participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FRANCISCA FERNANDES DA SILVA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORA ALBA ARAÚJO IGUATU/CE 2014

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Page 1: Participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f professora alba araújo   francisca fernandes da silva

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU - FECLI

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

FRANCISCA FERNANDES DA SILVA

PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM

ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORA ALBA

ARAÚJO

IGUATU/CE

2014

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FRANCISCA FERNANDES DA SILVA

PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM

ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA E.E.F PROFESSORA ALBA

ARAÚJO

Orientadora: Profa. Ms. Maria Márcia Melo

de Castro Martins

IGUATU/CE

2014

Monografia submetida à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Monografia.

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S586p Silva, Francisca Fernandes da.

Participação dos Pais na Vida Escolar dos Filhos: um estudo a

partir da realidade da E.E.F. Professora Alba Araújo / Francisca

Fernandes da Silva. [Orientada por] Maria Márcia Melo de Castro

Martins. – Iguatu, 2014.

45 p.

Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará,

Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas, Iguatu, 2014.

1.Escola 2. Família 3 Interação 4. Educação

I. Martins, Maria Márcia Melo de Castro (Orient.) II. Universidade

Estadual do Ceará – UECE – Graduação (Licenciatura) em

Ciências Biológicas

III. Título

CDD: 370.111

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S586p Silva, Francisca Fernandes da.

Participação dos Pais na Vida Escolar dos Filhos: um estudo a

partir da realidade da E.E.F. Professora Alba Araújo / Francisca

Fernandes da Silva. [Orientada por] Maria Márcia Melo de Castro

Martins. – Iguatu, 2014.

45 p.

Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará,

Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas, Iguatu, 2014.

1. Escola 2. Família 3 Interação 4. Educação

I. Martins, Maria Márcia Melo de Castro (Orient.) II. Universidade

Estadual do Ceará – UECE – Graduação (Licenciatura) em Ciências

Biológicas

III. Título

CDD: 370.111

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Dedico aos meus pais Maria Iraci da Silva e

Raimundo Fernandes, em especial à minha mãe por

todo amor, paciência e dedicação prestados a mim,

ao meu pai por ensinar sempre que o trabalho e o

esforço dignificam a pessoas. À minha irmã Lena,

por sempre acreditar em mim e na minha

capacidade. Ao meu amado Freire, por tanta

paciência e companheirismo.

Dedico.....

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6

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, minha força maior e o centro do meu viver, de onde vem minha

coragem que me possibilita chegar sempre ao meu objetivo. Às vezes nem sempre é fácil, mas

eu sei que tudo vai dar certo porque ele está sempre ao meu lado.

Aos meus pais, por sempre ver em seus olhos o quanto eles acreditam que eu

posso ir mais longe, isso me dá força para continuar lutando, apesar das dificuldades.

Ao PIBID (PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A

DOCÊNCIA), pela a oportunidade de tornar essa caminhada mais agradável e possibilitar

uma experiência única que só veio a somar ao longo da minha formação.

A todos os professores que já tive desde as séries iniciais aos da universidade.

Cada um teve sua importância, em especial o professor Ricardo Rodrigues e a professora

Maria Márcia, que me ajudaram bastante e constituem exemplo para qualquer graduando, pela

sua postura e ética profissional.

A todos os companheiros de turma, que serão também colegas de profissão, dos

quais vou lembrar com carinho e saudade, especialmente Cleuda, Alzeir e Fátima.

A Freire, meu companheiro dessa longa caminhada, fico feliz com a oportunidade

de ter você ao meu lado, sou grata por toda compreensão, carinho e amor dedicados a mim.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram com essa vitória.

A todos, o meu MUITO OBRIGADA!

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7

Por melhor que seja uma escola ela nunca vai suprir

a carência da família”.

(Gabriel Chalita)

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RESUMO

A educação é a base dos princípios que formam cidadãos preparados e capacitados para viver

em sociedade. Sabe-se que o ato de educar é muito importante para ser deixado na

responsabilidade de uma única instituição, por isso que esse processo educativo precisa ser

um trabalho conjunto da escola e da família visando um melhor desenvolvimento da criança.

A participação dos pais no processo educativo de seus filhos são aspectos que interferem no

desenvolvimento individual e, consequentemente, influenciam o comportamento da criança na

escola. Partindo desse pressuposto, o presente estudo teve por objetivo Investigar o

envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba Araújo e as

ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria família- escola, bem

como conhecer as ações que a escola realiza com o intuito de envolver os pais no dia a dia

escolar das crianças e os limites que os impedem de se envolverem nessas ações. Buscou-se

ainda conhecer a percepção dos pais em relação à educação de seus filhos, colher sugestões

para o melhoramento da interação família/escola e ainda fazer a relação entre o desempenho

escolar das crianças com o grau de envolvimento dos pais nas atividades escolares. Para

alcançar os objetivos propostos, foi realizada uma investigação de caráter qualitativo, que teve

a entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados. Esse estudo foi desenvolvido

junto aos professores, núcleo gestor e pais dos alunos regularmente matriculados na referida

instituição. A partir das informações colhidas foi percebida a funcionalidade dessas ações e o

grau de participação dos pais no desenvolvimento escolar das crianças. A investigação revelou

que essa relação apresenta fragilidades e que ambas as instituições, família e escola, precisam

ter clareza de que uma não pode funcionar sem a outra. Neste sentido, torna-se necessário

uma maior sensibilização dos sujeitos responsáveis pela educação dos estudantes, sobretudo

dos pais, para que possam atuar de forma mais efetiva e consciente nesse processo.

Palavras-chave: Escola, família, interação, educação.

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ABSTRACT

Education is the basis of the principles that make citizens prepared and able to live in society .

It is known that the act of teaching is too important to be left in the responsibility of a single

institution , so that the educational process must be a joint effort of the school and the family

seeking a better development of the child . Parental involvement in the educational process of

their children are aspects that affect individual development and thus influence the child's

behavior in school . Based on this assumption , the present study aimed to investigate the

involvement of parents in school life of the students Professor Alba Araújo and actions

developed by this institution to promote family-school partnership and know the actions that

the school carries with in order to involve the parents in day to day school children and the

limits that prevent them from becoming involved in these actions . We sought to further

understand the perception of parents regarding the education of their children , gather

suggestions for improving the interaction between family / school and still make the

relationship between school performance of children with the degree of parental involvement

in school activities . To achieve the proposed goals, a qualitative investigation , which had the

semi-structured interview as a technique for data collection was performed . This study was

developed with teachers , manager core and parents of the students enrolled in said institution.

From the information gathered was perceived functionality of these actions and the degree of

parental involvement in school development of children. The investigation revealed that this

relationship has weaknesses and that both institutions , family and school, must be clear that

one can not work without the other . In this sense , it is necessary to raise awareness of the

subject responsible for the education of students , especially parents , so they can act more

effectively and consciously in this process .

Keywords : school , family , interaction, education.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01- Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais, por gênero, idade,

escolaridade e ocupação..............................................................................

24

QUADRO 02- Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo,

tempo de experiência e escolaridade..........................................................

25

QUADRO 03- As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo............ 26

QUADRO 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da

criança......................................................................................................................

35

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11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS……………………………………………………………. 15

2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................... 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................... 15

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................. 16

4 METODOLOGIA.................................................................................................. 21

4.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................... 21

4.2 SUJEITO E LOCUS DA PESQUISA.............................................................. 22

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO.......................................... 22

4.4 COLETAS DE DADOS................................................................................... 23

4.5 ANÁLISE DE DADOS................................................................................... 24

4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA........................................ 24

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 25

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS....................................................... 25

5.2 AÇÕES REALIZADAS PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO.. 27

5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS

PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS PELOS

PAIA QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS

AÇÃOES............................................................................................................................

32

5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA

PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS...........................................

33

5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO

FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS

ESTUDANTES..................................................................................................................

34

5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO

ESCOLAR DAS CRIANÇAS.........................................................................................

