeira Guerra Mundial mostrou a necessidade de um veículo de

reconhecimento leve, rápido, para todo o terreno, que substituísse as tradicionais motos com

side-car usadas por mensageiros. O Exército Norte-Americano, com o agravamento da II GM,

lançou este desafio aos fabricantes de automóveis. Em 11 de julho de 1940 foi enviado um

pedido a 135 fabricantes para o desenvolvimento de um veículo que atendesse as seguintes

especificações: veículo com tração 4x4, em aço estampado de fácil fabricação, capacidade

para 03 passageiros e metralhadora .30, peso máximo de 600 Kg (depois mudado para 625

Kg), carga útil mínima de 300 Kg, potência de motor mínima de 40 hp, velocidade máxima de

no mínimo 80 Km/h, entre outras características.

O prazo de entrega do protótipo era de 49 dias, e 75 dias para a entrega de 70

veículos. Somente a American Bantam Car Company e a Willys-Overland responderam ao

pedido do Exército. A Bantam foi a única empresa que entregou o protótipo no prazo

vencendo a Willys na concorrência. O protótipo da Bantam, o pequeno MK II (figura 1), foi

entregue ao Exército em 23 de setembro de 1940 sendo submetido a duros testes em mais de

5.000 Km de estradas não pavimentadas. A conclusão final dos avaliadores foi: “este veículo

demonstrou amplo poder e todos os requisitos para o serviço.” A American Bantam Car

Company foi a empresa que criou o Jeep, ao contrário do que muitos podem pensar atribuindo

este fato a Willys-Overland.

Com sua entrada na 2ª Guerra Mundial em 1942, o Brasil passou a receber

armamentos e suprimentos dos aliados, inclusive jeeps norte-americanos em grande

quantidade, que rapidamente integraram-se ao cenário militar brasileiro. A Força

Expedicionária Brasileira (FEB) dispôs na Itália de 655 jeeps que entraram em combate em

muitas missões nos gélidos campos italianos.

62

Figura 5.19 – Alunos da Escola de Motomecanização do Exército Brasileiro com seu jeeps em 1943

Fonte: Disponível em > http://www.classicjeep.hpg.com.br/exbrz.htm < Acesso em 24 de maio de 2010.

Contrariamente aos jeeps dos Estados Unidos e Canadá (os únicos dois outros

países do continente americano que enviaram forças para efetivo combate na 2ª Guerra

Mundial), muitos voltaram ao Brasil com o fim da guerra, continuando em atividade nos

quartéis do Exército em todo o país.

63

Figura 5.20 – O general Mascarenhas de Moraes (3º da esquerda para a direita) no MB batizado de Liliana em

homenagem à sua neta.

Fonte: Exército Brasileiro.

No Brasil, o Jeep foi lançado no final dos anos 1950 e foi produzido até o início

dos anos 1980, inicialmente pela Willys Overland do Brasil e depois pela Ford, que adquiriu a

Willys e depois a Chrysler no Brasil.

Atualmente, o EB ainda possui vários Jeeps sendo utilizados em suas Unidades

Mecanizadas e Motorizadas.

64

5.2 ARMAMENTO

5.2.1 Metralhadora da Indústria Nacional de Armas (INA) Calibre .45

A história da Indústria Nacional de Armas começou no início da II GM, quando

os alemães invadiram a Dinamarca. Nesta oportunidade lá estava, em missão técnica, um

oficial do nosso Exército: Plínio Paes Barreto Cardoso. Os dinamarqueses confiaram a ele

alguns projetos de armas (inclusive o de uma metralhadora leve), que são trazidos por ele ao

Brasil, para longe das mãos dos nazistas. Finda a Guerra, restituídos os projetos, o Dansk

Industri Syndikat cede por gratidão os direitos da submetralhadora Madsen modelo 1946.

Assim em 1949, presidida pelo então General R-1 Plínio Paes, é fundada a Indústria Nacional

de Armas - INA, no bairro de Utinga, na cidade de Santo André, Estado de São Paulo.

O carro chefe de sua produção sempre foi a submetralhadora M1950 (uma

modificação da já citada Madsen M1946, sendo as diferenças principais da original

dinamarquesa a mudança do calibre, de 9 mm Luger para o 45 ACP, embora isso não fosse

propriamente um problema, pois dizem que a própria Madsen fez protótipos nesse calibre.