35

6 CONCLUSÃO.......................................................................................... 38

REFERENCIAS.......................................................................................... 39

APÊNDICE A.............................................................................................. 41

APÊNDICE B............................................................................................... 42

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12

APÊNDICE C............................................................................................... 43

APÊNDICE D.............................................................................................. 44

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1 INTRODUÇÃO

A educação está presente em toda a sociedade como meio de formar cidadãos,

mas o que existe, na realidade, são formas diferentes de educar. Nesse sentido, os processos

educativos devem ser desenvolvidos respeitando as individualidades dos sujeitos, bem como

as demandas coletivas, pois os homens têm necessidades distintas e vivem em ambientes

diferentes uns dos outros. Neste sentido, a escola necessita garantir aos alunos o saber

sistematizado, preparando um plano de educação de acordo com a realidade em que cada

escola está inserida, respeitando os limites encontrados pela comunidade escolar.

No âmbito da educação, além da escola, a família é considerada a origem da

cultura e o alicerce para formação dos futuros cidadãos da sociedade, sendo percebida ainda

como o centro da vida social. A qualidade da educação que a criança recebe no seio da família

é o que vai servir como apoio fundamental para o desenvolvimento da sua criatividade e o seu

comportamento social e produtivo, quando estiver na condição de adulto, inserida na

sociedade.

Nos dias atuais existe a necessidade da escola conviver e estar em harmonia com

os pais, pois essa instituição acaba se tornando uma extensão da família e essa junção de

experiências potencializa o aprendizado, podendo torná-lo mais proveitoso e eficaz.

Desse modo, o envolvimento e a participação efetiva dos pais na educação dos

filhos significa: comparecimento às reuniões de pais e mestres, atenção à comunicação

escola–família e, sobretudo, acompanhamento dos deveres de casa e das notas para tentar,

com isso, descobrir as deficiências e carências escolares de seus filhos. Ajudando-os assim de

maneira significativa no desempenho escolar das crianças. Esse envolvimento pode ser

espontâneo ou incentivado por políticas da escola ou do sistema de ensino. Depende muito de

cada instituição, do seu plano pedagógico, como também da disponibilidade e interesse dos

pais pelo processo educativo de seus filhos.

Porém, é bastante recorrente o distanciamento entre o processo educativo familiar

e o escolar. Os motivos disso são variados, correspondendo a fatores culturais, econômicos e

mesmo políticos.

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Diante disso, fica o questionamento: as instituições, família e escola, estão aptas a

enfrentar o grande desafio de, em parceria, darem continuidade à complexa tarefa de educar

para vida?

Frente a este questionamento surgiu a necessidade de se fazer uma investigação

sofre a referida relação no contexto de uma comunidade escolar, em particular, a partir de

minhas experiências pessoais e formativas, a exemplo das vivências durante a realização do

estágio supervisionado no curso de graduação, além de leituras relacionadas à temática.

Percebi, durante a realização do estágio supervisionado no Ensino Fundamental, a

necessidade da realização de um estudo mais cuidadoso a respeito da questão.

Para tentar compreender melhor como e se realmente ocorre a interação dessas

duas instituições, escola e família, realizou-se uma análise crítica das ações promovidas pela

Escola Professora Alba Araújo, que buscam garantir a participação dos pais no cotidiano da

instituição, bem como os limites e dificuldades encontradas por eles para acompanhar a vida

escolar de seus filhos.

Diante do exposto e após estudos de autores (CASTRO, 2008; CARVALHO,

2000; CAMARGO, 2009) que fazem menção à importância da participação dos pais no

desempenho escolar de seus filhos, anunciamos a questão central desta investigação:

Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola Professora Alba

Araújo e quais ações são desenvolvidas pela referida instituição para promover a parceria

família- escola?

Desta, decorrem outros questionamentos: E a família, tem compreensão da sua

importância em torno da participação no processo educativo e nas atividades escolares de seus

filhos? Quais ações são desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola quais

os motivos que dificultam o envolvimento dos pais nestas ações e o que os levam a

negligenciarem o acompanhamento do desenvolvimento escolar das crianças? O que sugerem

pais, professores e gestores para estimular a relação famíla-escola? E a participação dos pais

mais presentes está relacionada ao melhor rendimento escolar das crianças?

Diante das questões levantadas, traçamos os objetivos dessa investigação, os quais

estão apresentados na próxima seção.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Investigar o envolvimento dos pais no cotidiano escolar dos alunos da escola

Professora Alba Araújo e as ações desenvolvidas pela referida instituição para promover a

parceria família- escola.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Identificar as ações desenvolvidas pela escola no tocante à parceria família-escola

e os elementos que dificultam o envolvimento dos pais neste acompanhamento;

Verificar a percepção dos pais em relação à importância de sua participação nas

atividades escolares de seus filhos;

Coletar sugestões dos sujeitos envolvidos na pesquisa para estimular a interação

família e escola;

Identificar se a participação dos pais mais presentes está relacionada ao melhor

rendimento escolar das crianças.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

A educação é considerada como parte fundamental de uma estrutura que foi

arquitetada para proporcionar e assegurar as relações de produção e reprodução. Entendemos

que toda a sociedade está envolta em um conjunto educacional e que a convivência entre os

homens é resultado deste processo, pois é através dele que recebemos as noções básicas para

mantermos uma boa relação com os outros. Em outras palavras, a educação traz ao homem a

habilidade de viver e se desenvolver em sociedade.

Nessa direção, Castro (2008) considera que a educação não é vista apenas como

um processo social: é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida. A

educação é a base da formação de um ser consciente de seus direitos e deveres, sendo

ferramenta básica para liberdade de expressão e a instauração da cidadania. Desse modo, a

educação pode ser considerada o pilar fundamental da sociedade, uma vez que esse processo

educativo visa à formação de um ser capacitado para desenvolver suas habilidades e com o

conhecimento prévio para conseguir sobreviver no meio social.

Para Durkheim (2011), a educação sofre variações de acordo com as camadas

sociais e até mesmo com o habitat de cada individuo. Pode-se dizer que a educação

organizada desta maneira constitui um campo de diferenças, onde se consegue maior êxito

quem contar com melhores armas nesta disputa, ou seja, quem tiver acesso a uma educação de

melhor qualidade.

Nesse sentido, Cecocon et al (1994) destaca que a educação pode ser encarada

como uma espécie de escada para a melhoria de vida, um melhor emprego e

conseqüentemente um salário melhor, visto que a criança deve estar preparada para profissão

que futuramente irá desenvolver dentro da sociedade. Toda educação, não importa a classe

social, seja a educação do rico ou do pobre, tanto a que conduz a profissões mais elevadas

(médico, dentista, administrador, entre outras) como a que conduz às funções mais simples

(operários), tem em comum um único objetivo, fixá-las nas consciências dos indivíduos.

Ainda sobre a educação, Saviani (2005, p. 11) a define como “um fenômeno

próprio dos seres humanos. Assim sendo, a compreensão da natureza da educação passa pela a

compreensão da natureza humana”.

O homem, ao nascer, não traz consigo suas habilidades e capacidades

desenvolvidas. Esse processo de desenvolvimento ocorre durante toda a vida, através das

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relações que constitui com outros homens. É por meio da convivência e socialização que ele

as desenvolve.

Desde seu nascimento o ser humano traz consigo a capacidade de instruir-se e no

decorrer do tempo, durante toda a vida, ele exercita e aprimora essa habilidade, aprendendo e

ensinado, e ao mesmo tempo transmitindo, produzindo e modificando, os conhecimentos e a

cultura.

A escola, em particular, desempenha o papel social de levar o saber sistematizado

para todos. Segundo Libâneo (1994, p.35), a “escolarização constitui instrumento

indispensável à construção da sociedade democrática, porque tem como função a socialização

daquela parcela do saber sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao

exercício da cidadania”.

Acredita-se que na escola o aluno receba o conhecimento necessário para

desenvolver a capacidade de realizar uma leitura crítica da realidade em que vive através das

disciplinas que são oferecidas pela instituição, ampliando assim sua capacidade intelectual e

cognitiva. Não podemos esquecer também que é na família que recebemos as primeiras

noções de educação. Nesse sentido, Castro (2008) defende que a parceria família e escola

poderá obter um maior êxito na formação de nossas crianças e adolescentes.

Historicamente, a escola se constituiu como a instituição responsável pela

socialização do saber sistematizado e à família atribuiu-se a educação através de exemplos do

dia-a-dia, para que a criança vivenciasse valores como: amor, confiança, liberdade, civilidade,

autonomia, justiça, entre outros.