Além disso, a alavanca de manejo foi transferida da parte de cima da culatra para a lateral

direita. Posteriormente surge o modelo 53, com o alojamento do carregador mais longo e

reforçado. Estas armas foram padrão, por longos anos, no Exército (de 1950 a 1972) e nas

polícias brasileiras. A submetralhadora INA possuía uma cadência de cerca de 600 tiros por

minuto, não tinha dispositivo de tiro seletivo e funcionava com o princípio de ferrolho

(culatra) aberto (embora a sua relativamente baixa cadência de tiro permitisse que um

atirador, com certo treino, desse rajadas curtas; bastava para isso ter alguma intimidade com o

gatilho da arma).

65

Figura 5.21 - Metralhadora INA .45.

Fonte: Disponível em > http://3.bp.blogspot.com/_tTaNnlQMP1w/Sif7QCJ17TI/AAAAAAAAAB8

/S0hRRHjQ6R4/s1600-h/sem+t%C3%ADtulo1.jpg < Acesso em 24 de maio de 2010.

5.2.2 Pistolas Colt Calibre .45 e IMBEL 9mm

A Colt M1911A1 esteve entre as primeiras armas repassadas para a FEB. De fato,

mesmo antes da guerra, a arma foi adquirida diretamente da fábrica pelo governo brasileiro,

em 1937, e começou a ser entregue em 1938. Essa versão “brasileira” é facilmente

reconhecida pelas armas da República e a inscrição “EXÉRCITO BRASILEIRO”, gravadas

do lado direito. Com a chegada da FEB ao teatro italiano, Colts foram repassadas às tropas

brasileiras diretamente dos estoques norte-americanos. Não há, entretanto, registro de seu uso

em combate. Depois da 2a GM, o calibre .45 ACP e as armas desenhadas em torno dele foram

amplamente adotados pelas forças armadas brasileiras, em função da forte influência que a

doutrina norte-americana passou a ter no país. Em meados dos anos 1950, a munição .45

começou a ser fabricada no Brasil.

66

Figura 5.22 – Pistola Colt Calibre .45.

Fonte: Disponível em > http://img107.imageshack.us/i/479pxm1911m1911a1js7.jpg/ < Acesso em 24 de maio

de 2010.

A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), é uma empresa estatal brasileira,

vinculada ao EB e Ministério da Defesa. Tem cinco fábricas, uma localizada em Itajubá, MG,

voltada principalmente à fabricação de fuzis e pistolas, outra em Juiz de Fora, MG, voltada à

fabricação de material bélico em geral.

A Imbel começou em 1933 com o nome de FEEA – Fábrica de Estojos e

Espoletas de Artilharia e, segundo o Cel Menelau, esse nome FEEA ficou no imaginário da

população de Juiz de Fora e todos ainda falam da IMBEL a chamando de FEEA.

Mas a atual denominação é mais recente. Em 14 de julho de 1975, o Brasil

reconhecendo a necessidade de investir na estratégica indústria de material de defesa, criou a

IMBEL – Indústria de Material Bélico do Brasil.

Todas as pistolas Imbel têm o projeto baseado na pistola Colt 1911 e não possuem

nomes específicos diferenciando modelos, sendo identificadas apenas pelos calibres.

Atualmente o EB utiliza as pistolas Imbel e o Fuzil 5,56, entre outros produtos da

Imbel, em várias unidades espalhadas pelo Brasil.

67

Figura 5.23 – Pistola IMBEL 9mm utilizada pelo EB atualmente.

Fonte: Disponível em > http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.exercito.gov.br < Acesso em 07

de julho de 2010.

5.2.3 Outros armamentos que foram adquiridos e empregados pelo Brasil em

decorrência da participação brasileira na II GM

5.2.3.1 Metralhadora Browning M2 Cal .50

A Browning foi criada após a I GM e largamente empregada durante a II GM. É

uma das armas mais versáteis em combate pelo fato da sua munição ter várias configurações:

Perfurante, explosiva, traçante, incendiária e antiblindagem, com posições de antiaérea,

terrestre e naval.

68

O Brasil recebeu milhares de metralhadoras .50 após o término da II GM que

ainda são utilizadas pelo EB em quase todas as suas unidades no território nacional na

atualidade.