Para Libâneo (1994), através da ação educativa, a sociedade exerce influências

sobre as pessoas e estas, ao assimilarem e recriarem essas influências tornam-se capazes de

estabelecer uma relação ativa e transformadora em relação ao meio social. No início da vida, a

criança é muito influenciável, sendo nesse período a melhor fase para que a família possa

ensinar através de bons exemplos, por isso fala-se que a família é a primeira escola,

considerada também o berço da educação.

Nesta direção, Durkheim (2011, p. 48) ressalta que “não adianta crer que podemos

educar os nossos filhos como quisermos. Há costumes aos quais somos obrigados a nos

conformar.” Visto que os costumes e idéias existentes são o que determina como será esta

educação, e estes não foram criados ou elaborados individualmente, eles são o resultado de

uma vida em sociedade, e em sua maioria são frutos advindos de gerações passadas, tudo isso

contribui para elaboração deste conjunto de normas que conduz a educação nos dias atuais.

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18

Dentro da sociedade a família é considerada um dos primeiros locais onde ocorre

a socialização do indivíduo, atuando como intermediaria fundamental dos padrões e

influências culturais. Segundo KREPPNER, (2000 apud Dessen e Polonia 2007), a família é

o cenário onde ocorre a difusão de valores, crenças e idéias que estão presentes na cultura da

coletividade, agindo ainda como influente significativo na conduta das pessoas, em especial

as crianças, pois é no seio familiar que elas aprendem as diversas formas de existir, de ver o

mundo e estabelecer suas relações sociais de acordo com a sociedade e sua tradição. Em

suma, a família pode ser considerada a primeira escola, que educa segundo a cultura, as idéias

e os costumes presentes em meio à sociedade.

Sobre a importância da família e da escola na educação das crianças, Polonia e

Dessen (2005, p.20) afirmam: “a família e a escola emergem como duas instituições

fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando como

propulsores ou inibidores do seu crescimento intelectual”. Sabe-se que existem diferenças e

divergências entre essas duas instituições - família e escola- ao mesmo tempo ambas possuem

uma responsabilidade em comum, a educação dos indivíduos. É no ambiente familiar que se

recebe as primeiras noções de educação, sendo a escola encarregada em dar continuidade ao

processo educativo iniciado na família e proporcionar à criança a assimilação de um saber

sistematizado e intencionalmente planejado, sendo então um trabalho conjunto onde um

complementa o outro de forma a somar vantagens no processo educativo desse sujeito.

Segundo Camargo (2009), não existe contraindicação para que os pais participem

da vida escolar dos filhos, uma aliança em que todos têm a ganhar em especial os alunos. Pois

estes além de contar com o apoio dos profissionais da escola poderão contar também com o

incentivo e a participação efetiva dos pais no seu desempenho escolar. Sobretudo porque,

desde os primórdios, a família tem sido a influência mais poderosa para o desenvolvimento da

personalidade e do caráter das pessoas (GOKHALE, 1980).

A educação, durante muito tempo, foi considerada um processo que ocorria em

duas etapas, sendo a primeira etapa a educação que se recebia em casa e a segunda, na escola,

mas esse pensamento foi abolido. Afinal, chegou-se a um consenso de que a educação é um

processo que ocorre simultaneamente tanto na família como na escola, dessa maneira ambas

devem ter a mesma finalidade, formar um ser integral e ético (CASTRO, 2008).

O desinteresse dos pais com a educação dos filhos pode trazer prejuízos

significativos e definitivos à vida desses sujeitos. As crianças ao perceberem esse

desprendimento podem ficar desestimuladas, tornando-se, assim, alunos apáticos, com pouco

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19

interesse e desmotivados, sem compromissos, não raro, apresentando dificuldade em

desenvolver melhor seu aprendizado.

A parceria família-escola para as crianças seria muito importante do ponto de vista

da aprendizagem, pois além de contarem com a ajuda dos profissionais na escola, também

disporiam do suporte dos familiares; os pais acompanhariam mais ativamente o

desenvolvimento intelectual e social de seus filhos e os educadores teriam mais condições de

conhecer a realidade de seus alunos.

Castro (2008, p.55) considera que “a educação é um processo construído em

parceria, cabe à família e à escola buscar uma direção única para “olhar”, terem ações e

estratégias que visam um fim em comum: um ser integral, como cidadão ético”. Através deste

trabalho conjunto entre a família e a escola o processo educativo ganharia mais força se

tornando um diferencial que só iria acrescentar enriquecendo o aprendizado e o

desenvolvimento das crianças.

Nos dias atuais, vivemos em uma sociedade desprendida de valores, antes

fundamentais para a existência de uma boa convivência entre os homens. Valores como a

ética, a cidadania e o respeito parecem ignorados, assim como outros, não menos importantes,

foram excluídos da educação e formação dos indivíduos. Nesse sentido, instituições como a

família e a escola, que busquem em comum o objetivo de formar cidadãos éticos e

conscientes de seus direitos e deveres, não podem permitir que essa situação se naturalize.

O contexto social onde está inserida a E.E.F. Professora Alba Araújo desperta a

atenção das pessoas que estabelecem algum contato com a referida instituição, devido estar

inserida em uma comunidade que apresenta vulnerabilidade social, composta, em sua maioria,

por famílias de baixo poder aquisitivo, as quais, raramente, se fazem presentes na escola, no

que concerne à participação na vida escolar de seus filhos.

Segundo Santos e Graminha (2005), o estudo de condições de risco e

vulnerabilidade, tem como foco principal três conjuntos de variáveis: as características de

personalidade e do contexto pessoal da criança, as peculiaridades do seio familiar e as do

ambiente social mais amplo, incluindo a família e a comunidade. Tais variáveis trabalham em

conjunto para determinar a direção do desenvolvimento humano, podendo ora promover ora

atrasar o individuo e suas capacidades.

Nessa direção, entende-se que a escola, como instituição formadora, tem à frente o

desafio de empregar esforços para trazer os pais para o dia-a-dia escolar das crianças, em

contrapartida os pais precisam se conscientizar acerca de que sua participação na vida escolar

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20

dos filhos pode se tornar um diferencial para sua formação, e juntas, família e escola, unirem

esforços em uma tentativa de minimizar as consequências que a realidade dessa comunidade

possa trazer para o futuro destes pequenos moradores.

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21

4 METODOLOGIA

Esta investigação constitui-se em um Estudo de Caso, caracteriza-se como

pesquisa de abordagem predominantemente qualitativa, de caráter analítico-descritivo.

Escolhemos o Estudo de Caso como método por julgá-lo adequado ao que nos propomos

desenvolver neste trabalho.

4.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa de caráter analítico-descritivo, com uma abordagem do

tipo qualitativa. Gil (1993) define que a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a

descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis. Esse tipo de pesquisa envolve o uso de técnicas

padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a

forma de levantamento.

As pesquisas analíticas envolvem o estudo e avaliação aprofundados de

informações disponíveis na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno. Esse tipo de

pesquisa busca apresentar de forma detalhada um fenômeno, com o intuito de facilitar a sua

compreensão.

A pesquisa com abordagem qualitativa “responde a questões muito particulares,

ela se preocupa com o nível de realidade que não pode ser quantificado” (GOMES et al, 1994,

p.54) e procura compreender o problema a partir do ponto de vista dos envolvidos no estudo,

para que nesse processo o entrevistador obtenha seus resultados através da análise dos dados e

objetivos a serem alcançados.

Nesse sentido também caracteriza-se como Estudo de Caso, pois de acordo com

Yin (2010, p. 39 -41)

O Estudo de Caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno

contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente

quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes. [...]

E esse fenômeno engloba importantes condições contextuais – altamente pertinentes

ao fenômeno em estudo.

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Acrescenta o referido autor que os estudos de caso “não precisam sempre incluir a

evidência observacional direta e detalhada, marcada por outras formas de “pesquisa

qualitativa”. (2010, p. 41).

Assim, a investigação que desenvolvemos, por sua natureza e finalidades, inseriu-

se no tipo de pesquisa descrito neste tópico.