Figura 5.24 – Metralhadora .50 e seu reparo terrestre.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

5.2.3.2 Lança Rojão 2.36 pol M9A1

O Lança-rojão foi posto em uso pelos norte-americanos na II GM (a partir de

1942) e na Guerra da Coréia com a finalidade de fornecer uma arma portátil de ataque a

dispositivos blindados.

O EB teve seu primeiro contato com esse material bélico com a participação da

FEB nos combates da II GM, com os pracinhas. Desde então e, principalmente,após o Acordo

Militar de 1952 com os EUA, o Brasil passou a dotar suas unidades de Infantaria e Cavalaria

com os lança-rojões.

Houve uma evolução no material militar e, atualmente o EB emprega o AT-4 e

utiliza mísseis terrestres com a finalidade de conter ameaça de veículos blindados e destruir

alvos terrestres compensadores.

69

Figura 5.25 – Soldado empunha um Lança Rojão 2.36 Pol M9A1.

Fonte: Disponível em > http://pt.wikipedia.org/wiki/Bazuca < Acesso em 08 de julho de 2010.

5.2.3.3 Granada de Mão MK – II A1 e granadas de bocal

Com origem que remonta à China medieval, as granadas de mão ficaram famosas

durante a I GM, na fase da guerra de trincheiras. Os soldados as empregaram de forma maciça

para desalojar inimigos entrincheirados durante a fase estática daquela guerra.

No entre - guerras as granadas sofreram grandes modificações que permitiram

reduzir o seu tamanho e seu peso e aumentar o grau de letalidade, além de diversificar o seu

emprego no combate. As granadas de mão podem ser ofensivas, com raio de ação de 5 metros

e ser defensiva com raio de 30 metros.

70

Figura 5.26 – Granada de Mão MK – II A.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

As granadas de bocal são artefatos que são apostos na boca do fuzil (bocal) e são

lançados pela força de ação dos gases produzidos pelo disparo do armamento. Estas granadas

tem alcance entre 150 a 400 metros podem ser anti-pessoal, com raio de utilização de 30

metros e ser anti-carro com raio de utilização de até 50 metros.

Figura 5.27 – Granadas de bocal de exercício em uso no EB.

Fonte: Disponível em > http://www.exercito.gov.br/revista/Materias/2008/07jul08/19rcgmtz.html < Acesso em

08 de julho de 2010.

71

5.2.3.4 Lança Chamas

Surgido no início do século XX na Alemanha, o lança-chamas é um aparelho

mecânico desenhado para projetar uma chama longa e controlável, ou, literalmente, lançar

chamas. Alguns gêneros, incluindo os lança-chamas militares mais comuns, projetam um

líquido inflamável, enquanto outros, projetam um gás inflamável.

Estes artefatos bélicos foram largamente empregados durante a I GM na luta de

trincheiras e voltaram a ser empregados na II GM.

Os pracinhas da FEB tiveram seu primeiro contato com o lança – chamas durante

os combates da II GM, onde operaram o material em algumas operações.

Desde então, o EB passou a empregar este tipo de armamento, sendo seu uso atual

bastante reservado às ações especiais e alguns casos específicos de combate convencional.

Figura 5.28 – Lança Chamas utilizado pela FEB na II GM.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

72

Figura 5.29 – Um fuzileiro norte-americano utiliza um lança-chamas durante a Batalha de Okinawa (1945), para

expulsar inimigos escondidos.

Fonte: Disponível em > http://pt.wikipedia.org/wiki/Lan%C3%A7a-chamas < Acesso em 08 de junho de 2010.

5.2.3.5 Morteiros 60 mm e 81 mm

O morteiro é um armamento carregado pela boca, destinado a lançar granadas em

tiro curvo de curto, médio ou longo alcance.

Os morteiros começaram a ser empregados durante a I GM e foram muito

eficientes e importantes nos combates da II GM.

A FEB empregou, durante os combates da II GM morteiros 60 e 81 mm Brandt

que ainda podem ser encontrados em muitas unidades do EB em utilização.

73

Figura 5.30 – Morteiro 60 mm utilizado pela FEB na II GM.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

Figura 5.31 – Morteiro 81 mm utilizado pela FEB na II GM.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

74

5.2.3.6 Obus 105 mm M-101

Figura 5.32 – Obus 105 mm M-101 empregado pelo Brasil após a II GM.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

5.2.3.7 Obus 155 mm M-1

Figura 5.33 – Obus 155 mm M-1 empregado pelo Brasil após a II GM.

Fonte: Disponível em > http://segundaguerra.org/as-armas-da-feb-na-segunda-guerra-mundial < Acesso em 24

de maio de 2010.

75

76

5.3 EQUIPAMENTO MILITAR

5.3.1 Capacete de aço

Os capacetes de aço passaram a ser empregados em diversos exércitos do mundo

a partir da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) com diversos modelos, com a finalidade de

proteger os soldados, pois mais de 80% dos ferimentos aconteciam na cabeça fruto dos

disparos de armas de fogo e de estilhaços de granadas que atingiam os soldados que estavam

abrigados nas trincheiras.

Os capacetes de aço passaram a ser utilizados no Brasil a partir das necessidades

dos combates da Revolução Constitucionalista de 1932 ocorrida em São Paulo. O modelo

escolhido foi o inglês MK1, com abas laterais, que foi empregado pelo EB até que os

pracinhas da FEB passaram a usar, nos combates da II GM, o capacete de aço modelo M1,

adotado pelos EUA a partir de 1941.

Figura 5.34 – Capacete MK1 inglês utilizado pelo EB até a II GM.

Fonte: Disponível em > http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i433.photobucket.com/albums/qq52

< Acesso em 05 de julho de 2010.

Na realidade, este capacete era composto por dois capacetes, um de fibra interno e

outro de aço, externo. Entre 1941 e 1943 mais de sete milhões de capacetes M1 foram

77

fabricados, sendo o modelo mais fabricado no mundo até a atualidade. EB passou a equipar

suas unidades com o capacete M1 norte-americano a partir do final da II GM.

Figura 5.35 – Capacete M1 norte-americano utilizado pelo EB após a II GM.

Fonte: Exército Brasileiro.

Este modelo permanece em uso até a atualidade em algumas unidades do

Exército, sendo, atualmente, substituído pelo capacete balístico de combate M7, feito em

material sintético (Kevlar), mais resistente e com menor peso em relação ao M1.

78

Figura 5.36 – Capacete balístico M7 norte-americano utilizado pelo EB na atualidade.

Fonte: Exército Brasileiro.

5.3.2 Equipamento individual

A participação brasileira na II GM trouxe ao EB o novo modelo de cinto militar

com presilhas e adaptadores para vários porta-objetos necessários nos combates,

flexibilizando o combatente para que ajustasse o material individual estritamente necessário

para as necessidades das diversas missões.

Neste cinto poderiam ser apostos o porta pistola, porta carregadores de pistola e

fuzil, porta cantil, porta marmita, porta curativo individual e vários outros equipamentos.

79

Figura 5.37 – Cinto modular e seus acessórios utilizados pelo EB na II GM.

Fonte: Disponível em > http://4.bp.blogspot.com/_VXKQJDev4T8/S6VAm311RwI/AAAAAAAAAKY/neXHF

xJaev8/s640/33bjqj9.jpg < Acesso em 05 de julho de 2010.

Esta concepção permanece até a atualidade, com evoluções que se fizeram

necessárias para os combates modernos. Suspensórios passaram a ser empregados para

melhor dividir o peso do material e coletes de assalto estão substituindo, atualmente, os

antigos cintos e suspensórios norte-americanos (NA).

80

Figura 5.38 – Equipamento individual utilizado pelo EB na missão de paz da ONU no Haiti.

Fonte: Disponível em > http://www.coter.eb.mil.br/html/cepaeb/CEPAEB%20WEB

%20SITE/Docs/orientacoes /padronizacao_eqp_individual.jpg < Acesso em 05 de julho de 2010.

Figura 5.39 – Moderno colete de assalto norte-americano adaptado às necessidades do combate moderno.

Fonte: Disponível em > http://www.special-warfare.net/data_base/306_vest/aws_01/aws_assualt_vest_01.jpg

< Acesso em 05 de julho de 2010.

81

5.3.3 Uniformes

Os uniformes empregados pelos militares nas diferentes épocas da história são o

reflexo das necessidades em termos de proteção individual contra as intempéries, contra as

ações do inimigo e suas armas, de camuflagem no ambiente de combate e da tecnologia na

fabricação dos tecidos e materiais empregados.