4.2 SUJEITOS E LOCUS DA PESQUISA

O estudo foi desenvolvido com o corpo docente da E. E. F Professora Alba Araújo

que possui 37 (trinta e sete) professores e 04 (quatro) gestores e pelos pais dos alunos do 1º ao

4º ano do Ensino Fundamental do turno da manhã, séries que possuem, em média, 30

estudantes por turma. Os sujeitos foram:

Quatro professores (as) do 1º (primeiro) ao 4º (quarto) ano do Ensino

Fundamental do turno da manhã;

Diretor;

Coordenadora Pedagógica;

Oito pais de alunos, sendo 02 (dois) por turma. Obedecendo ao seguinte critério:

01 (um) pai de aluno com rendimento satisfatório e 01 (um) não satisfatório. O

referido critério de escolha baseou-se na possibilidade de identificarmos indícios

da relação entre o rendimento escolar dos alunos e o grau de envolvimento e

participação dos pais na vida escolar de seus filhos.

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO LOCUS DE ESTUDO

O presente trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Fundamental Professora

Alba Araújo fundada em 1º de agosto de 1998, localizada na Rua Amália Brasil, nº 363,

Bairro Vila Moura, cidade de Iguatu/Cará.

Numa visão macro, a cidade de Iguatu localiza-se na região Centro-Sul do Estado

do Ceará, possui uma área territorial de 1.017 Km², com uma população de 96. 495 habitantes

(IBGE, 2010).

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23

Por apresentar localização geográfica favorável, a referida escola recebe

matrículas de crianças e adolescentes oriundos das comunidades Vila Neuma, Vila Moura e

São Gabriel, como também alunos das regiões de Araras, Juazeirinho e entorno, totalizando

694 matrículas em 2013.

Em relação à estrutura pedagógica, a escola oferece Ensino Fundamental do 1º ao

9º ano; apresenta boa infraestrutura, com salas de aulas arejadas; banheiros; quadra de

esportes e área verde.

4.4 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados entre os meses de agosto e setembro de 2013.

Inicialmente, utilizando-se de uma entrevista semiestruturada (Ver roteiros em APÊNDICES

A, B e C) relacionada à percepção dos entrevistados sobre o tema abordado. A escolha dessa

técnica aporta-se no entendimento de que a entrevista semiestruturada pode nos fornecer

informações diretamente construídas no diálogo com o indivíduo entrevistado, pois:

é acima de tudo uma conversa a dois, ou entre vários interlocutores, realizada por

iniciativa do entrevistador. Tem o objetivo de construir informações pertinentes para

um objeto de pesquisa [...] e tratam da reflexão do próprio sujeito sobre a realidade

que vivencia. [...] Constituem uma representação da realidade: idéias, crenças,

maneiras de atuar, condutas, projeções para o futuro, razões conscientes ou

inconscientes de determinadas atitudes e comportamentos. (MINAYO, 2001, p. 64 -

65).

Este tipo de investigação acontece através do estabelecimento de uma conversa

amigável com o entrevistado buscando-se levantar dados que possam ser utilizados em análise

qualitativa, selecionando os aspectos mais relevantes para a pesquisa (BARROS, 1997).

O primeiro passo da coleta de dados foi realizar as entrevistas com os professores

das séries iniciais do Ensino Fundamental I (1º ao 4º ano). Foi adotado também esse mesmo

processo com o diretor, a coordenadora pedagógica e os pais/responsáveis dos alunos. Essas

entrevistas foram realizadas após uma breve explanação sobre o estudo para esclarecimento

de alguns termos que pudessem gerar dúvidas, esse processo aconteceu de forma individual

com cada participante. O segundo passo consistiu em transcrever essas entrevistas tal qual a

fala dos entrevistados, para uma análise das informações colhidas durante o estudo.

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24

4.5 ANÁLISE DE DADOS

O objetivo da análise de dados é sumariar as observações completadas, de forma

que estas permitam responder às questões da pesquisa. A análise se caracteriza pela

decomposição dos dados. Essa fase se constitui como núcleo principal de toda a pesquisa,

pois é nessa etapa que chegaremos às respostas pretendidas (BARROS, 1997).

A análise de dados foi realizada por meio da análise de categorias. O referido

método acontece através de três etapas básicas, de acordo com Bardin (1997):

A pré-análise, que corresponde à organização do material coletado para efeito de

observação e comparação das mensagens;

A descrição analítica, a qual se refere à descrição dos conteúdos das respostas que

exemplificam a analise do material, bem como citações das falas dos sujeitos;

Interpretação referencial, que é relativa às interpretações das respostas associadas

aos conceitos emergentes na pesquisa, tendo como referencial, os enfoques

teóricos aqui abordados, concomitantemente à descrição analítica.

4.6 ASPETOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA

O estudo foi realizado mediante autorização do Diretor da Escola Professora Alba

Araújo, Iguatu/CE (Apêndice D). Como procedimento ético, os participantes da pesquisa

receberam explicações sobre a finalidade e objetivos do estudo, além de serem informados

que seria garantido a eles o anonimato durante o desenvolvimento da investigação. A partir

desse esclarecimento, os voluntários que aceitaram participar da pesquisa responderam à

entrevista.

No decorrer da apresentação dos resultados desse estudo, os sujeitos da pesquisa

foram identificados por letras e no caso das mães e professores as letras foram seguidas por

números, da seguinte forma: diretor (D), coordenadora Pedagógica (C.P), os professores que

são do primeiro ao quarto ano (P1, P2, P3, P4) e as mães (M 1, M 2, M 3, M 4, M 5, M 6, M

7, M 8), pois, os pais se recusaram a participar do estudo.

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25

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo tem por objetivo caracterizar os sujeitos da pesquisa bem como

analisar e discutir os achados do estudo à luz do referencial teórico adotado e buscar atender

aos objetivos traçados nesta investigação.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS

O estudo teve como sujeitos quatro professores, o grupo gestor (diretor e

coordenadora pedagógica), oito pais de alunos do primeiro ao quarto ano da E.E.F Professora

Alba Araujo, totalizando 14 participantes. No quadro a seguir apresentamos o perfil dos

pais/responsáveis que se disponibilizaram a participar da pesquisa.

Quadro 01 - Identificação dos sujeitos da pesquisa: os pais/responsáveis, por gênero, idade,

escolaridade e ocupação.

Fonte: pesquisa da autora

Com base nos resultados (quadro 01) pode-se verificar que a maioria dos pais teve

acesso ao ensino e à escola formalmente, embora de forma precária e incompleta, pois como

se pode observar alguns não chegaram a concluir o Ensino Fundamental, pois alegaram que ir

a escola era muito difícil devido a diversos fatores, entre eles o acesso à escola e as condições

Idade

Sexo Estado civil Filhos Escolaridade Emprego

Feminino Masculino

30 X ---- Solteira 02 Fundamental

incompleto

Domestica

38 X ---- Casada 02 1º ano do Fundamental Dona de casa

28 X ---- Casada 02 5º ano- Fundamental Garçonete

26 X ---- Casada 08 Nunca estudou Dona de casa

27 X ---- Casada 02 Ensino médio completo Dona de casa

26 X ---- Casada 03 Fundamental completo Dona de casa

72 X ---- Divorciada 04 Nunca estudou Dona de casa

27 X ---- Casada 02 Nunca estudou Dona de casa

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financeiras que os obrigavam a trabalhar em vez de estudar, como mostra o quadro, apenas

um dos sujeitos consegui concluir o Ensino médio (M. 5).

Apesar do conjunto de sujeitos em questão se tratar de um grupo reduzido, com

faixas etárias bem diferentes, foi possível perceber uma diversidade variada de conhecimentos

e experiências. O mais curioso é que nenhum pai se disponibilizou a participar deste estudo,

pois alegaram que da educação das crianças quem cuida são as mães. Em suma, o grupo

consistiu de uma mãe solteira, seis casadas e uma divorciada. Dentre elas havia uma avó

(M7) que é tutora legal de uma das crianças e uma tia (M.2), responsável legal pelo sobrinho,

porque a mãe o abandonou ainda bebê.

Quadro 02 - Identificação dos gestores e professores, por gênero, idade, cargo, tempo de

experiência e escolaridade.