No início do século XX o uniforme do soldado brasileiro seguia o padrão

empregado pelos exércitos europeus nas guerras napoleônicas, coloridos e feitos de material

pesado que atrapalhava o movimento do soldado no campo de batalha, além de torná-lo um

alvo compensador aos modernos e eficazes fuzis e armamentos desenvolvidos a partir de

meados do século XIX.

Figura 5.40 – Uniformes utilizados pelos soldados brasileiros até o início do século XX.

Fonte: Disponível em > www.museuhistoriconacional.com.br/images < Acesso em 05 de julho de 2010.

82

As reformas sofridas pelo EB no início do século XX pelos contatos e missões

com o exército alemão (Missão Militar Germânica) e, principalmente com a MMF ocorrida a

partir de 1919, trouxeram novas concepções acerca dos uniformes que passaram a ser

utilizados pelos soldados brasileiros.

Tecidos mais leves e fardamento verde oliva passaram a vestir o nosso soldado,

dando maior conforto e maior proteção ao combatente no campo de batalha. Os pracinhas

enviados pelo Brasil para a II GM passaram a receber modernos uniformes norte-americanos

que passaram a ser utilizados, a partir de então, pelo EB.

Figura 5.41 – Uniformes e equipamentos utilizados pelos soldados brasileiros durante e no pós II GM .

Fonte: Disponível em > http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://ddayfeb.tripod.com/m-

uniforme_feb.jpg < Acesso em 05 de julho de 2010.

83

Atualmente, os uniformes em uso no EB são a evolução daqueles empregados no

pós – II GM. Tecidos mais leves com camuflagem adaptada ao ambiente brasileiro são

utilizados para a confecção do uniforme padrão do soldado brasileiro.

Figura 5.42 – Uniformes e equipamentos utilizados pelos soldados brasileiros na atualidade .

Fonte: Disponível em > http://www.pmn.eb.mil.br/images/eb2.jpg < Acesso em 08 de julho de 2010.

84

6. EVOLUÇÃO NA DOUTRINA MILITAR DO EXÉRCITO BRASILEIRO

6.1 INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA NO EB

A FEB ao retornar vitoriosa da Europa trouxe na bagagem uma gama de

ensinamentos adquiridos com base na doutrina militar norte-americana.

Assim, foi criado o Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), órgão

encarregado da coordenação do emprego combinado do Exército, Marinha e Aeronáutica.

Naquela época o Mar Castelo Branco, como Diretor de Ensino da ECEME,

introduziu neste Estabelecimento de Ensino, o Trabalho de Comando. Um verdadeiro método

de raciocínio para o estudo de situações e tomada da decisão. Procurou, conciliar as lições

colhidas na Europa, durante o convívio com outros exércitos, às peculiaridades do homem

brasileiro. Combateu, sem tréguas, “a roupagem retórica do oficial de Estado Maior”, que

assim procurava encobrir “a indecisão”, bem como o “gosto pelas idéias feitas”.

Foi trazida pela FEB ainda a idéia da formação de uma Força Armada (FA)

pequena, coordenada, equipada, treinada, e em condições de enfrentar qualquer problema que

pudesse surgir no teatro de operações sul-americano.

Outra influência norte-americana foi o abandono progressivo da Defesa Estática,

introduzida pelos franceses no período da MMF.

Porém, após a II GM, o Brasil tomaria parte de Acordos, Tratados e Organismos

Internacionais. A Organização das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados

Americanos (OEA), o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), viriam a

exigir constante evolução das FA.

Ainda no final da década de quarenta e início de cinqüenta, realizar-se-ia outro

importante avanço na evolução militar. Criou-se no Brasil, por influência das ações na II GM,

a Escola de Pára-quedismo. Esta, em 1952, passou a constituir o núcleo da Divisão

Aeroterrestre, cuja organização procedeu-se no ano seguinte.

Atualmente a Brigada Paraquedista, possuidora de mobilidade estratégica, ou seja,

ser transportada por meios aéreos e realizar uma assalto Aeroterrestre, em qualquer parte do

território brasileiro, constituiu-se numa força de pronta resposta em condições de atuar em

qualquer ponto do País. Está sediada no Campo dos Afonsos, no bairro Realengo, no Rio de

Janeiro.

85

Outro marco importante da evolução militar brasileira foi a assinatura do Acordo

de Assistência Militar Brasil - Estados Unidos da América (EUA), no ano de 1952. O maior

reflexo foi a aquisição de material blindado. Dessa forma as unidades foram equipadas com

os CC Sherman e as VBTP SCHAUT-CAR e as HALF-TRACK (meia lagarta), que hoje

fazem parte da história em parques e museus do Exército.

Em meados da década de cinqüenta, sob influência norte-americana, nova lei de

organização do exército foi aprovada. Nesta criou-se a arma de Comunicações, I, II, III, IV

Exércitos, e o Comando Militar da Amazônia. Esta divisão permanece basicamente até os dias

atuais.

Nos últimos anos do período, ora analisado, a característica marcante foi a

realização de grandes manobras no terreno e na carta. O objetivo foi a busca da

operacionalidade nos diversos ambientes nacionais.

Porém, exatamente no final da década de cinqüenta, um fato novo viria a atingir o

estudo da doutrina militar. O avanço comunista na América, particularmente em Cuba,

incentivando a infiltração insidiosa no seio da sociedade, e o desencadeamento da guerrilha

urbana e rural, levaria os pensadores militares à busca de novas soluções. Surgiram assim os

conceitos de Segurança Interna e de Guerra Revolucionária.

Dessa forma, esse período do pós 2a GM até os anos sessenta, foram marcados

pela influência norte-americana, tanto nos primeiros momentos, pois os ensinamentos trazidos

pelos febianos eram oriundos dos daquela nação, quanto nos subsequentes, tudo conseqüência

da assinatura do Acordo de Assistência Militar Brasil-EUA.

6.2 EMPREGO DAS TROPAS BLINDADAS

Desde o surgimento do CC na 1ª GM os blindados despertaram nos grandes

pensadores militares daquela época, notadamente nos ingleses Fuller e Lidell Hart, foi visto a

necessidade de se desenvolver uma doutrina baseada no emprego dessa nova máquina de

guerra. Destarte, eles visualizaram uma Tr Bld que, utilizando os princípios da massa e da

ofensiva, viesse a suplantar as defesas, desse mobilidade ao combate e, que obtivesse

resultados decisivos,principalmente em operações estáticas.

Em que pese a sua utilidade ,à época, essa doutrina foi contestada por inúmeros

chefes militares. Para estes o CC não passava de um coadjuvante da infantaria no campo de

86

batalha. Na visão mesquinha deles o CC era simplesmente um meio de apoio à arma base.

Com o advento da a 2ª GM foi tornado o claro papel reservado aos CC e às tropas que nele se

apoiassem. A eles estava reservada missão de decidir o combate.

Durante e após a segunda guerra, as Tr Bld passaram a constituir a artéria

principal dos melhores exércitos. Desse modo, a doutrina de emprego teve que evoluir para

adaptar-se a essa extraordinária máquina de guerra e de destruição.

O surgimento mais tarde das armas AC, principalmente os mísseis teleguiados,

colocou novamente em dúvida a eficiência dos meios blindados. Alegava-se que uma defesa

calcada nesse sistema de armas causaria enorme destruição aos CC. Vieram os conflitos

árabe-israelenses e que se viu foi exatamente o contrário disso. O desempenho e o sucesso

alcançado pelas Bda Bld das Forças de Defesa de Israel mostraram que, mais uma vez, quem

não acreditou nos CC, estava equivocado.

Mais tarde, com as inovações tecnológicas implementadas, entre elas o tiro em

movimento, pelas nações mais desenvolvidas no moderno campo de batalha voltou-se a

discutir sobre o futuro das Tr Bld.

As brigadas blindadas hoje são uma realidade em nosso exército. A formação da

5ª Brigada de Cavalaria blindada e 6ª Brigada de Infantaria Blindada quaternárias apresentou

ao exército duas armas de incrível poder de destruição. Ao par destas brigadas houve a

necessidade de atualizar sua doutrina para melhor empregá-las.

A defesa móvel possui uma característica que obriga a utilização destas brigadas,

com o objetivo de destruir o inimigo.

A divisão como executante de operações defensivas possui meios suficientes para

apoiar as brigadas blindadas na sua missão de destruir o inimigo com um contra ataque

poderoso. Porém destaca-se a necessidade da Divisão de Exército possuir Subunidades de

armas anti–carro.

Seguindo os ensinamentos colhidos na II GM , o EB vem aprimorando seus meios

blindados e as formas de emprego com a aquisição de modernos carros de combate (Leopard

1A1 e 1A5 e M-60) e a formulação e adaptação da doutrina de emprego destes meios.