Idade Sexo Cargo que

exerce

Escolaridade Área de

formação

Área em que

atua

Tempo de

experiência Feminino Masculino

49 --- x Diretor geral Pós

graduado

Educação

Física

Direção 08 anos

43 X ---- Coordenadora Ensino

Superior

Pedagoga Coordenadora

pedagógica

08 anos

50 X ---- Professora do

1º ano

pedagógico

---- Polivalente 28 anos

34 X ---- Professora do

2º ano

Pós graduada Português Polivalente 16 anos

27 X ---- Professora do

3º ano

Ensino

Superior

Geografia

e

sociologia

Polivalente 04 anos

50 X ---- Professora do

4º ano

Ensino

Superior

Português Português e

literatura

28 anos

Fonte: pesquisa da autora

Pode-se perceber por meio da análise do quadro 2 que a E.E.F Professora Alba

Araujo dispõe de um grupo de profissionais habilitados para atuação no espaço escolar, a

maioria com mais de cinco anos de experiência (apenas uma professora está a quatro anos no

magistério), sinalizando que os alunos estão subsidiados por profissionais qualificados.

Através da entrevista com estes sujeitos, foi possível perceber por parte dos mesmos muito

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interesse e empenho naquilo que fazem. O que não significa dizer que os professores e os

gestores possam assumir sozinhos a responsabilidade pela educação das crianças.

Nos tópicos a seguir vamos discutir a respeito do nosso estudo com o intuito de

responder aos objetivos expressos no início desta pesquisa.

5.2 AÇÕES REALIZADAS PELA A E.E.F PROFESSORA ALBA ARAÚJO

No que se refere às ações realizadas pela escola, foi indagado aos sujeitos da

pesquisa qual o seu conhecimento acerca das atividades que a referida instituição desenvolve

com o intuito de trazer e envolver os pais no cotidiano escolar de seus filhos. Com base nas

informações obtidas na pesquisa sobre as ações realizadas naquela instituição, montamos o

seguinte quadro:

Quadro 03 - As atividades realizadas pela a E.E. F Professora Alba Araújo

AÇÕES PERIODICIDADE

Reuniões gerais 1 vez ao mês

Reuniões individuais por sala. 1 vez ao mês

O dia “D” da família na escola A cada bimestre

Festas das datas comemorativas Dia das mães, pais.

Torneio de futebol com os pais Em datas comemorativas

Palestras sobre temas diversos Sem datas definidas

Reunião para tratar de assuntos

relacionados ao Bolsa Família 1

Sem datas definidas

Fonte: pesquisa da autora

Fazendo uma análise dos resultados (quadro 03) é possível constatar que

existem, sim, por parte da instituição, várias ações que estão sendo realizadas com a mesma

finalidade: fazer com que os pais participem ativamente do desenvolvimento escolar das

crianças. Existe na escola um calendário com essas ações, e elas são informadas aos pais

1 “O Bolsa Família é um programa do governo federal que seleciona as famílias com bases nas informações

inseridas pelo município no cadastro único. Este programa foi criado para melhorar as condições de vida, saúde e

educação das famílias, para isso as famílias precisam cumprir algumas condicionalidades para permanecer

cadastrado, entre essas condições estar a de que toda família que possui crianças e adolescentes de 06 a 15 anos

devem freqüentar as escolas do município regulamente. O não cumprimento dessas condicionalidades implica na

suspensão imediata do beneficio”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010.p.10)

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28

através de bilhetes enviados pelos professores e/ou gestores aos cuidados dos alunos, com a

data e o horário que irá acontecer o evento, geralmente com um dia ou dois de antecedência.

Em relação à primeira ação listada no quadro, esta pode ser definida como uma

reunião geral realizada uma vez ao mês com todos os pais ao mesmo tempo, que tem por

finalidade falar de uma forma geral sobre a escola e as dificuldades que a mesma encontra no

tocante às crianças. A referida atividade pode ser vista como uma forma de buscar o apoio dos

pais para com a educação dos estudantes. No tocante a esta ação, obtivemos os seguintes

relatos:

Apenas 30% 2 dos pais participam dessas ações, e geralmente os pais que vêm são os que

sempre estão presentes. (D.)

Alguns pais só vêm até a escola quando são chamados porque o filho fez alguma coisa de

errado e só pode entrar com a presença de um responsável (pai ou a mãe) (C.P).

Observa-se nas falas que, apesar de ser de fundamental importância que os pais

estejam presentes no cotidiano escolar de seus filhos, isso é uma realidade ainda distante. Pois

de acordo com os dados coletados não verificamos, por parte dos pais, uma preocupação em

estarem efetivamente envolvidos no aprendizado das crianças.

Por um lado, para a maioria dos pais, a escola ainda é uma incógnita, e em

contrapartida os professores alegam que os pais não demonstram muito interesse pelo

desenvolvimento escolar de seus filhos. Desta forma, fica nítido o distanciamento entre a

família e a escola, o que dificulta ainda mais o trabalho educativo dessas duas instituições,

uma vez que o processo de aprendizagem poderia ser muito mais proveitoso para as crianças,

pais e educadores.

Castro (2008, p.56.) aponta que “a família e a escola precisam compartilhar uma

ideia comum quanto ao sentido que concebem de educação”. A partir deste ponto de vista, a

educação pode ser entendida como uma prática construída nos âmbitos familiar e escolar,

chegando aos relacionamentos vivenciados entre estudantes, professores, pais e a comunidade

de uma forma geral.

Quando indagado aos entrevistados sobre a segunda ação citada (quadro 03), ou

seja, sobre a reunião individual por turma, onde cada professor se reúne com todos os pais dos

2 Essas informações em porcentagem estão registradas em documentos que são arquivados na da

própria escola.

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29

alunos de sua turma com a finalidade de tratar de forma mais específica sobre os alunos

daquela classe, falando sobre: desempenho, avanços, dificuldades, enfim, sobre a

aprendizagem de cada aluno, de acordo com a necessidade das crianças da referida sala, os

professores assim relataram:

Com relação à minha turma que é de 21 alunos, apenas 5% dos pais participam da reunião

individual por turma. (P.2).

Os pais que participam são sempre os mesmos, aqueles que realmente precisam participar

dessa reunião nem aparecem. (P.1)

Na minha turma não encontro problema com relação à participação dos pais. Quando não

podem comparecer, ligam para saber do que se trata, pois apenas dois pais em uma turma

de 28 alunos não participam de nenhuma forma do desempenho escolar de seus filhos, só

vindo a escola quando são chamados,e mais de uma vez para poder comparecer. (P.4).

Apenas 20% dos pais participam dessa reunião. (P.3)

O relato de P.4 nos leva a uma realidade diferenciada das demais, e P.4 atribui essa

diferenciação ao fato de algumas salas de aula da escola Professora Alba Araújo serem

globalizadas de forma a separar alunos de melhor ou menor rendimento sendo que a sala de

P.4 é uma sala de alunos mais desenvolvidos, por isso que a realidade de sua turma é bem

diferente das demais envolvidas no estudo.

Pode-se verificar, ainda, que a análise desses dados revela que em meio aos pais

que, aparentemente, não demonstram interesse em relação ao aprendizado e desenvolvimento

de seus filhos, é possível identificar, por meio do relato de P.4, aqueles que se esforçam e

buscam se envolver nas ações citadas e participam mais do cotidiano escolar dos alunos. Essa

é uma prática importante do ponto de vista do sucesso escolar da criança, o qual é

potencializado pela cooperação entre a escola e a família, pois uma complementa a outra e

juntas podem se tornar ambientes agradáveis para a convivência dos alunos.

Autores como Chechia e Andrade(2005), relatam que a presença dos pais na vida

escolar é importante tanto para os alunos quanto para a escola. Nesse sentido, destaca-se,

então, a parceria família/escola. Partindo deste ponto de vista é de fundamental importância

que exista um vínculo entre essas duas instituições, pois de acordo com esses autores, é nas

reuniões com os professores que pode ser viável a existência de condições de auxilio aos pais

na tentativa de uma conscientização de sua real importância para o desenvolvimento escolar

das crianças.