87

6.3 OUTROS ENSINAMENTOS E MODIFICAÇÕES ORIUNDAS DA PARTICIPAÇÃO

BRASILEIRA NA II GM

- Emprego sistemático do CC e do Avião;

- Aumento dos espaços necessários para emprego dos meios de combate com a guerra

moto mecanizada e avanço dos meios de comunicações;

- Emprego de manobras de envolvimento vertical com o emprego de paraquedistas;

- Valorização da Supremacia aérea;

- Emprego de Operações Combinadas e conseqüente criação do EMFA. Houve a

necessidade de organização e instrução das três forças singulares (EB, MB, FAB) para uma

melhor integração operacional. O ensino da nova doutrina de Operações Combinadas foi

introduzido nas escolas militares do EB: AMAN, EsAO e ECEME;

- Possibilidade do emprego de artefatos nucleares na guerra moderna a partir de seu

emprego pelos EUA sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki;

- Aumento do número de blindados (criação da Divisão blindada);

- Realização de grandes manobras no terreno para executar na prática a operacionalidade

nos diversos ambientes operacionais;

- Alinhamento com a doutrina militar norte-americana com a adoção de novos manuais,

temas táticos nas escolas (montanha, combate urbano, etc.), maior objetividade no

planejamento de Estado Maior (EM);

- Modernização e padronização da instrução militar com a adoção de programas padrão de

instrução (PP) gerando maior uniformidade e homogeneidade nos quartéis;

- Motorização das unidades de infantaria;

- Mecanização das unidades de cavalaria;

- Criação de unidades logísticas;

- Abandono gradativo da doutrina francesa, com ênfase na defensiva, adotando-se a tática

baseada, prioritariamente, nas operações ofensivas;

- Criação de Grandes Unidades;

- Otimização do recrutamento com novos métodos de seleção e exigência de maior nível

cultural e conhecimento técnico-profissional;

- Surgimento dos conceitos de Guerra Revolucionária e Segurança Interna em função do

avanço do comunismo na América. Início de estudos na ESG sobre o assunto;

88

- Modernização da Artilharia com novas técnicas e novos processos de condução do tiro,

bem como novos obuseiros; e

- Início da participação brasileira em missões de paz da ONU com o envio do Batalhão

Suez (UNEF) entre 1956 e 1967, gerando ensinamentos e aumentando o prestígio do Brasil

perante a comunidade internacional.

89

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O EB saiu da II GM reestruturado. Foi adquirido armamento moderno, canhões

antiaéreos e de campanha com maior alcance. Ocorreu a motorização e a mecanização das

unidades de cavalaria e infantaria, substituindo as unidades hipomóveis por outras dotadas de

grande capacidade de fogo e mobilidade.

O aumento do efetivo demográfico da nação, aliado à compreensão da

necessidade de segurança e modernização das Forças Armadas permitiu a ampliação dos seus

contingentes e quadros. O advento do avião, do helicóptero, dos mísseis, dos blindados, das

forças aeromóveis e aerotransportadas, de modernos equipamentos de engenharia, de

comunicações e de guerra química sinalizou o início de nova era. Fez-se mister uma guerra

para que atingíssemos patamar reclamado há muito tempo.

Trocamos a doutrina francesa defensiva de emprego das forças terrestres pela

norte-americana de concepção ofensiva e, então, cônscios das nossas potencialidades e

vulnerabilidades, fomos estimulados a desenvolver a doutrina militar brasileira.

O acordo Brasil - Estados Unidos de 1952 veio muito contribuir para a

modernização das Forças Armadas brasileiras.

Por fim, a participação dos heróicos pracinhas da FEB nos gélidos campos de

batalha europeus da II GM foi o ponto de inflexão para que o EB se modernizasse e tivesse

um salto de qualidade na sua doutrina, nos seus materiais e nos seus quadros.

Finalmente, pode-se inferir que a participação do Brasil na II GM, com o envio da

FEB aos campos de batalha europeus, acelerou o processo de substituição da ultrapassada

doutrina francesa advinda com a Missão Militar Francesa, após a I GM. Esta participação foi

fator importante e decisivo para que o EB adquirisse experiência no combate moderno, se

modernizasse e passasse a adotar a doutrina norte-americana, criando, assim, a base material e

doutrinária que perdura até os dias atuais.

90

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