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As ações realizadas de cunho comemorativo, como a festas dos pais, das mães,

torneio de futebol e o dia “D” da família na escola, cujo objetivo é proporcionar uma maior

proximidade e articulação entre os pais e a escola, são as que contam com o maior número de

pais, como podemos averiguar nas colocações abaixo:

Essas ações são as que contam com o maior participação dos pais, perdendo apenas para

as que se referem ao Bolsa Família. (P.1)

Os pais só se interessam em participar quando existe algum retorno próprio, beneficio

para eles. (P.2).

Mesmo com estes eventos existem pais dos meus alunos que eu ainda não conheço, nunca

os vi. (P.3)

Os relatos nos permitem entender que a aproximação dos pais com a escola tem-

se constituído, de forma mais perceptível, por meio de ações que lhes gerem um retorno

imediato, como o benefício destacado. Contudo, acredita-se que a escola poderia explorar

mais esses momentos para estreitar seu diálogo com os pais, quebrando barreiras que

distanciam a família da escola.

Quando mencionamos as palestras que tem como objetivo levar até aos pais temas

e assuntos do dia a dia, como: saúde, família, drogas, entre outros, os sujeitos as destacam

como as atividades que contam com um menor número de pais entre todas as ações

desenvolvidas pela a escola. Como podemos verificar nas falas a seguir:

Os pais alegam que tem mais o que fazer, do que vir para a escola ser “besta” e perder

tempo. (C.P)

A escola já mudou o horário das ações várias vezes, mas não importa o novo horário que

seja escolhido, eles sempre tem uma desculpa pronta para dar: (D.)

Observa-se nos dados obtidos acima que a maioria dos pais não participa da vida

escolar das crianças por falta de interesse ou por desconhecimento da importância que isso

tem para o futuro desses pequenos cidadãos. A este respeito, Camargo (2009) ressalta que não

existe contraindicação para que os pais participem da vida escolar dos filhos, uma aliança em

que todos têm a ganhar. Em especial, os alunos, que contarão com o apoio dos profissionais

da escola e com o auxilio dos pais em casa, constituindo um diferencial em seu aprendizado.

Em se tratando da última ação listada na tabela, citada pelos sujeitos do estudo,

como a ação que conta com o maior número de pais, pois de acordo com os dados colhidos

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durante o estudo, a maioria dos pais só vai à escola quando existe algum retorno próprio para

eles, não priorizando, assim, aspectos relacionados ao desempenho escolar de seus filhos.

O auditório se torna pequeno quando se trata da reunião do Bolsa Família. (D.)

Vem pais que eu nunca nem vi na instituição. (C.P)

Para muitos pais esse é o único motivo pelo qual mandam os filhos para a escola. (C.P.)

Alguns dos pais não querem saber como está o desenvolvimento escolar de seus filhos, só

quer saber se o professor não vai botar falta para que eles não percam o beneficio. (P.1)

Se acontecer algum problema no recebimento do beneficio do Bolsa Família, os pais vem

logo para a escola saber porque o professor colocou falta em seu filho, culpando logo a

instituição pelo corte do beneficio, tem pais que só assim comparecem a escola. (D.)

De acordo com os dados coletados, pode-se perceber quão complexa é essa

relação da família com a escola, uma vez que a maioria dos pais envolvidos na realidade da

E.E.F Professora Alba Araújo não estão realmente preocupados com o desempenho escolar de

seus filhos e sim se vão continuar a receber o referido beneficio. Este é pago pelo Governo

Federal e varia de acordo com a quantidade de filhos e a renda de cada família.

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência de renda

diretamente às famílias pobres e extremamente pobres, que vincula o recebimento do auxilio

financeiro ao comprimento de compromissos (condicionalidades), nas áreas de saúde e

educação, com a finalidade de promover o acesso das famílias aos direitos sociais básicos.

As condicionalidades referentes à educação são: matricular as crianças e

adolescentes de 06 a 15 anos nas escolas do município; garantir a freqüência, de no mínimo,

85% das aulas de cada mês e informar ao responsável pelo o programa no município sempre

que alguma criança ou adolescente mudar de escola para não interromper o acompanhamento

da freqüência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010)

Essa iniciativa do governo federal pode ser vista coma uma oportunidade para que

a criança possa estudar e ao mesmo tempo garantir a família uma renda para que os pais não

precisem tirar as crianças da escola e focá-las a trabalhar, perdendo assim a oportunidade de

estudar e com isso tentar mudar sua realidade.

Para Carvalho (2000), o envolvimento dos pais com a escola pode ser espontâneo

ou incentivado, dependendo das políticas de ensino e do plano pedagógico que cada

instituição possui, como também da disponibilidade e interesse dos pais pelo processo

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32

educativo de seus filhos. Neste sentido torna-se necessário uma sensibilização para que todos

possam sentir-se envolvidos no processo de educação das crianças.

5.3 O CONHECIMENTO DOS PAIS ACERCA DAS AÇÕES PROMOVIDAS

PELA E.E.F. PROFESSORA ALBA ARAÚJO E OS MOTIVOS ALEGADOS

PELOS QUE NÃO PARTICIPAM DESTAS AÇÃOES.

Na análise do conhecimento dos pais acerca das ações que a escola realiza,

pudemos perceber que essas ações são priorizadas por alguns e não por outros, ou sequer são

conhecidas por alguns pais entrevistados, como mostram as falas abaixo:

Tenho conhecimento sim sobre as ações realizadas pela a escola, mas não posso participar,

pois trabalho o dia todo, sou separada e o pai dela mora fora por isso não pode

comparecer. (M.1)

Não conheço nenhuma ação da escola, pois não tenho tempo pra essas coisas. (M.2)

Participo das reuniões realizadas na sala de minha filha, e datas comemorativas sempre

estou presente. (M.3)

Nunca fui à escola. (M.4)

Sempre vou às reuniões e participo das festinhas das mães. (M.5)

Conheço algumas ações como: reuniões de pais. (M.6)

Tem conhecimento das ações e sempre que possível participa das reuniões de sala. (M.7)

Não conheço essas ações. (M.8)

Conforme apresentado acima, alguns pais demonstram falta de interesse e

envolvimento; outros apontam dificuldades em comparecer à escola para participar das ações

promovidas pela instituição (M.1). Existe ainda pais que não conhecem a escola em que seu

filho estuda (M.4); outros não tem conhecimento acerca das ações que existem na referida

instituição (M.8); outros se esforçam em comparecer e em participar, o que desafia a escola a

pensar ações que sensibilizem os pais para atuar de forma mais significativa na educação de

seus filhos.

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Em um estudo realizado por Bhering (1999), o autor defende que a escola edifica

a sua cultura e os seus ensinamentos baseada nas contribuições de todos, mas tendo como

subsídio principal os princípios vindos de casa, neste sentido é preciso que aconteça entre a

família e a escola um relacionamento mais claro e que as negociações entre essa duas

instituições sejam feitas de modo a beneficiar e suprir as necessidades de ambas às partes,

onde o elemento crucial para que isso aconteça é o dialogo.

5.4 COMPREENSÃO DOS PAIS ACERCA DA IMPORTÂNCIA DE SUA

PARTICIPAÇÃO NA VIDA ESCOLAR DE SEUS FILHOS.

Na análise da compreensão dos pais acerca da importância de sua participação na

vida escolar de seus filhos, onde a conduta individual dos pais está diretamente relacionada à

sua realidade, podemos perceber que a maioria dos pais estão alheios ao seu papel na

educação das crianças na escola, conforme os relatos abaixo:

Quem tem que aprender e estudar é ele. (M.2)

Minha parte eu faço que é obrigá-lo a ir para escola.” (M..4)

Não ensino as tarefas porque não sei ler, e também não posso pagar uma aula de reforço.

(M.7)

Todo dia tem seus horários para fazer as atividades com o meu acompanhamento. (M.5)

Observamos nas falas, que apesar da referida instituição não medir esforços na

realização de eventos que tem como objetivo trazer os pais para a escola existe alguns sujeitos

que não demonstram esforço em participar do aprendizado de suas crianças, ou não tem

clareza quanto à importância de sua participação no desenvolvimento educacional de seu

filho.

Outro obstáculo para que essa interação realmente ocorra é o baixo grau de

instrução de alguns pais, dificultando a sua colaboração nas tarefas de casa e

acompanhamento escolar. Essas famílias, em sua maioria, possuem um baixo poder

aquisitivo e os pais investigados possuem baixo grau de instrução, pois como se pode

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observar (quadro 01), essas pessoas tiveram acesso à escola mas de forma incompleta ou

precária. Nesta direção, Ceccon (1994, p.20) ressalta que:

Durante muito tempo a escola esteve reservada a uma pequena minoria, aos filhos

do pessoal que tinha posses, aos filhos de doutores e a maioria dos filhos de pessoas

de baixo poder aquisitivo, como filhos de operários e agricultores não tinham

praticamente qualquer oportunidade de estudar e ficava condenado ao

analfabetismo.

Nos dias de hoje, o ensino de primeiro grau (Ensino Fundamental) é obrigatório e

gratuito para todos, assegurado legalmente. Essa fase da educação constitui responsabilidade

intransferível do estado brasileiro, importa dizer que todas as crianças de 06 aos 14 anos e,

ainda, os adolescentes e adultos que não tiveram oportunidade de acessar esse nível de ensino

no tempo próprio, têm direito a receber escolaridade correspondente ao Ensino Fundamental

(CARNEIRO, 2012).

Diante do exposto, destaca-se a importância da educação, pois em sua ausência ou

diante de sua oferta fragilizada, os sujeitos podem constituir-se alienados e serem facilmente

dominados, principalmente quando se vive em uma comunidade de grande vulnerabilidade.

Pode-se enfatizar ainda o valor do protagonismo da família na educação dos estudantes,

sobretudo na construção do caráter e como isso pode refletir na edificação de uma sociedade

consciente de seus direitos e deveres.

5.5 SUGESTÕES DOS SUJEITOS PARA POTENCIALIZAR A INTERAÇÃO

FAMÍLIA–ESCOLA E O ACOMPANHAMENTO NA VIDA ESCOLAR DOS

ESTUDANTES.

No que se refere às sugestões apontadas pelos sujeitos no tocante ao envolvimento

da família com escola, obtivemos as seguintes colocações:

Ofertar oficinas pra os pais, onde eles pudessem aprender algo para incrementar a sua

renda, com realização na própria escola. (C.P.)

Gerar tarefas conjuntas entre a família e os alunos na própria instituição. (P.1).

Os pais que querem participar de verdade, as ações que existem já são mais que suficiente.

(D.)

Não há nada que a escola possa fazer enquanto não houver uma reorganização na

estrutura familiar. (P.3)

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Os pais envolvidos no estudo e alguns professores não quiseram opinar sobre essa

questão, pois, não se sentiram a vontade, às vezes que chegávamos neste ponto da entrevista,

a resposta era sempre a mesma “não tenho nenhuma sugestão”. Dentre os sujeitos,

identificamos aqueles que afirmaram não adiantar a escola se esforçar se os pais não esboçam

nenhum tipo de interesse ou entusiasmo em acompanhar e participar da vida escolar de seus

filhos, pois como o sujeito D sinaliza: “a instituição já faz a sua parte falta, então o empenho

da família”.

Em um estudo desenvolvido por Cavalcante (1998), este autor relata que em toda

instituição de ensino deve-se tentar estabelecer um sistema de comunicação claro com os pais.

Essa é uma maneira de tentar promover parcerias entre essas duas instituições fundamentais

para o desenvolvimento e o desempenho da criança.

Embora a escola, campo desta investigação, já empregue esforços para promover

a participação dos pais na vida escolar das crianças, o estudo nos leva a refletir sobre a

necessidade de novas estratégias, o que se constitui como um grande desafio para a

constituição de uma escola e de uma educação de melhor qualidade, tarefa que a escola não

conseguirá realizar solitariamente, sem o envolvimento da sociedade à qual busca formar.

Desde modo, as ações realizadas na tentativa de fortalecer a relação da

família/escola têm mútuas repercussões e assim sendo, a construção dessas ações é condição

indispensável para atualizar e renovar, continuamente, o significado da educação.

5.6 RELAÇÃO DO ENVOLVIMENTO DOS PAIS COM O RENDIMENTO

ESCOLAR DAS CRIANÇAS

Neste tópico buscamos indícios da relação entre acompanhamento dos pais na

vida escolar das crianças e seu desempenho escolar. Pode-se dizer que diversos fatores podem

ser decisivos no sucesso e no insucesso escolar das crianças, segundo a família e à escola. Os

resultados que apresentamos a seguir tratam dos dados obtidos durante o desenvolvimento

desta pesquisa. Aqui serão divididos em dois grupos: os pais que participam e os que não

participam da vida escolas das crianças, na tentativa de se estabelecer uma relação com o

sucesso e insucesso escolar dos estudantes. Para tanto, identificamos, no quadro 04, os pais,

sua participação na vida escolar de seus filhos e o rendimento escolar desses alunos.

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Quadro 04- relação dos pais/responsáveis e o rendimento escolar da criança

Pais/responsáveis Participação Criança

Sim Não Rendimento satisfatório Rendimento insatisfatório

M.1 X X

M. 2 X X

M.3 X X

M.4 X X

M.5 X X

M.6 X X

M.7 X X

M.8 X X

Fonte: Pesquisa da autora

O quadro 04 nos permite afirmar que os pais que participam da vida escolar das

crianças, são: M1, M3, M5 e M7. Os filhos destes pais são considerados por suas professoras

como alunos comportados, dedicados e participativos, e não demonstram muita dificuldade

nas matérias estudadas. O acompanhamento dos pais é particularmente importante, pois

segundo Chechia e Andrade (2005), os alunos com sucesso escolar, geralmente apresentam

bom rendimento desde os primeiros anos de escolarização, e este sucesso é o que contribui de

forma positiva para a continuidade da vida estudantil.

Algumas informações obtidas através dos depoimentos dos pais que participam do

dia a dia escolar de seus filhos levaram-nos a ver que os alunos que contam com a

participação e apoio de seus pais, no tocante a sua vida escolar, apresentam mais habilidades

nas tarefas, um bom comportamento, se tornam estudantes participativos. Embora alguns se

sintam incapazes de ajudá-los, como aponta M7 “Não ensino as tarefas porque não sei ler, e

também não posso pagar uma aula de reforço”, O comprometimento em auxiliar e ao mesmo

tempo compreender as dificuldades encontradas por seus filhos, na escola, tem se tornado

uma constante no cotidiano dessas famílias.

Ainda com base nos dados do quadro 04, M2, M4, M6 e M8 são os pais que

informaram não participar do cotidiano escolar de seus filhos, estes, segundo seus professores,

apresentam rendimento insatisfatório, mau comportamento e dificuldades de aprendizagem

nas matérias estudadas. Nos depoimentos dos pais identificamos queixas que vão desde

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problemas com adaptação escolar à dificuldade de aprendizagem. Esta é uma situação

complexa, pois segundo Costa et al (2008), para uma mãe é muito complicado compreender

as dificuldades encontradas por seus filhos no processo de ensino aprendizagem.

Dentre os relatos, observa-se na fala de P.2: “a filha de M.4 apresenta uma

dificuldade muito grande de aprendizagem, a escola já sugeriu a esta mãe que procurasse um

atendimento especializado para essa criança”, segundo a professora, nada foi feito a esse

respeito, e a aluna continua indo à escola e apresentando as mesmas dificuldades.

Segundo M.8, “meu filho não se interessa, ele prefere ficar cuidando das cabras

do tio dele”. Pode-se perceber neste relato que a referida mãe deixa o filho, ainda tão

pequeno, decidir por si mesmo, sobre um aspecto de tamanha relevância como a vida escolar.

Por fim, com base nos dados obtidos nesta pesquisa relativos ao objetivo desta seção,

podemos concluir que os filhos que dispõem da participação dos pais em sua vida estudantil

possuem um desempenho satisfatório e os que não dispõem demonstram um rendimento

insatisfatório e uma situação preocupante com relação ao seu desempenho escolar.

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6. CONCLUSÃO

Por meio da pesquisa realizada na E.E.F Professora Alba Araújo, podemos

constatar através dos relatos dos envolvidos no estudo, que a escola tem à frente o desafio de

rever suas ações no intuito de melhorar a participação da família na escola, investindo em

políticas e ações que sensibilizem os pais a respeito de que a educação de seus filhos é de

fundamental importância. Uma vez que a educação é considerada também um fator definitivo

na formação do ser humano, do que ele é e será no futuro. A educação e a escolarização são

fundamentais para a formação do caráter da criança e da construção de sua percepção como

sujeito social.

O presente estudo identificou nas respostas dos professores e gestores, que a

escola desenvolve varias ações no que concerne à participação dos pais no dia a dia escolar

das crianças, embora falte a muitos pais a iniciativa de querer realmente colaborar com a

escola formando assim uma parceria onde o maior beneficiário seria o estudante.

A falta de interesse demonstrada por uma parcela dos pais pesquisados neste

estudo pode ser compreendida, historicamente, quando nos aproximamos do contexto

complexo em que a população brasileira se constituiu, sobretudo em termos educacionais.

Para os mais carentes, a escola parece ainda não representar meio de mudança e

transformação social.

Partimos do entendimento de que se as famílias se conscientizassem sobre a real

relevância dos pais no sucesso escolar de seus filhos, e se a escola, em contrapartida,

reconhecesse de forma mais concreta a importância da família dentro da escola, e juntas

ajustassem seu ritmo de atuação, o resultado desta participação certamente seria muito mais

satisfatório para ambas.

Concluímos com o desenvolvimento desta pesquisa que é papel da escola

proporcionar ao aluno o saber sistematizado, embora sua função se confunda com tantas

outras, o que não a impede de desenvolver seu trabalho tendo como eixo valores que

construam a humanidade em nós. Contudo, reafirmamos que cabe à família alicerçar as

crianças sobre valores essenciais para a vida. Por isso torna-se crucial a constituição da

parceria família/escola para juntas trabalharem na formação da criança de hoje, o cidadão

mais consciente do amanhã.

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REFERÊNCIAS

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Caderno de pesquisa.

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Petrópolis. Editora vozes. 2012.

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escola? O dever de casa e as relações família–escola. Revista Brasileira de Educação. Jan

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pais de alunos com sucesso e insucesso escolar. Estudos de Psicologia, v. 10, 2005.

COSTA, CSL da; CIA, Fabiana; BARHAM, E.J. Envolvimento materno e desempenho

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DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. 2 ª Edição. Petrópolis. Editora Vozes, 2011.

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40

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. Ed., São Paulo: Atlas, 1993.

GOKHALE, S. D. A Família Desaparecerá? In Revista Debates Sociais nº30, ano XVI. Rio

de Janeiro, CBSSIS, 1980.

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IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados básicos do Iguatu – CE. 2010.

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=230550>.

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MINAYO, C. S. Pesquisa Social: Teoria Método e Criatividade. 8ª. Edição. Petrópolis:

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POLONIA, A. da C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações entre

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SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Editora Autores Associados, 2005.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2010.

Page 41: Participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f professora alba araújo   francisca fernandes da silva

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APÊNDICE A – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PROFESSORES

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

1. Perfil

Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);

Escolaridade;

2. Escola (Trabalho)

Tempo de experiência como professor;

Tempo de trabalho na instituição;

Qual a disciplina que leciona;

Quais as maiores dificuldades encontradas na prática docente (em relação aos alunos,

aos pais e até mesmo a própria escola).

3. Ações realizadas

Quais as ações realizadas na escola com relações a participação dos pais (pontos

positivos e negativos);

Resultados dessa participação.

4. Com relação aos pais

Que frequências vão à escola;

Participam das ações realizadas na escola;

Quando não participam, o que alegam;

Contribuição para o desempenho das crianças.

5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com

mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os

pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.

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APÊNDICE B – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA O GRUPO GESTOR

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

1. Perfil

Identificação (nome, sexo, idade, naturalidade);

Escolaridade;

2. Escola (Trabalho)

Tempo de experiência como professor

Tempo de trabalho na instituição;

Tempo de experiência na gestão;

Qual a sua formação;

Quais as maiores dificuldades encontradas na escola (Em relação aos alunos; aos

professores e aos pais).

3. Ações realizadas

Listar as ações realizadas no intuito de trazer os pais para a escola;

A funcionalidade dessas ações (limites, avanços e desafios).

4. Em relação aos pais

Percentual de participação dos pais;

Motivos alegados para a não participação nessas ações;

5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com

mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os

pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.

Page 43: Participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f professora alba araújo   francisca fernandes da silva

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APÊNDICE C – ROTEIROS DE ENTREVISTA PARA OS PAIS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

1. Perfil

Identificação (nome, sexo, idade, estado civil, filhos);

Endereço;

Emprego;

Escolaridade;

Quantidade de pessoas na casa.

2. Vida escolar dos filhos

Conhecimento do cotidiano e da vida escolar dos filhos (como acompanha horários,

disciplinas, desempenho, comportamento, dificuldades no aprendizado);

Sua opinião sobre a importância da escola na vida do seu filho.

3. Escola

Opinião sobre a escola;

Frequência de ida à escola (indicar se essa ida é espontânea ou não);

Quais ações são realizadas pela escola para incentivar sua participação;

Opinião sobre ações realizadas na escola;

Receptividade do corpo docente e do núcleo gestor (forma como são tratados ao

chegar á escola);

Conteúdo, avaliações, atividades realizadas na escola e fora dela;

Dificuldades encontradas que dificultam e ate mesmo impossibilitam a sua participação

nessas ações.

5. Sugestões para melhorar as ações para que a participação dos pais na escola aconteça com

mais frequência e seja uma atividade prazerosa e proveitosa tanto para a escola como para os

pais, e principalmente, para o desenvolvimento das crianças.

Page 44: Participação dos pais na vida escolar dos filhos um estudo a partir da realidade da e.e.f professora alba araújo   francisca fernandes da silva

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APÊNDICE D - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Eu, Francisca Fernandes da Silva, estudo com o intuito de realizar um

levantamento da real participação dos pais no cotidiano escolar de seus filhos, na Escola de

Ensino Fundamental Professora Alba Araújo.

O referido trata-se de um estudo qualitativo que tem como finalidade colher

informações a cerca das ações realizadas por essa instituição com o intuito de trazer os pais

para o dia a dia das crianças e ao mesmo tempo fazer um levantamento sobre as dificuldades

encontradas pelos pais que não participam dessas ações. Desse modo solicitamos, por meio

deste, a autorização para a realização da pesquisa, intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS

PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA

REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. Coordenação do Curso

de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.

Eu, __________________________________________________ nº

RG__________________________________ ciente das informações recebidas, concordo

com a coleta de dados da pesquisa intitulada “ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA

VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA

ESCOLA PROFESSORA ALBA ARAÚJO”. A pesquisa será realizada sob

responsabilidade de Francisca Fernandes da Silva, graduanda do Curso de Ciências

Biológicas, da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu - FECLI informo ao

Coordenador Fernando Roberto Ferreira da Silva de que, em nenhum momento, a instituição

estará exposta a riscos causados pela liberação do estudo.

Estou ciente também de que os resultados encontrados no estudo serão usados

apenas para fins científicos. Fui informado de que a instituição não terá nenhum tipo de

despesa ou gratificação pela referida participação, e que a não participação não acarretará

qualquer prejuízo no seu direito a receber assistência nessa instituição.

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Ainda informo – lhe que os dados serão apresentados ao Curso de Ciências

Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, podendo ser utilizado

também em eventos científicos, mas não mencionarei seu nome, pois este será preservado,

ficando em sigilo a identidade do participante.

Caso precise entrar em contato, informe – lhe que meu telefone é (88) 94249064-

96072888.

_______________________________________

Francisca Fernandes da Silva

Tendo em vista, que fui satisfatoriamente informado sobre a pesquisa:

“ACOMPANHAMENTO DOS PAIS NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS: UM

ESTUDO A PARTIR DA REALIDADE DA ESCOLA PROFESSORA ALBA

ARAÚJO”, realizada sob a responsabilidade da pesquisadora Francisca Fernandes da Silva,

concordo em participar da mesma. Estou ciente de que meu nome não será divulgado e que o

pesquisador estará disponível para responder - me a quaisquer dúvidas.

Iguatu,________de ________________2012

___________________________________

Assinatura do participante